- Câmara de Comércio Americana
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Crise hídrica: empresas investem em soluções de ecoeficiência e reúso de água REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO DESDE 1921 Nº290 JAN/MAR 2015 RIO 450 ANOS Melhor para os negócios Cidade se reinventa para atrair mais investimentos e consolidar crescimento Gestão pública Eduardo Paes aponta os desafios do município Business Plan Comitês setoriais traçam as prioridades para 2015 FOCO FOCO FOCO UM DOS MAIS MODERNOS COMPLEXOS SIDERÚRGICOS DO MUNDO, A THYSSENKRUPP COMPANHIA SIDERÚRGICA DO ATLÂNTICO FECHOU 2014 COM PRODUÇÃO DE 4,1 MILHÕES DE TONELADAS DE PLACAS DE AÇO, UM CRESCIMENTO DE 25% EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR. OS PRODUTOS DA THYSSENKRUPP CSA ATENDEM OS MERCADOS MAIS SOFISTICADOS DO MUNDO, COMO O SETOR AUTOMOTIVO DA AMÉRICA DO NORTE, E JÁ ESTÃO SENDO CONSUMIDOS EM QUASE TODOS OS CONTINENTES. FOTO DE DIVULGAÇÃO/MARCO ANTÔNIO TEIXEIRA 6_Edição 287_jul/ago 2014 EDITORIAL DIVULGAÇÃO/ A primeira Brazilian Business de 2015 é uma edição comemorativa dos 450 anos do Rio de Janeiro, a começar pela imagem da Estátua da Liberdade que ilustra a Capa. O conceito da ilustração e seu processo de construção fazem parte de um especial de 14 páginas editoriais. A reportagem de abertura, assinada por Carmen Nery, traça um perfil do ambiente de negócios carioca. Especialistas, líderes empresariais e representantes do governo analisam o ambiente corporativo da cidade. E um artigo de Opinião de Eduardo Paes revela a visão de futuro do prefeito. O material é complementado pela Coluna Rio, na qual Bernardo Guimarães apresenta os destaques da celebração cultural que acompanha a festa de aniversário da cidade. A edição marca outra data importante para a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). Esta será a última Carta do Presidente assinada por Roberto Ramos, cujo sucessor na presidência da AmCham Rio, com posse em abril, será apresentado na próxima revista. Na seção From the USA, Thomas J. Donohue, presidente e CEO da U.S. Chamber of Commerce, aponta as diretrizes que irão guiar a maior associação empresarial do mundo, da qual a AmCham Rio faz parte. E, em Conexão Global, Bernardo Guimarães entrevista Maxine Turner, responsável pelo U.S. Welcome Pavilion. Já a Reportagem de Roberta Jansen avalia os impactos que a crise hídrica provoca no setor privado. Ela antecipa as estratégias que o mundo corporativo está criando para lidar com o problema. Outro desafio para as empresas é diminuir as barreiras bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. A AmCham Rio faz parte da coalização de associações que está atuando para acabar com a necessidade de visto de viagens, como mostra reportagem da seção AmCham News. Na coluna Foco, nossa associada ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico celebra crescimento de 25% na produção de placas de aço. Boa leitura! CLÁUDIO MOTTA_EDITOR amchamrio.com + IMAGEM + CONTEÚDO Confira em vídeo os detalhes do U.S. Welcome Pavilion no Rio. Leia a íntegra a entrevista de Gilberto Peralta, presidente e CEO da GE do Brasil. http://bit.ly/BBeGE Acompanhe em imagens os principais eventos divulgados pela página da AmCham Rio no Facebook. http://bit.ly/FaceAmChamRioFoto Confira a agenda de eventos Premium da AmCham Rio para 2015. http://bit.ly/AmChamRio2015 Ministro Armando Monteiro: “Relações comerciais com Estados Unidos são prioridade”. http://bit.ly/RelacoesBrasilUSA Entrevista com André Araujo, presidente da Shell. http://bit.ly/BB290Shell CARTA DO PRESIDENTE 06 Roberto Ramos faz um balanço FROM THE USA 30 Thomas J. Donohue, presidente e CEO da U.S. Chamber of Commerce, analisa o atual quadro da economia americana de seus dois anos como presidente da AmCham Rio. ÁGUA 08 Como as empresas estão lidando com CONEXÃO GLOBAL 32 Maxine Turner, idealizadora do U.S. OVERVIEW 14 O SelectUSA, nos Estados Unidos, ESPÍRITO SANTO 34 Estudo da Findes revela que, em 2015, Welcome Pavilion, apresenta o centro de recepção americanopara 2016 o processo de produção em meio a uma das piores crises hídricas do Brasil o Estado capixaba terá um PIB maior do que a média nacional aproxima investidores e executivos de negócios de todo o mundo RIO 450 ANOS 16 Cidade celebra aniversário e a retomada PREFEITO 24 Eduardo Paes analisa as mudanças aborda a importância da responsabilidade social das empresas PERFIL 38 A Harris assumiu o compromisso de expandir sua presença no mercado brasileiro e procura parcerias locais estruturais da cidade e faz projeções para o futuro RIO 26 Mais de 200 eventos previstos até dezembro estão no calendário oficial dos 450 anos do Rio OPINIÃO 36 Superintendente de Operações do Ibeu de investimentos após um período de estagnação DIVULGAÇÃO/RIOTUR/ALEXANDRE MACIEIRA SUMÁRIO AMCHAM NEWS 40 A criação de uma coalizão para extinguir Conselho editorial Henrique Rzezinski João César Lima Rafael Lourenço Rafael Sampaio da Motta Roberto Ramos Robson Goulart Barreto Gerente de Comunicação Eduardo Nunes [email protected] Editor-chefe e jornalista responsável Cláudio Motta (MTB 01001400/RJ) [email protected] Colaboraram nesta edição: Veriza Duca (arte da capa), Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Maria Sanches (revisão), Bernardo Guimarães (texto e fotos), Carmen Nery (texto) e Roberta Jansen (texto). Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Publicidade Felipe Tavares [email protected] A tiragem desta edição, de 3 mil exemplares, é comprovada pela EY vistos a brasileiros e os temas prioritários dos comitês da AmCham Rio para 2015 Impressão: Walprint Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro + FOCO + BUSINESS&NEWS Acesse e confira o ensaio fotográfico completo com as imagens da coluna Foco: http://bit.ly/BB290Foco Assine a nossa newsletter: http://bit.ly/NewsAmChamRio. + REDES SOCIAIS Curta amchamriopage. Siga @amchamrio. amchamrio.com.br/linkedin/ Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 [email protected] www.amchamrio.com Leia a revista também pelo site amchamrio.com Caso não esteja recebendo o seu exemplar, ou queria atualizar seus dados, entre em contato com Sileide Silva: (21) 3213-9220 CARTA DO PRESIDENTE ROBERTO RAMOS, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRO Last but not least P ANA PAULA AMORIM assaram-se já dois anos de minha posse, assim, em abril, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) terá um novo presidente, que assumirá com a responsabilidade adicional de conduzir os eventos que marcarão o nosso Centenário, em 2016. Desafio significativo, aliás, esse de combinar as merecidas comemorações com a realidade econômica do País, radicalmente diversa da que vivíamos quando eu assumi. De fato, tivemos vários highs e lows nestes últimos 24 meses. Entre os highs, sem dúvida, a visita do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que não só foi um sucesso, do ponto de vista geopolítico, na preparação para a tão antecipada state visit da presidente Dilma Rousseff a Washington, como também concedeu à AmCham Rio o destaque de receber e saudar o vice-presidente americano em sua visita ao Rio. A AmCham ainda teve a existência realçada no discurso feito pelo vice-presidente no banquete oferecido em sua honra, em Brasília. Entre os grandes eventos, destaque para a 11ª edição do Brazil Energy and Power – realizado pela primeira vez no Brasil com grande repercussão –, além da Conferência Libra e do Prêmio Brasil Ambiental, que no ano passado chegou à décima edição. Ainda entre os highs, o trabalho que foi feito com os comitês para alinhar a atuação às nossas bandeiras (energia, turismo, entretenimento, seguros e resseguros, sustentabilidade e logística e infraestrutura), bem como para que sua atuação possa se traduzir no melhor atendimento aos anseios de nossos associados, contribuindo como importante fonte de recursos para a sustentação da AmCham Rio. Quanto aos lows, sem dúvida, o “episódio Snowden”, que impactou de forma significativa as relações Brasil-EUA, desfazendo, inclusive, o efeito positivo da visita do vice-presidente Biden. O acontecimento ainda fez com que perdêssemos não só dois anos de velocidade de progresso nas negociações que estavam em curso, como tivéssemos que voltar à estaca zero em alguns temas importantes. Dentro da própria Câmara, o low foi nossa dificuldade de encontrar novas fontes de receita que nos permitissem equacionar os aumentos de custo derivados de uma estrutura de despesas pouco elástica. Um desafio que permanece para a próxima gestão. Tenho certeza, entretanto, que a combinação do diagnóstico correto, a dedicação de todos e o alinhamento obtido quanto à ação dos comitês vai permitir que meu sucessor possa obter os resultados positivos nos próximos dois anos. Continuarei presente, no Comitê Executivo, trabalhando para que isso ocorra. Agradeço ao staff da Câmara pelo dedicado trabalho realizado ao longo destes anos e aos associados da AmCham Rio por terem me dado a honra de ter sido presidente da instituição, à qual eu estou ligado há 30 anos.« 6_Edição 290_jan/mar 2015 FOTOS PEDRO KIRILOS CECÍLIA ACIOLI Momentos marcantes de Roberto Ramos (em sentido horário): na posse da diretoria, em maio de 2014; no Prêmio Brasil Ambiental, em setembro de 2013; discursando no Brazil Energy and Power, em agosto de 2013; com Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC, também em agosto de 2013; e com Liliana Ayalde, embaixadora dos EUA no Brasil, e John Creamer, cônsulgeral dos EUA no Rio, em maio de 2014 Edição 290 Brazilian Business_7 REPORTAGEM A crise hídrica e as oportunidades para um crescimento sustentável Indústrias precisam se preparar para os eventos climáticos extremos Roberta Jansen [email protected] Rio Paraíba do Sul também sofre com a crise hídrica do Sudeste 8_Edição 290_jan/mar 2015 C DIVULGAÇÃO/JOÃO GOMES oração da economia do País, a Região Sudeste vive hoje uma das piores crises hídricas e de fornecimento de energia da história. Com o nível de água dos reservatórios cada vez mais baixo e sem previsão de chuva forte a curto prazo, a hipótese do racionamento de água – até bem pouco tempo considerada remota e negada com veemência pelas autoridades – já é abertamente debatida nos Estados de São Paulo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Muitas indústrias estão preparadas para lidar com a iminente falta de água por causa da adoção, ao longo dos últimos anos, de estratégias para reduzir o desperdício e tornar a produção mais eficiente. Outras tantas têm também planos contingenciais para momentos de crise. Mas especialistas alertam que a atual seca pode não ser um evento isolado, mas, sim, uma ocorrência climática cada vez mais comum diante do aquecimento global do planeta. Caberá à indústria, portanto, encarar a situação como uma alavanca para mudanças ou acabar limitando o crescimento. “Sem dúvida, a atual crise tem um impacto forte na indústria”, afirma o especialista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Ricardo Barros, da consultoria ambiental Cyclos. “Mas, desde o fim da década de 1990, como resposta a uma grave crise ocorrida na época, as empresas vêm adotando ações estratégicas para a ecoeficiência. Isso hoje é um consenso. As grandes organizações estão preparadas, e elas acreditam, em grande parte, que o desenvolvimento tecnológico dará respostas às grandes crises.” A atual é uma delas. Para se ter uma ideia, o índice de chuvas no Sudeste ao longo de 2014, segundo dados do governo, é o pior da série histórica iniciada em 1930. No primeiro mês de 2015, o índice ficou ainda mais baixo do que o registrado no mesmo período do ano anterior. Embora não se possa relacionar diretamente a atual seca às mudanças climáticas – para tanto é necessária uma série histórica bem mais ampla – é fato que todos os modelos de aquecimento do planeta preveem a ocorrência cada vez mais frequente de eventos extremos. O desmatamento nas nascentes dos rios e a urbanização descontrolada dessa região só fizeram agravar o problema. “Nosso problema não é chuva”, garante Barros. “Nós arruinamos nossas matrizes, desmatamos, favelizamos. Por isso, a crise meteorológica se torna algo tão grave.” No fim de janeiro, os principais reservatórios do Rio e de São Paulo já operavam no chamado volume morto – quando a água do reservatório propriamente dito acaba e se lança mão de uma reserva técnica, que fica abaixo do limite das comportas. Em Minas Gerais, a situação não era melhor. Na última semana do mês, a companhia de saneamento do Estado informou que só haveria água para mais 90 dias caso não chovesse ou não houvesse uma redução de consumo de pelo menos 30%. > “DESDE O FIM DA DÉCADA DE 1990, COMO RESPOSTA A UMA GRAVE CRISE OCORRIDA NA ÉPOCA, AS EMPRESAS VÊM ADOTANDO AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A ECOEFICIÊNCIA”, RICARDO BARROS, ESPECIALISTA DA FGV E DA CONSULTORIA AMBIENTAL CYCLOS Edição 290 Brazilian Business_9 REPORTAGEM 10_Edição 290_jan/mar 2015 A Coca-Cola conseguiu reduzir o volume de água usado na produção de refrigerantes DIVULGAÇÃO/COCA-COLA A Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Agência Nacional de Águas (ANA), em trabalho conjunto com os comitês de bacias do Rio Paraíba do Sul, estão desenvolvendo um plano de ações para minimizar os efeitos da estiagem. Já há resultados desse esforço: economia de cerca de 400 milhões de metros cúbicos de água. Porém, se a estiagem persistir, algumas empresas poderão sofrer restrições no abastecimento de água. “A nossa prioridade é e sempre será o abastecimento humano”, afirmou o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, que chegou a dizer que retirará a outorga das empresas que não tiverem sistemas de reaproveitamento de água: “Acredito que isso não vá acontecer, mas, nós podemos, sim, cassar outorgas de empresas”. Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) em novembro de 2014, mas divulgada somente no fim de janeiro, revelou que quase um terço (30,6%) das empresas do Estado reconheciam sofrer os efeitos da escassez. Dessas, a metade já registrava aumentos nos custos de produção. O retrato atual deve ser ainda mais grave, alerta a Firjan, uma vez que a seca não deu tréguas de lá para cá, como atestam os índices pluviométricos e a situação dos reservatórios. A água é um dos principais insumos da produção industrial, respondendo por 70% a 90% dos componentes utilizados em determinados setores, como o da fabricação de produtos de limpeza. Além disso, a maioria das empresas depende da água não apenas como insumo, mas como fonte geradora de energia. Se a seca perdurar por mais seis meses, empresas instaladas ao longo do canal do São Francisco, na foz do Rio Guandu, poderão ter que racionar água compulsoriamente para preservar o consumo humano, de acordo com a Secretaria de Estado do Ambiente. Na região estão instaladas empresas de grande porte, como Grupo Gerdau, ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), Furnas e Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC). Algumas delas se anteciparam e já adotaram medidas para prevenir o problema da escassez de água. DIVULGAÇÃO/SEA O secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, ao lado do subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais, Antônio da Hora (à direita) e do presidente da Cedae, Jorge Briard (à esquerda), anunciou política permanente de reúso da água É o caso da CSA, por exemplo. A siderúrgica já foi projetada para reaproveitar 96% da água utilizada nos processos industriais. Ela tem ainda uma usina termelétrica própria com capacidade de produzir 490 MW e que funciona a partir de gases e vapores gerados durante o processo siderúrgico, garantindo a autossuficiência energética de toda a operação. A empresa informou, no entanto, que adotou medidas contingenciais diante da atual crise. Além de reduzir em 20% a captação de água do canal do São Francisco, a siderúrgica mudou o ponto de captação para três quilômetros acima do atual. A medida tem por objetivo evitar a captação de água com maior salinidade, sobretudo quando o nível do rio está baixo e, a maré, alta. Para driblar esse mesmo problema da água salobra, a FCC vem interrompendo o processo de captação da água durante quatro horas ao dia. A Petrobras também anunciou, em janeiro, a adoção de medidas emergenciais diante da crise hídrica. A empresa informou que adotou medidas para ampliar o reúso de água em suas refinarias em 3 bilhões de litros, o que equivale a 3% do consumo total. O volume de água reusada subiu de 20,32 bilhões de litros, em 2011, para 23,31 bilhões de litros, em 2014. Embora pareça pouco, tal volume é suficiente para abastecer, por exemplo, uma cidade de 75 mil habitantes ao longo de um ano. > Edição 290 Brazilian Business_11 DIVULGAÇÃO/TKCSA/MARCO ANTONIO TEIXEIRA A CSA foi projetada para reaproveitar 96% da água utilizada em processos industriais REPORTAGEM “A NOSSA PRIORIDADE É E SEMPRE SERÁ O ABASTECIMENTO HUMANO”, ANDRÉ CORRÊA, SECRETÁRIO ESTADUAL DO AMBIENTE De acordo com a empresa, todas as ações fizeram com que, nestes últimos três anos, a relação entre a quantidade de água consumida e o volume de petróleo processado fosse reduzida em 12,5%. Em 2011, a Petrobras gastava 1 litro de água para refinar 16,8 barris de petróleo; agora já são 19,3 barris, um aumento da eficiência. A Coca-Cola também conseguiu, nos últimos anos, reduzir o volume de água usado na produção de refrigerantes. Trata-se de um processo que começou em 1992 e, desde então, a empresa está atenta a esse recurso tão precioso, seja em momentos críticos ou não. “É com esse trabalho, consistente e de longo prazo, que a empresa consegue ter o melhor índice de uso de água de toda a indústria de bebidas do Brasil. A meta da Coca-Cola é chegar a 1,47 litro de água utilizada para cada litro de bebida produzido até 2020”, disse Josemar Picanço, gerente de Meio Ambiente da Coca-Cola Brasil. 12_Edição 290_jan/mar 2015 “As empresas avançaram muito”, afirma Barros, da FGV. “E, agora, no limite tecnológico, estão suando sangue e pagando um preço alto para desenvolver novos projetos de tecnologia limpa, dessalinização da água do mar, entre outros. Já existe tecnologia, mas ainda não é barato o suficiente. E é preciso manter a viabilidade econômica do projeto, ou não adianta.” Para indústrias que atuam no ramo da sustentabilidade e das fontes alternativas de geração de energia, a crise pode ampliar e até gerar novas oportunidades de negócios. É o caso da General Electrics (GE), por exemplo, que, no fim do ano passado, entregou à Eletrosul a primeira cabeça de turbina eólica produzida localmente. É o caso, também, de empresas privadas de saneamento que aproveitam a crise para vender sistemas de reúso de água e outras opções de abastecimento. A Universal Chemical (Unichem), por exemplo, especializada na fabricação de cosméticos e produtos de limpeza, aproveitou a construção da quarta fábrica em São Paulo para fazer uma estação de tratamento de efluentes integrada ao sistema de reúso de água, o que não existia. A estação ficará pronta em março. O novo sistema, garante a empresa, permitirá uma economia de 10 milhões de litros de água por ano, ou 15% do total utilizado. Essa água será usada nos serviços de limpeza e nos sanitários. O futuro, garantem especialistas, será daquelas indústrias que souberem investir em tecnologias mais limpas e processos cada vez mais eficientes, garantindo a relação custo-benefício da produção e preservando o planeta.« DIVULGAÇÃO Foz: rio estratégico, Paraíba do Sul deságua em Atafona, em São João da Barra, no norte do Estado OVERVIEW Ednei Medeiros • Eduardo Nunes • Nadia Stanzig COMO E ONDE INVESTIR NOS ESTADOS UNIDOS? Acontece, nos dias 23 e 24 de março, em Washington, o SelectUSA Investment Summit 2015, seminário que destaca as melhores oportunidades de investimentos no mercado americano. Realizado a cada dois anos, o evento aproxima investidores e executivos de negócios de todo o mundo com representantes de organizações de desenvolvimento econômico e dos governos federal e estaduais dos Estados Unidos. Com expectativa de reunir 2.500 participantes, a edição deste ano prevê reuniões para networking, fóruns de discussão, exposições e matchmaking online. A edição 2013, que teve a participação do presidente Barack Obama, reuniu representantes de 60 países. www.selectusasummit.com. PACOTE DE APOIO ÀS EXPORTAÇÕES O Governo Federal deverá lançar neste primeiro semestre um pacote de apoio às exportações. Haverá mudanças na estrutura do sistema de garantias para atrair oferta de crédito dos bancos privados, equalização dos juros em relação às taxas oferecidas no exterior e melhoria nas condições de financiamento. O pacote também prevê regras de facilitação e simplificação do processo exportador, além de medidas “NESSA ÁREA DA EXPORTAÇÃO, QUALQUER EVENTUAL AMPLIAÇÃO DE ESFORÇO FISCAL É JUSTIFICÁVEL CONSIDERANDO A RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO”, MINISTRO ARMANDO MONTEIRO (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR), EM ENTREVISTA À AGÊNCIA ESTADO 14_Edição 290_jan/mar 2015 INVESTIGAÇÕES SOBRE IMPORTAÇÕES Com 51 casos entre novembro de 2013 e setembro de 2014, o Brasil é o país com o maior número de investigações contra importações com preços supostamente desleais. Os Estados Unidos têm o segundo maior número, com 22 aberturas de investigações, de acordo com relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o ambiente comercial internacional. Desde 2008, de 2.146 medidas restritivas ao comércio, apenas 508 foram removidas, ou 24%. PROJETO PORTUÁRIO NO ESPÍRITO SANTO O Porto Central obteve, em dezembro de 2014, licença prévia do Ibama. A autorização tem validade de quatro anos. Com investimento de R$ 5 bilhões e projetado para o município Presidente Kennedy (ES), o porto privado tem participação da TPK Logística, com cerca de 70%, e da holandesa Porto de Roterdã, com 30%. O governo do Espírito Santo ficará com cerca de 1%. O Porto Central projeta movimentar um volume de carga da ordem de 226 milhões de toneladas por ano. Com vertente multiuso, o porto capixaba atenderá à rotina de exploração e produção de petróleo na camada do pré-sal e de outros setores da indústria. REDUÇÃO DE CONSUMO DE ENERGIA O Brasil oferece, hoje R$ 400 milhões para financiamento de projetos de economia de energia. Entretanto – e em meio a uma crise energética – o País aproveita menos de 30% do potencial de redução do consumo energético. É o que aponta o estudo “Destravando o financiamento à eficiência energética do Brasil”, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds). Uma das principais conclusões é a necessidade de melhorar o fluxo de informações entre empresas e instituições financeiras. Ao todo, o estudo do Cebds listou 12 soluções propostas para destravar projetos de eficiência energética. AMPLIAÇÃO DE AEROPORTOS REGIONAIS NO RIO < O governo do Rio de Janeiro planeja reformar três aeroportos regionais nas principais zonas industriais fluminenses. A criação da infraestrutura será feita em parceria com as empresas aéreas e com verba do Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional. O plano de reconstrução, que é realizado em parceria com a Anac e Infraero, atenderá os terminais de Campos, produtor de petróleo no norte do Estado; Itaperuna, com vocação agropecuária, na região noroeste; e Resende, polo automotivo no sul fluminense. Os terminais poderão ser concedidos a operadores privados ou administrados pelo Estado. FIASCO NO SHALE GAS Estudo da Universidade do Texas publicado na Nature afirma que as reservas de shale gas dos Estados Unidos estão superestimadas, colocando em risco a revolução energética. Usando dados 20 vezes mais rigorosos do que os da EIA (agência de informações energéticas do governo), especialistas estimaram que a produção alcançaria o pico em 2020 e começaria a declinar em 2030, na metade do prazo até então conhecido. CRESCIMENTO DE 3,1% EM 2015 A economia americana pode desfrutar do maior crescimento econômico em uma década em 2015, segundo a National Association for Business Economists (Nabe). A Nabe projeta expansão do PIB de 3,1% este ano: o melhor desempenho desde 2005 (3,3%). Especialistas apontam o bom resultado a um mercado de trabalho mais forte e à alta nos gastos dos consumidores, ligada à grande queda nos preços da energia. Edição 290_Brazilian Business_15 CAPA Rio de Janeiro se renova Aprofundar as vocações naturais da cidade é o caminho para superar o passado recente de estagnação, dizem especialistas Carmen Nery [email protected] A cidade do Rio de Janeiro chega aos 450 anos revigorada, após um período de estagnação. Há oito anos, a preocupação era tentar segurar as empresas que deixavam a capital, lembra Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços. Hoje, é preciso dar atenção às companhias que estão chegando, ajudando-as a implementar empreendimentos. “Temos clareza de que precisamos melhorar, pois o Rio ainda é uma cidade heterogênea e desigual. Os principais desafios são segurança e infraestrutura. Além disso, não somos uma ilha: os problemas do Brasil, como a saúde, também nos afetam”, afirma Bueno. Apesar desses desafios, a agenda positiva do Rio de Janeiro se consolida. Tapumes e obras se espalham pela cidade, que se renova enquanto se prepara para receber os Jogos Olímpicos de 2016. Sediar grandes eventos internacionais, como foram a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014, faz parte da rotina carioca. “Nos últimos anos, a cidade tem se reposicionado, buscando ser um centro de negócios e criando entidades que têm dedicado tempo para discutir formas de fomentar um ambiente empresarial. De maneira coordenada, os governos federal, estadual (Secretaria de Desenvolvimento Econômico) e municipal (Rio Negócios) têm feito um trabalho não apenas para atrair investimentos, como também se esforçam para o período pós-decisão, facilitando a instalação das empresas e de seus empreendimentos”, diz João César Lima, sócio e líder do escritório da consultoria PwC no Rio de Janeiro e diretor da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio).> 16_Edição 290_jan/mar 2015 Obras na Barra da Tijuca para os Jogos Olímpicos de 2016, que dinamizam a economia da cidade DIVULGAÇÃO/EOM/RENATO SETTE CAMARA aos 450 anos “A CIDADE TEM SE REPOSICIONADO, BUSCANDO SER UM CENTRO DE NEGÓCIOS E CRIANDO ENTIDADES QUE TÊM DEDICADO TEMPO PARA DISCUTIR FORMAS DE FOMENTAR UM AMBIENTE EMPRESARIAL", JOÃO CÉSAR LIMA, SÓCIO DA PWC E DIRETOR DA AMCHAM RIO Edição 290 Brazilian Business_17 CAPA VANTAGENS E INVESTIMENTOS A cidade do Rio de Janeiro tem 6,5 milhões de habitantes (39,3% da população do Estado). O PIB, em 2011 – último dado oficial disponível – foi de R$ 209,4 bilhões (45,3% do PIB estadual), tendo o PIB industrial atingido R$ 23,6 bilhões (19,6% do PIB industrial fluminense). “O Rio de Janeiro tem vantagens: é um cluster de mão de obra qualificada e está no coração do Sudeste, próximo aos maiores mercados, com uma logística razoável, embora ainda seja preciso melhorar o porto para torná-lo mais barato e eficiente”, elenca Antonio Porto Gonçalves, professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas. A cidade vem recebendo considerável volume de investimentos, que movimentarão bilhões de reais. O aporte vai além dos jogos esportivos, restritos ao curto prazo. Eles também estão relacionados à intensificação da exploração de petróleo e gás natural, vocação do Estado, que tem na cidade a maior parte dos escritórios centrais das empresas do setor. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços enumera investimentos previstos que somam R$ 38,17 bilhões na cidade, sendo R$ 120 milhões em óleo e gás; R$ 4 bilhões em ciência e tecnologia (Microsoft, Cisco, Nissan, além de GE e L’Oréal no Parque Tecnológico da UFRJ); R$ 1,55 bilhão no setor farmacêutico (Bionovis e Biomanguinhos); R$ 1 bilhão em hotelaria (70 18_Edição 290_jan/mar 2015 hotéis); R$ 1 bilhão na indústria naval (Caneco). Somente em infraestrutura, os investimentos incluem R$ 8,5 bilhões na linha 4 do metrô, R$ 8 bilhões no Porto Maravilha, R$ 6 bilhões na SuperVia, R$ 6 bilhões nos corredores expressos dos BRTs e R$ 2 bilhões no Porto do Rio. Já o relatório Visões de Futuro, editado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), destaca que novas oportunidades surgirão, desdobrando-se em maior geração de empregos e aumento da renda da população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Rio de Janeiro tem hoje a segunda menor taxa de desemprego do País, 3,5%, atrás apenas de Belo Horizonte, que atingiu 2,9% em dezembro, e superando Porto Alegre (3,6%), que tem um índice historicamente baixo nesse indicador. A taxa do Rio é também bem abaixo dos 4,8% do total das seis regiões metropolitanas analisadas pelo instituto. O rendimento médio real atingiu, em dezembro, R$ 2.979,40 na cidade, ante a R$ 2.378,60 da região metropolitana do Estado e R$ 2.122,10 do total das seis regiões metropolitanas apuradas. “A cidade do Rio de Janeiro tem rendimento mais alto porque grande parte das atividades do município exige nível de escolaridade mais elevada. A cidade é a que tem a população mais escolarizada: 75% têm 11 anos ou mais de estudos”, diz Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. Julio Bueno: principais desafios são segurança e infraestrutura Marcelo Haddad quer facilitar os processos das empresas FOTOS DIVULGAÇÃO Buscar a sustentabilidade econômica da cidade é uma das principais metas perseguidas por Marcelo Haddad, presidente da Rio Negócios. Nesse sentido, a estratégia é potencializar uma equação de mercado atraente: mão de obra qualificada, logística operacional, bom ambiente de negócios e grande mercado. O trabalho da Agência de Promoção de Investimentos do Rio de Janeiro é navegar com os empreendedores na burocracia, levando-os às pessoas certas e conscientizando os servidores da importância do projeto. “A dificuldade de se fazer negócios no Brasil é real, mas estamos trabalhando para facilitar os processos, como o alvará eletrônico. No futuro, o sonho é que o empreendedor possa abrir o negócio sem precisar falar com nenhum fiscal”, planeja Haddad. O relatório da Firjan alerta, porém, que o crescimento econômico virá acompanhado de desdobramentos inevitáveis como a expansão populacional e a consequente pressão sobre a infraestrutura existente. São desafios que devem ser identificados, e cujas soluções precisam ser planejadas e implementadas desde já. MOBILIDADE URBANA Para Cristiano Prado, gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, as atuais obras de infraestrutura, embora relevantes, são apenas o primeiro passo para o pagamento de uma dívida do passado, já que as últimas grandes obras de infraestrutura da cidade foram a Linha Vermelha e a Linha Amarela, nos anos 1990. “A cidade enfrenta o desafio da mobilidade com uma concentração de atividades no Centro e na Zona Sul e um movimento pendular em sua direção dos moradores da Zona Oeste, Zona Norte e Baixada. Mobilidade não se enfrenta só com obras, é preciso gerar emprego nessas regiões para que as pessoas não precisem se deslocar”, recomenda Prado. Para os projetos de infraestrutura e mobilidade urbana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou R$ 6,6 bilhões para a linha 4 do metrô e R$ 1,2 bilhão para o BRT Transcarioca. Segundo Rafael Pimentel, gerente do Departamento de Mobilidade e Desenvolvimento Urbano, em 2014, o banco aprovou um pacote de oito projetos, que somam R$ 2,4 bilhões, incluindo a Transolímpica (BRT), a duplicação do Elevado do Joá, a extensão do túnel da via expressa do Porto Maravilha e o prolongamento do BRT Transoeste do terminal Alvorada até o metrô da linha 4, entre outras. A revitalização urbana, as melhorias da infraestrutura de transportes e logística e a ampliação da segurança – com as Unidades O principal foco de atuação da GE no Rio de Janeiro está no segmento de petróleo e gás de Polícia Pacificadora (UPPs) – ajudarão a reforçar a vocação turística da cidade, impulsionada também pela expansão da rede hoteleira. O Rio passou de 7 mil quartos, no início dos anos 2000, para 20 mil, no ano passado. Nas projeções da Firjan, de fato, no horizonte de cinco a 15 anos, a cidade terá completado o ciclo do processo de reestruturação urbana iniciado a partir da preparação para receber a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Outros eventos internacionais importantes continuarão a ser sediados no Rio, aproveitando-se dos investimentos do setor hoteleiro e dos novos centros de convenção, de médio porte. A cidade será reconhecida não apenas como destino turístico de lazer, mas também como centro de negócios, reforçando sua projeção internacional. TECNOLOGIA DE PONTA Com 450 anos de tradição, o Rio de Janeiro não deixa de pensar no futuro e pode se consolidar como um dos maiores celeiros tecnológicos da América Latina, especialmente no setor de petróleo e gás, cujos centros de pesquisa se concentram no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão. O parque completará 14 anos abrigando 13 centros de pesquisa e desenvolvimento globais – Schlumberger, FMC Technologies, Baker Hughes, Halliburton, TenarisConfab, BG Group, GE, EMC², Siemens/Chemtech, Vallourec, Georadar, BR, L’Oréal – sete laboratórios e centros de pesquisa, sete pequenas e médias empresas, além de 30 startups. Porém, será necessário manter a atratividade diante da crise de óleo e gás, que conjuga a queda de 50% nos preços do petróleo e a redução das encomendas da Petrobras. A empresa também é pressionada pelas obrigações do regime de partilha, que determina a participação com 30% de todos os empreendimentos, além dos escândalos de corrupção. “Trata-se de uma tempestade perfeita, mas o que afeta as grandes empresas é a crise internacional do petróleo. O ponto positivo é que esse cenário coincide com a diversificação do parque – o que sempre foi nosso objetivo – com a chegada de empresas como L’Oréal e Ambev”, analisa Maurício Guedes, diretor executivo do Parque Tecnológico da UFRJ. > Edição 290 Brazilian Business_19 CAPA FOTOS DIVULGAÇÃO O Parque Tecnológico da Ilha do Fundão completará 14 anos abrigando 13 centros de pesquisa e desenvolvimento globais FÔLEGO DO PETRÓLEO Em relação às empresas de óleo e gás, Guedes reconhece que há um sentimento comum de frustração no que se refere ao ritmo esperado de desenvolvimento do setor no País e não descarta a possibilidade de alguma delas deixar o parque. “O mundo empresarial é muito dinâmico. As empresas enxergam o planeta, e o Brasil é um pedacinho, por isso temos que ter um ambiente o mais propício possível", reforça o executivo. Embora a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) tenha revisado as projeções de investimentos em P&D – fruto da obrigação de investimento pelas operadoras de 1% da produção dos campos de participação especial – de R$ 30 bilhões para R$ 18 bilhões, o volume ainda é substancial, aposta o diretor executivo do Parque Tecnológico da UFRJ. A criação de centros de pesquisa no Rio de Janeiro reforça a vocação petrolífera da cidade, de acordo com André Araujo, presidente da Shell Brasil. “Se há alguns anos o Estado e a cidade foram esvaziados, hoje é crescente o número de empresas do setor que escolhem o Rio para estabelecer a sede”, diz Araujo. “O Rio de Janeiro é um grande polo energético no que se refere à produção de óleo e gás no País, e acredito que esse cenário tem tudo para se fortalecer ainda mais. Parte da Bacia de Campos – responsável pela maior fatia da produção nacional de petróleo – fica no Rio, e um novo leilão deve acontecer ainda este ano. Minhas perspectivas são as melhores possíveis.” O desafio para muitos empreendedores é traduzido em oportunidade de novos negócios. Gilberto Peralta, presidente e CEO da GE do Brasil, observa que o País ainda carece de investimentos em infraestrutura e, nesse contexto, a GE aparece como um desenvolvedor de serviços e soluções capazes de ocupar essa lacuna. “Contudo, é natural que o ambiente desafiador da cidade iniba a realiza20_Edição 290_jan/mar 2015 ção de novos investimentos por empresas de diferentes segmentos. Essa é uma questão que ainda deve ser trabalhada e superada não somente pelo Rio de Janeiro, mas pela maioria das cidades brasileiras”, observa Peralta. O principal foco de atuação da GE no Rio de Janeiro está no segmento de petróleo e gás. Na cidade estão os headquarters da GE Oil & Gas na América Latina e, em novembro de 2014, foi inaugurado o primeiro Centro de Pesquisas Global da GE na América Latina. No complexo são desenvolvidas novas soluções e serviços dentro dos segmentos em que a GE atua (energia, petróleo e gás, aviação e transporte ferroviário). Cidade-base da Petrobras e das principais empresas que trabalham nas bacias de Campos e Santos, o Rio de Janeiro é um dos polos mais importantes para solucionar os desafios da indústria nacional, tais como a criação de novas tecnologias para exploração e produção em águas profundas, a valorização do gás natural na matriz energética brasileira e a logística offshore do pré-sal. Mas há ainda muitos desafios a superar. “Existem entraves na execução de grandes projetos e excesso de burocracia para o andamento dos negócios. Questões fiscais são um complicador em todo o País e dificultam as estratégias empresariais”, diz Peralta. Outro setor que vive um momento decisivo é o da indústria naval. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), o Polo Naval do Rio de Janeiro ainda é o maior e mais diversificado do País, concentrando 15 estaleiros, que produzem embarcações de oito segmentos – plataformas, sondas, embarcações de apoio marítimo, navios de produtos, gaseiros, porta-contêineres, graneleiros, rebocadores. Passou de 10.636 empregos, em 2004, para atuais 35.458 postos, cerca de 40% da mão de obra de todo o setor no Brasil, mas perde com a falta de atualização tecnológica e a fragilidade financeira que atingiu estalei- "O QUE AFETA AS GRANDES EMPRESAS É A CRISE INTERNACIONAL DO PETRÓLEO. O PONTO POSITIVO É QUE ESSE CENÁRIO COINCIDE COM A DIVERSIFICAÇÃO DO PARQUE", MAURÍCIO GUEDES, DIRETOR EXECUTIVO DO PARQUE TECNOLÓGICO DA UFRJ ros como o Eisa, um dos mais tradicionais do setor, que chegou a paralisar as atividades em junho de 2014 a despeito da carteira bilionária de encomendas. Marco Antônio Gonçalves, diretor-geral da Organização de Vendas da Bradesco Seguros HUB DE RESSEGUROS O ambiente de negócios da cidade é favorável, porém, há outros setores promissores, como o de seguros e resseguros. Segundo Paulo Pereira, presidente da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), desde a abertura do mercado, em 2008, instalaram-se no País 120 resseguradoras, entre locais, admitidas e eventuais. No Rio, são 32, concentrando-se em torno do IRB, a maior resseguradora do País, com 40% do mercado. O Rio tem as principais entidades do setor de seguros e resseguros e os melhores centros de formação como a Escola Nacional de Seguros e o Instituto Brasileiro de Atuária. “Em função dessa vocação natural da cidade, estamos trabalhando para a criação do Centro Nacional de Resseguros no Rio de Janeiro. O espaço vai atuar com um hub de resseguros, reunindo empresas do setor, mesmo as com sede em outros Estados. Numa colocação de resseguro, é normal ter várias resseguradoras dividindo o risco, e o centro seria um catalisador de negócios. Estamos tendo muito apoio da Prefeitura, que reduziu a alíquota de ISS de 5% para 2%”, diz Pereira. Líder do setor de seguros, a Bradesco Seguros é uma das empresas empenhadas na instalação do centro, segundo Marco Antônio Gonçalves, diretor-geral da Organização de Vendas da Bradesco Seguros e presidente do Conselho Empresarial de Seguros e Resseguros da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ele observa que pelo menos a operação de resseguros é regional e o Rio de Janeiro é o maior mercado de resseguros da América Latina. “Além de concentrar as maiores seguradoras, como Bradesco, SulAmérica, Icatu, e as principais resseguradoras, o Rio de Janeiro vive uma evolução importante em função da revitalização da economia da cidade. A segurança viabilizou o seguro de automóvel mais popular e com preço justo. Embora a cidade tenha um ambiente altamente competitivo, porque atraiu muitas seguradoras, hoje oferece muito mais oportunidades. A indústria de transformação teve um grande crescimento e a indústria de seguros soube aproveitar, crescendo também seus prêmios, mas a cidade precisa continuar enfrentando a segurança não só para atrair, mas também para segurar investimentos e criar um ambiente para que as empresas invistam cada vez mais”, conclui.> Gilberto Peralta, presidente e CEO da da GE do Brasil Edição 290 Brazilian Business_21 CAPA Uma marca com apelo no Rio 450 anos e jogos de 2016 mobilizam negócios bilionários Carmen Nery [email protected] O momento vivido pela cidade do Rio de Janeiro e o fortalecimento de sua marca é tal, que vender a cidade deixou de ser uma tarefa desafiadora. Que o digam o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 e o Comitê Rio450. Em 2014, o Comitê Organizador dos Jogos superou a meta de receita com patrocínio em 7%, ou R$ 50 milhões (US$ 20 milhões). Foram contratos no valor de R$ 800 milhões, com 19 patrocinadores, o que leva a receita de patrocínio para os jogos (já arrecadada) a R$ 2,6 bilhões, 85% do total necessário. Os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, arrecadaram 700 milhões de libras dos patrocinadores, um recorde para o evento, mas o Rio já equiparou esse valor, considerando-se as taxas de câmbio e de inflação à época da última edição dos Jogos Olímpicos. Segundo Renato Ciuchini, diretor executivo comercial do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, o patrocínio local é o maior componente do orçamento de R$ 7 bilhões para a organização dos jogos. O restante é constituído pela venda de ingressos (R$ 1,2 bilhão), licenciamento e varejo (R$ 200 milhões) e pelo pagamento realizado pelo Comitê Olímpico Internacional, oriundo dos patrocinadores globais e dos direitos de TV (R$ 2,5 bilhões). 22_Edição 290_jan/mar 2015 “Há um interesse mundial pela Olimpíada do Rio. A cidade passa por uma renovação e reestruturação, e isso atrai muito o mundo olímpico, que considera a cidade acolhedora e acredita que esta vai ser uma das melhores edições da Olimpíada. Todos os comitês olímpicos nacionais pediram vagas adicionais, e vamos ter um acréscimo de 8 mil apartamentos pelo interesse na Olimpíada do Rio”, comemora Ciuchini. Embora não envolva recursos financeiros, o trabalho do Comitê Rio450 – responsável pela programação do aniversário da cidade – é engajar apoiadores na divulgação do Rio a partir da adoção da marca escolhida em concurso nacional, que teve como base o logotipo desenvolvido por Aloísio Magalhães para o quarto centenário, em 1965. O vencedor foi o designer Ricardo Leite, da Crama Design Estratégico. “A marca pertence ao público, portanto, não pode ser licenciada com cotas de patrocínio e, sim, cedida às empresas, que não pagam para usá-la, mas têm de apresentar ações que sejam condizentes com os 450 anos e adotar a assinatura em todas as ações que vierem a fazer”, explica Isabel Werneck, diretora de Comunicação e Engajamento do Comitê Rio450. Entre as empresas que aderiam à marca estão o Shopping RioSul; a Miolo, que lançou uma série de vinhos com o rótulo dos 450 anos; a TAM, que usou a marca na fuselagem de um dos aviões da ponte aérea para o Santos Dumont; a Ambev, que adotou a marca na cerveja Antarctica; a Fiat, que lançou um novo Uno Rio 450; a Cachaça Werneck, que fez um rótulo com a marca customizada; a Compactor, que desenvolveu uma caneta; a Abih, que cunhou a assinatura “hospitalidade é coisa de carioca”. “A ativação da marca pelo engajamento estimula ainda o cruzamento de ações entre as empresas apoiadoras. As ações divulgando a cidade ocorrerão ao longo do ano, até março de 2016”, diz Werneck. REPRODUÇÃO ARTE AMCHAM RIO/VERIZA DUCA DIVULGAÇAO/RIOTUR/GEORGEANA GODINHO mercado AmCham Rio homenageia aniversário da cidade Cláudio Motta [email protected] A marca das comemorações dos 450 anos da cidade é um convite a cariocas de todo o mundo. Ela já foi idealizada para inspirar outros desenhos. O quatro, o cinco e o zero formam, respectivamente, nariz, boca e olho. Uma imagem que pede por personalização. “Uma proposta para provocar reflexões lúdicas sobre quem somos e o quanto amamos estar onde estamos. Ela foi pensada para resgatar o orgulho de pertencer, por meio de uma ideia simples e direta: se o carioca é multicultural, multiétnico e multifacetado, a marca deve espelhar tudo isso”, informa o site dos 450 anos. A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), que vai completar o primeiro centenário em 2016, entrou na brincadeira. E desenvolveu uma homenagem personalizada e exclusiva para a festa da Cidade Maravilhosa. A ideia foi juntar ícones das culturas americana e carioca. Não faltou inspiração para executar a tarefa. Astros e estrelas do cinema, como Marilyn Monroe, a imagem do Tio Sam e até mesmo o Monte Rushmore surgiram como ideias nas reuniões de brainstorming. Mas, no resultado final, foi a figura da Estátua da Liberdade – um símbolo da amizade entre os povos, uma vez que foi um presente dos franceses aos americanos, em 1886 – que se impôs como elemento principal. Além disso, a logomarca criada pela AmCham Rio faz uma homenagem à estética da pop art, movimento cultural que surge na Inglaterra e se dissemina nos Estados Unidos, tendo como um dos maiores expoentes o americano Andy Warhol. Pelo lado de cá, era fundamental garantir o jeito carioca da logomarca. A começar pelo quatro, o cinco e o zero oficiais dos 450 anos da cidade, que foram o ponto de partida da imagem. Um trabalho que segue o manual divulgado pela Prefeitura e foi autorizado pelo Comitê Rio 450. Além disso, o calçadão de Copacabana estilizado, ao fundo, dá a certeza de que a festa é no Rio de Janeiro, feita por cariocas. Uma celebração tão boa que até a Estátua da Liberdade veio parar na terra do Cristo Redentor. Feliz aniversário, Rio de Janeiro.« Edição 290 Brazilian Business_23 OPINIÃO EDUARDO PAES PREFEITO DO RIO Caminho para o futuro C om a chegada de 2015, começa um ano marcante para o Rio de Janeiro. E o motivo não é apenas a comemoração do 450º aniversário do desembarque do capitão Estácio de Sá neste pedaço de terra encravado entre montanhas, o mar e a Mata Atlântica. Além de lembrar a fascinante história do Rio desde a fundação, a data é simbólica pelo momento de profunda transformação por que passa a cidade, com a concretização de projetos aguardados há décadas pela população. E mais: sinaliza para os muitos desafios desta metrópole global, que deve continuar crescendo de forma sustentável, atraindo investimentos e aberta ao mundo. A celebração dos 450 anos resgata a memória do Rio e, ao mesmo tempo, aponta um caminho para o futuro: construir uma cidade mais integrada, competitiva internacionalmente e com serviços públicos de qualidade. Desde 2009, a Prefeitura do Rio trabalha com esse objetivo. Não é tarefa simples, mas as realizações dos últimos anos indicam que, após longo período de estagnação e até decadência, avanços significativos foram conquistados. “Botar a casa em ordem” foi a primeira medida para reverter o quadro negativo, controlando despesas e aumentando a receita. Para isso, foi executado um rigoroso ajuste de contas, que incluiu revisão de contratos, renegociação de dívidas, forte redução de gastos com pessoal e criação da Nota Carioca. Com essas medidas, a capacidade de investimento da Prefeitura saltou de R$ 300 milhões, em 2009, para R$ 1,4 bilhão, em 2010, e continuou crescendo nos anos seguintes: R$ 3,1 bilhões, em 2011, R$ 4,4 bilhões, em 2012, e R$ 5,2 bilhões, em 2013. O orçamento do município acompanhou essa progressão, subindo de R$ 10,4 bilhões, em 2009, para R$ 23,5 bilhões, em 2013. São números que fizeram com que o Rio recebesse grau de investimento das principais agências de classificação de risco do A CELEBRAÇÃO DOS 450 ANOS mundo. As finanças reequilibradas permitiram aplicar cada vez mais em RESGATA A MEMÓRIA DO RIO áreas prioritárias, como educação, saúde, transportes e habitação. E, AO MESMO TEMPO, APONTA Ao mesmo tempo, a Prefeitura do Rio vislumbrou nas parcerias UM CAMINHO PARA O FUTURO: público-privadas (PPPs) – prática adotada há décadas em diversos CONSTRUIR UMA CIDADE MAIS países, mas que era pouco empregada no Brasil – uma oportunidade INTEGRADA, COMPETITIVA de fazer deslanchar projetos há anos engavetados sem comprometer a INTERNACIONALMENTE E COM receita municipal. A lista é extensa, mas é importante destacar alguns SERVIÇOS PÚBLICOS deles para dar uma dimensão da importância da adoção desse modelo para a cidade. DE QUALIDADE 24_Edição 2015 26_Edição 290_jan/mar 275_mai/jun 2012 DIVULGAÇÃO/PORTO MARAVILHA DIVULGAÇÃO/RIOTUR/ALEXANDRE MACIEIRA Melhorias no Porto Maravilha incluem a implantação do VLT # Criação do Aterro Sanitário de Seropédica, que trata os resíduos de forma adequada, em substituição ao lixão de Gramacho, um passivo ambiental que degradava a Baía de Guanabara; # Concessão do serviço de esgotamento sanitário na Zona Oeste, que vai elevar de 4% para 90% o percentual de pessoas com acesso a tratamento de esgoto na região; # Parque Olímpico, principal equipamento para os Jogos Olímpicos de 2016; # Construção da Transolímpica, corredor expresso de BRT entre Deodoro e Barra da Tijuca, que vai beneficiar 150 mil passageiros; # Implantação do sistema de veículos leves sobre trilhos (VLTs) na região central da cidade; # Porto Maravilha (maior PPP do Brasil): revitalização de 5 milhões de metros quadrados da região portuária, área histórica que se encontrava degradada. Além de transformar em realidade iniciativas que contribuem para o desenvolvimento do Rio, as parcerias foram fundamentais para que a cidade voltasse a ter um ambiente favorável aos negócios. E mais do que isso: tornou-se um polo de atração para alguns dos setores mais dinâmicos da economia atual, como tecnologia, energia, digital, serviços financeiros e mídia. São investimentos que criam empregos, geram divisas e beneficiam todos os cariocas. Até 2016, outro ano emblemático, muitas obras hoje em andamento estarão concluídas e a qualidade de vida no Rio estará em outro patamar. No entanto, é preciso pensar em uma agenda pós-Jogos Olímpicos, com outros desafios pela frente. E esse planejamento deve incluir, necessariamente, a participação do setor privado. Cabe ao poder público continuar criando incentivos – seja por meio de concessões, da atração de novos negócios ou da retirada de entraves – para que a presença de empresas nacionais e estrangeiras na economia carioca seja cada vez maior. Este é um legado que poderá ser festejado nas comemorações dos 500 anos da cidade. Edição 290_Brazilian 287_Brazilian Business_25 DIVULGAÇÃO Tempo de festejar a história da cidade 26_Edição 290_jan/mar 2015 A Orquestra Petrobras Sinfônica está na programação oficial dos 450 anos Bernardo Guimarães [email protected] A Calendário comemorativo para os 450 anos do Rio promete engajar cariocas e turistas em atividades culturais de dança, arte e esporte festa dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro não caberá em apenas um dia. A celebração começou desde o primeiro segundo de 2015, no Réveillon de Copacabana, abrindo o calendário oficial das comemorações. Elaboradas pelo Comitê Rio450, as festividades têm mais de 200 eventos de arte, música e dança, que prometem agitar o circuito cultural da cidade e unir os cariocas, sejam eles da gema ou do coração. A programação segue a linha de cinco iniciativas-âncoras criadas pelo Comitê Rio450, entre elas o Passaporte dos Museus Cariocas, que oferecerá passe livre em mais de 40 museus da cidade, e os Jogos Rio 2016, no qual eventos-testes da Olimpíada do Rio farão com que os cariocas já entrem no clima das competições. Para a secretária executiva do comitê, Isabel Werneck, “as iniciativas-âncoras se estendem por mais tempo no calendário comemorativo e estão em total sintonia com o objetivo principal do trabalho do Comitê Rio450 e o calendário comemorativo, que é valorizar todo o arcabouço artístico-cultural carioca forjado nestes quatro séculos e meio de história”. A maior parte das comemorações será realizada em março, mês do aniversário. Entre as 60 atrações confirmadas estão o tradicional Bolo da Carioca, no Centro, e a Missa na Paróquia de São Sebastião dos Frades Capuchinhos, na Tijuca. As novidades serão as festas temáticas que durarão cinco fins de semana. Cidade Maravilhosa, Gentileza Gera Gentileza e o Minha Alma Canta são alguns dos eventos que irão aliar competições culturais e esportivas a ações de cidadania e solidariedade. > Edição 290 Brazilian Business_27 As crianças também não ficarão de fora das comemorações. Programas voltados ao público infantil terão o ponto alto em julho, justamente no mês das férias escolares. O Anima Mundi, maior festival de animação das Américas, será uma das principais atrações para os pequenos e está previsto para ocorrer na Fundição Progresso. Os visitantes poderão assistir a filmes e curtas premiados mundialmente, além de ter a oportunidade de colocar a mão na massa em oficinas gratuitas de técnicas de desenho e stop motion. Criar um calendário voltado ao povo do Rio era uma das principais ideias dos eventos. De acordo com o presidente do Comitê Rio450, Marcelo Calero, esse objetivo está sendo conquistado. “Nós tivemos duas preocupações básicas: que toda a cidade fosse coberta, ou seja, que as comemorações estivessem presentes por todo o Rio de Janeiro, e também que todos os cariocas se identificassem com elas. Acho que este é um grande legado que nós deixamos para os 450 anos: uma festa em que o carioca se veja realmente retratado”, conclui Calero.« DIVULGAÇÃO Outra novidade será a inauguração do Palácio Rio450, em Oswaldo Cruz. Com um projeto de R$ 3 milhões, o casarão servirá como terceira sede administrativa da Prefeitura, além do Palácio da Cidade, em Botafogo, e do Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova. No Carnaval, o início das festividades foi anunciado pelos logos do Rio450 personalizados de foliões espalhados pelas ruas da cidade. Além de algumas escolas de samba, blocos carnavalescos fizeram homenagens ao Rio. Na Banda de Ipanema, por exemplo, a comemoração foi dupla: o bloco completou meio século de existência neste Carnaval. Com o lema “Rio, logo existo", a bateria do bloco se juntou às vozes dos espectadores em um coro de marchinhas durante os três dias de desfiles agendados para esta temporada. Procissão de São Sebastião, padroeiro da cidade, mobilizou milhares de cariocas, em janeiro DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO A programação completa está disponível no site www.rio450anos.com.br/eventos MARÇO CORRIDA RIO 450 13/3 – Aterro do Flamengo A corrida comemorativa dos 450 anos terá largada na Urca e chegada próxima ao monumento Estácio de Sá. Os percursos serão de 10 km e 5 km. 28_Edição 290_jan/mar 2015 MÚSICA CLÁSSICA 20/3, 20h – Theatro Municipal A Orquestra Petrobras Sinfônica, sob a direção artística de Isaac Karabtchevsky, abre a série Djanira. ABRIL MAIO FOTORIO 2015 20/4 - Por todo o Rio Realização do seminário "Rio de Janeiro em três tempos - fotografia e memória carioca nos séculos XIX, XX e XXI". FESTIVAL INTERNACIONAL DE CIRCO – EDIÇÃO RIO 450 21/5 a 31/5 – Por todo o Rio O maior festival circense da América Latina terá uma edição especial para o aniversário do Rio de Janeiro, sendo realizado em diversas partes da cidade. Edição 290 Brazilian Business_29 FROM THE USA DIVULGAÇÃO/US CHAMBER The Economic Outlook of the United States Thomas J. Donohue_President and CEO, U.S. Chamber of Commerce T he state of American business is improving. Six long years after the recession technically ended, investing, hiring, and consumer spending are all firming up. The housing sector continues to recover in fits and starts. Entrepreneurship and good, old-fashioned ingenuity in our energy sector have created millions of new jobs, though the recent drop in energy prices may slow this sector over the next year. We’ve had a few good quarters of solid growth, surprising some of the experts. The economy should continue to improve moderately in 2015. The Chamber expects to see growth at 3% to 3.5% at least through the middle of the year. Interest rates, energy prices, and inflation should remain low for the time being. There’s no reason to think that another recession is lurking out there on the near-term horizon. But when you look beyond the near term, the outlook is less certain. Businesses are concerned about the health of their major customers overseas. China is slowing, Europe is floundering, and Japan may be sinking back into a recession. There is also the potential for disruption from a whole host of international conflicts. Closer to home, employers are being saddled with another new health care mandate, and they’re worried about what’s coming next. At the current rate, some 4,000 new regulations will pour out of the regulatory pipeline this year. The new Congress faces a series of government funding and debt limit deadlines this year. We hope that lawmakers and the administration will act responsibly and not add to uncertainty. And everyone wonders when the Federal Reserve is going to raise interest rates. When the time inevitably comes, how will the markets react? Adding to these uncertainties are all the questions about cybersecurity. What happened to Sony can happen to any business, organization, government agency, or media outlet. 30_Edição 290_jan/mar 2015 Government and the private sector must work together on this challenge, and we are calling on the new Congress to pass a cybersecurity information-sharing bill without delay. Based on recent economic reports, it’s understandable that the administration, the business community, and even the Chamber may want to take a victory lap. Not so fast. There’s a lot more to do. We can’t forget that 17.7 million Americans are still unemployed, underemployed, or have given up looking for work. Participation in the workforce stands at 62.7%, the lowest since 1978, reflecting a significant level of discouragement. Current policies have eroded our economy’s long-term potential rate of growth. It would be a serious mistake to think that higher taxes, a bigger debt, and more regulations can deliver more growth, jobs, and prosperity. They will deliver less. The American people understand this, which is why last November they clearly rejected the economic course we are on. They voted for a new direction—one that puts jobs and growth first and demands competence and leadership from government. The Chamber played a significant role in the midterm elections. We have since been meeting with leaders on Capitol Hill as well as with the administration. We are urging them all to become part of what we call a governing center—to solve problems and get things done. A governing center suggests you can be a committed conservative, a passionate progressive, or even one of a shrinking number of moderates and still work together. Sometimes you can find common ground. But more often than not you acknowledge your differences and just make a deal. That’s how governing is supposed to work in a democracy. We’ve had divided government many times in the past and lawmakers still got things done. Why not now? There are some things we can do right now to accelerate growth, secure our recovery, and create jobs. The first is trade. Ninety-five percent of the people we want to sell something to live outside of the United States—and we now have some great opportunities to open markets and increase American exports. The administration is negotiating two historic trade agreements—the TransPacific Partnership Agreement and the Transatlantic Trade and Investment Partnership. The Chamber has supported these initiatives from the start. The president has said that he is committed to finishing the job on both pacts— and we congratulate him for that—but he’s going to need Trade Promotion Authority to do it. He must really fight for it, especially before members of his own party. Enacting TPA so that we can finish these agreements is one of our top legislative priorities for this year. We’ll work on successfully implementing the WTO’s Trade Facilitation Agreement, modernizing our own borders with customs reform, and extending the charter of the Ex-Im Bank. Our Global Intellectual Property Center will support efforts to improve intellectual property protections here and around the globe. We will work to improve our own rules on trade secrets while advancing IP protections in China, India, and in pending trade agreements. Infrastructure is another big growth opportunity. We’re asking Congress to pass a long-term highway and mass transit bill with full funding—along with appropriate reforms. We must fully fund our aviation and water systems as well. The Chamber plans to make a strong case to Congress, the White House, and the American people in 2015. Inglês Online com a qualidade Ibeu Curso totalmente a distância, onde o aluno dita o seu ritmo. Quatro módulos independentes, do iniciante ao avançado, com certificação ao final de cada módulo. Aulas de conversação online em pequenos grupos. Opções para atender a demandas específicas de sua empresa. Promoção exclusiva para associados da AMCHAM: Matricule-se agora e ganhe 10% de Desconto Envie um email para [email protected] ou ligue para 0800 020 9465 e garanta seu voucher. CONEXÃO GLOBAL U.S. Welcome Pavilion divulgará a cultura americana no Rio em 2016 Maxine Turner, criadora do projeto que prevê um centro de recepção americano nos Jogos Olímpicos de 2016, espera fomentar novos negócios Bernardo Guimarães P [email protected] romover a cultura americana e fomentar novos negócios são alguns dos objetivos do U.S. Welcome Pavilion, um centro de recepções de capital privado com 13 mil metros quadrados que será construído no Jockey Club do Rio durante os Jogos Olímpicos de 2016. Ainda em processo de captação de verbas, o pavilhão tem previsão de atrair 10 mil visitantes por dia. Eles terão acesso a atividades interativas nos estandes de empresas e de Estados expositores, além de serviços como lojas e praças gastronômicas. A responsável pelo projeto é a americana Maxine Turner, que destacou, em entrevista à Brazilian Business, os diferenciais do pavilhão e de suas expectativas acerca da iniciativa. Ela ainda falou sobre o papel das mulheres no mundo dos negócios. BB: Quais serão os destaques do pavilhão? MT: Teremos a oportunidade de fazer com que nosso país in- tegre os jogos sem cobrar entrada aos visitantes. Nossas atividades educacionais e culturais vão interagir com os visitantes por meio de displays de patrocinadores e estados americanos participantes. Teremos lojas como a Made in America, com produtos genuinamente americanos, e a Kids Korner, com mercadorias criadas por jovens empreendedores. O estoque será baixo de propósito: os visitantes poderão comprar online e ter os produtos entregues diretamente a eles. No American Grill, cozinhas regionais dos Estados Unidos irão proporcionar uma experiência gastronômica com alimentos frescos e saudáveis. Como a música e a dança estão na alma do Brasil, nós estamos coordenando encontros entre grupos de jazz e blues dos Estados Unidos com grupos do Brasil. Nada será mais excitante do que presenciar o Carnaval brasileiro com o estilo de New Orleans. Também teremos atividades específicas para crianças em artes, música, dança e teatro. Brazilian Business: De onde surgiu a ideia de criar o U.S. Welcome Pavilion? Maxine Turner: A nossa empresa de bufê e eventos, a Cuisine Unlimited, sediada em Salt Lake City, Utah (EUA), está há muitos anos envolvida em competições internacionais. Durante esse tempo, nós tivemos a oportunidade de visitar diferentes centros de recepção pelo mundo. Essas “casas internacionais” eram divertidas, dinâmicas e educacionais. Nós aprendemos muito com cada país, seu povo, e, como resultado, construímos relações duradouras de amizade. Mas o que me chamava a atenção era ver que os Estados Unidos não faziam parte dessas experiências, não tendo a presença desses centros abertos ao público em competições como a Olimpíada e a Copa do Mundo. Para contornar essa situação, nós criamos o U.S. Welcome Pavilion, sob a direção da U.S. Welcome Foundation, uma organização sem fins lucrativos. que será usada para promover o desenvolvimento econômico, construir oportunidades de negócios e divulgar destinos turísticos americanos, transmitindo a boa vontade do povo americano com o espírito olímpico. Resumindo, nós queremos que nosso país mostre seu comprometimento em ser parte de uma comunidade global fornecendo um caloroso e acolhedor centro de recepção. 32_Edição 290_jan/fev 2015 BERNARDO GUIMARÃES BB: Será um espaço para divulgar o lado cultural e as oportunidades de negócio dos EUA? MT: Nós desenvolvemos uma forte base cultural e educacional, Maxime apresentou projeto a empresários do Rio em 2014 DIVULGAÇÃO BB: Quais são as suas expectativas com o U.S. Welcome Pavilion? MT: Para garantir que o pavilhão seja um grande sucesso, o projeto está sendo produzido e gerenciado por alguns dos mais talentosos profissionais de eventos dos Estados Unidos em colaboração com pessoas no Rio. Cada um dos nossos fornecedores na cidade estará trabalhando lado a lado com uma empresa americana, formando laços de amizade bem antes de a festa acontecer. Esperamos receber 10 mil visitantes por dia no pavilhão. Nosso objetivo será o de fazer uma exposição proeminente dos patrocinadores e estados participantes, promovendo produtos e serviços de um jeito genuinamente americano. Minha maior honra será estar atrás da faixa inaugural do primeiro U.S. Welcome Pavilion e deixar como legado ao povo do Rio um “obrigado” por ter nos permitido celebrar essa festa com todos. BB: Qual o perfil de patrocinadores que você almeja alcançar? MT: O pavilhão não irá acontecer se não tiver patrocínio. Não almejamos apenas alcançar os tomadores de decisões da empresa, mas também a palavra “sim”! As empresas podem escolher cotas diferentes, como a Ouro, Prata e Bronze, que fornecem pacotes de 17 dias com grandes benefícios. Também temos pacotes especiais e flexíveis para as empresas de diversos ramos que planejam expor por um período de tempo menor. Nós já tivemos reuniões animadoras com grandes corporações americanas. Embora eu ainda não possa compartilhar os nomes com você, posso garantir que essas empresas têm presença internacional e uma grande visibilidade de branding. Estrutura temporária será erguida para o evento no Jockey Club do Rio “NÓS QUEREMOS QUE OS ESTADOS UNIDOS MOSTREM SEU COMPROMETIMENTO EM SER PARTE DE UMA COMUNIDADE GLOBAL FORNECENDO UM CALOROSO E ACOLHEDOR CENTRO DE RECEPÇÃO” BB: Em 2014, você recebeu alguns prêmios como o U.S. Chamber of Commerce Top 100 Small Business of 2014 e o de Empresária do Ano pela Organização de Mulheres do Mercado Internacional de Utah. Em sua opinião, quais são os desafios que as mulheres ainda enfrentam no mercado internacional? MT: Eu estou no mercado há mais de 35 anos. Presenciei diversas mudanças e acompanhei o crescimento dos movimentos a favor dos direitos das mulheres. Embora nós tenhamos feito um grande progresso, ainda há muito que fazer aqui nos Estados Unidos e, certamente, no mundo inteiro. Os direitos das mulheres, a igualdade de gêneros, as oportunidades de estudo e as posições de liderança parecem ser as maiores preocupações encontradas pelas mulheres no mercado. Mesmo vendo mulheres rompendo barreiras pelo mundo, ainda não há muita presença delas em papéis de liderança. Na minha própria comunidade em Utah, nós estamos tomando medidas diretas para aumentar as oportunidades às mulheres, por meio de educação, treinamentos de liderança e networking. Mulheres que ocupam cargos de liderança precisam ser porta-vozes para as outras que almejam chegar lá. Edição 290_Brazilian Business_33 ESPÍRITO SANTO Ano de crescimento para a indústria capixaba m 2015, a economia capixaba deverá registrar crescimento do Produto Interno Bruto acima da média nacional. Esta é a conclusão dos especialistas que assinam o estudo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). O trabalho foi apresentado, no dia 20 de janeiro, pelo presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra. Depois de sofrer recuo de -1% em 2013, o PIB capixaba fechou o ano de 2014 com avanço de 3%, bem acima do PIB nacional (0,1%). Para 2015, a retomada lenta da economia brasileira deve elevar o índice a 0,5%, enquanto o Espírito Santo avançará 3,5% no PIB, segundo estimativa do Ideies. Considerando a média dos últimos cinco anos, o Estado cresceu 4,5%, contra 2,7% do País. Influenciada pelo bom desempenho da indústria extrativa – que registrou acréscimo de 11,9% em 2014 – a produção física da indústria capixaba chegou aos 5% de crescimento, enquanto a indústria nacional sofreu queda de -3% no ano passado, segundo projeção do Ideies. Nos últimos cinco anos, o setor produtivo capixaba cresceu 3,5%, acima da média da indústria nacional (1,4%). “Acreditamos que nossa indústria continuará crescendo e dando sinais de que o Espírito Santo vive uma janela de oportunidades para o desenvolvimento. É preciso lembrar, porém, que a indústria tradicional vive um momento de grandes desafios no Estado. Nossa perspectiva é otimista, mas com o pé no chão, principalmente porque este será um ano de ajustes. A consolidação dos novos investimentos e a diversificação da indústria é que devem gerar melhorias e novas oportunidades para a economia capixaba”, afirmou Marcos Guerra. C M Y CM MY CY CMY DIVULGAÇÃO E Sistema Findes divulga o estudo do Ideies, que prevê desempenho capixaba acima da média nacional Marcos Guerra anuncia estudo que prevê ano robusto para a indústria do Espírito Santo “HOJE, AS INDÚSTRIAS NÃO BUSCAM APENAS INCENTIVOS FISCAIS, MAS TAMBÉM MÃO DE OBRA QUALIFICADA, PORQUE NÃO HÁ PROCESSO INOVADOR QUE SE SUSTENTE SEM BONS PROFISSIONAIS”. MARCOS GUERRA, PRESIDENTE DO SISTEMA FINDES 34_Edição 290_jan/mar 2015 O levantamento realizado pelo Ideies aponta que, até 2017, mais de R$ 21 bilhões em investimentos privados serão concretizados no Espírito Santo, gerando cerca de 22 mil postos de trabalho para construção e 11 mil para a operação das novas indústrias. Destacam-se as obras previstas para Aracruz, Fundão, Itapemirim, Linhares, Presidente Kennedy, São Mateus e Serra. No mesmo dia do lançamento do estudo, Guerra também anunciou a ampliação do Plano de Investimentos do Sistema Findes. Até 2017, R$ 200 milhões serão aplicados, dos quais, 82% estão destinados à educação. “Hoje, as indústrias não buscam apenas incentivos fiscais, mas também mão de obra qualificada, porque não há processo inovador que se sustente sem bons profissionais. Muitas dessas novas indústrias procuram o Sistema Findes e demandam nossos serviços. Investir em educação é investir na competitividade da indústria capixaba”, defendeu. O plano de investimentos também prevê a construção de novas unidades e a ampliação das já existentes: as obras em andamento por todo o Estado totalizam R$ 51,5 milhões. Em Anchieta e Cachoeiro de Itapemirim, estão sendo construídos novos centros integrados, enquanto os municípios de Aracruz, Serra, Vila Velha, Colatina e Linhares recebem diversas melhorias nas estruturas de educação, cultura, esporte e lazer disponíveis. K Mais do que um simples cartório, uma solução. Ofício de Notas Tabeliã Fernanda de Freitas Leitão ABNT NBR ISO 9001:2008 ABNT NBR ISO 14001:2004 ABNT NBR 15906:2010 Serviços Oferecidos: Abertura de firmas - Autenticação de cópias - Autorização de viagem para menores Ata notarial - Certidões - Certificação digital - Comunicação online de venda de veículos - Divórcio extrajudicial - Emancipação - Escritura declaratória para cremação, para doação de órgãos entre outras - Escrituras relativas a imóveis - Inventário extrajudicial - Pacto antenupcial - Procuração e Revogação - Reconhecimento de filho Reconhecimento de firma - Testamento e Planejamento Sucessório - Testamento Vital/Escritura de Diretiva Antecipada de Vontade - União estável Michelle Novaes - [email protected] baixe o app do 15º no celular www.cartorio15.com.br [email protected] /cartorio15 Matriz: Rua do Ouvidor, 89 - Rio de Janeiro - telefones: (21) 3233 2600 / (21) 3852 8989 Sucursal: Av. das Américas, 500, bl. 11, lj. 106 - Rio de Janeiro - telefone:(21) 3154 7161 OPINIÃO REGINA CHRISTOPHE FENDT SUPERINTENDENTE DE OPERAÇÕES DO IBEU A responsabilidade social das empresas O conceito de responsabilidade social é controverso. Para algumas empresas, pode ser simplesmente o cumprimento da lei e dos padrões éticos vigentes. Ou pode ser qualquer prática voluntária que contribua para uma sociedade mais justa. Para outras, designa um processo contínuo de melhoria do relacionamento com os stakeholders, gerando valor agregado cada vez maior. Por vezes o conceito se confunde com ações de sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Algumas empresas promovem parcerias com ONGs, investem em patrocínios esportivos ou subsidiam atividades na área cultural. A realidade é que, cada vez mais, as organizações entendem o conceito como estratégico, pois o fato de adotar compromissos sociais com a coletividade pode ser um diferencial competitivo e um indicador de rentabilidade no longo prazo. De fato, o conceito de responsabilidade social não deve se ater ao viés assistencialista, já que visa também o crescimento sustentável da empresa. No entanto, deve ir além dos interesses primários da organização e dos ditames legais, buscando proporcionar algum bem social, um impacto positivo sobre o ambiente e seus consumidores, empregados, investidores e a comunidade em que está inserida. Para o Instituto Brasil-Estados Unidos – Ibeu, a responsabilidade social não está restrita à postura ética e ao cumprimento da lei. A responsabilidade social do instituto é com a comunidade a que serve. Afinal, sua razão de existir é transformar vidas por intermédio do ensino de idiomas. No mundo globalizado em que vivemos, expressar-se em inglês é uma necessidade. Entretanto, não nos limitamos a ensinar a língua a nossos alunos, proporcionamos, não somente a eles, mas também à comunidade como um todo, uma agenda cultural envolvendo música e artes visuais. ADOTAR COMPROMISSOS SOCIAIS COM A COLETIVIDADE PODE SER UM DIFERENCIAL COMPETITIVO E UM INDICADOR DE RENTABILIDADE NO LONGO PRAZO 36_Edição 2015 26_Edição 290_jan/mar 275_mai/jun 2012 Há mais de 50 anos, mantemos uma galeria de arte de acesso gratuito. São trabalhos de pintura, escultura, desenho, gravura, fotografia, vídeo e instalação. A biblioteca do Ibeu aberta ao público oferece mais de 20 mil itens, entre livros, audiobooks, dicionários, DVDs, jornais e revistas. O Programa Ibeu Faz Bem está alinhado com os valores presentes na instituição e engloba vários projetos. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, levamos gratuitamente a 2 mil alunos o mesmo conhecimento de inglês oferecido nas nossas filiais. Os professores do Ibeu vão a comunidades pacificadas. No escopo desse projeto, há também um componente de empregabilidade. Esses programas têm forte impacto social e são desenvolvidos em parceria com o consulado americano e com a iniciativa privada. Entre os locais já atendidos estão Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, Providência, Rocinha, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Manguinhos. Além disso, ensinamos inglês a jovens carentes nas nossas filiais pelo programa Access, promovido pela embaixada americana. Nós nos engajamos nessas atividades com dedicação e entusiasmo, por acreditar que devemos transformar a vida do máximo de pessoas que podemos alcançar. Quando ouvimos de um aluno: “When I started I didn’t know anything (only ‘what’s your name?’). Now I understand many things in English”, percebemos que estamos realmente ajudando a promover a inclusão e a ascensão social. Temos orgulho de continuar levando adiante, depois de 78 anos, a missão que nos foi confiada pelos fundadores do Ibeu. Conta-se que no tempo em que os bichos falavam, um colibri ia e vinha, levando em cada viagem uma gota d’água no bico para apagar um incêndio na floresta. Vendo isso, os outros bichos questionaram: “Você acha que pode apagar o incêndio com uma gota d’água?”. E o colibri respondeu: “Claro que não; estou fazendo apenas a minha parte”. No Ibeu não pretendemos mudar o mundo, mas estamos fazendo a nossa parte. PERFIL Harris investe em produção local e busca parcerias Companhia avalia oportunidades para adquirir empresas que permitam o acesso a novos mercados e complementem o portfólio local I Reinaldo Rezende_ presidente da Harris do Brasil. nstalada no Brasil há 30 anos, a gigante norte-americana Harris Corporation assumiu o compromisso de expandir sua presença no mercado brasileiro. O País se tornou uma das prioridades estratégicas da empresa, cuja atividade principal é a comunicação crítica. Com esse objetivo, a Harris do Brasil ampliou e consolidou as operações e se estruturou para alavancar o crescimento. Para expandir os negócios, a companhia busca oportunidades em mercados adjacentes, em que a comunicação crítica seja uma necessidade. Por isso, busca parcerias locais com as quais possa oferecer soluções integradas a novos mercados, ampliando a carteira de clientes e o portfólio. Dentro desse modelo, a empresa vem promovendo uma série de iniciativas, como a transferência de tecnologia e o aumento do conteúdo local. As duas atividades já podem ser observadas com a produção de rádios da Harris no Paraná. “Estamos buscando oportunidades de desenvolvimento de tecnologia e produção de equipamentos no País”, afirma Reinaldo Rezende, presidente da Harris do Brasil. Para promover um crescimento acelerado no Brasil e conquistar esses mercados adjacentes, a companhia também está avaliando oportunidades para adquirir empresas que permitam o acesso a novos mercados. Dessa forma, poderá complementar o portfólio local, buscando uma diferenciação de mercado. “ESTAMOS BUSCANDO OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA E PRODUÇÃO DE EQUIPAMENTOS NO PAÍS”, REINALDO REZENDE, PRESIDENTE DA HARRIS DO BRASIL. 38_Edição 290_jan/mar 2015 Paralelamente, a Harris investe na construção de uma rede de distribuição para seus produtos, visando atingir os principais focos. Eles estão centrados no programa de defesa do governo brasileiro, a área de segurança pública, comunicação crítica no mercado de óleo e gás, além de projetos ligados à Aeronáutica, tais como torres de controle e projetos de comunicação – em geral, tanto para aeroportos de grande e médio porte, quanto para aeroportos regionais. Entre os segmentos de atividade da empresa se destacam a área militar, em que a Harris desenvolve negócios com as três forças (Marinha, Exército e Aeronáutica) e a polícia federal; segurança pública, na qual a empresa atende as secretarias de segurança dos Estados e as polícias militar e civil; e energia, com a maioria dos fornecedores da cadeia de petróleo e gás do Brasil como clientes. Em 2012, a multinacional nomeou o primeiro presidente para a operação brasileira. Ao assumir o cargo, Reinaldo Rezende, que possui 30 anos de experiência no comando de grandes empresas, passou a comandar as três unidades de negócios da empresa, que até então atuavam de forma independente no País. Com essa mudança vieram muitas outras e mais investimentos. O quadro de funcionários da empresa no Brasil teve um aumento de 20% e a equipe do Rio de Janeiro ganhou um novo escritório, no qual as três divisões atuam no mesmo ambiente. Segundo Rezende, a sinergia das três divisões trabalhando lado a lado é muito importante e impacta positivamente os negócios e a entrega de resultados para os clientes. Em Macaé, os dois teleportos da Harris estão sendo consolidados. A infraestrutura modernizada aumenta capacidade e eficiência. Além disso, foi instalado no Brasil um centro de suporte aos clientes locais que funciona 24 horas por dia e oferece acompanhamento em português. Antes, os clientes brasileiros precisavam reportar suas questões ao centro de atendimento de Houston. Recentemente, a Harris assinou com o governo do Paraná um convênio para produção local de rádios desenvolvidos com tecnologias de missão crítica adequados ao uso em segurança pública, por meio de duas unidades industriais localizadas em Curitiba e Pato Branco. Para viabilizar a operação, foram criados mais de cem postos de trabalho diretos e indiretos. Globalmente, a Harris tem um faturamento de US$ 5 bilhões, opera em 125 países e tem cerca de 14 mil funcionários. No Brasil, tem unidades em Brasília, em São Paulo, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Macaé. « FOTOS DIVULGAÇÃO Produzir equipamentos para comunicação crítica, para uso em plataformas de petróleo, por exemplo, é o foco de atuação da Harris Edição 290 Brazilian Business_39 NEWS Comitês da AmCham Rio definem temas prioritários para 2015 Trabalho de líderes empresariais e especialistas é orientado por planos de negócios, com temas, metas e cronograma Cláudio Motta [email protected] L íderes empresariais e especialistas das empresas associadas à Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), que representa 300 companhias e cerca de 70% do PIB fluminense, têm um importante fórum para troca de informações e de experiências: os comitês. A principal atividade dos comitês e subcomitês temáticos e setoriais é desenhar estratégias e ações que defendam os interesses dos associados e da sociedade. No total, são 11 comitês e dois subcomitês. Em 2015, o trabalho será orientado por business plans, que definem temas prioritários, metas, cronograma, eventos, projetos e outras iniciativas programadas para serem realizadas pelos comitês. A estratégia prevê ações com foco em advocacy, networking e relações bilaterais do Brasil com os Estados Unidos, além de fomentar novos negócios e parcerias institucionais. Os membros dos comitês se reúnem periodicamente. Além da liderança estratégica de um presidente e um vice, os comitês têm o suporte do staff da AmCham Rio para planejar e realizar eventos, debates, mesas-redondas, cursos, networking qualificado, projetos especiais e positions papers. O conteúdo gerado dentro desses fóruns municia a AmCham Rio nas ações voltadas para governos, empresas, academia, imprensa e organizações parceiras no Brasil e no mundo, especialmente para a U.S. Chamber of Commerce e Aaccla (Associação de Câmaras de Comércio Americanas da América Latina). 40_Edição 290_jan/mar 2015 CONHEÇA TEMAS PRIORITÁRIOS DEFINIDOS PELOS COMITÊS: Comitê de Assuntos Jurídicos • Práticas de compliance e responsabilidade do administrador; • Racionalização tributária; • Entraves na regulação de eventos de grande porte; • Desburocratização da atividade econômica no Rio; • Dificuldades para o desenvolvimento do interior do Estado do Rio de Janeiro. Subcomitê de Propriedade Intelectual • Pirataria e o ambush marketing (Olimpíada); • Análise do novo regulamento de patentes de medicamentos; • Transferência de tecnologia e inovação no cenário brasileiro; • Acompanhamento do Marco Civil da Internet; • Acompanhamento do anteprojeto da lei de direito autoral. Subcomitê de Tax Friday (Tributário) • A responsabilidade tributária e criminal dos administradores por dívidas da empresa; • O impacto fiscal do ágio na aquisição de empresas – business combinations; • Incentivos fiscais de ICMS sem amparo no Confaz – a posição do Estado do Rio de Janeiro; • Tributação sobre remessas internacionais. Comitê de Marketing • A influência da internet nas estratégias de negócio e de marketing e comunicação das empresas; • Métricas de marketing; • Engajamento e reputação; • Estratégias de marketing para o mercado b2b; • Intranet social e rede de colaboração; • Planejamento estratégico de ações corporativas e seus indicadores. Comitê de Recursos Humanos • Diferentes estágios de maturidade organizacional das empresas e dos RHs; • FIB: retenção, compensação, qualidade de vida; • O planejamento de RH alinhado ao planejamento estratégico das empresas. Comitê de Energia • Gás convencional (questões que envolvem produção e distribuição); • Racionalização do licenciamento ambiental; • Diversificação da matriz energética: desenvolvimento de renováveis e alternativas, assim como do smart grid; • Segmento de O&G: previsibilidade das rodadas de licitação, potenciais ajustes na política de conteúdo local. Comitê de Meio Ambiente • Responsabilidade ambiental criminal; • Licenciamento ambiental; • Energias renováveis e redução de impactos ambientais; • Responsabilidade socioambiental das instituições financeiras. Comitê de Responsabilidade Social Empresarial • Impactos de grandes projetos em que as empresas atuam; • Geração de negócios e oportunidades de investimento a partir da responsabilidade social; • Retenção de talentos por meio de ações de responsabilidade social; • Marketing e sustentabilidade. ALÉM DA LIDERANÇA ESTRATÉGICA DE UM PRESIDENTE E UM VICE, OS COMITÊS TÊM O SUPORTE DO STAFF DA AMCHAM RIO PARA PLANEJAR E REALIZAR EVENTOS Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura • Mercado audiovisual; • Leis de incentivo; • Consolidação do turismo no Estado do Rio de Janeiro. Comitê de Saúde • Preparação do setor de saúde da cidade do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016; • Fórum entre as academias de medicina dos Estados Unidos e do Brasil; • A saúde no mundo corporativo. Edição 290_Brazilian Business_41 NEWS Líderes empresariais do Brasil e dos EUA criam grupo pelo fim do visto de viagem O Brazil-U.S. Business Council anunciou a coalizão, da qual a AmCham Rio faz parte, para defender a entrada do País no Global Entry e no Visa Waiver Program Bernardo Guimarães [email protected] “NÃO PODEMOS TER LONGAS FILAS DE VISTOS, TAXAS E FORMULÁRIOS QUE DESENCORAJEM OS TURISTAS A VIAJAR AOS ESTADOS UNIDOS”, JOHN FEINBLATT, PRESIDENTE DA PARTNERSHIP FOR A NEW AMERICAN ECONOMY 42_Edição 290_jan/mar 2015 DIVULGAÇÃO/US CUSTOM AND BORDER/JOSH DENMARK F acilitar a entrada de brasileiros nos Estados Unidos, eliminando a necessidade de vistos de negócios e de turismo, e melhorar o ambiente de negócios. Essas são as metas do grupo Brazil-U.S. Visa Free Coalition, que atuará defendendo a inclusão do Brasil no Global Entry e no Visa Waiver Program. A coalizão foi anunciada, no dia 24 de janeiro, pelo Brazil-U.S. Business Council (BUSBC), organização empresarial administrada pela U.S. Chamber of Commerce, em Washington. A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) faz parte do grupo e defende essa e outras medidas que melhorem o comércio bilateral. “Os programas Visa Waiver e Global Entry consistem em ferramentas altamente estratégicas, que trarão benefícios diretos para a economia”, ressalta Rafael Lourenço, diretor-superintendente da AmCham Rio. O Global Entry mantém a exigência do visto, mas agilizaria o processo de entrada nos EUA. O programa beneficiaria um grupo de executivos brasileiros e americanos e contribuiria para melhorar o ambiente de negócios entre ambos os países. Mercado é o que não falta. Segundo o Ranking das Multinacionais Brasileiras de 2014, elaborado pela Fundação Dom Cabral, o crescimento do índice médio de internacionalização das multinacionais brasileiras ficou em 22,9%, em 2013. A América do Norte é um dos principais destinos desses empresários, representando 66,7% das operações concentradas fora do Brasil. Já o Visa Waiver Program acabaria com a necessidade do visto. O Chile, por exemplo, faz parte do grupo de países inseridos no programa americano. De acordo com o último relatório da organização americana Partnership for a New American Economy, publicado em 2014, a participação dos brasileiros geraria aos Estados Unidos US$ 5,57 bilhões (aproximadamente, R$ 15 bilhões) em receitas derivadas do turismo entre 2015 e 2019. A inclusão do Brasil no programa faria com que o número de turistas brasileiros nos EUA subisse para 14,3 milhões, fluxo que criaria 36.766 novos empregos relacionados a atividades turísticas. Equipamento do Global Entry em operação no aeroporto internacional de Newark Para o presidente da Partnership for a New American Economy, John Feinblatt, é preciso desburocratizar o sistema de vistos para atrair novos turistas. “A competição por dólares de turismo é dura, assim como as opções de pontos turísticos pelo mundo. Não podemos ter longas filas de vistos, taxas e formulários que desencorajem os turistas a viajar aos Estados Unidos. É hora de sermos espertos e de usarmos nossas leis para aumentar a presença no mercado de turismo internacional”, disse Feinblatt, em comunicado publicado no site da organização. Para a diretora executiva do BUSBC, Cássia Carvalho, esses acordos são uma oportunidade de fortalecer as relações bilaterais entre os dois países. “Facilitar o aumento das viagens entre o Brasil e os Estados Unidos por meio do Global Entry e do Visa Waiver Program seria uma conquista importante. Americanos e brasileiros poderão se beneficiar com o aumento dos acordos comerciais, da criação de empregos, da inovação e da troca de tecnologias”, afirmou Cássia na cerimônia de lançamento da coalizão. A possível entrada do Brasil nesses programas seria uma das pautas da agenda da presidente Dilma Rousseff durante visita oficial aos EUA em 2013, mas a viagem foi cancelada após o vazamento de documentos da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês). Desde então, as negociações sobre os acordos estão caminhando mais lentamente.« Gerencie o Imposto de Renda dos seus executivos com segurança e tranquilidade. Conte com a DPC. Manage the Income Tax of your executives with security and peace of mind. Count on DPC. São Paulo Rio de Janeiro Av. Rio Branco, 311, 4º e 10º andares Rua do Paraíso 45, 4º andar Paraíso - São Paulo - SP Centro - Rio de Janeiro - RJ CEP: 04103-000 CEP:20040-903 Tel: 55 (11) 3330-3330 Tel: 55 (21) 3231-3700 www.dpc.com.br Macaé Rua Teixeira de Gouveia, 989/sala 302 Centro - Macaé - Rio de Janeiro CEP: 27910-110 Tel: 55 (22) 2773-3318 [email protected] NEWS Receita para enfrentar o leão sem dor de cabeça AmCham Rio e DPC realizam um curso de declaração de IRPF com o especialista Augusto Andrade Cláudio Motta [email protected] U m pequeno erro de digitação pode ser a causa de uma tremenda dor de cabeça: a malha fina da Receita Federal. Como mais vale prevenir do que remediar, Augusto Andrade, bacharel em direito pela UFRJ e sócio na Domingues e Pinho Contadores (DPC), ministrou, no dia 3 de março, o curso Declaração de IRPF. A atividade foi uma parceria entre a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e a DPC. Aproveitando a experiência de 13 anos de Andrade em assuntos relacionados ao imposto de renda de pessoas físicas, a Brazilian Business fez uma entrevista exclusiva com ele. Especializado em tributação internacional, Andrade tem entre os principais clientes executivos brasileiros e estrangeiros de grandes empresas situadas no Brasil. Brazilian Business: Ficou mais difícil preencher o imposto de renda? Augusto Andrade: Eu não diria que está mais difícil, mas o con- tribuinte precisa estar cada dia mais atento no preenchimento da Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física (DIRPF). A Receita Federal do Brasil (RFB) vem, ao longo dos anos, aperfeiçoando a forma de fiscalização sobre os contribuintes, investindo em um cruzamento de dados mais intenso e abrangente. Dessa forma, a RFB consegue, eletronicamente, identificar divergência de informações prestadas nas DIRPF e autuar com mais frequência e vigor as pessoas físicas envolvidas. BB: Quais são os equívocos mais comuns? É fundamental não enviar o IR na última hora (o último segundo do dia 30 de abril)? Andrade: O envio do IR na última hora pode ser prejudicial para os contribuintes que precisam receber a restituição de IR com mais celeridade. A RFB processa as DIRPFs por ordem de entrega, priorizando os contribuintes portadores de moléstia grave e acima de 65 anos. Além disso, o envio na última hora pode ser complicado em virtude do grande número de DIRPFs entregues nos últimos dias do prazo. Geralmente, ocorrem falhas na entrega das DIRPFs nos últimos dias, o que obriga o contribuinte a repetir os procedimentos para envio das DIRPFs diversas vezes até obter sucesso na transmissão de dados. 44_Edição 290_jan/mar 2014 Os erros mais comuns estão ligados à digitação, que ocasionam a divergência de informações entre o que consta na DIRPF e o que as empresas reportaram para a RFB por meio das DIRFs, DMEDs, DIMOBs etc. Em virtude dos cruzamentos eletrônicos de dados, esses erros levam a maioria dos contribuintes para a malha fina. Geralmente, são erros de fácil correção, mas atrasam o pagamento da restituição de IR daquele contribuinte. Outros erros bastante comuns são: •Omissão de rendimentos – a maioria dos contribuintes omite os rendimentos de aluguel ou aposentadoria, principalmente quando estão no nome de dependentes; •Dedução indevida de despesas – contribuintes que majoram as despesas a fim de minimizar o imposto devido na DIRPF, ou mesmo aumentar o valor das restituições. Com o aperfeiçoamento dos controles, está cada dia mais difícil pleitear a dedução indevida de despesas; •Confundir PGBL e VGBL – a diferença entre os planos de previdência privada PGBL e VGBL é que os aportes feitos pelo contribuinte no plano PGBL são dedutíveis do IR anual até o limite de 12% do rendimento tributável anual. Tais contribuições devem ser reportadas no campo de “Pagamentos efetuados” da DIRPF e serão levadas em consideração como uma despesa dedutível no momento do cálculo do imposto anual devido. Os planos VGBL não são dedutíveis de IR e constituem uma espécie de poupança para o contribuinte. O saldo acumulado nos planos VGBL (contribuições e rendimentos) deve ser reportado na lista de “Bens e direitos”; •Atualizar valor dos bens – os bens móveis e imóveis devem ser lançados na DIRPF pelo custo de aquisição. O valor de um imóvel, por exemplo, só deve ser incrementado pelo contribuinte em caso de benfeitorias e reformas realizadas, desde que comprovadas com documentação idônea; •Imóveis adquiridos por financiamento – o contribuinte deve reportar os valores efetivamente pagos até 31 de dezembro do ano-calendário da DIRPF. O contribuinte deve lançar os valores incorridos com sinal, intermediárias e parcelas mensais pagas. Nesse caso, o saldo devedor do financiamento não precisa ser reportado no quadro de “Dívidas e ônus reais”. BB: Como evitar a malha fina? Andrade: A melhor forma de evitar a malha fina é revisar os da- dos reportados na DIRPF antes de transmitir a declaração. Além disso, cuidar para que todos os rendimentos e as despesas declarados estejam suportados por documentação idônea, que possa ser apresentada aos fiscais da RFB nos procedimentos iniciais de fiscalização. Por exemplo, fazer as Solicitações de Antecipação de Malha, em que o contribuinte identifica pelo site da RFB uma divergência apontada pela autoridade fiscal e solicita um atendimento antecipado no Centro de Atendimento ao Contribuinte mais próximo do domicílio a fim de comprovar os dados declarados e liberar o processamento da DIRPF.« Los Angeles foi a cidadesede da conferência anual da Aaccla Conferência da Aaccla discute agenda estratégica para América Latina e Caribe Executivos de 24 Câmaras de Comércio Americanas se reuniram em Los Angeles (EUA) para debater o impacto do atual cenário político e econômico nas relações comerciais e nos investimentos na região Bernardo Guimarães [email protected] PEDRO KIRILOS A Diretorsuperintendente da AmCham Rio, Rafael Lourenço: fim do visto é prioridade reaproximação Estados Unidos-Cuba, o baixo preço do petróleo e a recuperação da economia americana são algumas das principais questões políticas e econômicas que estiveram na pauta das discussões da Outlook on the Americas, conferência anual promovida pela Association of American Chambers of Commerce in Latin America (Aaccla), no dia 11 de fevereiro, em Los Angeles (EUA). Com participação de executivos de 24 Câmaras de Comércio Americanas de 28 países da América Latina e do Caribe, o evento identificou os impactos políticos e econômicos nas relações comerciais e nos investimentos na região, ajustando o planejamento estratégico da organização. O diretor-superintendente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), Rafael Lourenço, e a gerente de Produtos e Serviços da Câmara, Nadia Stanzig, participaram da conferência da Aaccla, organização que representa cerca de 20 mil empresas, responsáveis por 80% de todo o investimento dos Estados Unidos na América Latina e no Caribe, e que atua como um braço da U.S. Chamber of Commerce na região. “A entrada do Brasil no Global Entry e as discussões para o ingresso no Visa Waiver Program, bem como o avanço das negociações para o fim da bitributação entre os dois países, estavam na pauta que levamos à conferência”, explica Lourenço, que reforçou a importância do apoio da Aaccla à viagem de Estado da presidente Dilma Rousseff a Washington, prevista para setembro. Os porta-vozes da AmCham Rio também tiveram reuniões individuais agendadas com representantes da Aaccla visando à organização e divulgação do Business Future of the Americas (BFA) 2016, o maior evento anual da entidade, que será realizado no Rio de Janeiro. “O BFA 2016 será um dos principais momentos da agenda da AmCham Rio em 2016, ano em que celebraremos o centenário da Câmara de Comércio Americana no Brasil”, afirmou o diretor-superintendente da AmCham Rio. A edição deste ano do BFA será realizada de 15 a 17 de junho, em Porto Príncipe, no Haiti. Além do debate sobre o atual cenário político e econômico na América Latina e no Caribe, o Outlook on the Americas contemplou painéis sobre negócios e reuniões com foco no uso e na regulamentação de softwares e hardwares na integração do comércio. Também foi realizado o primeiro Intellectual Property Award, destacando trabalhos das câmaras na utilização da propriedade intelectual para geração de empregos e solução de desafios pela América Latina e pelo Caribe.« Edição 290_Brazilian Business_45 POR DENTRO DA CÂMARA Novos Sócios Ticket Serviços S.A. Leonardo Ribas Melantonio Imagem Corporativa Vivian Nunes GERENTE REGIONAL DE VENDAS SUDESTE COORDENADORA REGIONAL Rua Leopoldo Miguez, 26/206 Copacabana 22060-020 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 992-121-358 [email protected] www.ticket.com.br Praia do Flamengo, 66, bloco B, salas 1.413/1.414/1.415 – Flamengo 22210-903 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2240-8783 [email protected] www.imagemcorporativa.com.br Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estudos Ambientais - Pro-Natura Fabiane Luisi Turisco DIRETORA EXECUTIVA Av. das Américas, 505, loja C Barra da Tijuca 22631-000 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2484-8323 [email protected] www.pronatura.org VOCÊ É A NOSSA CONEXÃO COM O DESENVOLVIMENTO Inspiramos o talento de nossos profissionais especializados nas áreas de Audit, Tax e Advisory para oferecer aos clientes a confiança para superar desafios e aproveitar as oportunidades de um mercado cada vez mais competitivo. Não importa em que fase do ciclo de vida sua empresa está. 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VICE-PRESIDENTE Antonio Carlos da Silva Dias_Executivo, IBM Brasil Patrícia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda. 3º. VICE-PRESIDENTE Marcelo Mancini Peixoto_CFO e VP, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. Rafael Benke DIRETOR FINANCEIRO André Luiz Castello Branco_Sócio, PwC CONSELHEIRO JURÍDICO Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados DIRETOR-SECRETÁRIO Steven Bipes_Diretor, Albright Stonebridge Group EX-PRESIDENTES Henrique Rzezinski, Robson Goulart Barreto e João César Lima PRESIDENTES DE HONRA Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Liliana Ayalde_Embaixadora dos EUA no Brasil DIRETORES Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de Operações de Mercado Internacional, Totvs André Luiz Castello Branco_Sócio, PwC Antonio Carlos da Silva Dias_Executivo, IBM Brasil Antônio Cláudio Buchaul_Segment Head, Banco Citibank Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda. Dilson Verçosa Junior_Diretor Regional de Vendas – Brasil, American Airlines Inc. Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda. José Firmo_Vice-presidente Sênior, Seadrill Leandro Andrade Azevedo_Diretor-superintendente, Construtora Norberto Odebrecht S.A. Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros Raïssa Lumack_Vice-presidente de Recursos Humanos, Coca-Cola Brasil Roberto Braga Mendes_Vice-presidente e Gerente-Geral da América Latina, Thermo Fisher Scientific Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A. Robson Pinheiro Rodrigues de Campos_ Presidente, Wärtsilä Brasil Ltda. Steven Bipes_Senior Advisor, Albright Stonebridge Group DIRETORES EX-OFÍCIO Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy PRESIDENTES DE COMITÊS Assuntos Jurídicos - Julian Chediak Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli Energia – Manuel Fernandes Entretenimento, Esportes e Cultura - Steve Solot Logística e Infraestrutura - Álvaro Palma de Jorge Marketing - Noel De Simone Meio Ambiente - Kárim Ozon Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi Luiz Carlos Costamilan_Firjan Relações Governamentais - João César Lima Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC Saúde - Gilberto Ururahy Marcelo Mancini Peixoto_CFO e VP, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti Marco André Coelho de Almeida_Sócio, KPMG 48_Edição 290_jan/mar 2015 Tecnologia da Informação e Comunicação - André Bertrand DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda. VICE-PRESIDENTE Maurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A. DIRETORES Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A. Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta Flavia Rodriguez – Charirperson do Comitê de Marketing João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna Liberato Milo_Diretor-geral, Chocolates Garoto Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados Marcos Guerra_Presidente, Findes Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO Diretor-superintendente: Rafael Lourenço (21) 3213-9205 | [email protected] Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected] Produtos e Serviços: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | [email protected] Comunicação: Eduardo Nunes (21) 3213-9239 | [email protected] LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES Diretor executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | leitã[email protected] Assistente: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected] ÁREAS DE ATUAÇÃO PRACTICE AREAS Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura Administrative Law Direito Societário Corporate Law Mercado Financeiro e de Capitais Financial and Capital Markets Direito da Concorrência Competition Law Direito da Energia Energy Law Direito Tributário Tax Law Contencioso Judicial e Administrativo Judicial and Administrative Litigation Arbitragem Arbitration Contratos Contracts Direito Imobiliário Real-Estate Law Direito do Trabalho Labor Law Direito Previdenciário Pension Law Direito Ambiental Environmental Law Direito Eleitoral Election Law Propriedade Intelectual Intellectual Property Direito Internacional International Law Rua Dias Ferreira 190, 7º andar Rua Sete de Setembro 99, 18º andar Leblon – Rio de Janeiro – RJ Centro – Rio de Janeiro – RJ Av. 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