Revista Canavieiros
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1 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 2 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Editorial O 3 Safra 2013/2014 – Preço x Produção ano de 2013 não foi bom para o setor sucroenergético. Devido aos preços praticados no mercado, que não atenderam às expectativas de cobrirem os custos de produção, o setor vem enfrentando uma importante crise. Esta é a opinião de grandes lideranças, que acompanha de perto as frustrações e decepções dos produtores rurais e da indústria de cana-de-açúcar. Veja na Reportagem de Capa deste mês, o balanço do fechamento da safra 2013/2014 e como estes resultados podem influenciar na próxima safra. O entrevistado desta edição é o professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e diretor fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura), Adriano Pires, que esteve em Sertãozinho participando do II Encontro de Gerentes, realizado pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, e na oportunidade concedeu entrevista exclusiva à Revista Canavieiros, onde falou sobre falta de investimentos no setor sucroenergético, política de preços de combustíveis e fontes de energia. Confira! A diretora Comercial da SBW do Brasil Agrifloricultura Ltda, Conny Maria de Wit é quem assina o Ponto de Vista deste mês. Em seu artigo, a diretora explana sobre a importância de um sistema de qualidade para assegurar a lucratividade dos canaviais. O gerente de Planejamento, Controle e Topografia da Canaoeste, Thiago Silva, traz o acompanhamento da safra 2013/2014, de acordo com os dados obtidos até a segunda quinzena de novembro, em comparação com os obtidos na safra 2012/2013 no mesmo período. No Artigo Técnico, as engenheiras agrônomas da Canaoeste, Alessandra Durigan e Daniela Santa Rosa, escrevem sobre o Sistema Radicular da cana-de-açúcar. Na coluna Caipirinha, o professor Marcos Fava Neves, fala sobre as perspectivas em macroeconomia, consumo e cana-de-açúcar para 2014. As Notícias Canaoeste desta edição mostram o sucesso do projeto “Geladeiroteca – Consuma aqui e alimente seu espírito”, desenvolvido pelo bibliotecário, Haroldo Beraldo, e também o aniversário de 41 anos da biblioteca da Canaoeste. Ainda em Notícias Canaoeste, o leitor poderá conferir a realização do II Encontro de Gerentes - “Para o negócio se manter vivo é preciso se reciclar” do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, reunindo especialistas em áreas importantes para o desenvolvimento do cooperativismo. A Canaoeste também realizou uma Reunião Técnica no Escritório de Descalvado para os produtores da região e abordou sobre o tema “Soluções Inteligentes no Controle de Pragas para a Cana-de-açúcar”. Já em Notícias Copercana, o gerente da Uname (Unidade de Grãos da Copercana), Augusto César Strini Paixão, assina um artigo sobre a situação atual e as perspectivas para os projetos de amendoim e soja da cooperativa. O leitor também poderá conferir a participação da Copercana no lançamento da maior turbina produzida na América Latina e a visita do presidente do 15º Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, desembargador Dr. Flávio Allegretti de Campos Cooper à Copercana. Como Destaque desta edição, a Canavieiros traz o 12º Seminário de Produtividade e Redução de Custos, realizado pelo Grupo IDEA. O evento discutiu os gargalos e quais as saídas para aliviar e, até mesmo engordar o caixa das usinas e de produtores de cana. Em Assuntos Legais, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, destaca as garantias ilegais para a inscrição estadual de contribuinte e também a regulamentação do CAR (Cadastro Ambiental Rural), que possibilitará aos proprietários e possuidores rurais darem início à regularização de seus imóveis de acordo com o novo regime jurídico do Código Florestal. Além disso, a Canavieiros também traz as Informações Setoriais sobre as chuvas de novembro e previsões climáticas para janeiro e fevereiro, divulgadas pelo consultor, Oswaldo Alonso, dica de leitura e gramática. Boa leitura! Conselho Editorial RC Expediente: Conselho Editorial: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Equipe de redação e fotos: Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Rafael H. Mermejo e Karen Conceição Comercial e Publicidade: Marília F. Palaveri (16) 3946-3300 - Ramal: 2008 [email protected] Impressão: São Francisco Gráfica e Editora Editora: Carla Rossini - MTb 39.788 Tiragem DESTA EDIçÃO: 21.000 exemplares Projeto gráfico e Diagramação: Rafael H. Mermejo ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. Endereço da Redação: A/C Revista Canavieiros Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550 Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2190) [email protected] www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Foto: Rafael Mermejo 4 Ano VIII - Edição 90 - Dezembro de 2013 - Circulação: Mensal Índice: Capa - 22 Safra 2013/2014 é recorde na produção de etanol Apesar de sofrer uma recuperação parcial da produtividade, a situação financeira do setor sucroenergético ainda é desfavorável 05 - Entrevista Adriano Pires Professor da UFRJ e diretor fundador do CBIE “Se queremos voltar a ter uma política bem orientada, precisamos ter mais planejamento e menos intervencionismo”. 07 - Ponto de Vista I Elizabeth Farina, Presidente da Unica O caminho ainda é longo… 10 - Notícias Copercana - Projetos Copercana amendoim e soja: situação atual e perspectivas - Copercana participa do lançamento da maior turbina produzida na América Latina - Copercana recebe visita do desembargador presidente do 15º Tribunal Regional do Trabalho de Campinas 15 - Notícias Canaoeste - II Encontro de Gerentes - “Para o negócio se manter vivo é preciso se reciclar” - Canaoeste realiza Reunião Técnica no Escritório de Descalvado sobre “Soluções Inteligentes no Controle de Pragas para a Cana-de-Açúcar”. - Biblioteca da Canaoeste completa 41 anos e comemora as conquistas de 2013 - Projeto desenvolvido por bibliotecário da Canaoeste ganha espaço no Centro Esportivo Mogiana 20 - Notícias Sicoob Cocred - Balancete Mensal Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 E mais: Coluna Caipirinha .................página 08 Assuntos Legais .................página 24 Informações Setoriais .................página 26 Artigo Técnico .................página 28 Destaque .................página 30 Acompanhamento da safra .................página 32 Safra de Grãos .................página 35 Classificados .................página 36 Agende-se .................página 37 Cultura .................página 38 5 Entrevista “Se queremos voltar a ter uma política bem orientada, precisamos ter mais planejamento e menos intervencionismo”. A frase acima é do professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e diretor fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura), Adriano Pires, que esteve em Sertãozinho participando do II Encontro de Gerentes, realizado pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, e na oportunidade concedeu entrevista exclusiva à Revista Canavieiros. Confira! Adriano Pires Fernanda Clariano Revista Canavieiros - A superioridade energética do etanol de cana-de-açúcar é incontestável, assim como a gestão da indústria da cana brasileira. Por que há falta de investimentos no setor? Adriano Pires – Há falta de investimentos no setor porque não têm políticas públicas. O setor de etanol está ligado ao agronegócio e precisa de políticas públicas que dê previsibilidades. Em qualquer atividade da agricultura é preciso lidar com a imprevisibilidade. Ninguém sabe como vai ser o clima nas diferentes safras, se vai chover muito ou pouco. Imagina conviver com essa imprevisibilidade e ainda com a falta de política do governo. O que está acontecendo é que não há política previsível de governo, não há planejamento de médio e longo prazo e com isso, automaticamente, vai desestimulando o investimento no setor. Em 2008, o setor passou por uma crise econômica onde muitas usinas enfrentaram dificuldades financeiras. Tivemos duas safras com clima ruim e o governo passou a controlar o preço da gasolina e a reduzir a CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico). Existe uma antipolítica contra o setor, não dá para ter investimentos sem ter segurança. Com isso, aquele famoso combustível que era verde e amarelo, está a cada dia menos verde e amarelo. Revista Canavieiros – Como deve ser o cenário para o setor sucroenergético em 2020? Adriano Pires – Hoje é difícil prever esse cenário, pois diante da falta de política que temos e das bobagens que o Governo tem dito por aí, os Estados Unidos vai ser cada vez mais produtor de petróleo. Penso que diante desses comentários o cenário de 2020 fica complicado, de cinza para preto. O Brasil precisa entender que, se queremos retomar o crescimento econômico, o setor de energia é muito importante porque somos um país que tem uma diversidade energética muito grande e temos uma vantagem comparativa em relação aos demais países. Então temos que transformar a energia num fator de crescimento econômico. Talvez a necessidade de sobreviver, de voltar a ter um PIB (Produto Interno Bruto) um pouco mais alto, de gerar emprego, obrigue o Governo a rever a política energética em relação ao etanol. Se olhar a disponibilidade de aditivos hoje no mercado internacional, o etanol anidro é imbatível e necessita ter uma precificação diferenciada e de um pouco mais de consideração do Governo, que deveria ser um pouco mais inteligente e preocupado com o futuro do setor. Pode ser que essa questão da sobrevivência faça com que esse horizonte de 2020 que por enquanto está de cinza para preto, fique um pouco mais cinza e um pouco menos preto. Revista Canavieiros – O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, produz e exporta açúcar, é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar do mundo. O que explica o descaso com um setor tão produtivo como o setor sucroenergético? Adriano Pires – O descaso é com o setor de agronegócio como um todo. Temos o mito no Brasil que o importante é a indústria, que leva o crescimento. No governo Dilma, o PIB vai crescer em média 2,5%, que é ridículo num país como o Brasil e cresceu isso graças ao agronegócio que hoje é o grande setor da economia brasileira. Não quero dizer que a indústria não seja importante, lógico que é, mas queremos um país desenvolvido, de primeiro mundo e para isso, temos que ter um agronegócio forte e uma indústria forte. É um absurdo o Governo jogar no lixo, no ralo, um setor como o de etanol que tem uma tradição secular. O Brasil deveria estar exportando etanol, visto que hoje exportamos equipamentos para o mundo inteiro para produzir etanol. Não faz sentido um país que é Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 6 Entrevista grande produtor de etanol, que já foi o primeiro do mundo e agora é o segundo por falta de política pública, tenha que importar gasolina. Em 2009, não importávamos gasolina, era zero de importação e o Brasil chegou a exportar o combustível. Com a “lambança” de preços que o governo fez de 2010 para cá, a importação de gasolina cresceu 400%. Hoje, 12% do consumo brasileiro de gasolina é importado e isso não tem sentido, por que criaram então o carro flex? Quando criaram o carro flex, a intenção era que os carros fossem abastecidos com etanol e não com gasolina. A gasolina seria para abastecer de vez em quando, no caso da entressafra, onde o preço fica mais competitivo. Temos um potencial enorme para consumir etanol hidratado. Poderíamos estar consumindo 34 milhões de metros cúbicos e não consumimos pela falta de política pública. Além disso, somos penalizados por outro lado, estamos importando um combustível sujo, que não gera emprego e deixando de lado um combustível limpo e que gera empregos. Revista Canavieiros – Durante a apresentação no Encontro de Gerentes, o senhor disse que o Brasil vive uma “política de desorientação energética”. Como mudar esse cenário? Adriano Pires – Quando falo “desorientação energética”, é que o Brasil hoje vive uma política energética intervencionista. O planejamento foi abandonado e o setor de energia precisa de planejamento. O intervencionismo é uma palavra ligada a curto prazo, já o planejamento, a médio, longo prazo. Eu acredito que o país esteja passando por um momento de desorientação energética. Há uma centralização demasiada na mão da presidente Dilma e uma grande falta de interlocutores com diversos setores, inclusive com o etanol. Então, se quisermos voltar a ter uma política bem orientada, precisamos ter mais planejamento e menos intervencionismo, do contrário, estaremos jogando fora uma vantagem comparativa que a natureza Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 nos deu. Não é possível que um país com essa riqueza de energia, seja importador de tudo. Revista Canavieiros – A política de preços de combustíveis precisa ser mudada? Adriano Pires – Precisa mudar urgentemente para o bem de todos. Para o bem da Petrobras, que está com o caixa cada dia pior e também para tornar o etanol outra vez competitivo. A política de preço está toda errada. É preciso ter uma política de preço em relação à gasolina, que siga o mercado internacional, que tenha um tributo que seja a CIDE ou outro qualquer, que penalize a gasolina por ser um combustível sujo e dê competitividade ao combustível limpo que é o etanol. Tenho falado que o governo foi tão incompetente nos últimos anos com essa “lambança” nos preços da gasolina que conseguiu o que ninguém podia imaginar, que é destruir os dois maiores ícones do setor de energia no Brasil, que é a Petrobras e o etanol. RC 7 Artigo O caminho ainda é longo… C ompletei minha “primeira safra” no setor da cana-de-açúcar. Há cerca de um ano assumi a Presidência Executiva da Unica, plenamente consciente dos grandes desafios que estavam por vir, mas entusiasmada pela oportunidade de liderar um dos mais dinâmicos e sustentáveis setores da economia brasileira. Foi um ano de intensa atividade, no qual procurei centrar esforços, juntamente com minha equipe, no aperfeiçoamento das políticas públicas e do ambiente institucional brasileiro. Foram inúmeras as discussões com representantes dos setores público e privado no Brasil e no exterior, avaliando e buscando alternativas que pudessem melhorar a competitividade e gerar os incentivos necessários para um novo ciclo de investimentos no setor. Medidas importantes foram obtidas, entre as quais destaco o retorno da mistura do etanol na gasolina para o nível de 25%, o que gerou uma demanda adicional de cerca de dois bilhões de litros ao ano; o aperfeiçoamento da linha de crédito para renovação de canaviais, reduzindo a sua idade média e aumentando a produtividade; o financiamento para estocagem de etanol, medida que, juntamente com a exi- gência de contratos de compras antecipadas de etanol pelas distribuidoras estabelecida pela ANP, permitiu uma maior estabilidade de oferta e preços ao longo da safra; e a desoneração do Pis/Cofins do etanol que, após sua regulamentação, permitirá um aumento da competitividade do setor. Cabe destacar que o setor também fez sua parte e continuou investindo em larga escala no aumento da eficiência, a exemplo do acelerado ritmo de mecanização e da geração de bioeletricidade. Mesmo em crise, apostou em novas tecnologias, devendo inaugurar as primeiras plantas comerciais brasileiras de etanol de 2ª geração já em 2014. Além disso, manteve os investimentos em logística de transportes, destacando a inauguração da primeira fase do etanolduto, entre Ribeirão Preto e Paulínia, e da melhoria das ferrovias e terminais portuários, visando ao aumento contínuo da competitividade nos mercados doméstico e internacional. Porém, apesar dos avanços significativos detalhados neste relatório, envolvendo competitividade, sustentabilidade, comunicação e nossa presença estratégica em Brasília, é fundamental que políticas que definam regras de longo prazo sejam rapidamente adotadas. Elizabeth Farina participou do lançamento da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético em Brasília - DF Elizabeth Farina, presidente da Unica O setor tem trabalhado nesse sentido, e aguarda uma clara sinalização do governo sobre o papel do etanol dentro da matriz energética nos próximos anos, o que pressupõe a adoção de uma regra clara e previsível de formação de preços de combustíveis no mercado doméstico, bem como de políticas tributárias que incorporem as externalidades positivas do etanol ao sistema de preços. Entendemos também como fundamental acelerar o fomento à pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas, industriais e de automóveis, por meio do aprimoramento do rendimento dos veículos flex. A realidade é que o setor sucroenergético ainda está longe de superar uma crise que persiste há mais de cinco anos. Por outro lado, chama a atenção o dinamismo destes empresários que continuam investindo e acreditando plenamente no potencial da energia limpa e renovável. A solução não é simples, mas passa necessariamente por uma parceria entre os setores público e privado, cujos resultados serão mais empregos, menos emissões de gases do efeito estufa na atmosfera e a melhoria da saúde pública nos grandes centros do País. Todos ganham: o meio ambiente, a economia, o cidadão, o país. Feliz 2014. Fonte: Unica Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 8 Coluna Caipirinha 2014 será um ano interessante N esta coluna estou colocando os pontos interessantes que teremos pela frente em 2014, para serem monitorados. Será um ano movimentado. Vou fazer minhas previsões, com toda a transparência, vamos ver se acerto... Em dezembro vocês podem me cobrar. Risco puro, mas estou disposto a tomar... Macroeconomia e Consumo: Será um ano difícil para o Governo Brasileiro. As contas se deterioraram, a pressão inflacionária está grande. Ano eleitoral, muita coisa por vir. 1 – Nenhuma reforma estrutural importante que possa prover maior competitividade às empresas brasileiras será aprovada. Perdemos os quatro anos de Dilma neste aspecto. O Governo focará seu esforço na reeleição, que tomará tempo da máquina e com isto menos foco ainda em coisas importantes será dado. 2 – A menos que seja feita alguma maquiagem, creio que a inflação estoura a meta e deve ficar próxima a 7%, Brasil deve crescer 2,8% e os EUA se recuperam fortemente, Europa sai do limbo e Japão também, e os emergentes crescem mais forte. Boas notícias nesta área. 3 – Existe um temor de rebaixamento da dívida brasileira, o que poderia gerar mais incerteza dos investidores, por outro lado, continuam as privatizações sendo feitas, e atraindo recursos, creio que o dólar fecha 2014 em R$ 2,45. 4 – A menos que surja uma nova candidatura, creio que a eleição para presidente vai para segundo turno, e o candidato que for, seja Aécio ou Campos, vencerá a Presidente Dilma por 53% x 47%. Em São Paulo, o Governador Alckmin será reeleito, porém, em segundo turno. O agronegócio estará muito mais atento a estas eleições e creio que faremos bom número de deputados federais e estaduais. 5 – A balança comercial brasileira deve fechar no zero, ou com pequeno superávit, puxado mais uma vez pelas exportações do agronegócio, que deverão ser de US$ 108 bilhões. 6 – A Seleção Brasileira será campeã do mundial. Será um ano fraco para os clubes paulistas, que ficaram de fora da Libertadores. O Corinthians será campeão paulista e brasileiro. Nada está reservado para São Paulo, Palmeiras e Santos... Alguns destes deve mais uma vez lambiscar o rebaixamento, mas não cairão (risos). Cana: 7 – Fecharemos o ciclo 14/15 com 619 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul, arrisco 33 milhões de toneladas de açúcar e 29 bilhões de litros de etanol. 8 – Açúcar um pouco melhor que em 2013, consumo mundial deve bater recorde e crescer quase 3%, e preços chegarão em dezembro a 20 cents por libra peso. 9 – Etanol anidro deve ficar, na usina, ao redor de R$ 1,45 e o hidratado, preço médio de R$ 1,29. Média do ano. 10 - Aposto em 137,5 kg ATR/ha é um preço final de R$ 0,51 11 – Apesar de que operacionalmente 2014 será um ano melhor para as usinas, como o nível de endividamento é alto, a operação não paga os juros. Para o Brasil será um ano de maior aperto financeiro, o dinheiro deve ficar mais caro. Portanto, é natural uma onda de consolidação outra vez. Porém, por outro lado, como os ativos estão subvalorizados, existe resistência em venda por parte dos acionistas, devemos então observar um número maior de recuperações judiciais. 12 – Será um ano de muita discussão do papel das Cooperativas e das Associações de Produtores. Sairão de 2014 mais fortalecidos, com algum redirecionamento estratégico. Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Marcos Fava Neves Homenageado do Mês: Antes de concluir, para não perdermos a característica da coluna, o homenageado do mês é o Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira. Já no final da sua gestão, tem feito um belo trabalho em prol do agronegócio e a criação da Rural Jovem é algo muito importante. Precisamos que os jovens da agricultura comecem a assumir posições importantes no Brasil. Haja Limão: a gasolina finalmente teve um aumento, mas foi insuficiente para recompor o caixa da Petrobrás e para estimular o setor de cana. Fora isto, o aumento maior do diesel, onera a cadeia produtiva, que tem grande gasto com este combustível. Enfim, não foi o que esperávamos e a Petrobrás também não terá liberdade via uma equação transparente de preços, baseada no mercado. Houve retrocesso, o que não é novidade quando se trata da política energética do atual Governo. Recheada de retrocessos. Este foi meu último texto escrito aqui na Universidade de Purdue onde passei como professor o ano de 2013. Momentos inesquecíveis de vida, coisas interessantes compartilhei ai com vocês. Agora de volta à nossa Ribeirão Preto, mais próximo dos Senhores, desejo a todos um excelente 2014. MARCOS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat. Em 2013 é Professor Visitante Internacional da Purdue University.RC 9 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 10 Notícias Copercana Projetos Copercana amendoim e soja: situação atual e perspectivas O Projeto Amendoim Copercana está em sua oitava safra. Nesta safra tivemos um acréscimo de cerca de 20 % em relação à safra passada totalizando cerca de 14.000 hectares plantados nas regiões de Sertãozinho, Herculândia e Minas Gerais. Estamos com uma estimativa de recebimento de cerca de 2.500.000 sacas. O aumento da área foi devido a uma maior adesão de nossos cooperados ao Projeto, com cerca de 10 novos produtores (45 na safra atual e 35 na safra anterior). mento, as lavouras encontram-se com excelente desenvolvimento, não ocorrendo nenhum problema que possa ocasionar perdas aos produtores. O controle de pragas e doenças (em fase inicial) está sendo feito de maneira satisfatória. Por enquanto ainda é cedo para se falar em estimativa de produção, pois as lavouras em sua maioria estão com no máximo metade de seu ciclo e estarão sujeitas aos efeitos do clima e infestação de pragas e doenças que poderão ocorrer nos meses seguintes. A adesão de novos cooperados ao Projeto demonstra que o trabalho realizado pela Copercana está sendo bem recebido pelos produtores, graças ao custeio agrícola com juros de crédito rural, fornecimento de insumos (sementes, adubos, defensivos e equipamentos agrícolas) de qualidade, preços competitivos e assistência técnica permanente nas lavouras. As chuvas nesta safra ocorreram dentro do período considerado ideal para o plantio do amendoim (outubro) e praticamente toda a área do Projeto encontra-se plantada. Até o mo- Com relação ao Projeto Soja a área da safra 2013/2014 é de cerca de 4.200 hectares, um acréscimo de 30% em relação à safra passada. A estimativa de recebimento é de cerca de 210.000 sacas do projeto e de produtores que não fazem parte do projeto mais 180.000 sacas. Com relação ao plantio resta cerca de 10% da área a ser plantada. Até o momento tudo está transcorrendo dentro da normalidade, ou seja, boa germinação e bom controle de pragas e doenças. Quanto aos mercados: para a soja as perspectivas são boas, os estoques mundiais são os mais baixos dos últimos anos e a demanda continua alta. Acreditamos que até que não se defina a próxima safra americana 2014/2015 (área plantada e produção), esta situação deve permanecer. O amendoim, safra 2013/2014, (1.750.000 sacas), devemos acabar de processar em meados Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Augusto César Strini Paixão gerente da UNAME Unidade de Grãos da Copercana de março de 2014; até agora adiantamos aos produtores R$ 25.00 por saca. Vamos fazer o fechamento em maio de 2014. Safra 2014/2015, as perspectivas são boas, esperamos que com a copa do mundo o consumo aumente e o mercado interno melhore os preços. Quanto ao mercado externo os preços devem ficar igual a 2013, em torno de US$1.600 a US$1.700 por tonelada. O Brasil deve produzir este ano 2 a 3% mais que o ano passado, em torno de 310 a 320 mil toneladas, e uma coisa muito importante com um bom padrão de qualidade. A Copercana se sente muito orgulhosa do que faz, e de participar desta cadeia produtiva e agradece a todos os produtores pela participação e confiança. RC 11 Copercana participa do lançamento da maior turbina produzida na América Latina O lançamento marca uma nova fase da TGM que atualmente exporta mais de 60% da sua produção Fernanda Clariano A o completar seu vigésimo segundo aniversário, a TGM apresentou em novembro, a primeira turbina de condensação desenvolvida, fabricada e montada com tecnologia 100% nacional. O modelo CT 63, com potência de 65 MW, pressão do vapor de admissão de 96 bar e temperatura de 518°C, tem capacidade suficiente para abastecer uma cidade de 350 mil pessoas. O período para a conclusão do modelo CT 63, foi de 14 meses e contou com o apoio do FINEP (Agência Brasileira da Inovação) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O lançamento aconteceu na fábrica da empresa e contou com a presença dos diretores, acionistas e familiares, clientes, parceiros, autoridades locais e regionais, governamentais, colaboradores e jornalistas. Dentre eles: o deputado federal, Arnaldo Jardim; a secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, o presidente da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), Maurílio Biagi Filho; o presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo; o secretário de Indústria e Comercio de Sertãozinho, Carlos Roberto Liboni, (representando o prefeito Municipal de Sertãozinho, José Alberto Gimenez); o presidente da Câmara Municipal de Sertãozinho, Rogério Magrini; o prefeito Municipal de Pitangueiras, João Batista de Andrade e o secretário da Indústria, Comércio e Turismo de Jaboticabal, Valdemir Lutti. De acordo com o diretor Industrial da TGM, Marcos Nishi, o lançamento da turbina, modelo CT 63, marca uma nova fase da TGM que atualmente exporta mais de 60% da sua produção. “Acabamos desenvolvendo um equipamento de alto nível com eficiência superior aos concorrentes em muitas Diretoria, colaboradores e autoridades em frente a turbina produzida pela TGM aplicações, principalmente nas personalizadas. Isso mostra a nossa capacidade de competitividade, mesmo tendo que competir com outros países com custos menores que no Brasil. Nossa missão é demonstrar ao mundo a capacidade tecnológica que temos, o poder de industrialização e competitividade. Somos uma multinacional brasileira, respeitada no mundo”, afirma Nishi. Marcos Nishi, diretor Industrial da TGM Deputado Arnaldo Jardim O deputado Arnaldo Jardim, em sua explanação falou da referência tecnológica que a TGM é não só para o Bra- Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 12 Notícias Copercana Maurílio Biagi Filho, presidente da Agrishow Mônika Bergamaschi, secretária da Agricultura de SP sil, mas para o mundo e do importante momento que a empresa está vivendo, exportando seus produtos, visto que o setor sucroenergético tem passado por momentos difíceis de crise. “Fico feliz em saber que a turbina produzida pela TGM, genuinamente brasileira, será instalada na Nicarágua. O meu desejo é que essa empresa possa voltar a vender muito também aqui no Brasil, pois anseio pela retomada do setor sucroenergético. Com certeza o setor quer ver as turbinas da TGM em um número maior, queimando bagaço de cana-de-açúcar e produzindo energia aqui no nosso país”, disse o deputado. de arte” que está sendo colocada no mercado e mais do que isso, pude ver também a nova arte na turbina aeronáutica. Este Grupo está no mar, no ar e na terra. Quem domina esses elementos da natureza, não tem outra forma a não ser mesmo o sucesso e isso é uma prova de confiança no futuro”, disse a secretária. A secretária de Agricultura, Mônika Bergamaschi, falou da importância do trabalho desenvolvido pela TGM para o município e para o mundo. “O setor sucroenergético, pela crise de rentabilidade que atravessa, ainda mostra confiança dia após dia. A TGM está de parabéns por desenvolver essa “obra O presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, comentou sobre a qualidade dos produtos e serviços da empresa. “Tenho enorme satisfação como consumidor em poder contar com a TGM. Quem tem em sua cidade uma empresa como essa, deve se orgulhar. A única coisa que me entristece, é ver um setor que inova tanto, esteja na “UTI” (se referindo ao momento de crise pelo qual atravessa o setor)”, afirmou Tonielo. Representando o prefeito municipal de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, o secretário de Indústria e Comércio, Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Sicoob Cocred Carlos Roberto Liboni, secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho Carlos Roberto Liboni, lembrou que há três décadas era preciso buscar tecnologia no exterior para produzir uma turbina 60 vezes menor do que a CT 63. “Isto representa o resultado de anos de trabalho”, afirmou. No final de novembro, a turbina de condensação modelo CT 63, foi exportada para uma planta industrial na Guatemala pela Uni-Systems do Brasil com sede em Sertãozinho. RC 13 Copercana recebe visita do desembargador presidente do 15º Tribunal Regional do Trabalho de Campinas Fernanda Clariano A tendendo convite do advogado da Copercana Dr. Oscar Bisson, no dia 09 de dezembro, o presidente do 15º Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, desembargador Dr. Flávio Allegretti de Campos Cooper, visitou a cooperativa onde foi recebido pelo presidente da Copercana, Sicoob Cocred e do Sindicato Rural de Sertãozinho, Antonio Eduardo Tonielo, pelo presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan e pelo diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. Estiveram presentes os juízes Dr. Welington César Paterlini e Dra. Viviane Maria Neves da Rocha; o ex-desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região e ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Dr. Levi Ceregatto; o presidente da Coopercitrus, Raul Huss de Almeida; o vice-presidente da Coplana, Roberto Cestari, além de diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred e advogados. Dr. Oscar Bisson em seu discurso de boas vindas ao desembargador nidade, assistiu a um vídeo institucional da cooperativa. Durante o encontro, o desembargador conheceu a Copercana e na oportu- Em seu discurso, o presidente da entidade falou da seriedade da cooperativa e elogiou o trabalho do desembargador frente ao 15º Tribunal Regional do Trabalho. “Essa é uma entidade que tem compromisso com os funcionários, com a sociedade e com os cooperados e é muito importante receber na cooperativa, pessoas que estão envolvidas com o trabalho no campo. É motivo de alegria Desembargador Dr. Flávio Allegretti de Campos Cooper Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana saber que o desembargador está visitando o berço das cooperativas paulistas e nacional e também muito gratificante tê-lo aqui, conhecendo as nossas instalações e o nosso trabalho”, disse Antonio Eduardo Tonielo. Dr. Oscar Bisson, lembrou a importância do cooperativismo e mostrou preocupação jurídica em separar neste sistema, as entidades que são sérias das que foram criadas para fraudar e burlar leis. “Sentimo-nos honrados com essa visita, especialmente nesse ano de 2013, em que a Copercana completou 50 anos de sua fundação, desde então cumpre com os seus objetivos sociais fortalecendo dia a dia o verdadeiro significado do sistema cooperativista, onde não se mede esforços para disponibilizar inúmeros recursos, visando estimular ainda mais o desenvolvimento das atividades da cooperativa e dos seus cooperados. É bem verdade que as cooperativas sérias às vezes são confundidas com as falsas cooperativas, também conhecidas no meio jurídico como “cooperfraudes”. Porém, essas são cooperativas apenas no nome, foram criadas com a finalidade de usurpar os direitos dos trabalhadores”, afirmou o advogado. O desembargador agradeceu a recepção, falou do entusiasmo do pre- Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 14 Notícias Copercana O desembargador Dr. Flávio Allegretti com diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, autoridades e convidados sidente da Copercana frente à cooperativa e enfatizou a importância das cooperativas sérias e o trabalho feito pelo Ministério Público e pela Justiça do Trabalho. “Estou levando uma imagem positiva dessa cooperativa. Enche os olhos ver o senhor Antônio Eduardo Tonielo, que está há quase meio século diante da instituição falar com entusiasmo, isso é muito importante. Temos muitos exemplos de co- operativas sérias como a que encontrei aqui, com preocupações sociais e com o meio ambiente, causando grande desenvolvimento para a região, dando a São Paulo, junto com alguns outros Estados, uma proeminência no nosso país. Fiquei muito impressionado com a dinâmica econômica, principalmente com os vários produtos que são intercalados com a cana. A cooperativa que é legítima, respeitável, é um benefício porque é uma ideia muito boa, todos saem ganhando. Agora as cooperativas falsas, burlam todos os direitos trabalhistas, a pessoa trabalha e não tem registro, não tem direito a nada. Essas cooperativas precisam ser combatidas energicamente e tem sido combatida, tanto pelo ministério público, quanto pela justiça do trabalho”, concluiu o desembargador e presidente do 15º Tribunal Regional do Trabalho. RC Cinco estados somam US$ 4,98 bilhões em exportações São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram os principais estados exportadores no mês de novembro As exportações do agronegócio foram de US$ 7,16 bilhões em novembro de 2013. Os cinco principais estados exportadores, que atingiram a cifra de US$ 5 bilhões, foram São Paulo (US$ 1,60 bilhão), Mato Grosso (US$ 1,07 bilhão), Paraná (US$ 979 milhões), Rio Grande do Sul (US$ 788 milhões) e Minas Gerais (US$ 560 milhões). Entre janeiro e novembro de 2013, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 93,58 bilhões, o que representou o crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os estados que mais exportaram foram os mesmos do mês de novembro. São Paulo exportou US$ 19,33 bilhões, Mato Grosso atingiu US$ 14,59 bilhões, Paraná somou US$ 12,71 bi- lhões, Rio Grande do Sul alcançou US$ 12,48 bilhões e Minas Gerais exportou US$ 6,80 bilhões. Nos últimos 11 meses, os cinco principais estados exportadores atingiram um montante Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 de US$ 65,92 bilhões. Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 15 Notícias Canaoeste II Encontro de Gerentes - “Para o negócio se manter vivo é preciso se reciclar” Pelo segundo ano consecutivo, Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, realizou o Encontro de Gerentes, reunindo especialistas em áreas importantes para o desenvolvimento das entidades Carla Rodrigues N o dia 21 de novembro, o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realizou o II Encontro de Gerentes – “Para o negócio se manter vivo é preciso se reciclar” Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste para seus colaboradores, reunindo aproximadamente 200 pessoas e grandes especialistas em assuntos cruciais para o desenvolvimento das atividades dentro do Sistema. O evento aconteceu no auditório da associação “Fernandes dos Reis”, em Sertãozinho. O presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, falou aos colaboradores sobre a importância de realizar este encontro como forma de reconhecimento ao trabalho desenvolvido e também objetivando o crescimento das empresas. “É uma maneira de retribuir a dedicação e cooperação de todos, assim como de reuni-los e trazê-los mais próximos da diretoria do Sistema. É através da união que caminhamos melhor”, disse Ortolan. Com a palestra “Análise Política”, o jornalista e poeta, José Nêumanne Pinto, relembrou casos que foram destaques na política brasileira e que interferiram nas eleições do país. Também contou sobre suas experiências vividas dentro do ramo político, como o caso mensalão, reeleição do presidente Lula e caso Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André. Nêumanne aproveitou a oportunidade para falar sobre os fatores que podem influenciar o ganho do PT (Partido dos Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 16 Notícias Canaoeste resolvem o problema de endividamento do setor”, disse. Trabalhadores) nas eleições de 2014: programa agricultura familiar, bolsa família, programa mais médicos e oposição ruim. de juros imobiliários, a valorização imobiliária e a evolução do mercado acionário. “Acredito que a grande novidade da eleição de 2014 pode ser a confirmação da hegemonia do PT com a vitória do candidato Padilha sobre a reeleição de Alckmin (PSDB) em São Paulo. Não estou dizendo que isso vai acontecer, mas há uma perspectiva e esta me preocupa, não porque sou contra o PT, mas pelo fato de que ela pode configurar uma hegemonia que não faz bem a necessidade do arejamento da democracia”, explicou Nêumanne. A crise do subprime atingiu o Brasil, trazendo consequências como: possibilidade do aumento de exportações de produtos selecionados, mais investimentos americanos, forte queda das taxas de juros, necessidade de implantação de bases de produção nos EUA, por exemplo, a siderurgia e a citricultura. “A crise financeira internacional não é decorrente de problemas internos, mas sim de políticas”, afirmou Borges. O tema “Macroeconomia” foi explanado pelo professor titular da USP (Universidade de São Paulo), Alberto Matias Borges, que ministrou a palestra “Desafios da Economia Brasileira: uma visão com perspectivas internacionais”. Em sua apresentação, o professor falou sobre a crise financeira do subprime, iniciada em 2006 nos Estados Unidos, devido à quebra de instituições de crédito. Com esta crise, houve a redução da taxa de juros norte-americana, a redução da taxa Ainda durante sua apresentação, o professor abordou questões sobre as exportações brasileiras, cooperativismo e o setor sucroenergético. De acordo com Matias, o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar, mas é um dos países mais improdutivos, pois faltam investimentos em pesquisas e incentivos governamentais. “O Brasil, para amenizar a situação do setor sucroenergético, implantou ações imediatas, como o aumento do preço da gasolina e o aumento da estocagem do etanol, mas são medidas que não José Nêumanne Pinto, jornalista Alberto Matias Borges, Professor da USP Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 O professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e diretor fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura), Adriano Pires, falou sobre o tema “Agronegócios – Setor Sucroenergético”. Durante sua apresentação, o professor discorreu sobre a reserva de gás não convencional no mundo, a produção de gás natural nos EUA, cenário energético brasileiro, entre outros. Segundo Pires, do total do investimento global esperado, isto é, US$ 37 trilhões, 46% será destinado à energia elétrica e do total de investimento em geração elétrica, 71% será destinado às tecnologias renováveis ou limpas. Para o professor, hoje o Brasil vive uma política intervencionista, isto é, o planejamento foi abandonado, deixando de lado ações de médio e longo prazo, realizando apenas medidas de curto prazo. “Eu acredito que o país esteja passando por um momento de desorientação energética. Há uma centralização demasiada na mão da presidente Dilma e uma grande falta de interlocutores com diversos setores, inclusive com o etanol. Se quisermos voltar a ter uma política bem orientada, precisamos ter mais planejamento e menos intervencionismo, do contrário, estaremos jogando fora uma vantagem comparativa que a natureza nos deu”, explicou Pires. Ele destacou também os fatores que envolviam a política do setor energético no período de 2003 a 2008, são eles: leilões de áreas exploratórias de petróleo, defasagem dos combustíveis, leilões de Adriano Pires, Professor da UFRJ 17 energia elétrica, incentivo ao etanol e criação do biodiesel. Após 2008, uma série de fatores mudou o cenário dos biocombustíveis, entre eles a crise econômica mundial e a descoberta do pré-sal. Dr. Alberto Georges Buttros, fisioterapeuta O evento ainda contou com a apresentação de uma palestra motivacional, ministrada pelo fisioterapeuta Dr. Alberto Georges Buttros. O tema “Por que adoecemos? A solução está em você” abordou assuntos ligados a saúde humana e comportamentos viciosos que podem levar a um desequilíbrio físico e emocional, como postu- ras erradas, nutrição, traumas físicos, sedentarismo e prática inadequada de atividade física. Para finalizar, o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, agradeceu a presença e participação de todos. “Fico satisfeito e feliz quando vejo tantos colaboradores do Sistema reunidos, todos com o mesmo propósito de buscar mais conhecimento para aumentar o crescimento das empresas. Isso é importante e nós, diretores, reconhecemos o valor de cada um para o sucesso das nossas instituições”, concluiu Tonielo. RC Canaoeste realiza Reunião Técnica no Escritório de Descalvado sobre “Soluções Inteligentes no Controle de Pragas para a Cana-de-açúcar”. Da redação O avanço do Setor Sucroenergético está potencializado em função do aumento da demanda interna e externa de seus produtos, principalmente açúcar e etanol. A cada dia, torna-se maior, o desafio de produzir mais com custos menores. Para tanto, devemos estar atentos aos fatores que podem comprometer significativamente a produtividade agrícola das lavouras de cana-de-açúcar. Os nematóides, comumente chamados de inimigos invisíveis, são vermes parasitas, extremamente pequenos e reconhecidamente importantes pelos danos que causam à cultura. Na literatura, encontramos citações de até 40% de perdas de produtividade agrícola decorrentes do ataque. Sendo assim, o monitoramento e controle, quando necessário, é essencial para obtenção de resultados favoráveis. tos, realizou no dia 27 de novembro, uma Reunião Técnica no escritório de Descalvado. adequado de nematóides e também de outras pragas como broca, cigarrinhas e Sphenophorus. Em função dessa situação, a Canaoeste sempre com a missão de oferecer aos seus associados ferramentas e soluções inteligentes de manejo agronômico que revertam no aumento de produtividade e otimização de cus- Com o apoio da empresa Ihara, a reunião contou com a presença do Dr. Wilson Novaretti, que tem grande experiência e é especialista no assunto. Novaretti palestrou sobre a importância de se realizar o manejo Estiveram presentes cerca de 80 pessoas entre associados da Canaoeste e cooperados da Copercana, que puderam interagir com o palestrante, esclarecer dúvidas e trocar informações sobre os assuntos citados. RC Da esquerda para direita: Sergio Setto (Ihara), Breno de Souza (Canaoeste), Dr. Wilson Novaretti (Consultor Agronômico), Alessandra Durigan (Canaoeste), Murilo (Copercana), Rodolfo (Ihara), Pizuti (Ihara) e Ricardo (Ihara). Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 18 Notícias Canaoeste Biblioteca da Canaoeste completa 41 anos e comemora as conquistas de 2013 Livros, revistas e muitas histórias sempre marcaram a trajetória da Biblioteca da Canaoeste que comemorou no dia 14 de dezembro mais um aniversário Fernanda Clariano M antida pela Canaoeste desde 1972, quando o presidente da associação na época, Fernandes dos Reis, entrou para o grupo de incentivadores da leitura, a biblioteca recebeu o nome “General Álvaro Tavares Carmo” em homenagem ao presidente do IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool), que doou uma coleção de livros sobre cana-de-açúcar à associação quando soube do projeto. O prédio da biblioteca, hoje localizado na Rua Frederico Ozanan, nº 842, no Centro de Sertãozinho, conta com um acervo de 15 mil volumes, entre literatura adulta, infantil e especializada. Ao completar seu quadragésimo primeiro aniversário, a biblioteca tem muito a comemorar. Segundo o bibliotecário, Haroldo Luís Beraldo, 2013 foi um ano em que os projetos ganharam vida e foram realizados com sucesso. Haroldo Beraldo, bibliotecário “No início deste ano, o projeto do Ponto de Leitura, “Todo dia é dia de ler” idealizado pela biblioteca, foi aprovado pelo Consórcio Intermunicipal Culturando, que é vinculado ao Ministério da Cultura com o município de Sertãozinho e recebemos uma verba de R$20.000 para melhorias e assim, adquirimos novos livros, materiais multimídia, como tablet e livros digitais, frigobar e ainda, reestruturamos o prédio para maior conforto dos usuários”, contou o bibliotecário. Outro ponto positivo foi a segunda participação da biblioteca da Canaoeste na Feira do Livro de Sertãozinho, onde foi colocado em prática o projeto Geladeiroteca. O trabalho foi reconhecido e repercutido no blog do ex-presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, que é referência na área de leitura e literatura. “O reconhecimento deste trabalho foi muito gratificante. Tivemos também o lançamento da Geladeira no Clube Mogiana junto com a ABA (Associação de Amigos do Bairro Alvorada), que foi mais um resultado das conquistas deste ano que está findando”, disse Beraldo. Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Vale à pena destacar que, todos esses frutos que a biblioteca vem colhendo ao longo desses anos, se deve ao apoio do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, que não mede esforços para colaborar com as ideias e propostas da bioblioteca, que é privada, pertence a uma empresa, porém, trabalha com o atendimento público, onde qualquer munícipe pode ir até lá, se cadastrar e levar o livro para casa. Os serviços prestados pela biblioteca da Canaoeste não param por aí. Ainda comemorando o sucesso das conquistas de 2013, o bibliotecário já enche os olhos ao dizer que para 2014 um novo projeto promete muito sucesso. “Temos um projeto em processo de ajustes. O que eu posso adiantar é que irá envolver a Canaoeste, a prefeitura Municipal, através do departamento de Cultura e Turismo e instituições de peso como a USP (Universidade do Estado de São Paulo). Vai ser muito especial tanto para nós, como para a comunidade que será beneficiada. Aguardem que vem coisa boa por aí”, finalizou. RC 19 Projeto desenvolvido por bibliotecário da Canaoeste ganha espaço no Centro Esportivo Mogiana Fernanda Clariano O projeto “Geladeiroteca – Consuma aqui e alimente seu espírito” foi criado pelo bibliotecário da Canaoeste, Haroldo Luís Beraldo e consiste em uma geladeira usada e customizada, que possui em seu interior várias obras literárias disponíveis para o empréstimo à comunidade sem a necessidade de cadastro ou prazo para devolução. O objetivo é promover a leitura e a circulação de livros entre as pessoas de forma livre e gratuita. O projeto teve início em outubro durante a 11ª Feira do Livro de Sertãozinho e contou com o prestígio de um público expressivo. No dia 10 de dezembro, o Centro Esportivo Mogiana, através da ABA - Associação Amigos do Bairro Alvorada, recebeu de portas abertas pela primeira vez a Geladeiroteca. Estiveram presentes o presidente da Canaoeste e da Orplana, Manoel Ortolan; o bibliotecário, Haroldo Luís Beraldo; a bibliotecária, Rafaela Silva Fernandes; a presidente da Academia Sertanezina de Letras, Sônia Sarti; o diretor do Departamento de Cultura e Turismo, João André da Rocha; o Secretário da Educação e Cultura, Alexandre Salomão Bitar; o assessor do deputado Welson Gasparini, Luis Otávio Giovanetti; representando o deputado Duarte Nogueira, Daniel Rodrigues Nogueira e o vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Sertãozinho, Nilton Cesar Teixeira. O bibliotecário da Canaoeste, falou sobre a ideia do projeto e como o colocou em prática. “Ao pesquisar sobre a possibilidade da implantação do projeto, descobri que seria viável por em prática no estande da Biblioteca “General Alvaro Tavares Carmo”, durante a Feira do Livro de Sertãozinho. Com a geladeira usada em mãos e um bom número de livros que havia captado ao longo do Bibliotecário Haroldo Luis Beraldo durante o lançamento da Geladeiroteca na ABA tempo, vi que tinha basicamente toda estrutura pronta, então foi só uma questão de customizar a geladeira e colocar o projeto para girar”, disse o bibliotecário. Para chamar a atenção do público, foram realizadas colagens na geladeira, levando até o estande crianças, jovens, adultos e idosos, ou seja, pessoas de todas as idades que passaram pela feira. “Antes de fazer o projeto girar, entramos em contato com a ABA (Associação Amigos do Bairro Alvorada), que tem sede no Clube Esportivo Mogiana, e também com o presidente do Clube. Firmamos uma parceria que, posterior à feira, a geladeira estaria disponível e acessível a população na ABA. Essa parceria foi muito gratificante porque no Centro Esportivo Mogiana há uma circulação muito grande de pessoas que podem fazer o uso da Geladeiroteca”, afirmou Haroldo. O vereador Nilton Teixeira reconheceu a importância do projeto e agradeceu a oportunidade desta parceria. “Através da Geladeiroteca estamos incentivando a leitura na comunidade do Mogiana, que tem uma circulação de mais de 900 pessoas devido aos cursos que são oferecidos para a população. Sabemos que a educação é à base de tudo”, disse Teixeira. Ao fazer uso da palavra, Manoel Ortolan falou sobre o projeto e a importância de ir ao encontro dos leitores. “Este pro- jeto se tornou-se viável porque além de ir de encontro ao leitor oferecendo a cultura através dos livros, desburocratiza o compromisso de ter que devolver o livro. O leitor pode levar a obra e se não retornar, o livro foi doado. Mas, neste projeto, os livros têm sido devolvidos, assim como outros têm sido doados. Eu acredito que com a Geladeiroteca, estamos contribuindo para a formação das pessoas, para melhoria da qualidade de vida e do grau de cultura dessas pessoas. Este é um serviço que a Canaoeste sempre teve, mas agora ganha uma nova dinâmica, isso é importante porque está em sintonia também com a Secretaria de Educação e com a prefeitura Municipal de Sertãozinho. Vamos trabalhar para que esse projeto siga adiante, abrindo mais pontos na cidade e para que um maior número de pessoas possa ter acesso ao livro”. Para o Secretário da Educação e Cultura, Alexandre Salomão Bitar, as pessoas precisam ser estimuladas e ir ao encontro da população através de projetos como a Geladeiroteca é de grande relevância para a construção do conhecimento. “A educação transforma pessoas e as pessoas transformam o mundo. Sou professor de português e não tem como não gostar de projetos como este que disseminam a questão da leitura. Ler é mais importante do que estudar. Quem lê aprende, viaja, sonha, busca algo que pode parecer impossível”, afirmou Salomão. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 20 Notícias Sicoob Cocred Balancete Mensal - (prazos segregados) Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Novembro/2013 - “valores em milhares de reais” Sertãozinho/SP, 30 de Novembro de 2013 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 21 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 22 Matéria de Capa Safra 2013/2014 é recorde na produção de etanol Apesar de sofrer uma recuperação parcial da produtividade, a situação financeira do setor sucroenergético ainda é desfavorável Carla Rodrigues com informações da Unica – (União da Indústria de Cana-de-açúcar) divulgadas em coletiva de imprensa O ano de 2013 não foi bom para o setor sucroenergético. Devido aos preços praticados no mercado, que não atenderam às expectativas de cobrirem os custos de produção, o setor sucroenergético vem enfrentando uma grande e importante crise. Como consequência, o setor passou a lidar com o aumento do seu endividamento e também com o fechamento de algumas indústrias e ainda, o arrendamento de terras de pequenos e médios produtores para as unidades industriais. A safra de cana-de-açúcar 2013/2014 teve seu início oficial no dia 1º de abril deste ano e se estende até março de 2014. Nas regiões Norte e Nordeste, o período de colheita acontece entre novembro e abril. Já na região Centro-Sul, este mesmo período é realizado entre abril e novembro. Dados divulgados pela Unica apontam que até o final de novembro, apenas 75 usinas haviam encerrado suas atividades, quando em 2012, este número era de 94 unidades. Sendo assim, o volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil, na primeira quinzena de dezembro, foi de aproximadamente 18 milhões de toneladas. Comparado com o mesmo período na safra passada, houve um acréscimo de 1,4%. Segundo o diretor Técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, “a queda na moagem observada na segunda quinzena de novembro se deve à chuva que dificultou a colheita em algumas regiões e, principalmente, ao encerramento da moagem de várias unidades produtoras”, afirmou Pádua durante coletiva de imprensa para divulgação do fechamento de safra. Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica Com a chegada das chuvas na região Centro-Sul do país, houve uma queda no processamento de toneladas de cana-de-açúcar, comprometendo ainda mais a qualidade da matéria-prima e a 23 crescimento significativo da produção,” assegurou Farina. Até a primeira quinzena de dezembro, a moagem produzida nesta safra, comparada à anterior, teve um aumento de aproximadamente 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Elizabeth Farina, presidente da Unica produção de etanol e açúcar. Mas, do ponto de vista de produção, em comparação com o ano passado, em 2013 houve uma recuperação parcial da produtividade, assim como uma oferta maior de produtos, mas independente destes fatores, a situação financeira continuou a mesma. Para a presidente da Unica, Elizabeth Farina, o aumento da produção registrado na atual safra, em um período de falta de rentabilidade para os produtores, lado a lado com uma melhora no desempenho do setor em termos de volume e produtividade, parece um contrassenso, mas é reflexo do enorme esforço que tem sido realizado para reduzir a capacidade ociosa nas usinas instaladas. “A busca pela redução de custos e pela otimização das unidades em operação foi responsável por esse Os números confirmam a projeção divulgada pela Unica no início de outubro, que apontava para um incremento de 3,68 bilhões de litros na produção de etanol nesta safra, com o total atingindo 25,04 bilhões de litros contra 21,36 bilhões de litros na safra 2012/2013. Além da produção ampliada, a oferta de etanol para o mercado doméstico também será beneficiada pela redução das exportações, que devem ficar em 2,61 bilhões de litros este ano, cerca de 850 milhões de litros abaixo dos 3,46 bilhões de litros exportados pelo Centro-Sul na safra anterior. O aumento de demanda proporcionado pela volta da mistura de 25% de etanol anidro na gasolina, a condição superavitária do mercado mundial de açúcar e o potencial de demanda por etanol hidratado em função da enorme frota de veículos flex no país, foram alguns dos fatores que contribuíram para o crescimento da produção do etanol e que trouxeram diversos benefícios para o mercado de combustíveis nacional, entre eles a redução da demanda por gasolina pura, permitindo que a Petrobras elevasse sua capacidade de refino, explicou Pádua. Para o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan, a safra está se encerrando com os problemas existentes sem solução, como o tão aguardado aumento da gasolina. Os benefícios que a ação poderia trazer para o etanol acabaram sendo comprometidos pelo aumento maior do diesel, impactando muito o setor de produção agrícola da cana-de-açúcar, pois hoje, praticamente tudo é mecanizado. “Embora o aumento traga de imediato um benefício, não é aquilo que esperávamos e principalmente, continuamos sem uma regra, sem conhecer o mecanismo de formulação de preço da gasolina, que é importante para o setor fazer o seu planejamento e investir”, disse Ortolan. Esta é também a opinião do presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, que acredita que quando as autoridades perceberem o quanto o setor é importante para o país, seu futuro poderá ter um rumo diferente. “Não é compreensível um governo que deixa de lado um setor que está sempre entre os três primeiros exportadores do agronegócio brasileiro. É preciso que o governo se sensibilize mais pelo setor, dê mais valor aos biocombustíveis, pois são estes produtos que trazem emprego e recolhem muitos impostos para o país. Não queremos reclamar de nossa situação, mas ele (o governo) está quebrando o setor. E, além disso, é importante entender que em cima do nosso setor, os custos ambientais, sociais, impostos e obrigações estão muito altos e ainda sofremos com o mercado internacional”, desabafou Tonielo. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 24 Assuntos Legais Fiscal - Garantias ilegais para inscrição estadual de contribuinte P ululam em diversos Estados do país exigências para que o contribuinte apresente garantias para poder se inscrever, renovar ou alterar a inscrição no Cadastro de Contribuinte do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Temos como exemplo mais recente e significativo a Portaria n. 122, da CAT (Coordenadoria de Administração Tributária) da Secretaria da Fazenda de São Paulo, publicada no Diário Oficial do Estado. Estava prevista no Regulamento do ICMS paulista - Lei nº 6.374, de 1989, alterada pela Lei nº 12.294, de 2006. Caso não cumpridas tais exigências de apresentação de garantias - o Estado de São Paulo não é o único que exige – sujeita o contribuinte ao indeferimento ou à cassação de sua inscrição estadual, o que o impossibilita de emitir nota fiscal e adquirir financiamentos bancários, ou seja, decreta a morte da empresa/entidade/produtor. Pela regra paulista, a inscrição pode ser negada por questões eminentemente subjetivas do agente que representa o Fisco Estadual, o que torna temerária a sua aplicação, já que a negação pode ser “fundamentada” ante supostos antecedentes fiscais V “desabonadores” do interessado. Não há critérios claros e objetivos. Demais disso, exigir garantia para eventual prestação futura que ainda não se materializou, não é admitido em nossa legislação tributária. Sem adentrar nos pormenores de cada legislação estadual, não há como dar validade constitucional a elas, pois afrontam diversos princípios constitucionais, como o do (i) livre exercício da atividade econômica, do (ii) direito ao trabalho (artigo 6º, da Constituição Federal), dentre outros, além de servir como coação do ente tributante para a cobrança de tributos, o que é terminantemente proibido. Analisando o caso da Lei n. 8.820/1989, do Estado do Rio Grande do Sul, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, ao admitir a repercussão geral naquele caso, afirmou que: “Está-se diante de situação concreta a versar cerceio à liberdade econômica, tratamento a implicar verdadeira coação política quanto ao recolhimento de tributo”. O mesmo Supremo Tribunal Federal, aliás, editou a Súmula n. 547, que assim dispõe: “Não é lícito à autorida- Juliano Bortoloti Advogado da Canaoeste de proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.”, o que significa dizer que estas exigências que os diversos Estados vem fazendo contraria o entendimento jurídico predominante e tendam a reverter-se no Judiciário. Pelo atual cenário, vemos que as arbitrariedades perpetradas contra os contribuintes, incentivadas pela infinita e criativa sanha arrecadatória do Estado serão mais uma vez levadas ao Judiciário, não bastasse a sua já extenuante carga de trabalho para análise de irregularidades de seu maior cliente, o próprio Estado. RC CAR – Cadastro Ambiental Rural em sendo difundido pelo Governo, através da Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeita, em diversos foros e canais de comunicação, que no decorrer do mês de dezembro de 2013 irá publicar a Portaria que instituíra e regulamentará o CAR (Cadastro Ambiental Rural), criado pela Lei n. 12.651/2012 (Novo Código Florestal), o que possibilitará aos proprietários e possuidores rurais darem início à regularização de seus imóveis de acordo com o novo regime jurídico do Código Florestal. Em matéria veiculada no dia 13 de dezembro pelo Jornal Valor Econômico, na sessão Agronegócios, feita pela jornalista Daniela Chiaretti, mais uma vez confirma a intenção do Governo Federal “Ainda este mês o Ministério do Meio Ambiente soltará a portaria que irá regulamentar o CAR. As regras de como os proprietários rurais devem fazer o registro eletrônico obrigatório dos remanescentes florestais de suas terras estão prontas há seis meses e aguardavam apenas que o sistema nacional pudesse decolar”. Como já sabemos, à partir da publicação da referida norma legal, no caso uma Portaria, instituir-se-a o CAR e o proprietário rural terá prazo de 1 (um) ano, prorrogável por mais 1 (um) ano, Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 para que faça a inscrição eletrônica (internet) de seu imóvel no referido cadastro, sob pena de, assim não o fazendo, inviabilizá-lo para efeitos de regularização administrativa (licenciamentos ambientais, etc.), assim como na captação de recursos para custeio da atividade. Há várias entidades de classe, como a Canaoeste – Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo, mantenedora desta Canavieiros, Sindicatos Rurais, dentre outras, respondendo dúvidas e realizando o respectivo cadastro. Basta ao produtor organizado, então, procurá-las para a pronta regularização de seu imóvel. RC 25 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 26 Informações Setoriais Chuvas de outubro e previsões climáticas para janeiro e fevereiro Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de novembro de 2013. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Consultor A média das chuvas de novembro de 2013 (221mm), foi superior ao mesmo mês do ano anterior (163mm) e à média das normais climáticas (178mm). Praticamente e nos diferentes locais anotados, não houveram menores volumes chuvas, comparativamente às respectivas médias. Destaque-se que ocorreram expressivas chuvas em Dumont, Morro Agudo, Terra Roxa, Cajobi-Severínia, Santa Rosa do Viterbo e Sertãozinho (Uname e Biosev-Santa Elisa). O mapa 1 mostra que, em meados de novembro, a 50cm de profundidade, notava-se média a baixa DAAS (Disponibilidade de Água no Solo) em quase toda área sucroenergética de São Paulo, exceto na região Nordeste e em algumas “ilhas” na faixa Centro-Oeste do Estado. Cabe ressaltar que, neste meados de novembro, a “fotografia” de DAAS era praticamente superposições dos mapas 2 e 3 abaixo. O mapa 2, final de novembro de 2012, mostra que a DAAS encontrava- -se bem crítica nas áreas sucroenergéticas Central-Sul, Barretos-Franca, São José do Rio Preto, Extremo Oeste e no entorno de Piracicaba. Ao final de novembro deste ano, Mapa 3, as variações de DAAS na área sucroenergética do Estado foram quase que inversas ao do mesmo mês do ano anterior. Os artigos mensais de Informações Setoriais conta com o trabalho diário de anotações de chuvas em todos os Escritórios Regionais e condensados em Viradouro. Os dados diários tem Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 14 a 17 de novembro de 2013 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 sido publicados no site Canaoeste e as médias mensais são mostradas também, aqui, no quadro 2. OBS: Normais (ou médias) climáticas dos locais assinalados entre parêntesis (1 a 7) e mais a do Centro de Cana- Apta IAC (Insituto Agronômico) - Ribeirão Preto. Os dados do quadro 2 acima, mostram que as somas de chuvas em “Mé- Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de novembro 2012. 27 Quadro 2:- Somas e normais climáticas das chuvas, entre janeiro a outubro deste ano, anotadas e fornecidas pelos Escritórios Regionais e condensadas em Viradouro. OBS:- Normais (ou médias) climáticas dos locais assinalados entre parêntesis (1 a 7) e mais a do Centro de Cana- Apta IAC - Ribeirão Preto. dias mensais” e “Médias Históricas” (nas duas últimas linhas), entre janeiro a abril, foram praticamente iguais, ou sejam, 773 e 770mm. A diferença (86mm) entre Médias mensais (1.388mm) e Médias Históricas (1.249mm) deveram-se às maiores precipitações em março, maio e novembro (principalmente, 60mm e 54mm), junho, agosto e setembro, em comparação com as normais climáticas destes mesmos meses. Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para o final de dezembro e os meses de janeiro e fevereiro de 2014, como ilustrado no mapa 4 abaixo. • Para estes meses, as temperaturas tendem a ser próximas das respectivas médias históricas para toda região Centro-Sul do Brasil; • O consenso INMET-INPE prevê, que ocorrerão constantes formações da Zona de Convergência do Atlântico Sul, provocando chuvas entre próximas acima das respectivas Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de novembro 2013. médias históricas. Nas demais áreas da Região Centro-Sul, elas poderão ocorrer ao redor das normais climáticas, exceto faixas leste e oeste da região Sul, que poderão ser, respectivamente, acima e abaixo das médias; • Tendo-se como referência o Centro de Cana - Apta IAC, a média histórica diária das chuvas, entre dezembro a fevereiro, em Ribeirão Preto e municípios vizinhos, é de 8,5mm/dia (oito e meio milímetros). Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre INMET (Instituto Mapa 4:- Adaptação Canaoeste ao Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para final de dezembro, e durante os meses de janeiro e fevereiro Obs:- A Zona de Convergência do Atlântico Sul compreende uma faixa desde o Mato Grosso até Rio de Janeiro e Espírito Santo. Faixa esta, onde poderão ocorrer períodos de chuvas torrenciais. Por sua vez, a SOMAR Meteorologia informa que para a região de abrangência da Canaoeste, o prognóstico climático para os meses (já) de verão serão de chuvas próximas acima das respectivas médias históricas, com pequenos intervalos de dias secos. A Canaoeste recomenda aos produtores que podem ser dispensáveis aplicações de enérgicos cultivos mecânicos (escarificações e gradagens), se as operações de colheitas foram efetuadas com solo seco. Nestes casos, as formulações de fertilizantes (não com uréia) poderão ser aplicados em superfície, sobre ou aos lados das linhas de cana. Deverão, ainda, redobrar as atenções em mato-controle e ocorrência de cigarrinha das raízes. Estes prognósticos serão revisados nas seguintes edições da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 28 Artigo Técnico Sistema Radicular: O alicerce da cana-de-açúcar *Daniela Aragão Santa Rosa, Agrônoma da Canaoeste de Pontal *Alessandra Durigan, gestora Técnica Canaoeste A cultura da cana-de-açúcar tem nos últimos anos apresentado números de produtividade agrícola abaixo do esperado. Na safra 2012/2013, na região Centro-Sul, a média foi de aproximadamente 74 toneladas por hectare. Em recente projeção, a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) estimou que para a safra 2013/2014 a produtividade agrícola será próxima a 80 toneladas por hectare. A cada ano a busca por produtividades maiores, acima de 100 toneladas por hectare, vem crescendo e o desafio de produzir cada vez mais com o objetivo de aumentar a rentabilidade das lavouras requer conhecimento e a compreensão de todos os fenômenos que ocorrem com a planta e de todo o processo de produção. Sabemos que através do aperfeiçoamento de técnicas tradicionais e da introdução de novas tecnologias podemos alcançar resultados favoráveis que viabilizem o nosso negócio. Analisando esse contexto, a forma mais inteligente de entender o que ocorre com a parte aérea da planta é analisar o que ocorre abaixo da superfície do solo, principalmente como crescem e se distribuem as raízes no perfil do solo. O sistema radicular é o alicerce e a “boca” Figura1. Ilustração das raízes do tolete e do perfilho. Fonte: Miller e Lentini, 2002 Daniela Aragão Santa Rosa agrônoma da Canaoeste de Pontal Alessandra Durigan gestora Técnica Canaoeste da planta. É a principal ligação entre a planta e o ambiente de produção. Avaliá-lo e conhecê-lo nos permitirá aplicar as técnicas de manejo agronômicos mais adequadas para atingirmos maiores produtividades agrícolas. desenvolvimento tem influência direta sobre algumas características da planta, tais como: resistência à seca, eficiência na absorção dos nutrientes do solo, tolerância ao ataque de pragas do solo, capacidade de germinação e/ou brotação, porte (ereto ou decumbente), tolerância à movimentação de máquinas, etc. De tais fatores depende a produtividade final. (Vasconcelos et al., 2005). As principais funções do sistema radicular são: sustentação da planta, absorção e transporte de água e nutrientes, manutenção de reservas e defesa. O seu Figura 2. Distribuição do sistema radicular aos 16, 5 meses de idade (g em 78cm³ de solo) Fonte: Vasconcelos e Garcia, 2005. Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 . 29 O conhecimento do sistema radicular permitirá saber as melhores técnicas referentes a: correção e adubação, pragas e doenças, irrigação, conservação e sistematização, controle de tráfico, entre outras. Complementando que: muitas práticas agrícolas podem contribuir para o crescimento das raízes em profundidade e aumentar o volume de solo explorado para a retirada de água e nutrientes. A prática de correção de solos, é uma delas. A arquitetura do sistema radicular da cana-de-açúcar não segue um padrão, pois depende de diversas característica como: variedade, condições do solo, clima e manejo da cultura e sofre diversas modificações de acordo com idade da planta, tanto entre cortes como dentro do mesmo corte. Na figura 2 podemos perceber como são grandes as diferenças entre variedades, tanto em quantidade quanto em distribuição em profundidade. As variedades da cana-de-açúcar são híbridos do cruzamento das espécies Saccharum, como: S. officinarum e S. Spontaneum. A espécie S. officinarum desenvolveu-se em locais com alta umidade, temperatura e solos férteis. Possui um sistema radicular mais superficial, devido as condições de adaptação. A espécie S. spontaneum desenvolveu-se em condições adversas, regiões desérticas de clima temperado. Apresenta uma rusticidade, ou seja, é resistente aos fatores de estresse. Portanto, as características apresentadas pela S. spontaneum, mostra a importância para o melhoramento genético de incorporar mais genes dessa espécie para a obtenção de materiais mais rústicos e adaptados a situações de estresse. Na cultura da cana-de-açúcar, 90% das raízes está concentrada na camada de 0 a 40 cm do solo. O sistema radicular das canas plantas explora mais as camadas superficiais enquanto nas soqueiras ocorre um aumento de exploração em subsuperfície. Entretanto, apesar das canas plantas apresentarem menor quantidades de raízes quando comparadas as canas socas, a eficiência de absorção é maior, porque as raízes são mais novas e tenras. Observa-se também que: quanto mais uniforme for a distribuição do sistema radicular no perfil do solo, melhor será absorção de água e nutrientes pela planta, favorecendo assim, seu desenvolvimento vegetativo no período que ocorre déficit hídrico com frequência em nossa região, entre os meses de final de outono e inverno e no período onde existe a probabilidade de ocorrer veranico, entre os meses de outubro a março. O sistema radicular sofre alterações ao longo do tempo. Após o corte das soqueiras, mantém-se em atividade por um tempo e é substituído por raízes dos novos perfilhos. A morte das raízes ou renovação do sistema radicular ocorre pela deficiência hídrica (falta de umidade no solo) e não devido ao corte da parte aérea, independentemente da época de desenvolvimento. É no período das chuvas que ocorre o crescimento de raízes novas e aumento de ramificações. Com o avanço da colheita mecanizada crua (sem queima), o manejo da cana-de-açúcar necessita de algumas análises e adequações. Nesse sistema de colheita provavelmente o desenvolvimento do sistema radicular é alterado já que a palha remanescente sobre o solo reduz a amplitude térmica, aumenta o teor de água e de matéria orgânica no solo. Na cana colhida mecanicamente crua, devido ao elevado tráfego de máquinas e veículos de transbordo, ocorrem alterações nas propriedades físicas do solo e a densidade aumenta até a profundidade de 0,40 m. É importante destacar que a densidade do solo pode interferir muito no desenvolvimento do sistema radicular. A densidade do solo está diretamente relacionada à compactação. A compactação decorrente do tráfego de máquinas, veículos e implementos acarreta o aumento da densidade do solo e simultaneamente reduz a macroporosidade e aeração e aumenta a resistência a penetração. Um solo úmido, estando compactado, tem elevada resistência a penetração do sistema radicular, prejudicando a absorção de água e nutrientes pelas plantas. Este cenário pode comprometer significativamente a produtividade das lavouras bem como a sustentabilidade agrícola e ambiental. Realizar o controle de tráfego, separando as zonas de tráfego daquelas em que há crescimento das plantas e concentrando a passagem de pneus em linhas delimitadas, pode diminuir substancialmente a compactação do solo e é uma técnica de manejo da mecanização agrícola que representa uma alternativa para o cultivo de cana-de-açúcar. A mecanização da lavoura tem causado impactos muitas vezes preocupantes para o setor sucroenergético e o aperfeiçoamento e desenvolvimento de máquinas e implementos e de práticas como plantio e colheita mecanizada são extremamente necessárias. Aliado a isso, o conhecimento do sistema radicular e da dinâmica do seu desenvolvimento pode nos auxiliar muito na busca pela excelência. *Literaturas consultadas: Vasconcelos, A.C.M; Garcia, J.C. Cana-de-açúcar: ambiente de produção. Potafós – Encante técnico, n 110, 2005. Faroni, C.E;Trivelin, P.C.O.. Quantificação das raízes metabolicamente ativas de cana-de-açúcar. Pesq. Agropec. Brasileira, v41, n6, 2006. Medina, C.C. et al. Crescimento radicular e produtividade de cana-de-açúcar em função de doses de vinhaça em fertirrigação. Semina, v23, n2, 2002. Costa, M.C.G; Mazza, J.A.; Vitti, G.C. Variedades de cana-de-açúcar vs. adapatação ao solo vs. renovação do sistema radicular. Anais Esalq.RC www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros www.facebook.com/RevistaCanavieiros Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 30 Destaque Há boas alternativas para reduzir o custo de produção de cana Preços em baixa, custos em alta, este é o cenário do setor sucroenergético. Mas há soluções para melhorar a competitividade na área agrícola, responsável por quase 70% do custo de produção de cana Luciana Paiva – Assessoria de Imprensa Grupo IDEA É no campo que se faz o açúcar, etanol, energia, enfim, a cana e, em decorrência, todos os seus produtos. Por isso, o custo da matéria-prima impacta diretamente toda a cadeia. Por anos, o setor tenta reduzir o quanto gasta na área agrícola, responsável por quase 70% do custo de produção da cana. O assunto é tão importante que virou, há 12 anos, tema de seminário. Promovido pelo Grupo IDEA, o Seminário Produtividade e Redução de Custos discute os gargalos e quais as saídas para aliviar e, até mesmo engordar o caixa das usinas e de produtores de cana. Nos dias 4 e 5 de dezembro, em Ribeirão Preto, aconteceu a 12ª edição do Seminário e o público formado por quase 350 pessoas representando 150 usinas, cooperativas, consultorias, produtores de cana e pesquisadores que ouviram notícias baixistas sobre o mercado sucroenergético, principalmente sairam do evento levando excelentes sugestões para melhoria da competitividade na área agrícola canavieira. Em sua palestra, o economista Francisco Louro Fernandes, da Sucrotec, informou que o custo de produção de uma tonelada de cana, sem os custos de arrendamento, depreciações e o custo financeiro das dívidas das empresas, alcançou, em 2013, o patamar de R$ 61,00. Os custos que mais subiram foram os da mão de obra e do óleo diesel. Estes custos sobem a cada ano enquanto o valor da tonelada de cana pago pelo Consecana cai com a queda nos preços dos produtos finais. No momento, o preço do açúcar está em queda e o etanol está estável, sendo que a paridade de preços já não pende mais para o lado do açúcar. Este produto, que de acordo com outro palestrante, Eduardo Carvalho, trader da Sucden, ainda apresenta superávit de quatro milhões de tonela- das no mercado internacional e poderá se manter durante todo o ano de 2014 mantendo os preços represados. Há soluções Para contrabalançar a difícil situação em que o setor está passando, surgem novidades e alternativas a cada dia. No Seminário foram apresentados casos de sucesso com aplicação de produtos da Syngenta, Basf e FMC que possuem em sua linha de insumos, maturadores que elevam rapidamente o teor de sacarose, fungicidas que protegem a cana na hora da formação dos canaviais, inseticidas para combater as principais pragas da cultura, herbicidas para todo tipo de plantas daninhas e produtos estimulantes de crescimento, que quando aplicados funcionam como Bio ativadores do desenvolvimento vegetativo como as Giberelinas que alongam os entrenós das plantas no período de maior crescimento vegetativo. O agrônomo Marcos Mazza, da Syngenta, apresentou como a logística e os suprimentos são importantes para o setor melhorar a sua produtividade evitando que máquinas fiquem paradas, mato e pragas sejam combatidos com atraso e tudo fique na malha burocrática esperando autorizações e vistos. Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 O sistema precisa ser automático com empresas fornecedoras sendo parceiras da produtividade num processo de melhoria contínua. Este palestrante ressaltou que o planejamento e controle são importantes e que devem ser aperfeiçoados para ganhar competitividade. Rodrigo Sanchez, diretor de desenvolvimento da Usina São Domingos, de Catanduva, SP, contou como a empresa atingiu a excelência em serviços por meio de um programa de analises de desempenho e matemática aplicada aos pontos chaves do processo produtivo. Nos últimos anos, a Usina São Domingos investiu em qualificação profissional em todos os níveis e neste período ganhou o prêmio Campeãs de Produtividade do Grupo IDEA/CTC se colocando entre as 10 melhores empresas sucroenergéticas do Brasil. Perdas com a mecanização Outro case que chamou muito a atenção foi o apresentado pelo engenheiro Walter Lima, da Usina Ester, de Cosmópolis, SP, que provou por meio de experimento realizado com velocidade e rotações dos extratores de limpeza das colhedoras, que as empresas estão trabalhando com ambas em descompasso o que aumentou significativamente as 31 perdas e as impurezas vegetais. “A melhor velocidade de deslocamento das maquinas é de 3 quilômetros por hora e a maioria das empresas trabalha a 6 quilômetros por hora com os extratores a 1200 rpm. Isto leva ao aumento de perdas e das impurezas vegetais a níveis insuportáveis pelas usinas que estão perdendo milhões de reais a cada ano”, afirmou. Dib Nunes, presidente do Grupo IDEA, apresentou análise do quanto as usinas podem economizar ou mesmo deixar de desperdiçar se reduzirem as impurezas vegetais para mais da metade, apenas com o controle dos itens apontados pela pesquisa da Usina Ester. Dib mostrou que as usinas em cinco anos, mais do que dobraram o teor de impurezas vegetais, saindo de 3,5% para mais de 7% com o aumento da colheita mecanizada de cana sem queima previa. As principais consequências disto foram: perda acentuada de qualidade da matéria-prima que caiu da casa dos 142 kg/t para 133 kg/t neste ano e redução da densidade de carga em mais de 12% em unidades do tipo rodotrem que transportavam 65 toneladas por viagem em média e agora estão trazendo menos de 56 toneladas, encarecendo sobremaneira um dos principais itens da produção canavieira que é a colheita. Uma usina que industrializa 3,2 milhões de toneladas por ano chega a perder mais de 18 milhões de reais por safra, entre as perdas no transporte e no teor de sacarose. Este último item é o mais importante fator de ganhos em uma empresa, que cuida da qualidade da sua matéria-prima, provou o engenheiro Javiez Ibañez da Sucrana, que calculou que se aumentasse 5% os teores de ART numa cana que chega a indústria, os reflexos poderiam alcançar até 47% de ganhos nas margens da empresa. Javier criticou a forma como as usinas estão procedendo em relação à colheita de cana com excesso de palha, que é um dos principais fatores de perdas de qualidade na matéria-prima. Citou o enorme desgaste que ocorre nos componentes da fábrica de açúcar e etanol e comparou com Cuba que priorizou a palha para fazer energia elétrica e acabou com as indústrias, que sem reposição de peças estão totalmente sucateada. Para Dib, há um grande desafio a ser vencido, pois a má qualidade da cana parece ser uma característica generalizada nas empresas sucroenergéticas. A atitude que pode devolver a qualidade da matéria-prima e melhorar o resultado financeiro é aumentar o número de colhedoras para poder reduzir a velocidade de colheita. “Hoje todos estão trabalhando no limite”, observou, “tem dia que quebra meia dúzia de colhedoras e para não faltar cana na fábrica, aumentam a velocidade da colhedora no máximo, aumentando as perdas, os estragos nas soqueiras e reduzindo a qualidade de matéria-prima.” Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica, encerrou o primeiro dia do Seminário. “Estamos com nível de endividamento maior do que o faturamento e precisamos de um grande salto tecnológico para sobrevivermos, principalmente no etanol hidratado”, disse. Sua expectativa para 2014 é que os canaviais voltem a produtividade de 85 toneladas de cana por hectare, mas, segundo ele, chegar aos números do passado, acima de 90, ainda vai demorar pra acontecer, pois há um novo processo de produção que todos ainda estão se adaptando. Amendoim, Irrigação, Canteirização, debate e conclusão No segundo dia do Seminário, Paulo Humberto Henn, da Coplana, apresentou os benefícios com a rotação de cana com amendoim. Essa prática acrescenta ganhos agronômicos, econômicos e sociais à cultura canavieira, fazendo parte do pacote sustentável da cana-de-açúcar. Os ganhos obtidos pelo amendoim nas últimas três safras têm possibilitado ao produtor de cana se manter na atividade e até investir nos tratos culturais da cana. Outro ponto que está sendo estudado, segundo Henn, é a redução da praga Sphenoforus levis na cana em áreas de rotação com amendoim. O engenheiro Yoran da Netafim mostrou que as empresas que têm condições de investir em irrigação por gotejamento, podem produzir 60% mais de cana na mesma área. Como a longevidade aumenta para no mínimo 10 cortes os investimentos são completamente retornados. Em sua palestra, o engenheiro João Crisostomo Rodrigues, consultor do Grupo Santa Terezinha, mostrou as evoluções técnicas que se iniciaram com a revolução do preparo do solo utilizando a técnica desenvolvida pela empresa de equipamentos Mafes de preparo profundo do solo com o equipamento PENTA, que faz cinco operações em apenas uma, mostrando o quanto é possível melhorar a incorporação de nutrientes e corretivos, torta de filtro e ainda melhorar o enraizamento da cana que vai a grandes profundidades em busca de água e nutrientes, proporcionando ganhos de produtividade agrícolas já comprovados. A adoção de cultura canteirizada com controle do trafego, reduziu significativamente a compactação e as operações de preparo do solo feitas de uma só vez trouxeram uma importante redução de custos. “São ganhos que se multiplicam em todas as etapas de produção de matéria-prima a qual, segundo a Sucrotec, hoje representam 75% dos custos finais de uma saca de açúcar ou de um litro de etanol”, salientou Dib. Os avanços em Produtividade e Redução de Custos foram ratificados no debate que finalizou o 12º Seminário e reuniu os experientes João Martins, diretor do grupo Abengoa, Paulo Kronka, diretor do grupo Noble e pelo produtor e consultor de empresas Luiz Carlos Dalben, que produz na agrícola Rio Claro, mais de 500 mil toneladas de cana por ano. Em sua conclusão, Dib Nunes disse que o evento deixou claro que o setor tenta neutralizar a ineficiência governamental, com avanços em gestão, progressos tecnológicos e muito trabalho. “O setor canavieiro emprega mais de 2,5 milhões de pessoas que certamente não se mostram satisfeitos com o governo federal, que está utilizando uma política equivocada de controle da inflação através do controle de preços dos combustíveis e com isto está afundando dois importantes símbolos do Brasil: a Petrobras e todo o setor produtor de etanol”, ressaltou o presidente do Grupo IDEA. RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 32 Safra Acompanhamento da safra 2013/2014 N este trabalho são apresentados os dados obtidos até a segunda quinzena de novembro, referente à safra 2013/2014, em comparação com os obtidos na safra 2012/2013 no mesmo período. A Tabela 1 a seguir, contém o comparativo do ATR médio acumulado (kg/t) referente às safras 2012/2013 e 2013/2014, ambas do início até a segunda quinzena de novembro. O comparativo deste mesmo período para ambas as safras demonstrou uma queda de 1,9 kg para a safra 2013/2014. Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste nas safras 2012/2013 e 2013/2014 Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste, até a segunda quinzena de novembro, da safra 2012/2013. As Tabelas 2 Thiago de Andrade Silva e 3 contém de- Gestor de Planejamento, Controle e Topografia da Canaoeste talhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas safras 2012/2013 e 2013/2014. O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste, até a segunda quinzena de novembro, da safra 2013/2014 O BRIX do caldo da safra 2013/2014 ficou muito abaixo no mês de abril, recuperando a partir do mês de maio, ficando acima a partir da segunda quinzena de maio em relação ao da safra 2012/2013, exceto a partir da segunda quinzena de agosto que ficou abaixo. O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. Pode-se observar que a POL do caldo apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo. O Gráfico 3 contém o comportamento da pureza do caldo na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2013/2014 e 2012/2013 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2013/2014 e 2012/2013 33 Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2013/2014 e 2012/2013 Gráfico 4 – Comparativo das médias de fibra da cana Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2013/2014 e 2012/2013 Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2013/2014 e 2012/2013 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 34 Safra A pureza do caldo da safra 2013/2014 ficou abaixo da obtida na safra 2012/2013 no mês de abril e segunda quinzena de novembro, sendo a diferença mais acentuada na primeira quinzena de abril, se equiparando a partir do mês de maio e no restante do período. O Gráfico 4 contém o comportamento da Fibra da cana na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. A fibra da cana na safra 2013/2014 ficou abaixo daquela obtida na safra 2012/2013, na segunda quinzena de abril, no mês de maio (mais acentuado na primeira quinzena), na primeira quinzena de junho, no mês de setembro (mais acentuado na segunda quinzena) e na segunda quinzena de outubro, ficando acima na primeira quinzena de abril, na segunda quinzena de junho, no mês de julho, na segunda quinzena de agosto, na primeira quinzena de outubro e no mês de novembro. Na média acumulada até a segunda quinzena de novembro, a fibra da cana está apenas 0,6% abaixo da observada na safra anterior. O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. A POL da cana na safra 2013/2014 ficou muito abaixo da obtida na safra 2012/2013 no mês de abril, se equiparando na primeira quinzena de maio e segunda quinzena de junho, ficando acima na segunda quinzena de maio e nos meses de junho, julho e agosto, exceto a partir da segunda quinzena de agosto que ficou abaixo. Na média a POL da cana na safra 2013/2014 está próxima da observada na safra 2012/2013. O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. Tendo em vista que a POL participa com mais de 90% do ATR o mesmo apresentou o mesmo comportamento da POL da cana. Na média, verifica-se uma queda de 1,9 kg de ATR nesta safra de 2013/2014 em relação à safra anterior. da obtida em 2012, se equiparando no mês de janeiro, julho e agosto e muito abaixo nos meses de abril e junho. O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviométrica acumulada por trimestre na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. Em 2013, observa-se um volume de chuva muito acima no primeiro trimestre e no terceiro trimestre, abaixo no segundo trimestre e muito acima até novembro no quarto trimestre, se comparado aos volumes médios de 2012. O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2013/2014 em comparação com a safra 2012/2013. A precipitação pluviométrica de 2013 ficou acima da verificada em 2012 no mês de novembro, que ficou concentrada em alguns dias. Observa-se, entretanto, uma melhora na produtividade. Por outro lado, verifica-se uma queda da qualidade média, devida também a chuva ocorrida no mês de outubro e novembro, comparativamente com a safra 2012/2013. A precipitação pluviométrica média, dos meses de fevereiro, março, maio, setembro, outubro (menor proporção) e novembro de 2013 ficou muito acima Cabe ressaltar que o ATR médio ficou 1,9 kg abaixo do obtido na safra 2012/2013, até a segunda quinzena de novembro. Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2012 e 2013 Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por trimestre, em 2012 e 2013 RC Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 35 Safra de Grãos Produção de grãos é estimada em 195,9 milhões de toneladas A safra brasileira de grãos na produção de 2013/2014 está estimada em 195,9 milhões de toneladas, que representa alta percentual de 4,8% em relação à temporada anterior. O crescimento na área plantada de grãos foi de 3,6%, que saiu de 53,2 para 55,2 milhões de hectares. O resultado é do terceiro levantamento apurado pela Conab - Companhia Nacional de Abastecimento, vinculada ao Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e divulgado no dia 10 de dezembro. Destaque para as culturas de soja, algodão, feijão e arroz. A soja obteve um crescimento de 10,5% com uma produção estimada em 90 milhões de toneladas. Em relação à área plantada, o aumento foi de 6,2%, passando de 27,7 para 29,4 milhões de hectares. O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, ressaltou durante o levantamento da safra sobre o crescimento da produção de soja em todo estado brasileiro e destacou o trabalho dos produtores rurais com o apoio do governo federal em elevar os números de produção, bem como da qualidade dos mesmos. “A expectativa do agronegócio no Brasil é que com os crescimentos apresentados safra após safra em relação à produção de soja é de que supere os do Estados Unidos, o que em breve será uma realidade” frisou Neri Geller. considerando a safra passada, sendo o Paraná o maior produtor. Para a cultura de algodão foi registrada uma área a ser cultivada no país em 1.076,9 mil hectares, 20,4% superior aos 894,3 mil hectares cultivados na safra 2012/13, representando um acréscimo de 182,6 mil hectares em relação à safra anterior. A expectativa é de que a produção de arroz seja 4,0% maior do que a safra passada, em virtude da possibilidade de melhores produtividades na maior parte dos estados produtores. A área de feijão primeira safra está estimada em 1,17 milhão de hectares, o que configura um crescimento de 4,1% em relação à safra passada. Vale frisar que 48,2% da produção do feijão primeira safra provém da região Sul, A pesquisa foi feita pelos técnicos da Conab no período de 24 a 30 de novembro nas principais regiões produtoras de grãos do país. Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoRC Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 36 VENDEM-SE - 01 transformador de 45 KVA. Valor: R$ 1.500,00; - Arame farpado usado; - Apartamento no Guarujá, localizado na praia de Astúrias. 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Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação. - A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas. Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 37 Eventos de janeiro de 2014 ShowTec 2014 Empresa Promotora: Fundação MS Tipo de Evento: Encontro / Simpósio Data do Evento: 22/01/2014 a 24/01/2014 Cidade: Maracaju - MS Localização do Evento: Fundação MS - Estrada da Usina Velha, km 2 Site: www.fundacaoms.org.br Telefone: (67) 3454-2631 E-mail: [email protected] Curso de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (Sistema Barreirão) Empresa Promotora: CPT Cursos Presenciais Tipo de Evento: Curso / Treinamento Data do Evento: 12/01/2014 a 14/01/2014 Cidade: Viçosa - MG Localização do Evento: Unidade de Ensino CPT Cursos Presenciais Site: www.cptcursospresenciais.com.br Telefone: (31) 38998300 E-mail: [email protected] Curso de Inseminação Artificial Empresa Promotora: CRV Lagoa Tipo de Evento: Curso / Treinamento Início do Evento: 13/01/2014 Fim do Evento: 17/01/2014 Cidade: Sertãozinho - SP Localização do Evento: CRV Lagoa Site: www.crvlagoa.com.br Telefone: (16) 2105.2299 16º Itaipu Rural Show Empresa Promotora: Cooperativa Regional Itaipu Tipo de Evento: Exposição / Feira Início do Evento: 29/01/2014 Fim do Evento: 01/02/2014 Cidade: Pinhalzinho - SC Localização do Evento: Centro de Treinamento e Transferência de Tecnologias - BR 282, km 280 (cerca de dois quilômetros a oeste do centro de Pinhalzinho) Site: www.itaipururalshow.com.br Telefone: (49) 3366-6500 E-mail: [email protected] Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 38 Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo” Legislação de Direito Ambiental Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português. ...E a cada dia que levanto curvo-me frente a Deus. Agradeço-o. Renovo o meu contrato de vida. Livro: Entre Trechos e Trechos... Palavras... Sentimentos... afins - All Print Editora - Renata Carone Sborgia Renata Sborgia 1) Maria comprou uma “mini-saia” branca para usar no Ano Novo! Maria poderia ter comprado uma Gramática revisada com as Novas Regras Ortográficas também! O correto é: MINISSAIA (sem o hífen). Regra fácil: Nas formações em que o prefixo (ou falso prefixo) termina em vogal e o segundo termo inicia-se em r ou s: não usar mais o hífen e nesse caso, passa-se a duplicar essas consoantes. 2) Ele disse que seria necessário requerer o provimento do presente Recurso Extraordinário com a “consequente” alteração da decisão recorrida. ...muito bem, porém sem alteração na expressão consequente! Obra organizada por temas, contendo as seguintes normas: - Códigos de Águas, de Mineração, Florestal e de Caça; - Protocolo de Quioto; - Lei de Crimes Ambientais; - Política Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC; - Política Nacional de Resíduos Sólidos e seu Regulamento; - Resoluções CONAMA; - Novo Código Florestal (Lei n. 12.651/12) Inclui ainda dispositivos da Constituição Federal, índices e notas. Referência bibliográfica: Brasil. Legislação de direito ambiental. – 6. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2013. – (Coleção Saraiva de Legislação) Está correta a expressão: consequente (sem trema) Regra fácil: Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever linguística, frequência. Permanecerá sim em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã (neste caso, o “ü” lê-se “i”). 3) O carro dele “para” em toda esquina! ...e para quem não sabe sobre a diferença do verbo e da preposição? Precisa parar no capítulo sobre as Novas Regras Ortográficas! Está correto! Regra fácil: Acento diferencial Não é preciso usar o acento diferencial para distinguir: Para (verbo) de para (preposição) Exemplos corretos: O carro dele para em toda esquina. – verbo parar Estarei voltando para casa daqui a uma hora. - preposição para A pronúncia ou categoria gramatical dessas palavras dar-se-á mediante o contexto. Coluna mensal * Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste. [email protected] www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste Fone: (16) 3524-2453 Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 39 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013 40 Revista Canavieiros - Dezembro de 2013
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