Peróxidos resistentes ao oxigênio para vulcanização contínua em
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Peróxidos resistentes ao oxigênio para vulcanização contínua em
Matéria Técnica Peróxidos resistentes ao oxigênio para vulcanização contínua em túnel de ar quente. Antonio D'Angelo I - INTRODUÇÃO Esta exposição tem a finalidade de divulgar nossa revolucionária linha de peróxidos, em especial os tipos que são resistentes ao oxigênio, de nossa exclusiva tecnologia. Os tipos de peróxidos orgânicos que apresentamos neste trabalho são estáveis e especialmente direcionados ao campo de reticulação / cura de elastômeros e plastômeros. O constante e rápido avanço tecnológico associado a especificações cada vez mais rígidas e a maior consciência quanto aos problemas toxicológicos, tem nos conduzido, rapidamente, a substituição da vulcanização tradicional, via enxofre e aceleradores, pela reticulação/cura por peróxidos orgânicos. Os peróxidos orgânicos, formam-se radicais livres que vão abstrair hidrogênio da cadeia principal do polímero, dando origem a radicais poliméricos. A combinação de dois radicais resulta em uma reticulação ("crosslinking") com ligação C-C, formando energia de ligação (82 kcal). Do ponto de vista de estabilidade térmica, a reticulação com peróxidos orgânicos, por ter maior força de ligação, é muito mais estável que a ligação de carbono/enxofre/carbono e conferem boas propriedades quanto à resistência ao envelhecimento, já as ligações que se formam através do sistema convencional de vulcanização são do tipo C - S ou C - S - C , cujas energias de ligação tendem a se quebrar ou re-arranjar quando o polímero é submetido ao calor ou esforços mecânicos. II - DESCOBERTA DA CURA POR PERÓXIDO ORGÂNICO O uso de um peróxido orgânico como agente de reticulação foi relatado pela 1ª vez por Ostromislenski em 1915. Neste estudo experimental o Peróxido de Dibenzoila que na época era usado no tratamento de farinha, foi usado na vulcanização de borracha natural. Este novo método tinha suas limitações, pois produzia vulcanizados com baixa resistência ao calor. No início dos anos 50, com o surgimento do Peróxido de Dicumila e sua efetiva comercialização, iniciou-se sua utilização na reticulação da borracha de silicone e polímeros saturados tipo EPM, silicone e algumas poliolefinas (polietileno). Pelo processo de Cross-linking verificou-se que a possibilidade de atribuir ao termoplástico propriedades de um termo fixo e a um elastômeros propriedades elásticas. 64 - Borracha Atual Matéria Técnica III - APLICAÇÕES Os polímeros que são reticuláveis ou não com peróxidos estão listados na tabela abaixo: Com a finalidade de ser adequado para aplicações técnicas um agente reticulante a base de peróxido deve reunir um certo Não reticuláveis (pela técnica normal) número de condições. Deve ser seguro de manusear durante o transporte, estocagem e processamento. Denominação Polímero ASTM Deve ser de baixa volatilidade, para evitar perda durante a mistura. PP Deve ser suficientemente compatível com elastômeros e plastômeros. PVC A natureza de seus produtos de decomposição deve ser tal que uma IIR Polipropileno Cloreto de Polivinila Borracha butílica rápida reticulação aconteça, na temperatura ideal de decomposição. Deverá reagir de tal modo que a reticulação seja a única OBS: modificação a ocorrer no polímero. Os polímeros, PVC, PP, PS, não podem ser diretamente Também deverá ser ativo na presença de cargas inertes reticulados, entretanto com aditivos especiais, que combina- ou reforçantes. dos com peróxidos específicos formam ligações cruzadas, Os peróxidos e seus produtos de decomposição não são tóxicos melhorando a dureza, o módulo e a processabilidade. e atendem aos requisitos da higiene industrial. Peróxidos como reticulantes são usados para: Possíveis de Reticular • Isolamento e capa de fios e cabos • Uso Geral (feitas com PE, EPM, EPDM, EVA,CPE, CR) Denominação • Guarnições e perfis reticulados em banho ou sal (LCM) Polímero ASTM ou vapor (PE, EPDM, CR) EPDM Etileno propileno termopolímero EPM Etileno propileno CIIR Borracha butílica clorada • Mangueiras e Tubos, isento de materiais extraíveis, em altas ECO Copolímero de epicloridrina temperaturas (158ºC), exemplo: radiadores em EPDM, NBR. EPR Copolímero de etileno propileno • Guarnições e perfis reticulados em túnel de ar quente. • Solados, palmilhas, entresolas, sandálias microporosas, NR Borracha natural BR Borracha de polibutadieno compactos ou expandidos (EVA, PE, SBR, blendas etc.). • Revestimento de cilindros (EPDM, NBR, Silicone). • Rotomoldagem (PE, EVA). SBR Borracha sintética ABS Acrilonitrilo butadieno estireno EVA Copolímero de vinil acetato (baixo teor) EVM Copolímero de vinil acetato (alto teor) PE • Artigos médicos, por exemplo, tubos de silicone. • Artigos expandidos com estrutura celular fechada (PE, EVA, CM). Polietileno SBS Copolímero de estireno butadieno estireno SIS Copolímero de estireno isopreno estireno POE Elastômero de etileno octeno (ENGAGE) Poliéster instaturado • Artigos moldados e injetados em geral. Borracha Atual - 65 Matéria Técnica EPDM). O resultado seria um vulcanizado bastante heterogê- • Resistentes a Solventes neo. Portanto, já que a reticulação via peróxido não está na Denominação ASTM Polímero dependência das duplas ligações nos substratos, o peróxido reticula ambos simultaneamente. Um produto homogenea- CR Policloropreno NBR Borracha nitrílica PTE Borracha polisulfeto CM Polietileno clorado AU, EU Poliuretano HNBR Nitrílica hidrogenada mente reticulado é então obtido. Do mesmo modo, a resistência ao ozônio da borracha natural pode ser fortemente melhorada pela mistura com EPDM. Em certas aplicações, EPDM é misturado por razões de custo com o copolímero de etileno vinil acetato (EVA), a conhecida resistência do EPDM ao ozônio e óleos é mantida. Devido a presença do EVA, misturas deste tipo somente podem ser reticuladas por peróxidos. Misturas de EPDM e polietileno são freqüentemente usadas. • Resistentes a temperatura Quando o polietileno é o polímero predominante (80% a Denominação ASTM Polímero 90% da mistura), o EPDM melhora a qualidade da superfície e a estabilidade dimensional durante a extrusão e ao mesmo CFM * Copolímero de vinilideno fluorado tempo permite operar em maior velocidade e temperatura. ACM Poliacrilato Se o EPDM, contudo predominar, a adição de polietileno CSM Polietileno Clorossulfonado FVMQ Fluorsilicone MVQ Etil vinil silicone PVMQ Fenil metil silicone VMO, PVMO Vinil silicone PMO Silicone FKM Perfluoreslatômero resulta em um aumento de dureza. IV - Vantagens do uso do peróxido X vulcanização tradicional Resumidamente indicamos as vantagens como segue: Além dos elastômeros de uso geral já mencionados neste • Melhor resistência à deformação permanente; trabalho, há uma série de elastômeros especiais cuja • Tipos especiais resistentes ao oxigênio tecnologia oferece melhor performance e possibilidades de • Melhor resistência ao envelhecimento; blendas e ligas mediante a alternativa da cura peroxídica. • Alta resistência térmica; Ao contrário da vulcanização por enxofre, os peróxidos • Cura de polímeros saturados e insaturados; não mostram grandes diferenças na sua taxa de reação na • Aumenta a possibilidade de cura de Blendas; presença de dois polímeros diferentes. Isto permite a • Excelente estabilidade do composto pronto; vulcanização de misturas de polímeros saturados e insaturados, como meio de otimizar as propriedades químicas e físicas do produto final. Por exemplo, misturando SBR e EPDM, numa razão de 70:30 é possível se obter um vulcanizado com a resistência mecânica do SBR e a resistência do ozônio do EPDM. • Cores mais vivas e branco com maior alvura; • Características não manchantes; • Ciclos de vulcanização rápidos; • Melhor homogeneidade da massa; • Possibilidade de acelerar diretamente no bambury; • Significativa redução dos itens de mistura da massa; • Economia por ausência de massas pré-vulcanizadas; Nesta e em outras misturas similares, as taxas de vulcaniza- • Redução de itens no estoque; ção dos componentes misturados diferem tanto em extensão • Otimização e maior produtividade; quando um sistema baseado em enxofre é utilizado, que o • Peças reticuladas podem ser recicladas sem criogenia ou primeiro polímero estaria completamente vulcanizado antes auto clavagem da vulcanização do segundo haver iniciado (neste caso o • Custos menores. 66 - Borracha Atual Matéria Técnica V - Influência do excesso dos agentes de vulcanização Propriedades Excesso de Peróxido Excesso de Enxofre Alongamento na ruptura Cai Cai Tensão na ruptura Estável Cai Deformação permanente Melhora Piora Envelhecimento ao calor Estável Piora Dureza Shore Estável Aumenta Tendência a eflorescência Reduzida Aumenta Resistência ao rasgo Cai Cai Termo plasticidade Estável Aumenta VI - Fatores que determinam a escolha do peróxido. Em primeiro lugar deve-se selecionar o peróxido em função do A quantidade de peróxido requerida depende da estrutura do polímero a ser reticulado levando-se em conta as condições a peróxido, do polímero a ser reticulado e dos demais aditivos que o mesmo deverá ser submetido durante o processamento e presentes na formulação, havendo necessidade em alguns casos propriedades finais desejadas. Assim sendo, não poderá ser da eliminação total ou parcial de alguns deles. usado um peróxido de baixa temperatura em um polímero cuja A quantidade de peróxido necessária para o correto crosslinking decomposição aconteça antes do mesmo atingir a plasticidade dos diversos polímeros varia mas, basicamente poderá ser necessária a incorporação dos ingredientes e no caso do material esboçada na tabela a seguir levando-se em conta que os acabado, por exemplo, pode-se requerer a não alteração de extremos seriam exceções, em função das características finais coloração no vulcanizado. e da ação dos demais ingredientes. Polímero Partes por 100 de polímero A) Peroxiésteres B) Diaquil C) Perketal NR/IR 4-6 4-6 5-8 SBR 0,8 - 3,5 0,8 - 3,5 1-4 NBR 4-6 4-6 5-8 EPM/EPDM 7 - 10 7 a 10 8 - 13 PE 1-3 1-3 2-5 EVA/EVM 1-3 1-3 2-5 A) RETILOX R 40 - T. Butil Perbenzoato modificado 40%. B) RETILOX DCP 40 - Peróxido de dicumila 40%. C) RETILOX TC 40 - Terc. Butil Peroxi-3,3,5 -Trimetil Ciclohexano modificado 40%. Matéria Técnica 2,5 - Dimetil Hexano - 2,5 Di t. Butil Peroxi - Ex: Retilox DHBP 45% VII - Classificação CH 3 Os peróxidos orgânicos podem ser subdivididos nas seguintes classes: Peróxido de Dialquila CH 3 o R1 c CH 3 o o c CH 3 o CH 3 CH 2 CH 2 CH 3 CH 3 c o o CH 3 c CH 3 CH 3 R2 Forma Física a 23oC - sólida, faixa de decomposição: aproximadamente 185oC, utilização: ampla faixa de aplicações, Peróxido de Dicumila - Ex: RETILOX DPP 99% CH 3 c muito baixa sensação de odor. PEROXICETAL OU PERKETAL CH 3 o o R1 c O O R3 O O R4 C CH 3 CH 3 R2 Forma Física a 23 C - sólida, faixa de decomposição: aproximadamente 179oC, utilização: ampla faixa de aplicações. • Média velocidade de reticulação/cura; • Boa velocidade de reticulação/cura; • Elevado rendimento de reticulação/cura; • Elevado rendimento de reticulação/cura; • Ausência de odor no manufaturado; • Odor característico no manufaturado; • Ótima segurança à pré-reticulação/cura; • Boa segurança à pré-reticulação/cura; • Temperatura máxima de mistura: 145ºC; • Temperatura máxima de mistura: 135ºC; • Temperatura ideal de reticulação: 185ºC; • Temperatura ideal de reticulação: 179ºC; • Peróxido estável; • Peróxido estável. • Peróxido atóxico. Bis(terc-butilperoxiisopropil) benzeno 1,1 - Di Terc. Butil Peroxi - 3,3,5 - Trimetil Cilohexano - Ex: Retilox Bis F.40 A - Ex: Retilox TC 40 CH 3 H 3C c o o CH 3 CH 3 CH 3 c c CH 3 CH 3 CH 3 CH 3 o o c CH 3 H 3C o o C(CH 3)3 o o C(CH 3)3 CH 3 Forma Física a 23 C - sólida, faixa de decomposição: aproximadamente 185oC, utilização: ampla faixa de aplicações, CH 3 • Média velocidade de reticulação/cura; Forma Física a 23 C - pó, faixa de decomposição: aproximadamente 160oC, emprego: ampla faixa de utilização • Elevado rendimento de reticulação/cura; • Alta velocidade de reticulação/cura; • Ausência de odor no manufaturado; • Bom rendimento de reticulação/cura; • Boa segurança à pré-reticulação/cura; • Ausência de odor no manufaturado; • Temperatura máxima de mistura: 140ºC; • Baixa segurança à pré-reticulação/cura; • Temperatura ideal de reticulação: 185ºC; • Temperatura máxima de mistura: 110ºC; • Peróxido estável. • Temperatura ideal de reticulação: 160ºC. muito baixa sensação de odor 68 - Borracha Atual PERÓXIÉSTERES Peróxido de DicloroBenzoila - Ex: Retilox SI/AR Peróxido de dibenzoila - Ex: Retilox SI/AUTO o o c R1 o o R2 c c CH 3 o o o o c Forma Física a 23oC - pasta, faixa de decomposição: aprox. 110 e 130oC, utilização: ex. borracha de silicone. T. Butil Perbenzoato. Ex: Retilox R 40% o o O mais antigo dos peróxidos usado em reticulação peroxídica é o peróxido de dibenzoila. c CH 3 • Altíssima velocidade de reticulação/cura; • Bom rendimento de reticulação/cura; CH 3 • Ausência de odor no manufaturado; Forma física 23ºC: pó, Faixa de decomposição: 165ºC • Baixa segurança à pré-reticulação/cura; Uso: Borracha de Silicone, EVA, EPDM, com "crosslinking" em • Temperatura máxima de mistura: 60ºC; baixas temperaturas. • Temperatura ideal de reticulação: 130ºC. • Alta velocidade de reticulação/cura; • Bom rendimento de reticulação/cura; VIII - Segurança de processo e velocidade de cura • Ausência de odor no manufaturado; • Baixa segurança à pré-reticulação/cura; • Temperatura máxima de mistura: 100ºC; • Temperatura ideal de reticulação: 165ºC. Em geral, o estado de cura equivale ao grau de decomposição térmica do peróxido, portanto, deve ser levado em conta que o grau de segurança do peróxido usado depende da temperatura em que o DIACILPERÓXIDOS peróxido será processado e curado. Assim sendo, sempre que se o desejar a reticulação em uma temperatura muito baixa arrisca-se em o primeiro lugar a prejudicar a incorporação no polímero que necessita estar em um estado plástico para receber o peróxido a ser incorpo- R1 c o o c R2 rado. O exemplo mais clássico é do silicone que permite sem grandes problemas a incorporação dos peróxidos de baixíssima temperatura de reticulação, como é o caso do peróxido de dibenzoíla e dicloro-ben- Dependendo da decomposição dos grupos orgânicos R1 e R2, zoíla , cujo tempo de scorch é na faixa de 80ºC e a cura ocorre a estes produtos podem ser subdivididos como segue: 110/130ºC. Peróxidos de Dialcanoila - R1 e R2 representando grupos alifáticos. A quantidade de peróxido orgânico a ser utilizada influencia direta- Peróxidos de alcanoila-aroila - este grupo é caracterizado pelo mente o estado de cura, mas pode causar um efeito negativo no grau fato de um radical ser de natureza alifática e outro aromática. de cura do manufaturado. Muito embora o excesso de peróxido seja menos nocivo ao artefato do que na vulcanização com enxofre Peróxidos de diaroila - Aqui os radicais orgânicos consistem quando este excesso afeta muito mais severamente quase todas as unicamente de grupos aromáticos. Os peróxidos de diaroila propriedades físico-mecânicas, além de agravar a tendência à incluem os peróxidos de bis (2,4-diclorobenzoila). eflorescência e à semi-ebonite. Matéria Técnica IX - Influência dos Ingredientes Via de regra, alguns materiais ácidos normais em vulcanização no caso da inibição causada pelas cargas ácidas. com enxofre, retardam a vulcanização com peróxido. É o caso do Alguns peróxidos são sensíveis à presença do negro de fumo ácido esteárico, sendo recomendado sua retirada parcial ou total tornando difícil a utilização dos mesmos em compostos com da formulação, visando um melhor aproveitamento da cura estas cargas. peroxídica. Deve-se, contudo, conservar o óxido de zinco. Neste caso, consegue-se atenuar este inconveniente usando-se As cargas comumente utilizadas devem ser básicas ou neutras. os peróxidos modificados produzidos com exclusividade pela Os glicóis (DEG,PEG) e Trietanolamina (TEA) são úteis contudo, RETILOX, eliminando-o em grande parte. X - Cargas Um grande número de cargas é usada pela indústria na Etapas da reação tentativa de atingir propriedades diversas. Próton de Hidrogênio em condições fortemente ácidas gerando As cargas reforçantes normalmente usadas são os negros de o íon (1) Decomposição (2) em uma molécula de Hidroperóxido fumo, as sílicas piro gênicas ou precipitadas, cargas de de Cumila (3) e Cátion (4). enchimento (caulim, talco, carbonato). Estes últimos casos são classificados como não-reforçantes ou semi-reforçantes, Reações finais: na melhor das hipóteses. As demais cargas como o carbonato O Cátion (4) pode reagir com água e formar fenil-isopropanol ou de cálcio e as dolomitas são classificadas como cargas inertes ser convertido em ? methil estireno. O Hidroperóxido de Cumila ou diluentes. Também os talcos de granulométrica mais (3) pode sofrer decomposição em acetona e fenol. Dependendo fina e/ou tratados superficialmente começam a ser do tipo e quantidade de carga usada pode-se chegar a usados industrialmente. inibição completa do peróxido. Neste último caso pode haver uma decomposição heterolítica Agentes modificadores de acidez das cargas impedindo a formação de radicais como no exemplo a seguir: Vários ingredientes agem sobre a superfície das cargas podendo minimizar o efeito da acidez ou até evitar totalmente este inconveniente. Além dos co-agentes os seguintes materiais podem Decomposição heterolítica do peróxido de dicumila CH 3 c ser tentados: CH 3 o o CH 3 - Etileno Glicóis - DEG e o PEG c - Trietanolamina - TEA CH 3 No caso das cargas brancas uma melhor interação pode ser ~1 H+ CH 3 conseguida através do tratamento superficial com silano que CH 3 torna as partículas completamente apolares. Vários estudos H c o o c mostraram na prática que as características físico-mecânicas + CH 3 CH 3 dos caulins, por exemplo, melhoram drasticamente após a 2 ~ Silanização havendo: Aumento de mais de 50% na tensão da ruptura. CH 3 Aumento de 100% na deformação permanente. CH 3 c ~3 c OOH Melhoria nas propriedades elétricas finais. + CH 3 CH 3 Já os negros-de-fumo de menor tamanho de partícula, 4 ~ apresentam melhor reforçamento que os de partícula mais grossas (N-326 e N-330 comparado ao N-760) levando-se em OH CH 3 + CH 3 CH 3 70 - Borracha Atual conta que determinados peróxidos podem ser inibidos pela CH 3 O OH CH 3 CH 3 presença de negros-de-fumo, conforme já citado anteriormente. Matéria Técnica XI - Plastificantes Na cura peroxídica, os plastificantes necessitam de maior atenção do que na cura tradicional. Os óleos minerais podem reagir com os radicais livres que consomem peróxido retardando ou inibindo a cura e as propriedades finais, conforme representado na figura a seguir: ODR Torque,lbf- 1n 40 phr PHR Parafínico Influência dos óleos minerais em formulação de EPDM Plastificantes Sintéticos do tipo éster: Ftalanos - DBP; DOP; DIDP. Sebacatos - DOS. Tipo de Óleo 20 Adipatos - DOA. 30 Trimetilatos - TOTM. Arom ático 20 Alquil Benzenos - DDB, etc. Praticamente não interferem na cura peroxídica mas, outros 10 fatores podem limitar seu uso, tendo em vista as características finais do composto e a compatibilidade com o polímero 0 usado, a influência dos diversos plastificantes e seu grau de Tem po,m in pureza são demonstrados na tabela a seguir: Matéria Técnica Influência dos Plastificantes na cura Peroxídica Tipo de plastificante Volatilidade Compatibilidade Consumo de (Polímeros não polares) radicais Livres baixa a moderada pouca reduzido alta boa reduzido Sintéticos - Éster - Alquil Benzenos Minerais - Parafínicos • standard baixa a moderada boa alto a moderado • refinado baixa boa moderado a baixo baixa a moderada muito boa alto baixa muito boa moderado baixa a moderada baixa altíssima - Naftênicos • standard • refinado - Aromáticos XII - Agentes de proteção Os agentes de proteção são classificados normalmente como anti-oxidantes e/ou antiozonantes e a função é justamente tornar inativos alguns radicais resultando na inativação da ligação peroxídica. Isso exige delicada escolha do tipo a ser utilizado e das quantidades envolvidas, de modo a garantir a eficácia nas propriedades finais. No caso de antiozonantes, geralmente não se recomenda seu emprego na cura com peróxido já que na maioria dos casos seu uso, não sendo necessário, onera o custo da formulação e gera diversos inconvenientes. Os tipos mais comuns estão listados na tabela a seguir: Tipos de Anti-Degradantes Natureza Química Nome Comercial Função TMQ (1,2 - dihidro 2,2,4 trimetil quinoleina) Agerite Resin D Vanderbilt Flectol H Monsanto Naugard Q Uniroyal Estabilizante ao calor 4,4 tio-bis (6 butil terciário-m cresol) Santonox R - Monsanto Estabilizante ao calor tetrakis [metano (3,5 - diterc. Butil-4 hidroxi hidrocinamato)] metano Irganox 1010 - Ciba Geigy Estabilizante ao calor 2- mercapto benzimidazol Vulcanox MB-2 - Bayer Vanox MTI - Vanderbilt Antioxidante Sal de Zinco de mercapto benzimidazol Vulcanox ZMB-2 - Bayer Vanox MTI - Vanderbilt Estabilizante ao calor Blenda de mercaptobenzimi-dazol e bis[2-hidroxi-5-metil-3(1-metilciclohexil)fenil] metano Permanax CNS - Flexsys Inibidor de Cobre N,N-bis[3(3',5'- diterc. Butil 4'hidrofenil) proponil]hidrazina Irganox MD 1024 - Ciba Geigy Antioxidante Já para os anti-ozonantes a lista seria muito extensa uma vez que os de uso mais comum são as ceras microcristalinas cuja função é migrar para a superfície e evitar a ação do ozônio do meio ambiente. Os demais casos são produtos químicos complexos e no caso de uso é preferível consultar os fornecedores e a literatura técnica específica, ou quando possível utilizar blendas (EVA,EPDM), que evitariam a utilização dos antioxidantes. 72 - Borracha Atual Matéria Técnica XIII - Co-agentes Os co-agentes não só melhoram a eficiência da reticulação como tornam possível o uso em compostos onde os peróxidos eram banidos devido a fraca atuação, como já foi explicado no item referente a influência dos ingredientes. A maioria dos co-agentes usada até pouco tempo, pertencia à classe dos metacrilatos ou derivados alílicos mas, outros materiais têm surgido ultimamente em número crescente. O co-agente mais usado até poucos anos atrás foi o enxofre, mas tendo sérias restrições quanto ao seu uso, estudos demonstraram uma tremenda diferença deste material nas propriedades dinâmicas dos compostos de EPDM constantes das especificações modernas. Também a resistência à deformação permanente piora de forma desastrosa nas temperaturas mais altas (150º C). Os principais tipos de co-agentes são listados na tabela a seguir: Produto Químico Nome Comercial N,N - m - fenileno dimaleimida Venax MBM HVA - 2 I Vanderbilt Du pont Trimetilol Propano Trimetacrilato SR-350 Retilink .40/70/99 I Sartomer Retilox Pentaeritritol Trimetilacrilato SR-367 I Sartomer Pentaeritritol Tetrametracrilato SR-295 I Sartomer Trimetilol Propano Triacrilato SR-351 I Sartomer Ware Trialil Cianurato TAC II Trialil Isocianurato Retilink TAIC II Diallil Maleato DAM II Diallil Ftalato DAP II Polibutadieno de baixo peso molecular e alto vinil HYSTL Lithene Ricon II Classe Chemlink 31 • Classe I - Afetam tanto o estado de cura como a taxa de cura. Fabricante Retilox Sartomer • Classe II - Afetam somente o estado de cura. XIV - Nova geração de Peróxidos Orgânicos resistentes ao oxigênio - série /AR Esta tecnologia incorpora alta velocidade de cura e maior segurança de processo em relação a aceleração convencional, via enxofre e aceleradores. Trata-se de peróxidos de última geração, especialmente desenvolvidos para suportar o ataque do oxigênio no processo de vulcanização continua em túnel de ar quente e que confere melhores propriedades físicas ao perfil comparativamente a vulcanização com enxofre, muito mais antiga, que já chegou ao extremo da sofisticação e aperfeiçoamento. Com esta nova serie de peróxidos / AR, consegue-se uma performance cada vez mais condizente com sua potencialidade. Isto é obtido através da exclusiva tecnologia ( AR ), desenvolvida com exclusividade pela RETILOX, que confere um scorch mais seguro, com maior velocidade de cura e características físicas melhoradas em relação aos vulcanização convencionais. Visando não somente melhorar suas características, já superiores às da vulcanização tradicional com enxofre, como ampliar ainda mais seus campos de utilização. Mostraremos a seguir alguns exemplos de peróxidos que usam esta nova tecnologia. Demonstrativo dos novos tipos Peróxidos - Tecnologia /AR Peróxido Modificado, Classe Cura Nome comercial Vantagens ºC DIALCIL 110 Retilox SI/AR Indicado para silicone na vulcanização continua em túnel de ar quente PERESTER 165 Retilox BT/AR Indicado para baixas temperaturas de cura em túnel de ar quente DIALQUIL 175 Retilox MT/AR Indicado para medias temperaturas de cura em túnel de ar quente DIALQUIL 185 Retilox BIS AT/AR Indicado para medias temperaturas de cura em túnel de ar quente DIALQUIL 179 Retilox HP 2006/AR Indicado para altas temperaturas, com odor característico no perfil DIALQUIL l 195 Retilox BIS F 40 C/AR Indicado para altas temperaturas, sem odor característico no perfil Os peróxidos acima destacados fazem parte da nova tecnologia desenvolvida para vulcanização continua em túnel de ar quente, classificados de acordo com a temperatura em que será aplicado: alta, média e baixa. Utilizados em uma ampla gama de elastômeros. Borracha Atual - 73 Matéria Técnica Características Reométricas XV - Casos Práticos Borracha Etileno Propileno (EPDM) Neste comparativo em EPDM, foi utilizada a tecnologia de reticu- Propriedades Reométricas (arc.3º @ 170º C) Enxofre Peróxido lação da Retilox no processo de vulcanização contínua por ar T10 - (ML 1 + 4) min. 1'10" 0'52" quente, sem uso de nitrogênio no túnel e com peróxido de última t90 - min. 3'40" 3'53" geração, onde se obtém propriedades físicas melhoradas, princi- Torque 26,8 30,7 8,83 7,98 palmente DPC e velocidade de cura. Formulação Velocidade de Cura Sistema PERÓXIDO Convencional RETILOX EPDM 100 100 Óxido de Zinco 5.0 5.0 Negro de Fumo N-550 200 160 Óleo Parafínico 95 76 Caulim 60 70 Óxido de Cálcio 7 -- RETISEC -- 6 Estearina 1,5 -- RETIFLUX -- 3 Fórmula Composição Peróxido phr EPDM 100 ZnO 10 NEGRO DE FUMO 120 CAULIM CALCINADO 80 ÓLEO PARAFINICO 65 WB 16 3 RETISEC 8 RETILOX BT/AR 10 Flustec M 1,7 -- Antioxidante 2,0 2,0 MBT 1,1 -- Temperatura de Vulcanização: 170ºC DPTT 1,8 -- Tempo: 6 min. DTDM 1,2 -- CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Enxofre 1,7 RETILOX BIS 2007 - AR -- 10 Densidade g/cm 1,33 Dureza (shore A) 64 Os peróxidos acima destacados fazem parte da nova tecnologia desenvolvida para vulcanização continua em túnel de ar quente, RESULTADOS Alongamento (%) 320 Tração(Mpa) 7,45 classificados de acordo com a temperatura em que será aplicado: alta, média e baixa. Utilizados em uma ampla gama de elastômeros. Não foi observado o fenômeno da clivagem na superfície do Características Físicas do Vulcanizado: perfil reticulado. Ensaios Especificado Enxofre Peróxido Torque (lb.in) T1 T2 T50 T90 50.0 Dureza (Shore A) 70 ± 5 Densidade 1,27 ± 0,02 Resistência 7 N/mm2 mín a traçao 78 1,27 7,87 72 1,27 8,63 47.5 Range:50 Tem p.:170 Tem po:12 m in T90:1’5” 45.0 42.5 40.0 37.5 35.0 32.5 30.0 Alongamento de ruptura 200% mín 310% na peça 326% na peça 27.5 25.0 22.5 20.0 Resistência ao rasgo 5 N/mm mín 6,85 N/mm 6.56 N/mm 17.5 15.0 12.5 10.0 7.5 Deformação permanente a compressão 22h. a 70± 2ºC 35% máx 74 - Borracha Atual 41,60% 26,10% 5.0 2.5 0.0 0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0 Tem po (m in) Matéria Técnica CONCLUSÃO A nova e exclusiva tecnologia de Peróxidos/AR , propicia uma cura eficiente de vários tipos de polímeros saturados e insaturados, com ausência de pegajosidade ou clivagem, na presença de oxigênio, ausência de nitrosaminas, maior produtividade, com melhores propriedades físicas quando comparado a cura convencional, e estabilidade da massa sem ocorrência de pré-cura em massas já aceleradas, podendo-se produzir peças brancas com excelente alvura e coloridas e geral com cores muito vivas com baixo consumo de pigmentos, com custos altamente competitivos Fontes Bibliográficas XVI - Bibliografia 1. Modernas técnicas de cura peroxídica. Retilox - Antonio D'Angelo, Antonio C.M. Feijó.ABTB Sul- 2003. 2. Aperfeiçoamento e novas aplicações da Vulcanização Peroxídica. Retilox. 8º congresso Brasileiro da borracha - Antonio D'Angelo. 3. Chemically Crosslinked Polyethylene: Stanton C. Martens. Vderbilt Rubber hand book - 1968 edition. 4. Levapren 500 - Halogen free cable jacket with goog flame retardant propierties based on Levapren 500. Dipl. Ing. G. Warbig - Regional Meeting of AFICEF, Lion Frande, 1981. 5. Crosslinking of Polyethylene with 1.3 (terc. Butyl peroxi-isopropilbenzene) L.W. Damon, Deventer Holland. 6. Lower temperature Organic Peroxide Crosslinking Agent, Bulletin Lucidol Pennwalt. 7. Peroxide Crosslinking of EPDM Rubber - Ralph Annicelli - R.T. Vanderbilt Company. 8. Peroxide Curing of Du Pont Nordel Hidrocarbon Rubber by Gilbert T. Perkins. 1977. 9. Organic Peroxides for Crosslinking Polyethylene - Techinical Bulletin Pennwalt Chemical Dept. New York. 10. Diacyl Peroxides Product Bulletin - Lucidol Pennwalt, Buffalo, New York 11. Organic Peroxides as crosslinking Agents. A.L. Berg. Akzo Chemic BV. Amersfort, Holland. Plastic Adhesives Handbook. Karl Anser Verlag, 1983. 12. Crosslinking of Polimers with Sulphur Accelerators or Peroxides by W.C. Endstra, B.D. Seebeger and Md. Ivany - Akzo Nobel Central Research Dept. Meeting at A.C.S Pittsburght, Penn, 1994. 13. Organic Peroxides for Crosslinking Apllication, SRC. 83 by W.C. Endstra - Copenhagen Den. 1983. 14. Compounding Characteristics for Peroxide Cure - W.C - A.C.S. Pittsburght, Penn. 1994. 15. Coagent Selection for rubber aplications - Richard Costlin and Jeffrei Holliday. Sartomer Company. Exton PA 19. 341 16. Some fundamental Considerations in the Use of Coagent in Peroxides Curable Elastomers. Ronald Drake and John Labriola - Rycon Resin - A.C.S. Rubber division Meeting. Pittsburght. Penn, 1994. 17. Metalic Coagents for Rubber to Metal Adhesion. Richard Costin and Walter Nagel - Sartomer Company Exton Penn. 19. 341 18. New Developments in Curing Halogen containing polymers. Robert Ohm. R.T. Vanderbilt Company, Rubber World. Vol. 215, n.1, 1998. 19. The next generation in silicone Rubber, TUFFEL II technology. M. Hagen Jr. G.E. Silicones. 20. Scorch Resistant Crosslinking in EPDM Wire and cable aplications. Technical Paper Lucidol Pennwalt. Bufalo New York. Borracha Atual - 75
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