eis a prática - Mendel Vilas

Transcrição

eis a prática - Mendel Vilas
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Palavra
(O Teatro Mágico)
Tenho que escolher a mais bonita
Para poder dizer coisas do coração
Da letra e de quem lê
Toda palavra escrita, rabiscada
No joelho, guardanapo ou chão
Ponto, pula linha, travessão
E a palavra vem
Pequena
Querendo se esconder no silêncio,
Querendo se fazer de oração,
Baixinha com altura da intenção,
Na insegurança
Vírgula, parênteses, exclamação
Ponto, pula linha, travessão
E a palavra vem
Vem sozinha
Que a minha frase invento pra te convencer
Vem sozinha
Se o texto é curto, aumento pra te
convencer
Palavra
Simples como qualquer palavra
Que eu já não precise falar
Simples como qualquer palavra
Que de algum modo eu pude mostrar
Simples como qualquer palavra
Como qualquer palavra
Disponível em: http://oteatromagicooficial.tumblr.com/
Caro(a) aluno(a),
O nosso estudo sobre a língua Portuguesa não se restringe apenas ao reconhecimento
normativo das palavras; a nossa tarefa vai além disso: é procurar não só saber manejar
bem as palavras como também explorar outras formas de expressão em prol do nosso maior
objetivo: comunicar-se bem. E isso só é possível quando dominamos o nosso idioma. Podem
contar comigo nessa doce e árdua tarefa!
Um abraço carinhoso,
Prof. Helena Pabst
1
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
1. LINGUAGEM
O que é linguagem? Qual a importância dela para a sociedade? Sem linguagem, pode-se dizer
que o homem não é humano. Para exemplificar isso, leia a história de duas meninas que foram
criadas por lobos:
Meninas Lobas
Na Índia, onde os casos de meninos lobos foram relativamente numerosos, descobriram-se, em
1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um
ano e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Pouco
tinham de humano, e o seu comportamento era semelhante àquele dos seus irmãos lobos.
Elas caminhavam de quatro, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos
trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos.
Eram incapazes de permanecer em pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e
bebiam como os animais, lançando a cabeça para a frente e lambendo os líquidos. Na instituição
onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra; eram ativas e
ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choravam ou riam.
Kamala viveu oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela
necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de
50 palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Ela chorou pela primeira vez por
ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela e às outras com
as quais conviveu. A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se com outros por gestos inicialmente e,
depois por palavras de um vocabulário rudimentar, apreendendo a executar ordens simples.
As meninas Kamala e Amala foram abandonadas e viveram em isolamento — o que foi muito
comum numa certa época na Índia, devido aos problemas sociais e econômicos de ampla maioria da
população. A situação de viver com os lobos, se, por um lado, salvou-as da morte, de outro, as
desumanizou, no sentido de que tinham não só deficiências nos sentidos e nos movimentos do
corpo, mas tinham, principalmente, dificuldade nas relações com as pessoas e com o ambiente.
1.1 HUMANIDADE E LINGUAGEM
A história de Kamala e Amala exemplifica como várias de nossas capacidades (algumas das
quais mesmo tidas como "naturais" ao homem, como caminhar de pé) só são desenvolvidas graças
ao contato com outros seres humanos. Pelo fato de as duas meninas terem vivido com lobos, não
aprenderam a falar, a usar objetos culturais (utensílios, por exemplo) e a desenvolver o pensamento
lógico. O desenvolvimento humano e o pensamento estão inter-relacionados com a linguagem.
Realizar tarefas do cotidiano, planejar ações futuras e pensar sobre acontecimentos do passado
são atos humanos constituídos pela linguagem e na linguagem. Emocionar-se ao ler um poema,
identificar-se com uma personagem de ficção, gostar das cores e formas de uma pintura, fechar os
olhos e retomar lembranças a partir da audição de uma música são atos humanos atravessados pela
linguagem.
Nesse sentido, é possível afirmar que nos tornamos humanos na convivência social, por meio da
qual não apenas sobrevivemos fisicamente (satisfação da fome, abrigo, integridade física), mas
também, psicologicamente, o que significa, proteção, segurança, afeto, conhecimentos etc. É no
mundo da cultura que interagimos com o outro, construímos nossa identidade pessoal, social e
desenvolvemos a linguagem.
Enfim, a linguagem como interação pressupõe construção entre sujeitos que agem, por meio da
própria linguagem. Você sabia que a palavra "texto", na sua origem está relacionada à ideia de
tessitura ou tecido? Pensando em tudo que leu até aqui, analise o desenho a seguir, procurando
compará-lo com a concepção de linguagem como interação social.
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/linguagem-o-que-e-e-seu-papel-na-humanidade.htm
1.2 TIPOS DE LINGUAGEM
A) Linguagem verbal: é aquela que utiliza a palavra escrita ou falada para estabelecer a
comunicação. Um poema, uma conversa com os amigos são exemplos de linguagem verbal.
2
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Exemplo:
Poesia
Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Carlos Drummond de Andrade
B) Linguagem não verbal: utiliza os gestos, os sons, os símbolos e os ícones para promover a
comunicação (linguagens gestual, sonora, iconográfica, cromática etc.). Uma pintura, o semáforo,
uma placa de trânsito, as expressões fisionômicas são exemplos de linguagem não verbal.
Observe:
Disponível em: https://osensodobomsenso.files.wordpress.com/2015/04/nao_verbal.jpg
C) Linguagem mista: é aquela que simultaneamente utiliza a linguagem verbal e a não verbal. Uma
história em quadrinhos ou um cartaz de publicidade são exemplos de linguagem mista. Exemplo:
Disponível em: http://www.juniao.com.br/chargecartum/
3
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
2. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO E FUNÇÕES DE LINGUAGEM
Quando perguntamos a alguém por que usa determinado aparelho, como um celular, ele sabe
explicar qual razão levou à escolha daquele objeto e não outro. Certamente, explicará as
características mais úteis e suas funções: comunicar-se por voz, enviar e receber mensagens de
texto, acessar a internet e outras funções.
O principal objetivo da linguagem é a transmissão de uma informação a um ou a vários
indivíduos; contudo, as mensagens que enviamos podem ter funções mais específicas de acordo
com a nossa intenção comunicativa. O que pretende um indivíduo quando pergunta a outro “Tudo
bem?”? Pode ser seu desejo apenas cumprimentar seu interlocutor de modo informal ou obter
informações mais complexas.
Antes de analisar as funções da linguagem, cabe observarmos os elementos da comunicação,
propostos por Roman Jakobson:
O emissor (remetente, locutor, enunciador) é aquele que emite a mensagem; pode ser um
indivíduo ou um grupo. A mensagem é o objeto da comunicação e é constituída pelo conteúdo das
informações. O canal é a via de circulação da mensagem (voz, ondas sonoras, uma folha de papel,
um blog, um livro). O código é o conjunto de signos e as combinações de usos desses signos (a
língua portuguesa, por exemplo). O referente é constituído pelo contexto, pela situação e pelos
objetos aos quais a mensagem está relacionada. Por fim, o receptor (destinatário, interlocutor,
enunciatário) é aquele que recebe a mensagem.
Roman Jakobson identificou seis funções da linguagem, correspondentes a cada um dos seis
elementos: emotiva, poética, fática, metalinguística, referencial e conativa. Em cada uma delas,
predomina um dos elementos da comunicação.
Disponível em: http://conversadeportugues.com.br/2012/06/elementosefuncoes/
4
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
EIS A PRÁTICA
Texto referente às questões 01 a 06.
TEXTO 01
ESTOJO ESCOLAR
Noite dessas, ciscando num desses canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas eletrônicas.
Bastava telefonar e eu receberia um notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma usina
nuclear, uma estação espacial.
Minhas necessidades são mais modestas: tenho um PC mastodôntico, contemporâneo das
cavernas da informática. E um notebook da mesma época que começa a me deixar na mão. Como
pretendo viajar esses dias, habilitei-me a comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do top
em matéria de computador portátil.
No sábado, recebi um embrulho complicado que necessitava de um manual de instruções para ser
aberto. Depois de mil operações sofisticadas para minhas limitações, retirei das entranhas de isopor o
novo notebook e coloquei-o em cima da mesa. De repente, como vem acontecendo nos últimos tempos,
houve um corte na memória. Tinha cinco anos e ia para o Jardim de Infância. E vi diante de mim o meu
primeiro estojo escolar.
Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma tampa que corria nas bordas do corpo principal.
Dentro, arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um apontador, uma lapiseira cromada, uma régua
de 20 cm e uma borracha para apagar meus erros.
Da caixinha, vinha um cheiro gostoso, cheiro que nunca esqueci e que me tonteava de prazer.
Fechei o estojo para proteger aquele cheiro, que ele ficasse ali para sempre, prometi-me economizá-lo.
Com avareza, só o cheirava em momentos especiais.
Na tampa que protegia estojo e cheiro, havia estampado um ramo de rosas vermelhas que se
destacavam do fundo creme. Amei aquele ramalhete – olhava aquelas rosas e achava que nada no
mundo podia ser mais bonito. O notebook que agora abro é negro, não tem nenhuma rosa na tampa. E,
em matéria de cheiro, é abominável. Cheira a telefone celular, a cabine de avião, ao aparelho de
ultrassonografia onde outro dia uma moça veio ver como sou por dentro.
Piorei de estojo e de vida.
(Carlos Heitor Cony. O harém das bananeiras, p. 244-245. Adaptado.)
Questão 01
No texto em questão, o locutor/ enunciador:
a) reconsidera a impressão negativa provocada pela rememoração de ocorrência do passado.
b) aproveita-se de uma rememoração do passado para manifestar sua admiração pelas mais recentes
tecnologias.
c) manifesta desapego ao passado quando o compara às comodidades do presente.
d) rememora uma ocorrência do passado para contrastá-la com uma ocorrência do presente.
e) condena os hábitos do passado e valoriza os do presente.
Questão 02
O primeiro período do texto sugere:
a)
b)
c)
d)
que o locutor procurou assistir à televisão pela necessidade de comprar um computador.
o acaso da situação de compra vivida pelo locutor, relatada na sequência do texto.
a situação recorrente de manipulação que os canais realizam com as pessoas viciadas em consumo.
que os consumidores que assistem à televisão, normalmente, veem nela uma forma de esquecer a
solidão e o ócio de que são vítimas.
e) a intencionalidade do locutor em querer comprar um produto anunciado na tevê.
Questão 03
O emprego da linguagem coloquial, em algumas passagens do texto, comprova:
5
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
a) a necessidade dos textos que falam da infância de instaurar uma linguagem característica dessa fase
da vida.
b) a incapacidade daquele que o escreve de se reportar a um vocabulário característico da linguagem
da mídia impressa.
c) o tom de conversa informal que essa crônica instala quando veicula seu conteúdo.
d) as limitações de expressividade e sofisticação que o locutor possui em relação à linguagem escrita.
e) o desconhecimento da norma padrão pelo locutor.
Questão 04
O relato em primeira pessoa permite ao locutor, no texto:
a) demonstrar que o conteúdo das ideias abordadas no texto foi selecionado de forma aleatória.
b) convencer o locatário do ponto de vista apresentado, tornando a abordagem predominantemente
apelativa.
c) obter um efeito de sentido de objetividade e imparcialidade, no que se refere ao conteúdo das ideias
veiculadas, tendo como predominante a função poética.
d) manifestar atitudes valorativas de defesa de pontos de vista, o que marca a função emotiva.
e) eximir-se da responsabilidade pelas ideias divulgadas no texto, característica predominante de textos
referenciais.
Questão 05
Ao mesclar o seu relato com passagens descritivas, na caracterização de objetos, o locutor:
a) deixa entrever que o avanço da tecnologia tornou obsoletos muitos objetos que as crianças ainda
deveriam manusear hoje.
b) descreve-os de forma contrastiva, a fim de revelar um sentimento de nostalgia do passado.
c) veicula, de forma implícita, que a vida moderna apenas aparentemente melhorou o cotidiano das
pessoas.
d) ressalta a incapacidade dos adultos de aprender a utilizar os aparelhos com tecnologia avançada.
e) Considera desnecessária a utilização de objetos que antigamente eram utilizados pelas crianças.
TEXTO 02
Disponível em: http://domacedo.blogspot.com.br/2012/03/escolas-sem-micro-por-favor.html
Questão 06
Considerando os textos 01 e 02, pode-se afirmar:
I. o texto 01, embora exclusivamente verbal, apresenta comprometimento de sentido pela ausência da
linguagem não verbal.
II. o texto 02, de natureza não verbal, faz uma reflexão saudosista sobre o hábito de se ler livros em
meio à era tecnológica atual.
III. ambos os textos estabelecem um relação entre objetos – considerados por muitos – em desuso (o
estojo e o livro) e outros, supervalorizados (o PC, o notebook).
6
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I e II são verdadeiras.
Apenas I e III são verdadeiras.
Apenas II e III são verdadeiras.
Apenas III é verdadeira.
Todas são verdadeiras.
Questão 07
(Ufac) Leia com atenção o texto a seguir e assinale a alternativa que identifica corretamente a função da
linguagem que nele predomina.
Vexames
Muita gente não sabe usar um celular. Veja o que você não deve fazer com ele.
* Não ande com o celular pendurado na calça. Fica feio. Guarde-o na mochila. Dá para escutá-lo do
mesmo jeito.
* Desligue o celular durante as aulas - ou em lugares públicos, como o cinema. Depois você acessa a
caixa postal e pega a mensagem.
* Nunca telefone durante a aula. Não adianta se abaixar, nem cobrir o celular com o cabelo. As pessoas
vão perceber que você está no telefone.
* Quando estiver com apenas uma amiga, não fique horas falando no celular.
* Não fique oferecendo o seu telefone só para ser simpática. Lembre-se da conta que vai chegar.
Capricho, 21 nov. 1999.
a) referencial
b) poética
c) fática
d) metalinguística
e) conativa
Referente à questão 08.
Estudo obtém banana-passa utilizando micro-ondas
Uma tecnologia estudada por pesquisadores da universidade de campinas (Unicamp) e que utiliza o
micro-ondas para realizar a secagem da banana, obtendo a banana-passa como resultado, pode trazer
benefícios no aproveitamento de uma das frutas mais consumidas no país.
Terra/ pesquisas. Disponível em: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,oi2151867-ei8147,00.html.
Acesso em: 16 dez. 07.
Questão 08
No texto acima, o discurso está centrado no:
a) emissor
b) receptor
c) código
d) mensagem
e) referente
Questão 09
(AFA 2003) O conjunto musical Titãs foi a uma determinada emissora de televisão e cantou, seguido da
plateia, uma música de seu repertório, cujo fragmento está abaixo reproduzido.
“A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu não faço nada
A luz do sol me incomoda, então eu deixo a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais.”
7
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Diante do contexto apresentado no enunciado, a função de linguagem predominante é a:
a) referencial.
b) conativa.
c) poética.
d) metalinguística.
3. VARIEDADES LINGUÍSTICAS E NÍVEIS DE LINGUAGEM
A língua corresponde a um conjunto heterogêneo de variedades, por razões históricas, culturais,
políticas, situacionais, regionais...
Cada variedade é resultado das características das experiências históricas do grupo que a fala:
como ele se formou, como é seu trabalho, como ele está socialmente organizado, e assim por diante.
Na sociedade brasileira, por exemplo, um grupo de pescadores do litoral tem uma história e uma
experiência muito diversa daquela de um grupo de vaqueiros do sertão. Também um grupo de
camponeses tem história e experiência diferente dos grupos que moram nas grandes cidades.
Compreender a variação linguística considerando tais aspectos, entendê-la como entrelaçada
com as diferentes experiências históricas dos grupos humanos significa olhar com outros olhos a
diversidade que nos caracteriza como seres sociais e históricos. Significa principalmente ter base para
superar a visão preconceituosa que a sociedade tenta nos fazer assimilar.
É importante também destacar que toda e qualquer variedade tem organização, tem suas regras,
tem uma gramática.
Imagine uma sociedade sem normas nem modelos de conduta... o mesmo caos seria se a língua
não apresentasse uma estrutura-padrão a ser seguida pelos falantes.
Do ponto de vista exclusivamente linguístico, as variedades se equivalem e não há como
diferenciá-las em termos de melhor ou pior, de certo ou errado: todas têm organização e servem para
articular a experiência do grupo que as usa, fornecendo-lhe um modo de expressão.
A diferença de valorização das variedades se faz socialmente: algumas, por razões históricas e
sociais, adquirem uma marca de prestígio (normalmente trata-se daquelas variedades faladas por
grupos de poder dentro da sociedade); e outras não. No caso da sociedade brasileira, as variedades
rurais (exemplificadas acima) não têm prestígio social; só algumas variedades urbanas (não todas) é
que têm. Estas constituem o que chamamos de variedade-padrão: elas representam um ideal de
língua cultivado pela elite intelectual, pelo sistema escolar, pelos meios de comunicação social. São
essas formas prestigiadas que irão ocorrer normalmente na escrita.
Fonte: http://kattyrasga07.blogspot.com.br/2011/05/plano-de-aula.html
A! O estudo sobre os tipos de variação será esquematizado em sala.
EIS A PRÁTICA
TEXTO 01
Joãoboi
Sem outra saída, Nastaço acabou por proferir a copla, que era assim:
Quem quisé tocá seu gado
Chama um vaqueiro daqui,
Que saino desse lado
Nunca chega daí;
O gado que sai contado
Dana logo pra sumi.
O final do recitado foi coberto pela risalhada dos trabalhadores, mas assim que a lereia findou, se
ouviu a fala brabosa do Zeca-vaqueiro:
– Ocês tão se rino! Apois nós tudo devia é de tá chorano, que isso é uma desmoralização
para mim, pro Clódio, pro Nastaço, pro Lôro, pra todos nós que somos vaqueiros velhos, pai de8
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
família, de bigode e barba prinspiando a ruçar. Eu vou dizê procês, se o Violeiro cantar isso na
minha frente, por Deus do céu, que eu tampo um trem na viola dele que é pra ele nunca mais
estuciar uma ofensa dessa!
– Calma, calma! – ponderou o patrão sempre se rindo. Também é preciso pensar um pouco, que no
final das contas, de vera, é mesmo uma coisa sem explicação a mudança desse gado. No apuro do
azeite, já é a terceira vez que um bando de vaqueiros dos mais famanã se empenha em levar pra outra
fazenda quarenta vacas parideiras e esse gado costeado e manso revira nos pés, arriba no mato e
larga os vaqueiros falando sozinhos. Homem, vamos e venhamos, isso tem lá cabimento! Um erro
qualquer tá assucedendo.
ÉLIS, Bernardo. Joãoboi. Melhores contos de Bernardo Élis. São Paulo: Global, 2003. p. 123-124.
Questão 01
No que diz respeito à variedade linguística empregada pela personagem Zeca-vaqueiro (em negrito),
constata-se:
a)
b)
c)
d)
e)
o predomínio da linguagem formal em detrimento da linguagem coloquial.
a mistura de um discurso coloquial e formal, dando destaque à variação diatópica.
o emprego do jargão (linguagem técnico-científica), pelo fato de ele lidar com gado.
uma linguagem recheada de gírias.
o reconhecimento, sobretudo, da variedade linguística sociocultural.
TEXTO 02
(a-lingua-do-brasil.blogspot.com, 31 ago. 2014.)
Questão 02
(Unimontes/ adaptada) A imagem ilustra uma possível entrevista de emprego o qual tem como prérequisito o domínio de outra língua. É notório que se faz imprescindível o domínio da língua materna
para exercer o cargo em questão.
A quebra de expectativa dá-se:
a)
b)
c)
d)
e)
na pergunta do empregador, por não acreditar que a candidata seja poliglota.
na pergunta do empregador, por não acreditar que a candidata fale apenas uma língua.
na resposta da candidata, por não acreditar que o empregador duvide de sua resposta.
na resposta da candidata, por certificar-se de que o empregador crê no seu domínio linguístico.
pelo deslize na flexão verbal, o que comprovaria parco domínio referente à própria língua.
9
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
TEXTO 03
Referente à questão 03.
Disponível em: http://Charges uol.com.br. Acesso em: 22 fev 2015.
Questão 03
Considere as seguintes declarações:
I. no diálogo acima, percebe-se uma valorização da diversidade cultural no âmbito linguístico.
II. os interlocutores apropriaram-se de uma linguagem coloquial para se comunicarem.
III. nos dois textos, são evidentes marcas linguísticas regionais, típicas da variação diacrônica.
IV. no diálogo, percebem-se abordagens preconceituosas no que se refere aos regionalismos
linguísticos apresentados.
V. o diálogo retrata abordagens da variação linguística diatópica.
São coerentes:
a)
b)
c)
d)
e)
I e II, somente.
II e III, somente.
I, II e III, apenas.
II, IV e V, apenas.
III, IV e V, apenas.
Para a questão 04
TEXTO 04
Ao invés do embuste, deveriam os advogados falarem da forma abaixo com seus clientes. Assim,
muitas dúvidas estariam sanadas na hora!
1 - Princípio da iniciativa das partes - "faz a sua, que eu faço a minha".
2 - Princípio da insignificância - "grande b...".
10
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
3 - Princípio da fungibilidade - "só tem tu, vai tu mesmo" (parte da doutrina e da jurisprudência entende
como sendo "quem não tem cão caça com gato").
4 - Sucumbência - "a casa caiu!"
5 - Legítima defesa - "folgou, levou".
6 - Legitima defesa de terceiro - "folgou com o mano leva na oreia".
7 - Legítima defesa putativa - "foi mal".
8 - Oposição - "sai quicando que o barato é meu".
9 - Nomeação à autoria - "vou cagoetar todo mundo".
10 - Chamamento ao processo - "o maluco ali também deve".
Disponível em: http://paginasclandestinas.blogspot.com.br/2011/04/jargao-juridico.html Acesso em: 21 fev 2015.
Questão 04
O texto acima foi extraído do site Páginas Clandestinas e faz referência à linguagem jurídica. O tom
humorístico do texto está centrado:
a) na exploração de jargões jurídicos.
b) na substituições dos jargões jurídicos por expressões coloquiais e/ou gírias a fim de simplificar a
linguagem jurídica.
c) na simplificação do jurídiquês por termos de calão.
d) na necessidade de conservação do juridiquês.
e) no emprego excessivo de termos técnicos, sobretudo na linguagem jurídica, uma vez que se trata de
uma variedade inacessível à maioria dos falantes.
.
TEXTO 05
Refere-se às questões 05 e 06.
TIPO ASSIM...
Tô ficando velho! Um dia desses, às duas da manhã, peguei o carro e fui buscar minha filha
adolescente na saída do show do Charlie Brown Jr. Ela e as amigas estavam eufóricas e eu ali, meio
dormindo, meio de pijama, tentei entrar na conversa:
“–E aí, o show foi legal?” A resposta veio de uma mais exaltada do banco de trás:
“-Cara!!! Tipo assim, *****!!! E outra emendou: foi demais!!! Tipo **** mesmo!”
Fiquei tipo assim perplexo e calado o resto do percurso cumprindo minha função de motorista e
tecendo algumas reflexões.
Tô precisando conversar um pouco mais com minha filha, senão daqui a pouco vamos precisar de
tradução simultânea. Pra piorar ainda mais, inventaram essa praga da Internet onde elas ficam horas e
horas escrevendo abobrinhas umas pras outras, em código secreto. Tipo assim:
“Px! Vc tb nunk tah trank, kra. Eh d+, sl. T+. Bjoks. Jubys”.
Em português: Poxa, cara! Você também nunca está tranquila, cara. É demais, sei lá. Até mais,
beijocas. Jubys”.
O nome de batismo de minha filha é Júlia, um nome bonito, cujo significado é “cheia de juventude”.
Pois Jubys é hoje essa personagem de cabelo cor de abóbora, cheia de furos na orelha que quer
encher o corpo de piercing e tatuagens.
Tô ficando velho! (...).
(Luís Fernando Veríssimo)
Questão 05
O pai ficou perplexo porque:
a) não conseguiu entender as respostas dadas pelas adolescentes.
b) como a filha podia gostar de um show de rock.
c) não sabia o que significava a expressão “tipo assim”.
d) está ficando velho.
e) a filha estava eufórica, sem razão aparente.
11
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Questão 06
A situação descrita revela que:
I. é necessário que os interlocutores se apropriem do mesmo código linguístico e mesmo nível de fala
para que a comunicação se processe com eficiência.
II. a gíria é uma das variantes linguísticas adotadas por um grupo social, principalmente por
adolescentes.
III. a linguagem da internet tem descaracterizado a língua portuguesa, a ponto de comprometer o
processo do entendimento.
IV. a linguagem sofre modificações de acordo com o tempo, o grupo social e o contexto.
V. a linguagem predominante entre pais e filhos é coloquial.
Estão corretas:
a) I, somente.
b) I e II, somente.
c) I, III e V, somente.
d) I, III, IV e V, somente.
e) I, II, III, IV e V.
TEXTO 06
Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem
arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! — é
o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me faz: e pedir posso,
encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa importância. Tomara não
fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe
agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela — já o campo! Ah, a gente,
na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito.
Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o
diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças — eu digo.
Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no
vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho...
Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.
Questão 07
Considerando o texto acima, assinale o item analisado adequadamente:
a) a linguagem empregada assume caráter de formalidade por se tratar de jargão.
b) o jogo com as palavras faz com que a função poética se torne predominante no texto.
c) a linguagem regional é um dos traços característicos da função metalinguística.
d) o uso predominante de verbos em primeira pessoa denuncia a função expressiva de linguagem.
e) o texto é recheado de gírias.
(UFMT/adaptado) Instrução: Os trechos abaixo retratam a fala de jovens sobre sua própria linguagem.
Leia-os atentamente e responda à questão seguinte.
- A gíria é um meio muito legal de se comunicar, é irado falar de um jeito que os professores e o pessoal
lá de casa não entendam. (Gabriel – 14 anos)
- O tipo assim é o espaço que a gente usa para pensar as palavras. (Marco, 15 anos)
- A gente não fala mais é uma brasa, mora?, que era moda nos tempos do meu pai. No lugar disso,
falamos outras coisas. (Daniela, 16 anos)
- Cara, eu também sei falar formalmente, mas não gosto. Não me dirijo ao padre do colégio com um aí,
velhinho! (Victor, 17 anos)
Questão 08
A partir da leitura dos trechos, indique (V) para verdadeiro e (F) para falso:
12
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
(___) Na fala de Gabriel, percebe-se que os adultos e jovens usam a língua de forma igual.
(___) Segundo Marco, tipo assim é uma forma de resumir uma informação.
(___) A fala de Daniela revela que a língua não é um fato social estático, ao contrário, varia ao longo do
tempo.
(___) Victor sabe que o uso da língua varia conforme o grau de intimidade entre as pessoas, ou seja,
que usar linguagem formal ou informal é questão de adequação à situação.
(___) A fala de Daniela exemplifica a variação temporal.
(___) Tanto Marco quando Victor reconhece a importância do uso da língua-padrão.
Questão 09
(ENEM 2005) Leia com atenção o texto:
[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo
certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos.
Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas
femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)
(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, n 3, 78.)
O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto:
a) ao vocabulário.
b) à derivação.
c) à pronúncia.
d) ao gênero.
e) à sintaxe.
TEXTO 07
COLABORAR faz toda diferença. Disponível em: <http://www.portofreire.com.br/blog/images/
stories/colaboracao-cidadania-porto-freire-engenharia-construtora.jpg>. Acesso em: 15 mar.
2014. Adaptado
QUESTÃO 10
(FBD) A campanha institucional em destaque apresenta uma linguagem:
a) formal, utilizando a norma culta como referencial, a fim de convocar seus interlocutores para o
compromisso de cidadania.
b) coloquial, através de desvios gramaticais, como “Tem gente que estaciona o carro na calçada”, a fim
13
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
de aproximar-se do interlocutor, convencendo-o a mudar seus hábitos e a comprometer-se com o
coletivo.
c) gestual, pois as ações dos personagens expressa por gestos dizem muito mais que informações do
tipo “Tem gente” ou “falta de consciência é uma coisa”.
d) etária, já que essa variação linguística apresenta expressões próprias de jovens, como “Pelo jeito”, e,
por meio dessa estratégia, se pode conscientizá-los da necessidade de ser gentil.
e) técnica, através de um conteúdo especializado, presente em “não está ligada ao dinheiro”, para
atingir, indistintamente, todos os indivíduos, que desconsideram boas maneiras para uma
convivência cidadã.
Texto referente às questões 11 e 12.
TEXTO 08
Antigamente
Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e,
depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtísica,
feia era o gálico. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas (…)
Carlos Drummond de Andrade.
Observe outra versão do texto acima, em linguagem atual.
Antigamente
Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o próprio chamar o doutor e, depois,
ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a tuberculose,
feia era a sífilis. Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, vermes (…)
QUESTÃO 11
(ENEM 2007/ adaptada) Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve
mudanças relativas a:
a)
b)
c)
d)
e)
vocabulário.
construções sintáticas.
pontuação.
fonética.
regência verbal.
QUESTÃO 12
No que se refere às variedades linguísticas, é possível afirmar que:
a)
b)
c)
d)
e)
no texto, há a exploração da variedade diastrática.
demonstra a utilização da linguagem em situações formais e informais.
se analisam palavras as quais se modificaram ao longo do tempo.
se tratar de regionalismos.
O nível sociocultural marca a diferença entre o uso das palavras apresentadas nos textos.
14
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
4. SEMÂNTICA: A CONSTRUÇÃO DE SENTIDO E SUAS RELAÇÕES ENTRE
AS PALAVRAS
Fonte: http://segundosdoarsenio.blogspot.com.br/2013/01/semantica.html
Falar sobre semântica significa, antes de tudo, falar sobre significante e significado.
Sabemos que nós, assim como muitos outros, pertencemos a um grupo social falante da
língua portuguesa – nosso idioma oficial. Assim sendo, podemos afirmar que essa mesma língua
se manifesta como um sistema de signos convencionais regidos por certas regras de organização,
representadas pelos preceitos gramaticais. Esse sistema de signos representa os elementos que
utilizamos para nos comunicar, os quais se relacionam ao significante e ao significado, expressos
anteriormente. Entendamos, pois, acerca deste processo:
Ao falarmos a palavra “pedra”, de imediato temos uma imagem psíquica associada a algo que
a materialize de forma concreta, ou seja, algo representado de forma gráfica – que no caso diz
respeito às letras, fonemas e, posteriormente, às sílabas. Veja:
Pedra está associada a um significante e a um significado
Pedra = sf. 1. Matéria mineral dura e sólida, da natureza das rochas. 2. Fragmento dela. 3. Rocha,
rochedo. 4, Lápide sepulcral. [...]. Tais pressupostos nos remetem ao significado.
Pedra = também a: p/e/d/r/a – imagem sensorial, representada por meio de letras. Pressuposto este
demarcado pelo significante.
Munidos agora dessa percepção, concluímos o porquê de o significante e do significado estarem
intimamente ligados à semântica, pois ela se caracteriza como a ciência dos significados das palavras.
E compreender bem acerca deles (dos significados) é fundamental para que possamos escolher de
forma adequada e conveniente as palavras que melhor expressam nossas ideias, nossos pensamentos.
São atribuições da semântica, portanto, o estudo da:
Sinonímia - Bondoso = Caridoso
Antonímia - Bondoso X Maldoso
Paronímia - Emigrar x Imigrar
Homonímia - Acento X Assento
Hiperonímia e Hipônímia – Países: Brasil, EUA, Portugal
Campo Semântica e Campo Lexical
Ambiguidade
Polissemia
Hidrate bem suas mãos (parte constitutiva do corpo humano)
Não abra mão de seus direitos. (abdicar de algo, desistir)
15
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Fazendo referência a este caso, há que se constatar que, dependendo do contexto, uma mesma
palavra pode assumir distintos significados.
Denotação e Conotação
Admiro o voo dos pássaros. (sentido literal, retratado pelo dicionário) = denotação
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Mário Quintana (grifos nossos)
(sentido figurado, subjetivo) = conotação
Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/portugues/a-semantica.htm
4.1 IRONIA X HUMOR
Vamos estabelecer a diferença entre dois importantes recursos expressivos que podem ser
trabalhados em um texto: o humor e a ironia. Primeiramente, é preciso entender que, apesar de muitas
vezes serem utilizados ao mesmo tempo, têm propósitos diferentes.
a) O HUMOR
O humor pode ser definido como a quebra de expectativa do leitor. Quando, por exemplo, ouvimos
ou lemos uma piada, nem sempre achamos graça, entretanto isso não tem nada a ver com a
presença ou não de humor. Para vocês entenderem melhor, vejam a piada a seguir:
Verbos
A professora pergunta para a Mariazinha:
— Mariazinha, me dê um exemplo de verbo.
— Bicicreta! — respondeu a menina.
— Não se diz "bicicreta", e sim "bicicleta". Além disso, bicicleta não é verbo. Pedro, diga você um
verbo.
— Prástico! — disse o garoto.
— É "plástico", não "prástico". E também não é verbo. Laura, é sua vez: me dê um exemplo correto
de verbo — pediu a professora.
— Hospedar! — respondeu Laura.
— Muito bem! — disse a professora. Agora, forme uma frase com este verbo.
— Os pedar da bicicreta é de prástico!
O humor está justamente na quebra de expectativa: na resposta de Laura; tem-se a sensação de
que a aluna, inicialmente, respondeu corretamente à professora, no entanto, na última frase da piada,
notamos que houve um equívoco: “os pedar” foi confundido com “hospedar” pelo jogo fonético. A essa
“quebra”, dá-se o nome de humor.
b) A IRONIA
A ironia, por sua vez, já compreende um recurso expressivo que trabalha com a crítica.
Basicamente,
dizemos
que
há
ironia
em
um
texto
quando falamos o contrário daquilo que pensamos.
Analisemos os famosos versos do poeta modernista Mário de Andrade:
“Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor”.
16
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Notem que os elogios iniciais são irônicos, visto que a comparação feita no terceiro verso (“Burra
como uma porta”) denigre a imagem da moça em questão. De “amor” ela não tem nada. Ou seja,
percebe-se, claramente, o uso da ironia.
c) O HUMOR IRÔNICO
Apesar de terem conceitos e propósitos diferentes, o humor e a ironia podem ocorrer juntamente.
Vejam a charge a seguir:
Nesse texto, podemos perceber o uso dos dois recursos — a ironia e o humor. Há
uma quebra de expectativa entre o título da charge (“Turismo no Rio”) e o que se vê na imagem e na
fala dos turistas. Não se espera que um passeio turístico envolva a polícia e o caveirão (carro blindado
usado por policiais para percorrer as favelas). Não seria uma situação natural, comum de acontecer. A
partir dessa "quebra do esperado", há a utilização do humor. Além disso, de “tranquilo” o passeio não
tem nada. Nota-se uma forte crítica à falta de segurança na cidade do Rio de Janeiro. Dessa forma, a
ironia se faz presente. Logo, é possível afirmar que, na charge acima, há um humor irônico.
Disponível em: http://soumaisenem.com.br/portugues/aspectos-semanticos/humor-x-ironia
A! O aprofundamento das outras atribuições citadas ocorrerá em sala.
EIS A PRÁTICA
Considere o texto a seguir para responder às questões 01 e 02.
TEXTO 01
O lado bom do aborrescente
Esqueça o que você ouviu falar sobre essa faixa etária. Pesquisas recentes derrubam os
estereótipos e mostram que 80% desses jovens atravessam essa fase sem maiores percalços. Saiba
como tirar proveito da adolescência e aprenda a superar os conflitos
João Lopes
17
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Impulsivo, egoísta, inseguro. Inconsequente, irresponsável, instável. Questionador, teimoso, arrogante.
Não é de hoje que esses adjetivos são usados para descrever os adolescentes. Há décadas, os jovens
com idades entre 10 e 19 anos são vistos e compreendidos pela ótica dos estereótipos. “Tenho vontade
de trancar meu filho no quarto e só tirá-lo de lá quando ele for adulto”, dizem alguns pais. “Lá vem o
aborrescente”, falam outros. Pesquisas recentes, no entanto, têm mostrado que essa percepção
negativa não condiz com a realidade. Os adolescentes podem até ser impulsivos e egoístas,
questionadores e arrogantes. Mas são muito mais do que isso. “Durante anos, limitamos nosso
entendimento dessa etapa ao que ouvíamos de psicólogos que tratavam jovens e famílias que
buscavam ajuda profissional em momentos de crise”, explica o psiquiatra Laurence Steinberg,
pesquisador da Temple University, nos Estados Unidos, uma das maiores autoridades mundiais quando
o assunto é comportamento juvenil. “Agora, revendo dados sem nos limitarmos às famílias e aos jovens
com problemas, percebemos que essa faixa etária é bem mais tranquila e produtiva do que os
estereótipos nos faziam imaginar”, diz o profissional.
Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/219918_O+LADO+BOM+DO+ABORRESCENTE Acesso: 5 abril 2015 (adaptado).
QUESTÃO 01
O fragmento que melhor traz indícios da tese abordada é:
I. “Não é de hoje que esses adjetivos são usados para descrever os adolescentes.” (l. 2)
II. “Há décadas, os jovens com idades entre 10 e 19 anos são vistos e compreendidos pela ótica dos
estereótipos” (l. 2-3)
III. “Pesquisas recentes, no entanto, têm mostrado que essa percepção negativa não condiz com a
realidade” (l. 5-6)
IV. “Os adolescentes podem até ser impulsivos e egoístas, questionadores e arrogantes.” (l. 6-7)
V. “Durante anos, limitamos nosso entendimento dessa etapa ao que ouvíamos de psicólogos que
tratavam jovens e famílias que buscavam ajuda profissional em momentos de crise” (l. 7-9)
QUESTÃO 02
Considerando elementos linguísticos do texto acima, houve análise coerente em:
a) “aborrescentes” (título) – termo cuja construção foi recentemente veiculada no plano linguístico –
constitui um exemplo de palavra-valise.
b) “dos estereótipos” (l. 03) e “de hoje” (l. 2) são modificadores nominais.
c) “irresponsável” (l. 1) e “questionador” (l. 1) são formados por mesmos processos.
d) “adolescentes” (l.2), “jovens” (l.2) e “adulto” (l.4) são hipônimos de “famílias” (l. 8).
e) “profissional” (l. 8) e “profissional” (l. 13) equivalem morfologicamente.
TEXTO 02
As tiras humorísticas são representações através de imagens em que se pretende fazer uma crítica
engraçada a alguma ideia, situação ou pessoa. Para entender o humor, é preciso reconhecer aquilo
que está sendo criticado e o porquê da crítica.
18
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
QUESTÃO 03
(UFP) O humor é construído, linguisticamente, nessa tira:
a) pela expressão facial da professora.
b) pelas interjeições, expressando a reação da turma.
c) pelo argumento apresentado pelo aluno à professora.
d) pelo sorriso “amarelo” do garoto.
e) pela ambiguidade da expressão “soltar os bichos”.
TEXTO 03
Eterno
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica,
e nenhuma força jamais o resgata!
(...)
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
(...)
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai"?
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas
vidas...
(...)
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente sentimos.
Carlos Drummond de Andrade
QUESTÃO 04
Considerando os aspectos semânticos do texto, nele predomina a:
a)
b)
c)
d)
e)
sinonímia
antonímia
polissemia
ambiguidade
hiperonímia
19
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
TEXTO 04
Para as questões 05 a 08.
TOLERÂNCIA
Quando o mundo se torna violento, buscamos uma explicação em que a compreensão se expresse
em atos e palavras. Mas como explicar a tortura, o assassinato, a censura, o imperialismo ou o
terrorismo, ferramentas favoritas dos repressores que querem evitar qualquer opinião divergente?
Histórias recentes da América Latina, da Europa e do Oriente Médio comprovam tais fatos: é o caso
de Cuba de Castro, do Peru de Fujimori e dos radicalismos políticos, de triste memória, da Argentina e
do Brasil; é a incompreensão de protestantes e católicos, na Irlanda; é a questão entre judeus e
palestinos, que faz sangrar a Terra Santa. O fanatismo defensor de uma verdade aceita como única não
é patrimônio exclusivo das ditaduras. Hoje os fundamentalismos religiosos, misturados a frustrações
econômicas e sociais, são a expressão patológica de uma quebra de equilíbrio do universo. Como,
então, enfrentá-los?
Não há melhor antídoto contra a conduta intolerante que a liberdade, consequência da pluralidade,
que consiste em defender ideias próprias, mas aceitando que o outro possa ter razão. Precisamos
reconhecer velhas verdades: a violência gera violência; todo poder é abusivo; o fanatismo é inimigo da
razão; todas as vidas são preciosas; a guerra jamais é gloriosa, exceto para os vencedores que creem
que Deus está ao lado dos grandes exércitos.
A solidariedade e a tolerância democrática, inexistentes no nosso tempo, implicam uma revolução
em nossas mentalidades e na aceitação do que percebemos como diferentes, para se configurar uma
sociedade multicultural. Esses são os desafios éticos que deveríamos enfrentar, sem a arrogância dos
países desenvolvidos e sem a marginalização dos subdesenvolvidos, afundados na miséria e na fome.
(Carlos Alberto Rabaça, em O Dia, 21 /11 / 01)
QUESTÃO 05
Com base nas ideias contidas no texto, pode-se afirmar que:
a) só as ditaduras aceitam uma verdade tida como única.
b) o fundamentalismo religioso não colabora com a queda do equilíbrio universal.
c) nada pode combater a intolerância de nossos dias.
d) tudo pode ser explicado, inclusive a intolerância.
e) o mundo atual não tem solidariedade e tolerância democrática.
QUESTÃO 06
O autor faz alusão a problemas específicos de vários países. Aquele cujo problema é diferente do dos
demais é:
a) Brasil
b) Irlanda
c) Argentina
d) Cuba
e) Peru
QUESTÃO 07
Considerando o texto, NÃO são elementos antagônicos:
a) Brasil / Argentina
b) protestantes / católicos
c) judeus / palestinos
d) arrogância / marginalização
e) conduta intolerante / liberdade
20
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
QUESTÃO 08
“Expressão patológica” (l. 9) equivale a expressão:
a) deturpada
b) exagerada
c) cotidiana
d) mórbida
e) sombria
QUESTÃO 09
(Insper 2012) Para criticar a possível aprovação de um novo imposto pelos deputados, o cartunista
adotou como estratégias:
a) polissemia das palavras e onomatopeia.
b) traços caricaturais e eufemismo.
c) paradoxo e repetição de palavras.
d) metonímia e círculo vicioso.
e) hipérbole e prosopopeia.
A charge é um gênero textual que apresenta um caráter burlesco e caricatural, em que se satiriza um
fato específico, em geral de caráter político e que é do conhecimento público:
QUESTÃO 10
(CESGRANRIO/2009) No plano linguístico, o humor da charge:
a) baseia-se no jogo polissêmico da palavra economia, ora empregada como ciência, ora como conter
gastos.
b) reside na ideia de um morador de rua saber falar tão bem sobre assuntos como política, saúde e
economia, palavras pertencentes ao mesmo campo semântico
c) baseia-se na linguagem não verbal, que apresenta um homem subnutrido como um exemplo de
brasileiro.
d) está centrado na ironia com que é tratada a produção de riquezas no Brasil.
e) concentra-se no emprego de palavras antonímicas.
21
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
TEXTO 05
CIDADE MARAVILHOSA?
Os camelôs são pais de famílias bem pobres, e, então, merecem nossa simpatia e nosso carinho;
logo eles se multiplicam por 1000. Aqui em frente à minha casa, na Praça General Osório, existe há
muito tempo a feira hippie. Artistas e artesãos expõem ali aos domingos e vendem suas coisas. Uma
feira um tanto organizada demais: sempre os mesmos artistas mostrando coisas quase sempre sem
interesse. Sempre achei que deveria haver um canto em que qualquer artista pudesse vender um
quadro; qualquer artista ou mesmo qualquer pessoa, sem alvarás nem licenças. Enfim, o fato é que a
feira funcionava, muita gente comprava coisas – tudo bem. Pois de repente, de um lado e outro, na Rua
Visconde de Pirajá, apareceram barracas atravancando as calçadas, vendendo de tudo - roupas,
louças, frutas, miudezas, brinquedos, objetos usados, ampolas de óleo de bronzear, passarinhos,
pipocas, aspirinas, sorvetes, canivetes. E as praias foram invadidas por 1000 vendedores. Na rua e na
areia, uma orgia de cães. Nunca vi tantos cães no Rio, e presumo que muita gente anda com eles para
se defender de assaltantes. O resultado é uma sujeira múltipla, que exige cuidado do pedestre para não
pisar naquelas coisas. E aquelas coisas secam, viram poeira, unem-se a cascas de frutas podres e
dejetos de toda ordem, e restos de peixes da feira das terças, e folhas, e cusparadas, e jornais velhos;
uma poeira dos três reinos da natureza e de todas as servidões humanas.
Ah, se venta um pouco o noroeste, logo ela vai-se elevar, essa poeira, girando no ar, entrar em
nosso pulmão numa lufada de ar quente. Antigamente a gente fugia para a praia, para o mar. Agora há
gente demais, a praia está excessivamente cheia. Está bem, está bem, o mar, o mar é do povo, como a
praça é do condor – mas podia haver menos cães e bolas e pranchas e barcos e camelôs e ratos de
praia e assaltantes que trabalham até dentro d’água, com um canivete na barriga alheia, e sujeitos que
carregam caixas de isopor e anunciam sorvetes e quando o inocente cidadão pede picolé de manga, eis
que ele abre a caixa e de lá puxa a arma. Cada dia inventam um golpe novo: a juventude é muito
criativa, e os assaltantes são quase sempre muito jovens.
Rubem Braga
QUESTÃO 11
(UFRJ/adaptada) A alternativa em que a palavra sublinhada NÃO contém uma ideia de caráter negativo
é:
a)
b)
c)
d)
e)
“Os camelôs são pais de famílias bem pobres, e, então, merecem nossa simpatia...”;
“O resultado é uma sujeira múltipla...”;
“...apareceram barracas atravancando as calçadas...”;
“E as praias foram invadidas por 1000 vendedores”;
“Na rua e na areia, uma orgia de cães”.
QUESTÃO 12
(UFRJ) Assinale a alternativa em que o termo sublinhado foi substituído por outro, não mantendo o
sentido original da expressão retirada no texto:
a)
b)
c)
d)
e)
“...coisas quase sempre sem interesse” = desinteressantes;
“Aqui em frente a minha casa...” = diante de;
“...e dejetos de toda ordem...” = desordenados;
“...uma orgia de cães” = canina;
“Pois de repente...” = repentinamente.
QUESTÃO 13
(UFRJ/adaptada) Nos fragmentos do texto a seguir, aquele(s) que mostra(m) palavras que possui(em) a
mesma relação sinonímica é:
I. “...logo eles se multiplicam por 1000” / “...logo ela vai-se elevar”;
II. “...e vendem suas coisas.” / “...para não pisar naquelas coisas.”;
III. “...vendendo de tudo...” / “...óleo de bronzear...”;
IV. “...muita gente comprava coisas...” / “Antigamente a gente fugia...”.
22
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
a)
b)
c)
d)
e)
Somente I.
Somente II.
Somente I e II.
Somente III e IV.
I, II, III e V.
5. PROCESSOS DE FORMAÇÃO VOCABULAR
A língua portuguesa possui dois processos básicos de formação de palavras: composição e derivação.
1. COMPOSIÇÃO: é o processo que a palavra se forma pela agregação de duas ou mais palavras de
sentido próprio. Há dois tipos de composição: justaposição e aglutinação.
a) A justaposição ocorre quando duas ou mais palavras se unem sem que ocorra alteração de suas
formas ou na fonética. Exemplos: puxa-saco (puxa + saco), girassol (gira+sol), terça-feira (terça +
feira).
A!
As
palavras
justaposição não são
formadas por hífen.
formadas
por
obrigatoriamente
b) A
aglutinação
ou mais palavras
uma nova palavra
na forma ou na
aguardente (água
lobisomem (lobo
ocorre quando duas
se unem para formar
ocorrendo alteração
fonética. Exemplos:
+
ardente),
+ homem)
23
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Disponível em: http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/lobisomens.html
2. DERIVAÇÃO: basicamente é o processo pelo qual as palavras são formadas pela agregação e afixos
(prefixo e/ou sufixo) a uma palavra primitiva. Há cinco tipos de derivação: prefixal, sufixal,
parassintética, prefixal e sufixal, regressiva, imprópria.
a) Prefixal: A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são
acrescentados à palavra primitiva. Exemplos: renascer, propor.
b) Sufixal: A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são
acrescentados à palavra primitiva. Exemplos: realmente, folhagem.
c) Prefixal e Sufixal: A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são
acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, sem a presença de um dos
afixos a palavra continua tendo significado. Exemplo: infelizmente (in- prefixo e -mente sufixo).
Os dois afixos são independentes: existem as palavras infeliz e felizmente.
d) Parassintética: ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de
forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devem ser usados ao mesmo
tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado. Exemplo: amanhecer
(a- prefixo e -ecer sufixo)
Não existem as palavras amanhã e amanhecer, pois os afixos não podem se separar.
e) Regressiva: A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.
Exemplo: mengo (flamengo), rebu (rebuliço), japa (japonês).
f) Conversão ou derivação Imprópria: A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão
ocorre quando palavra comumente usada como pertencente a uma classe é usada como fazendo
parte de outra.
Exemplos: mangueira (substantivo comum) x Alfredo Mangueira (substantivo próprio)
Terrível palavra é um não. Não conseguir descobrir o porquê da questão.
24
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Outros Processos
a) Neologismo – Criação de novas palavras a partir de palavras já existentes na língua.
Disponível em: qrolecionar.blogspot.com
b) Hibridismo - Criação de palavras através da junção de dois radicais de origens diferentes.
Ex.: Monóculo - (greg. “monos” + lat. “oculus”); automóvel (greg. auto + lat. móvel).
c) Onomatopeia - Formação de palavras através da repetição de seu som.
Ex.: tique-taque; zunzum.
A onomatopeia é comumente estudada também como figura de linguagem.
d) Abreviação vocabular ou Redução - Redução da palavra até o limite de sua compreensão.
Ex.: Metropolitano - metrô; automóvel - auto.
A! Abreviação vocabular não é o mesmo que abreviatura. A abreviatura é a representação das palavras
pelas suas iniciais, normalmente seguindo algumas regras:
a. A primeira sílaba e a primeira letra formam a abreviatura. Caso a próxima sílaba se inicie por
consoante, deve-se colocar o ponto.
b. A primeira sílaba e a primeira letra formam a abreviatura. Caso a próxima sílaba se inicie por vogal,
deve-se colocar o ponto ao encontrar uma consoante.
c. Caso a primeira sílaba tenha acento gráfico, deverá ser mantido na abreviatura.
A! Existem ainda casos de abreviaturas que não seguem regra alguma.
Exemplos: Avenida - Av.; página - pág.; número - núm.; companhia - cia; apartamento - apto.
A sigla, por sua vez, é a redução de expressões a fim de formar palavras por meio da junção de suas
iniciais.
Ex.: UFBA - Universidade Federal da Bahia; CEP – Código de Endereçamento Postal.
25
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
A! Caso a sigla possua mais de três letras, geralmente somente a primeira é escrita em maiúscula.
Ex. Bovespa - Bolsa de Valores do Estado de São Paulo.
Disponível em: www.veredasdalingua.blogspot.com.br
e) Combinação ou palavra-valise trata-se de um caso especial de composição em que a nova unidade
resulta de combinação de parte de cada um dos dois termos que entram, na formação:
Ex: Bahia + Vitória = Bavi
São comuns na linguagem jocosa: sofre + professor = sofressor
EIS A PRÁTICA
TEXTO 01
QUESTÃO 01
A charge ao lado (do chargista Pelicano) foi publicada na edição de 10/05/12, no jornal Bom Dia (SP).
Quanto à palavra presente na última cena, pode-se dizer que é formada por um processo denominado:
a)
b)
c)
d)
e)
derivação imprópria.
onomatopeia.
abreviação vocabular.
derivação regressiva.
derivação sufixal.
Para as questões 02 a 05.
TEXTO 02
O bem e o banal
O pluralismo de tendências terá de conviver com a ampliação da fé como produto de
consumo.
BRUNO WEISS
A fé não costuma falhar e também não deve acabar no próximo século. Em plena era da revolução
da informática, da expansão de pesquisas científicas em diversas fronteiras, da medicina vencendo
doenças como a AIDS e o câncer, Deus terá seu lugar garantido. “O progresso da ciência vai
intensificar as crenças. Quanto mais rápidas forem as transformações na sociedade, mais as pessoas
precisarão de uma âncora, de uma estabilidade. E ela pode estar na religiosidade”, acredita o rabino
Henry Sobel, presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista. Para o líder judeu, ciência e
26
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
religião se completam. “Ambas buscam o sentido de um mundo que muitas vezes parece sem sentido;
mas enquanto a ciência investiga, a religião interpreta”, explica. Segundo ele, a ciência pergunta
“como?” e a religião, “por quê?” e “para quê?”. “Embora o desenvolvimento científico vise o bem da
humanidade, nem sempre o uso de descobertas é correto; por exemplo, a clonagem. Certos avanços
tornam a religião, ou algum tipo de código moral, cada vez mais relevante”, observa.
O progresso tecnológico, afinal, tem sido avassalador há pelo menos 100 anos. “No final do século
XIX havia a tese de que o mundo moderno seria totalmente racional e as visões religiosas e místicas
tenderiam a desaparecer. Mas isso não aconteceu”, compara o teólogo João Décio, professor da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O estudioso lembra que o positivismo – importante
corrente filosófica nascida na França em meados do século passado – afirmava que viveríamos no
século XX a fase lógica da humanidade, “o império da ciência”. “E o símbolo maior desse mundo
desencantado seriam as metrópoles, onde há uma grande racionalização da natureza: a eletricidade
substitui a luz do sol, a urbanização vence as imposições naturais do espaço.” Mas basta lembrar o
último Dia de finados, quando a missa do padre Marcelo Rossi reuniu mais de 600 mil pessoas nas ruas
de São Paulo, para se considerar que existem mais coisas entre o céu e terra do que julga nossa vã
filosofia. “Estamos entrando em um século supercientífico, mas acredito que as religiões ocupam um
espaço insubstituível. Elas não estão aí para solucionar problemas. Religião não é médico, não é
governo”, diz João Décio.
Embora o mundo hoje presencie o crescimento do fundamentalismo e do fanatismo religioso –
principalmente no islamismo, religião que mais se expande no planeta –, o teólogo afirma que a
religiosidade no futuro deve ser marcada pelo pluralismo. Ele credita à globalização o fato de que hoje
não se podem mais mapear crenças em função da geografia. “Se antes o islamismo vivia no Oriente
Médio, o catolicismo no Ocidente e o budismo no Extremo Oriente, hoje não existe mais essa
hegemonia”, afirma. “Tenho alunos islâmicos que não têm ascendência árabe e me afirmaram ter
encontrado nessa religião o que não acharam em outras.” Ou seja, a escolha religiosa será cada vez
mais individual. Nesta mesma linha de raciocínio, o sociólogo da Universidade de São Paulo Reginaldo
Prandi, autor de cinco livros sobre religião, diz que o século XXI será o tempo da banalização de Deus.
“O padre Marcelo é o símbolo dessa tendência. A religião, que antes era um instrumento de formação
de valores, está se tornando um produto de consumo imediato e passível de rejeição.” Ele diz que
amanhã, como já é hoje, o espetáculo será muito mais importante do que a doutrina religiosa. “Em
geral, o católico que segue o padre Marcelo tem uma fé supérflua. Ele escolhe uma religião como opta
por uma marca de sabão em pó”, diz ele. “O padre Marcelo é o grande sucesso católico do final deste
século, mas os líderes religiosos do futuro terão inúmeros perfis, pois o cardápio da fé será muito
variado – tanto em termos de religiões como de líderes.”
Reginaldo Prandi compara a gama religiosa que existirá no século XXI ao leque de canais
presentes hoje numa tevê a cabo. “Você pode mudar de religião como muda de canal, literalmente, visto
o número de programas religiosos no ar.” O estudioso ressalva, porém, que nem todas as religiões
podem ser transformadas em “campeões de audiência”. Segundo ele, há rituais como os do espiritismo
kardecista, da umbanda e do candomblé que têm dificuldade de entrar na mídia, pois não priorizam a
palavra, o discurso. São religiões nas quais os espetáculos têm mais força quando presenciados ao
vivo. “Além do que, na tevê, as religiões são verdadeiras empresas; e este não é o caso daquelas, que
são muito mais modestas.” A fé a cabo, contudo, é vista com bons olhos pelo sociólogo. “Quanto mais
escolhas, maior a liberdade. Tanto que o islamismo, uma religião autoritária, está crescendo em países
pobres, onde não existe democracia nem liberdade.” Ele aposta que, nos países democráticos, cada
indivíduo poderá compor sua própria religião, como um mosaico da fé. “O esoterismo e as seitas
místicas, cada vez mais populares, são os melhores exemplos dessa interiorização das crenças” O
rabino Henry Sobel também acredita que a religião deve estar nas ações de cada pessoa. “O problema
é que as instituições não são democráticas e seus líderes são autoritários”, critica. “Se as pessoas
percebessem os equívocos das religiões institucionalizadas ao longo da história, elas exerceriam sua fé
se aproximando do próximo e não discriminando o diferente.”
Istoe, Nº 1579 – 5 de janeiro de 2000.
Considere os fragmentos a seguir para responder às questões 02 e 03.
I. “Em plena era da revolução da informática, da expansão de pesquisas científicas em diversas
fronteiras, da medicina vencendo doenças como a AIDS e o câncer, Deus terá seu lugar garantido.”
(l. 01-3)
27
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
II. “‘Quanto mais rápidas forem as transformações na sociedade, mais as pessoas precisarão de uma
âncora, de uma estabilidade. E ela pode estar na religiosidade’ (...)” (l. 04-5)
QUESTÃO 02
No fragmento I, o termo AIDS sofreu especificamente o processo de:
a) neologismo semântico.
b) derivação regressiva.
c) siglonimização.
d) abreviatura.
e) abreviação vocabular.
QUESTÃO 03
Das palavras extraídas dos fragmentos I e II, aquela que representa um neologismo semântico é:
a) “expansão” (I)
b) “doenças” (I)
c) “câncer” (I)
d) “âncora” (II)
e) “religiosidade” (II)
Observe abaixo os trechos das letras de música selecionados:
Trecho I
“Enquanto os homens exercem seus podres poderes Morrer e matar de fome, de raiva e de sede São
tantas vezes gestos naturais Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo Daqueles que velam pela
alegria do mundo Indo mais fundo Tins e bens e tais”.
(“Podres Poderes”, Caetano Veloso).
Trecho II
“E João aceitou sua proposta e num ônibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal”
(“Faroeste Caboclo”, Legião Urbana)
Disponível em: http://edusampaio.com/category/provas-e-gabaritos/
QUESTÃO 04
No trecho I, o termo em negrito foi formado pelo processo de:
a) derivação prefixal.
b) composição por aglutinação.
c) derivação imprópria.
d) composição por justaposição.
e) derivação regressiva.
QUESTÃO 05
“ônibus” e “planalto”, ambos contidos no trecho II, são formados, respectivamente, por:
a) redução vocabular – composição por justaposição.
b) derivação sufixal – composição por aglutinação.
c) composição por aglutinação – composição por justaposição.
d) redução vocabular – composição por aglutinação.
e) derivação imprópria – derivação sufixal.
28
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
1. MORFOLOGIA E SEMÂNTICA DOS SINTAGMAS
SINTAGMA NOMINAL
ADJETIVO
SINTAGMA VERBAL
NUMERAL ADJETIVO
VERBO
SUBST.
LOCUÇÃO
ADJETIVA
ADVÉRBIO
PRONOME
ARTIGO
ADJETIVO
ORAÇÃO ADJETIVA
PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO
ADJETIVO
ADVÉRBIO
CONECTORES
INTERJEIÇÃO
A! As análises de reconhecimento morfológico e dos efeitos de sentido serão exploradas em sala.
Fique atento(a)!
EIS A PRÁTICA!
Texto referente às questões 01 a 04.
TEXTO 01
Caçadores de cópias: a tecnologia a serviço da detecção de plágios na rede
Longe de ser vilã da era moderna, a internet ampliou bastante nossa consciência da linguagem ao
democratizar o conhecimento, oferecendo bastante conteúdo informativo, e se por um lado facilitou
muito mais decalques em série, por outro ajudou na detecção deles por meio do cruzamento de dados.
Basta digitar uma frase conhecida em mecanismos de busca como Google e Bing, por exemplo, para
descobrir as mais variadas ocorrências de uma expressão na rede, com resultados que vão desde
trivialidades creditadas erroneamente a escritores famosos até plágios os mais descarados.
— Há alguns anos, quando um aluno me apresentou uma conclusão de produção impressa, digitei
uma frase aleatória na ferramenta de busca do Google e encontrei o texto na íntegra, mais de uma vez
replicado em sites e blogs. Ao ser questionado, ele afirmou ser de sua autoria. Com 14 anos, já tinha
ideia do que estava fazendo. O aluno foi advertido — relata a assessora pedagógica Maria Cristina
Lindstron, que possui mais de 20 anos de experiência com o Ensino Fundamental e Médio.
Ao que parece, no "vale-tudo" da blogosfera e das redes sociais, em que retuítes, citações e
compartilhamentos de conteúdos alheios são parte indissociável da atividade dos internautas, a autoria
é quase um detalhe, uma nota de rodapé sem muita importância. É nesse contexto que professores e
educadores devem manter-se antenados nas novas tecnologias, sendo capazes de usá-las a seu favor
no combate ao plágio.
Fruto da necessidade acadêmica de atestar a originalidade de trabalhos de pesquisa, algumas
ferramentas foram desenvolvidas especificamente para detectar o plágio de textos. Uma delas, o
29
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Plagius [www.plagius.com], trabalha com diversos formatos de arquivo (doc, pdf, rtf, etc.), fornecendo
relatórios detalhados sobre ocorrências semelhantes na internet e suspeitas de decalque. O Farejador
de plágio [www.farejadordeplagio.com.br], por sua vez, também vasculha a internet atrás de plágios do
arquivo-alvo, pesquisando inclusive "trechos saltados" em obras para serem analisados
posteriormente.
Considerando que nem tudo o que se produz na academia está disponível para consulta na
internet, os resultados obtidos por esses aplicativos não são de todo confiáveis — o que,
evidentemente, não lhes tira o mérito.
Edgard Murano Revista Língua (Julho/2013/adaptado)
Questão 01
(IFPI) De acordo com o texto,
a) A internet auxilia na identificação de plágio e nas formas de punição de alunos que copiam trechos
de trabalho ou textos na íntegra de outros autores.
b) A internet pode ajudar os professores e educadores a combater o problema do plágio, que é
crescente nas escolas.
c) O aluno opta pela cópia de textos de outros autores porque o acesso à internet acaba sendo mais
fácil.
d) Longe de ser a vilã da era moderna, a internet contém todos os trabalhos que circulam nas
academias e, por isso, se torna o principal meio para identificar o plágio.
e) O professor ou educador que não estiver antenado com as novas tecnologias não conseguirá
encontrar o trabalho original copiado, que passará, assim, despercebido.
Questão 02
(IFPI) Na passagem “É nesse contexto que professores e educadores devem manter-se antenados nas
novas tecnologias...” (3o parágrafo), a expressão “nesse contexto”, refere-se:
a) aos espaços acadêmicos das universidades.
b) às escolas de Ensino Fundamental e Médio.
c) aos farejadores de plágio.
d) ao “vale-tudo” da blogosfera e das redes sociais e suas implicações.
e) aos mecanismos de busca Google e Bing
Questão 03
Das afirmações abaixo,
I. “muito” intensifica o termo “mais” que, por sua vez, quantifica o nome “decalques” (l. 3).
II. De acordo com o novo acordo ortográfico, o vocábulo “ideia” (l. 10) perdeu o acento pela mesma
razão que cefaleia, heroico e plateia.
III. Na linha 8, os modificadores “de busca” e “do Google” apresentam o mesmo referente.
IV. “o” (l. 12), nas linhas 24 e 25, equivalem morfologicamente.
V. O termo “bastante”, na linha 1, modifica a forma verbal “ampliou, intensificando-lhe o sentido ao
passo que “bastante”, na linha 2, modifica “conteúdo”, quantificando-o.
Estão corretas:
a)
b)
c)
d)
e)
apenas I e II.
apenas II e III.
apenas I, II e IV.
apenas I, II e V.
todas as afirmações.
Questão 04
“O Farejador de plágio [...], por sua vez, também vasculha a internet atrás de plágios do arquivo-alvo...”
(l. 20-2) – nesse trecho, encontramos uma palavra composta – formada por substantivos – cujo plural se
submete, modernamente, às seguintes possibilidades: ambos no plural ou somente o primeiro, sendo
este o mais utilizado. Assim, teríamos: arquivos-alvo.
30
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Considerando essa e as demais especificidades ao pluralizar os nomes compostos, encontram-se
devidamente pluralizados:
a)
b)
c)
d)
e)
sempre-vivas e salários-família.
pimentas-do-reino e guardas-pós
homem-bombas e alto-falantes.
para-raios e primeiro-ministros.
quinta-feiras e guardas-florestal.
Para as questões 05 e 06.
TEXTO 02
"Era uma velha sequinha que, doce e obstinada, não parecia compreender que estava só no
mundo. Os olhos lacrimejavam sempre, as mãos repousavam sobre o vestido preto e opaco, velho
documento de sua vida. No tecido já endurecido encontravam-se pequenas crostas de pão coladas pela
baba que lhe ressurgia agora em lembrança do berço. Lá estava uma nódoa amarelada, de um ovo que
comera há duas semanas. E as marcas dos lugares onde dormia. Achava sempre onde dormir, casa de
um, casa de outro. Quando lhe perguntavam o nome, dizia com a voz purificada pela fraqueza e por
longuíssimos anos de boa educação:
— Mocinha.
As pessoas sorriam. Contente pelo interesse despertado, explicava:
— Nome, nome mesmo, é Margarida.
Certamente, Mocinha era o sósia mesmo da bela flor de mesmo nome..."
Clarice Lispector. Disponível em: http://claricelispector.blogspot.com.br/2008/05/viagem-petropolis.html
Questão 05
Na construção da narrativa, é possível afirmar que a autora:
a) exagerou no emprego dos adjetivos uma vez que eles comprometeram, sobretudo, a descrição da
personagem e a própria narrativa.
b) ao empregar o modificador nominal “uma” (linha 1), no início da narrativa, buscou, por meio de
caracterizadores, tornar imprecisa a personagem e, depois, gradativamente especificá-la e nomeá-la:
“Margarida”.
c) descreveu, com precisão, os momentos de solidão anteriormente vividos por Mocinha.
d) no penúltimo parágrafo, revela a predileção da personagem pelo nome de batismo: “Margarida”.
e) empregou o diminutivo como forma de intensificar pejorativamente o caráter da personagem,
denotando desprezo.
Questão 06
Analisando os aspectos morfológico e semântico dos termos em questão, tem-se como análise (s)
verdadeira(s):
I.
Ao empregar o sufixo de grau diminutivo, além de intensificar a característica, a autora reforça a
ideia de docilidade presente na descrição e retomada no nome da personagem, também um adjetivo
acrescido do sufixo "-inha".
II. “pequenas” (l. 03), “de pão” e “coladas” (l. 3) apresentam o mesmo referente, caracterizando-o.
III. Na linha 1, as duas ocorrências da palavra “que” indicam-na como pronome relativo, sendo as
orações que a sucedem caracterizadoras nominais.
IV. São acentuados pela mesma razão os vocábulos “nódoa” (l. 04) e “sósia” (l. 10)
V. O vocábulo “sósia” (l. 11) apresenta caráter estritamente masculino assim como ídolo, sentinela e
carrasco.
a) I.
b) II e III.
c) I, II e IV.
31
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
d) I, II e V.
e) III, IV e V.
Leia o texto a seguir e responda às questões 07 e 08.
TEXTO 03
Uma vida humana
Cada um de nós nasce enquadrado. Acordamos do nada e nos encontramos jogados dentro de uma
classe, de uma raça, de uma nação, de uma cultura, de uma época. Nunca mais conseguimos nos
desvencilhar completamente desse enquadramento. Ele nos faz o que somos.
Mas não tudo o que somos. O indivíduo sente e sabe, também, ser mais do que essa situação ao
mesmo tempo definidora e acidental. Ela nos quer aprisionar num destino específico. Contra este,
rebela-se, em cada pessoa, o espírito, que se reconhece como infinito acorrentado pelo finito. E tudo o
que quer o espírito é encontrar uma moradia no mundo que lhe faça justiça, respeitando-lhe a vocação
para transgredir e transcender. Por isso, as raízes de um ser humano deitam mais no futuro do que no
passado.
Entretanto, o indivíduo cedo precisa abandonar a ideia de ser tudo para que possa ser alguém.
Escolhendo e abrindo um caminho, ou aceitando o caminho que lhe é imposto, ele se mutila. Suprime
muitas vidas possíveis para construir uma vida real. Essa mutilação é o preço de qualquer engajamento
fecundo. Para que ela não nos desumanize, temos de continuar a senti-la: a dor no ponto da amputação
e os movimentos fantasmas dos membros que cortamos fora. Precisamos imaginar a experiência das
pessoas que poderíamos ter sido.
Depois, já mutilados e lutando, vemo-nos novamente presos dentro de uma posição que, por melhor
que seja, ainda não faz jus àquele espírito dentro de cada pessoa que é o infinito preso no finito.
Rendendo-nos, por descrença e desesperança, a essa circunstância, começamos a morrer. Uma
múmia se vai formando em volta de cada de nós. Para continuar a viver, até morrer de uma só vez, em
vez de morrer muitas vezes e aos poucos - temos de romper a múmia de dentro para fora. A única
maneira de fazê-lo é nos desproteger, provocando embates que nos devolvam à condição de incerteza
e abertura que abandonamos quando aceitamos nos mutilar.
É do hábito de imaginar como outros sofrem a mesma trajetória que surge a compaixão. Junto com o
interesse prático, ela nos permite cooperar no enfrentamento das condições que tornam o mundo
inóspito ao espírito. E é para torná-lo mais hospitaleiro ao espírito que precisamos democratizar
sociedades e reinventar instituições. Temos de desrespeitar e reconstruir as estruturas para poder
respeitar e divinizar as pessoas.
Roberto Mangabeira Unger, filósofo, professor de direito em Harvard (EUA)
Questão 07
Constitui um ponto de vista defendido pelo locutor do texto:
a)
b)
c)
d)
e)
cada indivíduo se transforma em um ser histórico, social, com o objetivo de atingir sua realização
pessoal.
o cidadão, ao engajar-se socialmente, consegue uma estabilidade espiritual mais duradoura.
o ser humano constrói-se através da tensão existente entre o “ser interior” e o “ser social”
o homem que preserva a sua individualidade está descaracterizado como ser social.
o ser humano, no seu processo de aprendizagem cotidiana, cria uma realidade ilusória.
Questão 08
De acordo com os aspectos morfológicos e semânticos que ocorrem no texto 03, pode-se afirmar:
a) Os vocábulos “o” (l. 3) e “o” (l. 11) equivalem morfologicamente.
b) A forma verbal “deitam” (l. 8), no contexto em que se encontra, sugere uma tendência do ser humano
a depreciar o que ainda pode acontecer.
c) A palavra “muitas” (l. 11), como modificadora do nome, funciona como pronome indefinido.
d) A expressão “aos poucos” (l. 19), apesar de ser um pronome indefinido, modifica a ação do verbo
“morrer”. (l. 18)
e) “mais” (l. 8) constitui um termo quantificador; exerce, portanto, função pronominal.
32
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Referente às questões 09 e 10.
TEXTO 04
Nunca se criticou tanto e tão acidamente a educação brasileira quanto agora. E merecidamente,
pois é péssima. E, para que ela se mova, ainda é pouco o que criticamos. Mas não podemos perder a
perspectiva histórica. Nunca tivemos uma educação tão vibrante e em tão rápida transformação. Vamos
entender o paradoxo. Nossa educação é ruim porque sofreu quatro séculos e meio de abandono. Foi
nos últimos cinquenta anos que tudo começou a acontecer. E, obviamente, é pouco tempo para
recuperar os séculos perdidos e para evitar os solavancos e as incompetências do crescimento
açodado.
O desleixo passado nos deixa sequelas muito mais graves do que aquelas geradas pelas
trapalhadas das décadas recentes. Ao preparar o prefácio do esplêndido livro de Maria Luiza Marcílio,
História da Escola em São Paulo e no Brasil, adquiri mais munição para defender tais ideias.
Ouvimos muitas lamúrias sobre o vácuo educacional, após a expulsão dos jesuítas. De fato, a
cidade de São Paulo ficou sem escolas formais por 43 anos. Mas, enquanto funcionaram, seus colégios
cobriam apenas 0,1% da população.
Nossa educação era compatível com a mediocridade intelectual da época. Mesmo a educação das
elites era débil e improvisada. No dizer de Bastos Ávila, era "um ensino de inutilidades ornamentais". O
que havia era uma educação péssima para as elites e quase nada para os demais. Pergunta o visitante
John Luckoc: "O que pode ensinar quem nada sabe?... Não havia outro meio, portanto, senão permitir
que as crianças crescessem selvagens, em meio a uma chusma de escravos e vagabundos da pior
espécie com quem testemunham e aprendem a praticar todas as vilanias de que sua tenra idade era
capaz".
O professor ensinava a um aluno de cada vez, era tudo o que ele sabia fazer. Como resultado, os
outros ficavam inquietos e indisciplinados, gerando a necessidade da palmatória. Não havia seriação.
Os alunos podiam entrar e sair da escola em qualquer período do ano. Da mesma forma, não havia a
"grade curricular". A aritmética não era lecionada simultaneamente ao português, e a leitura e a escrita
eram ensinadas em separado. Durante todo o Império, não houve prédios escolares em São Paulo nem
móveis didáticos. Em Ubatuba, por exemplo, os alunos tinham de estudar em pé.
Em suma, a principal razão do atraso de hoje é o início tardio, pois as escolas só começaram a
tomar alguma consistência no século XX. Portanto, nosso retardo educativo vem menos do que fizemos
mal nas últimas décadas e mais do não feito nos quatro séculos precedentes. Mas a nós, tataranetos,
não se permite complacência. Justamente por estarmos tão atrasados, temos de recuperar o tempo
perdido.
Castro, Claudio de Moura. A culpa é do Tataravô. Veja. Adaptado.
Questão 09
(Consultec) O autor do texto, no que se refere à Educação no Brasil,
a) vê as bases sociais do país, no presente, como frágeis para que aí se implementem um processo
educacional de qualidade.
b) reconhece que são precedentes as críticas a ela dirigidas, embora não aponte uma saída para tal
impasse.
c) culpa a elite brasileira de ontem e a de hoje pela falta de empenho na construção de mais escolas.
d) associa-se o déficit educacional do presente ao atraso da implantação da escola no passado.
e) sabe que, quando se trata de conquistas educacionais, é desaconselhável correr contra o tempo.
Questão 10
Há correspondência entre o termo destacado e o que dele se afirma:
a) O advérbio “merecidamente” (l.01) exprime uma opinião do autor.
b) Os vocábulos “muito” (l.7) e “muitas” (l.3) são modificadores que sugerem circunstâncias
equivalentes no contexto em que se inserem.
c) A forma verbal “funcionaram” (l.15) está no plural combinando com o mesmo sujeito de “cobriam”
33
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
(l.15).
d) “muito” (l.9) e “mais” (l.10) intensificam o mesmo referente.
e) A palavra “ruim” (l.4) modifica a forma verbal “é “(l.4) e expressa ideia de modo.
Questão 11
(Cpcar-2013) A partir da leitura da charge abaixo, é possível inferir que o/a
a) conceito da felicidade está de acordo com uma hierarquização de objetivos de vida.
b) último quadrinho adicionou um sentido falacioso no que se refere à conquista da felicidade.
c) conquista do Ipad torna-se o ideal de felicidade, que é alcançado pelo personagem da tira.
d) consumismo está indiretamente relacionado à busca da felicidade.
2. ACENTUAÇÃO E O ACORDO ORTOGRÁFICO
Disponível em: guinablogspot.blogspot.com Acesso em: 2 dez 2015.
34
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Disponível em: http://fbimusicdepartment.blogspot.com.br/2012/04/regras-do-novo-mas-antigo-acordo.html
EIS A PRÁTICA!
Leia os textos 1 e 2 para responder às questões 1 e 2.
TEXTO 1
Nordeste 40 graus 1
A temporada de verão está levando ao Nordeste quarenta e dois voos charter por semana vindos de
catorze países. Fortaleza, Natal e Porto Seguro são os campeões da preferência. É um desempenho de
dar água na boca: no verão passado, apenas dezoito voos desse tipo desembarcavam na região.
35
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
TEXTO 2
Nordeste 40 graus 2
Argentina e Portugal lideram a bem-vinda invasão, com quase a metade das linhas de charters. Até da
República Checa, Bolívia e Guiana Francesa vem gente. Nenhum desses voos é oriundo dos EUA. E,
do jeito que estão as coisas e como muitos creem, nem é bom tentar realizar o feito heroico trazê-los...
(Veja, 14 jan. 2004, p. 35, apartado.)
Questão 01
Observe a frase retirada do texto “Nordeste 40 graus 2”: “Até da República Checa, Bolívia e Guiana
Francesa vem gente.” Assinale a alternativa correta:
a) a frase revela o espírito de inclusão e confraternização com povos de culturas tão exóticas como os
citados, saudados como novos integrantes da miscigenação cultural brasileira.
b) a frase revela um sentimento de incômodo e aversão ao estrangeiro, com a chegada maciça de
turistas provenientes de países pouco civilizados.
c) a frase revela uma atitude preconceituosa em relação a países de pouca projeção econômica, pois a
vinda de turistas de países com mais tradição turística como França e Alemanha não causaria
estranhamento.
d) Aa frase revela uma estranheza diante da chegada de turistas pobres, reduzidos a um povo
culturalmente desqualificado.
e) a frase revela uma surpresa com a vinda de turistas de países tão distantes geograficamente como
os citados, enquanto Argentina e Portugal já oferecem visitantes próximos e previsíveis.
Questão 02
No que concerne à acentuação vocabular e em observância ao novo acordo ortográfico, NÃO houve
análise coerente apenas em:
a) “verão” é acentuado por ser um vocábulo terminado em ditongo.
b) “voos” assim como “creem” – por serem paroxítonas formadas por vogal dupla – perderam o acento
gráfico.
c) “preferência” e “água” são acentuadas pela mesma razão.
d) Obrigatoriamente o termo “República” leva acento gráfico por se tratar de uma proparoxítona.
e) Perdeu-se o acento de “heroico” já que se trata de paroxítona formada por ditongo aberto.
TEXTO 03
“Os sete jovens desta reportagem têm todas as características comuns aos empreendedores, mas eles
abraçaram projetos nada convencionais. É uma nova geração, com uma nova mentalidade. Eles não
tocam nem empresas normais nem ONGs, e sim os chamados negócios sociais. Todos acreditam que é
possível, sim, obter lucro combatendo a pobreza.”
Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (2013) http://revistapegn.globo.com
Questão 03
Marque a alternativa que justifica a obrigatoriedade (ou não) do acento na forma verbal “têm”, na
seguinte passagem: “Os sete jovens desta reportagem têm todas as características comuns aos
empreendedores”.
a) O verbo está acentuado porque concorda com o termo “características comuns”, que está no plural.
b) O verbo está acentuado porque concorda com o termo “aos empreendedores”, que está no plural.
c) O verbo está acentuado porque concorda o núcleo do sintagma nominal, “jovens”, que está no plural.
d) O verbo não deve ser acentuado porque concorda com “reportagem”, que está no singular.
e) Segundo o novo acordo ortográfico, o verbo em questão jamais deve ser acentuado.
36
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
O texto 04 constitui a base para as questões 04 e 05.
TEXTO 04
Se você já tentou interpretar uma lei ou decisão judicial, sabe que a tarefa pode ser complicada como
ler em grego ou arriscada como fazer um voo rasante sobre um vulcão em erupção. Com a
desvantagem de o Google não traduzir o juridiquês, "idioma" criado por políticos e profissionais do
direito, com pitadas de português, termos técnicos e expressões em latim. "Alguns usam essa
linguagem empolada para ter status, outros como instrumento de poder. Na sua vaidade, afastam a
Justiça da sociedade", diz o advogado Renato Pacca, do blog Traduzindo o Juridiquês. "Assim como
bons médicos explicam o tratamento com palavras simples, um juiz deveria explicar sentenças de modo
acessível. Sem precisar de tradução. "
Disponível em http://www.passeiaki.com/noticias/ideia-26-leis-portugues. Acesso em 21 mar 2014 (adaptado).
Questão 04
De acordo com o texto
a) leis e decisões judiciais deveriam ser escritas em uma linguagem acessível à sociedade.
b) o autor , apesar de defender o juridiquês, observa a importância de redação acessível aos leigos
nas leis e sentenças judiciais.
c) a dificuldade de os cidadãos brasileiros compreenderem documentos da área jurídica se deve ao
seu descaso destes, em relação à competência leitora.
d) os juristas precisam fazer uso de linguagem empolada sob pena de perderem credibilidade perante
a sociedade.
e) a citação das palavras de Renato Pacca não serve de argumento para a tese defendida pelo autor
do texto.
Questão 05
Sobre a acentuação de certas palavras contidas no texto qcima, há pertinência naquilo que se afirma
em:
a) O vocábulo “voo” encontra-se grafado incorretamente uma vez que deveria receber acento
circunflexo.
b) “Juridiquês constitui uma oxitona terminada em –e, seguida de –s; portanto, deve ser acentuada.
c) “políticos”, “técnicos” e “acessível” recebem acento pela mesma razão.
d) Oxítonas terminadas em ditongo devem ser acentuadas, a exemplo de “vulcão” e “erupção”.
e) “juiz” deveria ser acentuado pela mesma razão que o vocábulo juíza.
Leia a charge abaixo.
37
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Questão 06
(Diário Catarinense) A compreensão da charge exige que o leitor perceba durante a análise:
a) o uso da linguagem não-verbal, representada pela expressão de espanto dos médicos.
b) a utilização de um vocabulário específico da área médica, como exames e vírus.
c) a visível precariedade dos equipamentos utilizados pelos profissionais da saúde.
d) o significado da palavra preconceito, ligada ao fato da presença de médicos estrangeiros.
e) a relação de semelhança entre a estrutura de um vocábulo e o nome de um país.
As questões de 07 a 09 referem-se ao texto seguinte:
TEXTO 05
BRUTA FLOR DO QUERER
Quando era menino, o pintor mexicano Diego Rivera entrou numa loja, numa daquelas antigas lojas
cheias de mágicas e surpresas, um lugar encantado para qualquer criança.
Parado diante do balcão e tendo na mão apenas alguns centavos, ele examinou todo o universo contido
na loja e começou a gritar, desesperado: “O que é que eu quero ???”.
Quem nos conta isso é Frida Kahlo, sua companheira por mais de 20 anos. Ela escreveu que a
indecisão de Diego Rivera o acompanhou a vida toda. Ao ler isso, me perguntei: quem de nós sabe
exatamente o que quer?
A gente sabe o que não quer: não queremos monotonia, não queremos nos endividar, não queremos
perder tempo com pessoas mesquinhas, não queremos passar em branco pela vida. Mas a pergunta
inicial continua sem resposta: o que a gente quer, o que iremos escolher entre tantas coisas
interessantes que nos oferece esta loja chamada Futuro? Sério, a loja em que o pequeno Diego entrou
chamava-se, ironicamente, Futuro.
O que é que você quer? Múltiplas alternativas. Medicina. Música. Homeopatia. Casar. Ficar
solteiro.Escrever um livro. Fazer nada o dia inteiro. Ter dois filhos. Ter nenhum. Cruzar o Brasil de
carro. Entrar para a política.Tempo para ler todos os livros do mundo. Conhecer a Grécia. Morrer
dormindo. Não morrer. Aprender chinês. Aprender a tocar bateria. Desaprender tudo o que aprendeu
errado.Acupuntura. Emagrecer. Ser famoso. Sumir.
O que você quer? Morar na praia. Filmar um curta. Arrumar os dentes. Abrir uma pousada. Recuperar a
amizade com seu pai. Trocar de carro. Meditar. Aprender a cozinhar. Largar o cigarro. Nunca mais
sofrer por amor. Nunca mais.
O que você quer? Viver mais calmo. Acelerar. Trancar a Faculdade. Cursar uma Faculdade. Alta na
terapia. Melhorar o humor. Um tênis novo. Engenharia Mecânica. Engenharia Química. Um mundo
38
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
justo. Cortar o cabelo. Alegrias. Chorar.
Abra a mão, menino, deixe eu ver quantos centavos você tem aí. Olha, por esse preço, só uma
caixinha vazia, você vai ter que imaginar o que tem dentro. Serve.
MEDEIROS, Marta. Montanha russa. Porto Alegre: LPM, 2003. p.199-200.
Questão 07
Em relação às possibilidades de experiências de vida, o texto apresenta:
a) amplitude de perspectivas.
b) pessimismo em face do futuro.
c) indignação devido à monotonia da vida.
d) imparcialidade diante da sociedade atual.
Questão 08
A expressão “O que é que você quer?”, (l. 19), denota a (o)
a) interlocução da autora do texto com o leitor.
b) susto da vendedora devido ao desespero de Rivera.
c) desinteresse da autora mediante os desejos humanos.
d) apreensão da vendedora diante dos questionamentos dos clientes.
Questão 09
“O que é que você quer? Múltiplas alternativas. Medicina. Arquitetura. Música. Homeopatia. Casar."
(l. 13) Ocorreu o mesmo processo da acentuação que das palavras sublinhadas em:
a) tecnológicas – períodos.
b) ninguém – histórica.
c) infância – lógica.
d) Piauí – sândalo.
e) ânsia – Mecânica
TEXTO 06
O fim da impunidade
(...) Como eu já disse aqui, às vezes parece que sou o único a ler certas coisas, a ponto de recear
ter tido como mentiroso.(...)
Bingo é um vira-lata, de naturalidade piauiense ou maranhense, não se sabe ao certo. Não saiu
foto dele no jornal (talvez tenha exigido cobrir o focinho, como fazem os criminosos humanos, diante
das câmeras implacáveis dos jornais e da tevê), nem forma publicados maiores dados – como direi? –
pessoais sobre ele, que, certamente, não fala nem em juízo, quanto mais a um jornalista qualquer. Mas
estou seguro de que seu lugar na história já está garantido, pois é o pivô de um caso singular. Ele foi
condenado a encarceramento por um juiz da cidade de Timon, no Maranhão, e está cumprindo pena há
um ano e meio, no Centro de Zoonoses local. Segundo também leio, ele conta com a assistência de um
advogado, mas, ao que parece, não tem direito a fiança e não pode explicar suas ações e certamente
teve pedidos de hábeas corpus indeferidos – porque ninguém fala cachorrês com a necessária fluência
para um evento dessa magnitude.
Tampouco sei se a prisão é arbitrária, apesar de ser verdade, segundo testemunhas, que ele
mordeu alguém, que deu queixa em juízo. (...)
Não se pode dizer que bingo tenha sido vítima de maus-tratos ou que seus direitos caninos estejam
sendo violados, além do que já foram. Preso por um Oficial de Justiça, conduzido numa viatura para o
presídio sem direito a defesa, já deve ter sido o bastante. (...)
Mas, como eu dizia, os direitos de bingo estão mais ou menos garantidos, dentro do
estabelecimento penal em que se encontra. É mantido numa jaula decente e, como qualquer detento,
tem direito a banhos de sol, embora não se informe se ele, como deveria ser, também faz jus a visitas
íntimas periódicas. (A visitas humanas ele tem direito, mas pode ser quem, de vez em quando, pense
numa cadelinha caridosa, nunca se sabe.) (...)
Mas tudo neste mundo tem seu lado positivo. O Brasil, pelo menos, pode alegar que sua justiça
funciona e aplica o dinheiro público escrupulosamente. Em época eleitoral, como a de agora, é mesmo
39
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
possível que algum candidato prometa a criação de juizados especiais para cachorros ou para bichos
em geral ou até instituir o júri popular para animais acusados de faltas muito graves.
RIBEIRO, João Ubaldo. Você me mata, mãe gentil. RJ: Ed. Nova Fronteira.
Questão 10
No primeiro parágrafo, o autor faz questão de esclarecer:
a) a fonte de conhecimento do ocorrido.
b) seu conhecimento sobre leis.
c) seu grande interesse por leitura.
d) sua opinião sobre o fato narrado.
e) sua ligação com o fato narrado.
Questão 11
É acentuada pela mesma razão que “história”
a) “pivô” (l. 7)
b) “câmeras” (l. 05)
c) “fluência” (l. 11)
d) “vítima” (l. 15)
e) “periódicas” (l. 20)
3. O SUBSTANTIVO E O ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DO DISCURSO
Pequenas Aprendizagens
Bastou relatar, na última crônica, minha experiência com a descoberta de um câncer, para que meu
telefone triplicasse o volume de chamadas recebidas. Eram os amigos, os parentes e, em número
menor porém muito significativo, os colegas de fado e de sina. Descobri, de repente, que o mundo ao
redor não é tão são como parece. E que muitas pessoas, com as quais cruzamos na rua, no shopping
ou na fila do cinema, guardam dentro de si, mais ou menos inviolado, um idêntico segredo.
Têm elas, como eu, um alien alojado em alguma parte de seus corpos (ou fluídico e difuso em seu
todo), com o qual mantém relações estranhas e contraditórias. Em algumas, a relação é de beligerância
declarada – e estas geralmente exibem a fisionomia contrita do guerreiro. Querem vencer e tudo farão
para expulsar o invasor e destruí-lo. Outras, ao contrário, procuram ouvir o que o invasor tem a lhes
dizer e o tratam antes como mensageiro do que como inimigo. Não cedem a ele, mas também não o
afrontam com iras desmedidas. É um ser que está ali, com sua sintaxe desordenada, querendo
expressar algo. Curiosamente, essa atitude as ilumina.
Ainda sou neófito nas artes de convivência com meu alien, mas tendo a imitar essa última postura.
Procuro decodificar as mensagens que ele me envia, sempre tomando o cuidado de interpretar o
conteúdo delas. Nesses poucos dias, aprendi mais sobre mim do que em muitos anos de saudável
pastio pelas rotinas da vida. Descobri afetos insuspeitados, docilidades, relevâncias onde antes nada
havia. E, simetricamente, a absoluta irrelevância de certas coisas que julgávamos muito importantes.
Os males imaginários, por exemplo, nos infundem muito mais terror que um bando de células
malucas embutido em nosso peito. Pois são apenas células malucas – e não passam disso. Tememos
todas as mortes possíveis, sofremos a iminência trágica e retumbante de cada uma delas – mas
somente uma única mortezinha, singular e vulgar, nos arrebatará deste mundo.
Como quem descobre uma nova ruga ou um novo fio de cabelo branco, você descobre que o
espírito também envelhece e fica mais sábio. E ficar mais sábio, neste caso, não significa mergulhar em
transcendências, mas, ao contrário, buscar a imanência das coisas mais simples. Onde estão elas, você
perguntará. Não há resposta verbal, nem construção conceitual, que indique onde estão e o que são as
coisas simples. Podemos fazer algumas aproximações, através da sensibilidade, na direção delas. Por
exemplo: desligar o televisor, ao primeiro sinal de tédio, e olhar com um interesse completamente novo,
inaugural, para o rosto da pessoa que há anos vive a nosso lado.
SNEGE, Jamil. Gazeta do Povo. Caderno G. Curitiba. 21 jul. 02, p. 03.
40
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
O texto constitui uma unidade global de comunicação a qual expressa uma ideia ou trata de um
assunto determinado, tendo como referência a situação comunicativa concreta em que foi produzido,
isto é, o contexto. Mas, para o texto ser coerente, é preciso que os seus parágrafos estejam
relacionados e não apresentem contradições. Além disso, ele deve oferecer ao leitor ou ao ouvinte uma
mensagem com sentido completo, superior à simples reunião de orações e períodos.
Em I, o autor, ao apresentar suas reflexões acerca da divulgação da descoberta de um câncer e
suas impressões diante do fato, relata-as seguindo essa estrutura. Podemos afirmar, então, que o
conjunto de informações apresentado por Jamil Snege é considerado um texto.
3.1 A SUBSTANTIVAÇÃO
Fragmento 1:
“É um ser que está ali, com sua sintaxe desordenada, querendo expressar algo. Curiosamente,
essa atitude as ilumina.” (l. 11-2)
Observe os elementos em negrito; note que eles exercem um papel especial no texto. De certo
modo, é neles que se concentra um núcleo de ideias. Estamos falando de substantivo ou núcleo do
sintagma nominal: é o termo de nomeação das coisas.
Fragmento 2:
"Querem vencer e tudo farão para expulsar o invasor e destruí-lo. Outras, ao contrário, procuram
ouvir o que o invasor tem a lhes dizer e o tratam antes como mensageiro do que como inimigo." (l. 0810)
Nesse fragmento, observe que o termo em negrito, na sua essência, exerce função caracterizadora.
Mas perceba que, no contexto, ele acaba exercendo função nomeadora como se fosse um substantivo.
Essa ocorrência é o que chamamos de substantivação. O modificador nominal “o” (artigo) contribuiu
para esse processo. Os numerais e os pronomes também auxiliam na substantivação dos termos.
Contudo, há situações em que o termo apresenta-se substantivado sem a existência de modificadores.
Observe:
“O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde”.
Fragmento 3:
“Pois são apenas células malucas – e não passam disso." (l. 19)
No fragmento acima, atente para o termo "células". Isoladamente, ele se classifica como substantivo
(nome dado à unidade fundamental dos seres vivos); porém, considerando-o no contexto, ele se torna
núcleo de uma ideia caracterizadora "apenas células malucas" (tecnicamente, corresponde ao núcleo
do predicativo do sujeito).
A! Outras particularidades acerca do nome, em especial aos efeitos de sentido por ele produzido, serão
exploradas em sala. Fique atento(a)!
3 2 CARACTERIZAÇÃO
Quando nos referimos à caracterização, podemos fazê-la utilizando os seguintes recursos
linguísticos:
 Empregando adjetivos:
Ex1:
41
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
" Mulher brasileira aonde é que está você
Mulher brasileira eu quero você prá mim"
(Jorge Bem Jor)
Observe que o elemento em negrito, além de referir-se a uma nacionalidade (adjetivo pátrio ou
gentílico), ele também apresenta uma ideia restritiva, ou seja, indica qualidade ou característica
acidental, limitadora de um ser – adjetivo restritivo, subjetivo (caracterização parcial).
Ex2:
" Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso"
(Patu Fu)
Nesse caso, quando se diz que o chão é duro, estamos apresentando uma característica própria,
essencial do ser – temos um adjetivo explicativo/ objetivo. (caracterização imparcial).
Ex3: “Nesses poucos dias, aprendi mais sobre mim do que em muitos anos de saudável pastio
pelas rotinas da vida.” (l. 15-6)
Atenção: a anteposição de alguns adjetivos pode implicar mudança semântica:
Ex1:
"Uma grande mulher com um grande ideal é o que a gente precisa
Sempre foi retaguarda, mas vai pra vanguarda de modo viril
E é a esperança... no futuro do Brasil"
(Celi Brandão)
Grande mulher: ilustre mulher.
Mulher grande: mulher alta.
Ex2:
" Velho amigo /Tô de volta
Cheio de saudade / Senti tanto tua falta
Que felicidade!"
(Fábio Júnior)
Velho amigo: amigo de muito tempo
Amigo velho: amigo idoso.
 Empregando locuções adjetivas:
Ex.: "Nesses poucos dias, aprendi mais sobre mim do que em muitos anos de saudável pastio pelas
rotinas da vida." (l. 15-6) - Note que da vida caracteriza rotinas, só que em forma de locução.
 Empregando orações adjetivas:
Ex.: “Aquele que não tiver pecados atire a primeira pedra.” (Jesus Cristo)
3.3 PLURAL DOS NOMES COMPOSTOS
42
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Fala Menino
No terceiro quadrinho, foram empregadas duas palavras compostas: “cueca-vermelha” e “superheróis”.
Uma das grandes dificuldades encontradas pelos usuários da Língua Portuguesa é pluralizar tais
termos. A seguir, veremos algumas dicas as quais nos ajudarão a sanar tais dúvidas:
Dica 1: Flexionam-se os dois elementos, quando formados de substantivo + substantivo ou adjetivo;
adjetivo ou numeral + substantivo. Exemplos:
Ex1: couve-flor e couves-flores.
Ex2: conta-corrente e contas-correntes.
Ex3: gentil-homem e gentis-homens.
Ex4: terça-feira e terças-feiras.
A! Com dois substantivos, quando o segundo exprime a ideia de semelhança, finalidade, quando
limita o significado do primeiro, a pluralização acontece de modo especial.
Ex.: bolsa-família e bolsas-família
navio-escola e navios-escola
Dica 2: Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de verbo + substantivo; palavra
invariável + palavra variável e palavras repetidas ou imitativas. Exemplos:
Ex1: guarda-roupa e guarda-roupas.
Ex2: alto-falante e alto-falantes.
Ex3: reco-reco e reco-recos.
Dica 3: Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de substantivo + preposição clara
(ou implícita) + substantivo. Exemplos:
Ex1: pé-de-moleque e pés-de-moleque.
Ex2: cavalo-vapor e cavalos-vapor.
Dica 4: Permanecem invariáveis, quando formados de verbo + advérbio ou substantivo no plural e
verbos opostos. Exemplos:
Ex1: o bota-fora e os bota-fora.
Ex2: o saca-rolhas e os saca-rolhas.
Ex3: o leva-e-traz e os leva-e-traz.
Plurais especiais:
Arco-íris → os arco-íris
Ave-maria → ave-marias
Banho-maria → banhos-maria
Bem-estar → bem-estares
João-ninguém → joões-ninguém
Louva-a-deus → os louva-a-deus
Pai-nosso → pai-nossos ou pais-nossos
Xeque-mate → xeques-mates
Zé-mané → zés-manés
Zé-ninguém → zés-ninguém
43
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
EIS A PRÁTICA!
TEXTO 01
Referente à questão 01
SAI NOVA LISTA DE ESPÉCIES EM RISCO
Animais e plantas ameaçados são agora mais de 16 mil, segundo IUCN
A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, em inglês) incluiu 530 novos
animais e plantas em sua Lista Vermelha, o principal guia sobre espécies em extinção no mundo. O
relatório completo será publicado nesta semana, e entre os seres vivos listados pela primeira vez estão
os ursos-polares (Ursus maritimus) e os hipopótamos (Hippopotamus amphibious), bichos que sofrem
com a pressão do aquecimento global e da caça indiscriminada, respectivamente. Ambos foram
classificados como vulneráveis, situação comparativamente menos séria.
Com a entrada dos novos animais e plantas na lista, sobe para mais de 16 mil o número de
espécies ameaçadas, afirma a IUCN. A organização não-governamental também citou os riscos sérios
para a vida aquática. De acordo com o relatório, 20% das mais de 500 espécies de tubarões e arraias
da Terra estão ameaçadas de desaparecimento, bem como um quarto dos peixes de água doce da
África Oriental —situações criadas por causa da falta de limites à pesca.
Outro fator importante para muitas espécies é a instabilidade política e a pobreza, que levam à
exploração desordenada dos recursos naturais, diz a IUCN.
O banco de dados da lista poderá ser acessado no endereço eletrônico www.iucnredlist.org.
www.folhaonline.com.br Acesso em: 02 mai. 06.
"O relatório completo será publicado nesta semana, e entre os seres vivos listados pela primeira vez
estão os ursos-polares (Ursus maritimus) e os hipopótamos (Hippopotamus amphibious), bichos que
sofrem com a pressão do aquecimento global e da caça indiscriminada, respectivamente." (l. 03-6);
observe que o termo composto em destaque foi devidamente pluralizado.
Questão 01
Dentre as informações a seguir, divulgadas na Internet, aponte aquela(s) que apresenta(m) falha no
processo de pluralização de nomes compostos.
I. "Os parentes, dispersos, acabam sendo levados pela vida a voltar ao ponto de partida: são os bemte-vis que retornam ao beiral, para escapar do mau tempo". (Josué Montello)
II. "Quem tinha esses papéis-moeda podia resgatar seu ouro ou prata a qualquer hora!" (Mingau
Digital)
III. " Tanaka renunciou em meio a um escândalo, em 1974, mas a sua fração continuou a controlar o
PLD, apontando os primeiro-ministros e os integrantes principais dos gabinetes de governo. "
(Revista Pangea Mundo)
IV. " A deputada Telma Pinheiro também agradeceu a presença do governador e disse que ao parar,
por um momento, suas atividades política-administrativas para vir a um evento religioso, é uma
demonstração da importância que ele dá a soberania de Deus" (Assimp)
V. " Escolher o melhor filme do Tarantino é algo impossível, "Cães de Aluguel" e "Pulp Fiction" são duas
obra-primas fantásticas, que prendem o espectador até o final com os olhos atentos a cada
detalhes." (Adoro Cinema)
a) II e III, apenas.
b) IV e V, apenas.
c) II, III e V, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) III, IV e V, apenas.
Questão 02
44
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
(UFU-MG) Dentre os plurais de nomes compostos aqui relacionados, há um que está errado. Qual?
a) escolas-modelo
b) quebra-nozes
c) chefes-de-sessões
d) guardas-noturnos
e) redatores-chefe
Questão 03
Dos compostos a seguir, ambos os elementos vão para o plural apenas em:
a) pombo-correio.
b) mão-boba
c) palma-de-santa-rita
d) sempre-viva
e) abaixo-assinado
Questão 04
"Entre os mamíferos, a boa notícia ficou com o tamanduá-bandeira (Myrmecophag tridactyla), que saiu
da categoria de vulnerável para quase ameaçado."
Disponível em: http://noticias.correioweb.com.br/materias.php?id=2670109&sub=Brasil
Acesso em: 5 mai 2006.
A pluralização do termo em negrito acontece
I. com a variação do primeiro elemento (tamanduá).
II. com a variação do segundo elemento apenas (bandeira).
III. apenas com a variação do artigo que o precede. (o).
a) Somente I é possível.
b) Somente II é possível.
c) Somente III é possível.
d) Somente I e II são possíveis.
e) todas as ocorrências são possíveis.
Questão 05
Os compostos estão corretamente pluralizados em:
a) canetas-tinteiro , decretos-lei.
b) meios-fios, os malmequer.
c) tico-ticos, pé-de-moleques.
d) mulas-sem-cabeças, bem-te-vis
e) bananas-maçãs, decreto-leis.
Questão 06
Indique a alternativa na qual houve o processo de substantivação como recurso estilístico:
a) “Perdi o bonde e a esperança.”
b) “Volto pálido para casa.”
c) “Vou subir a ladeira lenta.”
d) “Com um insolúvel flautim.”
e) “Nós gritamos um sim! ao eterno.”
TEXTO 02
Evolution! A evolução dos emoticons
Em 1953 o jornal New York Herald Tribune publicou :) e :( sem nunca imaginar que, no futuro, isso se
chamaria emoticon e seria muito usado em conversas instantâneas. Uma década depois, o designer45
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
americano Havey Ball criou o Smiley para uma seguradora. Pronto! O tal sorriso simpático e amarelo
ganhou o mundo e saiu por aí estampando vários produtos até chegar ao ICQ, em 1997. O MSN
Messenger apareceu quatro anos depois com muito mais recursos. O Smiley então ganhou roupa nova,
ficou mais engraçadinho e invadiu o mundo virtual.
("Superinteressante", agosto/2007)
Questão 07
A respeito do emprego de palavras denotativas de qualidade no texto, assinale o que for correto.
a) O significado de "sorriso amarelo" no texto é idêntico ao significado que esta expressão tem na
oração "Ela deu um sorriso amarelo".
b) O emprego do diminutivo em "engraçadinho" imprime um tom de desprezo à criação do Smiley.
c) A expressão "roupa nova", no contexto em que se encontra, significa uma forma diferente,
melhorada.
d) As formas "simpaticíssimo" e "novílimo" são flexões de grau dos adjetivos "simpático" e "novo".
(UFFSCarr) Para responder às questões de números 08 a 10, leia o texto a seguir.
Selinho, sim, mas só para poucos
Primeiro, Hebe Camargo, toda animada, pediu a Sílvio Santos um “selinho” (beijinho). Não
ganhou: “Nem selinho, nem selo, nem selão”, ouviu dele, categórico. Em seguida, Gilberto Gil entrou no
palco, de mão estendida para cumprimentá-lo. O que fez o apresentador? Disse “selinho”, esticou os
lábios e zás — tascou um beijinho na boca do músico. A cena foi ao ar de madrugada, no encerramento
do Teleton, a Maratona beneficente exibida pelo SBT. Gil ficou surpreso. Hebe fingiu brabeza e Sílvio
riu muito. “Tirei uma onda, foi só uma bicotinha”, diz ele. “Tudo tem uma primeira vez”.
(Veja, 07.11.2001, pág. 101.)
Questão 08
O termo “selinho” é bastante utilizado na linguagem atual. O diminutivo no uso da palavra serve para
enfatizar que se trata de um beijo:
a) indiscreto.
b) demorado.
c) engraçado.
d) indecente.
e) breve.
Questão 09
O vocabulário do texto mostra que o jornalista optou por uma expressão mais à vontade e informal.
Essa opção pode ser comprovada pelo emprego de:
a) “toda animada” e “categórico”.
b) “categórico” e “tascou”.
c) “esticou” e “tascou”.
d) “beijinho” e “encerramento”.
e) “encerramento” e “beneficente”.
Questão 10
Considerando a situação em que a expressão “Tirei uma onda” foi dita pelo apresentador Sílvio Santos,
pode-se entender que ele:
a) fez uma brincadeira com o músico.
b) ofendeu os artistas e o público.
c) quis deixar o público horrorizado.
d) pretendeu magoar Hebe Camargo.
e) não teve ideia da repercussão da sua atitude.
46
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
4. O PRONOME NA CONSTRUÇÃO DO DISCURSO
Os pronomes demonstrativos são empregados basicamente de acordo com três situações
linguísticas: o tempo, o espaço e o contexto discursivo:
Em relação ao tempo, usamos este, esta, isto para representar o tempo presente; esse, essa, isso,
para o passado recente ou para o futuro; aquele, aquela, aquilo, para o passado remoto. O grande
problema é distinguir o passado recente do remoto, pois duas pessoas podem ter interpretações
diferentes para a mesma frase.
Quando o verbo estiver conjugado no pretérito imperfeito do indicativo (cantava, vendia, partia), usase aquele, aquela, aquilo; com o pretérito perfeito do indicativo (cantei, vendi, parti) é uma questão de
estilo: o que julgar que é passado recente usará esse, essa, isso e o que julgar que é passado distante
usará aquele, aquela, aquilo. Por exemplo:
Ex1: "Este ano é o ano das mudanças!"
Ex2: "Nesse domingo, irei a Santo Antônio de Jesus."
Ex3: "Em 1922 aconteceu a Semana de Arte Moderna; naquela época, havia muitos poetas ilustres".
("Naquela época", pois observe o verbo no pretérito imperfeito do indicativo – havia)
Ex4: "Em 1996 eu me formei; esse foi um dos melhores anos de minha vida." ("esse", pois para mim,
apesar de fazer 10 anos, é passado recente; para outra pessoa, poderia ser distante).
Valendo-se do espaço (lugar), usamos este, esta, isto para representar qualquer elemento que
esteja próximo da pessoa que fala; esse, essa, isso, para elemento que esteja próximo da pessoa com
quem se fala; aquele, aquela, aquilo, para elemento distante de ambos. Observe:
Ex1: "Comprei esta calça jeans que estou usando nas mãos daquele vendedor que vai lá adiante. E
onde você comprou essa sua?"
Ex2: "Que cara é essa, Mariana?"
Em relação ao contexto discursivo, usamos esse, essa, isso para retomar um elemento ou uma frase
anterior (anáfora). Por exemplo:
Ex1: "O fumo é prejudicial à saúde; isso já foi comprovado cientificamente"
Ex2: "Miséria, fome e ignorância - esses são problemas históricos em nosso país".
Usamos este, esta, isto para apresentar um elemento ou uma frase que será escrita ou falada
(catáfora). Por exemplo:
Ex1: "Isto já foi comprovado cientificamente: o fumo é prejudicial à saúde"
"@! Se o pronome demonstrativo estiver retomando o substantivo imediatamente anterior, usaremos
47
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
este, esta, isto. Por exemplo:
Ex2: "O fumo é prejudicial à saúde; esta deve ser preservada".
Observe que o pronome "esta" retoma o substantivo "saúde", o qual se encontra imediatamente
anterior a ele.
 A fim de retomar por demonstrativos mais de um elemento já mencionado:
O velho, o índio e o negro são discriminados por motivos diversos: aquele, por ser improdutivo para a
sociedade de consumo; esse, por ser considerado atrasado e preguiçoso; este, por não se ter libertado,
ainda, do estigma da escravidão.
Sintetizando:
Este: indica o que se referiu por último (negro).
Esse: refere-se ao penúltimo termo (índio).
Aquele: indica o que se mencionou em primeiro lugar (velho).
 Quando se quer retomar apenas dois elementos, elimina-se a forma intermediária esse, Exemplo:
As crianças da classe média têm um futuro mais promissor do que os filhos de pais das classes menos
favorecidas, porque àquelas se dão oportunidades que se negam a estes.
Sintetizando:
Estes: indica o que se referiu por último (filhos).
Aquelas: indica o que se referiu em primeiro lugar (crianças).
Você sabia que o, a, os, as serão pronomes demonstrativos? E como reconhecer isso? Quando
puderam ser substituídos por outros pronomes demonstrativos, tais como aquele, aquela e aquilo. Veja:
Ex1: "Infelizmente não consegui ouvir o que o palestrante disse." (Perceba que a palavra "o" pode ser
substituída por "aquilo").
Ex2: "Os pássaros daqui não são como os de lá." (A palavra "os" pode ser substituída por "aqueles").
Atenção!
As palavras 'mesmo" e "próprio" (e flexões) podem ser consideradas pronomes? Observe as frases:
Ex1: A juíza sabe que vocês mesmos elaboraram a petição.
Ex2: Eu própria vi, estarrecida, a cena.
Ex3: Dinho e Karen vão mesmo morar em São Paulo?
48
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Tanto em 1 quanto em 2, as palavras em negrito estão flexionadas uma vez que estabelecem uma
concordância com os respectivos referentes - temos, então, pronomes demonstrativos que reforçam a
ideia anterior. Mas por que não aconteceu o mesmo em 3? Óbvio. Em 3, não temos um pronome; o
termo invariável, na verdade, é um advérbio, o qual pode ser substituído por "realmente".
EIS A PRÁTICA!
Questão 01
Os pronomes demonstrativos foram adequadamente empregados em:
I. Fonemas e encontros vocálicos - estes foram os assuntos que os alunos precisaram estudar.
II. Em 1998, fui a Recife: nesse ano, conheci também a ilha de Itamaracá.
III. Você já leu este romance que está aí na sua mochila?
IV. Na década de 20, as mulheres vestiam-se elegantemente; naquela época, as melhores roupas eram
trazidas de Paris.
V. Estas são as etapas básicas de uma dissertação: introdução, desenvolvimento e conclusão.
a)
b)
c)
d)
e)
I, somente.
I e II, somente.
II, III e IV, somente.
II, IV e V, somente.
III, IV e V, somente.
Questão 02
(UMESP 2007) Assinale a alternativa em que o pronome demonstrativo não é empregado conforme
a orientação gramatical para seu uso.
a) Em 1998, a Petrobras chegou à categoria mais competitiva do mundo. Mas isso foi no século
passado. (texto publicitário)
b) Shoko Suzuki. Radicada no Brasil desde 1962, essa ceramista japonesa de 73 anos confere à
técnica um status superior ao de arte meramente decorativa. (Veja SP, 10/09/2003, p. 39)
c) "Cientistas tentam medir com precisão a velocidade máxima atingida pelos falcões peregrinos em
voo. A tarefa não é fácil. (...) É a ave mais rápida do mundo. Além disso, o programa mostra as
tentativas de um apaixonado por falcões que tenta realizar um voo ao lado deles." (Guia da TV, ou!.
2003, p. 13)
d) “O processo digestivo demora de duas a três horas. Se você comeu pesado, espere esse tempo
antes de deitar-se." (Veja, 13/09/2003, p.105)
e) Você vai ver isso nos jornais. Você vai ver isso na televisão. Mas o melhor lugar para você ver isso é
no seu computador. Chegaram os novos speedy. (encarte publicitário revista Veja)
Questão 03
(UFMA) "A cavalgada. Que lenta subira a encosta, descia-a rapidamente enquanto Atanagildo, visitando
os muros, exortava os guerreiros da cruz a pelejarem esforçadamente. Quando estes souberam quais
as intenções dos árabes acerca das virgens do mosteiro, a atrocidade do sacrilégio afugentou-lhes dos
corações a menor sombra de hesitação."
(Eurico, O presbítero. p. 94)
No trecho apresentado, os pronomes a, estes e lhes referem-se, respectivamente, a:
a) encosta, guerreiros, árabes.
b) cavalgada, guerreiros, árabes.
c) encosta, guerreiros, guerreiros.
d) cavalgada, guerreiros, virgens.
e) encosta, guerreiros, virgens.
49
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Questão 04
Indique a frase que apresenta erro em relação ao emprego dos demonstrativos este / esse e suas
flexões e ainda isto / isso:
a) Essas são algumas das características do Romantismo: subjetividade, cor local, nacionalismo.
b) Objetividade, determinismo e ausência de herói são essas algumas características do Realismo.
c) Falta de valores éticos é isso o que mais se vê atualmente.
d) Não se pode desprezar isso que eles falaram.
e) É isso que tenho para falar: não te procurarei mais.
Questão 05
FMPA-MG – Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas.
Meu amigo, pediram para _____ marcar a data da viagem, mas antes devo _____ para conversar
_____sobre os detalhes.
a)
b)
c)
d)
e)
mim – encontrar-te – contigo.
eu – encontrar-lhe – com você.
mim – encontrá-lo – consigo.
eu – encontrá-lo – com você.
eu – encontrá-lo – consigo.
50
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
TEXTO
Tu amarás outras mulheres
E tu me esquecerás!
É tão cruel, mas é a vida. E no entretanto
Alguma coisa em ti pertence-me!
Em mim alguma coisa és tu.
O lado espiritual do nosso amor
Nos marcou para sempre.
Oh, vem em pensamento nos meus braços!
Que eu te afeiçoe e acaricie...
(Manuel Bandeira: A Vigília de Hero. In: O RITMO DISSOLUTO. POESIA COMPLETA E PROSA. 2• ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967, p.224.)
Questão 06
Há dois pronomes que exercem no texto acima mais de uma função sintática; um dos dois, entretanto,
admite uma análise diferente que elimina essa duplicidade funcional. Desse modo, a única forma
pronominal que exerce mais de uma função sintática, sem ambiguidade, é:
a) tu.
b) Eu.
c) me.
d) nos.
e) te.
Questão 07
(Unimep-SP) Assinale a alternativa que completa adequadamente as lacunas.
Eu não _____vi na festa do clube ontem. Os diretores não _____convidaram? Não _____ disseram que
era ontem? Eu ____avisei de que não podia confiar neles!
a. O, o, o, o.
b. O, lhe, lhe, o
c. O, o, lhe, o
d. Lhe, lhe, lhe, lhe
e. Lhe, lhe, o, o
4. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
51
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos
abaixo.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988)
“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua
escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (...).”
(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980)
Questão 01
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:
a)
b)
c)
d)
e)
condenam essa regra gramatical.
acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
criticam a presença de regras na gramática.
afirmam que não há regras para uso de pronomes.
relativizam essa regra gramatical.
Questão 02
Assinale o único item em que a colocação pronominal está incorreta.
a) O ministro se manifestará contrário ao aumento de impostos.
O ministro manifestar-se-á contrário ao aumento de impostos.
b) Agora se vive com mais liberdade.
Agora, vive-se com mais liberdade.
c) Em se confirmando essa previsão, o governo baixará os juros.
Em confirmando-se essa previsão, o governo baixará os juros.
d) Não tenho receio de o apoiar publicamente.
Não tenho receio de apoiá-lo publicamente.
e) Ser feliz é nunca se sentir sozinho.
Ser feliz é nunca sentir-se sozinho.
Questão 03
No trecho “mas minha mãe botou ele por promessa”, o pronome pessoal foi empregado em registro
coloquial. É o que também se verifica em:
a) E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
b) E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
c) Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
d) Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.
e) [...] pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
52
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Questão 04
(ESAF) Marque a alternativa incorreta quanto ao emprego do pronome oblíquo átono:
a) Para Josefa, que encorajou-me a repetir estas histórias, ofereço este livro.
b) Pedro arriou o feixe de lenha, voltou-se para os filhos e sorriu.
c) Infelizmente, não lhe foi possível dominar as emoções.
d) As linhas irregulares da costura tumultuaram-se no avesso da roupa.
e) O esgotamento, confundindo-se com a fome, ia envolvendo o velho lenhador.
Questão 05
(ITA-SP) Em qual dos períodos abaixo o pronome pessoal oblíquo está bem colocado?
a) Me causava admiração ver aquela turma se dedicando com tanto afinco aos estudos.
b) Apesar de contrariarem-me, não farão me mudar de posição.
c) Já percebeu que não é este o lugar onde devem-se colocar os livros.
d) Ninguém falou-nos, outrora, com tanta propriedade e delicadeza.
e) Não se vá cedo; custa-lhe ficar um pouco mais?
Questão 06
(UEL-PR) Logo que você ............, é claro que eu .......... da melhor maneira possível, ainda que isso
..........o serviço.
a) me chamar – atendê-lo-ei – me atrase
b) chamar-me – atendê-lo-ei – atrase-me
c) me chamar – o atenderei – me atrase
d) me chamar – o atenderei – atrase-me
e) chamar-me – atenderei-o – atrase-me
5. O VERBO E AS FORMAS NOMINAIS
Texto referente às questões 01 a 03.
Questão 01
Sobre o processo de "verbar palavras", assinale a alternativa correta.
a) O menino, usando as palavras "quando" e "agora", convence o tigre de que tal processo acaba de
ser criado e fará a língua melhorar.
b) Para o menino, o processo amplia o vocabulário, pois cria verbos paralelos a formas nominais pré53
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
existentes, opinião reforçada pelo uso de "também".
c) Para o tigre, com o emprego do processo, a língua pode ser estropiada, mas se torna mais dinâmica.
d) Para o tigre, é uma sorte o processo ter sido descoberto, pois contribuirá para que a língua recupere
sua função de código de comunicação.
e) O tigre e o menino possuem um plano de divulgação do processo que tornará a língua um empecilho
para a intercompreensão
Questão 02
Assinale a alternativa correta.
a) O tigre é irônico ao tecer seus comentários sobre o processo no último quadrinho.
b) O menino demonstra falta de consciência sobre o que pode ser considerado normal e o que pode ser
considerado desvio na língua.
c) A expressão facial do menino nos dois primeiros quadrinhos evidencia sua apreensão por constatar
que "verbar", apesar de ser gostoso, "esquisita o idioma".
d) O tigre demonstra desespero em relação às novidades linguísticas introduzidas pelo garoto.
e) Tanto o menino quanto o tigre preveem consequências desastrosas para o idioma advindas da
prática de "verbar palavras".
Questão 03
De acordo com os conceitos e regras propostos pelo menino, é correto afirmar que:
a) formas nominais passam a ser usadas como formas verbais e vice-versa; daí a sua esquisitice.
b) "esquisita" e "foi verbado" mostram que as formas verbais criadas obedecem ao paradigma da
primeira conjugação, a dos verbos terminados em "-ar".
c) do nome "substantivo" pode ser formado o verbo "substantivar" e do nome "adjetivo", o verbo
"adjetivizar".
d) o processo de formação de palavras citado é o de derivação parassintética, que corresponde ao
acréscimo simultâneo de prefixos e sufixos aos nomes.
e) "Verbar esquisita o idioma" é uma frase com predicado nominal, cujo núcleo é um adjetivo.
Para responder às questões 1 e 2, leia as seguintes frases, retiradas do Jornal Gazeta do Povo (RJ),
em 25/07/2015:
I. “Policial militar à paisana reage a assalto e mata bandido no Rio de Janeiro.”
II. “PM foi abordado quando chegava em casa, após o trabalho.”
Questão 04
Considerando que as vozes verbais abrem um leque de possibilidades expressivas, é correto afirmar
que
a) em I, a predicação do verbo “matar” não permite, segundo a norma padrão, a transposição para a voz
passiva analítica.
b) em I, a voz ativa reforça a inconsequente atuação do sujeito diante da situação vivida.
c) nãoo é possível transpor a primeira oração da sentença II para a voz passiva sintética.
d) em II, a construção na voz passiva analítica tem o intuito de colocar em evidência quem é o agente
da ação expressa pelo verbo.
e) em II, encontra-se indeterminado o agente da passiva, dando destaque ao sujeito e à ação por ele
sofrida.
Questão 05
Existe análise INADEQUADA apenas em:
a) em cada um dos períodos apresentados, existem duas orações.
b) a linguagem jornalística costuma suprimir a vírgula, em algumas circunstâncias, a exemplo da
locução adverbial deslocada “à paisana”, em I.
c) em II, houve desvio à norma padrão quanto à regência da forma verbal “chegava”.
54
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
d) a vírgula empregada, em II, separa elementos de mesma função sintática.
e) em II, “foi abordado” poderia ser substituído por “fora abordado” uma vez que representa uma ação
passada anterior a outra no passado.
Para as questões 06 a 09.
TEXTO
05.
10.
15.
Neste momento, o bordado está pousado em cima do console e o interrompi para
escrever, substituindo a tessitura dos pontos pela das palavras, o que me parece um exercício
bem mais difícil. Os pontos que vou fazendo exigem de mim uma habilidade e um adestramento
que já não tenho. Esforço-me e vou conseguindo vencer minhas deficiências. As palavras,
porém, são mais difíceis de adestrar e vêm carregadas de uma vida que se foi desenrolando
dentro e fora de mim, todos esses anos. São teimosas, ambíguas e ferem. Minha luta com elas
é uma luta extenuante.
Assim, neste momento, enceto duas lutas: com as linhas e com as palavras, mas tenho a
certeza que, desta vez, estou querendo chegar a um resultado semelhante e descobrir ao fim
do bordado e ao fim desse texto algo de delicado, recôndito e imperceptível sobre o meu próprio
destino e sobre o destino dos seres que me rodeiam. Ontem, quando entrei no armarinho para
escolher as linhas, vi-me cercada de pessoas com quem não convivia há muito tempo, ou
convivia muito pouco, de cuja existência tinha me esquecido. Mulheres de meia-idade que
compravam lãs para bordar tapeçarias, selecionando animadamente e com grande competência
os novelos, comparando as cores com os riscos trazidos, contando os pontos na etamine,
medindo o tamanho do bastidor. Incorporei-me a elas e comecei a escolher, com grande
acuidade, as tonalidades das minhas meadas de linha mercerizada. Pareciam pequenas
abelhas alegres (...) levando a sério as suas tarefas (...) Naquelas mulheres, havia alguma coisa
preservada, sua capacidade de bordar dava-lhes uma dignidade e um aval. Não queria que me
discriminassem, conversei com elas de igual para igual, mostrando-lhes os pontos que minha
pequena mão infantil executara.
a
(JARDIM, Rachel. O penhor chinês. 4 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990)
Questão 06
Com “Esforço-me e vou conseguindo vencer minhas deficiências”, a autora se refere:
a) ao esforço para suplantar a inibição que as palavras lhe causam.
b) ao esforço que lhe custa o tecido do texto.
c) à deficiência visual que lhe dificulta tecer o bordado.
d) à sua própria dificuldade enquanto tecelã.
e) às muitas deficiências gramaticais que necessita vencer.
Questão 07
Pode-se depreender (concluir) da leitura do sétimo período que:
a) o bordado, tanto quanto o texto tecido, permite o resgate de algo adormecido na memória.
b) os pontos do bordado, mais que as palavras, contribuem para avivar, na memória, algo recôndito.
c) os pontos do bordado, menos que as palavras, mostram a delicada tessitura da obra.
d) as palavras, assim como os pontos do bordado, escondem a inflexibilidade do destino.
e) as palavras, mais que os pontos do bordado, escondem o traçado imperceptível da obra.
Questão 08
Considerando aspectos linguísticos extraídos do texto, assinale a alternativa correta.
a) o pronome relativo “que” (l. 10) refere-se anaforicamente a “meia-idade” (l. 12).
b) O termo “pousado” (linha 01) – no particípio – exerce função adjetiva.
c) As formas “comparando”, “contando” e “medindo”, na linha 14, foram empregadas inadequadamente,
infringindo as normas acerca do emprego do gerúndio.
d) Na linha 11, o pronome “quem” pode ser substituído por cujas, sem que haja alteração de sentido.
55
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
e) Houve desvio de colocação do pronome oblíquo “me” (l. 11), devendo ter sido empregado da
seguinte maneira: me vi cercada de pessoas.
Questão 09
Transpondo a forma verbal “discriminassem” em: “Não queria que me discriminassem” (l. 18) para a voz
passiva analítica, temos:
a) foi discriminada.
b) fosse discriminada.
c) fossem discriminadas.
d) se discriminasse.
e) tivesse sido discriminada.
TEXTO
Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma festa
onde o homem não mate
nem bicho nem homem
e deixe em paz
as árvores da floresta.
Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma dança
e mesmo as pessoas mais graves
tenham no rosto um olhar de criança.
MURRAY, Roseana. Classificados Poéticos. São Paulo. Companhia Editora Nacional. 2004.
Questão 10
Sobre o poema, pode-se afirmar que a autora:
a) emprega a voz passiva sintética a fim de pôr em evidência o sujeito simples paciente “algum lugar”.
b) utiliza a linguagem figurada com o objetivo de mostrar o desejo de voltar à sua infância.
c) manifesta o desejo de comprar uma casa com o modelo de seus sonhos, que tenha um ótimo
acabamento.
d) procura recuperar os amores perdidos de sua infância para encontrar sentido para sua vida.
e) priorizou a indeterminação do sujeito ao empregar a partícula SE, nas duas ocorrências.
56
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
1. VERBO (CONTINUAÇÃO)
1.1 EMPREGO/ CORRELAÇÃO DOS TEMPOS E MODOS VERBAIS
Disponível em: frances.forumdeidiomas.com.br
MODOS VERBAIS
Três são os modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. Normalmente, o indicativo exprime certeza e é o
modo típico das orações coordenadas e principais; o subjuntivo exprime incerteza, dúvida,
possibilidade, algo hipotético e é mais comum nas subordinadas; por fim, o imperativo exprime ordem,
solicitação, súplica.
Há construções que permitem tanto um modo como outro, o que dependerá do comprometimento do
usuário e suas intenções:
Só deixe entrar os que têm a roupa adequada.
(indicativo: há certeza do fato, trabalha-se o fato de forma convicta, direta)
Só deixe entrar os que tenham a roupa adequada.
(subjuntivo: projeta-se a possibilidade, trabalha-se o hipotético, não há certeza)
Imperativo
Emprega-se o imperativo (afirmativo e negativo) para:
a) exprimir ordem, solicitação, convite, conselho:
Saia daqui imediatamente!
Abra a janela, por favor.
Quando ele chegar, fique quieta, não abra a boca!
57
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
A! Serão exploradas em sala outras possibilidades de discursos imperativos, sem o emprego de
verbos no imperativo. Fique atento(a)!
TEMPOS
Presente do indicativo
Emprega-se o presente do indicativo para:
a) expressar simultaneidade ao momento da fala: Agora falo eu!
b) indicar ação habitual: Meus alunos estudam todos os dias.
c) mostrar algo permanente (como uma verdade universal), tais como definições e provérbios: “Deus
ajuda quem cedo madruga”; O homem é um ser racional.
d) narrar com mais atualidade (cria-se uma proximidade com o momento do fato, dando mais realismo e
vivacidade; também é chamado de presente histórico):
Com a ditadura, o Brasil passa por um longo período de silêncio.
e) substituir o futuro do presente do indicativo:
Você volta aqui amanhã? (= Você voltará aqui amanhã?)
f) substituir o imperativo (atenuando a ordem):
Você pega o livro. (= Pegue o livro)
g) substituir o pretérito imperfeito do subjuntivo (mais usado informalmente):
Se ele não vem até aqui, seria pior para todos. (= Se ele não viesse)
h) substituir o futuro do subjuntivo (expressa certeza, convicção da ocorrência):
Se ele não vem até aqui, não pago. (= Se ele não vier até aqui)
Pretérito imperfeito do indicativo
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para:
a) expressar algo em processo, em desenvolvimento:
Eu almoçava quando ele nos chamou.
b) indicar continuidade ou fato habitual, constante, frequente:
Eu morava nesta região.
c) indicar ação planejada que não se realizou:
Pretendíamos comprar um jornal, mas a chuva atrapalhou.
d) substituir o presente do indicativo (denota cortesia ou polidez):
Queria só uma coisa. (= Quero só uma coisa)
e) substituir o futuro do pretérito do indicativo (mais usado informalmente):
Se ele viesse, agora tudo estava certo. (= agora tudo estaria certo)
Pretérito perfeito do indicativo simples
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo simples para:
a) expressar algo já realizado, concluído, terminado:
Em 1970, a seleção brasileira ganhou o principal campeonato de futebol.
58
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Pretérito perfeito do indicativo composto
Formado com o auxiliar ter (no presente do indicativo) mais o particípio do principal, emprega-se o
pretérito perfeito do indicativo composto para:
a) exprimir repetição:
Os jogadores têm errado muito.
b) indicar algo que se desenvolve até o momento da fala:
Temos superado os obstáculos.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo simples
Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito do indicativo simples para:
a) expressar fato concluído que aconteceu antes de outro fato (ambos ocorridos no passado): O avião
partira quando ele enfim chegou.
Assim que ele se retirara da sala, a mulher tentou uma nova fuga.
b) substituir o pretérito imperfeito do subjuntivo (mais comum no uso literário):
Amou como se fora pela última vez. (= Amou como se fosse pela última vez)
Colhera os frutos de seus atos. (= Colheu os frutos de seus atos)
c) formar certas frases exclamativas:
Quem me dera! Tomara!
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto
Formado com os auxiliares ter ou haver (no pretérito imperfeito do indicativo) mais o particípio do
principal, emprega-se o pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto com valor equivalente à sua
forma simples:
Antes de fazer a correção, ele tinha realizado ampla análise do problema.
(= Antes de fazer a correção, realizara ampla análise do problema)
Futuro do presente do indicativo simples
Emprega-se o futuro do presente do indicativo simples para:
a) expressar fato posterior ao momento em que se fala: No final do trabalho, acertaremos o pagamento.
b) indicar correlação com o futuro do subjuntivo: Se ele fizer isso, ficarei feliz.
c) exprimir dúvida, incerteza: Será possível o Brasil melhorar?
d) formar certas expressões idiomáticas: Mas será o Benedito?
e) indicar ordem ou pedido (valor próximo ao imperativo): Não matarás nem roubarás.
Futuro do presente do indicativo composto
Formado com os auxiliares ter ou haver (conjugados no futuro do presente do indicativo simples) mais o
particípio do principal, emprega-se o futuro do presente do indicativo composto para:
a) exprimir fato ocorrido antes de outro (ambos no futuro):
Eles já terão saído quando vocês chegarem.
59
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
b) indicar a hipótese de algo já ter acontecido:
Já terão chegado?
Futuro do pretérito do indicativo simples
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo simples para:
a) exprimir dúvida, incerteza:
Naquele dia, havia umas dez pessoas com ele.
b) indicar correlação com o pretérito imperfeito do subjuntivo:
Se ele fizesse isso, ficaria feliz.
c) fazer um pedido, indicar um desejo de uma forma polida:
Vocês fariam um favor para nós?
d) indicar fato futuro que se relaciona a um momento no passado (muitas vezes expressa uma quebra
de expectativa, algo frustrado, ainda não realizado):
Ele disse que viria e prometeu que me pagaria.
e) expressar indignação ou surpresa em orações exclamativas ou interrogativas:
Você faria isso de novo?
Futuro do pretérito do indicativo composto
Formado com os auxiliares ter ou haver (conjugados no futuro do pretérito do indicativo simples) mais o
particípio do principal, emprega-se o futuro do pretérito do indicativo composto para:
a) indicar fato passado que aconteceria mediante condição:
Se você realmente estudasse a lição, teria alcançado a aprovação.
b) expressar dúvida em relação ao passado:
Teria tido ele uma ideia melhor?
c) exprimir hipótese, algo que deveria ter acontecido (correlaciona-se com o pretérito mais-que-perfeito
do subjuntivo):
Se ele tivesse feito isso, teríamos ficado mais felizes.
Presente do subjuntivo
Emprega-se o presente do subjuntivo para:
a) expressar hipótese, algo relacionado ao desejo, à suposição, à dúvida:
Peço que na hora você não esqueça as minhas recomendações.
b) criar orações optativas (aquelas que exprimem desejo):
Deus lhe pague! Os céus te protejam!
c) compor oração subordinada quando o verbo da oração principal estiver no:
· presente do indicativo: Convém que ele faça um seguro.
· imperativo: Pague ao homem para que ele se cale.
· futuro do presente do indicativo: Virá para que eu a conheça.
Pretérito imperfeito do subjuntivo
60
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para:
a) compor oração subordinada quando o verbo da oração principal estiver no:
· pretérito imperfeito do indicativo: Era nosso desejo que eles pernoitassem aqui.
· pretérito perfeito do indicativo: Pedi que eles mandassem notícias.
· futuro do pretérito do indicativo: Gostaria que ela viesse até nossa casa.
Pretérito perfeito do subjuntivo
Formado com os auxiliares ter ou haver (no presente do subjuntivo) mais o particípio do principal, usase o pretérito perfeito do subjuntivo para:
a) exprimir fato anterior e supostamente concluído no momento da fala:
Creio que ela já tenha trazido o livro.
b) exprimir fato no futuro e já terminado em relação a outro também no futuro:
Quando vocês chegarem, acredito que eles já tenham resolvido o problema.
Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo
Formado com os auxiliares ter ou haver (conjugados no pretérito imperfeito do subjuntivo) mais o
particípio do principal, emprega-se o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para:
a) expressar fato anterior a outro, ambos no passado:
Pensei que você tivesse trazido tudo.
Futuro do subjuntivo simples
Emprega-se o futuro do subjuntivo simples para:
a) expressar fato que talvez aconteça (relaciona-se ao verbo da oração principal, que deve estar no
presente ou no futuro do presente, ambos do indicativo):
Quando você trouxer o dinheiro, a dívida será esquecida.
Só receberá a senha quem estiver no local.
Futuro do subjuntivo composto
Formado com os auxiliares ter ou haver (no futuro do subjuntivo simples) mais o particípio do principal,
usa-se o futuro do subjuntivo composto para:
a) expressar fato terminado antes de outro (ambos no futuro):
Só partiremos depois que ela tiver chegado com os presentes.
Sairemos daqui se eles tiverem trazido um mapa.
Fonte: https://centraldefavoritos.wordpress.com/2010/11/10/4-dominio-dos-mecanismos-de-coesao-textual-4-2-empregocorrelacao-de-tempos-e-modos-verbais/
1.2 O VERBO E SUAS PARTICULARIDADES
VER X VIR
Circunstâncias de interlocução um tanto quanto corriqueiras remetem-nos ao uso de ambos os verbos,
uma vez que, por falta de conhecimento acerca dos fatos linguísticos ou até mesmo por algum
descuido, o emissor se depara proferindo discursos semelhantes a:
Se Márcia me ver por aqui, desconfiará da surpresa que a equipe pedagógica está preparando.
61
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
A verdade é que estas formas verbais, assim como tantos outros verbos, perfazem-se de características
específicas, das quais devemos ter conhecimento. Tal aspecto é demarcado pelo fato de que um verbo
assume a forma do outro, em se tratando do futuro do subjuntivo. Assim sendo, de modo a verificarmos
como se manifesta a ocorrência, constatemos a forma pela qual os referidos verbos são conjugados:
Futuro do subjuntivo
Mediante tais elucidações, há que se constatar que o discurso acima carece de uma reformulação,
uma vez expressa da seguinte forma:
Se Márcia me vir por aqui, desconfiará da surpresa que a equipe pedagógica está preparando.
O mesmo ocorre com os derivados, tanto de um verbo quanto de outro, como é o caso de antever,
prever, rever e entrever – derivados de ver. Não deixando de mencionar as formas advir, convir,
desavir-se, intervir, provir e sobrevir – derivadas de vir.
Observemos, pois, na prática, como resulta tal afirmativa:
Mediante os acontecimentos sociais, as autoridades intervieram de forma efetiva.
Entretanto, como no universo gramatical nos deparamos com regras, mas também com exceções, no
que tange ao verbo “prover” podemos afirmar que ele é regular em alguns casos. Para tanto,
observemos os tempos referentes ao modo indicativo:
Leia mais: http://www.bancodeconcursos.com/portugues/os-verbos-ver-vir-particularidades-linguisticas.htm#ixzz2w9rsZyXC
62
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
1. 3 VERBOS DEFECTIVOS E SEUS TRAÇOS PECULIARES
Disponível em: http://2.bp.blogspot.com/
Como sabemos, os chamados verbos defectivos são aqueles que apresentam irregularidades
quando conjugados. Tal característica reside no fato de que em algumas formas eles deixam de ser
flexionados, fato decorrente de questões de natureza morfológica, como é o caso do verbo falir que,
comparado ao verbo falar, apresenta características idênticas. E também de ordem eufônica, por
apresentarem uma sonoridade um tanto quanto “suspeita”, como é o caso do verbo computar.
Assim, em meio a esse ínterim, convém mencionar um fator extremamente pertinente – o fato de
este argumento não ser aplicável a todos os verbos que apresentam formas verbais idênticas, como
visto nos verbos trazer e tragar, que na primeira pessoa do presente do indicativo são expressos por:
“eu trago”. Compondo também este grupo estão os verbos ir e ser, ora materializados pelas formas
verbais “fui, fora, fosse, for”. Tais exemplos, apesar de apresentarem as referidas peculiaridades, não
integram a modalidade em estudo (verbos defectivos).
Os verbos defectivos subdividem-se em impessoais, unipessoais e pessoais, assim enfatizados:
* Verbos impessoais – São aqueles que apresentam somente a 3ª pessoa do singular, uma vez que
não possuem sujeito. Representando esse grupo estão os verbos impessoais, os quais indicam
fenômeno da natureza. Expressos por:
Outros verbos que também representam esse quadro são os verbos haver (indicando o sentido de
existir ou exprimindo tempo decorrido) e os verbos fazer e estar (na indicação de clima ou tempo).
Exemplos:
Choveu bastante em Salvador.
Faz dois meses que não o vejo.
Há fatos comprovados. (Existem fatos comprovados)
* Verbos unipessoais – São aqueles que exprimem vozes de animais, portanto são conjugados somente
63
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
na terceira pessoa do singular ou plural.
Exemplos:
O cão latia incessantemente.
As galinhas cacarejavam no quintal.
* Verbos pessoais – Compostos por aqueles destituídos de algumas formas verbais durante a
conjugação, em decorrência de fatores ligados à eufonia e homofonia. Representados, entre outros
verbos, por:
EIS A PRÁTICA!
TEXTO 01
Coloquei-me acima da minha classe, creio que me elevei bastante. Como lhes disse, fui guia de cego,
vendedor de doce e trabalhador alugado. Estou convencido de que nenhum desses ofícios me daria os
recursos intelectuais necessários para engendrar esta narrativa.[ ...]
Além disso, estou certo de que a escrituração mercantil, os manuais de agricultura e pecuária, que
forneceram a essência da minha instrução, não me tornaram melhor que o que eu era quando arrastava
a peroba. Pelo menos naquele tempo não sonhava ser o explorador feroz em que me transformei.
Quanto às vantagens restantes — casas, terras, móveis, semoventes, consideração de políticos, etc. —
é preciso convir em que tudo está fora de mim.
Julgo que me desnorteei numa errada.
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. 46. ed. Rio de Janeiro: Record,
1986. p. 182-183 (adap.).
QUESTÃO 01
No texto, o narrador-personagem julga que se desnorteou “numa errada” porque:
a)
b)
c)
d)
e)
conquistou bens materiais e prestígio social, no entanto não se realizou humanamente.
estava impedido de escrever sobre os seus sentimentos por sua dificuldade de expressão.
teve pouca instrução escolar, o que dificultava a sua relação com as pessoas.
optou por uma vida marcada pela ausência de relacionamentos estáveis.
não conseguiu superar a miséria social.
QUESTÃO 02
As formas verbais foram devidamente analisadas em
I. “disse” (l. 01) exprime um fato passado, anterior a outro também no passado, em lugar da forma
verbal dissera.
II. “daria” (l. 02) – indica um fato condicional diante de uma certeza.
III. “tornaram” (l. 05) – exprime um fato que costuma ocorrer no presente.
64
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
IV. “arrastava” (l. 05 ) – denota uma ação que acontecia habitualmente.
a)
b)
c)
d)
e)
I, somente.
II, somente.
IV, somente.
I e III, somente.
III e IV, somente.
Leia o quadrinho a seguir.
QUESTÃO 03
(FGV 2008) Assinale a alternativa em que se tenha correta transposição da fala do segundo quadrinho
para o plural.
a)
b)
c)
d)
e)
Adivinhas!
Adivinhai!
Adivinhais!
Adivinhes!
Adivinhem!
QUESTÃO 04
(FCC) Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
a) o autor nos lembra que as velhas fitas cassetes, com o uso constante, enrolavam-se e mascavamse, o que logo as tinha tornado obsoletas.
b) caso fosse outro o tema do congresso realizado em Veneza, o autor, amante dos livros,
provavelmente não o havia tomado para comentar.
c) terá sido uma surpresa para muita gente inteirar-se do fato de que, antigamente, livros se
confeccionarão com papel feito de trapos.
d) talvez a ninguém ocorresse, antes de ler esse texto, que a durabilidade dos velhos livros pudesse ser
reconhecidamente superior à dos novos suportes.
e) a cada vez que surge um novo suporte de informações, ter-se-ia a impressão de que ele se
revelasse o mais seguro e mais duradouro.
TEXTO 02
A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um
dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em
relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e
Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial,
tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e
cinquenta do século XVI, encontram-se evidencias, embora raras, tanto de ter “existencial”, não
mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com
concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua.
Há maios perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido
65
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
confundir o bom uso e a norma da própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e
hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguistico: do presente para o passado. IN: Cadernos de Letras da UFF, n. 36,
2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em :26 fev 2012 (adaptado)
QUESTÃO 05
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que:
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.
(FGV 2011) Examine o texto.
Não sei quanto tempo durou [o programa] Tia Gladys e seus bichinhos. Acho que era na Excelsior, cujo
jingle eu ouço agora, puxado do arquivo: “Do 2 eu não saio, nem eu, nem ninguém. Ninguém sai do 2,
nem eu nem meu bem”.
(IstoÉ, 14.07.2010.)
QUESTÃO 06
Sobre o emprego dos tempos verbais no fragmento, é possível afirmar que:
a) “era” indica uma ação totalmente concluída, de maneira que serve para encerrar o assunto.
b) “sai”, embora no presente, não se refere a algo que ocorre no momento da fala, mas a uma ação
habitual.
c) “ouço” expressa uma ação estruturalmente no presente, mas com valor claro de futuro.
d) “durou” indica uma ação no pretérito, que coincide necessariamente com o instante de emissão da
fala.
e) “era” oferece ao leitor a possibilidade de imaginar uma ação hipotética, duvidosa ou até impossível.
QUESTÃO 07
(INSPER 2007) Verbos defectivos não têm a conjugação completa.
Leia atentamente os períodos a seguir e assinale a alternativa em que o verbo, por ser defectivo, não
pode ser conjugado na 1a pessoa do singular do presente do indicativo, nem no presente do subjuntivo.
a) Creio que eu ________ mais que isso. (valer)
b) Como presidente desta organização, eu ______________ o 1o artigo do Regimento. (abolir)
c) Eu sempre coube neste lugar. Por que dizem que eu não ________ agora? (caber)
d) Eu me ___________ a todo instante. (contradizer)
e) Hoje mesmo eu ___________ minha matrícula nesta escola. (requerer)
QUESTÃO 08
O verbo destacado da oração “Nós nos precaveremos contra aqueles inimigos” é classificado como
defectivo. Nesse sentido, em que alternativa fica incorreta outra conjugação?
a)
b)
c)
d)
Ele se precaveu contra aqueles inimigos.
Eu me precavera contra aqueles inimigos.
Sempre me precavenho contra aqueles inimigos.
Se fosse necessário, vós vos precaveríeis contra inimigos.
QUESTÃO 09
Depois que o sol se __________, haverão de __________ as atividades.
a) pôr - suspender
b) por - suspenderem
66
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
c) puser - suspender
d) puser - suspenderem
QUESTÃO 10
Não se deixe dominar pela solidão. __________ a vida que há nas formas da natureza, __________
atenção à transbordante linguagem das coisas e __________ o mundo pelo qual transita distraído.
a)
b)
c)
d)
Descobre - presta - vê
Descubra - presta - vê
Descubra - preste - veja
Descubra - presta - veja
QUESTÃO 11
Se __________ a interferência do Ministro nos programas de televisão e se ele __________, não
ocorreriam certos abusos.
a)
b)
c)
d)
requerêssemos - interviesse
requiséssemos - interviesse
requerêssemos - intervisse
requizéssemos – interviesse
QUESTÃO 12
(INSPER 2008) Assinale a alternativa correta quanto ao emprego das formas verbais.
a)
b)
c)
d)
e)
Os grandes bancos não interviram no mercado.
É fundamental que os empresários se precavejam contra a iminente alta dos juros.
Poderei colaborar, se você não se opor.
Diversos professores daquela universidade já requereram a aposentadoria.
Os advogados já haviam entregue o documento.
QUESTÃO 13
Se eles __________ suas razões e __________ suas teses, não os __________ .
a)
b)
c)
d)
expuserem - mantiverem - censura
expuserem - mantiverem - censures
exporem - manterem - censures
exporem - manterem - censura
QUESTÃO 14
Na edição de dezembro/2014, a Revista Língua Portuguesa referiu-se aos defectivos como “verbos que
derrubam”, em face de suas peculiaridades, assim como a outros verbos de conjugação duvidosa com
os quais se deve ter muito cuidado n o processo de conjugação.
Nos enunciados extraídos do meio jornalístico, não houve tal observância em:
a) “Suplicy diz que interveio em ação de PMs por ver agressão deliberada” (Rede TV notícias 18/03/2015)
b) “Redução de investimentos da Petrobras se adequa a nova realidade, diz Bendine.” (Uol Economia,
29/06/2015)
c) “Será que o Felipão convoca o Kaká se ele vir esse vídeo?” (UOL Esporte, 06/05/2014)
d) “Projeto Arte Pública é resgatado e colore muros pelas ruas de Cuiabá.” (Olhar Direto, 10/02/2010)
e) “Deputado Eraldo Pimenta requereu assembleia itinerante em Itaituba.” (GV Notícias, 13/03/2015)
QUESTÃO 15
Os habitantes da ilha acreditam que, quando Jesus __________ e __________ todos em paz, haverá
de abençoá-los.
67
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
a) vier - os ver
b) vir - os ver
c) vier - os vir
d) vier - lhes vir
QUESTÃO 16
Os pais ainda __________ certos princípios, mas os filhos já não __________ neles e __________ de
sua orientação.
a) mantém - creem - divergem
b) mantêem - crêem - divergem
c) mantêm - creem - divergem
d) mantém - creem - divirgem
QUESTÃO 17
Se todas as pessoas __________ boas relações e __________ as amizades, viveriam mais felizes.
a) mantivessem - refizessem
b) mantivessem - refazessem
c) mantiverem - refizerem
d) mantessem - refizessem
QUESTÃO 18
. __________ graves problemas que o __________, durante vários anos, no porto, e impediram que
__________ , em tempo devido, sua promoção.
a) sobreviram - deteram - requeresse
b) sobreviram - detiveram - requisesse
c) sobrevieram - detiveram - requisesse
d) sobrevieram - detiveram - requeresse
QUESTÃO 19
Eu não __________ a desobediência, embora ela me _________, portanto, não __________ comigo.
a) premio - favoreça - contes
b) premio - favorece - conta
c) premio - favoreça - conta
d) premeio - favoreça - contas
QUESTÃO 20
Se ao menos ele __________ a confusão que aquilo ia dar! Mas não pensou, não se __________, e
__________ na briga que não era sua.
a) prevesse - continha - interveio
b) previsse - conteve - interveio
c) prevesse - continha - interviu
d) previsse - conteve – interviu
68
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
2. ESTRUTURAS-BASE DO ENUNCIADO: O SUJEITO
Disponível em: https morfossintaxeaps.blogspot.com
Sujeito é o ser de quem se informa algo.
Considerações sobre o sujeito:
- Não existe posição fixa para ele na oração;
- Nunca é iniciado por preposição;
- Pode não existir na frase.
Tipos de Sujeito:
- Sujeito determinado: quando se reconhece a existência do sujeito e o identifica na oração.
Ex.: “A Lua de Londres roubou meu noivo”.
O sujeito determinado pode ser subclassificado em:
Sujeito determinado simples: há apenas um núcleo.
Ex.: A manhã levantou-se nublada.
Sujeito determinado composto: há mais de um núcleo.
Ex.: Foram ao mercado Pedro e Paulo.
- Sujeito indeterminado: quando existe um elemento ao qual o predicado se refere, mas não é possível
(ou não se quer) identificá-lo.
Ex.: ( ? )
sujeito
Falavam sobre você na reunião.
predicado
- Sujeito inexistente: quando a informação transmitida pelo predicado não se refere a sujeito algum,
temos a oração sem sujeito, essa ocorre com verbos impessoais.
69
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Ex.: Choveu durante todo o dia.
Os verbos impessoais mais comuns são:
- haver: no sentido de existir, acontecer e quando indicam tempo passado.
Ex.: Houve poucos acidentes durante o terremoto.
- fazer: quando indicam tempo passado ou fenômeno da natureza.
Ex.: Faz dez dias que não te vejo.
- ser: quando indicam tempo e distância.
Ex.: É dia.
- todos os verbos que indicam fenômenos da natureza (chover, ventar, anoitecer, amanhecer,
relampejar, trovejar, nevar, etc.)
Ex.: Trovejou durante a madrugada.
Nevou durante todo o dia.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/sujeito-predicado.htm
EIS A PRÁTICA!
Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2:
TEXTO 1
Imagine que, num dia qualquer, os brasileiros acordassem com a notícia de que o presidente da
República havia fugido para a Austrália, sob a proteção de aviões da Força Aérea dos Estados Unidos.
Com ele, teriam partido, sem aviso prévio, todos os ministros, os integrantes dos tribunais superiores de
Justiça, os deputados e senadores e alguns dos maiores líderes empresariais. E mais: a esta altura,
tropas da Argentina já estariam marchando sobre Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a caminho de
Brasília. Abandonado pelo governo e todos os seus dirigentes, o Brasil estaria à mercê dos invasores,
dispostos a saquear toda e qualquer propriedade que encontrassem pela frente e assumir o controle do
país por tempo indeterminado.
Provavelmente, a primeira sensação dos brasileiros diante de uma notícia tão inesperada seria de
desamparo e traição. Depois, de medo e revolta. Todos, de fato, foram pegos de surpresa.
E foi assim que os portugueses reagiram na manhã de 29 de novembro de 1807, quando circulou a
informação de que a rainha, o príncipe regente e toda a corte estavam fugindo para o Brasil sob a
proteção da Marinha britânica.
Laurentino Gomes, 1808 (adaptado).
Questão 01
No que se refere aos recursos de linguagem observadas no texto, é correto afirmar:
a) é possível substituir a locução verbal “havia fugido” (l. 2) por fugira, sem que haja alteração
semântica.
b) encontra-se indeterminado o sujeito da forma verbal “imagine”(l. 1)
c) na oração existente no segundo parágrafo, o sujeito apresenta dois núcleos.
d) a expressão “à mercê”, na linha 6, indica que o país estaria sob a proteção dos portugueses e
corresponde uma característica atribuída ao sujeito ‘o Brasil” (l. 6).
70
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
e) “reagiram” (l. 11) exige complementação indireta obrigatória.
Considere o seguinte fragmento para responder à questão 02:
“E mais: a esta altura, tropas da Argentina já estariam marchando sobre Uberlândia, no
Triângulo Mineiro, a caminho de Brasília.” (l. 4-5)
Questão 02
Considerando os elementos estruturantes do fragmento acima, houve adequada análise:
I. a primeira vírgula assinala o deslocamento do termo circunstancial “a esta altura”.
II. todas as vírgulas contidas no período exercem a mesma função.
III. as duas últimas vírgulas separam elementos de mesma função sintática.
IV. “estariam marchando” apresenta sentido completo; desse modo, é considerado intransitivo.
a)
b)
c)
d)
e)
Somente em I e II.
Somente em I e III.
Somente em I, II e III.
Somente em I, III e IV.
Somente em III, IV e V.
TEXTO 2
5
10
15
20
25
30
Vive-se em cidades. Pequenas, médias, grandes; às vezes, megalópoles. Entre o aglomerado de
casas à beira da estrada – que só os moradores locais se atreveriam a denominar cidade – e os
indescritíveis núcleos urbanos que, em muitos pontos do planeta, ultrapassam os dez milhões de
habitantes, o fenômeno impõe-se à vida contemporânea e, na sua complexidade, não deixa de ser
uma preocupação teórica recente. Sociólogos, geógrafos, antropólogos, turismólogos, filósofos e
mesmo especialistas em comunicação têm se dedicado ao assunto, e o urbanismo, como uma área
específica de conhecimento – cujo objeto de estudo seria a cidade – tem vivido da polêmica.
Em favor do urbanismo, há vozes que o defendem como a iniciativa da arquitetura no sentido de
uma aproximação não ao prédio – objeto isolado -, mas ao conjunto urbano. Assim, analisam a
cidade sob apenas um viés. As posições contrárias ao urbanismo, ou melhor, contrárias à maneira
como ele teria sido pensado e praticado em tempos recentes, levantam um maior número de
problemas e o acusam de, na abstração dos desenhos realizados nas pranchetas dos especialistas,
submeter a cidade real não ao sonho de indivíduos e comunidades, mas ao fenômeno
automobilístico; acusam-no, ainda, de insuficiente para dar conta de um objeto múltiplo, complexo,
polifônico, como propõe Massimo Canevacci, cujo entendimento só seria possível com base em
uma abordagem multidisciplinar.
A dificuldade de pensar essa cidade polifônica só é superada, talvez, pela dificuldade em viver na
cidade, uma consequência direta de outra, tornando cada vez mais necessária a participação de
diferentes áreas do conhecimento para abarcar o fenômeno. Entre os especialistas que têm se
dedicado ao tema, os geógrafos, por muito tempo, deram sua contribuição, pensando-a como
espaço e população. Mais recentemente, David Harvey e outros avançaram na reflexão dentro da
geografia, acrescentando às condições espaciais e demográficas os condicionantes econômicos.
Os sociólogos têm procurado vê-la como uma rede complexa entre indivíduos, entre grupos, entre
indivíduos e grupos. Os antropólogos, que antes buscavam conhecer e entender o outro localizado
além-fronteiras – um outro que, antes do que o estrangeiro, seria um ser de outra ordem cultural e
intelectual -, descobriram que esse outro poderia estar bem mais próximo em termos espaciais e,
talvez, mais distante em termos da empatia de seus concidadãos: o outro estaria nas diferenças
étnicas, nas diferenças de gênero, frequentando diferentes tribos urbanas, em composições sociais
que começam a superar, na sua complexidade, as tradicionais estratificações em classes
socioeconômicas que convivem no interior de uma mesma cidade.
71
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
GASTAL, Susana. Alegorias urbanas: o passado como subterfúgio. Campinas: Paripus, 2006. p. 7-8 (Coleção Turismo/adaptado)
QUESTÃO 03
(UEFS) No segundo parágrafo do texto, a autora:
a) apresenta o seu ponto de vista sobre a questão do urbanismo, discordando dos arquitetos.
b) apropria-se do pensamento de Massimo Canevacci para justificar sua restrição a projetos
arquitetônicos abstratos.
c) critica a arquitetura contemporânea que projeta espaços urbanos que contemplam a máquina em
detrimento do humano.
d) expõe a questão do urbanismo como um problema discutível, que precisa ser analisado por áreas
diversas do conhecimento humano.
e) Enfatiza a precariedade do processo de urbanização por que passam as cidades e defende o papel
do arquiteto na busca de uma solução imediata.
QUESTÃO 04
Sobre as relações morfossintáticas e/ou semânticas do texto, pode-se afirmar:
Em “Vive-se em cidades” (l. 01),o termo SE marca a indeterminação do sujeito.
“ou melhor” (l.10) denota ratificação da ideia exposta anteriormente.
A forma verbal “seria” (l.15) funciona como núcleo da declaração atribuída ao sujeito.
“um maior número de problemas”(l.11) completa o sentido da forma verbal ”levantam”(l.11) que, por
sua vez, traz o agente da ação verbal implícito.
e) O pronome anafórico “-a” (l.14) retoma o vocábulo “contribuição” (l.19).
a)
b)
c)
d)
Para responder à questão 05:
“Em favor do urbanismo, há vozes que o defendem como a iniciativa da arquitetura no sentido de uma
aproximação não ao prédio – objeto isolado -, mas ao conjunto urbano. Assim, analisam a cidade sob
apenas um viés”.
QUESTÃO 05
Considerando os elementos que formam o fragmento acima, encontra-se adequada a análise:
a) preserva-se a função sintática da palavra “vozes”, ao se substituir o verbo “haver” por “existir”.
b) o fragmento é formado de dois períodos e três orações.
c) o contexto não apresenta dados suficientes capazes de se determinar o sujeito da forma verbal
“analisam”.
d) transpondo a oração “analisam a cidade sob apenas um viés” para a voz passiva sintética, tem-se:
analisa-se a cidade sob apenas um viés.
e) o primeiro período do fragmento é composto de quatro orações.
TEXTO 03
MUITO ROMANTICO
Não tenho nada com isso nem vem falar
eu não consigo entender sua lógica
minha palavra cantada pode espantar
e a seus ouvidos parecer exótica
mas acontece que eu não posso me deixar
levar por um papo que já não deu
acho que nada restou pra guardar
72
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
do muito ou pouco que houve entre você e eu
nenhuma força virá me fazer calar
faço no tempo soar minha sílaba
canto somente o que pede pra se cantar
sou o que soa eu não douro a pílula
tudo o que eu quero é um acorde perfeito maior
com todo o mundo podendo brilhar no cântico
canto somente o que não pode mais se calar
noutras palavras sou muito romântico
(Caetano Veloso)
QUESTÃO 06
Considerando a estrutura morfossintática do texto acima, tem-se como análise(s) verdadeira(s):
I. É implícito o sujeito das formas verbais “tenho” (v. 01), “posso” (v. 05) e “acho” (v. 07).
II. Há uma inadequação linguística quanto ao emprego do pronome no verso 08.
III. Não existe sujeito que se refira à forma verbal “houve” (v. 08).
IV. “parecer” (v. 04) e “sou” (v. 16) denotam, respectivamente, estados aparente e permanente das
características referentes ao sujeito.
a)
b)
c)
d)
e)
I, somente.
II, somente.
I e II, somente.
II, III e IV, somente.
I, II, III e IV.
Leia o texto a seguir para responder à questão 07.
QUESTÃO 07
No que se refere aos recursos de linguagem observados no texto, NÀO é correto afirmar:
a)
b)
c)
d)
e)
transpondo a forma verbal no imperativo “olhe” para a segunda pessoa do plural, tem-se: olhai.
na fala da personagem feminina, é possível reconhecer a existência de verbos nos modos
imperativo (olhe), subjuntivo (houvesse) e indicativo (ganharia).
ao empregar o termo “esta”, a personagem feminina considera que a bagunça encontra-se
próxima a ela, considerada o falante discursivo no contexto apresentado.
“um concurso” completa diretamente o sentido da forma verbal “houvesse”, cujo sujeito é
considerado inexistente.
o sujeito da forma verbal “ganha” é simples, por estar explícito no texto e apresentar apenas um
núcleo.
73
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
TEXTO 04
(ENEM 2003/ adaptado)
QUESTÃO 08
O humor presente na tirinha decorre principalmente do fato de a personagem Mafalda:
a)
b)
c)
d)
e)
atribuir, no primeiro quadrinho, poder ilimitado ao dedo indicador.
considerar seu dedo indicador tão importante quanto o dos patrões.
atribuir, no primeiro e no último quadrinhos, um mesmo sentido ao vocábulo “indicador”.
usar corretamente a expressão “indicador de desemprego”, mesmo sendo criança.
atribuir, no último quadrinho, fama exagerada ao dedo indicador dos patrões.
QUESTÃO 09
Sobre a análise gramatical do discurso, encontra-se como verdadeira APENAS:
a)
b)
c)
d)
e)
no primeiro quadrinho, o sujeito é inexistente.
nas duas orações do segundo quadrinho, o sujeito apresenta mais de um núcleo.
no terceiro quadrinho, temos um vocativo.
o “se”, no quarto quadrinho, funciona como partícula apassivadora.
“esse” refere-se a “desemprego”.
TEXTO 06
“Mas o senhor não me abandonou pelo amor de Adelaide, e sim pelo seu dote, um mesquinho dote de
trinta contos! Eis o que não tinha o direito de fazer, e que jamais lhe podia perdoar! Desprezasse-me
embora, mas não descesse da altura em que o havia colocado dentro de minha alma. Eu tinha um
ídolo; o senhor abateu-o de seu pedestal e atirou-o no pó. Essa degradação do homem a quem eu
adorava, eis o seu crime; a sociedade não tem leis para puni-lo, mas há um remorso para ele. Não se
assassina assim um coração que Deus criou para amar, incutindo-lhe a descrença e o ódio.”
(Fragmento extraído da obra Senhora, O Preço, José de Alencar)
QUESTÃO 10
Uma análise atenta de elementos linguísticos extraídos do texto 6 permite-nos considerar como verdadeiro(s):
I. O sujeito da forma verbal “tinha” (l. 02) apresenta como núcleo o termo “direito” (l. 02)
II. No período “Eu tinha um ídolo; o senhor abateu-o de seu pedestal e atirou-o no pó” (l. 04), o
complemento verbal “o” apresenta, nas duas ocorrências, o mesmo referente: “o senhor”.
III. Reescrevendo o fragmento “a sociedade não tem leis para puni-lo” (l. 5) para na sociedade não há
leis para puni-lo, ocorre a inexistência do sujeito.
IV. Na oração “Não se assassina assim um coração” (l. 05-7), o sujeito sofre a ação expressa pelo
verbo.
74
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
a)
b)
c)
d)
e)
apenas I e II.
apenas II e III.
apenas III e IV.
apenas I, II e IV.
I, II, III e IV.
3. TÓPICOS DE CONCORDÂNCIA
Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras alteram suas terminações, para se adequar
harmonicamente umas às outras na frase. Há dois tipos de concordância: Nominal e Verbal.
3.1 CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.
Exemplos:
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
Casos de concordância verbal:
1) Sujeito simples
Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ex.: Nós vamos ao cinema.
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).
Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular.
Ex.: A multidão gritou pelo rádio.
Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento – o verbo fica sempre na 3a pessoa (do singular ou do plural).
75
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.
e) O sujeito é o pronome relativo "quem" – o verbo pode ficar na 3a pessoa do singular ou concordar
com o antecedente do pronome.
Ex.: Fui eu quem derramou o café. / Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc.
– o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal
(nós ou vós).
Ex.: Quais de vós me punirão? / Quais de vós me punireis?
Dicas:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular, o verbo concorda com eles em pessoa e
número.
Ex.: Qual de vós me punirá.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito não vier precedido de artigo,
o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo
concorda com o numeral.
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões: a maioria, a maior parte, grande parte, etc. - o verbo
poderá ser usado no singular (concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).
Ex.: A maioria dos candidatos desistiu do concurso./ A maioria dos candidatos desistiram do concurso.
EIS A PRÁTICA!
QUESTÃO 01
Assinale a alternativa cujas formas verbais preencham corretamente as lacunas das orações:
I - ____________ - se estes apartamentos. (alugar - presente do indicativo).
II - ____________ - se muitos carros este mês. (pretérito - perfeito do indicativo).
III - ____________ - se de muitos voluntários para a campanha. (precisar – pretérito imperfeito do
indicativo).
IV - Todos os dias se ____________ as fechaduras das portas da escola. (consertar – pretérito
imperfeito do indicativo).
V - ____________ -se sempre pelas piores notícias. (esperar – pretérito perfeito do indicativo).
a) alugam, venderam, precisava, consertavam, esperou.
b) aluga, vendeu, precisou, consertou, esperava.
c) alugava, vendia, precisava, consertava, espera.
d) alugam, venderam, precisou, consertavam, esperava.
76
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
QUESTÃO 02
Utilizando a norma culta da língua, a opção correta seria a seguinte:
a) Não entendi. Houveram modificações em seu comportamento.
b) Não entendi Verificou-se modificações em seu comportamento.
c) Não entendi. Existiu modificações em seu comportamento.
d) Não entendi. Ocorreram modificações em seu comportamento.
e) Não entendi. Aconteceu modificações em seu comportamento.
QUESTÃO 03
Observe a concordância verbal.
I. O público aprovou as feiras que se promoveram este ano.
II. O público aprovou as feiras que ocorreram este ano.
III. O público aprovou as feiras que houveram este ano.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III
QUESTÃO 04
-.................... anos que não se colhem bons frutos: ............
.......... pragas a assolarem os pomares
.
a) Faz – deve haver
b) Fazem – deve haver
c) Fazem – devem haver
d) Faz – devem de haver
e) Faz – devem haverem
QUESTÃO 05
Devido aos desmatamentos,.................sumir da face do planeta árvores de porte majestoso e
...........haver transformações que.................a flora amazônica ao desaparecimento.
a) poderiam – poderiam – condenariam
b) poderiam – poderia – condenariam
c) poderia – poderiam – condenaria
d) poderia – poderia – condenaria
e) poderiam – poderiam – condenaria
QUESTÃO 06
Do alto, os turistas...............os contrafortes da serra e ................a atenção voltada para as explicações
do guia.
a) vêm -mantêm
b) veem –mantêm
c) veem –mantém
d) vêm –mantém
e) vem –mantém
QUESTÃO 07
O avanço do conhecimento é normalmente concebido como um processo linear, inexorável, em que as
descobertas são aclamadas tão logo venham à luz, e no qual as novas teorias se.........com base na
77
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
evidência racional. ................. os entraves da religião, desde o século 17, o conhecimento..............
florescendo de maneira livre, contínua.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto na sequência em que elas
aparecem.
a) impõem – afastados – vêm
b) impõem – afastado – vêm
c) impõe – afastados – vêm
d) impõe – afastado – vem
e) impõem – afastados – vem
4. A PARTÍCULA SE
SE - PARTÍCULA APASSIVADORA
"ALUGA-SE ou ALUGAM-SE apartamentos?"
Quando a partícula SE é apassivadora, significa que a frase está na voz passiva (=sujeito "sofre" a
ação verbal). Apartamentos é o sujeito e está no plural. Portanto, o certo é: "ALUGAM-SE
apartamentos".
É um caso de voz passiva sintética ou pronominal. Corresponde a "Apartamentos SÃO ALUGADOS".
Para que a partícula SE seja apassivadora, é preciso que haja um "objeto direto" para se transformar
em sujeito passivo. O verbo deve concordar com o sujeito passivo:
"VENDE-SE este automóvel." ( = Este automóvel é vendido);
"VENDEM-SE automóveis." ( = Automóveis são vendidos).
SE – ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO
Se não houver "objeto direto" para virar "sujeito passivo", a partícula SE é indeterminanadora do sujeito.
O sujeito é indeterminado e o verbo concorda no SINGULAR:
"PRECISA-SE de operários." (de operários = objeto indireto)
"Não SE NECESSITA mais de todos esses dados." (=objeto indireto)
"É necessário que SE RECORRA a soluções de impacto." (=obj.ind.)
"Não SE ACREDITA mais em marcas nacionais." (obj.ind.)
"Não SE VIVE mais como naqueles tempos." (VIVER = verbo intransitivo)
SE – PARTÍCULA EXPLETIVA
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse
caso, a palavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar
realce.
Passavam-se os dias e nada acontecia.
SE – PARTE INTEGRANTE DO VERBO
O SE faz parte integrante dos verbos pronominais. Nesse caso, ele não exerce função sintática.
Ele arrependeu-se do que fez.
Leia mais em: http://www.analisedetextos.com.br/2010/10/aprenda-tudo-sobre-particula-se.html
78
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
5. FIGURAS DE LINGUAGEM (I)
Elipse
Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração. Tais termos podem ser facilmente
identificados no contexto. Exemplos:
Estudamos muito para a prova. (omissão do sujeito nós)
Zeugma
Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita a omissão de um termo já mencionado
anteriormente. Exemplos:
Disponível em: http://revistaeletronica2006.blogspot.com.br/2011/07/portugues.html
Na opinião dela, só havia uma solução para o problema; na minha, várias. (dois termos subentendidos
opinião e havia)
Hipérbato
É a inversão da estrutura da frase, caracterizando a ordem indireta ou inversa dos termos. Exemplos:
Disponível em: http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_010/artigos/artigos_vivencias_10/l21.htm
“Existe um povo que a bandeira empresta. Pr'a cobrir tanta infâmia e cobardia!.” (Castro Alves)
Na ordem direta seria: Existe um povo que empresta a bandeira)
Ironia
79
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
Consiste em dizer o contrário do que se pensa. É uma figura usada com a intenção de ou em satirizar
ou ridicularizar alguém.
Exemplos:
“
Disponível em: http://let006.blogspot.com.br/2011/09/figuras-de-linguagem.html
(...) Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis (...)” Machado de Assis
Hipérbole
Emprego de uma expressão exagerada com o objetivo de realçar uma ideia. Exemplos:
Já falei milhões de vezes que te amo.
"Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo Bilac)
6. PONTUAÇÃO
Disponível em: http://portogente.com.br/colunistas/alessandro-atanes/a-reflexao-das-notas-18983
80
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
No geral, os sinais de pontuação servem para representar pausas na fala (nos casos do ponto, vírgula e
ponto e vírgula); ou entonações (ponto de exclamação e de interrogação), por exemplo. Além dessas
situações, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções, intenções e anseios.
Neste módulo, trabalharemos alguns casos referentes à vírgula e ao ponto de exclamação
 Vírgula ( , )
É usada para:
a) separar termos que possuem mesma função sintática na oração. Exemplo:
A criança berrou, chorou, esperneou e, enfim, dormiu.
Nessa oração, a vírgula separa os verbos.
b) isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto:
1. Uma vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo suado!
(antecipação de complemento verbal)
2. Nada se fez, naquele momento, para que pudéssemos sair! (antecipação de adjunto adverbial)
c) separar os nomes dos locais de datas: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
 Ponto de Exclamação ( ! )
Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:
a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como entusiasmo, surpresa, súplica,
ordem, horror, espanto. Exemplos
Iremos viajar para Maceió! (entusiasmo)
Ayrton Senna foi um vencedor! (surpresa)
Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
Que horror! Não esperava tal atitude dele. (espanto)
Seja rápido, Matheus! (ordem)
b) Depois de vocativos e algumas interjeições:
Ui! que susto você me deu. (interjeição)
Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
c) Nas frases que exprimem desejo:
Oh, Deus, ajude-me!
Atenção!
81
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
* Quando a intenção comunicativa expressar, ao mesmo tempo, questionamento e admiração, o uso
dos pontos de interrogação e exclamação é permitido. Observe:
Que que eu posso fazer agora, Milena?!
* Quando se deseja intensificar ainda mais a admiração ou qualquer outro sentimento, não há problema
algum em repetir o ponto de exclamação ou interrogação. Note:
Não!!! – gritou a mãe desesperada ao ver o filho em perigo.
Leia mais em: http://www.brasilescola.com/redacao/pontuacao.htm
EIS A PRÁTICA!
TEXTO 01
O dia abriu seu para-sol bordado
O dia abriu seu para-sol bordado
De nuvens e de verde ramaria.
E estava até um fumo, que subia,
Mi-nu-ci-o-sa-men-te desenhado.
Depois surgiu, no céu azul arqueado,
A Lua – a Lua! – em pleno meio-dia.
Na rua, um menininho que seguia
Parou, ficou a olhá-la admirado...
Pus meus sapatos na janela alta,
Sobre o rebordo... Céu é que lhes falta
Pra suportarem a existência rude!
E eles sonham, imóveis, deslumbrados,
Que são dois velhos barcos, encalhados
Sobre a margem tranquila de um açude..
MARIO QUINTANA/ Prosa e verso. Porto Alegre: Globo, 1978.
QUESTÃO 01
(Uerj 2009) Há no poema de Mario Quintana um mesmo sinal de pontuação – o ponto de exclamação –
que aparece em versos diferentes e com sentidos distintos.
Explicite o valor semântico atribuído a esse sinal em cada um dos versos.
Leia o texto seguinte:
TEXTO 02
Levantamento inédito com dados da Receita revela quantos são, quanto ganham e no que trabalham
OS RICOS BRASILEIROS QUE PAGAM IMPOSTOS. (...)
Entre os nove que ganham mais de 10 milhões por ano, há cinco empresários, dois empregados do
setor privado, um que vive de rendas. O outro, QUEM DIRIA, é servidor público. ("Veja", 12/7/2000.)
QUESTÃO 02
82
COLÉGIO
ÁREA DE LINGUAGENS E CÓDIGOS / GRAMÁTICA
Módulo I
VILAS
(ITA) Por que o emprego da vírgula é obrigatório no trecho em destaque, no segundo parágrafo? O que
esse trecho permite inferir?
.
83