15ª sessao material Drª Leandra
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15ª sessao material Drª Leandra
Violência(s) entre os jovens: causas, consequências e soluções Leandra Cordeiro | 12 Abril’ 13 | Viseu Esc ola S u perior de Educação ‘Educar para a Paz’ O Conselho Europeu assinalou, em 1989, que a violência nas escolas constituía um problema escolar e declarou a necessidade de os sistemas educativos se preocuparem em educar para a paz. Instabilidade Agitação Hiperactividade Agressividade Violência Hetero Bullying Destrutividade Auto Corpo Mente Os sintomas psicomotores do desenvolvimento são sintomas que expressam simbolicamente as perturbações emocionais através do comportamento motor. A expressão psicomotora da angústia desvia e esgota uma importante quantidade de energia que não é mentalizada, quer dizer, transformada em vida interior. A relação entre a adolescência e transgressão pode ser considerada como obrigatória, sendo esta última, necessária para o desenvolvimento e para o processo de aquisição de novas formas de socialização. O sentido da transgressão está relacionado com as estratégias que visam a procura de solução de um conflito, no sentido da adaptação. Simboliza a procura de autonomia. Normativo Transgressões Furtos e Mentiras Agressões Violência Violações Vandalismos Furto Infantil -Reacção de compensação à frustração afectiva, não sendo utilitário mas generoso (quando é distribuído – o único objectivo é conquistar o afecto dos amigos, compensando as decepções sentidas pelos adultos); - O furto infantil constitui-se como um acto simbólico (inconsciente na sua essência) de compensação e não tem um valor material que encontramos nos adolescentes e adultos; Furto Infantil - Há significação psicopatológica quando estes comportamentos pontuais passam a comportamentos habituais – começa a ter um claro ganho material, muitas vezes integrada num comportamento de grupo, a sua significação anti – social é clara. - É a partir do sentimento de carência inicial (real ou fantasmática) e da reacção parental aos primeiros roubos que esta conduta toma um sentido clínico importante. Mentira - A mentira é um fenómeno relativamente normal e correlativo do processo de crescimento (surgindo muitas vezes como manifestação de controlo sobre o mundo); - Antes dos 6 anos, a mentira é uma actividade lúdica, imaginativa e normalmente sem valor intencional; - No plano clínico distinguimos: - mentira utilitária - mentira compensatória - mitomania Absentismo Problemas Aprendizagem Violência Neurose de Insucesso Neurose de Insucesso • A neurose de insucesso é uma forma de renúncia, de evitamento das situações de competição, fugindo manifestamente ao fracasso e ao confronto das atitudes parentais; • Este tipo de sintomas surge frequentemente em situações onde os pais em vez de se oferecerem modelos para os filhos, entram numa competição desajustada, esmagando-os com a exibição das suas qualidades e dos seus sucessos, criando na criança o medo do fracasso. FAMÍLIA Violência ESCOLA Tristeza Zanga Revolta Raiva Ódio Maus-Tratos Criança em Perigo “Fuga para a frente” Comportamentos Delinquenciais Crianças de Perigo Ausência de vinculações seguras; Maus-Tratos cumulativos; Carências graves de autonomia; Negação de um ‘eu’ frágil; “Imponho medo para não sentir medo”; CICLO VICIOSO Primeiro acto delinquente “Fuga para a frente” Compulsão -Sentimentos de Triunfo; - Remorso persecutório; Bullying Os vitimizadores são predominantemente rapazes, com grande ascendente físico ou psicológico sobre o grupo, com pouca interiorização de regras e limites, sem noção do impacto dos seus actos nos outros (com pouca noção de culpa, remorso ou capacidade de reparação); Usam e humilham numa defesa patológica para situações idênticas pelas quais passaram ou ainda passam – identificação com o agressor; Bullying São normalmente, rapazes que se sentem excluídos que não progridem ou não se evidenciam pela sua prestação escolar, que assumem comportamentos de risco ou até mesmo marginais, numa evidência clara de uma enorme fragilidade e fragmentação interior ; SOFRIMENTO Escola Soluções Família Criança Comunicação Nem sempre é fácil avaliarmos a importância do impacto que as palavras de um pai ou um professor têm na vida das crianças. É fundamental desenvolvermos todos competências comunicacionais. Avaliação Julgamento Ordem ou Conselho Ajuda ou Apoio Interrogação Interpretação Compreensão Elogio Escuta Activa Assertividade Sancionar Acreditar Autenticidade PAIS 1. Escuta Passiva (silêncio) 2. Reconhecimento 3. Abrir portas (door openers) 4. Escuta activa 5. Mensagens-eu 6. Ordens-deveres PAIS 1. Escuta Passiva (silêncio) ‘Ouço o que tem para me dizer. O melhor é não dizer nada. Vou deixá-lo ouvir-se. Deixa ver se ele encontra a resposta na narrativa em voz alta. Mostro interesse’. PAIS 2. Reconhecimento Respostas verbais (sim; estou a ver) e não verbais (abanar a cabeça). Elogio. Comunica-se aprovação. PAIS 3. Abrir portas (door openers) Quando há dificuldade em começar a falar, podemos facilitar a comunicação. ‘Queres dizer alguma coisa? Noto que estás preocupado. Como têm corrido as coisas?’ A confrontação é normalmente bloqueadora e reactiva. PAIS 4. Escuta activa Relação empática. Compreensão. Sentir-se ouvido. Interesse. PAIS 5. Mensagens-eu O pai exprime como se sente afectado com o comportamento do filho. ‘Sinto-me triste. Como podemos resolver a situação? Sinto que tu também não estás feliz com esta situação.’ PAIS 6. Ordens-deveres O discurso moralista gera contra-reacção. Definir orientações é diferente de dar ordens ou obrigar a. No entanto, em situação de perigo, a ordem é clarificadora e securizante. Deves fazer isto. Eu vou obrigar-te. Estás proibido de. Penso que podias fazer. O que é que achas? Sugeres alguma alternativa? O que te deixa mais confortável. Só eu recebo recados. És a minha vergonha. Recebi esta nota da tua professora. Gostava de saber por ti o que é que aconteceu. Queres contarme? Eu sei que algumas coisas não são fáceis de se contarem mas podes confiar em mim. Posso ficar triste mas vou ajudar-te a resolver o problema. Tiveste estas notas miseráveis. A filha da Rosa não lhe dá dores de cabeça. É boa aluna. Bem comportada. Já não sei o que fazer contigo. A professora está preocupada contigo. Eu também. Até porque sei que és capaz de fazer muito melhor. O que se passa? Parecesme zangado com o mundo. Pareces um anormal. De manga curta no Inverno. O que é que as pessoas devem dizer de mim?! Ás vezes penso que se não fores de manga curta, tu aches que ninguém vá notar em ti. Eu gosto muito de ti, sabes, não sabes?! Só não perdes a cabeça porque anda agarrada ao corpo. Esqueceste de tudo! Não posso contar contigo para nada. Que pena teres-te esquecido. Agora tens que voltar lá amanha. Acontece filho. Às vezes também me acontece a mim. Estás ouvir o que te estou a dizer? (aos berros) Estás ouvir? Não estás, pois não?! Claro. Tu nunca ouves nada do que te dizem. Eu não te admito que me vires as costas. Olha que ainda sou eu que te mantenho. Eu sou tua mãe. Filho, estás a ouvir o que a mãe estava a dizer. Pareces-me distante. Andas preocupado com alguma coisa. Estás triste? Sabes que não gosto de te ver assim. Também fico triste. Anda cá ao pé de mim. PROFESSOR 1. ‘Sinto-me aborrecido’ 2. ‘Sinto-me intimidado’ 3. ‘Sinto-me ofendido’ 4. ‘Sinto que já não sei mais o que fazer com este aluno’ É fundamental não reagir emocionalmente ao impulso, até como forma de não dar ao aluno o que este, por estratégias competitivas, procura. PROFESSOR 1. ‘Sinto-me aborrecido’ CHAMAR ATENÇÃO 2. ‘Sinto-me intimidado’ PODER 3. ‘Sinto-me ofendido’ VINGANÇA 4. ‘Sinto que já não sei mais o que fazer com este aluno’ INCAPACIDADE PROFESSOR 1. ‘Sinto-me aborrecido’ CHAMAR ATENÇÃO Não dar atenção no momento em que o aluno a pretenda: punir, ralhar; Ignorar o mau comportamento; Não exteriorizar o aborrecimento; Dar atenção quando o comportamento é adequado; PROFESSOR 2. ‘Sinto-me intimidado’ PODER Reconhecer o poder do aluno; Dar-lhe poder construtivo; Fazer um acordo com ele; Evitar a luta; PROFESSOR 3. ‘Sinto-me ofendido’ VINGANÇA Não se mostrar ofendido nem reagir da mesma maneira; Utilizar consequências lógicas; Fazer-lhe sentir que é estimado; PROFESSOR 4. ‘Sinto que já não sei mais o que fazer com este aluno’ INCAPACIDADE Valorizá-lo; Encorajá-lo quando faz erros; Estimulá-lo quando tenta; Persistência; Acreditar que, também ele, pode conseguir; Pedro, és sempre a ovelha ranhosa. De que estás á espera para te sentares e ficares caladinho? Espero não ter que voltar avisar-te. Pedro, sem tranquilidade ninguém consegue aprender. Se agora conseguirem estar todos em silêncio, no final escolhem vocês uma actividade para realizarmos. Então, menina Marta..as aulas são para trabalhar e não para sonhar acordada. Nunca estás aqui. Estás sempre com a cabeça na lua! Parece que não te está apetecer trabalhar. Se está alguma coisa a preocupar-te e me quiseres contar, conta comigo. (perto da aluna) Já não sei o que fazer contigo, Ricardo. Tu já não mudas! És um caso perdido. Eu sei que se tu quiseres és capaz de te portar melhor. Vamos fazer um acordo. Todos? Vocês todos têm que colaborar comigo. Ó Nuno, porque é que tu andas sempre com um aspecto horrível? Roupa suja..despenteado. Pois, até o cérebro..tens desarranjado. Sabes que quando nos arranjamos sentimo-nos muito melhor? (Ao ver a Joana entrar na sala) Não foi por acaso que temos tido sossego. Sabem porquê? A Joana tem faltado às aulas. Olá Joana. O que aconteceu? Sentimos a tua falta! Na aula de desenho, o Bernardo verte tinta no chão. ‘Tinhas que ser tu! És sempre o mesmo!’ Vejo que a tinta se verteu. Precisamos de água e um pano para que o chão não fique sujo. Quem ajuda o Bernardo? (O Tiago não conseguia abrir a janela) ‘Nem uma janela sabes abrir. Afinal de contas que sabes tu fazer? Asneiras?!’ Nem sempre é fácil abrir essa janela. Eu própria tenho dificuldade, às vezes!