Revista Canavieiros

Transcrição

Revista Canavieiros
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Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Editorial
O
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Safra 2013/2014 – Preço x Produção
ano de 2013 não foi bom para
o setor sucroenergético. Devido aos preços praticados no
mercado, que não atenderam às expectativas de cobrirem os custos de produção, o setor vem enfrentando uma
importante crise. Esta é a opinião de
grandes lideranças, que acompanha
de perto as frustrações e decepções
dos produtores rurais e da indústria de
cana-de-açúcar. Veja na Reportagem
de Capa deste mês, o balanço do fechamento da safra 2013/2014 e como
estes resultados podem influenciar na
próxima safra.
O entrevistado desta edição é o professor da UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro) e diretor fundador
do CBIE (Centro Brasileiro de Infra
Estrutura), Adriano Pires, que esteve
em Sertãozinho participando do II Encontro de Gerentes, realizado pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob
Cocred, e na oportunidade concedeu
entrevista exclusiva à Revista Canavieiros, onde falou sobre falta de investimentos no setor sucroenergético,
política de preços de combustíveis e
fontes de energia. Confira!
A diretora Comercial da SBW do
Brasil Agrifloricultura Ltda, Conny
Maria de Wit é quem assina o Ponto de
Vista deste mês. Em seu artigo, a diretora explana sobre a importância de um
sistema de qualidade para assegurar a
lucratividade dos canaviais.
O gerente de Planejamento, Controle e Topografia da Canaoeste, Thiago
Silva, traz o acompanhamento da safra
2013/2014, de acordo com os dados obtidos até a segunda quinzena de novembro, em comparação com os obtidos na
safra 2012/2013 no mesmo período. No
Artigo Técnico, as engenheiras agrônomas da Canaoeste, Alessandra Durigan
e Daniela Santa Rosa, escrevem sobre
o Sistema Radicular da cana-de-açúcar.
Na coluna Caipirinha, o professor
Marcos Fava Neves, fala sobre as perspectivas em macroeconomia, consumo
e cana-de-açúcar para 2014.
As Notícias Canaoeste desta edição
mostram o sucesso do projeto “Geladeiroteca – Consuma aqui e alimente
seu espírito”, desenvolvido pelo bibliotecário, Haroldo Beraldo, e também o aniversário de 41 anos da biblioteca da Canaoeste.
Ainda em Notícias Canaoeste, o leitor poderá conferir a realização do II
Encontro de Gerentes - “Para o negócio
se manter vivo é preciso se reciclar” do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob
Cocred, reunindo especialistas em áreas
importantes para o desenvolvimento do
cooperativismo. A Canaoeste também
realizou uma Reunião Técnica no Escritório de Descalvado para os produtores da região e abordou sobre o tema
“Soluções Inteligentes no Controle de
Pragas para a Cana-de-açúcar”.
Já em Notícias Copercana, o gerente da Uname (Unidade de Grãos da
Copercana), Augusto César Strini Paixão, assina um artigo sobre a situação
atual e as perspectivas para os projetos
de amendoim e soja da cooperativa. O
leitor também poderá conferir a participação da Copercana no lançamento
da maior turbina produzida na América
Latina e a visita do presidente do 15º
Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, desembargador Dr. Flávio Allegretti de Campos Cooper à Copercana.
Como Destaque desta edição, a Canavieiros traz o 12º Seminário de Produtividade e Redução de Custos, realizado
pelo Grupo IDEA. O evento discutiu os
gargalos e quais as saídas para aliviar e,
até mesmo engordar o caixa das usinas
e de produtores de cana.
Em Assuntos Legais, o advogado da
Canaoeste, Juliano Bortoloti, destaca as
garantias ilegais para a inscrição estadual
de contribuinte e também a regulamentação do CAR (Cadastro Ambiental Rural),
que possibilitará aos proprietários e possuidores rurais darem início à regularização de seus imóveis de acordo com o
novo regime jurídico do Código Florestal.
Além disso, a Canavieiros também
traz as Informações Setoriais sobre as
chuvas de novembro e previsões climáticas para janeiro e fevereiro, divulgadas pelo consultor, Oswaldo Alonso,
dica de leitura e gramática.
Boa leitura!
Conselho Editorial
RC
Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Equipe de redação e fotos:
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H. Mermejo e Karen Conceição
Comercial e Publicidade:
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(16) 3946-3300 - Ramal: 2008
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Impressão: São Francisco Gráfica e Editora
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Tiragem DESTA EDIçÃO:
21.000 exemplares
Projeto gráfico e Diagramação:
Rafael H. Mermejo
ISSN: 1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
As matérias assinadas e informes publicitários
são de responsabilidade de seus autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada,
desde que citada a fonte.
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Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Foto: Rafael Mermejo
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Ano VIII - Edição 90 - Dezembro de 2013 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 22
Safra 2013/2014 é recorde na
produção de etanol
Apesar de sofrer uma recuperação parcial da produtividade, a
situação financeira do setor sucroenergético ainda é desfavorável
05 - Entrevista
Adriano Pires
Professor da UFRJ e diretor fundador do CBIE
“Se queremos voltar a ter uma política bem orientada, precisamos ter mais planejamento e menos intervencionismo”.
07 - Ponto de
Vista I
Elizabeth Farina,
Presidente da Unica
O caminho ainda é longo…
10 - Notícias Copercana
- Projetos Copercana amendoim e soja: situação atual e perspectivas
- Copercana participa do lançamento da maior turbina produzida na América Latina
- Copercana recebe visita do desembargador presidente do 15º Tribunal Regional do
Trabalho de Campinas
15 - Notícias Canaoeste
- II Encontro de Gerentes - “Para o negócio se manter vivo é preciso se reciclar”
- Canaoeste realiza Reunião Técnica no Escritório de Descalvado sobre “Soluções
Inteligentes no Controle de Pragas para a Cana-de-Açúcar”.
- Biblioteca da Canaoeste completa 41 anos e comemora as conquistas de 2013
- Projeto desenvolvido por bibliotecário da Canaoeste ganha espaço no Centro Esportivo Mogiana
20 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
E mais:
Coluna Caipirinha
.................página 08
Assuntos Legais
.................página 24
Informações Setoriais
.................página 26
Artigo Técnico
.................página 28
Destaque
.................página 30
Acompanhamento da
safra
.................página 32
Safra de Grãos
.................página 35
Classificados
.................página 36
Agende-se
.................página 37
Cultura
.................página 38
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Entrevista
“Se queremos voltar a ter uma política bem
orientada, precisamos ter mais planejamento e
menos intervencionismo”.
A frase acima é do professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e diretor fundador do CBIE
(Centro Brasileiro de Infra Estrutura), Adriano Pires, que esteve em Sertãozinho participando do II Encontro
de Gerentes, realizado pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, e na oportunidade concedeu
entrevista exclusiva à Revista Canavieiros. Confira!
Adriano Pires
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros - A superioridade energética do etanol de cana-de-açúcar é incontestável, assim
como a gestão da indústria da cana
brasileira. Por que há falta de investimentos no setor?
Adriano Pires – Há falta de investimentos no setor porque não têm políticas públicas. O setor de etanol está
ligado ao agronegócio e precisa de políticas públicas que dê previsibilidades.
Em qualquer atividade da agricultura é
preciso lidar com a imprevisibilidade.
Ninguém sabe como vai ser o clima nas
diferentes safras, se vai chover muito
ou pouco. Imagina conviver com essa
imprevisibilidade e ainda com a falta de
política do governo. O que está acontecendo é que não há política previsível
de governo, não há planejamento de
médio e longo prazo e com isso, automaticamente, vai desestimulando o investimento no setor. Em 2008, o setor
passou por uma crise econômica onde
muitas usinas enfrentaram dificuldades
financeiras. Tivemos duas safras com
clima ruim e o governo passou a controlar o preço da gasolina e a reduzir
a CIDE (Contribuições de Intervenção
no Domínio Econômico). Existe uma
antipolítica contra o setor, não dá para
ter investimentos sem ter segurança.
Com isso, aquele famoso combustível
que era verde e amarelo, está a cada dia
menos verde e amarelo.
Revista Canavieiros – Como deve
ser o cenário para o setor sucroenergético em 2020?
Adriano Pires – Hoje é difícil prever
esse cenário, pois diante da falta de política que temos e das bobagens que o
Governo tem dito por aí, os Estados Unidos vai ser cada vez mais
produtor de petróleo. Penso que
diante desses comentários o cenário de 2020 fica complicado, de
cinza para preto. O Brasil precisa
entender que, se queremos retomar
o crescimento econômico, o setor
de energia é muito importante porque somos um país que tem uma
diversidade energética muito grande e temos uma vantagem comparativa em relação aos demais países. Então temos que transformar a
energia num fator de crescimento
econômico. Talvez a necessidade
de sobreviver, de voltar a ter um
PIB (Produto Interno Bruto) um
pouco mais alto, de gerar emprego,
obrigue o Governo a rever a política energética em relação ao etanol.
Se olhar a disponibilidade de aditivos hoje no mercado internacional, o
etanol anidro é imbatível e necessita ter
uma precificação diferenciada e de um
pouco mais de consideração do Governo, que deveria ser um pouco mais inteligente e preocupado com o futuro do
setor. Pode ser que essa questão da sobrevivência faça com que esse horizonte
de 2020 que por enquanto está de cinza
para preto, fique um pouco mais cinza e
um pouco menos preto.
Revista Canavieiros – O Brasil é o
maior produtor mundial de cana-de-açúcar, produz e exporta açúcar, é o
maior produtor de etanol de cana-de-açúcar do mundo. O que explica o
descaso com um setor tão produtivo
como o setor sucroenergético?
Adriano Pires – O descaso é com
o setor de agronegócio como um todo.
Temos o mito no Brasil que o importante é a indústria, que leva o crescimento.
No governo Dilma, o PIB vai crescer
em média 2,5%, que é ridículo num
país como o Brasil e cresceu isso graças ao agronegócio que hoje é o grande
setor da economia brasileira. Não quero
dizer que a indústria não seja importante, lógico que é, mas queremos um
país desenvolvido, de primeiro mundo
e para isso, temos que ter um agronegócio forte e uma indústria forte.
É um absurdo o Governo jogar no
lixo, no ralo, um setor como o de etanol que tem uma tradição secular. O
Brasil deveria estar exportando etanol,
visto que hoje exportamos equipamentos para o mundo inteiro para produzir
etanol. Não faz sentido um país que é
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Entrevista
grande produtor de etanol, que já foi o
primeiro do mundo e agora é o segundo
por falta de política pública, tenha que
importar gasolina.
Em 2009, não importávamos gasolina, era zero de importação e o Brasil
chegou a exportar o combustível. Com
a “lambança” de preços que o governo fez de 2010 para cá, a importação
de gasolina cresceu 400%. Hoje, 12%
do consumo brasileiro de gasolina é
importado e isso não tem sentido, por
que criaram então o carro flex? Quando
criaram o carro flex, a intenção era que
os carros fossem abastecidos com etanol e não com gasolina. A gasolina seria para abastecer de vez em quando, no
caso da entressafra, onde o preço fica
mais competitivo.
Temos um potencial enorme para
consumir etanol hidratado. Poderíamos estar consumindo 34 milhões
de metros cúbicos e não consumimos
pela falta de política pública. Além
disso, somos penalizados por outro
lado, estamos importando um combustível sujo, que não gera emprego
e deixando de lado um combustível
limpo e que gera empregos.
Revista Canavieiros – Durante a
apresentação no Encontro de Gerentes, o senhor disse que o Brasil vive
uma “política de desorientação energética”. Como mudar esse cenário?
Adriano Pires – Quando falo “desorientação energética”, é que o Brasil
hoje vive uma política energética intervencionista. O planejamento foi abandonado e o setor de energia precisa de
planejamento. O intervencionismo é
uma palavra ligada a curto prazo, já o
planejamento, a médio, longo prazo. Eu
acredito que o país esteja passando por
um momento de desorientação energética. Há uma centralização demasiada na
mão da presidente Dilma e uma grande
falta de interlocutores com diversos setores, inclusive com o etanol. Então, se
quisermos voltar a ter uma política bem
orientada, precisamos ter mais planejamento e menos intervencionismo, do
contrário, estaremos jogando fora uma
vantagem comparativa que a natureza
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
nos deu. Não é possível que um país
com essa riqueza de energia, seja importador de tudo.
Revista Canavieiros – A política
de preços de combustíveis precisa ser
mudada?
Adriano Pires – Precisa mudar urgentemente para o bem de todos. Para o
bem da Petrobras, que está com o caixa
cada dia pior e também para tornar o
etanol outra vez competitivo. A política de preço está toda errada. É preciso
ter uma política de preço em relação à
gasolina, que siga o mercado internacional, que tenha um tributo que seja a
CIDE ou outro qualquer, que penalize
a gasolina por ser um combustível sujo
e dê competitividade ao combustível
limpo que é o etanol. Tenho falado
que o governo foi tão incompetente
nos últimos anos com essa “lambança”
nos preços da gasolina que conseguiu
o que ninguém podia imaginar, que é
destruir os dois maiores ícones do setor de energia no Brasil, que é a Petrobras e o etanol. RC
7
Artigo
O caminho ainda é longo…
C
ompletei minha “primeira safra” no setor da cana-de-açúcar.
Há cerca de um ano assumi a
Presidência Executiva da Unica, plenamente consciente dos grandes desafios
que estavam por vir, mas entusiasmada
pela oportunidade de liderar um dos
mais dinâmicos e sustentáveis setores
da economia brasileira.
Foi um ano de intensa atividade,
no qual procurei centrar esforços, juntamente com minha equipe, no aperfeiçoamento das políticas públicas e
do ambiente institucional brasileiro.
Foram inúmeras as discussões com representantes dos setores público e privado no Brasil e no exterior, avaliando
e buscando alternativas que pudessem
melhorar a competitividade e gerar os
incentivos necessários para um novo
ciclo de investimentos no setor.
Medidas importantes foram obtidas, entre as quais destaco o retorno
da mistura do etanol na gasolina para o
nível de 25%, o que gerou uma demanda adicional de cerca de dois bilhões
de litros ao ano; o aperfeiçoamento da
linha de crédito para renovação de canaviais, reduzindo a sua idade média e
aumentando a produtividade; o financiamento para estocagem de etanol,
medida que, juntamente com a exi-
gência de contratos de compras antecipadas de etanol pelas distribuidoras
estabelecida pela ANP, permitiu uma
maior estabilidade de oferta e preços
ao longo da safra; e a desoneração do
Pis/Cofins do etanol que, após sua regulamentação, permitirá um aumento
da competitividade do setor.
Cabe destacar que o setor também
fez sua parte e continuou investindo em
larga escala no aumento da eficiência, a
exemplo do acelerado ritmo de mecanização e da geração de bioeletricidade. Mesmo em crise, apostou em novas
tecnologias, devendo inaugurar as primeiras plantas comerciais brasileiras de
etanol de 2ª geração já em 2014. Além
disso, manteve os investimentos em
logística de transportes, destacando a
inauguração da primeira fase do etanolduto, entre Ribeirão Preto e Paulínia, e
da melhoria das ferrovias e terminais
portuários, visando ao aumento contínuo da competitividade nos mercados
doméstico e internacional.
Porém, apesar dos avanços significativos detalhados neste relatório, envolvendo competitividade, sustentabilidade, comunicação e nossa presença
estratégica em Brasília, é fundamental
que políticas que definam regras de longo prazo sejam rapidamente adotadas.
Elizabeth Farina participou do lançamento da Frente Parlamentar pela Valorização do
Setor Sucroenergético em Brasília - DF
Elizabeth Farina, presidente da Unica
O setor tem trabalhado nesse sentido,
e aguarda uma clara sinalização do governo sobre o papel do etanol dentro da
matriz energética nos próximos anos, o
que pressupõe a adoção de uma regra
clara e previsível de formação de preços de combustíveis no mercado doméstico, bem como de políticas tributárias que incorporem as externalidades
positivas do etanol ao sistema de preços. Entendemos também como fundamental acelerar o fomento à pesquisa e
desenvolvimento de novas tecnologias
agrícolas, industriais e de automóveis,
por meio do aprimoramento do rendimento dos veículos flex.
A realidade é que o setor sucroenergético ainda está longe de superar uma
crise que persiste há mais de cinco anos.
Por outro lado, chama a atenção o dinamismo destes empresários que continuam investindo e acreditando plenamente
no potencial da energia limpa e renovável. A solução não é simples, mas passa
necessariamente por uma parceria entre
os setores público e privado, cujos resultados serão mais empregos, menos
emissões de gases do efeito estufa na
atmosfera e a melhoria da saúde pública
nos grandes centros do País.
Todos ganham: o meio ambiente, a
economia, o cidadão, o país.
Feliz 2014.
Fonte: Unica
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Coluna Caipirinha
2014 será um ano interessante
N
esta coluna
estou
colocando os
pontos interessantes que teremos pela
frente em 2014, para serem monitorados. Será um ano movimentado.
Vou fazer minhas previsões, com toda
a transparência, vamos ver se acerto...
Em dezembro vocês podem me cobrar.
Risco puro, mas estou disposto a tomar...
Macroeconomia e Consumo:
Será um ano difícil para o Governo
Brasileiro. As contas se deterioraram, a
pressão inflacionária está grande. Ano
eleitoral, muita coisa por vir.
1 – Nenhuma reforma estrutural
importante que possa prover maior
competitividade às empresas brasileiras será aprovada. Perdemos os quatro
anos de Dilma neste aspecto. O Governo focará seu esforço na reeleição, que
tomará tempo da máquina e com isto
menos foco ainda em coisas importantes será dado.
2 – A menos que seja feita alguma maquiagem, creio que a inflação
estoura a meta e deve ficar próxima
a 7%, Brasil deve crescer 2,8% e os
EUA se recuperam fortemente, Europa sai do limbo e Japão também, e os
emergentes crescem mais forte. Boas
notícias nesta área.
3 – Existe um temor de rebaixamento
da dívida brasileira, o que poderia gerar
mais incerteza dos investidores, por outro lado, continuam as privatizações sendo feitas, e atraindo recursos, creio que o
dólar fecha 2014 em R$ 2,45.
4 – A menos que surja uma nova
candidatura, creio que a eleição para
presidente vai para segundo turno, e o
candidato que for, seja Aécio ou Campos, vencerá a Presidente Dilma por
53% x 47%. Em São Paulo, o Governador Alckmin será reeleito, porém, em
segundo turno. O agronegócio estará
muito mais atento a estas eleições e
creio que faremos bom número de deputados federais e estaduais.
5 – A balança comercial brasileira
deve fechar no zero, ou com pequeno
superávit, puxado mais uma vez pelas
exportações do agronegócio, que deverão ser de US$ 108 bilhões.
6 – A Seleção Brasileira será campeã
do mundial. Será um ano fraco para os
clubes paulistas, que ficaram de fora da
Libertadores. O Corinthians será campeão paulista e brasileiro. Nada está
reservado para São Paulo, Palmeiras e
Santos... Alguns destes deve mais uma
vez lambiscar o rebaixamento, mas não
cairão (risos).
Cana:
7 – Fecharemos o ciclo 14/15 com 619
milhões de toneladas de cana no Centro-Sul, arrisco 33 milhões de toneladas de
açúcar e 29 bilhões de litros de etanol.
8 – Açúcar um pouco melhor que
em 2013, consumo mundial deve bater
recorde e crescer quase 3%, e preços
chegarão em dezembro a 20 cents por
libra peso.
9 – Etanol anidro deve ficar, na usina, ao redor de R$ 1,45 e o hidratado,
preço médio de R$ 1,29. Média do ano.
10 - Aposto em 137,5 kg ATR/ha é
um preço final de R$ 0,51
11 – Apesar de que operacionalmente 2014 será um ano melhor para as usinas, como o nível de endividamento é
alto, a operação não paga os juros. Para
o Brasil será um ano de maior aperto
financeiro, o dinheiro deve ficar mais
caro. Portanto, é natural uma onda de
consolidação outra vez. Porém, por outro lado, como os ativos estão subvalorizados, existe resistência em venda
por parte dos acionistas, devemos então
observar um número maior de recuperações judiciais.
12 – Será um ano de muita discussão
do papel das Cooperativas e das Associações de Produtores. Sairão de 2014
mais fortalecidos, com algum redirecionamento estratégico.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Marcos Fava Neves
Homenageado do Mês: Antes de
concluir, para não perdermos a característica da coluna, o homenageado do mês é o
Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira. Já no final da sua gestão, tem feito um belo trabalho em prol do
agronegócio e a criação da Rural Jovem é
algo muito importante. Precisamos que os
jovens da agricultura comecem a assumir
posições importantes no Brasil.
Haja Limão: a gasolina finalmente
teve um aumento, mas foi insuficiente para recompor o caixa da Petrobrás e
para estimular o setor de cana. Fora isto,
o aumento maior do diesel, onera a cadeia
produtiva, que tem grande gasto com este
combustível. Enfim, não foi o que esperávamos e a Petrobrás também não terá
liberdade via uma equação transparente
de preços, baseada no mercado. Houve
retrocesso, o que não é novidade quando
se trata da política energética do atual Governo. Recheada de retrocessos.
Este foi meu último texto escrito
aqui na Universidade de Purdue onde
passei como professor o ano de 2013.
Momentos inesquecíveis de vida, coisas interessantes compartilhei ai com
vocês. Agora de volta à nossa Ribeirão
Preto, mais próximo dos Senhores, desejo a todos um excelente 2014.
MARCOS FAVA NEVES é professor titular
de planejamento e estratégia na FEA/USP
Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat. Em 2013 é Professor Visitante Internacional da Purdue University.RC
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Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Notícias Copercana
Projetos Copercana amendoim e soja:
situação atual e perspectivas
O
Projeto Amendoim Copercana
está em sua oitava safra. Nesta
safra tivemos um acréscimo de
cerca de 20 % em relação à safra passada totalizando cerca de 14.000 hectares
plantados nas regiões de Sertãozinho,
Herculândia e Minas Gerais. Estamos
com uma estimativa de recebimento de
cerca de 2.500.000 sacas. O aumento da
área foi devido a uma maior adesão de
nossos cooperados ao Projeto, com cerca de 10 novos produtores (45 na safra
atual e 35 na safra anterior).
mento, as lavouras encontram-se com
excelente desenvolvimento, não ocorrendo nenhum problema que possa ocasionar perdas aos produtores. O controle de pragas e doenças (em fase inicial)
está sendo feito de maneira satisfatória.
Por enquanto ainda é cedo para se falar em estimativa de produção, pois as
lavouras em sua maioria estão com no
máximo metade de seu ciclo e estarão
sujeitas aos efeitos do clima e infestação de pragas e doenças que poderão
ocorrer nos meses seguintes.
A adesão de novos cooperados ao
Projeto demonstra que o trabalho realizado pela Copercana está sendo bem
recebido pelos produtores, graças ao
custeio agrícola com juros de crédito
rural, fornecimento de insumos (sementes, adubos, defensivos e equipamentos
agrícolas) de qualidade, preços competitivos e assistência técnica permanente nas lavouras. As chuvas nesta safra
ocorreram dentro do período considerado ideal para o plantio do amendoim
(outubro) e praticamente toda a área do
Projeto encontra-se plantada. Até o mo-
Com relação ao Projeto Soja a área da
safra 2013/2014 é de cerca de 4.200 hectares, um acréscimo de 30% em relação
à safra passada. A estimativa de recebimento é de cerca de 210.000 sacas do
projeto e de produtores que não fazem
parte do projeto mais 180.000 sacas.
Com relação ao plantio resta cerca de
10% da área a ser plantada. Até o momento tudo está transcorrendo dentro da
normalidade, ou seja, boa germinação e
bom controle de pragas e doenças.
Quanto aos mercados: para a soja
as perspectivas são boas, os estoques
mundiais são os mais baixos dos últimos anos e a demanda continua alta.
Acreditamos que até que não se defina
a próxima safra americana 2014/2015
(área plantada e produção), esta situação deve permanecer. O amendoim,
safra 2013/2014, (1.750.000 sacas), devemos acabar de processar em meados
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Augusto César Strini Paixão
gerente da UNAME
Unidade de Grãos da Copercana
de março de 2014; até agora adiantamos aos produtores R$ 25.00 por saca.
Vamos fazer o fechamento em maio de
2014. Safra 2014/2015, as perspectivas
são boas, esperamos que com a copa do
mundo o consumo aumente e o mercado interno melhore os preços. Quanto
ao mercado externo os preços devem ficar igual a 2013, em torno de US$1.600
a US$1.700 por tonelada. O Brasil deve
produzir este ano 2 a 3% mais que o
ano passado, em torno de 310 a 320 mil
toneladas, e uma coisa muito importante com um bom padrão de qualidade.
A Copercana se sente muito orgulhosa
do que faz, e de participar desta cadeia
produtiva e agradece a todos os produtores pela participação e confiança. RC
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Copercana participa do lançamento da maior turbina
produzida na América Latina
O lançamento marca uma nova fase da TGM que atualmente exporta mais de 60% da sua produção
Fernanda Clariano
A
o completar seu vigésimo segundo aniversário, a TGM
apresentou em novembro, a
primeira turbina de condensação desenvolvida, fabricada e montada com
tecnologia 100% nacional. O modelo
CT 63, com potência de 65 MW, pressão do vapor de admissão de 96 bar e
temperatura de 518°C, tem capacidade
suficiente para abastecer uma cidade
de 350 mil pessoas. O período para a
conclusão do modelo CT 63, foi de 14
meses e contou com o apoio do FINEP
(Agência Brasileira da Inovação) e do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O lançamento aconteceu na fábrica
da empresa e contou com a presença
dos diretores, acionistas e familiares,
clientes, parceiros, autoridades locais e
regionais, governamentais, colaboradores e jornalistas. Dentre eles: o deputado federal, Arnaldo Jardim; a secretária
da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, o presidente da Agrishow (Feira
Internacional de Tecnologia Agrícola
em Ação), Maurílio Biagi Filho; o presidente da Copercana e Sicoob Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo; o secretário
de Indústria e Comercio de Sertãozinho,
Carlos Roberto Liboni, (representando
o prefeito Municipal de Sertãozinho,
José Alberto Gimenez); o presidente da
Câmara Municipal de Sertãozinho, Rogério Magrini; o prefeito Municipal de
Pitangueiras, João Batista de Andrade
e o secretário da Indústria, Comércio e
Turismo de Jaboticabal, Valdemir Lutti.
De acordo com o diretor Industrial
da TGM, Marcos Nishi, o lançamento
da turbina, modelo CT 63, marca uma
nova fase da TGM que atualmente exporta mais de 60% da sua produção.
“Acabamos desenvolvendo um equipamento de alto nível com eficiência
superior aos concorrentes em muitas
Diretoria, colaboradores e autoridades em frente a turbina produzida pela TGM
aplicações, principalmente nas personalizadas. Isso mostra a nossa capacidade de competitividade, mesmo tendo
que competir com outros países com
custos menores que no Brasil. Nossa
missão é demonstrar ao mundo a capacidade tecnológica que temos, o poder
de industrialização e competitividade.
Somos uma multinacional brasileira,
respeitada no mundo”, afirma Nishi.
Marcos Nishi, diretor Industrial da TGM
Deputado Arnaldo Jardim
O deputado Arnaldo Jardim, em sua
explanação falou da referência tecnológica que a TGM é não só para o Bra-
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Notícias Copercana
Maurílio Biagi Filho,
presidente da Agrishow
Mônika Bergamaschi, secretária da
Agricultura de SP
sil, mas para o mundo e do importante
momento que a empresa está vivendo,
exportando seus produtos, visto que o
setor sucroenergético tem passado por
momentos difíceis de crise. “Fico feliz
em saber que a turbina produzida pela
TGM, genuinamente brasileira, será
instalada na Nicarágua. O meu desejo é
que essa empresa possa voltar a vender
muito também aqui no Brasil, pois anseio pela retomada do setor sucroenergético. Com certeza o setor quer ver as
turbinas da TGM em um número maior,
queimando bagaço de cana-de-açúcar
e produzindo energia aqui no nosso
país”, disse o deputado.
de arte” que está sendo colocada no
mercado e mais do que isso, pude ver
também a nova arte na turbina aeronáutica. Este Grupo está no mar, no ar e na
terra. Quem domina esses elementos da
natureza, não tem outra forma a não ser
mesmo o sucesso e isso é uma prova de
confiança no futuro”, disse a secretária.
A secretária de Agricultura, Mônika
Bergamaschi, falou da importância do
trabalho desenvolvido pela TGM para
o município e para o mundo. “O setor
sucroenergético, pela crise de rentabilidade que atravessa, ainda mostra
confiança dia após dia. A TGM está de
parabéns por desenvolver essa “obra
O presidente da Copercana e Sicoob
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, comentou sobre a qualidade dos produtos
e serviços da empresa. “Tenho enorme
satisfação como consumidor em poder
contar com a TGM. Quem tem em sua
cidade uma empresa como essa, deve se
orgulhar. A única coisa que me entristece, é ver um setor que inova tanto, esteja na “UTI” (se referindo ao momento
de crise pelo qual atravessa o setor)”,
afirmou Tonielo.
Representando o prefeito municipal
de Sertãozinho, José Alberto Gimenez,
o secretário de Indústria e Comércio,
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Antonio Eduardo Tonielo, presidente da
Copercana e Sicoob Cocred
Carlos Roberto Liboni, secretário de
Indústria e Comércio de Sertãozinho
Carlos Roberto Liboni, lembrou que
há três décadas era preciso buscar tecnologia no exterior para produzir uma
turbina 60 vezes menor do que a CT 63.
“Isto representa o resultado de anos de
trabalho”, afirmou.
No final de novembro, a turbina de
condensação modelo CT 63, foi exportada para uma planta industrial na Guatemala pela Uni-Systems do Brasil com
sede em Sertãozinho. RC
13
Copercana recebe visita do desembargador presidente
do 15º Tribunal Regional do Trabalho de Campinas
Fernanda Clariano
A
tendendo convite do advogado
da Copercana Dr. Oscar Bisson, no dia 09 de dezembro,
o presidente do 15º Tribunal Regional
do Trabalho de Campinas, desembargador Dr. Flávio Allegretti de Campos
Cooper, visitou a cooperativa onde foi
recebido pelo presidente da Copercana,
Sicoob Cocred e do Sindicato Rural de
Sertãozinho, Antonio Eduardo Tonielo,
pelo presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan e pelo diretor da
Copercana, Pedro Esrael Bighetti.
Estiveram presentes os juízes Dr.
Welington César Paterlini e Dra. Viviane Maria Neves da Rocha; o ex-desembargador do Tribunal Regional
do Trabalho da 15ª região e ministro
do Tribunal Superior do Trabalho, Dr.
Levi Ceregatto; o presidente da Coopercitrus, Raul Huss de Almeida; o
vice-presidente da Coplana, Roberto
Cestari, além de diretores do Sistema
Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred e advogados.
Dr. Oscar Bisson em seu discurso de boas vindas ao desembargador
nidade, assistiu a um vídeo institucional da cooperativa.
Durante o encontro, o desembargador conheceu a Copercana e na oportu-
Em seu discurso, o presidente da entidade falou da seriedade da cooperativa
e elogiou o trabalho do desembargador
frente ao 15º Tribunal Regional do Trabalho. “Essa é uma entidade que tem
compromisso com os funcionários, com
a sociedade e com os cooperados e é
muito importante receber na cooperativa, pessoas que estão envolvidas com o
trabalho no campo. É motivo de alegria
Desembargador
Dr. Flávio Allegretti de Campos Cooper
Antonio Eduardo Tonielo,
presidente da Copercana
saber que o desembargador está visitando o berço das cooperativas paulistas e
nacional e também muito gratificante tê-lo aqui, conhecendo as nossas instalações e o nosso trabalho”, disse Antonio
Eduardo Tonielo.
Dr. Oscar Bisson, lembrou a importância do cooperativismo e mostrou
preocupação jurídica em separar neste
sistema, as entidades que são sérias das
que foram criadas para fraudar e burlar
leis. “Sentimo-nos honrados com essa
visita, especialmente nesse ano de 2013,
em que a Copercana completou 50 anos
de sua fundação, desde então cumpre
com os seus objetivos sociais fortalecendo dia a dia o verdadeiro significado
do sistema cooperativista, onde não se
mede esforços para disponibilizar inúmeros recursos, visando estimular ainda
mais o desenvolvimento das atividades
da cooperativa e dos seus cooperados. É
bem verdade que as cooperativas sérias
às vezes são confundidas com as falsas
cooperativas, também conhecidas no
meio jurídico como “cooperfraudes”.
Porém, essas são cooperativas apenas no
nome, foram criadas com a finalidade de
usurpar os direitos dos trabalhadores”,
afirmou o advogado.
O desembargador agradeceu a recepção, falou do entusiasmo do pre-
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
14
Notícias Copercana
O desembargador Dr. Flávio Allegretti com diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, autoridades e convidados
sidente da Copercana frente à cooperativa e enfatizou a importância das
cooperativas sérias e o trabalho feito
pelo Ministério Público e pela Justiça do Trabalho. “Estou levando uma
imagem positiva dessa cooperativa.
Enche os olhos ver o senhor Antônio
Eduardo Tonielo, que está há quase
meio século diante da instituição falar
com entusiasmo, isso é muito importante. Temos muitos exemplos de co-
operativas sérias como a que encontrei
aqui, com preocupações sociais e com
o meio ambiente, causando grande desenvolvimento para a região, dando a
São Paulo, junto com alguns outros
Estados, uma proeminência no nosso
país. Fiquei muito impressionado com
a dinâmica econômica, principalmente
com os vários produtos que são intercalados com a cana. A cooperativa que
é legítima, respeitável, é um benefício
porque é uma ideia muito boa, todos
saem ganhando. Agora as cooperativas
falsas, burlam todos os direitos trabalhistas, a pessoa trabalha e não tem
registro, não tem direito a nada. Essas
cooperativas precisam ser combatidas
energicamente e tem sido combatida,
tanto pelo ministério público, quanto pela justiça do trabalho”, concluiu
o desembargador e presidente do 15º
Tribunal Regional do Trabalho. RC
Cinco estados somam US$ 4,98 bilhões em exportações
São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram os principais
estados exportadores no mês de novembro
As exportações do agronegócio foram de US$ 7,16 bilhões em novembro
de 2013. Os cinco principais estados
exportadores, que atingiram a cifra de
US$ 5 bilhões, foram São Paulo (US$
1,60 bilhão), Mato Grosso (US$ 1,07
bilhão), Paraná (US$ 979 milhões), Rio
Grande do Sul (US$ 788 milhões) e Minas Gerais (US$ 560 milhões).
Entre janeiro e novembro de 2013,
as exportações do agronegócio alcançaram US$ 93,58 bilhões, o que representou o crescimento de 5,6% em relação
ao mesmo período do ano anterior. Os
estados que mais exportaram foram os
mesmos do mês de novembro.
São Paulo exportou US$ 19,33 bilhões, Mato Grosso atingiu US$ 14,59
bilhões, Paraná somou US$ 12,71 bi-
lhões, Rio Grande do Sul alcançou
US$ 12,48 bilhões e Minas Gerais exportou US$ 6,80 bilhões. Nos últimos
11 meses, os cinco principais estados
exportadores atingiram um montante
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
de US$ 65,92 bilhões.
Fonte: Assessoria de Comunicação
do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento
15
Notícias Canaoeste
II Encontro de Gerentes - “Para o negócio se manter vivo
é preciso se reciclar”
Pelo segundo ano consecutivo, Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, realizou o Encontro
de Gerentes, reunindo especialistas em áreas importantes para o desenvolvimento das entidades
Carla Rodrigues
N
o dia 21 de novembro, o Sistema Copercana, Canaoeste
e Sicoob Cocred realizou o II
Encontro de Gerentes – “Para o negócio se manter vivo é preciso se reciclar”
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste
para seus colaboradores, reunindo aproximadamente 200 pessoas e grandes
especialistas em assuntos cruciais para
o desenvolvimento das atividades dentro do Sistema. O evento aconteceu no
auditório da associação “Fernandes dos
Reis”, em Sertãozinho.
O presidente da Canaoeste e Orplana,
Manoel Ortolan, falou aos colaboradores
sobre a importância de realizar este encontro como forma de reconhecimento
ao trabalho desenvolvido e também objetivando o crescimento das empresas.
“É uma maneira de retribuir a dedicação
e cooperação de todos, assim como de
reuni-los e trazê-los mais próximos da
diretoria do Sistema. É através da união
que caminhamos melhor”, disse Ortolan.
Com a palestra “Análise Política”,
o jornalista e poeta, José Nêumanne
Pinto, relembrou casos que foram destaques na política brasileira e que interferiram nas eleições do país. Também
contou sobre suas experiências vividas
dentro do ramo político, como o caso
mensalão, reeleição do presidente Lula
e caso Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André.
Nêumanne aproveitou a oportunidade para falar sobre os fatores que podem
influenciar o ganho do PT (Partido dos
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
16
Notícias Canaoeste
resolvem o problema de endividamento do setor”, disse.
Trabalhadores) nas eleições de 2014: programa agricultura familiar, bolsa família,
programa mais médicos e oposição ruim.
de juros imobiliários, a valorização
imobiliária e a evolução do mercado
acionário.
“Acredito que a grande novidade da
eleição de 2014 pode ser a confirmação
da hegemonia do PT com a vitória do
candidato Padilha sobre a reeleição de
Alckmin (PSDB) em São Paulo. Não
estou dizendo que isso vai acontecer,
mas há uma perspectiva e esta me preocupa, não porque sou contra o PT, mas
pelo fato de que ela pode configurar
uma hegemonia que não faz bem a necessidade do arejamento da democracia”, explicou Nêumanne.
A crise do subprime atingiu o Brasil,
trazendo consequências como: possibilidade do aumento de exportações de
produtos selecionados, mais investimentos americanos, forte queda das taxas de juros, necessidade de implantação de bases de produção nos EUA, por
exemplo, a siderurgia e a citricultura.
“A crise financeira internacional não é
decorrente de problemas internos, mas
sim de políticas”, afirmou Borges.
O tema “Macroeconomia” foi explanado pelo professor titular da USP
(Universidade de São Paulo), Alberto
Matias Borges, que ministrou a palestra “Desafios da Economia Brasileira:
uma visão com perspectivas internacionais”. Em sua apresentação, o professor falou sobre a crise financeira
do subprime, iniciada em 2006 nos
Estados Unidos, devido à quebra de
instituições de crédito. Com esta crise, houve a redução da taxa de juros
norte-americana, a redução da taxa
Ainda durante sua apresentação,
o professor abordou questões sobre
as exportações brasileiras, cooperativismo e o setor sucroenergético. De
acordo com Matias, o Brasil é o maior
produtor de cana-de-açúcar, mas é um
dos países mais improdutivos, pois
faltam investimentos em pesquisas e
incentivos governamentais. “O Brasil, para amenizar a situação do setor sucroenergético, implantou ações
imediatas, como o aumento do preço
da gasolina e o aumento da estocagem
do etanol, mas são medidas que não
José Nêumanne Pinto, jornalista
Alberto Matias Borges, Professor da USP
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
O professor da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro) e diretor fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infra
Estrutura), Adriano Pires, falou sobre o
tema “Agronegócios – Setor Sucroenergético”. Durante sua apresentação, o professor discorreu sobre a reserva de gás não
convencional no mundo, a produção de
gás natural nos EUA, cenário energético
brasileiro, entre outros. Segundo Pires, do
total do investimento global esperado, isto
é, US$ 37 trilhões, 46% será destinado à
energia elétrica e do total de investimento
em geração elétrica, 71% será destinado às
tecnologias renováveis ou limpas.
Para o professor, hoje o Brasil vive
uma política intervencionista, isto é, o
planejamento foi abandonado, deixando de lado ações de médio e longo prazo, realizando apenas medidas de curto
prazo. “Eu acredito que o país esteja
passando por um momento de desorientação energética. Há uma centralização
demasiada na mão da presidente Dilma
e uma grande falta de interlocutores
com diversos setores, inclusive com o
etanol. Se quisermos voltar a ter uma
política bem orientada, precisamos ter
mais planejamento e menos intervencionismo, do contrário, estaremos jogando fora uma vantagem comparativa
que a natureza nos deu”, explicou Pires.
Ele destacou também os fatores que
envolviam a política do setor energético
no período de 2003 a 2008, são eles: leilões de áreas exploratórias de petróleo,
defasagem dos combustíveis, leilões de
Adriano Pires, Professor da UFRJ
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energia elétrica, incentivo ao etanol e
criação do biodiesel. Após 2008, uma série de fatores mudou o cenário dos biocombustíveis, entre eles a crise econômica mundial e a descoberta do pré-sal.
Dr. Alberto Georges Buttros, fisioterapeuta
O evento ainda contou com a apresentação de uma palestra motivacional, ministrada pelo fisioterapeuta
Dr. Alberto Georges Buttros. O tema
“Por que adoecemos? A solução está
em você” abordou assuntos ligados a
saúde humana e comportamentos viciosos que podem levar a um desequilíbrio físico e emocional, como postu-
ras erradas, nutrição, traumas físicos,
sedentarismo e prática inadequada de
atividade física.
Para finalizar, o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, agradeceu a presença e participação de todos.
“Fico satisfeito e feliz quando vejo tantos colaboradores do Sistema reunidos,
todos com o mesmo propósito de buscar mais conhecimento para aumentar o
crescimento das empresas. Isso é importante e nós, diretores, reconhecemos o
valor de cada um para o sucesso das nossas instituições”, concluiu Tonielo. RC
Canaoeste realiza Reunião Técnica no Escritório de
Descalvado sobre “Soluções Inteligentes no Controle de
Pragas para a Cana-de-açúcar”.
Da redação
O
avanço do Setor Sucroenergético está potencializado
em função do aumento da
demanda interna e externa de seus
produtos, principalmente açúcar e
etanol. A cada dia, torna-se maior, o
desafio de produzir mais com custos
menores. Para tanto, devemos estar
atentos aos fatores que podem comprometer significativamente a produtividade agrícola das lavouras de
cana-de-açúcar.
Os nematóides, comumente chamados de inimigos invisíveis, são vermes
parasitas, extremamente pequenos e
reconhecidamente importantes pelos
danos que causam à cultura. Na literatura, encontramos citações de até 40%
de perdas de produtividade agrícola
decorrentes do ataque. Sendo assim,
o monitoramento e controle, quando
necessário, é essencial para obtenção
de resultados favoráveis.
tos, realizou no dia 27 de novembro,
uma Reunião Técnica no escritório de
Descalvado.
adequado de nematóides e também de
outras pragas como broca, cigarrinhas
e Sphenophorus.
Em função dessa situação, a Canaoeste sempre com a missão de oferecer aos seus associados ferramentas e
soluções inteligentes de manejo agronômico que revertam no aumento de
produtividade e otimização de cus-
Com o apoio da empresa Ihara, a
reunião contou com a presença do
Dr. Wilson Novaretti, que tem grande experiência e é especialista no
assunto. Novaretti palestrou sobre a
importância de se realizar o manejo
Estiveram presentes cerca de 80
pessoas entre associados da Canaoeste e cooperados da Copercana, que
puderam interagir com o palestrante,
esclarecer dúvidas e trocar informações sobre os assuntos citados. RC
Da esquerda para direita: Sergio Setto (Ihara), Breno de Souza (Canaoeste),
Dr. Wilson Novaretti (Consultor Agronômico), Alessandra Durigan (Canaoeste),
Murilo (Copercana), Rodolfo (Ihara), Pizuti (Ihara) e Ricardo (Ihara).
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Notícias Canaoeste
Biblioteca da Canaoeste completa 41 anos e comemora as
conquistas de 2013
Livros, revistas e muitas histórias sempre marcaram a trajetória da
Biblioteca da Canaoeste que comemorou no dia 14 de dezembro mais um aniversário
Fernanda Clariano
M
antida pela Canaoeste desde
1972, quando o presidente
da associação na época, Fernandes dos Reis, entrou para o grupo de
incentivadores da leitura, a biblioteca
recebeu o nome “General Álvaro Tavares Carmo” em homenagem ao presidente do IAA (Instituto do Açúcar e
do Álcool), que doou uma coleção de
livros sobre cana-de-açúcar à associação quando soube do projeto.
O prédio da biblioteca, hoje localizado na Rua Frederico Ozanan, nº 842, no
Centro de Sertãozinho, conta com um
acervo de 15 mil volumes, entre literatura adulta, infantil e especializada.
Ao completar seu quadragésimo
primeiro aniversário, a biblioteca tem
muito a comemorar. Segundo o bibliotecário, Haroldo Luís Beraldo, 2013 foi
um ano em que os projetos ganharam
vida e foram realizados com sucesso.
Haroldo Beraldo,
bibliotecário
“No início deste ano, o projeto do
Ponto de Leitura, “Todo dia é dia de
ler” idealizado pela biblioteca, foi aprovado pelo Consórcio Intermunicipal
Culturando, que é vinculado ao Ministério da Cultura com o município de
Sertãozinho e recebemos uma verba de
R$20.000 para melhorias e assim, adquirimos novos livros, materiais multimídia, como tablet e livros digitais,
frigobar e ainda, reestruturamos o prédio para maior conforto dos usuários”,
contou o bibliotecário.
Outro ponto positivo foi a segunda
participação da biblioteca da Canaoeste
na Feira do Livro de Sertãozinho, onde
foi colocado em prática o projeto Geladeiroteca. O trabalho foi reconhecido e
repercutido no blog do ex-presidente da
Fundação Biblioteca Nacional, Galeno
Amorim, que é referência na área de
leitura e literatura.
“O reconhecimento deste trabalho
foi muito gratificante. Tivemos também
o lançamento da Geladeira no Clube
Mogiana junto com a ABA (Associação
de Amigos do Bairro Alvorada), que foi
mais um resultado das conquistas deste
ano que está findando”, disse Beraldo.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Vale à pena destacar que, todos
esses frutos que a biblioteca vem colhendo ao longo desses anos, se deve
ao apoio do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, que não mede
esforços para colaborar com as ideias
e propostas da bioblioteca, que é privada, pertence a uma empresa, porém,
trabalha com o atendimento público,
onde qualquer munícipe pode ir até lá,
se cadastrar e levar o livro para casa.
Os serviços prestados pela biblioteca da Canaoeste não param por aí.
Ainda comemorando o sucesso das
conquistas de 2013, o bibliotecário
já enche os olhos ao dizer que para
2014 um novo projeto promete muito
sucesso.
“Temos um projeto em processo
de ajustes. O que eu posso adiantar é que irá envolver a Canaoeste,
a prefeitura Municipal, através do
departamento de Cultura e Turismo
e instituições de peso como a USP
(Universidade do Estado de São Paulo). Vai ser muito especial tanto para
nós, como para a comunidade que
será beneficiada. Aguardem que vem
coisa boa por aí”, finalizou. RC
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Projeto desenvolvido por bibliotecário da Canaoeste
ganha espaço no Centro Esportivo Mogiana
Fernanda Clariano
O
projeto “Geladeiroteca – Consuma aqui e alimente seu espírito” foi criado pelo bibliotecário da Canaoeste, Haroldo Luís Beraldo
e consiste em uma geladeira usada e
customizada, que possui em seu interior várias obras literárias disponíveis
para o empréstimo à comunidade sem
a necessidade de cadastro ou prazo para
devolução. O objetivo é promover a
leitura e a circulação de livros entre as
pessoas de forma livre e gratuita.
O projeto teve início em outubro
durante a 11ª Feira do Livro de Sertãozinho e contou com o prestígio de um
público expressivo.
No dia 10 de dezembro, o Centro Esportivo Mogiana, através da ABA - Associação Amigos do Bairro Alvorada,
recebeu de portas abertas pela primeira
vez a Geladeiroteca.
Estiveram presentes o presidente da
Canaoeste e da Orplana, Manoel Ortolan;
o bibliotecário, Haroldo Luís Beraldo; a
bibliotecária, Rafaela Silva Fernandes; a
presidente da Academia Sertanezina de
Letras, Sônia Sarti; o diretor do Departamento de Cultura e Turismo, João André da Rocha; o Secretário da Educação
e Cultura, Alexandre Salomão Bitar; o
assessor do deputado Welson Gasparini,
Luis Otávio Giovanetti; representando o
deputado Duarte Nogueira, Daniel Rodrigues Nogueira e o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Sertãozinho, Nilton Cesar Teixeira.
O bibliotecário da Canaoeste, falou
sobre a ideia do projeto e como o colocou em prática. “Ao pesquisar sobre a
possibilidade da implantação do projeto,
descobri que seria viável por em prática
no estande da Biblioteca “General Alvaro Tavares Carmo”, durante a Feira do
Livro de Sertãozinho. Com a geladeira
usada em mãos e um bom número de
livros que havia captado ao longo do
Bibliotecário Haroldo Luis Beraldo durante o lançamento da Geladeiroteca na ABA
tempo, vi que tinha basicamente toda
estrutura pronta, então foi só uma questão de customizar a geladeira e colocar o
projeto para girar”, disse o bibliotecário.
Para chamar a atenção do público,
foram realizadas colagens na geladeira,
levando até o estande crianças, jovens,
adultos e idosos, ou seja, pessoas de todas as idades que passaram pela feira.
“Antes de fazer o projeto girar, entramos em contato com a ABA (Associação Amigos do Bairro Alvorada), que
tem sede no Clube Esportivo Mogiana,
e também com o presidente do Clube.
Firmamos uma parceria que, posterior
à feira, a geladeira estaria disponível
e acessível a população na ABA. Essa
parceria foi muito gratificante porque
no Centro Esportivo Mogiana há uma
circulação muito grande de pessoas que
podem fazer o uso da Geladeiroteca”,
afirmou Haroldo.
O vereador Nilton Teixeira reconheceu a importância do projeto e agradeceu a oportunidade desta parceria.
“Através da Geladeiroteca estamos incentivando a leitura na comunidade do
Mogiana, que tem uma circulação de
mais de 900 pessoas devido aos cursos
que são oferecidos para a população.
Sabemos que a educação é à base de
tudo”, disse Teixeira.
Ao fazer uso da palavra, Manoel Ortolan falou sobre o projeto e a importância
de ir ao encontro dos leitores. “Este pro-
jeto se tornou-se viável porque além de ir
de encontro ao leitor oferecendo a cultura
através dos livros, desburocratiza o compromisso de ter que devolver o livro. O
leitor pode levar a obra e se não retornar,
o livro foi doado. Mas, neste projeto, os
livros têm sido devolvidos, assim como
outros têm sido doados. Eu acredito que
com a Geladeiroteca, estamos contribuindo para a formação das pessoas, para melhoria da qualidade de vida e do grau de
cultura dessas pessoas. Este é um serviço
que a Canaoeste sempre teve, mas agora
ganha uma nova dinâmica, isso é importante porque está em sintonia também
com a Secretaria de Educação e com a
prefeitura Municipal de Sertãozinho. Vamos trabalhar para que esse projeto siga
adiante, abrindo mais pontos na cidade
e para que um maior número de pessoas
possa ter acesso ao livro”.
Para o Secretário da Educação e Cultura, Alexandre Salomão Bitar, as pessoas precisam ser estimuladas e ir ao
encontro da população através de projetos como a Geladeiroteca é de grande
relevância para a construção do conhecimento.
“A educação transforma pessoas e as
pessoas transformam o mundo. Sou professor de português e não tem como não
gostar de projetos como este que disseminam a questão da leitura. Ler é mais importante do que estudar. Quem lê aprende,
viaja, sonha, busca algo que pode parecer
impossível”, afirmou Salomão. RC
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Novembro/2013 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 30 de Novembro de 2013
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
22
Matéria de Capa
Safra 2013/2014 é recorde na produção de etanol
Apesar de sofrer uma recuperação parcial da produtividade, a situação financeira
do setor sucroenergético ainda é desfavorável
Carla Rodrigues com informações da Unica – (União da Indústria de Cana-de-açúcar) divulgadas em coletiva de imprensa
O
ano de 2013 não foi bom para
o setor sucroenergético. Devido aos preços praticados
no mercado, que não atenderam às
expectativas de cobrirem os custos de
produção, o setor sucroenergético vem
enfrentando uma grande e importante crise. Como consequência, o setor
passou a lidar com o aumento do seu
endividamento e também com o fechamento de algumas indústrias e ainda,
o arrendamento de terras de pequenos
e médios produtores para as unidades
industriais.
A safra de cana-de-açúcar 2013/2014
teve seu início oficial no dia 1º de abril
deste ano e se estende até março de
2014. Nas regiões Norte e Nordeste, o
período de colheita acontece entre novembro e abril. Já na região Centro-Sul,
este mesmo período é realizado entre
abril e novembro.
Dados divulgados pela Unica apontam que até o final de novembro, apenas
75 usinas haviam encerrado suas atividades, quando em 2012, este número
era de 94 unidades. Sendo assim, o volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil, na primeira quinzena
de dezembro, foi de aproximadamente
18 milhões de toneladas. Comparado
com o mesmo período na safra passada,
houve um acréscimo de 1,4%.
Segundo o diretor Técnico da Unica,
Antonio de Pádua Rodrigues, “a queda
na moagem observada na segunda quinzena de novembro se deve à chuva que
dificultou a colheita em algumas regiões e, principalmente, ao encerramento
da moagem de várias unidades produtoras”, afirmou Pádua durante coletiva
de imprensa para divulgação do fechamento de safra.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica
Com a chegada das chuvas na região
Centro-Sul do país, houve uma queda no processamento de toneladas de
cana-de-açúcar, comprometendo ainda
mais a qualidade da matéria-prima e a
23
crescimento significativo da produção,”
assegurou Farina.
Até a primeira quinzena de dezembro, a moagem produzida nesta safra,
comparada à anterior, teve um aumento
de aproximadamente 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Elizabeth Farina, presidente da Unica
produção de etanol e açúcar. Mas, do
ponto de vista de produção, em comparação com o ano passado, em 2013
houve uma recuperação parcial da
produtividade, assim como uma oferta
maior de produtos, mas independente
destes fatores, a situação financeira
continuou a mesma.
Para a presidente da Unica, Elizabeth Farina, o aumento da produção
registrado na atual safra, em um período de falta de rentabilidade para os produtores, lado a lado com uma melhora
no desempenho do setor em termos de
volume e produtividade, parece um
contrassenso, mas é reflexo do enorme esforço que tem sido realizado para
reduzir a capacidade ociosa nas usinas
instaladas. “A busca pela redução de
custos e pela otimização das unidades
em operação foi responsável por esse
Os números confirmam a projeção
divulgada pela Unica no início de outubro, que apontava para um incremento
de 3,68 bilhões de litros na produção de
etanol nesta safra, com o total atingindo 25,04 bilhões de litros contra 21,36
bilhões de litros na safra 2012/2013.
Além da produção ampliada, a oferta de
etanol para o mercado doméstico também será beneficiada pela redução das
exportações, que devem ficar em 2,61
bilhões de litros este ano, cerca de 850
milhões de litros abaixo dos 3,46 bilhões de litros exportados pelo Centro-Sul na safra anterior.
O aumento de demanda proporcionado pela volta da mistura de 25% de
etanol anidro na gasolina, a condição
superavitária do mercado mundial de
açúcar e o potencial de demanda por
etanol hidratado em função da enorme
frota de veículos flex no país, foram alguns dos fatores que contribuíram para
o crescimento da produção do etanol e
que trouxeram diversos benefícios para
o mercado de combustíveis nacional,
entre eles a redução da demanda por
gasolina pura, permitindo que a Petrobras elevasse sua capacidade de refino,
explicou Pádua.
Para o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a safra está se
encerrando com os problemas existentes
sem solução, como o tão aguardado aumento da gasolina. Os benefícios que a
ação poderia trazer para o etanol acabaram sendo comprometidos pelo aumento
maior do diesel, impactando muito o setor
de produção agrícola da cana-de-açúcar,
pois hoje, praticamente tudo é mecanizado. “Embora o aumento traga de imediato
um benefício, não é aquilo que esperávamos e principalmente, continuamos sem
uma regra, sem conhecer o mecanismo
de formulação de preço da gasolina, que
é importante para o setor fazer o seu planejamento e investir”, disse Ortolan.
Esta é também a opinião do presidente da Copercana e Sicoob Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo, que acredita
que quando as autoridades perceberem o
quanto o setor é importante para o país,
seu futuro poderá ter um rumo diferente.
“Não é compreensível um governo que
deixa de lado um setor que está sempre
entre os três primeiros exportadores do
agronegócio brasileiro. É preciso que o
governo se sensibilize mais pelo setor,
dê mais valor aos biocombustíveis, pois
são estes produtos que trazem emprego
e recolhem muitos impostos para o país.
Não queremos reclamar de nossa situação, mas ele (o governo) está quebrando o setor. E, além disso, é importante
entender que em cima do nosso setor,
os custos ambientais, sociais, impostos
e obrigações estão muito altos e ainda
sofremos com o mercado internacional”,
desabafou Tonielo. RC
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
24
Assuntos Legais
Fiscal - Garantias ilegais para inscrição
estadual de contribuinte
P
ululam em diversos Estados do
país exigências para que o contribuinte apresente garantias para
poder se inscrever, renovar ou alterar a
inscrição no Cadastro de Contribuinte
do ICMS (Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços). Temos como
exemplo mais recente e significativo a
Portaria n. 122, da CAT (Coordenadoria
de Administração Tributária) da Secretaria da Fazenda de São Paulo, publicada no Diário Oficial do Estado. Estava
prevista no Regulamento do ICMS paulista - Lei nº 6.374, de 1989, alterada
pela Lei nº 12.294, de 2006.
Caso não cumpridas tais exigências
de apresentação de garantias - o Estado
de São Paulo não é o único que exige –
sujeita o contribuinte ao indeferimento
ou à cassação de sua inscrição estadual,
o que o impossibilita de emitir nota fiscal e adquirir financiamentos bancários,
ou seja, decreta a morte da empresa/entidade/produtor.
Pela regra paulista, a inscrição
pode ser negada por questões eminentemente subjetivas do agente que
representa o Fisco Estadual, o que
torna temerária a sua aplicação, já
que a negação pode ser “fundamentada” ante supostos antecedentes fiscais
V
“desabonadores” do interessado. Não
há critérios claros e objetivos.
Demais disso, exigir garantia para
eventual prestação futura que ainda não
se materializou, não é admitido em nossa legislação tributária.
Sem adentrar nos pormenores de cada
legislação estadual, não há como dar validade constitucional a elas, pois afrontam diversos princípios constitucionais,
como o do (i) livre exercício da atividade
econômica, do (ii) direito ao trabalho (artigo 6º, da Constituição Federal), dentre
outros, além de servir como coação do
ente tributante para a cobrança de tributos, o que é terminantemente proibido.
Analisando o caso da Lei n.
8.820/1989, do Estado do Rio Grande
do Sul, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello,
ao admitir a repercussão geral naquele
caso, afirmou que: “Está-se diante de situação concreta a versar cerceio à liberdade econômica, tratamento a implicar
verdadeira coação política quanto ao
recolhimento de tributo”.
O mesmo Supremo Tribunal Federal, aliás, editou a Súmula n. 547, que
assim dispõe: “Não é lícito à autorida-
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
de proibir que o contribuinte em débito
adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas
atividades profissionais.”, o que significa dizer que estas exigências que os
diversos Estados vem fazendo contraria
o entendimento jurídico predominante
e tendam a reverter-se no Judiciário.
Pelo atual cenário, vemos que as
arbitrariedades perpetradas contra os
contribuintes, incentivadas pela infinita e criativa sanha arrecadatória do
Estado serão mais uma vez levadas ao
Judiciário, não bastasse a sua já extenuante carga de trabalho para análise de
irregularidades de seu maior cliente, o
próprio Estado. RC
CAR – Cadastro Ambiental Rural
em sendo difundido pelo Governo, através da Ministra do Meio
Ambiente Izabella Teixeita, em
diversos foros e canais de comunicação,
que no decorrer do mês de dezembro de
2013 irá publicar a Portaria que instituíra e
regulamentará o CAR (Cadastro Ambiental Rural), criado pela Lei n. 12.651/2012
(Novo Código Florestal), o que possibilitará aos proprietários e possuidores rurais
darem início à regularização de seus imóveis de acordo com o novo regime jurídico do Código Florestal.
Em matéria veiculada no dia 13 de
dezembro pelo Jornal Valor Econômico, na sessão Agronegócios, feita pela
jornalista Daniela Chiaretti, mais uma
vez confirma a intenção do Governo
Federal “Ainda este mês o Ministério
do Meio Ambiente soltará a portaria
que irá regulamentar o CAR. As regras
de como os proprietários rurais devem
fazer o registro eletrônico obrigatório
dos remanescentes florestais de suas
terras estão prontas há seis meses e
aguardavam apenas que o sistema nacional pudesse decolar”.
Como já sabemos, à partir da publicação da referida norma legal, no caso
uma Portaria, instituir-se-a o CAR e o
proprietário rural terá prazo de 1 (um)
ano, prorrogável por mais 1 (um) ano,
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
para que faça a inscrição eletrônica (internet) de seu imóvel no referido cadastro, sob pena de, assim não o fazendo,
inviabilizá-lo para efeitos de regularização administrativa (licenciamentos ambientais, etc.), assim como na captação
de recursos para custeio da atividade.
Há várias entidades de classe, como
a Canaoeste – Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São
Paulo, mantenedora desta Canavieiros,
Sindicatos Rurais, dentre outras, respondendo dúvidas e realizando o respectivo
cadastro. Basta ao produtor organizado,
então, procurá-las para a pronta regularização de seu imóvel. RC
25
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
26
Informações Setoriais
Chuvas de outubro e previsões
climáticas para janeiro e fevereiro
Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de novembro de 2013.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
A média das chuvas de novembro de 2013
(221mm), foi superior ao mesmo mês do ano
anterior (163mm) e à média das normais climáticas (178mm). Praticamente e nos diferentes
locais anotados, não houveram menores volumes chuvas, comparativamente às respectivas
médias. Destaque-se que ocorreram expressivas
chuvas em Dumont, Morro Agudo, Terra Roxa,
Cajobi-Severínia, Santa Rosa do Viterbo e Sertãozinho (Uname e Biosev-Santa Elisa).
O mapa 1 mostra que, em meados
de novembro, a 50cm de profundidade, notava-se média a baixa DAAS
(Disponibilidade de Água no Solo) em
quase toda área sucroenergética de São
Paulo, exceto na região Nordeste e em
algumas “ilhas” na faixa Centro-Oeste
do Estado. Cabe ressaltar que, neste
meados de novembro, a “fotografia” de
DAAS era praticamente superposições
dos mapas 2 e 3 abaixo.
O mapa 2, final de novembro de
2012, mostra que a DAAS encontrava-
-se bem crítica nas áreas sucroenergéticas Central-Sul, Barretos-Franca,
São José do Rio Preto, Extremo Oeste
e no entorno de Piracicaba. Ao final de
novembro deste ano, Mapa 3, as variações de DAAS na área sucroenergética
do Estado foram quase que inversas ao
do mesmo mês do ano anterior.
Os artigos mensais de Informações
Setoriais conta com o trabalho diário
de anotações de chuvas em todos os
Escritórios Regionais e condensados
em Viradouro. Os dados diários tem
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de novembro de 2013
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
sido publicados no site Canaoeste e as
médias mensais são mostradas também,
aqui, no quadro 2.
OBS: Normais (ou médias) climáticas dos locais assinalados entre parêntesis (1 a 7) e mais a do Centro de
Cana- Apta IAC (Insituto Agronômico)
- Ribeirão Preto.
Os dados do quadro 2 acima, mostram que as somas de chuvas em “Mé-
Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de novembro 2012.
27
Quadro 2:- Somas e normais climáticas das chuvas, entre janeiro a outubro deste ano,
anotadas e fornecidas pelos Escritórios Regionais e condensadas em Viradouro.
OBS:- Normais (ou médias) climáticas dos locais assinalados entre parêntesis (1 a 7) e
mais a do Centro de Cana- Apta IAC - Ribeirão Preto.
dias mensais” e “Médias Históricas”
(nas duas últimas linhas), entre janeiro a
abril, foram praticamente iguais, ou sejam, 773 e 770mm. A diferença (86mm)
entre Médias mensais (1.388mm) e Médias Históricas (1.249mm) deveram-se
às maiores precipitações em março,
maio e novembro (principalmente,
60mm e 54mm), junho, agosto e setembro, em comparação com as normais
climáticas destes mesmos meses.
Nacional de Meteorologia) e INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para o final de dezembro e os
meses de janeiro e fevereiro de 2014,
como ilustrado no mapa 4 abaixo.
• Para estes meses, as temperaturas
tendem a ser próximas das respectivas
médias históricas para toda região Centro-Sul do Brasil;
• O consenso INMET-INPE prevê,
que ocorrerão constantes formações
da Zona de Convergência do Atlântico
Sul, provocando chuvas entre próximas
acima das respectivas
Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de novembro 2013.
médias históricas. Nas
demais áreas da Região
Centro-Sul, elas poderão
ocorrer ao redor das normais climáticas, exceto
faixas leste e oeste da
região Sul, que poderão
ser, respectivamente, acima e abaixo das médias;
• Tendo-se como referência o Centro de Cana
- Apta IAC, a média histórica diária das chuvas,
entre dezembro a fevereiro, em Ribeirão Preto
e municípios vizinhos,
é de 8,5mm/dia (oito e
meio milímetros).
Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico
de consenso entre INMET (Instituto
Mapa 4:- Adaptação Canaoeste ao
Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE
para final de dezembro, e durante os meses de
janeiro e fevereiro
Obs:- A Zona de Convergência do
Atlântico Sul compreende uma faixa
desde o Mato Grosso até Rio de Janeiro e Espírito Santo. Faixa esta, onde
poderão ocorrer períodos de chuvas
torrenciais.
Por sua vez, a SOMAR Meteorologia
informa que para a região de abrangência da Canaoeste, o prognóstico climático para os meses (já) de verão serão de
chuvas próximas acima das respectivas
médias históricas, com pequenos intervalos de dias secos.
A Canaoeste recomenda aos produtores que podem ser dispensáveis aplicações de enérgicos cultivos mecânicos (escarificações e gradagens), se as
operações de colheitas foram efetuadas
com solo seco. Nestes casos, as formulações de fertilizantes (não com uréia)
poderão ser aplicados em superfície,
sobre ou aos lados das linhas de cana.
Deverão, ainda, redobrar as atenções
em mato-controle e ocorrência de cigarrinha das raízes.
Estes prognósticos serão revisados nas
seguintes edições da Revista Canavieiros.
Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e
www.revistacanavieros.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Artigo Técnico
Sistema Radicular:
O alicerce da cana-de-açúcar
*Daniela Aragão Santa Rosa, Agrônoma da Canaoeste de Pontal
*Alessandra Durigan, gestora Técnica Canaoeste
A
cultura da cana-de-açúcar tem
nos últimos anos apresentado números de produtividade
agrícola abaixo do esperado. Na safra
2012/2013, na região Centro-Sul, a
média foi de aproximadamente 74 toneladas por hectare. Em recente projeção, a Unica (União da Indústria de
Cana-de-açúcar) estimou que para a
safra 2013/2014 a produtividade agrícola será próxima a 80 toneladas por
hectare. A cada ano a busca por produtividades maiores, acima de 100 toneladas por hectare, vem crescendo e o
desafio de produzir cada vez mais com
o objetivo de aumentar a rentabilidade
das lavouras requer conhecimento e a
compreensão de todos os fenômenos
que ocorrem com a planta e de todo o
processo de produção.
Sabemos que através do aperfeiçoamento de técnicas tradicionais e da introdução de novas tecnologias podemos
alcançar resultados favoráveis que viabilizem o nosso negócio.
Analisando esse contexto, a forma
mais inteligente de entender o que ocorre com a parte aérea da planta é analisar
o que ocorre abaixo da superfície do
solo, principalmente como crescem e se
distribuem as raízes no perfil do solo. O
sistema radicular é o alicerce e a “boca”
Figura1. Ilustração das raízes do tolete e
do perfilho. Fonte: Miller e Lentini, 2002
Daniela Aragão Santa Rosa
agrônoma da Canaoeste de Pontal
Alessandra Durigan
gestora Técnica Canaoeste
da planta. É a principal ligação entre a
planta e o ambiente de produção. Avaliá-lo e conhecê-lo nos permitirá aplicar as técnicas de manejo agronômicos
mais adequadas para atingirmos maiores produtividades agrícolas.
desenvolvimento tem influência direta
sobre algumas características da planta,
tais como: resistência à seca, eficiência
na absorção dos nutrientes do solo, tolerância ao ataque de pragas do solo, capacidade de germinação e/ou brotação,
porte (ereto ou decumbente), tolerância
à movimentação de máquinas, etc. De
tais fatores depende a produtividade final. (Vasconcelos et al., 2005).
As principais funções do sistema radicular são: sustentação da planta, absorção e transporte de água e nutrientes,
manutenção de reservas e defesa. O seu
Figura 2. Distribuição do sistema radicular aos 16, 5 meses de idade (g em 78cm³ de solo)
Fonte: Vasconcelos e Garcia, 2005.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
.
29
O conhecimento do sistema radicular permitirá saber as melhores técnicas
referentes a: correção e adubação, pragas e doenças, irrigação, conservação
e sistematização, controle de tráfico,
entre outras. Complementando que:
muitas práticas agrícolas podem contribuir para o crescimento das raízes em
profundidade e aumentar o volume de
solo explorado para a retirada de água
e nutrientes. A prática de correção de
solos, é uma delas.
A arquitetura do sistema radicular da
cana-de-açúcar não segue um padrão,
pois depende de diversas característica
como: variedade, condições do solo,
clima e manejo da cultura e sofre diversas modificações de acordo com idade
da planta, tanto entre cortes como dentro do mesmo corte.
Na figura 2 podemos perceber como
são grandes as diferenças entre variedades, tanto em quantidade quanto em
distribuição em profundidade.
As variedades da cana-de-açúcar são
híbridos do cruzamento das espécies
Saccharum, como: S. officinarum e S.
Spontaneum. A espécie S. officinarum
desenvolveu-se em locais com alta umidade, temperatura e solos férteis. Possui
um sistema radicular mais superficial,
devido as condições de adaptação. A
espécie S. spontaneum desenvolveu-se
em condições adversas, regiões desérticas de clima temperado. Apresenta
uma rusticidade, ou seja, é resistente
aos fatores de estresse. Portanto, as características apresentadas pela S. spontaneum, mostra a importância para o
melhoramento genético de incorporar
mais genes dessa espécie para a obtenção de materiais mais rústicos e adaptados a situações de estresse.
Na cultura da cana-de-açúcar, 90%
das raízes está concentrada na camada
de 0 a 40 cm do solo. O sistema radicular das canas plantas explora mais
as camadas superficiais enquanto nas
soqueiras ocorre um aumento de exploração em subsuperfície. Entretanto,
apesar das canas plantas apresentarem
menor quantidades de raízes quando
comparadas as canas socas, a eficiência
de absorção é maior, porque as raízes
são mais novas e tenras. Observa-se
também que: quanto mais uniforme
for a distribuição do sistema radicular
no perfil do solo, melhor será absorção
de água e nutrientes pela planta, favorecendo assim, seu desenvolvimento
vegetativo no período que ocorre déficit hídrico com frequência em nossa
região, entre os meses de final de outono e inverno e no período onde existe a
probabilidade de ocorrer veranico, entre os meses de outubro a março.
O sistema radicular sofre alterações
ao longo do tempo. Após o corte das
soqueiras, mantém-se em atividade por
um tempo e é substituído por raízes dos
novos perfilhos. A morte das raízes ou
renovação do sistema radicular ocorre
pela deficiência hídrica (falta de umidade no solo) e não devido ao corte da
parte aérea, independentemente da época de desenvolvimento. É no período
das chuvas que ocorre o crescimento de
raízes novas e aumento de ramificações.
Com o avanço da colheita mecanizada crua (sem queima), o manejo da
cana-de-açúcar necessita de algumas
análises e adequações. Nesse sistema
de colheita provavelmente o desenvolvimento do sistema radicular é alterado já que a palha remanescente sobre o
solo reduz a amplitude térmica, aumenta o teor de água e de matéria orgânica
no solo.
Na cana colhida mecanicamente
crua, devido ao elevado tráfego de máquinas e veículos de transbordo, ocorrem alterações nas propriedades físicas
do solo e a densidade aumenta até a
profundidade de 0,40 m.
É importante destacar que a densidade do solo pode interferir muito no
desenvolvimento do sistema radicular.
A densidade do solo está diretamente
relacionada à compactação. A compactação decorrente do tráfego de máquinas, veículos e implementos acarreta
o aumento da densidade do solo e simultaneamente reduz a macroporosidade e aeração e aumenta a resistência
a penetração. Um solo úmido, estando
compactado, tem elevada resistência a
penetração do sistema radicular, prejudicando a absorção de água e nutrientes pelas plantas. Este cenário pode
comprometer significativamente a produtividade das lavouras bem como a
sustentabilidade agrícola e ambiental.
Realizar o controle de tráfego, separando as zonas de tráfego daquelas
em que há crescimento das plantas e
concentrando a passagem de pneus em
linhas delimitadas, pode diminuir substancialmente a compactação do solo e é
uma técnica de manejo da mecanização
agrícola que representa uma alternativa
para o cultivo de cana-de-açúcar.
A mecanização da lavoura tem causado impactos muitas vezes preocupantes para o setor sucroenergético e o
aperfeiçoamento e desenvolvimento de
máquinas e implementos e de práticas
como plantio e colheita mecanizada
são extremamente necessárias. Aliado a
isso, o conhecimento do sistema radicular e da dinâmica do seu desenvolvimento pode nos auxiliar muito na busca
pela excelência.
*Literaturas consultadas:
Vasconcelos, A.C.M; Garcia,
J.C. Cana-de-açúcar: ambiente de
produção. Potafós – Encante técnico,
n 110, 2005.
Faroni, C.E;Trivelin, P.C.O.. Quantificação das raízes metabolicamente
ativas de cana-de-açúcar. Pesq. Agropec. Brasileira, v41, n6, 2006.
Medina, C.C. et al. Crescimento
radicular e produtividade de cana-de-açúcar em função de doses de
vinhaça em fertirrigação. Semina,
v23, n2, 2002.
Costa, M.C.G; Mazza, J.A.; Vitti,
G.C. Variedades de cana-de-açúcar vs.
adapatação ao solo vs. renovação do
sistema radicular. Anais Esalq.RC
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Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Destaque
Há boas alternativas para reduzir o custo
de produção de cana
Preços em baixa, custos em alta, este é o cenário do setor sucroenergético. Mas há soluções para melhorar a competitividade na área agrícola, responsável por quase 70% do custo de produção de cana
Luciana Paiva – Assessoria de Imprensa Grupo IDEA
É
no campo que se faz o açúcar, etanol, energia, enfim, a cana e, em
decorrência, todos os seus produtos. Por isso, o custo da matéria-prima
impacta diretamente toda a cadeia. Por
anos, o setor tenta reduzir o quanto gasta
na área agrícola, responsável por quase
70% do custo de produção da cana. O
assunto é tão importante que virou, há
12 anos, tema de seminário. Promovido
pelo Grupo IDEA, o Seminário Produtividade e Redução de Custos discute os
gargalos e quais as saídas para aliviar e,
até mesmo engordar o caixa das usinas e
de produtores de cana.
Nos dias 4 e 5 de dezembro, em Ribeirão Preto, aconteceu a 12ª edição
do Seminário e o público formado por
quase 350 pessoas representando 150
usinas, cooperativas, consultorias, produtores de cana e pesquisadores que
ouviram notícias baixistas sobre o mercado sucroenergético, principalmente
sairam do evento levando excelentes
sugestões para melhoria da competitividade na área agrícola canavieira.
Em sua palestra, o economista Francisco Louro Fernandes, da Sucrotec,
informou que o custo de produção de
uma tonelada de cana, sem os custos de
arrendamento, depreciações e o custo
financeiro das dívidas das empresas,
alcançou, em 2013, o patamar de R$
61,00. Os custos que mais subiram foram os da mão de obra e do óleo diesel.
Estes custos sobem a cada ano enquanto o valor da tonelada de cana pago pelo
Consecana cai com a queda nos preços
dos produtos finais. No momento, o
preço do açúcar está em queda e o etanol está estável, sendo que a paridade
de preços já não pende mais para o lado
do açúcar. Este produto, que de acordo
com outro palestrante, Eduardo Carvalho, trader da Sucden, ainda apresenta
superávit de quatro milhões de tonela-
das no mercado internacional e poderá
se manter durante todo o ano de 2014
mantendo os preços represados.
Há soluções
Para contrabalançar a difícil situação
em que o setor está passando, surgem
novidades e alternativas a cada dia. No
Seminário foram apresentados casos de
sucesso com aplicação de produtos da
Syngenta, Basf e FMC que possuem
em sua linha de insumos, maturadores
que elevam rapidamente o teor de sacarose, fungicidas que protegem a cana na
hora da formação dos canaviais, inseticidas para combater as principais pragas da cultura, herbicidas para todo tipo
de plantas daninhas e produtos estimulantes de crescimento, que quando aplicados funcionam como Bio ativadores
do desenvolvimento vegetativo como
as Giberelinas que alongam os entrenós
das plantas no período de maior crescimento vegetativo.
O agrônomo Marcos Mazza, da
Syngenta, apresentou como a logística
e os suprimentos são importantes para
o setor melhorar a sua produtividade
evitando que máquinas fiquem paradas,
mato e pragas sejam combatidos com
atraso e tudo fique na malha burocrática esperando autorizações e vistos.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
O sistema precisa ser automático com
empresas fornecedoras sendo parceiras
da produtividade num processo de melhoria contínua. Este palestrante ressaltou que o planejamento e controle são
importantes e que devem ser aperfeiçoados para ganhar competitividade.
Rodrigo Sanchez, diretor de desenvolvimento da Usina São Domingos,
de Catanduva, SP, contou como a empresa atingiu a excelência em serviços
por meio de um programa de analises
de desempenho e matemática aplicada
aos pontos chaves do processo produtivo. Nos últimos anos, a Usina São
Domingos investiu em qualificação
profissional em todos os níveis e neste
período ganhou o prêmio Campeãs de
Produtividade do Grupo IDEA/CTC se
colocando entre as 10 melhores empresas sucroenergéticas do Brasil.
Perdas com a mecanização
Outro case que chamou muito a atenção foi o apresentado pelo engenheiro
Walter Lima, da Usina Ester, de Cosmópolis, SP, que provou por meio de
experimento realizado com velocidade
e rotações dos extratores de limpeza das
colhedoras, que as empresas estão trabalhando com ambas em descompasso
o que aumentou significativamente as
31
perdas e as impurezas vegetais. “A melhor velocidade de deslocamento das
maquinas é de 3 quilômetros por hora
e a maioria das empresas trabalha a 6
quilômetros por hora com os extratores a 1200 rpm. Isto leva ao aumento
de perdas e das impurezas vegetais a
níveis insuportáveis pelas usinas que
estão perdendo milhões de reais a cada
ano”, afirmou.
Dib Nunes, presidente do Grupo
IDEA, apresentou análise do quanto as
usinas podem economizar ou mesmo
deixar de desperdiçar se reduzirem as
impurezas vegetais para mais da metade,
apenas com o controle dos itens apontados pela pesquisa da Usina Ester. Dib
mostrou que as usinas em cinco anos,
mais do que dobraram o teor de impurezas vegetais, saindo de 3,5% para mais
de 7% com o aumento da colheita mecanizada de cana sem queima previa.
As principais consequências disto foram: perda acentuada de qualidade da
matéria-prima que caiu da casa dos 142
kg/t para 133 kg/t neste ano e redução
da densidade de carga em mais de 12%
em unidades do tipo rodotrem que transportavam 65 toneladas por viagem em
média e agora estão trazendo menos de
56 toneladas, encarecendo sobremaneira
um dos principais itens da produção canavieira que é a colheita. Uma usina que
industrializa 3,2 milhões de toneladas
por ano chega a perder mais de 18 milhões de reais por safra, entre as perdas
no transporte e no teor de sacarose.
Este último item é o mais importante fator de ganhos em uma empresa,
que cuida da qualidade da sua matéria-prima, provou o engenheiro Javiez
Ibañez da Sucrana, que calculou que se
aumentasse 5% os teores de ART numa
cana que chega a indústria, os reflexos
poderiam alcançar até 47% de ganhos
nas margens da empresa. Javier criticou
a forma como as usinas estão procedendo em relação à colheita de cana com
excesso de palha, que é um dos principais fatores de perdas de qualidade na
matéria-prima. Citou o enorme desgaste
que ocorre nos componentes da fábrica
de açúcar e etanol e comparou com Cuba
que priorizou a palha para fazer energia
elétrica e acabou com as indústrias, que
sem reposição de peças estão totalmente
sucateada.
Para Dib, há um grande desafio a ser
vencido, pois a má qualidade da cana
parece ser uma característica generalizada nas empresas sucroenergéticas. A
atitude que pode devolver a qualidade
da matéria-prima e melhorar o resultado financeiro é aumentar o número de
colhedoras para poder reduzir a velocidade de colheita. “Hoje todos estão trabalhando no limite”, observou, “tem dia
que quebra meia dúzia de colhedoras e
para não faltar cana na fábrica, aumentam a velocidade da colhedora no máximo, aumentando as perdas, os estragos
nas soqueiras e reduzindo a qualidade
de matéria-prima.”
Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica, encerrou o primeiro
dia do Seminário. “Estamos com nível
de endividamento maior do que o faturamento e precisamos de um grande salto
tecnológico para sobrevivermos, principalmente no etanol hidratado”, disse. Sua
expectativa para 2014 é que os canaviais
voltem a produtividade de 85 toneladas
de cana por hectare, mas, segundo ele,
chegar aos números do passado, acima de
90, ainda vai demorar pra acontecer, pois
há um novo processo de produção que todos ainda estão se adaptando.
Amendoim, Irrigação, Canteirização, debate e conclusão
No segundo dia do Seminário, Paulo
Humberto Henn, da Coplana, apresentou os benefícios com a rotação de cana
com amendoim. Essa prática acrescenta
ganhos agronômicos, econômicos e sociais à cultura canavieira, fazendo parte
do pacote sustentável da cana-de-açúcar. Os ganhos obtidos pelo amendoim
nas últimas três safras têm possibilitado
ao produtor de cana se manter na atividade e até investir nos tratos culturais
da cana. Outro ponto que está sendo
estudado, segundo Henn, é a redução
da praga Sphenoforus levis na cana em
áreas de rotação com amendoim.
O engenheiro Yoran da Netafim mostrou que as empresas que têm condições
de investir em irrigação por gotejamento,
podem produzir 60% mais de cana na
mesma área. Como a longevidade aumenta para no mínimo 10 cortes os investimentos são completamente retornados.
Em sua palestra, o engenheiro João
Crisostomo Rodrigues, consultor do
Grupo Santa Terezinha, mostrou as evoluções técnicas que se iniciaram com a
revolução do preparo do solo utilizando
a técnica desenvolvida pela empresa de
equipamentos Mafes de preparo profundo do solo com o equipamento PENTA, que faz cinco operações em apenas
uma, mostrando o quanto é possível
melhorar a incorporação de nutrientes
e corretivos, torta de filtro e ainda melhorar o enraizamento da cana que vai
a grandes profundidades em busca de
água e nutrientes, proporcionando ganhos de produtividade agrícolas já comprovados. A adoção de cultura canteirizada com controle do trafego, reduziu
significativamente a compactação e as
operações de preparo do solo feitas de
uma só vez trouxeram uma importante
redução de custos. “São ganhos que se
multiplicam em todas as etapas de produção de matéria-prima a qual, segundo
a Sucrotec, hoje representam 75% dos
custos finais de uma saca de açúcar ou
de um litro de etanol”, salientou Dib.
Os avanços em Produtividade e Redução de Custos foram ratificados no debate
que finalizou o 12º Seminário e reuniu
os experientes João Martins, diretor do
grupo Abengoa, Paulo Kronka, diretor
do grupo Noble e pelo produtor e consultor de empresas Luiz Carlos Dalben, que
produz na agrícola Rio Claro, mais de
500 mil toneladas de cana por ano.
Em sua conclusão, Dib Nunes disse
que o evento deixou claro que o setor tenta neutralizar a ineficiência governamental, com avanços em gestão, progressos
tecnológicos e muito trabalho. “O setor
canavieiro emprega mais de 2,5 milhões
de pessoas que certamente não se mostram satisfeitos com o governo federal,
que está utilizando uma política equivocada de controle da inflação através do
controle de preços dos combustíveis e
com isto está afundando dois importantes
símbolos do Brasil: a Petrobras e todo o
setor produtor de etanol”, ressaltou o presidente do Grupo IDEA. RC
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
32
Safra
Acompanhamento da safra 2013/2014
N
este trabalho são apresentados os dados
obtidos até a segunda quinzena de novembro, referente à safra 2013/2014,
em comparação com os obtidos na safra
2012/2013 no mesmo período.
A Tabela 1 a seguir, contém o comparativo
do ATR médio acumulado (kg/t) referente às
safras 2012/2013 e 2013/2014, ambas do início
até a segunda quinzena de novembro. O comparativo deste mesmo período para ambas as
safras demonstrou uma queda de 1,9 kg para a
safra 2013/2014.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
fornecedores de cana da Canaoeste nas safras 2012/2013 e 2013/2014
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste, até a
segunda quinzena de novembro, da safra 2012/2013.
As Tabelas 2
Thiago de Andrade Silva
e 3 contém de- Gestor de Planejamento, Controle
e Topografia da Canaoeste
talhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas
safras 2012/2013 e 2013/2014.
O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2013/2014
em comparação com a safra 2012/2013.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a
segunda quinzena de novembro, da safra 2013/2014
O BRIX do caldo da safra 2013/2014
ficou muito abaixo no mês de abril, recuperando a partir do mês de maio, ficando acima a partir da segunda quinzena de maio em relação ao da safra
2012/2013, exceto a partir da segunda
quinzena de agosto que ficou abaixo.
O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2013/2014
em comparação com a safra 2012/2013.
Pode-se observar que a POL do caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo.
O Gráfico 3 contém o comportamento da pureza do caldo na safra 2013/2014
em comparação com a safra 2012/2013.
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2013/2014 e 2012/2013
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2013/2014 e 2012/2013
33
Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2013/2014 e 2012/2013
Gráfico 4 – Comparativo das médias de fibra da cana
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2013/2014 e 2012/2013
Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2013/2014 e 2012/2013
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
34
Safra
A pureza do caldo da safra 2013/2014
ficou abaixo da obtida na safra 2012/2013
no mês de abril e segunda quinzena de
novembro, sendo a diferença mais acentuada na primeira quinzena de abril, se
equiparando a partir do mês de maio e no
restante do período.
O Gráfico 4 contém o comportamento da Fibra da cana na safra 2013/2014
em comparação com a safra 2012/2013.
A fibra da cana na safra 2013/2014
ficou abaixo daquela obtida na safra
2012/2013, na segunda quinzena de
abril, no mês de maio (mais acentuado na primeira quinzena), na primeira
quinzena de junho, no mês de setembro
(mais acentuado na segunda quinzena) e
na segunda quinzena de outubro, ficando
acima na primeira quinzena de abril, na
segunda quinzena de junho, no mês de
julho, na segunda quinzena de agosto, na
primeira quinzena de outubro e no mês
de novembro. Na média acumulada até
a segunda quinzena de novembro, a fibra
da cana está apenas 0,6% abaixo da observada na safra anterior.
O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2013/2014
em comparação com a safra 2012/2013.
A POL da cana na safra 2013/2014
ficou muito abaixo da obtida na safra
2012/2013 no mês de abril, se equiparando na primeira quinzena de maio e
segunda quinzena de junho, ficando acima na segunda quinzena de maio e nos
meses de junho, julho e agosto, exceto
a partir da segunda quinzena de agosto
que ficou abaixo. Na média a POL da
cana na safra 2013/2014 está próxima
da observada na safra 2012/2013.
O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013.
Tendo em vista que a POL participa com mais de 90% do ATR o mesmo
apresentou o mesmo comportamento da
POL da cana. Na média, verifica-se uma
queda de 1,9 kg de ATR nesta safra de
2013/2014 em relação à safra anterior.
da obtida em 2012, se equiparando no
mês de janeiro, julho e agosto e muito
abaixo nos meses de abril e junho.
O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra
2013/2014 em comparação com a safra
2012/2013.
Em 2013, observa-se um volume
de chuva muito acima no primeiro trimestre e no terceiro trimestre, abaixo
no segundo trimestre e muito acima até
novembro no quarto trimestre, se comparado aos volumes médios de 2012.
O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2013/2014 em
comparação com a safra 2012/2013.
A precipitação pluviométrica de
2013 ficou acima da verificada em 2012
no mês de novembro, que ficou concentrada em alguns dias. Observa-se, entretanto, uma melhora na produtividade.
Por outro lado, verifica-se uma queda
da qualidade média, devida também a
chuva ocorrida no mês de outubro e novembro, comparativamente com a safra
2012/2013.
A precipitação pluviométrica média,
dos meses de fevereiro, março, maio,
setembro, outubro (menor proporção)
e novembro de 2013 ficou muito acima
Cabe ressaltar que o ATR médio ficou 1,9 kg abaixo do obtido na safra
2012/2013, até a segunda quinzena de
novembro.
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva)
registrada em 2012 e 2013
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por
trimestre, em 2012 e 2013
RC
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Safra de Grãos
Produção de grãos é estimada em 195,9 milhões
de toneladas
A
safra brasileira de grãos na
produção de 2013/2014 está
estimada em 195,9 milhões de
toneladas, que representa alta percentual de 4,8% em relação à temporada anterior. O crescimento na área plantada
de grãos foi de 3,6%, que saiu de 53,2
para 55,2 milhões de hectares. O resultado é do terceiro levantamento apurado pela Conab - Companhia Nacional
de Abastecimento, vinculada ao Mapa
- Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento e divulgado no dia 10
de dezembro.
Destaque para as culturas de soja, algodão, feijão e arroz. A soja obteve um
crescimento de 10,5% com uma produção estimada em 90 milhões de toneladas. Em relação à área plantada, o
aumento foi de 6,2%, passando de 27,7
para 29,4 milhões de hectares.
O secretário de Política Agrícola do
Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Neri Geller, ressaltou
durante o levantamento da safra sobre o crescimento da produção de soja
em todo estado brasileiro e destacou
o trabalho dos produtores rurais com
o apoio do governo federal em elevar
os números de produção, bem como da
qualidade dos mesmos.
“A expectativa do agronegócio no
Brasil é que com os crescimentos apresentados safra após safra em relação à
produção de soja é de que supere os do
Estados Unidos, o que em breve será
uma realidade” frisou Neri Geller.
considerando a safra passada, sendo o
Paraná o maior produtor.
Para a cultura de algodão foi registrada uma área a ser cultivada no país
em 1.076,9 mil hectares, 20,4% superior aos 894,3 mil hectares cultivados
na safra 2012/13, representando um
acréscimo de 182,6 mil hectares em relação à safra anterior.
A expectativa é de que a produção
de arroz seja 4,0% maior do que a safra
passada, em virtude da possibilidade de
melhores produtividades na maior parte
dos estados produtores.
A área de feijão primeira safra está
estimada em 1,17 milhão de hectares,
o que configura um crescimento de
4,1% em relação à safra passada. Vale
frisar que 48,2% da produção do feijão
primeira safra provém da região Sul,
A pesquisa foi feita pelos técnicos da
Conab no período de 24 a 30 de novembro nas principais regiões produtoras de
grãos do país.
Fonte: Assessoria de Comunicação
do Ministério da Agricultura, Pecuária
e AbastecimentoRC
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
36
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área comum com piscina aquecida, salão de jogos e festa, churrasqueira, quadra e sauna. Valor: R$ 1.980.000,00;
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Valor: R$ 2.500,00;
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com carroceria. Valor: R$ 60.000,00;
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14225/2013 e localizado próximo a
Orindiúva – SP;
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aproveitamento para plantio de cana,
seringueira e/ou pastagens;
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Preto - SP, localizado na Av. Plínio de
Castro Prado. Possui salão e WC privativos, sacada, três dormitórios, sendo
uma suíte, armário embutidos, banheiro social, sala, sala de jantar, jardim de
inverno, cozinha com armários, área de
serviço, quarto com estante em alvenaria, WC despensa, varanda coberta e
área externa. Área construída: 270 m².
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(17) 9 965- 3637/ (16) 9 9134-8033
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9166-1710/ (19) 8128-0290 ou pelo e-mail: [email protected]
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20.000 litros, Gascom, novo, pipa bombeiro;
- VW 15-180/10, comboio para lubrificação e abastecimento, Gascom, novo;
- VW 15-180/10, baú, frigorifico;
- VW 13-180/09, comboio para lubrificação e abastecimento, Gascom,novo;
- VW 31-320/08, chassi, 88.000km,
original;
- VW 26-260/08, tanque de água de
15.000 litros, Gascom, novo, pipa bombeiro;
- VW 26-260/08, tanque de água
de18.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 13-180/09, tanque de água de
10.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 15-180/06, tanque de água de
11.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 31-310/05, tanque de água de
18.000 litros, pipa bombeiro;
- VW 12-140/95, tanque de água de
10.000 litros, pipa bombeiro;
- MB 715c Accelo /04, carroceria;
- MB LA 1418/90, 4x4, no chassi;
- MB L 2213/86, tanque de água de
15.000 litros, pipa bombeiro;
- MB L 2213/81, no chassi;
- MB L 1113/69, 4x2, no chassi;
- F.Cargo 1717/09, tanque de água
de 8.000 litros, bozza, pipa bombeiro;
- F.Cargo 2622/09, tanque de água,
pipa bombeiro;
- F.Cargo 1317/07, munk cng, mod.
20.000;
- F14000/90, 4x2, no chassi;
- F11000/90, tanque de água de
9.000 litros, pipa bombeiro;
- Toyota Hilux srv cd, 2010, prata
4x4, automática, diesel, com 35.000km;
- Munk Hincol, mod. 43.000, ano 2012;
- Munk Hincol, mod. 31.000, ano
2010;
- Munk Munck, mod. 640-18, ano
1990;
- Caçamba Basculante, com 12m³,
Facchini, ano 2008;
- Comboio para lubrificação e abastecimento, Gascom, de 2.000 litros, ano
1999;
- Baú Frigorifico Facchini, ano 2010;
- Baú 6.00x3.00x2.40, piso de ferro;
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ano 1998;
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14.000 litros;
- Tanque de água para caminhão de
7.000 litros, tipo carroceria;
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15.000 litros;
- VW 13180/09, comboio para lubrificação e abastecimento;
- VW 12140/96, Baú, oficina móvel;
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e-mail: [email protected]
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Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Eventos de janeiro de 2014
ShowTec 2014
Empresa Promotora: Fundação MS
Tipo de Evento: Encontro / Simpósio
Data do Evento: 22/01/2014 a 24/01/2014
Cidade: Maracaju - MS
Localização do Evento: Fundação MS - Estrada da Usina
Velha, km 2
Site: www.fundacaoms.org.br
Telefone: (67) 3454-2631
E-mail: [email protected]
Curso de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Sistema Barreirão)
Empresa Promotora: CPT Cursos Presenciais
Tipo de Evento: Curso / Treinamento
Data do Evento: 12/01/2014 a 14/01/2014
Cidade: Viçosa - MG
Localização do Evento: Unidade de Ensino CPT Cursos
Presenciais
Site: www.cptcursospresenciais.com.br
Telefone: (31) 38998300
E-mail: [email protected]
Curso de Inseminação Artificial
Empresa Promotora: CRV Lagoa
Tipo de Evento: Curso / Treinamento
Início do Evento: 13/01/2014
Fim do Evento: 17/01/2014
Cidade: Sertãozinho - SP
Localização do Evento: CRV Lagoa
Site: www.crvlagoa.com.br
Telefone: (16) 2105.2299
16º Itaipu Rural Show
Empresa Promotora: Cooperativa Regional Itaipu
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 29/01/2014
Fim do Evento: 01/02/2014
Cidade: Pinhalzinho - SC
Localização do Evento: Centro de Treinamento e Transferência de Tecnologias - BR 282, km 280 (cerca de dois quilômetros a oeste do centro de Pinhalzinho)
Site: www.itaipururalshow.com.br
Telefone: (49) 3366-6500
E-mail: [email protected]
Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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Biblioteca “General Álvaro
Tavares Carmo”
Legislação de Direito Ambiental
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
...E a cada dia que levanto curvo-me frente a Deus. Agradeço-o. Renovo
o meu contrato de vida. Livro: Entre Trechos e Trechos... Palavras...
Sentimentos... afins - All Print Editora - Renata Carone Sborgia
Renata Sborgia
1) Maria comprou uma “mini-saia” branca para usar no Ano Novo!
Maria poderia ter comprado uma Gramática revisada com as Novas Regras Ortográficas também!
O correto é: MINISSAIA (sem o hífen).
Regra fácil: Nas formações em que o prefixo (ou falso prefixo) termina em
vogal e o segundo termo inicia-se em r ou s: não usar mais o hífen e nesse caso,
passa-se a duplicar essas consoantes.
2) Ele disse que seria necessário requerer o provimento do presente Recurso Extraordinário com a “consequente” alteração da decisão recorrida.
...muito bem, porém sem alteração na expressão consequente!
Obra organizada por temas, contendo as
seguintes normas:
- Códigos de Águas, de Mineração, Florestal e de Caça;
- Protocolo de Quioto;
- Lei de Crimes Ambientais;
- Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC;
- Política Nacional de Resíduos Sólidos e
seu Regulamento;
- Resoluções CONAMA;
- Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/12)
Inclui ainda dispositivos da Constituição
Federal, índices e notas.
Referência bibliográfica:
Brasil. Legislação de direito ambiental. –
6. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2013. – (Coleção
Saraiva de Legislação)
Está correta a expressão: consequente (sem trema)
Regra fácil: Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita
muito textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever linguística, frequência. Permanecerá sim em nomes próprios e seus derivados, de
origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai deixar de usar o trema
em seu nome, pois é de origem alemã (neste caso, o “ü” lê-se “i”).
3) O carro dele “para” em toda esquina!
...e para quem não sabe sobre a diferença do verbo e da preposição? Precisa
parar no capítulo sobre as Novas Regras Ortográficas!
Está correto!
Regra fácil: Acento diferencial
Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir:
Para (verbo) de para (preposição)
Exemplos corretos:
O carro dele para em toda esquina. – verbo parar
Estarei voltando para casa daqui a uma hora. - preposição para
A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o contexto.
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste.
[email protected]
www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste
Fone: (16) 3524-2453
Rua Frederico Ozanan, nº842
Sertãozinho-SP
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