INFORMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE

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INFORMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE
FACCEBA – FACULDADE CATÓLICA DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DA
BAHIA
EMMERSON MORVAN CONCEIÇÃO DE ARAÚJO
INFORMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓCIA EM CRIANÇAS
COM SÍNDROME DE DOWN
Salvador
2009
EMMERSON MORVAN CONCEIÇÃO DE ARAÚJO
INFORMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓCIA EM CRIANÇAS
COM SÍNDROME DE DOWN
Estudo de caso apresentado como
finalização do Curso de Psicopedagogia
Institucional, Hospitalar e Clínica pela
Faculdade de Ciências Econômicas da
Bahia FACCEBA, tendo como Orientadora
Mércia Maria Tavares.
Salvador
2009
RESUMO
Este artigo descreve um estudo de caso de um jovem de onze anos com
Síndrome de Down que recebe atendimento em escola especializada e
também está inserido em escola regular no ensino fundamental tendo como
foco inicial a utilização do computador como instrumento de diagnóstico e
acompanhamento em atividades voltadas para o enriquecimento do seu
potencial cognitivo. Como metodologia utilizamos o método qualitativo por meio
de estudo de caso.
O uso do computador como instrumento de aprendizagem vem se fortalecendo
a medida em que os resultados obtidos são agentes contributivos para o
processo de aprendizagem.
A informática educativa é bastante abrangente e quando aliada à
psicopedagogia tende a complementar pequenos com grandes atributos de
aprendizagem interferindo positivamente no desenvolvimento do indivíduo de
uma forma prazerosa e responsável.
Palavras chaves: Síndrome de Down, escola especializada, informática
educativa e aprendizagem.
ABSTRACT
This article describes a case study of a young man of eleven years with Down
syndrome receiving care in specialized school and is also included in regular
school in elementary school with the initial focus to use the computer as a tool
for diagnosis and monitoring activities aimed at for enrichment of their cognitive
potential. A methodology are using the method qualitative by means of I study
as of I marry.
The custom from the computer as the means of as of apprentice plumber he
comes in case that strengthens the measure wherein the results obtained they
are agents contributivos for its learning process.
The computer education is very comprehensive and when coupled with
Psicopedagogia tends to complement small with great attributes of learning
positively interfering in the development of the individual in a pleasant and
responsible.
Key words: Syndrome as of Down escola specialized, data processing
educational AND apprentice plumber.
INTRODUÇÃO
O uso de recursos da informática na área psicopedagógica vem dar um
grande suporte na área da emoção favorecendo a autonomia e independência
dos sujeitos onde observamos a forma de trabalhar o erro de maneira
construtiva, elevando a auto-estima; exige limites levando ao controle da
ansiedade; o trabalho é motivador, pois permite a consciência da própria
cognição, atenção e memória. Além destes fatores, ainda desenvolvem a
curiosidade, a autonomia, a rapidez de interpretação e resposta, a organização
na realização das tarefas, desenvolvimento lógico-temporal e a concentração
para perceber o que deve ser feito. Por esse motivo esse artigo tem uma grade
importância nos estudos psicopedagogicos. Ingressei na Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais no ano de 2003 para assumir a sala de Informática
da Escola. Após algumas semanas de observação em sala de aula, comecei a
receber os grupos acompanhados dos seus respectivos professores em
conjunto com uma auxiliar de classe. O atendimento na sala de informática é
voltado para as turmas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação
de Jovens e adultos onde todo o trabalho é desenvolvido através de projetos
interdisciplinares voltados ao processo de aquisição da leitura e escrita e
inserção no mercado de trabalho dos alunos com déficit intelectual .Toda essa
clientela ao ingressar nessa instituição passa por um processo de triagem e
acompanhamento de profissionais voltados á área técnico-pedagógica com a
finalidade diagnóstica e interventiva. O meu interesse em fazer uma
abordagem envolvendo a evolução do indivíduo dentro do contexto das novas
tecnologias com um olhar psicopedagógico se deu através do avanço dessa
clientela em sala de aula tendo como agente contribuinte à sala de informática.
No momento atual depois de cinco anos atuando no corpo docente da
instituição, vim perceber que a importância do uso das novas tecnologias, do
uso do computador, e de como esse instrumento contribuiu para esses
indivíduos com déficit intelectual para que encontrassem um maior estímulo no
seu dia a dia, pois, muitos resultados foram obtidos dentro desse perfil de
aprendizagem. Com a evolução do planejamento e a aplicação de projetos
voltados ao processo de ensino e aprendizagem da clientela, muitos jovens
adquiriram uma gama de conhecimento, de inteligência capaz de servir de
alicerce para uma construção autônoma do conhecimento. Mesmo estando
dentro da área de educação e pelo simples fato de conviver no meu dia a dia
com esses indivíduos com déficit intelectual, me vi excitado a mergulhar no
mundo dessa aprendizagem dentro do contexto psicopedagógico, pois, há mais
ou menos um ano e meio, senti a necessidade de voltar o meu olhar para a
psicopedagogia onde através dela eu consegui explicações para esses meus
questionamentos internos sobre essa clientela e também sobre aquisição do
conhecimento, aprendizagem, linguagem, do indivíduo dentro do contexto
aprendizagem. O vertiginoso aumento das tecnologias da comunicação e
informação impulsiona ainda mais o processo de mudança comportamental no
Brasil e no mundo, isso acontece porque todos os envolvidos com essas, tem
que se adaptar a elas para se estabelecerem no mercado e / ou na vida de um
modo geral.
Baseado nisso, é que com todas essas mudanças, a valorização do
conhecimento é ainda mais necessária. Pois as novas tecnologias produzem
ferramentas que auxiliam na organização e disseminação do conhecimento.
A preocupação com a existência das novas tecnologias gera um estudo em
que mostra como elas contribuem para o andamento de uma sociedade
sempre em transição. A utilização das novas tecnologias na escola
especializada vem transformando de modo significativo a forma de absorção do
conhecimento da pessoa com déficit intelectual podendo sim, favorecer uma
melhor compreensão e absorção do conhecimento dentro de aspectos mais
diretivos tendo no campo virtual um aliado importante para a potencializar a
aprendizagem. O computador é um grande recurso educacional capaz de
auxiliar as possíveis “dificuldades de aprendizagem” que possam surgir . Na
maioria das vezes que utilizamos, ficamos preocupados com o que ele oferece
para prender a atenção do aluno ou ao conteúdo que está sendo trabalhado
nele. Esquecemos, todavia, de perceber o que ele está trabalhando
cognitivamente.
É possível trabalhar dentro do processo ensino-aprendizagem com
sensibilidade
e
conhecimentos adequados para
auxiliar
as possíveis
dificuldades surgidas.
Algumas destas dificuldades podem até vir a serem solucionadas no ambiente
escolar, minimizando a grande freqüência de encaminhamentos feitos a
consultórios,
diminuindo,
assim,
o
desgaste
da
criança
e
família.
Imaginar a tecnologia envolvida com o processo de aprendizagem não significa
uma impossibilidade, mas infelizmente muitos ainda não compreenderam como
ela pode funcionar de uma forma a trazer qualidade ao processo de
aprendizagem. Ainda preocupam-se em responder a um apelo da sociedade e
não às necessidades reais do aprender.
Vários recursos tecnológicos são utilizados e aceitos, mas quando se fala
de computador parece que todos tremem e não conseguem enxergar o que ele
pode trazer de benefícios para a aprendizagem. Este recurso, o computador,
com seus softwares educacionais podem, não só auxiliar, como minimizar os
possíveis problemas que possam surgir, isto é, prevenir.
O computador é mais um recurso, que vem contribuindo para o processo
de aprendizagem de uma maneira positiva e significativa através da mediação
do profissional. O uso excessivo faz com que sua prática não seja muitas vezes
adequada. Às vezes, é preferível utilizar outro recurso que vá atender muito
mais aquele objetivo que quer se desenvolver no momento, do que usá-lo. Por
lidar com uma realidade virtual, o computador não pode ser utilizado de forma a
ameaçar a própria realidade, deverá ser utilizado para fortalecê-la. Este não
substitui, por exemplo, a manipulação do concreto, indispensável ao processo.
Segundo Tikhomirow, o computador deve ser visto como instrumento de
aprendizagem. Ele é o mediador entre o nosso pensamento e as ações.
Transforma o raciocínio em coisas manipuláveis. Não desaparece com o
pensamento humano, mas reorganiza-o. Vale ressaltar que com o computador
a interdisciplinaridade, tão valorizada, pode ser desenvolvida e trabalhada tanto
nos projetos de criação, quanto nos softwares fechados. As informações
podem ser relacionadas, como na vida real, sem haver etapas estanques, de
uma forma lúdica.
“O desejar é o terreno onde se nutre a aprendizagem”. (Fernández, 2001, p.15)
O vínculo é algo extremamente importante no processo de aprendizagem.
Com este ponto, então, o computador torna-se facilitador, pois, de maneira
geral, atrai as atenções das crianças fazendo com que fiquem voltadas a ele e
interessadas no seu trabalho. A maioria gosta de estar diante de uma máquina,
isto acaba sendo um ponto positivo para o recurso que acaba atraindo a
atenção das crianças que nem percebem estar no processo de aprendizagem.
DEFICIT INTELECTUAL OU ATRASO MENTAL
Segundo a AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental) e DSMIV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), pode-se definir
deficiência mental como o estado de redução notável do funcionamento
intelectual inferior à média, associado a limitações pelo menos em dois
aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais,
competências domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos
comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e
trabalho.
Deficiência intelectual ou atraso mental é um termo que se usa quando
uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no
desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal e de
relacionamento social.
Estas limitações provocam uma maior lentidão na
aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas.
As crianças com atraso cognitivo podem precisar de mais tempo para
aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessárias para
cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia. É natural que
enfrentem dificuldades na escola. No entanto aprenderão, mas necessitarão de
mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam aprender algumas
coisas como qualquer pessoa que também não consegue aprender tudo. Quais
são as causas da Deficiência Intelectual ou Atraso Cognitivo?
Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência intelectual, as
mais comuns são:
Condições genéticas: Por vezes, o atraso mental é causado por
genes anormais herdados dos pais, por erros ou acidentes
produzidos na altura em que os genes se combinam uns com os
outros, ou ainda por outras razões de natureza genética. Alguns
exemplos
de
condições
genéticas
propiciadoras
do
desenvolvimento de uma deficiência intelectual incluem a
síndrome de Down ou a fenilcetonúria.
Problemas durante a gravidez: O atraso cognitivo pode resultar de
um desenvolvimento inapropriado do embrião ou do feto durante a
gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a quando da divisão
das células, surjam problemas que afetem o desenvolvimento da
criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção
durante a gravidez, como a rubéola, por exemplo, pode também
ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental.
Problemas ao nascer: Se o bebê tem problemas durante o parto,
como, por exemplo, se não recebe oxigênio suficiente, pode
também
acontecer
que
venha
a
ter
problemas
de
desenvolvimento mental.
Problemas de saúde: Algumas doenças, como o sarampo ou a
meningite podem estar na origem de uma deficiência mental,
sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de saúde
necessários. A má nutrição extrema ou a exposição a venenos
como o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas
graves para o desenvolvimento mental das crianças.
Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência intelectual. No
entanto, constituem riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar
tanto quanto possível. Por exemplo, uma doença como a meningite não
provoca forçosamente um atraso intelectual; o consumo excessivo de álcool
durante a gravidez também não; todavia, constituem riscos demasiados graves
para que não se procure todos os cuidados de saúde necessários para
combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool durante a
gravidez.
A deficiência intelectual não é uma doença. Não pode ser contraída a
partir do contágio com outras pessoas, nem o convívio com um deficiente
intelectual provoca qualquer prejuízo em pessoas que o não sejam. O atraso
cognitivo não é uma doença mental (sofrimento psíquico), como a depressão,
esquizofrenia, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido
procurar ou esperar uma cura para a deficiência intelectual.
A grande maioria das crianças com deficiência intelectual consegue
aprender a fazer muitas coisas úteis para a sua família, escola, sociedade e
todas elas aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da comunidade em
que vivem. Para isso precisam, em regra, de mais tempo e de apoios para
lograrem sucesso.
A deficiência intelectual ou atraso cognitivo, segundo Pessotti (1982)
diagnostica-se , observando duas coisas:
A capacidade do cérebro da pessoa para aprender, pensar,
resolver problemas, encontrar um sentido do mundo, uma
inteligência do mundo que as rodeia (a esta capacidade chama-se
funcionamento cognitivo ou funcionamento intelectual)
A
competência
necessária
para
.
viver com autonomia
e
independência na comunidade em que se insere (a esta
competência também se chama comportamento adaptativo ou
funcionamento adaptativo).
Enquanto o diagnóstico do funcionamento cognitivo é normalmente
realizado por técnicos devidamente habilitados (psicólogos, neurologistas,
fonoaudiólogos, etc.), já o funcionamento adaptativo deve ser objeto de
observação e análise por parte da família, dos pais e dos educadores que
convivem com a criança.
Para obter dados a respeito do comportamento adaptativo deve procurar
saber-se o que a criança consegue fazer em comparação com crianças da
mesma idade cronológica.
Certas competências são muito importantes para a organização desse
comportamento adaptativo:
A competência de vida diária como vestir-se, tomar banho, comer. As
competências de comunicação, como compreender o que se diz e saber
responder. As competências sociais com os colegas, com os membros da
família e com outros adultos e crianças.
Para diagnosticar a Deficiência Intelectual, os profissionais estudam as
capacidades mentais da pessoa e as suas competências adaptativas. Estes
dois aspectos fazem parte da definição de atraso cognitivo comum à maior
parte dos cientistas que se dedicam ao estudo da deficiência intelectual.
O fato de se organizarem serviços de apoio a crianças e jovens com
deficiência intelectual deve proporcionar uma melhor compreensão sobre a
situação concreta da criança de quem se diz que tem um atraso cognitivo.
Após uma avaliação inicial, devem ser estudadas as potencialidades e as
dificuldades que a criança apresenta. Deve também ser estudada a quantidade
e natureza de apoio de que a criança possa necessitar para estar bem em
casa, na escola e na comunidade.
Esta perspectiva global dá-nos uma visão realista de cada criança. Por
outro lado, serve também para reconhecer que a “visão” inicial pode, e muitas
vezes devem mudar ou evoluir. À medida que a criança vai crescendo e
aprendendo, também a sua capacidade para encontrar o seu lugar, o seu
melhor lugar, no mundo aumenta.
SÍNDROME DE DOWN
Esculturas dos Olmec1 que viveram no México entre 1500 AC e 300 DC
são as primeiras evidências do conhecimento da Síndrome de Down. Após
este período é difícil encontrar nas artes algo que sugira o seu conhecimento,
até o século XX. Existem controvérsias se algumas pinturas entre os séculos
XIV e XVI representam pessoas com Síndrome de Down. Com o conhecimento
que temos hoje da sua freqüência e de seu fenótipo é difícil acreditar que ela
só tenha sido identificada em 1866. É provável que a ausência destas
evidências se deva às altas taxas de mortalidade infantil da época. Coube a
John Langdon Down a primeira descrição clínica da Síndrome em 1866.
Influenciado pelo racismo, denominou mongolóides aqueles indivíduos
com o grupo de características observadas, nome nunca utilizado na Rússia,
território de origem da raça mongol. Lá eles eram chamados de "Down's". Em
face da discordância quanto ao termo, considerado como ofensivo tanto por
pesquisadores orientais como por pais de pacientes no ocidente, bem como
pela delegação da Mongólia junto à Organização Mundial de Saúde, a
denominação mongolismo foi excluída da Revista Lancet em 1964, das
publicações da OMS em 1965 e do Index Medicus em 1975. Hoje este termo é
1
Primeira Civilização do Hemisfério Ocidental
considerado arcaico. Após a descrição de Down começou uma grande
controvérsia sobre a etiologia da Síndrome. Ela foi atribuída inicialmente a
causas infecciosas como tuberculose e sífilis; os pacientes chegaram a ser
considerados "crianças inacabadas". Posteriormente foi atribuída a doenças da
tireóide.
A não disjunção cromossômica foi sugerida inicialmente por Waardenburg
em 1932. Em 1959, Lejeune e colaboradores demonstraram que se tratava de
uma anormalidade cromossômica, identificando a presença do cromossomo
extra nos afetados. Em 1960, foram descritos os primeiros casos de
translocação por Polani e colaboradores e em 1961, o primeiro caso de
mosaicismo. Hoje se sabe que a trissomia da parte distal do braço longo do
cromossomo 21 (banda q22) é a responsável pela Síndrome.
A história do tratamento e do prognóstico dos pacientes com Síndrome de
Down pode, sucintamente, ser dividida em três grandes períodos:
- Período que antecede a identificação da alteração cromossômica, quando os
pacientes eram rejeitados, institucionalizados e mesmo os cuidados básicos de
saúde lhes eram, muitas vezes, negados. O auge deste período coincide com a
eutanásia, praticada pelos nazistas.
- Com a descoberta da anomalia cromossômica inicia-se uma fase de interesse
e pesquisa nas áreas médica e educacional.
- O terceiro período começa com o reconhecimento, nos países desenvolvidos,
do direito de toda criança, independentemente de sua capacidade mental.
Começaram a ser instituídos programas educacionais adequados. Hoje a
institucionalização caminha para sua extinção e as pessoas com Síndrome de
Down demonstram muito melhor desempenho quando integradas à família e à
sociedade.
A síndrome de down é uma condição genética resultante da presença, total ou
parcial, de um 21 o cromossomo extra, sendo caracterizada por anormalidades
no funcionamento e estrutura do organismo. Entre as características presentes
em quase todos os casos de síndrome de down estão dificuldade de
aprendizagem e crescimento físico, e uma aparência facial reconhecível
geralmente identificada no nascimento. O seu nome deve-se a John Langdon
Down, o médico britânico que descreveu a síndrome em 1866.
Pessoas com síndrome de down têm capacidade cognitiva menor que a
média, geralmente variando de retardamento mental leve a moderado. A
incidência da síndrome é estimada de 1 por 800 a 1 por 1000 nascimentos.
Preocupações com relação à saúde de pessoas com síndrome de down
incluem o maior risco de defeitos cardíacos congênitos, doença do refluxo
gastresofágico, infecções recorrentes nos ouvidos, apnéia do sono obstrutiva e
disfunções da tiróide. São indicadas ações durante a infância precoce, testes
para detecção de problemas comuns e tratamento médico. Treinamento vocal
pode melhorar o desenvolvimento da criança com síndrome de down. Ainda
que algumas limitações genéticas da síndrome de down não possam ser
superadas, educação e cuidado apropriado podem melhorar a qualidade de
vida do indivíduo.
De
acordo
com Vygotsky
(1988,
p.
99),
desde
o
início
do
desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio
dentro do contexto social em que vive. Enfatiza a importância dos processos de
aprendizado, que, segundo ele, desde o nascimento, estão relacionados ao
desenvolvimento da criança. O desenvolvimento, em parte, é definido pelo
processo de maturação do organismo, mas é o aprendizado que possibilita o
despertar de processos internos de desenvolvimento, que ocorrem no contato
direto do indivíduo com o ambiente que o cerca: “O aprendizado humano
pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as
crianças penetram na vida intelectual daqueles que as cercam.”
A sociedade tem dificuldade para conviver com as diferenças, isolando
na maioria das vezes a pessoa com deficiência, pois cada um de nós carrega
idéias preconcebidas em relação às pessoas com deficiência, o que
influenciará nas atitudes e na interação com elas. São muitas as ocorrências
pelas quais a sociedade mostra sua insensibilidade, falta de conhecimento,
rejeição e preconceito em relação à deficiência. Os efeitos desses sentimentos
refletem sobre a família que recebe uma criança com síndrome de Down, e tais
ocorrências podem ser reveladas ou não.
A sociedade necessita de um amplo e contínuo esclarecimento em
relação às crianças com síndrome de Down, para que mudanças atitudinais
aconteçam fortalecendo as famílias e proporcionando a elas condições de
interagir com a deficiência.
UMA OLHAR PSICOPEDAGÓGICO E A INFORMATICA
Segundo Vygotsky (1982), a atividade criadora é uma manifestação
exclusiva do ser humano, pois só este tem a capacidade de criar algo novo a
partir do que já existe. O ser humano é capaz, de partindo de uma situação real
criar novas situações futuras. Logo, a ação criadora vai surgir do fato dele não
estar acomodado na situação presente e buscar equilíbrio na construção de
algo novo. É importante que exista a oportunidade de desenvolver esta ação
criadora.
O
papel
do
computador
é
justamente
ser
auxiliador
no
desenvolvimento de atividades que ajudam na ordenação e coordenação de
suas idéias e manifestações intelectuais.
Os softwares educacionais apresentam diversas oportunidades de
trabalho com crianças de várias faixas etárias. Eles criam um ambiente de
aprendizagem em que o lúdico, a solução de problemas, a atividade reflexiva e
a capacidade de decisão são privilegiados. Desenvolvem a aprendizagem
ativa, controlada pela própria criança, já que permitem representar idéias,
comparar resultados, refletir sobre sua ação e tomar decisões, depurando o
processo
de
aprendizagem.
Seymour
Papert,
discípulo
de
Piaget,
entusiasmado com o construcionismo deste, passou a aprofundar sua pesquisa
das estruturas intelectuais. Para ele, nós nos motivamos a aprender o novo
quando este tem alguma ligação com um conhecimento prévio ou significativo
para nós. Acredito que com a informática poderá desenvolver mudanças
significativas na área educacional. Para isto, faz-se necessário desenvolver a
linguagem do Logo2. Com a linguagem Logo se consegue dar os comandos e
perceber suas ordens sendo obedecidas ou não. Não sendo aquele o seu
objetivo inicial, pode-se voltar e remanejar seus comandos. É um processo de
vai-e-vem constante das idéias. Isto traz resultados não só no lado cognitivo,
como também no afetivo, trabalhando inclusive sua auto-estima. A capacidade
de fazer suposições intuitivas e análises lógicas destas intuições demonstra
alguns dos estágios e mecanismos usados pelo cérebro durante a utilização de
2
linguagem de programação interpretada, voltada principalmente para crianças, jovens e até
adultos. É utilizada com grande sucesso como ferramenta de apoio ao ensino regular e por
aprendizes em programação de computadores. Ela implementa, em certos aspectos, a filosofia
construtivista, segundo a interpretação de Seymour Papert, co-criador da linguagem junto com
Wally Feurzeig.
algum programa, sendo considerado um software aberto.
Segundo Valente (1998), diante de uma situação problema, o aprendiz tem que
utilizar toda sua estrutura cognitiva descrevendo para o computador os passos
para a resolução do problema, utilizando uma linguagem de programação. A
descrição da resolução do problema vai ser executada pelo computador. Essa
execução fornece um “feedback” somente daquilo que foi solicitado à máquina.
O aprendiz deverá refletir sobre o que foi produzido pelo computador; se os
resultados não corresponderem ao desejado, o aprendiz tem que buscar novas
informações para incorporá-las ao programa e repetir a operação.
Os softwares fechados são aqueles em que não há intervenção da
criança, apenas participação nas ações já previamente estabelecidas. Neles,
encontramos jogos e desafios. Citamos como exemplo o jogo, em que gera
prazer e interesse, ao mesmo tempo auxilia na aquisição do autoconhecimento,
ensina a lidar com símbolos e a pensar por analogia. A criança passa a
entender regras e lidar com elas. Ele trabalha a formação de conceitos e de
desenvolvimento de habilidades para a construção de significados, estimulando
a curiosidade e a investigação, por meio de diferentes modos de
representação. Portanto, o jogo é um importante instrumento didático que pode
e deve ser utilizado na educação institucional. Existem softwares fechados e
abertos. Sendo o primeiro, muito positivos em vários casos, um exemplo é
daquelas crianças com dificuldades para criação e medo do novo. Com este
tipo de software ela vai seguir passo a passo o que deve ser feito, até se
familiarizar com o recurso e só depois, então, poder passar para os abertos.
O segundo são abertos, aqueles em que a participação da criança é ativa,
incluindo a programação como a linguagem Logo. Nestes, o aprendiz pode
intervir, e além de utilizar as diversas estruturas cognitivas já descritas
anteriormente, trabalha também a criatividade e parceria.
O computador é uma máquina que tem como fator de maior determinância
a sua “interface gráfica” capaz de modificar-se simultaneamente através de
programações prévias e planejamento específico, isso, graças ao profissional
que interage com o mesmo buscando subsídios teóricos e prático no
acompanhamento do indivíduo que faz uso dessa ferramenta de forma correta
e também orientado pelo profissional capaz de conduzir os atendimentos.
Um software por si só não promove aprendizagem, e sim, apenas, a
articulação do pensamento. Necessita da presença do profissional sendo assim
de certa forma fundamental para que o processo de ensino-aprendizagem
ocorra, pois ele será mediador e estimulador deste processo. Daí podemos
visualizar a importância da informática, quando utilizada num enfoque
psicopedagógico, sendo um instrumento importante para facilitar a construção
das funções: percepção, cognição e emoção. Ela possibilita o desenvolvimento
do
aprendiz
unindo
corpo-mente-emoção. Estimulando
ainda
funções
neuropsicomotoras que envolve diferentes aspectos: discriminação e memória
auditiva e visual; memória seqüencial; coordenação viso-motor; ativação dos
dois hemisférios cerebrais (textos e imagens de forma combinada); orientação
espaço/temporal; controle de movimentos. Por meio dessas estimulações
através dos neurotransmissores a cognição é trabalhada através da
capacidade de representação, passando do virtual para o real; simbolismo
(através dos ícones); resolução de problemas; criatividade e imaginação; leitura
e escrita.
O uso de recursos da informática na área psicopedagógica dar um grande
suporte na área da emoção favorecendo a autonomia e independência dos
sujeitos onde observamos a forma de trabalhar o erro de maneira construtiva,
elevando a auto-estima; exige limites levando ao controle da ansiedade; o
trabalho é motivador, pois permite a consciência da própria cognição, atenção
e memória. Além destes fatores, ainda desenvolvem a curiosidade, a
autonomia, a rapidez de interpretação e resposta, a organização na realização
das tarefas, desenvolvimento lógico-temporal e a concentração para perceber o
que deve ser feito. Por esse motivo esse artigo tem uma grade importância nos
estudos psicopedagogicos.
METODOLOGIA
Este trabalho é um estudo de natureza qualitativo através de um estudo
de caso que tem como sujeito do sexo masculino de 11 anos que chamaremos
A. P. dos Santos, em que, ingressou na Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais no mês de maio ano de 1998.
A princípio, pude obter as seguintes análises; O cliente A. P. dos Santos
iniciou seu processo de aprendizagem evidenciando uma grande dificuldade na
oralidade, não conseguia estabelecer a relação entre a fala, escrita. O
pensamento não esboçava maturidade. Apresenta algumas dificuldades
relacionadas à falta de limites e dificuldades na atenção e concentração, em
que observa-se nitidamente a necessidade de acompanhamento para
desenvolvimento da sua autonomia, coordenação motora geral e inclusão
social e escolar.
Este trabalho será desenvolvido em cinco etapas :
Etapa I - Observação do sujeito
Etapa II – Histórico do Sujeito
Etapa III - Entrevista com a mãe
Etapa IV - Observação na escola regular
Etapa V - Contribuição da Informática educativa no seu processo de
aprendizagem
1º Momento – Observação inicial do indivíduo com computador
2º Momento – Uso de Software Educativo
3º Momento – Construção do nome utilizando o Editor de texto
4º Momento – Utilização do Paint Brusch para avaliação da coordenação
motora
Etapa I: Observação do sujeito
Vou me ater agora ao cliente A. P. dos Santos, que, ingressou na
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais no mês de maio ano de 1998.
A princípio, pude obter as seguintes análises; O cliente A. P. dos Santos
iniciou seu processo de aprendizagem evidenciando uma grande dificuldade
na oralidade, não
conseguia estabelecer a relação entre a fala, escrita. O
pensamento não esboçava maturidade. Apresentava algumas dificuldades
relacionadas à falta de limites e dificuldades na atenção e concentração.
Apresentava
nitidamente
a
necessidade
de
acompanhamento
para
desenvolvimento da sua autonomia, coordenação motora geral e inclusão
social e escolar.
Etapa II: Histórico do sujeito
O cliente A. P. do S. Silva nasceu em 02 de Dezembro de 1997, é do
sexo masculino e tem residência fixa nesta cidade na Rua das Barreiras, sem
número. A sua responsável é P. L. dos Santos nascida em 25 de Setembro de
1975, estado civil solteira tendo um grau de parentesco de mãe residente e
domiciliada no mesmo endereço do mesmo.
Segundo a genitora a gestação foi a segunda, porém, não programada,
mas foi aceita, em que a mãe participou de todos os exames de pré-natal,
negando o tabagismo, etilismo, doenças na família e contato com viroses ou
doenças durante a gestação. O parto foi Cesário, a termo, sem intercorrências,
apresentou icterícia leve saindo de alta juntamente com a mãe. A criança foi
diagnosticada como síndrome de Down, na própria maternidade.
A mãe mora hoje com o filho e buscou a escola especializada para dar
um suporte na educação do seu filho visto que a instituição citada está
habilitada não só na área de educação como também na área de saúde. Com
um oito meses de idade o cliente A. P. do S. Silva participou de estimulação
precoce, aos quatro anos ingressou na escola especializada na turma de
educação infantil. Está em processo de alfabetização, foi para a escola regular
onde recebe o acompanhamento de profissionais da escola especializada
através de acompanhamentos três dias na semana.
A princípio foi solicitada a composição familiar e a genitora informou que
vive separada do pai há mais ou menos dez meses, também informa que o excompanheiro abandonou a família para viver com outra mulher. Segundo a
entrevistada o pai já era responsável pela despesa do cliente e também o
visitava sempre. A residência do cliente é própria com uma pequena infra
estrutura, situada bem próximo aos parentes materno do mesmo que também
se sentiam responsáveis pela criança e os ajudava financeiramente. O nível
sócio econômico da genitora é baixo e sobrevivia às custas da ajuda da avó
materna do cliente. A assistência financeira que o genitor provia a família não
era suficiente. Com o passar do tempo as necessidades se agravavam.
Etapa III: Entrevista com a mãe
Em um dos encontros com a mãe, pude perceber que a mesma sempre
buscou vários meios de suprir as dificuldades do filho. “eu sabia que meu filho
era especial, fiquei com muito medo, mas, conversando com os profissionais
da escola especializada senti mais fortalecida a enfrentar essa nova etapa de
minha vida e da vida de meu filho e ai resolvi me doar completamente para o
seu desenvolvimento” as dificuldades sempre apareceram em conjunto com
toda a assistência oferecida pela escola especializada que serviu e ainda serve
de um grande suporte na educação, na saúde e principalmente na construção
da autonomia do indivíduo.
A escola especializada em que trabalho, não busca segregar o indivíduo,
muito pelo contrário, pois, através da escola especializada A. P. do S. Silva
hoje, faz parte da escola regular e recebe atendimentos especializados.
Com os encontros com a professora de A. P. do S. Silva nas minhas
observações, pude receber as seguintes informações. A. P. do S. Silva
é
atento, participativo, colaborador, predisposto a ajudar. Tem dificuldade em
compartilhar objetos pessoais e do grupo. É emotivo, carinhoso, comunica-se
com os colegas de grupo, e com os outros grupos, como o de professores e
funcionários, é amigável. É extremamente simpático e negocia para conseguir
o que quer, é também adepto de gestos de carinho e especialmente para
encobrir as atitudes inadequadas. No aspecto sensório motor, utiliza lápis,
tesoura, manipulando com razoável autonomia. Tem dificuldade em executar
movimento de precisão, enfiar barbantes em furos pequenos.
Tem um domínio razoável do espaço, caminha sobre traçado reto e
sinuoso, dança e bate palmas no ritmo da música. Realiza atividades da vida
prática e atividades da vida diária com certa autonomia, manipulando talheres e
utensílios de higiene com razoável domínio (dispersa com água).
Brinca sozinho, mas prefere brincadeiras
em grupo, onde vem
aumentando a tolerância, à socialização de objetos. Tende a respeitar ao
tempo do outro. Tem preferências por futebol, boliche e é atento às atividades
que está desempenhando. Aprecia brincadeiras associadas à música e
movimentos.
Sua percepção é bastante aguçada de situações à sua volta, das quais
incorpora expressões verbais com adequação de uso e modelos de
comportamentos. Tem noção do que é adequado e do que não é. Percebe a
relação causa e efeito. Antecipa respostas, estabelece relações entre
conteúdos escolares e situações do seu cotidiano. Desenha com finalidade de
representação e eficiência, seus desenhos são facilmente reconhecidos e
compreendidos, e sempre os nomeia. Já tem construído o esquema corporal.
Com nove anos de idade A. P. do S. Silva Identifica letras do alfabeto
com repertório em expansão. Começa a relacionar som e letra Utiliza diferentes
estratégias de leitura de imagem, leitura por inferência. Sempre observa a letra
inicial, costuma antecipar por memória, começa a identificar palavras, que
começam com a mesma letra através do som, associado a apresentação da
palavra escrita.
Na escrita, diferencia escrever de desenhar. Utiliza lápis com finalidade
eficaz, de reproduzir os sinais gráficas-letras. Repertório ainda restrito (A,B,L,C,
S...) mas já com relação fonema-grafema em algumas situações. Apresenta
distinções representativas, forma e posição da letra. Na produção de listas,
chamadas, objetos que encontram-se na mochila. Utiliza alguns sinais gráficos
(letras), ostensivamente a inicial do seu nome.
Estabelece contagem, quantificação restrita. Compreende e utiliza
expressões. Termos que remetem a noções espaciais (em cima, embaixo,
longe, perto...) e temporais (agora, mais tarde, depois). Classifica por critérios
isolados e associados ( cor, tamanho, forma). Realiza colagem de formas
geométricas em espaços delimitados.
Atualmente o cliente A. P. do S. Silva está apresentando pensamento
operacional, embora às vezes faça uso do pensamento empírico na resolução
de problemas.
Apresenta ainda uma pequena dificuldade na oralidade, na
escrita, consegue estabelecer a relação entre a fala e a escrita. O cliente
apresenta melhora no comportamento, porém ainda necessita restabelecer os
limites.
O grande tabu de que a pessoa com Síndrome de Down não é capaz de
aprender a ler e a escrever vem sendo quebrado quando, casos como esses
são descritos e apresentados nas escolas, nas Universidades, quando são
levados a conhecimento do público em geral. A educação sempre foi e sempre
será a base maior de construção de uma sociedade mais digna. A educação
básica obrigatória e gratuita como brasileira3 e por diversos documentos
internacionais, tais como a Declaração do Milênio da ONU e o Marco Ação
segurança, bem-estar econômico, participação social e política, leitores em
escala planetária, por meio da educação de qualidade para todos, a distância
entre os que têm e os que não têm acesso a informações ten.
O cliente A.P. do S. Silva, além dos atendimentos oferecidos pelo Centro
Educacional Especializado Apae Salvador, freqüenta aulas na Escola Regular
Municipal C. I, no bairro do cabula e tem como diretora a Srª. L. Santos e é
acompanhado pela aprendizagem.
É constante perceber a alegria de A. P. do S. Silva,
sempre é bem
comunicativo e no dia a dia, interage com todos. Ele se inclui, tem potencial e
pode superar suas dificuldades. Já teve avanços bastante significativos esse
ano de 2vida do aluno. Creio que pela disponibilidade da escola e também de
todos os profissionais existentes naquele ambiente escolar que procuraram-se
manter dispostos a enfrentarem essa dificuldade juntamente com esse
indivíduo.
Etapa IV: Observação Na escola regular
Na escola regular, A. P. dos Santos, vive o seu dia a dia normal tendo
também um professor da escola especializada que acompanha atentamente
suas atividades com duas visitas a cada quinze dias. Durante essas visitas foi
comprovado que o indivíduo tem um potencial cognitivo que sendo bem
trabalhado, consequentemente favorecerá o seu processo inclusivo.
Etapa V: Contribuição da Informática educativa no seu processo de
aprendizagem
O cliente A. P. dos Santos tem dois tempos de aula semanais para o uso
do laboratório de Informática. É acompanhado pelo professor regente que
responde pelos conteúdos e formação específicos e por um professor de
3
- (1972): Comentários à Constituição de 1967; com a emenda n.º 1, de 1969. 2.ª ed., tomo VI
(arts., 160-200), São Paulo, Revista dos Tribunais.
Informática com formação em Pedagogia que responde pelos recursos
computacionais dentro de uma vertente voltada tanto para a pedagogia como
para a parte funcional do computador. A utilização de softwares específicos
para a faixa etária e softwares básicos para execução de projetos pedagógicos,
tais como Holos, jogo das letras dentre outros.
As novas tecnologias têm se mostrado muito favoráveis dentro da nossa
educação, ela vem munida de recursos apontando para várias vertentes do
conhecimento e contribuindo não somente para a educação inclusiva mas
como instrumento de pesquisas de todas as áreas do conhecimento.
A sociedade contemporânea vem passando por inúmeras mudanças em
todas as áreas do conhecimento humano. Os impactos produzidos nos últimos
tempos na sociedade através dos meios de comunicação altamente
sofisticados como a Tv, satélites, Internet, têm provocado uma profunda
modificação no estilo de conduta, atitudes, costumes e tendências das
populações mundiais, principalmente no Brasil.
É importante ressaltar que essas mudanças só ocorrem por causa do
avanço das tecnologias, sobretudo no ramo das telecomunicações. Isso é
percebido diariamente em todos os países do mundo, principalmente os mais
evoluídos, pois os mesmos produzem tecnologia de forma acelerada e com
uma eficiência singular.
As novas tecnologias auxiliam a sociedade em todos os ramos, tanto na
Medicina, quanto na Agricultura, tanto na Educação quanto nos Esportes, e
assim sucessivamente. A era da tecnologia produz um efeito crescente de
desenvolvimento em todos os cantos do mundo,isso faz com que haja uma
revolução do próprio processo de compreensão do mundo.
PROCEDIMENTO E COLETA DE DADOS
1º Momento – Observação inicial do indivíduo com o computador
O primeiro momento consistiu no contato com o computador, a princípio
coloquei os periféricos todos desconectados com a finalidade de observar a
reação de A. P. dos Santos. O mesmo nomeou todos os periféricos e também
suas funções; esse momento durou quarenta minutos. Após esse contato com
os periféricos, solicitei que ele desenhasse os periféricos em papel ofício e o
mesmo conseguiu elaborar essa atividade sem muitas dificuldades visto que
tinha uma boa associação e percepção dos objetos. Em um segundo encontro
com duração também de quarenta minutos, o mesmo reproduziu os desenhos
no programa Paint Brusch4, não teve muitas dificuldades em concluir os
desenhos mas achou muito cansativo pois os movimentos do mouse requer
uma coordenação motora bem elaborada e isso fez com que A. P. dos Santos
ficasse impaciente no traçado das retas porém, não impedindo de concluir o
que se foi pedido. Após a conclusão o mesmo coloriu todo o desenho.
2º Momento – Uso de Software Educativo
Numa perspectiva construtivista, a aprendizagem ocorre quando a
informação é processada pelos esquemas mentais e agregadas a esses
esquemas. Assim, o conhecimento construído vai sendo incorporado aos
esquemas mentais que são colocados para funcionar diante de situações
desafiadoras e problematizadoras. O software educativo tem como finalidade
principal
de corroborar como o processo ensino-aprendidagem, fazendo
associação de um rico conteúdo didático com um programa que ensine e divirta
ao mesmo tempo. O objetivo principal é que o indivíduo faça uso do Software,
tenha prazer em lidar com ele e possa praticar de maneira clara e objetiva.
Giraffa (1999) defende que a visão cada vez mais consensual na comunidade
da Informática Educativa é a de que "todo programa que utiliza uma
metodologia que o contextualize no processo ensino e aprendizagem, pode ser
considerado educacional.” O software educativo funciona apenas como um
instrumento lúdico que catalisa obtenção de conhecimento, refletindo e
representando a filosofia cognitiva que o abraça e não deve ser em momento
algum algo que possa causar dependência pedagógica (José Armando
Valente).
3º Momento – Construção do nome utilizando o Editor de texto
4
Editor de gráfico simples, software de desenho livre contendo formas geométricas, cores e
efeitos de imagens.
O editor de texto utilizado foi o Word5 , a principio A. P. dos Santos
esteve em contato com o editor de texto, depois de uma breve explanação
sobre suas funcionalidades, foram dado alguns exemplos como: nome de
frutas, nome de cidades, nomes próprios, logo em seguida foi solicitado do
cliente que o mesmo escrevesse o seu nome e assim o mesmo fez. A princípio
algumas letras eram repetidas devido ao movimento das teclas do computador.
Com a mediação o indivíduo descobriu que a movimentação das teclas teriam
que ser feitas pausadamente pois elas já tinham a sua própria aderência. A
partir do segundo encontro A. P. dos Santos já conseguia fazer o seu nome
por completo6 e a descobrir que ele pode fazer muito mais com esse editor de
texto. Foi uma ótima experiência, ele também descobriu que existem outras
formas de escrita, verificou os símbolos do teclado, os números e sempre
estava perguntando para que serve cada uma daquelas teclas. Ao final do
encontro o cliente pediu o nome dele impresso e abaixo da impressão escreveu
a punho o seu nome e quis comparar um com o outro. Isso foi muito importante
para o reconhecimento da função do computador “objeto” e o produto feito pelo
cliente “a construção do seu nome”.
4º Momento – Utilização do Paint Brusch para avaliação da coordenação
motora
O paint brusch7 está sendo um dos recursos mais utilizados na sala de
informática a nível de equilibração, reconhecimento de cores, formas e objetos
e também o principal que é averiguar a coordenação motora do indivíduo.
Foi um dos momentos importantes dos encontros pois a cada momento que o
cliente passava junto ao computador, surgia uma nova dúvida e a mesma era
esclarecida através da ação da mediação. Foram apresentadas para o
indivíduo as formas geométricas criadas pelo próprio programa, a tabela de
cores, as retas. Foi solicitado a princípio que o cliente construísse as seguintes
formas geométricas: Círculo, quadrado e um triângulo. As duas primeiras
5
é um processador “editor” de texto da Microsoft. Foi criado por Richard Brodie para computadores
IBM PC com o sistema operacional DOS em 1983. Mais tarde foram criadas versões para o Apple
Macintosh (1984), SCO UNIX e Microsoft Windows (1989). Faz parte do conjunto de aplicativos
Microsoft Office.
6
Essa atividade consta nos anexos finais desse artigo
7
O Paint Brush é um Editor Gráfico, no qual você poderá criar imagens, abrir imagens já prontas, montar
imagens apartir de outras, rotacionar imagens, combinar cores sempre utilizando o mouse e o teclado para
ordenar o que se quer modificar ou construir
formas foram construídas sem muito trabalho mas, quando passamos para o
triângulo houve algumas dificuldades, essas dificuldades foram sanadas
quando foi descoberto pelo próprio cliente que ele poderia criar as retas e ir
adicionando uma a uma até formar o triangulo. A cada descoberta um sorriso
era expressado pelo cliente, essa atividade durou três encontros de
aproximadamente quarenta minutos cada.
Copiar, colar, editar, colorir,
modificar, tudo isso é feito dentro desse editor gráfico, tudo isso com o auxílio
de um mouse, caneta óptica ou adaptadores, é importante ressaltar que dentro
da informática educativa, a coordenação motora se faz muito presente pois
toda a construção é feita através dos periféricos de entrada e saída de dados
em conjunto com funcionalidades motoras dos membros superiores8.
DISCUSSAO
Durante todo o processo envolvendo a informática
e o atendimento
psicopedagógico observou-se que o recurso da informática possibilita avanços
significativos na aprendizagem do sujeito com deficiência intelectual visto que o
estímulo visual proporcionado pelo computador favorece a motivação e
interação como o objeto de aprendizagem. Comparando o nível de atenção e
concentração da criança em sala de aula e na sala de informática, nota-se que
por estar mais motivada na sala de informática, a concentração e atenção para
a execução das atividades aumenta favorecendo assim o desenvolvimento do
potencial cognitivo.
Dentro desse período de observação pude notar que o cliente A. P. dos
Santos vivenciou junto ao computador momentos bastantes significativos na
sua jornada de aprendizagem.
O computador além de ser uma ferramenta um tanto quanto complexa,
oferece ao seu usuário inúmeras possibilidades de motivação, que vão se
fortificando a cada nova descoberta. A princípio, são apresentados os
periféricos desconectados da máquina; uma explanação maior sobre a sua
importância, um breve manuseio a nível de entendimento e compreensão de
8
Composto por braço, antebraço, pulso e mão.
suas funções e quando percebe-se que o indivíduo pode fazer uso daquele
instrumento de maneira segura e perspicaz, é só indicar os primeiros passos
através de mediações direcionadas à construção inicial de interligação homem
e máquina através da informática educativa.
Durante a etapa V, observou-se que o cliente A.P. dos Santos, estava
bem à-vontade na sala de informática onde já se tinha uma atividade
programada e foi solicitado os seguintes passos: ligar o computador, acessar o
software através de dois clicks no mouse e executar a atividade. Ao enunciar
essa atividade, parece um tanto quanto mecânico, mas, aos olhos do
observador voltado para uma intervenção Psicopedagógica, pode-se notar a
importância da autonomia do indivíduo quando toma posse do objeto e o
conduz de forma eficaz e correta.
Na atividade onde se era pedido que o cliente construísse o seu nome no
editor de texto, pude notar a alegria estampada na sua face. A. P. dos Santos
sentou-se à cadeira, posicionou corretamente e pediu ao mediador que o
ajudasse a entrar no editor de texto. Dado os primeiros passos, começou a
construção do seu nome. Ao acabar, todo feliz, chamou e disse: “terminei de
fazer o meu nome no computador”, um indivíduo com déficit intelectual,
síndrome de down, com uma força de vontade para aprender e o melhor, em
contato com as novas tecnologias, pra ser mais preciso, o uso do computador,
é suficientemente uma prova de que, a mediação, a afetividade, o
profissionalismo e o compromisso com a aprendizagem do indivíduo, ajuda a
elevar a auto estima do mesmo, favorecendo cada vez mais a sua interação
com o meio, logo, contribuindo de forma significativa na sua formação de
cidadão e construtor de sua autonomia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com o estudo de caso realizado, concluiu-se que o indivíduo
que possui a Síndrome de Down apresenta limitações para realização de
inúmeras tarefas motoras e de aprendizagem, o computador como instrumento
de intervenção contribui para a aplicação dos recursos da informática dentro
do processo de aprendizagem através de interfaces gráficas aliado aos jogos e
softwares educativos. Os profissionais que atuam com essas pessoas devem
possuir conhecimentos sobre as limitações desses indivíduos e também
subsídios para o desenvolvimento dos mesmos.
Com esse trabalho interdisciplinar, o indivíduo com síndrome de down
poderá aliar o uso das tecnologias de forma a alcançar novas perspectivas de
aprendizagem, melhorar sua condição afetiva, a integração com o meio e a
inserção social, que consequentemente irá fortalecer a sua independência e
autonomia.
Tudo isso se deu devido a todo o processo de aplicação do Sistema
Holos de aprendizagem, o logo e os jogos educativos são agentes
provocadores da aprendizagem. Para toda a execução de uma tarefa dentro de
um sistema, um logo ou um jogo educativo, se faz presente o entendimento do
resultado daquilo que se quer, ou seja, a finalização da atividade e aprendizado
da tarefa. O computador apresenta várias interfaces e também estímulos
visuais, sonoros capazes de chamar a atenção do indivíduo provocando a
aprendizagem.
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_______________. (1992). Obras escogidas. Madrid: Visor Distribuiciones.
ANEXOS
Pequena peça deslizante que serve para movimentar o cursor na tela, o que é
facilitado pela sua movimentação sobre um apoio de borracha retangular
denominado mouse pad.
Com o mouse se pode apontar comandos na tela e ativá-los pressionando seu
botão esquerdo, bastando o cursor estar sobre uma palavra ou figura que
represente o comando.
Disponibiliza quatro tipos de operações: movimento, clique, duplo clique e
arrastar e largar. Permite executar as mais diversas funções: selecionar textos,
redimensionar figuras, arrastar.
Nesse momento o sujeito inicia o seu processo de reconhecimento do
computador como um todo, aprendendo a manusear uma das ferramentas
principais da máquina.
O teclado de computador é um tipo de periférico utilizado pelo usuário para a
entrada manual no sistema de dados e comandos. Possui teclas representando
letras, números, símbolos e outras funções, baseado no modelo de teclado das
antigas máquinas de escrever. Basicamente, os teclados são projetados para a
escrita de textos, onde são usadas para esse meio cerca de 50% delas. Além
para o controle das funções de um computador e seu sistema operacional.
O Paint Brusch é uma ferramenta simples onde pode ser trabalhado a edição
de imagens como também a construção de objetos e formas tendo como
subsídio as cores, as retas em conjunto com o aperfeiçoamento da
coordenação motora. Um dos objetos principais trabalhados neste processo
foram: O reconhecimento das formas , a identificação, o formar conjuntos.
Tudo isso com a finalidade de reconhecer os tipos de conjuntos; Identificar o
número de elementos de cada conjunto e o conjunto vazio. Tudo isso tendo
como eixo principal o trabalho da matemática, do raciocínio lógico, a
coordenação motora, o reconhecimento do objeto, o reconhecimento dos
periféricos.
O uso da informática através de softwares educativos é uma das áreas da
informática na educação que ganhou mais terreno ultimamente. Isto deve-se
principalmente a que é possível a criação de ambientes de ensino e
aprendizagem individualizados (ou seja adaptado às características de cada
indivíduo) somado às vantagens que os jogos trazem consigo: entusiasmo,
concentração, motivação, entre outros. Os jogos mantém uma relação estreita
com a construção do conhecimento e possui influência como elemento
motivador no processo de ensino e aprendizagem.
Nessa atividade que faz parte do software educativo “O coelho sabido” o
indivíduo tem como objetivo principal a sequenciação das letras em detrimento
a cada objeto citado pelo protagonista do jogo “o coelho”. Esse trabalho de
seqüência lógica é muito interessante pois, quando o objeto citado pelo
software não condiz com o objeto escolhido pelo cliente, o jogo não se
concretiza. Logo, é necessário um posicionamento do cliente em relação a
descobrir, relacionar e associar o objeto correspondente com a letra citada.
Durante todo o processo pude perceber a importância da leitura e análise das
imagens exibida pelos softwares e o quanto essas imagens foram essenciais
para o despertar da cognição conseqüentemente criando um ambiente propício
para se trabalhar a percepção em consonância com a vontade. O ambiente
virtual é muito rico em suas ferramentas e sobre uma orientação direcionada, o
individuo tende a esforçar-se cada vez mais para adentrar a esse mundo
através da prática e da vontade de aprender.
As atividades voltadas a leitura e a escrita foram iniciadas de uma forma bem
lúdica, não foi utilizado o editor de texto a princípio pois, foi de extrema
necessidade que a vontade de construir partisse de A.P. dos Santos falando
da importância da escrita e também da construção do nome, A. P. dos Santos
começou a escrever o seu nome através do “Quadro Mágico”, esse jogo possui
um apagador onde através da mediação ambos interagem, usuário e o
software. A partir daí se começa a construir um maior contato com o
computador.
Ampliando o vocabulário através do software “Trem das Letras” pois, para cada
letra apresentada pelo jogo várias imagens também apareciam, ao finalizar a
atividade A.P. dos Santos poderia constatar a construção correta da palavra
através da imagem emitida pelo software juntamente com outra ferramenta
importante que é o áudio também emitido pelo próprio software.
Jogo da Memória com áudio, essa etapa foi muito interessante, o ambiente
virtual desperta a curiosidade, a combinação de figuras faz aumenta o poder de
controle do usuário fazendo com que ele tente acertar a combinação.
Automaticamente é emitido um som que
É importante destacar que o jogo por si só não permitirá o desenvolvimento e a
aprendizagem mas sim a ação de jogar é que desenvolve a compreensão. Mas
também no lúdico é importante que o aluno seja percebido como ele é, mesmo
apresentando dificuldades, e que o programa de atividades esteja voltado para
atender as suas necessidades.
Por possuir regras supõe-se que o jogo tenha organização e coordenação que
o inserem num quadro de natureza lógica.
É necessário conhecer as regras, compreendê-las, e praticá-las exigindo um
exercício de operação e cooperação.
Ao jogar acontece uma série de relações, de encaixe parte e todo, de ordem,
de antecipação e de retroação.
Como o jogo envolve operações entre pessoas, contato social, a situação
problema que o jogo oferece dá ao participante oportunidade de empregar
procedimentos cooperativos para alcançar o objetivo que é ganhar.
O jogo assume um significado funcional onde a realidade é incorporada pela
criança e transformada, de acordo com seus hábitos motores, com as
necessidades do eu e em função das exigências do social.
O jogo de regras é necessário para que as convenções sociais e os valores
morais de uma cultura sejam transmitidos.
As estratégias de ação, a tomada de decisão, a análise dos erros, lidar com
perdas e ganhos, replanejar jogadas em função dos movimentos dos
adversários, tudo isso é importante para o desenvolvimento das estruturas
cognitivas de cada pessoa. O jogo provoca conflitos internos, a necessidade de
buscar uma saída, e é desses conflitos que o pensamento sai enriquecido,
reestruturado e apto para lidar com novas transformações.
Jogos na escola
Depois das observações feitas acima vimos que a escola não pode prescindir
deste recurso. Na escola a construção do conhecimento pode ser feita de
forma prazerosa garantindo uma motivação para aprendizagem.
O jogo vai depender da etapa em que cada aluno se encontre. Se estão
aprendendo a escrever seu nome ou palavras de sua língua, a escola pode lhe
propor jogos de exercícios a fim de que os esquemas de ação motora tão
necessários para que esta tarefa seja adquirida.
Para o diagnóstico psicopedagógico a atividade lúdica é um rico instrumento de
investigação, permite ao sujeito se expressar livre e de forma prazerosa. Para o
psicopedagogo é uma importante ferramenta de observação sobre a
simbolização e as relações que este estabelece com o jogo, permitindo a
formulação de hipóteses e diagnósticos para uma posterior intervenção.
Todas as atividades envolvendo a construção do seu nome foi impressa etapa
por etapa, a partir daí, A. P. dos Santos começou a perceber a importância do
seu nome digitado no computador, ele vibrava a cada letra que fazia e também
utilizava as formatações alterando a cor, o tamanho e os diversos tipos de
letras oferecidos pelo editor de textos.
Produção final da escrita depois de passado pelo processo de mediação no
uso das ferramentas do computador como também nas formatações.

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