São Paulo sedia a maior celebração à amizade entre o Oriente e o
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São Paulo sedia a maior celebração à amizade entre o Oriente e o
# 1 | Dezembro de 2007 | Distribuição Gratuita São Paulo sedia a maior celebração à amizade entre o Oriente e o Ocidente A presença confirmada do príncipe Naruhito nas festividades e o show da cantora Ivete Sangalo comprovam a força dos eventos comemorativos da Imigração, durante o ano de 2008 Especial Taikô + Samba = Carnaval 2008 O inusitado encontro entre tocadores do milenar tambor japonês e integrantes da bateria de uma escola de samba 2 3 editorial 3 12 22 Revista OK: O elo entre Ocidente e Oriente 4 14 23 5 15 26 6 16 27 8 17 33 10 18 34 Capa: Ivete Sangalo (Foto: Cacau Mangabeira) | Príncipe Naruhito (Foto: Divulgação) editorial agenda e notas mundo j-pop mulher encontros automóvel cosplay depoimentos cidade 3 4 5 6 8 10 12 14 15 16 17 18 22 23 26 27 33 34 entrevista OKids centenário desbravando o Japão gastronomia tokusatsu anime turismo diversão T odo início é difícil. Mas, para se fazer parte da história, há de se arriscar. Em um mundo cada vez mais globalizado, o conhecimento é fundamental. Seja para passar informações e histórias para uma leitura rápida; os meios de comunicação são extremamente úteis para auxiliar nesse processo. Pois é justamente com essa mentalidade que nasce um novo produto editorial no mercado. A Revista OK surge para preencher uma lacuna entre oriente e ocidente, em um Brasil hoje caracterizado pela integração e forte influência culturai de diversas partes do mundo. Então, tomamos a iniciativa de ajudar cada vez mais nesse processo, lançando um novo veículo que traz elementos evidentes dentro de todo esse processo. Matérias não só do Japão, mas também do Brasil – e suas características regionais como a forte influência nipônica – serão a marca da Revista OK. Às vésperas de uma data mais que importante, o Centenário da Imigração Japonesa, a ser comemorado em junho de 2008, tentaremos transmitir os valores arraigados desde a primeira chegada dos imigrantes japoneses no porto de Santos. São 100 anos. O que, de fato ficou da primeira geração que carregamos até hoje? Como projetamos o futuro da nossa comunidade nipo-brasileira? São questões como essas que vamos descobrir juntos, através de matérias abrangendo a sinergia entre Brasil e Japão. Afinal, para ser forte, há de se ter união. E para começar essa junção de forças, nada melhor do que mostrar quem somos, o que fazemos e também exemplificar essa pluralidade e explosão de cultura em um Brasil mais que miscigenado. Marcas essas que darão o tom de nossa linha editorial. Boa leitura! Equipe da Revista OK • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editor: Rodrigo Meikaru • Chefe de Arte: César Gois • Projeto Gráfico e Edição de Arte: Eurico Kenji Sakamoto • Assistentes de Arte: Denis Kim e Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Túlipe Helena e Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira e Wilson Yuji Azuma • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Hideo Iwata e Nicolas Tavares • Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Daniel Bergamini • Comercial: Clóvis Irie, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Marcelo Ikemori e Yasutaka Arashiro • Digital: Fabrizio Yamai • Assistente Digital: Cézar Junior • Administrativo: Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista OK é uma publicação da Yamato Corporation. 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No último dia 13 de dezembro, o Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social) inaugurou o “Telecentro”, estruturado pelo Instituto em parceria com a Secretaria de Participação e Parcerias de São Paulo. Terá capacidade de atender gratuitamente mais de mil pessoas em cursos específicos de Informática e Capacitação Digital, além de permitir acesso a Internet à população. O deputado William Woo (PSDBSP) defendeu em plenário a implementação do sistema único de identificação civil, observando tratar-se de um importante instrumento no combate ao crime. O sistema foi instituído pela Lei 9.454/97 e até hoje não foi implantado. O parlamentar ressaltou que atualmente uma pessoa pode ter várias carteiras de identidade, tiradas nos diversos estados da federação, o que facilita a fraude. Com o sistema único de banco de dados, segundo Woo, não será possível cometer fraude com a emissão de nova carteira de identidade. TECNOLOGIA AEROPORTOS Os estrangeiros que desembarcam nos aeroportos do Japão já estão sendo fichados ao chegar ao país. A medida serve para coibir possíveis ataques terroristas e vale-se de fotografias e impressões digitais. A nova Lei para o Controle de Imigração e Refugiados entrou em vigor no fim de novembro. Ela obri- Os japoneses criaram um robô capaz de reconhecer entre a multidão um indivíduo procurado ou suspeito. A novidade foi apresentada no fim de novembro em Tóquio pela fabricante de produtos de segurança Alsok. O robô pode identificar qualquer pessoa cuja fisionomia tenha sido previamente registrada em sua memória e, segundo seus construtores, pode se tornar útil na luta contra o terrorismo. A máquina é capaz de desempenhar esse papel até mesmo em locais com grandes multidões. A invenção será em breve utilizada em locais públicos nos quais a Alsok presta serviços mas foi concebida para dar segurança principalmente em aeroportos e outros locais, como os grandes centros comerciais, particularmente sujeitos a perigos de atentados. ESPORTES A Associação Japonesa de Futebol (JFA) anunciou que a seleção do Japão terá um novo técnico. Takeshi Okada (foto) aceitou o convite e vai dirigir o time em substituição ao sérvio Ivica Osim, que se recupera de um derrame. Os dirigentes da JFA aprovaram o nome de Okada, que também já aceitou o convite. Okada, de 51 anos, dirigiu o Japão em 1997, quando conseguiu classificar o país pela primeira vez para uma Copa do Mundo. O desempenho japonês no Mundial da França, em 1998, foi ruim (três derrotas em três jogos), e ele acabou sendo substituído pelo francês Philippe Troussier. O treinador seguiu a carreira em clubes japoneses, dirigindo o Consadole Sapporo e o Yokohama F-Marinos. FÉRIAS O CNA está com vagas abertas para interessados em participar da Colônia de Férias. Serão diversas atrações como brincadeiras, jogos e atividades lúdicas. Tudo isso em um espaço totalmente gratuito e especialmente pensado para divertir e alegrar a criançada. O evento acontece entre os dias 8 e 11 de janeiro e as reservas podem ser feitas até o dia 7. Mais informações: (11) 3208-0770 ou diretamente na av. Liberdade, 851, São Paulo. INTERCÂMBIO Os interessados em participar dos programas da Japan Foundation nas áreas de Intercâmbio Artístico e Cultural (Arts and Cultural Exchange), Ensino de Língua Japonesa no Exterior (JapaneseLanguage Education Overseas), Estudos Japoneses no Exterior e Intercâmbio Intelectual (Japanese Studies Overseas and Intellectual Exchange) podem se candidatar até dezembro/2007. Informações: www.fjsp.org.br/programas DOAÇÃO DE SANGUE O Hospital Santa Cruz precisa de doadores de sangue. Os potenciais doadores devem ter idade entre 18 e 65 anos e peso acima de 50 quilos. O atendimento é de segunda a sexta, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. A doação deve ser feita no Banco de Sangue Paulista, na R. Professor Tranquili, 99, Vila Mariana, em frente ao estacionamento do hospital. Informações: (11) 5082-1483 www.hospitalsantacruz.com.br 5 mundo j-pop Oricon: Conheça a parada de sucesso da J-Music Ayumi Hamasaki Fotos: divulgação A dupla B’z E nquanto no Brasil o nível de sucesso de uma banda ou artista é medido através das rádios ou vendagem de discos (apurada pela própria gravadora), no Japão existe uma companhia que fornece informações de vendagem de singles e albuns, e organiza rankings anuais, mensais, semanais e até diários. Conheça a Oricon! Em 1967, a então chamada Original Confidencial Inc. surgiu para "contar" a venda de singles na época. Em janeiro do ano seguinte, surgiu a primeira parada de sucessos, a Original Confidence. Em 1992, a companhia passou a se chamar apenas Oricon. Seu fundador, Koike Soko, faleceu em 2001, e a Oricon passou então a ser administrada por seus filhos. Como é feita a contagem? A Oricon reune semanalmente dados de venda de lojas cadastradas no Japão. Seu ranking semanal é publicado toda terça-feira na revista Oricon Style, e também no seu site oficial. Além de CDs, a Oricon publica dados de venda de DVDs, jogos de videogame e diversos outros formatos. É legal saber também que esses da- dos não se referem somente à música japonesa, mas discos internacionais também entram no ranking. A cantora Avril Lavigne chegou a ocupar o 3º lugar na lista dos albuns mais vendidos em 2007, com quase 800.000 cópias vendidas até a publicação do ranking. Mas ainda é muito longe do grupo japonês Mr.Children, que encabeça a lista com seu album "Home", com quase 1 milhão e 200 mil cópias vendidas até aquele momento. Atualmente, a boy band americana Backstreet Boys está em primeiro no ranking mensal de álbuns, com mais de 200.000 cópias vendidas de seu trabalho "Unbreakable". Termômetro do sucesso Quase todos os grandes artistas da J-music já estiveram no topo do ranking da Oricon. Em um ranking especial de 40 anos da campanhia publicado em 2006, o B'z, um dos mais famosos intérpretes de Hard Rock do Japão e na estrada desde 1988, foi o maior vencedor, e está no topo na categoria “Maior vendagem dos últimos tempos”, tanto com seus singles (mais de 33 milhões de cópias) quanto com os álbuns Confira o último ranking mensal da Oricon (novembro/07) # 1 2 3 4 5 6 7 Fonte: Oricon Cópias vendidas 238.365 211.483 190.342 108.023 97.592 91.474 66.133 Álbum Unbreakable Pacific Phi Seimeiryoku DJ KAORI'S MIX Round About Kanashimi Nante Nan no Yaku ni mo Tatanai to Omotteita 8 Yumi Matsutoya SEASONS COLOURS - Aki Fuyu Sen Kyokushuu 61.607 9 Vários UNICORN TRIBUTE 61.493 10 Masayoshi Yamazaki COVER ALL YO! 58.748 Artista Backstreet Boys NEWS Kinki Kids Chatmonchy Vários SEAMO Noriyuki Makihara (passando de 40 milhões de cópias). O B'z também está em primeiro lugar na categoria que destaca o maior número de lançamentos que ficaram em 1º lugar de vendas e ainda foi sagrado campeão na categoria que elegeu o artista com mais discos de platina (que ultrapassam 1 milhão de cópias vendidas). Só deles, 15 singles e 19 álbuns alcançaram esta marca! Além da famosa dupla, a popstar Ayumi Hamasaki é iutro grande nome dentro dos rankings da Oricon, figurando em primeiro na lista das artistas femininas que mais venderam discos na história da Oricon. Ayu vendeu, até 2006, mais de 20 milhões de álbuns, e se destaca por ter tido 9 de seus álbuns constantemente em primeiro no ranking, desde seu lançamento. Apesar destes números, o álbum mais vendido em toda a história da Oricon foi "First Love" da Utada Hikaru, com mais de 7.500.000 cópias vendidas. Para ver quem é sucesso atualmente no Japão, é só conferir no site: http://www.oricon.co.jp 6 mulher TATIANE SAKEMI O sonho do centenário nas piscinas de Pequim A nikkei mais conhecida das águas na atu alidade é a maratonista Poliana Okimoto, mas outra brasileirinha de olhos puxados tem atraído os olhares do mundo da natação. Aos 21 anos, Tatiane Mayumi Sakemi levou a medalha de ouro nos 200 metros peito durante a etapa brasileira da Copa do Mundo, em 25 de novembro, em Belo Horizonte. Melhor do país nesse estilo, é ainda integrante da equipe brasileira dos 100 metros peito e 4x100 metros medley. O grande sonho: participar de uma Olimpíada. Até maio, a revelação tem três competições para obter o índice que garante vaga a Pequim 2008. Pouquíssimos segundos separam a jovem da meta. Medalhista nikkei no centenário da imigração? O que representou ganhar o ouro na etapa da Copa do Mundo, seu resultado mais expressivo? Foto: arquivo pessoal Foi muito importante, pois a natação está mais na mídia, principalmente graças ao Thiago (Pereira). Como tenho patrocinador, é uma forma de dar retorno a ele. Conseguir a vitória no Brasil foi mui- to gratificante. A preparação, agora, é totalmente focada para a Olimpíada, não? Sim, estamos trabalhando exatamente para isso. Até maio tenho três seletivas para conseguir o índice. Faltam dois segundos nos 100 metros e quatro segundos nos 200. Podemos esperar uma nikkei nas finais? Vamos devagar, primeiro estou focada no índice. Essa temporada foi diferente. Consegui participar das etapas de Estocolmo e Berlim (da Copa do Mundo). É importante nadar com as meninas na frente, pois lá fora é mais forte. Estando nas Olimpíadas, o objetivo é chegar à final. O que você leva da cultura japonesa para as piscinas? Não sei se já vem de casa, mas percebo que o oriental é bastante disciplinado. Para os treinamentos, principalmente, isso é muito importante. Coisas que parecem banais, como chegar no horário, parecem ser naturais para o japonês. No esporte é fundamental ter disciplina. mulher Boom do artesanato no ano japonês Artesãs prevêem difusão de técnicas em virtude das comemorações O mento japonês, há, sem dúvida alguma, o compromisso com a responsabilidade e o dever com o próximo e tudo que o envolve”, destaca. Para Honma, que comanda um dos espaços mais prolíficos de artesanato típico e tem clientes em vários países da América, Europa e Ásia, as comemorações do centenário serão uma grande oportunidade para a difusão. “A proximidade com os projetos para a comemoração do centenário tem divulgado muito o artesanato. É uma forma simples e prática para demonstrar a sabedoria e habilidade de um povo que faz de um simples ato cotidiano uma meditação”, acrescenta a artesã, em referência à destinação de várias salas e auditórios para exposições e workshops de ikebana, sumiê, cerâmica, shodô, entre outros, durante a Semana da Cultura Japonesa, que será realizada de 13 a 22 de junho, no Centro de Convenções do Anhembi, como parte das festividades oficiais. artesanato japonês nunca esteve tão em alta. De objetos caros e sofisticados, como a cerâmica e as espadas samurais, às singelas dobraduras de papel do origami, a arte manual do Sol Nascente ultrapassou as fronteiras da comunidade nikkei e ganhou o País. Hoje, basta um passeio pelo shopping ou centro comercial de qualquer cidade para adquirir um chouchin, a luminária típica, e, o que é mais vantajoso, com diferentes opções de conteúdo e preço. Para o ano do centenário da imigração, a expectativa de quem trabalha com essas técnicas é de demanda e divulgação sem precedentes, o que irá refletir nas vendas. De acordo com a ceramista Hideko Honma, proprietária do atelier homônimo, o Japão está na moda por conta dos valores embutidos nas peças, que remetem a conceitos como atenção aos detalhes e beleza. “Segundo o pensa- Em casa A incentivada por uma amiga ceramista, começou a produzir em casa bijuterias com origami, na cidade de São Bernardo do Campo. O sucesso foi imediato, primeiro entre amigos e parentes. Hoje, suas peças, que variam de R$ 5 a R$ 30, podem ser encontradas em várias lojas de artesanato de São Paulo. Além disso, participa com freqüência de eventos e bazares. Recentemente, em apenas três dias, a jovem vendeu 300 peças. Com a receita obtida, ela já consegue bancar não apenas as baladas. “Todos gostam. As pessoas acham muito diferentes, delicadas e criativas”, conta. Karina tem, agora, planos para incrementar o valor das peças. “A idéia é trabalhar com origami em jóias, como prata”, destaca a jovem, que prevê um excelente 2008. Fotos: Wilson Y. Azuma lgumas das técnicas artesanais exigem anos de aprendizado, mas outras podem ser praticadas por qualquer pessoa disposta a aprender. O origami, a arte das dobraduras em papel, é popular há séculos no Japão, onde as crianças fazem seus primeiros trabalhos mesmo antes da idade escolar. Incentivada pela mãe desde a infância, Karina Midori Ui, hoje com 18 anos, passa horas dando forma às mais variadas figuras usando apenas as mãos e pedaços de folha. No início de 2007, Karina já vendeu 300 bijuterias de origami em três dias 7 8 encontros Bateria da Unidos de Vila Maria e grupo Wadaiko-sho fazem prévia do Carnaval 2008 em reunião inusitada Grupo que inventou o taikô-samba será destaque no desfile da escola oficial do centenário da imigração Texto e Fotos: Wilson Azuma Mestre Setsuo Kinoshita experimenta a mescla de instrumentos Taikô-samba: culturas de percussão distintas produzem ritmo inovador Unidos e Wadaiko-sho fazem prévia do Carnaval 2008 S ubir ao palco de uma escola de samba e deixar o público calado pode ser improvável, mas não impossível. Foi exatamente o que aconteceu, pelo menos por alguns segundos, na noite de 20 de outubro. O mais curioso é que o episódio foi protagonizado por percussionistas majoritariamente de origem japonesa, etnia que, em tese, “não leva jeito” para o ritmo mais popular do Brasil. Esse conceito, no entanto, foi por água abaixo quando o grupo Wadaiko-sho encarou o desafio de mostrar seu inovador taikô-samba em plena festa de apresentação de fantasias da atual vice-campeã do carnaval paulistano Unidos de Vila Maria. O silêncio, embora marcante, foi curto. Após espanto inicial, ninguém mais con- “É mais fácil vocês (do taikô) terem acesso ao samba do que o contrário. Para nós (quando assistimos à apresentação de vocês) foi uma novidade”, destaca o instrutor de percussão Nepomuceno da Silva, lembrando do show realizado pelo Wadaiko-sho na quadra da escola, em outubro. seguiu ficar parado. A surpresa não foi apenas do público geral. Os próprios integrantes da bateria desconheciam a presença da trupe comandada pelo mestre Setsuo Kinoshita na festa, como lembraria, mais tarde, o instrutor de percussão Fernando Antônio Nepomuceno da Silva. “Ficamos impressionados e curiosíssimos, tanto pelo ritmo quanto pelas coreografias. Fomos pegos de surpresa. Se soubéssemos antes, teríamos feito algo juntos”, lamentou. A idéia havia partido da diretoria, que preparou o espetáculo praticamente na surdina. O sucesso foi tão grande que o Wadaiko-sho foi convidado para integrar um dos carros alegóricos da escola, que irá homenagear os nikkeis no próximo carnaval, com o enredo Irashai-mase - milênios de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa. Mas, por que não antecipar o desfile e realizar o desejo do sambista? A missão foi aceita pela Revista OK, que, exato um mês após o acontecimento, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, promoveu um bate-papo pra lá de produtivo com a bateria da Unidos e os “Peguei o samba e adaptei ao taikô. Em vez da caixa, por exemplo, usei o shimedaiko. Mas também incorporei alguns instrumentos do samba, como o repique e o apito. Mas a parte melódica é de taikô”, destaca Kinoshita, sobre o estilo criado por ele: o taikôsamba. tocadores de taikô. Dessa vez, porém, foram os ritmistas da escola que visitaram território alheio, na sede do grupo Wadaiko-sho, próxima à avenida Paulista. Para estrear a editoria Encontros, nada mais sublime que unir o estilo musical que representa a raiz da cultura brasileira e a milenar arte dos tambores do Sol Nascente. INTERAÇÃO A idéia inicial da matéria era promover um debate sobre como duas escolas de percussão tão distintas poderiam interagir, seja pela incorporação de técnicas, troca de informações e assim por diante. Sentados no chão, sem calçados, ao melhor estilo japonês, quatro integrantes da bateria da Unidos, além do coordenador encontros de desfile Jorginho Luciano da Silva Jr., e nove da Wadaiko-sho - incluindo três não-nikkeis -, formaram um círculo. O bate-papo começou tímido, com ambas as partes explicando as respectivas culturas musicais. Logo, porém, o acanhamento deu lugar à curiosidade, e os próprios músicos começaram a conversar entre si, tornando o repórter mero coadjuvante (confira os principais trechos do encontro). Após aproximadamente uma hora e meia de muita interação e descobertas, a palhinha foi inevitável. Todos a postos, misturados, repiques, okedo-daikos, ganzás, hira-daikos, caixas e surdos, em ritmo alucinante, encerraram com chave de ouro o inesquecível final de feriado. Resposta à pergunta inevitável: sim, é possível mesclar as duas culturas de percussão e, o que é mais importante, gerando um ritmo criativo, inovador e intensamente colaborativo. A Revista OK antecipou a festa, mas no Carnaval 2008 tem mais! Participaram do bate-papo Setsuo Kinoshita, Roger Kozo Imamura, Mozart Souza Jr., Kenji Missumi, Mauro Berimbau, Akira Fjii, Mitchan e Eduardo Yamanaka, por parte do Wadaiko-sho; e Jorginho Luciano da Silva Jr., Rosana Campagnoli, Ébano da Silva Rosa, Fernando Antônio Nepomuceno da Silva e Renato Lopes Pinto, pela Unidos de Vila Maria. Raio-X Unidos de Vila Maria Wadaiko-sho Fundação 1954 Região Zona Norte Integrantes 250 (bateria) Estilo Samba Origem da música Embora tenha origem em ritmos africanos como lundu e maxixe, o chamado samba moderno teve seu primeiro registro gravado por Donga, com o “amaxixado” Pelo telefone (1917) Instrumentos básicos Caixa, ganzá, repique, cuíca, tamborim e surdo Como surgiu? No começo da década de 50, Dito Caipira, Mané Sabino e companhia costumavam brincar de carnaval, partindo da Vila Munhoz até a Vista Alegre. Em 1953, o grupo comprou alguns instrumentos e promoveu um “vai quem quer” até o centro da cidade. O sucesso foi tão grande que, no ano seguinte, a escola foi fundada oficialmente. Em 2008, corre atrás do primeiro título do grupo de elite Competição A escola chegou ao grupo principal somente em 2002. No ano passado, bateu na trave, conquistando o vice-campeonato Fundação 2002 Região Centro Integrantes 3 mestres e cerca de 50 alunos Estilo Taikô Origem da música Há registro material do taikô do século V d.C., mas é provável que os instrumentos de percussão tenham chegado por chineses e coreanos a partir dos anos 300 d.C. Instrumentos básicos Okedodaiko, shimedaiko, miyadaiko e hiradaiko Como surgiu? Após período de estudos na terra dos ancestrais, o mestre Setsuo Kinoshita inaugurou uma escola de taikô tradicional em São Paulo. A empreitada não vingou. Decidiu, então, incorporar ritmos brasileiros, fundou o Wadaiko-sho e lançou para o mundo o “taikôsamba”. O grupo é, hoje, um dos mais conceituados e inovadores do Brasil, com apresentações em países como Argentina e Japão Competição O grupo tem por filosofia não participar de competições, que acontecem com regularidade, por considerar o taikô uma arte Unidos canta o Centenário no Carnaval 2008 vislumbrar um desfile que terá altas doses de Oriente. Até a vizinhança parece ter incorporado o tema, como deixa claro os desenhos alusivos estampados em um trailer de lanches próximo. Na quadra, todos confiam na vitória e apostam as fichas no Japão para superar o vice-campeonato do último carnaval. “Não queremos bater na trave”, é o discurso geral. Fotos: Wilson Azuma Antes do encontro, a reportagem conferiu de perto os bastidores da escola. No barracão, dezenas de voluntários correm contra o tempo, puxando armações de carros alegóricos, organizando a venda de fantasias e toda a rotina caótica pré-carnavalesca. A agremiação vai homenagear os nikkeis no desfile de 2008, com o enredo Irashai-mase - milênios de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa, dos compositores Dão, Veia, Martins, Nando e Moleque Pára. Embora os carros alegóricos ainda estejam no esqueleto, partes da estrutura espalhadas pela escola permitem 9 10 automóvel Os Jetsons ficaram para trás... Protótipos japoneses trazem tecnologia de ponta com direito a cabine que gira 360 graus e design que deixariam a família Jetsons de queixo caído Fotos: DIVULGAÇÃO P or mais um ano, os japoneses provaram que são capazes de surpreender o mundo quando o assunto é tecnologia automotiva. Prova disso foram os modelos apresentados no mês de novembro durante o Salão de Tóquio, evento que acontece anualmente com montadoras do mundo inteiro. Enquanto que nas demais feiras quem ganha destaque é o carro voltado para o grande mercado – também conhecidos como comerciais – na japonesa o destaque vão mesmo para os protótipos, projetos que ainda não rodam nas ruas, mas que mostram o caminho para os carros em um futuro muito próximos. Em uma rápida analogia, parece mesmo que Os Jetsons ficaram muito para trás quando o assunto é carro nipônico. Que o diga a Nissan. Em seu estande, o grande destaque foi o conceito Pivô 2, modelo que a própria montadora criou em 2005 e que agora ganha uma versão mais “tecnológica”. O carro-conceito tem uma cabine que gira sobre seu próprio eixo (360º). Com isso, a porta pode mudar sua posição para diminuir os esforços dos passageiros: eles não precisam dar a volta para entrar no automóvel e, depois de estacioná-lo, podem decidir onde vão sair. É ou não é para se surpreender? No mesmo conceito, a Suzuki também trouxe um veículo – ou melhor, dois – excêntrico: trata-se 11 automóvel do Pixy junto com a minivan SSC (Suzuki Sharing Coach). O mecanismo funciona assim: o primeiro, voltado somente para um motorista anda em baixa velocidade e pode ser usado em espaços público ou dentro de prédios. Logo após, é só guarda-lo dentro da minivan e dirigir os veículos combinados como um carro normal. A idéia dos engeheiros é de reduzir o espaço nas ruas e, conseqüentemente, diminuir os imensos congestionamentos dentro do arquipélago. Toyota e Honda também não deixaram para trás as inovações tecnológicas. A primeira chamou a atenção com o Hi-CT, com sua aparência modernosa. O carro consegue unir de forma surpreendente os ângulos retos quadrangulares, típicos dos ´kei-cars´ japoneses, com uma frente que lembra uma cabeça de caminhão. Graças à sua boa altura e às suas dimensões reduzidas, o Hi-CT poderia se deslocar pelas abarrotadas ruas das cidades japonesas sem problemas, utilizando seu estranho porta-malas externo (literalmente uma caixa separada do veículo). O motor escolhido para movimentar o Hi-CT é um 1.5 litro a gasolina associado a um segundo motor elétrico, cujas baterias podem ser recarregadas através de uma simples tomada. Já a Honda investe em uma solução mais inu- sitada. Quem sempre teve um grande carinho em acariciar seu carro, com o Puyo a sensação será ainda mais reveladora, pois, quando o usuário passar a mão no modelo sentirá a sensação de uma...gelatina! Tudo por conta de um material macio que recobre o automóvel e que dá a sensação de se ter um carro “de gel”. Além disso, um sistema interno por baixo da primeira camada faz com que o carro brilhe no escuro. Outra exuberância: em vez do volante tradicional, há um joystick no lugar. Tudo para dar a sensação de diversão quando se senta no carro. É ou não é para se surpreender com os japoneses quando o assunto é automóvel? SUZUKI PIXY E SSC HONDA PUYO São dois veículos em um: o individual Pixy pode rodar em pequenos lugares como prédios em baixa velocidade. Já para o trânsito normal de grandes avenidas, pode-se guardá-lo dentro do SSC, que tem espaço para dois Pixy, e sair pelas ruas. Os engenheiros criaram essa combinação justamente para reduzir o espaço dos carros convencionais em grandes congestionamentos. A Honda leva o conceito de carro “fofo” adiante com o Puyo, concept car feito com o interior repleto de materiais macios que o tornam algo como um ninho acolchoado em caso de acidente. Ele utiliza tecnologia de célula de combustível e um joystick substituindo o volante. Apesar de extremamente inovador e com aparência altamente futurística é improvável que vejamos esta belezura nas ruas nos próximos anos. NISSAN PIVO 2 TOYOTA HI-CT Criado para ser um “centro de inteligência” ao motorista, o Nissan Pivô 2 tem como grande diferencial a cabine, que gira 360 graus. Já os pneus também são giratórios, pois todos viram 90 graus e têm motores elétricos independentes. Por dentro, um robozinho trata de deixar o motorista tranqüilo, com frases como “Relaxe”. Preocupada com os espaços cada vez menores dentros dos automóveis atualmente, engenheiros da Toyota criaram o HI-CT. Parecido com uma cabine de caminhão, o modelo traz 333 centímetros de comprimento, 169 de largura e 178 de altura. O porta-malas é removível e pode ser usado para carregar grandes objetos nas viagens. Promete agradar os jovens e os descolados de plantão. 12 cosplay YAMATO COSPLAY CUP A maior competição de cosplay do Brasil O por: David Denis Lobão – Editor do Portal OhaYO! nome cosplay é designado para uma fantasia criada por um fã para homenagear um personagem que gosta, seja ele de um desenho, filme ou história em quadrinhos. A pessoa que cria e veste essa roupa é denominada de cosplayer. Esse hobbie nasceu nos anos 70 nos Estados Unidos com os fãs de “Guerra nas Estrelas” e “Jornada nas Estrelas”. Atualmente, fazer cosplay virou uma mania entre os fãs de animês e mangás, tanto no Brasil quanto em diversos locais do mundo, criando grandes campeonatos por todos os cantos do planeta. Em nosso país o mais popular é o YCC – Yamato Cosplay Cup. Realizado pela primeira vez em 15 de julho de 2007, ele pode ser considerado um marco para os cosplayers brasileiros. Ele foi marcado pelas maiores inovações que foram feitas para os concursos de cosplay do Brasil. O YCC foi o primeiro concurso de cosplay do Brasil que reuniu no único palco cosplayers de todas as regiões do país e disponibilizou para eles recursos técnicos e de bastidores nunca antes utilizados em nenhum outro concurso do gênero brasileiro. Foi um marco para quem estava participando e também para quem assistia. A platéia ficou encantada com o Fotos da cosplayer Andressa Miyazaki show apresentado. Recursos de som, iluminação, imagens e efeitos, que dificilmente são vistos em concursos de qualquer lugar do mundo, inclusive no Japão. Outra inovação foi o formato do concurso, algo totalmente inédito. Nele avaliaram-se de forma conjunta as categorias tradicional e livre. A categoria livre nasceu nos eventos da Yamato em 2004 e hoje se tornou comum em diversos concursos por todo o país, mas sempre em paralelo ao concurso tradicional, cada uma sendo avaliada de forma separada. Desta vez uniram-se as duas apresentações e elas deveriam ser feitas com um único cosplay. A inovação exigiu dos cosplayers muita versatilidade para encontrarem duas apresentações completamente diferentes (tradicional e livre) para um único cosplay, além de criatividade para conquistar o grande público do Anime Friends (em média três mil pessoas assistiram a final do YCC brasileiro, maior público de um concurso de cosplay no país) e também o júri (formado por nove coordenadores de cosplay). A edição de 2008, vai reunir novamente cosplayers de diversas regiões do país. Por isto eliminatórias já estão ocorrendo por todo o país. Três delas irão ocorrer no Estado de São Paulo nos primeiros meses do ano, são elas: Anime Dreams 2008 Dias 24, 25, 26 e 27 de janeiro www.animedreams.com.br Anime Party 2008 Dias 16 e 17 de fevereiro (www.animeparty.com.br) Anime Summer 2008 Dias 23 e 24 de fevereiro (Santos) www.animesummer.com.br Para os que desejam competir, as inscrições são gratuitas. O valor da entrada nos eventos varia entre 10 e 20 reais. Para maiores informações basta acessar o site de cada um deles. A cosplayer Thaís Jussim 13 Fotos: Cosplay Brasil / Cosplayer.net / Divulgação cosplay 14 depoimentos A Revista OK chegou. Com ela, uma gama de variedades dentro de um único veículo, abrangendo os mais diversos segmentos e peculiaridades da sociedade e da comunidade nipo-brasileira. E logo em sua primeira edição a revista já tem dado o que falar. Acompanhe os depoimentos de parabéns e congratulações de algumas lideranças e personalidades: Paulo Saad Jafet Rede Bandeirantes Às vésperas do Centenário da Imigração Japonesa, torna-se ainda mais oportuna a chegada de uma revista voltada para a comunidade. Iniciativas como essa só contribuem para fortalecer os laços de amizade e cooperação entre Brasil e Japão. Parabéns e boa sorte! Kokei Uehara presidente do Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social) e da Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil A publicação nasce como um importante veículo de divulgação da cultura japonesa. Tenho certeza que será um sucesso. Estou rezando para que os jovens empreendedores tenham iniciativa como essa, da Revista OK. O mundo caminha cada vez mais para a era da comunicação e é muito bem-vinda a novidade. Quero parabenizar a todos neste novo desafio e desejar o mais absoluto sucesso nesta empreitada. Em 2008 comemoramos o Centenário da Imigração, e é nesse período em que todos devem se unir para fortalecer os laços culturais tanto entre os nikkeis quanto com a sociedade brasileira. Parabéns! bem-vinda por revelar o apreço e o carinho das novas gerações pela nossa milenar cultura japonesa. As matérias trazidas pela Revista OK oferecem aos leitores um agradável retrato da integração do tradicional e do moderno e darão uma importante contribuição para o aprofundamento da integração que vem sendo construída ao longo desses cem anos entre as comunidades brasileira e japonesa. Parabéns aos jovens articulistas e editores da Revista OK por mais este empreendimento de sucesso. Kendi Yamai Ator e apresentador Desejo muita sorte nessa nova empreitada e desejo um FELIZ NATAL e ANO NOVO a todos os leitores. Marcelo Miyaji DiO Mega Store Parabéns! Em nome da DiO Mega Store, parabenizo o lançamento da Revista OK pela qualidade em informa- Walter Ihoshi Deputado Federal Akio Ogawa William Woo Economista Deputado Federal Marcelo e Takashi-san, Encontrar uma pessoa com energia positiva é muito bom, melhor que isso é encontrar duas pessoas com a mesma sintonia e determinação, somando-se juntos para uma ação de vanguarda, gerando a Revista OK, um veículo "premium" de comunicação. Parabéns! A Revista OK nasce com a valiosa missão de destacar as iniciativas culturais da comunidade nikkei no Brasil e de transmitir uma percepção aprofundada do universo da vida cultural no Japão. No ano em que é comemorado o Centenário da Imigração Japonesa, uma publicação como a revista é muito da Imigração Japonesa, o lançamento da Revista OK é um presente, não só para os nikkeis, mas para o País. Além da gama de notícias, cidadãos de todas as idades poderão aprender mais sobre as tradições japonesas, e entender os hábitos e a cultura do Japão, que vêm se transformado, nos últimos anos, junto com a globalização. Essas mudanças serão oportunamente retratadas por esse grupo competente, que vive e acompanha essa metamorfose em seu dia-a-dia. É sempre bom ver jovens buscando ideais e atingindo metas. Tenho a certeza de que a Revista OK será um sucesso e colaborará de maneira inestimável para o futuro da comunidade nikkei, no Brasil e no Japão. Boa sorte e parabéns! Um grande abraço, Gostaria de congratular os integrantes da Revista OK pelo novo empreendimento, e ressaltar que é uma grande alegria para a comunidade nipo-brasileira poder contar com este veículo a partir de 2008. Com alta qualidade informativa e visual, esta revista, feita por jovens, agregará muito ao nosso conhecimento, pois trará fatos e reportagens captados por um outro prisma: moderno e atual. Às vésperas do Centenário ções nesta 1ª edição. Somos uma empresa virtual que lida com pessoas e são nelas que buscamos aprimorar a excelência de atendimento e satisfazer suas necessidades através de comodidade, rapidez, segurança e qualidade de nossos produtos e serviços. Desejamos a todos da Revista OK muito sucesso e prosperidade, hoje e sempre! Dr. Içami Tiba médico psiquiatra, escritor e palestrante O conhecimento do que as pessoas fazem facilita o relacionamento e a Revista OK vem preencher justamente uma lacuna que se abre hoje dentro da sociedade. Promove a integração e a abertura de novos conhecimentos. Há também uma melhora no posicionamento sócio-político não só da comunidade nipo-brasileira, como da população em geral. Parabenizo toda a equipe e os nikkeis, pois todos nós ganhamos com uma publicação de tamanho porte. 15 cidade ESCOLA DA VIDA A Prefeitura de Campos do Jordão está implementando em toda rede pública de ensino o mais importante projeto educacional do Município. É a Escola da Vida, destinado aos 15 mil estudantes da cidade. A Escola da Vida marca a revolução no ensino público no município. O projeto é destinado a todos os alunos desde a Educação Infantil até o 9º ano das escolas da Rede Municipal. Na Escola da Vida as aulas passam a ser de período integral, das 8h20 às 17h, com refeições diárias. Além do ensino regular, o projeto conta com atividades como: jogos educativos, aulas de artes, esportes e iniciação profissional, tudo oferecido gratuitamente para os estudantes da rede pública. O objetivo é que a Escola da Vida deva ser uma extensão do lar, por isso, integra-se, a ela, a Escola da Família, amplamente difundido no município (saiba mais), com oficinas direcionadas aos pais, como: Arte, Inglês, Espanhol, Informática, Economia doméstica e outras. Para a atual administração, que junto com os profissionais da Educação do Município desenvolveu o projeto, a finalidade da Escola da Vida é contribuir para a formação de novos cidadãos, descobrindo talentos, mantendo nas escolas crianças e jovens, possibilitando, assim, novas oportunidades de futuro. Todas as escolas da Rede Pública de Cam- A revolução na Educação em Campos do Jordão pos do Jordão passam a contar gradativamente com salas destinadas ao projeto Escola da Vida desde o início de 2007. Campanha de conscientização sobre a Escola da Vida Para esclarecer os pais dos alunos da rede, a prefeitura Municipal durante todo o mês de novembro disponibilizou profissionais da educação, em todas as escolas da rede, preparados para receber e orientar os pais de alunos, tirando dúvidas e fazendo a reserva de vaga para os filhos no Projeto Escola da Vida – 2008. Objetivando esclarecer à comunidade, a atual administração disponibilizou em todas as escolas da rede municipal banners e faixas explicativas para ajudar na orientação dos pais para que garantam a reserva de vagas para seus filhos para o próximo ano letivo. Cartilhas lúdicas foram distribuídas para todos os 15 mil alunos da rede pública, durante o mês de novembro. 16 entrevista Samurai moderno CLÁUDIO AYABE Os segredos do empresário que vendeu 30 mil livros em sua estréia como autor Foto: Wilson Azuma N Como um filho de lavradores do norte do Paraná se transformou em empresário, palestrante e escritor de sucesso? A exemplo de muitos nikkeis, vim de família simples, de agricultores da região de Maringá. Tive de lutar muito, trabalhando desde cedo para poder estudar e ajudar meus pais com as despesas. Os estudos, até a finalização da faculdade, e a busca por conhecimento em outros segmentos, sempre estiveram em primeiro lugar. Sem conhecimento não somos nada. O mais importante é introduzi-lo na prática e, não, ficar só na teoria. Quando o bushidô entrou na sua vida? Como foi esse encontro? No início dos anos 90, passei por dificuldade financeira, que me obrigou a refletir muito. Concluí que a causa de tudo era a falta de disciplina. Ganhava 100, mas gastava 200. A leitura de um livro me introduziu ao mundo dos samurais e ao bushido: O livro dos cinco anéis, do Miamoto Musashi. Como é o samurai moderno de uma cidade como São Paulo? Embora tenha trocado as espadas pelo teclado e celular, o samurai moderno continua raci- a noite de 29 de novembro, o empresário e autor literário Cláudio Ayabe repete uma cena que vem se tornando comum nos últimos meses. No auditório do instituto por ele criado, pergunta ao público atento: “Vocês sabem quem foram os samurais?”. Desde que lançou o livro Gambaru - O Poder do Esforço e da Perseverança (editora Clio), que já vendeu 30 mil cópias, as palestras têm chamado a atenção de um público cada vez mais heterogêneo, trazendo conceitos baseados nas condutas do bushidô, o código samurai. O autor nasceu em 1961, na cidade de Maringá. Foi bancário durante a juventude e, aos 21 anos, descobriu a paixão pelas vendas. Sempre em busca de conhecimento, graduou-se em ciências sociais e jurídicas e fez pós-graduação em direito. Polivalente e singular, Ayabe conta os segredos do samurai moderno na entrevista a seguir. onal e “frio”. O espírito guerreiro o faz concordar quando é certo concordar e contrariar quando é certo contrariar. Decidir o que precisa ser decidido. Nunca deixa as coisas pela metade. Você é também empresário. De que forma aplica os códigos samurais em sua empresa? Em nossa empresa prometemos aquilo que podemos cumprir. Tanto para os colaborares como para nossos contratantes. Valores, como lealdade, cortesia e sinceridade, são praticados diariamente. Dessa forma, os resultados aparecem naturalmente. O que é preciso fazer para incorporar o bushidô no cotidiano? É simples? É possível, mas não é simples. Em nosso cotidiano é comum encontrarmos pessoas que valorizam mais o “jeitinho” do que o trabalho duro. Muitos acham que sucesso é ficar rico da noite para o dia. Para incorporar o bushidô é preciso coragem. Em muitos casos, sobra conhe- cimento e até competência, mas falta coragem. Coragem para suportar situações que muitas vezes parecem insuportáveis. Hoje, a luta acontece num ambiente competitivo sob forte pressão por resultados. A técnica do “coitadinho” não funciona mais, já era. O que aborda em suas palestras e qual é o perfil do público? Falo sobre os princípios e valores do bushidô. Os participantes são pessoas interessadas na cultura japonesa e na história dos samurais. Boa parte são não-nikkeis. Você criou uma entidade, o Instituto Gambaru. O que faz e quais são seus objetivos? O Instituto é formado por leitores do livro Gambaru. Além de atividades sociais e assistenciais, realizamos cursos e palestras para o desenvolvimento humano. Seu livro já vendeu 30 mil exemplares. Qual é o segredo do sucesso? É fazer coisas que possam ser úteis às pessoas. Pessoalmente, acredito que o sucesso está na coragem de cada um fazer qualquer coisa com amor. 17 OKids As músicas que os baixinhos ouvem no Japão estão na net Meigas, encantadoras e divertidas, as músicas que os baixinhos do outro lado do mundo cantam desde o berço estão na ponta da língua de milhares de nikkeis. Nada das pegajosas canções de “pokemons” e “hamtaros”. O assunto desta matéria são as melodias tradicionais, daquelas entoadas no colo da mãe, aprendidas nas escolas e apresentadas nas várias festas típicas. Quem freqüenta ou já passou por um nihongako – e são muitos! –, com certeza lembra de algumas. No Brasil, temos até mini-cantores do gênero, que lotam as categorias “tibiko” (equivalente ao “dente de leite” no futebol) nas competições de karaokê. A Revista OK mostra onde encontrar letras, baixar arquivos e assistir a vídeos sobre o assunto na internet. De brinde, a letra traduzida e em romanji de um dos hits da galerinha nikkei. Viaje na net Chegada da primavera Saiba onde encontrar letras, baixar e obter informações sobre música infantil na Internet. A OK apresenta uma das músicas mais conhecidas do repertório infantil japonês. Sucesso garantido nos karaokês: Haru ga Kita! Haru ga Kita Chegada da Primavera www.mamalisa.com/world/japan.html Sessão japonesa do site especializado em músicas infantis do mundo. O internauta pode ouvir várias canções e até salvar no computador. Letras em japonês, romanji e inglês. Haru ga kita Haru ga kita Doko ni kita? Yama ni kita Sato ni kita No ni mo kita A primavera chega A primavera chega Onde chega? Chega à montanha Chega à vila Chega ao campo também Hana ga saku Hana ga saku Doko ni saku? Yama ni saku Sato ni saku No ni mo saku A flor desabrocha A flor desabrocha Onde desabrocha? Desabrocha na montanha Desabrocha na vila Desabrocha no campo também Tori ga naku Tori ga naku Doko ni naku? Yama ni naku Sato ni naku No ni mo naku O pássaro chora O pássaro chora Onde chora? Chora na montanha Chora na vila Chora no campo também www.thejapanesepage.com/songs.htm O site de variedades e cultura japonesa The Japanese Page traz apenas quatro músicas, mas vale pela popularíssima Momotaro-san, canção inspirada na lenda do menino que nasceu em um pêssego. Pode salvar no computador. www.musicajaponesa.net Página brasileiríssima que traz sessão “Música Infantil” com cerca de 50 letras. Destaque para clássicos como Furusato, Koinobori, Omocha no cha cha cha, Sakura e Yuyakekoyake, este último com tradução. Dica Infantil made in Brazil Em 2004, Camilo Carrara, conhecido por acompanhar músicos como Zizi Possi e Toquinho, lançou o elogiadíssimo CD Canção do Sol Nascente, que traz arranjos de violão para algumas das músicas infantis mais conhecidas do Ja- pão, como Momiji, Natsu no ko e Aka tombo. O álbum está disponível nos sites das livrarias Cultura e Fenac e da Amazon. Na página da gravadora Azul Music é possível comprar as faixas individualmente. Arquivo: Yuji Azuma Encontre as letras e salve arquivos no computador centenário Foto: Wanderlei Celestino/SP Turismo 18 Overdose cultural e príncipe Naruhito são atrações da festa do centenário no Anhembi Maré vermelha e branca no Sambódromo Por Wilson Azuma O s primeiros japoneses desembarcaram do navio em trajes simples, mas impecáveis e simpáticos, para não fazer feio na nova pátria. Mesmo terrivelmente desgastados, desceram, organizados, as escadas do Kasato Maru em direção às cabeças curiosas no cais do porto de Santos. Isso foi em 1908. Nas décadas seguintes, milhares de filhos do Sol Nascente fundaram colônias, inovaram na agricultura, enviaram os jovens às melhores universidades e se espalharam por praticamente todas as regiões, atividades e níveis sociais. A saga nikkei tornou-se exemplo de adaptação cultural de sucesso. É claro, nem sempre foi um mar de rosas – vale lembrar os decretos de Getúlio Vargas contra os inimigos do Eixo e a caça aos “derrotistas” pela Shindo Renmei. Mágoas passadas à parte, o fato é que, cem anos após a chegada dos pioneiros, precisamente nos dias 21 e 22 de junho de 2008, parte dos cerca de 2 milhões de brasileiros des- cendentes desses corajosos desbravadores poderão pisar de cabeça erguida, novamente, impecáveis e simpáticos, em solo sagrado tupiniquim: a passarela do samba. Nada mais simbólico do que celebrar a data na apoteose à miscigenação de raças e povos. Durante dois dias, o sambódromo do Anhembi será o centro das atenções das comemorações do centenário da imigração. A programação inclui dezenas de shows artísticos e culturais, desfiles, fogos de artifício, gastronomia e homenagens. A Casa Imperial, inclusive, confirmou a presença do príncipe Naruhito na cerimônia de abertura. A festa, que promete ficar para a posteridade, deve receber mais de 20 mil pessoas por dia. Só acaba no final da tarde de domingo, com a apresentação ainda não confirmada da pop star Ivete Sangalo. “Será uma festa para mostrar que os imigrantes e os descendentes estão, hoje, totalmente integrados. Somos pessoas orgulhosas do que conseguimos, com trabalho, paciência e dedicação aos estudos. Vamos mostrar o que os nikkeis fizeram e continuam a fazer em prol do Brasil”, destaca o coordenador da festa do Centenário, Elzo Sigueta. Os eventos no sambódromo vão ser apenas a cereja no bolo das festividades em São Paulo. A Semana da Cultura Japonesa acontece nos arredores, no teatro Elis Regina e no Centro de Convenções do Anhembi, de 13 a 22 de junho, com mais de 100 performances artísticas, exposições, oficinas, workshops, palestras e mesas redondas. Destaque para o Simpósio Brasil-Japão, painel internacional que vai discutir a relação bilateral e os principais temas globais. Publicação oficial do Centenário, a Revista OK obteve acesso ao projeto das comemorações e conta em detalhes as novidades sobre a “maré vermelha e branca”, que promete tomar conta da capital paulista no sexto mês de 2008. Quem é o príncipe que visitará o Brasil? Reprodução Nome Naruhito Título Príncipe Hiro (Hiro-no-miya) / Príncipe herdeiro do Japão Nascimento 23 de fevereiro de 1960 no Palácio Togu, em Tóquio Pais Imperador Akihito e Imperatriz Michiko Esposa Princesa Masako Filhos Aiko/princesa Toshi (Toshi-no-Miya), hoje com 6anos Graduação Bacharel e mestre em História pela Faculdade de Letras da Universidade Gakushin Foto: Yuji Azuma C om o planejamento a todo o vapor para as comemorações dos 100 anos de imi gração japonesa no Brasil, uma definição traz alento para fechar de vez a programação oficial. Em outubro, a Agência da Casa Imperial japonesa confirmou a vinda de um dos herdeiros do trono japonês. Trata-se do príncipe Naruhito, filho mais velho do Imperador Akihito e da Imperatriz Michiko. Aos 47 anos, Naruhito já visitou Brasil em 1982 para estreitar relações com a comunidade. A Casa Imperial ainda não deu mais detalhes sobre a visita, mas é praticamente certo que sua esposa Masako, de 43 anos, não estará em terras brasileiras, por conta de uma depressão que a afastou das atividades oficiais, além da distância entre os dois países. Ainda de acordo com a nota oficial, o príncipe japonês visitará o Brasil a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há alguns meses o presidente reiterou mais uma vez, através de uma carta-convite, para que algum membro da Família Imperial visite o País em 2008. Em setembro, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, também reforçou o pedido ao próprio Naruhito, quando visitou o Japão para promover o turismo brasileiro. A notícia pegou todos de surpresa. Segundo conversas com os próprios dirigentes do Centenário, bem como com o Consulado Geral do Japão em São Paulo, a confirmação só viria mesmo no começo do ano que vem, fato que atrasaria o fechamento das programações oficias em São Paulo, Paraná e Brasília. Por outro lado, oficiais japoneses visitaram as instalações do Sambódromo do Anhembi no primeiro semestre deste ano para inspecionarem o local. Com a confirmação, resta agora saber qual o itinerário a ser percorrido pelo príncipe no Brasil. Oficialmente, o pedido feito para a Casa Imperial era que os membros visitassem os estados de São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Por outro lado, estados como o Pará, Rio de Janeiro e Minas Gerais também reivindicaram a visita. Reprodução Príncipe Naruhito visitará o Brasil nas comemorações do Centenário 19 Fotos: Divulgação centenário 20 centenário O complexo do Anhembi vai concentrar as principais atividades das comemorações do centenário em São Paulo. A poucos metros do sambódromo, no teatro Elis Regina, será realizada a Semana da Cultura Japonesa. Entre 13 e 22 de junho, o local vai abrigar 25 apresentações de música e dança, aproximadamente 50 oficinas e workshops, além de mais de 50 palestras e mesas redondas. Dentre as atrações já confirmadas estão o grupo de taikô Wadaiko-sho, balé da comunidade Yuba, Exposição de Artes Visuais e Concurso de Karaokê. Estão programados, ainda, mini-cursos e demonstrações de origami, cerâmica, sumiê, shodô, haikai, soroban, mangá e anime. O Museu Histórico levará para lá parte de seu acervo. No teatro Foto: Divulgação Dia 13 Corte de fita da Semana da Cultura Japonesa, às 10h, e coquetel para 1200 convidados, às 19h. Dia 14 Apresentações dos grupos Miwa Kai, Seiha Hogaku e Wadaiko-sho. Dança social e shows de música japonesa. Dia 15 Festival Artístico Nipo-Brasileiro. Apresentações de Seiha Hogaku e Wadaiko-sho. Dança social e shows de música japonesa. Dia 16 Dança japonesa, Seiha Hogaku, Wadaiko-sho, dança social e shows de música japonesa. Dia 17 Shows de Guin Ken Shibu e Guin Ken Shibu. Festival Okinawa. Dia 18 Cerimônia aos falecidos e show musical da Universidade Paraíba Dia 19 Shows de kagura, taikô e Ballet Yuba. Dia 20 Show dos grupos Nitsuu, Koorai Waraku e Yosakoi Soran. Dia 21 Concurso de Karaokê (UPK) e shows do gurpo Nitsuu. Dia 22 Concurso de Karaokê (UPK). Palácio de Convenções Nas salas e auditórios (hall nobre e hall lateral) (exposições, apresentações e workshops) Exposições e estandes de ikebana, bonsai, turismo, folclore, design japonês, shodô, quimono, pinturas, esculturas, cerimônia do chá e cerâmica. Mostras: Tanabata – Folclore Japonês; Mangá; Jardim Japonês com “cachoeira” e lago com carpas douradas; Produtos industriais japoneses; Flores ornamentais; Fotos de imigrantes japoneses e atividades desenvolvidas; ExpoRobô; Imin-Sibyô; e Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. Sala 1 Origami (dobradura) Auditório 3 Shippô yaki (arte em cerâmica) Sala 4 Sumiê (pintura tradicional) Sala 5 Shodô (caligrafia) e haikai (poesia) Auditório 8 Soroban e wasan (métodos matemáticos) Auditório 9 Mangá (quadrinhos), anime (audiovisual) e exposição do Museu Histórico da Imigração Japonesa Simpósio Brasil-Japão O Simpósio promete levar aos participantes palestras, workshops e debates sobre os principais temas da agenda bilateral. Já estão confirmadas as participações de palestrantes da Petrobrás e Japan Oil, Gas and Metal National Corporation, que falarão sobre energia. Outros focos de debate são as áreas de habitação, saneamento, transporte, meio ambiente, agricultura, comércio, comunicação, ensino universitário e nanotecnologia. O Simpósio será organizado por entidades como a Jica, Jetro, prefeitura de São Paulo e Fundação Japão. A abertura acontece na noite do dia 14, com um coquetel. Foto: Divulgação Foto: Divulgação Teatro Elis Regina e Centro de Convenções recebem Semana da Cultura Japonesa centenário 21 Apoteose ao Brasil-Japão O Foto: André Schiriló s dias de Japão no sambódromo do Anhembi estarão recheados de apresentações artísticas e culturais, presenças imperiais (prín cipe Naruhito confirmado), desfiles, momentos marcantes e o melhor da gastronomia japonesa. A organização espera público de aproximadamente 20 mil pessoas por dia, mas há quem considere a previsão conservadora. O programa deve sofrer mudanças até junho, mas algumas atrações, como os grupos Taikô Okinawa, Tiger e Yosakoi Saran, estão confirmadas. Uma das novidades será a homenagem especial da esquadrilha da fumaça. Para fechar a festa, a organização promete levar um artista de destaque nacional. Um dos nomes cotados é o da pop star Ivete Sangalo. Olha a maré vermelha e branca aí gente! 21 de junho Foto: Alexandre Diniz/SP Turis Pela manhã, o público é recepcionado por performances artístico-culturais. Por volta das 10h, acontece a abertura oficial. Durante todo o dia, apresentam-se diversos grupos de dança e música, tradicionais e pop. A partir das 15h, começa o Cerimonial, com as participações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do príncipe Naruhito. É nesse momento que acontece o show especial da esquadrilha da fumaça. Um coral de mil vozes encerra o Cerimonial. Às 18h, começa o desfile de 15 mil pessoas, que contará a história da imigração desde a chegada do Kasato Maru até o fenômeno dekassegui. 22 de junho Foto: Divulgação Foto: Divulgação A manhã oferece o melhor da cultura regional, com apresentações artísticas de diferentes províncias do Japão. A organização do Centenário espera presença maciça dos jovens. Durante todo o dia, o público terá shows de diferentes grupos de música e dança. O coral de mil vozes se apresenta novamente à tarde. No final do dia, muita luz e cor na grandiosa sessão de hanabi (fogos de artifício tipicamente japonês). Um artista ou banda de destaque nacional deve encerrar a “maré branca e vermelha” no Anhembi, com um show que promete marcar para a posteridade o mais importante aniversário da comunidade japonesa no Brasil. 22 desbravando o Japão PERDIDO NO JAPÃO Aventuras de um nikkei recém-chegado ao arquipélago Por Fabio Seiti Tikazawa* H á pouco mais de dois meses resolvi encarar as quase 30 horas de vôo para descobrir os encantos da terra que fizeram milhares de nikkeis deixar o Brasil. A vontade de conhecer o país que deu origem à toda minha família e a grande parte da minha formação cultural sempre existiu; e como ir apenas para fazer turismo era uma alternativa definitivamente descartada, o jeito foi partir para trabalhar um tempo para pagar as despesas. Assim começou minha aventura como dekassegui no Japão. Passada a fase do “o que eu estou fazendo aqui?”, decidi colocar em prática meu objetivo de conhecer ao máximo os lugares, as pessoas e as curiosidades desse lugar. Nos primeiros dias já fui experimentar algumas das redes de fast food mais aclamadas pelos brasileiros, como o Mos Burger, eleito o melhor hambúrguer do Japão e o Yoshinoya, que serve generosas tigelas de gyudon. No entanto, os detalhes e comentários acerca das maravilhas gastronômicas e afins, deixarei para uma outra oportunidade. Hoje relatarei a minha ida à Tóquio, no maior evento automotivo do Japão, o Tokyo Motor Show. Para poder ir ao evento, tive que contar com duas doses de sorte: uma para calhar da minha folga cair no mesmo dia da folga do meu primo (que viria de Shizuoka me buscar para irmos juntos) e outra para ainda ter ingressos à venda. Afinal, seria o último dia da exposição. Mas, o santo protetor dos dekasseguis me deu uma força e nas primeiras horas do domingo dia 11, seguimos rumo à Tóquio. Já dentro do salão, vi uma infinidade de modelos e marcas de carros que se fosse para comentar um a um, esta coluna viraria um romance do José de Alencar. Citarei apenas o Gunma Ken, Tomioka – shi... 11:00hs da manhã de um domingo pós yakin... Vamos ver no que vai dar... modelo que mais me chamou a atenção, o Pivo2 da Nissan, cujo design lembra o carrinho do Mario Kart na versão battle e as rodas fazem um giro de 360 graus, nada melhor para quem é um desastre em baliza como eu... Mas, o mais interessante foi que não eram só os automóveis que estavam chamando a atenção do público. Para ir num evento automotivo apenas para babar pelos modelos futurísticos, só quem é apaixonado por carros como os brasileiros. Os japoneses estavam mais preocupados em filmar e fotografar as expositoras dos stands do que qualquer outra coisa e isso parecia algo já esperado, pois as modelos faziam coreografias, acenavam para o público e posavam para fotos como se fossem popstars. Após passarmos por todos os stands e tirarmos centenas de fotos, voltamos cada um para a sua cidade. E assim foi minha primeira aventura no Japão, o primeiro de muitos passeios que pretendo fazer nas minhas horas vagas e relatarei numa próxima ocasião. Até a próxima. Jya mata. Fábio Seiti Tikazawa é publicitário, aspirante a redator, aprendiz de dekassegui e está perdido no Japão há dois meses. Contato: [email protected] Foto: Wilson Azuma gastronomia 23 TEMPURÁ PORTOBELLO com sal de chá verde Petisco simples e rápido para acompanhar sessões de saquê e shochu L evado pelos portugueses durante a época das grandes navegações, o bolinho frito conhecido como “têmpora” caiu no gosto dos moradores do arquipélago japonês. Lá, a iguaria ganhou nome próprio, inúmeras variações e se espalhou pelo mundo. Saboroso, crocante e relativamente leve, o tempurá é ideal para entradas e petiscos. Em busca de um prato simples e criativo para servir a família e os amigos durante os happy hours caseiros, a Revista OK recorreu ao chef Daisuke, do izakaya A1, barzinho típico freqüentado por executivos da avenida Paulista. Sem rodeios, ele apresenta ao leitor os segredos de um dos itens mais pedidos do cardápio: o TEMPURÁ DE COGUMELO PORTOBELLO. Criação da casa, leva cerca de 15 minutos para ficar pronto. É perfeito para ser degustado entre uma dose e outra de saquê, ou, para quem prefere algo mais forte: shochu, a “aguardente japonesa”. 24 gastronomia Ingredientes • Cogumelos portobello • Farinha de trigo • 1 ovo • 2 xícaras de água gelada • Folhas de chá verde • Sal Preparo 2ª etapa - Empanado 3ª etapa - Sal de chá verde • Em uma travessa, bata o ovo. • Adicione a água, que deve estar gelada para o tempurá ficar crocante após a fritura. Misture. • Acrescente 2 xícaras de farinha de trigo e mexa cuidadosamente. Deixe a massa um pouco empelotada. • Corte os cogumelos portobello em cubos do tamanho de uma bocada. • Passe-os levemente na farinha de trigo e, em seguida, mergulhe na massa. • Frite em óleo quente (170ºC) - de 1 a 2 minutos – até a massa secar. • Triture em pequenos flocos a quantidade que desejar de chá verde. • Adicione sal a gosto. Misture. • Salpique no tempurá após a fritura. Foto: Wilson Azuma 1ª etapa - Massa Os cogumelos são fungos sem gorduras e de baixíssimo teor calórico. A variedade Agaricus bisporus, mais conhecida como portobello, é caracterizada pela textura firme, suculência, maciez e sabor mais intenso que, por exemplo, do champignon. Cultura + gastronomia O empanado de verduras e legumes conhecido como “têmpora” era bastante popular entre os portugueses no período das grandes navegações. O reino saía do atraso medieval e se aventurava pelo mundo, graças, principalmente, a sua localização privilegiada, de braços abertos ao Atlântico e rota de passagem para o mar Mediterrâneo e África. Os primeiros lusitanos chegaram à ilha de Tanegashima em 1543, quase meio século depois de Pedro Álvares Cabral aportar em solo brasileiro. Trocaram seda, prata e porcelana chinesas por lacas e biombos. A influência dos novos amigos europeus atingiu o ápice na Era Edo (1600-1867), quando o mix cultural se intensificou, principalmente na baía de Tóquio. O famoso bolinho caiu nas graças dos japoneses. A partir daí, teve o nome adaptado para “tempurá”, ganhou novas variações e foi incorporado de tal forma ao cotidiano que, hoje, é disseminado em todo o mundo como um produto legítimo da terra dos samurais. gastronomia Saquê ou shochu para acompanhar? O saquê e o shochu são as bebidas típicas mais populares do Japão. A primeira, e também mais famosa, é resultado da fermentação do arroz. Leve e encorpada, é bastante difundida no Brasil, podendo ser encontrada, inclusive, nas baladas e prateleiras de supermercado. O shochu, por sua vez, tem despertado interesse cada vez maior. Destilado, é próprio para os apreciadores em busca de opções etílicas mais fortes. Geralmente, é produzido com álcool de batata-doce, arroz, cevada ou açúcar mascavo, mas pode derivar de outras fontes. Há até versões a base de mandioca. Para suavizar o gosto, a dica é misturar água gelada. Escolha a melhor opção, prepare o Tempurá de Cogumelo Portobello e tenha uma ótima degustação! Apelido Processo Teor alcoólico Onde encontrar? Marcas nacionais SAQUÊ “Bebida dos deuses” Fermentação de arroz 15% Lojas especializadas, supermercados, restaurantes e importadoras Sakura e Tozan SHOCHU “Aguardente japonesa” Destilação de batata-doce, arroz, cevada, açúcar mascavo e outras fontes 15% a 45% Lojas especializadas, restaurantes e importadoras Não há Azuma Kirin: versatilidade e sucesso em drinques sofisticados Aprenda duas receitas fáceis para animar festas e reuniões O saquê Azuma Kirin caiu no gosto dos brasileiros. Refinado e versátil, é cada vez mais usado em festas, reuniões ou mesmo para um drinque no fim da noite. Para o paladar brasileiro, caiu como uma luva por ter um gosto refinado, sem contar no ar luxuoso que o saquê conseguiu conquistar no mercado brasileiro em tão pouco tempo. Para unir ainda mais a integração Brasil-Japão, a Indústria Agrícola Tozan – empresa pioneira na fabricação de saquê japonês no Brasil – elaborou algumas receitas que podem ser preparadas pela grande maioria das pessoas. No verão, os drinks são caracterizados pela suavidade e trazem frutas frescas colhidos no dia ou misturados a outras bebidas, como no caso de “Ocean Sunrise”, homenageando os visitantes ilustres do País de Sol Nascente com um casamento do Mundo Ocidental com o Oriental, através de uma combinação de saquê Azuma Kirin, de tomate Sweet Heart (Sol), de Cointreau, de Hipnotiq (Azul), de Limão espremido e de Sal (Mar). História A Indústria Agrícola Tozan Ltda. (diretor-presidente Toru Iwasaki), a primeira indústria japonesa no Brasil, fundada em 15 de Novembro de 1934, dentro da Fazenda Tozan, é a pioneira na fabricação de saquê japonês na América Latina e ainda é o líder do mercado, além de fornecer todos os temperos tradicionais do país do sol nascente, oriundos de Processos de Fermentação da Soja e/ou do Arroz Nipônico. A Fazenda Tozan, por sua vez, faz parte da História do Brasil, tendo seu início em 1798 como um “dote de sesmaria” concedido ao Floriano de Camargo Penteado e aos seus primos, denominado a “Fazenda Ponte Alta” e foi adquirida pela Família Iwasaki em 1927, vivenciando o ciclo de cana de açúcar e do café, com os trabalhos dos escravos e dos imigrantes estrangeiros e sofrendo pelas conseqüências da Revolução de 1932 e da Segunda Guerra Mundial ao longo de mais de 200 anos de sua existência na Região de Campinas. Em 2003 foi inaugurada nova fábrica de saquê, em local próximo à antiga, que já foi ampliada em 2005, visando o crescente aumento de consumo deste produto pelo mercado brasileiro que adotou a Caipirinha de Saquê (ou Saquepirinha) como um dos Fashion Drinques, charmoso, saboroso e saudável, aprovado principalmente pelo público feminino e pelos jovens. RECEITAS Samurai Caipirinha de Sakê 1/3 de suco de seriguela 1/3 de licor de kiwi 1/3 de vodca 1/3 de sakê Preparo: Agite todos os ingredientes em uma coqueteleira e complete com soda. 1 limão com casca 1/2 colher de sopa rasa de açúcar 3 cubos de gelo 2 doses de sakê Preparo: Coloque no copo o suco de limão e o açúcar. Acrescente o gelo e o sakê. Misture tudo. 25 26 tokusatsu O que é Tokusatsu? Conheça a diferença entre sentai e live-action Escrito pela equipe do portal tokusatsu.com.br O termo tokusatsu vem de “tokushu kouka satsuei”, que significa, de uma forma direta, “filme de efeitos especiais”. Ao longo dos anos, tokusatsu se tornou uma definição para um gênero de produções live-action japonesas (séries de ação com atores reais), e ganhou vários tipos de categorias, definidas pelo tipo de herói que o representa. Porém, nem toda produção live-action japonesa é chamada de tokusatsu. As séries tokusatsu no Japão são feitas para todas as idades, algumas mais infantis outras mais adultas, mas todas trazendo mensagens de justiça, amizade, respeito, bondade e coragem. Por aqui nós conhecemos muito bem essas séries. Tivemos séries que fizeram muito sucesso como National Kid, Ultraman, UltraSeven, Spectreman e os filmes de Godzilla. nos anos 70. Mas sem sombra de dúvidas o auge deste gênero aqui no nosso país foi no final dos anos 80, que nos trouxe dois dos maiores ícones da cultura pop Brasileira, Jaspion e Changeman. Graças a essas séries aconteceu uma grande “explosão” de lançamentos de tokusatsu no Brasil, como Jiraiya, Black Kamen Rider, Cybercops, Lion Man, Jiban, Winspector e os policiais do espaço, Gavan, Sharivan e Shaider. As principais produtoras destas séries no Japão são a Toei Company, que é responsável pelas categorias mais famosas de tokusatsu como Super Sentai, Metal Hero e Kamen Rider, a Tsuburaya Productions, dona de toda a família Ultra e a Toho Co., que é a responsável pelos fil- mes de Godzilla e outras séries como Cybercops. Hoje existem algumas produtoras mais novas como a Shochiku produtora da série Ryukendo. Assim nasciam os Power Rangers Desde 1993, sempre que estréia uma nova série de Super Sentai (os esquadrões coloridos, como Changeman e Flashman) no Japão, no ano seguinte é lançado uma versão americana da mesma série, onde eles aproveitam o visual das séries, as cenas de ação e tudo mais e trocam as cenas do atores nipônicos por atores norte americanos. A franquia Power Rangers virou fenômeno mundial e não parou mais. Não foi apenas o gênero sentai que sofreu estas “mutilações”: o gênero Kamen Rider (Black Kamen Rider) e Metal Hero (Jaspion) também ganharam suas versões americanizadas como VR Troopers, que Tokusatsu Show utilizou as séries Metalder, Spielvan e Shaider como base, e Masked Rider que utilizou a série Kamen Rider Black RX, todas de grande sucesso aqui no Brasil e outros países. Existem também algumas outras séries que foram usadas para serem adaptadas em versões americanas, tais como Jyuukou B-Fighter (Beetleborgs) e Denkou Choujin Gridman (Super Human Samurai). Por mais que sejam odiados por alguns fãs de tokusatsu, estas séries fazem muito sucesso no Brasil e no resto do mundo, inclusive no Japão! É importante saber que as empresas japonesas também lucram bastante com esses tipos de série, e que fica restrito apenas ao Japão ver as versões originais das séries com os direitos comprados por empresas americanas. Aos fãs de outros países, resta a Internet como alternativa para continuar acompanhando as aventuras destes heróis japoneses. Há cerca de 2 meses, um programa inteiramente dedicado aos nossos Heróis nipônicos está no ar. É o Tokusatsu show, uma parceria AllTV (www.alltv.com.br) e grupo tokusatsu.com.br, exibido aos sábados, das 21 às 22hs. Um bate papo descontraído entre fãs do gênero com total interatividade do publico através do Chat do programa. Não perca! Para quem quiser interagir com fãs de Tokusatsu, acesse nosso fórum, fruto da fusão com o portal TokuBrasil. O lugar onde se concentra o maior número de fãs de Tokusatsu no Brasil! Você pode acessar o portal Tokusatsu.com.br através de dois endereços: www.tokusatsu.com.br | www.tokubrasil.com 27 anime Animês são exibidos no Brasil pela MTV Desert Punk e Afro Samurai são as atrações da emissora por: David Denis Lobão – Editor do Portal OhaYO! A MTV, mais conhecida como uma emis sora musical, resolveu investir nos de senhos animados neste ano. Depois de estrear as animações nacionais Rockstar Ghost e The Jorges, o canal estreou em outubro e novembro dois animês inéditos na televisão brasileira: Desert Punk e Afro Samurai. A MTV italiana é mais conhecida pela tradição de exibir desenhos japoneses, por lá já passaram animês Ranma ½ e Slam Dunk, por exemplo. Por aqui ainda não existem planos de outras animações serem exibidas. Mas as atuais já trouxeram um bom retorno de mídia, sendo amplamente elogiadas pelos grandes jornais devido as suas qualidades técnicas. O mundo de Desert Punk Desert Punk, originalmente chamado de Sunabôzo, nasceu como um mangá de Masatoshi Usune, sendo publicado em 1997 na revista “Comic Beam”. O animê tem 24 episódios e conta a história de Kanta Mizuno, conhecido também como o “Rebelde do Deserto” (ou Desert Punk - daí o nome da série) que vive no deserto de Kanto. O protagonista tem fama de ser mercenário, um jovem que sempre termina o que começa e que usa distintas habilidades para fazê-lo (na maioria das vezes são habilidades caseiras para derrotar os seus inimigos). As aventuras se passam em um mundo destruído por causa de uma guerra mundial e no ano de 3000, quando a humanidade vivia a “Era da Escuridão”, já que a guerra tinha envolvido todo o mundo e grande parte da Terra era um imenso deserto. por Daniela Giovanniello 28 anime O guerreiro de AFRO SAMURAI Afro Samurai é uma série de mangás, criada por Takashi Okazaki, publicada na revista de Nou Nou Hau, em 1999, que foi adaptada para animê em cinco episódios produzidos pelo estúdio japonês de animação Gonzo, a direção ficou por conta de Fuminori Kizaki. A história se passa em um Japão feudal e futurístico, onde aquele que conseguir a bandana simbólica de “número um” irá comandar o mundo. A forma de se tornar o “número um” é matar o antigo “número um” para tomar sua bandana. Porém, somente aquele que tiver a bandana de “número dois” tem direito de desafiar o “número um”. Quando criança, o personagem Afro teve seu pai, que era o “número um” assassinado pelo pistoleiro Justice, o antigo “número dois”, que passou a ser o “número um”. Adulto, Afro Samurai, é o atual “número dois” e viaja pelo mundo em busca do atual “número um” para vingar a morte do seu pai. por Túlipe Helena 29 32 33 turismo KKKK: Marco da colonização japonesa em Registro Fotos: Divulgação Monumento simboliza força de nipo-brasileiros na região do Vale do Ribeira R egistro pode ser considerada uma das cidades com coração japonês. Afinal, muitas famílias nipo-brasileiras vivem por lá, sem contar nos eventos culturais ao longo do ano dedicados à cultura japonesa. Além de toda essa gama, a parte cultural também não fica para trás, trazendo atrações para turistas interessados em descobrir a importância dos nikkeis para a região. Uma dessas vitrines de Registro é o monumento KKKK. Vítima de um processo contínuo de deterioração, o marco da colonização japonesa foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Estado de São Paulo. O prédio do KKKK, construído numa área de 3.000 metros quadrados em estilo arquitetônico inglês, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico - Condephat, em 1987, tornando-se de utilidade pública. Dez anos depois, a restauração do prédio foi iniciada. Os antigos galpões cedem espaço a um novo prédio, totalmente revitalizado. O projeto prevê um complexo que servirá como referência cultural agregando o Museu da Imigração Japonesa e um anfiteatro com capacidade para 250 pessoas. As obras coordenadas pela Fundação Para o Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo e executadas pela Prefeitura de Registro contaram com o aval financeiro do Governo do Estado. O vultuoso projeto sensibilizou, na época, o então governador do Estado, Mário Covas, já falecido. O acervo do Museu da Imigração Japonesa já conta com cerca de 50 peças catalogadas. O material é proveniente de doações feitas pela própria colônia, que reuniu roupas, utensílios, ferramentas agrícolas e documentos históricos que registram a presença dos primeiros imigrantes japoneses. Além da contribuição com o acervo, a Associação Cultural Nipo-Brasileira, também se mobilizou para viabilizar a conclusão da obra. Situado à margem do Rio Ribeira de Iguape, o KKKK está pronto para abrigar o mais novo Centro de Formação Continuada de Gestores da Secretaria de Estado da Educação CENFORGEST. A restauração do KKKK é apenas uma parte do audacioso Projeto Parque Beira Rio, onde pretende-se reurbanizar a área em torno do leito do rio, entre a Rodovia Régis Bittencourt - BR 116 até a Ponte da Ferroban, oferecendo um verdadeiro complexo destinado a realização de atividades esportivas e de lazer. Dentro de uma área arborizada, e com 150 mil metros quadrados, serão construídos playground, pistas para jogging, ciclovias, pavilhão coberto para a realização de festas, shows e exposições, além de quadras de futebol society, entre outros. Está previsto, que toda a vegetação natural de mata ciliar será revigorada, além de abrigar uma pequena floresta de paus-mastro. “A idéia é integrar o rio à cidade. Com tudo isso, o município desenvolverá não só o potencial cultural, social e esportivo, mas também estará investindo seguramente no turismo”. Informações: Prefeitura de Registro 34 diversão Mundo Nikkei estréia em fevereiro no Brasil Fotos: Divulgação longa-metragem que sintetiza as relações nipo-brasileiras já foi visto por 4 mil pessoas no Japão M aior projeto audiovisual alusivo ao centenário da imigração, o documentário Mundo Nikkei – os brasileiros do outro lado do mundo chega ao Brasil em fevereiro. Os locais de exibição ainda não estão definidos, mas já estão sendo fechados acordos com redes de cinemas e cineclubes digitais. O filme terá um ano bem agitado, com participações em diversos eventos comemorativos. A produção é do casal Vera e Yuri Sanada. Exdekasseguis, eles moraram durante nove anos a bordo de um veleiro e, hoje, comandam uma famosa empresa ligada ao turismo de aventura. “Fomos dekasseguis. Assim, mostrar o Japão atual para os brasileiros, descendentes ou não, e mesmo para os japoneses imigrantes que nunca mais voltaram, sempre foi um desejo nosso”, destaca Vera, que complementa. “É também um retrato da sociedade brasileira no Japão, questiona sobre o futuro da relação entre as duas nações”, acrescenta. As gravações tiveram início em abril de 2006, quando o casal viajou pelo arquipélago, partindo de Hokkaido, ao norte, passando por diversas comunidades dekassegui, até chegar a Okinawa, no extremo sul. No meio do caminho, o filme mostra belezas, como as ruínas submersas de Kaitei Iseki, na ilha Yonaguni, e até curiosidades, caso da rua com um nome bem tupiniquim: Mauro Zalloti Gibo. No Brasil, a equipe rodou em locais como São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Pernambuco. Mundo Nikkei já foi exibido em seis cidades durante o Nipo Cine Brasil, mostra realizada em 2007 nas cidades de Ueda, Hamamatsu, Komaki, Oizumi, Suzuka e Higa. Houve sessões ainda em universidades, empresas e até na embaixada brasileira. Mais de 4 mil pessoas já assistiram antes mesmo de estrear no País. Destaque também para a trilha sonora repleta de taikô, interpretada por músicos do grupo Ishindaiko, de Londrina. O leitor pode conferir o trailer no Youtube. Basta digitar “Mundo Nikkei – os brasileiros do outro lado do mundo” no buscador. 35
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