LNA assina acordo com a agência espacial russa para instalação

Transcrição

LNA assina acordo com a agência espacial russa para instalação
Uma publicação eletrônica para divulgação de notícias para os usuários do
MCTI/Laboratório Nacional de Astrofísica
Editores: Giuliana Capistrano e Patrícia Aline de Oliveira
ISSN 2179­4324 / [email protected]
Número 42 ­ 27 de junho de 2016
LNA assina acordo com a
agência espacial russa para
instalação de telescópio
oi assinado em abril de 2016, na
sede do Laboratório Nacional de
Astrofísica (LNA), um acordo que prevê
a instalação de telescópio para detecção e monitoramento de detritos espaciais no Observatório do Pico dos Dias
(OPD). O acordo foi celebrado entre o
LNA e a Corporação Estatal Roscosmos, a agência espacial da Rússia.
O telescópio que será instalado no OPD
tem como objetivo detectar e monitorar
detritos espaciais para a criação de
uma base de dados referente à localiza-
ção e às órbitas de objetos que poderão
apresentar um perigo de colisão com
satélites artificiais ativos ou até - no caso de objetos maiores - o risco de causar danos à superfície da Terra depois
de entrar na atmosfera. A base de dados deverá servir como fundamento para tomar medidas para evitar tais
colisões. Além disso, o LNA colocará as
informações astronômicas obtidas pelo
telescópio à disposição dos pesquisadores brasileiros.
OPD
F
Figura 1: Concepção artística do Observatório do Pico dos Dias com o telescópio já instalado.
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LNA em dia
OPD
Estiveram presentes na cerimônia de
assinatura do acordo os representantes
da Roscosmos, o presidente da Agên-
cia Espacial Brasileira e autoridades locais.
Figura 2: Da esquerda para a direita: Plínio Leite, Diretor da Fupai; Bruno Castilho,
Diretor do LNA e Yuri Roy, representante da Roscosmos.
O acordo foi assinado na sede do LNA
e após a cerimônia, os participantes
foram até o Observatório do Pico dos
Dias, local onde será instalado o
telescópio, para o lançamento da pedra
fundamental e descerramento da placa.
Figura 3: Autoridades presentes no lançamento da pedra fundamental e descerramento da placa.
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LNA em dia
PanEOS
Uma primeira caracterização
de dados
Albert Bruch
omo foi amplamente divulgado na
mídia, o LNA, a Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria
(FUPAI) e a empresa russa JC “RPC
“PSI”, representando a ROSCOMOS
(Agência Espacial Federal da Rússia)
firmaram recentemente um acordo sobre a instalação de uma estação para a
detecção e o monitoramento de detritos
espaciais no Observatório do Pico dos
Dias (veja também o LNA em Dia No.
36 e a referente matéria nesta edição).
A estação, chamada PanEOS (Panoramic Electro-Optical System for Space
Debris Detection) contará com um telescópio da campo largo de 75 cm de
abertura como instrumento principal,
mais quatro câmaras menores (duas de
25 cm e duas de 13,5 cm de abertura),
colocadas na mesma montagem. Esses
instrumentos irão monitorar em luz
branca uma grande parte do céu visível
do OPD durante cada noite com tempo
adequado. Estima-se que a magnitude
limite das imagens do telescópio de 75
cm será de cerca de 19m.
Além da capacidade para detectar detritos espaciais, o PanEOS evidentemente também fornecerá uma cornucópia
de informações astronômicas mediante
o monitoramento de uma ampla área
celestial. Portanto, o LNA fez questão
de incluir no contrato sobre o projeto
um artigo que garante que uma cópia
de todas as imagens produzidas pelo
PanEOS permanecerá no Brasil, disponível para a comunidade científica para
qualquer pesquisa que possa ser feita
com esse material. Além disso, em conversas recentes os parceiros russos
avisaram que uma parte do tempo dis-
ponível nos telescópios poderá eventualmente ficar a disposição discricionária
da nossa comunidade.
Portanto, é interessante avaliar a real
utilidade dos dados que o PanEOS irá
produzir. Ainda não é possível responder essa questão satisfatoriamente,
uma vez que ainda não existem informações detalhadas sobre os procedimentos observacionais que serão
adotados ou sobre a os instrumentos
específicos a serem instalados junto
com os telescópios. Mesmo assim é
possível obter uma primeira noção sobre o assunto na base de alguns dados
provindos de uma outra estação igual
ao PanEOS, que já se encontra em
operação na Ásia central e que foram
colocadas a disposição do LNA.
OPD
C
Apresento aqui um resumo de uma breve caracterização desses dados para
providenciar à comunidade astronômica
brasileira uma ideia, ainda que bastante
preliminar, das capacidades do PanEOS para a pesquisa astronômica, esperando que desta forma os leitores já
podem começar pensar em projetos de
pesquisa, utilizando dos dados que estão por vir. A íntegra do estudo encontra-se no site do LNA para download
(http://www.lna.br/notastecnicas/index.html).
O material disponível para esse estudo
consiste de várias séries de imagens
feitas pelo telescópio de 75cm e de
25cm. Elas aparentemente não foram
calibradas (i.e., sem subtração do Bias
e correção do flat field) e foram tiradas
em uma noite de lua cheia. Não se sabe
ainda se uma calibração dos dados
ocorrerá rotineiramente. As imagens fo-
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ram obtidas em séries de 10 exposições
sequenciais de curta duração (entre 2 e
10 segundos). Isso faz sentido na busca
de detritos espaciais que se deslocam
no céu entre as exposições individuais,
mas não é ideal para pesquisa astronômica.
OPD
As imagens do telescópio maior tem um
tamanho de 2080 × 4612 pixels. A esca-
la de placa é de 2,0 “/pixel. Portanto, a
imagem cobre uma área de 2,6 × 1,2
graus quadrados. A orientação é tal que
o eixo longo do detector fica grosseiramente alinhado com a ascensão reta,
fazendo um ângulo de 16.4 graus com a
mesma. A Figura 1 mostra um exemplo
de uma exposição individual escalada
tal para ressaltar a diferença existente
entre duas partes do CCD.
Figura 1: Exposição individual de 8s de um campo estelar feito com o telescópio de 75cm.
A medição do tamanho de estrelas
(FWHM de uma Gaussiana ajustada ao
perfil) mostrou que a resolução das imagens fica em torno de 2,2”, apenas pouco acima da escala de placa. Na
ausência de informações sobre o seeing
no momento das observações é impos-
sível separar as contribuições da atmosfera e da ótica do instrumentos.
Distorções das imagens estelares – se
é que elas existem – permanecem no limite de detecção mesmo nos cantos
extremos do campo. Veja a Figura 2 para alguns detalhes de uma exposição.
Figura 2: Detalhes de uma imagem tirada com o telescópio de 75cm: À esquerda uma estrela brilhante e saturada; no
meio algumas estrelas mais fracas; à direita uma visão ampliada de uma das estrelas da imagem do meio.
A Figura 3 permite uma avaliação aproximada do limite de magnitude. Trata-se
de uma comparação entre uma exposição individual de 8s (esquerda, acima) e
a combinação de 10 imagens de 8s (esquerda, abaixo) com imagens do atlas
estelar digitalizado POSS II em azul (direta, acima) e vermelho (direta, abaixo).
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No quadro no topo foram marcadas algumas estrelas com magnitude (segundo o catálogo NOMAD) de V=13,10
(estrela 1), 15,72 (2), 14,93 (3), 17,04
(4) e 17,09 (5). As duas estrelas mais
fracas dessa amostra ficam próximo ao
limite de magnitude na exposição individual, mas são significativamente mais
LNA em dia
brilhantes do que as estrelas mais fracas na imagem combinada. Considerando ainda que as observações foram
feitas sob luz da lua cheia parece plau-
sível que a magnitude limite de 19m citada nos documentos de especificação
do PanEOS pode realmente ser alcançada.
Figura 3: Uma parte do campo estelar
observado com o telescópio de 75cm
para avaliar a profundidade da
imagem. Para detalhes, veja o texto.
xel a escala de placa é muito inferior a
do telescópio maior. A imagem cobre
uma área de 6,9 × 6,9 graus quadrados
no céu. A diferença do alinhamento dos
eixos com a direção este-oeste (ou norte-sul) é menor do que no caso do telescópio de 75 cm (2,6 graus).
Figura 4: Exposição individual de 10s
de um campo estelar feito com o
telescópio de 25cm.
Como já foi dito, esse pequeno estudo
somente pode ser uma avaliação muito
preliminar das capacidades do PanEOS
para pesquisa astronômica. Não sabemos ainda até que ponto as características do instrumental a ser instalado no
Brasil será idêntico àquele que deu origem aos dados utilizados aqui. Um estudo mais decisivo somente será
possível após o início das operações do
PanEOS no OPD. Se as imagens serão
OPD
Os dados do telescópio de 25cm certamente têm um interesse menor para
pesquisa astronômica. A Figura 4 mostra um exemplo: A imagem fica dividida
em quatro setores aparentemente com
níveis de bias diferentes. Seu tamanho
é de 2092 × 2092 pixels. Com 11,9 “/pi-
Albert Bruch é pesquisador do LNA.
realmente úteis para a astronomia também depende evidentemente, além da
qualidade das imagens e da estratégia
para as observações, decisivamente
dos objetivos de pesquisa e que devem
ser definidos pelos usuários em potencial.
Começem em pensar em aplicações científicas!
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Notícias do Soar
Testes de pré­envio do
STELES
Bruno Castilho
SOAR
N
os dias 13 e 20 de maio de 2016
foram realizados os testes de préenvio do espectrógrafo STELES. A
equipe técnica do SOAR (Jay Elias, diretor, Cesar Briscenõ, cientista de instrumento, Patricio Shuster, engenheiro
mecânico, Roberto Tighe, engenheiro
óptico, Manuel Martinez, engenheiro de
software, Omar Stay, engenheiro eletrônico) e parte da equipe do STELES
(Bruno Castilho, diretor LNA, Jesulino
Bispo do Santos, gerente do projeto,
Marcio Arruda, engenheiro de sistemas,
Orlando Verducci, engenheiro eletrônico, Luciano Fraga, astrônomo, Eder
Martioli, astrônomo, André Alves, engenheiro mecânico), reuniram-se nestas
datas para avaliar e testar o instrumento
para verificar se o mesmo atinge os re-
quisitos de instalação.
O documento de requisitos foi passado
ponto a ponto e foram revisadas tanto
as questões gerais como peso total
(830kg), dimensões, sistema de isolamento de vibração, sistema de suporte
no telescópio, quanto questões específicas como resolução atingida, faixa de
comprimento de onda, qualidade da
imagem. Foi também testado e avaliado
o software de controle. Algumas questões como a eficiência total do instrumento, estabilidade espectral, tempo de
duração da carga de nitrogênio, só poderão ser testadas quando o STELES
estiver instalado no telescópio. O SOAR
considerou o STELES aprovado para
envio.
Equipe do LNA participando da
videoconferência de testes
STELES montado, sem a
cobertura de proteção, no carro
de transporte
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Nas figuras abaixo podemos ver o resultado da imagem bidimensional das ordens do canal azul e vermelho e
também o espectro do Sol extraído.
Consideramos que a qualidade da imagem, posição das ordens e resolução
estão muito boas. O ajuste final será realizado no SOAR quando instalarmos o
criostato verdadeiro do STELES que
tem o detetor otimizado para cada canal
e as lentes corretoras de campo.
No dia 13 de junho o STELES foi desmontado e embalado para viagem, o
que deve acontecer em cerca de três
semanas após tenhamos a licença de
exportação emitida pela Receita Federal. A primeira viagem de montagem está prevista para julho e, assim como a
embalagem, será custeada pelo INCTA.
SOAR
Imagens bidimensionais das ordens dos canais azul e vermelho
Ordens extraídas do canal azul e vermelho
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SOAR
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H beta do sol observada com STELES
Bruno Castilho é
diretor do LNA.
STELES nas caixas para envio
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Estatísticas de submissão
de propostas ­ Semestre
2016B
Alberto Rodríguez Ardila
a chamada para envio de propostas semestre 2016B, encerrada em
15 de abril de 2016, foram recebidos um
total de 19 projetos de pesquisa. Quatro
instrumentos do SOAR foram oferecidos: o espectrógrafo de alto desempenho GOODMAN; a câmera imageadora
do SOAR, SOI; a câmera imageadora
no infravermelho, SPARTAN e o módulo
de óptica adaptativa do SOAR, SAM.
Além disso, a DECaM e o ARCOiRIS,
do Blanco 4m, estavam também disponíveis através de troca de tempo entre o
SOAR e esse telescópio. Ao todo, foram requisitadas 659 horas de observação com o SOAR.
A distribuição do tempo solicitado por
instrumento e por instituição encontrase nas Figuras 1 e 2, respectivamente.
Constata-se que o GOODMAN responde por mais da metade do total requisitado (53%), seguido pelo SAM, com
35%. SOI e ARCOiRIS tem 5% cada.
Os restantes 2% correspondem à câmera raptor (instrumento visitante). Nenhuma proposta foi submetida para o
SPARTAN.
Em relação à solicitação por instituição,
a situação se mantém bastante similar a
dos semestres anteriores. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul concentra 38% do total de tempo solicitado,
seguida do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da
Universidade de São Paulo, com 20%.
Essas duas Universidades respondem
por quase 60% das horas requisitadas.
UESC (Universidade Estadual de Santa
Cruz), o Observatório Nacional e a Universidade Federal de Minas Gerais têm
frações que alcançam os 15%, 10% e
8%, respectivamente. Lembra-se que o
critério utilizado nesta distribuição é a
instituição de afiliação do pesquisador
principal da proposta.
SOAR
N
Figura 1: Fração do tempo solicitado em 2016B por instrumento.
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SOAR
LNA em dia
Figura 2: Fração do tempo solicitado por instituição de afiliação do pesquisador
responsável da proposta.
O fator de pressão (FP) do semestre
2016B é mostrado na Figura 3. Para
efeitos de comparação, mostra-se também o FP dos semestres anteriores, a
partir de 2008A. O FP é definido pela
razão entre o número total de horas solicitadas e as efetivamente disponíveis.
Em 2016B, o Brasil conta com 340 horas para distribuir entre os diferentes
projetos. Esse número exclui horas já
comprometidas com projetos de longo
prazo (34 h), noites de diretor (17 h) e
tempo para ciência inicial com o BTFI
(17 h ). Assim, o fator de pressão final é
de 1.94. Percebe-se um ligeiro aumento
da demanda do telescópio em relação
aos dois semestres imediatamente anteriores. Ainda, é o valor mais alto dos
últimos 7 semestres.
A reunião da Comissão de Programas
do SOAR aconteceu no passado 18 e
19 de maio. A lista com os projetos que
ganharam tempo junto com as horas
concedidas já está disponível na página
no SOAR do LNA. Até a terceira semana de junho serão enviados aos PIs dos
diferentes projetos os pareceres finais
e, para aqueles contemplados com tempo de observação, o calendário com as
datas de observação assim como instruções para o preenchimento da Fase
II.
Alberto Rodríguez Ardila é
pesquisador e coordenador da
Coordenação de Apoio
Científico (CAC)
Figura 3. Evolução do Fator de Pressão no telescópio SOAR.
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Chamada para propostas de
Ciência Inicial com o SAM
Fabry­Perot do SOAR
Alberto Rodríguez Ardila
Data limite para submissão de propostas
16 de agosto de 2016
SOAR anuncia a chamada para
submissão de propostas para ciência inicial com o SAM Fabry-Perot. As
observações serão realizadas durante 4
noites no período setembro 29 - outubro
02/2016. SAM-FP é um instrumento de
uso restrito e um novo modo de operação do SAM para espectroscopia usando Fabry-Perot (FP) e SAMI. Testes
realizados pela equipe do instrumento
(C. Mendes de Oliveira, P. Amram, B.
Quint) continuam em andamento.
Dois modos de Fabry-Perot estão sendo
disponibilizados na presente chamada:
(1) Fabry-Perot de alta ordem p = 609,
com Finesse ~18,5 e uma faixa espectral livre (FSR) de 10,8 Angstroms, permitindo a construção de cubos de dados
com resolução espectral R ~ 11200 em
Halpha; (2) FP de baixa ordem, p = 134,
com Finesse ~ 30,5 e FSR = 49 Angstroms e R = 4100 em Halpha. Ambas as
configurações possuem um campo de
visão de 3 x 3 arcmin. Dois turnos de
observação bem sucedidos foram já realizados no modo de mais alta ordem.
Exemplos de ciência que podem ser
executados com o instrumento estão
descritos no documento mencionado
abaixo. Além disso, o artigo intitulado
“First results from SAM-FP: Fabry-Perot
observations with ground layer adaptive
optics – The structure and kinematics of
the core of 30 Doradus” de Mendes de
Oliveira et al. 2016 contém resultados
científicos obtidos com o SAM Fabry
Perot .
O modo de baixa resolução do Fabry
Perot já foi testado com sucesso, mas
as condições de mau tempo não permitiram utilizar os dados para fins científicos. A alta resolução do Fabry-Perot
com GLAO pode ser uma ferramenta
única no estudo da cinemática de objetos com linhas em emissão tais como
galáxias com formação estelar, escoamentos de gás, nebulosas planetárias,
objetos Herbig-Haro, e regiões HII gigantes, entre outros. A baixa resolução
é principalmente interessante para estudos de AGN, escoamentos de gás a nível galáctico, estudos de estrelas T
Tauri e eventos de perda de massa.
Um documento com a chamada para
submissão de propostas e instruções
adicionais para os interessados está
disponível
em
http://www.ctio.noao.edu/soar/sites/default/files/SAMFP_call_rev.pdf. Cópia do manuscrito
recentemente submetido com resultados científicos obtidos com o instrumento
encontra-se
disponível
em
http://www.ctio.noao.edu/soar/sites/default/files/Claudia_Oliveira_30Doradus_sm.pdf.
Interessados no envio de propostas devem contactar diretamente a Claúdia
Mendes de Oliveira ([email protected])
ou
Bruno
Quint
([email protected]) para discutir potenciais projetos, sua viabilidade e elaboração do texto com o projeto de
pesquisa.
SOAR
O
Alberto Rodríguez Ardila é
pesquisador e coordenador da
Coordenação de Apoio
Científico (CAC)
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LNA em dia
Ciência em Foco
SOAR
Esta nova seção do LNA em Dia tem como intuito informar sobre
resultados científicos obtidos com dados dos telescópios gerenciados
pelo LNA e publicados recentemente em revistas arbitradas de circulação
internacional. Pesquisadores interessados em divulgar seus resultados
podem nos enviar um texto de no máximo 4000 palavras e uma figura.
Telescópio SOAR encontra
novas estrelas massivas na
periferia do aglomerado
galáctico NGC 3603
David Sanmartim
U
tilizando os espectrógrafos Goodman e Osiris do telescópio SOAR,
realizou-se um estudo de uma amostra
de estrelas que são candidatas a pertencerem a classe de estrelas muito
massivas (VMS - Vary Massive Stars) e
que se localizam na periferia do aglomerado estelar Galáctico NGC 3603. A
partir desse estudo, confirmou-se a
existência de diversas VMS na periferia
do aglomerado. O primeiro grupo de objetos (RFS2, RFS5 e RFS7) identificados pelo estudo é composto de 3 novos
exemplares Galácticos de estrelas do tipo OIf*/WN, com massas iniciais bem
acima de 100 MΘ e idades estimadas de
cerca de 1 milhão de anos (1 Myr).
Aproveitando-se da alta sensibilidade
do espectrógrafo Goodman na região
azul do espectro ótico, pôde-se também
confirmar que de fato a estrela RFS3
(MTT68) é uma estrela O2If*, sendo,
junto com a estrela HD 93129A, os únicos exemplares Galácticos conhecidos
até a presente data. A sobreposição de
modelos teóricos de isócronas e a posição relativa dessas estrelas no diagrama H-R, mostraram que RFS3 é
provavelmente uma das mais massivas
(150MΘ) e luminosas (M_V=-7.3) estrelas do tipo O da Galáxia. Outro resultado importante desse estudo é a
descoberta de uma nova estrela O2v
(RFS1), sendo a primeira estrela dessa
classe até então identificada na Galáxia.
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O espectro ótico dessa estrela, obtido
com o espectrógrafo Goodman, é quase
um clone do protótipo da classe O2v,
que é conhecida como estrela BI 253 da
Grande Nuvem de Magalhães. Da sua
posição no diagrama H-R pode-se inferir que RFS1 tem uma massa inicial de
aproximadamente 80MΘ e magnitude
absoluta M_V=-6.0. Por fim, o estudo
ainda reportou a descoberta de um intrigante caso de uma nova estrela Galáctica O3.5If* (RFS8), que está localizada
bastante ao Sul do centro de NGC
3603, estando aparentemente isolada
em uma distância radial projetada de
cerca de 62 parsecs. Com base no diagrama H-R, estimou-se que RFS8 tem
uma massa inicial de aproximadamente
77MΘ, com uma magnitude absoluta
M_V=-6.4. A luminosidade dessa estrela é similar àquela da outra estrela
O3.5If* (Sh18) encontrada na parte interna do aglomerado. O fato de que
uma estrela tão massiva quanto RFS8
seja observada de forma tão isolada na
periferia do campo, levou os autores a
especular que talvez essa estrela tenha
sido expelida da região mais interna do
aglomerado através de um encontro dinâmico com um sistema binário muito
massivo.
LNA em dia
SOAR
Figura 1: Imagem do aglomerado Galáctico NGC 3603 obtida com o telescópio Spitzer e colorida artificialmente (azul 3.6 µm, verde - 4.5 µm e vermelho - 8.0 µm). São indicadas na figura as posições relativas aos aglomerados NGC 3576
e NGC 3590. Além disso indicam-se as posições das estrelas observadas.
Dados da publicação:
David Sanmartim é astrônomo
residente do SOAR.
Autores: Roman-Lopes, Alexandre.; Franco, Gabriel. A. P.; Sanmartim, David
Revista: The Astrophysical Journal
DOI: 10.3847/0004-637X/823/2/96
Link ADS: http://adsabs.harvard.edu/abs/2016ApJ...823...96R
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LNA em dia
Notícias do Gemini
Announcement of the request for proposals for the next Ge­
mini facility instrument
Gemini
The Association of Universities for Research in Astronomy, Inc. (AURA), on
behalf of Gemini Observatory is soliciting proposals to design, fabricate, assemble, test, deliver, and commission Gemini Observatory's next facility class
instrument, Gen 4#3. Gen 4#3 will be a wide-band medium-resolution spectrograph designed to take advantage of the Large Synoptic Survey Telescope
(LSST) follow up opportunities.
Gen 4#3 will be a highly schedule driven project. The instrument must be commissioned by December 31, 2022 to coincide with the planned start of LSST
survey operations. Gemini has a maximum available budget of USD
15,000,000 for a Gen 4#3 contract.
The solicitation is open worldwide and not restricted to the Gemini community.
The solicitation is a Request for Proposals (RFP) and will be evaluated with
evaluation factors provided in the solicitation. Proposals are due August 29,
2016. A pre-proposal conference will be held in Tucson, AZ, on June 8, 2016.
For the full RFP and more information, please visit: http://www.gemini.edu/sciops/future-instrumentation-amp-current-development/gen-43-home-page/rfp
Questions can be directed to Karen Godzyk via email at [email protected] or via telephone at 520.318.8357.
New GMOS Data Reduction Cookbook
A new data reduction cookbook for GMOS is now available on the US
NGO website. It offers instructions for the reduction and calibration of the
most common GMOS imaging and spectroscopy modes (longslit, multiobject spectroscopy, and integral field spectroscopy) in an easy-to-follow
format with a focus on the complete process. Also check out the Getting
Started page for information on data reduction for all Gemini facility instruments.
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LNA em dia
Gemini Observatory has an immediate ope­
ning for Head of Technology Development De­
partment.
The position will be based at Gemini South, La Serena,Chile.
Description
The Gemini Observatory has a rich AO program with the world-leading capabilities
of both GPI and our multi-conjugate AO system (GeMS) at Gemini South, and our
long history offering Altair at Gemini North. Future planned AO activities include improving and upgrading the Gemini North adaptive optics system, formed by Altair
(AO bench) and its related Laser Guide Star facility, and implementation of several
in-progress upgrades to GeMS, including a new laser, natural guide star wavefront
sensor, and deformable mirror.
Required Education/Experience/Skills/Abilities
- Undergraduate degree in astronomy, adaptive optics, or related technical field required.
- Graduate degree in relevant field is required, however equivalent experience may
substitute for an advanced degree.
Gemini
Gemini Observatory is recruiting for someone to head its Technology Development
Department (TDD). The TDD?s mission is to support internal and external development efforts for the observatory by investigating and implementing new technologies to improve our telescope, Adaptive Optics (AO), and instrument systems. The
TDD consists of Gemini´s Adaptive Optics group, Detector Engineer, and scientists
focused on maximizing the scientific productivity of Gemini´s telescope systems.
The TDD Head is responsible for continuing to develop Gemini´s telescope and AO
facilities to produce valuable and efficient science products for our user community.
We are especially looking for people with AO and observatory operations and development management experience. The ideal TDD Head will be motivated by the
opportunity to develop the department?s staff and take ownership of its mission to
keep Gemini´s telescope and AO systems compelling for their users.
- Some formal management education and training required.
- Five years of experience in managing technical groups and projects, preferably in
an observatory or instrumentation development environment and preferably in AO.
- Must have knowledge of telescope systems, optics, electronics, software and mechanical design principles, and technologies used in adaptive optics (like deformable mirrors, wavefront sensors).
- Must be fluent in written and spoken English. Spanish language skills desired.
- Excellent communication skills (written and verbal) are essential to create and deliver clear and inspiring presentations and reports.
As an Equal Opportunity and Affirmative Action Employer, AURA does not discriminate because of race, sex, color, age, religion, national origin, sexual orientation,
gender identity, lawful political affiliations, veteran status, disability, and/or any
other legally protected status under applicable federal, state, and local equal opportunity laws.
For further details and if interested, please apply via the internal job board:
https://rn11.ultipro.com/spa1004C/JobBoard/JobDetails.aspx?__ID=*8379D08EAFB1794B
https://rn11.ultipro.com/spa1004C/JobBoard/JobDetails.aspx?__ID=*8379D08EAFB1794B
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