AIBO: PROCURANDO UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO?

Transcrição

AIBO: PROCURANDO UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO?
Disciplina: GESTÃO DE MARKETING
Trabalho bimestral 01
Professor (a): Alexandre L. Schlemper
AIBO – O Cão Robô
Turma: 3º Período
Acadêmico(a): _________________________________________________ DATA:
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INSTRUÇÕES:
NOTA:
VISTO:
AIBO: PROCURANDO UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO?
Vendem-se: filhotes de cachorro. Não é necessário levá-lo para passear, não
suja os tapetes, não estraga os móveis nem os chinelos, não come. Pode ser
desligado e colocado num armário toda vez que você sair de férias. Para mais
informações: www.world.sony.com/robot/get/meet/html.
Da terra do encantamento com os robôs vem a última novidade entre essas
máquinas — um cachorrinho chamado Aibo, um robô que proporciona divertimento.
Esse não é um animal ou uma máquina comum. Seu nome apresenta diversas
possibilidades. Talvez ele signifique robô de inteligência artificial. Talvez ele se refira
ao foco de uma câmera da Aibo, que faz dela o ‘olho de animal’. Ou talvez esse seja
simplesmente o nome de um japonês companheiro ou camarada.
O que você pode fazer com um Aibo? Bem, pode brincar com ele. O Aibo tem
como brinquedo favorito uma bolinha cor-de-rosa. Ele corre atrás dessa bolinha,
pega-a com a boca e a traz como qualquer cachorro de verdade faria. Se você o
elogia, ele abana o rabo, seus olhos acendem uma luz verde e ele toca uma música
alegre. O Aibo não é idêntico a um cachorro de verdade, mas não há como negar que
responde visivelmente ao amor e à afeição dedicados a ele.
Uma vez que o Aibo pode responder a um elogio, ele pode aprender. Quando
você elogia um determinado comportamento do Aibo, ele fica mais propenso a repetir
esse comportamento. Quando censurado, muitas vezes fica triste e toca uma música
também triste. Outras vezes, ele responde à censura ficando agitado e tocando uma
música tempestuosa, enquanto seus olhos ficam vermelhos. Apesar de as respostas
do Aibo serem diferentes das dos cachorros de verdade, ele demonstra as mesmas
emoções. Como um cachorro de verdade, o Aibo mostra que quer brincar pulando ao
seu redor. Além de nervosismo, tristeza e alegria, o Aibo pode demonstrar satisfação
(seus olhos ficam verdes e ele toca uma música alegre), surpresa (seus olhos
acendem, ele estremece e toca uma música que sugere surpresa), descontentamento
(seus olhos ficam vermelhos e ele se afasta) e medo (quando se depara com um
obstáculo que o impede de seguir em frente, ele toca uma música que sugere medo).
Comandos de voz como ‘senta’ ou ‘rola’ não funcionam com o Aibo porque o
cachorrinho não possui mecanismo de resposta de voz. Em vez disso, você o comanda
por meio de um controlador de som. O Aibo responde apenas a tons perfeitos, uma
vez que seu controlador de som contém combinações de comandos presentes em tons
perfeitos. Se o Aibo está de mau humor, ele simplesmente lhe ignora. Em
contrapartida, quando está de bom humor, faz mil gracinhas. Como muitos cachorros
temperamentais, ele brinca apenas quando quer.
Quando é hora de parar de brincar, você aperta um determinado botão e o Aibo
vai dormir. Quando não está ativo, ele fica em uma estação, que serve como um
carregador de bateria. O cachorrinho robótico vem com duas baterias de lítio, de
modo que uma pode ser carregada enquanto a outra está em uso. Uma bateria dura
cerca de 1,5 hora.
Há três cores de Aibo (cinza, preto metálico e prateado). Além disso, ele possui
microfones estéreos nos ouvidos, é capaz de reconhecer cores e formas e emite uma
grande variedade de sons. Um sensor em sua cabeça pode distinguir um elogio de
uma censura. Você pode escolher entre o Aibo to Performance Mode, que faz
gracinhas, e o Game Mode, do qual pode controlar seus movimentos. Fazendo o Aibo
correr e chutar, você pode até mesmo jogar futebol com ele.
Pronto para comprar um Aibo? Você não conseguirá encontrá-lo em qualquer
loja.
Ele
é
vendido
somente
pela
Internet
no
site
www.world.sony.com/robot/get/meet/html, e seu preço é um pouco salgado — 250
mil ienes ou 2 500 dólares. Alguém está disposto a comprar um Aibo por um preço
desse? Em junho de 1999, a Sony ofereceu três mil Aibos no Japão e dois mil nos
Estados Unidos, e eles foram vendidos em 20 minutos. Em novembro de 1999,
quando a Sony ofereceu mais dez mil, mais de 130 mil pedidos chegaram à empresa.
Diante dessa demanda maior do que a esperado, a Sony sorteou Aibos no Japão,
Estados Unidos e Europa.
Uma das principais características do Aibo é sua arquitetura aberta. Com base
nas experiências com o videogame PlayStation, a Sony decidiu não desenvolver tudo
sozinha. Assim, ela convidou outros desenvolvedores para criar novos programas para
o Aibo. Isso resultou em um rápido desenvolvimento de programas que permitem a
você ensinar gracinhas e movimentos para o cachorrinho.
O que você pode ensinar para o Aibo? O que acha de um cachorro dançante que
canta músicas do Elvis como You ain’t nothing but a hound dog. Ou de um cachorro
que realmente odeia gatos? O Aibo pode ser programado para reconhecer gatos e
reagir a eles com firmeza. Na verdade, duas empresas criaram gatos
computadorizados, de modo que logo poderemos ter boas lutas entre gatos e
cachorros, mas sem sangue, feridas e contas no veterinário.
Para testar a reação dos consumidores a essas criaturinhas antes de colocá-las
à venda, a Sony demonstrou o Aibo em muitas feiras. A reação geral foi: “Ele é tão
bonitinho!” Um entusiasmado consumidor comentou: “Eu adoro esses robozinhos.
Para mim, este seria perfeito. Sou solteiro e não tenho tempo para um dedicar a um
cachorro de verdade.” Outro disse: “Essa é coisa mais legal que já vi em minha vida.”
Inúmeros jornalistas, bastante privilegiados por brincar com o Aibo, se divertiram
muito com o cãozinho — mesmo não conseguindo fazer muita coisa.
Embora o Aibo não busque seu jornal, traga seus sapatos ou espante os
ladrões, esse pequeno cãozinho é uma promessa do ponto de vista do marketing. A
Sony espera criar um novo setor de robôs que proporcionem divertimento — setor
que a administração da Sony acredita ser maior do que o de computador pessoal.
Esses robôs dão início a uma nova era de criaturas digitais. É certo que há
pessoas fanáticas por essas máquinas que já se reúnem anualmente para o Robocup
— a Copa do Mundo dos robôs (www.robocup.org) — e robôs que lutam sumô e
participam de competições no Japão. Mas esses têm apelo apenas entre consumidores
com interesses específicos e muitas vezes limitados. Os novos robôs do estilo do Aibo,
que proporcionam divertimento, têm um apelo mais amplo. E o que é mais
importante: eles podem deixar as pessoas mais confortáveis com a idéia de interagir
com máquinas parecidas com humanos. Acontecendo isso, os robôs podem se tornar
enfermeiras, empregadas domésticas e guarda-costas. Eles podem até mesmo se
tornar colegas que andam e conversam conosco. Há muito mais do que um R2D2 — o
robô de Guerra nas Estrelas — em tudo isso. Além disso, na década de 1980, quando
Guerra nas Estrelas era popular, o R2D2 e seus companheiros pareciam muito
distantes. Hoje, o Aibo e os outros ‘animais de estimação robôs’ parecem estar nos
levando para o mundo de Guerra nas Estrelas muito mais rapidamente do que
pensávamos.
Para aqueles que não podem pagar por um Aibo, a Shaper Image lançou o Wee
Bot, que está disponível em versão adulto ou criança e também em família. O Wee
Bot possui olhos grandes, brilhantes e expressivos que se movem e uma linguagem
extraterrestre de arrotos, pios, roncos, arrulhos, risadas, latidos, gargalhadas, ronrons
e gemidos. O que dispara essas reações? O carinho e outros sentimentos que você lhe
dispensa. Eles expressam felicidade quando acariciados, mau humor quando com sono
e impaciência quando importunados. Eles respondem aos comandos a partir de um
‘tradutor’ sem fio silencioso que converte os desejos do dono numa linguagem que o
cãozinho compreende. As crianças, chamadas de PeeWee Bots, tem sua própria rotina
e respondem a mensagens de voz emitidas do Wee Bot adulto mais próximo. Elas
gostam de exercícios e de tirar cochilos; também comem emitindo sons como se
estivessem engolindo e comendo de verdade. Quando felizes, eles se comportam. Em
contrapartida, quando não estão felizes, é necessário ‘modos especiais’ para mantêlos na linha.
Os Wee Bots não se parecem com nenhuma criatura que conhecemos. O corpo
deles é arredondado, e há dois modelos de adultos: o Twirple, que tem o corpo roxo e
os olhos verdes, e o Ziggle, que tem o corpo laranja e os olhos verdes. O melhor de
tudo: eles não custam muito caro. Um Wee Bot adulto custa 39,95 dólares, um
PeeWee Bot, 29,95, e uma família (um adulto e duas crianças) sai por 99 dólares.
Basta entrar em contato com a Sharper Image para obter um animal de estimação da
nova era.
Fonte: Neil Gross e Irene Kunii, “Man’s best friends: and no scooper needed”, Business Week, 20 jul. 1998, p. 53; Irene Kunii,
“This cute little pet is a robot”, Business Week, 24 maio 1999, p. 56–57; Peter Landers, “At last, a dog that barks, wags its tail, and
never has to go out”, Wall Street Journal, 12 maio 1999, p. B1; Ginny Parker, “In Japan, robots are not just for factories anymore”,
Greensboro News and Record, 2 nov. 1999, p. B6–B7; “Robots”, The Economist, 5 jun. 1999, p. 78; Richard Shaffer, “Can’t anyone
make a decent robot?”, Fortune, 19 jul. 1999, p. 120–121; “Sony launches special edition ‘Aibo’ entertainment robot”, press release da
Sony, 26 out. 1999; “Sony’s Aibo robot dogs draw 130,000 orders in Japan alone”, AsiaPulse News, 15 nov. 1999, p. 100; e catálogo da
Sharper Image, 1999.
Questões:
1) Quais fatores culturais e sociais poderiam influenciar na decisão de compra de um
Aibo ou um Wee Bot?
3) Quais necessidades um indivíduo que compra um robô de estimação
provavelmente está satisfazendo?
4) Na sua opinião, por que a Sony decidiu vender o Aibo apenas pela Internet? Para
você, essa decisão foi inteligente?
5) Você acredita que o Brasil representa um mercado potencial para o Aibo? E Pato
Branco?
6) Você teria um Aibo ou presentearia alguém com um?
7) Você acredita, como a Sony que este mercado de robôs para divertimento vai
realmente ser ainda maior que o mercado de computadores pessoais?

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