São Paulo sedia a maior celebração à amizade entre o Oriente e o

Transcrição

São Paulo sedia a maior celebração à amizade entre o Oriente e o
# 1 | Dezembro de 2007 | Distribuição Gratuita
São Paulo sedia a maior celebração à amizade entre o Oriente e o Ocidente
A presença confirmada
do príncipe Naruhito nas
festividades e o show da
cantora Ivete Sangalo
comprovam a força dos
eventos comemorativos
da Imigração, durante
o ano de 2008
Especial
Taikô + Samba = Carnaval 2008
O inusitado encontro entre tocadores
do milenar tambor japonês
e integrantes da bateria
de uma escola de samba
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editorial
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Revista OK: O elo entre
Ocidente e Oriente
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Capa: Ivete Sangalo (Foto: Cacau Mangabeira) | Príncipe Naruhito (Foto: Divulgação)
editorial
agenda e notas
mundo j-pop
mulher
encontros
automóvel
cosplay
depoimentos
cidade
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entrevista
OKids
centenário
desbravando o Japão
gastronomia
tokusatsu
anime
turismo
diversão
T
odo início é difícil. Mas, para se fazer
parte da história, há de se arriscar. Em
um mundo cada vez mais globalizado, o
conhecimento é fundamental. Seja para passar
informações e histórias para uma leitura rápida;
os meios de comunicação são extremamente
úteis para auxiliar nesse processo.
Pois é justamente com essa mentalidade que
nasce um novo produto editorial no mercado.
A Revista OK surge para preencher uma lacuna
entre oriente e ocidente, em um Brasil hoje caracterizado pela integração e forte influência
culturai de diversas partes do mundo. Então,
tomamos a iniciativa de ajudar cada vez mais
nesse processo, lançando um novo veículo que
traz elementos evidentes dentro de todo esse
processo.
Matérias não só do Japão, mas também do
Brasil – e suas características regionais como
a forte influência nipônica – serão a marca da
Revista OK.
Às vésperas de uma data mais que importante, o Centenário da Imigração Japonesa, a ser
comemorado em junho de 2008, tentaremos
transmitir os valores arraigados desde a
primeira chegada dos imigrantes japoneses no
porto de Santos. São 100 anos. O que, de fato
ficou da primeira geração que carregamos até
hoje? Como projetamos o futuro da nossa comunidade nipo-brasileira? São questões como
essas que vamos descobrir juntos, através de
matérias abrangendo a sinergia entre Brasil e
Japão.
Afinal, para ser forte, há de se ter união. E para
começar essa junção de forças, nada melhor
do que mostrar quem somos, o que fazemos e
também exemplificar essa pluralidade e explosão de cultura em um Brasil mais que
miscigenado. Marcas essas que darão o tom
de nossa linha editorial.
Boa leitura!
Equipe da Revista OK
• Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editor: Rodrigo Meikaru • Chefe de Arte: César Gois • Projeto Gráfico e
Edição de Arte: Eurico Kenji Sakamoto • Assistentes de Arte: Denis Kim e Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação:
Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Túlipe Helena e Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa •
Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira e Wilson Yuji Azuma • Marketing:
Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Hideo Iwata e Nicolas Tavares • Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de
Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Daniel Bergamini • Comercial: Clóvis Irie, Fernando Ávila de Lima, Hideki
Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Marcelo Ikemori e Yasutaka Arashiro • Digital: Fabrizio Yamai • Assistente Digital:
Cézar Junior • Administrativo: Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected]
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agenda e notas
Acontece aqui > Acontece no Japão > Acontece aqui
Texto: Redação | Fotos: Revista OK e Divulgação
ga o registro de dados biométricos
de 7 dos 8 milhões de estrangeiros que chegam todos os anos ao
país, em 27 aeroportos e 126 portos. As exceções são menores de
16 anos, diplomatas, convidados
do governo e moradores permanentes com visto especial, geralmente coreanos e taiwaneses
POLÍTICA
INCLUSÃO DIGITAL
O Instituto Paulo Kobayashi deu
mais um passo rumo à inclusão
digital. No último dia 13 de dezembro, o Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social) inaugurou o
“Telecentro”, estruturado pelo Instituto em parceria com a Secretaria de Participação e Parcerias de
São Paulo. Terá capacidade de
atender gratuitamente mais de mil
pessoas em cursos específicos de
Informática e Capacitação Digital,
além de permitir acesso a Internet
à população.
O deputado William Woo (PSDBSP) defendeu em plenário a
implementação do sistema único
de identificação civil, observando
tratar-se de um importante instrumento no combate ao crime.
O sistema foi instituído pela Lei
9.454/97 e até hoje não foi implantado.
O parlamentar ressaltou que atualmente uma pessoa pode ter várias
carteiras de identidade, tiradas nos
diversos estados da federação, o
que facilita a fraude. Com o sistema único de banco de dados, segundo Woo, não será possível cometer fraude com a emissão de
nova carteira de identidade.
TECNOLOGIA
AEROPORTOS
Os estrangeiros que desembarcam nos aeroportos do Japão já
estão sendo fichados ao chegar
ao país. A medida serve para coibir possíveis ataques terroristas e
vale-se de fotografias e impressões digitais.
A nova Lei para o Controle de Imigração e Refugiados entrou em vigor no fim de novembro. Ela obri-
Os japoneses criaram um robô
capaz de reconhecer entre a multidão um indivíduo procurado ou
suspeito. A novidade foi apresentada no fim de novembro em Tóquio pela fabricante de produtos
de segurança Alsok.
O robô pode identificar qualquer
pessoa cuja fisionomia tenha sido
previamente registrada em sua
memória e, segundo seus construtores, pode se tornar útil na luta
contra o terrorismo. A máquina é
capaz de desempenhar esse papel até mesmo em locais com
grandes multidões. A invenção
será em breve utilizada em locais
públicos nos quais a Alsok presta
serviços mas foi concebida para
dar segurança principalmente em
aeroportos e outros locais, como
os grandes centros comerciais,
particularmente sujeitos a perigos
de atentados.
ESPORTES
A Associação Japonesa de Futebol (JFA) anunciou que a seleção do Japão terá um novo técnico. Takeshi Okada (foto) aceitou
o convite e vai dirigir o time em
substituição ao sérvio Ivica Osim,
que se recupera de um derrame.
Os dirigentes da JFA aprovaram
o nome de Okada, que também já
aceitou o convite.
Okada, de 51 anos, dirigiu o Japão em 1997, quando conseguiu
classificar o país pela primeira vez
para uma Copa do Mundo.
O desempenho japonês no Mundial da França, em 1998, foi ruim
(três derrotas em três jogos), e ele
acabou sendo substituído pelo
francês Philippe Troussier.
O treinador seguiu a carreira em
clubes japoneses, dirigindo o
Consadole Sapporo e o Yokohama
F-Marinos.
FÉRIAS
O CNA está com vagas abertas
para interessados em participar da
Colônia de Férias. Serão diversas
atrações como brincadeiras, jogos
e atividades lúdicas. Tudo isso em
um espaço totalmente gratuito e
especialmente pensado para divertir e alegrar a criançada. O
evento acontece entre os dias 8 e
11 de janeiro e as reservas podem
ser feitas até o dia 7.
Mais informações:
(11) 3208-0770 ou diretamente na
av. Liberdade, 851, São Paulo.
INTERCÂMBIO
Os interessados em participar dos
programas da Japan Foundation
nas áreas de Intercâmbio Artístico e Cultural (Arts and Cultural
Exchange), Ensino de Língua Japonesa no Exterior (JapaneseLanguage Education Overseas),
Estudos Japoneses no Exterior e
Intercâmbio Intelectual (Japanese
Studies Overseas and Intellectual
Exchange) podem se candidatar
até dezembro/2007.
Informações:
www.fjsp.org.br/programas
DOAÇÃO DE SANGUE
O Hospital Santa Cruz precisa de
doadores de sangue. Os potenciais doadores devem ter idade entre 18 e 65 anos e peso acima de
50 quilos. O atendimento é de segunda a sexta, das 8 às 12 horas
e das 13 às 17 horas.
A doação deve ser feita no Banco
de Sangue Paulista, na R. Professor Tranquili, 99, Vila Mariana, em
frente ao estacionamento do hospital.
Informações: (11) 5082-1483
www.hospitalsantacruz.com.br
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mundo j-pop
Oricon: Conheça a parada de sucesso da J-Music
Ayumi
Hamasaki
Fotos: divulgação
A dupla B’z
E
nquanto no Brasil o nível de sucesso de
uma banda ou artista é medido através
das rádios ou vendagem de discos (apurada pela própria gravadora), no Japão existe
uma companhia que fornece informações de
vendagem de singles e albuns, e organiza
rankings anuais, mensais, semanais e até diários. Conheça a Oricon!
Em 1967, a então chamada Original Confidencial Inc. surgiu para "contar" a venda de singles
na época. Em janeiro do ano seguinte, surgiu a
primeira parada de sucessos, a Original
Confidence. Em 1992, a companhia passou a
se chamar apenas Oricon. Seu fundador, Koike
Soko, faleceu em 2001, e a Oricon passou então a ser administrada por seus filhos.
Como é feita a contagem?
A Oricon reune semanalmente dados de venda
de lojas cadastradas no Japão. Seu ranking semanal é publicado toda terça-feira na revista
Oricon Style, e também no seu site oficial. Além
de CDs, a Oricon publica dados de venda de
DVDs, jogos de videogame e diversos outros
formatos. É legal saber também que esses da-
dos não se referem somente à música japonesa, mas discos internacionais também entram
no ranking. A cantora Avril Lavigne chegou a
ocupar o 3º lugar na lista dos albuns mais vendidos em 2007, com quase 800.000 cópias
vendidas até a publicação do ranking. Mas ainda é muito longe do grupo japonês Mr.Children,
que encabeça a lista com seu album "Home",
com quase 1 milhão e 200 mil cópias vendidas
até aquele momento. Atualmente, a boy band
americana Backstreet Boys está em primeiro
no ranking mensal de álbuns, com mais de
200.000 cópias vendidas de seu trabalho
"Unbreakable".
Termômetro do sucesso
Quase todos os grandes artistas da J-music já
estiveram no topo do ranking da Oricon. Em um
ranking especial de 40 anos da campanhia publicado em 2006, o B'z, um dos mais famosos
intérpretes de Hard Rock do Japão e na estrada desde 1988, foi o maior vencedor, e está no
topo na categoria “Maior vendagem dos últimos tempos”, tanto com seus singles (mais de
33 milhões de cópias) quanto com os álbuns
Confira o último ranking mensal da Oricon (novembro/07)
#
1
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5
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7
Fonte: Oricon
Cópias vendidas
238.365
211.483
190.342
108.023
97.592
91.474
66.133
Álbum
Unbreakable
Pacific
Phi
Seimeiryoku
DJ KAORI'S MIX
Round About
Kanashimi Nante Nan no Yaku ni mo
Tatanai to Omotteita
8 Yumi Matsutoya
SEASONS COLOURS - Aki Fuyu Sen Kyokushuu 61.607
9 Vários
UNICORN TRIBUTE
61.493
10 Masayoshi Yamazaki COVER ALL YO!
58.748
Artista
Backstreet Boys
NEWS
Kinki Kids
Chatmonchy
Vários
SEAMO
Noriyuki Makihara
(passando de 40 milhões de cópias). O B'z também está em primeiro lugar na categoria que
destaca o maior número de lançamentos que
ficaram em 1º lugar de vendas e ainda foi sagrado campeão na categoria que elegeu o artista com mais discos de platina (que ultrapassam 1 milhão de cópias vendidas). Só deles,
15 singles e 19 álbuns alcançaram esta marca!
Além da famosa dupla, a popstar Ayumi
Hamasaki é iutro grande nome dentro dos
rankings da Oricon, figurando em primeiro na
lista das artistas femininas que mais venderam
discos na história da Oricon. Ayu vendeu, até
2006, mais de 20 milhões de álbuns, e se destaca por ter tido 9 de seus álbuns constantemente em primeiro no ranking, desde seu lançamento. Apesar destes números, o álbum mais
vendido em toda a história da Oricon foi "First
Love" da Utada Hikaru, com mais de 7.500.000
cópias vendidas.
Para ver quem é sucesso atualmente no Japão,
é só conferir no site:
http://www.oricon.co.jp
6
mulher
TATIANE SAKEMI
O sonho do centenário nas piscinas de Pequim
A
nikkei mais conhecida das águas na atu
alidade é a maratonista Poliana Okimoto,
mas outra brasileirinha de olhos puxados tem atraído os olhares do mundo da natação. Aos 21 anos, Tatiane Mayumi Sakemi levou a medalha de ouro nos 200 metros peito
durante a etapa brasileira da Copa do Mundo,
em 25 de novembro, em Belo Horizonte. Melhor do país nesse estilo, é ainda integrante da
equipe brasileira dos 100 metros peito e 4x100
metros medley. O grande sonho: participar de
uma Olimpíada. Até maio, a revelação tem três
competições para obter o índice que garante
vaga a Pequim 2008. Pouquíssimos segundos
separam a jovem da meta. Medalhista nikkei
no centenário da imigração?
O que representou ganhar o ouro na etapa
da Copa do Mundo, seu resultado mais expressivo?
Foto: arquivo pessoal
Foi muito importante, pois a natação está mais
na mídia, principalmente graças ao Thiago (Pereira). Como tenho patrocinador, é uma forma de dar
retorno a ele. Conseguir a vitória no Brasil foi mui-
to gratificante.
A preparação, agora, é totalmente focada
para a Olimpíada, não?
Sim, estamos trabalhando exatamente para
isso. Até maio tenho três seletivas para conseguir o índice. Faltam dois segundos nos 100
metros e quatro segundos nos 200.
Podemos esperar uma nikkei nas finais?
Vamos devagar, primeiro estou focada no índice.
Essa temporada foi diferente. Consegui participar
das etapas de Estocolmo e Berlim (da Copa do
Mundo). É importante nadar com as meninas na
frente, pois lá fora é mais forte. Estando nas Olimpíadas, o objetivo é chegar à final.
O que você leva da cultura japonesa para
as piscinas?
Não sei se já vem de casa, mas percebo que o
oriental é bastante disciplinado. Para os treinamentos, principalmente, isso é muito importante. Coisas que parecem banais, como chegar no
horário, parecem ser naturais para o japonês. No
esporte é fundamental ter disciplina.
mulher
Boom do artesanato no ano japonês
Artesãs prevêem difusão de técnicas
em virtude das comemorações
O
mento japonês, há, sem dúvida alguma, o compromisso com a responsabilidade e o dever com
o próximo e tudo que o envolve”, destaca.
Para Honma, que comanda um dos espaços mais
prolíficos de artesanato típico e tem clientes em
vários países da América, Europa e Ásia, as comemorações do centenário serão uma grande
oportunidade para a difusão. “A proximidade com
os projetos para a comemoração do centenário
tem divulgado muito o artesanato. É uma forma
simples e prática para demonstrar a sabedoria e
habilidade de um povo que faz de um simples ato
cotidiano uma meditação”, acrescenta a artesã,
em referência à destinação de várias salas e auditórios para exposições e workshops de ikebana,
sumiê, cerâmica, shodô, entre outros, durante a
Semana da Cultura Japonesa, que será realizada
de 13 a 22 de junho, no Centro de Convenções do
Anhembi, como parte das festividades oficiais.
artesanato japonês nunca esteve tão em
alta. De objetos caros e sofisticados,
como a cerâmica e as espadas samurais,
às singelas dobraduras de papel do origami, a
arte manual do Sol Nascente ultrapassou as
fronteiras da comunidade nikkei e ganhou o
País. Hoje, basta um passeio pelo shopping ou
centro comercial de qualquer cidade para adquirir um chouchin, a luminária típica, e, o que
é mais vantajoso, com diferentes opções de
conteúdo e preço. Para o ano do centenário da
imigração, a expectativa de quem trabalha com
essas técnicas é de demanda e divulgação sem
precedentes, o que irá refletir nas vendas.
De acordo com a ceramista Hideko Honma, proprietária do atelier homônimo, o Japão está na
moda por conta dos valores embutidos nas
peças, que remetem a conceitos como atenção aos detalhes e beleza. “Segundo o pensa-
Em casa
A
incentivada por uma amiga ceramista, começou a produzir em casa bijuterias com origami,
na cidade de São Bernardo do Campo. O sucesso foi imediato, primeiro entre amigos e
parentes. Hoje, suas peças, que variam de R$
5 a R$ 30, podem ser encontradas em várias
lojas de artesanato de São Paulo. Além disso,
participa com freqüência de eventos e bazares.
Recentemente, em apenas três dias, a jovem
vendeu 300 peças. Com a receita obtida, ela já
consegue bancar não apenas as baladas. “Todos gostam. As pessoas acham muito diferentes, delicadas e criativas”, conta. Karina tem,
agora, planos para incrementar o valor das peças. “A idéia é trabalhar com origami em jóias,
como prata”, destaca a jovem, que prevê um
excelente 2008.
Fotos: Wilson Y. Azuma
lgumas das técnicas artesanais exigem
anos de aprendizado, mas outras podem
ser praticadas por qualquer pessoa disposta a aprender. O origami, a arte das
dobraduras em papel, é popular há séculos no
Japão, onde as crianças fazem seus primeiros
trabalhos mesmo antes da idade escolar. Incentivada pela mãe desde a infância, Karina Midori
Ui, hoje com 18 anos, passa horas dando forma às mais variadas figuras usando apenas as
mãos e pedaços de folha. No início de 2007,
Karina já vendeu 300 bijuterias
de origami em três dias
7
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encontros
Bateria da Unidos de Vila Maria e grupo Wadaiko-sho
fazem prévia do Carnaval 2008 em reunião inusitada
Grupo que inventou o taikô-samba será destaque
no desfile da escola oficial do centenário da imigração
Texto e Fotos: Wilson Azuma
Mestre Setsuo Kinoshita
experimenta a mescla
de instrumentos
Taikô-samba: culturas
de percussão distintas
produzem ritmo inovador
Unidos e Wadaiko-sho fazem prévia do Carnaval 2008
S
ubir ao palco de uma escola de samba e
deixar o público calado pode ser improvável, mas não impossível. Foi exatamente o que aconteceu, pelo menos por alguns
segundos, na noite de 20 de outubro. O mais
curioso é que o episódio foi protagonizado por
percussionistas majoritariamente de origem japonesa, etnia que, em tese, “não leva jeito”
para o ritmo mais popular do Brasil. Esse conceito, no entanto, foi por água abaixo quando
o grupo Wadaiko-sho encarou o desafio de
mostrar seu inovador taikô-samba em plena
festa de apresentação de fantasias da atual
vice-campeã do carnaval paulistano Unidos de
Vila Maria. O silêncio, embora marcante, foi
curto. Após espanto inicial, ninguém mais con-
“É mais fácil vocês (do taikô) terem
acesso ao samba do que o contrário.
Para nós (quando assistimos à apresentação de vocês) foi uma novidade”,
destaca o instrutor de percussão
Nepomuceno da Silva, lembrando do
show realizado pelo Wadaiko-sho na
quadra da escola, em outubro.
seguiu ficar parado.
A surpresa não foi apenas do público geral. Os
próprios integrantes da bateria desconheciam
a presença da trupe comandada pelo mestre
Setsuo Kinoshita na festa, como lembraria,
mais tarde, o instrutor de percussão Fernando
Antônio Nepomuceno da Silva. “Ficamos impressionados e curiosíssimos, tanto pelo ritmo quanto pelas coreografias. Fomos pegos
de surpresa. Se soubéssemos antes, teríamos
feito algo juntos”, lamentou. A idéia havia partido da diretoria, que preparou o espetáculo
praticamente na surdina. O sucesso foi tão
grande que o Wadaiko-sho foi convidado para
integrar um dos carros alegóricos da escola,
que irá homenagear os nikkeis no próximo carnaval, com o enredo Irashai-mase - milênios
de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa.
Mas, por que não antecipar o desfile e realizar o
desejo do sambista? A missão foi aceita pela
Revista OK, que, exato um mês após o acontecimento, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, promoveu um bate-papo pra lá de
produtivo com a bateria da Unidos e os
“Peguei o samba e adaptei ao taikô.
Em vez da caixa, por exemplo, usei o
shimedaiko. Mas também incorporei
alguns instrumentos do samba, como
o repique e o apito. Mas a parte melódica é de taikô”, destaca Kinoshita,
sobre o estilo criado por ele: o taikôsamba.
tocadores de taikô. Dessa vez, porém, foram os
ritmistas da escola que visitaram território alheio,
na sede do grupo Wadaiko-sho, próxima à avenida Paulista. Para estrear a editoria Encontros,
nada mais sublime que unir o estilo musical que
representa a raiz da cultura brasileira e a milenar
arte dos tambores do Sol Nascente.
INTERAÇÃO
A idéia inicial da matéria era promover um debate sobre como duas escolas de percussão tão
distintas poderiam interagir, seja pela incorporação de técnicas, troca de informações e assim por diante. Sentados no chão, sem calçados, ao melhor estilo japonês, quatro integrantes da bateria da Unidos, além do coordenador
encontros
de desfile Jorginho Luciano da Silva Jr., e nove
da Wadaiko-sho - incluindo três não-nikkeis -,
formaram um círculo. O bate-papo começou tímido, com ambas as partes explicando as respectivas culturas musicais. Logo, porém, o acanhamento deu lugar à curiosidade, e os próprios músicos começaram a conversar entre si,
tornando o repórter mero coadjuvante (confira
os principais trechos do encontro).
Após aproximadamente uma hora e meia de
muita interação e descobertas, a palhinha foi
inevitável. Todos a postos, misturados, repiques, okedo-daikos, ganzás, hira-daikos, caixas e surdos, em ritmo alucinante, encerraram
com chave de ouro o inesquecível final de feriado. Resposta à pergunta inevitável: sim, é
possível mesclar as duas culturas de percussão e, o que é mais importante, gerando um
ritmo criativo, inovador e intensamente
colaborativo. A Revista OK antecipou a festa, mas no Carnaval 2008 tem mais!
Participaram do bate-papo Setsuo Kinoshita, Roger Kozo Imamura, Mozart Souza Jr., Kenji Missumi,
Mauro Berimbau, Akira Fjii, Mitchan e Eduardo Yamanaka, por parte do Wadaiko-sho; e Jorginho Luciano
da Silva Jr., Rosana Campagnoli, Ébano da Silva Rosa, Fernando Antônio Nepomuceno da Silva e Renato Lopes Pinto, pela Unidos de Vila Maria.
Raio-X
Unidos de Vila Maria
Wadaiko-sho
Fundação 1954
Região Zona Norte
Integrantes 250 (bateria)
Estilo Samba
Origem da música Embora tenha origem em
ritmos africanos como lundu e maxixe, o chamado samba moderno teve seu primeiro registro gravado por Donga, com o “amaxixado”
Pelo telefone (1917)
Instrumentos básicos Caixa, ganzá, repique,
cuíca, tamborim e surdo
Como surgiu? No começo da década de 50,
Dito Caipira, Mané Sabino e companhia costumavam brincar de carnaval, partindo da Vila
Munhoz até a Vista Alegre. Em 1953, o grupo
comprou alguns instrumentos e promoveu um
“vai quem quer” até o centro da cidade. O sucesso foi tão grande que, no ano seguinte, a
escola foi fundada oficialmente. Em 2008, corre atrás do primeiro título do grupo de elite
Competição A escola chegou ao grupo principal somente em 2002. No ano passado, bateu
na trave, conquistando o vice-campeonato
Fundação 2002
Região Centro
Integrantes 3 mestres e cerca de 50 alunos
Estilo Taikô
Origem da música Há registro material do taikô
do século V d.C., mas é provável que os instrumentos de percussão tenham chegado por chineses e coreanos a partir dos anos 300 d.C.
Instrumentos básicos Okedodaiko, shimedaiko, miyadaiko e hiradaiko
Como surgiu? Após período de estudos na terra dos ancestrais, o mestre Setsuo Kinoshita
inaugurou uma escola de taikô tradicional em
São Paulo. A empreitada não vingou. Decidiu,
então, incorporar ritmos brasileiros, fundou o
Wadaiko-sho e lançou para o mundo o “taikôsamba”. O grupo é, hoje, um dos mais conceituados e inovadores do Brasil, com apresentações em países como Argentina e Japão
Competição O grupo tem por filosofia não participar de competições, que acontecem com
regularidade, por considerar o taikô uma arte
Unidos canta o Centenário no Carnaval 2008
vislumbrar um desfile que terá altas doses de
Oriente. Até a vizinhança parece ter incorporado o tema, como deixa claro os desenhos alusivos estampados em um trailer de lanches próximo. Na quadra, todos confiam na vitória e
apostam as fichas no Japão para superar o
vice-campeonato do último carnaval. “Não queremos bater na trave”, é o discurso geral.
Fotos: Wilson Azuma
Antes do encontro, a reportagem conferiu de
perto os bastidores da escola. No barracão,
dezenas de voluntários correm contra o tempo, puxando armações de carros alegóricos,
organizando a venda de fantasias e toda a rotina caótica pré-carnavalesca. A agremiação vai
homenagear os nikkeis no desfile de 2008, com
o enredo Irashai-mase - milênios de cultura e
sabedoria no centenário
da imigração japonesa,
dos compositores Dão,
Veia, Martins, Nando e
Moleque Pára. Embora os
carros alegóricos ainda
estejam no esqueleto, partes da estrutura espalhadas pela escola permitem
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automóvel
Os Jetsons ficaram para trás...
Protótipos japoneses trazem tecnologia de ponta
com direito a cabine que gira 360 graus e design
que deixariam a família Jetsons de queixo caído
Fotos: DIVULGAÇÃO
P
or mais um ano, os japoneses provaram
que são capazes de surpreender o mundo quando o assunto é tecnologia
automotiva. Prova disso foram os modelos apresentados no mês de novembro durante o Salão
de Tóquio, evento que acontece anualmente
com montadoras do mundo inteiro. Enquanto
que nas demais feiras quem ganha destaque é
o carro voltado para o grande mercado – também conhecidos como comerciais – na japonesa o destaque vão mesmo para os protótipos, projetos que ainda não rodam nas ruas,
mas que mostram o caminho para os carros
em um futuro muito próximos. Em uma rápida
analogia, parece mesmo que Os Jetsons ficaram muito para trás quando o assunto é carro
nipônico.
Que o diga a Nissan. Em seu estande, o grande
destaque foi o conceito Pivô 2, modelo que a
própria montadora criou em 2005 e que agora
ganha uma versão mais “tecnológica”. O carro-conceito tem uma cabine que gira sobre seu
próprio eixo (360º). Com isso, a porta pode
mudar sua posição para diminuir os esforços
dos passageiros: eles não precisam dar a volta
para entrar no automóvel e, depois de
estacioná-lo, podem decidir onde vão sair. É ou
não é para se surpreender?
No mesmo conceito, a Suzuki também trouxe um
veículo – ou melhor, dois – excêntrico: trata-se
11
automóvel
do Pixy junto com a minivan SSC (Suzuki Sharing
Coach). O mecanismo funciona assim: o primeiro, voltado somente para um motorista anda em
baixa velocidade e pode ser usado em espaços
público ou dentro de prédios. Logo após, é só
guarda-lo dentro da minivan e dirigir os veículos
combinados como um carro normal. A idéia dos
engeheiros é de reduzir o espaço nas ruas e, conseqüentemente, diminuir os imensos congestionamentos dentro do arquipélago.
Toyota e Honda também não deixaram para trás
as inovações tecnológicas. A primeira chamou
a atenção com o Hi-CT, com sua aparência
modernosa. O carro consegue unir de forma
surpreendente
os
ângulos
retos
quadrangulares, típicos dos ´kei-cars´ japoneses, com uma frente que lembra uma cabeça de caminhão. Graças à sua boa altura e às
suas dimensões reduzidas, o Hi-CT poderia se
deslocar pelas abarrotadas ruas das cidades
japonesas sem problemas, utilizando seu estranho porta-malas externo (literalmente uma
caixa separada do veículo). O motor escolhido
para movimentar o Hi-CT é um 1.5 litro a gasolina associado a um segundo motor elétrico,
cujas baterias podem ser recarregadas através de uma simples tomada.
Já a Honda investe em uma solução mais inu-
sitada. Quem sempre teve um grande carinho
em acariciar seu carro, com o Puyo a sensação será ainda mais reveladora, pois, quando
o usuário passar a mão no modelo sentirá a
sensação de uma...gelatina! Tudo por conta de
um material macio que recobre o automóvel e
que dá a sensação de se ter um carro “de gel”.
Além disso, um sistema interno por baixo da
primeira camada faz com que o carro brilhe no
escuro. Outra exuberância: em vez do volante
tradicional, há um joystick no lugar. Tudo para
dar a sensação de diversão quando se senta no
carro. É ou não é para se surpreender com os
japoneses quando o assunto é automóvel?
SUZUKI PIXY E SSC
HONDA PUYO
São dois veículos em um: o individual Pixy pode rodar em pequenos
lugares como prédios em baixa velocidade. Já para o trânsito normal de
grandes avenidas, pode-se guardá-lo dentro do SSC, que tem espaço
para dois Pixy, e sair pelas ruas. Os engenheiros criaram essa combinação justamente para reduzir o espaço dos carros convencionais em grandes congestionamentos.
A Honda leva o conceito de carro “fofo” adiante com o Puyo, concept
car feito com o interior repleto de materiais macios que o tornam algo
como um ninho acolchoado em caso de acidente. Ele utiliza tecnologia
de célula de combustível e um joystick substituindo o volante. Apesar
de extremamente inovador e com aparência altamente futurística é improvável que vejamos esta belezura nas ruas nos próximos anos.
NISSAN PIVO 2
TOYOTA HI-CT
Criado para ser um “centro de inteligência” ao motorista, o Nissan Pivô
2 tem como grande diferencial a cabine, que gira 360 graus. Já os pneus
também são giratórios, pois todos viram 90 graus e têm motores elétricos independentes. Por dentro, um robozinho trata de deixar o motorista
tranqüilo, com frases como “Relaxe”.
Preocupada com os espaços cada vez menores dentros dos automóveis
atualmente, engenheiros da Toyota criaram o HI-CT. Parecido com uma
cabine de caminhão, o modelo traz 333 centímetros de comprimento,
169 de largura e 178 de altura. O porta-malas é removível e pode ser
usado para carregar grandes objetos nas viagens. Promete agradar os
jovens e os descolados de plantão.
12
cosplay
YAMATO COSPLAY CUP
A maior competição de cosplay do Brasil
O
por: David Denis Lobão – Editor do Portal OhaYO!
nome cosplay é designado para uma fantasia criada por um fã
para homenagear um personagem que gosta, seja ele de um desenho, filme ou história em quadrinhos. A pessoa que cria e veste essa roupa é denominada de cosplayer. Esse hobbie nasceu nos anos
70 nos Estados Unidos com os fãs de “Guerra nas Estrelas” e “Jornada
nas Estrelas”.
Atualmente, fazer cosplay virou uma mania entre os fãs de animês e
mangás, tanto no Brasil quanto em diversos locais do mundo, criando
grandes campeonatos por todos os cantos do planeta. Em nosso país o
mais popular é o YCC – Yamato Cosplay Cup. Realizado pela primeira
vez em 15 de julho de 2007, ele pode ser considerado um marco para os
cosplayers brasileiros. Ele foi marcado pelas maiores inovações que foram feitas para os concursos de cosplay do Brasil.
O YCC foi o primeiro concurso de cosplay do Brasil que reuniu no único
palco cosplayers de todas as regiões do país e disponibilizou para eles
recursos técnicos e de bastidores nunca antes utilizados em nenhum outro concurso do gênero brasileiro. Foi um marco para quem estava participando e também para quem assistia. A platéia ficou encantada com o
Fotos da cosplayer
Andressa Miyazaki
show apresentado. Recursos de som, iluminação, imagens e efeitos, que dificilmente são vistos em concursos de qualquer lugar do mundo,
inclusive no Japão.
Outra inovação foi o formato do concurso, algo
totalmente inédito. Nele avaliaram-se de forma
conjunta as categorias tradicional e livre. A
categoria livre nasceu nos eventos da Yamato
em 2004 e hoje se tornou comum em diversos
concursos por todo o país, mas sempre em
paralelo ao concurso tradicional, cada uma sendo avaliada de forma separada. Desta vez uniram-se as duas apresentações e elas deveriam
ser feitas com um único cosplay.
A inovação exigiu dos cosplayers muita versatilidade para encontrarem duas apresentações
completamente diferentes (tradicional e livre)
para um único cosplay, além de criatividade
para conquistar o grande público do Anime
Friends (em média três mil pessoas assistiram
a final do YCC brasileiro, maior público de um
concurso de cosplay no país) e também o júri
(formado por nove coordenadores de cosplay).
A edição de 2008, vai reunir novamente
cosplayers de diversas regiões do país. Por isto
eliminatórias já estão ocorrendo por todo o país.
Três delas irão ocorrer no Estado de São Paulo
nos primeiros meses do ano, são elas:
Anime Dreams 2008
Dias 24, 25, 26 e 27 de janeiro
www.animedreams.com.br
Anime Party 2008
Dias 16 e 17 de fevereiro
(www.animeparty.com.br)
Anime Summer 2008
Dias 23 e 24 de fevereiro (Santos)
www.animesummer.com.br
Para os que desejam competir, as inscrições são
gratuitas. O valor da entrada nos eventos varia
entre 10 e 20 reais. Para maiores informações
basta acessar o site de cada um deles.
A cosplayer Thaís Jussim
13
Fotos: Cosplay Brasil / Cosplayer.net / Divulgação
cosplay
14
depoimentos
A Revista OK chegou.
Com ela, uma gama de
variedades dentro de um
único veículo, abrangendo os mais diversos segmentos e peculiaridades
da sociedade e da comunidade nipo-brasileira.
E logo em sua primeira
edição a revista já tem
dado o que falar. Acompanhe os depoimentos
de parabéns e congratulações de algumas lideranças e personalidades:
Paulo Saad Jafet
Rede Bandeirantes
Às vésperas do Centenário
da Imigração Japonesa, torna-se ainda mais oportuna a
chegada de uma revista voltada para a comunidade. Iniciativas como essa só contribuem para fortalecer os laços de amizade e cooperação entre Brasil e Japão.
Parabéns e boa sorte!
Kokei Uehara
presidente do Bunkyo
(Sociedade Brasileira de
Cultura Japonesa e
de Assistência Social)
e da Associação
para Comemoração do
Centenário da Imigração
Japonesa no Brasil
A publicação nasce como
um importante veículo de
divulgação da cultura japonesa. Tenho certeza que será
um sucesso. Estou rezando
para que os jovens empreendedores tenham iniciativa
como essa, da Revista OK.
O mundo caminha cada vez
mais para a era da comunicação e é muito bem-vinda
a novidade. Quero parabenizar a todos neste novo desafio e desejar o mais absoluto sucesso nesta empreitada. Em 2008 comemoramos o Centenário da Imigração, e é nesse período em
que todos devem se unir
para fortalecer os laços culturais tanto entre os nikkeis
quanto com a sociedade brasileira. Parabéns!
bem-vinda por revelar o
apreço e o carinho das novas gerações pela nossa
milenar cultura japonesa. As
matérias trazidas pela Revista OK oferecem aos leitores um agradável retrato da
integração do tradicional e
do moderno e darão uma importante contribuição para o
aprofundamento da integração que vem sendo
construída ao longo desses
cem anos entre as comunidades brasileira e japonesa.
Parabéns aos jovens articulistas e editores da Revista
OK por mais este empreendimento de sucesso.
Kendi Yamai
Ator e apresentador
Desejo muita sorte nessa
nova empreitada e desejo
um FELIZ NATAL e ANO
NOVO a todos os leitores.
Marcelo Miyaji
DiO Mega Store
Parabéns! Em nome da DiO
Mega Store, parabenizo o
lançamento da Revista OK
pela qualidade em informa-
Walter Ihoshi
Deputado Federal
Akio Ogawa
William Woo
Economista
Deputado Federal
Marcelo e Takashi-san,
Encontrar uma pessoa com
energia positiva é muito
bom, melhor que isso é encontrar duas pessoas com a
mesma sintonia e determinação, somando-se juntos
para uma ação de vanguarda, gerando a Revista OK,
um veículo "premium" de comunicação. Parabéns!
A Revista OK nasce com a
valiosa missão de destacar
as iniciativas culturais da comunidade nikkei no Brasil e
de transmitir uma percepção aprofundada do universo da vida cultural no Japão.
No ano em que é comemorado o Centenário da Imigração Japonesa, uma publicação como a revista é muito
da Imigração Japonesa, o
lançamento da Revista OK
é um presente, não só para
os nikkeis, mas para o País.
Além da gama de notícias,
cidadãos de todas as idades
poderão aprender mais sobre as tradições japonesas,
e entender os hábitos e a
cultura do Japão, que vêm
se transformado, nos últimos anos, junto com a
globalização. Essas mudanças serão oportunamente
retratadas por esse grupo
competente, que vive e
acompanha essa metamorfose em seu dia-a-dia.
É sempre bom ver jovens
buscando ideais e atingindo
metas. Tenho a certeza de
que a Revista OK será um
sucesso e colaborará de maneira inestimável para o futuro da comunidade nikkei,
no Brasil e no Japão. Boa
sorte e parabéns!
Um grande abraço,
Gostaria de congratular os
integrantes da Revista OK
pelo novo empreendimento,
e ressaltar que é uma grande alegria para a comunidade nipo-brasileira poder contar com este veículo a partir
de 2008. Com alta qualidade informativa e visual, esta
revista, feita por jovens,
agregará muito ao nosso conhecimento, pois trará fatos
e reportagens captados por
um outro prisma: moderno
e atual.
Às vésperas do Centenário
ções nesta 1ª edição.
Somos uma empresa virtual
que lida com pessoas e são
nelas que buscamos aprimorar a excelência de atendimento e satisfazer suas necessidades através de comodidade, rapidez, segurança e qualidade de nossos
produtos e serviços.
Desejamos a todos da Revista OK muito sucesso e prosperidade, hoje e sempre!
Dr. Içami Tiba
médico psiquiatra,
escritor e palestrante
O conhecimento do que as
pessoas fazem facilita o relacionamento e a Revista
OK vem preencher justamente uma lacuna que se
abre hoje dentro da sociedade. Promove a integração e
a abertura de novos conhecimentos.
Há também uma melhora no
posicionamento sócio-político não só da comunidade
nipo-brasileira, como da população em geral. Parabenizo toda a equipe e os nikkeis,
pois todos nós ganhamos
com uma publicação de tamanho porte.
15
cidade
ESCOLA
DA
VIDA
A
Prefeitura de Campos do Jordão está
implementando em toda rede pública de
ensino o mais importante projeto educacional do Município. É a Escola da Vida, destinado aos 15 mil estudantes da cidade.
A Escola da Vida marca a revolução no ensino
público no município. O projeto é destinado a
todos os alunos desde a Educação Infantil até
o 9º ano das escolas da Rede Municipal.
Na Escola da Vida as aulas passam a ser de
período integral, das 8h20 às 17h, com refeições diárias. Além do ensino regular, o projeto
conta com atividades como: jogos educativos,
aulas de artes, esportes e iniciação profissional, tudo oferecido gratuitamente para os estudantes da rede pública.
O objetivo é que a Escola da Vida deva ser uma
extensão do lar, por isso, integra-se, a ela, a Escola da Família, amplamente difundido no município (saiba mais), com oficinas direcionadas aos
pais, como: Arte, Inglês, Espanhol, Informática,
Economia doméstica e outras. Para a atual administração, que junto com os profissionais da
Educação do Município desenvolveu o projeto, a
finalidade da Escola da Vida é contribuir para a
formação de novos cidadãos, descobrindo talentos, mantendo nas escolas crianças e jovens,
possibilitando, assim, novas oportunidades de
futuro. Todas as escolas da Rede Pública de Cam-
A revolução na Educação
em Campos do Jordão
pos do Jordão passam a contar gradativamente
com salas destinadas ao projeto Escola da Vida
desde o início de 2007.
Campanha de conscientização
sobre a Escola da Vida
Para esclarecer os pais dos alunos da rede, a
prefeitura Municipal durante todo o mês de
novembro disponibilizou profissionais da educação, em todas as escolas da rede, preparados para receber e orientar os pais de alunos,
tirando dúvidas e fazendo a reserva de vaga
para os filhos no Projeto Escola da Vida – 2008.
Objetivando esclarecer à comunidade, a atual
administração disponibilizou em todas as escolas da rede municipal banners e faixas
explicativas para ajudar na orientação dos pais
para que garantam a reserva de vagas para seus
filhos para o próximo ano letivo. Cartilhas lúdicas
foram distribuídas para todos os 15 mil alunos
da rede pública, durante o mês de novembro.
16
entrevista
Samurai moderno
CLÁUDIO AYABE
Os segredos do empresário que vendeu
30 mil livros em sua estréia como autor
Foto: Wilson Azuma
N
Como um filho de lavradores do norte do
Paraná se transformou em empresário,
palestrante e escritor de sucesso?
A exemplo de muitos nikkeis, vim de família
simples, de agricultores da região de Maringá.
Tive de lutar muito, trabalhando desde cedo
para poder estudar e ajudar meus pais com as
despesas. Os estudos, até a finalização da faculdade, e a busca por conhecimento em outros segmentos, sempre estiveram em primeiro lugar. Sem conhecimento não somos nada.
O mais importante é introduzi-lo na prática e,
não, ficar só na teoria.
Quando o bushidô entrou na sua vida?
Como foi esse encontro?
No início dos anos 90, passei por dificuldade
financeira, que me obrigou a refletir muito. Concluí que a causa de tudo era a falta de disciplina. Ganhava 100, mas gastava 200. A leitura
de um livro me introduziu ao mundo dos
samurais e ao bushido: O livro dos cinco anéis,
do Miamoto Musashi.
Como é o samurai moderno de uma cidade como São Paulo?
Embora tenha trocado as espadas pelo teclado e celular, o samurai moderno continua raci-
a noite de 29 de novembro, o empresário e autor literário Cláudio
Ayabe repete uma cena que vem se tornando comum nos últimos
meses. No auditório do instituto por ele criado, pergunta ao público
atento: “Vocês sabem quem foram os samurais?”. Desde que lançou o
livro Gambaru - O Poder do Esforço e da Perseverança (editora Clio), que
já vendeu 30 mil cópias, as palestras têm chamado a atenção de um
público cada vez mais heterogêneo, trazendo conceitos baseados nas
condutas do bushidô, o código samurai.
O autor nasceu em 1961, na cidade de Maringá. Foi bancário durante a
juventude e, aos 21 anos, descobriu a paixão pelas vendas. Sempre em
busca de conhecimento, graduou-se em ciências sociais e jurídicas e fez
pós-graduação em direito. Polivalente e singular, Ayabe conta os segredos do samurai moderno na entrevista a seguir.
onal e “frio”. O espírito guerreiro o faz concordar quando é certo concordar e contrariar quando é certo contrariar. Decidir o que precisa ser
decidido. Nunca deixa as coisas pela metade.
Você é também empresário. De que forma aplica os códigos samurais em sua
empresa?
Em nossa empresa prometemos aquilo que
podemos cumprir. Tanto para os colaborares
como para nossos contratantes. Valores, como
lealdade, cortesia e sinceridade, são praticados diariamente. Dessa forma, os resultados
aparecem naturalmente.
O que é preciso fazer para incorporar o
bushidô no cotidiano? É simples?
É possível, mas não é simples. Em nosso cotidiano é comum encontrarmos pessoas que valorizam mais o “jeitinho” do que o trabalho duro.
Muitos acham que sucesso é ficar rico da noite para o dia. Para incorporar o bushidô é preciso coragem. Em muitos casos, sobra conhe-
cimento e até competência, mas falta coragem.
Coragem para suportar situações que muitas
vezes parecem insuportáveis. Hoje, a luta acontece num ambiente competitivo sob forte pressão por resultados. A técnica do “coitadinho”
não funciona mais, já era.
O que aborda em suas palestras e qual é
o perfil do público?
Falo sobre os princípios e valores do bushidô.
Os participantes são pessoas interessadas na
cultura japonesa e na história dos samurais.
Boa parte são não-nikkeis.
Você criou uma entidade, o Instituto
Gambaru. O que faz e quais são seus objetivos?
O Instituto é formado por leitores do livro
Gambaru. Além de atividades sociais e
assistenciais, realizamos cursos e palestras
para o desenvolvimento humano.
Seu livro já vendeu 30 mil exemplares.
Qual é o segredo do sucesso?
É fazer coisas que possam ser úteis às pessoas. Pessoalmente, acredito que o sucesso está
na coragem de cada um fazer qualquer coisa
com amor.
17
OKids
As músicas que os baixinhos
ouvem no Japão estão na net
Meigas, encantadoras e divertidas, as músicas que os baixinhos do outro lado do mundo cantam
desde o berço estão na ponta da língua de milhares de nikkeis. Nada das pegajosas canções de
“pokemons” e “hamtaros”. O assunto desta matéria são as
melodias tradicionais, daquelas entoadas no colo da mãe,
aprendidas nas escolas e apresentadas nas várias festas
típicas. Quem freqüenta ou já passou por um nihongako – e
são muitos! –, com certeza lembra de algumas. No Brasil,
temos até mini-cantores do gênero, que lotam as categorias “tibiko” (equivalente ao “dente de leite” no futebol) nas
competições de karaokê. A Revista OK mostra onde encontrar letras, baixar arquivos e assistir a vídeos sobre o
assunto na internet. De brinde, a letra traduzida e em romanji de um dos hits da galerinha nikkei.
Viaje na net
Chegada da primavera
Saiba onde encontrar letras,
baixar e obter informações sobre
música infantil na Internet.
A OK apresenta uma das músicas mais conhecidas do repertório infantil japonês. Sucesso garantido nos karaokês: Haru ga Kita!
Haru ga Kita
Chegada da Primavera
www.mamalisa.com/world/japan.html
Sessão japonesa do site especializado em músicas infantis do mundo. O internauta pode ouvir várias canções e até salvar no computador.
Letras em japonês, romanji e inglês.
Haru ga kita
Haru ga kita
Doko ni kita?
Yama ni kita
Sato ni kita
No ni mo kita
A primavera chega
A primavera chega
Onde chega?
Chega à montanha
Chega à vila
Chega ao campo também
Hana ga saku
Hana ga saku
Doko ni saku?
Yama ni saku
Sato ni saku
No ni mo saku
A flor desabrocha
A flor desabrocha
Onde desabrocha?
Desabrocha na montanha
Desabrocha na vila
Desabrocha no campo também
Tori ga naku
Tori ga naku
Doko ni naku?
Yama ni naku
Sato ni naku
No ni mo naku
O pássaro chora
O pássaro chora
Onde chora?
Chora na montanha
Chora na vila
Chora no campo também
www.thejapanesepage.com/songs.htm
O site de variedades e cultura japonesa The
Japanese Page traz apenas quatro músicas,
mas vale pela popularíssima Momotaro-san,
canção inspirada na lenda do menino que nasceu em um pêssego.
Pode salvar no computador.
www.musicajaponesa.net
Página brasileiríssima que traz sessão “Música Infantil” com cerca de 50 letras. Destaque
para clássicos como Furusato, Koinobori,
Omocha no cha cha cha, Sakura e
Yuyakekoyake, este último com tradução.
Dica
Infantil made in Brazil
Em 2004, Camilo Carrara, conhecido por acompanhar músicos como Zizi Possi e Toquinho,
lançou o elogiadíssimo CD Canção do Sol Nascente, que traz arranjos de violão para algumas
das músicas infantis mais conhecidas do Ja-
pão, como Momiji, Natsu no ko e Aka tombo.
O álbum está disponível nos sites das livrarias
Cultura e Fenac e da Amazon.
Na página da gravadora Azul Music é possível
comprar as faixas individualmente.
Arquivo: Yuji Azuma
Encontre as letras e salve arquivos no computador
centenário
Foto: Wanderlei Celestino/SP Turismo
18
Overdose cultural e príncipe Naruhito
são atrações da festa do centenário no Anhembi
Maré vermelha e branca no Sambódromo
Por Wilson Azuma
O
s primeiros japoneses desembarcaram do navio em trajes simples, mas
impecáveis e simpáticos, para não
fazer feio na nova pátria. Mesmo terrivelmente desgastados, desceram, organizados, as escadas do Kasato Maru em direção às
cabeças curiosas no cais do porto de Santos.
Isso foi em 1908.
Nas décadas seguintes, milhares de filhos do
Sol Nascente fundaram colônias, inovaram na
agricultura, enviaram os jovens às melhores universidades e se espalharam por praticamente
todas as regiões, atividades e níveis sociais.
A saga nikkei tornou-se exemplo de adaptação
cultural de sucesso. É claro, nem sempre foi
um mar de rosas – vale lembrar os decretos de
Getúlio Vargas contra os inimigos do Eixo e a
caça aos “derrotistas” pela Shindo Renmei.
Mágoas passadas à parte, o fato é que, cem
anos após a chegada dos pioneiros, precisamente nos dias 21 e 22 de junho de 2008, parte dos cerca de 2 milhões de brasileiros des-
cendentes desses corajosos desbravadores
poderão pisar de cabeça erguida, novamente,
impecáveis e simpáticos, em solo sagrado
tupiniquim: a passarela do samba.
Nada mais simbólico do que celebrar a data na
apoteose à miscigenação de raças e povos.
Durante dois dias, o sambódromo do Anhembi
será o centro das atenções das comemorações
do centenário da imigração.
A programação inclui dezenas de shows artísticos e culturais, desfiles, fogos de artifício,
gastronomia e homenagens. A Casa Imperial,
inclusive, confirmou a presença do príncipe
Naruhito na cerimônia de abertura.
A festa, que promete ficar para a posteridade,
deve receber mais de 20 mil pessoas por dia.
Só acaba no final da tarde de domingo, com a
apresentação ainda não confirmada da pop star
Ivete Sangalo.
“Será uma festa para mostrar que os imigrantes e os descendentes estão, hoje, totalmente
integrados. Somos pessoas orgulhosas do que
conseguimos, com trabalho, paciência e dedicação aos estudos. Vamos mostrar o que os
nikkeis fizeram e continuam a fazer em prol do
Brasil”, destaca o coordenador da festa do Centenário, Elzo Sigueta.
Os eventos no sambódromo vão ser apenas a
cereja no bolo das festividades em São Paulo.
A Semana da Cultura Japonesa acontece nos
arredores, no teatro Elis Regina e no Centro de
Convenções do Anhembi, de 13 a 22 de junho,
com mais de 100 performances artísticas, exposições, oficinas, workshops, palestras e
mesas redondas.
Destaque para o Simpósio Brasil-Japão, painel
internacional que vai discutir a relação bilateral
e os principais temas globais.
Publicação oficial do Centenário, a Revista OK
obteve acesso ao projeto das comemorações
e conta em detalhes as novidades sobre a “maré
vermelha e branca”, que promete tomar conta
da capital paulista no sexto mês de 2008.
Quem é o príncipe que visitará o Brasil?
Reprodução
Nome Naruhito
Título Príncipe Hiro (Hiro-no-miya) / Príncipe herdeiro do Japão
Nascimento 23 de fevereiro de 1960 no Palácio Togu, em Tóquio
Pais Imperador Akihito e Imperatriz Michiko
Esposa Princesa Masako
Filhos Aiko/princesa Toshi (Toshi-no-Miya), hoje com 6anos
Graduação Bacharel e mestre em História pela Faculdade de Letras
da Universidade Gakushin
Foto: Yuji Azuma
C
om o planejamento a todo o vapor para
as comemorações dos 100 anos de imi
gração japonesa no Brasil, uma definição traz alento para fechar de vez a programação oficial. Em outubro, a Agência da Casa Imperial japonesa confirmou a vinda de um dos
herdeiros do trono japonês. Trata-se do príncipe Naruhito, filho mais velho do Imperador
Akihito e da Imperatriz Michiko.
Aos 47 anos, Naruhito já visitou Brasil em 1982
para estreitar relações com a comunidade. A
Casa Imperial ainda não deu mais detalhes sobre a visita, mas é praticamente certo que sua
esposa Masako, de 43 anos, não estará em terras brasileiras, por conta de uma depressão que
a afastou das atividades oficiais, além da distância entre os dois países.
Ainda de acordo com a nota oficial, o príncipe
japonês visitará o Brasil a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há alguns meses o
presidente reiterou mais uma vez, através de
uma carta-convite, para que algum membro da
Família Imperial visite o País em 2008. Em setembro, a ministra do Turismo, Marta Suplicy,
também reforçou o pedido ao próprio Naruhito,
quando visitou o Japão para promover o turismo brasileiro.
A notícia pegou todos de surpresa. Segundo
conversas com os próprios dirigentes do Centenário, bem como com o Consulado Geral do
Japão em São Paulo, a confirmação só viria
mesmo no começo do ano que vem, fato que
atrasaria o fechamento das programações oficias em São Paulo, Paraná e Brasília. Por outro
lado, oficiais japoneses visitaram as instalações
do Sambódromo do Anhembi no primeiro semestre deste ano para inspecionarem o local.
Com a confirmação, resta agora saber qual o itinerário a ser percorrido pelo príncipe no Brasil.
Oficialmente, o pedido feito para a Casa Imperial
era que os membros visitassem os estados de
São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Por outro
lado, estados como o Pará, Rio de Janeiro e Minas Gerais também reivindicaram a visita.
Reprodução
Príncipe Naruhito visitará o Brasil
nas comemorações do Centenário
19
Fotos: Divulgação
centenário
20
centenário
O complexo do Anhembi vai concentrar as principais atividades das comemorações do centenário
em São Paulo. A poucos metros do sambódromo, no teatro Elis Regina, será realizada a Semana
da Cultura Japonesa. Entre 13 e 22 de junho, o local vai abrigar 25 apresentações de música e
dança, aproximadamente 50 oficinas e workshops, além de mais de 50 palestras e mesas redondas. Dentre as atrações já confirmadas estão o grupo de taikô Wadaiko-sho, balé da comunidade
Yuba, Exposição de Artes Visuais e Concurso de Karaokê. Estão programados, ainda, mini-cursos
e demonstrações de origami, cerâmica, sumiê, shodô, haikai, soroban, mangá e anime.
O Museu Histórico levará para lá parte de seu acervo.
No teatro
Foto: Divulgação
Dia 13 Corte de fita da Semana da Cultura Japonesa, às 10h, e coquetel para 1200 convidados, às 19h.
Dia 14 Apresentações dos grupos Miwa Kai,
Seiha Hogaku e Wadaiko-sho. Dança social e
shows de música japonesa.
Dia 15 Festival Artístico Nipo-Brasileiro. Apresentações de Seiha Hogaku e Wadaiko-sho.
Dança social e shows de música japonesa.
Dia 16 Dança japonesa, Seiha Hogaku,
Wadaiko-sho, dança social e shows de música japonesa.
Dia 17 Shows de Guin Ken Shibu e Guin Ken
Shibu. Festival Okinawa.
Dia 18 Cerimônia aos falecidos e show musical da Universidade Paraíba
Dia 19 Shows de kagura, taikô e Ballet Yuba.
Dia 20 Show dos grupos Nitsuu, Koorai Waraku
e Yosakoi Soran.
Dia 21 Concurso de Karaokê (UPK) e shows do
gurpo Nitsuu.
Dia 22 Concurso de Karaokê (UPK).
Palácio de Convenções
Nas salas e auditórios
(hall nobre e hall lateral)
(exposições, apresentações e workshops)
Exposições e estandes de ikebana, bonsai, turismo, folclore, design japonês, shodô, quimono,
pinturas, esculturas, cerimônia do chá e cerâmica.
Mostras: Tanabata – Folclore Japonês; Mangá; Jardim Japonês com “cachoeira” e lago
com carpas douradas; Produtos industriais japoneses; Flores ornamentais; Fotos de imigrantes japoneses e atividades desenvolvidas; ExpoRobô; Imin-Sibyô; e Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.
Sala 1 Origami (dobradura)
Auditório 3 Shippô yaki (arte em cerâmica)
Sala 4 Sumiê (pintura tradicional)
Sala 5 Shodô (caligrafia) e haikai (poesia)
Auditório 8 Soroban e wasan (métodos matemáticos)
Auditório 9 Mangá (quadrinhos), anime
(audiovisual) e exposição do Museu Histórico
da Imigração Japonesa
Simpósio Brasil-Japão
O Simpósio promete levar aos participantes
palestras, workshops e debates sobre os principais temas da agenda bilateral. Já estão confirmadas as participações de palestrantes da
Petrobrás e Japan Oil, Gas and Metal National
Corporation, que falarão sobre energia.
Outros focos de debate são as áreas de habitação, saneamento, transporte, meio ambiente,
agricultura, comércio, comunicação, ensino universitário e nanotecnologia.
O Simpósio será organizado por entidades como
a Jica, Jetro, prefeitura de São Paulo e Fundação Japão. A abertura acontece na noite do dia
14, com um coquetel.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Teatro Elis Regina e Centro de Convenções
recebem Semana da Cultura Japonesa
centenário
21
Apoteose ao Brasil-Japão
O
Foto: André Schiriló
s dias de Japão no sambódromo do Anhembi estarão recheados
de apresentações artísticas e culturais, presenças imperiais (prín
cipe Naruhito confirmado), desfiles, momentos marcantes e o melhor da gastronomia japonesa. A
organização espera público de
aproximadamente 20 mil pessoas
por dia, mas há quem considere a
previsão conservadora. O programa deve sofrer mudanças até junho, mas algumas atrações, como
os grupos Taikô Okinawa, Tiger e
Yosakoi Saran, estão confirmadas.
Uma das novidades será a homenagem especial da esquadrilha da
fumaça. Para fechar a festa, a organização promete levar um artista de destaque nacional. Um dos
nomes cotados é o da pop star
Ivete Sangalo. Olha a maré vermelha e branca aí gente!
21 de junho
Foto: Alexandre Diniz/SP Turis
Pela manhã, o público é recepcionado por performances artístico-culturais. Por volta das 10h, acontece a abertura oficial. Durante todo o dia,
apresentam-se diversos grupos de dança e música, tradicionais e pop.
A partir das 15h, começa o Cerimonial, com as participações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do príncipe Naruhito. É nesse momento
que acontece o show especial da esquadrilha da fumaça. Um coral de
mil vozes encerra o Cerimonial. Às 18h, começa o desfile de 15 mil pessoas, que contará a história da imigração desde a chegada do Kasato
Maru até o fenômeno dekassegui.
22 de junho
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
A manhã oferece o melhor da cultura regional, com apresentações artísticas de diferentes províncias do Japão. A organização do Centenário
espera presença maciça dos jovens. Durante todo o dia, o público terá
shows de diferentes grupos de música e dança. O coral de mil vozes se
apresenta novamente à tarde. No final do dia, muita luz e cor na grandiosa sessão de hanabi (fogos de artifício tipicamente japonês). Um artista
ou banda de destaque nacional deve encerrar a “maré branca e vermelha”
no Anhembi, com um show que promete marcar para a posteridade o
mais importante aniversário da comunidade japonesa no Brasil.
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desbravando o Japão
PERDIDO NO JAPÃO
Aventuras de um nikkei
recém-chegado
ao arquipélago
Por Fabio Seiti Tikazawa*
H
á pouco mais de dois meses resolvi encarar as quase 30 horas de vôo para
descobrir os encantos da terra que fizeram milhares de nikkeis deixar o Brasil. A vontade de conhecer o país que deu origem à toda
minha família e a grande parte da minha formação cultural sempre existiu; e como ir apenas para fazer turismo era uma alternativa definitivamente descartada, o jeito foi partir para
trabalhar um tempo para pagar as despesas.
Assim começou minha aventura como
dekassegui no Japão.
Passada a fase do “o que eu estou fazendo
aqui?”, decidi colocar em prática meu objetivo
de conhecer ao máximo os lugares, as pessoas e as curiosidades desse lugar.
Nos primeiros dias já fui experimentar algumas das redes de fast food mais aclamadas
pelos brasileiros, como o Mos Burger, eleito o
melhor hambúrguer do Japão e o Yoshinoya,
que serve generosas tigelas de gyudon. No entanto, os detalhes e comentários acerca das
maravilhas gastronômicas e afins, deixarei para
uma outra oportunidade. Hoje relatarei a minha ida à Tóquio, no maior evento automotivo
do Japão, o Tokyo Motor Show.
Para poder ir ao evento, tive que contar com
duas doses de sorte: uma para calhar da minha folga cair no mesmo dia da folga do meu
primo (que viria de Shizuoka me buscar para
irmos juntos) e outra para ainda ter ingressos
à venda. Afinal, seria o último dia da exposição. Mas, o santo protetor dos dekasseguis
me deu uma força e nas primeiras horas do
domingo dia 11, seguimos rumo à Tóquio.
Já dentro do salão, vi uma infinidade de modelos e marcas de carros que se fosse para
comentar um a um, esta coluna viraria um romance do José de Alencar. Citarei apenas o
Gunma Ken, Tomioka – shi...
11:00hs da manhã de um domingo pós yakin...
Vamos ver no que vai dar...
modelo que mais me chamou a atenção, o
Pivo2 da Nissan, cujo design lembra o carrinho do Mario Kart na versão battle e as rodas
fazem um giro de 360 graus, nada melhor para
quem é um desastre em baliza como eu...
Mas, o mais interessante foi que não eram só
os automóveis que estavam chamando a atenção do público. Para ir num evento automotivo
apenas para babar pelos modelos futurísticos,
só quem é apaixonado por carros como os brasileiros. Os japoneses estavam mais preocupados em filmar e fotografar as expositoras dos
stands do que qualquer outra coisa e isso parecia algo já esperado, pois as modelos faziam
coreografias, acenavam para o público e posavam para fotos como se fossem popstars.
Após passarmos por todos os stands e tirarmos centenas de fotos, voltamos cada um para
a sua cidade. E assim foi minha primeira aventura no Japão, o primeiro de muitos passeios
que pretendo fazer nas minhas horas vagas e
relatarei numa próxima ocasião. Até a próxima. Jya mata.
Fábio Seiti Tikazawa é publicitário, aspirante
a redator, aprendiz de dekassegui e está
perdido no Japão há dois meses.
Contato: [email protected]
Foto: Wilson Azuma
gastronomia
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TEMPURÁ PORTOBELLO
com sal de chá verde
Petisco simples e rápido
para acompanhar sessões
de saquê e shochu
L
evado pelos portugueses durante a época das grandes navegações,
o bolinho frito conhecido como “têmpora” caiu no gosto dos moradores do arquipélago japonês. Lá, a iguaria ganhou nome próprio,
inúmeras variações e se espalhou pelo mundo. Saboroso, crocante e
relativamente leve, o tempurá é ideal para entradas e petiscos.
Em busca de um prato simples e criativo para servir a família e os amigos durante os happy hours caseiros, a Revista OK recorreu ao chef
Daisuke, do izakaya A1, barzinho típico freqüentado por executivos da
avenida Paulista. Sem rodeios, ele apresenta ao leitor os segredos de
um dos itens mais pedidos do cardápio: o TEMPURÁ DE COGUMELO
PORTOBELLO. Criação da casa, leva cerca de 15 minutos para ficar pronto. É perfeito para ser degustado entre uma dose e outra de saquê, ou,
para quem prefere algo mais forte: shochu, a “aguardente japonesa”.
24
gastronomia
Ingredientes
• Cogumelos portobello • Farinha de trigo • 1 ovo
• 2 xícaras de água gelada • Folhas de chá verde • Sal
Preparo
2ª etapa - Empanado
3ª etapa - Sal de chá verde
• Em uma travessa, bata o ovo.
• Adicione a água, que deve estar
gelada para o tempurá ficar crocante
após a fritura. Misture.
• Acrescente 2 xícaras de farinha de
trigo e mexa cuidadosamente. Deixe
a massa um pouco empelotada.
• Corte os cogumelos portobello em
cubos do tamanho de uma bocada.
• Passe-os levemente na farinha de
trigo e, em seguida, mergulhe na
massa.
• Frite em óleo quente (170ºC) - de 1
a 2 minutos – até a massa secar.
• Triture em pequenos flocos a quantidade que desejar de chá verde.
• Adicione sal
a gosto.
Misture.
• Salpique no
tempurá após
a fritura.
Foto: Wilson Azuma
1ª etapa - Massa
Os cogumelos são fungos sem gorduras e de
baixíssimo teor calórico. A variedade
Agaricus bisporus, mais conhecida como
portobello, é caracterizada pela textura firme,
suculência, maciez e sabor mais intenso que,
por exemplo, do champignon.
Cultura + gastronomia
O empanado de verduras e legumes conhecido
como “têmpora” era bastante popular entre os
portugueses no período das grandes navegações. O reino saía do atraso medieval e se aventurava pelo mundo, graças, principalmente, a
sua localização privilegiada, de braços abertos
ao Atlântico e rota de passagem para o mar
Mediterrâneo e África.
Os primeiros lusitanos chegaram à ilha de
Tanegashima em 1543, quase meio século depois de Pedro Álvares Cabral aportar em solo
brasileiro. Trocaram seda, prata e porcelana chinesas por lacas e biombos. A influência dos
novos amigos europeus atingiu o ápice na Era
Edo (1600-1867), quando o mix cultural se intensificou, principalmente na baía de Tóquio.
O famoso bolinho caiu nas graças dos japoneses. A partir daí, teve o nome adaptado para
“tempurá”, ganhou novas variações e foi incorporado de tal forma ao cotidiano que, hoje, é
disseminado em todo o mundo como um produto legítimo da terra dos samurais.
gastronomia
Saquê ou shochu para acompanhar?
O saquê e o shochu são as bebidas típicas mais populares do Japão. A primeira, e também mais
famosa, é resultado da fermentação do arroz. Leve e encorpada, é bastante difundida no Brasil,
podendo ser encontrada, inclusive, nas baladas e prateleiras de supermercado.
O shochu, por sua vez, tem despertado interesse cada vez maior. Destilado, é próprio para os
apreciadores em busca de opções etílicas mais fortes. Geralmente, é produzido com álcool de
batata-doce, arroz, cevada ou açúcar mascavo, mas pode derivar de outras fontes. Há até versões a base de mandioca. Para suavizar o gosto, a dica é misturar água gelada.
Escolha a melhor opção, prepare o Tempurá de Cogumelo Portobello e tenha uma ótima degustação!
Apelido
Processo
Teor alcoólico
Onde encontrar?
Marcas nacionais
SAQUÊ
“Bebida dos deuses”
Fermentação de arroz
15%
Lojas especializadas,
supermercados, restaurantes
e importadoras
Sakura e Tozan
SHOCHU
“Aguardente japonesa”
Destilação de batata-doce,
arroz, cevada, açúcar mascavo
e outras fontes
15% a 45%
Lojas especializadas,
restaurantes e importadoras
Não há
Azuma Kirin: versatilidade e sucesso em drinques sofisticados
Aprenda duas receitas fáceis para animar festas e reuniões
O saquê Azuma Kirin caiu no gosto dos brasileiros. Refinado e versátil, é cada vez mais usado
em festas, reuniões ou mesmo para um drinque
no fim da noite. Para o paladar brasileiro, caiu como
uma luva por ter um gosto refinado, sem contar
no ar luxuoso que o saquê conseguiu conquistar
no mercado brasileiro em tão pouco tempo.
Para unir ainda mais a integração Brasil-Japão,
a Indústria Agrícola Tozan – empresa pioneira
na fabricação de saquê japonês no Brasil – elaborou algumas receitas que podem ser preparadas pela grande maioria das pessoas. No verão,
os drinks são caracterizados pela suavidade e
trazem frutas frescas colhidos no dia ou misturados a outras bebidas, como no caso de “Ocean
Sunrise”, homenageando os visitantes ilustres
do País de Sol Nascente com um casamento do
Mundo Ocidental com o Oriental, através de uma
combinação de saquê Azuma Kirin, de tomate
Sweet Heart (Sol), de Cointreau, de Hipnotiq
(Azul), de Limão espremido e de Sal (Mar).
História
A Indústria Agrícola Tozan Ltda. (diretor-presidente Toru Iwasaki), a primeira indústria japonesa no Brasil, fundada em 15 de Novembro
de 1934, dentro da Fazenda Tozan, é a pioneira
na fabricação de saquê japonês na América
Latina e ainda é o líder do mercado, além de
fornecer todos os temperos tradicionais do país
do sol nascente, oriundos de Processos de Fermentação da Soja e/ou do Arroz Nipônico.
A Fazenda Tozan, por sua vez, faz parte da História do Brasil, tendo seu início em 1798 como
um “dote de sesmaria” concedido ao Floriano
de Camargo Penteado e aos seus primos, denominado a “Fazenda Ponte Alta” e foi adquirida pela Família Iwasaki em 1927, vivenciando
o ciclo de cana de açúcar e do café, com os
trabalhos dos escravos e dos imigrantes estrangeiros e sofrendo pelas conseqüências da
Revolução de 1932 e da Segunda Guerra Mundial ao longo de mais de 200 anos de sua existência na Região de Campinas.
Em 2003 foi inaugurada nova fábrica de saquê,
em local próximo à antiga, que já foi ampliada
em 2005, visando o crescente aumento de consumo deste produto pelo mercado brasileiro que
adotou a Caipirinha de Saquê (ou Saquepirinha)
como um dos Fashion Drinques, charmoso, saboroso e saudável, aprovado principalmente pelo
público feminino e pelos jovens.
RECEITAS
Samurai
Caipirinha de Sakê
1/3 de suco de seriguela
1/3 de licor de kiwi
1/3 de vodca
1/3 de sakê
Preparo: Agite todos os ingredientes em uma
coqueteleira e complete com soda.
1 limão com casca
1/2 colher de sopa rasa de açúcar
3 cubos de gelo
2 doses de sakê
Preparo: Coloque no copo o suco de limão e o
açúcar. Acrescente o gelo e o sakê. Misture tudo.
25
26
tokusatsu
O que é Tokusatsu?
Conheça a diferença entre sentai e live-action
Escrito pela equipe do portal tokusatsu.com.br
O
termo tokusatsu vem de “tokushu kouka
satsuei”, que significa, de uma forma
direta, “filme de efeitos especiais”. Ao
longo dos anos, tokusatsu se tornou uma definição para um gênero de produções live-action
japonesas (séries de ação com atores reais), e
ganhou vários tipos de categorias, definidas
pelo tipo de herói que o representa. Porém, nem
toda produção live-action japonesa é chamada de tokusatsu. As séries tokusatsu no Japão são feitas para todas as idades, algumas
mais infantis outras mais adultas, mas todas
trazendo mensagens de justiça, amizade, respeito, bondade e coragem.
Por aqui nós conhecemos muito bem essas
séries. Tivemos séries que fizeram muito sucesso como National Kid, Ultraman,
UltraSeven, Spectreman e os filmes de Godzilla.
nos anos 70. Mas sem sombra de dúvidas o
auge deste gênero aqui no nosso país foi no
final dos anos 80, que nos trouxe dois dos
maiores ícones da cultura pop Brasileira,
Jaspion e Changeman. Graças a essas séries
aconteceu uma grande “explosão” de lançamentos de tokusatsu no Brasil, como Jiraiya,
Black Kamen Rider, Cybercops, Lion Man,
Jiban, Winspector e os policiais do espaço,
Gavan, Sharivan e Shaider.
As principais produtoras destas séries no Japão
são a Toei Company, que é responsável pelas
categorias mais famosas de tokusatsu como
Super Sentai, Metal Hero e Kamen Rider, a
Tsuburaya Productions, dona de toda a família
Ultra e a Toho Co., que é a responsável pelos fil-
mes de Godzilla e outras séries como Cybercops.
Hoje existem algumas produtoras mais novas
como a Shochiku produtora da série Ryukendo.
Assim nasciam os Power Rangers
Desde 1993, sempre que estréia uma nova
série de Super Sentai (os esquadrões coloridos, como Changeman e Flashman) no Japão,
no ano seguinte é lançado uma versão americana da mesma série, onde eles aproveitam o
visual das séries, as cenas de ação e tudo mais
e trocam as cenas do atores nipônicos por atores norte americanos.
A franquia Power Rangers virou fenômeno
mundial e não parou mais. Não foi apenas o
gênero sentai que sofreu estas “mutilações”:
o gênero Kamen Rider (Black Kamen Rider) e
Metal Hero (Jaspion) também ganharam suas
versões americanizadas como VR Troopers, que
Tokusatsu Show
utilizou as séries Metalder, Spielvan e Shaider
como base, e Masked Rider que utilizou a série Kamen Rider Black RX, todas de grande
sucesso aqui no Brasil e outros países.
Existem também algumas outras séries que
foram usadas para serem adaptadas em versões americanas, tais como Jyuukou B-Fighter
(Beetleborgs) e Denkou Choujin Gridman (Super
Human Samurai). Por mais que sejam odiados
por alguns fãs de tokusatsu, estas séries fazem muito sucesso no Brasil e no resto do
mundo, inclusive no Japão! É importante saber que as empresas japonesas também lucram
bastante com esses tipos de série, e que fica
restrito apenas ao Japão ver as versões originais das séries com os direitos comprados por
empresas americanas. Aos fãs de outros
países, resta a Internet como alternativa para
continuar acompanhando as aventuras destes
heróis japoneses.
Há cerca de 2 meses, um programa inteiramente dedicado aos nossos Heróis nipônicos está no ar. É o Tokusatsu
show, uma parceria AllTV (www.alltv.com.br) e grupo
tokusatsu.com.br, exibido aos sábados, das 21 às 22hs.
Um bate papo descontraído entre fãs do gênero com total interatividade do publico através do Chat do programa. Não perca! Para quem quiser interagir com fãs de
Tokusatsu, acesse nosso fórum, fruto da fusão com o
portal TokuBrasil. O lugar onde se concentra o maior número de fãs de Tokusatsu no Brasil! Você pode acessar o
portal Tokusatsu.com.br através de dois endereços:
www.tokusatsu.com.br | www.tokubrasil.com
27
anime
Animês são exibidos no Brasil pela MTV
Desert Punk e Afro Samurai são as atrações da emissora
por: David Denis Lobão – Editor do Portal OhaYO!
A
MTV, mais conhecida como uma emis
sora musical, resolveu investir nos de
senhos animados neste ano. Depois de
estrear as animações nacionais Rockstar
Ghost e The Jorges, o canal estreou em outubro e novembro dois animês inéditos na televisão brasileira: Desert Punk e Afro Samurai.
A MTV italiana é mais conhecida pela tradição
de exibir desenhos japoneses, por lá já passaram animês Ranma ½ e Slam Dunk, por exemplo. Por aqui ainda não existem planos de outras animações serem exibidas. Mas as atuais
já trouxeram um bom retorno de mídia, sendo
amplamente elogiadas pelos grandes jornais
devido as suas qualidades técnicas.
O mundo de Desert Punk
Desert Punk, originalmente chamado de
Sunabôzo, nasceu como um mangá de
Masatoshi Usune, sendo publicado em 1997
na revista “Comic Beam”. O animê tem 24 episódios e conta a história de Kanta Mizuno, conhecido também como o “Rebelde do Deserto” (ou Desert Punk - daí o nome da série) que
vive no deserto de Kanto.
O protagonista tem fama de ser mercenário,
um jovem que sempre termina o que começa
e que usa distintas habilidades para fazê-lo (na
maioria das vezes são habilidades caseiras para
derrotar os seus inimigos).
As aventuras se passam em um mundo
destruído por causa de uma guerra mundial e
no ano de 3000, quando a humanidade vivia a
“Era da Escuridão”, já que a guerra tinha envolvido todo o mundo e grande parte da Terra
era um imenso deserto.
por Daniela Giovanniello
28
anime
O guerreiro de AFRO SAMURAI
Afro Samurai é uma série de mangás, criada
por Takashi Okazaki, publicada na revista de
Nou Nou Hau, em 1999, que foi adaptada para
animê em cinco episódios produzidos pelo estúdio japonês de animação Gonzo, a direção
ficou por conta de Fuminori Kizaki.
A história se passa em um Japão feudal e
futurístico, onde aquele que conseguir a
bandana simbólica de “número um” irá comandar o mundo. A forma de se tornar o “número
um” é matar o antigo “número um” para tomar
sua bandana. Porém, somente aquele que tiver a bandana de “número dois” tem direito de
desafiar o “número um”.
Quando criança, o personagem Afro teve seu
pai, que era o “número um” assassinado pelo
pistoleiro Justice, o antigo “número dois”, que
passou a ser o “número um”. Adulto, Afro
Samurai, é o atual “número dois” e viaja pelo
mundo em busca do atual “número um” para
vingar a morte do seu pai.
por Túlipe Helena
29
32
33
turismo
KKKK: Marco da colonização japonesa em Registro
Fotos: Divulgação
Monumento simboliza força de nipo-brasileiros na região do Vale do Ribeira
R
egistro pode ser considerada uma das
cidades com coração japonês. Afinal,
muitas famílias nipo-brasileiras vivem
por lá, sem contar nos eventos culturais ao longo do ano dedicados à cultura japonesa. Além
de toda essa gama, a parte cultural também
não fica para trás, trazendo atrações para turistas interessados em descobrir a importância dos nikkeis para a região.
Uma dessas vitrines de Registro é o monumento
KKKK. Vítima de um processo contínuo de deterioração, o marco da colonização japonesa foi
reconhecido como Patrimônio Cultural do Estado de São Paulo. O prédio do KKKK, construído
numa área de 3.000 metros quadrados em estilo arquitetônico inglês, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico - Condephat, em
1987, tornando-se de utilidade pública. Dez
anos depois, a restauração do prédio foi iniciada. Os antigos galpões cedem espaço a um
novo prédio, totalmente revitalizado.
O projeto prevê um complexo que servirá como
referência cultural agregando o Museu da Imigração Japonesa e um anfiteatro com capacidade para 250 pessoas.
As obras coordenadas pela Fundação Para o
Desenvolvimento da Educação do Estado de
São Paulo e executadas pela Prefeitura de Registro contaram com o aval financeiro do Governo do Estado. O vultuoso projeto sensibilizou, na época, o então governador do Estado,
Mário Covas, já falecido. O acervo do Museu
da Imigração Japonesa já conta com cerca de
50 peças catalogadas.
O material é proveniente de doações feitas pela
própria colônia, que reuniu roupas, utensílios,
ferramentas agrícolas e documentos históricos
que registram a presença dos primeiros imigrantes japoneses. Além da contribuição com o
acervo, a Associação Cultural Nipo-Brasileira,
também se mobilizou para viabilizar a conclusão da obra.
Situado à margem do Rio Ribeira de Iguape, o
KKKK está pronto para abrigar o mais novo Centro de Formação Continuada de Gestores da
Secretaria de Estado da Educação CENFORGEST. A restauração do KKKK é apenas uma parte do audacioso Projeto Parque
Beira Rio, onde pretende-se reurbanizar a área
em torno do leito do rio, entre a Rodovia Régis
Bittencourt - BR 116 até a Ponte da Ferroban,
oferecendo um verdadeiro complexo destinado a realização de atividades esportivas e de
lazer. Dentro de uma área arborizada, e com 150
mil metros quadrados, serão construídos
playground, pistas para jogging, ciclovias, pavilhão coberto para a realização de festas,
shows e exposições, além de quadras de futebol society, entre outros.
Está previsto, que toda a vegetação natural de
mata ciliar será revigorada, além de abrigar uma
pequena floresta de paus-mastro. “A idéia é integrar o rio à cidade. Com tudo isso, o município desenvolverá não só o potencial cultural,
social e esportivo, mas também estará investindo seguramente no turismo”.
Informações: Prefeitura de Registro
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diversão
Mundo Nikkei estréia em fevereiro no Brasil
Fotos: Divulgação
longa-metragem que sintetiza as relações nipo-brasileiras
já foi visto por 4 mil pessoas no Japão
M
aior projeto audiovisual alusivo ao
centenário da imigração, o documentário Mundo Nikkei – os brasileiros
do outro lado do mundo chega ao Brasil em
fevereiro. Os locais de exibição ainda não estão
definidos, mas já estão sendo fechados acordos
com redes de cinemas e cineclubes digitais. O
filme terá um ano bem agitado, com participações em diversos eventos comemorativos.
A produção é do casal Vera e Yuri Sanada. Exdekasseguis, eles moraram durante nove anos
a bordo de um veleiro e, hoje, comandam uma
famosa empresa ligada ao turismo de aventura. “Fomos dekasseguis. Assim, mostrar o Japão atual para os brasileiros, descendentes ou
não, e mesmo para os japoneses imigrantes que
nunca mais voltaram, sempre foi um desejo
nosso”, destaca Vera, que complementa. “É
também um retrato da sociedade brasileira no
Japão, questiona sobre o futuro da relação entre as duas nações”, acrescenta.
As gravações tiveram início em abril de 2006,
quando o casal viajou pelo arquipélago, partindo de Hokkaido, ao norte, passando por diversas comunidades dekassegui, até chegar a
Okinawa, no extremo sul. No meio do caminho, o filme mostra belezas, como as ruínas
submersas de Kaitei Iseki, na ilha Yonaguni, e
até curiosidades, caso da rua com um nome
bem tupiniquim: Mauro Zalloti Gibo. No Brasil,
a equipe rodou em locais como São Paulo,
Paraná, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Mundo Nikkei já foi exibido em seis cidades
durante o Nipo Cine Brasil, mostra realizada em
2007 nas cidades de Ueda, Hamamatsu,
Komaki, Oizumi, Suzuka e Higa. Houve sessões
ainda em universidades, empresas e até na embaixada brasileira. Mais de 4 mil pessoas já assistiram antes mesmo de estrear no País.
Destaque também para a trilha sonora repleta
de taikô, interpretada por músicos do grupo
Ishindaiko, de Londrina.
O leitor pode conferir o trailer no Youtube. Basta digitar “Mundo Nikkei – os brasileiros do
outro lado do mundo” no buscador.
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