28 de novembro–25 de dezembro de 2016

Transcrição

28 de novembro–25 de dezembro de 2016
O UTUBR O D E 2 0 16
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ARTIGOS DE ESTUDO PARA:
28 DE NOVEMBRO– 25 DE DEZEMBRO DE 2016
FOTO DA CAPA:
POPULAÇ ÃO
LUXEMBURGO
562.958
Dois irmãos no território comercial usando o folheto
O Que Você Acha da Bíblia? para dar testemunho a
um mecânico numa oficina
PUBLICADORES
2.058
ASSISTÊNCIA À
CELEBRAÇ ÃO ( 2015)
3.895
SUM ÁRIO
________________________________________________________________________________________________________________________________
3
18
BIOGRAFIA
Procurei imitar os bons exemplos
13
SEMANA DE 28 DE NOVEMBRO-4 DE DEZEMBRO
Mostre bondade a pessoas de
outros países
SEMANA DE 5-11 DE DEZEMBRO
21
SEMANA DE 12-18 DE DEZEMBRO
26
SEMANA DE 19-25 DE DEZEMBRO
Mantenha forte sua amizade com
Jeová ao servir no campo estrangeiro
Em alguns lugares, as congregações estão cada
vez mais diversificadas, com pessoas de idiomas e
culturas diferentes. O primeiro artigo nos ajuda a
mostrar amor por pessoas de outros países que frequentam nossa congregação. O segundo mostra
como os que servem no campo de língua estrangeira podem manter sua espiritualidade forte.
Para fazer um donativo,
acesse www.jw.org.
34567
˙
A menos que haja
outra indicação, os
textos bíblicos citados
são da Tradução do
Novo Mundo da Bíblia
Sagrada.
Fortaleça sua fé nas
promessas de Jeová
Mostre que tem fé nas
promessas de Jeová
Nestes artigos vamos estudar os dois aspectos da
fé mencionados em Hebreus 11:1. O primeiro artigo
mostra como podemos fortalecer nossa fé. O segundo mostra que a fé verdadeira é muito mais do
que simplesmente saber o que Jeová vai fazer
no futuro.
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31
Esta publicação não
é vendida. Ela faz parte
de uma obra educativa
bíblica, mundial,
mantida por donativos.
Você tem “sabedoria prática”?
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8
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VOCÊ SABIA?
October 2016
Vol. 137, No. 15 PORTUGUESE (Brazilian Edition)
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A Sentinela, numero 15, outubro de 2016. A Sentinela e publicada mensalmente (com um numero adicional em janeiro, março, maio, julho, setembro e novembro) pela Watchtower Bible
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and Tract Society of New York, Inc., Wallkill, New York, U.S.A., e pela Associaçao Torre de Vigia
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de Bıblias e Tratados, Cesario Lange, Sao Paulo, Brasil. 5 2016 Watch Tower Bible and Tract
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Society of Pennsylvania e Associaçao Torre de Vigia de Bıblias e Tratados. Todos os direitos
reservados. Impressa no Brasil.
BIOGRAFIA
NASCI em 10 de dezembro de 1936 na cidade de
Wichita, em Kansas, nos EUA. Eu era o mais velho
de quatro filhos. Meus pais, William e Jean, serviam a Jeová de coração. Meu pai era servo de
companhia, como era chamado o irmão responsável pela congregação. Minha mãe aprendeu a verdade com a mãe dela, Emma Wagner. Minha avó
ensinou a verdade para muitas pessoas, incluindo
Gertrude Steele, que foi missionária em Porto
Rico.1 É, eu tinha bons exemplos para imitar.
BONS EXEMPLOS DA MINHA INFÂNCIA
Procurei imitar
os bons
exemplos
NARRADA POR
THOMAS MCLAIN
“O irmão faz ideia de quantos
anos eu tenho?” Foi o que eu
perguntei a Izak Marais quando
ele me telefonou de Patterson,
Nova York. Ele respondeu: “Eu sei
muito bem quantos anos o irmão
tem.” Vou explicar o que levou a
essa conversa.
Eu me lembro de um sábado à tarde em que eu
e meu pai estávamos na rua oferecendo as revistas
A Sentinela e Consolação (agora Despertai!). Eu tinha 5 anos. Naquela época, o país estava totalmente envolvido com a Segunda Guerra Mundial.
Como cristão, meu pai não queria ter nada a ver
com a guerra. De repente, chegou um médico bêbado e começou a xingá-lo por causa disso. O médico dizia que meu pai era um covarde e que tinha
dado um jeito de escapar do exército. Ele colocou
o dedo na cara do meu pai e disse: “Por que você
não me bate, seu covarde!” Eu gelei, mas também
fiquei impressionado com meu pai. Ele simplesmente continuou oferecendo as revistas para as
pessoas que estavam vendo tudo aquilo acontecer.
Daí, apareceu um soldado, e o médico gritou: “Ei,
faça alguma coisa com esse covarde!” O soldado
disse: “Você tá bêbado, vai pra casa!” Então os
dois foram embora. Quando me lembro disso,
agradeço a Jeová pela coragem que deu ao meu
pai. Meu pai tinha duas barbearias em Wichita, e o
médico era um dos clientes!
Meus pais queriam servir onde a necessidade era
maior. Por isso, quando eu tinha 8 anos, eles venderam a casa e as barbearias, construíram um pequeno trailer e se mudaram para o estado do
1 Para saber mais sobre o serviço missionário de alguns
membros da família Steele, veja A Sentinela, 1.° de maio de
1956, páginas 269 a 272 (em inglês), e A Sentinela, 15 de setembro de 1971, páginas 570 a 575.
3
Eu e meus pais indo para um congresso
em Wichita, nos anos 40
Meu pai numa esquina
oferecendo as revistas
Colorado. Fomos morar perto da cidade de Grand
Junction. Ali, meus pais eram pioneiros e trabalhavam meio período com plantações e criação de
gado. Com as bênçãos de Jeová e os esforços deles, foi criada uma congregação. No dia 20 de junho de 1948, meu pai me batizou num rio que ficava numa montanha. Outros que tinham aceitado a
verdade também se batizaram, como Billie Nichols
e sua esposa. Mais tarde, tanto ele como o filho
dele serviram no circuito.
Éramos muito amigos de irmãos que faziam
seu máximo para Jeová, especialmente da família
Steele: Don e Earlene, Dave e Julia, e Si e Martha.
A gente tinha boas conversas sobre coisas espirituais. Eles me mostraram que colocar o Reino em
primeiro lugar traz felicidade e faz a vida valer a
pena. O exemplo deles me ajudou muito.
OUTRA MUDANÇA
Quando eu tinha 19 anos, um amigo da nossa família, Bud Hasty, me fez um convite: ser pioneiro
com ele no sul dos Estados Unidos. O superintendente de circuito pediu que a gente se mudasse
para a cidade de Ruston, na Louisiana, onde muitos irmãos estavam inativos. Ele disse que deveríamos fazer todas as reuniões, mesmo que não
4
A SENTINELA
viesse ninguém. Encontramos um lugar para as
reuniões e arrumamos tudo. Por um tempo, éramos só eu e o Bud na assistência. A gente se revezava: enquanto um fazia a parte, o outro respondia às perguntas. Quando tínhamos de fazer uma
demonstração, nós dois ficávamos no palco. Daí,
na assistência não ficava ninguém! Com o tempo,
uma irmã idosa começou a ir à reunião. Depois, alguns irmãos inativos e alguns estudantes também
começaram a ir às reuniões, e em pouco tempo tínhamos uma congregação animada.
Um dia, eu e o Bud conversamos com um pastor
da Igreja de Cristo. O pastor falou sobre textos
que eu não conhecia muito bem. Aquilo me deu o
que pensar, e vi que eu precisava estudar mais. Durante uma semana, fiquei até tarde da noite estudando sobre as coisas que ele falou. Tudo isso me
ajudou a ter ainda mais certeza de que eu estava na
verdade. Eu mal podia esperar para encontrar outro pastor!
Pouco tempo depois, o superintendente de circuito pediu que eu me mudasse para o estado do
Arkansas e ajudasse a congregação da cidade de El
Dorado. Enquanto morei ali, tive de viajar várias
vezes para o Colorado para ir ao centro de alistamento militar. Numa dessas viagens, eu e alguns
No campo em Nairóbi,
com Mary e Chris Kanaiya
pioneiros que estavam comigo no carro sofremos
um acidente no estado do Texas. O acidente acabou com o meu carro. Ligamos para um irmão, e
ele nos levou para a sua casa. Fomos à reunião com
ele, e lá deram um anúncio sobre o nosso acidente. Os irmãos foram bondosos e nos deram algum
dinheiro. O irmão que nos hospedou até conseguiu vender meu carro por 25 dólares.
Pegamos uma carona para Wichita, onde um
amigo da minha família era pioneiro. O nome dele
era Frank McCartney, mas a gente só o chamava de
“Doc”. Ele tinha dois filhos gêmeos, Frank e Francis. Eles eram e ainda são dois dos meus melhores
amigos. Eles tinham um carro velho e o venderam
para mim por 25 dólares, exatamente o valor que
eu tinha recebido pelo carro batido. Pela primeira
vez, vi claramente que Jeová me deu o que eu precisava porque eu estava colocando o Reino em primeiro lugar. O casal McCartney me apresentou a
uma irmã muito simpática que amava a Jeová,
Bethel Crane. A mãe dela, a irmã Ruth, serviu lealmente a Jeová na cidade de Wellington, Kansas.
Ela foi pioneira até os 90 e poucos anos. Eu e
a Bethel nos casamos em menos de um ano,
em 1958, e servimos como pioneiros em El Dorado.
CONVITES EMPOLGANTES
Nossos pais nos criaram no meio de pessoas que
serviam lealmente a Jeová. Depois de pensar nesses exemplos, eu e a Bethel decidimos nos oferecer para fazer qualquer coisa na organização de
Jeová. Fomos designados pioneiros especiais na
cidade de Walnut Ridge, Arkansas. Daí, em 1962,
ficamos superanimados de receber o convite para
a turma número 37 da Escola de Gileade, no estado de Nova York. Ficamos muito felizes quando
descobrimos que Don Steele estava na mesma turma. Depois da escola, fomos designados para a cidade de Nairóbi, no Quênia. A gente saiu de Nova
York com um nó na garganta. Mas, quando vimos
os irmãos no aeroporto em Nairóbi, nossa tristeza
se transformou em alegria.
Logo nos apaixonamos pelo Quênia, e pregar ali
era muito gostoso. Chris e Mary Kanaiya foram
nossos primeiros estudantes a aceitar a verdade.
Eles ainda servem fielmente a Jeová no serviço de
tempo integral no Quênia. No ano seguinte, fomos designados para a cidade de Kampala, em
Uganda. Fomos os primeiros missionários naquele
país. Aquela foi uma época muito boa, porque
muita gente queria estudar a Bíblia, e muitos se
tornaram nossos irmãos. Mas, depois de três anos
e meio na África, voltamos para os Estados Unidos
para ter filhos. No dia em que saímos da África, lá
estava o nó na garganta de novo, só que desta vez
muito maior do que quando saímos de Nova York.
Tínhamos um carinho especial pelas pessoas da
África e queríamos voltar algum dia.
NOVA DESIGNAÇÃO
Fomos morar no oeste do Colorado, onde meus
pais moravam. Logo nasceu nossa primeira filha,
Kimberly, e um ano e meio depois tivemos a
Stephany. Levamos muito a sério nossa nova designação como pais, e nos esforçamos bastante
para ajudar as meninas a amar a Jeová. Queríamos
imitar os bons exemplos que tivemos. A gente sabia que não ia ser fácil. Mesmo fazendo de tudo
para dar um bom exemplo aos filhos, eles podem
parar de servir a Jeová. Meu irmão mais novo e
uma das minhas irmãs saíram da verdade. Mas
OUTUBRO DE 2016
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espero que, com a ajuda de Jeová, eles voltem a
imitar os bons exemplos que também tiveram na
vida.
A gente gostava muito de criar nossas filhas e
sempre tentamos fazer coisas em família. Como
morávamos perto da cidade de Aspen, Colorado,
nós quatro aprendemos a esquiar para poder fazer
isso juntos. Aproveitávamos para conversar com
as meninas enquanto subíamos a montanha no teleférico. Também gostávamos de acampar e tínhamos boas conversas em volta da fogueira. Mesmo
jovens, elas perguntavam coisas do tipo “O que eu
vou ser quando crescer?” e “Como posso escolher
um bom marido?”. Fizemos o máximo para ensinar nossas filhas a amar as orientações de Jeová.
Sempre as incentivamos a entrar no serviço de
tempo integral e a se casar com alguém que tivesse o mesmo alvo. Tentamos ajudá-las a entender
que não é bom se casar muito cedo. A gente costumava dizer: “Espere sua vez, até pelo menos 23.”
Imitando o exemplo dos nossos pais, fazíamos
de tudo para não faltar às reuniões e para ir ao
campo regularmente como família. A gente também convidava pessoas do tempo integral para ficar lá em casa. E sempre falávamos com muito carinho do nosso serviço missionário. Nosso sonho
era algum dia poder levar as meninas para conhecer a África. Isso era algo que elas queriam muito.
Nosso estudo em família era regular. Aproveitávamos o estudo para encenar situações que poderiam acontecer na escola. O que as meninas
tinham que fazer era “fingir” como uma Testemunha de Jeová responderia às perguntas. Assim,
elas aprendiam brincando e ficavam mais confiantes. Mas, conforme elas foram crescendo, às vezes
reclamavam de ter de fazer o estudo em família.
Uma vez eu perdi a paciência e mandei as meninas
para o quarto delas, dizendo que naquele dia não
ia ter estudo. Aquilo pegou as duas de surpresa e
elas começaram a chorar, dizendo que queriam estudar. Daí, percebemos que estávamos conseguindo fazer a verdade tocar o coração delas. O tempo
foi passando, e elas começaram a gostar de estudar. A gente deixava as meninas à vontade para fa6
A SENTINELA
lar o que quisessem. Isso nem sempre era fácil, já
que às vezes elas diziam que não concordavam
com algum ponto da Bíblia. O lado bom é que descobríamos o que elas tinham no coração. Depois
que a gente raciocinava com as duas, elas concordavam com o modo de Jeová ver as coisas.
MAIS MUDANÇAS
Aqueles anos passaram voando! Com a ajuda e a
orientação da organização, fizemos nosso melhor
para ensinar nossas filhas a amar a Jeová. Como
foi bom ver que as duas decidiram ser pioneiras depois do ensino médio! Elas também aprenderam a
fazer coisas para se manter no serviço de pioneiro.
Elas e mais duas irmãs se mudaram para a cidade
de Cleveland, Tennessee, para apoiar a obra ali.
Sentimos muitas saudades, mas ficamos felizes
por elas terem escolhido o serviço de tempo integral. Eu e a Bethel voltamos a ser pioneiros. Isso
abriu as portas para privilégios maravilhosos. Tive
a oportunidade de ser superintendente de circuito
substituto e de ajudar com os congressos.
Antes de se mudarem para o Tennessee, nossas
filhas visitaram o Betel de Londres, na Inglaterra.
Ali, Stephany, que na época tinha 19 anos, conheceu Paul Norton, um jovem betelita. Numa outra
viagem, Kimberly conheceu Brian Llewellyn, um
irmão que trabalhava com Paul. Com 23 anos,
Stephany se casou com Paul. No ano seguinte,
quando Kimberly tinha 25 anos, ela se casou com
Brian. Então elas realmente esperaram até pelo
menos 23! Ficamos muito felizes por elas terem se
casado com servos leais de Jeová.
Nossas filhas nos disseram que o bom exemplo
que nós e nossos pais demos as ajudou a obedecer
à ordem de Jesus de “buscar primeiro o Reino”,
mesmo quando o dinheiro era curto. (Mat. 6:33)
Em abril de 1998, Paul e Stephany foram convidados para a turma 105 da Escola de Gileade. Eles foram designados para Malauí, na África. Na mesma
época, Brian e Kimberly foram convidados para
servir no Betel de Londres e, mais tarde, foram
transferidos para o Betel de Malauí. Ficamos muito felizes, porque a melhor maneira de um jovem
usar a vida é no serviço de Jeová.
OUTRO CONVITE EMPOLGANTE
Em janeiro de 2001, recebi o telefonema de que
falei no início. O irmão Marais, encarregado do
Departamento de Serviços de Tradução, explicou
que os irmãos estavam organizando um curso para
os tradutores das publicações. Esse curso ajudaria
os tradutores a entender melhor o texto em inglês.
E eu, com 64 anos, estava sendo convidado para
receber treinamento e ser um dos instrutores! Eu
e a Bethel oramos sobre isso e decidimos que primeiro iríamos conversar com nossas mães. Elas
eram idosas e iam ficar sem a nossa ajuda. Mesmo
assim, elas queriam que a gente aceitasse o convite. Telefonei para o irmão e disse que seria um prazer aceitar esse privilégio.
Daí, minha mãe descobriu que tinha câncer. Eu
disse para ela que ficaríamos para ajudar Linda,
minha irmã, a cuidar dela. Minha mãe falou: “Nem
pense nisso. Eu ficaria muito pior se você não fosse.” Minha irmã pensava a mesma coisa. Elas queriam fazer esse sacrifício, e os irmãos da região
disseram que iam ajudar. Ficamos muito agradecidos. Um dia depois de irmos para o Centro Educacional da Torre de Vigia, em Patterson, Linda me
telefonou dizendo que minha mãe tinha falecido.
Fizemos o que minha mãe ia querer que a gente fizesse: mergulhamos de cabeça no novo trabalho.
Ficamos muito felizes com a nossa primeira designação: Betel de Malauí, onde nossas filhas esta-
Paul, Stephany, Bethel, eu, Kimberly e Brian
no Betel de Malauí, em 2002
vam servindo. Como foi bom estarmos juntos de
novo! Depois, demos o curso no Zimbábue e em
Zâmbia. Após três anos e meio dando esse curso,
fomos convidados para voltar a Malauí e colocar
por escrito o que os irmãos ali tinham passado por
causa da neutralidade cristã.1
Em 2005 chegou a hora de deixar a África, e
olha o nó na garganta de novo. Voltamos para a cidade de Basalt, Colorado, onde ainda servimos
como pioneiros. Em 2006, Brian e Kimberly foram
morar numa casa ao lado da nossa para criar
suas duas filhas, Mackenzie e Elizabeth. Paul e
Stephany continuam em Malauí, onde Paul serve
na Comissão de Filial. Bem, já estou com quase
80 anos. Fico muito feliz de ver irmãos mais novos
com quem trabalhei cuidar das responsabilidades
que eu tinha. Eu e a Bethel temos nos esforçado
para imitar os bons exemplos que tivemos na vida
para poder ajudar nossas filhas e nossas netas.
Isso nos dá verdadeira felicidade.
1 Por exemplo, veja a biografia de Trophim Nsomba na revista A Sentinela, 15 de abril de 2015, páginas 14 a 18.
No campo com minhas netas
Mostre bondade a pessoas
de outros países
“Não se esqueçam da bondade com estranhos.”
CÂNTICOS: 124, 79
COMO RESPONDERIA?
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Por que talvez seja
necessário mudar nosso
ponto de vista sobre pessoas
de outros países?
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Como Boaz imitou a Jeová
no modo como tratou Rute?
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Como podemos ser bondosos
com pessoas de outros
países?
8
— HEB. 13:2, nota.
MAIS de 30 anos atrás, Osei[1] saiu de Gana e foi morar na
Europa. Nessa época, ele ainda não era Testemunha de Jeová.
Ele conta: “Logo vi que a maioria das pessoas não estava nem aí
pra mim. O clima também foi um choque. Quando saí do aeroporto e senti frio pela primeira vez na vida, comecei a chorar.”
Já que Osei não falava bem o idioma, demorou mais de um ano
para ele conseguir um emprego decente. E, por estar longe de
casa, ele tinha muita saudade da família e se sentia sozinho.
2 Se você estivesse no lugar de Osei, como gostaria de ser tratado? Com certeza gostaria que as pessoas no Salão do Reino o
recebessem bem, sem ligar para a sua nacionalidade ou a cor da
sua pele. Na verdade, a Bíblia diz para os cristãos verdadeiros:
“Não se esqueçam da bondade com estranhos.”[2] (Heb. 13:2,
nota) Por isso, é bom pensar no seguinte: Será que Jeová se
preocupa com pessoas de outros países? Por que a gente talvez
1, 2. (a) Que desafios muitos estrangeiros enfrentam hoje? (Veja a
foto no começo do artigo.) (b) O que aprendemos em Hebreus 13:2?
(c) Que perguntas vamos analisar neste artigo?
precise mudar nosso ponto de vista sobre
essas pessoas? E como podemos ajudar alguém de outro país a se sentir à vontade na
nossa congregação?
JEOVÁ SE PREOCUPA COM PESSOAS
DE OUTROS PAÍSES
3
Quando Jeová libertou seu povo do
Egito, muitos que não eram israelitas foram junto com eles. Jeová se preocupava
com esses estrangeiros, tanto que deu leis
específicas sobre como tratar essas pessoas. (Êxo. 12:38, 49; 22:21) Ele sabia que
a vida nem sempre é fácil para os estrangeiros e por isso criou leis para cuidar deles. Por exemplo, eles tinham o direito de
pegar o que sobrasse da colheita. Isso se
chamava respiga. — Lev. 19:9, 10.
4 Jeová queria que os israelitas respeitassem os estrangeiros não por obrigação,
mas de coração. (Leia Êxodo 23:9.) Por
isso, ele lembrou ao seu povo que eles ‘sabiam o que era ser um estrangeiro’. Parece que, mesmo antes de serem escravos no
Egito, os israelitas sofriam preconceito da
parte dos egípcios. (Gên. 43:32; 46:34;
Êxo. 1:11-14) Os israelitas tiveram uma
vida sofrida como estrangeiros no Egito.
Mesmo assim, Jeová queria que eles tratassem os estrangeiros “como um israelita”, ou seja, como se fossem um deles.
— Lev. 19:33, 34.
5 A Bíblia diz que Jeová não muda. Hoje
ele também se preocupa com os estrangeiros que assistem às reuniões conosco.
(Deut. 10:17-19; Mal. 3:5, 6) Podemos parar e pensar nos desafios que eles enfrentam, como preconceito e dificuldades
com o idioma. Se fizermos isso, vamos
3, 4. De acordo com Êxodo 23:9, como Deus
queria que os israelitas tratassem os estrangeiros? Por quê?
5. O que vai nos ajudar a mostrar preocupação com os estrangeiros, assim como Jeová
faz?
pensar em maneiras de ser bondosos e de
mostrar que eles podem contar com a gente. — 1 Ped. 3:8.
PRECISAMOS MUDAR
NOSSO PONTO DE VISTA?
6
No tempo dos apóstolos, os judeus tinham um forte preconceito contra pessoas de outras nações. Mas os judeus que
se tornaram cristãos conseguiram vencer
esse preconceito. Por exemplo, na festividade do Pentecostes de 33, os cristãos judeus que moravam em Jerusalém mostraram hospitalidade às pessoas de outros
países que tinham acabado de se tornar
cristãs. (Atos 2:5, 44-47) Esse cuidado
que tiveram mostra que eles sabiam o significado da palavra grega para “hospitalidade”, ou seja, “bondade com estranhos”.
7 A congregação cristã foi crescendo e,
com o tempo, surgiu um problema: os judeus que falavam grego reclamaram que
suas viúvas não estavam sendo tratadas de
forma justa. (Atos 6:1) Os apóstolos escolheram sete homens para cuidar desse assunto. O interessante é que todos eles tinham nome grego. Essa escolha indica que
os apóstolos queriam que as viúvas que falavam grego se sentissem mais tranquilas.
— Atos 6:2-6.
8 Mesmo que a gente não perceba, todos
nós somos muito influenciados pela nossa
cultura. (Rom. 12:2) Além disso, muitas
vezes ouvimos nossos vizinhos, colegas de
trabalho ou de escola falarem mal ou fazerem piada de pessoas de outro país, tribo
ou cor. Será que essas ideias preconceituosas estão nos influenciando? E como
6, 7. O que mostra que os cristãos judeus venceram o preconceito contra pessoas de outras
nações?
8, 9. (a) Que perguntas vão nos ajudar a saber se temos preconceito ou orgulho da nossa
cultura? (b) O que devemos arrancar do coração? Por quê? (Veja 1 Pedro 1:22.)
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9
reagimos quando alguém faz piada sobre
nosso país, talvez exagerando alguma característica da nossa cultura?
9 Por um tempo, o apóstolo Pedro teve
preconceito contra quem não era judeu.
Mas aos poucos ele conseguiu vencer isso.
(Atos 10:28, 34, 35; Gál. 2:11-14) Da mesma forma, se percebermos que, lá no fundo, temos preconceito ou achamos que
nossa cultura é melhor do que outra, devemos nos esforçar para arrancar esse
sentimento do coração. (Leia 1 Pedro
1:22.) Podemos lembrar que nenhum de
nós merece a salvação; ninguém é perfeito, não importa de que país seja. (Rom.
3:9, 10, 21-24) Assim, será que temos motivos para achar que somos melhores do
que outros? (1 Cor. 4:7) Devemos pensar
como o apóstolo Paulo, que disse aos seus
irmãos ungidos: “Vocês não são mais estranhos e estrangeiros, mas . . . membros
da família de Deus.” (Efé. 2:19) Para desenvolvermos a nova personalidade, precisamos nos esforçar para nos livrar de
qualquer preconceito. — Col. 3:10, 11.
SEJA BONDOSO COM PESSOAS
DE OUTROS PAÍSES
10 Boaz imitou a Jeová por mostrar consideração pela moabita Rute. Certa vez,
ele foi aos seus campos verificar a colheita e viu uma mulher estrangeira trabalhando bastante, fazendo a respiga. Aquilo
chamou a sua atenção. Depois ele ficou sabendo de mais um detalhe: apesar de Rute
ter todo o direito de respigar, ela tinha pedido permissão para isso. Ele ficou tão impressionado que até mandou seus trabalhadores deixarem mais grãos para ela
respigar. — Leia Rute 2:5-7, 15, 16.
11 O que aconteceu logo depois mostra
que Boaz estava preocupado com Rute,
10, 11. Como Boaz mostrou consideração por
Rute, imitando a Jeová?
10
A SENTINELA
pois ele sabia como era difícil a situação
de um estrangeiro. Ele disse para Rute ficar junto de suas servas para que ela não
fosse incomodada pelos homens que trabalhavam no campo. Ele até providenciou
que Rute tivesse o que beber e o que comer, assim como seus trabalhadores contratados. Além disso, Boaz tratou essa
estrangeira pobre com respeito e a tranquilizou. — Rute 2:8-10, 13, 14.
12 Boaz ficou impressionado não só com
o amor sincero de Rute pela sogra dela,
Noemi, mas também por ela ter se tornado serva de Jeová. Rute ‘foi buscar refúgio debaixo das asas do Deus de Israel’.
(Rute 2:12, 20) A bondade que Boaz mostrou a Rute foi, na verdade, uma forma de
Jeová mostrar seu amor leal a ela. (Pro.
19:17) Da mesma forma hoje, quando somos bondosos, ajudamos “todo tipo de
pessoas” a aprender a verdade e a ver que
Jeová as ama muito. — 1 Tim. 2:3, 4.
13 Podemos ser bondosos com pessoas
de outros países por cumprimentá-las e
fazê-las se sentir bem-vindas no Salão do
Reino. Quando chegam a um novo país,
geralmente as pessoas ficam sem graça e
se sentem deslocadas. Por causa da sua
criação ou condição social, elas podem
achar que têm menos valor do que pessoas
de outra raça ou de outro país. Por isso,
em vez de esperar que elas venham falar
com a gente, devemos tomar a iniciativa
de mostrar que estamos interessados nelas. Uma dica é usar o aplicativo JW Language para aprender como cumprimentar
essas pessoas no idioma delas. — Leia Filipenses 2:3, 4.
12. Que efeito nossa bondade pode ter sobre
pessoas de outros países?
13, 14. (a) Por que devemos tomar a iniciativa de cumprimentar pessoas de outros países? (b) O que podemos fazer se ficarmos sem
jeito de falar com alguém de outra cultura?
Estamos recebendo bem os que se mudaram para o nosso país?
(Veja os parágrafos 13 e 14.)
14
Você talvez fique meio sem jeito de
falar com alguém de outra cultura. Uma
coisa que pode ajudar é contar algo sobre
você. Pode ser que perceba que vocês têm
mais coisas em comum do que você imaginava, e que toda cultura tem seus pontos
fortes e seus pontos fracos.
FAÇA COM QUE TODOS
SE SINTAM EM CASA
15 Para ajudar os estrangeiros a se sentirem em casa na nossa congregação, pergunte-se: ‘Se eu estivesse em outro país,
como eu gostaria de ser tratado?’ (Mat.
7:12) Tenha paciência com aqueles que estão se adaptando a outro país. Pode ser
que, de início, a gente não entenda muito
bem por que eles pensam ou agem de certa maneira. Mas, em vez de querer que eles
mudem para se encaixar na nossa cultura,
não seria melhor aceitá-los do jeito que
são? — Leia Romanos 15:7, nota.
15. Como podemos ajudar os estrangeiros a
se sentirem em casa na nossa congregação?
16
Pode ser mais fácil conversar com
pessoas que são de outros países quando
aprendemos alguma coisa sobre sua cultura ou o lugar de onde vieram. Talvez possamos usar uma parte de nossa adoração
em família para pesquisar sobre a cultura
dos estrangeiros de nossa congregação ou
do território. Outra maneira de fazer mais
amizade com pessoas de outros países é
convidá-las para um lanche na nossa casa.
Jeová ‘abriu para as nações a porta da fé’.
Se ele fez isso, nós também podemos abrir
as portas da nossa casa para os estrangeiros que “fazem parte da nossa família na
fé”. — Atos 14:27; Gál. 6:10; Jó 31:32.
17 Quando passamos tempo com pessoas
que se mudaram para o nosso país, damos
mais valor ao esforço que fazem para se
ajustar à nossa cultura. Mas a gente talvez
perceba que elas precisam de ajuda prática.
16, 17. (a) O que podemos fazer para ter
mais amizade com pessoas de outros países?
(b) Que ajudas práticas podemos dar a pessoas de outros países em nossa congregação?
OUTUBRO DE 2016
11
Por exemplo, pode ser que elas precisem de
ajuda para aprender nosso idioma. Também podemos indicar organizações que
ajudam imigrantes a encontrar um lugar
para morar ou um emprego. Ajudar dessa
forma pode fazer uma grande diferença na
vida do nosso irmão. — Pro. 3:27.
18 É claro que as pessoas que se mudaram
para outro país também vão fazer o seu
melhor para se adaptar à cultura da região.
Rute deu um ótimo exemplo nisso. Primeiro, quando pediu permissão para respigar,
ela mostrou respeito pelos costumes do
seu novo país. (Rute 2:7) Rute não achou
que, por ter esse direito, os outros tinham
a obrigação de ajudá-la. Segundo, ela mostrou gratidão por tudo que fizeram por ela.
(Rute 2:13) Quando um cristão que se mudou para outro país age assim, fica mais fácil para ele ganhar o respeito dos seus irmãos e dos moradores da região.
18. Que exemplo as pessoas que se mudaram
para outro país podem imitar?
19 Jeová mostrou grande bondade por
permitir que pessoas de todos os lugares
ouçam as boas novas, e isso nos deixa muito felizes. Pode ser que essas pessoas, no
seu país de origem, não pudessem ter um
estudo bíblico ou ir às nossas reuniões.
Mas agora elas têm a oportunidade de se
reunir com o povo de Jeová, e queremos
ajudá-las a se sentir em casa. Talvez não
possamos dar muita ajuda material ou prática, mas a bondade que demonstramos
mostra o amor que Jeová tem por elas.
Como “imitadores de Deus”, vamos fazer o
máximo para receber bem os que se mudaram para o nosso país. — Efé. 5:1, 2.
19. Que motivos temos para receber bem os
que se mudaram para o nosso país?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
NOTAS:
[1] (parágrafo 1) O nome foi mudado.
[2] (parágrafo 2) Um “estranho” é alguém que não
conhecemos. Neste artigo, um estranho é um estrangeiro que se mudou para o nosso país.
Estamos sendo hospitaleiros com os que se mudaram para o nosso país?
(Veja os parágrafos 16 e 17.)
Mantenha forte sua amizade com
Jeová ao servir no campo estrangeiro
“Guardo no coração as tuas declarações.”
— SAL. 119:11.
MILHARES de Testemunhas de Jeová hoje estão pregando as
boas novas “a toda nação, tribo, língua e povo”, participando
assim no cumprimento da profecia de Apocalipse 14:6. Você
está aprendendo outro idioma? Talvez você seja um missionário ou esteja servindo onde a necessidade é maior. Ou talvez
tenha começado a assistir às reuniões numa congregação de
língua estrangeira no seu próprio país.
2 Como servos de Deus, todos nós sabemos que a nossa espiritualidade e a espiritualidade de nossa família devem vir em
primeiro lugar. (Mat. 5:3) Só que, às vezes, é difícil fazer estudo pessoal de qualidade por causa da correria do dia a dia.
Mas, para os que servem no campo estrangeiro, pode ser ainda mais difícil. Como assim?
3 Os que servem no campo estrangeiro já têm o desafio de
aprender uma nova língua. Além disso, precisam tomar cuidado para não ficar estudando apenas assuntos básicos da Bíblia
por causa da dificuldade com o novo idioma. (1 Cor. 2:10) Mas
1-3. (a) O que deve vir em primeiro lugar na nossa vida?(b) Que desafios os que estão aprendendo outro idioma enfrentam? (Veja a foto no
começo do artigo.) (c) Que perguntas vamos considerar neste artigo?
CÂNTICOS: 142, 92
COMO RESPONDERIA?
________________________________________________________________________________________________________________________________
O que ajudou Daniel e
o escritor do Salmo 119
a manter forte a amizade
deles com Jeová?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Como os que servem no
campo estrangeiro podem
manter forte sua amizade
com Jeová?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Como os pais podem ajudar
seus filhos em sentido espiritual enquanto servem no
campo estrangeiro?
13
como podem manter forte sua amizade
com Jeová se não entendem bem a língua
falada na congregação? E o que os pais
cristãos podem fazer para que a Palavra
de Deus toque o coração dos filhos?
po de língua estrangeira. Mas também é
importante proteger nossa amizade com
Jeová. — Mat. 4:4.
UM PERIGO PARA A NOSSA
AMIZADE COM DEUS
7 Quando Daniel e seus amigos foram
levados como prisioneiros para Babilônia, os babilônios tentaram fazer com
que eles aceitassem a cultura do país.
Por exemplo, ensinaram a eles “a língua
dos caldeus”, ou babilônios. Além disso,
deram a eles nomes babilônicos. (Dan.
1:3-7) O nome dado a Daniel era uma referência ao principal deus de Babilônia,
que se chamava Bel. Pelo visto, o rei
Nabucodonosor queria fazer Daniel pensar que esse deus era mais forte que o
Deus de Daniel, Jeová. — Dan. 4:8.
8 Os babilônios ofereceram a Daniel os
melhores alimentos da corte. Mas ele
“decidiu no coração” que “não se tornaria impuro” com os alimentos que eram
proibidos na Lei de Deus. (Dan. 1:8) Daniel continuou estudando os “livros sagrados” na sua língua materna. Por isso,
ele conseguiu manter forte sua amizade
com Deus enquanto vivia em outro país.
(Dan. 9:2, nota) Assim, mesmo depois de
uns 70 anos vivendo em Babilônia, ele
ainda era conhecido pelo seu nome hebraico. — Dan. 5:13.
9 O escritor do Salmo 119 foi desprezado por alguns membros da corte real.
Mas meditar na Palavra de Deus lhe deu
forças para ser diferente das pessoas à
sua volta. (Sal. 119:23, 61) Ele permitiu
4
Nossa amizade com Deus pode ficar
em perigo quando não conseguimos entender a Bíblia por causa do idioma. Por
exemplo, quando Neemias voltou a Jerusalém, ele ficou preocupado com o que
viu. Alguns dos filhos dos judeus que tinham voltado de Babilônia não sabiam
falar hebraico. (Leia Neemias 13:23,
24.) Por não saberem hebraico, esses filhos não entendiam bem as Escrituras, e
por isso não se sentiam parte do povo de
Deus. — Nee. 8:2, 8.
5 Alguns pais cristãos que servem no
campo de língua estrangeira percebem
que o interesse dos filhos pela verdade
está diminuindo. Os filhos não conseguem entender tudo o que é dito nas reuniões e, por isso, o que ouvem acaba não
mexendo com eles. Pedro,[1] que se mudou com sua família da América do Sul
para a Austrália, disse: “Falar sobre coisas espirituais tem que mexer com o coração e os sentimentos.” — Luc. 24:32.
6 Quando lemos em outro idioma, isso
talvez não toque o nosso coração como
tocaria se a gente lesse no nosso próprio
idioma. Além disso, não conseguir se comunicar bem em outra língua pode exigir
muito de nós em sentido mental e afetar
nossa espiritualidade. É importante manter vivo o nosso desejo de servir no cam4. O que pode colocar nossa amizade com
Deus em perigo? Dê um exemplo.
5, 6. (a) O que alguns pais cristãos que servem no campo de língua estrangeira perceberam? (b) Por que isso pode acontecer?
14
A SENTINELA
ELES PROTEGERAM SUA
AMIZADE COM DEUS
7. Como os babilônios tentaram fazer com que
Daniel aceitasse a cultura deles?
8. O que ajudou Daniel a manter forte sua
amizade com Deus mesmo vivendo em outro
país?
9. Como a Palavra de Deus ajudou o escritor
do Salmo 119?
que as ‘declarações de Deus’ mexessem
muito com ele. — Leia Salmo 119:11, 46.
MANTENHA FORTE SUA
AMIZADE COM DEUS
10
Todos nós temos muitas responsabilidades na congregação e no dia a dia.
Mesmo assim, precisamos tirar tempo
para o estudo pessoal e para a adoração
em família. (Efé. 5:15, 16) Mas nosso objetivo não deve ser simplesmente cobrir
certo número de páginas ou apenas preparar comentários para participar nas
reuniões. Queremos deixar que a Palavra
de Deus toque o nosso coração e fortaleça a nossa fé.
11 Quando estudamos, é importante
pensar em como ajudar outros. Mas é
preciso ter equilíbrio; não podemos nos
10, 11. (a) Qual deve ser nosso objetivo
quando estudamos a Palavra de Deus? (b) Que
equilíbrio precisamos ter? Dê um exemplo.
esquecer de fortalecer nossa amizade
com Deus. (Fil. 1:9, 10) Temos que reconhecer que, quando nos preparamos para
o campo, para as reuniões ou para dar
um discurso, talvez não apliquemos a
nós mesmos o que lemos. Por exemplo:
Quando uma cozinheira prepara uma refeição para outros, ela experimenta a comida para ver se está boa. Mas será que
ela está realmente se alimentando se só
experimentar os pratos que prepara para
outros? Claro que não. Ela precisa preparar refeições para ela mesma. Assim também, para manter forte nossa amizade
com Deus, precisamos nos alimentar em
sentido espiritual, pensando em nossas
necessidades.
12 Muitos que servem no campo estrangeiro acham melhor estudar a Bíblia na
12, 13. Por que muitos acham melhor estudar
a Bíblia na sua própria língua?
Faça com que a Palavra de Deus toque o coração dos filhos
(Veja os parágrafos 14 e 15.)
“língua do seu nascimento”. (Atos 2:8,
nota) Até os missionários reconhecem
que, para continuarem fortes em outro
país, eles não podem se contentar com o
pouco que entendem das reuniões.
13 Alain já estuda o idioma persa por
uns oito anos. Ele diz: “Quando preparo
as reuniões em persa, eu me concentro
mais na língua em si. Mas fazendo isso eu
acabo usando tanto a mente que as coisas que leio nem sempre tocam meu coração. É por isso que eu tiro tempo para
ler a Bíblia e as publicações na minha
própria língua.”
TOQUE O CORAÇÃO DOS SEUS FILHOS
14
Os pais cristãos precisam ter certeza
de que a Palavra de Deus está tocando o
coração e a mente dos filhos. Serge e sua
esposa, Muriel, serviram no campo de
língua estrangeira por mais de três anos.
Eles perceberam que seu filho de 17 anos
não gostava muito nem das reuniões nem
do campo. Muriel diz: “Ele chegava a ficar irritado de ter que ir no campo em
outro idioma. Só que antes ele amava
pregar no nosso idioma, o francês.” Serge conta: “Quando a gente viu que nosso
filho não estava progredindo espiritualmente, achamos melhor voltar pra nossa
ex-congregação.”
15 O que pode ajudar os pais a decidir
se devem voltar a apoiar uma congregação no idioma dos filhos? Eles podem
pensar nas seguintes perguntas: ‘Será
que realmente tenho tempo e energia
para ensinar meus filhos a amar a Jeová
e, ao mesmo tempo, a falar outro idio14. Que certeza os pais cristãos precisam ter?
Por quê?
15. (a) O que pode ajudar os pais a decidir se
devem voltar a apoiar uma congregação no
idioma dos filhos? (b) Que conselho Deuteronômio 6:5-7 dá aos pais?
16
A SENTINELA
ma? Será que meus filhos perderam a
vontade de ir ao campo ou às reuniões?
Eles gostam de servir no campo de língua
estrangeira?’ Nesse caso, talvez seja melhor voltar a apoiar uma congregação no
idioma que toca o coração dos filhos até
que a amizade deles com Jeová esteja
bem forte. — Leia Deuteronômio 6:5-7.
16 Alguns pais conseguem ensinar seus
filhos sobre Jeová em seu próprio idioma
sem precisar deixar o campo de língua estrangeira. Veja o caso de Charles, que
tem três filhas, de 9 a 13 anos. Ele apoia
um grupo no idioma lingala. Ele diz: “Fazemos o estudo de nossas filhas e a adoração em família no nosso idioma. Mas
também incluímos jogos e treinos em lingala para que elas aprendam o idioma se
divertindo.”
17 Kevin também serve numa congregação de língua estrangeira. Ele tem uma filha de 5 e uma de 8 anos e percebe que
elas não entendem bem as reuniões. O
que Kevin faz para ajudar suas filhas? Ele
diz: “Eu e minha esposa dirigimos o estudo das nossas filhas em francês, a língua
delas. Também assistimos às reuniões em
francês uma vez por mês. E aproveitamos
as férias para assistir aos congressos no
nosso idioma.”
18 É claro que cada família deve decidir
o que é melhor para os seus filhos em
sentido espiritual.[2] (Gál. 6:5) Veja o
caso de Muriel, já mencionada. Ela e o
marido queriam muito servir no campo
estrangeiro. Muriel reconhece que eles
tiveram que abrir mão do seu alvo para
16, 17. Como alguns pais conseguem ensinar
seus filhos sem precisar deixar o campo de língua estrangeira?
18. (a) Como Romanos 15:1, 2 pode ajudar
você a saber o que é melhor para os seus filhos? (b) Que sugestões outros pais deram?
(Veja a nota no fim do artigo.)
Ajude sua família a aprender o idioma
e a participar nas reuniões
(Veja os parágrafos 16 e 17.)
ajudar o filho a progredir espiritualmente. (Leia Romanos 15:1, 2.) Hoje, Serge
acha que valeu a pena. Ele diz: “Depois
que nos mudamos para uma congregação
em francês, a espiritualidade do nosso filho deslanchou, e ele foi batizado. Agora
ele é pioneiro regular e está até pensando
em apoiar novamente um grupo de língua estrangeira.”
A PALAVRA DE DEUS PRECISA
TOCAR SEU CORAÇÃO
que toca o nosso coração fortalece a nossa amizade com ele.
20 Não importa a nossa situação, devemos nos esforçar para nos alimentar bem
em sentido espiritual. Por tirarmos tempo para estudar a Bíblia no nosso idioma,
vamos conseguir cuidar da nossa espiritualidade e da espiritualidade da nossa
família. Assim, vamos mostrar que damos valor às declarações de Deus. — Sal.
119:11.
19
Por amor, Jeová tornou a Bíblia disponível em centenas de idiomas, para
que ‘todo tipo de pessoas possam ter um
conhecimento exato da verdade’. (1 Tim.
2:4) Ele sabe que ler a Bíblia no idioma
19, 20. Como podemos mostrar que amamos
a Palavra de Deus?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
NOTAS:
[1] (parágrafo 5) Os nomes foram mudados.
[2] (parágrafo 18) Para saber como os princípios bíblicos podem ajudar sua família, veja o artigo “Criar
filhos num país estrangeiro — os desafios e as
recompensas”, em A Sentinela, 15 de outubro de
2002.
OUTUBRO DE 2016
17
Você tem
“sabedoria prática”?
ERA uma vez um menino pobre
que morava numa cidade distante.
As pessoas da cidade achavam que
ele era “devagar” e faziam
brincadeiras para rir dele. Algumas
pegavam duas moedas, uma
grande de prata e uma pequena de
ouro. A de ouro valia o dobro da
de prata. Daí, perguntavam para
o menino: “Qual você quer?”
O menino sempre escolhia a de
prata e saía correndo.
Um dia, alguém perguntou ao menino: “Você
não sabe que a moeda de ouro vale mais?” O menino sorriu e disse: “Sei.” A pessoa perguntou: “Então, por que você escolhe a moeda de prata? Se pegar a de ouro, vai ter o dobro do dinheiro!” O
menino respondeu: “Mas se eu pegar a de ouro, as
pessoas vão parar de fazer a brincadeira. E você faz
ideia de quantas moedas de prata eu já consegui?”
O menino dessa história tinha uma qualidade que
os adultos também precisam ter: sabedoria prática.
A Bíblia diz: “Resguarde [ou, proteja] a sabedoria prática e o raciocínio. Assim você andará em segurança no seu caminho, e o seu pé nunca tropeçará.” (Pro. 3:21, 23) Esse texto mostra que é
importante entender o que é “sabedoria prática”
e como aplicá-la na vida. Essa qualidade nos ajuda
a servir a Jeová sem tropeçar; faz com que nosso
“pé” fique firme. A nossa “segurança” espiritual
está em jogo.
18
A SENTINELA
O QUE É SABEDORIA PRÁTICA?
Sabedoria prática não é o mesmo que conhecimento e entendimento. Quem tem conhecimento
acumula informações, ou fatos. Quem tem entendimento consegue ver o que uma informação tem a
ver com a outra. Mas quem tem sabedoria junta o
conhecimento e o entendimento e os coloca em
prática.
Por exemplo, uma pessoa talvez consiga ler e entender o livro O Que a Bíblia Realmente Ensina? em
pouco tempo. Quando o instrutor faz uma pergunta, ela consegue responder certinho. Ela talvez comece a assistir às reuniões e até dê bons comentários. Tudo isso pode indicar que o estudante está
fazendo progresso espiritual, mas será que ele desenvolveu sabedoria? Não necessariamente. Ele
pode apenas ser alguém que pega as coisas rápido.
Mas, quando o estudante coloca a verdade em prática, usando o conhecimento e o entendimento do
modo certo, aí sim ele mostra que tem sabedoria.
Quando ele toma decisões bem-pensadas e elas
dão certo, isso indica que ele tem sabedoria prática.
Em Mateus 7:24-27, lemos a ilustração de Jesus
sobre dois homens que construíram uma casa. Um
deles é descrito como “prudente”, ou sensato. Pensando lá na frente, esse homem construiu sua casa
na rocha. Ele era uma pessoa de visão, um homem
prático; não pensou que seria mais barato e rápido
construir a casa na areia. Ele mostrou sabedoria
porque pensou no resultado a longo prazo. Daí,
quando veio uma tempestade, sua casa ficou de pé.
Então, como podemos desenvolver sabedoria prática?
COMO PODEMOS DESENVOLVER
ESSA QUALIDADE?
O primeiro passo está em Miqueias 6:9: ‘Os que
têm sabedoria prática temerão o nome de Deus.’
O modo como você corrige seu filho hoje
vai afetar sua comunicação com ele amanhã
Temer o nome de Deus significa ter profundo respeito por Jeová, pelo seu nome e por seus mandamentos. Para respeitarmos uma pessoa, precisamos saber o que ela pensa. Daí, podemos confiar
nela e aprender dela, e imitar suas boas decisões.
Quando tememos a Jeová, nos preocupamos em
como nossas ações afetam nossa amizade com ele.
Além disso, antes de decidir alguma coisa, a gente
pensa no que Jeová diz que é certo ou errado.
Quando fazemos essas coisas, desenvolvemos sabedoria prática.
O segundo passo est á em Provérbios 18:1:
“Quem se isola busca seus desejos egoístas; rejeita
toda a sabedoria prática.” Se não tomarmos cuidado, poderemos nos afastar de Jeová e de sua orga-
nização. Para evitar isso, precisamos passar tempo
com outros que temem a Deus e fazem a vontade
dele. Se nossa situação permite, é importante estar sempre presentes no Salão do Reino junto com
a congregação. E, quando estamos nas reuniões,
precisamos deixar que a informação entre na nossa mente e no nosso coração.
Além disso, é importante abrir nosso coração a
Jeová em oração. Isso vai fazer com que a gente fique mais amigo dele. (Pro. 3:5, 6) Também precisamos deixar que aquilo que lemos na Bíblia e nas
publicações entre no nosso coração. Isso nos ajuda a ter uma ideia do resultado das nossas ações lá
na frente; assim, podemos decidir melhor o que
fazer. Também precisamos escutar os conselhos
OUTUBRO DE 2016
19
de irmãos mais experientes. (Pro. 19:20) Assim,
em vez de ‘rejeitar a sabedoria prática’, vamos
continuar desenvolvendo essa qualidade importante.
COMO ESSA QUALIDADE AJUDA A FAMÍLIA?
A sabedoria prática protege as famílias. Por
exemplo, a Bíblia diz que a esposa deve ter “profundo respeito” pelo marido. (Efé. 5:33) Como o
marido pode receber esse respeito? Ele até pode
ser um homem duro e exigir ser respeitado. Mas
será que isso vai funcionar? Para evitar brigas, a esposa de um homem assim talvez o respeite na frente dele. Mas será que ela faria isso quando ele não
estivesse por perto? Provavelmente não. Por isso,
o marido precisa pensar no que vai funcionar a longo prazo. Se ele demonstrar o fruto do espírito,
sendo amoroso e bondoso, ele vai ganhar o profundo respeito dela. Naturalmente, a esposa cristã vai
respeitar o marido mesmo que ele não faça nada
para ganhar esse respeito. — Gál. 5:22, 23.
A Bíblia também diz que o marido deve amar sua
esposa. (Efé. 5:28, 33) Para não perder o amor do
marido, a esposa talvez ache melhor esconder dele
algumas coisas que poderiam deixá-lo chateado,
mas que ele tem o direito de saber. Mas, pense
bem, isso é sabedoria prática? O que vai acontecer
quando ele descobrir o que a esposa fez? Será que
seu amor por ela vai aumentar? Dificilmente. Se
em vez disso, ela conversar com o marido de forma
calma, num momento apropriado, o que acha que
vai acontecer? É bem provável que ele fique feliz
com a honestidade dela. Daí, seu amor por ela vai
aumentar.
Os filhos precisam obedecer aos pais. Já os pais
precisam disciplinar os filhos conforme as orientações de Jeová. (Efé. 6:1, 4) Será que isso quer dizer que os pais precisam dar aos filhos uma longa
lista do que eles podem ou não podem fazer? É claro que não. Os filhos precisam saber muito mais do
que as regras da casa e que castigo vão receber se
não obedecerem a elas. Os pais que têm sabedoria
prática ajudam seus filhos a entender por que eles
precisam obedecer.
20
A SENTINELA
Por exemplo, imagine que um filho é malcriado
com o pai ou a mãe. Gritar com ele ou dar uma correção com a cabeça quente pode deixar o filho com
vergonha, fazendo com que ele fique quieto. Mas,
por dentro, o filho pode ficar tão magoado que
acaba se afastando dos pais.
Os pais que têm sabedoria prática entendem que
sua forma de disciplinar faz diferença. Eles pensam em como aquilo vai afetar o filho no futuro.
Por exemplo, às vezes os pais agem sem pensar
porque estão com vergonha do que o filho fez. Mas
é melhor conversar com o filho quando estiverem
sozinhos com ele. Poderão explicar que Jeová quer
que os filhos obedeçam aos pais e que, se os filhos
fizerem isso, poderão viver para sempre. Assim,
ele vai entender que, quando obedece aos pais,
está obedecendo a Jeová. (Efé. 6:2, 3) Ensinar os
filhos dessa forma pode tocar o coração deles. Os
filhos percebem que os pais se preocupam com eles
e passam a respeitá-los ainda mais. Por fazerem
isso, os pais preparam o terreno para que os filhos
procurem sua ajuda quando tiverem dificuldades.
Alguns pais evitam corrigir o filho porque ficam
com medo de magoá-lo. Mas o que vai acontecer
quando ele crescer? Será que o filho vai temer a
Jeová e reconhecer que obedecer a ele é a melhor
coisa a fazer? O filho vai ser amigo de Jeová, ou vai
se afastar dele? — Pro. 13:1; 29:21.
Antes de fazer uma obra de arte, um artista pensa bem em como ele gostaria que ela ficasse. Ele
não vai fazer de qualquer jeito e torcer para que dê
certo. Os pais que têm sabedoria prática passam
horas aprendendo sobre Jeová e colocando em
prática o que aprendem. Isso mostra que temem a
Jeová. Por não se afastarem de Jeová e de sua organização, eles desenvolvem sabedoria prática e a
usam para fortalecer sua família.
Todos os dias, tomamos decisões que podem nos
afetar tanto agora como no futuro. Mas, em vez de
decidir as coisas no calor do momento, pense bem
nas consequências a longo prazo. Procure a ajuda
de Jeová e coloque em prática a sabedoria dele.
Assim, vamos desenvolver sabedoria prática e poder viver para sempre. — Pro. 3:21, 22.
Fortaleça sua fé nas
promessas de Jeová
“A fé é a firme confiança de que virá o que se espera.”
— HEB. 11:1.
OS CRISTÃOS verdadeiros têm muitos motivos para ter esperança. Não importa se nossa esperança é viver no céu ou na Terra, todos nós queremos que o nome de Deus seja santificado e
que sua vontade seja feita no céu e na Terra. (João 10:16; Mat.
6:9, 10) Para os servos de Jeová, nada é mais importante do que
isso. Nós também não vemos a hora de ganhar a vida eterna,
quer como parte dos “novos céus”, quer da “nova terra”, que
Jeová prometeu. (2 Ped. 3:13) Como povo de Jeová, recebemos
muitas bênçãos dele, e confiamos que ele vai continuar nos
abençoando nestes últimos dias.
2 As pessoas em geral também têm muitas expectativas, mas
não têm nenhuma garantia de que essas expectativas vão se realizar. Por exemplo, milhões de pessoas esperam ganhar na loteria, mas elas não têm a menor certeza de que isso vai acontecer.
Já nós temos a verdadeira fé, ou seja, “a firme confiança” de que
as coisas que Jeová falou vão se cumprir. (Heb. 11:1) Mas você
talvez se pergunte: “O que posso fazer para a minha esperança
ficar mais forte? Por que é importante fortalecer minha fé nas
promessas de Deus?”
CÂNTICOS: 81, 134
COMO RESPONDERIA?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Como os servos de Jeová
do passado mantiveram forte
sua fé?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Que ajudas temos para
fortalecer nossa fé?
________________________________________________________________________________________________________________________________
O que vamos conseguir fazer
se tivermos forte fé?
1, 2. (a) Como a nossa esperança é diferente da esperança das pessoas em geral? (b) Que perguntas vamos analisar neste artigo?
21
3
Somos imperfeitos e não nascemos
com fé. Além disso, essa qualidade não se
desenvolve naturalmente. Então como podemos ter verdadeira fé? Precisamos deixar que o espírito santo influencie nosso
coração. (Gál. 5:22) A Bíblia não diz em
nenhum lugar que Jeová tem fé ou precisa de fé. Ele é todo-poderoso e sábio, e
nada pode impedi-lo de fazer sua vontade.
Nosso Pai celestial tem tanta certeza de
que suas promessas vão se cumprir que ele
fala delas como se já tivessem acontecido. Por isso, ele diz: “Elas se cumpriram!” (Leia Apocalipse 21:3-6.) Jeová é
o “Deus fiel”; ele sempre cumpre o que
promete. É por isso que temos fé em todas
as suas promessas. — Deut. 7:9.
EXEMPLOS DE FÉ DO PASSADO
4
Hebreus capítulo 11 menciona o nome
de 16 homens e mulheres de fé. Esse capítulo diz que eles e outros receberam “testemunho favorável por causa da sua fé”.
(Heb. 11:39) Todos eles tinham a “firme
confiança” de que Deus traria o prometido “descendente” para destruir Satanás e
fazer com que a vontade de Deus fosse feita na Terra. (Gên. 3:15) Esses servos fiéis
morreram antes de Jesus Cristo, o “descendente”, abrir o caminho para a vida no
céu. (Gál. 3:16) Mas eles tinham a esperança de ser ressuscitados e viver para
sempre como humanos perfeitos no Paraíso na Terra, graças às promessas de Jeová,
que nunca falham. — Sal. 37:11; Isa. 26:19;
Ose. 13:14.
5 Hebreus 11:13 fala sobre alguns servos
3. Por que podemos ter fé em todas as promessas de Deus?
4. Que esperança os servos de Deus do passado tinham?
5, 6. (a) O que Abraão e sua família aguardavam com expectativa? (b) Como eles conseguiram manter forte a sua fé? (Veja a gravura
no começo do artigo.)
22
A SENTINELA
fiéis que viveram antes de Cristo vir à Terra: “Todos esses morreram com fé, embora não recebessem as coisas prometidas;
mas as viram de longe e as aceitaram com
alegria.” Por exemplo, Abraão aguardava
com expectativa o novo mundo e se imaginava vivendo lá. Sabemos disso por causa
do que Jesus disse aos judeus: “Abraão, o
pai de vocês, alegrou-se muito com a perspectiva de ver o meu dia, e ele o viu e se
alegrou.” (João 8:56) Sara, Isaque, Jacó
e muitos outros também aguardavam o
tempo em que o Reino, ‘projetado e construído por Deus’, governaria a Terra inteira. — Heb. 11:8-11.
6 Como Abraão e sua família conseguiram manter forte a sua fé? É provável que
eles tenham aprendido sobre Deus com
pessoas fiéis e por lerem escritos antigos.
Também pode ser que tenham recebido
mensagens de Deus por meio de anjos e
visões. Mais importante ainda, eles não
se esqueceram do que tinham aprendido.
Eles davam valor às promessas e às orientações de Deus e meditavam nelas. Tinham tanta certeza de que Deus cumpriria
suas promessas que estavam dispostos a
enfrentar qualquer dificuldade para continuar leais a ele.
7 O que vai nos ajudar a manter forte a
nossa fé? Jeová nos deu a sua Palavra
completa, a Bíblia. Para sermos ‘felizes’ e
‘bem-sucedidos’, temos que ler a Bíblia todos os dias, se possível. (Sal. 1:1-3; leia
Atos 17:11.) Daí, assim como os servos de
Jeová no passado, precisamos meditar nas
promessas dele e obedecer às suas orientações. Outra ajuda que Jeová nos dá é o
alimento espiritual que recebemos do “escravo fiel e prudente”. E não concorda que
Jeová nos dá bastante alimento espiri7. Que ajudas Jeová nos deu para mantermos
forte a nossa fé? O que queremos fazer com
essas ajudas?
tual “no tempo apropriado”? (Mat. 24:45)
Queremos dar valor a essas ajudas de
Jeová. Quando fazemos isso, somos como
os servos fiéis do passado, que tinham
“firme confiança” de que o Reino viria.
8 Outra coisa que ajudou muito os servos de Deus do passado a manter forte a
sua fé foi a oração. A fé deles ficava
mais forte quando eles viam a resposta de
Jeová às suas orações. (Nee. 1:4, 11; Sal.
34:4, 15, 17; Dan. 9:19-21) Nós também
podemos abrir nosso coração a Jeová sabendo que ele vai nos ouvir e nos fortalecer para seguirmos em frente sem perder a
alegria. E quando vemos que Jeová respondeu à nossa oração, nossa fé fica mais
forte. (Leia 1 João 5:14, 15.) Já que a fé
faz parte do fruto do espírito, precisamos
‘persistir em pedir’ o espírito de Deus,
como Jesus nos incentivou a fazer. — Luc.
11:9, 13.
9 Mas quando oramos a Jeová não devemos ficar só pedindo coisas. Devemos
também agradecer e louvar a ele todos os
dias, já que seus “atos maravilhosos” são
“numerosos demais para relatar”. (Sal.
40:5) Além disso, devemos orar por nossos irmãos no mundo todo, especialmente
pelos que ‘exercem liderança entre nós’.
Também devemos ‘nos lembrar dos que
estão presos, como se estivéssemos presos
com eles’. Quando oramos uns pelos outros, é emocionante ver como Jeová responde nossas orações! — Heb. 13:3, 7.
ELES PERMANECERAM LEAIS
10
O capítulo 11 de Hebreus fala de
vários servos de Jeová do passado que
perseveraram apesar de dificuldades. Por
8. Como a oração pode fortalecer a nossa fé?
9. Sobre que assuntos devemos orar?
10. (a) Mencione alguns servos de Deus que
permaneceram leais. (b) O que lhes deu forças
para fazer isso?
exemplo, o apóstolo Paulo menciona mulheres de fé que perderam os filhos na
morte e depois os viram ser ressuscitados.
Daí ele menciona outras pessoas que “não
aceitaram um livramento, para poderem
alcançar uma ressurreição melhor”. (Heb.
11:35) Não sabemos ao certo quem Paulo
tinha em mente. Mas essas palavras nos fazem lembrar de pessoas como Nabote e
Zacarias, que foram apedrejados até a
morte porque não quiseram desobedecer
a Deus. (1 Reis 21:3, 15; 2 Crô. 24:20, 21)
Os três hebreus foram lançados numa fornalha ardente, e Daniel foi lançado numa
cova de leões. Eles tiveram a chance de
‘aceitar um livramento’, ou seja, de desobedecer a Deus para escapar da morte.
Mas eles tinham muita fé em que Jeová ia
ajudá-los com seu espírito santo. Assim,
eles como que “fecharam a boca de leões”
e “apagaram a força do fogo”. — Heb.
11:33, 34; Dan. 3:16-18, 20, 28; 6:13, 16,
21-23.
11 Por causa de sua fé, muitos profetas,
como Micaías e Jeremias, ‘receberam a
sua provação por zombarias e prisões’.
Outros, como Elias, tiveram que ‘vaguear
pelos desertos, pelas montanhas, pelas cavernas e pelas grutas da terra’. O que os
ajudou a perseverar? Foi “a firme confiança” que tinham nas promessas de Deus.
— Heb. 11:1, 36-38; 1 Reis 18:13; 22:24-27;
Jer. 20:1, 2; 28:10, 11; 32:2.
12 Depois de falar de vários exemplos de
fé, Paulo falou do maior exemplo de todos: Jesus Cristo. Hebreus 12:2 diz: “Pela
alegria que lhe foi apresentada, ele suportou a morte numa estaca de tortura, desprezando a vergonha, e se sentou à direita do trono de Deus.” Mesmo
11. Que provações alguns profetas enfrentaram por causa de sua fé?
12. (a) Quem é o nosso maior exemplo de fé?
(b) O que o ajudou a suportar provações?
OUTUBRO DE 2016
23
sofrendo muito, Jesus demonstrou fé e
continuou leal a Jeová. Por isso, é importante ‘considerar atentamente’ o exemplo
dele, porque isso vai nos ajudar a perseverar. (Leia Hebreus 12:3.) Muitos dos primeiros cristãos, como o discípulo Antipas, imitaram a Jesus e foram leais a
Jeová até a morte. (Apo. 2:13) Esses cristãos já receberam sua recompensa, diferentemente dos servos de Deus que viveram antes deles, que esperavam viver para
sempre na Terra. (Heb. 11:35) Algum tempo depois de Jesus se tornar Rei em 1914,
os cristãos ungidos que tinham morrido
foram ressuscitados para a vida no céu.
Ali, eles vão reinar sobre a Terra junto com
Jesus. — Apo. 20:4.
EXEMPLOS DE FÉ HOJE
13 Assim como Jesus, milhões de servos
de Deus hoje se concentram na sua esperança e não permitem que as provações enfraqueçam sua fé. Veja o caso de
Rudolf Graichen, que nasceu na Alemanha em 1925. Em sua biografia, ele conta
que nas paredes de sua casa havia quadros
com cenas do Paraíso. Ele escreveu: “Um
13, 14. Que situações difíceis o irmão Rudolf
Graichen enfrentou? O que o ajudou a perseverar?
Você está aprendendo com irmãos fiéis de sua congregação?
(Veja os parágrafos 15 e 16.)
24
A SENTINELA
quadro mostrava o lobo e o cordeiro, o cabritinho e o leopardo, o bezerro e o leão
— todos em paz, sendo conduzidos por
um pequeno rapaz. . . . Esses quadros me
marcaram muito.” (Isa. 11:6-9) Essa fé
que o irmão Rudolf tinha no Paraíso lhe
deu forças para enfrentar anos de perseguição cruel, primeiro dos nazistas e depois dos comunistas.
14 O irmão Rudolf enfrentou outras situações difíceis. Sua mãe morreu de uma
doença contagiosa num campo de concentração na Alemanha. Seu pai ficou fraco
na fé e assinou um documento dizendo
que não era mais Testemunha de Jeová.
Apesar de tudo isso, a fé do irmão Rudolf
continuou forte. Depois de sair da prisão,
ele serviu como superintendente de circuito. Daí, foi convidado para cursar Gileade
e foi designado para o Chile, onde também
serviu no circuito. Ele se casou com uma
missionária chamada Patsy, e os dois tiveram uma filhinha. Mas as provações de
Rudolf não tinham acabado. Um ano depois de casados, a filhinha deles morreu.
Mais tarde, sua querida esposa também
morreu, com apenas 43 anos. Apesar de
tudo o que passou, Rudolf continuou fiel
a Jeová. Quando sua história foi publicada na Sentinela, ele servia como pioneiro
regular e ancião, embora fosse idoso e estivesse doente. Você pode ler a biografia
dele em A Sentinela, 1.° de agosto de 1997,
páginas 20-25.[1]
15 Apesar de às vezes serem cruelmente
perseguidas, as Testemunhas de Jeová
continuam a se alegrar na sua esperança.
Por exemplo, centenas de irmãos estão
presos em Cingapura, na Coreia do Sul e
na Eritreia porque não querem pegar em
armas, assim como Jesus ensinou. (Mat.
26:52) Entre esses estão Isaac, Negede e
15. Que exemplos de perseverança encontramos hoje entre as Testemunhas de Jeová?
Paulos, que já estão presos por mais de
20 anos na Eritreia. Durante todos esses
anos, além de serem maltratados, esses
irmãos não puderam se casar nem cuidar
dos seus pais, que estão envelhecendo.
Apesar disso, eles permanecem leais a
Jeová. No nosso site, jw.org, podemos
ver uma foto deles. Dá para ver no rosto
deles a forte fé que eles têm em Jeová.
Agora, até os guardas respeitam esses irmãos.
16 A maioria dos servos de Jeová não
tem de enfrentar perseguição nem prisão.
Mas eles passam por outros testes de fé.
Muitos sofrem por causa da pobreza, de
guerras civis ou de desastres naturais. Outros são como Moisés, Abraão, Isaque e
Jacó, que abriram mão de riqueza ou de
fama no mundo. Eles lutam para não se
deixar influenciar pelo mundo, que incentiva as pessoas a ter cada vez mais coisas e
a satisfazer todos os seus desejos. Por que
nossos irmãos conseguem perseverar com
alegria? Por causa do seu amor a Jeová e
sua forte fé. Eles sabem que Deus vai dar
vida eterna aos seus servos fiéis no novo
mundo, onde a injustiça será coisa do passado. — Leia Salmo 37:5, 7, 9, 29.
17 Neste artigo, vimos como orar e meditar nas promessas de Deus mantém nossa
fé forte. Isso, por sua vez, vai nos ajudar a
enfrentar testes de fé e a nos concentrar
na nossa esperança com “firme confiança”. Mas há mais envolvido em ter fé, conforme veremos no próximo artigo.
16. Ter forte fé vai ajudar você a fazer o quê?
17. (a) O que você est á decidido a fazer?
(b) O que vamos ver no próximo artigo?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
NOTA:
[1] (parágrafo 14) Veja também a história de Andrej
Hanák, da Eslováquia, no artigo “Esperança viva
apesar de muitas provações”, na Despertai!, 22 de
abril de 2002.
OUTUBRO DE 2016
25
Mostre que tem fé
nas promessas de Jeová
‘A fé é a prova convincente de realidades
não vistas.’ — HEB. 11:1, nota.
CÂNTICOS: 54, 125
COMO RESPONDERIA?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Como o exemplo de Noé
nos ajuda a entender o que
significa ter fé?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Como podemos mostrar
que temos fé?
________________________________________________________________________________________________________________________________
Por que tanto a fé como
o amor são importantes?
26
A FÉ é uma qualidade valiosa, só que nem todo mundo tem
essa qualidade. (2 Tes. 3:2) Mas Jeová dá a todos os seus
servos certa “medida de fé”. (Rom. 12:3; Gál. 5:22) Queremos sempre agradecer a Jeová por nos ajudar a ter essa qualidade.
2 Por meio de Jesus, Jeová atrai as pessoas de coração sincero. (João 6:44, 65) E, quando essas pessoas passam a ter fé
em Jesus, elas podem ter seus pecados perdoados. Isso abre
o caminho para que possam ser amigas de Deus para sempre.
(Rom. 6:23) Se não fosse Jeová, jamais poderíamos ter essa
bênção. Por sermos pecadores, estaríamos condenados à
morte. (Sal. 103:10) Mas Jeová viu o nosso potencial, viu que
somos capazes de fazer coisas boas. Por causa da sua grande
bondade, ele fez com que as boas novas tocassem nosso co1. Por que devemos agradecer a Jeová por nos ajudar a ter fé?
2, 3. (a) Que bênçãos as pessoas que têm fé podem receber? (b) Que
perguntas vamos considerar neste artigo?
ração. Daí, nós passamos a demonstrar
fé em Jesus e a ter esperança de viver
para sempre. — Leia 1 João 4:9, 10.
3 Mas o que é fé? Será que é só saber
quais são as promessas de Deus? E, mais
importante ainda, o que mostra que temos fé?
‘TENHA FÉ NO CORAÇÃO’
4
Ter fé é muito mais do que simplesmente saber o que Deus vai fazer no futuro. A fé é uma força poderosa que faz
a pessoa querer fazer a vontade de
Deus; envolve o coração. Ela também
faz com que a pessoa queira ensinar as
boas novas a outros. O apóstolo Paulo
disse: “Se você declarar publicamente
com a sua boca que Jesus é Senhor, e no
seu coração tiver fé em que Deus o levantou dentre os mortos, você será salvo. Porque com o coração se tem fé visando a justiça, mas com a boca se faz
declaração pública visando a salvação.”
— Rom. 10:9, 10; 2 Cor. 4:13.
5 Fica claro que, para podermos ter
vida eterna no novo mundo de Deus,
precisamos ter forte fé. A fé é como
uma planta. Uma planta precisa de
água. Dependendo de como é cuidada,
a planta pode murchar ou ficar bonita e
forte. Se não tiver água suficiente, uma
planta que era saudável vai acabar morrendo. Da mesma forma, se não cuidarmos da nossa fé, ela vai como que murchar e morrer. (Luc. 22:32; Heb. 3:12)
Precisamos fazer a nossa parte para que
a nossa fé continue “crescendo”; assim,
vamos continuar “sãos na fé”. — 2 Tes.
1:3; Tito 2:2.
4. Por que a fé envolve o coração, e não apenas saber o que Deus vai fazer no futuro?
5. (a) Por que é importante ter fé? (b) Em que
sentido a fé é como uma planta?
O QUE É FÉ?
6 A Bíblia diz o que é fé em Hebreus
11:1. (Leia.) De acordo com esse texto, a
fé inclui duas coisas que não conseguimos ver: (1) “o que se espera” e (2) “realidades não vistas”. “O que se espera”
pode incluir coisas que Deus prometeu
para o futuro, mas que ainda não aconteceram, como o fim da maldade e o novo
mundo. As “realidades não vistas” são
coisas ou pessoas que não conseguimos
ver, mas que existem, como Jeová, Jesus, os anjos e o Reino no céu. (Heb.
11:3) Embora não possamos ver essas
“realidades”, temos ‘demonstrações claras’ de que existem. O verbo grego traduzido “demonstração clara” em Hebreus
11:1 também pode ser traduzido “prova
convincente”. Como mostramos que nossa esperança é viva e que acreditamos nas
coisas não vistas mencionadas na Bíblia?
Por meio de nossas palavras e ações; sem
elas, nossa fé seria incompleta.
7 Hebreus 11:7 fala sobre a fé que Noé
demonstrou. Paulo disse que Noé, “depois de receber aviso divino de coisas
ainda não vistas, mostrou temor de
Deus e construiu uma arca para a salvação de sua família”. Noé mostrou que tinha fé por construir a enorme arca.
Com certeza, os vizinhos devem ter perguntado a Noé por que ele estava tendo
todo aquele trabalho. Não dá para imaginar Noé calado ou dizendo para as
pessoas cuidarem da própria vida! Por
causa de sua fé, ele pregou com coragem para aquelas pessoas e avisou que
Deus ia trazer uma destruição por meio
6. De acordo com Hebreus 11:1, que duas coisas a fé inclui?
7. Como o exemplo de Noé nos ajuda a entender o que significa ter fé? (Veja a gravura no
começo do artigo.)
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27
do Dilúvio. É bem provável que ele tenha repetido exatamente o que Jeová
tinha dito: “Decidi pôr um fim a toda a
humanidade, porque a terra está cheia
de violência por causa deles; . . . vou trazer sobre a terra um dilúvio de águas,
para exterminar de debaixo dos céus
toda criatura que tem o fôlego de vida.
Tudo o que há na terra morrerá.” Além
disso, Noé sem dúvida explicou para as
pessoas que elas só poderiam se salvar
se entrassem na arca, como Deus tinha
mandado. Assim, Noé mostrou que tinha fé por ser um “pregador da justiça”.
— Gên. 6:13, 17, 18; 2 Ped. 2:5.
8
Tiago também falou sobre a fé. Ele
provavelmente escreveu sua carta pouco depois de Paulo ter escrito a carta
aos hebreus. E, assim como Paulo, Tiago explicou que a verdadeira fé envolve
mais do que acreditar; envolve agir. Ele
escreveu: “Mostre-me a sua fé sem as
obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” (Tia. 2:18) Para deixar bem clara a diferença entre simplesmente acreditar em algo e demonstrar
fé, Tiago mencionou o que acontece
com os demônios. Eles acreditam que
Deus existe, mas será que têm verdadei8. O que Tiago falou sobre a verdadeira fé?
Mostre que tem fé por aproveitar todas as oportunidades para pregar
(Veja o parágrafo 12.)
28
A SENTINELA
ra fé? Claro que não. Na verdade, eles
fazem de tudo para impedir que as promessas de Deus se cumpram. (Tia. 2:19,
20) Depois, Tiago comparou isso com o
exemplo de Abraão: “Não foi Abraão,
nosso pai, declarado justo por obras depois de ter oferecido Isaque, seu filho,
no altar? Veja que a sua fé agiu junto
com as suas obras e que a sua fé se tornou perfeita pelas suas obras.” Daí,
para enfatizar que a fé sem obras não
vale nada, Tiago disse: “Assim como o
corpo sem espírito está morto, assim
também a fé sem obras está morta.”
— Tia. 2:21-23, 26.
9 Mais de 30 anos depois, o apóstolo
João escreveu seu Evangelho e três cartas. Assim como outros escritores da
Bíblia, ele entendia o que é a verdadeira fé. João usou o verbo grego que às
vezes é traduzido “exercer fé” mais do
que qualquer outro escritor da Bíblia.
10 Por exemplo,
Jo ão explicou:
“Quem exerce fé no Filho tem vida eterna; quem desobedece ao Filho não verá
a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele.” (João 3:36) A verdadeira fé
envolve obedecer aos mandamentos de
Jesus. No Evangelho de João, vemos
que Jesus disse várias vezes que precisamos exercer, ou demonstrar, fé. As
palavras de Jesus dão a entender que
“exercer fé” é algo contínuo. — João
3:16; 6:29, 40; 11:25, 26; 14:1, 12.
11 Ficamos muito felizes por Jeová ter
usado seu espírito santo para nos ajudar
a conhecer a verdade e para nos ajudar
a ter fé nas boas novas. (Leia Lucas
10:21.) É importante sempre agrade-
cer a Jeová por nos ter atraído por
meio de seu Filho, “o Agente Principal e
Aperfeiçoador da nossa fé”. (Heb. 12:2)
Como podemos mostrar gratidão por
essa grande bondade de Jeová? Devemos continuar a fortalecer nossa fé por
meio da oração e do estudo da Palavra
de Deus. — Efé. 6:18; 1 Ped. 2:2.
12 Nossas ações devem deixar claro
que temos fé nas promessas de Jeová.
Por exemplo, continuamos a pregar sobre o Reino de Deus e a participar da
obra de fazer discípulos. Além disso,
continuamos a fazer “o bem a todos,
mas especialmente aos que fazem parte
da nossa família na fé”. (Gál. 6:10) E
nos esforçamos para nos livrar “da velha personalidade com as suas práticas”, fazendo o máximo para proteger nossa amizade com Jeová. — Col.
3:5, 8-10.
9, 10. Como o apóstolo João nos ajuda a entender que é importante exercer fé?
11. Como podemos mostrar gratidão por conhecermos a verdade?
12. Como mostramos que temos fé?
13. (a) Até que ponto é importante ter “fé em
Deus”? (b) Como a Bíblia descreve a fé? Por
quê?
A FÉ EM DEUS É PARTE
DO NOSSO ALICERCE
13 A Bíblia diz que “sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem se aproxima de Deus tem de crer que ele existe
e que se torna o recompensador dos que
o buscam seriamente”. (Heb. 11:6) A Bíblia descreve a “fé em Deus” como fazendo parte da nossa base, do nosso
“alicerce” como cristãos. A fé é fundamental para que alguém se torne e
continue a ser um verdadeiro cristão.
(Heb. 6:1) Sobre esse alicerce, os cristãos precisam acrescentar outras qualidades importantes “a fim de se manterem no amor de Deus”. — Leia 2 Pedro
1:5-7; Judas 20, 21.
OUTUBRO DE 2016
29
14
Os escritores da Bíblia enfatizaram
como a fé é importante por mencionarem essa qualidade centenas de vezes.
Nenhuma outra qualidade é mencionada tantas vezes. Será que isso quer dizer
que a fé é a qualidade mais importante
que um cristão deve ter?
15 Comparando a fé com o amor, Paulo escreveu: “Se eu tiver toda a fé, a
ponto de mover montanhas, mas não
tiver amor, nada sou.” (1 Cor. 13:2)
Quando perguntaram a Jesus qual era o
maior mandamento da Lei, ele respondeu que era amar a Deus. (Mat. 22:3540) O amor é uma qualidade que inclui
muitas outras qualidades importantes,
como, por exemplo, a fé. A Bíblia diz
que “o amor . . . acredita em todas as
coisas”. Sendo assim, o amor nos ajuda
a ter fé nas coisas que Deus disse na sua
Palavra, a Bíblia. — 1 Cor. 13:4, 7.
16 A fé e o amor são qualidades muito
importantes. Na Bíblia, essas duas qualidades são mencionadas juntas várias vezes. Por exemplo, Paulo incentivou seus
irmãos a usar “a couraça da fé e do
amor”. (1 Tes. 5:8) Falando sobre Jesus,
Pedro escreveu: “Embora nunca o tenham visto, vocês o amam. Embora não
o vejam agora, exercem fé nele.” (1 Ped.
1:8) Tiago perguntou a seus irmãos ungidos: “Não é verdade que Deus escolheu
os que são pobres aos olhos do mundo
para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que ele prometeu aos que o amam?”
(Tia. 2:5) João escreveu que ‘este é o
mandamento de Deus: que tenhamos fé
14, 15. Por que ter amor é mais importante do
que apenas ter fé?
16, 17. (a) A fé e o amor são mencionados
juntos várias vezes na Bíblia. Dê exemplos.
(b) Qual dessas qualidades é a maior? Por
quê?
30
A SENTINELA
no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e que
amemos uns aos outros’. — 1 João 3:23.
17 Vimos que a fé é muito importante.
Mas podemos dizer que certos aspectos
da fé vão acabar. Como assim? No futuro,
não vamos mais precisar ter fé nas promessas de Deus porque elas já serão realidade. Já o amor vai sempre existir, porque sempre vamos precisar amar a Deus e
nossos irmãos. Por isso, Paulo escreveu:
“Agora, porém, permanecem estas três
coisas: a fé, a esperança, o amor; mas a
maior delas é o amor.” — 1 Cor. 13:13.
FÉ EM AÇÃO
18
Hoje, o povo de Jeová mostra que
tem fé no Reino de Deus. Mais de 8 milhões de pessoas vivem em paz e união
como se já estivessem no Paraíso, porque demonstram as qualidades do espírito de Deus. (Gál. 5:22, 23) Isso é o que
chamamos de paraíso espiritual. É impressionante ver o que a verdadeira fé e
o amor podem fazer!
19 Quem merece o crédito por isso?
Algum humano? Não; esse paraíso espiritual só é possível por causa do nosso Deus. O resultado traz “glória para
Jeová” e “será um sinal eterno, que
nunca deixará de existir”. (Isa. 55:13)
Jeová quer que sejamos “salvos por
meio da fé”, e somos muito gratos por
essa “dádiva [ou presente] de Deus”.
(Efé. 2:8) Nosso paraíso espiritual vai
continuar a crescer, ficando cada vez
mais bonito, até que a Terra inteira esteja cheia de pessoas perfeitas, justas e
felizes, louvando a Jeová para sempre.
Então, vamos continuar mostrando que
temos fé nas promessas de Jeová!
18, 19. (a) Como o povo de Jeová mostra que
tem fé no Reino de Deus? (b) Quem merece o
crédito pelo paraíso espiritual?
VOC Ê SABIA?
No primeiro século, até que ponto Roma dava liberdade
às autoridades judaicas na Judeia?
NESSA época, os romanos governavam a Judeia.
Eles faziam isso por meio de um governador e sua
tropa de soldados. A principal preocupação do governador era arrecadar impostos para Roma e manter a ordem. Os romanos estavam interessados em
controlar atividades ilegais e punir quem causasse
problemas. Fora isso, eles costumavam deixar a administração das províncias nas mãos dos líderes locais.
O Sinédrio funcionava como a suprema corte dos
judeus e decidia assuntos relacionados com a lei judaica. Em toda a Judeia, havia tribunais de menor
instância. Tudo indica que esses tribunais cuidavam
da maioria dos casos civis e criminais sem a interferência de Roma. Mas, em geral, os romanos não dei-
xavam as cortes judaicas executar criminosos; isso
era algo que só cabia às autoridades romanas. Uma
exceção que ficou bem conhecida foi quando os
membros do Sinédrio julgaram Estêvão e mandaram que ele fosse apedrejado até a morte. — Atos
6:8-15; 7:54-60.
Vemos assim que o Sinédrio tinha grande autoridade jurídica. Mas havia uma restrição importante.
O historiador Emil Schürer escreveu: “A qualquer
momento as autoridades romanas podiam interferir
numa questão e agir sem dar satisfação a ninguém.
Isso acontecia quando suspeitavam de algum crime
contra o governo.” Um exemplo disso foi quando o
comandante militar Cláudio Lísias prendeu o apóstolo Paulo, um cidadão romano. — Atos 23:26-30.
Sessão do Sinédrio
31
VOC Ê SABIA?
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ler on-line a Tradução
do Novo Mundo
Cópia de 1468 do Digesto,
publicado pelo imperador
Justiniano. Esse é um dos
muitos documentos que dão
detalhes sobre assuntos
jurídicos do passado
Acesse
www.jw.org
ou capture
o código
w16.10-T
160608
EM MATEUS 13:24-26, Jesus disse: “O Reino dos céus
pode ser comparado a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto os homens dormiam, seu
inimigo veio, semeou joio no meio do trigo e foi embora.
Quando a haste cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio.” Alguns escritores duvidam que isso acontecesse de verdade. Mas existem antigos documentos jurídicos de Roma que mostram que isso realmente acontecia.
Um dicionário da Bíblia diz: “Semear joio em um campo
com o objetivo de se vingar . . . era um crime segundo a lei
romana. A necessidade de criar uma lei sobre o assunto
mostra que isso não era incomum.” O jurista Alastair Kerr
diz que em 533 depois de Cristo (d.C.), o imperador romano Justiniano publicou o Digesto, um resumo da lei romana. Essa obra citava juristas que viveram nos anos 100 a
250 d.C. Um deles foi o jurista Ulpiano (Digesto, 9.2.27.14).
Ele falou sobre um caso do segundo século em que alguém
tinha plantado joio no campo de outra pessoa, destruindo
a plantação. O Digesto fala sobre as medidas legais que o
dono da plantação poderia tomar para que o criminoso
pagasse algum valor pelo prejuízo.
Isso mostra que a situação mencionada por Jesus era
algo que realmente acontecia.
Library of Congress, LC-USZ62-65381
Será que alguém nos tempos bíblicos realmente plantaria joio
no campo de outra pessoa?

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