Idot V3N4 _ Análise _ CORREÇÃO
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Idot V3N4 _ Análise _ CORREÇÃO
ARTIGO ORIGINAL Análise radiográfica e biomecânica da coluna cervical em indivíduos sintomáticos Radiographic analysis and biomechanics of the cervical spine in symptomatic subjects RESUMO 1 Dean Azevedo Rodrigues de Oliveira , 2 Herick Amarante Alves , Marcial Zanelli de Souza3, Guaracy Carvalho Filho4, 1 Docente do Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual – IDOT, Uberlândia, MG, Brasil. 2 Especialista em Terapia Manual e Técnicas Osteopáticas – UENP, São José do Rio Preto, SP, Brasil. 3 Docente da Universidade Metodista de Piracicaba e do Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual – IDOT, Piracicaba, SP, Brasil. 4 Professor Adjunto e chefe do Departamento de Ortopedia da FAMERP, O presente estudo buscou verificar as características radiológicas e biomecânicas da coluna cervical em indivíduos com sintomas de cefaléia cervicogênica, cervicalgia, cervicobraquialgia e cervicodorsalgia, correlacionando-as com a idade e as possíveis disfunções biomecânicas do segmento craniocervical. Foram acompanhados 105 indivíduos adultos, entre 18 e 75 anos (n = 105), de ambos os gêneros, portadores de disfunção álgica do segmento crânio-cervical, tendo como queixa principal: cefaléia, cervicalgia, cervicobraquialgia e/ou cervicodorsalgia. Radiografias em incidência de perfil, postero-anterior e transoral foram coletadas em Posição Natural da Cabeça. As radiografias foram coletadas, fixadas e fotografadas do negatoscópio em tamanho original. Após a obtenção das imagens, foram traçados: (1) Distância entre Occipital e o processo espinhoso do Atlas; (2) Distância entre o processo espinhoso do Atlas e o do Axis; (3) Profundidade Cervical; (4) Alinhamento dos processos espinhosos; (5) Curvatura da lordose cervical; (6) A caracterização da posição do segmento vertebral (normal, flexão e extensão). A mensuração dos nivelamentos, ângulos e alinhamentos foram realizados através do software SAPO. Os resultados evidenciaram extensão das cervicais altas e flexão das cervicais baixas como uma característica biomecânica e radiológica nos indivíduos sintomáticos. Além disso, os indivíduos sintomáticos nem sempre apresentaram sinais radiográficos que justificassem as dores. Conclui-se que o exame radiográfico é importante na avaliação clínica do paciente, mas não substitui a análise clínica. São José do Rio Preto, SP, Brasil. Palavras Chaves: medicina osteopática; cervical; cefaléia; radiografia Endereço para correspondência: Dean Azevedo Rodrigues de Oliveira Rua Eduardo Marquez Edifício Homero Cordeiro 815, Martins CEP: 38400-442 JUberlândia, MG, Brasil E-mail: [email protected] Submetido em 15/09/2012 Versão final recebida em 30/10/2012 Aceito em 08/12/2012 ABSTRACT The present study aims to evaluate the radiological and biomechanical characteristics of the cervical spine in patients with symptoms of cervicogenic headache, neck pain, and cervicobrachialgia cervicodorsalgia, correlating them with age and possible structural disorders of the craniocervical segment. Were followed 105 adults between 18 and 75 years (n = 105), of both genders, people with painful dysfunction of the cranio-cervical segment, with the chief complaint: headache, neck pain, cervicobrachialgia and / or cervicodorsalgia. Radiographs in incidence in profile, posterior-anterior and transoral were collected in the Natural Head Position. Radiographs were taken and fixed the light box and photographed in full size. After obtaining the images were drawn: (1) Distance between the spinous process of the occipital and atlas, (2) Distance between the spinous process of the Atlas and Axis, (3) Depth Cervical, (4) Alignment of processes thorny, (5) Curvature of cervical lordosis, (6) characterizing the position of the vertebral segment (normal, flexion and extension). The measurement of leveling, angles, and alignments were performed using the software SAPO. The results showed the upper cervical extension and flexion of the lower cervical biomechanics as a feature in symptomatic and radiological. Moreover, individuals do not always symptomatic radiographic signs presented to justify the pains. It is concluded that the radiographic examination is important in the clinical evaluation of the patient, but should not replace clinical analysis. Keywords: osteopathic medicine, neck, headache, chest X Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 4 – out./nov./dez 2012 6 INTRODUÇÃO para detectar contra-indicações à manipulação, como no caso de Estudos radiográficos são utilizados para confirmar o osteoporose avançada.5 O autor acredita que as imagens diagnóstico clínico, estabelecer as possíveis contra-indicações, radiográficas devem ser utilizadas sempre que possível na prática determinar a necessidade de encaminhar o paciente ou averiguar a quiroprática/osteopática uma vez que a terapêutica visa necessidade de uma intervenção cirúrgica urgente. Mesmo que o principalmente um reequilíbrio articular. Fatores biomecânicos e paciente relute, deve-se informá-lo da real necessidade dos exames e componentes cinesiológicos anormais podem ser identificados. Para das conseqüências de não fazê-lo, caso seja esta a opção. Para este autor, o quiropraxista deveria utilizar sempre a análise quiropraxistas, osteopatas e fisioterapeutas especialistas em terapia radiográfica, o que não é verdade para o clínico que não utiliza a manual, a análise radiológica e biomecânica prévia ao atendimento manipulação como ação terapêutica. 6 pode direcionar toda uma conduta, especialmente nas disfunções da coluna vertebral. 1 A perda da curvatura cervical (retificação cervical) tem sido considerada como um importante fator na etiologia das A indicação de Rx simples da região cervical é adequada em cervicalgias7,8 e das cefaleias 9, 10. Harrison et al. (2000) descrevem pacientes com história de trauma, ou com mais de 50 anos, devendo que a análise da postura e o uso de radiografias são importantes na incluir uma radiografia transoral para melhor avaliar a primeira e verificação do alinhamento vertebral correto.11 E que estas medidas segunda vértebras cervicais, acompanhada de um Rx frontal e lateral, têm o objetivo único de determinar uma intervenção específica para quando necessário, para uma melhor visualização, podem ser feitas cada paciente, uma vez que não se pode aceitar que para todos os incidências oblíquas. Na escala de indicação de exames para pacientes as intervenções manipulativas serão as mesmas 12. A cervicalgia do Colégio Americano de Radiologia, o Rx simples é o curvatura da coluna cervical está associada com a posição do osso exame mais apropriado, em casos de doença maligna acompanhada hióide e a distância entre o occipital e o atlas. 13 de cervicalgia este também é o exame mais indicado.2 Nos casos em que a lesão tem sede articular, deve-se Dessa forma, podem as características radiológicas e biomecânicas da coluna cervical em indivíduos com sintomas de considerar as alterações da entrelinha articular radiológica, o cefaléia cervicogênica, cervicalgia, cervicobraquialgia e desalinhamento articular e as alterações dos tecidos moles. Mais cervicodorsalgia estar correlacionadas? Se sim, existe alguma freqüente é o estreitamento da entrelinha, o qual traduz destruição relação com a idade e possíveis disfunções estruturais do segmento da cartilagem hialina (caso das artrites e das osteoartroses). Mais craniocervical? raramente, pode surgir gás no espaço articular, traduzido por uma coleção hipertransparente na entrelinha, fato que nem sempre assume significado clínico. O desalinhamento articular é um dado MATERIAIS E MÉTODOS Voluntários semiológico importante, originado pela alteração dos meios de contenção: a cápsula, os ligamentos e em alguns casos também os Foram acompanhados 105 indivíduos adultos, entre 18 e 75 músculos. Sua gênese é freqüentemente traumática, mas todas as anos (n = 105), de ambos os gêneros, portadores de disfunção álgica afecções que lesam as enteses (ancoragens no osso dos elementos do segmento crânio-cervical, tendo como queixa principal: cefaléia, capsuloligamentares e dos miotendinosos), como acontece em cervicalgia, cervicobraquialgia e/ou cervicodorsalgia, recrutados a certos processos inflamatórios, podem condicionar o mencionado partir do momento em buscaram atendimento de fisioterapia (por desalinhamento. 3 indicação médica ou voluntariamente). A partir disto, foram Para o clínico, entender a biomecânica cervical radiológica e com isto a disfunção vertebral pode ser fundamental para maximizar os resultados e diminuir o tempo de tratamento. Através desta análise poderíamos definir quais as cadeias musculares mais afetadas e os locais em que o tratamento manipulativo poderia exercer importância definitiva para o indíviduo portador de dores cervicais.4 Traçados simples para analisar o ângulo entre uma vértebra e outra, a lordose cervical e as possíveis disfunções biomecânicas podem facilitar o diagnóstico funcional. Segundo Plaugher (1992) a análise radiográfica é importante Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 4 – out./nov./dez 2012 encaminhados para realização de radiografia recente do segmento crânio-cervical e apresentaram disponibilidade e/ou indicação para realizar avaliação e tratamento por fisioterapeuta especialista em terapia manual e osteopatia. Foi realizada uma avaliação inicial e coletadas informações sobre: (a) faixa etária e classificação do quadro clínico (agudo, subagudo, crônico); (b) laudos radiológicos e respectivas disfunções: presença de osteófitos, aspectos intervertebrais e uncovertebrais e; (c) limitação dos movimentos passivos de rotação, lateroflexão, flexão e extensão, através do teste de Mitchell.14 7 Foram excluídos os indivíduos que estivessem descritos no laudo radiográfico disfunções como: fraturas, luxações, compressões medulares graves, neoplasias, processos isquêmicos na artéria vertebral; ateromas; aneurismas; ptose do encéfalo, artrite reumatóide ou anormalidades genéticas. Todos os participantes receberam um formulário de consentimento, o qual explicava os procedimentos a serem adotados durante o experimento, bem como todas as etapas da pesquisa, tendo concordado e assinado termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP – Brasil, sob o 002/2010, conforme Figura 01. Mensuração da lordose cervical pelo programa SAPO. resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. Todos os pacientes foram submetidos a mesma avaliação inicial. Coleta das Imagens Radiográficas Radiografias em incidência de perfil, postero-anterior (PA) e transoral foram coletadas em Posição Natural da Cabeça (PNC)15, ortostático, a partir de um aparelho de raios-X modelo DC-15KB, 500 mA (Toshiba; Tóquio, Japão). Todos foram orientados a deixar a região cervical desnuda e sem qualquer adereço metálico que interferisse na execução da técnica. Todos foram orientados a visualizar um mesmo ponto fixo na sala de procedimentos no momento da execução do Rx. Cada participante foi instruído a deprimir os ombros, para permitir adequada visualização do pescoço, e a manter o corpo em postura estática e relaxada. As radiografias foram coletadas, fixadas e fotografadas do negatoscópio em tamanho original, por máquina digital (Sony CyberShot 7.2 mega pixels, com resolução de 2592x1944 pixels) sem flash acoplado em tripé fotográfico a 1,5m de distância do solo, no mesmo nível do negatoscópio e a 1,0m de distância do mesmo, régua foi acoplada ao negatoscópio para posterior calibração do software. Após a obtenção das imagens, foram traçados: (1) Distância entre Occipital e o processo espinhoso do Atlas (OA)16; (2) Distância entre o processo espinhoso do Atlas e o do Axis17; (3) Profundidade Cervical18; (4) Alinhamento dos processos espinhosos17; (5) Curvatura da lordose cervical18; (6) A caracterização da posição do segmento vertebral (normal, flexão e extensão)4. A mensuração dos nivelamentos, ângulos e alinhamentos foram realizados através do software SAPO (software de avaliação postural – Incubadora FAPESP). O programa permite quantificar ângulos e mensurar as distâncias entre os pontos anatômicos marcados a partir da imagem capturada19, 20. Conforme Figuras 01 e 02. Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 Figura 02. Demarcação dos pontos nos processos espinhosos para determinar e mensurar a rotação dos corpos vertebrais. Em destaque referência em T1. Procedimentos de Análise dos Dados Radiográficos 315 filmes radiográficos da coluna cervical, três incidências para cada participante, foram avaliados por dois examinadores (fisioterapeutas) distintos. Os filmes foram numerados de 0 a 315, de modo aleatório, por meio de uma tabela randômica, para que o avaliador estivesse cego nas mensurações. Os filmes foram colocados em um envelope devidamente identificado com o nome do projeto de pesquisa, para a emissão das mensurações propostas. Em todas as fases do presente trabalho, os fisioterapeutas, o técnico de radiologia e o médico radiologista foram os mesmos, para evitar qualquer viés nos procedimentos realizados. Análise estatística Quando a distribuição normal foi aceita, o teste t de Student para dados não pareados foi aplicado. Nas situações onde a distribuição normal não foi aceita, foi aplicado o Teste de MannWhitney. O estudo da associação entre as faixas etárias e as demais variáveis foi feita por meio do teste de Goodman para contrastes 8 entre e dentro de populações multinomiais conforme a característica do grupo de variáveis a ser analisada. Foi utilizado o programa estatístico SPSS, versão 17.0 com nível de significância de p < 0,05. RESULTADOS De um total de 105 (n) indivíduos adultos analisados clínica e radiograficamente por apresentarem disfunções álgicas do segmento craniocervical, com idade entre 18 e 76 anos e idade média de 50,4 ± 12,5 anos, encontramos 82 indivíduos (80%) diagnosticados com osteoartrose da coluna cervical, sendo todos acima de 40 anos. Destes, 18% eram do sexo masculino e 82%, do feminino. Os demais pacientes, com idade inferior a 40 anos, 23 indivíduos, foram diagnosticados como: (a) Normais; (b) Retificação cervical; (c) Redução do espaço intervertebral; (d) Pinçamento; (e) Escoliose cervical. Seis pacientes (quatro com osteoartrose e dois não) foram excluídos desta amostra pois apresentaram presença de costela cervical (conforme critérios de exclusão – anomalia genética). Na tabela 01, estão demonstrados os locais onde foram encontrados osteófitos. A amostra de indivíduos, com osteartrose, analisados passou a ser, então, n= 78. Os demais pacientes, com idade inferior a 40 anos, foram diagnosticados como: (a) Normais; (b) Retificação cervical; (c) Redução do espaço intervertebral; (d) Pinçamento; (e) Escoliose cervical. Tabela 01. Distribuição absoluta (n) e relativa (%) dos achados radiográficos segundo presença de osteófitos e faixa etária. Osteófitos Normal C3-C4 C4-C5 C5-C6 C6-C7 C7-T1 < 40 anos (n=21) 9 (30,0) b AB 0 (0,0) a A 0 (0,0) a A 0 (0,0) a A 0 (0,0) a A 0 (0,0) a A 40-49 anos (n=23) 9 (30,0) b AB 0 (0,0) a A 2 (8,7) ab A 8 (19,1) ab AB 3 (14,3) ab AB 0 (0,0) a A 50-59 anos (n=27) 11 (36,7) a B 2 (22,2) a AB 6 (26,1) a AB 14 (33,3) a B 6 (28,6) a AB 2 (33,3) a AB > 60 anos (n=28) 1 (3,3) a A 7 (77,8) b B 15 (65,2) b B 20 (47,6) b B 12 (57,1) b B 4 (66,7) b B Total (n=99) 30 (100) 9 (100) 23 (100) 42 (100) 21 (100) 6 (100) Teste d e Goodman para contr astes entre e dentro de populações multinomia is, onde as letras maiúsculas são para relacionar as linhas, sendo A<B e as letras minúscu las, as colunas, sen do a<b; Os valores entr e parênte ses são as frequências relativas de cada valor. Outros dados encontrados no grupo de indivíduos com osteoartrose foi que em 9, escoliose cervical foi relatada, sendo em 6 casos à esquerda e em 3, à direita. Em 4 pessoas foi relatado retificação da coluna cervical. Em 4 casos, osteoporose foi sugerida. Em 2 casos, observou-se listese grau I. Em um caso, calcificação do ligamento nucal. Em um caso, calcificações carótidas. Na tabela 02 estão ilustrados os achados referentes as disfunções intervertebrais. Na tabela 03, os aspectos uncovertebrais. Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 Tabela 02. Distribuição absoluta (n) e relativa (%) dos achados radiográficos segundo aspectos intervertebrais e faixa etária. < 40 anos 40-49 anos 50-59 anos > 60 anos Total Intervertebral (n=21) (n=23) (n=27) (n=28) (n=99) 9 (25,0) b 9 (25,0) b 14 (38,8) b 4 (11,2) a Normal 36 (100) A A A A 0 (0,0) a 0 (0,0) a 3 (50,0) ab 3 (50,0) ab 6 (100) R C3-C4 A A A A 0 (0,0) a 2 (16,6) ab 3 (25,0) ab 7 (58,4) ab 12 (100) R C4-C5 A AB AB B 0 (0,0) a 2 (9,1) ab 8 (36,4) b 12 (54,5) b R C5-C6 22 (100) A AB B B 0 (0,0) a 0 (0,0) a 5 (62,5) b 3 (37,5) a R C6-C7 8 (100) A A B AB 0 (0,0) a 0 (0,0) a 0 (0,0) a 2 (100) a R C7-T1 2 (100) A A A B 0 (0,0) a 0 (0,0) a 2 (28,6) ab 5 (71,4) ab 7 (100) P C3-C4 A A AB B 0 (0,0) a 2 (22,2) ab 2 (22,2) ab 5 (55,56) ab 9 (100) P C4-C5 A AB AB B 0 (0,0) a 9 (33,4) b 5 (18,5) b 13 (48,1) b P C5-C6 27 (100) A AB AB B 0 (0,0) a 4 (40,0) ab 3 (30,0) ab 3 (30,0) a P C6-C7 10 (100) A A A A 0 (0,0) a 0 (0,0) a 0 (0,0) a 5 (100) a P C7-T1 5 (100) A A A B Nota: R, redução do respectivo espaço; P, pinçamento do resp ectivo espaço. Teste de Goodman para contrastes entre e dentr o de populações multinomiais, onde as letr as maiúsculas são para relacionar as linhas, sendo A<B e as letras minúsculas, as colunas, sendo a<b; Os valo res entre parênteses são as frequências relativas de cada valor. Tabela 03. Distribuição absoluta (n) e relativa (%) dos achados radiográficos segundo aspectos uncovertebrais e faixa etária. < 40 anos 40-49 anos 50-59 anos > 60 anos Total Uncovertebral (n=21) (n=23) (n=27) (n=28) (n=99) 9 (17,4) b 11 (21,1) b 21 (40,4) b 11 (21,1) b Normal 52 (100) A A A A 0 (0,0) a 0 (0,0) a 3 (50,0) ab 3 (50,0) ab 6 (100) R C3-C4 A A A A 0 (0,0) a 2 (20,0) ab 2 (20,0) ab 6 (60,0) ab R C4-C5 10 (100) A AB AB B 0 (0,0) a 2 (12,5) ab 5 (31,3) ab 9 (56,2) b R C5-C6 16 (100) A AB AB B 0 (0,0) a 2 (22,2) ab 2 (22,2) ab 5 (55,6) ab R C6-C7 9 (100) A AB AB B 0 (0,0) a 0 (0,0) a 0 (0,0) a 4 (100) ab 4 (100) R C7-T1 A A A A 0 (0,0) a 7 (77,7) b 0 (0,0) a 2 (22,3) ab 9 (100) P C3-C4 A B A AB 0 (0,0) a 5 (55,6) ab 2 (22,2) ab 2 (22,2) ab P C4-C5 9 (100) A B AB AB 0 (0,0) a 7 (50,0) b 5 (35,7) ab 2 (14,3) ab P C5-C6 14 (100) A B AB AB 0 (0,0) a 0 (0,0) a 3 (60,0) ab 2 (40,0) ab 5 (100) P C6-C7 A A A A 0 (0,0) a 0 (0,0) a 0 (0,0) a 0 (0,0) a P C7-T1 0 (100) A A A A Nota: R, redução do respectivo espaço; P, pinçamento do respectivo espaço. Teste de G ood man para contrastes entre e dentro d e popula ções multinomiais, onde as letras maiúsculas são para relacion ar as linhas, sendo A<B e as letras minúsculas, as coluna s, sendo a<b; Os valores entre parênteses são as fr equências relativas de cada valor. Na tabela 04, estão demonstradas as distâncias entre os corpos vertebrais (altura do disco intervertebral), considerando a maior espessura encontrada e a profundidade cervical (PC), com a respectiva classificação da curvatura cervical. Onde encontramos que todos os indivíduos analisados apresentaram retificação cervical. Além disso, pode-se observar que o segmento em que o disco encontra-se com menor espessura, é o segmento C5C6. Ao analisarmos a distância entre os corpos vertebrais em milímetros, buscamos verificar se há uma distância semelhante de espaço entre os corpos vertebrais, o que sugere que os discos intervertebrais estão saudáveis. Encontramos que um disco saudável possui entre 5 e 6 mm de altura em adultos sem lesão discal. 9 Tabela 04. Distância entre os corpos vertebrais (altura do disco, em mm). Distância da profundidade cervical (C2C7), em mm. Classificação, baseada na média da curvatura cervical, segundo Vernon (2001). < 40 anos 40-49 anos 50-59 anos > 60 anos (n=21) (n=23) (n=27) (n=28) C2C3 (mm) 5,0 ± 0,5 4,6 ± 0,7 4,6 ± 0,5 5,1 ± 0,7 C3C4 (mm) 5,1 ± 0,5 4,8 ± 0,7 4,8 + 0,9 4,7 ± 1,1 C4C5 (mm) 4,7 ± 1,3 4,6 + 1,0 4,7 ± 0,8 4,1 ± 1,9 C5C6 (mm) 5,1 ± 0,7 3,9 ± 1,4 3,9 ± 1,3 3,8 ± 1,5 C6C7 (mm) 5,0 ± 0,9 4,3 + 1,1 4,5 ± 1,0 4,0 ± 1,9 C2C7 (mm) 3,1 ± 5,9 4,3 + 3,5 4,1 + 3,7 5,3 + 3,7 Retificação Retificação Retificação Retificação Classe * Na tabela 05, encontramos que o movimento mais comprometido da coluna cervical, em indivíduos sintomáticos é a rotação, seguida da lateroflexão, extensão e flexão, independentemente da idade dos indivíduos. Tabela 05. Distribuição absoluta (n) e relativa (%) dos achados radiográficos segundo teste de Mitchell e faixa etária. < 40 anos 40-49 anos 50-59 anos > 60 anos Total Mitchell (n=21) (n=23) (n=27) (n=28) (n=99) 18 (37,5) a 8 (16,6) a 9 (18,8) a 13 (27,1) a 48 (100) Rotação A A A A 11 (29,7) a 8 (21,6) a 8 (21,6) a 10 (27,1) a 37 (100) Lateroflexão A A A A 5 (26,3) a 5 (26,3) a 3 (15,8) a 6 (31,6) a Flexão 19 (100) A A A A 8 (28,6) a 5 (17,8) a 8 (28,6) a 7 (25,0) a Extensão 28 (100) A A A A Teste de Goodman para contrastes entre e dentro de populações multinomiais, onde as letras maiúsculas são para relacionar as linhas, sendo A<B e as letras minúsculas, as colunas, sendo a<b; Os valores entre parênteses são as frequências relativas de cada valor. A análise sintomática (cefaléia, cervicalgia, cervicobraquialgia e cervicodorsalgia) pode ser visualizada na tabela 06. Com relação a classificação da dor (agudo, subagudo e crônico), tem-se que todos indivíduos sofriam de dores crônicas. Além destes dados sintomatológicos, outros foram relatados, espontaneamente, durante avaliação dos indivíduos (n), sendo: distúrbios no equilíbrio (n=5); zumbido (n=2); cãibras (n=3); lombalgia (n=5); depressão (n=2); hipertensão arterial; (n=2); bruxismo (n=2); gastrite (n=2); dores articulares generalizadas (n=2); disfunção renal (n=2); hepatite (n=2); ombro rígido (n=1); estresse/tensão (n=2); insônia (n=2) e; calo nas cordas vocais (n=1). Tabela 06. Distribuição absoluta (n) e relativa (%) dos achados sintomáticos segundo diagnóstico e faixa etária. Diagnóstico < 40 anos 40-49 anos 50-59 anos > 60 anos Total (n=21) (n=23) (n=27) (n=28) (n=99) 6 (18,7) a 8 (25,0) a 10 (31,3) a 8 (25,0) a 32 (100) Cefaléia A A A A 11 (25,6) a 7 (16,3) a 15 (34,9) a 10 (23,2) a 43 (100) Cervicalgia A A A A Cervicobraquialgi 7 (15,6) a 15 (33,3) a 11 (24,4) a 12 (26,7) a 45 (100) a A A A A 3 (23,1) a 2 (15,5) a 4 (30,7) a 4 (30,7) a 13 (100) Cervicodorsalgia A A A A Teste de Goodman para contrastes entre e dentro de populações multinomiais, onde as letras maiúsculas são para relacionar as linhas, sendo A<B e as letras minúsculas, as colunas, sendo a<b; Os valores entre parênteses são as frequências relativas de cada valor. Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 Em relação a distância occipital-atlas e atlas-axis, encontramos que os valores normais estão entre 4 e 9 mm, e se considerarmos as médias e seus respectivos desvios padrões, todos os indivíduos apresentam diminuição destes espaços e conseqüente rotação posterior da cabeça, conforme tabela 07. Considerando o alinhamento dos processos espinhosos e a curvatura da lordose cervical foi encontrado que: (a) o segmento mais rotacionado foi C4, porém sem diferença estatisticamente significativa em relação aos outros processos espinhosos cervicais; (b) a lordose cervical obtida foi de: 36,6° ± 16,3°, para menores de 40 anos; 46,9° ± 13,5° para indivíduos entre 40 e 49 anos; de 46,9° ± 10,2° para aqueles entre 50 e 59 anos e; 52,6° ± 7,6° para os acima de 60 anos. Finalmente, a avaliação do posicionamento de cada um dos segmentos vertebrais cervicais, quando analisados em Rx de perfil, demonstrou que 49% dos indivíduos apresentaram extensão de Occipital-Atlas; 55% apresentaram flexão de Atlas-Axis; 62% apresentaram normalidade de C2C3; 44% apresentaram extensão de C3C4; 56% apresentaram extensão de C4C5; 55% apresentaram flexão de C5C6; 67% apresentaram flexão de C6C7. Para estes resultados, descrevemos a característica predominante do segmento em questão, ou seja, os maiores percentuais. Tabela 07. Distância OA (em milímetros) de acordo com a idade (n=99) com respectivas médias e desvios padrões. (Valores normais = 4 a 9 mm) < 40 anos 40-49 anos 50-59 anos > 60 anos (n=21) (n=23) (n=27) (n=28) 5,5 ± 2,9 4,0 ± 2,8 4,2 ± 2,5 5,6 ± 2,9 OA (mm) AA (mm) Classificação* 4,2 ± 2,1 4,3 ± 2,4 3,7 ± 1,8 4,9 ± 3,0 Normal Normal Extensão Normal Classificação considerando a média. DISCUSSÃO No presente estudo, todos os indivíduos apresentaram sintomas álgicos relacionados ao segmento craniocervical. Nossa hipótese inicial seria correlacionar os possíveis sintomas álgicos ao desalinhamento biomecânico da coluna cervical, mensurados através de uma análise biomecânica e radiográfica detalhada. Para tanto, consideramos desalinhamento biomecânico as posições assimétricas da cabeça ou de um segmento vertebral cervical que proporcionariam, como conseqüência, sobrecargas assimétricas. 21 Músculos e ligamentos cervicais podem aplicar diretamente uma irritação de origem mecânica na trajetória dos nervos ou nas estruturas perineurais. O plexo braquial, por exemplo, pode ser irritado pelos músculos escalenos, que por sua vez, podem irritar também o nervo frênico e causar descargas neurais equivocadas 10 para regiões periféricas e/ou vitais. Esta irritação direta, por poderiam ser tanto locais ou metaméricos como à distância, compressão ou estiramento, em estruturas nervosas ou vasculares, craniomandibulares, através do nervo trigêmeo, graças a presença pode causar os sintomas de cefaléia, cervicalgia, cervicobraquialgia do núcleo trigeminoespinhal. ou cervicodorsalgia, dependendo da altura da raiz neural afetada. 22 Além disto, disfunções biomecânicas da base craniana (OAA O nervo trigêmeo é o maior dos pares cranianos; uma de suas funções é transmitir a informação proprioceptiva a partir dos – occipital-altas-axis) podem causar distúrbios na trajetória dos músculos extraoculares. Acredita-se que os sinais dos músculos nervos cranianos IX (glossofaríngeo), X (vago), XI (acessório) e XII oculares transmitem-se pelo tracto espinhal do nervo trigêmeo até os (hipoglosso) e; nas artérias carótidas e vertebrais, podendo causar músculos cervicais e controlam o movimento da cabeça. Além disso, sintomas mencionados. Os nervos VI (abducente) e VII (facial) o sistema trigeminal conecta a substância gris na medula cervical também podem sofrer com relativa freqüência. Sintomas superior (C1C2), relacionando-se a atividade tanto sensorial como correlacionados a duramáter também não são incomuns, uma vez reflexa motora. Experimentos têm demonstrado que a estimulação que o músculo reto posterior menor da cabeça está ligado ao elétrica do nervo infraorbitário (ramo do nervo trigêmeo), ativa os movimento do atlas. Se o ritmo CranioSacral estiver alterado, isto interneurônios ventrais de C1C4, excitando facilmente os pode ser um indicativo de que o organismo está enfrentando motoneurônios musculares do pescoço. Bogduk 9 denomina o núcleo dificuldades para chegar a homeostase. 23 trigêmeo cervical como a continuação da substância gris do tracto A mudança do posicionamento do osso occipital em relação ao atlas causa escoliose devido a mudança do centro de gravidade do corpo. Como conseqüência, pode causar irritação de origem mecânica direta nos nervos periféricos, que emergem da medula e perfuram a duramáter, para ir em direção aos órgãos e outras estruturas por eles inervadas. Isto poderia justificar as dores hemilaterais ou síndromes como a Fibromialgia, especialmente se os processos espinhosos C6, T6 e L4 estiverem doloridos à palpação (locais de estreitamento medular), segundo David Butler.22 No caso da artéria carótida, ela pode ser estirada ou comprimida pelo M. Esternocleidomastóideo e outros que mantém a posição da cabeça em relação ao pescoço. Hernández Xumet24 realizou estudo de caso em que correlacionou a melhora da mobilidade craniocervical à abertura da boca e aos sintomas álgicos craniocervicais, mantidos após interrupção do tratamento osteopático. Além disso, comentou que primeiro melhoram os movimentos de flexão e extensão cervical. Ao passar o tratamento as lateroflexões e rotações também vão ganhando mobilidade e simetria. Concluiu que há uma espinhal do nervo trigêmeo até as hastes dorsais dos 3 segmentos cervicais superiores da medula espinhal. Descreve que: “como tal, o núcleo trigêmeo cervical é o núcleo nociceptivo essencial do terço superior do pescoço, da cabeça e da faringe. Seja qual for a inervação real das estruturas desta região, estarão mediados pelo núcleo trigêmeo cervical.” A transmissão da nocicepção nas disfunções têmporomandibulares (DTM´s) por meio do nervo auriculotemporal, tronco posterior do nervo mandibular, ao tracto espinhal do nervo trigêmeo, o núcleo trigêmeo cervical e os motoneurônios das vértebras cervicais é o provável mecanismo mediante o qual as DTM´s causam dor cervical e mudanças na tensão muscular. É possível que uma disfunção OAA cause uma ativação patológica dos reflexos tônicos assimétricos do pescoço que pode afetar o músculo temporal e, por sua vez, a articulação têmporomandibular (ATM). Knutson26 relataram que as disfunções temporomandibulares (DTM) podem causar mudanças nos músculos cervicais e na biomecânica da coluna cervical, podendo alterar os exames radiológicos. Para eles, uma (DTM) quando tratada corretamente pode gerar uma inversão da retificação cervical. interdependência entre a coluna cervical, o sistema estomatognático Oliva Pascual-Vaca et al 27 comentam que no que se refere ao e as demais estruturas corporais. E, tudo isto, está relacionado a equilíbrio e a postura, o tratamento osteopático pode exercer efeito melhora clínica das disfunções, dores craniomandibulares e direto no funcionamento vestibular mediante as numerosas craniofaciais. interconexões centrais entre o sistema de controle do equilíbrio e o Mansilla Ferragud 25 relacionaram a efeito da manipulação com impulso (thrust), em OAA segundo Fryette com a abertura vertical da boca e a pressão na oclusão. Para isto, utilizou-se de um dinamômetro digital e um paquímetro. Ao todo foram 52 pacientes, sendo 26 testados e 26, controles. Observaram uma abertura sistema nervoso autônomo. Além disso, investigações científicas têm proposto que as emoções, a ansiedade, o processamento da informação vestibular e o controle autônomo poderiam compartilhar vias cerebrais comuns. Rodríguez-Blanco ET AL. 28 comenta que o conceito holístico significativamente maior após manipulação (em média 3,2 mm). permite que correlacionemos as adaptações corporais mecânicas em Para eles, os efeitos das manipulações vertebrais sobre a região OAA regiões corporais distantes entre si. Alguns autores têm descrito Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 11 a relação direta da morfologia da coluna cervical e a posição da mandíbula. Existem fatores patomecânicos, de etiologia craniomandibular, dependentes da modificação dos contatos oclusais ou do estado tônico dos músculos craniofaciais. Ao tratar as alterações craniomandibulares deve-se considerar a postura global do paciente, a oclusão e a dinâmica mandibular, bem como, as alterações podais ou miofasciais. Para eles, “a terapia postural se baseia na correta valorização da postura corporal, objetivando as alterações estáticas e dinâmicas do organismo. Para isto, diversas ferramentas diagnósticas são utilizadas para quantificar o grau de adaptação funcional antigravitacional. Existem inúmeras alterações funcionais da postura que não produzem dor na área de sobrecarga tensional, mas podem favorecer estes sintomas em zonas corporais distantes.” Dessa forma, acreditamos que os distúrbios biomecânicos no alinhamento do segmento craniocervical, seja a posição do crânio em relação a coluna cervical, seja a coluna cervical, em relação as suas vértebras, podem significar uma dificuldade do organismo em: (a) manter a postura ortostática, o equilíbrio da cabeça em relação ao corpo; (b) manter uma oclusão simétrica, sem gasto energético excessivo; (c) manter um bom controle visual e com isso a horizontalidade do olhar; (d) manter a posição de apoio dos pés simétrica, em termos de descarga de peso, a fim de não afetar a posição da cabeça em relação ao corpo; (e) manter um equilíbrio autônomo e sua interdependência. Finalmente, realizar estudos detalhados sobre a correlação existente entre a biomecânica funcional do segmento craniocervical, através de análises radiográficas, e as possibilidades de sintomas álgicos correlacionados parece ser uma das formas de relacionar a mecânica músculo-esquelética às interferências neurológicas capazes de provocar vários sintomas diferentes. De qualquer modo, a radiografia craniocervical é um exame complementar e, de modo algum, substitui a capacidade técnico-científica de avaliação funcional do fisioterapeuta clínico ou osteopata. CONCLUSÃO Indivíduos sem achados radiográficos podem apresentar dores advindas do segmento craniocervical, seja pela correlação biomecânica, seja pela correlação neurológica existente. Junto a isso, o exame radiográfico dos indivíduos com sintomas craniocervicais indica uma predominância do posicionamento de extensão nas vértebras cervicais altas e de flexão das cervicais baixas, sendo os achados radiológicos mais significativos os encontrados em C5C6. Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 REFERÊNCIAS 1. Mootz RD, Cherkin DC, Odegard CE, Eisenberg DM, Barassi JP, Deyo RA. Characteristics of chiropractic practitioners, patients, and encounters in Massachusetts and Arizona. J Manipulative Physiol Ther 2005;28:645-53. 2. National Guideline Clearinghouse (USA) encontrada no endereço: http://www.guideline.gov/summary/summary.aspx?view.id=1&doc, 2000. 3. Pisco, J. M. Radiologia e análise de imagens – São Paulo: Rideel. 2003. 4. Ricard, F. Tratado de Radiologia Osteopatica del Raquis. Editora Panamericana. 1ª Edição, 2003. 292 p., 2007. 5. Plaugher G. The role of plain film radiography in chiropractic clinical practice. 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