HSH - The Fenway Institute

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HSH - The Fenway Institute
Folha de Fatos do iPrEx: A Epidemia em Homens que Fazem Sexo com Homens
(HSH)
A necessidade de novos e eficazes métodos de prevenção é crítica, especialmente em
populações com elevado risco de infecção por HIV, como homens e mulheres
transexuais que fazem sexo com homens (HSH).
O iPrEx é:
o o primeiro estudo de PrEP em larga escala a ser realizado na África, Ásia, e
Américas do Norte e Sul
o o primeiro estudo de PrEP em larga escala realizado exclusivamente entre
homens e mulheres transgêneras que fazem sexo com homens (HSH) na África
ou Ásia
o o primeiro estudo a demonstrar a eficácia de uma intervenção biomédica de
prevenção do HIV em HSH
Foi constatado que a circuncisão, em três estudos, que a circuncisão oferece proteção
substancial para homens heterossexuais. Em outro estudo, constatou-se que um gel
vaginal contendo tenofovir oferece proteção às mulheres heterossexuais, principalmente
entre aquelas que relataram um uso mais consistente. O estudo iPrEx constatou que
PrEP com FTC/TDF via oral oferece proteção adicional para os HSH, que não foram
estudados em ensaios de circuncisão masculina e géis. A PrEP oral foi especialmente
protetora entre os participantes que relataram situações de exposição retal, para a qual
a circuncisão masculina não parece fornecer benefício.
Tomados em conjunto, os resultados oferecem novas estratégias para retardar a
propagação do HIV em homens heterossexuais e das mulheres e agora em HSH.
Utilizado em combinação com outros métodos de prevenção, esses novos métodos de
prevenção podem habilitar e capacitar as pessoas a retardarem substancialmente a
propagação do HIV em suas comunidades.
MSM estão entre os grupos mais afetados pelo HIV em vários países. Em diferentes
sociedades, nas quais os dados estão disponíveis, a prevalência da infecção pelo HIV é
muito maior entre os HSH do que na população em geral. No mundo todo, os HSH
estão em necessidade urgente de melhorar a prevenção do HIV, tratamento e cuidados.
Os HSH têm contribuído consistentemente para os esforços de prevenção do HIV
desde o início da epidemia. Apesar dessa liderança, no entanto, e apesar do grave
impacto do HIV sobre estas comunidades no mundo todo, os HSH têm sido muitas
vezes subrepresentados na pesquisa e serviços de prevenção do HIV.
Informação de UNAIDS Action Framework: Universal Access for Men who have Sex
with Men and Transgender People (2009);
http://data.unaids.org/pub/Report/2009/jc1720_action_framework_msm_en.pdf

Em alguns estudos, foi constatado que a prevalência do HIV entre homens que
fazem sexo com homens pode ser tão alta quanto 25% em Gana, 30% na
1
Jamaica, 43% nas áreas costeira do Quênia e 25% na Tailândia.1

Entre transexuais, imagina-se que a prevalência do HIV seja ainda maior. Os
dados apresentados na Conferência International de AIDS, em 2008 no México,
mostrou prevalência do HIV de mais de 25% entre as pessoas trans em três
países latino-americanos e prevalência variando de 10% a 42% em cinco países
asiáticos.2

Globalmente, a epidemia de HIV entre homens que fazem sexo com homens
contribui significativamente para uma maior epidemia de HIV. Em países de
baixa renda, em média, 20% dos homens que têm sexo com homens relatam
fazer sexo com mulheres em algum momento, 16% dos homens que têm sexo
com homens também relatam ter feito sexo com uma mulher no último ano e
16% dos homens que têm sexo com homens também relatam serem casados3.

Um estudo em Mombasa e áreas próxmas, no Quênia, de homens que fazem
sexo com homens e mulheres encontrou uma prevalência de 12,3%, mais que o
dobro da prevalência do HIV estimada em adultos no Quênia, de 6,1%, no
momento do estudo (2005)4.

Alguns homens que fazem sexo com homens e pessoas transsexuais também
estão envolvidos no trabalho sexual e/ou com drogas injetáveis. Por exemplo,
em Hanói, Vietnam, 9% dos homens que fazem sexo com homens declararam
ter injetado drogas pelo menos uma vez na vida5.

Em 2007, o Grupo de Trabalho Global para a Prevenção do HIV, convocado
pela Fundação Bill & Melinda Gates e pela Fundação Henry J. Kaiser Family,
estimou que os serviços de prevenção do HIV cheguem a apenas 9% dos
homens que fazem sexo com homens6.

Os últimos dados globais disponíveis (Relatórios Nacionais UNGASS 2008)
sobre o percentual de homens que fazem sexo com homens que recebem
serviços de prevenção do HIV mostram que, enquanto 71% dos países não
informaram sobre este indicador, o acesso aos serviços de HIV para homens
que fazem sexo com homens variou, onde a informação foi relatada, de 12% na
África e 43% na América Latina7.
1
amfAR 2008, MSM, HIV, and the Road to Universal Access—How Far Have We Come? Special Report,
amfAR, USA.
2
Dados apresentados pela International HIV/AIDS Alliance na conferência para a imprensa “The hidden
HIV epidemic: a new response to the HIV crisis among transgender people”, 4 de agosto de 2008, Cidade
do México, México.
3
Trabalho não publicado encomendado pela UNAIDS, por Cáceres C et al. 2007, ‘Epidemiology of Male
Same-Sex Behaviour and Associated Sexual Health Indicators in Low- and Middle-Income Countries: 20032007 Estimates’.
4
Sanders E J et al. 2007, ‘HIV-1 infection in high risk men who have sex with men in Mombasa, Kenya’,
AIDS, vol. 21, issue 18, pp. 2513-2520.
5
Ministry of Health 2006, Results from the HIV/STI Integrated Biological and Behavioral Surveillance (IBBS)
in Viet Nam 2005-2006, Viet Nam.
6
Grupo de Trabalho Global para a Prevenção do HIV 2007, Bringing HIV Prevention to Scale: an Urgent
Global Priority.
7
amfAR 2008, MSM, HIV, and the Road to Universal Access—How Far Have We Come? Special Report,
amfAR, USA.
2
Informação de “Global Prevention of HIV Infection for Neglected Populations: Men Who
Have Sex with Men,” por Chris Beyrer, Departmento de Epidemiologia, Escola de Saúde
Pública Johns Hopkins Bloomberg; publicado em Clinical Infectious Diseases
2010;50:S108–S113
http://www.journals.uchicago.edu/doi/full/10.1086/651481

Uma análise recente de dados de oito países industrializados, incluindo os
Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, França, Alemanha, Espanha, Austrália e
Canadá, concluiu que, embora a prevalência do diagnóstico de infecção pelo
HIV em geral, diminuiu de 1996 a 2000, diagnósticos de infecção pelo HIV entre
HSH aumentaram 3% ao ano entre 2000 e 2005.8

Em países com recursos limitados, tais como o Dacar, Senegal, Bangcoc,
Tailândia e Peru, há uma evidência crescente de novas epidemias de HIV entre
HSH, muitas vezes em contextos marcados pela discriminação, homofobia e
criminalização9.

Uma revisão sistemática recente identificou altas taxas de infecção do HIV entre
HSH praticamente em todas as áreas onde os dados estavam disponíveis
(África Subsaariana, América Latina e Caribe, Sul e Sudeste Asiático, China e
Federação Russa).10

A grande maioria dos HSH em países em desenvolvimento ainda precisam ser
cobertos pelos serviços de prevenção do HIV: um estudo do Programa Conjunto
das Nações Unidas sobre HIV/Aids, que mostra a estimativa de <1 em cada 5
HSH, em todo o mundo, tem acesso aos procedimentos mais básicos, como
informações sobre o risco da infecção pelo HIV em HSH e uso de
preservativos11.
Informação de the U.S. CDC factsheet: HIV and AIDS Among Gay and Bisexual Men
http://www.cdc.gov/nchhstp/newsroom/docs/FastFacts-MSM-FINAL508COMP.pdf

Os HSH respondem por quase metade dos mais de um milhão de pessoas
vivendo com o HIV nos Estados Unidos (48%, ou cerca de 532.000 pessoas no
total).

Os HSH são responsáveis por mais da metade das novas infecções por HIV a
cada ano nos EUA (53%, ou cerca de 28.700 infecções).

A taxa de novos diagnósticos de HIV entre HSH nos EUA é mais de 44 vezes
maior do que a dos outros homens (variação: 522-989 por 100.000 HSH contra
12 por 100.000 homens).
8
Sullivan PS, Hamouda O, Delpech V, et al.; Annecy MSM Epidemiology Study Group. Reemergence of the
HIV epidemic among men who have sex with men in North America, Western Europe, and Australia, 1996–
2005. Ann Epidemiol 2009;19:423–431.
9
Saavedra J, Izazola Licea JA, Beyrer C. Sex between men in the context of HIV: The AIDS 2008
Jonathan Mann Memorial Lecture in Health and Human Rights. J Int AIDS Soc 2008;11(1):9.
10
Baral S, Sifakis F, Cleghorn F, Beyrer C. Elevated risk for HIV infection among men who have sex with
men in low and middle income countries 2000–2006: a systematic review. PLoS Med 2007;4(12):e339.
11
Saavedra J, Izazola Licea JA, Beyrer C. Sex between men in the context of HIV: The AIDS 2008
Jonathan Mann Memorial Lecture in Health and Human Rights. J Int AIDS Soc 2008;11(1):9.
3

Novas infecções pelo HIV estão aumentando entre os HSH nos EUA. Enquanto
novas infecções diminuem tanto entre heterossexuais e usuários de drogas
injetáveis, o número anual de novas infecções pelo HIV entre HSH vem
aumentando desde o início da década de 1990.

Nos Estados Unidos, a idade primária com a qual os HSH se tornam infectados
difere pela raça:
o HSH negros jovens: A maioria das novas infecções entre HSH negros
ocorre entre os jovens. De fato, há mais infecções por HIV entre jovens
HSH negros (com idade entre 13-29) do que entre qualquer outra idade e
grupo racial de HSH. O número de novas infecções entre homossexuais
negros nessa faixa etária é quase o dobro dos seus homólogos brancos
e hispânicos (5.220 infecções entre os negros contra 3330 entre os
brancos e 2.300 entre os hispânicos).
o HSH brancos entre 30 e 40 anos: maioria das novas infecções ocorrem
entre os HSH brancos com idade entre os 30-39 (4670), seguidos por
aqueles com idade entre 40-49 (3740).
o HSH latinos jovens: Entre HSH latinos, a maioria das novas infecções
(2300) ocorrem no grupo etário mais jovem (13-29), embora um número
substancial de novas infecções pelo HIV ocorrem também entre aqueles
com idade entre 30-39 (1.870).
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