GUIA DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS

Transcrição

GUIA DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS
WORLD LEARNING
PROGRAMA DE REFORÇO DO SECTOR DAS ONG’s EM
ANGOLA - EYE KUTOLOKA
GUIA PRÁTICO DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS
PARA AS ONG’S
Luanda, Setembro de 2014
AGRADECIMENTOS
Este guia foi possível graças ao financiamento da Agência dos Estados Unidos para o
Desenvolvimento Internacional (USAID), pelo que a World Learning agradece o valioso
apoio que esta Instituição tem prestado a generalidade do seu programa de reforço da
sociedade civil em Angola.
Os agradecimentos são extensivos aos membros da equipa do Programa de Reforço em
termos de pesquisa e redacção.
Fern Teodoro
Representante
World Learning-Angola
1
World Learning, Eye Kutoloka Projecto, GUIA PRÁTICO DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS PARA AS ONG’S
FICHA TÉCNICA
Título:
Guia Prático de Captação de Fundos para as ONG’s
Elaborado por:
World Learning-Angola
Av. 21 de Janeiro, n.º 217, Bº Morro Bento, Belas, Luanda
Responsável: Fern Teodoro
Tel.: (+244) 923 721 601
E-mail: [email protected]
Equipa Técnica:
NOME
Fern Teodoro
Paulo Máquina
Carlos Aragão
Manuel Tomás
Naturino dos
Santos
Amarante Kapusso
Jerónimo
Pongolola
FUNÇÃO
Coordenadora
Redactor
Revisor
Revisor
Revisor
TELEFONE
912 221 225
939 217 027
940 089 982
923 454 391
948 011 214
E-MAIL
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[email protected]
Revisor
Revisor
925 305 362
923 910 238
[email protected]
[email protected]
2
World Learning, Eye Kutoloka Projecto, GUIA PRÁTICO DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS PARA AS ONG’S
INDICE
INTRODUÇÃO
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1. CONTEXTO DA CAPTAÇÃO DE FUNDOS PARA AS ONG’S
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1.1. Cenário actual das principais fontes de financiamento
1.2. Razões da captação de fundos
1.3. Tendências Futuras
2. GOVERNAÇÃO E GESTÃO ORGANIZACIONAL
07
2.1. Papel da Equipa Executiva no processo de captação de fundos
2.2. Papel dos Órgãos Sociais no processo de captação de fundos
2.3. Dicas importantes a ter em conta no processo de captação de fundos
3. ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS
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4. FLUXOGRAMA DA CAPTAÇÃO DE FUNDOS
11
CONCLUSÃO
12
BIBLIOGRAFIA
13
ANEXO
12
3
World Learning, Eye Kutoloka Projecto, GUIA PRÁTICO DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS PARA AS ONG’S
INTRODUÇÃO
O que conquista um parceiro, um potencial financiador é o
sucesso. Vender miséria ou problemas da organização não
atrai recursos, pelo contrário, afasta-os1.
Para efeitos do presente Guia, Captação de Fundos é entendido como o processo de
geração de recursos financeiros de maneira contínua para manter as acções das ONG’s.
Actualmente, a captação de fundos é um dos maiores desafios vivido pelas ONG’s, fruto
da progressiva redução de fundos externos verificados nos últimos anos. É neste âmbito
que surgiu a necessidade de elaborar o presente guia, cujo objectivo é “Reforçar a
capacidade das ONG’s no domínio das estratégias de captação de fundos necessários à
manutenção das suas actividades”.
É um documento que se destina às ONG’s do Programa de Reforço do Sector da
Sociedade Civil (Eye Kutoloka), mas o seu conteúdo pode ser adoptado por outras
organizações do terceiro sector. Obviamente, caberá a cada uma das ONG’s decidir a que
fontes recorrer, de acordo com a sua visão, missão, estratégias e oprtunidades
existentes.
Está estruturado em quatro pontos principais. O primeiro faz uma contextualização do
cenário actual das fontes de financiamento existentes para os projectos sociais
implementados pelas ONG’s. O segundo, discute os papéis da direcção executiva e dos
órgãos sociais no processo de captação de fundos, enquanto o terceiro refere-se a
algumas estratégias, o quarto apresenta o fluxograma de captação de fundos. Em anexo,
apresenta-se um directório de fontes de financiamento, baseado na lista elaborada pela
World Learning, no âmbito do estudo sobre fundos.
Este guia pode ajudar a orientar as ONG’s no processo de captação de fundos, criando
capacidade interna para fazer face a sua escassez. Poderão ainda identificar e aproveitar
as oportunidades e alternativas de financiamento existentes e adoptar as melhores
estratégias possíveis.
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Adaptado de Ricardo Falcão – Palestra sobre Fontes de Financiamento e Estratégias para a Captação de Recursos.
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1. CONTEXTO DA CAPTAÇÃO DE FUNDOS PARA AS ONG’s
O contexto actual das fontes de financiamento em Angola para as ONG’s é caracterizado
por uma progressiva redução de fundos. A retirada progressiva do país de ONG’s
internacionais e agências de desenvolvimento, em decorrência da crise financeira
mundial, do facto de Angola se ter candidatado ao estatuto de país de “renda média”, da
dificuldade de aceder a fundos governamentais e da fraca capacidade das ONG’s gerarem
fundos próprios, têm sido apontados como factores que contribuem para esta situação.
Este cenário reforça a necessidade urgente de um maior conhecimento das fontes de
financiamento, bem como seus critérios e estratégias de acesso. Entretanto, as ONG’s
precisam aprimorar os processos de trabalho para se adaptarem ao contexto caso
queiram manter as suas actividades.
1.1. Principais Fontes de Financiamento
Um estudo desenvolvido pela World Learning em 2011 identificou três (3) principais
fontes de financiamento das ONG’s, nomeadamente:
Sector
Público
Sector
Privado
ONG’s e
Agências de
Desenvolvi
mento
1.2. Razões da captação de fundos
As razões que estão na base da necessidade de captação de fundos para as ONG’s têm
como pergunta chave: porquê as ONG’s precisam captar fundos?
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Compromisso
social
• A importância da captação de fundos é intrínseca à necessidade de
responder à mitigação dos problemas sociais.
Natureza das
Actividades
• A natureza privada e sem fins lucrativos das suas actividades faz com
que elas dependam de financiamentos de terceiros para se manterem.
Escassez de
fundos
• Tal como já aqui foi referido, há uma progressiva redução de fontes de
financiamento para as actividades das ONG’s, por isso, a procura
constante de fundos torna-se uma tarefa fundamental destas
organizações.
1.3. Tendências Futuras
Parte do pressuposto que
as organizações sociais
carecem de conteúdo de
administração moderna
para que estruturem
processos gerenciais e
consigam atingir resultados
mais eficazes como
vantagens competitivas na
busca por financiamento e
sustentabilidade financeira
(Carla G. dos Santos, Julho
de 2014).
Visibilidade
Impõe-se como premissa da
Prestação de Contas,
situando-se no centro das
relações entre as ONG’s e a
sociedade. Implica uma cultura
de responder antes de
surgirem perguntas, porque as
dúvidas afectam a reputação e,
consequentemente, a
confiança e a credibilidade. O
grande desafio é o de criar
parâmetros para demonstrar
publicamente as acções de
forma ética, transparente e
participativa, permitindo
ampliar as bases de apoio e a
legitimidade.
Profissionalismo
Transparência
Perspectivam-se as seguintes tendências no nível de exigência para o acesso às fontes de
financiamento:
Face ao aumento da
visibilidade das suas
acções, cresce também a
pressão social sobre a
ONG, baseada numa visão
crítica, por vezes, gerando
desconfiança. Por isso,
tornar públicos os seus
actos pode mostrar um alto
grau de confiabilidade e
credibilidade. É baseado
nisto que os potenciais
financiadores, sobretudo do
sector privado, fazem
investimentos sociais que
constituam uma “mais-valia”
para a sua marca.
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2. GOVERNAÇÃO E GESTÃO ORGANIZACIONAL
É cada vez mais crescente a necessidade de profissionalização das ONG’s, pois, muitas delas
surgiram apenas com sentimentos de altruísmo e boa vontade, mas sem responsabilidade pelo
desempenho e pelos resultados. No contexto actual, a busca por financiamento não passa por
apresentar uma lista de necessidades, mas sim de resultados ou daquilo que a organização sabe fazer
com distinção no mercado. Trata-se de processos de gestão interna das ONG’s e seus mecanismos
de governação.
2.1. Papel da Direcção Executiva
A Direcção Executiva é o órgão responsável pela gestão da organização e tem como
responsabilidade principal elaborar e implementar todos os processos operacionais da
organização para o alcance dos resultados previstos. Isso requer ter junto de si uma
equipa com capacidade para desenvolver as acções com eficiência e qualidade
necessárias.
Além disso, a Direcção Executiva é responsável pela criação de uma boa imagem e
capacidade técnica para atrair fundos. As ONG’s que agregarem capacidade técnica à sua
boa imagem e, por consequência, apresentarem boas propostas de projectos terão
maiores probabilidades de atrair e captar fundos.
A capacidade requerida para tornar a ONG competitiva passa necessariamente pela
existência de sistemas de gestão e pessoal qualificado nos domínios dos Recursos
Humanos, da Monitoria e Avaliação de Projectos, da Gestão Financeira e do Marketing e
Imagem.
2.2.Papel dos Órgãos Sociais
Dentre os órgãos sociais que compõem as
ONG’s, o Conselho de Direcção é aquele
sobre
o
qual
recaem
também
responsabilidades directas de captação de
fundos, entre outras, tal como se pode ver
na figura ao lado. Como se pode observar,
faz parte das tarefas dos órgãos sociais
investir no futuro da organização,
ajudando a captar fundos e a construir uma
boa imagem da organização.
Supervisão
da Direcção
Executiva
Lobbying e
angariação
de fundos
Promoção da
imagem da
organização
2.3.Dicas importantes
É importante fazer com que os financiadores se sintam parte integrante e activa do
trabalho desenvolvido pela organização. A seguir, apresentam-se algumas dicas
importantes a ter em conta no processo de captação de fundos:
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 Captar fundos não implica apenas obter dinheiro, mas também estabelecer e gerir
relacionamentos com pessoas e organizações que podem ter interesse na ONG;
 Algumas vezes as organizações precisam, em primeiro lugar, sensibilizar as pessoas
em torno das causas que defendem e transformá-las em causas da sociedade.
 As pessoas não doam fundos sem que haja alguma razão. É necessário convencê-las
da necessidade de doarem e demonstrar que os fundos foram devidamente
aplicados;
 Todos os momentos são oportunos para captar fundos. Solicite sempre que estiver
diante de um potencial financiador, apresentando a sua organização e o seu plano;
 Captar fundos exige tempo, persistência, planificação e capacidade. Inicie uma
campanha de captação de fundos antes que surja uma necessidade;
 Os financiadores ou potenciais financiadores são “clientes” das ONG’s. Nenhum
“negócio” tem êxito se trata os seus clientes como se eles tivessem a obrigação de
comprar seus produtos ou serviços.
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3. ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS
As estratégias de captação de fundos abaixo descritas só terão relevância se as
organizações tiverem reunido forte imagem e uma equipa com capacidade técnica para
implementá-las. As estratégias de captação de fundos devem ser aplicadas de acordo
com o tipo de fontes:
ESTRATÉGIA
Pesquisa sobre
fontes de
financiamento
DESCRIÇÃO
Hoje a sustentabilidade das ONG’s depende cada vez mais da habilidade de
estabelecer relacionamentos com indivíduos e organizações de todos os
sectores da sociedade. Por isso, as ONG’s devem mobilizar diversos
organismos nacionais e internacionais, Governos, empresas e pessoas
singulares. Para tal, precisam conhecer os potenciais financiadores que
existem e os tipos de retornos que eles procuram. Isto requer um
exaustivo e reiterado trabalho de investigação.
Criar e actualizar
periodicamente um
Directório de
Potenciais
Financiadores
Elaborar um Directório de Potenciais Financiadores onde constam o
endereço e contactos, tipos de acções que apoia, modalidades de apoio e
tipo de retorno a receber, entre outros, permite escolher o financiador
cujo histórico, missão e valores estejam mais alinhados com os princípios
da ONG. Por isso, é importante criar e actualizar um arquivo com os dados
dos financiadores, o histórico dos seus financiamentos e as formas como
eles preferem colaborar. De lembrar que estes dados devem ser
actualizadas constantemente.
Leitura de manuais
e Cadernos de
Encargos
Elaborar um projecto é como desenhar um produto suficientemente
atractivo para convencer o financiador a comprá-lo. É uma arte que muitos
profissionais das ONG’s devem dominar, pois, com os projectos estão a
propor um investimento, cujo retorno deve ser valioso para o financiador.
Para tal, devem ler e interpretar correctamente os cadernos de encargos
(quando existem) e os manuais de elaboração de projectos.
Comunicação
institucional
Comunicação é extremamente importante no processo de captação de
fundos. Por isso, cada ONG deve ter uma estratégia de comunicação
estruturada e forte para passar uma mensagem positiva aos parceiros e
financiadores. A organização divulga os seu trabalho, resultados, sucessos
e também suas necessidades. Pode usar vários meios para alcançar este
objectivo:
 Redes sociais on-line: a ONG cria uma página nas diferentes redes
sociais, como Facebook, Linkedin, blogs, sites, entre outros. É uma boa
estratégia para fazer-se conhecer e vender seus produtos e serviços a
potenciais financiadores.
 Construção de comunidades on-line: trata-se de juntar um grupo de
indivíduos com interesses comuns que trocam experiências e
informações nas redes sociais. Apesar de não ser prática entre nós, ela
pode ser adoptada e dar bons resultados.
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 Publicidade através da internet: usar este meio para transmitir a
mensagem da ONG para o público em geral é uma estratégia que toda
ONG devia adoptar. O propósito vai determinar o conteúdo da
campanha de publicidade.
Construção de
relacionamentos
duradouros com
financiadores
É importante que as ONG’s olhem para os financiadores como parceiros,
através dos quais se possa garantir a própria sustentabilidade institucional.
Por isso, devem construir uma parceria de longo prazo. Habitue-se a enviar
regulamente relatórios da sua actividade a potenciais ou ex-financiadores.
Por outro lado, convites para participação em actividades também se
revelam importantes.
Parcerias com o
Sector Público
Apesar de muito burocrático nos seus trâmites, é um recurso cada vez
mais disponível, quer através da descentralização de serviços básicos2
(pode ser alternativa viável no futuro), quer através da aquisição do
estatuto de utilidade pública. Entretanto, as ONG’s são aconselhadas a:
 Avaliar se o acesso aos fundos públicos vai de encontro a sua missão e
não limita a sua autonomia de acção;
 Estudar programas onde o governo está a deixar lacunas que a ONG
pode preencher;
 Escolher programas que estão livres de interesses políticos dos
partidos;
 Começar por estabelecer parcerias com o governo local
(Administrações Municipais e Governos Provinciais);
 Optar por co-financiamentos e nunca depender 100% de fundos
governamentais.
Parcerias com o
Sector Privado
É importante que a ONG identifique o que pode oferecer às empresas e
demonstrar como pode alcançar o público com o nome da empresa, a
baixo custo. As empresas podem:




Patrocinar eventos e participar deles;
Financiar projectos no âmbito da Responsabilidade Social Corporativa;
Fazer contribuição em espécie;
Disponibilizar tempo e conhecimento especializado em forma de
voluntariado;
 Terceirizar serviços, sobretudo ligados à sensibilização das
comunidades.
Campanhas anuais
de angariação de
fundos
É uma maneira de mobilizar as pessoas em torno da ONG e da sua causa.
Ainda não constitui prática das ONG’s angolanas aproveitarem o final do
ano, o espírito natalício e de outras efemérides para captar fundos.
Promover eventos de moda, almoços, concertos, eventos desportivos e
culturais, feiras, entre outros, são bons exemplos destas campanhas.
Empreendedorismo Enfatiza a criatividade para fornecer produtos e serviços que possibilitem a
social
melhoria das condições de vida das pessoas envolvidas e beneficiadas. As
Quando a Administração Pública é descentralizada, alguns serviços, como a Sensibilização na implementação de
programas governamentais ou a preservação de equipamentos sociais podem ser negociados para serem implementados
pelas ONG’s.
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2
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actividades empreendedoras poder se ao mesmo lucrativas e sociais (nãolucrativas). Por exemplo, um programa de formação profissional que inova
nos seus produtos e vende-os para arrecadar receitas para a ONG ou para
os grupos vulneráveis apoiados pelo projecto. A ONG pode, inclusive
promover eventos para vender estes produtos ou serviços, contanto que
as receitas arrecadadas se revertam para as causas sociais e não para fins
pessoais.

Outras ideias…
4. FLUXOGRAMA DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS
As ONG’s precisam de informação sobre os fundos existentes e potenciais financiadores.
Por isso, devem fazer pesquisas para conseguir as referidas informações. Precisam ter
uma imagem forte para atrair fundos para a organização. Uma boa imagem pode levar
anos a ser construída ou ser perdida instantaneamente. Quando a imagem da ONG
transmite confiança, principalmente pela aplicação de boas práticas de governação, o
seu valor no mercado aumenta. É caso para dizer que uma boa imagem pode valer
“milhões” à ONG.
É, sobretudo a criação de capacidade técnica da organização, o ponto mais alto do
processo de captação de fundos. Apenas uma equipa motivada e com capacidade pode
buscar informação necessária com qualidade, construir uma imagem organizacional
sustentável através do seu trabalho. A seguir, o fluxograma de captação de fundos:
Informação
Imagem
forte
Capacidade
Técnica
M aior
probabilidade
de captar
fundos
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CONCLUSÃO
Um potencial financiador é aquele que tem condições para apoiar determinado projecto
por possuir recursos e sentir-se motivado para financiar e, para efeitos de captação de
fundos devem ser vistos como “clientes” das ONG’s. Por isso, para atrair um potencial
financiador, as ONG’s deverão ser capazes de combinar os seguintes elementos:
 Procurar informação sobre potenciais financiadores, áreas de apoio e retornos
que esperam receber;
 Esforçar-se por criar e manter uma boa imagem junto dos Stakeholders
(interessados), capaz de transmitir confiança, principalmente pela aplicação de
boas práticas de governação;
 Manter na organização uma equipa com capacidade técnica para implementar as
estratégias de captação de fundos, bem como elaborar e implementar propostas
de projectos dentro dos pressupostos técnicos exigidos;
 Revitalizar os órgãos sociais para que funcionem e exerçam os papéis que lhes
está reservado, no âmbito da construção da imagem credível juntos dos
potenciais financiadores, parceiros e sociedade em geral.
Portanto, os conteúdos aqui apresentados devem servir apenas de ponto de partida no
processo de captação de fundos, pois, cada ONG, com a sua criatividade pode
aperfeiçoar e aprofundar este material, através da pesquisa e da sua prática institucional.
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World Learning, Eye Kutoloka Projecto, GUIA PRÁTICO DE CAPTAÇÃO DE FUNDOS PARA AS ONG’S
BIBLIOGRAFIA
1. AAVV. Captação de Recursos: Da Teoria à Prática, São Paulo, Dezembro de 2002.
2. Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG). ONG’s:
Repensando sua prática de Gestão, Maxprint Editora e Gráfica Ltda, Julho de 2007.
3. CALFAT, Sylvia e GOLDSCHMIDT Andreia. Manual de Captação de Recursos, s/l e
s/d.
4. World Learning. Relatório de Estudo sobre o Estado das ONG’s Angolanas. Março de
2011.
5. World Learning. Relatório do Workshop sobre Governação nas ONG’s, Luanda, 11 a
13 de Fevereiro de 2014.
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