Uveítes anteriores
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Uveítes anteriores
Diogo Araujo – Med 92 Uveítes anteriores Professora Chalita Lembrando que a úvea é o somatório de íris + corpo ciliar + coroide. As uveítes anteriores consistem na inflamação da íris (irite) e/ou corpo ciliar (iridociclite). Pode ser: aguda, subaguda, crônica ou recorrente. Do ponto de vista patológico, ela pode ser granulomatosa e não granulomatosa. Essa diferenciação pode ser feita tanto histopatologia quanto clinicamente na lâmpada de fenda. A uveíte pode ser exógena (por trauma) ou endógena (autoimunes, idiopáticas, etc.). Os sintomas são: o Dor Bulbo ocular Áreas periorbitárias e frontal o Fotofobia o Lacrimejamento o Floaters (manchas pretas no campo da visão, principalmente se houver algum compomente de acometimento intermediário ou posterior na úvea). Na conjuntiva, pode ter hiperemia e injeção ciliar (que é a turgência da região ao redor da córnea). Na córnea, ela pode estar mais espessa e edemaciada. A Descemet pode apresentar dobras (ficando com aspecto de lençol dobrado na lâmpada de fenda) além de precipitados ceráticos (que podem ser granulomatosos ou não granulomatosos). o Exemplo de uveíte anterior granulomatosa: toxoplasmose! Tem que lembrar sempre. o Exemplo de não granulomatosa: herpes. Quando o paciente tem uma reação inflamatória muito grande, o humor aquoso pode ter grande quantidade de células. Elas podem até se depositar e formar um hipópio (acúmulo de polimorfonucleares). Observação: o hifema é o acúmulo de sangue no humor aquoso. A íris pode se apresentar com alterações também: o Nódulos inflamatórios na íris Koeppe Busacca o Sinéquias (que são aderências da íris nas outras estruturas oculares; pode ser anterior ou posterior). A anterior é a aderência da íris na córnea. A posterior, no cristalino. Se aderir posteriormente ao cristalino em 360°, o humor aquoso não alcança a câmara anterior e forma um glaucoma agudo! Diogo Araujo – Med 92 O vítreo pode ser apresentar com neovasos. As principais causas de uveíte anterior são doenças sistêmicas (behçet, lués, etc). São elas: o Reumática o Desconhecida o Cristaliniana o Bacteriana o Parasitária o Viral o Traumática Reumatológicas: o Espondilite anquilosante 20 a 30% dos pacientes têm manifestações oculares. Quando o paciente está na crise de uveíte, ele é mais controlado com corticoide tópico no olho. o Síndrome de Reiter É uma artropatia inflamatória, assimétrica, mais em MMII. Está associada a uretrite/cervicite também. O mais comum é que esses pacientes tenham conjuntivite. Mas alguns podem ter iridociclite também. o Psoríase Os pacientes com artrite psoriática também têm alteração oftalmológica. o Enteropatias (Crohn, RCUI) o Artrite reumatoide juvenil Nessa doença, podemos ter as apresentações sistêmica, poliarticular ou pauciarticular. As formas sistêmica ou poliarticular raramente dão manifestação oftalmológica. Contudo, se for pauciarticular, é beeeem mais comum ter manifestação nos olhos. É mais comum no sexo feminino principalmente abaixo de 5 anos. O FAN + aumenta o risco de uveíte!!! A criança com artrite reumatoide juvenil sempre tem uma inflamação pequena dos olhos, mas que não costuma chamar a atenção dos pais. Por isso, até a criança manifestar algo mais grave, já há repercussão mais significativa. São complicações que podem acontecer: Ceratopatia em faixa: que é a deposição de cálcio na córnea. Doença do corpo ciliar, com redução da produção de humor aquoso e Phthisis bulbi (ou algo assim), que é a atrofia do globo ocular. Dentro das uveítes anteriores de causa desconhecida, a mais comum é a ciclite heterocrômica de Fuchs (CHF). Essa doença se caracteriza pela presença de uma tríase: uveíte anterior crônica, heterocromia e catarata. Esses pacientes, a cor dos olhos é Diogo Araujo – Med 92 diferente (heterocromia). Mas nem todo paciente com olhos de cor diferente tem essa doença. O curso clínico é insidioso e o prognóstico é bom. As crises glaucomatociclíticas consistem na elevação abrupta da pressão intraocular. Geralmente é unilateral e tende a se repetir no mesmo olho. Não se sabe exatamente o que causa. É provável que elas sejam causadas por proteínas do cristalino que extravasam e obstruem o trabeculado de drenagem do humor aquoso, elevando a PIO e causando glaucoma de ângulo fechado. o Fora da crise, o olho que é acometido pelas crises recorrentes têm PIO ligeiramente menor do que no olho contralateral. Existe também a síndrome de Posner-Schlossman. Nela, o paciente tem uma PIO muito elevado, mas os sintomas são mais brandos do que “deveriam”. Além disso, o glaucoma que pode se formar é de ângulo fechado. Além da PIO elevada, também há uma iridociclite com um componente inflamatório muito exuberante. É uma crise autolimitada. Na parte das infecções, temos as causas virais e bacterianas. No viral, pode ser herpes simples ou zoster. O tratamento é com antiviral, sendo dado por via oral (sistêmica) e tópica (a tópica só se tiver lesão epitelial ou úlcera dendrítica!). Na causa traumática, pode ser perfurante ou não perfurante. Diogo Araujo – Med 92
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