diversidade - Planeta Sustentável
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diversidade - Planeta Sustentável
)2ELATvRIO3OCIOAMBIENTAL Índice Missão, Valores, Princípios e Visão 04 mensagem da presidência 05 nosso dna 06 perfil 07 diversidade 09 O caminho socioambiental 15 estratégia 18 operações industriais 23 logística e distribuição 26 suprimentos 29 MARKETING DE RELACIONAMENTO E EVENTOS 30 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 32 A responsabilidade da comunicação 33 A mídia da sustentabilidade 34 A educação no Brasil Fundação Victor Civita 36 Educar para crescer 40 Sistema de Ensino SER 41 Revisteca 42 Desarmamento Infantil 43 Mãos à Obra 45 Prêmio Melhores Universidades 46 Pessoas que fazem a diferença Prêmio ClAudia Prêmio Saúde 49 51 Construção e Moradia Prêmio Planeta Casa 52 Fórum Nacional da Sustentabilidade da Construção 54 A Cultura Brasileira Teatro Abril 55 56 Concerto Bons Fluidos e Estação Bem-Estar o jovem mtv 58 Projeto Mundo Jovem 61 Edição verde da Superinteressante 62 Mata Atlântica Clickarvore 64 A evolução do nosso modo de vida O Brasil que queremos ser 65 Guia Exame de sustentabilidade 66 Planeta Sustentável 68 Anúncios Bonificados 70 71 Praça Victor Civita Missão, Valores, Princípios e Visão Missão A Abril está empenhada em contribuir para a difusão de informação, cultura e entretenimento para o progresso da educação, a melhoria da qualidade de vida, o desenvolvimento da livre iniciativa e o fortalecimento das instituições democráticas do país. Valores Excelência, integridade, pioneirismo e valorização das pessoas. Princípios Foco no cliente, Rentabilidade e Competitividade. Visão Ser a companhia líder em multimídia integrada, atendendo aos segmentos mais rentáveis e de maior crescimento dos mercados de comunicação e educação. I Relatório Socioambiental 4 Mensagem da presidência A Abril tem a imensa satisfação de compartilhar com você o I Relatório Socioambiental do Grupo Abril. Ao percorrer este conteúdo, você conhecerá um pouco do que temos feito ao longo de 59 anos para a construção de um país melhor para todos nós. São projetos de responsabilidade corporativa e ações de sustentabilidade desenvolvidos por várias áreas da empresa. Todos eles retratam os valores que nos guiam - integridade, excelência, pioneirismo e valorização das pessoas - e que estão presentes na vida da Abril. Boa leitura! Roberto Civita Giancarlo Civita Presidente do Conselho de Administração e Diretor Editorial Presidente Executivo do Grupo Abril I Relatório Socioambiental 5 Nosso DNA A pluralidade e a liberdade de expressão como ativos Na Abril, falamos de todos os mundos, a todas as plateias e a todas as audiências. A qualidade de conteúdo é o que nos diferencia. Falamos em todos os meios de comunicação para uma geração 360 graus, para espectadores diversos: pessoas que leem, acessam, ligam, interagem. Nosso público interno também é assim. Uma cultura que se estimula pela coexistência de todas as tribos, através de meios de comunicação: revistas, sites, blogs, fóruns, eventos, debates, salas de aula, celulares, canais de televisão e espaços de construção coletiva. I Relatório Socioambiental 6 PERFIL Criada em 1950, a Abril é um dos maiores e mais influentes grupos de comunicação da América Latina, fornecendo informação, educação e entretenimento para praticamente todos os segmentos de público e atuando de forma integrada em diversas mídias. Atualmente, o Grupo emprega mais de 7.000 pessoas e é composto por seis unidades de negócios principais: Editora Abril Primeira empresa do Grupo, é especializada na produção de conteúdo para revistas e para as 42 versões online de suas publicações. Edita, anualmente, mais de 300 títulos, sendo líder em 21 dos 24 segmentos editoriais em que opera. Foram vendidos em 2008 mais de 156 milhões de exemplares de publicações da Abril, atingindo um universo de mais de 27 milhões de leitores. Abril Digital Unidade responsável pelo desenvolvimento e distribuição de conteúdos Abril via tecnologia wireless. Apostando na inovação e nos conceitos da web 2.0, a empresa vem intensificando suas ações em internet com produtos diversificados, que respondem à segmentação do público internauta. A Abril Digital também é pioneira em conteúdo para celular, oferecendo o maior portfólio em mídia mobile no país, inclusive conteúdos adaptados à plataforma 3G. Em 2008, a consolidação da Abril Digital promoveu à empresa o maior crescimento entre os players de internet, ficando entre os 15 maiores em audiência e entre os 6 primeiros em publicidade. I Relatório Socioambiental 7 perfil Abril Educação Constituída pelas editoras Ática e Scipione, lidera o mercado brasileiro de livros escolares, com mais de 4.000 títulos em catálogo e 37 milhões de livros produzidos por ano. A Abril Educação vem ampliando sua atuação por meio do sistema de ensino SER, que oferece material didático com integração de disciplinas, além de suporte pedagógico por meio de canais de interação com os professores e escolas. Grupo TV A MTV Brasil, lançada em 1990, é uma associação com a Viacom (EUA), o maior grupo de entretenimento do mundo. É a maior e mais importante TV segmentada do Brasil, com cobertura de 31 milhões de lares em 301 cidades brasileiras no total de 62% dos domicílios do país, atingindo cerca de 50 milhões de pessoas por mês. Gráfica Abril Unidade de apoio fundamental para as operações de impressão da Editora Abril e da Abril Educação. Com 1.100 funcionários e área de 45 mil metros quadrados, tem localização estratégica, próxima às principais saídas rodoviárias e aéreas da capital paulista, o que permite atuar de maneira integrada com as unidades de logística e distribuição, atendendo inclusive a demandas de outras editoras. Logística e distribuição A Dinap S/A é a empresa do Grupo responsável pela distribuição e comercialização dos títulos Abril e de 70 editoras clientes, em uma rede de 19 mil bancas e 10 mil pontos de venda entre revistarias, livrarias e outros canais. Com a aquisição da Fernando Chinaglia, em outubro de 2007, a distribuição foi centralizada em uma nova empresa, a Treelog, proporcionando mais inteligência e economia com a otimização do desempenho logístico das entregas. I Relatório Socioambiental 8 Diversidade Como comunicadora, a Abril sabe da importância da formação e comprometimento de seu capital humano. Há mais de 50 anos, sua história vem sendo escrita por pessoas talentosas e inovadoras que trabalham para informar e levar conhecimento à sociedade. Em 2008 fizeram parte do corpo de funcionários da empresa: Número de funcionários por sexo 3.179 4.995 Feminino Masculino Número de funcionários por idade 258 955 2.241 4 15 anos 1.200 de 16 a 24 anos 3.516 de 25 a 35 anos de 36 a 45 anos de 46 a 55 anos acima de 56 anos I Relatório Socioambiental 9 diversidade Número de funcionários por tempo de casa 1.009 1.042 1.560 1.472 1.785 1.306 menos de 1 ano de 1 a 2 anos de 3 a 5 anos de 6 a 10 anos de 11 a 15 anos acima de 16 Número de funcionários por escolaridade 13 702 3.602 137 até a 4ª série 718 de 5ª a 8ª série 3.001 Ensino Médio Ensino Superior Pós/Mestrado Pós/Doutorado A fim de reafirmar sua cultura e valorizar a diversidade, a Abril desenvolve três programas de contratação: I Relatório Socioambiental 10 diversidade Programa Talentos Especiais O objetivo do programa é reconhecer as potencialidades desses profissionais, desenvolvê-las e aplicá-las nas mais diversas áreas da estrutura da empresa. Para que essa inclusão fosse possível, a Abril passou por diversas mudanças que incluem: adequação dos processos seletivos, capacitação profissional das pessoas contratadas, revisão de políticas específicas, reestruturação arquitetônica das instalações, sensibilização e conscientização de funcionários e terceiros. Com isso, todos os funcionários puderam aprender, constantemente, a conviver com as diferenças em seu dia-a-dia. Em 2008, foi feita uma revisão das ações realizadas, e o principal ponto levantado foi o resultado do projeto de capacitação dos profissionais com deficiência, que aconteceu no final de 2007. De um total de 270 profissionais com deficiência, 100 foram convidados e 63 cumpriram integralmente os dois módulos de atividades que abrangeram os seguintes temas: conheça o Grupo Abril, ética, valores, convivência profissional e comportamento social, reflexão sobre a trajetória profissional individual, comunicação e língua portuguesa instrumental. Ao final da análise dos resultados obtidos, foi desenvolvido um novo projeto para 2009. A preocupação constante com a inclusão faz com que, periodicamente, o Grupo Abril participe de fóruns, palestras, encontros e outros eventos em que expõe seu know-how no assunto, apresentando o programa Talentos Especiais como um case de sucesso e incentivando a disseminação de ações similares em outras empresas. I Relatório Socioambiental 11 diversidade Programa Aprendiz O Núcleo de Recrutamento e Seleção coordena a realização de processos seletivos para contratação de pessoas entre 15 e 22 anos, estudantes ou formados no ensino médio público, para as diversas empresas do Grupo, como parte do Programa Aprendiz, do Governo Federal, que tem como objetivo oferecer formação técnica profissional a jovens, por meio do primeiro emprego. Para isso, a Abril desenvolve parcerias com instituições formadoras, em especial SENAI e SENAC, que desenvolvem capacitação técnica e comportamental, para que as atividades do Programa sejam divididas em teóricas, nas instituições, e práticas, na empresa, totalizando um período máximo de seis horas diárias. Além disso, os Consultores Internos de RH da Abril fazem o acompanhamento do desempenho dos jovens que, em 2008, totalizaram 90 aprendizes. I Relatório Socioambiental 12 diversidade Programa Jovem Cidadão A Abril também é parceira do Governo do Estado de São Paulo no Programa Jovem Cidadão, que tem como objetivo oferecer ao estudante do ensino médio público a oportunidade de inserção no mundo do trabalho por meio de um estágio remunerado. Participam do programa alunos regularmente matriculados no Ensino Médio da Rede Pública Estadual, com idade entre 16 e 21 anos. Desde de 2004, o Grupo Abril oferece a esses estudantes a possibilidade de vivenciar as relações do mundo organizacional, adquirir habilidades específicas, novas experiências e aprendizado em diversas atividades e a possibilidade de agregar novos valores à sua formação. Em 2008, 55 jovens participaram do Programa no Grupo Abril com contratos de quatro, cinco ou seis horas diárias válidos por seis meses, podendo ser prorrogados a um ano. Saúde e bem-estar Ciente da importância da promoção da saúde e bem-estar em seu corpo funcional, a Abril desenvolveu em 2008 diversos programas nesse sentido: I Relatório Socioambiental 13 diversidade Programa Gestante Nove encontros, que contaram com a participação de 50 grávidas, entre funcionárias e esposas de funcionários, dirigidos por profissionais da saúde que desenvolveram temas relacionados à gravidez, direitos e benefícios da gestação Programa Fisioterapia no Trabalho Orientações e exercícios no local de trabalho, três vezes por semana, realizados por fisioterapeutas com o objetivo de promover o bem-estar e prevenir doenças osteomusculares. Em 2008, o programa beneficiou 1.200 funcionários das áreas operacionais e administrativas da sede, bem como da Gráfica, logística e distribuição Programa Corpo e Vida Quick Massage O programa ofereceu massagens a 2.000 funcionários, a fim de prevenir do stress e promover o alívio da tensão no local de trabalho Programa Vida Nova Cerca de 3.500 funcionários passaram por exames médicos e laboratoriais para prevenção de doenças ocupacionais e avaliação de saúde geral Revise Saúde - Executivos No programa é feita a revisão periódica da saúde de 130 executivos do Grupo Campanha de Doação de Sangue A Abril promoveu em 2008 uma campanha de incentivo e promoção à doação de sangue, que contou com a participação de 50 funcionários Campanhas de Vacinação (Gripe e Rubéola) Em 2008, a campanha de vacinação promoveu a imunização de 6.000 funcionários contra gripe e rubéola Participação no Conselho Empresarial Nacional de Prevenção HIV/AIDS no local de trabalho A Abril participa junto com o Ministério da Saúde do Conselho que desenvolve ações voltadas à prevenção do HIV I Relatório Socioambiental 14 O caminho socioambiental Os negócios da Abril estão fundamentados em duas premissas: a liberdade de expressão e o direito à informação. Garantir à sociedade o cumprimento desses pressupostos, essenciais para a promoção do desenvolvimento do país, é a nossa principal responsabilidade. Em linha com nosso objetivo como comunicadores, colocamos a sustentabilidade em debate em nossas revistas ao lançarmos, em 2007, o Planeta Sustentável. Com esse projeto, foi possível apresentar diferentes pontos de vista, mostrar os fatos que circundam o tema e oferecer informação para o leitor formar sua opinião e decidir como agir. Esta linha transversal da sustentabilidade na expressão da empresa só foi possível porque a Abril sempre se preocupou com os problemas sociais do Brasil. Em 1985 criou a Fundação Victor Civita, que busca contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica do país. Assim, trabalhamos pelo efeito multiplicador das boas ideias ao compartilhar com nosso público os valores da sustentabilidade para transformá-los em ação. A ideia do Planeta Sustentável deu certo, e percebemos o impacto positivo na própria Abril. Paralelamente às iniciativas da organização, esses valores foram incorporados pelos funcionários que, com liberdade de criação, viram no ambiente de trabalho um espaço onde suas ações poderiam ter efeito transformador na busca pelo desenvolvimento sustentável. I Relatório Socioambiental 15 caminho socioambiental O tema ganhou importância e está sendo responsável por um movimento profundo de mudança cultural, sem imposição, iniciado por aqueles que conhecem a Abril e escrevem sua história. Com o efeito dinâmico do desejo voluntário desses grupos de fazerem a diferença, o valor da sustentabilidade passou a ser compartilhado e posto em ação através do diálogo aberto e constante. Dessa mobilização, surgiu a Agenda Ambiental da Abril, composta por grupos de construção coletiva que reúnem funcionários de diferentes áreas com o objetivo de buscar, em seu dia-a-dia, ações que possam minimizar os impactos no meio ambiente e promover benefícios sociais. O caráter transformador que marcou o ano de 2008 foi ainda reforçado com a inauguração da Praça Victor Civita. O espaço, onde anteriormente funcionava um incinerador de lixo e cujo solo era contaminado por metais pesados, se tornou um símbolo da conscientização ambiental dedicado a toda sociedade. Outra iniciativa de destaque e pioneira foi termos assinado o Programa Brasileiro GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol), do qual somos membro fundador e única empresa signatária do setor de comunicação do Brasil. Com esta assinatura, nos comprometemos $"35*-)"%" 4645&/5"#*-*%"%& a mapear e gerenciar nossas emissões de gases de efeito estufa. +6/)0 Continuamos nossa trajetória, conscientes das responsabilidades do presente, porém voltados para o futuro. Com liberdade e pluralidade, nosso caminho na construção da sustentabilidade se amplia a partir do envolvimento de muitos. Com isso, reafirmamos nosso compromisso de integrar os esforços da sociedade brasileira na busca pelo desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população. I Relatório Socioambiental 16 caminho socioambiental Régua de Ações 1985 1984 FVC Guia do Estudante 1999 1996 • Guia EXAME de Boas Práticas • Mãos à Obra Prêmio CLAUDIA 2000 Clickarvore 2001 Desarmamento Infantil 2002 2003 Concerto Bons Fluidos 2007 • Sistema de Ensino SER • Planeta Sustentável • Adaptação: Guia EXAME de Sustentabilidade 2009 • Programa Mundo Jovem Março • Ministro Carlos Minc na PVC Março • I Encontro Abril do GHG Março • IV Reunião da Agenda Ambiental Março • Abril apoia WWF “Hora do Planeta” - PVC Abril • Encontro do Clima Abril • Entrega do Inventário Piloto - GHG Maio • Preparatória COP15 Prêmio Planeta Casa 2004 Revisteca 2008 • Grupos Internos de Trabalho • I Reunião da Agenda Ambiental Maio • Adesão ao GHG Protocol Set • Conquista do selo FSC • Debate Praças e Parques • Inauguração da Praça Victor Civita – PVC • Dossiê MTV • Mídia da Sustentabilidade (MS) da Gráfica • Educar para Crescer • Oficina GRI aos Grupos de Trabalho • Abril se filia ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) • Câmara Técnica (CT) Gestão do CEBDS na PVC • Abril no Caring for Climate • I Fórum geral da Agenda Ambiental • Novo Acordo Ortográfico na PVC • MS do Novo Acordo Ortográfico I Relatório Socioambiental 17 Estratégia A preocupação do Grupo Abril em atuar gerando valor, além do econômico, para toda sociedade resultou em um projeto integrado de iniciativas em prol da sustentabilidade. Surgem em 2008, os grupos de construção coletiva, compostos por funcionários de diferentes áreas que buscam, em sua rotina de trabalho, ações que possam minimizar os impactos no meio ambiente e promover benefícios sociais. O tema ganhou importância e vem sendo responsável por um movimento de mudança cultural, sem imposição, iniciado por aqueles que conhecem a Abril e escrevem sua história. Com o efeito dinâmico do desejo voluntário desses grupos de fazer a diferença, o valor da sustentabilidade passou a ser compartilhado e posto em ação através do diálogo aberto e constante. Cada frente de trabalho tem como objetivo abrir o diálogo acerca de temas inerentes ao desenvolvimento das atividades, revisando processos e formas de pensar. Todas as ações desenvolvidas pelos grupos de trabalho são legitimadas no fórum institucional, nomeado como Agenda Ambiental. Este fórum é presidido pela Vice-Presidência de Relações Institucionais da Abril e participam dele as lideranças de cada área. Uma vez legitimadas, as ações sobem para o Plano Corporativo de Sustentabilidade. Aberta às relações horizontais e mais igualitárias, a Abril busca na contribuição direta de seus membros a legitimidade das suas ações para a construção de novas e melhores realidades em toda a sua cadeia de negócios. A seguir são apresentadas as principais frentes de trabalho, identificadas em 2008, para atuação inicial: I Relatório Socioambiental 18 estratégia Grupos de Trabalho por Área Logística e Distribuição Processo de Liderança no setor Transportes Embalagens Retornos Suprimentos Práticas de Sustentabilidade no Fornecedor Brindes Impressos gráficos Administração Predial Gestão da Iluminação Reavaliação dos itens do prédio, na busca pela certificação LEED Gráfica / Operações industriais Processo de Liderança no setor Produção Limpa Certificação da cadeia de custódia do papel Modelo de Gestão GHG Protocol Quantificação e gerenciamento dos GEEs Marketing de Relacionamento e Eventos Revisão de processos em eventos e relação com stakeholders TI Revisão de processos e criação de programas Projeto Planeta Sustentável I Relatório Socioambiental 19 estratégia OBJETIVOS ESTRATÉGICOS 1 GESTÃO DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 2 GESTÃO SUSTENTÁVEL DA CADEIA DE VALOR 3 PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE 4 LIDERANÇA NO SETOR COM A CRIAÇÃO DE DIFERENCIAIS COMPARATIVOS LINHAS DE AÇÃO 1. Comunicação institucional 2. Meio Ambiente 3. Condições e relações de trabalho 4. Relações com investidores 5. Engajamento em iniciativas externas 6. Consumo e Sustentabilidade 7. Inovação na construção de conhecimento 8. Ampliação do diálogo com a sociedade sobre sustentabilidade I Relatório Socioambiental 20 estratégia Modelo de atuação Plano corporativo de Sustentabilidade Grupos de trabalho Fórum de diálogo Avaliação e revisão da estratégia GREENHOUSE GAS PROTOCOL O Grupo Abril passou a integrar em maio de 2008, como membro fundador, o Programa Brasileiro GHG (Greenhouse Gas Protocol), metodologia internacional mais usada por empresas para mapear e gerenciar suas emissões de gases de efeito estufa. O Programa Brasileiro é uma ação do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, o World Resources Institute (WRI), o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A iniciativa conta também com o apoio financeiro da Embaixada Britânica e da agência de cooperação americana USAID. Primeira empresa brasileira de comunicação a subscrever o protocolo, a iniciativa faz parte da diversificada agenda de boas práticas em governança corporativa que a Abril desenvolve ao longo de sua história, tanto no plano editorial, quanto institucional. I Relatório Socioambiental 21 estratégia Na prática, ao aderir ao Programa, a Abril reconhece seu impacto ao meio ambiente e se propõe a introduzir mudanças em seu modo de operar que se traduzam na redução, ano a ano, de suas emissões de gases de efeito estufa. A construção coletiva das equipes, portanto, cumpre seu objetivo principal e atua como fator capaz de criar novas e importantes realidades, tanto para o Grupo quanto para a sociedade. O primeiro inventário, publicado em 2009, apresenta dados sobre seis gases causadores do efeito estufa (CO2, SF6,PFCs, CH4, N2O e HFCs) emitidos na sede do Grupo Abril, na Gráfica e em quatro centros de logística e distribuição (três em São Paulo e um no Rio de Janeiro). Nosso Inventário Piloto pode ser encontrado, na íntegra, no canal Abril no site do Planeta Sustentável: http://planetasustentavel.abril.com.br/grupoabril Emissão de Gee por escopo 13.028 ton CO2e = 20% 3.005 ton CO2e = 5% Escopo 1 Escopo 2 Escopo 3 47.793 ton CO2e = 75% TOTAL: 63.826 ton CO2 A previsão é de que o levantamento total seja incluído até o fim de 2009. No entanto, os resultados do Inventário Piloto, realizado em 2008, revelam um número parcial: 63 mil toneladas de CO2e, que representam cerca de 80% do total de emissões de gases de efeito estufa das operações do Grupo Abril. I Relatório Socioambiental 22 OPERAÇÕES INDUSTRIAIS O longo caminho de uma publicação, das florestas ao lixo, é o foco da atuação do Grupo de Operações Industriais. Consciente dos possíveis impactos ao meio ambiente gerados pelo grande uso de papel, a Abril busca e desenvolve práticas que os minimizem em toda a cadeia produtiva do ciclo do papel. Em julho de 2008, o Grupo Abril conquistou o selo de certificação florestal FSC (Forest Stewardship Council) que apoia o manejo florestal responsável. Após um ano, conquistou o selo PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification) que reconhece processos de manejos florestais regionais, respeitando as diferenças de cada um deles. Em 2010, a intenção de compra do Grupo Abril é que 100% do papel nacional e 83% do papel importado seja certificado, e juntos somarão 87% do papel utilizado em seu parque gráfico. Além disso, atualmente, 12% do papel utilizado são provenientes de fibras recicladas. I Relatório Socioambiental 23 operações industriais Essas certificações atestam que o papel utilizado na Gráfica é proveniente de áreas de manejo responsável de florestas, causando o mínimo impacto possível ao meio ambiente e cumprindo normas ambientais, sociais e econômicas. O manejo responsável de florestas visa manter o balanço entre o plantio e corte da madeira, protegendo as florestas nativas e a biodiversidade. Em todo o mundo, apenas 8% das florestas comerciais possuem algum tipo de certificação que garante esse processo. Certificações Às certificações ambientais, somam-se diversas ações em andamento na Gráfica do Grupo Abril, que compõem seu modelo de gestão focado em: “fazer o necessário, com o suficiente, de um jeito bom para todos” Para atender o cliente Com eficiência de recursos e afirmando os valores da Abril Respeitando os interesses dos públicos envolvidos e da sociedade I Relatório Socioambiental 24 operações industriais Modelo de Gestão Coleta seletiva dos resíduos de escritório Papel e plástico destinados a instituições cadastradas do entorno Destinação para reciclagem de resíduos industriais Tratamento parcial dos gases gerados na secagem das tintas offset Meta para 100% de tratamento Estação de Tratamento de Efluentes Industriais - ETE Projeto em vigor desde 1969 Reúso da água da ETE pós-tratamento Sistema de recuperação de tolueno Reúso da água na fabricação de chapas para impressão offset Aproveitamento do calor exaurido do sistema de resfriamento dos compressores de ar - Projeto com premiação internacional Utilização do calor da chaminé da caldeira - economia de 6% no consumo de gás natural para cada 10ºC de elevação da temperatura da água - Projeto com premiação internacional Reciclagem das aparas de papel / Sistema de captação do pó das aparas Reúso da água da Central de Recuperação de Solventes - gera vapor, evita contaminação na rede pública de esgoto e reduz o consumo de água - Projeto com duas premiações internacionais Frentes de trabalho: • PLAR (Produção Limpa Atitude Responsável) - aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos gráficos • Programa Brasileiro GHG Protocol - Greenhouse Gas Protocol, metodologia internacional usada para quantificar e gerenciar emissões de gases de efeito estufa • Conquista das Certificações FSC e PEFC - Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) e Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes I Relatório Socioambiental 25 LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO A Treelog, responsável pela logística e distribuição na Abril, possui grupos para monitorar e buscar iniciativas e melhorias socioambientais a serem aplicadas nas frentes de trabalho de transportes, embalagens e logística reversa (retornos, devoluções e descartes). Principais pontos de melhorias levantados: Transportes Redução das emissões de CO2 através das seguintes ações: • Manutenção preventiva dos veículos • Substituição dos combustíveis fósseis • Otimização dos roteiros e entregas • Compartilhamento de cargas I Relatório Socioambiental 26 logística e distribuição • Redução e eliminação de materiais poluentes • Descarte adequado de pneus e lubrificantes • Substituição de baterias com materiais pesados Práticas que garantam saúde e bem-estar dos motoristas Boas práticas nas relações trabalhistas nos transportes Eliminação do trabalho informal (“chapas”) Prevenção ao trabalho infantil Definição de indicadores socioambientais e econômicos para práticas junto aos fornecedores Embalagens Redução do uso de embalagens através de esquemas de menor unitarização Descarte adequado e reciclagem das embalagens Substituição de paletes one-way de madeira por paletes plásticos recicláveis (closed loop) Pesquisa de fornecedores para substituição dos sacos plásticos por biodegradáveis Logística reversa Mapeamento das entregas, retornos, destinações e descartes atuais Redução dos retornos Processo de gestão dos retornos recolhidos para melhor destinação das publicações (Em elaboração) I Relatório Socioambiental 27 logística e distribuição Atualmente, a Abril faz inventário de todos os resíduos resultantes de sua produção, buscando dar destinação adequada a cada um e, assim, minimizar seu impacto no meio ambiente: • Aparas (revistas, papelão e papel) – resultado do processo industrial Vendidas à empresa terceirizada, com certificação ISSO 14.001, que destina todas as aparas a empresa de produção de papel. • Plásticos (Strech, fita de arquear, entre outros) – resultado do processo de logística O gerenciamento dos resíduos plásticos é feito por empresa terceirizada, que encaminha o material a empresas que os transformam novamente em grãos de matéria-prima. • Ferro (sucata) Parte da sucata é encaminhada à reciclagem e outra parte é vendida no mercado. • Madeiras (paletes em desuso) – resultado do processo de distribuição São encaminhados a lavadoras industriais, licenciadas pela CETESB, para reaproveitamento. • Lixo orgânico Compactado e enviado para aterro autorizado pela prefeitura. I Relatório Socioambiental 28 SUPRIMENTOS O grupo de Suprimentos, responsável pelos materiais usados nas atividades de todo o Grupo Abril, além dos critérios econômicos, foca sua atuação no desenvolvimento de melhorias socioambientais em três frentes de trabalho: • Práticas de Sustentabilidades no Fornecedor Criação de indicadores socioambientais a serem aplicados no processo de seleção de fornecedores nos casos de revisão do mercado (sourcing) e processos de licitação. Estes indicadores integrarão os contratos e ordens de compras firmados, priorizando fornecedores com boas práticas e incentivando a adoção de iniciativas socioambientais. • Brindes Incentivo aos fornecedores para inovar e trabalhar com produtos de melhor perfil socioambiental. Produzindo brindes que levem em conta critérios socioambientais, a Abril pretende aumentar a oferta de produtos dentro desse perfil, com custos atrativos e um ! Kit escritório Abril Educação enfoque educacional. • Impressos Gráficos Otimização de processos e materiais usados e atuação na cadeia produtiva de serviços gráficos, com intuito de minimizar os impactos socioambientais que a demanda do Grupo Abril gera. Reutilização de banners e geração de renda I Relatório Socioambiental 29 MARKETING DE RELACIONAMENTO E EVENTOS O grupo passou a rever a concepção e operacionalização dos eventos de modo a minimizar o impacto no meio ambiente por meio do gerenciamento dos resíduos gerados e reaproveitamento dos materiais utilizados. Os projetos passaram a ser desenvolvidos levando em conta uma nova proposta de trabalho, na qual são considerados os interesses de diversos públicos para incentivar iniciativas socioambientais nos fornecedores e nos participantes dos eventos. Revisão no desenvolvimento de eventos I Relatório Socioambiental 30 marketing de relacionamento e eventos Além disso, são estudadas ações a serem colocadas em prática no Prêmio Abril de Publicidade, principal ação de relacionamento da Editora Abril com o mercado publicitário, para conscientizar e aumentar a visibilidade da sustentabilidade na área. Compartilhamento de cenografias Neutralização dos eventos em 2008 Evento Prêmio Abril de Publicidade 2008 Emissões Árvores Plantadas 6,22 40 24,06 152 Planeta Sustentável - Parque do Ibirapuera 45,17 286 Inauguração da Praça Victor Civita Editora Abril 8,63 55 Convenção Editora Abril 17,08 108 101,16 641 IV Estação Bem-estar e VI Concerto Bons Fluidos - 2008 Total I Relatório Socioambiental 31 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A abordagem da sustentabilidade na Tecnologia da Informação (TI) vai além do Data Center. Para reduzir o impacto ambiental causado por seus processos, ações e ciclo de vida da estrutura, o grupo estuda e implanta mudanças em duas áreas: • Comportamento: ampliar a consciência e o aprendizado sobre formas mais sustentáveis de utilizar os recursos de TI • Tecnologia e processos: reduzir o consumo de energia, economizar espaço e melhorar a qualidade dos serviços prestados Ao final de 2008, a Abril concluiu o processo de virtualização dos servidores, que resultou em 25 servidores desativados e 72 virtualizados. Com isso, o grupo acompanha a evolução da tecnologia ganhando mais flexibilidade para variação de demanda e melhor aproveitamento dos custos e serviços. Do ponto de vista ambiental, o processo reduz o consumo de energia e diminui a emissão de CO2. Equipes Integradas I Relatório Socioambiental 32 A responsabilidade da comunicação Visão para o desenvolvimento sustentável do Grupo Abril Todas as mudanças promovidas na cultura e estratégia da Abril pela incorporação do conceito de sustentabilidade foram motivadas pela convicção e desejo de mudar. A Abril comunica suas práticas e conquistas neste cenário com o anseio de compartilhar seus valores e incentivar sua evolução. Greenhouse Gas Protocol Certificação Forest Stewardship Council (FSC) I Relatório Socioambiental 33 A mídia da sustentabilidade Uma das principais maneiras de disseminar os conceitos de sustentabilidade na sociedade é abordar o tema nas publicações dos diversos segmentos. A Mídia da Sustentabilidade oferece este espaço para as empresas patrocinadoras do Planeta Sustentável contarem sobre suas iniciativas junto ao tema. 2007: MS2_Veja 13/08/2007 15:18 Page 2 A Abril juntou suas forças com grandes parceiros e mergulhou de cabeça no projeto PLANETA SUSTENTÁVEL. O que era uma boa idéia virou realidade e vem se materializando, desde abril deste ano, numa enorme campanha de mobilização pela preservação da qualidade de vida das pessoas e da natureza, hoje e no futuro. Somar forças para multiplicar idéias e atitudes em favor de um futuro melhor. Uma grande ação de comunicação. > Para ampliar a consciência sobre desenvolvimento sustentável: econômico, social, cultural e ambiental. > Para falar com milhões de pessoas em todo o país. > Para envolver 55 revistas e 33 sites Abril na produção de conteúdos diversos, na criação de uma biblioteca sobre o assunto, na promoção de fóruns e debates. Uma boa ação, por uma causa planetária. Desde o lançamento do projeto, quase 400 páginas de revistas e mais de 100 matérias foram editadas, disseminando conhecimento e propondo a reflexão. E, neste momento, muitas outras reportagens, entrevistas, resenhas de livros, fotos, ilustrações, gráficos e outros materiais estão sendo produzidos. Tudo isso com um só objetivo: atingir milhões de homens, mulheres, jovens e crianças, e impulsionar cada um deles a fazer a sua parte na construção de um planeta sustentável, inclusive você. Junte-se a nós, participe. É possível fazer muito e devemos fazer já. www.planetasustentavel.com.br Conheça as ações da Abril pela sustentabilidade e saiba como ser, também, um agente transformador. MS_Abril Aprovada 17/04/2007 19:54 Page 2 MS4_202x266_Veja 13/11/2007 17:25 Page 2 Quem lê aprende, conhece, descobre, viaja no tempo, se diverte. Abre os olhos para o mundo e consegue até se enxergar melhor, entender o seu papel no universo. A Abril acredita nisso e investe na produção de conteúdo de qualidade. Mas não é só o que ela faz. Além de publicar centenas de títulos de revistas, livros, coleções e estar presente também na internet e na televisão, o Grupo faz questão de atuar em favor da leitura, da educação e do conhecimento por meio de projetos que multiplicam possibilidades e potencializam ainda mais a força de cada palavra. Desde 1950 a Abril trabalha por um mundo melhor. Informando, difundindo cultura, contribuindo para o progresso da educação e da qualidade de vida, pautando sua trajetória na valorização do ser humano e suas expressões. A vocação para a informação e o conhecimento faz parte do DNA da Abril e ganha agora uma nova dimensão com a sua participação no projeto PLANETA SUSTENTÁVEL. Esta é mais uma da série de ações realizadas pela Abril ao longo de sua história a favor do desenvolvimento sustentável em todos os níveis. Estimular o gosto pela leitura Atuar hoje é promover a reciclagem de idéias e alternativas para a sustentabilidade. com os olhos no amanhã. O projeto REVISTECA é um deles: consiste na doação de revistas e na formação de espaços de leitura em bibliotecas de bairros carentes e escolas da rede pública de ensino. A primeira REVISTECA foi inaugurada em 2005, na Grande São Paulo e, desde então, mais de 200 entidades participam do programa, que está presente em todos os estados brasileiros. Quando o conceito de sustentabilidade ainda não fazia parte do cotidiano e das discussões da sociedade brasileira, a Abril deu seu primeiro grande passo de responsabilidade social criando a Fundação Victor Civita, que influenciou decisivamente na melhoria da educação básica no país. Também desenvolveu planos e disponibilizou recursos para várias iniciativas, em diferentes frentes, da preservação do meio ambiente ao reconhecimento de talentos e à promoção da cidadania. O incentivo à leitura também é o objetivo de outras ações realizadas pela Abril e parceiros. LETRAS DE LUZ beneficia 51 municípios com oficinas de leitura, apresentações teatrais e doação de acervos literários. Na CAMPANHA DE DESARMAMENTO INFANTIL armas de brinquedo são trocadas por revistas infantis. O foco, além do estímulo à leitura, é a valorização da paz. E até os funcionários da Abril entram em ação: o projeto ENTORNO atinge professores e milhares de alunos de escolas públicas, com a formação de educadores, doação de livros e a participação de voluntários da empresa em círculos de leitura e atividades com contadores de histórias. A partir de hoje, mais do que produzir conteúdo editorial, criar uma biblioteca sobre o assunto, promover fóruns e debates sobre o tema, a Abril vai mostrar, em suas revistas e no site www.planetasustentavel.com.br, idéias relevantes para essa causa. São referências que poderão contribuir para o debate, motivar, despertar consciências e gerar repercussão. Seja no universo das grandes corporações, seja no dia-a-dia de cada pessoa, o objetivo aqui é impulsionar uma grande mobilização pela sustentabilidade. Educação, cultura, informação e entretenimento são a base do nosso negócio. Fazer com que sejam ferramentas para a construção de um mundo mais saudável, mais justo e mais feliz é o nosso ideal. Com o PLANETA SUSTENTÁVEL a Abril declara a sua preocupação com o planeta e com as futuras gerações. E coloca toda a sua força de comunicação na superação de um grande desafio: contribuir para um mundo melhor. Acesse o site www.planetasustentavel.com.br Conheça as ações da Abril pela sustentabilidade e saiba como você também pode ser um agente transformador. Escola Municipal de Educação Infantil Brigadeiro Eduardo Gomes www.planetasustentavel.com.br Conheça essas e outras ações da Abril. Seja também um agente transformador. I Relatório Socioambiental 34 a mídia da sustentabilidade 2008: MS5_202x266_Veja 19/03/2008 11:42 Page 2 Além de desempenhar seu papel principal - produzir conteúdo, informar e divertir - a Abril está cada vez mais envolvida em projetos que contribuem para a preservação do meio ambiente e da qualidade de vida das próximas gerações. Com palavras e atitudes, plantar um futuro verde. Clickarvore Um dos mais bem-sucedidos projetos de restauração florestal do país surgiu da união das ONGs SOS Mata Atlântica e Instituto Ambiental Vidágua com o Grupo Abril. Desde sua criação, no ano 2000, até hoje, mais de 13 milhões de mudas de árvores foram doadas em 9 estados do Brasil a partir da colaboração dos internautas. Você também pode fazer isso acessando www.clickarvore.com.br Viveiro de mudas nativas da Fundação SOS Mata Atlântica na cidade de Itu (SP). Praça Victor Civita Esse projeto pioneiro do Grupo Abril em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo reabilitará uma área contaminada para uso público. No espaço, eventos de lazer, esporte, educação e cultura farão o visitante refletir e aprender sobre sustentabilidade. INFORME PUBLICITÁRIO /B1SBmB7JDUPS$JWJUB VNBBVMBEFDJEBEBOJB Prêmio Planeta CASA Desde 2002, a revista CASA CLAUDIA destaca projetos, ações e produtos ligados ao morar e que são ambientalmente sustentáveis. " QBSUJS EB SFWJUBMJ[BmkP EF VNB gSFB VSCBOB EFHSBEBEB BCSFTF VN OPWP FTQBmPQ|CMJDPFN4kP1BVMPQBSBBTVTUFOUBCJMJEBEFFBRVBMJEBEFEFWJEB Gerida pelo Instituto Abril, em parceria com a Subprefeitura de Pinheiros, a comunidade, o Itaú, a Even Construtora e a Petrobras, a Praça Victor Civita oferece à população um instigante complexo de lazer, educação e cultura. Museu da Sustentabilidade Contação de histórias Concertos didáticos Operações industriais A Gráfica Abril há tempos mobiliza-se para reduzir e racionalizar o uso da água, dar tratamento adequado aos resíduos e utilizar de forma eficiente qualquer tipo de energia em suas operações. Lá as atividades têm a intenção de promover a reflexão, inspirar, informar e criar um ponto de referência sobre questões ambientais e urbanas. De apresentações musicais e debates a oficinas de reciclagem e aulas de ioga, tudo o que diz respeito à qualidade de vida e ao bem-estar da comunidade tem lugar na nova praça. Esses projetos e outras ações da Abril, como a coleta seletiva em suas dependências e a compra de papel certificado originário de reflorestamento para suas publicações, são passos confiantes num futuro melhor. "MrOHVBQPSUVHVFTBUBNCnN FOUSBOBQBVUBEBQSBmB Cumprindo seu papel nos debates que dizem respeito aos interesses da comunidade, a Praça Victor Civita recebeu na primeira semana de dezembro um grupo de professores de escolas do seu entorno para uma palestra sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Pensando na adaptação dos professores às mudanças ortográficas, o Grupo Abril, representado pela Fundação Victor Civita, Abril Educação e Editora Abril, promoveu um encontro sobre as principais alterações do novo acordo no auditório do Museu da Sustentabilidade - um dos espaços da praça. Na Abril os primeiros passos rumo à nova ortografia foram iniciados em maio deste ano, com a revisão dos livros das editoras Ática e Scipione. E, a partir de janeiro de 2009, todas as suas revistas já estarão adaptadas às novas regras. Mas também é preciso levar a discussão à comunidade. O evento foi o primeiro de uma programação maior, que deverá incluir, entre outras atividades, uma semana inteira de aulas e debates no início do próximo ano letivo. www.planetasustentavel.com.br O professor Francisco Marto Moura, autor de livros de português, mostrou aos professores como as novas regras afetarão o dia-a-dia na escola. Conheça mais sobre essas iniciativas. Seja também um agente transformador. "CFSUBBUPEPUJQPEFEJTDVTTkPJODFOUJWBOEPBFEVDBmkPFBDVMUVSBB1SBmB7JDUPS$JWJUBBKVEBBQPQVMBmkP BTFNPCJMJ[BSFQSBUJDBSPCFBCgEBDJEBEBOJB4BJCBNBJTFNXXXQSBDBWJDUPSDJWJUBBCSJMDPNCS 2009: apresenta: INFORME PUBLICITÁRIO ""CSJMCVTDBTPMVm{FT QBSBDMBSFBSPTIPSJ[POUFTEPQMBOFUB Da quantificação e gerenciamento das suas emissões de gases de efeito estufa até pequenas ações no dia a dia das suas unidades, a Abril mobiliza-se cada vez mais para melhorar a qualidade de vida: em seus processos, no entorno, nas cidades. Foi a primeira empresa brasileira de comunicação a aderir ao Programa Brasileiro GHG Protocol – Greenhouse Gas Protocol – no país porque está preocupada com seus impactos no ambiente. E mesmo sabendo que é um agente transformador – difundindo informação, educação e conhecimento sobre sustentabilidade – acredita que também deve agir cotidianamente para expandir a consciência sobre o tema. "MHVNBTJOJDJBUJWBTRVFBKVEBN BSFWFSUFSFTUBQPMVJmkPEBDJEBEF $PNFMBTB"CSJMEFJYBEFQSPEV[JSUPOFMBEBTEF$0FQPVQBOEP VNBRVBOUJEBEFEFgSWPSFTFRVJWBMFOUFBRVBTFDBNQPTEFGVUFCPM Entrega das Revistas A frota leve terceirizada de veículos a gasolina foi substituída por veículos a álcool e GNV. E 77% da rede de distribuidores utilizam ciclistas na entrega porta a porta. Assim, mais de 1.250 bicicletas tiram 600 motocicletas das ruas todos os meses. 0JOWFOUgSJPQJMPUPEBTFNJTT{FTEFHBTFTEFFGFJUPFTUVGBEB"CSJMFTUgBCFSUPhTPDJFEBEF /BJOUFSOFUCBTUBBDFTTBSIUUQQMBOFUBTVTUFOUBWFMBCSJMDPNCSHSVQPBCSJM Gráfica Abril A melhoria de eficiência energética da Caldeira resultou em menor consumo de gás natural. E o uso de novas tecnologias eletroeletrônicas garante maior eficácia no consumo de energia elétrica. Datacenter A virtualização dos servidores possibilitou a economia de equipamentos e de 520 mil kWh/ano. &DPOPNJBEF$0F 50/&-"%"4"/0 ÂSWPSFTRVFTFSJBNOFDFTTgSJBT QBSBDPNQFOTBSPWPMVNFEF$0F "#4037&/%0103"/0 5SPDBEF DPNCVTUrWFM #JDJDMFUBT $BMEFJSB $POTFSWBmkP EFFOFSHJB %BUBDFOUFS /|NFSPT CBTFBEPT OB $BMDVMBEPSB "CSJM EFTFOWPMWJEBOP*OWFOUgSJP1JMPUPEF apresenta: %FJYBNPTEFQSPEV[JS UPOFMBEBTEF$0F QPVQBOEPPUSBCBMIPEFgSWPSFT 0TEFNBJTHBTFTEFFGFJUPFTUVGBDPOUFNQMBEPTOPJOWFOUgSJPTkPDPOUBCJMJ[BEPTFNWPMVNFEF$0 FRVJWBMFOUFBPTFVJNQBDUP I Relatório Socioambiental 35 A educação no Brasil Fundação Victor Civita Idealizada pelo fundador da Abril, Victor Civita, a Fundação que leva seu nome foi criada em 1985 com a missão de contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil. A entidade trabalha no desenvolvimento das competências do educador da escola pública, elo fundamental na multiplicação de uma educação de qualidade no país. http://revistaescola.abril.com.br/fvc Projetos: Revista Nova Escola F U N D A Ç Ã O V I C T O R C I V I T A www.novaescola.org.br Principal iniciativa da Fundação Victor Civita, é a maior revista de educação no Brasil e seu conteúdo é focado na divulgação R$ 2,90 CAPA e o aperfeiçoamento profissional dos professores. A revista - 11/11/08 21:13 - Nova Escola é hoje a segunda maior em circulação nacional. Composite - MNOVAIS Distribuída a 200 mil escolas públicas de ensino fundamental, NOVAESCOLA - NESCOLA - 1 - 01/12/08 NOVAESCOLA de informações que contribuam diretamente para a formação As expressões que o professor usa sem saber direito o que significam. Pág. 42 E MAIS ■ É hora de levar a garotada da pré-escola para conhecer o 1o ano. Pág. 56 ■ As tendências no ensino de História. Pág. 72 ■ Conheça o projeto de formação da Escola Nota 10. Pág. 80 ■ Como não perder o controle da classe. Pág. 84 chegando a 100% dos municípios brasileiros, beneficia 25 milhões de alunos e tem 3,3 milhões de leitores mensais, entre professores, diretores, coordenadores e público interessado pelo tema Educação. http://www.ne.org.br I Relatório Socioambiental 36 a educação no brasil > fundação victor civita Guia VEJA na Sala de Aula Criado há dez anos, o projeto relaciona reportagens selecionadas da revista VEJA com matérias do currículo do Ensino Médio. Com isso, os assuntos estudados em sala de aula ganham perspectivas práticas e atualizadas do cenário contemporâneo. http://veja.abril.com.br/idade/saladeaula/guia/guia.html Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 Através do Prêmio, a Fundação destaca anualmente professores do Ensino Fundamental que desenvolvem os melhores trabalhos docentes, valorizando o educador e realçando para a opinião pública, sua importância na formação do futuro do país. O evento, mais famosa premiação na área de educação no Brasil, é transmitido em rede nacional e assistido por 4,2 milhões de pessoas em 14 estados brasileiros. http://revistaescola.abril.com.br/premiovc/ Profissão professor Os vencedores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 apresentam suas premiadas práticas de ensino em uma série de programas, transmitida em rede nacional pela TV Cultura. http://revistaescola.abril.com.br/fvc/profissao-professor.shtml I Relatório Socioambiental 37 a educação no brasil > fundação victor civita Letras de Luz O programa Letras de Luz, desenvolvido em parceria com a EDP Energias do Brasil, é voltado ao incentivo à leitura como instrumento de fomento de educação, cultura e cidadania. Desenvolvida em três vertentes - oficinas de fomento à leitura, capacitação e apresentações teatrais e doação de acervo de livros literários –, a iniciativa beneficia estudantes de 1ª à 4ª série do Ensino Fundamental em 51 municípios do Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins. http://revistaescola.abril.com.br/fvc/letras-de-luz.shtml Matemática é D+ O programa Matemática é D+ tem como principal objetivo orientar e preparar a equipe escolar para investir permanentemente na qualidade do ensino e da aprendizagem da matemática. Para isso, oferece em seu site planos de aula e encartes especiais da Nova Escola sobre a matéria. http://revistaescola.abril.com.br/fvc/projetos_FVC/matematica/ home.htm I Relatório Socioambiental 38 a educação no brasil > fundação victor civita Projeto Entorno Iniciado em 2006, o Projeto implementa ações culturais e educacionais de incentivo à leitura, em parceria com as Secretarias Municipal e Estadual de Educação, por meio da ampliação das bibliotecas e salas de leitura das escolas participantes com a doação de livros literários de interesse de professores e alunos. O Projeto Entorno conta com a participação de 50 voluntários da Abril e beneficia 150 educadores e 5 mil alunos de Educação Infantil e Ensino Fundamental das escolas públicas vizinhas às unidades da Abril. Ao todo, seis escolas municipais e uma estadual recebem doação de livros, participam de saraus, círculos de leitura e atividades com contadores de histórias. http://revistaescola.abril.com.br/fvc/projeto-entorno.shtml I Relatório Socioambiental 39 a educação no brasil Educar para Crescer Iniciado em 2008, o Educar para Crescer é um projeto sem fins lucrativos do Grupo Abril que tem por objetivo ampliar o conhecimento da sociedade sobre as principais questões da educação brasileira. O conselho consultivo que lidera o projeto é formado por membros da Abril, parceiros com atuação na área, representantes dos patrocinadores, e personalidades de destaque na Educação. Periodicamente, seus membros se reúnem para definir os rumos para cumprir o objetivo de transformar a educação na grande pauta nacional. São realizados fóruns semestrais sobre o tema e uma pesquisa anual que retrata a Educação no Brasil relatando pontos críticos a serem melhorados. Além disso, o Educar para Crescer é apresentado em páginas das publicações da Abril e conta com um portal na internet, com notícias, reportagens e cartilhas em prol do ensino com o objetivo de mobilizar as pessoas para a criação e desenvolvimento de ações concretas e mensuráveis na área. www.educarparacrescer.com.br VOCEˆ SABE O QUE E´ IDEB? É um índice importantíssimo para o futuro do seu filho e do país, mas apenas 15% dos brasileiros sabem o que é 9 VERDADES E 1 MITO SOBRE O IDEB 1 2 3 4 5 6 7 8 O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica mede a qualidade do ensino público Revela se os alunos de escola pública estão aprendendo o que precisam na idade certa Indica a qualidade do ensino da escola do seu filho, do seu município e do seu estado Toda escola pública tem uma nota de 0 a 10 no IDEB. Quanto maior a nota, melhor a qualidade do ensino na escola Uma nova nota do IDEB é divulgada a cada dois anos O ideal seria que toda escola pública tivesse uma nota igual ou superior a 6 9 Toda escola pública possui uma meta individual no IDEB. Cobre dos governantes e diretores das instituições o cumprimento dessas metas O MITO Quem tem filhos em escola particular 1 nãoo precisa saber o que é IDEB Educação cação pública de qualidade ualidade é responsabilidade onsabilidade de todos.Verifi dos.Verifique o IDEB EB de sua cidade de e cobre os seus us governantess O resultado mais recente do IDEB aponta uma média nacional de: ✓ 4,2 para as séries iniciais do ensino fundamental; ✓ 3,8 para as últimas séries do ensino fundamental; ✓ 3,5 para as séries do ensino médio Fernando Meirelles Faça como o cineasta, divulgue as informações ao lado Houve uma evolução em relação à nota anterior do IDEB, mas não há o que comemorar. A meta é atingir nota 6 de média em 2022 Confira a nota da sua cidade e da escola de seu filho em www.educarparacrescer.com.br/ideb E descubra se a qualidade da Educação da sua região vai bem! Realização: O Brasil só melhora com Educação de qualidade E você tem tudo a ver com isso I Relatório Socioambiental 40 a educação no brasil Sistema de Ensino SER Unidas as qualidades das Editoras Ática e Scipione com o suporte de informações do Grupo Abril, foi criado em 2006 o SER, sistema de ensino que busca proporcionar aos alunos uma formação inteligente que vai além da sala de aula e acompanhá-los até o Ensino Médio. Com o apoio dos melhores educadores do país, o projeto desenvolve materiais didáticos para que os professores montem sua grade de aulas, além de oferecer uma ampla gama de publicações da Ática e Scipione, líderes no mercado privado de livros. O conteúdo digital, pioneiro no mercado, e o projeto gráfico arrojado e moderno, tanto do site quanto do material apostilado, promovem a interatividade e a integração de pais, alunos e professores. Essa infraestrutura permite que os professores organizem seu programa de ensino com grande flexibilidade, apresentem temas com abordagens completas e proporcionem aos alunos complementos do aprendizado em sala de aula. No último ano, a abrangência do projeto cresceu 50% , maior crescimento de sistemas de ensino do país. I Relatório Socioambiental 41 a educação no brasil Revisteca O projeto Revisteca Abril promove a doação de exemplares das publicações e a formação de espaços de leitura em bibliotecas, escolas da rede pública de ensino e espaços carentes de leitura. Idealizado pela Dinap, distribuidora de revistas do Grupo Abril, a iniciativa incentiva o hábito da leitura principalmente em crianças e jovens das populações de baixa renda. As bibliotecas e escolas participantes do projeto recebem trimestralmente, por um ano, cerca de 30 títulos diferentes entre revistas e coleções lançadas pela Abril. Até 2008, quarto ano do projeto, 244 cidades de todos os estados do país já foram atendidas, totalizando 437 unidades beneficiadas. I Relatório Socioambiental 42 a educação no brasil Desarmamento Infantil Desde 2001 a Abril, por meio de sua distribuidora, Dinap, e em parceria com diversas prefeituras, desenvolve a Campanha de Desarmamento Infantil, que promove a troca de armas de brinquedos por revistas infantis por meio das bancas cadastradas e escolas públicas. Na abertura da campanha são desenvolvidas atividades de lazer e esportes, teatro e apresentações diversas, promovida pela administração local e, ao final do evento, todas as armas de brinquedo arrecadadas são destruídas e enviadas para reciclagem. I Relatório Socioambiental 43 a educação no brasil > desarmamento infantil As escolas que apresentam melhor desempenho durante a Campanha são premiadas e o dinheiro obtido com a reciclagem é inteiramente revertido a instituições carentes do município participante. Com isso, a Campanha une importantes pontos para o desenvolvimento social do país ao combater a violência, valorizar a paz e desenvolver entre o público infantil o hábito da leitura. Nesses oito anos, 161 cidades de todas as regiões do país já participaram da campanha, na qual mais de 550 mil armas de brinquedo foram recolhidas. I Relatório Socioambiental 44 a educação no brasil Mãos à Obra A diretoria de Relações Corporativas do Grupo Abril desenvolve desde 1999 o programa Mãos à Obra. O objetivo do programa é apoiar, divulgar e enaltecer a realização do trabalho voluntário por parte dos funcionários da empresa. Através dos meios de comunicação interna da Abril, todos os eventos e campanhas das instituições são divulgados, bem como suas necessidades materiais e de trabalho voluntário. I Relatório Socioambiental 45 a educação no brasil Prêmio Melhores Universidades A edição especial do Guia do Estudante promove, desde 1988, o Prêmio Melhores Universidades, que avalia as melhores instituições de ensino superior do país. O Prêmio é organizado, atualmente, em 13 áreas, de acordo com as características comuns a cada profissão, como ambiente de trabalho e atividades desenvolvidas. Em 2008 foram apresentados 21.367 cursos de 1.900 instituições brasileiras e apontados os 3.024 melhores cursos das 509 melhores escolas. Depois de identificados, os cursos que obtiveram conceito excelente, muito bom ou bom concorrem ao Prêmio em diversas categorias, que variam ano a ano, independente da classificação. HV JB!EP!FTUVEBOUF!F!CBODP!SFBM BQSFTFOUBN Além das categorias destinadas a esses cursos, o Prêmio conta com uma categoria aberta à participação de todos os cursos e instituições de ensino superior do país. A categoria aberta em 2006 foi Inovação e sustentabilidade e, nos anos seguintes, Sustentabilidade. OS PREMIADOS 2008 DO ENSINO SUPERIOR EM BT!35!NFMIPSFT!JOTUJUVJÎFT!OBT!DBUFHPSJBT; UJQP!EF!JOTUJUVJÍP!+èSFB!EF!DPOIFDJNFOUP+TVTUFOUBCJMJEBEF As instituições concorrentes preenchem um questionário no qual relatam sua mais importante realização para inserir a sustentabilidade no dia-a-dia de suas atividades, em pelo menos um dos três aspectos a seguir: I Relatório Socioambiental 46 a educação no brasil > Prêmio Melhores Universidades S T I E N N T A A B I L L I I D S A D T Intervenção social E A Projetos conduzidos pela instituição em localidades geográficas Universidade Católica de Pernambuco - Unicap Implantação do sistema integrado de destinação final dos resíduos sólidos do município do Rio Formoso (PE) Quando o lixo vira renda Projeto mostra como é possível reduzir, reciclar e reaproveitar os resíduos sólidos H á até bem pouco tempo, os moradores da cidade pernambucana de Rio Formoso, situada na região da Zona da Mata, a 90 quilômetros do Recife, eram obrigados a conviver com uma triste situação: a existência de um lixão a céu aberto perto de casa, para onde eram destinados, de forma inadequada, os resíduos produzidos na cidade. Além de exalar forte odor, atrair insetos e aumentar o risco de proliferação de doenças, a instalação poluía o meio ambiente e colocava em perigo o lençol freático da região. Tudo isso, no entanto, agora faz parte do passado. Um grupo de professores e alunos do curso de Engenharia Civil da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) elaborou um sistema integrado de destinação final dos resíduos sólidos produzidos no município. O projeto ficou pronto em 2005 e transformou radicalmente a realidade de Rio Formoso. tagem, ela contribuiu para reduzir a quantidade de resíduos enviada ao aterro sanitário. “Isso aumenta consideravelmente sua vida útil, estimada em cerca de 20 anos”, garante o professor Ferreira. O centro de educação ambiental, por sua vez, desempenha papel fundamental no processo de mudança de hábitos e costumes da população em relação ao lixo do município. Os professores das redes pública e privada foram capacitados para desenvolver projetos de coleta seletiva nas escolas de Rio Formoso. específicas – como comunidades, bairros e municípios – com o objetivo de promover a melhoria das condições de vida dessas PARCERIAS VARIADAS O projeto melhorou o padrão de vida e de saúde da população e, ao mesmo tempo, promoveu inclusão social, trabalho e renda.” Sílvio Ferreira, coordenador do projeto da Unicap Considerado pelo governo de Pernambuco um projeto piloto na área de limpeza pública e gestão de resíduos, o sistema desenvolvido pela Unicap já levou à formação de um consórcio intermunicipal envolvendo Rio Formoso e as cidades vizinhas de Tamandaré e Sirinhaém, que estão se beneficiando da novidade. Os dois municípios foram contemplados com unidades de triagem de lixo e compartilham o aterro sanitário. A implantação do sistema só foi possível graças à participação das três esferas de governo (federal, estadual e municipal), da organização não-governamental Avina Group, com sede na Suíça, da indústria farmacêutica Hebron e da Associação Produtiva dos Assentados do Engenho Serra D’Água. PRESERVAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO Com recursos da ordem de 3,3 milhões de reais, foram construídos, para substituir o lixão, um aterro sanitário, uma unidade de triagem para separação dos dejetos (papel, vidro, plástico, metal etc.), uma usina para reciclagem de plástico e outra para compostagem do lixo orgânico, além de um centro de educação ambiental. “O projeto melhorou o padrão de vida e de saúde da população e, ao mesmo tempo, promoveu inclusão social, trabalho e renda”, afirma o professor Sílvio Romero de Melo Ferreira, coordenador do projeto, que envolveu 11 docentes e 14 alunos da Unicap. Com a implantação do sistema foram criados 33 empregos diretos com renda média líquida de 1,3 salário mínimo por trabalhador. Um dos pontos-chave do projeto foi a implementação da coleta seletiva de lixo em Rio Formoso. Em conjunto com a operação da unidade de triagem e das usinas de reciclagem e compos- populações. As ações devem gerar ou ter gerado benefícios para a comunidade, de forma direta ou indireta, e ser economicamente viáveis. A unidade de triagem de resíduos em Rio Formoso pôs fim ao lixão a céu aberto e criou empregos 88 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2007 GEPM_8889.indd 88 S F U S I 10/3/07 4:15:22 PM T E N N T A A B L I L I I D S A D T Elétrica (Procel), a fim de promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica no país. DIVULGAÇÃO Meio ambiente em foco A Escola de Engenharia promove mudança curricular, novo modelo de gestão de recursos e desenvolve programa de intervenção social A s alterações em direção à sustentabilidade na Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF) começaram entre 1999 e 2000. O primeiro movimento teve início no Laboratório de Energia dos Ventos, do Departamento de Energia Elétrica, que, a pedido da reitoria, implantou o Programa de Ecoeficiência na UFF, intervindo nos prédios da instituição para reduzir o consumo de energia elétrica e água, com projetos desenvolvidos por alunos e professores. A redução economizou cerca de R$ 3,5 milhões, segundo as contas da universidade, e a iniciativa se converteu em um programa de pesquisa, ensino e extensão na área de ecoeficiência. Treze prédios transformaram-se em laboratórios “vivos” para a área, com a implantação 82 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008 dos novos sistemas sem interromper as atividades normais. Dentro do programa, houve a produção de 128 relatórios técnicos e a concessão de 50 bolsas para estagiários. Formou-se uma equipe na área de ecoeficiência e, entre outras medidas, foram instaladas 6 mil luminárias eficientes (munidas com refletores que aumentam a eficácia do conjunto, exigindo lâmpadas de potência menor) e interruptores de luz nas salas de aula – pois, anteriormente, todas as luzes eram acesas ao mesmo tempo. Além disso, o prédio da reitoria e o teatro da universidade receberam cerca de 200 aparelhos de ar-condicionado com tecnologia mais eficiente. Três laboratórios foram criados, entre eles o Lablux, o Laboratório de Luminotécnica, que participa do Programa Nacional de Conservação da Energia incorporando as dimensões econômica, social e ambiental de forma produzir ou ter produzido mudanças no modelo de gestão da FINALISTA Universidade Federal Fluminense (UFF) PROJETO Desenvolvimento sustentável e gestão sustentável empresarial: uma contribuição da academia Ecoeficiência na UFF Projetos de mudança do modelo de gestão da instituição, integrada no processo de tomada de decisões. As ações devem E A Em Itamonte (MG), foram construídas 80 fossas sépticas, cujo fluido final serve de adubo Modelo de Gestão A partir do ano 2000, ocorreu uma série de modificações curriculares em todas as engenharias com o ingresso de parte dos docentes em um grupo interdisciplinar dentro da universidade. Chamado Rede UFF de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, seu objetivo principal é favorecer a interação dos diversos grupos que lidam com a questão ambiental. Disciplinas como engenharia verde, engenharia do meio ambiente, energia alternativa e gestão ambiental na indústria tornaramse obrigatórias ou optativas, conforme o curso. “Nenhum aluno de Engenharia sai da universidade sem cursar algumas dessas disciplinas”, diz Gilson Brito Alves Lima, professor do Departamento de Engenharia de Produção e coordenador desse projeto. O interesse científico pelos temas ambientais dentro das engenharias cresceu. “Hoje, na Engenharia de Produção, temos pelo menos dez monografias de final de curso e dez dissertações de mestrado dentro da área de meio ambiente. Há dez anos, era um ou dois”, afirma. Trabalho na comunidade No campo das intervenções sociais, a escola desenvolveu, com apoio da Petrobras, o Projeto Alto Aiuruoca Sustentável (Paas), de 2004 a 2007, em quatro bairros da cidade mineira de Itamonte, vizinha ao Parque Nacional de Itatiaia. Nesse período, foram construídas 80 fossas sépticas biodigestoras – cujo fluido final serve de adubo orgânico – nas casas dos moradores das comunidades, plantadas 15 mil mudas de árvores dentro do plano de recuperação de matas e nascentes e oferecidos cursos à comunidade. “Com as aulas de turismo rural, apicultura e fruticultura orgânica, fiquei mais seguro no meu trabalho”, conta o guia de turismo Tadeu José da Fonseca, de 54 anos, morador do bairro de Serra Negra, que freqüentou três dos cerca de dez cursos ministrados pelo programa. instituição e de sua cultura organizacional. S S U S T E N T A B I L I D A D E F U S I T E N N T A A B L I L I I D S A T D E A FINALISTA Centro Universitário São Camilo-ES PROJETO Programa transdisciplinar para o desenvolvimento sustentável da comunidade quilombola de Monte Alegre (Programa Passos da Liberdade) POR UM CONHECIMENTO SUSTENTÁVEL O grande desafio das universidades é formar profissionais que façam diferença no mercado sem deixar de cuidar do meio ambiente e de promover a inclusão social P ara o meio acadêmico, transformar os jovens em cidadãos focados no desenvolvimento sustentável não é opção, mas uma necessidade. Esse é o passo inicial para que o mercado do país e do globo absorva pessoas preparadas para manter a economia mundial preservando o meio ambiente e prezando a igualdade social. “Uma das primeiras discussões sobre o vínculo entre o ensino superior e a sustentabilidade foi feita há dez anos na Conferência Mundial sobre o Ensino Superior, da Unesco, que apontou a necessidade de pensar um futuro viável como uma tendência para o século 21”, lembra o professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Não há como falar ou introduzir o tema do desenvolvimento sustentável sem enfatizar que ele só existe se for levado em consideração o tripé que une aspectos econômico, ambiental e social. No ponto de vista social, a instituição deve divulgar seus conhecimentos à comunidade e conscientizá-la da importância do seu papel na produção de bens de consumo e na preservação do meio ambiente. No econômico, deve prever um retorno financeiro justo a qualquer tipo de mãode-obra, para que haja engajamento. E no ambiental, é preciso pensar em gerar receita sem prejudicar o planeta. “A universidade precisa incutir nos alunos a visão de interdependência que a sustentabilidade tem, na qual eles fornecem saberes acadêmicos para uma comunidade e recebem os conhecimentos dela em troca”, esclarece André Braun, especialista em turismo sustentável e consultor da Universidade Solidária (Unisol). 72 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008 o benefício. “O objetivo do programa é melhorar a qualidade de vida dos quilombolas, promovendo maior igualdade econômica, por meio da geração de empregos e renda, e da inclusão social”, diz Correia. Além da concessão das bolsas, o projeto prevê a realização de uma série de atividades na comunidade. Entre as ações que já foram desenvolvidas está a criação de um plano de turismo que atraiu mais visitantes à região. “Criamos trilhas e um roteiro em que os turistas conhecem as casas, o artesanato, a gastronomia e os rituais quilombolas, como o caxambu”, esclarece Ventura. Com isso, o número de turistas passou de 359, em 2006, para 1.932 no ano seguinte. A expectativa é que em 2008 a região receba 2 mil visitantes. DIVULGAÇÃO U FINALISTA PROJETO DIVULGAÇÃO/UNICAP S F Na prática O caxambu, ritual quilombola, faz parte da cultura da comunidade de Monte Alegre Se o curso é de humanas ou de exatas, não importa. Todos, dentro de uma universidade, têm a missão de apontar soluções sustentáveis em suas áreas de atuação. Isso deve começar na sala de aula, com disciplinas planejadas exclusivamente para tratar da sustentabilidade, passar pelas atividades de extensão, quando os alunos colocam em prática os conhecimentos adquiridos nos estudos, e continuar na administração da instituição, no que diz respeito, por exemplo, à reciclagem do lixo e à utilização de fontes alternativas de energia. Outro desafio é qualificar os professores para atender a demanda de projetos sustentáveis que as universidades pensam em desenvolver. “O desafio agora é formar o corpo docente para conseguir colocar a teoria e a prática da sustentabilidade em todas as áreas”, afirma o reitor da PUC Minas. Essa é, sem dúvida, uma missão da área de Educação e, principalmente, das universidades. Turismo sustentável em área quilombola Projetos inscritos Neste ano, novo recorde foi alcançado em relação ao número de inscrições feitas pelas universidades na categoria Sustentabilidade desta quarta edição do Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante e Banco Real. Foram 489 trabalhos de 204 instituições de ensino – no ano anterior haviam sido 389 de 153 escolas. Neles, o conceito de sustentabilidade ganhou corpo em três aspectos: nos projetos de extensão e pesquisa; nas disciplinas ou no próprio projeto pedagógico dos cursos; e no modelo de gestão. Nas próximas páginas você conhece os seis projetos finalistas – entre eles o grande vencedor da categoria – e os demais inscritos. Projeto leva descendentes de escravos para a universidade e investe no potencial turístico da região por meio de um circuito étnico-ecológico A idéia de conceber um projeto que beneficiasse os quilombolas – descendentes de escravos – da área rural de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, surgiu, em 2006, da iniciativa de Leonardo Marcelino Ventura, quilombola que trabalhava com turismo rural e queria aprimorar seus conhecimentos. “Eu não tinha como pagar a faculdade e então procurei o Centro Universitário São Camilo-ES, para ver a possibilidade de conseguir uma bolsa”, explica Ventura. O pedido veio ao encontro de algumas das idéias do professor Wellington Correia, coordenador do curso de Turismo. “Como responsável pela disciplina Turismo e Desenvolvimento Sustentável, eu já buscava estratégias pedagógicas interdisciplinares para que a turma pudesse vivenciar a questão da sustentabilidade na prática”, afirma o professor. Bolsas de estudo e inclusão Essa foi a oportunidade que o professor Correia encontrou para dar início ao Programa Transdisciplinar para o Desenvolvimento Sustentável da Comunidade Quilombola de Monte Alegre (Programa Passos da Liberdade). Depois de dez meses de negociação, não só Ventura conseguiu a bolsa, mas outras 23 pessoas da comunidade ganharam a chance de fazer a faculdade gratuitamente, nos cursos de Turismo, Pedagogia e Administração. Em 2008, outras nove pessoas também receberam Agentes transformadores A comunidade quilombola de Monte Alegre – formada por 130 famílias, que totalizam 560 moradores – também teve acesso à documentação básica. Além disso, 48 pessoas voltaram a estudar e houve a inclusão digital de outros 19 moradores. Ao todo, envolveram-se no programa dez professores e 70 alunos da graduação de Turismo, História, Nutrição, Direito, Enfermagem, Administração e Sistemas de Informação. Até o final de 2008, segundo o professor Correia, serão desenvolvidas oficinas de gastronomia, teatro e dança. O curso de Biologia realizará pesquisas sobre fauna e flora na Floresta Nacional de Pacotuba, que compõe parte do território quilombola, e os alunos bolsistas de Turismo desenvolverão, junto com a comunidade, o projeto paisagístico e a sinalização turística da região. “Esse programa é uma oportunidade para os alunos se sentirem, de fato, agentes da transformação social. Eles têm vivenciado e se comprometido com a sustentabilidade da comunidade, respeitando os valores éticos, morais, históricos, étnicos e ecológicos do local”, diz o professor. Para colocar o projeto em prática, o São Camilo-ES conta com 12 parceiros, entre eles a Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, a Secretaria de Estado do Turismo e o Ministério do Turismo. 76 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008 I Relatório Socioambiental 47 a educação no brasil > Prêmio Melhores Universidades Currículo acadêmico Projetos de mudança dos currículos dos cursos oferecidos pela instituição, que tenham incorporado a sustentabilidade em seus conteúdos. São considerados os projetos que produziram mudanças de conteúdo nos currículos de cursos de graduação de forma vertical, nos cursos existentes, ou horizontal, por meio da integração de disciplinas de cursos distintos, porém complementares, privilegiando a visão integrada e sistêmica dos temas da sustentabilidade. Edição Inscritos Vencedor 2006 173 projetos Planta piloto de módulos fotovoltaicos com tecnologia nacional/CB-Solar (PUC-RS) 2007 398 projetos Seja qual for o seu motivo, faça um mundo com mais economia (PUC-RS) I Relatório Socioambiental 48 Pessoas que fazem a diferença Prêmio ClAudia A revista CLAUDIA foi criada há 47 anos com o ousado objetivo de ajudar a mulher brasileira a viver melhor, se realizar integralmente, conquistar seu espaço e ter reconhecido o seu fundamental e crescente papel na sociedade. O Prêmio CLAUDIA é parte integrante dessa missão e a cada ano consulta cerca de 2,5 mil formadores de opinião à procura de mulheres que, com sua inteligência, sensibilidade e imensa dedicação, conseguem melhorar a vida das pessoas ao seu redor. Na esfera pública, na iniciativa privada, no mundo das ciências e da cultura ou fazendo trabalho social, são destacadas mulheres que inspiram a todos com seu otimismo, competência e capacidade de trabalho e trazem à tona o orgulho de ser brasileiro. I Relatório Socioambiental 49 Pessoas que fazem a diferença > Prêmio claudia Em sua 13ª edição, o Prêmio seleciona 15 finalistas, protagonistas na construção de um Brasil melhor, com o objetivo de homenageá-las pelos seus exemplos inspiradores nas mais diversas áreas do conhecimento. Atualmente, são cinco categorias premiadas: ciências, cultura, negócios, trabalhos sociais e políticas públicas. Em cada uma delas, três finalistas disputam o troféu, perfazendo um total de quinze concorrentes. Ao final são eleitas as cinco vencedoras e uma delas recebe o título de Mulher do Ano. I Relatório Socioambiental 50 Pessoas que fazem a diferença Prêmio saúde O Prêmio, criado pela revista Saúde!, avalia o trabalho dos profissionais que, dentro de laboratórios, hospitais, salas de aula e ONGs, atuam na busca pela melhoria das condições de saúde da população. Em 2008, na terceira edição do Prêmio, foram inscritos 382 trabalhos de renomadas instituições do país, avaliados pelo júri composto por profissionais e autoridades da saúde, além dos leitores, que fizeram sua escolha no site da revista. Foram sete categorias que tiveram eleitos e reconhecidos os melhores trabalhos dentro de cada especialidade: saúde da mulher, saúde do homem, saúde mental e emocional, saúde da criança, saúde do coração, saúde e prevenção e saúde da pele. I Relatório Socioambiental 51 Construção e Moradia Prêmio Planeta Casa Para dar mais visibilidade aos projetos arquitetônicos, ações e produtos que primam por minimizar os impactos no meio ambiente, a revista Casa Claudia criou, em 2001, o Prêmio Planeta Casa. Referência entre arquitetos, a premiação segue critérios rigorosos que consideram a funcionalidade, o bem-estar ! dos funcionários envolvidos, o emprego de material reciclável e a economia de recursos naturais. CASA RONALDO FRAGA O estilista e designer mineiro une cultura e natureza em seu trabalho Planeta Casa Planeta Naturalmente clara Com 175 m², o loft assinado por Beto Faria e Jacqueline Rodovalho, vencedor da e bem ventilada categoria Projeto Arquitetônico, mostra que é possível unir beleza e sustentabilidade. Por que usar ar-condicionado e acender luzes du- PRÊMIO PLANETA CASA 2008 rante o dia se é possível conceber o projeto de uma Veja ações, produtos, projetos e empreendimentos imobiliários vencedores casa de forma a aproveitar ao máximo a ventilação e a iluminação naturais? Essa é uma das perguntas-chave do trabalho dos arquitetos Beto Faria e Jacqueline Rodovalho. “Chamo isso de conforto ambiental, um aprendizado que persigo desde a época da faculdade”, diz Faria. Nesta casa, em São Paulo, a busca aparece aliada a materiais recicláveis, SALA DE DESCANSO ECOLÓGICA como o vidro e o aço – aplicado na estrutura da es- O ambiente traz iluminação econômica, tecidos e tintas naturais cada e do mezanino. Ora certificada, ora de demolição, a madeira foi empregada com consciência e parcimônia. Do morador, Felipe Jaeger, 22 anos, veio ainda um pedido especial, desejo antigo. “Sempre quis ter aquecimento solar para a água”, conta o jovem, para quem a sustentabilidade não é uma moda passageira. “Sinto que minha geração sabe da urgência de poupar o meio ambiente”, afirma. Reportagem Visual ELIANA MEDINA Texto GIULIANA CAPELLO Fotos JOÃO ÁVILA Ilustrações FABIO FLAKS LOFT RENASCE DA DEMOLIÇÃO Apoio Institucional: 7m 19 m Apoio: Esta construção aproveita tijolos e madeira de casas que havia no terreno Acabamentos ecológicos. Aplicado sem tratamento, o piso de madeira foi recolhido com cuidado durante a demolição das construções que ocupavam o terreno. Tábuas de cumaru certificado pelo FSC revestem os degraus da escada do mezanino. Portas de vidro de correr (ao fundo) integram a sala ao terraço e favorecem a ventilação e a entrada de luz natural. Subsolo: 86 m2 Térreo: 66 m2 Mezanino: 23 m2 Soluções inteligentes. Com estrutura de ferro e ripas de freijó certificado, os brises protegem da insolação as fachadas leste e oeste, o que melhora o conforto térmico da casa. Paredes caiadas mantêm o ar interno mais fresco. Os móveis são de Fernando Jaeger. A área de lazer (ao fundo) tem muro de pedra e piso permeável, que não retém a água da chuva. Material reaproveitado. Os tijolos da parede lateral também vieram da demolição que preparou o terreno para a nova obra. Recuperados, eles foram deixados aparentes e não receberam nenhum tratamento. “Além de sustentável, essa opção pela reciclagem dos materiais da antiga construção ajudou a reduzir o entulho gerado no processo”, afirma Beto Faria. I Relatório Socioambiental 52 construção e moradia > Prêmio planeta casa A maior revista brasileira dedicada ao mercado de arquitetura concede o prêmio às seguintes categorias: ação social, produtos NOVOS HÁBITOS 01_CAD · · Quando coordenava uma marcenaria, na década de 1980, a designer Bernadete Brandão se sentia responsável pelo desmatamento. Para buscar formas de reparar esse dano, ela mergulhou em práticas ecológicas de design e conquistou este ano o IF Product Design Award com o sofá Ursa Maior. “Ecodesign é mais do que aproveitar resíduos: é trabalhar todo o ciclo do produto”, diz. Há sete anos, só compro de fornecedores coerentes com a questão ambiental. Separo o lixo e faço a compostagem dos resíduos orgânicos. (decoração / eletrodomésticos), produtos (materiais de construção), projeto arquitetônico, design de interiores/mostras de decoração, Formas brutas Mangueiras, angicos-ferro e outras árvores tombadas na- - turalmente nas redondezas de Cuiabá são recolhidas pela Composite - CLACRETA - PELO MUNDO 20/12/07 22:14 designer Lara Matana e transformadas em vasos, bancos, Estocolmo, na Suécia, foi uma das candidatas à sede das Olimpíadas de 2004 e, na época, planejou alojamentos verdes. Os jogos acabaram acontecendo em Atenas, mas o projeto seguiu e Hammarby se tornou um bairro com 11 mil residências e várias tecnologias limpas: o lixo orgânico vira biogás, telhados verdes captam a água da chuva e a energia solar aquece as casas. Site: www.hammarbysjostad.se. pratos e esculturas. As peças chamam a atenção pelo visual ao mesmo tempo forte e elegante, resultado de um trabalho cuidadoso em sua marcenaria. Ali, as toras brutas podem permanecer meses e até anos à espera da dose certa de inspiração da artista. “Tenho receio de interferir de maneira errada na madeira. Por isso, tento adivinhar a vocação de cada uma”, revela. A fruteira da foto custa 440 - e empreendimentos imobiliários. reais. Tel. (65) 3611-5509. www.laradonatonimatana.com. planetacasa CASACLAUDIA - CCLAUDIA - 37 - 11/01/08 projeto de produto desenvolvido por estudantes Desde sua primeira edição, já foram inscritos e avaliados 1.100 Protótipos ecológicos trabalhos de empresas, organizações não-governamentais, Você imagina como serão os eletrodomésticos em 2020? Essa foi a pergunta feita pelo Electrolux Design Lab, um concurso que este ano premiou projetos sustentáveis de estudantes. Uma das vencedoras foi a e-Wash (foto). A lavadora do húngaro Levente Szab usa nozes no lugar de sabão CASACLAUDIA convencional. Entre os finalistas, o brasileiro João Schimansky inventou um chuveiro que consome só 2 litros de água em cinco minutos de banho. Mais informações: www.electrolux.com/designlab. CASA CLAUDIA Jan’ 2008 37 arquitetos, engenheiros, designers de interiores, construtoras Planeta Casa e incorporadoras. Além de oferecer maior conforto acústico, a composição especial do forro de gesso Cleaneo, da Knauf, absorve e neutraliza partículas nocivas e odores que podem estar presentes no ambiente. Inscrições abertas planetacasa Disponível em 14 padrões de madeira e oito cores, o Tamburato Eucatex é comprado em chapas de 2,70 m x 58 cm, que custam a partir de 65 reais. Detalhes como esta rebaixo foram iluminados por meio de uma fita adesiva com leds da Osram. Mais eficientes e duráveis do que as lâmpadas comuns, gastam até 80% menos energia. www.casaclaudia.com.br PRÊMIO PLANETA CASA 2008 } Criado em 1999, o Programa } Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis já recolheu mais de 150 milhões de unidades. Recicladas, O uso consciente da madeira é um destaque do projeto: o painel, o deque e a prateleira são de lyptus, e a estante, de Tamburato Eucatex, ambos certificados pelo FSC. Nas banquetas, madeira de demolição. Opção que aumenta a umidade relativa do ar, a tinta à base de terra crua da Primamatéria é livre de compostos orgânicos voláteis, prejudiciais à saúde. transformadas em combustível ou misturadas ao asfalto, 3,10 m 780 mil toneladas de borracha deixaram de ir para os aterros graças 15:32 Menos madeira com o mesmo visual e desempenho. Essa intenção 28/07/08 guiou a elaboração do Tamburato Eucatex, um dos vencedores da categoria Materiais de Construção do Prêmio Planeta Casa 2007. O painel estrutural tem miolo de papel reciclado e exterior de madeira certifica- - da pelo FSC, em folhas de apenas 7 mm de espessura. A fixação é feita CLACRETA com um adesivo à base de água. “Conseguimos economizar matériaprima e ainda nos livramos das emanações químicas típicas de outras - o Planeta Casa são aliadas na mudança de hábitos do consumidor.” Canetas de todos os tipos podem, sim, ser recicladas quando a carga chega ao fim. Como em qualquer outro produto, separe no lixo os modelos pelo material – plástico, metal ou papel. Uma boa opção é comprar as recarregáveis, que permitem substituir apenas o refil de tinta. - catex (SAC 0800-172100). “Mais do que um incentivo, iniciativas como Composite colas”, explica Andréa Krause, gerente de marketing da fabricante Eu- em www.reciclanip.com.br. CASACLAUDIA - CASACLAUDIA - CCLAUDIA - 48 - 08/08/08 Coleta seletiva 48 Com cores diferentes para cada material, os cestos de 14 litros, 24 cm de diâmetro e 39 cm de altura, têm tampa do tipo vai-e-vem. Cada um custa 23 reais na Casa das Lixeiras. Tel. (11) 2081-4229, São Paulo. Quatro compartimentos dividem o mesmo espaço interno da Recicla Fácil 4 x 1, vencedora do Prêmio Planeta Casa 2007. Com 55 x 36 cm e 45 cm de altura, vale 108 reais na Casa e Loja. Tel. (11) 3477-3939, São Paulo. O conjunto de lixeiras plásticas coloridas de 12 litros de capacidade sai por 50 reais. Sem tampa, os modelos de 20 x 15 cm e 40 cm de altura estão à venda na Papelaria Blitz. Tel. (11) 4054-2909, São Paulo. Feita de aço inox com tampas de PVC, a peça da Kaza Metais separa o lixo reciclável do orgânico. Cada cesto comporta 6 litros. Mede 24 x 27 cm e 24 cm de altura e custa 237 reais. Tel. (11) 3816-3665, São Paulo. Decoração saudável Ao criar esta sala de descanso para a mostra Campinas Decor 2008, as arquitetas Juliana Boer e Maira Del Nero privilegiaram materiais ecológicos e menos nocivos à saúde e neutralizaram o carbono emitido na montagem com o plantio de árvores. Assim, venceram o Prêmio Planeta Casa de Design de Interiores. Com espessura de apenas 2 mm, o revestimento cimentício Tecnocimento, da NS Brazil, dispensa juntas de dilatação e pode ser aplicado sobre outros pisos sem gerar entulho. Alimentada a gás, a lareira não produz fumaça. Foi construída sobre uma base feita de placa cimentícia Fulgê, da Braston, produzida em fôrmas que secam naturalmente sem o uso de fornos. 5,70 m - Economia de madeira 283 pontos de coleta, que podem ser consultados BOA NOTÍCIA! COMO DESCARTAR... 01_CAD aos Texto GIULIANA CAPELLO Fotos GUSTAVO OLMOS/DIVULGAÇÃO Na decoração, apenas materiais naturais: almofadas de seda (O Casulo Feliz) e fibra de bananeira (Divinas) e pufe de fios de bambu (Zizi Maria). O Biofuton (Locomotiva Eco Juta) tem recheio de algodão orgânico. C ASA C LAUDIA Ago ’ 2008 I Relatório Socioambiental 53 construção e moradia Fórum Nacional da Sustentabilidade da Construção A Abril, por meio da revista Arquitetura & Construção, ampliou a qualidade das discussões sobre os rumos da construção civil no Brasil ao criar, em 2005, o Fórum Nacional da Sustentabilidade da Construção. ! A proposta é proporcionar um espaço democrático e plural que reúna anualmente os empresários mais atuantes do segmento. No Fórum são discutidas ações de sustentabilidade social, econômica e ambiental na área de habitação. Na edição de 2008, o Fórum abordou desde a questão dos deslocamentos das moradias para as regiões periféricas das metrópoles, até as atuais estratégias de comercialização de imóveis e instrumentos para aferição das demandas. I Relatório Socioambiental 54 A Cultura Brasileira Teatro Abril No ano de 2000 a Abril iniciou as reformas de um dos mais antigos teatros de São Paulo, o ex-Teatro Paramount, inaugurado nos anos 20 e que já abrigou históricos festivais de música até ser destruído por um incêndio em 1969. Completamente transformada, a sala, que passou a contar com 1.533 lugares, foi reprogramada para ser palco de grandes musicais seguindo os padrões dos principais teatros da Broadway e do West End. Em apoio à cultura no país e ao movimento de revitalização do centro da cidade, a Abril dá nome ao teatro que hoje recebe importantes apresentações e espetáculos. I Relatório Socioambiental 55 a cultura brasileira Concerto Bons Fluidos e Estação Bem-Estar Anualmente, desde 2003, a Revista Bons Fluidos promove o Concerto Bons FluIdos em prol da cultura e do bem-estar da população brasileira. O evento reúne artistas da música popular brasileira e orquestra. I Relatório Socioambiental 56 a cultura brasileira Além disso, na Estação Bem-Estar, são oferecidas palestras, workshops e aulas de ioga aos visitantes do Parque Ibirapuera. Em 2008, nos três dias de evento, mais de 5 mil pessoas participaram das 19 palestras, usufruíram do lounge da estação e prestigiaram o concerto. I Relatório Socioambiental 57 o jovem mtv A MTV foi criada em 1990 e, desde então, tornou-se um importante veículo de conscientização do jovem brasileiro. Grande parte da programação da emissora é dedicada a assuntos relacionados à responsabilidade social e à saúde, além de dias temáticos ligados a assuntos polêmicos como drogas, abuso sexual, trabalho infantil, violência, desemprego, poluição, Aids e eleições. Ao longo do ano, são exibidos programas musicais, produzidos pela MTV Internacional, com o compromisso de divulgar temas de ação global como o Live 8 (combate à fome na África), World Aids Day e os Staying Alive Concerts (prevenção ao HIV). Também são produzidas campanhas de conscientização e mobilização dos jovens sobre temas de responsabilidade social e sustentabilidade, veiculadas na emissora, revista e site da MTV: I Relatório Socioambiental 58 o jovem > mtv Preservar o Planeta Começa em Casa: série de minidocumentários especiais sobre meio ambiente e iniciativas para preservá-lo e minimizar o impacto do dia-a-dia na natureza. Pacto MTV: miniprogramas e vinhetas de campanhas sobre os principais problemas da Infância e da Adolescência no Brasil com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Tome conta do Brasil: programa sobre meio ambiente e consumo sustentável que questiona os jovens nas ruas sobre sua consciência e atitudes em relação ao tema, além de apresentar exemplos de cidadania no Brasil e no mundo. I Relatório Socioambiental 59 o jovem > mtv MTV Pública: campanhas nos intervalos comerciais, boletins na programação e eventos para a conscientização social dos jovens. Dossiê MTV: resultado de pesquisa realizada todos os anos que levanta os hábitos de jovens das classes A e C, de 12 a 30 anos. Em 2008, um dos principais temas foi meio ambiente e os dados levantados foram alarmantes: seis entre dez jovens brasileiros não sabem dizer o que é sustentabilidade. A percepção desse cenário reforça a responsabilidade da Abril e dos demais grupos de comunicação do Brasil em disseminar conteúdos relevantes para a formação do jovem e conscientização sobre o tema. I Relatório Socioambiental 60 o jovem Projeto Mundo Jovem Em 2008 a Abril iniciou o Projeto Mundo Jovem, voltado a um total de 100 colaboradores dos cargos de Menor Aprendiz, Jovem Cidadão e Aprendizes do SENAI, e elaborado a partir da análise das demandas sociais e problemáticas apresentadas pela população jovem, tais como gravidez precoce, sexualidade, conflitos familiares, carência financeira e dificuldade de integração à realidade organizacional. O objetivo do projeto é contribuir para a formação profissional, social e familiar desse público, por meio de um espaço de discussão e reflexão de seu papel no contexto organizacional, familiar e pessoal, por meio de workshops e acompanhamento social, de modo a contribuir para sua formação profissional, social e familiar, para que possam agir integrados e de maneira atuante na sociedade. I Relatório Socioambiental 61 o jovem Edição verde da Superinteressante Em 2007, ano em que completou 20 anos, a revista [AGORAESCUTA] Superinteressante, desde sempre engajada nas questões ambientais, decidiu explicitar o seu comprometimento com o tema e dedicar sua 247ª edição a uma “Edição Verde”. o objetivo da edição “é fazer barulho mesmo. (...) Queremos ampliar 2. o número de pessoas atingidas por esta mensagem.”. 1. Alessandra Kalko 2. Dulla TRAUMAS DE ENFIM! GUERRA UM CARRO ELÉTRICO QUE PRESTA. E ELE CORRE MAIS QUE UMA FERRARI. Edição 260 - 12 dez / 2008 Eles foram treinados para matar. Agora sofrem para continuar vivendo. R$ 9,95 R$ 9,95 CAPA Porque 2009 está logo ali. E tomara que você também faça dele um ano transformador! 14 | SUPER | DEZEMBRO | 2008 - sa fazer o mesmo no seu trabalho, na faculdade. Victor Civita, que revitalizou uma área paulistana onde antes funcionava um lixão tóxico. 21:37 pelos corredores desta empresa. Talvez você pos- florestas sustentáveis. E a inauguração da praça 28/11/08 cação de que o papel utilizado pela gráfica vem de Segundo Sérgio Gwercman, redator-chefe da Superinteressante, - É inspirador saber que pessoas assim circulam ASAMBUGARO embalar as revistas com plástico biodegradável. - da Abril. Ou ousadas, como encontrar um jeito de se comprometem a mapear e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Também está a certifi- Composite E depois tentar implementá-las. Valem ações simples, como melhorar a coleta reciclável no prédio Protocol, documento firmado por corporações que - chefe mandou. A idéia da Agenda é trocar idéias. vice-presidente de Relações Institucionais. Na lis- QUEM GANHA COM O AQUECIMENTO A LUTA PELA POSSE DO ´ GLOBAL ARTICO P. 66 P. 25 ONDE ANDA O LADO SEJA VERDE UMA VIAGEM CHATO MAR ´ ECOLOGICO SEM SER P. 21 P. 58 DE GABEIRA? SUPER - SUPER - 1 - 12/12/08 zemos, fazemos por convicção”, diz Sidnei Basile, AO FUNDO DO - [email protected] P. 34 SUPER Redator-chefe ta dessas convicções, está a assinatura do GHG da tradicional moldura vermelha da capa por uma moldura verde. Sérgio Gwercman grupo, batizado de Agenda Ambiental. Ali estão pessoas que fazem porque querem, não porque o Edição 247 - 15 dez / 2007 Era tanta gente se mexendo que daí nasceu um notícia: as mudanças foram motivadas pelo dese- jo de mudar, não de fazer propaganda. “O que fa- CAPA SUPER - SUPER - 14 - 12/12/08 SUPER fora não tenha percebido, mas esta é primeira boa - São Paulo com uma frota leve movida a gás. - transportes, levantou suas emissões de CO2. Depois, começou a reduzi-las. Hoje, ele faz entregas em portantes passos sustentáveis. Talvez você aí de 15:58 bra das impressões. Reginaldo Tiossi, do setor de to. E o resultado é que 2008 acaba como um ano transformador para a Abril, que deu novos e im- A principal ferramenta para impactar seus leitores foi a troca Quase metade desta edição é de reportagens sobre sustentabilidade. Este selo identifica quais são elas. 04/12/07 a própria editora foi a primeira a sentir seu impac- - cesso para reutilizar a água com solvente que so- - engenheiro na gráfica, que desenvolveu um pro- A tese se mostrou acertada. Tão acertada que MSANO para distribuir convites. Ou o Daniel Fernandes, efeito multiplicador das boas idéias. - como a Georgia Barcellos, que organiza eventos e percebeu que poderia trocar motoboys por bikeboys sua opinião, decidir como agir. Era uma aposta no Composite edições como esta SUPER verde, dedicada à sustentabilidade. E assim permitir a você, leitor, formar - fazer para tornar seu trabalho sustentável. Gente SUPER - SUPER - 1 - 14/12/07 o movimento inverso. E se perguntavam o que rentes pontos de vista, mostrar os fatos, produzir - 28/11/08 - Enquanto a direção da Abril se movimentava com ações que vinham lá do alto, funcionários faziam em debate nas revistas da casa. Apresentar dife- Composite ASAMBUGARO Mas a parte mais legal da história vem agora. tável, em 2007, imaginava que não poderia dar contribuição melhor ao ambiente do que colocá-lo SUPER 01_CAD Quando a Abril lançou o projeto Planeta Susten- 23:17 Nosso quintal - 1. 2007 CIDADES E SE NÃO ` PROVA DE A DESASTRES EXISTISSE P. 68 P. 56 MONOGAMIA? ARQUEOLOGIA POR QUE A DE LIXO ERRA TANTO ESPACIAL? NUMA LATA P. 74 METEOROLOGIA P. 48 O QUE FAZER COM ˜ A POLUIÇAO P. 34 2008 I Relatório Socioambiental 62 o jovem > Edição verde da Superinteressante Além da moldura, como ferramenta de impacto, a manchete também As tecnologias limpas vão gerar dinheiro de uma maneira que fará o boom do Vale do Silício dos anos 90 parecer brincadeira de criança. teve a14% mesma função: “A última chance de salvar a Terra”. muita energia para a transformação da planta em álcool. Pior ainda é a situação do milho, bastante utilizado para obtenção de etanol nos EUA, que, de acordo com algumas pesquisas, consome mais energia para ser produzido do que é capaz de gerar. Além disso, o milho também é utilizado como comida, e seu emprego como combustível fez o preço de alguns produtos alimentícios dobrar no último ano no mercado americano, atual maior produtor e consumidor do cereal. A solução, então, poderia estar na obtenção de álcool a partir da quebra da molécula de celulose, presente em todas as plantas. Enzimas ou bactérias geneticamente modificadas podem dar conta de processar a celulose e transformar o açúcar obtido em energia, com uma eficiência 84% maior que o álcool de cana. Lee Lynd, professor da Universidade de Dartmouth e um dos pioneiros nesse tipo de pesquisa, disse à revista Wired que “em 5 anos todas as questões que dificultam a conversão de biomassa de celulose em etanol serão resolvidas”, desde que o dinheiro seja investido em pesquisas. Em vez da cana-de-açúcar ou do milho, a matéria-prima seria a switchgrass, uma gramínea muito comum nos EUA que pode ser plantada até em terrenos rochosos, e em praticamente qualquer clima. De olho no futuro, a British Petroleum (BP), uma das bilionárias empresas européias exploradoras de petróleo, doou US$ 500 milhões a um programa de pesquisa sobre álcool vindo de celulose. TRANSPORTE A energia eólica parece tão atraente quanto a solar. Afinal, vento para movimentar as turbinas é algo que não falta. Mas o seu potencial é bem maior para grande escala (cidades, por exemplo) do que a solar. Nos últimos anos, alguns países europeus começaram a investir mais pesado na tecnologia e construir imensos complexos. A Alemanha já gera 30 GW de energia com suas turbinas, mais que o dobro da capacidade de Itaipu, ainda a maior hidrelétrica do mundo. O problema da eólica? Algumas horas venta muito, outras nada. O desafio está em armazenar o excesso de energia. Enquanto as fontes de energia 100% limpas não são adotadas, uma boa idéia é renovar as velhas usinas. As termoelétricas de carvão, que são as maiores responsáveis pela poluição do setor energético, podem ser reformuladas. Dois novos sistemas estão em teste: um que transforma o carvão em uma espécie de gás – diminuindo a fumaça no processo – e outro que basicamente posiciona as chaminés voltadas para depósitos de água subterrâneos, fazendo com que a poluição não vá para a atmosfera. As usinas nucleares, que por quase 20 anos foram demonizadas pelos ambientalistas, começaram a ser novamente vistas com bons olhos pelos governos – basicamente porque conseguem gerar muita energia em um espaço pequeno e sem produzir nenhum gás do efeito estufa. A questão da segurança avançou bastante – é improvável hoje que aconteçam acidentes como o que atingiu a cidade ucraniana de Chernobyl, em 1987 –, mas o maior problema ainda é o que fazer com o lixo atômico, altamente radioativo. Há alternativas: o Japão já recicla o urânio utilizado com cada vez mais eficiência. O Brasil, que gera mais de 70% da sua energia a partir de hidrelétricas, uma fonte um tanto limpa em comparação com as demais, também pode melhorar neste campo. Um estudo da USP mostra que a troca de turbinas nas usinas com mais de 20 anos pode aumentar a geração de energia em 8%, evitando assim a necessidade de construção de novas plantas. É possível que, com tanto dinheiro sendo investido e a necessidade de geração limpa de energia, uma tecnologia de fato inovadora venha à tona e mude os paradigmas. Baterias de hidrogênio para armazenar energia estão cada vez mais próximas da realidade dos dias de hoje. Do Japão vem mais um experimento: lá já se utiliza a diferença de temperatura das águas do oceano para movimentar turbinas. Funciona mais ou menos assim: a água quente da superfície é puxada para uma câmara de alta pressão, de onde se tira vapor. Do outro lado, circuitos puxam a água quase congelada do fundo. O encontro das duas águas faz o vapor se condensar rapidamente, movimentando turbinas que geram eletricidade. A convocação para o engajamento na causa de “salvar a Terra” O desafio agora é fazer veículos que andem mais com menos combustível. A União Européia estabeleceu que todos os carros comprados no continente têm de fazer no mínimo 18 km/l a partir de 2012. O governo dos EUA já oferece dinheiro a quem comprar carros híbridos (que funcionam a gasolina e eletricidade e consomem menos). era a mensagem principal da Super a seus leitores. Para dar continuidade à ação, em 2008, a Superinteressante A força do vento e do sol Há pelo menos 20 anos a energia solar é chamada de energia do futuro. O problema é que no processo utilizado até agora – em que células semicondutoras de silício absorvem parte da luz solar – há pouco aproveitamento de energia de fato, e ela funciona melhor quando usada imediatamente (como em uma calculadora movida a luz solar, por exemplo). Por enquanto, a energia solar se mostrou inviável para produção em larga escala. As células são espessas, caras e ocupam muito espaço – além de só gerar eletricidade durante o dia. Cientistas da Universidade do Novo México (EUA) estão usando nanotecnologia para criar uma espécie de filme que têm células captadoras de energia solar que são tão finas que podem ser aplicadas como tinta, reduzindo o espaço necessário para implantação de um sistema assim. Outra tentativa, que fica pronta em 2013, é a de usinas solares na Espanha. Serão utilizados 624 espelhos para refletir a energia solar e aquecer água. O sistema funciona como uma termoelétrica comum: o vapor da água quente movimenta as turbinas, que geram eletricidade. O sistema abastecerá as 180 mil casas de Sevilha e será projetado para atender outras cidades européias. 12,5% publicou a 2ª edição verde, no mesmo modelo da revista do ano AGRICULTURA A ONU estima que 30% da terra habitável no mundo é usada para a pecuária. O grande problema é que os bovinos soltam de 300 a 500 litros de metano por dia. Cientistas do Reino Unido estudam novas substâncias para a alimentação das ovelhas que podem diminuir em até 70% suas emissões de metano. anterior: moldura verde e manchete impactante – “O fim dos Oceanos”. Para 2009 fica a sugestão de continuar acompanhando todos CAPA_MATERIAS.indd Sec1:6-Sec1:7 Q uem nunca ouviu falar em aquecimento global provavelmente não mora nesta QUE MAIS LANÇAM galáxia. O tema vem rendendo os mais acalorados debates do momento (literalmente). Ok, o mundo está mais quente, Conhecemos melhor o solo isso é incontestável. Apesar de você não agüentar da Lua do que o fundo do mais ouvir falar que em pouco tempo sua vida ficará mar,dimidizem os ecologistas. cada dia mais infernal, diga a verdade: você nuiu o tempo do seu banho por causa doNossa consumo última fronteira de eletricidade? Trocou o carro pela bicicleta são aspara águas profundas: reduzir a poluição? Parou de comprar produtos de entre 200 e 7 mil metros empresas vinculadas ao desmatamento? Doou dinheiro a alguma sociedade de proteção àsubmarinos. natureza e aos animais? Parou de comer carne? GERAÇÃO DE Elas são É bem possível que você não tenha adotado ne-90% do volume ENERGIA nhuma dessas medidas na vida prática. Edos ainda as- e podem oceanos É o principal sim deseje com ardor que a Terra tenha salvação. abrigarSe até 100poluente milhões porque, o mundo está entrando em colapso, como afirmam de espécies – mais dooque segundo IPCC, vários dos cientistas mais alarmistas, então por que 40% da energia em todo você não faz a sua parte? E será que, mesmo se nãoo resto do planeta. elétrica do mundo mudarmos os hábitos dramaticamente, o planeta é gerada a partir tem salvação? Sim, até tem. É o que você vai desA essa profundidade, da queima de cobrir a partir de agora. não há luz paracarvão. sustentar A China, SETORES A PRÓXIMA FRONTEIRA GASES DO EFEITO ESTUFA 21,3% o fitoplâncton.por exemplo, A solução consome pouco Portanto, só animais A tese vem de Ted Nordhaus e Michael Schellenbermais de 1 bilhão e bactérias ger, chamados pós-ambientalistas americanos. Os circulam. de toneladas de carvão por ano, dois sacudiram o mundo dos ecologistas em outuou seja:ainda 37% do bro passado com o livro Break Through: From Atéthe os De1 000 metros consumo mundial. ath of Environmentalism to the Politics of há Possibility um lusco-fusco. Abaixo (“Break Through: Da Morte do Ambientalismo para disso, a escuridão é a Política da Possibilidade”, sem edição em portutotal. Faz frio, de até 3 oC. guês). Em outras palavras, não é que você vai deixar de andar de carro. É que daqui a alguns anos ele vai ou rodar com álcool produzido a partir de uma planta qualquer (de maneira mais eficiente que a cana-de-açúcar) ou a eletricidade. E essa eletriciPROCESSOS dade não virá das poluentes usinas de carvão e peINDUSTRIAIS tróleo, que são responsáveis por 25% das emissões Segundo a de CO2 do mundo, mas, sim, de usinas que captam Federação das a energia solar, eólica ou de hidrogênio. Indústrias do A nova receita para salvar o mundo, dizem NorEstado de São dhaus e Schellenberger, é investir com vontade Paulo (Fiesp), em novas tecnologias. Algumas foram inventadas, a indústria mas precisam de ajustes para ser economicamente desperdiça 24% de toda a atraentes. Já outros desafios para diminuir o imenergia gerada pacto negativo do homem no ambiente demandam só no estado pequenas revoluções tecnológicas. De uma forma de São Paulo. ou de outra, é preciso muito dinheiro para obter Isso se deve aos grandes avanços no curto espaço de tempo que temotores antigos mos. Nordhaus e Schellenberger acham que os EUA, e máquinas como maiores poluidores histórico, devem dar o construídas exemplo e até orçam o investimento: US$ 300 biquando não havia lhões em apoio a pesquisas, nos próximos 10 anos. a preocupação Seria o equivalente em valores a um novo projeto com eficiência Apollo, iniciativa americana que colocou o homem energética. na Lua em apenas 8 anos e teve como subprodutos 16,8% CAPA_MATERIAS.indd Sec1:4-Sec1:5 tecnologias que usamos até hoje. Os outros países deveriam fazer o mesmo. Não que o investimento privado em pesquisa deva ser descartado. Várias A pesca indiscriminada fez sumir 90% dos empresas estão fazendo sua parte, especialmente peixes grandes e mudou a dieta humana. agora que a mudança para um comportamento sustentável não só é bom para publicidade mas pode O atum-azul não é umdo peixe reduzir custos. Uma gigante ramoqualquer. de higiene É o peixe. Primeiro, porquedas eleembalagens tem sangue quente, o pessoal mudou o formato de um xampu, o equivalente a 15 milhões que economizando lhe permite cruzar os mares do Ártico aos de recipientes por ano; várias empresas de coleta de é mais trópicos. Sua arrancada ao caçar ou fugir lixo do mundo estão não só reciclando como tampotente que a de Porsche. Umem atum-azul pobém transformando osum dejetos orgânicos comde pesar o mesmo que umshoppings cavalo (500 bustível por meio de miniusinas; estão quilos) trocando seus10 vasos novos modelos e render milsanitários cortes dopor sashimi mais suculenque consomem 6 litros de água por descarga (cerca to e caro do mundo. É por isso que, enquanto de 5 vezes menos que os modelos domésticos). cardumes deles nadam pelo Mediterrâneo, suEsses avanços tecnológicos pontuais são louváperpesqueiros rondam à sua caça, com a ajuda veis, mas para o rumo do planeta mudar é preciso fazer mais ambiciosos. Mesmo que oO navio deinvestimentos sonares e de aviões localizadores. governo não se mexa e despeje os bilhões de dólares que chegar primeiro e fechar a rede de cerco em pesquisas como querem os pós-ambientalistas, emcentenas volta dos bichostrabalhando leva o prêmio. leva para já há de pessoas nisso. E Empresários do setor de tecnologia, comodos os donos o Japão, país que captura 25% atuns-azuis do dos Google, Sergey Brin e Larrymercadão Page, além de oceanos. No maior deBill peixes do Gates e Paul Allen, já estão investindo um bom diplaneta, o Tsukiji, em Tóquio, um desses peixes nheiro em projetos como a produção de etanol, por é leiloado por US$Não 25exatamente. mil. Os que exemplo. Vontade deaté ajudar? É sósão pesperceber que as grandes cifras estão sendo colocacados pequenos ficam enjaulados em fazendas dasde emengorda pesquisasnas do setor energético – responsável costas de países como Espanha, por 34% das emissões de gases do efeito estufa (veja Itália Turquia. Passam meses sendonas alimentaquadro aoelado): “As oportunidades econômicas dos comlimpas peixese gordurosos e depois são abatidos tecnologias a ‘energia verde’ prosperarão e gerarão de uma maneira faráseguem com a tirosdinheiro – isso mesmo, a tiros.que Então seu que o boom do Vale do Silício dos anos 90 pareça caminho rumo ao desaparecimento e às mesas brincadeira de criança”, afirma Ira Flatow, autor do livro Present at the Future (“Presente no Futuro”, sem edição em português). O mar não está para peixe Energia: o desafio das novas tecnologias Como é a parte da economia que mais causa impacto ambiental e ao mesmo tempo gera dinheiro, não é de estranhar que os grandes avanços tecnológicos verdes comecem a sair da geração de energia. Em primeiro lugar, vamos aos combustíveis. Com a esperada míngua das reservas de petróleo, parece que o álcool combustível (etanol) veio para ficar. Um motor a álcool chega a emitir menos da metade (56%) de poluentes na atmosfera em comparação com um a gasolina. O Brasil, onde 98% dos carros fabricados hoje são flex (que aceitam álcool ou gasolina), é visto lá fora como exemplo de modelo sustentável. Por outro lado, vários analistas concordam que, se o etanol é um dos combustíveis do futuro, dificilmente a cana-de-açúcar, usada no Brasil, será a fonte definitiva para sua obtenção – são necessárias largas áreas para o cultivo, além de *Outros efeitos com valores menores de 1%, que somam as emissões de metano, gás carbônico e óxido nitroso. Fonte: Instituto Max Planck (Alemanha). Não é que você vai deixar de andar de carro. É que daqui a alguns anos ele vai rodar com álcool feito de uma planta ou a eletricidade. 04.12.07 13:11:11 os passos da Superinteressante nas questões ambientais. dos aficionados por sushis. (Um detalhe para você se tranqüilizar um pouco: o atum que comemos no Brasil não é dessa espécie.) A saga do atum-azul começou na década de 1990, depois que a flotilha japonesa reduziu os estoques do Pacífico a 6% da população original. Em 10 anos de pesca no Mediterrâneo, já o levamos ao risco de extinção. Como pudemos ser tão eficientes em dizimá-lo? Basicamente, lançamos mais de 1 500 navios pesqueiros high tech ao mar, sacamos dali 3 vezes mais atuns do que o limite para que a espécie se recomponha e turbinamos tudo isso com subsídios da União Européia. Empresas gigantes do setor, da Espanha, da França e do Japão, dividem um mercado que movimenta US$ 400 milhões ao ano. Na Itália, até a máfia se meteu na caça ao atum. Ela ajuda a colocar aviões localizadores clandestinos nos ares da Líbia e da Argélia em junho, quando a pesca está proibida para dar alguma chance às fêmeas em período reprodutivo. A má notícia é que a trajetória do atum não é única. Já estamos repetindo essa lógica há mais de um século nos oceanos, e com muito mais tecnologia nos últimos 50 anos. Em Grand Banks, a leste do Canadá, reduzimos o bacalhau do tipo cod a 1% da população original. O blue skate, uma arraia que figura no fish’n’chips, prato típico inglês, sumiu do mar do Norte. O alabote do Atlântico entrou em colapso ainda no século 19. E do esturjão do mar Cáspio – cujas ovas são o caríssimo caviar – só sobraram 10%. Nossa indústria hoje, quando entra em uma nova área de exploração, tem bala para arrasar uma espécie comercial em 10 ou 15 anos. Nesse ritmo, podemos chegar ao colapso de todas as áreas de pesca do planeta em 2048 (hoje, já inutilizamos ou pescamos além do sustentável em 76% dessas regiões – no Brasil, sobe para 80%, segundo relatório recente do Greenpeace). Essas projeções são parte dos estudos estatísticos de uma década de Boris Worm, professor de conservação marinha da Universidade de Dalhousie, no Canadá. Junto com outros cientistas, ele estimou que, das populações de grandes peixes que nadavam em nossos mares em 1900, podem ter sobrado só 10%. O pesquisador Callum Roberts, da Universidade de York, na Inglaterra, autor do livro The Unnatural History of the Sea (“A História Não Natural do Mar”, sem edição em português), alerta para outro problema grave: estima-se que um quarto a um terço de criaturas marinhas seja capturado acidentalmente a cada pesca de arrasto e jogado de volta ao mar, já morto ou morrendo. A ONU vem tentando, sem sucesso, tornar o arrasto ilegal em alto-mar. “O arrasto é um meio muito rentável de pegar peixes, camarões, lagostas. Duvido que ele vá acabar”, diz Worm. O que também não deve acabar é outra burrada na gestão de nossos recursos marítimos, a pesca fantasma. Quando uma rede é perdida no mar, ela continua pescando sozinha, só que para ninguém comer. Vai afundando e carregando peixes e crustáceos, até ficar cheia e aterrissar no fundo. “Alguns jogam bolas de redes velhas ao mar para atrair atuns e não recolhem de volta”, diz o cientista Charles Moore, criador da Fundação Algalita de Pesquisa Marinha, instituto californiano que se dedica a medir os impactos do lixo plástico nos oceanos. “As redes fantasmas matam 100 mil mamíferos marinhos por ano só no Pacífico Norte”, afirma Moore. Se desgraça pouca é bobagem, o que podemos esperar de impactos no dia-a-dia? No mínimo, uma mudança de dieta. Você já comeu água-viva? Bem, talvez daqui a 50 anos você se acostume com a idéia. No passado, os oceanos eram dominados por batalhões de tubarões, bacalhaus e peixes-espada – predadores que comiam peixes menores e que estão sendo dizima- 60 % da população mundial vive a até 60 km da costa, a região mais impactada pela ação humana. 80% do turismo mundial acontece no litoral. Praias e corais são as atrações mais procuradas. 04.12.07 13:10:56 As tartarugas comem peixes misturados com lixo. I Relatório Socioambiental 63 Mata Atlântica Clickarvore Em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica e o Instituto Ambiental Vidágua, a Abril criou o Clickarvore, relevante projeto ambiental do país. Desde 2000, o projeto possibilita, de maneira inovadora, que todo brasileiro “plante” diariamente uma árvore nativa da Mata Atlântica via internet. No site www.clickarvore.com.br, cada click corresponde ao plantio de uma árvore, custeado por empresas patrocinadoras e pela própria sociedade civil. O internauta também pode acompanhar o andamento do processo de recuperação das áreas degradadas. São monitorados no site o número de mudas plantadas, metros quadrados reflorestados e a localização do plantio. Até 2008, já haviam sido doadas mais de 13 milhões de árvores de 80 espécies nativas diferentes. Essas mudas foram plantadas em 311 municípios participantes de 10 estados do país, totalizando uma área de 7.496,6 hectares recuperados. A iniciativa, além de estimular o reflorestamento da Mata Atlântica, gera empregos em viveiros florestais e propriedades rurais durante o plantio, além de promover a educação ambiental e capacitação de técnicos, agentes comunitários e professores sobre técnicas de reflorestamento. I Relatório Socioambiental 64 A evolução do nosso modo de vida O Brasil que queremos ser A inserção da sustentabilidade na cultura das entidades civis e dos grupos empresariais, como a Abril, estimula a conscientização da sociedade e impulsiona mudanças na legislação e na política do país. Visando criar um espaço para discussão sobre como é possível atender às demandas socioambientais brasileiras nos próximos anos, a revista Veja sintetizou na comemoração de seu aniversário de 40 anos, em setembro de 2008, as expectativas de milhares de brasileiros em relação ao futuro do país levantadas no seminário “O Brasil que queremos ser”. No evento, foram debatidos entre a população, importantes especialistas e principais lideranças políticas nacionais, seis grandes temas que fazem parte da realidade brasileira - meio ambiente, educação, economia, imprensa, democracia, raça e pobreza e megacidades – e, dentre eles, foram elencadas 40 propostas para um país melhor. Além disso, como extensão do seminário, foi realizado um road-show de debates em universidades de todo o Brasil, selecionadas pela sua representatividade regional e qualidade de excelência do ensino e pesquisa. O objetivo é dar aos alunos e professores a oportunidade de discutirem ações e possibilidades para mudar a realidade do Brasil. I Relatório Socioambiental 65 A evolução do nosso modo de vida Guia Exame de sustentabilidade Marketing Outubro/2008 | R$ 19,90 | www.exame.com.br Pesquisa exclusiva revela que os consumidores não querem pagar mais por produtos verdes Agronegócio Uma nova geração de empresários mostra que é possível crescer no campo sem destruir o meio ambiente 2008 Governança Como a crise mundial está mudando o relacionamento das companhias abertas com seus investidores Internacional estratégicos na área de responsabilidade social corporativa: o Guia EXAME de Sustentabilidade. 01_CAD 23/10/08 00:26 - A publicação destaca as empresas brasileiras que apresentam RGODEGUEZ - atitudes diferenciadas de responsabilidade corporativa, selecionadas - Sustentabilidade 20 empresas-modelo Natura EXAME com base em uma metodologia desenvolvida em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas e com a Bolsa de Valores de São Paulo e que engloba estratégias, compromissos e práticas nas dimensões ambiental, econômicofinanceira e social. Marketings:fejldf EntrevistasK\e[eZ`X Quem é o consumidor verde (1) <eki\m`jkX[fjmXcfi`qXdgif[lkfZfdXg\cf\Zfc^`Zf#[\j[\hl\ef k\e_Xd[\gX^XidX`jgfi`jjf (/ Hl\dXiZXm\d~ZXY\XhlXe[fj\]XcX\dgi\fZlgXf Zfdfd\`fXdY`\ek\6) - , EXkliX 9XeZfI\Xc JXY\jg MfZj\Zfej`[\iXld Zfejld`[figi\fZlgX[f Zfdhl\jk\j XdY`\ekX`j6 .+ J@D )- EÂF + + * E\jkc MXc\ 8mfe * -( * Gif[lkfjZfdXg\cf \Zfc^`Zf`eÕl\eZ`Xd \djlX[\Z`jf [\ZfdgiX6 *0 ,0 EÂF J@D * :fZX$:fcX 9iX[\jZf K\kiXGXb MfZj\Zfej`[\iX Y\d`e]fidX[fjfYi\ fk\dXÈgi\fZlgXf XdY`\ekXcÉ6 +( EÂF J@D HlX`jjffjgi`eZ`gX`jdfk`mfjgXiXZfdgiXigif[lkfjZfdXg\cf\Zfc^`Zf6 Efgi\al[`ZXd&gi\j\imXd& Zl`[Xd[fd\`fXdY`\ek\ @eZ\ek`mXdXg\ejXief]lklif [Xgio`dX^\iXf 40% 20% 15% 12% @eZ\ek`mXdX i\Z`ZcX^\d GXiXgi\j\imXiXji\j\imXj eXkliX`j 8f]Xq\ildXZfdgiX%%% %%%[}gi\]\ieZ`XXgif[lkfj]\`kfjZfddXk\i`Xci\Z`Zc}m\c -( %%%[\`oX[\ZfdgiXildgif[lkfj\jflY\ihl\\c\gi\al[`Z`Xc~eXkli\qX ,* %%%[}gi\]\ieZ`XXgif[lkfjfi^e`Zfj +( J@D +, J\ldgif[lkf Zfdj\cfXdY`\ekXc]fi dX`jZXif#mfZZfdgiX d\jdfXjj`d6 :fjkldXZfdgiXi gif[lkfjZfdj\cfj XdY`\ekX`j6 +' EÂF *' J@D .' EÂF :fdgiflXc^ldgif[lkf fi^e`Zfefjck`dfjkij d\j\j6 +0 J@D (0 EÂF:FE?<:< ( G\jhl`jXi\Xc`qX[X\dj\k\dYifZfd)''gXlc`jkXefj\eki\)'\,'Xefj\i\e[X\eki\,'''\(''''i\X`jd\ejX`j ) I\jgfjkXj\jgfeke\Xj=fek\1Hlfild9iXj`c 114s>L@8<O8D<JLJK<EK89@C@;8;<sFLKL9IF)''/ +- EÂF , EÂF:FE?<:< sumo consciente. Em pesquisa realizada há dois anos, a entidade verificou que 33% dos consumidores brasileiros são conscientes — têm um bom grau de percepção dos impactos coletivos ou de longo prazo em suas decisões de consumo e não se atêm aos aspectos econômicos ou aos benefícios pessoais imediatos. De olho nesse tipo de consumidor, muitas empresas têm se esforçado para colocar nas prateleiras produtos ecologicamente corretos. É o caso da rede varejista Wal-Mart, que pretende transformar sua linha de marcas próprias em modelo de sustentabilidade. Já é possível, por exemplo, encontrar nas gôndolas do varejista cereais matinais com embalagens que levam o selo FSC, certificado ambiental do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal, e cobertores produzidos com fio de poliéster feito 100% de fibra de PET. Além disso, a rede negocia com seus fornecedores o desenvolvimento de embalagens que reduzam a quantidade de material utilizado. “Até 2009, nossa meta é ter 100% das embalagens dos produtos de marca própria sustentáveis”, diz Daniela de Fiori, vice-presidente de assuntos corporativos e sustentabilidade do Wal-Mart. Para Mariana Cogswell, diretora de planejamento da agência Talent, o consumidor verde é, necessariamente, mais crítico e seu comportamento tende a influenciar cada vez mais o modo de produção das empresas. “Contribuir para o desenvolvimento sustentável não é mais uma questão de escolha da companhia, e sim obrigação”, diz ela. A HP, uma das maiores fabricantes de equipamentos eletrônicos do mundo, percebeu isso há muito tempo. Na década de 90, o trabalho de recolhimento e reciclagem de cartuchos da empresa virou referência no setor. Agora, a HP se prepara para dar um passo adiante: em vez de doar os cartuchos coletados a uma empresa de reciclagem, em novembro a própria companhia deve começar a reciclar o material. Após passar por um processo de limpeza e moagem, o material plástico produzido será usado na fabricação de novos cartuchos. “Queremos criar uma cadeia produtiva autorenovável”, diz Kami Saidi, diretor de operações da HP para o Mercosul. “À medida que aumenta a conscientização, o consumidor leva em conta essas iniciativas na sua decisão de compra.” Só a base da pirâmide salva ?Xik1ÈFj gfYi\jjf dX`j[fhl\ Zfejld`[fi\j# jfgXiZ\`ifj [\e\^Z`fjÉ GXiXf\jg\Z`Xc`jkXJklXikC%?Xik#Xjk\Zefcf^`Xjc`dgXjjXal[XifX jXcmXifgcXe\kXj\^Xe_Xi\d\jZXcXZfdXjgfglcX\j[\YX`oXi\e[X sAna Luiza Herzog B em menos afeito a holofotes que seu amigo indiano C.K. Prahalad, com quem escreveu o já histórico artigo Fortuna na Base da Pirâmide, em 2002, o americano Stuart L. Hart é hoje uma das maiores referências mundiais em estratégias empresariais para as populações de baixa renda. Professor da Universidade Cornell, Hart tornou-se uma sumidade ao ajudar a revelar para as empresas as imensas oportunidades de negócios escondidas nas populações de baixa renda — e, sobretudo, por ser um crítico voraz à maneira como as companhias vêm lidando com esses consumidores ao longo das décadas. Para Hart, as empresas não têm demonstrado preocupação com os impactos ambientais e sociais de suas investidas. Com isso, estão perdendo a chance não só de ganhar dinheiro mas também de ajudar o planeta a resolver parte de seus dilemas. Em entrevista a EXAME, ele explica por que é importante que as empresas integrem a seu modelo de negócios as duas grandes revoluções hoje em curso — a da base da pirâmide e a das tecnologias limpas — e por que isso representa uma oportunidade de negócios ainda maior do que a que ele preconizou no início desta década. EXAME O senhor e C.K. Prahalad foram os primeiros a escrever sobre os negócios na base da pirâmide e sua relação com o movimento de responsabilidade social corporativa, há dez anos. De lá para cá, como o assunto evoluiu? STUART L. HART É curioso, mas quando eu e Prahalad escrevemos nosso primeiro artigo sobre o tema, em 1998, e ele começou a circular na internet, fomos vistos como pesquisadores “underground”, e nossas idéias, como alternativas demais. Dois anos depois, já estávamos ocupadíssimos, sendo requisitados para falar sobre o assunto, mas o ritmo de aceitação ainda era lento. O grande salto aconteceu mesmo nos últimos cinco anos. Hoje, centenas de empresas têm iniciativas para a base da pirâmide. Mesmo com esse salto, o senhor não acha que a maioria das empresas continua separando o conceito de sustentabilidade dos negócios para a base da pirâmide? Sim. Nos últimos oito anos, vimos o desabrochar de duas revoluções: a da base da pirâmide e a das tecnologias limpas. Esses dois movimentos, igualmente cru- 98s>L@8<O8D<JLJK<EK89@C@;8;<sFLKL9IF)''/ ciais para a busca da sustentabilidade, caminharam até agora de maneira isolada. O desenvolvimento de tecnologias que produzem menos impactos no meio ambiente esteve até agora muito voltado para o topo da pirâmide. Além disso, pensou-se muito no aspecto da tecnologia e muito pouco no modelo de negócios, ou seja, em como comercializar essas inovações. Só nos Estados Unidos, o setor de venture capital e dezenas de empresas privadas estão despejando milhões de dólares nesse mercado, mas ninguém sabe ainda como essas tecnologias chegarão aos consumidores. Enquanto isso, o movimento de negócios para a base da pirâmide ganhou corpo sem muita preocupação com o meio ambiente, adotando o que chamo de “estratégia do empurra”. Ou seja, as empresas pegaram os produtos que possuíam, estudaram como poderiam oferecê-los em embalagens menores ou mais baratas e estenderam os canais de distribuição para que eles chegassem até as classes mais pobres. Essa “estratégia do empurra” foi muito criticada. Qual a sua opinião sobre ela? Chamo essa primeira fase vivida pelas empresas de “base da pirâmide 1.0”. Ela ;@MLC>8xÂF Composite - lançou um projeto pioneiro e em sintonia com os grandes desafios Por que os negócios relacionados à água estão atraindo empresas do mundo todo - EXAME - EEXA2 - 7 - 05/11/08 Há oito anos, a EXAME, maior revista de negócios do país, ydl`kf`dgifm}m\chl\ k\Zefcf^`Xjm\i[\j i\mfclZ`fe}i`Xjj\aXdXZ\`kXj Zfd]XZ`c`[X[\efjd\iZX[fj [\j\emfcm`[fj#efjhlX`jfj Zfejld`[fi\ja}\jkf XZfjkldX[fjZfdfZfe]fikf \X]XZ`c`[X[\[Xjk\Zefcf^`Xj kiX[`Z`feX`j é legítima. A crítica foi que muitas empresas estavam simplesmente colocando produtos em embalagens diferentes e tentando vendê-los aos pobres — precisassem eles ou não daquilo —, tirando o pouco de dinheiro que eles possuíam. Tenho de concordar que essa análise não é totalmente descabida. Para que uma estratégia de base da pirâmide seja bemsucedida no longo prazo, ela deve ter uma abrangência maior. Não há nada de errado em adaptar produtos para vendêlos aos pobres. O que a empresa deve considerar, no entanto, é o impacto que aquele produto provocou na comunidade. Ele permitiu que as pessoas tivessem mais tempo livre para o lazer? Que elas ficassem mais saudáveis? Que elas melhorassem de vida? Não acredito que apenas vender por vender seja uma estratégia sustentável no longo prazo. Existem riscos nas duas revoluções que o senhor comentou (a da base da pirâmide e a das tecnologias limpas)? Sim. No caso das tecnologias limpas, o risco é termos mais uma bolha se não conseguirmos encontrar boas maneiras de comercializá-las. Já no movimento da base da pirâmide o risco é de colapso ambiental. Afinal, se o único objetivo das FLKL9IF)''/s>L@8<O8D<JLJK<EK89@C@;8;<s99 I Relatório Socioambiental 66 A evolução do nosso modo de vida > Guia Exame de sustentabilidade Com isso, a Abril cria um espaço para divulgação e compartilhamento dos melhores exemplos de envolvimento das empresas com a sustentabilidade. Outra publicação de destaque da Revista EXAME é o Guia As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar, que reconhece as empresas que apresentam padrão de relacionamento diferenciado com os funcionários, estimulando, dessa maneira, a conscientização de que a valorização dos colaboradores gera valor às próprias organizações. <eZfekif[f>I@#eX?fcXe[X1 dX`j[\/''\dgi\jXj[`jZlk\d#kf[fjfjXefj# gX[i\j\`e[`ZX[fi\j[\jljk\ekXY`c`[X[\ A escolha das melhores <djlXefeX\[`f#f>l`X<O8D<[\Jljk\ekXY`c`[X[\[\jkXZX#g\cXgi`d\`iX m\q#X<dgi\jX[f8ef\eki\Xj)'\dgi\jXj$df[\cf[fgXjsCristiane Mano 16s>L@8<O8D<JLJK<EK89@C@;8;<sFLKL9IF)''/ P oucos temas dentro das empresas hoje são tão abrangentes e controversos quanto sustentabilidade. Ser sustentável é uma proposição que envolve desde a preocupação com o impacto ambiental até a responsabilidade de uma companhia perante funcionários, consumidores, fornecedores e investidores. Algumas dessas variáveis são mais (ou menos) críticas de acordo com o setor. Trata-se também de um termo em constante evolução, cujas métricas e indicadores são discutidos e rediscutidos todos os anos em instâncias como o Global Re- <M<IK<CQ@E>8&8=GG?FKF Pesquisas8gi\j\ekXf porting Initiative (GRI), organização com sede na Holanda que congrega mais de 800 grandes empresas de todo o mundo, como Microsoft e Unilever, e cujo objetivo é discutir padrões para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. A complexidade e o dinamismo do tema exigem que o Guia EXAME de Sustentabilidade também acompanhe esses movimentos. Neste ano, a publicação se propôs a realizar uma das tarefas mais desafiadoras de sua história. Na nona edição, o Guia EXAME de Sustentabilidade destaca, pela primeira vez, uma de suas 20 empresas-modelo como a Em- presa Sustentável do Ano. A escolhida é a fabricante de cosméticos Natura — presente entre as empresas-modelo em todas as edições do guia desde a primeira publicação, em 2000, ainda como Guia EXAME de Boa Cidadania Corporativa. Não se trata da escolha da empresa mais sustentável do país — não existe maneira de aferir tal comparação, até pela diversidade de setores participantes do guia. Trata-se, sim, de eleger uma empresa que se diferencia pela consistência, pelo comprometimento e sobretudo pela persistência na busca da sustentabilidade. O destaque — que se reflete numa reportagem mais longa e aprofundada nesta edição — permite descrever em mais detalhes essa trajetória. O relato pode ser inspirador tanto pelos acertos quanto pelos erros. Assim como a Natura, as outras empresas-modelo que compõem este anuário estão longe de ser empresas perfeitas. O que elas formam é o melhor retrato das grandes companhias brasileiras que estão conseguindo adaptar seus negócios aos novos tempos. Para a escolha das 20 empresas-modelo, o Guia EXAME de Sustentabilidade segue pelo segundo ano consecutivo a metodologia elaborada pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, responsável também pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, que reúne empresas responsáveis listadas na bolsa. A pesquisa — da qual participaram 177 companhias de grande e médio porte de todo o país — considera as mais atuais referências em levantamentos sobre sustentabilidade empresarial em todo o mundo. A análise teve quatro etapas. Na primeira, as empresas participantes preencheram um questionário, dividido em quatro partes. Uma dessas partes aborda questões introdutórias sobre transparência e governança corporativa, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). As demais tratam das dimensões econômico-financeira, social e ambiental. Critérios da dimensão ambiental receberam ponderações diferentes na avaliação final, dependendo do setor de atuação da empresa e de seu impacto no meio ambiente. As respostas foram analisadas estatisticamente, de modo a excluir empresas que tiveram desempenho abaixo da média em qualquer das dimensões do questionário. FLKL9IF)''/s>L@8<O8D<JLJK<EK89@C@;8;<s17 I Relatório Socioambiental 67 A evolução do nosso modo de vida Planeta Sustentável A Abril acredita que todas as ações com foco em sustentabilidade passam necessariamente pela difusão da educação e do conhecimento. Baseada nessa vocação, que é parte de sua Missão, criou o Planeta Sustentável, em 2007. O projeto consiste em produzir conteúdo de forma transversal em suas revistas e sites, além de eventos e outras plataformas sobre sustentabilidade, com o objetivo de ampliar, instruir e animar a discussão, produzir referências e comunicar-se, permanentemente, com 17 milhões de leitores, impulsionando a mobilização e consciência sobre o tema. Em seus dois primeiros anos, já foram mais de mil páginas dedicadas ao Planeta Sustentável em 55 revistas da Abril, além de 2 mil matérias reunidas em seu site e divulgadas também em diversos portais da Editora. V E J A O Q U E E S TÁ A C O N T E C E N D O E O Q U E V O C Ê P O D E F A Z E R E M www.planetasustentavel.com.br o futuro a gente faz agora as os ol e qu sustentável Tr o PLANETA de pan o ÃO A SOLUÇ ESTÁ TAMBÉM S A NAS SU MÃOS sa q ui n h o s d e p lá sti co po rs ac O que o consumo de milhões de sacolinhas plásticas tem a ver com a extinção do sapo-dourado da Costa Rica? A importância de pensar na sustentabilidade. Todo ano, são produzidos no país cerca de 200 mil toneladas de plástico filme, utilizado em saquinhos de supermercados. Desse total, apenas 17% é reciclado. Os saquinhos de plástico levam centenas de anos para se decompor e dificultam a compactação do lixo. Confira nas páginas a seguir mais uma discussão de sustentabilidade e entenda por que ela é fundamental para uma vida melhor. É PRECISO FAZER ALGO. É POSSÍVEL FAZER MUITO. E DEVEMOS FAZER JÁ. idéias inovadoras em ambiente, energia, negócios, urbanismo, consumo, lixo, desenvolvimento, saúde e educação SACOLAS_veja.indd 1 8/31/07 3:46:05 PM I Relatório Socioambiental 68 A evolução do nosso modo de vida > planeta sustentável As páginas dedicadas ao projeto apresentam os Manifestos da Sustentabilidade - definidos a partir das reuniões mensais do Conselho Consultivo do projeto - e também as Mídias da Sustentabilidade - criadas para a comunicação dos patrocinadores engajados em causas pertinentes ao tema. O Planeta Sustentável divulga também o Manual de Etiqueta, premiada publicação com dicas práticas sobre como enfrentar o aquecimento global que teve 2,5 milhões de exemplares distribuídos gratuitamente nas revistas VEJA, National Geographic, Claudia e Nova Escola. Além disso, o site planetasustentavel.abril.com.br apresenta um banco de dados de ações realizadas pelas empresas, inclusive o Grupo Abril, voltadas à sustentabilidade. I Relatório Socioambiental 69 A evolução do nosso modo de vida Anúncios Bonificados A fim de divulgar as ações de reconhecidas instituições nos âmbitos da sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, a Abril oferece anúncios gratuitos nas páginas de suas principais revistas. Com grande circulação e um público diversificado, em 2008, 21 revistas do Grupo publicaram 64 páginas, com valor de aproximadamente R$ 5 milhões em anúncios bonificados, criados por 16 agências de publicidade parceiras do projeto, que beneficiaram um total de 28 instituições: Instituições beneficiadas em 2008 www.exercitodoacoes.com.br Instituto Zeroaseis IBCC Instituto Ayrton Senna Casa Ninho Projeto Âncora McDia Feliz Unicef Abrale Apae IEE Pequeno Príncipe Abigraf Instituto Movere Probare Campanha do Agasalho ABI 100 Anos FIESC (Santa Catarina) ABAP Rio Cen Aids Instituto Ethos Instituto Akatu Exército da Salvação Instituto Navega SP Casas André Luiz SOS Mata Atlântica Alfabetização Solidária Greenpeace Todos pela Educação I Relatório Socioambiental 70 A evolução do nosso modo de vida Praça Victor Civita A Praça Victor Civita, inaugurada em 2008, é a conclusão de uma atitude pioneira do Grupo Abril, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, na reciclagem de áreas públicas. No local, onde por mais de 40 anos funcionou um depósito e um centro de incineração de resíduos, há hoje um espaço de lazer e reflexão sobre as questões ambientais. Com cerca de 14 mil m2, o projeto arquitetônico incluiu a construção de decks de madeira e concreto, que isolam os visitantes das áreas do solo contaminado sem oferecer riscos à saúde. O complexo, localizado ao lado da Abril, foi projetado para proporcionar o reúso de água e economia energética. UMA PRAÇA COMO VOCÊ NUNCA VIU Entenda cada uma das soluções que foram adotadas para recuperar o terreno do antigo Incinerador Pinheiros e entregar a você uma Praça totalmente segura e diferente de todas as outras, fruto de um projeto pioneiro na América Latina INFOGRAFIA: Luiz Iria, Adriano Sambugaro, Paula Nadal, e Planomotor fibra de coco ardósia DECK Os jardins foram plantados sobre este sistema de tec garden, construído 60 cm acima do nível do solo. A água da chuva, armazenada entre a manta de borracha e a ardósia, é transportada por absorção pela fibra de coco para irrigar os vegetais Uma estrutura de 350 toneladas de aço, recoberta com 1600 m² de madeira legalizada e 1600 m² de placas de concreto foi construída para isolar o passeio das áreas degradadas. A uma distância de um metro do solo original, você fica protegido e ainda ganha um percurso de mais de 600 m para caminhadas água de chuva manta de borracha brita sapatas de concreto aço reciclado esgoto sistema de alagados água filtrada SOLO As cinzas geradas no incinerador foram enterradas no terreno da Praça. Isso contaminou o solo e as águas subterrâneas. A solução foi colocar uma camada de 50 cm de terra nova em toda a área. Foram 3500 m 3 de terra limpa, o suficiente para encher duas piscinas olímpicas terra nova solo original madeira legalizada JARDINS plantio cascalho ESPELHO D’ÁGUA A água da chuva e o esgoto do prédio do Museu - previamente tratado - são transportados por canaletas até o sistema de alagados. Depois de passar por filtros de cascalho e plantas aquáticas, a água cai, por gravidade, no espelho d’água para ser reutilizada cinzas argila branca lençol freático I Relatório Socioambiental 71 A evolução do nosso modo de vida > praça victor civita Imagens do local antes do Projeto Com um projeto paisagístico educativo, a Praça é aberta diariamente e oferece à comunidade atividades gratuitas de lazer, educação e cultura, ligadas à sustentabilidade. A estrutura da Praça conta com cerca de 80 árvores, arena de espetáculos com capacidade para 250 pessoas, equipamentos de ginástica ao ar livre, pista de caminhada e centro de convivência para a terceira idade. O local faz parte do empenho da Abril em disseminar o conhecimento sobre desenvolvimento sustentável em todos os níveis, com a produção de informação, cultura e entretenimento em suas centenas de publicações e produtos, e em contribuir para a melhoria da educação e da qualidade de vida de todos os brasileiros. I Relatório Socioambiental 72 O I Relatório Socioambiental do Grupo Abril é uma publicação da Vice-Presidência de Relações Institucionais. Novembro de 2009. I Relatório Socioambiental 73