diversidade - Planeta Sustentável

Transcrição

diversidade - Planeta Sustentável
)2ELATvRIO3OCIOAMBIENTAL
Índice
Missão, Valores, Princípios e Visão
04
mensagem da presidência
05
nosso dna
06
perfil
07
diversidade
09
O caminho socioambiental
15
estratégia
18
operações industriais
23
logística e distribuição
26
suprimentos
29
MARKETING DE RELACIONAMENTO E EVENTOS
30
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
32
A responsabilidade da comunicação
33
A mídia da sustentabilidade
34
A educação no Brasil
Fundação Victor Civita
36
Educar para crescer
40
Sistema de Ensino SER
41
Revisteca
42
Desarmamento Infantil
43
Mãos à Obra
45
Prêmio Melhores Universidades
46
Pessoas que fazem a diferença
Prêmio ClAudia
Prêmio Saúde
49
51
Construção e Moradia
Prêmio Planeta Casa
52
Fórum Nacional da Sustentabilidade
da Construção
54
A Cultura Brasileira
Teatro Abril
55
56
Concerto Bons Fluidos e Estação Bem-Estar
o jovem
mtv
58
Projeto Mundo Jovem
61
Edição verde da Superinteressante
62
Mata Atlântica
Clickarvore
64
A evolução do nosso modo de vida
O Brasil que queremos ser
65
Guia Exame de sustentabilidade
66
Planeta Sustentável
68
Anúncios Bonificados
70
71
Praça Victor Civita
Missão, Valores, Princípios e Visão
Missão
A Abril está empenhada em contribuir para a difusão
de informação, cultura e entretenimento para o progresso
da educação, a melhoria da qualidade de vida,
o desenvolvimento da livre iniciativa e o fortalecimento
das instituições democráticas do país.
Valores
Excelência, integridade, pioneirismo e valorização das pessoas.
Princípios
Foco no cliente, Rentabilidade e Competitividade.
Visão
Ser a companhia líder em multimídia integrada, atendendo
aos segmentos mais rentáveis e de maior crescimento dos
mercados de comunicação e educação.
I Relatório Socioambiental
4
Mensagem da presidência
A Abril tem a imensa satisfação de compartilhar
com você o I Relatório Socioambiental do Grupo Abril.
Ao percorrer este conteúdo, você conhecerá um
pouco do que temos feito ao longo de 59 anos para
a construção de um país melhor para todos nós.
São projetos de responsabilidade corporativa e ações
de sustentabilidade desenvolvidos por várias áreas da
empresa. Todos eles retratam os valores que nos guiam
- integridade, excelência, pioneirismo e valorização das
pessoas - e que estão presentes na vida da Abril.
Boa leitura!
Roberto Civita
Giancarlo Civita
Presidente do Conselho de
Administração e Diretor Editorial
Presidente Executivo
do Grupo Abril
I Relatório Socioambiental
5
Nosso DNA
A pluralidade e a liberdade de expressão como ativos
Na Abril, falamos de todos os mundos, a todas as plateias
e a todas as audiências.
A qualidade de conteúdo é o que nos diferencia.
Falamos em todos os meios de comunicação para uma geração
360 graus, para espectadores diversos: pessoas que leem,
acessam, ligam, interagem. Nosso público interno também é
assim. Uma cultura que se estimula pela coexistência de todas
as tribos, através de meios de comunicação: revistas, sites,
blogs, fóruns, eventos, debates, salas de aula, celulares, canais
de televisão e espaços de construção coletiva.
I Relatório Socioambiental
6
PERFIL
Criada em 1950, a Abril é um dos maiores e mais influentes grupos
de comunicação da América Latina, fornecendo informação,
educação e entretenimento para praticamente todos os
segmentos de público e atuando de forma integrada em diversas
mídias. Atualmente, o Grupo emprega mais de 7.000 pessoas
e é composto por seis unidades de negócios principais:
Editora Abril
Primeira empresa do Grupo, é especializada na produção de
conteúdo para revistas e para as 42 versões online de suas
publicações. Edita, anualmente, mais de 300 títulos, sendo líder
em 21 dos 24 segmentos editoriais em que opera. Foram vendidos
em 2008 mais de 156 milhões de exemplares de publicações da
Abril, atingindo um universo de mais de 27 milhões de leitores.
Abril Digital
Unidade responsável pelo desenvolvimento e distribuição de
conteúdos Abril via tecnologia wireless. Apostando na inovação
e nos conceitos da web 2.0, a empresa vem intensificando suas
ações em internet com produtos diversificados, que respondem
à segmentação do público internauta. A Abril Digital também é
pioneira em conteúdo para celular, oferecendo o maior portfólio
em mídia mobile no país, inclusive conteúdos adaptados
à plataforma 3G. Em 2008, a consolidação da Abril Digital
promoveu à empresa o maior crescimento entre os players de
internet, ficando entre os 15 maiores em audiência e entre os 6
primeiros em publicidade.
I Relatório Socioambiental
7
perfil
Abril Educação
Constituída pelas editoras Ática e Scipione, lidera o mercado
brasileiro de livros escolares, com mais de 4.000 títulos em catálogo
e 37 milhões de livros produzidos por ano. A Abril Educação vem
ampliando sua atuação por meio do sistema de ensino SER, que
oferece material didático com integração de disciplinas, além
de suporte pedagógico por meio de canais de interação com os
professores e escolas.
Grupo TV
A MTV Brasil, lançada em 1990, é uma associação com a Viacom
(EUA), o maior grupo de entretenimento do mundo. É a maior e mais
importante TV segmentada do Brasil, com cobertura de 31 milhões
de lares em 301 cidades brasileiras no total de 62% dos domicílios
do país, atingindo cerca de 50 milhões de pessoas por mês.
Gráfica Abril
Unidade de apoio fundamental para as operações de impressão
da Editora Abril e da Abril Educação. Com 1.100 funcionários e área
de 45 mil metros quadrados, tem localização estratégica, próxima
às principais saídas rodoviárias e aéreas da capital paulista, o que
permite atuar de maneira integrada com as unidades de logística
e distribuição, atendendo inclusive a demandas de outras editoras.
Logística e distribuição
A Dinap S/A é a empresa do Grupo responsável pela distribuição e
comercialização dos títulos Abril e de 70 editoras clientes, em uma
rede de 19 mil bancas e 10 mil pontos de venda entre revistarias,
livrarias e outros canais. Com a aquisição da Fernando Chinaglia,
em outubro de 2007, a distribuição foi centralizada em uma nova
empresa, a Treelog, proporcionando mais inteligência e economia
com a otimização do desempenho logístico das entregas.
I Relatório Socioambiental
8
Diversidade
Como comunicadora, a Abril sabe da importância da formação e
comprometimento de seu capital humano. Há mais de 50 anos,
sua história vem sendo escrita por pessoas talentosas e inovadoras
que trabalham para informar e levar conhecimento à sociedade.
Em 2008 fizeram parte do corpo de funcionários da empresa:
Número de funcionários por sexo
3.179
4.995
Feminino
Masculino
Número de funcionários por idade
258
955
2.241
4
15 anos
1.200
de 16 a 24 anos
3.516
de 25 a 35 anos
de 36 a 45 anos
de 46 a 55 anos
acima de 56 anos
I Relatório Socioambiental
9
diversidade
Número de funcionários por tempo de casa
1.009
1.042
1.560
1.472
1.785
1.306
menos de 1 ano
de 1 a 2 anos
de 3 a 5 anos
de 6 a 10 anos
de 11 a 15 anos
acima de 16
Número de funcionários por escolaridade
13
702
3.602
137
até a 4ª série
718
de 5ª a 8ª série
3.001
Ensino Médio
Ensino Superior
Pós/Mestrado
Pós/Doutorado
A fim de reafirmar sua cultura e valorizar a diversidade, a Abril
desenvolve três programas de contratação:
I Relatório Socioambiental
10
diversidade
Programa Talentos Especiais
O objetivo do programa é reconhecer as potencialidades desses
profissionais, desenvolvê-las e aplicá-las nas mais diversas áreas
da estrutura da empresa. Para que essa inclusão fosse possível,
a Abril passou por diversas mudanças que incluem: adequação
dos processos seletivos, capacitação profissional das pessoas
contratadas, revisão de políticas específicas, reestruturação
arquitetônica das instalações, sensibilização e conscientização
de funcionários e terceiros. Com isso, todos os funcionários
puderam aprender, constantemente, a conviver com as
diferenças em seu dia-a-dia.
Em 2008, foi feita uma revisão das ações realizadas, e o principal
ponto levantado foi o resultado do projeto de capacitação
dos profissionais com deficiência, que aconteceu no final
de 2007. De um total de 270 profissionais com deficiência,
100 foram convidados e 63 cumpriram integralmente os dois
módulos de atividades que abrangeram os seguintes temas:
conheça o Grupo Abril, ética, valores, convivência profissional
e comportamento social, reflexão sobre a trajetória profissional
individual, comunicação e língua portuguesa instrumental.
Ao final da análise dos resultados obtidos, foi desenvolvido
um novo projeto para 2009.
A preocupação constante com a inclusão faz com que,
periodicamente, o Grupo Abril participe de fóruns, palestras,
encontros e outros eventos em que expõe seu know-how
no assunto, apresentando o programa Talentos Especiais como
um case de sucesso e incentivando a disseminação de ações
similares em outras empresas.
I Relatório Socioambiental
11
diversidade
Programa Aprendiz
O Núcleo de Recrutamento e Seleção coordena a realização
de processos seletivos para contratação de pessoas entre 15 e 22
anos, estudantes ou formados no ensino médio público, para as
diversas empresas do Grupo, como parte do Programa Aprendiz,
do Governo Federal, que tem como objetivo oferecer formação
técnica profissional a jovens, por meio do primeiro emprego.
Para isso, a Abril desenvolve parcerias com instituições
formadoras, em especial SENAI e SENAC, que desenvolvem
capacitação técnica e comportamental, para que as atividades
do Programa sejam divididas em teóricas, nas instituições,
e práticas, na empresa, totalizando um período máximo de seis
horas diárias. Além disso, os Consultores Internos de RH da Abril
fazem o acompanhamento do desempenho dos jovens que,
em 2008, totalizaram 90 aprendizes.
I Relatório Socioambiental
12
diversidade
Programa Jovem Cidadão
A Abril também é parceira do Governo do Estado de São Paulo
no Programa Jovem Cidadão, que tem como objetivo oferecer ao
estudante do ensino médio público a oportunidade de inserção
no mundo do trabalho por meio de um estágio remunerado.
Participam do programa alunos regularmente matriculados no
Ensino Médio da Rede Pública Estadual, com idade entre 16 e 21 anos.
Desde de 2004, o Grupo Abril oferece a esses estudantes
a possibilidade de vivenciar as relações do mundo organizacional,
adquirir habilidades específicas, novas experiências e aprendizado
em diversas atividades e a possibilidade de agregar novos valores
à sua formação.
Em 2008, 55 jovens participaram do Programa no Grupo Abril
com contratos de quatro, cinco ou seis horas diárias válidos por seis
meses, podendo ser prorrogados a um ano.
Saúde e bem-estar
Ciente da importância da promoção da saúde e bem-estar em seu
corpo funcional, a Abril desenvolveu em 2008 diversos programas
nesse sentido:
I Relatório Socioambiental
13
diversidade
Programa
Gestante
Nove encontros, que contaram com
a participação de 50 grávidas, entre
funcionárias e esposas de funcionários,
dirigidos por profissionais da saúde
que desenvolveram temas relacionados
à gravidez, direitos e benefícios
da gestação
Programa Fisioterapia
no Trabalho
Orientações e exercícios no local
de trabalho, três vezes por semana,
realizados por fisioterapeutas com
o objetivo de promover o bem-estar
e prevenir doenças osteomusculares.
Em 2008, o programa beneficiou 1.200
funcionários das áreas operacionais
e administrativas da sede, bem como
da Gráfica, logística e distribuição
Programa Corpo e Vida Quick Massage
O programa ofereceu massagens
a 2.000 funcionários, a fim de prevenir
do stress e promover o alívio da tensão
no local de trabalho
Programa
Vida Nova
Cerca de 3.500 funcionários passaram
por exames médicos e laboratoriais
para prevenção de doenças
ocupacionais e avaliação de saúde geral
Revise Saúde - Executivos
No programa é feita a revisão periódica
da saúde de 130 executivos do Grupo
Campanha de Doação
de Sangue
A Abril promoveu em 2008 uma
campanha de incentivo e promoção
à doação de sangue, que contou com
a participação de 50 funcionários
Campanhas de Vacinação
(Gripe e Rubéola)
Em 2008, a campanha de vacinação
promoveu a imunização de 6.000
funcionários contra gripe e rubéola
Participação no Conselho
Empresarial Nacional de
Prevenção HIV/AIDS
no local de trabalho
A Abril participa junto com o Ministério
da Saúde do Conselho que desenvolve
ações voltadas à prevenção do HIV
I Relatório Socioambiental
14
O caminho socioambiental
Os negócios da Abril estão fundamentados em duas premissas:
a liberdade de expressão e o direito à informação. Garantir à sociedade
o cumprimento desses pressupostos, essenciais para a promoção
do desenvolvimento do país, é a nossa principal responsabilidade.
Em linha com nosso objetivo como comunicadores, colocamos
a sustentabilidade em debate em nossas revistas ao lançarmos, em
2007, o Planeta Sustentável. Com esse projeto, foi possível apresentar
diferentes pontos de vista, mostrar os fatos que circundam o tema
e oferecer informação para o leitor formar sua opinião e decidir como
agir. Esta linha transversal da sustentabilidade na expressão
da empresa só foi possível porque a Abril sempre se preocupou com
os problemas sociais do Brasil. Em 1985 criou a Fundação Victor Civita,
que busca contribuir para a melhoria da qualidade da educação
básica do país.
Assim, trabalhamos pelo efeito multiplicador das boas ideias ao
compartilhar com nosso público os valores da sustentabilidade para
transformá-los em ação. A ideia do Planeta Sustentável deu certo,
e percebemos o impacto positivo na própria Abril. Paralelamente às
iniciativas da organização, esses valores foram incorporados pelos
funcionários que, com liberdade de criação, viram no ambiente
de trabalho um espaço onde suas ações poderiam ter efeito
transformador na busca pelo desenvolvimento sustentável.
I Relatório Socioambiental
15
caminho socioambiental
O tema ganhou importância e está sendo responsável por um
movimento profundo de mudança cultural, sem imposição, iniciado
por aqueles que conhecem a Abril e escrevem sua história. Com o
efeito dinâmico do desejo voluntário desses grupos de fazerem
a diferença, o valor da sustentabilidade passou a ser compartilhado
e posto em ação através do diálogo aberto e constante.
Dessa mobilização, surgiu a Agenda Ambiental da Abril, composta
por grupos de construção coletiva que reúnem funcionários
de diferentes áreas com o objetivo de buscar, em seu dia-a-dia,
ações que possam minimizar os impactos no meio ambiente
e promover benefícios sociais.
O caráter transformador que marcou o ano de 2008 foi ainda
reforçado com a inauguração da Praça Victor Civita. O espaço,
onde anteriormente funcionava um incinerador de lixo e cujo solo
era contaminado por metais pesados, se tornou um símbolo da
conscientização ambiental dedicado a toda sociedade.
Outra iniciativa de destaque e pioneira foi termos assinado
o Programa Brasileiro GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol),
do qual somos membro fundador e única empresa signatária do setor
de comunicação do Brasil. Com esta assinatura, nos comprometemos
$"35*-)"%"
4645&/5"#*-*%"%&
a mapear e gerenciar nossas emissões de gases de efeito estufa.
+6/)0
Continuamos nossa trajetória, conscientes das responsabilidades do
presente, porém voltados para o futuro. Com liberdade e pluralidade,
nosso caminho na construção da sustentabilidade se amplia a
partir do envolvimento de muitos. Com isso, reafirmamos nosso
compromisso de integrar os esforços da sociedade brasileira na busca
pelo desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população.
I Relatório Socioambiental
16
caminho socioambiental
Régua de Ações
1985
1984
FVC
Guia do Estudante
1999
1996
• Guia EXAME de Boas Práticas
• Mãos à Obra
Prêmio CLAUDIA
2000
Clickarvore
2001
Desarmamento Infantil
2002
2003
Concerto Bons Fluidos
2007
• Sistema de Ensino SER
• Planeta Sustentável
• Adaptação: Guia EXAME de
Sustentabilidade
2009
• Programa Mundo Jovem
Março • Ministro Carlos Minc na PVC
Março • I Encontro Abril do GHG
Março • IV Reunião da
Agenda Ambiental
Março • Abril apoia WWF
“Hora do Planeta” - PVC
Abril • Encontro do Clima
Abril • Entrega do Inventário
Piloto - GHG
Maio • Preparatória COP15
Prêmio Planeta Casa
2004
Revisteca
2008
• Grupos Internos de Trabalho
• I Reunião da Agenda Ambiental
Maio • Adesão ao GHG Protocol
Set • Conquista do selo FSC
• Debate Praças e Parques
• Inauguração da Praça Victor Civita – PVC
• Dossiê MTV
• Mídia da Sustentabilidade (MS)
da Gráfica
• Educar para Crescer
• Oficina GRI aos Grupos de Trabalho
• Abril se filia ao Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS)
• Câmara Técnica (CT) Gestão
do CEBDS na PVC
• Abril no Caring for Climate
• I Fórum geral da Agenda Ambiental
• Novo Acordo Ortográfico na PVC
• MS do Novo Acordo Ortográfico
I Relatório Socioambiental
17
Estratégia
A preocupação do Grupo Abril em atuar gerando valor, além do
econômico, para toda sociedade resultou em um projeto integrado
de iniciativas em prol da sustentabilidade.
Surgem em 2008, os grupos de construção coletiva, compostos
por funcionários de diferentes áreas que buscam, em sua rotina
de trabalho, ações que possam minimizar os impactos no
meio ambiente e promover benefícios sociais. O tema ganhou
importância e vem sendo responsável por um movimento de
mudança cultural, sem imposição, iniciado por aqueles que
conhecem a Abril e escrevem sua história. Com o efeito dinâmico
do desejo voluntário desses grupos de fazer a diferença, o valor
da sustentabilidade passou a ser compartilhado e posto em ação
através do diálogo aberto e constante.
Cada frente de trabalho tem como objetivo abrir o diálogo acerca
de temas inerentes ao desenvolvimento das atividades, revisando
processos e formas de pensar. Todas as ações desenvolvidas pelos
grupos de trabalho são legitimadas no fórum institucional,
nomeado como Agenda Ambiental. Este fórum é presidido pela
Vice-Presidência de Relações Institucionais da Abril e participam
dele as lideranças de cada área. Uma vez legitimadas, as ações
sobem para o Plano Corporativo de Sustentabilidade.
Aberta às relações horizontais e mais igualitárias, a Abril busca na
contribuição direta de seus membros a legitimidade das suas ações
para a construção de novas e melhores realidades em toda a sua
cadeia de negócios. A seguir são apresentadas as principais frentes
de trabalho, identificadas em 2008, para atuação inicial:
I Relatório Socioambiental
18
estratégia
Grupos de Trabalho por Área
Logística e Distribuição
Processo de Liderança no setor
Transportes
Embalagens
Retornos
Suprimentos
Práticas de Sustentabilidade no Fornecedor
Brindes
Impressos gráficos
Administração Predial
Gestão da Iluminação
Reavaliação dos itens do prédio, na busca pela
certificação LEED
Gráfica / Operações industriais
Processo de Liderança no setor
Produção Limpa
Certificação da cadeia de custódia do papel
Modelo de Gestão
GHG Protocol
Quantificação e gerenciamento dos GEEs
Marketing de Relacionamento e Eventos
Revisão de processos em eventos e relação com stakeholders
TI
Revisão de processos e criação de programas
Projeto Planeta Sustentável
I Relatório Socioambiental
19
estratégia
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
1
GESTÃO DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS
2
GESTÃO SUSTENTÁVEL DA CADEIA DE VALOR
3
PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE
4
LIDERANÇA NO SETOR COM A CRIAÇÃO
DE DIFERENCIAIS COMPARATIVOS
LINHAS DE AÇÃO
1. Comunicação institucional
2. Meio Ambiente
3. Condições e relações de trabalho
4. Relações com investidores
5. Engajamento em iniciativas externas
6. Consumo e Sustentabilidade
7. Inovação na construção de conhecimento
8. Ampliação do diálogo com a sociedade
sobre sustentabilidade
I Relatório Socioambiental
20
estratégia
Modelo de atuação
Plano corporativo de Sustentabilidade
Grupos de trabalho
Fórum de diálogo
Avaliação e revisão da estratégia
GREENHOUSE GAS PROTOCOL
O Grupo Abril passou a integrar em maio de 2008, como membro
fundador, o Programa Brasileiro GHG (Greenhouse Gas Protocol),
metodologia internacional mais usada por empresas para mapear
e gerenciar suas emissões de gases de efeito estufa.
O Programa Brasileiro é uma ação do Centro de Estudos em
Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces), em
conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, o World Resources
Institute (WRI), o World Business Council for Sustainable
Development (WBCSD) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A iniciativa conta também
com o apoio financeiro da Embaixada Britânica e da agência de
cooperação americana USAID.
Primeira empresa brasileira de comunicação a subscrever o
protocolo, a iniciativa faz parte da diversificada agenda de boas
práticas em governança corporativa que a Abril desenvolve ao longo
de sua história, tanto no plano editorial, quanto institucional.
I Relatório Socioambiental
21
estratégia
Na prática, ao aderir ao Programa, a Abril reconhece seu impacto ao
meio ambiente e se propõe a introduzir mudanças em seu modo de
operar que se traduzam na redução, ano a ano, de suas emissões de
gases de efeito estufa. A construção coletiva das equipes, portanto,
cumpre seu objetivo principal e atua como fator capaz de criar novas e
importantes realidades, tanto para o Grupo quanto para a sociedade.
O primeiro inventário, publicado em 2009, apresenta dados sobre seis
gases causadores do efeito estufa (CO2, SF6,PFCs, CH4, N2O e HFCs)
emitidos na sede do Grupo Abril, na Gráfica e em quatro centros
de logística e distribuição (três em São Paulo e um no Rio de Janeiro).
Nosso Inventário Piloto pode ser encontrado, na íntegra, no canal Abril
no site do Planeta Sustentável:
http://planetasustentavel.abril.com.br/grupoabril
Emissão de Gee por escopo
13.028 ton
CO2e = 20%
3.005 ton
CO2e = 5%
Escopo 1
Escopo 2
Escopo 3
47.793 ton
CO2e = 75%
TOTAL: 63.826 ton CO2
A previsão é de que o levantamento total seja incluído até o fim
de 2009. No entanto, os resultados do Inventário Piloto, realizado
em 2008, revelam um número parcial: 63 mil toneladas de CO2e,
que representam cerca de 80% do total de emissões de gases de
efeito estufa das operações do Grupo Abril.
I Relatório Socioambiental
22
OPERAÇÕES INDUSTRIAIS
O longo caminho de uma publicação, das florestas ao lixo, é o foco
da atuação do Grupo de Operações Industriais.
Consciente dos possíveis impactos ao meio ambiente gerados
pelo grande uso de papel, a Abril busca e desenvolve práticas que
os minimizem em toda a cadeia produtiva do ciclo do papel.
Em julho de 2008, o Grupo Abril conquistou o selo de certificação
florestal FSC (Forest Stewardship Council) que apoia o manejo
florestal responsável. Após um ano, conquistou o selo PEFC
(Programme for the Endorsement of Forest Certification) que
reconhece processos de manejos florestais regionais, respeitando
as diferenças de cada um deles. Em 2010, a intenção de compra
do Grupo Abril é que 100% do papel nacional e 83% do papel
importado seja certificado, e juntos somarão 87% do papel
utilizado em seu parque gráfico. Além disso, atualmente, 12%
do papel utilizado são provenientes de fibras recicladas.
I Relatório Socioambiental
23
operações industriais
Essas certificações atestam que o papel utilizado na Gráfica
é proveniente de áreas de manejo responsável de florestas, causando
o mínimo impacto possível ao meio ambiente e cumprindo
normas ambientais, sociais e econômicas.
O manejo responsável de florestas visa manter o balanço entre
o plantio e corte da madeira, protegendo as florestas nativas
e a biodiversidade. Em todo o mundo, apenas 8% das florestas
comerciais possuem algum tipo de certificação que garante
esse processo.
Certificações
Às certificações ambientais, somam-se diversas ações em
andamento na Gráfica do Grupo Abril, que compõem seu modelo
de gestão focado em:
“fazer o necessário, com o suficiente, de um jeito bom para todos”
Para
atender
o cliente
Com eficiência de
recursos e afirmando
os valores da Abril
Respeitando os interesses
dos públicos envolvidos
e da sociedade
I Relatório Socioambiental
24
operações industriais
Modelo de Gestão
Coleta seletiva dos resíduos de escritório
Papel e plástico destinados a instituições cadastradas do entorno
Destinação para reciclagem de resíduos industriais
Tratamento parcial dos gases gerados na secagem das tintas offset Meta para 100% de tratamento
Estação de Tratamento de Efluentes Industriais - ETE
Projeto em vigor desde 1969
Reúso da água da ETE pós-tratamento
Sistema de recuperação de tolueno
Reúso da água na fabricação de chapas para impressão offset
Aproveitamento do calor exaurido do sistema de resfriamento dos compressores
de ar - Projeto com premiação internacional
Utilização do calor da chaminé da caldeira - economia de 6% no consumo de gás natural
para cada 10ºC de elevação da temperatura da água - Projeto com premiação internacional
Reciclagem das aparas de papel / Sistema de captação do pó das aparas
Reúso da água da Central de Recuperação de Solventes - gera vapor, evita contaminação na
rede pública de esgoto e reduz o consumo de água - Projeto com duas premiações internacionais
Frentes de trabalho:
• PLAR (Produção Limpa Atitude Responsável) - aplicação contínua de uma estratégia
econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos gráficos
• Programa Brasileiro GHG Protocol - Greenhouse Gas Protocol, metodologia internacional
usada para quantificar e gerenciar emissões de gases de efeito estufa
• Conquista das Certificações FSC e PEFC - Forest Stewardship Council (Conselho
de Manejo Florestal) e Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes
I Relatório Socioambiental
25
LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃO
A Treelog, responsável pela logística e distribuição na Abril, possui
grupos para monitorar e buscar iniciativas e melhorias socioambientais
a serem aplicadas nas frentes de trabalho de transportes, embalagens
e logística reversa (retornos, devoluções e descartes).
Principais pontos de melhorias levantados:
Transportes
Redução das emissões de CO2 através das seguintes ações:
• Manutenção preventiva dos veículos
• Substituição dos combustíveis fósseis
• Otimização dos roteiros e entregas
• Compartilhamento de cargas
I Relatório Socioambiental
26
logística e distribuição
• Redução e eliminação de materiais poluentes
• Descarte adequado de pneus e lubrificantes
• Substituição de baterias com materiais pesados
Práticas que garantam saúde e bem-estar dos motoristas
Boas práticas nas relações trabalhistas nos transportes
Eliminação do trabalho informal (“chapas”)
Prevenção ao trabalho infantil
Definição de indicadores socioambientais e econômicos
para práticas junto aos fornecedores
Embalagens
Redução do uso de embalagens através de esquemas
de menor unitarização
Descarte adequado e reciclagem das embalagens
Substituição de paletes one-way de madeira por paletes
plásticos recicláveis (closed loop)
Pesquisa de fornecedores para substituição
dos sacos plásticos por biodegradáveis
Logística reversa
Mapeamento das entregas, retornos, destinações
e descartes atuais
Redução dos retornos
Processo de gestão dos retornos recolhidos para melhor
destinação das publicações (Em elaboração)
I Relatório Socioambiental
27
logística e distribuição
Atualmente, a Abril faz inventário de todos os resíduos
resultantes de sua produção, buscando dar destinação
adequada a cada um e, assim, minimizar seu impacto no meio
ambiente:
• Aparas (revistas, papelão e papel) – resultado do
processo industrial
Vendidas à empresa terceirizada, com certificação ISSO 14.001,
que destina todas as aparas a empresa de produção de papel.
• Plásticos (Strech, fita de arquear, entre outros) – resultado
do processo de logística
O gerenciamento dos resíduos plásticos é feito por empresa
terceirizada, que encaminha o material a empresas que os
transformam novamente em grãos de matéria-prima.
• Ferro (sucata)
Parte da sucata é encaminhada à reciclagem e outra parte é
vendida no mercado.
• Madeiras (paletes em desuso) – resultado do processo
de distribuição
São encaminhados a lavadoras industriais, licenciadas pela
CETESB, para reaproveitamento.
• Lixo orgânico
Compactado e enviado para aterro autorizado pela prefeitura.
I Relatório Socioambiental
28
SUPRIMENTOS
O grupo de Suprimentos, responsável pelos materiais usados nas
atividades de todo o Grupo Abril, além dos critérios econômicos,
foca sua atuação no desenvolvimento de melhorias socioambientais
em três frentes de trabalho:
• Práticas de Sustentabilidades no Fornecedor
Criação de indicadores socioambientais a serem aplicados
no processo de seleção de fornecedores nos casos de revisão do
mercado (sourcing) e processos de licitação. Estes indicadores
integrarão os contratos e ordens de compras firmados, priorizando
fornecedores com boas práticas e incentivando a adoção
de iniciativas socioambientais.
• Brindes
Incentivo aos fornecedores para inovar e trabalhar com produtos
de melhor perfil socioambiental. Produzindo brindes que levem
em conta critérios socioambientais, a Abril pretende aumentar
a oferta de produtos dentro desse perfil, com custos atrativos e um
!
Kit escritório Abril Educação
enfoque educacional.
• Impressos Gráficos
Otimização de processos e materiais usados e atuação na cadeia
produtiva de serviços gráficos, com intuito de minimizar os impactos
socioambientais que a demanda do Grupo Abril gera.
Reutilização de banners e geração de renda
I Relatório Socioambiental
29
MARKETING DE RELACIONAMENTO
E EVENTOS
O grupo passou a rever a concepção e operacionalização dos
eventos de modo a minimizar o impacto no meio ambiente por
meio do gerenciamento dos resíduos gerados e reaproveitamento
dos materiais utilizados.
Os projetos passaram a ser desenvolvidos levando em conta uma
nova proposta de trabalho, na qual são considerados os interesses
de diversos públicos para incentivar iniciativas socioambientais nos
fornecedores e nos participantes dos eventos.
Revisão no desenvolvimento de eventos
I Relatório Socioambiental
30
marketing de relacionamento e eventos
Além disso, são estudadas ações a serem colocadas em prática
no Prêmio Abril de Publicidade, principal ação de relacionamento
da Editora Abril com o mercado publicitário, para conscientizar
e aumentar a visibilidade da sustentabilidade na área.
Compartilhamento de cenografias
Neutralização dos eventos em 2008
Evento
Prêmio Abril de Publicidade 2008
Emissões
Árvores
Plantadas
6,22
40
24,06
152
Planeta Sustentável - Parque
do Ibirapuera
45,17
286
Inauguração da Praça Victor Civita Editora Abril
8,63
55
Convenção Editora Abril
17,08
108
101,16
641
IV Estação Bem-estar e VI Concerto
Bons Fluidos - 2008
Total
I Relatório Socioambiental
31
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
A abordagem da sustentabilidade na Tecnologia da Informação (TI)
vai além do Data Center. Para reduzir o impacto ambiental causado
por seus processos, ações e ciclo de vida da estrutura, o grupo estuda
e implanta mudanças em duas áreas:
• Comportamento: ampliar a consciência e o aprendizado sobre
formas mais sustentáveis de utilizar os recursos de TI
• Tecnologia e processos: reduzir o consumo de energia, economizar
espaço e melhorar a qualidade dos serviços prestados
Ao final de 2008, a Abril concluiu o processo de virtualização
dos servidores, que resultou em 25 servidores desativados e 72
virtualizados. Com isso, o grupo acompanha a evolução da tecnologia
ganhando mais flexibilidade para variação de demanda e melhor
aproveitamento dos custos e serviços. Do ponto de vista ambiental,
o processo reduz o consumo de energia e diminui a emissão de CO2.
Equipes Integradas
I Relatório Socioambiental
32
A responsabilidade da comunicação
Visão para o desenvolvimento sustentável
do Grupo Abril
Todas as mudanças promovidas na cultura e estratégia da Abril pela
incorporação do conceito de sustentabilidade foram motivadas pela
convicção e desejo de mudar.
A Abril comunica suas práticas e conquistas neste cenário com
o anseio de compartilhar seus valores e incentivar sua evolução.
Greenhouse Gas Protocol
Certificação Forest
Stewardship Council (FSC)
I Relatório Socioambiental
33
A mídia da sustentabilidade
Uma das principais maneiras de disseminar os conceitos de
sustentabilidade na sociedade é abordar o tema nas publicações dos
diversos segmentos. A Mídia da Sustentabilidade oferece este espaço
para as empresas patrocinadoras do Planeta Sustentável contarem
sobre suas iniciativas junto ao tema.
2007:
MS2_Veja
13/08/2007
15:18
Page 2
A Abril juntou suas forças com grandes parceiros e mergulhou de cabeça no projeto PLANETA SUSTENTÁVEL.
O que era uma boa idéia virou realidade e vem se
materializando, desde abril deste ano, numa enorme
campanha de mobilização pela preservação da qualidade
de vida das pessoas e da natureza, hoje e no futuro.
Somar forças
para multiplicar idéias e atitudes
em favor de um futuro melhor.
Uma grande ação de comunicação.
> Para ampliar a consciência sobre desenvolvimento
sustentável: econômico, social, cultural e ambiental.
> Para falar com milhões de pessoas em todo o país.
> Para envolver 55 revistas e 33 sites Abril na produção
de conteúdos diversos, na criação de uma biblioteca
sobre o assunto, na promoção de fóruns e debates.
Uma boa ação, por uma causa planetária.
Desde o lançamento do projeto, quase 400 páginas
de revistas e mais de 100 matérias foram editadas,
disseminando conhecimento e propondo a reflexão.
E, neste momento, muitas outras reportagens, entrevistas,
resenhas de livros, fotos, ilustrações, gráficos e outros
materiais estão sendo produzidos.
Tudo isso com um só objetivo: atingir milhões de
homens, mulheres, jovens e crianças, e impulsionar cada
um deles a fazer a sua parte na construção de um planeta
sustentável, inclusive você. Junte-se a nós, participe.
É possível fazer muito e devemos fazer já.
www.planetasustentavel.com.br
Conheça as ações da Abril pela sustentabilidade
e saiba como ser, também, um agente transformador.
MS_Abril Aprovada
17/04/2007
19:54
Page 2
MS4_202x266_Veja
13/11/2007
17:25
Page 2
Quem lê aprende, conhece, descobre, viaja no tempo, se diverte.
Abre os olhos para o mundo e consegue até se enxergar melhor,
entender o seu papel no universo. A Abril acredita nisso e investe
na produção de conteúdo de qualidade. Mas não é só o que ela
faz. Além de publicar centenas de títulos de revistas, livros,
coleções e estar presente também na internet e na televisão, o
Grupo faz questão de atuar em favor da leitura, da educação
e do conhecimento por meio de projetos que multiplicam
possibilidades e potencializam ainda mais a força de cada palavra.
Desde 1950 a Abril trabalha por um mundo melhor.
Informando, difundindo cultura, contribuindo para o progresso
da educação e da qualidade de vida, pautando sua trajetória na
valorização do ser humano e suas expressões.
A vocação para a informação e o conhecimento faz parte do DNA
da Abril e ganha agora uma nova dimensão com a sua participação
no projeto PLANETA SUSTENTÁVEL.
Esta é mais uma da série de ações realizadas pela Abril ao longo de sua
história a favor do desenvolvimento sustentável em todos os níveis.
Estimular o gosto pela leitura
Atuar hoje
é promover a reciclagem de idéias
e alternativas para a sustentabilidade.
com os olhos no amanhã.
O projeto REVISTECA é um deles: consiste na doação de revistas
e na formação de espaços de leitura em bibliotecas de bairros
carentes e escolas da rede pública de ensino. A primeira
REVISTECA foi inaugurada em 2005, na Grande São Paulo e,
desde então, mais de 200 entidades participam do programa,
que está presente em todos os estados brasileiros.
Quando o conceito de sustentabilidade ainda não fazia parte do
cotidiano e das discussões da sociedade brasileira, a Abril deu seu
primeiro grande passo de responsabilidade social criando a
Fundação Victor Civita, que influenciou decisivamente na
melhoria da educação básica no país. Também desenvolveu planos
e disponibilizou recursos para várias iniciativas, em diferentes
frentes, da preservação do meio ambiente ao reconhecimento de
talentos e à promoção da cidadania.
O incentivo à leitura também é o objetivo de outras ações realizadas
pela Abril e parceiros. LETRAS DE LUZ beneficia 51 municípios
com oficinas de leitura, apresentações teatrais e doação de acervos
literários. Na CAMPANHA DE DESARMAMENTO INFANTIL
armas de brinquedo são trocadas por revistas infantis. O foco, além do
estímulo à leitura, é a valorização da paz. E até os funcionários da Abril
entram em ação: o projeto ENTORNO atinge professores e milhares
de alunos de escolas públicas, com a formação de educadores,
doação de livros e a participação de voluntários da empresa em
círculos de leitura e atividades com contadores de histórias.
A partir de hoje, mais do que produzir conteúdo editorial, criar
uma biblioteca sobre o assunto, promover fóruns e debates sobre
o tema, a Abril vai mostrar, em suas revistas e no site
www.planetasustentavel.com.br, idéias relevantes para essa causa.
São referências que poderão contribuir para o debate, motivar,
despertar consciências e gerar repercussão. Seja no universo das
grandes corporações, seja no dia-a-dia de cada pessoa, o objetivo
aqui é impulsionar uma grande mobilização pela sustentabilidade.
Educação, cultura, informação e entretenimento
são a base do nosso negócio. Fazer com que sejam
ferramentas para a construção de um mundo mais
saudável, mais justo e mais feliz é o nosso ideal.
Com o PLANETA SUSTENTÁVEL a Abril declara a sua
preocupação com o planeta e com as futuras gerações. E coloca
toda a sua força de comunicação na superação de um grande
desafio: contribuir para um mundo melhor.
Acesse o site www.planetasustentavel.com.br
Conheça as ações da Abril pela sustentabilidade e saiba
como você também pode ser um agente transformador.
Escola Municipal
de Educação Infantil
Brigadeiro Eduardo Gomes
www.planetasustentavel.com.br
Conheça essas e outras ações da Abril.
Seja também um agente transformador.
I Relatório Socioambiental
34
a mídia da sustentabilidade
2008:
MS5_202x266_Veja
19/03/2008
11:42
Page 2
Além de desempenhar seu papel principal - produzir conteúdo,
informar e divertir - a Abril está cada vez mais envolvida em
projetos que contribuem para a preservação do meio ambiente e da
qualidade de vida das próximas gerações.
Com palavras e atitudes,
plantar um futuro verde.
Clickarvore
Um dos mais bem-sucedidos projetos de restauração florestal do país
surgiu da união das ONGs SOS Mata Atlântica e Instituto
Ambiental Vidágua com o Grupo Abril. Desde sua criação, no ano
2000, até hoje, mais de 13 milhões de mudas de árvores foram doadas
em 9 estados do Brasil a partir da colaboração dos internautas.
Você também pode fazer isso acessando www.clickarvore.com.br
Viveiro de mudas
nativas da Fundação
SOS Mata Atlântica
na cidade de Itu (SP).
Praça Victor Civita
Esse projeto pioneiro do Grupo Abril em parceria com a Prefeitura
Municipal de São Paulo reabilitará uma área contaminada para uso
público. No espaço, eventos de lazer, esporte, educação e cultura
farão o visitante refletir e aprender sobre sustentabilidade.
INFORME PUBLICITÁRIO
/B1SBmB7JDUPS$JWJUB
VNBBVMBEFDJEBEBOJB
Prêmio Planeta CASA
Desde 2002, a revista CASA CLAUDIA destaca projetos, ações e
produtos ligados ao morar e que são ambientalmente sustentáveis.
" QBSUJS EB SFWJUBMJ[BmkP EF VNB gSFB VSCBOB EFHSBEBEB BCSFTF VN OPWP
FTQBmPQ|CMJDPFN4kP1BVMPQBSBBTVTUFOUBCJMJEBEFFBRVBMJEBEFEFWJEB
Gerida pelo Instituto Abril, em parceria com a Subprefeitura
de Pinheiros, a comunidade, o Itaú, a Even Construtora e a
Petrobras, a Praça Victor Civita oferece à população um
instigante complexo de lazer, educação e cultura.
Museu da Sustentabilidade
Contação de histórias
Concertos didáticos
Operações industriais
A Gráfica Abril há tempos mobiliza-se para reduzir e racionalizar o
uso da água, dar tratamento adequado aos resíduos e utilizar de
forma eficiente qualquer tipo de energia em suas operações.
Lá as atividades têm a intenção de promover a reflexão,
inspirar, informar e criar um ponto de referência sobre
questões ambientais e urbanas.
De apresentações musicais e debates a oficinas de reciclagem
e aulas de ioga, tudo o que diz respeito à qualidade de vida
e ao bem-estar da comunidade tem lugar na nova praça.
Esses projetos e outras ações da Abril, como a coleta
seletiva em suas dependências e a compra de papel
certificado originário de reflorestamento para suas
publicações, são passos confiantes num futuro melhor.
"MrOHVBQPSUVHVFTBUBNCnN
FOUSBOBQBVUBEBQSBmB
Cumprindo seu papel nos debates que dizem respeito aos
interesses da comunidade, a Praça Victor Civita recebeu
na primeira semana de dezembro um grupo de professores de escolas do seu entorno para uma palestra sobre o
Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Pensando na adaptação dos professores às mudanças
ortográficas, o Grupo Abril, representado pela Fundação
Victor Civita, Abril Educação e Editora Abril, promoveu um
encontro sobre as principais alterações do novo acordo no auditório do Museu da Sustentabilidade - um dos espaços da praça.
Na Abril os primeiros passos rumo à nova ortografia
foram iniciados em maio deste ano, com a revisão
dos livros das editoras Ática e Scipione. E, a partir
de janeiro de 2009, todas as suas revistas já estarão
adaptadas às novas regras. Mas também é preciso
levar a discussão à comunidade.
O evento foi o primeiro de uma programação
maior, que deverá incluir, entre outras atividades, uma semana inteira de aulas e debates no
início do próximo ano letivo.
www.planetasustentavel.com.br
O professor Francisco Marto Moura, autor de livros de português,
mostrou aos professores como as novas regras afetarão o dia-a-dia na escola.
Conheça mais sobre essas iniciativas.
Seja também um agente transformador.
"CFSUBBUPEPUJQPEFEJTDVTTkPJODFOUJWBOEPBFEVDBmkPFBDVMUVSBB1SBmB7JDUPS$JWJUBBKVEBBQPQVMBmkP
BTFNPCJMJ[BSFQSBUJDBSPCFBCgEBDJEBEBOJB4BJCBNBJTFNXXXQSBDBWJDUPSDJWJUBBCSJMDPNCS
2009:
apresenta:
INFORME PUBLICITÁRIO
""CSJMCVTDBTPMVm{FT
QBSBDMBSFBSPTIPSJ[POUFTEPQMBOFUB
Da quantificação e gerenciamento das suas emissões de gases de efeito estufa até
pequenas ações no dia a dia das suas unidades, a Abril mobiliza-se cada vez mais
para melhorar a qualidade de vida: em seus processos, no entorno, nas cidades.
Foi a primeira empresa brasileira de comunicação a aderir ao Programa Brasileiro
GHG Protocol – Greenhouse Gas Protocol – no país porque está preocupada com seus
impactos no ambiente. E mesmo sabendo que é um agente transformador –
difundindo informação, educação e conhecimento sobre sustentabilidade – acredita
que também deve agir cotidianamente para expandir a consciência sobre o tema.
"MHVNBTJOJDJBUJWBTRVFBKVEBN
BSFWFSUFSFTUBQPMVJmkPEBDJEBEF
$PNFMBTB"CSJMEFJYBEFQSPEV[JSUPOFMBEBTEF$0FQPVQBOEP
VNBRVBOUJEBEFEFgSWPSFTFRVJWBMFOUFBRVBTFDBNQPTEFGVUFCPM
Entrega das Revistas
A frota leve terceirizada de veículos a gasolina
foi substituída por veículos a álcool e GNV.
E 77% da rede de distribuidores utilizam
ciclistas na entrega porta a porta.
Assim, mais de 1.250 bicicletas tiram
600 motocicletas das ruas todos os meses.
0JOWFOUgSJPQJMPUPEBTFNJTT{FTEFHBTFTEFFGFJUPFTUVGBEB"CSJMFTUgBCFSUPhTPDJFEBEF
/BJOUFSOFUCBTUBBDFTTBSIUUQQMBOFUBTVTUFOUBWFMBCSJMDPNCSHSVQPBCSJM
Gráfica Abril
A melhoria de eficiência energética
da Caldeira resultou em menor consumo
de gás natural. E o uso de novas tecnologias
eletroeletrônicas garante maior eficácia
no consumo de energia elétrica.
Datacenter
A virtualização dos servidores
possibilitou a economia de equipamentos
e de 520 mil kWh/ano.
&DPOPNJBEF$0F
50/&-"%"4"/0
ÂSWPSFTRVFTFSJBNOFDFTTgSJBT
QBSBDPNQFOTBSPWPMVNFEF$0F
"#4037&/%0103"/0
5SPDBEF
DPNCVTUrWFM
#JDJDMFUBT
$BMEFJSB
$POTFSWBmkP
EFFOFSHJB
%BUBDFOUFS
/|NFSPT CBTFBEPT OB $BMDVMBEPSB "CSJM
EFTFOWPMWJEBOP*OWFOUgSJP1JMPUPEF
apresenta:
%FJYBNPTEFQSPEV[JS
UPOFMBEBTEF$0F
QPVQBOEPPUSBCBMIPEFgSWPSFT
0TEFNBJTHBTFTEFFGFJUPFTUVGBDPOUFNQMBEPTOPJOWFOUgSJPTkPDPOUBCJMJ[BEPTFNWPMVNFEF$0 FRVJWBMFOUFBPTFVJNQBDUP
I Relatório Socioambiental
35
A educação
no Brasil
Fundação Victor Civita
Idealizada pelo fundador da Abril, Victor Civita, a Fundação que
leva seu nome foi criada em 1985 com a missão de contribuir para
a melhoria da qualidade da Educação Básica no Brasil. A entidade
trabalha no desenvolvimento das competências do educador da
escola pública, elo fundamental na multiplicação de uma educação
de qualidade no país.
http://revistaescola.abril.com.br/fvc
Projetos:
Revista Nova Escola
F
U
N
D
A
Ç
Ã
O
V
I
C
T
O
R
C
I
V
I
T A
www.novaescola.org.br
Principal iniciativa da Fundação Victor Civita, é a maior revista
de educação no Brasil e seu conteúdo é focado na divulgação
R$ 2,90
CAPA
e o aperfeiçoamento profissional dos professores. A revista
-
11/11/08
21:13
-
Nova Escola é hoje a segunda maior em circulação nacional.
Composite
-
MNOVAIS
Distribuída a 200 mil escolas públicas de ensino fundamental,
NOVAESCOLA - NESCOLA - 1 - 01/12/08
NOVAESCOLA
de informações que contribuam diretamente para a formação
As expressões que o professor usa sem
saber direito o que significam. Pág. 42
E MAIS
■ É hora de levar a garotada da pré-escola para conhecer o 1o ano. Pág. 56
■ As tendências no ensino de História. Pág. 72 ■ Conheça o projeto de formação
da Escola Nota 10. Pág. 80 ■ Como não perder o controle da classe. Pág. 84
chegando a 100% dos municípios brasileiros, beneficia 25 milhões
de alunos e tem 3,3 milhões de leitores mensais, entre professores,
diretores, coordenadores e público interessado pelo tema Educação.
http://www.ne.org.br
I Relatório Socioambiental
36
a educação no brasil > fundação victor civita
Guia VEJA na Sala de Aula
Criado há dez anos, o projeto relaciona reportagens selecionadas
da revista VEJA com matérias do currículo do Ensino Médio. Com isso,
os assuntos estudados em sala de aula ganham perspectivas
práticas e atualizadas do cenário contemporâneo.
http://veja.abril.com.br/idade/saladeaula/guia/guia.html
Prêmio Victor Civita Educador Nota 10
Através do Prêmio, a Fundação destaca anualmente professores
do Ensino Fundamental que desenvolvem os melhores trabalhos
docentes, valorizando o educador e realçando para a opinião pública,
sua importância na formação do futuro do país.
O evento, mais famosa premiação na área de educação no Brasil,
é transmitido em rede nacional e assistido por 4,2 milhões
de pessoas em 14 estados brasileiros.
http://revistaescola.abril.com.br/premiovc/
Profissão professor
Os vencedores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 apresentam
suas premiadas práticas de ensino em uma série de programas,
transmitida em rede nacional pela TV Cultura.
http://revistaescola.abril.com.br/fvc/profissao-professor.shtml
I Relatório Socioambiental
37
a educação no brasil > fundação victor civita
Letras de Luz
O programa Letras de Luz, desenvolvido em parceria com a EDP
Energias do Brasil, é voltado ao incentivo à leitura como instrumento
de fomento de educação, cultura e cidadania.
Desenvolvida em três vertentes - oficinas de fomento à leitura,
capacitação e apresentações teatrais e doação de acervo de livros
literários –, a iniciativa beneficia estudantes de 1ª à 4ª série do
Ensino Fundamental em 51 municípios do Espírito Santo, Mato
Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins.
http://revistaescola.abril.com.br/fvc/letras-de-luz.shtml
Matemática é D+
O programa Matemática é D+ tem como principal objetivo orientar
e preparar a equipe escolar para investir permanentemente
na qualidade do ensino e da aprendizagem da matemática.
Para isso, oferece em seu site planos de aula e encartes especiais
da Nova Escola sobre a matéria.
http://revistaescola.abril.com.br/fvc/projetos_FVC/matematica/
home.htm
I Relatório Socioambiental
38
a educação no brasil > fundação victor civita
Projeto Entorno
Iniciado em 2006, o Projeto implementa ações culturais
e educacionais de incentivo à leitura, em parceria com as Secretarias
Municipal e Estadual de Educação, por meio da ampliação das
bibliotecas e salas de leitura das escolas participantes com a doação
de livros literários de interesse de professores e alunos.
O Projeto Entorno conta com a participação de 50 voluntários da
Abril e beneficia 150 educadores e 5 mil alunos de Educação Infantil
e Ensino Fundamental das escolas públicas vizinhas às unidades
da Abril. Ao todo, seis escolas municipais e uma estadual recebem
doação de livros, participam de saraus, círculos de leitura
e atividades com contadores de histórias.
http://revistaescola.abril.com.br/fvc/projeto-entorno.shtml
I Relatório Socioambiental
39
a educação no brasil
Educar para Crescer
Iniciado em 2008, o Educar para Crescer é um projeto sem
fins lucrativos do Grupo Abril que tem por objetivo ampliar
o conhecimento da sociedade sobre as principais questões
da educação brasileira. O conselho consultivo que lidera o projeto
é formado por membros da Abril, parceiros com atuação na
área, representantes dos patrocinadores, e personalidades de
destaque na Educação. Periodicamente, seus membros se reúnem
para definir os rumos para cumprir o objetivo de transformar
a educação na grande pauta nacional.
São realizados fóruns semestrais sobre o tema e uma pesquisa
anual que retrata a Educação no Brasil relatando pontos críticos
a serem melhorados. Além disso, o Educar para Crescer é apresentado
em páginas das publicações da Abril e conta com um portal
na internet, com notícias, reportagens e cartilhas em prol do ensino
com o objetivo de mobilizar as pessoas para a criação
e desenvolvimento de ações concretas e mensuráveis na área.
www.educarparacrescer.com.br
VOCEˆ SABE O
QUE E´ IDEB?
É um índice importantíssimo para o
futuro do seu filho e do país, mas apenas
15% dos brasileiros sabem o que é
9 VERDADES E 1 MITO SOBRE O IDEB
1
2
3
4
5
6
7
8
O Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica mede a qualidade do ensino público
Revela se os alunos de escola pública estão
aprendendo o que precisam na idade certa
Indica a qualidade do ensino da escola do seu
filho, do seu município e do seu estado
Toda escola pública tem uma nota de 0 a 10
no IDEB. Quanto maior a nota, melhor a
qualidade do ensino na escola
Uma nova nota do IDEB
é divulgada a cada dois anos
O ideal seria que toda escola pública tivesse
uma nota igual ou superior a 6
9
Toda escola pública possui uma meta individual
no IDEB. Cobre dos governantes e diretores
das instituições o cumprimento dessas metas
O MITO
Quem tem filhos em escola particular
1 nãoo precisa saber o que é IDEB
Educação
cação pública
de qualidade
ualidade é
responsabilidade
onsabilidade
de todos.Verifi
dos.Verifique
o IDEB
EB de sua
cidade
de e cobre
os seus
us governantess
O resultado mais recente do IDEB aponta
uma média nacional de:
✓ 4,2 para as séries iniciais do ensino fundamental;
✓ 3,8 para as últimas séries do ensino fundamental;
✓ 3,5 para as séries do ensino médio
Fernando
Meirelles
Faça como o
cineasta, divulgue
as informações
ao lado
Houve uma evolução em relação à nota
anterior do IDEB, mas não há o que
comemorar. A meta é atingir nota 6 de média
em 2022
Confira a nota da sua cidade e da escola de seu filho em www.educarparacrescer.com.br/ideb
E descubra se a qualidade da Educação da sua região vai bem!
Realização:
O Brasil só melhora com Educação de qualidade
E você tem tudo a ver com isso
I Relatório Socioambiental
40
a educação no brasil
Sistema de Ensino SER
Unidas as qualidades das Editoras Ática e Scipione com o suporte
de informações do Grupo Abril, foi criado em 2006 o SER, sistema de
ensino que busca proporcionar aos alunos uma formação inteligente
que vai além da sala de aula e acompanhá-los até o Ensino Médio.
Com o apoio dos melhores educadores do país, o projeto desenvolve
materiais didáticos para que os professores montem sua grade
de aulas, além de oferecer uma ampla gama de publicações da Ática
e Scipione, líderes no mercado privado de livros. O conteúdo digital,
pioneiro no mercado, e o projeto gráfico arrojado e moderno, tanto
do site quanto do material apostilado, promovem
a interatividade e a integração de pais, alunos e professores.
Essa infraestrutura permite que os professores organizem seu
programa de ensino com grande flexibilidade, apresentem
temas com abordagens completas e proporcionem aos alunos
complementos do aprendizado em sala de aula. No último ano,
a abrangência do projeto cresceu 50% , maior crescimento
de sistemas de ensino do país.
I Relatório Socioambiental
41
a educação no brasil
Revisteca
O projeto Revisteca Abril promove a doação de exemplares das
publicações e a formação de espaços de leitura em bibliotecas,
escolas da rede pública de ensino e espaços carentes de leitura.
Idealizado pela Dinap, distribuidora de revistas do Grupo Abril, a
iniciativa incentiva o hábito da leitura principalmente em crianças
e jovens das populações de baixa renda.
As bibliotecas e escolas participantes do projeto recebem
trimestralmente, por um ano, cerca de 30 títulos diferentes
entre revistas e coleções lançadas pela Abril. Até 2008, quarto
ano do projeto, 244 cidades de todos os estados do país já foram
atendidas, totalizando 437 unidades beneficiadas.
I Relatório Socioambiental
42
a educação no brasil
Desarmamento Infantil
Desde 2001 a Abril, por meio de sua distribuidora, Dinap, e em parceria
com diversas prefeituras, desenvolve a Campanha de Desarmamento
Infantil, que promove a troca de armas de brinquedos por revistas
infantis por meio das bancas cadastradas e escolas públicas.
Na abertura da campanha são desenvolvidas atividades de lazer
e esportes, teatro e apresentações diversas, promovida pela
administração local e, ao final do evento, todas as armas de brinquedo
arrecadadas são destruídas e enviadas para reciclagem.
I Relatório Socioambiental
43
a educação no brasil > desarmamento infantil
As escolas que apresentam melhor desempenho durante a Campanha
são premiadas e o dinheiro obtido com a reciclagem é inteiramente
revertido a instituições carentes do município participante.
Com isso, a Campanha une importantes pontos para
o desenvolvimento social do país ao combater a violência, valorizar
a paz e desenvolver entre o público infantil o hábito da leitura.
Nesses oito anos, 161 cidades de todas as regiões do país já
participaram da campanha, na qual mais de 550 mil armas
de brinquedo foram recolhidas.
I Relatório Socioambiental
44
a educação no brasil
Mãos à Obra
A diretoria de Relações Corporativas do Grupo Abril desenvolve
desde 1999 o programa Mãos à Obra. O objetivo do programa é
apoiar, divulgar e enaltecer a realização do trabalho voluntário
por parte dos funcionários da empresa. Através dos meios de
comunicação interna da Abril, todos os eventos e campanhas das
instituições são divulgados, bem como suas necessidades materiais
e de trabalho voluntário.
I Relatório Socioambiental
45
a educação no brasil
Prêmio Melhores Universidades
A edição especial do Guia do Estudante promove, desde 1988,
o Prêmio Melhores Universidades, que avalia as melhores
instituições de ensino superior do país.
O Prêmio é organizado, atualmente, em 13 áreas, de acordo com
as características comuns a cada profissão, como ambiente de
trabalho e atividades desenvolvidas. Em 2008 foram apresentados
21.367 cursos de 1.900 instituições brasileiras e apontados os 3.024
melhores cursos das 509 melhores escolas.
Depois de identificados, os cursos que obtiveram conceito
excelente, muito bom ou bom concorrem ao Prêmio em diversas
categorias, que variam ano a ano, independente da classificação.
HV JB!EP!FTUVEBOUF!F!CBODP!SFBM
BQSFTFOUBN
Além das categorias destinadas a esses cursos, o Prêmio conta com
uma categoria aberta à participação de todos os cursos e instituições
de ensino superior do país. A categoria aberta em 2006 foi Inovação
e sustentabilidade e, nos anos seguintes, Sustentabilidade.
OS
PREMIADOS
2008
DO ENSINO SUPERIOR EM
BT!35!NFMIPSFT!JOTUJUVJÎFT!OBT!DBUFHPSJBT;
UJQP!EF!JOTUJUVJÍP!+èSFB!EF!DPOIFDJNFOUP+TVTUFOUBCJMJEBEF
As instituições concorrentes preenchem um questionário no qual
relatam sua mais importante realização para inserir
a sustentabilidade no dia-a-dia de suas atividades, em pelo menos
um dos três aspectos a seguir:
I Relatório Socioambiental
46
a educação no brasil > Prêmio Melhores Universidades
S
T
I
E
N
N
T
A
A
B
I
L
L
I
I
D
S
A
D
T
Intervenção social
E
A
Projetos conduzidos pela instituição em localidades geográficas
Universidade Católica de Pernambuco - Unicap
Implantação do sistema integrado de
destinação final dos resíduos sólidos
do município do Rio Formoso (PE)
Quando o lixo
vira renda
Projeto mostra como é possível reduzir,
reciclar e reaproveitar os resíduos sólidos
H
á até bem pouco tempo, os moradores da cidade pernambucana de
Rio Formoso, situada na região da
Zona da Mata, a 90 quilômetros
do Recife, eram obrigados a conviver com uma triste situação: a existência de um
lixão a céu aberto perto de casa, para onde eram
destinados, de forma inadequada, os resíduos produzidos na cidade. Além de exalar forte odor, atrair
insetos e aumentar o risco de proliferação de doenças, a instalação poluía o meio ambiente e colocava
em perigo o lençol freático da região. Tudo isso, no
entanto, agora faz parte do passado. Um grupo de
professores e alunos do curso de Engenharia Civil
da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap)
elaborou um sistema integrado de destinação final
dos resíduos sólidos produzidos no município. O
projeto ficou pronto em 2005 e transformou radicalmente a realidade de Rio Formoso.
tagem, ela contribuiu para reduzir a quantidade
de resíduos enviada ao aterro sanitário. “Isso
aumenta consideravelmente sua vida útil, estimada em cerca de 20 anos”, garante o professor
Ferreira. O centro de educação ambiental, por sua
vez, desempenha papel fundamental no processo
de mudança de hábitos e costumes da população
em relação ao lixo do município. Os professores
das redes pública e privada foram capacitados
para desenvolver projetos de coleta seletiva nas
escolas de Rio Formoso.
específicas – como comunidades, bairros e municípios – com o
objetivo de promover a melhoria das condições de vida dessas
PARCERIAS VARIADAS
O projeto melhorou
o padrão de vida
e de saúde da
população e,
ao mesmo tempo,
promoveu inclusão
social, trabalho
e renda.”
Sílvio Ferreira,
coordenador do
projeto da Unicap
Considerado pelo governo de Pernambuco um
projeto piloto na área de limpeza pública e gestão
de resíduos, o sistema desenvolvido pela Unicap já
levou à formação de um consórcio intermunicipal
envolvendo Rio Formoso e as cidades vizinhas
de Tamandaré e Sirinhaém, que estão se beneficiando da novidade. Os dois municípios foram
contemplados com unidades de triagem de lixo e
compartilham o aterro sanitário. A implantação
do sistema só foi possível graças à participação
das três esferas de governo (federal, estadual e
municipal), da organização não-governamental
Avina Group, com sede na Suíça, da indústria farmacêutica Hebron e da Associação Produtiva dos
Assentados do Engenho Serra D’Água.
PRESERVAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO
Com recursos da ordem de 3,3 milhões de reais,
foram construídos, para substituir o lixão, um
aterro sanitário, uma unidade de triagem para
separação dos dejetos (papel, vidro, plástico, metal etc.), uma usina para reciclagem de plástico e
outra para compostagem do lixo orgânico, além
de um centro de educação ambiental. “O projeto
melhorou o padrão de vida e de saúde da população e, ao mesmo tempo, promoveu inclusão
social, trabalho e renda”, afirma o professor Sílvio
Romero de Melo Ferreira, coordenador do projeto,
que envolveu 11 docentes e 14 alunos da Unicap.
Com a implantação do sistema foram criados 33
empregos diretos com renda média líquida de 1,3
salário mínimo por trabalhador.
Um dos pontos-chave do projeto foi a implementação da coleta seletiva de lixo em Rio Formoso. Em conjunto com a operação da unidade
de triagem e das usinas de reciclagem e compos-
populações. As ações devem gerar ou ter gerado benefícios para a
comunidade, de forma direta ou indireta, e ser economicamente
viáveis.
A unidade de triagem de
resíduos em Rio Formoso pôs
fim ao lixão a céu aberto e
criou empregos
88 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2007
GEPM_8889.indd 88
S
F
U
S
I
10/3/07 4:15:22 PM
T
E
N
N
T
A
A
B
L
I
L
I
I
D
S
A
D
T
Elétrica (Procel), a fim de promover a racionalização da produção e do consumo
de energia elétrica no país.
DIVULGAÇÃO
Meio ambiente em foco
A Escola de Engenharia promove mudança
curricular, novo modelo de gestão de recursos e
desenvolve programa de intervenção social
A
s alterações em direção à
sustentabilidade na Escola
de Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF) começaram entre
1999 e 2000. O primeiro movimento teve
início no Laboratório de Energia dos Ventos, do Departamento de Energia Elétrica,
que, a pedido da reitoria, implantou o Programa de Ecoeficiência na UFF, intervindo
nos prédios da instituição para reduzir o
consumo de energia elétrica e água, com
projetos desenvolvidos por alunos e professores. A redução economizou cerca
de R$ 3,5 milhões, segundo as contas da
universidade, e a iniciativa se converteu
em um programa de pesquisa, ensino e
extensão na área de ecoeficiência. Treze
prédios transformaram-se em laboratórios
“vivos” para a área, com a implantação
82 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008
dos novos sistemas sem interromper as
atividades normais.
Dentro do programa, houve a produção
de 128 relatórios técnicos e a concessão
de 50 bolsas para estagiários. Formou-se
uma equipe na área de ecoeficiência e,
entre outras medidas, foram instaladas 6
mil luminárias eficientes (munidas com
refletores que aumentam a eficácia do
conjunto, exigindo lâmpadas de potência
menor) e interruptores de luz nas salas de
aula – pois, anteriormente, todas as luzes
eram acesas ao mesmo tempo. Além disso,
o prédio da reitoria e o teatro da universidade receberam cerca de 200 aparelhos
de ar-condicionado com tecnologia mais
eficiente. Três laboratórios foram criados, entre eles o Lablux, o Laboratório de
Luminotécnica, que participa do Programa Nacional de Conservação da Energia
incorporando as dimensões econômica, social e ambiental de forma
produzir ou ter produzido mudanças no modelo de gestão da
FINALISTA Universidade Federal Fluminense (UFF)
PROJETO Desenvolvimento sustentável e gestão
sustentável empresarial: uma contribuição
da academia
Ecoeficiência na UFF
Projetos de mudança do modelo de gestão da instituição,
integrada no processo de tomada de decisões. As ações devem
E
A
Em Itamonte (MG), foram construídas 80 fossas sépticas, cujo fluido final serve de adubo
Modelo de Gestão
A partir do ano 2000, ocorreu uma série
de modificações curriculares em todas as
engenharias com o ingresso de parte dos
docentes em um grupo interdisciplinar
dentro da universidade. Chamado Rede
UFF de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, seu objetivo principal é favorecer a interação dos diversos grupos que
lidam com a questão ambiental. Disciplinas como engenharia verde, engenharia
do meio ambiente, energia alternativa e
gestão ambiental na indústria tornaramse obrigatórias ou optativas, conforme o
curso. “Nenhum aluno de Engenharia sai
da universidade sem cursar algumas dessas
disciplinas”, diz Gilson Brito Alves Lima,
professor do Departamento de Engenharia
de Produção e coordenador desse projeto.
O interesse científico pelos temas ambientais dentro das engenharias cresceu. “Hoje,
na Engenharia de Produção, temos pelo
menos dez monografias de final de curso
e dez dissertações de mestrado dentro da
área de meio ambiente. Há dez anos, era
um ou dois”, afirma.
Trabalho na comunidade
No campo das intervenções sociais, a
escola desenvolveu, com apoio da Petrobras, o Projeto Alto Aiuruoca Sustentável
(Paas), de 2004 a 2007, em quatro bairros
da cidade mineira de Itamonte, vizinha ao
Parque Nacional de Itatiaia. Nesse período, foram construídas 80 fossas sépticas
biodigestoras – cujo fluido final serve de
adubo orgânico – nas casas dos moradores
das comunidades, plantadas 15 mil mudas
de árvores dentro do plano de recuperação
de matas e nascentes e oferecidos cursos
à comunidade. “Com as aulas de turismo
rural, apicultura e fruticultura orgânica,
fiquei mais seguro no meu trabalho”, conta
o guia de turismo Tadeu José da Fonseca,
de 54 anos, morador do bairro de Serra
Negra, que freqüentou três dos cerca de
dez cursos ministrados pelo programa.
instituição e de sua cultura organizacional.
S
S U S T E N T A B I L I D A D E
F
U
S
I
T
E
N
N
T
A
A
B
L
I
L
I
I
D
S
A
T
D
E
A
FINALISTA Centro Universitário São Camilo-ES
PROJETO Programa transdisciplinar para o desenvolvimento
sustentável da comunidade quilombola de
Monte Alegre (Programa Passos da Liberdade)
POR UM
CONHECIMENTO
SUSTENTÁVEL
O grande desafio das universidades é formar profissionais
que façam diferença no mercado sem deixar de cuidar
do meio ambiente e de promover a inclusão social
P
ara o meio acadêmico, transformar os
jovens em cidadãos focados no desenvolvimento sustentável não é opção,
mas uma necessidade. Esse é o passo
inicial para que o mercado do país e
do globo absorva pessoas preparadas
para manter a economia mundial preservando o meio ambiente e prezando a
igualdade social. “Uma das primeiras discussões sobre o vínculo
entre o ensino superior e a sustentabilidade foi feita
há dez anos na Conferência Mundial sobre o Ensino
Superior, da Unesco, que apontou a necessidade de
pensar um futuro viável como uma tendência para o
século 21”, lembra o professor Dom Joaquim Giovani
Mol Guimarães, reitor da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
Não há como falar ou introduzir o tema do desenvolvimento sustentável sem enfatizar que ele só existe
se for levado em consideração o tripé que une aspectos econômico, ambiental e social. No ponto de vista social, a
instituição deve divulgar seus conhecimentos à comunidade e
conscientizá-la da importância do seu papel na produção de bens
de consumo e na preservação do meio ambiente. No econômico,
deve prever um retorno financeiro justo a qualquer tipo de mãode-obra, para que haja engajamento. E no ambiental, é preciso
pensar em gerar receita sem prejudicar o planeta. “A universidade
precisa incutir nos alunos a visão de interdependência que a sustentabilidade tem, na qual eles fornecem saberes acadêmicos para
uma comunidade e recebem os conhecimentos dela em troca”,
esclarece André Braun, especialista em turismo sustentável e
consultor da Universidade Solidária (Unisol).
72 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008
o benefício. “O objetivo do programa é melhorar a qualidade de vida dos quilombolas,
promovendo maior igualdade econômica,
por meio da geração de empregos e renda,
e da inclusão social”, diz Correia. Além da
concessão das bolsas, o projeto prevê a
realização de uma série de atividades na
comunidade. Entre as ações que já foram
desenvolvidas está a criação de um plano de
turismo que atraiu mais visitantes à região.
“Criamos trilhas e um roteiro em que os
turistas conhecem as casas, o artesanato,
a gastronomia e os rituais quilombolas,
como o caxambu”, esclarece Ventura. Com
isso, o número de turistas passou de 359,
em 2006, para 1.932 no ano seguinte. A
expectativa é que em 2008 a região receba
2 mil visitantes.
DIVULGAÇÃO
U
FINALISTA
PROJETO
DIVULGAÇÃO/UNICAP
S
F
Na prática
O caxambu, ritual quilombola, faz parte da cultura da comunidade de Monte Alegre
Se o curso é de humanas ou de exatas, não importa. Todos,
dentro de uma universidade, têm a missão de apontar soluções
sustentáveis em suas áreas de atuação. Isso deve começar na
sala de aula, com disciplinas planejadas exclusivamente para
tratar da sustentabilidade, passar pelas atividades de extensão, quando os alunos colocam em prática os conhecimentos
adquiridos nos estudos, e continuar na administração da instituição, no que diz respeito, por exemplo, à reciclagem do lixo
e à utilização de fontes alternativas de energia.
Outro desafio é qualificar os professores para
atender a demanda de projetos sustentáveis que as
universidades pensam em desenvolver. “O desafio
agora é formar o corpo docente para conseguir
colocar a teoria e a prática da sustentabilidade em
todas as áreas”, afirma o reitor da PUC Minas. Essa
é, sem dúvida, uma missão da área de Educação e,
principalmente, das universidades.
Turismo sustentável
em área quilombola
Projetos inscritos
Neste ano, novo recorde foi alcançado em relação ao número de inscrições feitas pelas universidades na categoria
Sustentabilidade desta quarta edição do Prêmio Melhores
Universidades Guia do Estudante e Banco Real. Foram 489
trabalhos de 204 instituições de ensino – no ano anterior
haviam sido 389 de 153 escolas. Neles, o conceito de sustentabilidade ganhou corpo em três aspectos: nos projetos de
extensão e pesquisa; nas disciplinas ou no próprio projeto
pedagógico dos cursos; e no modelo de gestão. Nas próximas
páginas você conhece os seis projetos finalistas – entre eles o
grande vencedor da categoria – e os demais inscritos.
Projeto leva descendentes de escravos para a
universidade e investe no potencial turístico da região
por meio de um circuito étnico-ecológico
A
idéia de conceber um
projeto que beneficiasse
os quilombolas – descendentes de escravos – da
área rural de Cachoeiro
de Itapemirim, no Espírito Santo, surgiu,
em 2006, da iniciativa de Leonardo Marcelino Ventura, quilombola que trabalhava
com turismo rural e queria aprimorar seus
conhecimentos. “Eu não tinha como pagar a faculdade e então procurei o Centro
Universitário São Camilo-ES, para ver a
possibilidade de conseguir uma bolsa”,
explica Ventura. O pedido veio ao encontro de algumas das idéias do professor
Wellington Correia, coordenador do curso de Turismo. “Como responsável pela
disciplina Turismo e Desenvolvimento
Sustentável, eu já buscava estratégias pedagógicas interdisciplinares para que a turma
pudesse vivenciar a questão da sustentabilidade na prática”, afirma o professor.
Bolsas de estudo e inclusão
Essa foi a oportunidade que o professor Correia encontrou para dar início ao
Programa Transdisciplinar para o Desenvolvimento Sustentável da Comunidade
Quilombola de Monte Alegre (Programa
Passos da Liberdade). Depois de dez meses
de negociação, não só Ventura conseguiu a
bolsa, mas outras 23 pessoas da comunidade ganharam a chance de fazer a faculdade
gratuitamente, nos cursos de Turismo,
Pedagogia e Administração. Em 2008,
outras nove pessoas também receberam
Agentes transformadores
A comunidade quilombola de Monte
Alegre – formada por 130 famílias, que
totalizam 560 moradores – também teve
acesso à documentação básica. Além disso,
48 pessoas voltaram a estudar e houve a
inclusão digital de outros 19 moradores.
Ao todo, envolveram-se no programa dez
professores e 70 alunos da graduação de
Turismo, História, Nutrição, Direito, Enfermagem, Administração e Sistemas de
Informação. Até o final de 2008, segundo o
professor Correia, serão desenvolvidas oficinas de gastronomia, teatro e dança. O curso
de Biologia realizará pesquisas sobre fauna e
flora na Floresta Nacional de Pacotuba, que
compõe parte do território quilombola, e os
alunos bolsistas de Turismo desenvolverão,
junto com a comunidade, o projeto paisagístico e a sinalização turística da região.
“Esse programa é uma oportunidade para
os alunos se sentirem, de fato, agentes da
transformação social. Eles têm vivenciado e
se comprometido com a sustentabilidade da
comunidade, respeitando os valores éticos,
morais, históricos, étnicos e ecológicos do
local”, diz o professor.
Para colocar o projeto em prática, o São
Camilo-ES conta com 12 parceiros, entre
eles a Prefeitura Municipal de Cachoeiro
de Itapemirim, a Secretaria de Estado do
Turismo e o Ministério do Turismo.
76 PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES 2008
I Relatório Socioambiental
47
a educação no brasil > Prêmio Melhores Universidades
Currículo acadêmico
Projetos de mudança dos currículos dos cursos oferecidos pela
instituição, que tenham incorporado a sustentabilidade em seus
conteúdos. São considerados os projetos que produziram mudanças
de conteúdo nos currículos de cursos de graduação de forma vertical,
nos cursos existentes, ou horizontal, por meio da integração de
disciplinas de cursos distintos, porém complementares, privilegiando
a visão integrada e sistêmica dos temas da sustentabilidade.
Edição
Inscritos
Vencedor
2006
173
projetos
Planta piloto de módulos fotovoltaicos
com tecnologia nacional/CB-Solar (PUC-RS)
2007
398
projetos
Seja qual for o seu motivo, faça um mundo
com mais economia (PUC-RS)
I Relatório Socioambiental
48
Pessoas
que fazem a
diferença
Prêmio ClAudia
A revista CLAUDIA foi criada há 47 anos com o ousado objetivo de
ajudar a mulher brasileira a viver melhor, se realizar integralmente,
conquistar seu espaço e ter reconhecido o seu fundamental e
crescente papel na sociedade.
O Prêmio CLAUDIA é parte integrante dessa missão e a cada ano
consulta cerca de 2,5 mil formadores de opinião à procura de
mulheres que, com sua inteligência, sensibilidade e imensa dedicação,
conseguem melhorar a vida das pessoas ao seu redor. Na esfera
pública, na iniciativa privada, no mundo das ciências e da cultura ou
fazendo trabalho social, são destacadas mulheres que inspiram a
todos com seu otimismo, competência e capacidade de trabalho e
trazem à tona o orgulho de ser brasileiro.
I Relatório Socioambiental
49
Pessoas que fazem a diferença > Prêmio claudia
Em sua 13ª edição, o Prêmio seleciona 15 finalistas, protagonistas
na construção de um Brasil melhor, com o objetivo de
homenageá-las pelos seus exemplos inspiradores nas mais
diversas áreas do conhecimento.
Atualmente, são cinco categorias premiadas: ciências, cultura,
negócios, trabalhos sociais e políticas públicas. Em cada uma delas,
três finalistas disputam o troféu, perfazendo um total de quinze
concorrentes. Ao final são eleitas as cinco vencedoras e uma delas
recebe o título de Mulher do Ano.
I Relatório Socioambiental
50
Pessoas que fazem a diferença
Prêmio saúde
O Prêmio, criado pela revista Saúde!, avalia o trabalho dos
profissionais que, dentro de laboratórios, hospitais, salas de aula
e ONGs, atuam na busca pela melhoria das condições de saúde
da população.
Em 2008, na terceira edição do Prêmio, foram inscritos 382 trabalhos
de renomadas instituições do país, avaliados pelo júri composto por
profissionais e autoridades da saúde, além dos leitores, que fizeram
sua escolha no site da revista.
Foram sete categorias que tiveram eleitos e reconhecidos os
melhores trabalhos dentro de cada especialidade: saúde da mulher,
saúde do homem, saúde mental e emocional, saúde da criança,
saúde do coração, saúde e prevenção e saúde da pele.
I Relatório Socioambiental
51
Construção
e Moradia
Prêmio Planeta Casa
Para dar mais visibilidade aos projetos arquitetônicos, ações
e produtos que primam por minimizar os impactos no meio
ambiente, a revista Casa Claudia criou, em 2001, o Prêmio Planeta
Casa. Referência entre arquitetos, a premiação segue critérios
rigorosos que consideram a funcionalidade, o bem-estar
!
dos funcionários envolvidos, o emprego de material reciclável
e a economia de recursos naturais.
CASA
RONALDO FRAGA
O estilista e
designer
mineiro une
cultura e
natureza em
seu trabalho
Planeta
Casa
Planeta
Naturalmente clara
Com 175 m², o loft assinado por Beto Faria e Jacqueline Rodovalho, vencedor da
e bem ventilada
categoria Projeto Arquitetônico, mostra que é possível unir beleza e sustentabilidade.
Por que usar ar-condicionado e acender luzes du-
PRÊMIO PLANETA CASA 2008
rante o dia se é possível conceber o projeto de uma
Veja ações, produtos,
projetos e empreendimentos
imobiliários vencedores
casa de forma a aproveitar ao máximo a ventilação
e a iluminação naturais? Essa é uma das perguntas-chave do trabalho dos arquitetos Beto Faria e
Jacqueline Rodovalho. “Chamo isso de conforto ambiental, um aprendizado que persigo desde a época da faculdade”, diz Faria. Nesta casa, em São Paulo, a busca aparece aliada a materiais recicláveis,
SALA DE DESCANSO
ECOLÓGICA
como o vidro e o aço – aplicado na estrutura da es-
O ambiente
traz iluminação
econômica,
tecidos e
tintas naturais
cada e do mezanino. Ora certificada, ora de demolição, a madeira foi empregada com consciência e
parcimônia. Do morador, Felipe Jaeger, 22 anos,
veio ainda um pedido especial, desejo antigo. “Sempre quis ter aquecimento solar para a água”, conta
o jovem, para quem a sustentabilidade não é uma
moda passageira. “Sinto que minha geração sabe
da urgência de poupar o meio ambiente”, afirma.
Reportagem Visual ELIANA MEDINA Texto GIULIANA CAPELLO
Fotos JOÃO ÁVILA Ilustrações FABIO FLAKS
LOFT RENASCE
DA DEMOLIÇÃO
Apoio Institucional:
7m
19 m
Apoio:
Esta construção
aproveita tijolos
e madeira de
casas que
havia no terreno
Acabamentos ecológicos. Aplicado sem tratamento, o piso de madeira
foi recolhido com cuidado durante a demolição das construções que ocupavam o terreno. Tábuas de cumaru certificado pelo FSC revestem os degraus
da escada do mezanino. Portas de vidro de correr (ao fundo) integram a
sala ao terraço e favorecem a ventilação e a entrada de luz natural.
Subsolo: 86 m2
Térreo: 66 m2
Mezanino: 23 m2
Soluções inteligentes. Com estrutura de ferro e ripas de freijó certificado, os brises protegem da insolação as fachadas leste e oeste, o que
melhora o conforto térmico da casa. Paredes caiadas mantêm o ar interno
mais fresco. Os móveis são de Fernando Jaeger. A área de lazer (ao fundo)
tem muro de pedra e piso permeável, que não retém a água da chuva.
Material reaproveitado. Os tijolos da parede lateral também vieram
da demolição que preparou o terreno para a nova obra. Recuperados, eles
foram deixados aparentes e não receberam nenhum tratamento. “Além de
sustentável, essa opção pela reciclagem dos materiais da antiga construção
ajudou a reduzir o entulho gerado no processo”, afirma Beto Faria.
I Relatório Socioambiental
52
construção e moradia > Prêmio planeta casa
A maior revista brasileira dedicada ao mercado de arquitetura
concede o prêmio às seguintes categorias: ação social, produtos
NOVOS
HÁBITOS
01_CAD
·
·
Quando coordenava uma marcenaria,
na década de 1980, a designer
Bernadete Brandão se sentia responsável
pelo desmatamento. Para buscar formas
de reparar esse dano, ela mergulhou
em práticas ecológicas de design e conquistou
este ano o IF Product Design Award
com o sofá Ursa Maior. “Ecodesign é mais
do que aproveitar resíduos:
é trabalhar todo o ciclo do produto”, diz.
Há sete anos, só compro de fornecedores
coerentes com a questão ambiental.
Separo o lixo e faço a compostagem
dos resíduos orgânicos.
(decoração / eletrodomésticos), produtos (materiais de construção),
projeto arquitetônico, design de interiores/mostras de decoração,
Formas brutas
Mangueiras, angicos-ferro e outras árvores tombadas na-
-
turalmente nas redondezas de Cuiabá são recolhidas pela
Composite
-
CLACRETA
-
PELO MUNDO
20/12/07
22:14
designer Lara Matana e transformadas em vasos, bancos,
Estocolmo, na Suécia, foi uma das
candidatas à sede das Olimpíadas de 2004 e,
na época, planejou alojamentos verdes. Os
jogos acabaram acontecendo em Atenas, mas
o projeto seguiu e Hammarby se tornou um
bairro com 11 mil residências e várias
tecnologias limpas: o lixo orgânico vira biogás,
telhados verdes captam a água da chuva
e a energia solar aquece as casas. Site:
www.hammarbysjostad.se.
pratos e esculturas. As peças chamam a atenção pelo visual ao mesmo tempo forte e elegante, resultado de um trabalho cuidadoso em sua marcenaria. Ali, as toras brutas
podem permanecer meses e até anos à espera da dose
certa de inspiração da artista. “Tenho receio de interferir
de maneira errada na madeira. Por isso, tento adivinhar a
vocação de cada uma”, revela. A fruteira da foto custa 440
-
e empreendimentos imobiliários.
reais. Tel. (65) 3611-5509. www.laradonatonimatana.com.
planetacasa
CASACLAUDIA - CCLAUDIA - 37 - 11/01/08
projeto de produto desenvolvido por estudantes
Desde sua primeira edição, já foram inscritos e avaliados 1.100
Protótipos ecológicos
trabalhos de empresas, organizações não-governamentais,
Você imagina como serão os eletrodomésticos em 2020? Essa foi a pergunta
feita pelo Electrolux Design Lab, um concurso que este ano premiou projetos
sustentáveis de estudantes. Uma das vencedoras foi a e-Wash (foto).
A lavadora do húngaro Levente Szab usa nozes no lugar de sabão
CASACLAUDIA
convencional. Entre os finalistas, o brasileiro João Schimansky inventou
um chuveiro que consome só 2 litros de água em cinco minutos de banho.
Mais informações: www.electrolux.com/designlab.
CASA CLAUDIA Jan’ 2008 37
arquitetos, engenheiros, designers de interiores, construtoras
Planeta
Casa
e incorporadoras.
Além de oferecer
maior conforto acústico,
a composição especial
do forro de gesso
Cleaneo, da Knauf,
absorve e neutraliza
partículas nocivas
e odores que podem
estar presentes
no ambiente.
Inscrições abertas
planetacasa
Disponível
em 14 padrões
de madeira
e oito cores,
o Tamburato
Eucatex é
comprado em
chapas de 2,70 m
x 58 cm, que
custam a partir
de 65 reais.
Detalhes como
esta rebaixo foram
iluminados por meio
de uma fita adesiva
com leds da Osram.
Mais eficientes
e duráveis do que
as lâmpadas comuns,
gastam até 80%
menos energia.
www.casaclaudia.com.br
PRÊMIO PLANETA CASA 2008
}
Criado em 1999, o Programa
}
Nacional de Coleta e Destinação
de Pneus Inservíveis já recolheu
mais de
150 milhões
de unidades. Recicladas,
O uso consciente da
madeira é um destaque
do projeto: o painel,
o deque e a prateleira
são de lyptus, e a
estante, de Tamburato
Eucatex, ambos
certificados pelo FSC.
Nas banquetas, madeira
de demolição.
Opção que aumenta
a umidade relativa
do ar, a tinta à base
de terra crua
da Primamatéria
é livre de compostos
orgânicos voláteis,
prejudiciais à saúde.
transformadas em combustível
ou misturadas ao asfalto,
3,10 m
780 mil toneladas de borracha
deixaram de ir para os aterros graças
15:32
Menos madeira com o mesmo visual e desempenho. Essa intenção
28/07/08
guiou a elaboração do Tamburato Eucatex, um dos vencedores da categoria Materiais de Construção do Prêmio Planeta Casa 2007. O painel
estrutural tem miolo de papel reciclado e exterior de madeira certifica-
-
da pelo FSC, em folhas de apenas 7 mm de espessura. A fixação é feita
CLACRETA
com um adesivo à base de água. “Conseguimos economizar matériaprima e ainda nos livramos das emanações químicas típicas de outras
-
o Planeta Casa são aliadas na mudança de hábitos do consumidor.”
Canetas de todos
os tipos podem, sim,
ser recicladas quando
a carga chega ao fim.
Como em qualquer
outro produto, separe
no lixo os modelos
pelo material – plástico,
metal ou papel. Uma
boa opção é comprar
as recarregáveis, que
permitem substituir
apenas o refil de tinta.
-
catex (SAC 0800-172100). “Mais do que um incentivo, iniciativas como
Composite
colas”, explica Andréa Krause, gerente de marketing da fabricante Eu-
em www.reciclanip.com.br.
CASACLAUDIA
-
CASACLAUDIA - CCLAUDIA - 48 - 08/08/08
Coleta seletiva
48
Com cores diferentes para cada
material, os cestos de 14 litros, 24 cm
de diâmetro e 39 cm de altura, têm
tampa do tipo vai-e-vem. Cada um
custa 23 reais na Casa das Lixeiras.
Tel. (11) 2081-4229, São Paulo.
Quatro compartimentos dividem o
mesmo espaço interno da Recicla Fácil
4 x 1, vencedora do Prêmio Planeta
Casa 2007. Com 55 x 36 cm e 45 cm
de altura, vale 108 reais na Casa
e Loja. Tel. (11) 3477-3939, São Paulo.
O conjunto de lixeiras plásticas
coloridas de 12 litros de capacidade
sai por 50 reais. Sem tampa, os
modelos de 20 x 15 cm e 40 cm de altura
estão à venda na Papelaria Blitz.
Tel. (11) 4054-2909, São Paulo.
Feita de aço inox com tampas de
PVC, a peça da Kaza Metais separa
o lixo reciclável do orgânico. Cada
cesto comporta 6 litros. Mede 24 x
27 cm e 24 cm de altura e custa 237
reais. Tel. (11) 3816-3665, São Paulo.
Decoração saudável
Ao criar esta sala de descanso para a mostra Campinas Decor 2008, as arquitetas Juliana Boer e Maira Del Nero privilegiaram materiais ecológicos e menos nocivos à saúde e neutralizaram o carbono emitido na montagem com o plantio
de árvores. Assim, venceram o Prêmio Planeta Casa de Design de Interiores.
Com espessura
de apenas 2 mm, o
revestimento cimentício
Tecnocimento,
da NS Brazil, dispensa
juntas de dilatação
e pode ser aplicado
sobre outros pisos
sem gerar entulho.
Alimentada a gás,
a lareira não produz
fumaça. Foi construída
sobre uma base
feita de placa
cimentícia Fulgê,
da Braston, produzida
em fôrmas que secam
naturalmente sem
o uso de fornos.
5,70 m
-
Economia de madeira
283 pontos de coleta,
que podem ser consultados
BOA NOTÍCIA!
COMO DESCARTAR...
01_CAD
aos
Texto
GIULIANA CAPELLO
Fotos
GUSTAVO OLMOS/DIVULGAÇÃO
Na decoração, apenas
materiais naturais:
almofadas de seda
(O Casulo Feliz) e fibra
de bananeira (Divinas)
e pufe de fios de
bambu (Zizi Maria).
O Biofuton (Locomotiva
Eco Juta) tem recheio
de algodão orgânico.
C ASA C LAUDIA Ago ’ 2008
I Relatório Socioambiental
53
construção e moradia
Fórum Nacional da
Sustentabilidade da Construção
A Abril, por meio da revista Arquitetura & Construção,
ampliou a qualidade das discussões sobre os rumos
da construção civil no Brasil ao criar, em 2005, o Fórum Nacional
da Sustentabilidade da Construção.
!
A proposta é proporcionar um espaço democrático e plural que
reúna anualmente os empresários mais atuantes do segmento.
No Fórum são discutidas ações de sustentabilidade social,
econômica e ambiental na área de habitação.
Na edição de 2008, o Fórum abordou desde a questão dos
deslocamentos das moradias para as regiões periféricas das
metrópoles, até as atuais estratégias de comercialização
de imóveis e instrumentos para aferição das demandas.
I Relatório Socioambiental
54
A Cultura
Brasileira
Teatro Abril
No ano de 2000 a Abril iniciou as reformas de um dos mais antigos
teatros de São Paulo, o ex-Teatro Paramount, inaugurado nos anos 20
e que já abrigou históricos festivais de música até ser destruído por
um incêndio em 1969.
Completamente transformada, a sala, que passou a contar com 1.533
lugares, foi reprogramada para ser palco de grandes musicais seguindo
os padrões dos principais teatros da Broadway e do West End.
Em apoio à cultura no país e ao movimento de revitalização do centro
da cidade, a Abril dá nome ao teatro que hoje recebe importantes
apresentações e espetáculos.
I Relatório Socioambiental
55
a cultura brasileira
Concerto Bons Fluidos
e Estação Bem-Estar
Anualmente, desde 2003, a Revista Bons Fluidos promove
o Concerto Bons FluIdos em prol da cultura e do bem-estar
da população brasileira. O evento reúne artistas da música
popular brasileira e orquestra.
I Relatório Socioambiental
56
a cultura brasileira
Além disso, na Estação Bem-Estar, são oferecidas palestras,
workshops e aulas de ioga aos visitantes do Parque Ibirapuera.
Em 2008, nos três dias de evento, mais de 5 mil pessoas
participaram das 19 palestras, usufruíram do lounge da estação
e prestigiaram o concerto.
I Relatório Socioambiental
57
o jovem
mtv
A MTV foi criada em 1990 e, desde então, tornou-se um importante
veículo de conscientização do jovem brasileiro. Grande parte da
programação da emissora é dedicada a assuntos relacionados à
responsabilidade social e à saúde, além de dias temáticos ligados
a assuntos polêmicos como drogas, abuso sexual, trabalho infantil,
violência, desemprego, poluição, Aids e eleições.
Ao longo do ano, são exibidos programas musicais, produzidos pela
MTV Internacional, com o compromisso de divulgar temas de ação
global como o Live 8 (combate à fome na África), World Aids Day e os
Staying Alive Concerts (prevenção ao HIV).
Também são produzidas campanhas de conscientização e
mobilização dos jovens sobre temas de responsabilidade social e
sustentabilidade, veiculadas na emissora, revista e site da MTV:
I Relatório Socioambiental
58
o jovem > mtv
Preservar o Planeta Começa em Casa: série de minidocumentários
especiais sobre meio ambiente e iniciativas para preservá-lo e
minimizar o impacto do dia-a-dia na natureza.
Pacto MTV: miniprogramas e vinhetas de campanhas sobre os
principais problemas da Infância e da Adolescência no Brasil com
base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Tome conta do Brasil: programa sobre meio ambiente e consumo
sustentável que questiona os jovens nas ruas sobre sua consciência
e atitudes em relação ao tema, além de apresentar exemplos de
cidadania no Brasil e no mundo.
I Relatório Socioambiental
59
o jovem > mtv
MTV Pública: campanhas nos intervalos comerciais, boletins na
programação e eventos para a conscientização social dos jovens.
Dossiê MTV: resultado de pesquisa realizada todos os anos que
levanta os hábitos de jovens das classes A e C, de 12 a 30 anos.
Em 2008, um dos principais temas foi meio ambiente e os dados
levantados foram alarmantes: seis entre dez jovens brasileiros não
sabem dizer o que é sustentabilidade.
A percepção desse cenário reforça a responsabilidade da Abril e dos
demais grupos de comunicação do Brasil em disseminar conteúdos
relevantes para a formação do jovem e conscientização sobre o tema.
I Relatório Socioambiental
60
o jovem
Projeto Mundo Jovem
Em 2008 a Abril iniciou o Projeto Mundo Jovem, voltado a um total
de 100 colaboradores dos cargos de Menor Aprendiz, Jovem Cidadão
e Aprendizes do SENAI, e elaborado a partir da análise das demandas
sociais e problemáticas apresentadas pela população jovem, tais
como gravidez precoce, sexualidade, conflitos familiares, carência
financeira e dificuldade de integração à realidade organizacional.
O objetivo do projeto é contribuir para a formação profissional,
social e familiar desse público, por meio de um espaço de discussão
e reflexão de seu papel no contexto organizacional, familiar e pessoal,
por meio de workshops e acompanhamento social, de modo
a contribuir para sua formação profissional, social e familiar, para
que possam agir integrados e de maneira atuante na sociedade.
I Relatório Socioambiental
61
o jovem
Edição verde da Superinteressante
Em 2007, ano em que completou 20 anos, a revista
[AGORAESCUTA]
Superinteressante, desde sempre engajada nas questões
ambientais, decidiu explicitar o seu comprometimento com o tema
e dedicar sua 247ª edição a uma “Edição Verde”.
o objetivo da edição “é fazer barulho mesmo. (...) Queremos ampliar
2.
o número de pessoas atingidas por esta mensagem.”.
1. Alessandra Kalko 2. Dulla
TRAUMAS DE
ENFIM!
GUERRA
UM CARRO ELÉTRICO QUE
PRESTA. E ELE CORRE
MAIS QUE UMA FERRARI.
Edição 260 - 12 dez / 2008
Eles foram treinados para
matar. Agora sofrem
para continuar vivendo.
R$ 9,95
R$ 9,95
CAPA
Porque 2009 está logo ali. E tomara que você também faça dele um ano transformador!
14 | SUPER | DEZEMBRO | 2008
-
sa fazer o mesmo no seu trabalho, na faculdade.
Victor Civita, que revitalizou uma área paulistana
onde antes funcionava um lixão tóxico.
21:37
pelos corredores desta empresa. Talvez você pos-
florestas sustentáveis. E a inauguração da praça
28/11/08
cação de que o papel utilizado pela gráfica vem de
Segundo Sérgio Gwercman, redator-chefe da Superinteressante,
-
É inspirador saber que pessoas assim circulam
ASAMBUGARO
embalar as revistas com plástico biodegradável.
-
da Abril. Ou ousadas, como encontrar um jeito de
se comprometem a mapear e reduzir suas emissões
de gases de efeito estufa. Também está a certifi-
Composite
E depois tentar implementá-las. Valem ações simples, como melhorar a coleta reciclável no prédio
Protocol, documento firmado por corporações que
-
chefe mandou. A idéia da Agenda é trocar idéias.
vice-presidente de Relações Institucionais. Na lis-
QUEM GANHA COM O
AQUECIMENTO
A LUTA
PELA POSSE DO
´
GLOBAL ARTICO
P. 66
P. 25
ONDE ANDA O LADO
SEJA VERDE
UMA VIAGEM
CHATO
MAR
´
ECOLOGICO
SEM SER
P. 21
P. 58
DE GABEIRA?
SUPER - SUPER - 1 - 12/12/08
zemos, fazemos por convicção”, diz Sidnei Basile,
AO FUNDO DO
-
[email protected]
P. 34
SUPER
Redator-chefe
ta dessas convicções, está a assinatura do GHG
da tradicional moldura vermelha da capa por uma moldura verde.
Sérgio Gwercman
grupo, batizado de Agenda Ambiental. Ali estão
pessoas que fazem porque querem, não porque o
Edição 247 - 15 dez / 2007
Era tanta gente se mexendo que daí nasceu um
notícia: as mudanças foram motivadas pelo dese-
jo de mudar, não de fazer propaganda. “O que fa-
CAPA
SUPER - SUPER - 14 - 12/12/08
SUPER
fora não tenha percebido, mas esta é primeira boa
-
São Paulo com uma frota leve movida a gás.
-
transportes, levantou suas emissões de CO2. Depois,
começou a reduzi-las. Hoje, ele faz entregas em
portantes passos sustentáveis. Talvez você aí de
15:58
bra das impressões. Reginaldo Tiossi, do setor de
to. E o resultado é que 2008 acaba como um ano
transformador para a Abril, que deu novos e im-
A principal ferramenta para impactar seus leitores foi a troca
Quase metade desta
edição é de reportagens
sobre sustentabilidade.
Este selo identifica
quais são elas.
04/12/07
a própria editora foi a primeira a sentir seu impac-
-
cesso para reutilizar a água com solvente que so-
-
engenheiro na gráfica, que desenvolveu um pro-
A tese se mostrou acertada. Tão acertada que
MSANO
para distribuir convites. Ou o Daniel Fernandes,
efeito multiplicador das boas idéias.
-
como a Georgia Barcellos, que organiza eventos e
percebeu que poderia trocar motoboys por bikeboys
sua opinião, decidir como agir. Era uma aposta no
Composite
edições como esta SUPER verde, dedicada à sustentabilidade. E assim permitir a você, leitor, formar
-
fazer para tornar seu trabalho sustentável. Gente
SUPER - SUPER - 1 - 14/12/07
o movimento inverso. E se perguntavam o que
rentes pontos de vista, mostrar os fatos, produzir
-
28/11/08
-
Enquanto a direção da Abril se movimentava com
ações que vinham lá do alto, funcionários faziam
em debate nas revistas da casa. Apresentar dife-
Composite
ASAMBUGARO
Mas a parte mais legal da história vem agora.
tável, em 2007, imaginava que não poderia dar
contribuição melhor ao ambiente do que colocá-lo
SUPER
01_CAD
Quando a Abril lançou o projeto Planeta Susten-
23:17
Nosso quintal
-
1.
2007
CIDADES E SE NÃO
` PROVA DE
A
DESASTRES
EXISTISSE
P. 68
P. 56
MONOGAMIA?
ARQUEOLOGIA
POR QUE A
DE LIXO
ERRA TANTO ESPACIAL?
NUMA LATA
P. 74
METEOROLOGIA
P. 48
O QUE FAZER COM
˜
A POLUIÇAO
P. 34
2008
I Relatório Socioambiental
62
o jovem > Edição verde da Superinteressante
Além da moldura, como ferramenta de impacto, a manchete também
As tecnologias limpas vão gerar dinheiro de
uma maneira que fará o boom do Vale do Silício
dos anos 90 parecer brincadeira de criança.
teve a14%
mesma função: “A última chance de salvar a Terra”.
muita energia para a transformação da planta em
álcool. Pior ainda é a situação do milho, bastante
utilizado para obtenção de etanol nos EUA, que,
de acordo com algumas pesquisas, consome mais
energia para ser produzido do que é capaz de gerar.
Além disso, o milho também é utilizado como comida, e seu emprego como combustível fez o preço
de alguns produtos alimentícios dobrar no último
ano no mercado americano, atual maior produtor
e consumidor do cereal.
A solução, então, poderia estar na obtenção de
álcool a partir da quebra da molécula de celulose,
presente em todas as plantas. Enzimas ou bactérias
geneticamente modificadas podem dar conta de
processar a celulose e transformar o açúcar obtido
em energia, com uma eficiência 84% maior que o
álcool de cana. Lee Lynd, professor da Universidade de Dartmouth e um dos pioneiros nesse tipo de
pesquisa, disse à revista Wired que “em 5 anos todas
as questões que dificultam a conversão de biomassa
de celulose em etanol serão resolvidas”, desde que
o dinheiro seja investido em pesquisas. Em vez da
cana-de-açúcar ou do milho, a matéria-prima seria
a switchgrass, uma gramínea muito comum nos EUA
que pode ser plantada até em terrenos rochosos, e
em praticamente qualquer clima. De olho no futuro, a British Petroleum (BP), uma das bilionárias
empresas européias exploradoras de petróleo, doou
US$ 500 milhões a um programa de pesquisa sobre
álcool vindo de celulose.
TRANSPORTE
A energia eólica parece tão atraente quanto a
solar. Afinal, vento para movimentar as turbinas é
algo que não falta. Mas o seu potencial é bem maior
para grande escala (cidades, por exemplo) do que
a solar. Nos últimos anos, alguns países europeus
começaram a investir mais pesado na tecnologia e
construir imensos complexos. A Alemanha já gera
30 GW de energia com suas turbinas, mais que o
dobro da capacidade de Itaipu, ainda a maior hidrelétrica do mundo. O problema da eólica? Algumas
horas venta muito, outras nada. O desafio está em
armazenar o excesso de energia.
Enquanto as fontes de energia 100% limpas não
são adotadas, uma boa idéia é renovar as velhas usinas. As termoelétricas de carvão, que são as maiores responsáveis pela poluição do setor energético,
podem ser reformuladas. Dois novos sistemas estão
em teste: um que transforma o carvão em uma espécie de gás – diminuindo a fumaça no processo – e
outro que basicamente posiciona as chaminés voltadas para depósitos de água subterrâneos, fazendo
com que a poluição não vá para a atmosfera.
As usinas nucleares, que por quase 20 anos foram demonizadas pelos ambientalistas, começaram a ser novamente vistas com bons olhos pelos
governos – basicamente porque conseguem gerar
muita energia em um espaço pequeno e sem produzir nenhum gás do efeito estufa. A questão da
segurança avançou bastante – é improvável hoje
que aconteçam acidentes como o que atingiu a
cidade ucraniana de Chernobyl, em 1987 –, mas
o maior problema ainda é o que fazer com o lixo
atômico, altamente radioativo. Há alternativas: o
Japão já recicla o urânio utilizado com cada vez
mais eficiência. O Brasil, que gera mais de 70%
da sua energia a partir de hidrelétricas, uma fonte
um tanto limpa em comparação com as demais,
também pode melhorar neste campo. Um estudo
da USP mostra que a troca de turbinas nas usinas
com mais de 20 anos pode aumentar a geração de
energia em 8%, evitando assim a necessidade de
construção de novas plantas.
É possível que, com tanto dinheiro sendo investido e a necessidade de geração limpa de energia,
uma tecnologia de fato inovadora venha à tona e
mude os paradigmas. Baterias de hidrogênio para
armazenar energia estão cada vez mais próximas
da realidade dos dias de hoje.
Do Japão vem mais um experimento: lá já se utiliza a diferença de temperatura das águas do oceano
para movimentar turbinas. Funciona mais ou menos assim: a água quente da superfície é puxada
para uma câmara de alta pressão, de onde se tira
vapor. Do outro lado, circuitos puxam a água quase
congelada do fundo. O encontro das duas águas faz
o vapor se condensar rapidamente, movimentando
turbinas que geram eletricidade.
A convocação para o engajamento na causa de “salvar a Terra”
O desafio agora
é fazer veículos
que andem mais
com menos
combustível. A
União Européia
estabeleceu que
todos os carros
comprados
no continente
têm de fazer no
mínimo 18 km/l
a partir de 2012.
O governo dos
EUA já oferece
dinheiro a
quem comprar
carros híbridos
(que funcionam
a gasolina e
eletricidade
e consomem
menos).
era a mensagem principal da Super a seus leitores.
Para dar continuidade à ação, em 2008, a Superinteressante
A força do vento e do sol
Há pelo menos 20 anos a energia solar é chamada
de energia do futuro. O problema é que no processo
utilizado até agora – em que células semicondutoras de silício absorvem parte da luz solar – há pouco
aproveitamento de energia de fato, e ela funciona
melhor quando usada imediatamente (como em
uma calculadora movida a luz solar, por exemplo).
Por enquanto, a energia solar se mostrou inviável
para produção em larga escala. As células são espessas, caras e ocupam muito espaço – além de só
gerar eletricidade durante o dia.
Cientistas da Universidade do Novo México
(EUA) estão usando nanotecnologia para criar
uma espécie de filme que têm células captadoras
de energia solar que são tão finas que podem ser
aplicadas como tinta, reduzindo o espaço necessário para implantação de um sistema assim. Outra
tentativa, que fica pronta em 2013, é a de usinas
solares na Espanha. Serão utilizados 624 espelhos
para refletir a energia solar e aquecer água. O sistema funciona como uma termoelétrica comum: o
vapor da água quente movimenta as turbinas, que
geram eletricidade. O sistema abastecerá as 180
mil casas de Sevilha e será projetado para atender
outras cidades européias.
12,5%
publicou a 2ª edição verde, no mesmo modelo da revista do ano
AGRICULTURA
A ONU estima
que 30% da terra
habitável no
mundo é usada
para a pecuária. O
grande problema
é que os bovinos
soltam de 300
a 500 litros de
metano por
dia. Cientistas
do Reino Unido
estudam novas
substâncias para
a alimentação
das ovelhas que
podem diminuir
em até 70% suas
emissões de
metano.
anterior: moldura verde e manchete impactante – “O fim dos Oceanos”.
Para 2009 fica a sugestão de continuar acompanhando todos
CAPA_MATERIAS.indd Sec1:6-Sec1:7
Q
uem nunca ouviu falar em aquecimento
global provavelmente não mora nesta
QUE MAIS LANÇAM
galáxia. O tema vem rendendo os mais
acalorados debates do momento (literalmente). Ok, o mundo está mais quente,
Conhecemos melhor o solo
isso é incontestável. Apesar de você não agüentar
da Lua
do que o fundo do
mais ouvir falar que em pouco tempo sua vida
ficará
mar,dimidizem os ecologistas.
cada dia mais infernal, diga a verdade: você
nuiu o tempo do seu banho por causa doNossa
consumo
última fronteira
de eletricidade? Trocou o carro pela bicicleta
são aspara
águas profundas:
reduzir a poluição? Parou de comprar produtos de
entre 200 e 7 mil metros
empresas vinculadas ao desmatamento? Doou dinheiro a alguma sociedade de proteção àsubmarinos.
natureza
e aos animais? Parou de comer carne?
GERAÇÃO DE
Elas são
É bem possível que você não tenha adotado
ne-90% do volume
ENERGIA
nhuma dessas medidas na vida prática. Edos
ainda
as- e podem
oceanos
É o principal
sim deseje com ardor que a Terra tenha salvação.
abrigarSe
até 100poluente
milhões
porque,
o mundo está entrando em colapso, como afirmam
de espécies – mais
dooque
segundo
IPCC,
vários dos cientistas mais alarmistas, então por que
40% da energia
em todo
você não faz a sua parte? E será que, mesmo
se nãoo resto do planeta.
elétrica do mundo
mudarmos os hábitos dramaticamente, o planeta
é gerada a partir
tem salvação? Sim, até tem. É o que você
vai desA essa
profundidade,
da queima de
cobrir a partir de agora.
não há luz paracarvão.
sustentar
A China,
SETORES
A PRÓXIMA
FRONTEIRA
GASES
DO EFEITO
ESTUFA
21,3%
o fitoplâncton.por exemplo,
A solução
consome pouco
Portanto, só animais
A tese vem de Ted Nordhaus e Michael Schellenbermais de 1 bilhão
e bactérias
ger, chamados pós-ambientalistas americanos.
Os circulam.
de toneladas de
carvão por ano,
dois sacudiram o mundo dos ecologistas em outuou seja:ainda
37% do
bro passado com o livro Break Through: From
Atéthe
os De1 000 metros
consumo mundial.
ath of Environmentalism to the Politics of há
Possibility
um lusco-fusco. Abaixo
(“Break Through: Da Morte do Ambientalismo para
disso, a escuridão é
a Política da Possibilidade”, sem edição em portutotal.
Faz
frio,
de
até 3 oC.
guês). Em outras palavras, não é que você vai deixar
de andar de carro. É que daqui a alguns anos ele
vai ou rodar com álcool produzido a partir de uma
planta qualquer (de maneira mais eficiente que a
cana-de-açúcar) ou a eletricidade. E essa eletriciPROCESSOS
dade não virá das poluentes usinas de carvão e peINDUSTRIAIS
tróleo, que são responsáveis por 25% das emissões
Segundo a
de CO2 do mundo, mas, sim, de usinas que captam
Federação das
a energia solar, eólica ou de hidrogênio.
Indústrias do
A nova receita para salvar o mundo, dizem NorEstado de São
dhaus e Schellenberger, é investir com vontade
Paulo (Fiesp),
em novas tecnologias. Algumas foram inventadas,
a indústria
mas precisam de ajustes para ser economicamente
desperdiça
24% de toda a
atraentes. Já outros desafios para diminuir o imenergia gerada
pacto negativo do homem no ambiente demandam
só no estado
pequenas revoluções tecnológicas. De uma forma
de São Paulo.
ou de outra, é preciso muito dinheiro para obter
Isso se deve aos
grandes avanços no curto espaço de tempo que temotores antigos
mos. Nordhaus e Schellenberger acham que os EUA,
e máquinas
como maiores poluidores histórico, devem dar o
construídas
exemplo e até orçam o investimento: US$ 300 biquando não havia
lhões em apoio a pesquisas, nos próximos 10 anos.
a preocupação
Seria o equivalente em valores a um novo projeto
com eficiência
Apollo, iniciativa americana que colocou o homem
energética.
na Lua em apenas 8 anos e teve como subprodutos
16,8%
CAPA_MATERIAS.indd Sec1:4-Sec1:5
tecnologias que usamos até hoje. Os outros países
deveriam fazer o mesmo. Não que o investimento
privado
em pesquisa
deva ser descartado.
Várias
A pesca
indiscriminada
fez sumir
90% dos
empresas estão fazendo sua parte, especialmente
peixes
grandes
e mudou
a dieta humana.
agora
que a mudança
para
um comportamento
sustentável não só é bom para publicidade mas pode
O atum-azul
não
é umdo
peixe
reduzir
custos. Uma
gigante
ramoqualquer.
de higiene É o peixe. Primeiro,
porquedas
eleembalagens
tem sangue
quente, o
pessoal
mudou o formato
de um
xampu,
o equivalente
a 15 milhões
que economizando
lhe permite cruzar
os mares
do Ártico aos
de recipientes
por ano;
várias empresas
de coleta
de é mais
trópicos. Sua
arrancada
ao caçar
ou fugir
lixo do mundo estão não só reciclando como tampotente
que a de
Porsche.
Umem
atum-azul
pobém
transformando
osum
dejetos
orgânicos
comde pesar
o mesmo
que umshoppings
cavalo (500
bustível
por meio
de miniusinas;
estão quilos)
trocando
seus10
vasos
novos modelos
e render
milsanitários
cortes dopor
sashimi
mais suculenque consomem 6 litros de água por descarga (cerca
to e caro do mundo. É por isso que, enquanto
de 5 vezes menos que os modelos domésticos).
cardumes
deles
nadam
pelo
Mediterrâneo,
suEsses avanços tecnológicos pontuais são louváperpesqueiros
rondam
à sua
caça,
com a ajuda
veis,
mas para o rumo
do planeta
mudar
é preciso
fazer
mais
ambiciosos.
Mesmo que oO navio
deinvestimentos
sonares e de
aviões
localizadores.
governo não se mexa e despeje os bilhões de dólares
que chegar primeiro e fechar a rede de cerco
em pesquisas como querem os pós-ambientalistas,
emcentenas
volta dos
bichostrabalhando
leva o prêmio.
leva para
já há
de pessoas
nisso. E
Empresários
do setor
de tecnologia,
comodos
os donos
o Japão,
país que
captura 25%
atuns-azuis
do dos
Google,
Sergey Brin
e Larrymercadão
Page, além de
oceanos.
No maior
deBill
peixes do
Gates e Paul Allen, já estão investindo um bom diplaneta, o Tsukiji, em Tóquio, um desses peixes
nheiro em projetos como a produção de etanol, por
é leiloado
por
US$Não
25exatamente.
mil. Os que
exemplo.
Vontade
deaté
ajudar?
É sósão pesperceber
que
as
grandes
cifras
estão
sendo
colocacados pequenos ficam enjaulados em fazendas
dasde
emengorda
pesquisasnas
do setor
energético
– responsável
costas
de países
como Espanha,
por 34% das emissões de gases do efeito estufa (veja
Itália
Turquia.
Passam meses
sendonas
alimentaquadro
aoelado):
“As oportunidades
econômicas
dos comlimpas
peixese gordurosos
e depois
são abatidos
tecnologias
a ‘energia verde’
prosperarão
e gerarão
de uma maneira
faráseguem
com
a tirosdinheiro
– isso mesmo,
a tiros.que
Então
seu
que o boom do Vale do Silício dos anos 90 pareça
caminho rumo ao desaparecimento e às mesas
brincadeira de criança”, afirma Ira Flatow, autor
do livro Present at the Future (“Presente no Futuro”,
sem edição em português).
O mar não está para peixe
Energia: o desafio
das novas tecnologias
Como é a parte da economia que mais causa impacto ambiental e ao mesmo tempo gera dinheiro, não
é de estranhar que os grandes avanços tecnológicos
verdes comecem a sair da geração de energia.
Em primeiro lugar, vamos aos combustíveis. Com
a esperada míngua das reservas de petróleo, parece
que o álcool combustível (etanol) veio para ficar.
Um motor a álcool chega a emitir menos da metade (56%) de poluentes na atmosfera em comparação com um a gasolina. O Brasil, onde 98% dos
carros fabricados hoje são flex (que aceitam álcool
ou gasolina), é visto lá fora como exemplo de modelo sustentável. Por outro lado, vários analistas
concordam que, se o etanol é um dos combustíveis
do futuro, dificilmente a cana-de-açúcar, usada no
Brasil, será a fonte definitiva para sua obtenção –
são necessárias largas áreas para o cultivo, além de
*Outros efeitos com valores menores de 1%, que somam as emissões de metano, gás carbônico e óxido nitroso. Fonte: Instituto Max Planck (Alemanha).
Não é que você vai deixar de andar de carro.
É que daqui a alguns anos ele vai rodar com
álcool feito de uma planta ou a eletricidade.
04.12.07 13:11:11
os passos da Superinteressante nas questões ambientais.
dos aficionados por sushis. (Um detalhe para
você se tranqüilizar um pouco: o atum que comemos no Brasil não é dessa espécie.)
A saga do atum-azul começou na década de
1990, depois que a flotilha japonesa reduziu os
estoques do Pacífico a 6% da população original. Em 10 anos de pesca no Mediterrâneo, já o
levamos ao risco de extinção. Como pudemos
ser tão eficientes em dizimá-lo? Basicamente,
lançamos mais de 1 500 navios pesqueiros high
tech ao mar, sacamos dali 3 vezes mais atuns do
que o limite para que a espécie se recomponha
e turbinamos tudo isso com subsídios da União
Européia. Empresas gigantes do setor, da Espanha, da França e do Japão, dividem um mercado
que movimenta US$ 400 milhões ao ano. Na
Itália, até a máfia se meteu na caça ao atum.
Ela ajuda a colocar aviões localizadores clandestinos nos ares da Líbia e da Argélia em junho,
quando a pesca está proibida para dar alguma
chance às fêmeas em período reprodutivo.
A má notícia é que a trajetória do atum não
é única. Já estamos repetindo essa lógica há
mais de um século nos oceanos, e com muito
mais tecnologia nos últimos 50 anos. Em Grand
Banks, a leste do Canadá, reduzimos o bacalhau
do tipo cod a 1% da população original. O blue
skate, uma arraia que figura no fish’n’chips, prato
típico inglês, sumiu do mar do Norte. O alabote
do Atlântico entrou em colapso ainda no século
19. E do esturjão do mar Cáspio – cujas ovas são
o caríssimo caviar – só sobraram 10%. Nossa indústria hoje, quando entra em uma nova área de
exploração, tem bala para arrasar uma espécie
comercial em 10 ou 15 anos. Nesse ritmo, podemos chegar ao colapso de todas as áreas de
pesca do planeta em 2048 (hoje, já inutilizamos
ou pescamos além do sustentável em 76% dessas regiões – no Brasil, sobe para 80%, segundo
relatório recente do Greenpeace).
Essas projeções são parte dos estudos estatísticos de uma década de Boris Worm, professor de conservação marinha da Universidade
de Dalhousie, no Canadá. Junto com outros
cientistas, ele estimou que, das populações de
grandes peixes que nadavam em nossos mares
em 1900, podem ter sobrado só 10%. O pesquisador Callum Roberts, da Universidade de
York, na Inglaterra, autor do livro The Unnatural
History of the Sea (“A História Não Natural do
Mar”, sem edição em português), alerta para
outro problema grave: estima-se que um quarto
a um terço de criaturas marinhas seja capturado
acidentalmente a cada pesca de arrasto e jogado
de volta ao mar, já morto ou morrendo. A ONU
vem tentando, sem sucesso, tornar o arrasto ilegal em alto-mar. “O arrasto é um meio muito
rentável de pegar peixes, camarões, lagostas.
Duvido que ele vá acabar”, diz Worm.
O que também não deve acabar é outra burrada na gestão de nossos recursos marítimos,
a pesca fantasma. Quando uma rede é perdida
no mar, ela continua pescando sozinha, só que
para ninguém comer. Vai afundando e carregando peixes e crustáceos, até ficar cheia e aterrissar no fundo. “Alguns jogam bolas de redes
velhas ao mar para atrair atuns e não recolhem
de volta”, diz o cientista Charles Moore, criador da Fundação Algalita de Pesquisa Marinha,
instituto californiano que se dedica a medir os
impactos do lixo plástico nos oceanos. “As redes
fantasmas matam 100 mil mamíferos marinhos
por ano só no Pacífico Norte”, afirma Moore.
Se desgraça pouca é bobagem, o que podemos esperar de impactos no dia-a-dia? No mínimo, uma mudança de dieta. Você já comeu
água-viva? Bem, talvez daqui a 50 anos você
se acostume com a idéia. No passado, os oceanos eram dominados por batalhões de tubarões,
bacalhaus e peixes-espada – predadores que comiam peixes menores e que estão sendo dizima-
60
%
da população
mundial vive a até
60 km da costa,
a região mais
impactada
pela ação humana.
80%
do turismo
mundial acontece
no litoral. Praias
e corais são
as atrações mais
procuradas.
04.12.07 13:10:56
As tartarugas
comem peixes
misturados com lixo.
I Relatório Socioambiental
63
Mata
Atlântica
Clickarvore
Em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica e o Instituto Ambiental
Vidágua, a Abril criou o Clickarvore, relevante projeto ambiental do
país. Desde 2000, o projeto possibilita, de maneira inovadora, que
todo brasileiro “plante” diariamente uma árvore nativa da Mata
Atlântica via internet.
No site www.clickarvore.com.br, cada click corresponde ao plantio
de uma árvore, custeado por empresas patrocinadoras e pela
própria sociedade civil. O internauta também pode acompanhar
o andamento do processo de recuperação das áreas degradadas.
São monitorados no site o número de mudas plantadas, metros
quadrados reflorestados e a localização do plantio.
Até 2008, já haviam sido doadas mais de 13 milhões de árvores de
80 espécies nativas diferentes. Essas mudas foram plantadas em 311
municípios participantes de 10 estados do país, totalizando uma área
de 7.496,6 hectares recuperados.
A iniciativa, além de estimular o reflorestamento da Mata Atlântica,
gera empregos em viveiros florestais e propriedades rurais durante
o plantio, além de promover a educação ambiental e capacitação de
técnicos, agentes comunitários e professores sobre técnicas
de reflorestamento.
I Relatório Socioambiental
64
A evolução
do nosso
modo de vida
O Brasil que queremos ser
A inserção da sustentabilidade na cultura das entidades civis e dos
grupos empresariais, como a Abril, estimula a conscientização da
sociedade e impulsiona mudanças na legislação e na política do país.
Visando criar um espaço para discussão sobre como é possível
atender às demandas socioambientais brasileiras nos próximos
anos, a revista Veja sintetizou na comemoração de seu aniversário
de 40 anos, em setembro de 2008, as expectativas de milhares
de brasileiros em relação ao futuro do país levantadas no seminário
“O Brasil que queremos ser”. No evento, foram debatidos entre
a população, importantes especialistas e principais lideranças
políticas nacionais, seis grandes temas que fazem parte da
realidade brasileira - meio ambiente, educação, economia, imprensa,
democracia, raça e pobreza e megacidades – e, dentre eles, foram
elencadas 40 propostas para um país melhor.
Além disso, como extensão do seminário, foi realizado um
road-show de debates em universidades de todo o Brasil,
selecionadas pela sua representatividade regional e qualidade
de excelência do ensino e pesquisa. O objetivo é dar aos alunos
e professores a oportunidade de discutirem ações e possibilidades
para mudar a realidade do Brasil.
I Relatório Socioambiental
65
A evolução do nosso modo de vida
Guia Exame de sustentabilidade
Marketing
Outubro/2008 | R$ 19,90 | www.exame.com.br
Pesquisa exclusiva revela que os consumidores
não querem pagar mais por produtos verdes
Agronegócio
Uma nova geração de empresários
mostra que é possível crescer no campo sem
destruir o meio ambiente
2008
Governança
Como a crise mundial está
mudando o relacionamento das
companhias abertas com
seus investidores
Internacional
estratégicos na área de responsabilidade social corporativa:
o Guia EXAME de Sustentabilidade.
01_CAD
23/10/08
00:26
-
A publicação destaca as empresas brasileiras que apresentam
RGODEGUEZ
-
atitudes diferenciadas de responsabilidade corporativa, selecionadas
-
Sustentabilidade
20 empresas-modelo
Natura
EXAME
com base em uma metodologia desenvolvida em parceria com o
Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas
e com a Bolsa de Valores de São Paulo e que engloba estratégias,
compromissos e práticas nas dimensões ambiental, econômicofinanceira e social.
Marketings:fejldf
EntrevistasK\e[†eZ`X
Quem é o consumidor verde
(1)
<eki\m`jkX[fjmXcfi`qXdgif[lkfZfdXg\cf\Zfc^`Zf#[\j[\hl\ef
k\e_Xd[\gX^XidX`jgfi`jjf
(/
Hl\dXiZXm\d~ZXY\ƒXhlXe[fj\]XcX\dgi\fZlgXƒf
Zfdfd\`fXdY`\ek\6)
-
,
EXkliX 9XeZfI\Xc JXY\jg
MfZ†j\Zfej`[\iXld
Zfejld`[figi\fZlgX[f
Zfdhl\jk‘\j
XdY`\ekX`j6
.+
J@D
)-
EÂF
+
+
*
E\jkc„
MXc\
8mfe
*
-(
*
Gif[lkfjZfdXg\cf
\Zfc^`Zf`eÕl\eZ`Xd
\djlX[\Z`jf
[\ZfdgiX6
*0
,0
EÂF
J@D
*
:fZX$:fcX 9iX[\jZf K\kiXGXb
MfZ†j\Zfej`[\iX
Y\d`e]fidX[fjfYi\
fk\dXÈgi\fZlgXƒf
XdY`\ekXcÉ6
+(
EÂF
J@D
HlX`jjffjgi`eZ`gX`jdfk`mfjgXiXZfdgiXigif[lkfjZfdXg\cf\Zfc^`Zf6
Efgi\al[`ZXd&gi\j\imXd&
Zl`[Xd[fd\`fXdY`\ek\
@eZ\ek`mXdXg\ejXief]lklif
[Xgio`dX^\iXƒf
40%
20%
15%
12%
@eZ\ek`mXdX
i\Z`ZcX^\d
GXiXgi\j\imXiXji\j\imXj
eXkliX`j
8f]Xq\ildXZfdgiX%%%
%%%[}gi\]\i†eZ`XXgif[lkfj]\`kfjZfddXk\i`Xci\Z`Zc}m\c
-(
%%%[\`oX[\ZfdgiXildgif[lkfj\jflY\ihl\\c\„gi\al[`Z`Xc~eXkli\qX ,*
%%%[}gi\]\i†eZ`XXgif[lkfjfi^e`Zfj
+(
J@D
+,
J\ldgif[lkf
Zfdj\cfXdY`\ekXc]fi
dX`jZXif#mfZ†ZfdgiX
d\jdfXjj`d6
:fjkldXZfdgiXi
gif[lkfjZfdj\cfj
XdY`\ekX`j6
+'
EÂF
*'
J@D
.'
EÂF
:fdgiflXc^ldgif[lkf
fi^e`Zfefj’ck`dfjki†j
d\j\j6
+0
J@D
(0
EÂF:FE?<:<
( G\jhl`jXi\Xc`qX[X\dj\k\dYifZfd)''gXlc`jkXefj\eki\)'\,'Xefj\i\e[X\eki\,'''\(''''i\X`jd\ejX`j
) I\jgfjkXj\jgfeke\Xj=fek\1Hlfild9iXj`c
114s>L@8<O8D<›JLJK<EK89@C@;8;<sFLKL9IF)''/
+-
EÂF
,
EÂF:FE?<:<
sumo consciente. Em pesquisa realizada
há dois anos, a entidade verificou que
33% dos consumidores brasileiros são
conscientes — têm um bom grau de percepção dos impactos coletivos ou de longo prazo em suas decisões de consumo e
não se atêm aos aspectos econômicos ou
aos benefícios pessoais imediatos.
De olho nesse tipo de consumidor,
muitas empresas têm se esforçado para
colocar nas prateleiras produtos ecologicamente corretos. É o caso da rede
varejista Wal-Mart, que pretende transformar sua linha de marcas próprias em
modelo de sustentabilidade. Já é possível, por exemplo, encontrar nas gôndolas do varejista cereais matinais com
embalagens que levam o selo FSC, certificado ambiental do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal, e cobertores
produzidos com fio de poliéster feito
100% de fibra de PET. Além disso, a
rede negocia com seus fornecedores o
desenvolvimento de embalagens que
reduzam a quantidade de material utilizado. “Até 2009, nossa meta é ter 100%
das embalagens dos produtos de marca
própria sustentáveis”, diz Daniela de
Fiori, vice-presidente de assuntos corporativos e sustentabilidade do Wal-Mart.
Para Mariana Cogswell, diretora de
planejamento da agência Talent, o consumidor verde é, necessariamente, mais
crítico e seu comportamento tende a influenciar cada vez mais o modo de produção das empresas. “Contribuir para o
desenvolvimento sustentável não é mais
uma questão de escolha da companhia,
e sim obrigação”, diz ela. A HP, uma das
maiores fabricantes de equipamentos eletrônicos do mundo, percebeu isso há
muito tempo. Na década de 90, o trabalho
de recolhimento e reciclagem de cartuchos da empresa virou referência no setor.
Agora, a HP se prepara para dar um passo
adiante: em vez de doar os cartuchos coletados a uma empresa de reciclagem, em
novembro a própria companhia deve começar a reciclar o material. Após passar
por um processo de limpeza e moagem,
o material plástico produzido será usado
na fabricação de novos cartuchos. “Queremos criar uma cadeia produtiva autorenovável”, diz Kami Saidi, diretor de
operações da HP para o Mercosul. “À
medida que aumenta a conscientização,
o consumidor leva em conta essas iniciativas na sua decisão de compra.”
Só a base da
pirâmide salva
?Xik1ÈFj
gfYi\jjf
dX`j[fhl\
Zfejld`[fi\j#
jfgXiZ\`ifj
[\e\^Z`fjÉ
GXiXf\jg\Z`Xc`jkXJklXikC%?Xik#Xjk\Zefcf^`Xjc`dgXjjXal[XifX
jXcmXifgcXe\kXj\^Xe_Xi\d\jZXcXZfdXjgfglcXƒ‘\j[\YX`oXi\e[X
sAna Luiza Herzog
B
em menos afeito a holofotes que seu amigo indiano C.K.
Prahalad, com quem escreveu o já histórico artigo Fortuna na
Base da Pirâmide, em 2002, o americano Stuart L. Hart é hoje uma
das maiores referências mundiais em estratégias empresariais para as
populações de baixa renda. Professor da Universidade Cornell, Hart tornou-se
uma sumidade ao ajudar a revelar para as empresas as imensas oportunidades
de negócios escondidas nas populações de baixa renda — e, sobretudo, por ser
um crítico voraz à maneira como as companhias vêm lidando com esses consumidores ao longo das décadas. Para Hart, as empresas não têm demonstrado
preocupação com os impactos ambientais e sociais de suas investidas. Com
isso, estão perdendo a chance não só de ganhar dinheiro mas também de ajudar
o planeta a resolver parte de seus dilemas. Em entrevista a EXAME, ele explica
por que é importante que as empresas integrem a seu modelo de negócios as
duas grandes revoluções hoje em curso — a da base da pirâmide e a das tecnologias limpas — e por que isso representa uma oportunidade de negócios ainda
maior do que a que ele preconizou no início desta década.
EXAME O senhor e C.K. Prahalad
foram os primeiros a escrever sobre os negócios na base da pirâmide e sua relação com o movimento
de responsabilidade social corporativa, há dez anos. De lá para cá,
como o assunto evoluiu?
STUART L. HART É curioso, mas quando eu e Prahalad escrevemos nosso primeiro artigo sobre o tema, em 1998, e ele
começou a circular na internet, fomos
vistos como pesquisadores “underground”, e nossas idéias, como alternativas demais. Dois anos depois, já estávamos ocupadíssimos, sendo requisitados
para falar sobre o assunto, mas o ritmo de
aceitação ainda era lento. O grande salto
aconteceu mesmo nos últimos cinco
anos. Hoje, centenas de empresas têm
iniciativas para a base da pirâmide.
Mesmo com esse salto, o senhor
não acha que a maioria das empresas continua separando o conceito de sustentabilidade dos negócios para a base da pirâmide?
Sim. Nos últimos oito anos, vimos o desabrochar de duas revoluções: a da base
da pirâmide e a das tecnologias limpas.
Esses dois movimentos, igualmente cru-
98s>L@8<O8D<›JLJK<EK89@C@;8;<sFLKL9IF)''/
ciais para a busca da sustentabilidade,
caminharam até agora de maneira isolada. O desenvolvimento de tecnologias
que produzem menos impactos no meio
ambiente esteve até agora muito voltado
para o topo da pirâmide. Além disso,
pensou-se muito no aspecto da tecnologia
e muito pouco no modelo de negócios,
ou seja, em como comercializar essas inovações. Só nos Estados Unidos, o setor de
venture capital e dezenas de empresas
privadas estão despejando milhões de dólares nesse mercado, mas ninguém sabe
ainda como essas tecnologias chegarão
aos consumidores. Enquanto isso, o movimento de negócios para a base da pirâmide ganhou corpo sem muita preocupação com o meio ambiente, adotando o
que chamo de “estratégia do empurra”.
Ou seja, as empresas pegaram os produtos
que possuíam, estudaram como poderiam
oferecê-los em embalagens menores ou
mais baratas e estenderam os canais de
distribuição para que eles chegassem até
as classes mais pobres.
Essa “estratégia do empurra” foi
muito criticada. Qual a sua opinião sobre ela?
Chamo essa primeira fase vivida pelas
empresas de “base da pirâmide 1.0”. Ela
;@MLC>8xÂF
Composite
-
lançou um projeto pioneiro e em sintonia com os grandes desafios
Por que os negócios
relacionados à água
estão atraindo empresas
do mundo todo
-
EXAME - EEXA2 - 7 - 05/11/08
Há oito anos, a EXAME, maior revista de negócios do país,
ydl`kf`dgifm}m\chl\
k\Zefcf^`Xjm\i[\j
i\mfclZ`fe}i`Xjj\aXdXZ\`kXj
Zfd]XZ`c`[X[\efjd\iZX[fj
[\j\emfcm`[fj#efjhlX`jfj
Zfejld`[fi\ja}\jkf
XZfjkldX[fjZfdfZfe]fikf
\X]XZ`c`[X[\[Xjk\Zefcf^`Xj
kiX[`Z`feX`j
é legítima. A crítica foi que muitas empresas estavam simplesmente colocando
produtos em embalagens diferentes e
tentando vendê-los aos pobres — precisassem eles ou não daquilo —, tirando o
pouco de dinheiro que eles possuíam.
Tenho de concordar que essa análise não
é totalmente descabida. Para que uma
estratégia de base da pirâmide seja bemsucedida no longo prazo, ela deve ter
uma abrangência maior. Não há nada de
errado em adaptar produtos para vendêlos aos pobres. O que a empresa deve
considerar, no entanto, é o impacto que
aquele produto provocou na comunidade. Ele permitiu que as pessoas tivessem
mais tempo livre para o lazer? Que elas
ficassem mais saudáveis? Que elas melhorassem de vida? Não acredito que
apenas vender por vender seja uma estratégia sustentável no longo prazo.
Existem riscos nas duas revoluções que o senhor comentou (a
da base da pirâmide e a das tecnologias limpas)?
Sim. No caso das tecnologias limpas, o
risco é termos mais uma bolha se não
conseguirmos encontrar boas maneiras
de comercializá-las. Já no movimento da
base da pirâmide o risco é de colapso
ambiental. Afinal, se o único objetivo das
FLKL9IF)''/s>L@8<O8D<›JLJK<EK89@C@;8;<s99
I Relatório Socioambiental
66
A evolução do nosso modo de vida > Guia Exame de sustentabilidade
Com isso, a Abril cria um espaço para divulgação
e compartilhamento dos melhores exemplos de envolvimento
das empresas com a sustentabilidade.
Outra publicação de destaque da Revista EXAME é o
Guia As 100 Melhores Empresas para Você Trabalhar, que
reconhece as empresas que apresentam padrão de relacionamento
diferenciado com os funcionários, estimulando, dessa maneira,
a conscientização de que a valorização dos colaboradores gera
valor às próprias organizações.
<eZfekif[f>I@#eX?fcXe[X1
dX`j[\/''\dgi\jXj[`jZlk\d#kf[fjfjXefj#
gX[i‘\j\`e[`ZX[fi\j[\jljk\ekXY`c`[X[\
A escolha
das melhores
<djlXefeX\[`ƒf#f>l`X<O8D<[\Jljk\ekXY`c`[X[\[\jkXZX#g\cXgi`d\`iX
m\q#X<dgi\jX[f8ef\eki\Xj)'\dgi\jXj$df[\cf[fgXˆjsCristiane Mano
16s>L@8<O8D<›JLJK<EK89@C@;8;<sFLKL9IF)''/
P
oucos temas dentro das
empresas hoje são tão
abrangentes e controversos
quanto sustentabilidade. Ser
sustentável é uma proposição que envolve desde a preocupação com o impacto
ambiental até a responsabilidade de uma
companhia perante funcionários, consumidores, fornecedores e investidores.
Algumas dessas variáveis são mais (ou
menos) críticas de acordo com o setor.
Trata-se também de um termo em constante evolução, cujas métricas e indicadores são discutidos e rediscutidos todos
os anos em instâncias como o Global Re-
<M<IK<CQ@E>8&8=GG?FKF
Pesquisas8gi\j\ekXƒf
porting Initiative (GRI), organização com
sede na Holanda que congrega mais de
800 grandes empresas de todo o mundo,
como Microsoft e Unilever, e cujo objetivo é discutir padrões para a elaboração
de relatórios de sustentabilidade.
A complexidade e o dinamismo do
tema exigem que o Guia EXAME de
Sustentabilidade também acompanhe
esses movimentos. Neste ano, a publicação se propôs a realizar uma das tarefas
mais desafiadoras de sua história. Na nona edição, o Guia EXAME de Sustentabilidade destaca, pela primeira vez, uma
de suas 20 empresas-modelo como a Em-
presa Sustentável do Ano. A escolhida é
a fabricante de cosméticos Natura — presente entre as empresas-modelo em todas
as edições do guia desde a primeira publicação, em 2000, ainda como Guia
EXAME de Boa Cidadania Corporativa.
Não se trata da escolha da empresa
mais sustentável do país — não existe
maneira de aferir tal comparação, até
pela diversidade de setores participantes
do guia. Trata-se, sim, de eleger uma empresa que se diferencia pela consistência,
pelo comprometimento e sobretudo pela
persistência na busca da sustentabilidade.
O destaque — que se reflete numa reportagem mais longa e aprofundada nesta
edição — permite descrever em mais
detalhes essa trajetória. O relato pode ser
inspirador tanto pelos acertos quanto pelos erros. Assim como a Natura, as outras
empresas-modelo que compõem este
anuário estão longe de ser empresas perfeitas. O que elas formam é o melhor
retrato das grandes companhias brasileiras que estão conseguindo adaptar seus
negócios aos novos tempos.
Para a escolha das 20 empresas-modelo, o Guia EXAME de Sustentabilidade segue pelo segundo ano consecutivo
a metodologia elaborada pelo Centro de
Estudos em Sustentabilidade (GVces) da
Fundação Getulio Vargas de São Paulo,
responsável também pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, que reúne empresas responsáveis
listadas na bolsa. A pesquisa — da qual
participaram 177 companhias de grande
e médio porte de todo o país — considera as mais atuais referências em levantamentos sobre sustentabilidade empresarial em todo o mundo.
A análise teve quatro etapas. Na primeira, as empresas participantes preencheram um questionário, dividido em
quatro partes. Uma dessas partes aborda
questões introdutórias sobre transparência e governança corporativa, elaboradas
pelo Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC). As demais tratam
das dimensões econômico-financeira,
social e ambiental. Critérios da dimensão
ambiental receberam ponderações diferentes na avaliação final, dependendo do
setor de atuação da empresa e de seu impacto no meio ambiente. As respostas
foram analisadas estatisticamente, de
modo a excluir empresas que tiveram
desempenho abaixo da média em qualquer das dimensões do questionário.
FLKL9IF)''/s>L@8<O8D<›JLJK<EK89@C@;8;<s17
I Relatório Socioambiental
67
A evolução do nosso modo de vida
Planeta Sustentável
A Abril acredita que todas as ações com foco em sustentabilidade
passam necessariamente pela difusão da educação e do
conhecimento. Baseada nessa vocação, que é parte de sua Missão,
criou o Planeta Sustentável, em 2007.
O projeto consiste em produzir conteúdo de forma transversal em
suas revistas e sites, além de eventos e outras plataformas sobre
sustentabilidade, com o objetivo de ampliar, instruir e animar a
discussão, produzir referências e comunicar-se, permanentemente,
com 17 milhões de leitores, impulsionando a mobilização e
consciência sobre o tema.
Em seus dois primeiros anos, já foram mais de mil páginas dedicadas
ao Planeta Sustentável em 55 revistas da Abril, além de 2 mil
matérias reunidas em seu site e divulgadas também em diversos
portais da Editora.
V E J A O Q U E E S TÁ A C O N T E C E N D O E O Q U E V O C Ê P O D E F A Z E R E M
www.planetasustentavel.com.br
o futuro a gente faz agora
as
os
ol
e
qu
sustentável
Tr o
PLANETA
de
pan
o
ÃO
A SOLUÇ
ESTÁ
TAMBÉM S
A
NAS SU
MÃOS
sa
q ui
n h o s d e p lá sti co
po
rs
ac
O que o consumo de milhões de sacolinhas plásticas tem
a ver com a extinção do sapo-dourado da Costa Rica?
A importância de pensar na sustentabilidade.
Todo ano, são produzidos no país cerca de 200 mil toneladas de plástico filme,
utilizado em saquinhos de supermercados. Desse total, apenas 17% é reciclado.
Os saquinhos de plástico levam centenas de anos para se decompor e dificultam a compactação do lixo. Confira nas páginas a seguir mais uma discussão
de sustentabilidade e entenda por que ela é fundamental para uma vida melhor.
É PRECISO FAZER ALGO. É POSSÍVEL FAZER MUITO. E DEVEMOS FAZER JÁ.
idéias inovadoras em ambiente, energia, negócios, urbanismo, consumo, lixo, desenvolvimento, saúde e educação
SACOLAS_veja.indd 1
8/31/07 3:46:05 PM
I Relatório Socioambiental
68
A evolução do nosso modo de vida > planeta sustentável
As páginas dedicadas ao projeto apresentam os Manifestos
da Sustentabilidade - definidos a partir das reuniões mensais
do Conselho Consultivo do projeto - e também as Mídias da
Sustentabilidade - criadas para a comunicação dos patrocinadores
engajados em causas pertinentes ao tema.
O Planeta Sustentável divulga também o Manual de Etiqueta,
premiada publicação com dicas práticas sobre como
enfrentar o aquecimento global que teve 2,5 milhões
de exemplares distribuídos gratuitamente nas revistas VEJA,
National Geographic, Claudia e Nova Escola.
Além disso, o site planetasustentavel.abril.com.br apresenta
um banco de dados de ações realizadas pelas empresas, inclusive
o Grupo Abril, voltadas à sustentabilidade.
I Relatório Socioambiental
69
A evolução do nosso modo de vida
Anúncios Bonificados
A fim de divulgar as ações de reconhecidas instituições nos âmbitos
da sustentabilidade e responsabilidade socioambiental, a Abril
oferece anúncios gratuitos nas páginas de suas principais revistas.
Com grande circulação e um público diversificado, em 2008,
21 revistas do Grupo publicaram 64 páginas, com valor de
aproximadamente R$ 5 milhões em anúncios bonificados,
criados por 16 agências de publicidade parceiras do projeto, que
beneficiaram um total de 28 instituições:
Instituições beneficiadas em 2008
www.exercitodoacoes.com.br
Instituto Zeroaseis
IBCC
Instituto Ayrton Senna
Casa Ninho
Projeto Âncora
McDia Feliz
Unicef
Abrale
Apae
IEE
Pequeno Príncipe
Abigraf
Instituto Movere
Probare
Campanha do Agasalho
ABI 100 Anos
FIESC (Santa Catarina)
ABAP Rio
Cen Aids
Instituto Ethos
Instituto Akatu
Exército da Salvação
Instituto Navega SP
Casas André Luiz
SOS Mata Atlântica
Alfabetização Solidária
Greenpeace
Todos pela Educação
I Relatório Socioambiental
70
A evolução do nosso modo de vida
Praça Victor Civita
A Praça Victor Civita, inaugurada em 2008, é a conclusão de uma
atitude pioneira do Grupo Abril, em parceria com a Prefeitura de São
Paulo, na reciclagem de áreas públicas. No local, onde por mais de 40
anos funcionou um depósito e um centro de incineração de resíduos,
há hoje um espaço de lazer e reflexão sobre as questões ambientais.
Com cerca de 14 mil m2, o projeto arquitetônico incluiu a construção
de decks de madeira e concreto, que isolam os visitantes das áreas
do solo contaminado sem oferecer riscos à saúde. O complexo,
localizado ao lado da Abril, foi projetado para proporcionar o reúso
de água e economia energética.
UMA PRAÇA
COMO VOCÊ
NUNCA VIU
Entenda cada uma das
soluções que foram adotadas
para recuperar o terreno do
antigo Incinerador Pinheiros
e entregar a você uma
Praça totalmente segura
e diferente de todas as
outras, fruto de um projeto
pioneiro na América Latina
INFOGRAFIA:
Luiz Iria,
Adriano Sambugaro,
Paula Nadal,
e Planomotor
fibra
de coco
ardósia
DECK
Os jardins foram plantados sobre
este sistema de tec garden, construído
60 cm acima do nível do solo.
A água da chuva, armazenada entre
a manta de borracha e a ardósia, é
transportada por absorção pela fibra
de coco para irrigar os vegetais
Uma estrutura de 350 toneladas de aço, recoberta
com 1600 m² de madeira legalizada e 1600 m² de placas
de concreto foi construída para isolar o passeio
das áreas degradadas. A uma distância de um metro
do solo original, você fica protegido e ainda ganha
um percurso de mais de 600 m para caminhadas
água de chuva
manta
de borracha
brita
sapatas
de concreto
aço
reciclado
esgoto
sistema de
alagados
água
filtrada
SOLO
As cinzas geradas no incinerador
foram enterradas no terreno da
Praça. Isso contaminou o solo e as
águas subterrâneas. A solução foi
colocar uma camada de 50 cm de
terra nova em toda a área. Foram
3500 m 3 de terra limpa, o suficiente
para encher duas piscinas olímpicas
terra nova
solo original
madeira
legalizada
JARDINS
plantio
cascalho
ESPELHO D’ÁGUA
A água da chuva e o esgoto do
prédio do Museu - previamente
tratado - são transportados por
canaletas até o sistema de alagados.
Depois de passar por filtros
de cascalho e plantas aquáticas,
a água cai, por gravidade, no
espelho d’água para ser reutilizada
cinzas
argila branca
lençol freático
I Relatório Socioambiental
71
A evolução do nosso modo de vida > praça victor civita
Imagens do local antes do Projeto
Com um projeto paisagístico educativo, a Praça é aberta diariamente
e oferece à comunidade atividades gratuitas de lazer, educação
e cultura, ligadas à sustentabilidade.
A estrutura da Praça conta com cerca de 80 árvores, arena
de espetáculos com capacidade para 250 pessoas, equipamentos
de ginástica ao ar livre, pista de caminhada e centro de convivência
para a terceira idade.
O local faz parte do empenho da Abril em disseminar o conhecimento
sobre desenvolvimento sustentável em todos os níveis, com
a produção de informação, cultura e entretenimento em suas
centenas de publicações e produtos, e em contribuir para a melhoria
da educação e da qualidade de vida de todos os brasileiros.
I Relatório Socioambiental
72
O I Relatório Socioambiental do Grupo Abril é uma publicação da Vice-Presidência de Relações Institucionais.
Novembro de 2009.
I Relatório Socioambiental
73