anexos - Senderos latinoamericanos

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anexos - Senderos latinoamericanos
[ANEXOS]
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Anais do 2 Congresso Nacional de Planejamento e Manejo de Trilhas / I Colóquio Brasileiro para a Red
Latinoamericana de Senderismo, 16 a 18 de outubro de 2013 / Nadja Maria Castilho da Costa, Vivian
Castilho da Costa, Flávio Augusto Pereira Mello, (orgs.).Rio de Janeiro: 1290 p. Rede Sirius-Rede de
Bibliotec., 2013. ISBN 978-85-88769-56-4
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04
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ANEXOS
Caminhadas na natureza. Diversificação do produto TRAF.
Turismo rural na agricultura familiar. Airton Violento - Anda Brasil
North Umpqua, Oregon, EUA, Percepções nos padrões de uso
das trilhas para caminhada/ciclismo: motivações, aglomeração,
conflito e satisfação. Robert C. Burns; Christopher Caplinger. West
Virginia University, Morgantown, WV, EUA
Senderos y uso público: ¿modelos? de gestión y gobernanza en
áreas protegidas. La experiencia del Sendero de Chile. Esteban
Delgado A.Fundación Sendero de Chile
Reflexões sobre a utilização do Patrimônio Geológico em trilhas.
Jasmine Cardozo Moreira - Departamento de Turismo / UEPG
Trilhas Marinhas no Brasil; uma Síntese para a Educação
Ambiental. Alexandre de Gusmão Pedrini. Departamento de
Biologia Vegetal Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Nota:
1238
O II Congresso Nacional de Planejamento e Manejo de Trilhas solicitou aos
palestrantes que, havendo possibilidade, pudessem encaminhar um resumo do
objeto de suas apresentações .
Agradecemos a colaboração
(Organizadores)
Rio de Janeiro, 16/10/2013
Anais do 2 Congresso Nacional de Planejamento e Manejo de Trilhas / I Colóquio Brasileiro para a Red
Latinoamericana de Senderismo, 16 a 18 de outubro de 2013 / Nadja Maria Castilho da Costa, Vivian
Castilho da Costa, Flávio Augusto Pereira Mello, (orgs.).Rio de Janeiro: 1290 p. Rede Sirius-Rede de
Bibliotec., 2013. ISBN 978-85-88769-56-4
CAMINHADAS NA NATUREZA. DIVERSIFICAÇÃO DO PRODUTO TRAF.
TURISMO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR
Airton Violento
Anda Brasil
[email protected]
1- Apresentação
Nos últimos anos, as populações urbanas tem intensificado o hábito de realizar
caminhadas, é cada vez maior o número de pessoas que lotam as ruas,
praças,
parques,
clubes
e
academias,
para
praticar
esta
atividade.
Concomitantemente, cresce também a procura por ambientes naturais para a
realização de atividades de lazer e descanso, visto o crescimento dos centros
urbanos e o aceleramento do ritmo de vida da população. Diante deste
panorama, as Caminhadas na Natureza aparecem como uma alternativa de
lazer e atividade física em ambientes rurais com grande diversidade
paisagística e de elementos culturais, proporcionando aos caminhantes, além
dos benefícios auferidos pelo exercício físico, a interação com comunidades
locais, sua cultura em um espaço propício para a realização de caminhadas,
considerando que em muitos municípios inexiste equipamentos adequados
para a prática, como parques e pistas urbanas.
O projeto objetiva também ampliar o entendimento sobre o meio rural,
mostrando suas múltiplas funções além da produção agropecuária, como sua
vocação para a conservação ambiental, sua função social e cultural. A partir
desta visão da multifuncionalidade do meio rural é que se estabelecem outras
atividades econômicas que suportarão o crescimento de um modelo de
desenvolvimento rural, o qual não se detém apenas nos processos produtivos
e considera estas outras alternativas de desenvolvimento, como a atividade
turística.
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2- Projeto Caminhadas na Natureza
O Projeto CAMINHADAS NA NATUREZA é uma proposta para estimular e
promover o desenvolvimento territorial sustentável por meio da realização de
caminhadas no meio rural, as quais são internacionalmente conhecidas como
“Esportes Populares”.
A idéia nasceu na França após a Segunda Guerra
Mundial com o objetivo de estimular as atividades comerciais no interior das
províncias e na periferia das grandes cidades destruídas pela guerra. Com o
crescimento da atividade turística e em função da riqueza cultural e
paisagística destas regiões, tais atividades começaram a ser utilizadas como
fator de integração e inclusão social entre as populações regionais,
caracterizando-as, assim, como atividades populares e democráticas.
Atualmente, as Caminhadas são praticadas por 22 milhões de pessoas em 50
países, sempre organizadas localmente em circuitos, regionalmente em
federações, nacionalmente em confederações e com a normalização
internacional
do
Internacionaler
Volksporter
Verbander
–
Federação
Internacional dos Esportes Populares – IVV, com sede na Alemanha. No Brasil,
em 2006, fundou-se a ANDA BRASIL - Confederação Brasileira de Esportes
Populares, Caminhadas na Natureza e Inclusão Social. A organização nãogovernamental organiza, cadastra e credencia os circuitos nacionais, sendo que,
atualmente, existem mais de 450 circuitos cadastrados em 19 Estados brasileiros.
3- Normas Internacionais das Caminhadas Na Natureza
Serão descritas a seguir as características das Caminhadas, de acordo com as
normas internacionais do IVV para eventos não competitivos.

Horário determinado de início e de término - O evento deve ter um horário
de início e término definidos, porém o caminhante é livre para permanecer
no circuito e/ou nos equipamentos disponíveis, estando ciente de que a
estrutura do evento possui um tempo de funcionamento limitado.
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
Balizamento com sinalização temática, padrão internacional – O IVV dispõe
de modelos de placas de sinalização, as quais devem ser fixadas em
lugares visíveis e estratégicos durante o percurso. Em cruzamentos a
sinalização faz-se fundamental.

Trajeto viável para ser praticado por todos os públicos (crianças, idosos,
portadores de deficiências) – O percurso deve ser acessível, em casos de
trajetos severos deve-se informar o caminhante e viabilizar formas de apoio
para pessoas com dificuldades de locomoção.

Cada caminhante pode realizar a caminhada de acordo com sua
capacidade física.

Trajeto, preferencialmente circular, de aproximados 10km – Em casos de
trajetos não circulares, recomenda-se que ao final do percurso seja
disponibilizado um veículo para locomoção dos caminhantes ao ponto de
início do circuito, evitando que o caminho de ida seja o mesmo utilizado na
volta durante a caminhada, o que o torna repetitivo.

Postos de controle com serviços de fornecimento de água, complementação
alimentar, comercialização de artesanato, agroindústria familiar e/ou
manifestações culturais locais – Os postos de controle devem ser fixados
em locais estratégicos, onde haja estrutura adequada para a permanência
dos atendentes, os quais devem estar devidamente instruídos para fornecer
informações sobre o circuito e características geográficas e culturais da
região.

Equipes de resgate e atendimento médico – A organização local deve
disponibilizar equipes de resgate e atendimento médico para os
caminhantes e equipe local. Este auxílio é imprescindível para garantir a
segurança da atividade. Sugere-se que a equipe organizadora disponha de
equipamentos para comunicação móvel.

Numeração exclusiva de carimbo por caminhada (numeração internacional
fornecida pelo IVV) – ao final do circuito a caderneta internacional deve ser
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carimbada com o carimbo exclusivo do circuito.

Caderneta de caminhante (Passaporte IVV) - A caderneta de caminhante
internacional, padrão IVV, é entregue na 1ª primeira caminhada do
participante e deve ser transportada pelo mesmo a cada circuito para que
seja carimbada a cada caminhada. Ao ser preenchida, com 10 carimbos de
circuitos diferentes, a caderneta deve ser encaminhada à ANDA BRASIL
para o recebimento de 1 diploma oficial ANDABRASIL, 1 pin, 1 caderneta
nova de 20 participações e 1 bordado da ANDABRASIL - IVV.

Carimbos de confirmação de passagem nos postos de controle – A
organização local pode providenciar uma pequena caderneta do circuito, a
qual será carimbada a cada posto de controle. Lembrando que estes
carimbos também são de responsabilidade da organização local e
diferenciados do carimbo oficial do circuito (padrão IVV).

Plano de premiação ao final de cada caminhada - Sugere-se que ao final de
cada caminhada seja realizada uma premiação aos participantes, como o
caminhante mais jovem, mais idoso, maior grupo, entre outros. Este plano é
apenas uma sugestão, uma forma de incentivar os caminhantes, e não um
pré-requesito obrigatório.

Plano de estímulos para que caminhantes estejam sempre presentes em
outras Caminhadas – A organização local e regional podem elaborar planos
de estímulos para os caminhantes, o qual consiste em entrega de brindes,
gratificações, diplomas e realização de divulgação integrada entre os
circuitos, possibilitando que o caminhante tenha acesso às informações das
caminhadas da região.

Divulgação internacional – todos os circuitos são cadastrados no site da
ANDA BRASIL, possibilitando a promoção internacional das caminhadas.
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4- Ações e Responsabilidades
ESTRUTURA BÁSICA PARA A FORMATAÇÃO, IMPLANTAÇÃO E REALIZAÇÃO DE
UMA CAMINHADA
Ações ANDA BRASIL
. reunir os atores sociais
locais envolvidos
. definir previamente o
trajeto
Ações Circuito
. mobilizar os atores sociais
locais para reuniões de
formatação
. articular as parcerias
. constituí-lo como atrativo
. implantar a caminhada no
turístico
padrão IVV
. capacitar os atores
sociais locais para a
. treinar guias locais para
implantação da caminhada acompanhamento do trajeto
(Ex: anfitriões- mirins)
. acionar o carimbo
exclusivo da caminhada e
. divulgar a caminhada para
entregar ao Circuito
suas redes
. credenciar
internacionalmente
. realizar a caminhada
. divulgar no calendário
. registrar o nº de
anual nacional e
internacional
caminhantes
. divulgar na mídia
eletrônica, inclusive, em
eventos e feiras de
turismo e através da rede
ANDA BRASIL
. realizar a premiação
. fechar evento realizando
reunião de avaliação e
relatório final
Articulações e Parceiros
. diretamente com os
empreendedores,
produtores e comerciantes
do Circuito
. com os demais Circuitos
filiados à ANDA BRASIL.
a partir de apoio das
prefeituras
. das entidades de classe
locais (Associação
Comercial, sindicatos
rurais)
1243
. da iniciativa privada
local.
. do Sistema S (SebraeSesc-Senac)
5. Organização.
Vamos descrever as características de uma caminhada, como um evento
metodológico, onde se promove o meio rural, com a valorização das atividades
e aliando os negócios gerados a partir de um aumento da demanda do turismo.
5.1 Circuito
Os circuitos de Caminhadas no meio rural ocorrem preferencialmente em
ambientes da agricultura familiar, percorrendo as comunidades rurais, como um
coletivo dos agricultores familiares. A formatação do trajeto do circuito segue
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uma lógica, que permite o caminhante a observar as características
geográficas do lugar, a existência de práticas agriculturas agroecológicas, a
valorização da arquitetura local e que privilegie a paisagem rural do local. A
definição do percurso pode se adequar aos diferentes públicos que participarão
desta atividade. Para definir o percurso pode se utilizar dos recursos
tecnológicos que estão disponíveis,
5.2 - Inscrição
Os caminhantes se inscrevem no evento previamente, através da internet ou
pessoalmente. A ficha cadastral pode estar disponível das duas maneiras. A
inscrição realizada no dia do evento deve estar organizada para o atendimento
da demanda, com vários postos de inscrição e todos preparados para dar um
atendimento uniforme a todos os participantes. Os inscritos serão adicionados
a uma lista de Caminhantes da região. Este e o público da caminhada. De uma
maneira geral, o cadastro deve ter a identidade pessoal, e o endereço físico e
virtual. No ato da inscrição, os participantes recebe a carteira local, que pode
ser um folheto, com as informações básicas do percurso. A organização do
evento pode produzir um folheto muito rico em informação ao caminhante.
5.3 - Postos de Controle e Informações.
São unidades de controle dos participantes da caminhada, que estão
distribuídos em todo o percurso e são dotados de uma estrutura de apoio ao
caminhante, como serviços de banheiros, alimentação, comercialização de
bens e também devem fornecer informações básicas do percurso. Neste local,
o caminhante pode receber informações de caráter de educação ambiental,
aumentando a riqueza do evento. O registro da passagem do caminhante
nestes pontos de controle e realizado por carimbos que tenham a identidade
local.
5.4 - Feira da Produção Associada.
No local da inscrição dos participantes da Caminhada, a existência de uma
feira de artesanato e de produtos agroecológicos proporciona uma maior
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riqueza ao evento e permite a comunidade local se beneficiar de mais um
negócio gerador de renda. A oferta de produtos naturais e transformado de
origem local permitem a exposição dos produtos e facilitam os negócios
futuros. A organização desta feira pode ser construída ao longo do processo de
organização do evento.
5.5 - Agroindústrias
As agroindústrias familiares podem se beneficiar do evento da Caminhada,
participando das feiras, ou estando presente ao longo do percurso da
caminhada. Pode ser conjugados os postos de controles nestas unidades,
desde que a organização local consiga fazer as adequações necessárias para
estes serviços
5.6 - Festa Popular
A realização de Festa comunitária, em ambientes de domínios públicos,
facilitam e permitem a conjugação de serviços de alimentação e de apoio aos
caminhantes. E um atrativo que pode ser importante na formatação da
Caminhada. Quando a realização e coordenação destas Festas se aliam e
eventos de caráter religioso, facilita a organização e a conjugação destes
eventos.
5.7 - Sinalização
Toda a sinalização segue as orientações da entidade nacional, ANDABRASIL,
para termos um produto nacional. Pode ser enriquecida, com informações de
caráter ambiental, valorizando a fauna, a flora e a geografia local. Também
pode ser produzida, informações do percurso, da distância percorrida etc...
6- Indicadores ,
,Para monitorar o processo das Caminhadas, e necessário a uniformização de
indicadores do evento. Este indicadores, vai fornecer elementos de
comparação, de análise e gerenciamento deste produto Turístico.
6.1- Caminhantes
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Entendemos como Caminhante, toda pessoa que se inscreveu na atividade. Se
a informação coletada permite uma distinção entre idade e local de residência
poderemos fazer uma avaliação mais qualitativa do evento. Assim, o indicador
deste gênero e a unidade.
6.2- Número De Participantes Da Feira
Os participantes da Feira são distinguidos entre agricultores familiares
orgânicos, e artesões dos produtos ofertados. O indicador deste gênero e
unidade. Neste caso, podemos também ter como indicador, a quantidade de
itens dos produtos ofertados, bem como a quantidade comercializado.
6.3- Serviços Complementares
Durante a realização do evento da Caminhada, podemos ofertar de passeios a
cavalos, passeios de charretes e outros produtos para trabalhar com o lazer
dos participantes. Neste caso, os indicadores da atividade são a quantidade
(Unidade) destes produtos ofertados.
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NORTH UMPQUA, OREGON, EUA, PERCEPÇÕES NOS PADRÕES DE USO
DAS TRILHAS PARA CAMINHADA/CICLISMO: MOTIVAÇÕES,
AGLOMERAÇÃO, CONFLITO E SATISFAÇÃO
Robert C. Burns
[email protected]
Professor Adjunto
West Virginia University, Morgantown, WV, EUA
Christopher Caplinger
[email protected]
Mestrando
West Virginia University, Morgantown, WV, EUA
Palavras-chave: uso da trilha, recreação ao ar livre, manejo de visitantes, aglomeração,
satisfação
1. Introdução
Durante a temporada de recreação de verão de 2012, pesquisadores da
Universidade de West Virginia realizaram um estudo sobre o uso de recreação
da Floresta Nacional Umpqua, Oregon, EUA. A Floresta Nacional de Umpqua
abrange 500.000 ha da Cordilheira Western Cascades. A Floresta inclui 900 km
de trilhas, três áreas selvagens, e 57 áreas de camping dentro de seus limites.
Os visitantes podem encontrar uma riqueza de oportunidades de lazer o ano
todo, incluindo, mas não limitado a, caminhadas, pesca, rafting e cavalgadas.
Com relativamente baixo número de visitantes, a 30.000 ha de área dentro de a
floresta selvagem oferecer aos visitantes a oportunidade de experimentar
isolamento.
Os Objetivos
O foco principal deste estudo de recreação foi avaliar as percepções dos
recreacionistas de motivações e conflitos entre os visitantes. A trilha Umpqua
Norte segue o rio Norte Umpqua, com 12 trailheads para acessar os
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segmentos de trilha com comprimento variando de 6 a 26 km. Oportunidades
de recreação para os caminhantes, ciclistas e cavaleiros são fornecidas.
2. Fundamentação Teórica
Capacidade de carga social foi a base teórica para este estudo. Três perguntas
foram feitas para a pesquisa: R1: Quais são as características dos usuários de
lazer? R2: Qual é o nível de satisfação entre os usuários de lazer? R3: Quais
são as percepções dos usuários de aglomeração e conflito no lago?
2.1 Revisão da Literatura
Os Estados Unidos proveem configurações e serviços de recursos naturais
gerenciados pelo governo federal para centenas de milhões de recreacionistas
todo ano. Por exemplo, o Bereau of Land Manegment (Secretaria de Manejo de
Terra - BLM) provê acesso a recreação para 258 milhões de acres, e ambos, o
National Park Service (Serviço de Parques Nacionais) e o US Forest Service
(Serviço de Florestas dos EUA) servem a mais de 200 milhões de visitantes
anualmente. A maioria das agencias de recursos naturais tendem a gerir os
parques e florestas usando uma das estruturas tradicionais desenhadas por
pesquisadores americanos e testadas em parques a florestas nos EUA, que
também abordou a qualidade dos serviços prestados.
Essas estruturas incluem tipicamente o Recreation Opportunity Spectrum
(Espectro de Oportunidades de Recreação – ROS), Visitor Impact Manegment
(Manejo de Impacto de Visitante – VIM) e Visitor Experience and Resource
Protection (Experiência do Visitante e Proteção de Recursos – VERP) (Graefe
et al., 1990; Stankey, 1973; National Park Service, 1997). Muito da pesquisa
conduzida na América do Norte foi conduzida utilizando essas estruturas
mencionadas
acima
focando
em
aglomeração
de
usuários,
conflito,
características de viagem, sócio demografia e satisfação. Somente nos anos
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recentes as variáveis associadas com o monitoramento do uso do visitante tem
sido incluídas no entendimento da capacidade de carga social na América do
Norte (Zarnoch et al., 2005; Manning, 2007). Enquanto pouca pesquisa tem
sido conduzida em trilhas e capacidade de carga social nas terras públicas
brasileiras, estudos recentes indicam que há muito trabalho a ser feito nessa
área (Burns and Moreira, 2013).
3. Os Métodos
Este estudo pôde ser considerado um “clássico” estudo de capacidade de
carga social em sua abordagem. Usando aglomeração e escalas de conflito de
longa data como padrões contidos na literatura de recreação ao ar livre foram
usadas para entender a percepção dos usuários das condições sociais da
Trilha Norte Umpqua. Levantamentos no local foram conduzidos entre maio e
outubro de 2012 como parte de um estudo maior durante três estações nos
estados de Washington e Oregon. Um total de 421 entrevistas foram feitas
nessa parte do estudo. O instrumento do levantamento mediu percepções de
aglomeração, conflito, tempo de espera, tolerância ao ver outros grupos de
recreacionistas e experiência de viagem. Uma serie de variáveis sócio
demográficas foram incluídas para averiguar a participação e experiência dos
visitantes. Aglomeração foi medida em uma escala de 9 pontos (vazio a
extremamente cheio), variáveis de qualidade foram medidas em uma escala de
5 pontos (discordo fortemente a concordo fortemente).
Finalmente, motivação do visitante para recrear foi medida em uma escala de 5
pontos (não importante absolutamente a
extremamente importante).
Experiência de viagem foi medida em uma escala de “fraca” a “excelente”. A
taxa media de resposta para este estudo é de cerca de 92 por cento. Os
entrevistados foram selecionados aleatoriamente entre os adultos, com no
mínimo 16 anos de idade. Os dias de pesquisa foram estratificados em fim de
semana e dias de semana, durante a manhã, meio-dia e noite.
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4. Os Resultados
Perfil demográfico do visitante, características de grupo e viagem
Algumas diferenças significantes foram notadas a respeito do perfil dos
visitantes dos dois grupos. Ciclistas eram mais prováveis ser do sexo feminino
(23,3%) do que caminhantes (45,2%). Metade dos ciclistas indicou estar
viajando com amigos, comparado com somente 9,4% dos caminhantes. Um
quinto (20,3%) dos ciclistas estavam se recreando sozinhos, comparado com
somente 11,4% dos caminhantes. A característica de viagem predominante dos
caminhantes e família e amigos, com a vasta maioria participando com família
(48,9%), amigos (22,3%) ou família e amigos (17,5%). Proporcionalmente,
ciclistas (14,5%) eram muito mais propensos a usar guias particulares
contratados do que caminhantes (<1%). Ciclistas (15,6%) eram mais prováveis
a indicar que não teriam participado da viajem sem um guia do que
caminhantes (3,9%). Esse resultado e esperado pois alguns ciclistas alugam
bicicletas em empresas especializadas, enquanto caminhantes não tem
necessidade de equipamento especifico.
Ciclistas também eram mais prováveis a estarem em sua primeira visita
(46,9%) do que caminhantes (60,2%). Usuários pela primeira vez são mais
propensos a fazer uso de guias contratados do que visitantes frequentes,
sugerindo um outro motivo para a alta proporção de guias contratados para os
ciclistas. Também houve uma concordância entre os dois grupos a respeito da
experiência que deveria ter sido fornecida ao longo da Trilha Norte Umpqua,
com 49% sugerindo que a área deveria ser manejada como “semisselvagem” e
outro quarto (26,3%) sugerindo “não desenvolvida”, o que ligeiramente mais
próximo do fim desenvolvido pelo Recreation Oppotunity Spectrum (ROC)
contínuo. Poucas diferenças foram notadas na quantidade de tempo que os
visitantes participaram da atividade de sua escolha, tal como o numero de dias
de recreação por ano e numero de dias nessa viagem. Caminhantes
reportaram uma estada ligeiramente mais longa (3,69 horas) do que ciclistas
(3,45 horas), embora isso seja negligenciável.
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As Motivações
Os entrevistados foram questionados quanto as suas percepções acerca do
aglomerado de pessoas que visitam a trilha (local, atividade e/ou social). Um
diferença significante no foi encontrada entre os dois grupos. 46.7% dos
entrevistados responderam que para eles, as atividades eram o mais
importante. Apenas um terço dos entrevistados (31.8%), declararam que o
motivo mais importante era exclusivamente o lugar.
O Aglomerado
Enquanto visitavam a trilha Umpqua Norte, os visitantes foram extensamente
entrevistados quanto as suas percepções relacionadas ao aglomerado de
pessoas. Os entrevistados perceberam pouca aglomeração, tanto na trilha
quanto nos passeios. No geral, a metade de ambos grupos (média=51.2%),
compartilharam que o número de recreadores que estes viram foi o que
esperavam ver. Coincidentemente, não houve diferença na proporção de
ciclistas e caminhantes (hikers); os quais viram menos pessoas que o esperado
(média=23.2%). Os ciclistas informaram um nível de aglomeração um pouco
maior em comparação ao comunicado pelos caminhantes (hikers). Todavia,
ambos níveis de aglomeração foram baixos. ,
Os caminhantes informaram que de alguma forma eles sentiram-se mais
aglomerados devido ao impacto dos ciclistas que os ciclistas em relação aos
caminhantes. Os caminhantes pareciam inclinados a cientificar que o ciclismo
não era apropriado e que as bicicletas não deveriam compartilhar a mesma
trilha. Nesse mesmo cenário, os ciclistas foram negativamente impactados por
caminhantes que não respeitam o direito de passagem ou comportam-se de
forma desrespeitosa perante os ciclistas.
Satisfação
Enquanto a literatura sugeriria uma forte relação entre aglomeração, conflito e
satisfação; este estudo reexamina essas variáveis, especificamente as
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relacionadas a trilha Umpqua Norte. Assim como pesquisas anteriores
adequadamente
administração
estabeleceram
do
teste
de
satisfação
tornassol,
devido
a
a
sessão
bem
sucedida
seguinte
avalia
quantitativamente o quão relevantes para a satisfação seriam vários desses
itens são (particularmente os relacionados a aglomeração e conflito). Os itens
de satisfação foram divididos em três categorias: satisfação, aglomerado e
conflito. Cada categoria foi comparada separadamente e de forma que
primeiramente os níveis de credibilidade e concordância entre os itens na
mesma fossem testados.
Declarações negativas tai como “Eu fiquei insatisfeito com alguns aspectos da
minha ida a trilha,” foram codificados como ‘5 pontos’ na escala de Likert afim
de estabelecer um comparativos com declarações positivas. Os resultados
obtidos para os três grupos, com base na formula de Alpha de Chronbach’s,
oscilaram entre o mínimo de 0.530 e o máximo de 0.557. Este revelou que os
itens realmente estava relacionados e que a medição de cada categoria, como
previamente apresentado, seria fidedigna. Um modelo de regressão linear foi
desenvolvido afim de testar até que nível essas categorias afetam o coeficiente
geral de satisfação. Os categorias de satisfação foram criadas com base em
aglomeração, e também conflito. Ambos foram avaliados tendo como base o
coeficiente geral de satisfação, o qual também serviu como a variável
dependente em três analises individuais de regressão.
Os itens de satisfação (Tabela 1) contaram como 17 por cento no geral da
variação de satisfação (ajustado R² = 0.173, F-valor = 41.303). Dos quatro itens
de satisfação individual, três foram considerados como preditores satisfatórios
do coeficiente geral de satisfação entre os visitantes da trilha Umpqua Norte.
A declaração “Eu aproveitei muito a minha visita a esta trilha” foi a mais
significante e demonstrou uma correlação positiva com o nível de satisfação
geral (r = 0.373, Beta = 0.243, p< 0.001). No mesmo contexto, a declaração
“Eu fiquei insatisfeito com alguns aspectos da minha visita” foi considerado o
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1252
mais significante, mas foi negativamente trelado ao coeficiente de satisfação
geral (r = -0.304, Beta = -0.174, p < 0.001). Entretanto, a declaração “Minha
viagem para essa trilha valeu todo o dinheiro que eu gastei” foi somente
significante para o nível 0.05, mas foi positivamente relacionada ao coeficiente
de satisfação geral dos visitantes (r = 0.305, Beta = 0.087, p < 0.05). Os
resultados da categoria de aglomeração (Tabela 2), mostraram que os fatores
de aglomeração contabilizaram para somente oito por cento da variação no
coeficiente geral de satisfação (ajustado R² = 0.077, Valor-F = 11.768).
Dos seis itens relacionados a aglomeração, dois mostraram resultados
significantes. “Eu tive a oportunidade de recrear sem sentir-me aglomerado” (r
= 0.249, Beta = 0.185, p < 0.001) foi o preditor mais forte e teve uma correlação
positiva com o coeficiente geral de satisfação. Outra declaração significativa,
“O número de pessoas na trilha diminuiu meu divertimento” (r = -0.217, Beta = 0.123, p < 0.01), mostrou uma correlação negativa em relação ao coeficiente
geral de satisfação entre os visitantes. O conflito (Tabela 3) foi analisado
através do modelo de regressão afim de determinar seu impacto no coeficiente
geral de satisfação e este contabilizou para oito por cento da variação (ajuste
R² = 0.082, F-value = 24.060). Três itens de conflito foram mensurados e
desses, dois mostraram-se significantes. A primeira declaração significante,
“Eu pude encontrar lugares para divertir-me sem a interferência de outros
visitantes,” foi positivamente relacionada ao coeficiente geral de satisfação (r =
0.222, Beta = 0.176, p < 0.001 ). A declaração, “As atividades recreativas na
trilha não foram compatíveis,” foi considerada relevante, mesmo não exercendo
qualquer feito negativo no coeficiente geral de satisfação (r = -0.227, Beta = 0.172, p < 0.001).
Com base nos resultados dessa analise regressiva, pôde ser determinado que
existem sete itens que prognosticam o nível de satisfação na trilha Umpqua
Norte. Desses itens, três estavam relacionados a satisfação, dois relacionados
a aglomeração e os outros dois a conflito. O modelo apresentado na Figura 1
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1253
(Figure 1), foi formulado afim de demonstrar como cada categoria e seus
respectivos itens o nível de satisfação geral entre os visitantes na trilha
Umpqua Norte.
Conclusões
No geral, este estudo foi bem sucedido ao demonstrar a relação entre
aglomeração, conflito, e satisfação e sua importância para princípios
administrativos. A trilha Umpqua Norte é administrada de maneira apropriada e
os visitantes se mostram satisfeitos com suas experiências na mesma. Os
resultados mostram algumas diferenças importantes entre os dois grupos de
usuários; com os ciclistas apresentando certo nível de intolerância sutilmente
mais alto que o apresentado pelos caminhantes. Inferências com base nos
resultados desse estudo permite que os administradores da trilha Umpqua
Norte interfiram apropriadamente e melhorem a experiência dos visitantes ao
parque. Desta mesma forma, esta pesquisa expande e contribui para a
literatura que examina os conceitos de aglomeração, conflito, e satisfação.
5. Bibliografia
Burns, R.C. and Moreira, J.C. (2013). Visitor Management in Brazil’s Protected
Areas: Benchmarking for Best Practices in Resource Management. The
George Wright Forum, 30(2), pp 1663—170.
Graefe, A.R.; F.R. Kuss; and J.J. Vaske. (1990). Visitor Impact Management:
The Planning Framework. Washington DC: National Parks and
Conservation Association.
Manning, R. E. (2011). Studies in Outdoor Recreation: Search and Research for
Satisfaction. Third Edition. Corvallis: Oregon State University Press.
National Park Service. (1997). VERP: Visitor Experience and Resource
Protection Framework. Denver, CO: U.S. National Park Service, Denver
Service Center.
Stankey G.H., and D.W. Lime. (1973). Visitor Perceptions of Wilderness
Recreation Carrying Capacity. USDA Forest Service, Intermountain
Forest and Range experiment station, INT-142, Ogden, UT.
Silva, M. (2005). The Brazilian Protected Areas Program. Conservation
Biology, 19(3), pp. 608–611.
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Latinoamericana de Senderismo, 16 a 18 de outubro de 2013 / Nadja Maria Castilho da Costa, Vivian
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1254
English, Donald B.K., S.M. Kocis, J.R. Arnold, S.J. Zarnoch, and L. Warren.
(2003). The effectiveness of visitation proxy variables in improving
recreation use estimates for the USDA Forest Service Journal for Nature
Conservation, 11(4), 2003, pp. 332–338.
6. Anexos
Tabela 1. Análise da Regressão das Categorias de Satisfação como Indicadores de Satisfação
Eu aproveitei muito a minha viagem para a esta trilha.
Todo o dinheiro que gastei para fazer esta viagem
value a pena.
Eu fiquei insatisfeito com alguns aspectos da minha
visita a trilha.
As demais pessoas na trilha contribuiram para a minha
diversão.
r
0.373***
Beta
0.243***
0.305***
0.087*
-0.304***
-0.174***
0.121***
0.058
Valor-F
Ajuste R²
*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0.001
41.303
0.173
Tabela 2. Análise da Regressão das Categorias de Aglomeração como Indicadores de
Satisfação
Porcentagem de tempo a vista de outros grupos
Porcentagem de tempo aceitavel a vista de outros
grupos
Aglomeração esperada vs. Aglomeração real
Eu tive a oportunidade de recrear-me sem sentir-me
aglomerado.
Eu evitei alguns lugares na trilha devido ao excess de
pessoas.
O número de pessoas na trilha diminuiu o meu
divertimento.
Valor-F
Ajuste R²
*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0.001
r
0.050
Beta
0.007
0.136***
0.059
-0.037
0.005
0.249***
0.185***
-0.159***
-0.023
-0.217***
-0.123**
11.768
0.077
Tabela 3. Análise da Regressão das Categorias de Conflito como Indicadores de
Satisfação
r
Beta
Eu pude encontrar lugares para recrearme sem a
0.222***
0.176***
interferência de outros visitantes.
As atividades de recreação na trilha não foram
-0.227***
-0.172***
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1255
compatíveis.
O comportamento de outras pessoas na trilha
interferiram na qualidade da minha experiência.
-0.163***
Valor-F
Ajuste R²
*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0.001
-0.049
24.060
0.082
Figura 1. A Relação entre Satisfacao, Aglomeracao, & Conflito para o Coeficiente de Satisfação
Geral
Satisfação
(Ajuste R² = 0.173
)
-Eu aproveitei muito a minha
viagem para a esta trilha.
Aglomeração
(Ajuste R² = 0.077)
-Eu tive a oportunidade de
recrear-me sem sentir-me
aglomerado.
-Todo o dinheiro que gastei para
fazer esta viagem value a pena.
-Eu fiquei insatisfeito com alguns
aspectos da minha visita a trilha.
-O número de pessoas na
trilha diminuiu o meu
divertimento.
Coeficiente de
Satisfação
Geral na Trilha
Umpqua
Norte
Conflito
(Ajuste R² = 0.082)
-Eu pude encontrar lugares
para recrear-me sem a
interferência de outros
visitantes.
-As atividades de recreação
na trilha não foram
compatíveis.
Preparado para a Apresentação no II Congresso Nacional de Planejamento e
Manejo de Trilha, Rio de Janeiro, de 16 a 18 de outubro de 2013.
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SENDEROS Y USO PÚBLICO: ¿MODELOS? DE GESTIÓN Y
GOBERNANZA EN ÁREAS PROTEGIDAS. LA EXPERIENCIA DEL
SENDERO DE CHILE
Esteban Delgado A.
Geógrafo
Fundación Sendero de Chile
[email protected]
‘Dame un punto de apoyo y moveré al mundo’
(Arquímedes de Siracusa, 287-212 aC)
1. La experiencia internacional sobre gestión y modelos de gobernanza
de senderos
A nivel internacional, tanto en el ámbito urbano, como rural, existen múltiples
iniciativas destinadas a la generación y operación de redes de senderos para la
práctica del senderismo, principalmente en países de Europa, Norte América,
Asia y Oceanía. Su origen esta asociado principalmente a las prácticas
históricas de excursión y trashumancia, a la conservación del acceso público a
áreas de interés natural e histórico y a la necesidad de recreación al aire libre.
En las últimas décadas, y de manera muy importante, la gestión de áreas
protegidas, el turismo de intereses especiales, además de la educación e
interpretación ambiental y patrimonial también han jugado un rol relevante en
su origen.
En términos generales, para un conjunto importante de estas
iniciativas, fundamentalmente para aquellas ubicadas en espacios rurales,
seminaturales o naturales (y no obstante sus diferencias), es posible distinguir
coincidencias, tanto en lo relativo a sus objetivos, como en la expresión
institucional que adoptan para abordarlos. Respecto de esto último, es posible
observar diversas formulas e instrumentos entre los que destacan por su
recurrencia y éxito los siguientes:
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(i)
Los derechos consuetudinarios y el ordenamiento jurídico nacional sobre
tenencia y gestión del territorio. Esto ha permitido en los países del
Reino Unido (Escocia, Gales e Inglaterra) la permanencia y desarrollo de
sistemas de rutas y senderos históricos basados en “derechos de paso”,
que permiten a los ciudadanos recorrer el área rural de estos países. La
designación de estos senderos y la clasificación de los mismos esta en
manos de la Countryside Agency (Agencia de Tierras Rurales), la cual
asigna a cada una de estas sendas el carácter de local, regional o
nacional y en coordinación con la autoridad de caminos y las
autoridades locales, definen el sistema de administración y gestión de
cada una de ellas, a través de un Programa Nacional de Senderos
(National Trails, www.nationaltrail.co.uk).
(ii)
La acción filantrópica colectiva expresada en la colaboración económica
de “Land-Trusts” para conservación de tierras; o por la vía del “Make a
donation” a partir del cual las personas “compran” (donan1) metros o
infraestructura de sendero a la comunidad (Canadá, Nueva Zelandia); o
por
medio
de
alianzas
estratégicas
comerciales
(Trail
Affinity
MasterCard®) donde por cada compra realizada con tarjeta de crédito,
un pequeño porcentaje de la transacción es donada a la institución
matriz del sendero (generalmente una fundación sin fines de lucro).
Ejemplos
de
este
tipo
de
mecanismo
de
implementación
e
institucionalidad son el Trans Canada Trail (www.tctrail.ca) y el sendero
neozelandés Te Araroa (www.teararoa.org.nz). El Trans Canada Trail es
concebido como una confederación de senderos existentes, los que una
vez unidos, darán vida a este proyecto. Se trata de un proyecto de
carácter comunitario cuya propiedad y administración corresponde a
organizaciones locales, municipalidades, autoridades provinciales a lo
largo de Canadá. La Fundación Trans Canadá Trail que se ha
constituido para la promoción de esta iniciativa, no será la propietaria ni
1
Muchas veces estas donaciones generan exenciones en las cargas tributarias del donante.
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administrará el sendero, su misión es promover y coordinar la
planificación, diseño, construcción, mantenimiento y administración del
sendero (AYLWIN et al, 2002).
(iii)
La acción subsidiaria y promotora del Estado en la creación y
mantenimiento de un sistema de senderos para el uso público. En estos
casos, independiente de las diversas modalidades de incorporación de
instituciones privadas, ONGs, organizaciones de base u otras, el Estado
asume un rol protagonista en todas las fases de implementación de
redes de senderos para uso público. Algunos de los ejemplos más
significativos de este tipo de modalidad son el sistema nacional de
senderos, creado por el Congreso de Estados Unidos a través de la
aprobación de The National Trails System Act. Mediante este acuerdo, el
país creó un sistema de senderos de recreación, escénicos e históricos
y designó al Appalachian Trail (administrado por la Secretaria de
Agricultura) y el Pacific Crest Trail (administrado por la secretaria de
Interior), como sus componentes iniciales (www.americantrails.org;
www.appalachiantrail.org).
(iv)
La acción del voluntariado ambiental estructurada y coordinada a través
de organizaciones privadas sin fines de lucro, las cuales impulsan y
promueven la conservación y desarrollo de senderos para asegurar que
las generaciones futuras disfruten del aire y agua limpia, de los paisajes,
de la vida silvestre y de oportunidades para la simple recreación
(www.ontariotrails.on.ca, Canadá).
(v)
El posicionamiento de las iniciativas de desarrollo de senderos
nacionales ante la opinión pública, como medios para desarrollar la
actividad física y el turismo, a través de planes de marketing y
comunicaciones (e.g. www.celtrail.com)
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1259
2. La situación de Latinoamérica y del Sendero de Chile
No obstante su inmemorable existencia, al igual que en la mayoría de los
países de America Latina, en Chile, tanto los senderos, como el senderismo
son objetos de reciente interés para la política pública. Con un poco más de
una década formando parte de la política pública nacional, el Sendero de Chile
como sustantivo (sujeto/persona) y el senderismo como verbo (acción) han ido
paulatinamente ganando espacio en la agenda de diversas instituciones
estatales, ya sea como vía de comunicación, instrumentos de manejo de áreas
protegidas, promotores del turismo de naturaleza, de una vida saludable o para
la valoración del patrimonio natural o cultural de los territorios involucrados.
En el periodo 2001-2013, diversos son los modelos de gestión que han
intentado conducir los procesos de implementación del Sendero de Chile, tanto
en el ámbito administrativo, como territorial, comercial y ambiental, a escala
nacional y local. Se ha enfrentado también su materialización haciendo énfasis
1260
en sus cualidades, ventajas y potencialidades desde la perspectiva ambiental,
educativa, turística, recreativa y social, entre otras. Se han aplicado para ello
enfoques y metodologías de ‘planificación estratégica’, del tipo ‘sectorial’,
multisectorial’, ‘público – privadas’, ‘centralizadas’ y ‘participativas con base
local’. Una cronología general no exhaustiva puede ser apreciada en la
siguiente tabla (N° 1).
Tabla N° 1: Modelos y énfasis de gestión del Sendero de Chile en el periodo 2001-2013*
Año
Modelo
Énfasis
2000-2005
Sectorial participativo - Construcción de eje principal
- Participación ciudadana y desarrollo local
- Conservación ambiental
- Educación ambiental formal
2006- 2008
Multisectorial público
- Turismo (búsqueda de la sostenibilidad económica, desde
el enfoque de ‘destinos turísticos’ para garantizar
mantenimiento de senderos
- Crecimiento en red por adhesión voluntaria
2009 - 2010
Público- privado (ONG) - Gestión por destinos
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- Comercio Justo
- Voluntariado ambiental
2011- Públicoa la
privado (ONG) - Recreación
fecha
- Valoración patrimonial
- Educación ambiental no formal y conciencia pública
*Listado referencial no exhaustivo
Fuente: Elaboración propia
En relación con los espacios geográficos o territorios involucrados (incluidas las
áreas protegidas), se han efectuado ejercicios de planificación y diseños
institucionales para su gobernanza, utilizando como marco también la
planificación
estratégica,
la
planificación
participativa,
el
enfoque
de
ecosistemas, entre otras corrientes de pensamiento. Indistintamente, y
respecto de sus objetivos formales declarados, los resultados de todos estos
ejercicios de planificación han tenido el mismo destino: No han sido aplicados.
Es decir, desde la perspectiva formal, han fracasado.
Si bien no existe una evaluación sistemática y profunda de las razones para el
fracaso de estos ejercicios de planificación, a partir de nuestra experiencia
podemos entrever y esbozar algunas explicaciones para ello, entre ellas:
(i)
Desconocimiento, incredulidad y subestimación de los beneficios
potenciales de los senderos y el senderismo, por parte de los actores
locales y principalmente por las instituciones del estado;
(ii)
Por un lado, voluntarismo y sobrevaloración de los beneficios y por
otro, subestimación de costos de parte de los promotores directos;
(iii)
Clientelismo marcado en muchos de los actores locales vinculados, o
potencialmente vinculables, a las iniciativas de senderos;
(iv)
Escasa cultura de trabajo cooperativo a nivel local, en el ámbito
individual e institucional, tanto en actores públicos, como privados, y;
(v)
Inconsistencia temporal y de metas en el diseño y aplicación de
estrategias, planes, proyectos y acciones, respecto de los desafíos
que pretenden acometer;
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1261
(vi)
Escasez de recursos financieros y técnicos calificados para asumir
los desafíos de puesta en marcha y operación de iniciativas de
sendero y senderismo;
En la práctica, la mezcla de todos estos hechos genera escenarios
extremadamente complejos, frágiles e inestables, que se traducen en ejercicios
de planificación cuyas expresiones formales –cuando llegan a tenerlas- suelen
presentar ciertas debilidades comunes. Entre las que se pueden mencionar de
manera general:
(i)
Problemas en la definición de las problemáticas principales, los
objetivos y metas de planificación;
(ii)
Problemas en la determinación de la información relevante para
analizar las problemáticas y planificar, y;
(iii)
Problemas en el diseño o determinación de la institucionalidad
1262
(modelo de gobernanza) que viabilice la planificación elaborada.
Sin embargo, y no obstante lo oscuro del panorama anterior, paradójica y
afortunadamente la experiencia del Sendero de Chile en materia de gestión a
escala local, puede ser catalogada como exitosa en diversos aspectos. Entre
los más interesantes y significativos de mencionar se encuentran:
(i)
La instalación a escala nacional de los senderos y el senderismo
como objetos de política pública e interés privado;
(ii)
La instalación de una visión estratégica y positiva de los senderos
como instrumentos de gestión de áreas protegidas;
(iii)
El afianzamiento de la convicción sobre su rol crítico en materia de
educación,
recreación
y
turismo
en
espacios
naturales
y
seminaturales, y
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(iv)
El fortalecimiento de la convicción de la utilidad de los senderos y el
senderismo como instrumentos para la conservación y valoración del
patrimonio natural y cultural del país.
La instalación del senderismo en la agenda pública y la valoración positiva de
este en el ámbito ciudadano, ha creado condiciones para el surgimiento de
necesidades de cooperación y planificación genuinamente locales. La
cooperación emergida en estos contextos, a su vez, ha formado pequeñas
aglomeraciones de actores locales que han mostrado una resiliencia muy alta a
las dificultades propias de las iniciativas locales (obtención de logros en el corto
plazo, falta de apoyo político y financiero, principalmente). La dinámica de
‘cooperación en la dificultad’, si se mantiene por sobre una suerte de ‘umbral de
sobrevivencia mínimo’ por su parte, parece estimular la creación de estrategias
innovadoras y alternativas para alcanzar los logros que cada aglomeración se
va proponiendo en el camino.
1263
3. Conclusiones
En comparación con las iniciativas europeas, norteamericanas, asiáticas y de
Oceanía, la experiencia del Sendero de Chile es reciente. Sin embargo,
respecto de la situación de America Latina y el Caribe, esta iniciativa puede ser
considerada como pionera. En el ámbito de los modelos de gestión y
gobernanza, el Sendero de Chile ha probado diversas formulas las que, más
allá de sus aplicaciones o éxitos parciales, han dotado a la iniciativa de un
valioso conocimiento y experiencia en la materia, hecho que le permite sopesar
en la actualidad con mayor claridad y precisión las fortalezas, debilidades,
potencialidades y viabilidad de cada modelo, en distintos contextos socioterritoriales.
Considerando las similitudes que existen en America Latina, en términos de
desarrollo del senderismo, la experiencia del Sendero de Chile puede resultar
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de valor ilustrativo para otras iniciativas regionales y, en tal sentido, de forma
resumida, ciertos aprendizajes pueden ser enunciados a manera de conclusión.
En particular, los siguientes:
(i)
En ausencia de una ‘cultura de senderismo’ generalizada y de
marcos institucionales robustos (instituciones, normas), la existencia
de una institución de carácter permanente, con dedicación exclusiva
y una base de recursos técnicos y financieros, para promover la
creación de esa cultura es indispensable.
(ii)
A despecho de la complejidad que pueda adquirir la administración
nacional, la aplicación de un único modelo/estrategia de gobernanza
local no es recomendable. Cada sendero es una realidad única y
requiere
un
tratamiento
único.
Los
modelos
simplificados,
regularmente se estrellan con la complejidad de la realidad;
(iii)
La urgencia no es buena consejera. Al igual que la conservación, la
gobernanza de iniciativas o materias sobre las que no existe
experiencia previa, debe aprenderse y requiere tiempo y práctica. La
construcción
de
confianzas
y
acumulación
de
conocimiento
incremental ha demostrados ser el sendero más firme para la
gobernanza compartida;
(iv)
Pequeños logros provocan aumentos significativos en apoyo y
fidelidad a las iniciativas de senderismo, que permiten a su vez,
escalar paulatinamente los desafíos, por lo tanto, metas sencillas, en
el corto plazo, fortalecen institucionalmente las iniciativas;
(v)
En contra partida, metas sobredimensionadas, no cumplidas,
generan una merma también significativa en fidelidad y apoyo, por lo
tanto se deben evitar a toda costa, y por último;
(vi)
La comunicación y las nuevas tecnologías (web, Facebook, Twitter)
pueden jugar un rol crítico en la creación de un entorno favorable
hacia el público objetivo, creando escenarios propicios para la
sensibilización e incorporación de actores claves en cada iniciativa.
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Bibliotec., 2013. ISBN 978-85-88769-56-4
1264
4. Bibliografia
AYLWIN J., VALDEBENITO P. y YAÑEZ N. (2002): Informe Final Componentes
Jurídicos del Sendero de Chile.
GOBIERNO DE CHILE –COMISIÓN NACIONAL DEL MEDIO AMBIENTE
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Anais do 2 Congresso Nacional de Planejamento e Manejo de Trilhas / I Colóquio Brasileiro para a Red
Latinoamericana de Senderismo, 16 a 18 de outubro de 2013 / Nadja Maria Castilho da Costa, Vivian
Castilho da Costa, Flávio Augusto Pereira Mello, (orgs.).Rio de Janeiro: 1290 p. Rede Sirius-Rede de
Bibliotec., 2013. ISBN 978-85-88769-56-4
1265
Reflexões sobre a utilização do Patrimônio Geológico em trilhas
Jasmine Cardozo Moreira
Departamento de Turismo / UEPG
[email protected]
Entende-se por Patrimônio Geológico o conjunto de geosítios de um local,
delimitado geograficamente, onde ocorrem elementos de geodiversidade, com
valores singulares do ponto de vista científico, pedagógico, cultural ou turístico.
É constituído por todos os recursos naturais não-renováveis, quer sejam
formações
geológicas
ou
geomorfológicas,
mineralógicos e paleontológicos (BRILHA, 2005).
paisagens,
afloramentos
E foi o interesse na
conservação do Patrimônio Geológico e conseqüentemente dos processos
geológicos ativos no Parque Nacional de Yellowstone (EUA) que foram
importantes na sua declaração como primeira Unidade de Conservação
mundial, em 1872.
A conservação do Patrimônio Geológico em todo o mundo também se faz
necessária porque a evolução da História da Terra está gravada em um grande
numero de peças, como num quebra-cabeça, onde as peças somente têm
coerência quando vistas em conjunto. Mas infelizmente, os danos causados
pelos homens na superfície da Terra vêm ocasionando aceleradamente a
destruição de muitas peças-chave de nosso passado geológico. Portanto, a
eficiência na geoconservação depende urgentemente da mudança de
estratégias relacionadas ao Patrimônio Geológico, sendo que essas mudanças
passam por três pontos principais: a educação, o uso adequado dos recursos e
ações coordenadas por pessoas e instituições envolvidas na geoconservação
(CARRERAS & DRUGUET, 2000).
Sharples (2002), em relação à geoconservação a classifica como “a metade
esquecida” da conservação da natureza, pois o foco principal sempre esteve
nos elementos vivos, ou seja, na biodiversidade. Para Brilha (2005) a
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geoconservação tem como objetivo a caracterização, conservação, gestão e
divulgação do patrimônio geológico e processos naturais associados e
pretende manter os geosítios de modo a permitir seu uso.
O termo geoconservação vem sendo utilizado com mais freqüência somente
nos últimos anos e tornou-se mais popular principalmente após a criação da
Rede Mundial de Geoparques em 2004. Mondejar e Remo (2004b) afirmam
que a pouca divulgação é decorrente do fato de que os termos geológicos não
estão presentes na linguagem cotidiana e são pouco utilizados por outros
profissionais, por isso é necessário adaptar o vocabulário geológico,
conservando o rigor cientifico, à divulgação, conservação e conscientização.
Trata-se de tentar criar uma cultura geológica na sociedade de uma forma em
geral, fazendo com que os termos geológicos mais comuns comecem a fazer
parte do vocabulário cotidiano dos cidadãos.
Hoje em dia publicações sobre o tema geoturismo e geoconservação
começaram a surgir pelo mundo, o tema entrou em debate em diversos
congressos, conferências e encontros a nível mundial e nacional e cada vez
mais iniciativas vem sendo tomadas visando a geoconservação, a divulgação e
a utilização de forma consciente desse patrimônio. De qualquer modo, é
importante que a Terra seja entendida e interpretada como um todo, tanto
pelos seus aspectos de biodiversidade, quanto de geodiversidade. E é a
difusão de conhecimentos sobre o Patrimônio Geológico que pode ser uma
ferramenta para a sua conservação (MOREIRA, 2008).
Em relação a interpretação desse patrimônio, “à medida em que cresce o
interesse em conhecer mais a natureza, na mesma proporção maior
informação é requerida para satisfazê-lo” (MOLINA, 2001, p. 81). Portanto, em
áreas protegidas a principal preocupação do manejo deveria ser além da
proteção, a promoção de atividades educativas, e recreativas (DAVENPORT et
al, 2002).
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Para tanto, meios interpretativos podem ser utilizados. Um dos meios
interpretativos mais eficientes são as trilhas interpretativas conduzidas, pois
têm a finalidade de enriquecer as experiências dos visitantes, podendo
favorecer a conscientização ambiental de todos, visto que o condutor pode
realizar um trabalho educativo voltado para as questões ambientais. O
condutor, fazendo o papel de intérprete, proporciona a vantagem do contato
pessoal, a formulação de perguntas e um maior controle do comportamento do
público. Além disso, as trilhas interpretativas servem como meio de acesso
para grande parte dos atrativos naturais e podem funcionar como instrumento
para minimizar impactos negativos.
A primeira trilha estabelecida com finalidade educativa exclusiva de
interpretação do patrimônio geológico citada na literatura é a Trilha Geológica
da Floresta Mortimer, em Ludlow, implantada em 1977 (HOSE, 2000).
A efetividade da interpretação ambiental em trilhas depende da capacitação e
do interesse do condutor, pois há a necessidade de que a pessoa que fará a
interpretação tenha sido treinada, para que ao acompanhar os visitantes, possa
levá-los a observar, sentir, experimentar, questionar e descobrir os fatos
relacionados ao tema estabelecido.
No Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Parque Nacional do
Iguaçu e Parque Estadual de Vila Velha, foram oferecidos cursos para
condutores, em que foram abordados detalhadamente os aspectos geológicos
e geomorfológicos (MOREIRA, 2003; MOREIRA & BIGARELLA, 2008). Tanto
em áreas protegidas como em municípios que queiram aproveitar seu potencial
geológico em atividades turísticas e interpretativas, a realização de cursos
periodicamente e envolvendo profissionais da área de geociências é
fundamental.
Um Geoparque, segundo a definição da UNESCO (2006) é um território de
limites bem definidos, com uma área suficientemente grande para servir de
apoio
ao
desenvolvimento
socioeconômico
local.
Deve
abranger
um
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determinado número de sítios geológicos relevantes ou um mosaico de
aspectos geológicos de especial importância cientifica, raridade e beleza, que
seja representativo de uma região e da sua história geológica, eventos e
processos. Além do significado geológico, deve também possuir outros
significados, ligados à ecologia, arqueologia, história e cultura. Seu conceito
está baseado no fornecimento de informações, educação, Turismo e a
pesquisa geocientífica.
No sentido de verificar quais são os meios interpretativos mais eficazes no que
diz respeito a uma melhor transmissão da mensagem para o visitante, do ponto
de vista de seus representantes foi realizada uma análise sobre os recursos
interpretativos oferecidos em 37 Geoparks de 18 países, membros da Rede
Mundial de Geoparks, sob os auspícios da UNESCO. Os questionários foram
aplicados durante eventos na Noruega e Portugal, bem como diretamente em
Geoparques. Os resultados mostram que o recurso mais eficaz são as trilhas
com guias em 55% dos casos (MOREIRA & MELLENDEZ, 2012).
O Brasil tem potencial para criar Geoparques devido à sua grande
geodiversidade, aspectos peculiares das suas paisagens, atividade turística e à
infraestrutura disponível. No entanto, ainda faltam aspectos de interpretação
ambiental de um modo geral.
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Trilhas Marinhas no Brasil;
uma Síntese para a Educação Ambiental
Alexandre de Gusmão Pedrini
Departamento de Biologia Vegetal
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
[email protected]
Resumo
Palavras-chave: área protegida, trilha, mar, biodiversidade.
Os oceanos, em particular, os tropicais e subtropicais situam-se essencialmente em
países do terceiro mundo. Eles vêm sofrendo efeitos antrópicos nefastos cada vez
maiores em número e amplitude. Os governos vêm criando áreas protegidas marinhas
com o fim de garantir a perpetuação não só de ecossistemas como de espécies de
sua biodiversidade. Porém a falência quase total de gestão nas áreas protegidas
marinhas enseja a introdução de novos instrumentos com sustentabilidade financeira e
socioambiental. A Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis -paradigma
contemporâneo brasileiro - se insurge nesse contexto de destruição socioambiental
com premissas renovadoras. A educação ambiental marinha pode ser desenvolvida
por trilhas por dois modelos: a) emancipatório através do ecoturismo de base
comunitária; b) pedagógico através de preleções instrucionais. Ambas demandam
trilhas marinhas como percurso indispensável e previamente planejado. Dentre os
doze relatos de adoção de trilhas marinhas no Brasil, a quase totalidade trata-as como
percurso para fins (eco)turísticos. Foram selecionados dois estudos de casos dentre
os dez relatos existentes no Brasil para apresentar as metodologias desenvolvidas no
contexto brasileiro: a) planejamento participativo para criação de trilhas; b)
monitoramento sobre impactos negativos causados por banhistas e mergulhadores
com “snorkel”. Resultados recentes de pesquisas acadêmicas no planejamento e
monitoração de trilhas marinhas no Brasil são apresentados.
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Resumen
Palabras clave: área protegida, sendero marino, biodiversidad del mar.
Los océanos, en particular las regiones tropicales y subtropicales se encuentran
principalmente en los países del tercer mundo. Han sufrido los efectos antropogénicos
adversos crecientes en número y amplitud. Con esta condición, los gobiernos han
creado de áreas marinas protegidas con el fin de no sólo asegurar la perpetuación de
los ecosistemas y las especies de la biodiversidad. Pero el fracaso casi total de la
gestión en las áreas protegidas marinas implica la introducción de nuevos
instrumentos financieros y de sostenibilidad ambiental. Em este sentido, la Educación
Ambiental para Sociedades Sustentables - paradigma contemporáneo-brasileño –
contesta la destrucción del medio ambiente con premisas inovadoras. La educación
ambiental em este meio puede ser desarrollada por senderos marinos en dos
modelos: a) emancipatorio a través del ecoturismo basado en la comunidad; b)
Pedagógico
a través de prelaciones educativas.
Ambos temas requieren la vía
marítima como esenciales y previamente planeadas. Entre los doce informes de
aprobación de senderos marinos en Brasil, casi todos tratan de itinerarios (eco)
turisticos. Se seleccionaron dos estudios de caso entre los diez informes existentes en
Brasil para presentar las metodologías desarrolladas en el contexto brasileño: a) la
planificación participativa para la creación de senderos; b) el seguimiento de los
impactos negativos causados por los bañistas y buceadores con esnórquel. Se
presentan los resultados recientes de la investigación académica en la planificación y
monitoreo de senderos marinos en Brasil.
1. Introdução
O planeta Terra demanda urgentemente a criação e manutenção de áreas protegidas
em todos os ecossistemas em face de sua gradual destruição socioambientais. Os
ambientes costeiros e marinhos são dos mais necessitados. Existia a cerca de dez
anos apenas cerca de 4500 áreas protegidas no mundo (PRATES et al., 2007), sendo
20% de ambientes marinhos. Áreas protegidas marinhas são muito escassas no Brasil
e quando existem, em geral, são mal conservadas e sem recursos adequados para
seu sustento. Um dos públicos que mais impactam negativamente áreas protegidas
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marinhas é justamente o turístico que é aquele para o qual essas áreas têm como
meta receber Em face da deseducação ambiental cotidiana e da ausência de amplos e
permanentes programas de Educação Ambiental Marinha, as áreas protegidas que
têm dentre suas metas acolher turistas, estão sendo destruídas também por parte
deles. (Coutinho et al. 1993; Berchez et al. 2005; Pedrini et al., 2007, 2008; Silva e
Ghilardi-Lopes 2012; Tunala et al. 2013). Isso pressupõe uma inadequada gestão
governamental que detém a maior representação geográfica de áreas protegidas em
nosso país.
Há várias medidas administrativas possíveis de serem tomadas pelos gestores de
áreas protegidas marinhas. Destacam-se: a) solução das questões fundiárias; b)
dotação permanente de verbas adequadas ao sustento da unidade de conservação da
natureza; c) garantia permanente de um corpo representativo de fiscais devidamente
qualificados; d) instalações físicas aparelhadas com equipamentos modernos e
funcionando; e) desenvolvimento de programas de ecoturismo marinho de base
comunitária (PEMBC); f) realização de programas permanentes de educação
ambiental marinha (PEAM). Para desenvolver PEMBC e PEAM a área protegida
poderia se beneficiar do planejamento e criação de trilhas marinhas, enquanto que
gestores de outras áreas marinhas de estado como o Parque Nacional de Fernando
de Noronha excluiu a criação de trilhas marinhas (Mitraud, 2001). Porém, na área de
mergulho subaquático não se tem usado o termo trilha e sim roteiros. Um exemplo
típico é a publicação do governo de São Paulo (sem data) no contexto do programa
estatal “Trilhas de São Paulo”. A publicação de pequeno porte e própria para se levar
no bolso é intitulada Roteiros de Mergulho. Se esse tipo de atividade for considerado
como tradução de mergulho em trilhas marinhas, então existem milhares delas no
país. Igualmente, a delimitação do conceito de trilha subaquática é questão urgente
para debate no contexto do ecoturismo brasileiro. A seguir será apresentada uma
proposta de tipologia de trilhas marinhas com breve cronologia de suas citações no
Brasil.
Trilhas Marinhas como um caminho para a Educação Ambiental e o Turismo
Uma das formas para a gestão autossustentada dos bens naturais marinhos
em áreas protegidas são a implantação e o desenvolvimento de produtos em
ecoturismo marinho (Pedrini et al., 2011). Para que possa ser desenvolvido ele
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demanda a adoção e manutenção permanente de caminhos espontaneamente
selecionados para mergulhos ou de trilhas marinhas previamente planejadas.
Segundo Lechner (2006) o caminho planejado e construído através do espaço
geográfico, histórico e cultural para ser entendido como uma trilha demanda o
atendimento de: a) demandas dos usuários; b) conservação dos seus bens
naturais. Segundo Salvati (2008) uma trilha seria a única possibilidade de
acesso no contexto de uma área protegida. Ela poderia ser conceituada como
um caminho existente ou estabelecido de variadas formas com o fim de
aproximar um visitante ao ambiente natural, ou levá-lo a um atrativo específico.
Teria como meta primordial o entretenimento ou educação via sinalizações ou
meios interpretativos.
Porém, mesmo no ambiente terrestre apenas caminhos em qualquer
ecossistema também vem sendo denominado de trilha. Ou seja, um caminho
desprovido de equipamentos ou investimentos também é chamado pela
população como trilha. Em ambientes aquáticos como o mar ou rios de águas
límpidas um percurso frequentemente visitado por usuários também tem sido
denominado de trilha subaquática. Mas ao contrário do ambiente terrestre a
trilha marinha a não é aberta nem conservada por usuários ou gestores da
região em que se insere. Ela também se confunde com termos adotados pelo
turismo de mergulho com SCUBA como roteiros ou percursos subaquáticos
Para Lima (1998) o componente artificial agrega valor ao conceito de trilha. A
trilha denominada de interpretativa seria:
"... um trajeto de curta distância (500 até 1.000 metros) com o
fim de otimizar a "compreensão das características naturais
e/ou construídas e culturais da
seqüência paisagística
determinada pelo seu traçado finalidades ludo-pedagógicas
direcionadas a educação ambiental, ou à humanização de
terapias, funcionando como fator de integração ou
reintegração, de adaptação e de valoração, de tomada de
consciência em relação ao meio ambiente; Lima, 1998, p.40 ".
A definição de Lima (1998) traz importantes contribuições ao tema, alargando as
funções das trilhas. Então, do mesmo modo que há inconsistências na definição de
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trilha subaquática ou terrestre o conceito de trilha marinha não vem também aderindo
adequadamente ao que já está consagrado. Desse modo, no presente trabalho será
arrolado apenas os trabalhos que citem claramente que se tratam de trilhas
subaquáticas ou marinhas por seus autores. É desejável que a trilha marinha receba
uma definição clara. A adoção de trilhas marinhas tanto como instrumento para
atividades pedagógicas (Berchez et al., 2007; Hadel, 2010) como turísticas (São
Paulo, 2008; Pedrini et al., 2011) ainda é rara em todo o mundo (Platong et al. 2000;
Hannak, 2008; Oliveira et al., 2011; Baud et al., 2012; Rios-Jara et al., 2013). No
quadro 1 pode-se vislumbrar uma tipologia de trilhas marinhas, no Brasil, segundo
suas características e propósitos de uso, adaptado de Pedrini et al. (2010).
Quadro 1 - Características e finalidades das trilhas marinhas descritas na literatura brasileira
(adaptado de Pedrini et al., 2010).
Características
Autor
1.Wegner (2002)
2.Wegner et al. (2004)
3. Berchez et al. (2005)
4.Lima et al (2006)
5. Berchez et al. (2007)
6. São Paulo (2008)
7. Hadel (2010)
8.Machado et al. (2010)
9.Pedrini et al. (2010)
10.Lima et al. (2010)
11.Pedrini et al. (2011)
12. Meireles et al. (2013)
Total
12
Estado
SC
SC
SP
SC
SP
SP
SP
SP
SP
SP
RJ
RJ
SP/SC/RJ
Propósitos
Essencialmente
Essencialmente
pedagógicas
turísticas
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
4
8
Percebe-se que nos onze relatos de trilhas marinhas existentes no Quadro 1 que a
maioria absoluta delas (67%) traduz-se como instrumento contextualizado para o
(eco)turismo (essencialmente de base comunitária) e na região sul e sudeste. O
critério para arrolar relatos de trilha marinha teve por base a existência de fontes de
informação como resumo, ou trabalhos de eventos, documentos acadêmicos ou
artigos de periódicos.
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A trilha adequada para adoção como instrumento para a EAM (tanto para aplicação no
ecoturismo como no ensino de biologia marinha) demanda preparo e para ser de
qualidade exige, segundo Pedrini (2006) as seguintes características: a) cobrir um
espaço geográfico natural/construído num determinado tempo; b) ser planejada para
aplicar os pressupostos pedagógicos conceituais da Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis; c) ser planejada participativamente, incluindo diferentes
atores sociais envolvidos na atividade (eco)turística, principalmente a comunidade
local ou próxima ao percurso; d) ter seus bens naturais levantados previamente,
envolvendo os componentes (geodiversidade, meteorologia, recursos hídricos, etc e
bióticos (biodiversidade) caracterizados taxonômica e ecologicamente, recebendo
placas ilustrativas de sua existência com seus nomes científicos e populares; e) ter
seus
impactos
antrópicos
e
naturais
negativos
avaliados
permanentemente
acompanhadas de providências para sua mitigação ou extinção; f) ser monitorada
continuamente com o fim de receber manutenção, atualização e recuperação de seus
equipamentos.
Pedrini (2006) também criou indicadores conceituais para que as atividades realizadas
numa trilha possam ser consideradas como de mínima qualidade possível em EAM: a)
transformadoras que permitam ao ecoturista adquirir conhecimentos e habilidades, via
experiências que o torne apto a enfrentar, resolver e evitar problemas socioambientais,
inclusive os da região do percurso ecoturístico; b) abrangentes, envolvendo a
totalidade dos grupos sociais da área sob influência do percurso; c) globalizadoras,
com o ecoturista abordando o ambiente, integrando as escalas global, nacional e local;
d) contextualizadoras, de modo que o ecoturista receba conhecimentos sobre a
realidade local da atividade ecoturística; e) éticas em que o ecoturista passe a
respeitar todas as formas de vida do planeta Terra. Atendendo, minimamente, às
essas características a EAM realizada com o apoio de uma trilha devidamente
planejada com fins interpretativos ela poderá atingir suas metas. É fato o restrito
acúmulo de conhecimento publicado sobre trilhas marinhas no litoral brasileiro.
Especialmente quanto a metodologias de seu planejamento. Assim, será apresentada
a seguir uma das metodologias para se planejar uma trilha marinha com fins
ecoturísticos de base comunitária em áreas protegidas costeiras.
2. Estudos de caso:
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Latinoamericana de Senderismo, 16 a 18 de outubro de 2013 / Nadja Maria Castilho da Costa, Vivian
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Com o fim de apresentar exemplos brasileiros sobre o planejamento, utilização e
avaliação de trilhas marinhas, foram selecionados dois estudos de caso para
escrutínio público: a) planejamento de uma trilha marinha no contexto do ecoturismo
no estado de São Paulo; b) monitoramento de impactos ambientais negativos numa
trilha marinha por parte de mergulhadores com “snorkel” no estado do Rio de Janeiro.
1. Planejamento de uma trilha marinha no Parque Estadual da Serra do Mar,
Picinguaba, Ubatuba, São Paulo.
O trabalho de Machado et al. (2010) foi desenvolvido no Núcleo Picinguaba do Parque
Estadual da Serra do Mar. Foi desenvolvido como subsídio para a implantação de
uma trilha marinha com uma comunidade tradicional inserida em uma unidade de
conservação da natureza costeira. A intenção era de aliar a Educação Ambiental
Marinha Comunitária (EAM) às atividades da comunidade local, mas com geração de
renda para os locais. Ou seja, desenvolver uma EA emancipatória (Pedrini et al.,
2011). A Figura 1 apresenta as etapas principais para se proceder a um estudo para
planejar participativamente uma trilha subaquática para uso em EA. Cada uma das
1278
etapas será detalhada, a seguir, para o caso estudado.
Primeira parte
DIAGNÓSTICO PRELIMINAR
Existência e disponibilidade de local para a atividade; levantamento das
características da comunidade residente e existência de mercado para o produto.
Autorização para a realização da pesquisa
e contato com a comunidade local
Segunda parte
LEVANTAMENTO DAS BASES NORTEADORAS
Seleção do local por
biólogos e moradores
Entrevista com moradores
perfil dos futuros
gestores da atividade
Possibilidade de uso e
manejo do local selecionado
Adaptação da infra
estrutura existente
Interesse pela atividade
Entrevista com visitantes
perfil do visitante
Interesse pela atividade
Necessidade
de capacitação
Formas de divulgação
Terceira parte
Conhecimento prévio do ambiente marinho
RETORNO ÀS PARTES
Divulgação dos resultados das etapas anteriores para a
administração da UC e para a comunidade envolvida.
Estabelecimento
de parcerias
Figura 1: Esquema da seqüência de abordagens realizadas para o estudo de
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implantação da trilha subaquática na Unidade de Conservação (transcrita do trabalho de
Machado et al., 2010).
A primeira parte envolveu uma sondagem inicial onde o grupo buscou, de forma
informal, as condições básicas para o funcionamento de uma trilha subaquática, ou
seja, verificar: a) a existência e disponibilidade de um local adequado com atrativos
submarinos para instalar uma trilha marinha; b) as características e interesse da
comunidade residente; e c) a existência de mercado para consumo do ecoturismo
marinho (trilha submarina). Essa parte envolveu levantamentos bibliográficos que
forneceram a base para a construção das pesquisas, formas de consulta e acesso aos
grupos envolvidos. As informações foram direcionadas ao conhecimento da extensão
da área geográfica, características do ambiente natural, origem étnica das
comunidades, legislação e entidades legais direta e indiretamente envolvidas.
Para a escolha do local para a implantação da trilha subaquática foram realizados
mergulhos autônomos e em apnéia, entre outubro de 2006 e abril de 2007. Durante os
mergulhos foram feitas
observações e registro da geobiodiversidade com as
respectivas imagens dos locais, a fim de selecionar os pontos de relevância
interpretativa. As áreas investigadas estavam todas inseridas na enseada do
Cambury. Foram visitados cinco pontos nesta enseada, todos eles sugeridos pelos
moradores.
Durante o processo de seleção foram considerados aspectos relacionados à
distribuição e associação das principais espécies presentes nos costões (rocha, flora e
fauna local) e beleza cênica. Além destes, foram ainda considerados: segurança,
presença de pontos de interpretação sócio-ambiental, distância do ponto de acesso e
formas de deslocamento disponíveis. Em seguida passou-se a estabelecer contato
com a direção da unidade de conservação, para participar do planejamento da
atividade e desenhar as primeiras ações para o início do projeto. Foram também
realizados contatos com os representantes das comunidades e associações existentes
no local. Com a sinalização positiva das partes envolvidas (gestores da UC e
comunidade) foi realizada uma pesquisa de opinião/percepção sobre a aceitação da
atividade pela comunidade local.
Nessa segunda parte do projeto, o processo ganhou um caráter investigativo onde
foram levantadas as necessidades quanto ao: a) uso e manejo do ambiente
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selecionado; b) capacitação das comunidades envolvidas para atuar diretamente na
manutenção e monitoramento do ambiente local; c) contato e parcerias necessárias
para as campanhas de capacitação da comunidade para atuar na atividade; d)
interesse do visitante pela atividade; e) perfil do visitante e as formas de divulgação da
atividade; f) local para recepção, palestras e treinamentos.
Foram realizadas cinqüenta entrevistas com visitantes da região, enfocando dois
aspectos principais: o perfil do visitante e o mercado para o produto. O grau de
aceitação da atividade por parte dos moradores foi obtido através de pesquisa
aplicada entre a comunidade quilombola e caiçara do Cambury, totalizando trinta
questionários, de um total de 70 famílias. Esta pesquisa enfocou três aspectos: a) o
perfil da comunidade; b) o interesse da comunidade na atividade e c) conhecimento
da rotina da atividade. Essas informações forneceram os dados que determinou se a
comunidade teria interesse em atuar na trilha e a disponibilidade em receber
treinamento. A entrevista teve ainda o objetivo de avaliar o real envolvimento da
comunidade com o turismo local. Nessa fase do trabalho, as entrevistas foram
realizadas pelos monitores do Núcleo Picinguaba, também moradores do bairro.
1280
O resultado dessa etapa forneceu; a) as expectativas da comunidade para a
implantação de uma nova atividade para o (eco) turismo marinho; b) a visão do
mercado e da abrangência da atividade na economia local; c) as necessidades de
adaptação ao novo perfil exigido pela atividade. Os moradores puderam ainda expor
seus conhecimentos quanto ao ambiente natural que envolve a atividade, suas
limitações para a prática da atividade e a existência de infraestrutura local (recepção,
armazenamento de equipamento, palestra e exposição).
O estudo buscou ainda, avaliar o conhecimento prévio dos visitantes e moradores
sobre o ambiente marinho de costões rochosos. Foram realizadas atividades lúdicas
(figura 2) como: a) jogo-da-velha com algas; b) Quebra-cabeça de seis faces; c) Jogoda-memória com organismos marinhos; d) “Seu Mestre mandou” catar o lixo na praia
de maior visitação.
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Figura 2: Atividades lúdicas realizadas na praia de maior visitação na UC. (transcritas do
trabalho de Machado et al., 2010).
Em uma terceira etapa os resultados foram apresentados por meio de relatórios e
reuniões aos gestores do parque e a comunidade local, com
adequações de
linguagem ao público alvo. As atividades desenvolvidas pelos moradores naquele
momento (Figura 3) se dividiram entre aquelas relacionadas ao turismo (30%),
trabalhos
realizados
na
comunidade
(20%)
e
aqueles
que
se
encontram
desempregados (20%). A expectativa da comunidade em relação à trilha marinha foi
expectativa
interessante, como pode ser observado na Figura 3.
alta
media
baixa
Figura 3: Expectativa da comunidade em relação à implantação da trilha marinha. (transcrita do
trabalho de Machado et al., 2010)
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A maioria entendeu que a trilha marinha será importante para: a) propiciar
conscientização socioambiental da comunidade; c) mudar a percepção da comunidade
para crer no turismo inclusivo socialmente local; d) gerar fonte de renda para os
moradores. No entanto, acreditou que a trilha marinha não iria atrair o turismo. Isso se
explica pelo fato de que anteriormente outros grupos tentaram desenvolver projetos
nesse sentido, mas que foram abandonados, gerando frustrações. A falta de energia
elétrica local era também um ponto marcante no cotidiano da comunidade. Há também
no conhecimento acumulado sobre trilhas terrestres no Brasil variados modelos para o
planejamento e avaliação de trilhas. O mais adotado para a criação de pontos
interpretativos numa trilha a metodologia denominada de Indicadores de Atratividade
de Pontos Interpretativos (IAPI). Ela só foi adotada no campo das trilhas marinhas no
trabalho de Meireles et al. (2013), pois a trilha tem parte terrestre, além da marinha.
No planejamento de trilhas marinhas o critério mais importante tem sido a beleza
cênica.
Desse modo, o planejamento de trilhas marinhas no contexto de oferta de produtos
ecoturísticos, envolvendo os principais atores sociais locais de uma área protegida é
factível. Pode, inclusive, aumentar as probabilidades para o desenvolvimento da
educação ambiental marinha tanto no contexto do ecoturismo como no pedagógico.
2. Monitoramento de uma trilha marinha na Área de Proteção Ambiental Marinha de
Armação de Búzios (APAMAB), estado do Rio de Janeiro.
A trilha marinha da APAMAB foi criada com o fim de ser o caminho entre as praias de
João Fernandes e João Fernandinho (vide Fig. 4). Ela foi selecionada através critérios
que constam no Quadro 2, segundo Pedrini et al. (2011). O Quadro 2 apresenta uma
tipologia de seleção de local para escolha de sítio para planejar a instalação de uma
trilha marinha baseada em critérios intrínsecos e extrínsecos. Os critérios intrínsecos
são aqueles naturais do sítio como as características da água marinha adequadas
para o mergulho com máscara e respirador. São exemplos de critérios intrínsecos a
visibilidade submersa e o grau de agitação das correntes e batimento das ondas. São
exemplos de critérios extrínsecos a presença visual de resíduos (lixo) na água.
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Consultando esse quadro o planejador poderá decidir qual critério deverá preponderar
sobre os outros e tomar sua decisão.
Quadro 2 – Apresentação dos critérios para seleção da trilha marinha de João
Fernandes e J. Fernandinho, APAMAB, RJ. (transcrito de Pedrini et al., 2011).
1283
Segundo Pedrini et al. (2011) o caminho natural e espontâneo que os praticantes de
mergulho com “snorkel” faziam entre as praias de J. Fernandes/J. Fernandinho teve
sua geobiodiversidade marinha inventariada. O objetivo era a partir dela se selecionar
atrativos ecoturísticos marinhos. Em seguida através de estudos locais e consulta
documental a literatura foi traçada uma teia trófica contextual.
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Figura 4 – a: Vista aérea da Área de Proteção Ambiental Marinha de Armação de Búzios, Rio
de Janeiro (área inclusa no polígono amarelo); b: Detalhe das praias de João Fernandes e
João Fernandinho onde se encontram marcadas as três áreas interpretativas. Fonte: Pedrini et
al. (2011)/Google Earth, 2011.
As figuras 5ª e 5b ilustram à esquerda a área interpretativa 1 onde há mais afluência
de banhistas e mergulhadores com “snorkel” e a área 3 com menor visitação na Praia
de João Fernandinho.
Fig. 5a e 5b – À esquerda, área interpretativa marinha “1” (costão) na Praia de João Fernandes
e área interpretativa marinha “3” localizada a esquerda da praia João Fernandinho, mostrando
regiões calmas nos costões (transcrito de Pedrini et al., 2011)
Exemplos da fauna e flora marinhas adotadas como atrativos podem ser visualizadas
nas figuras 6 e 7, respectivamente.
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Figura 6ª e 6b: Colônia do cnidário Leptogorgia sarmentosa à esquerda e à direita um
alcionário. (transcrito de Pedrini et al., 2011)
A figura 7 apresenta parte dos vinte táxons identificados na trilha marinha. A 7ª à
esquerda representa a alga calcária vermelha Amphiroa sp. e a figura 7b à direita a
alga verde Ulva fasciata com os marimbas que são peixes herbívoros identificados
como Diplodeus argenteus
1285
Figura 7: A 7ª à esquerda representa a alga calcária vermelha Amphiroa sp. e a figura 7b à
direita a alga verde Ulva fasciata com os marimbás que são peixes herbívoros identificados
como Diplodeus argenteus (transcrito de Pedrini et al., 2011).
Caracterizada
sua
geobiodiversidade
marinha
foram
selecionados
os
organismos que serviriam como atrativos ecoturísticos. Em paralelo, Tunala et al.
(2013) monitoraram a presença de banhistas e mergulhadores com ‘snorkel” e seus
efeitos físicos. Alguns deles são ilustrados pelas figuras 8ª, 8b e 8c.
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Figura 8 – 8ª: Turista adolescente estrangeiro importunando animais vágeis como caranguejos;
8b: banhista sentado sobre algas; 8c: banhistas pisoteando algas, além de sua presença física,
incomodando peixes territorialistas como o marimbá. (transcrito de Pedrini et al., 2011).
Tunala et al. (2013) identificaram um total de 232 eventos sobre os organismos,
traduzindo-se por: a) 106 pisoteios (46%); b) 68 toques (29%); c) 55 ressuspensões de
sedimento fino (24%); d) 3 arrancamentos (1%). Esses eventos foram intencionais em
76% das ações voluntárias e 24% involuntárias. Os impactos negativos mais
frequentes, tanto voluntária quanto involuntariamente, foram: a) pisoteios em
exemplares da rodófita ereta calcária de Amphiroa anastomosans e no coral
Mussismilia hispida; b) os toques nos cnidários Phyllogorgia dilatata e Palythoa
caribaeorum e em exemplares da ocrófita ereta Sargassum sp. A maioria absoluta
(75%) dos impactos negativos totais foi de toque e pisoteio nos organismos presentes
na trilha.
3. Conclusão
As trilhas marinhas tanto para utilização pedagógica como ecoturística vêm sendo
utilizadas timidamente no Brasil, sendo relatadas em apenas oito publicações. Há
métodos desenvolvidos no Brasil para planejar de modo participativo uma trilha e para
monitorá-las, identificando os impactos antrópicos. As trilhas marinhas relatadas
situam-se essencialmente na região sul e sudeste brasileiros. Elas estão sendo
utilizadas majoritariamente no contexto do ecoturismo marinho como recurso
interpretativo.
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Bibliotec., 2013. ISBN 978-85-88769-56-4
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Agradecimentos
Ao prof. Dr. Carlos Hiroo Saito da Universidade Nacional de Brasília pela
revisão do texto. À Comissão Organizadora do II Congresso Nacional de
Planejamento e Trilhas realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro
em outubro de 2013 pelo convite para nele participar. A FAPERJ pelo auxílio
concedido e ao CEBIO/IBRAG pelo apoio laboratorial. Ao Flávio "Zen" pelo
Resumen.
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