PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E
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PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E
Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO Este documento foi realizado no âmbito do projecto Rede PILA, realizado com o apoio financeiro do programa da Comunidade Europeia ALFA III. Esta publicação reflete apenas as opiniões dos autores, e a Comissão Europeia não pode ser responsabilizada por qualquer uso que possa ser feita das informações nela contidas. A Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO ii Este documento foi desenvolvido no início do Projeto PILA Network e editado pela Universidade Industrial de Santander – UIS, novembro de 2011. Universidad Industrial de Santander, UIS Carrera 27 Calle 9, Bucaramanga, Colombia Ph: 57 76451467 http://www.uis.edu.co/webUIS/es/index.jsp com a colaboração dos membros do consórcio do projeto PILA-Network: • Fundação Geral da Universidade de Alicante (FGUA), Espanha na coordenação geral • Universidade do Vale da Guatemala (UVG), Guatemala • Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Brasil na coordenação científica • Universidade Nacional Autônoma de Honduras (UNAH), Honduras • Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (ITESM), México • Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua, León (UNAN-León), Nicarágua Chile • Universidade Tecnológica Panamá (UTP), Panamá Havana • Universidade Nacional do Leste (UNE), Paraguai • Universidade Nacional do Litoral (UNL), Argentina • Universidade Andina Simón Bolívar (UASB), Bolívia • Universidade (UCHILE),Chile • Universidade Agrária de (UNAH), Cuba • Universidade Industrial Santander (UIS), Colômbia de • Universidade Peruana Heredia (UPCH), Peru • Instituto Tecnológico da Costa Rica (TEC), Costa Rica • Universidade Simón Bolívar (USB), Venezuela • Universidade Central do (UCE), Equador Equador • Fachhochschule Áustria • Universidade de El Salvador (UES), El Salvador • Jagiellonian University (UJ), Polônia • Stiftelsen Chalmers Industriteknik (CH), Suécia • do Universidade ORT (ORT), Uruguai do Cayetano Joanneum (FHJ), Da mesma forma, contou-se com a colaboração das seguintes entidades: o Escritório Europeu de Patentes (EPO), o Escritório Espanhol de Patentes e Marcas (OEPM), a Rede Universia e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Preparação e revisão de textos: • • • • Alexandra Mayr, Fundação Geral da Universidade de Alicante (FGUA), Espanha. Astrid Jaime, PhD. Diretora de Transferência de Conhecimento, Universidade Industrial de Santander. Diana Milena González Gélvez, Eng. Industrial, Profissional Projeto PILA Network - Universidade Industrial de Santander. Estudante de Mestrado em Engenharia Industrial, Universidade Industrial de Santander. Piedad Arenas, Eng. Industrial, Professora Associada Escola de Estudos Industriais e Empresariais, Universidade Diagramação e design de capa: Norma Beatriz García Domínguez Bucaramanga, Colombia [email protected] Tradutor EASYST www.easyts.com [email protected] Av. Paulista 1159 Cj. 402 – Jardins – São Paulo Tel.: +55 11 3266 2254 PILA-Network é um projeto co-financiado pela União Europeia para efeito do programa ALFA III. ALFA é um Programa de Cooperação entre a União Europeia e a América Latina no âmbito do Ensino Superior e da Formação. As atividades são executadas por redes de instituições das duas regiões. Este documento foi realizado com a ajuda financeira da Comunidade Europeia. Seu conteúdo é de responsabilidade exclusiva do consórcio do Projeto PILA e, em nenhum caso, deve ser considerado que reflete a opinião oficial da União Europeia. iii AGRADECIMENTOS O consórcio PILA Network agradece o apoio recebido do programa ALFA III da União Europeia através do financiamento do projeto PILA Network “Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina”, bem como à Fundação Geral da Universidade de Alicante (FGUA), coordenadora geral do projeto. Da mesma forma, é realçado o compromisso dos membros do consórcio e a participação das múltiplas entidades que apoiaram esta iniciativa, em especial o Escritório Europeu de Patentes (EPO), o Escritório Espanhol de Patentes e Marcas (OEPM), a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e os organismos nacionais encarregados da PI que se vincularam ativamente a este projeto e contribuíram para sua bem sucedida culminação. v CONTEÚDO Pág. PRÓLOGO ........................................................................................................... IX INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1 1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO PILA .............................................................. 5 2. ANÁLISE DO CONHECIMENTO E USO DE FERRAMENTAS DE PI NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NA AMÉRICA LATINA ........................ 17 3. RESULTADOS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA ATIVIDADE MESAS REDONDAS .................................................................................................. 29 4. CONFERÊNCIA INTERNACIONAL “PROPRIEDADE INTELECTUAL COMO FERRAMENTA PARA PROMOVER A INOVAÇÃO DESDE A UNIVERSIDADE: DA TEORÍA À PRÁTICA” ..................................................... 41 5. CONCLUSÕES .............................................................................................. 55 vi LISTA DE FIGURAS Pág. Figura 1. Atividades desenvolvidas no âmbito do projeto PILA Network ......... 8 Figura 2. Estrutura básica da Rede PILA ........................................................... 14 Figura 3. Representação gráfica da escala AIDA ............................................... 20 Figura 4. Resumo das principais características da escala AIDA ....................... 20 Figura 5. Valores gerais da análise AIDA nas IES latino-americanas ................. 25 Figura 6. Quantidade de participantes nas mesas redondas ........................... 32 Figura 7. Quantidade de participantes nas mesas redondas organizadas em cada país ..................................................................................... 32 Figura 8. Escala de níveis AIDA ........................................................................ 33 Figura 9. Resumo das problemáticas identificadas ......................................... 34 Figura 10. Conhecimento da PI ....................................................................... 35 Figura 11. Proteção da PI ................................................................................ 36 Figura 12. Gestão da PI ................................................................................... 37 Figura 13. Exploração da PI ............................................................................. 38 vii ABREVIATURAS DPI - Direitos de Propriedade Intelectual EPO - European Patent Office (Escritório Europeu de Patentes) AL - América Latina P&D - Pesquisa e Desenvolvimento PD&I - Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação IES - Instituições de Ensino Superior OEPM - Escritório Espanhol de Patentes e Marcas OMPI - Organização Mundial da Propriedade Intelectual ETT - Escritório de Transferência de Tecnología ou Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), sendo esta última a terminologia mais comum, cunhada pela Lei de Inovação para as estruturas responsáveis pela gestão da PI nas universidades públicas. PI - Propriedade Intelectual e Industrial PILA - Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina TIC - Tecnologia de Informação e Comunicação TT - Transferência de Tecnologia PRÓLOGO xi “PILA Network: a Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina – 3 anos de colaboração” é a publicação final do projeto PILA-Network: Rede de Propriedade Intelectual na América Latina (ALFA III DCI-ALA/08/19189/169-376/ ALFA III-59), co-financiado pela Comissão Europeia para efeito do programa ALFA III. O documento apresenta os principais resultados de PILA-Network, um projeto que conseguiu marcar um antes e um depois com relação à sensibilização e uso das ferramentas do sistema de Propriedade Intelectual para as Instituições de Ensino Superior (IES) da América Latina. Em geral, a PI era um tema pouco conhecido e menos ainda discutido nas IES de AL. Contudo, o projeto conseguiu que as IES enfrentassem essa situação e fosse criada uma base de conhecimentos e know-how que vai continuar sendo incrementada e que beneficiará a mais IES da região. Ao longo de três anos de trabalho intenso, o projeto conseguiu uma grande quantidade de resultados tangíveis e intangíveis, entre os quais se destacam: o volume de universidades do continente americano envolvidas, a participação de mais de três mil pessoas nas ações de formação, a fortalecida cooperação entre as universidades e outros atores dos sistemas de inovação nacionais, bem como a própria criação formal da Rede PILA. O impacto do projeto Através dos resultados obtidos pode ser observado o impacto do projeto. Dentro destes se destacam: • Foi incrementado o grau de conscientização acerca das oportunidades que apresenta o sistema de PI na América Latina com as seguintes atividades: benchmarking sobre boas práticas de gestão nas universidades sócias do projeto e o estudo AIDA aplicado a 183 universidades. • Fortalecimento das capacidades em gestão e exploração de PI. Este resultado foi obtido graças a seis oficinas intensivas de formação para formadores, reaplicação destes cursos em 18 países da América Latina através de 36 oficinas que capacitaram mais de 1000 pessoas e cursos on-line com a participação de mais de 1400 pessoas. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO xii • Criação formal, por meio de um convênio de cooperação, da Rede PILA, como plataforma para a interação entre gestores de PI nas universidades. A rede dispõe de ferramentas interativas para o intercâmbio de conhecimento (e-learning, rede de especialistas e foro de intercâmbio). • Promoção da vinculação dos atores dos sistemas nacionais de inovação (organização de 36 mesas redondas organizadas em 18 países com mais de 700 participantes de universidades, organismos governamentais e empresas) e a cooperação regional (organização de uma conferência internacional; publicação sobre estratégias de PI e inovação para América Latina). Os sócios de PILA-Network desejam estender seus mais sinceros agradecimentos à Comissão Europeia por seu importante apoio financeiro sem o qual teria sido impossível este projeto, bem como à equipe gestora do programa ALFA III por facilitar sua implementação em todo momento. Parabenizamos às 22 IES que formaram o consórcio PILA-Network pelo grande esforço realizado para conseguir os objetivos previstos, e especialmente às pessoas envolvidas na gestão do projeto por seu extraordinário entusiasmo, dedicação e vocação para criar vínculos sustentáveis entre as instituições, os países e entre as regiões da América Latina e Europa. Agradecemos também às entidades colaboradoras do projeto por seu contínuo apoio e ativa colaboração. Entre estes se destacam o Escritório Europeu de Patentes – EPO (por sua siglas em inglês), o Escritório Espanhol de Patentes e Marcas (OEPM), a Organização Mundial da PI (OMPI), Universia SL, e os Institutos Nacionais de Propriedade Intelectual dos países participantes. Animamos a todas as IES da América Latina a continuar trabalhando ativamente no tema, seja através da participação na Rede PILA, vinculando-se como sócios da Rede PILA (www.pila-network.org), ou em outras iniciativas que promovam a Pesquisa e Desenvolvimento colaborativo. Alexandra Mayr Roberto Escarré Coordenadores Gerais do Projeto PILA PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO INTRODUÇÃO 3 Tradicionalmente, as universidades foram vistas como lugares onde se desenvolve a educação superior e a pesquisa básica. Contudo, nas últimas décadas foi reconhecido que as universidades se constituem em um fator chave para o desenvolvimento da economia baseada no conhecimento que lhes foi pedido para assumir este papel mediante a participação em atividades de cooperação em pesquisa1. No caso da América Latina, as Instituições de Ensino Superior – IES – são provavelmente as fontes de inovação e desenvolvimento econômico mais promissores. Mas este potencial só beneficiará à região se as universidades cooperarem com o setor produtivo e os resultados de pesquisa forem gerenciados de forma tal, que possam ser levados ao mercado. É por isso, que resulta fundamental que as universidades compreendam e gerenciem os ativos baseados no conhecimento tais como: as inovações, o know-how e para tanto, os direitos de Propriedade Intelectual2. Nos últimos anos, os governos promoveram a inovação e o uso do sistema de Propriedade Intelectual, em particular nas universidades; contudo, as ações de política carecem de incentivos específicos ou soluções práticas sobre como as universidades podem participar nestes assuntos3. Da mesma forma, observa-se que o número de solicitações e concessões de patentes na América Latina é bastante baixo, considerando o tamanho e potencial do mercado. Do mesmo modo, estima-se que por não usar ou por desconhecer como utilizar o sistema de PI, as IES podem perder importantes invenções e deixar de explorar o potencial de regalias que estas poderiam gerar4. Neste contexto, surge o Projeto PILA Network, Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina, que busca promover a modernização das práticas de gestão da propriedade intelectual em Instituições de Ensino Superior regionais, a fim de potencializar a colaboração entre a universidade e a indústria; e contribuir assim com o desenvolvimento econômico e social. Para efeito do Projeto PILA Network se apresenta este documento, que inclui os 1 Contrato do Projeto PILA Network. ALFA III DCI-ALA/08/19189/169-376/ALFA III-59. Anexo I, Pág. 8. 2 Ibid 3 Ibid 4 Ibid PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 4 resultados e principais conclusões do desenvolvimento do projeto desde começos de novembro do ano 2008. O documento se encontra organizado da seguinte maneira: No primeiro capítulo se oferece uma descrição geral do projeto e das atividades realizadas durante 3 anos. O segundo capítulo apresenta uma análise do nível de conhecimento e uso das ferramentas de PI nas Instituições de Ensino Superior na América Latina, realizado na fase inicial do projeto. Esta atividade permitiu identificar os principais desafios que enfrentam as IES latino-americanas com relação à Propriedade Intelectual. Os capítulos posteriores focalizam as atividades ligadas à reflexão e à proposta de alternativas para fortalecer a gestão da PI na região. Por isto, o terceiro capítulo compila o resultado geral das Mesas Redondas, desenvolvidas em cada um dos 18 países latino-americanos membros do projeto com o objetivo de discutir com os diferentes atores dos Sistemas Nacionais de Inovação sobre a Gestão da PI Universitária. Um relatório das mesas redondas realizadas em cada país é apresentado dentro dos anexos, de tal forma que cada país possa consultar o discutido em seu território. Por sua vez, o quarto capítulo apresenta as principais conclusões da conferência internacional “Propriedade Intelectual como ferramenta para promover a inovação desde a universidade: da teoria à prática” realizada no Panamá em julho de 2011, que cumpriu de forma bem sucedida com seu objetivo de reunir especialistas e interessados na temática – tanto do setor acadêmico e científico - tecnológico, como dos setores governamental e empresarial – para a discussão dos principais desafios políticos e de gestão e compartilhar assim experiências que ampliem e difundam conhecimento sobre o aproveitamento da propriedade intelectual como ferramenta para apoiar a inovação e a competitividade desde as IES da América Latina. Finalmente, se apresentam as principais conclusões do desenvolvimento das atividades do projeto e algumas perspectivas e desafios para o futuro. Convidamos aos que tenham interesse na gestão da propriedade intelectual nas universidades e centros de pesquisa para consultar esta experiência. Esperamos que o consignado aqui sirva de contribuição para que entre todos se consiga um melhor futuro para a região latino-americana. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO CAPÍTULO 1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO PILA 7 1. APRESENTAÇÃO DO PROJETO PILA O Projeto “PILA Network” Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina, é um projeto co-financiado pelo programa ALFA III (Programa de cooperação entre Instituições de Ensino Superior (IES) da União Europeia e América Latina) no qual participam 22 universidades, 18 dos diferentes países da América Latina e 4 universidades da União Europeia. Da mesma forma, conta com a colaboração de entidades como: a Organização Mundial da Propriedade Intelectual - OMPI, o Escritório Europeu de Patentes - EPO (por sua siglas em inglês), o Escritório Espanhol de Patentes e Marcas – OEPM e a Rede Universia. O projeto começou em novembro de 2008 com a coordenação geral da Fundação Geral da Universidade de Alicante (Espanha) e a Coordenação Científica da Universidade Estadual de Campinas (Brasil) e está previsto seu término para o mês de novembro de 2011. A ideia do projeto PILA Network surgiu das diversas atividades que se estavam coordenando desde a Fundação Geral da Universidade de Alicante (FGUA) em temas relacionados à propriedade intelectual, bem como de seus amplos projetos de cooperação com a América Latina. Por medio destas, se percebeu a necessidade de aumentar a conscientização e o conhecimento sobre a PI nas Instituições de Ensino Superior desta região, percepção que não surpreende no contexto da economia baseada no conhecimento, onde a pesquisa e a inovação são cada vez mais importantes para o crescimento econômico dos países; e a propriedade intelectual se converte em uma ferramenta chave. É, portanto, essencial que os atores do sistema de inovação aprendam como usar esta ferramenta para o maior benefício da sociedade. O principal objetivo do projeto é promover a modernização das práticas de gestão da propriedade intelectual em Instituições de Ensino Superior regionais da América Latina, a fim de potencializar a colaboração entre a universidade e a indústria e contribuir para o desenvolvimento econômico e social. Para isso, esta rede de Instituições de Ensino Superior (IES) no campo da Propriedade Intelectual, pretende ser uma plataforma de aprendizagem que permita trocar práticas de gestão de Propriedade Intelectual nas IES da América Latina. Da mesma forma, o projeto busca alcançar os seguintes objetivos específicos: • Incrementar o grau de conscientização acerca das oportunidades que apresenta o sistema de PI na América Latina (estudos e análise) • Fortalecer as capacidades em gestão e exploração de PI (ações de formação) • Criar uma Rede PILA e equipá-la com ferramentas interativas para o intercâmbio de conhecimento (formação on-line, foro, bases de dados) PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 8 • Promover a vinculação entre os atores dos sistemas nacionais de inovação e a cooperação regional (mesas redondas, conferências) Para alcançar estes objetivos, o projeto PILA Network inclui a realização das seguintes atividades: Benchmarking (instituições sócias) Estudos e análises Questionário AIDA (Universidades de cada país) Formação de formadores (Universidades sócias) Oficinas de formação PI (Universidades de cada país) Acções de Formação Helpline em PI Curso Virtual de PI Identificação de Expertos Mesas Redondas (Universidades-GovernoIndústria em cada país) Promoção da Cooperação Regional Conferência Internacional Blueprint - Documento Final Ações para a Sustentabilidade Estabelecimento da Rede PILA Figura 1. Atividades desenvolvidas para efeito do projeto PILA Network. A seguir se apresenta uma breve descrição de cada uma das atividades realizadas. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 9 1.1. ATIVIDADES REALIZADAS 1.1.1 Estudos e Análise Benchmarking. A atividade teve como propósito, mediante a aplicação de uma análise de benchmarking, conhecer a situação das IES participantes no início do Projeto PILA Network, com relação a suas práticas mais frequentes e modelos de gestão aplicados com a PI. Da mesma forma, criou um espaço que favoreceu o intercâmbio de conhecimentos e ofereceu insumos para contribuir com a melhora da eficiência da gestão da PI nas IES. Nesta atividade foram analisados seis grandes temas: • Informação Instituição geral da • Marco regulatório institucional (vinculado a PI) • Informação sobre o Escritório de PI ou de TT (escala, recursos, atividades, incentivos) • Propriedade Intelectual (titularidade, contratos /PI) • Comercialização da PI (TT, licenciamento) • Indicadores (patentes, licenças e empresas criadas) Como resultado desta atividade foi publicado o documento Benchmarking: “Gestão da Propriedade Intelectual e Industrial em Instituições de Educação Superior - Boas Práticas em Universidades da América Latina e Europa”, que se encontra disponível no site do Projeto, no menu publicações. Questionário AIDA. Com o desenvolvimento desta atividade foi realizada uma análise do conhecimento e uso das ferramentas de PI nas Instituições de Educação Superior dos 18 países da América Latina participantes do Projeto PILA Network. Para isso, foram realizadas entrevistas com gestores e diretores de 183 IES mediante a aplicação da Metodologia AIDA (a metodologia AIDA foi desenvolvida pelo ‘Centre de Recherche Públic Henri Tudor’ de Luxemburgo, para a análise do nível de conscientização da PI em PYMES para efeito do projeto PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 10 IPeuropAware <Nr. SI2.479203>, financiado pelo programa ‘CIP – Competitiveness and Innovation Framework Programme’ da União Europeia. A Fundação Geral da Universidade de Alicante adaptou o procedimento aos objetivos do projeto), que permite quantificar o nível de maturidade de uma entidade com relação a seus conhecimentos e práticas da PI. Como resultado da atividade foram publicados relatórios nacionais intitulados: “Relatório sobre sensibilização e uso da Propriedade Intelectual (PI) em Instituições de Educação Superior; necessidades normativas”, onde foram apresentados indicadores do conjunto das Universidades entrevistadas, a análise AIDA e são descritos os principais fatores condicionantes com relação à PI. Estes relatórios se encontram disponíveis no site do Projeto PILA Network, no menu publicações (http://www. pila-network.org/publicaciones. html). 1.2. AÇÕES DE FORMAÇÃO 1.2.1 Formação de Formadores. Esta atividade consistiu no desenvolvimento de seis oficinas de formação para formadores, com o propósito de treinar, em temáticas da gestão da PI universitária, às pessoas que trabalham nos escritórios de Transferência de Tecnologia das universidades sócias do projeto; além de fornecer ferramentas que permitiram reaplicar o treinamento em cada um dos países. Os seminários foram realizados desde outubro de 2009 até maio de 2010 e abordaram as seguintes temáticas: • Módulo 1: Sistemas de Inovação e o papel das Universidades • Módulo 2: Noções Básicas de PI PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 11 • Módulo 3: Gestão de Ativos Intangíveis • Módulo 4: PI em Cooperação Científica e Projetos de I+D • Módulo 5: Transferência de Tecnologia • Módulo 6: Usos de bases de dados de patentes, solicitação de patentes na Europa, organizado pela Academia do Escritório Europeu de Patentes como cortesia para o projeto PILA 1.2.2 Oficinas de formação de PI. A partir das oficinas de formação, cada universidade sócia organizou duas oficinas para as universidades de seu país e convidou o pessoal que trabalha na Gestão de Transferência de Tecnologia e PI. Como resultado desta atividade, implementada no segundo semestre de 2010, foram realizadas 46 oficinas nos 18 países latinoamericanos e se contou com a participação de 1654 pessoas. 1.2.3 Helpline em PI – Foro de Assistência. O foro de assistência em PI é uma ferramenta disposta no site do projeto, que permite o registro de interrogantes, respostas a perguntas frequentes, recopiladas por expertos de mais de 25 países, assistência e informação em geral sobre PI. Este foro oferece assistência personalizada e informação nos diferentes tópicos relacionados com a Propriedade Intelectual, a Inovação e a Transferência de Tecnologia. Ao ingressar em cada um dos temas e subtemas é possível consultar a base de perguntas, apresentar comentários, fazer novas perguntas e compartilhar experiências. O foro de assistência ou Helpline em PI se encontra disponível para registro e consulta no site do projeto. 1.2.4 Curso virtual de PI – Formação Online. O curso virtual sobre PI é uma iniciativa que busca organizar uma plataforma de formação em linha em PI, dirigida às IES da América Latina. A primeira edição de cursos começou em junho 2011, em cada universidade sócia, na modalidade virtual. O módulo de formação Online está estruturado nos mesmos seis módulos das oficinas de formação para formadores e se encontra disponível no site do projeto. 1.2.5 Identificação de Especialistas – Rede de Profissionais. O propósito desta atividade é conformar uma base de dados dinâmica e interativa de expertos em PI. Assim se dispôs uma plataforma de registro dos curriculum PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 12 dos expertos e um motor de busca a fim de identificar possíveis consultores, formadores ou conferencistas na temática. Esta plataforma está aberta ao público no site do projeto,por meio dela as pessoas interessadas e quem possuírem experiência e formação em alguma temática da PI, podem registrar seus currículos e suas disponibilidades para atuarem como consultores, formadores ou conferencistas. 1.3. PROMOÇÃO DA COOPERAÇÃO REGIONAL 1.3.1 Mesas Redondas. O objetivo das mesas redondas era o de refletir sobre a Gestão da PI Universitária, com os diferentes atores dos Sistemas Nacionais de Inovação, as diretrizes nacionais a respeito e o desenvolvimento ou melhoria de uma política específica de PI para as Instituições de Ensino Superior nos países latino-americanos. Foram organizadas duas mesas redondas em cada um dos 18 países latinoamericanos sócios do projeto PILA Network que envolveram a participação de representantes de organizações relacionadas com a PI, a ciência, a tecnologia e inovação, a educação superior e o setor produtivo, tais como: universidades, escritórios nacionais competentes em matéria de PI, Ministério da Educação, assembleia nacional de reitores, empresas inovadoras, dentre outros. Os resultados da atividade são apresentados no terceiro capítulo deste documento. 1.3.2 Conferência Internacional. A Conferência Internacional “Propriedade Intelectual como ferramenta para promover a inovação desde a universidade: da teoria à prática” foi realizada nos dias 7 e 8 de julho de 2011 na cidade do Panamá e teve como objetivo reunir especialistas e interessados no tema de inovação nas universidades nas áreas acadêmica, científica, tecnológica e de inovação; bem como da área governamental e empresarial, para discutir os principais desafios políticos e de gestão e compartilhar experiências recentes, que ampliem e difundam conhecimento sobre a implementação da propriedade intelectual como ferramenta de inovação e competitividade nas IES da América Latina. A Conferência esteve organizada nos seguintes eixos temáticos: • As tendências e oportunidades da competitividade e inovação no desenvolvimento dos países latino-americanos • O atual papel das universidades nos sistemas nacionais de inovação e a promoção do empreendedorismo universitário PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 13 • O impacto das políticas institucionais na vinculação com o setor governamental e empresarial • A necessidade de fortalecer redes de conhecimento e ampliar as articulações regionais • Os desafios e limitações para uma efetiva gestão da PI e a TT nas universidades e o impacto dos avanços tecnológicos recentes Os resultados da Conferência são apresentados no quarto capítulo deste documento. 1.3.3 “PILA Network: a Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina – Recontagem de 3 anos de colaboração” – Documento Final. O documento final do projeto busca articular a visão, metas e estratégias para facilitar o desenvolvimento de políticas e boas práticas de gestão da PI na região que favoreçam a cooperação entre os atores. Este documento está baseado nos resultados da atividade de mesas redondas nacionais e nas conclusões da conferência internacional. 1.4. AÇÕES PARA A SUSTENTABILIDADE 1.4.1 Estabelecimento da rede. Um dos objetivos específicos do Projeto PILA Network era a criação de uma Rede que desse continuidade às ações e articulações iniciadas no âmbito do Projeto. Neste sentido, em novembro de 2010, foi estabelecido o Convênio de Constituição e Funcionamento da “Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina – REDE PILA”. A Rede PILA tem como missão fortalecer a cooperação entre as IES da América Latina em todos os aspectos relacionados com PI e inovação, promovendo a assistência mútua para a consolidação de ações de gestão. A Rede conta com uma Comissão Executiva, integrada por cinco IES sócias. Em 2011, a Rede PILA conta com as IES do projeto e está aberta a novos sócios interessados em compartilhar seus objetivos e estratégias. O Acordo de Constituição e Funcionamento da Rede PILA bem como os mecanismos para solicitar a adesão estão disponíveis no site do Projeto. A Figura 2 mostra a estrutura básica da Rede PILA. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 14 Assembleia Geral Comissão Executiva Secretaria permanente Figura 2. A estrutura básica da Rede PILA 1.4.2 PILA em cifras. Finalmente, é importante destacar que o projeto conseguiu superar a maioria das metas propostas em cada uma das atividades realizadas, o que é mostrado na seguinte tabela. Tabela 1. Descrição das metas e resultados do Projeto PILA Network Descrição Países membros: Oficinas de formação de formadores: Meta 18 LA e 4 EU Resultado 18 LA e 4 EU 6 6 Formação de formadores: 44 pessoas 200 pessoas (aprox.) Oficinas de formação por país: 36 46 900 pessoas 1654 pessoas 1000 > 1500 36 35 720 participantes (aprox.) 1198 180 183 10.000 - Pessoas capacitadas pelos formadores: Pessoas capacitadas através dos cursos on-line desenvolvidos no âmbito do projeto: Mesas redondas: Participantes nas mesas: IES analisadas metodologia AIDA Documento Blueprint : Fonte: Projeto PILA Network PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 15 Com se observa na tabela 1, o Projeto PILA Network foi altamente satisfatório e superou as metas inicialmente planejadas. Assim se consolida como o elemento vinculante das universidades da região, que permite o estabelecimento de uma Rede de colaboração entre seus membros e favorece a um grande número de IES da região. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO CAPÍTULO 2 ANÁLISE DO CONHECIMENTO E USO DE FERRAMENTAS DE PI NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NA AMÉRICA LATINA 19 2. ANÁLISE DO CONHECIMENTO E USO DE FERRAMENTAS DE PI NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NA AMÉRICA LATINA1 2.1 METODOLOGIA Este capítulo apresenta as conclusões da análise do grau de conscientização e uso dos instrumentos de PI pelas Instituições de Ensino Superior e Pesquisa na América Latina. Esta análise foi realizada na fase inicial do projeto (primeiro semestre do ano 2009) para obter informação e dados fundamentais da situação inicial com relação à PI nas IES. Além disso, a análise pretendia conscientizar à população objetivo em temas relacionados com a PI, estabelecer contatos e adaptar a rede às necessidades das IES regionais. A metodologia que sustenta a análise AIDA se baseou em uma adaptação especial do método AIDA de medição de conscientização da PI, que quantifica o grau de maturidade das IES, enquanto às práticas relacionadas com a PI, e seus conhecimentos sobre este tema. A metodologia foi elaborada por “Le Centre du Recherche Publique Henri Tudor” (Centro de Pesquisa Pública Henri Tudor, Luxemburgo) para efeito do projeto IPeuropAware (www.ipeuropaware.eu), a fim de medir a sensibilização da PI entre as pequenas e médias empresas (PYMES) europeias; e prévio consentimento do CRP Henri Tudor, a Fundação Geral da Universidade de Alicante adaptou o método AIDA ao projeto PILA para determinar o grau de informação sobre a PI nas IES latino-americanas. O método AIDA se baseia no pressuposto segundo o qual, basicamente, uma organização tenta chegar a uma integração ótima da PI sucessivamente, seguindo um processo linear que se inicia por (1) a sensibilização e os conhecimentos sobre questões de PI, o qual leva ao (2) uso do sistema e das ferramentas de PI (incluídos o registro formal e a proteção dos resultados conforme o caso), o que depois de seu desenvolvimento, conduzirá a (3) a gestão ativa dos resultados de pesquisa e da PI de uma organização, e por último, (4) uma melhor exploração dos resultados por meio de diferentes canais de transferência de tecnologia e da comercialização. (Ver Figura 3. Escala AIDA). 1 Este capítulo se baseia no documento de Mayr, A., Intellectual Property Rights in Latin American Higher Education Institutions, In: Innovation support in Latin America and Europe: theory, practice and policy in: Innovation and innovation systems. (2010) PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 20 Sensibilização Proteção Gestão Exploração Figura 3. Representação gráfica da escala AIDA A escala AIDA está divida por categorias segundo o incremento de integração da PI na estrutura universitária, como se descreve na seguinte figura. A A A (Atenção): a IES é consciente da PI. Conhecimentos: o primeiro nível trata do conhecimento geral e o grau de consciência da PI da IES (conhecimento geral dos bens intangíveis, os diferentes títulos de PI, segredos comerciais...), acordos de confidencialidade. I (Interesse): a IES está protegendo seu PI de uma forma mais ou menos regular e sistemática. I I D D Proteção: o segundo nível trata dos meios de proteção que usam as IES para valorar suas pesquisas, aplicar internamente seus resultados, avaliar e difundi-los (por exemplo, consciência e proteção da PI registrada e não registrada, confidencialidade, riscos de divulgação de informação). D (Desejo): a IES tem uma carteira de PI e está gerenciando seus direitos. Gestão: o terceiro nível trata da gestão administrativa e operacional da PI nas IES (medidas tomadas para mobilizar DPI, protegidos ou não) e o respeito aos direitos de PI de terceiras partes. A A (Ação): a IES está explorando seus direitos de PI. A Exploração: este último nível representa as práticas mais avançadas da PI que podem existir na IES. Está relacionado com a estratégia e política de PI desenvolvida pela universidade para transferir e/ou comercializar seus resultados de pesquisa, a aplicação dos direitos de PI (com relação a terceiras partes), bem como a exploração da informação da PI. Figura 4. Resumo das principais características da escala AIDA. Elaboração própria. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 21 A obtenção de dados foi realizada por meio de entrevistas pessoais e telefônicas entre fevereiro e julho de 2009. Os sócios do projeto PILA-Network contataram um total de 260 IES em 18 países da América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala2, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. O número de IES entrevistadas por país foi fixado com relação ao tamanho da população, desde 4 no Uruguai até 18 no México e Brasil. Baseadas no interesse sobre o tema e na disponibilidade dos membros do pessoal para responder ao questionário, foram realizadas entrevistas exaustivas em 147 das 260 organizações. Tentou-se contatar principalmente o pessoal de direção dos escritórios de transferência de tecnologia, departamentos de gestão da PI e vice-presidentes de pesquisa ou de coordenação científica, dependendo da estrutura organizacional em cada IES. Os dados coletados das 148 IES foram analisados por país e foram publicados relatórios detalhados no site da projeto PILA-Network(www.pila-network.org). No presente capítulo foram selecionados, analisados e interpretados diferentes dados a fim de realizar comparações regionais. Não são apresentados os resultados detalhados de cada nível AIDA, uma vez que os dados perderiam validade ao analisá-los e interpretá-los como médias regionais. Para obter informação detalhada, recomenda-se consultar os relatórios por país. 2.2. RESULTADOS Esta parte trata dos dados e resultados obtidos do estudo sobre a conscientização da PI e seu uso nas instituições de ensino superior latino-americanas. Em primeiro lugar, serão apresentados alguns indicadores selecionados das atividades de pesquisa das IES latino-americanas entrevistadas, o que permitirá identificar disparidades entre os países que participaram da questionário. A seguir, será exposta uma análise global do nível AIDA por país e do conjunto da região. Foram selecionados alguns indicadores a fim de cruzar dados e interpretar as diferenças regionais. Por último, serão apresentados os principais obstáculos e desafios percebidos pelas IES nos âmbitos nacional, institucional, cultural, estratégico, operacional, financeiro e humano. As comparações e interpretações dos dados se baseiam em médias globais nacionais; por conseguinte, não são levadas em conta diferenças entre as universidades de um país, as quais podem chegar a ser significativas. 2.2.1. Indicadores sobre a atividade pesquisadora. O quadro 1 apresenta uma seleção de indicadores básicos, que descrevem a mostra de IES que participaram no estudo, bem como indicadores sobre a atividade pesquisadora e a propriedade intelectual. Centra-se no número de pesquisadores, de projetos com empresas e de patentes registradas, enquanto a análise original e 2 Os dados da Guatemala não estão disponíveis. Foi realizada somente una entrevista, portanto este dado não é representativo e foi excluído da análise. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 22 os relatórios por país contêm mais dados, tais como os diferentes títulos de PI, o país de registro dominante, os orçamentos dedicados à pesquisa, etc. Países IES entrevistadas Nº total de pesquisadores Nº total de projetos de pesquisa com empresas Nº total de patentes (1) Nº médio de projetos com empresas por IES Nº médio de patentes por IES Média ponderada de projetos com empresas por IES (2) Média ponderada do número de patentes por IES (2) Quadro 1. Dados básicos e indicadores de pesquisa e PI das IES incluídas na seleção Argentina 10 13281 11148 85 1115 9 1774 12 Bolívia 8 427 51 NA 6 NA 15 NA Brasil 10 15620 1470 1324 147 132 101 208 Chile 11 1797 771 81 70 7 211 14 1 Colômbia 11 2145 286 11 26 1 25 Costa Rica 4 1815 119 5 30 1 55 2 Cuba 8 1049 73 85 9 11 13 15 Equador 10 902 43 2 4 0.2 4 0.56 El Salvador 8 362 12 2 1.5 0.25 5.26 5.78 Guatemala (3) 1 7 NA NA NA NA NA NA Honduras 7 135 33 2 5 0.3 9 1.35 México 15 2378 387 153 26 10 78 35 Nicarágua 5 449 8 NA 1.6 NA 1.23 NA Panamá 10 442 29 2 3 0.2 9 0.8 Paraguai 8 564 23 3 3 0.38 17 2.66 Peru 10 4133 31 15 3 1.5 3 1.6 Uruguai 4 672 30 45 8 11 14 29.3 Venezuela 7 3320 86 21 12 3 5.3 2.4 TOTAL 147 49498 14600 1836 (1) Inclui patentes registradas a nível nacional, na Europa e nos Estados Unidos. (2) As ponderações são calculadas sobre a base do número total de pesquisadores de um país em concreto (3) Foi realizada somente uma entrevista na Guatemala, portanto este dado não é representativo e não foi incluído na análise. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 23 2.2.2. Apresentação geral dos resultados do questionário AIDA. Os resultados apresentados aqui se baseiam no questionário AIDA que contém uma série de perguntas relativas ao conhecimento dos DPI, ao grau de proteção, à gestão e à exploração. Cada nível AIDA está dividido em quatro subníveis. O questionário contém umas 20 perguntas para cada nível AIDA, e se atribui um valor entre 0 (muito baixo) e 10 (muito alto) às respostas. • Análise global da conscientização da PI e seu uso nas IES latino-americanas Com a média das respostas das IES entrevistadas em cada país, foi calculado o nível AIDA nacional, tal como pode ser observado no quadro 2. Quadro 2. Valores AIDA por nível de análise e por país Países • NÍVEL AIDA Conhecimento Proteção Gestão Exploração Média Argentina 8,33 4,19 5,15 3,54 5,3 Bolívia 2,44 0,96 1,26 1,15 1,45 Brasil 8,81 6,19 6,58 4,45 6,51 Chile 6,06 4,45 4,31 3,47 4,57 Colômbia 8,06 3,89 3,68 2,91 4,63 Costa Rica 7,71 4,59 4,34 3,65 5,08 Cuba 7,01 4,48 3,56 2,99 4,51 Equador 7 4,43 4,52 3,26 4,8 El Salvador 5,08 1,62 1,4 1,58 2,42 Honduras 5,02 1,54 0,77 1,14 2,12 México 6,18 4,84 4,94 3,9 4,96 Nicarágua 5,5 3,01 3,15 2,53 3,55 Panamá 7,68 4,05 3,98 3,96 4,91 Paraguai 1,87 0,45 0,46 0,33 0,78 Peru 6,58 4,16 3,05 2,94 4,18 Uruguai 7,18 3,6 2,78 1,88 3,86 Venezuela 6,79 3,01 2,82 2,22 3,71 Média 6,31 3,5 3,34 2,76 3,96 Os dados do quadro podem ser interpretados do seguinte modo: Nível 1: o ‘conhecimento’ compreende quatro subníveis: (a) conhecimento geral da PI, (b) confiança na PI, (c) busca de informação e melhoria de conhecimentos PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 24 de PI (incluídos os conhecimentos referentes às vantagens do uso das bases de dados como fonte de informação), (d) conscientização sobre as medidas de confidencialidade e as ferramentas de proteção da PI. Em geral, os dados indicam que Argentina, Brasil e Colômbia mostram o maior nível médio de sensibilização sobre a PI nas universidades. Na região da América Central, Costa Rica e Panamá se situam claramente à frente. Por outro lado, Bolívia e Paraguai apresentam níveis notavelmente baixos de conhecimento e de informação sobre os elementos básicos do sistema de PI. As IES destes países demonstram uma escassa conscientização de temas relativos à PI. Nível 2: a ‘proteção’ consiste em medir o uso que fazem as IES consultadas do sistema de PI e se compõe dos subníveis seguintes: (a) uso de direitos de PI registrados (incluídas as circunstâncias de solicitação de registro e o objetivo), (b) uso de outras ferramentas de PI (por exemplo, direitos não registrados), (c) uso de outros meios de proteção da PI (por exemplo, caráter secreto de informação ou conhecimentos técnicos), e (d) procedimentos contratuais e sanções (por exemplo, contratos de pessoal e acordos de confidencialidade). Este nível examina também se a IES dispõe de uma política de PI clara e amplamente difundida. Na hora de comparar a média dos resultados de todos os países da coluna “Conhecimento”, com a coluna “Proteção”, pode ser observado que os valores AIDA diminuem consideravelmente, o que demonstra que diferente dos conhecimentos sobre temas relativos à PI entre os atores específicos dentro das instituições, as IES entrevistadas não usam regularmente o sistema de PI e suas políticas, quando existem, não são aplicadas corretamente. O Brasil constitui uma exceção, (com um nível médio de 6,19 de 10) dado que o uso da PI parece mais estendido e regular que em qualquer outro país da região. Podem ser observados níveis de uso e de proteção da PI consideravelmente baixos no México, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, Argentina, Peru, Panamá e Colômbia; e muito baixos em El Salvador, Honduras, Bolívia e Paraguai que aparecem em última posição. Nível 3: a ‘gestão’ trata dos procedimentos aplicados para administrar a PI nas universidades, como: (a) organização e manejo da PI (quem gerencia a PI e como), (b) gestão operacional da PI (meios de proteção aplicados de forma eficaz), (c) gestão do tempo (por exemplo, os aspectos da PI que são levados em conta ao princípio e ao longo de um projeto), (d) direitos de PI de terceiros (por exemplo, se é levado em conta a PI que pertence a terceiros). Os dados mostram que os valores desta coluna se aproximam muito dos valores relativos à proteção e ao uso da PI (em certos casos são um pouco mais altos, em outros mais baixos), o que sugere que em grande medida, dependendo da frequência do uso das diferentes ferramentas, uma instituição dispõe de uma estrutura adequada e procedimentos de gestão da PI. Isto confirma que um maior uso e proteção da PI implica maiores esforços de gestão da PI por parte das organizações (por exemplo, no Brasil). Nível 4: a ‘exploração’ é o último e maior nível da escala AIDA e representa a integração de PI mais avançada. Neste nível, o objetivo é avaliar os aspectos relativos à: (a) integração da PI na estratégia institucional geral, (b) comercialização e valorização da PI através de transferências (é a forma como a IES explora ou PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 25 quer explorar sua PI, por exemplo: concessão de licenças, venda de DPI ou criação de empresas spin-off), (c) a política de defesa da PI na universidade em caso de infração; e (d) a supervisão de informação relativa à PI (usar, entender e controlar). Neste aspecto, o estudo indica que a maioria das universidades, dentro da seleção, não dispõe de estratégias globais de PI em vigor; e a gestão da PI não está integrada na política geral das IES. Mesmo que exista certa sensibilização sobre os meios de exploração dos resultados de pesquisa, em grande medida as IES consideram os aspectos práticos relativos à avaliação das opções de exploração, contratos e negociação como um ponto fraco. Os dados confirmam que em geral, a exploração da PI das universidades é muito limitada na América Latina. De fato, se voltar aos dados originais, pode ser observado que as atividades relativas à comercialização da PI são inexistentes em várias IES consultadas. Ao contrastar os resultados, o Brasil parece igualmente estar à frente em termos de exploração, mesmo que seguido muito de perto pelo Panamá, México, Costa Rica, Argentina e Chile. Em geral, considerando o nível médio da integração da PI na escala AIDA por país (última coluna do quadro 2), Brasil, Argentina e Costa Rica se destacam como países latino-americanos com níveis relativamente superiores de integração da PI em suas instituições, seguidos de perto pelo México e Panamá. Equador, Colômbia, Chile, Cuba, Peru, Uruguai, Venezuela, e Nicarágua, mostram níveis baixos (entre 4,8 e 3,5) e se situam na média regional. El Salvador, Honduras, Bolívia e Paraguai apresentam os níveis mais baixos de integração da PI (entre 2,42 e 0,78). Os valores AIDA média dos 17 países são ilustrados na Figura 5. Knowledge (6,31) 10 8 6 4 2 Exploitation (2,76) 0 Protection (3,50) Management (3,34) Figura 5. Valores gerais da análise AIDA nas IES latino-americanas PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 26 • • Resumo das principais conclusões do estudo no âmbito regional: − O pessoal dos departamentos de gestão das IES entrevistadas dispõe de altos conhecimentos do sistema de PI em geral, das ferramentas de PI e dos direitos. Contudo, as fontes de informação, bases de dados e organizações que tratam com temas de PI são menos conhecidos. − Detectou-se que não se oferece nenhuma formação ou informação prática relacionada com temas de PI ao pessoal universitário / de pesquisa nem aos estudantes. Neste aspecto, a maior parte das instituições da análise indicou falta de profissionais- instrutores, de material didático, de apoio pela direção e escassos recursos financeiros como principais obstáculos para a difusão de conhecimentos sobre a PI na instituição. − Como foi demonstrado anteriormente, os níveis de proteção, de gestão e de exploração da PI nas IES latino-americanas são geralmente baixos em toda a região. O estudo confirma que apesar dos líderes das universidades parecerem ser conscientes da importância da gestão dos resultados de pesquisa da melhor maneira possível, a integração completa da PI em suas instituições não faz parte de suas prioridades. A promoção da pesquisa como tal torna se cada vez mais importante, uma vez que as entrevistas revelaram que estão sendo realizados esforços consideráveis em toda a região para incrementar a qualidade dos programas PhD. − A maioria das IES entrevistadas carece de serviços/estruturas formais de gestão da PI e de pessoal qualificado com experiência apropriada. Com frequência, quando existem medidas de proteção e comercialização da PI se terceiriza para terceiros. Nível de maturidade na escala AIDA O nível de maturidade médio na escala AIDA das 147 IES latino-americanas consultadas se encontra em 3,96 (sobre 10). Este resultado sugere que as IES se encontram institucionalmente em fases iniciais de integração da PI e que as políticas relativas à PI e os aspectos relacionados com a gestão e a exploração não foram desenvolvidos amplamente. Não obstante, é importante complementar os resultados com informação adicional recopilada a partir das entrevistas. Assim se destacam as seguintes pautas gerais: • No referente à sensibilização e ao uso da PI, existe uma heterogeneidade significativa entre os países, bem como entre as diferentes instituições de cada país, baseada em seu estatuto público ou privado, a dedicação à pesquisa, os campos de especialização e outros fatores. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 27 • As escassas iniciativas de sensibilização e formação em matéria de PI, não alcançam todos os níveis das instituições, nem sequer ao pessoal diretamente envolvido na produção e gestão científica. Os canais de comunicação e os procedimentos entre os escritórios de PI (ou o pessoal responsável pela PI) e os pesquisadores não são claros nem organizados. • A PI ainda não faz parte das estratégias institucionais das IES; por conseguinte, as políticas relativas, as práticas e as estruturas de apoio se veem limitadas e fracas. • Os programas de formação em matéria de PI são cada vez mais numerosos na América Latina, mas com frequência não favorecem o saber-fazer nem a experiência prática e se centram apenas em temas jurídicos. Ao mesmo tempo, existem elementos que evidenciam a insuficiência de especialistas com conhecimentos técnicos e práticos. • A comercialização é o campo menos desenvolvido da gestão da PI. • A maioria das instituições consultadas demonstrou um grande interesse por melhorar a integração da PI. Em geral, as IES confirmam seu desejo de participar de conferências e eventos de formação relacionados com a PI para propiciar um aprendizado com outras universidades a respeito. 2.3. CONCLUSÕES PRINCIPAIS O estudo PILA revelou os principais obstáculos e os fatores que determinam a integração das práticas e políticas de gestão da PI nas IES latino-americanas. Como conclusões principais destacaram: Fatores nacionais: Apesar de várias iniciativas nacionais relacionadas com a inovação, o desenvolvimento da PI percebe-se como incipiente. Com frequência, os entrevistados consideram que carecem de informação e de apoio por parte dos escritórios nacionais de PI. Também foi percebida falta de clareza nos requisitos para que um resultado de pesquisa adquira novidade ou para criar um invento que possa obter um DPI. Estes fatores indicam que, embora existam políticas para a inovação, a capacidade de amparar a inovação e de reforçar os vínculos será deficiente. A percepção de falta de um planejamento claro indica uma grande necessidade de profissionais formados para apoiar a aplicação de políticas nacionais relacionadas com a inovação e a PI, em particular para ajudar aos pesquisadores. Fatores institucionais: Institucionalmente, os resultados põem em evidência uma percepção da ausência de regulamentação e processos para gestão da PI. Em muitos casos, PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 28 a PI é considerada como conflitante com relação aos valores institucionais tradicionais. Onde existem, as políticas de PI são percebidas como deficientes ou insuficientemente aplicadas; e não abordam a todas as partes interessadas nem todos os aspectos implicados. Estes obstáculos identificados indicam a escassa capacidade das IES para conceituar estratégias e políticas de PI. O pessoal das IES não está informado a respeito das vantagens, dos prêmios de pesquisa, nem do papel que pode desempenhar a PI. Além disso, os conhecimentos técnicos para explorar os resultados de forma adequada nas instituições são limitados. Em síntese foi destacada a necessidade de formação prática em gestão da PI. Fatores operativos: Os resultados do estudo indicam que outra grande barreira consiste na ausência de métodos sistemáticos, de procedimentos próprios de gestão da PI, em particular no que se refere à divulgação dos resultados, à vigilância tecnológica e à pesquisa de vanguarda. Existe também uma falta de comunicação e de coordenação entre os diferentes departamentos e partes interessadas implicadas. Igualmente, os serviços de PI ou os escritórios de transferência de tecnologia necessitam recurso financeiro e pessoal qualificado com conhecimentos técnicos, particularmente com respeito à valoração e a exploração. Portanto, as atividades do projeto PILA-Network foram desenvolvidas especificamente para abordar estes obstáculos por meio de: amplas ações de sensibilização, formação, e fortalecimento da cooperação entre vários atores (incluindo universidades, empresas e governos). PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO CAPÍTULO 3 RESULTADOS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA ATIVIDADE MESAS REDONDAS 31 3. RESULTADOS E PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA ATIVIDADE MESAS REDONDAS Um dos propósitos deste documento final do projeto PILA Network é apresentar os resultados da atividade denominada “Mesas Redondas”, realizada em cada um dos 18 países latino-americanos participantes no projeto. Estas mesas visaramrefletir com os diferentes atores dos Sistemas Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação de cada país, sobre a Gestão da PI Universitária, as diretrizes nacionais para tal gestão, bem como o desenvolvimento ou melhoria de uma política específica de PI para as Instituições de Ensino Superior nos países latino-americanos. Para isso, cada um dos países latino-americanos sócios do projeto PILA Network organizou duas mesas redondas, onde participaram os representantes de organizações relacionadas com a PI, a ciência, a tecnologia, a inovação e a educação superior; como: universidades, escritórios nacionais competentes em matéria de PI, ministérios de educação, assembleias nacionais de reitores, dentre outros. Neste capítulo são apresentadas em uma primeira parte, algumas generalidades sobre o desenvolvimento das mesas; posteriormente, são relacionadas às problemáticas mais comuns identificadas nos 18 países e as soluções propostas; e em um terceiro item são proporcionadas algumas conclusões da atividade. 3.1 DESENVOLVIMENTO DAS MESAS REDONDAS Esta atividade foi coordenada desde a Colômbia, através da Universidade Industrial de Santander-UIS- instituição que facilitou uma guia e material de apoio para o desenvolvimento da atividade nos distintos países da América Latina. Nesta guia era proposta uma metodologia (ver extranet do projeto PILA Network) para as mesas redondas, a fim de facilitar a preparação e diligência de relatórios. Da mesma forma, é importante assinalar que, apesar do objetivo comum, a realidade e particularidades de cada país obrigaram a realizar adequações metodológicas em alguns países. É por esta razão, que o presente relatório possui algumas diferenças na forma e conteúdo da informação de algumas nações. Contudo, este fato não foi impedimento para encontrar pontos comuns em matéria de PI entre os países, que se refletem no seguinte numeral deste capítulo. 3.2 PARTICIPANTES DAS MESAS A atividade foi realizada no período compreendido entre fevereiro e julho de 2011. Ao todo foram realizadas 35 Mesas Redondas que contaram com a participação de 1.198 pessoas, como se observa na seguinte figura: PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 32 Mesa Redonda 1 (637 participantes) 35 Mesas Redondas (1,198 Participantes) Mesa Redonda 2 (561 participantes) Figura 6. Quantidade de participantes nas mesas redondas Da mesma forma, o seguinte mapa ilustra de forma mais detalhada a quantidade de participantes por país. México (60 part.) Cuba (80 part.) H onduras (126 part.) Guatemala (39 part.) El Salvador (53 part.) Nicaragua (35 part.) Costa Rica (153 part.) Panamá (50 part.) Venezuela (46 part.) Equador (165 part.) Colômbia (51 part.) Peru (41 part.) Brasil (52 part.) Bolívia (53 part.) Chile (28 part.) Paraguai (48 part.) Argentina (78part.) Uruguai (40 part.) Figura 7. Quantidade de participantes nas mesas redondas organizadas em cada país. Fonte: http://www.uwosh.edu/faculty_staff/cortes/classes/Falh2004/334/mapa. html. Consultado em 26 de setembro de 2011. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 33 3.3. PROBLEMÁTICAS COMUNS E SOLUÇÕES PROPOSTAS Como resultado da realização das mesas redondas, cada país preparou um relatório que apresentava dados estatísticos, a descrição das problemáticas discutidas e as soluções propostas. A partir dos relatórios dos 18 países latino-americanos foram identificadas as problemáticas e agrupadas aquelas que eram similares, depois foi utilizado o princípio de Pareto para reconhecer as mais frequentes. Desta forma, encontrouse que nove problemáticas eram responsáveis por 81,7% do total de problemáticas identificadas pelos 18 países latino-americanos. Da mesma forma, as nove problemáticas foram classificadas mediante os diferentes níveis que fazem parte da metodologia AIDA1, utilizada na atividade de análise do nível de conhecimento e uso das ferramentas de PI nas Instituições de Ensino Superior na América Latina. A figura 8 apresenta os níveis AIDA: Conhecimento Proteção Gestão Exploração Aborda o conhecimento geral e o grau de consciência da PI da universidade (conhecimento geral dos bens intangíveis, os diferentes títulos de PI, segredos comerciais, dentre outros). Aborda os meios de proteção que usam as universidades para proteger seus bens intangíveis. Aborda os procedimentos da universidade com a finalidade de gerenciar sua PI. Aborda as estratégias de PI que utiliza a universidade para comercializar os Direitos de PI. Figura 8. Escala de níveis AIDA 1 Os níveis AIDA fazem parte da metodologia AIDA, desenvolvida para efeito do projeto IPeuropAware (Nr. SI2.479203), financiado pelo programa ‘CIP – Competitiveness and Innovation Framework Programme’ da União Europeia. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 34 A figura seguinte apresenta as nove problemáticas mais importantes, classificadas nos níveis AIDA: Conhecimento • Necessidade de formação no tema da PI • Cultura de pesquisa e de transferência • Dificuldades no trâmite de proteção Proteção • Falta de incentivos para os pesquisadores • Inexistência de ETT nas universidades • Uso deficiente de ferramentas para a gestão da PI • Debilidade na identificação de criações com potencial de proteção e comercialização Gestão Exploração • Deficiência na relação Universidade - Empresa - Estado • Carência de estrategias e lineamentos para a formação de spin-offs Figura 9. Resumo das problemáticas identificadas Uma vez identificadas e classificadas as problemáticas foram compiladas as soluções propostas. Nas seguintes figuras é apresentado o consolidado das problemáticas e das soluções propostas pelos 18 países latino-americanos. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 35 CONHECIMENTO Soluções propostas: • Inclusão da formação em PI no programa de educação e formação docente e de desenvolvimento profissional. • Realização de um programa de formação para os assessores jurídicos das universidades, particularmente para que conheçam as leis que regem em cada país com relação à Ciência e Tecnologia e a PI. Problema Necessidade de formação no tema da PI • Formação de especialistas em Propriedade Intelectual dentro da universidade, para contar com gestores que acompanhem o processo de pesquisa nas unidades académicas. • Inclusão, nos programas acadêmicos de graduação e pós-graduação, de uma disciplina orientada para o estudo da Propriedade Intelectual, a transferência tecnológica, a inovação e o empreendedorismo. • Criação de um Fundo de Capacitação que financie a formação de pessoal qualificado por meio de bolsas nacionais e internacionais na gestão da PI. • Realização de cursos online – PILA, OMPI, EPO, dentre outros. Soluções propostas: • Criação de uma normativa universitária que priorize a pesquisa em estreito vínculo com a atividade docente. • Promoção de um processo de conscientização às autoridades e pessoal das universidades sobre a PI. Problema • Valorização da cultura de inovação por meio de conferências, oficinas, seminários, olimpíadas, cafés da manhã e difusão de experiências concretas. Cultura de pesquisa e de transferência • Seguimento das competências nas universidades para potencializar a divulgação da cultura inovadora. • Estímulo à proteção do conhecimento por parte do Estado. • Criação de espaços para o diálogo entre as IES e os organismos competentes no tema de PI mediante reuniões periódicas. • Criação do Centro de Apoio à Tecnologia e Inovação e à formação de empresas de base tecnológica, como estratégia importante para a formação da cultura em Propriedade Intelectual, desenvolvimento tecnológico e transferência. Figura 10. Conhecimento da PI PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 36 PROTEÇÃO Soluções propostas: Problema Dificuldades no trâmite de Proteção • Fortalecimento dos escritórios de patentes em cada país. Para isso é requerido da revisão dos tempos de trâmite, as tarifas para as IES e o aproveitamento das boas práticas em alguns países através de estágios nos órgãos nacionais competentes, presencia regional, etc. • Criação de uma unidade responsável pela gestão da PI institucional (ETT) encarregada de guiar às universidades no trâmite de proteção. • Criação de um fundo especializado que subsidie os custos de proteção no exterior ou de patentes PCT. Figura 11. Proteção da PI PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 37 GESTÃO Soluções propostas: Problema: Falta de incentivos para os pesquisadores • Estruturação de políticas nacionais e institucionais a fim de incentivar a proteção e exploração da PI. • Definição de regulamentos internos que reconheçam a atividade científica dos pesquisadores como parte da carga acadêmica (horas de trabalho). A regulamentação das ascensões na carreira acadêmica deve priorizar a produção científica. • Estabelecimento de políticas institucionais que definam a distribuição equitativa dos direitos produto da exploração das criações e sua distribuição entre os atores. • Inclusão, na autoavaliação das IES, do desempenho na gestão da PI. • Criação de incentivos para os estudantes e professores inventores, assim como para os funcionários de apoio à academia que se incorporem ao esforço criativo. Problema: Inexistência de ETT nas universidades Soluções propostas: • Criação de unidades institucionais responsáveis pela gestão da PI (OTT, OTRI), encarregadas de guiar às universidades nos processos de proteção e exploração de criações. • Criação de uma aliança de ETT entre várias universidades (públicas e privadas), com claras políticas de propriedade intelectual para compartilhar boas práticas e se beneficiar de suas capacidades. • Divulgação e promoção da transferência tecnológica. • Criação de políticas de propriedade intelectual e transferência de resultados nas universidades. Problema: Uso deficiente de ferramentas para a gestão da PI Soluções propostas: • Desenvolvimento de estratégias para a valoração de ativos intangíveis. • Realização de exercícios de vigilância tecnológica para as IES. • Capacitação para as ETT nas formas de avaliar o potencial de comercialização das invenções. • Conformação de grupos de massa crítica em pesquisa que identifiquem prioridades em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e carteiras de inovação. • Valorização e avaliação da pertinência tecnológica e comercial de novas tecnologias como resultado dos processos de P&D nos distintos setores industriais, prévias ao processo de proteção. Problema: Debilidade na identificação de criações com potencial de proteção e comercialização Soluções propostas: • Desenvolvimento de um Sistema de Monitoramento de Criações, apoiado por tecnologias da informação e comunicação, de aplicação para as universidades e descentralizado. • Desenvolvimento de uma metodologia para a detecção de capacidades de desenvolvimento tecnológico - produtivo em projetos de trabalho interdisciplinar. Figura 12. Gestão da PI PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 38 EXPLORAÇÃO Problema Deficiência na relação Universidade Empresa - Estado Problema Carência de estratégias e lineamentos para a formação de spin-offs Soluções propostas: • Promoção da vinculação Universidade–Empresa, mediante a identificação de problemáticas industriais que justifiquem um esforço de P&D. • Concepção da proteção da PI como um requerimento do processo de vinculação e não como um meio em si . • Geração de espaços de encontro entre universidade - empresa sociedade e estabelecimento de estruturas formais para esta vinculação. Exemplo: Comitês Universidade-Empresa-Estado. • Promoção da criação de incentivos fiscais para as empresas que se envolvam na relação universidade-empresa. • Criação de um observatório de capacidades científico – tecnológicas nas IES para conhecer e satisfazer as necessidades do entorno. • Documentação da Oferta Tecnológica das universidades. • Criação de Parques Científicos e incubadoras e fortalecimento dos existentes. • Capacitação do pessoal das ETT em negociação com as empresas. • Incentivar os pesquisadores na busca de empresas para desenvolver projetos em suas linhas de pesquisa. • Identificação de problemas específicos ou propostas de projetos das empresas para universidades para serem desenvolvidos pelos alunos de graduação e pós-graduação. Soluções propostas: • Criação de regulação institucional para a geração de spin-offs. • Criação do Centro de Apoio à Tecnologia e Inovação e a formação de empresas de base tecnológica, como estratégia importante para a formação da cultura em Propriedade Intelectual, desenvolvimento tecnológico e transferência. Figura 13. Exploração da PI 3.4. CONCLUSÕES A atividade foi um espaço de diálogo e discussão entre diferentes setores, que conseguiu fortalecer a comunicação entre os atores da PI em cada país, tais como: entes governamentais, universidades, empresas e professionais liberais vinculados ao tema. Os participantes expressaram sua satisfação e indicaram que a discussão das mesas redondas tinha sido relevante e útil. Assim mesmo, expressaram a necessidade de continuar realizando este tipo de atividades. Se as Mesas Redondas geraram espaços de discussão nos temas expostos, também permitiram reconhecer as debilidades que cada país apresenta com relação à gestão da Propriedade Intelectual. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 39 Entre as problemáticas identificadas por cada país, foram encontrados pontos comuns, que mostraram um panorama generalizado. Portanto, ressalta-se a importância do trabalho em rede a fim de explorar soluções que podem ser adaptadas à realidade de cada país, e que permite aproveitar sinergias e poupar esforços individuais na solução de ditas problemáticas. Com relação à comparação de problemáticas, foi encontrado que a maioria dos países compartilhava problemáticas similares, com exceção do Brasil, o que evidencia um maior avanço na temática neste país. Ao analisar as conclusões das mesas redondas realizadas nos diferentes países, foram identificadas nove problemáticas comuns nos países latino-americanos. Entre elas, a necessidade de formação no tema da PI, a cultura de pesquisa e de transferência, as dificuldades no trâmite de proteção, falta de incentivos para os pesquisadores, a inexistência de ETT nas universidades ou debilidades nas existentes, o uso deficiente de ferramentas para a gestão da PI, a debilidade na identificação de criações com potencial de proteção e comercialização, a deficiente relação Universidade - Empresa – Estado e a carência de estratégias e alinhamento para a formação de spin-offs. Para estas problemáticas foram identificadas múltiplas alternativas de solução. Assim, as atividades de cooperação resultam de grande interesse já que permitem trabalhar conjuntamente na superação das problemáticas identificadas. Também foi observado que é na etapa da gestão da PI, onde se apresentam maiores dificuldades. Isto se evidencia na medida que 4 das 9 problemáticas identificadas pertencem a esta etapa. Por esta razão, é fundamental desenvolver estratégias que permitam melhorar as capacidades das universidades para realizar uma melhor gestão da PI Universitária. Em geral, a atividade foi positiva, já que motivou aos atores a desenvolver este tipo de atividades em seus países. Também foi estabelecido que é um espaço importante de discussão em que se chega a valiosas conclusões para o desenvolvimento da PI na Região e como uma maneira permanente de tratar problemáticas comuns às universidades latino-americanas em matéria de PI. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO CAPÍTULO 4 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL “PROPRIEDADE INTELECTUAL COMO FERRAMENTA PARA PROMOVER A INOVAÇÃO DESDE A UNIVERSIDADE: DA TEORIA À PRÁTICA” 43 4. CONFERÊNCIA INTERNACIONAL “PROPRIEDADE INTELECTUAL COMO FERRAMENTA PARA PROMOVER A INOVAÇÃO DESDE A UNIVERSIDADE: DA TEORIA À PRÁTICA” A Conferência Internacional “Propriedade Intelectual como ferramenta para promover a inovação desde a universidade: da teoria à prática” foi realizada em 7 e 8 de julho de 2011 na cidade do Panamá, com a coordenação da Universidade Tecnológica do Panamá, sede permanente da Secretaria da Rede PILA. O objetivo da conferência foi reunir especialistas e interessados no tema da inovação tanto do setor acadêmico e científico - tecnológico como do setor governamental e empresarial para discutir os principais desafios políticos e de gestão; e compartilhar experiências que ampliem e difundam conhecimento sobre a implementação da propriedade intelectual como ferramenta de inovação e competitividade nas IES da América Latina. Para cumprir com os propósitos anteriores, a conferência foi organizada nos seguintes eixos temáticos: • As tendências e oportunidades da competitividade e inovação no desenvolvimento dos países latino-americanos. • O papel atual das universidades nos sistemas nacionais de inovação e a promoção do empreendedorismo universitário. • O impacto das políticas institucionais na vinculação da universidade com o setor governamental e com as empresas. • A necessidade de fortalecer redes de conhecimento e ampliar as articulações regionais. • Os desafios e limitações para uma efetiva gestão da PI e a TT nas universidades e o impacto dos avanços tecnológicos recentes. Como objetivo de descrever a Conferência, são apresentados a seguir alguns dados de interesse, tais como: a agenda, a assistência, os pôsteres exibidos e as principais conclusões. 4.1. GENERALIDADES 4.1.1. Eixos temáticos da Conferência. Como foi mencionado, a Conferência foi organizada em cinco eixos temáticos. Para cada um deles foram estabelecidas apresentações de especialistas contando com a figura de um moderador que guiou a discussão gerada em torno dos temas expostos. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 44 Tema 1: Competitividade e Inovação para o desenvolvimento econômico e social Teve como objetivo analisar e discutir as principais tendências e desafios para o desenvolvimento sustentável dos países da América Latina e seus sistemas nacionais de inovação. Foram apresentadas conferências como: Tendências de competitividade e inovação na América Latina e no Panamá, e os sistemas nacionais de inovação – visões desde o Estado. Tema 2: As universidades, atores chave na geração do conhecimento O objetivo do eixo foi enfocar os sistemas de inovação e tratar as mudanças das universidades para se inserir na atual economia do conhecimento e na evolução para modelos de universidades empreendedoras, em seus dois escopos: pesquisador e aluno. Para isso, foram desenvolvidas diversas temáticas como: O papel das universidades nos sistemas de inovação; Empreender desde as universidades; Inovar desde as universidades: da formação acadêmica e a pesquisa à sociedade. Tema 3: A Rede PILA - Uma plataforma para potencializar o papel das universidades nos sistemas de inovação da América Latina Este eixo buscou apresentar os principais resultados e produtos alcançados no âmbito do Projeto PILA-Network, incluindo a análise sobre a sensibilização e uso da PI nas IES da América Latina, o estudo de boas práticas de gestão da PI nas universidades participantes do projeto, a base de especialistas e a oferta de cursos de capacitação online, dentre outros. Além disso, foi realizada uma introdução da recentemente criada Rede PILA: Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina, seus objetivos, funções e ações futuras; e foram convidados todos os interessados a se unirem à mesma. Tema 4: Realidades da gestão da PI nas universidades - Políticas institucionais e processos chaves Foi desenvolvido com o objetivo de que profissionais de universidades da América Latina e Europa compartilhassem suas experiências e práticas na gestão de PI e TT, bem como seus instrumentos de política institucional. Este eixo também abordou as oportunidades de vinculação da universidade com os demais atores do sistema de inovação. Tema 5: Desafios e oportunidades emergentes para a gestão do conhecimento nas universidades Buscou abordar desafios futuros para universidades latino-americanas em aspectos referentes aos parques tecnológicos no entorno universitário; à exploração e proteção da PI; e finalmente, os desafios impostos pelos avanços nas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e as novas políticas de “open access”. Este eixo abordou o impacto dos avanços nas tecnologias da informação PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 45 e a comunicação na gestão do conhecimento nas universidades e os Parques Científicos e Tecnológicos: desafios ou realidade no entorno universitário para países em desenvolvimento. 4.1.2 Assistentes e expositores. A conferência contou com a participação de 200 pessoas vinculadas a Instituições de Ensino Superior (IES) latino-americanas, instituições de ciência e tecnologia, ministérios de educação e inovação e empresas privadas, provenientes de diversos países: Argentina, Espanha, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Colômbia, Cuba, Dinamarca, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, México, Panamá, El Salvador, Peru, Áustria, Alemanha, Suíça, Paraguai, Uruguai, Suécia e Estados Unidos. Da mesma forma, contou-se com a participação de representantes de entidades colaboradoras como: o Escritório Europeu de Patentes, o Escritório Espanhol de Patentes e Marcas, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe –CEPAL– e os escritórios de registro de direitos de propriedade intelectual de mais de 25 países da América Latina e Europa. A Conferência Internacional começou com as palavras de boas-vindas por parte do Diretor Nacional de Comércio em representação do Ministério de Comércio e Indústrias do Panamá, seguido do Reitor da Universidade de Alicante, Sr. Ignacio Jiménez Raneda. As palavras de inauguração estiveram a cargo da Reitora da Universidade Tecnológica do Panamá, Sra. Marcela Paredes de Vásquez. Na conferência participaram mais de 34 conferencistas de diversas instituições do mundo, dentre elas: da Comissão Econômica para América Latina – CEPAL – Chile; Secretaria Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – SENACYT – Panamá, Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP – Brasil, Escritório Espanhol de Patentes e Marcas – Espanha, Universidade de Alicante – Espanha; Rede Emprendia, Parque Científico e Tecnológico de Barcelona – Espanha, Escritório de Estudo, Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey – ITESM – México, Pontifícia Universidade Católica do Chile – Chile, Universidade de Ciências Aplicadas – FH JOANNEUM – Áustria, Universidade La Salle – Espanha, Fundação Geral Universidade Alicante – Espanha, Universidade Industrial de Santander– UIS – Colômbia, Universidade Simón Bolívar – Venezuela, Universidade Nacional do Litoral da Argentina, Universidade Tecnológica do Panamá; Universidade de Concepción de Chile, Universidade de Campinas – Unicamp – Brasil, Universidade de Copenhague – Dinamarca, Empresa Prinal S.A-Chile, RedFarmed – México, Escritório Europeu de Patentes – EPO, IMPI – México, INAPI-Chile, INPIBrasil, Fundação Karisma – Colômbia, Rede Empreender – Uruguai, Cidade do Conhecimento Estado de Nuevo León – México e Cidade do Saber – Panamá. 4.1.3 Pôsteres da conferência. Os participantes contribuíram ativamente na Conferência através da sessão de Pôsteres, a fim de difundir boas práticas de gestão da Propriedade Intelectual em IES da América Latina. Neste sentido foi realizado um chamado para a apresentação PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 46 de trabalhos de pesquisa e experiências relevantes em forma de pôsteres. As onze propostas mais interessantes foram apresentadas paralelamente nos espaços sociais da Conferência. A seguir é apresentada uma breve descrição dos pôsteres organizada de acordo com o eixo temático: Eixo temático: As universidades, atores chave, na geração do conhecimento. No. AUTORES INSTITUIÇÃO PAÍS TÍTULO DO TRABALHO 1 María Lucrecia Wilson, Eduardo Matozo e Daniel Scacchi. Universidade Nacional do Litoral - UNL 2 Yordanka Masó Dominico. Universidade de México Veracruz -UVC Gestão estratégica do ensino da propriedade intelectual no México Estudo de caso: estado de Zacatecas. 3 Juan Daniel Cifuentes Diez, Gastón e Darío Rodríguez. Instituição Universitária de Colômbia Envigado - IUE Design de modelos de gestão para pymes[1] e criação da rede latino-americana de pesquisa das pymes, a partir da contratação de diferentes regiões da América Latina. Universidade Piedad Lucía Cooperativa da Colômbia Barreto Granada. Colômbia - UCC Projeto de construção da linha de pesquisa em direito autoral, propriedade industrial e sociedade da informação: geração de processos, produtos e espaços para a socialização de conhecimento. 4 5 Eder Alexander Molina Viloria. Instituto Tecnológico de Soledad Atlántico Argentina Colômbia As universidades, atores chave na geração do conhecimento. Otimização do design de geração de energia elétrica solar existente utilizado para a alimentação de alguns faróis de iluminação do canal navegável do rio Magdalena. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 47 Eixo temático: Realidades da gestão da PI nas universidades: políticas institucionais e processos chaves. No. Autores Instituição País Título do trabalho: Processo de Implementação do Sistema de Propriedade Intelectual na Universidade Tecnológica do Panamá: suas experiências, políticas e estrutura. 6 AnibalFossatti Carrillo, Diannette Gallardo Ferrer. Universidade Tecnológica Panamá do Panamá UTP 7 Rubén Romano, Leticia Toselli, Daniel Scachi e Eduardo Matozo. Universidade Nacional do Argentina Litoral - UNL Estrutura e serviços de Propriedade Intelectual na Universidade Nacional do Litoral. 8 María Lucrecia Wilson, Daniel Scacchi e Matías Ruiz. Universidade Nacional do Argentina Litoral - UNL Valorização da Tecnologia – Registro de Projetos Troca de Escala. Eixo temático: Desafio e oportunidades emergentes para a gestão do conhecimento nas universidades. No. 9 10 Autores Gilberto Cruz, Lorena Ramos. Eder Molina Viloria, Ferna Madrid, Mario Eslait Noriega. Víctor Alfredo Brítez Chamorro 11 Liz Antonia Ovelar Flores Instituição Universidade Tecnológica do Panamá Instituto Tecnológico de Soledad Atlántico. Universidade Nacional do Leste País Título do trabalho: Panamá Gestão das empresas SpinOff e Start-Ups universitárias como meio de transferir as pesquisas para a sociedade. Colômbia Otimização do design de geração de energia elétrica solar existente, utilizado para a alimentação dos faróis de iluminação do canal navegável do rio Magdalena. Paraguai Estudo Prospectivo sobre os avanços na Gestão da PI e Transferência Tecnológica em universidades paraguaias, de 2011 e 2015 PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 48 Eixo temático: Plataforma para potencializar o papel das universidades no sistema de inovação da América Latina por meio da PI. No. 12 4.2. Autores Diana Milena González Gélvez, Astrid Jaime Instituição Universidade Industrial de Santander País Colômbia Título do trabalho: Do conhecimento à exploração da propriedade intelectual universitária na Colômbia. PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA CONFERÊNCIA A partir das discussões geradas ao redor dos cinco eixos temáticos propostos e com os resumos elaborados por um moderador e um secretário são apresentadas as principais conclusões da Conferência para cada um dos eixos. 4.2.1 Tema 1: Competitividade e inovação para o desenvolvimento econômico e social Neste eixo temático foram analisadas e discutidas as principais tendências e desafios para o desenvolvimento sustentável dos países da América Latina e seus sistemas nacionais de inovação. Da mesma forma, foram apresentados esforços governamentais destinados a incrementar a competitividade e a inovação na América Latina e Europa. A partir das discussões se concluiu o seguinte: • É necessário encarar os desafios que requerem decisões de política não populares, bem como de grandes investimentos. • São requeridas ações que unam diversos interesses para poder fazer as reformas e investimentos necessários. • Sugere-se incorporar a PI nos planos de estudo universitários e difundi-la entre professores e pesquisadores. Além disso, colaborar estreitamente com as ETT e difundir e melhorar as normativas sobre invenções universitárias. • Um elemento importante de cooperação é difundir guias de boas práticas em transferência de tecnologia e da vinculação: Universidade-Empresa. 4.2.2 Tema 2: As universidades, atores chave na geração do conhecimento Com o foco de sistemas de inovação, foram abordadas as mudanças que devem se realizar nas universidades para participar ativamente da atual economia do PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 49 conhecimento. Da mesma forma, foi discutida a necessidade de evoluir para o modelo de universidades empreendedoras, levando em conta o papel dos pesquisadores e estudantes. A partir das discussões se concluiu o seguinte: − − A Relação universidade – sociedade • É requerida uma nova definição da relação universidade-sociedade, que leve por sua vez, a uma redefinição do conceito de universidade. Esta não será unicamente o conjunto de faculdades e escolas, e sim deve contar também com: hospitais, institutos de pesquisa, observatórios, parques científicos, incubadoras, escritórios de transferência de tecnologia, empresas criadas a partir do conhecimento gerado nelas e empresas com as quais a universidade mantém colaborações. • As universidades não só terão que ser atores chave na geração de conhecimento como também em sua transferência e valorização. As atividades medulares das universidades, a docência e a pesquisa, hão de se complementar e alimentar com as de transferência do conhecimento e desenvolvimento tecnológico, inovação e empreendedorismo empresarial. • Hoje, o conhecimento, sua disponibilidade, gestão e uso para a criação de riqueza e melhoria da qualidade de vida são elementos de maior valor agregado e com eles, a propriedade intelectual cobra um especial protagonismo e valor estratégico. • Apesar dos significativos progressos das universidades do denominado Espaço Iberoamericano do Conhecimento, é necessário continuar avançando na adaptação da docência, a pesquisa e, sobretudo, a transferência de conhecimento, para dar melhores respostas às demandas da sociedade e obter eficiência e eficácia. Em particular, a inovação e o empreendedorismo empresarial, que estiveram mais à margem das responsabilidades universitárias, requerem, por sua vez, atenção e compromissos mais intensos. Importância das Redes de Cooperação • No mundo global e competitivo onde vivemos, as redes internacionais de colaboração entre universidades são instrumentos não só desejáveis como também necessários para abordar os principais desafios acadêmicos. A Rede PILA e a Rede Emprendia são, de fato, bons exemplos de iniciativas de cooperação internacional em âmbitos temáticos estratégicos para países latino-americanos que permitem aumentar suas capacidades PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 50 através da colaboração entre redes. As redes, em todo caso, só são operacionais quando acrescentem projetos e ações de interesse a nodos comprometidos e com capacidade e interesse real de colaborar. Uma Rede vale mais por sua “inteligência coletiva” que pela soma do potencial valor de seus nodos. − O Empreendedorismo • − A longa cadeia do empreendedorismo acadêmico apresenta muitos elos sobre os quais é necessário incidir para obter resultados significativos: são múltiplos “públicos alvo”, desde os potenciais empreendedores até as empresas já constituídas, que necessitam de programas de apoio para sua consolidação, expansão e internacionalização; por isso é necessário refletir sobre os clássicos escritórios de transferência de resultados de pesquisa, centrados na gestão da I+D, mas são pouco ativos na promoção da inovação e no empreendedorismo. As incubadoras e os parques científico-tecnológicos são vitais nos verdadeiros ecossistemas de inovação e empreendedorismo. Finalmente, todos os agentes, públicos e privados, são necessários para criar empreendedores e projetos empresariais de sucesso. Importância da medição • Dada a complexidade e, até certo ponto, a novidade das iniciativas de transferência de conhecimento e desenvolvimento tecnológico, inovação e empreendedorismo acadêmicos, é necessário contar com indicadores para poder “medir” os resultados obtidos pelas universidades nesta, sua terceira missão. Se não for medido, não se conhece e se não se conhece, atua-se às cegas ou por intuição. As conclusões preliminares de uma análise de indicadores deste tipo sobre universidades da Rede Empreendia mostra que: o As carências que existem deste tipo de informação nas universidades. o Que a informação se encontra dispersa e pouco sistematizada. o Que apesar da muito significativa produção científica de algumas das universidades da região, há uma reduzida proteção de resultados de P&D e ainda uma menor transferência real de resultados aos diversos setores produtivos. o A necessidade de contar com políticas institucionais de estímulo, apoio e avaliação da transferência, da inovação e do empreendedorismo acadêmicos. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 51 − O Papel dos Parques Científicos • Foi estabelecido que os parques científicos oferecem as seguintes vantagens: o Desenvolvem o entorno com base no conhecimento. o Criam novos postos de trabalho. o Ajudam às empresas a ir e a permanecer nas fronteiras do conhecimento. o Favorecem a competitividade das empresas através do valor agregado do conhecimento. o Promovem a pesquisa contratual para as empresas do entorno. o Criam sinergias. o Atraem profissionais qualificados e buscam equilibrar a balança de cérebros. 4.2.3 Tema 3: A Rede PILA - Uma plataforma para potencializar o papel das universidades nos sistemas de inovação da América Latina Neste eixo temático foram apresentados os principais resultados e produtos alcançados para efeito do Projeto PILA-Network, e inclui-se: a análise de sensibilização e uso da PI nas IES da América Latina o estudo de boas práticas de gestão da PI nas universidades participantes do projeto, a apresentação da base de especialistas, o Foro de Assistência e Discussão, bem como a oferta de cursos de capacitação em linha. Da mesma forma, a Conferência Internacional foi o espaço apropriado para realizar a apresentação oficial da Rede PILA, fundada pelas universidades da América Latina e Europa participantes no projeto PILA Network. Durante este evento foram mencionados os objetivos, escopos e desafios da Rede, bem como os principais serviços e vantagens de se tornar membro. Da mesma forma, informou-se sobre as mais de dez solicitações de adesão de outras universidades, organismos governamentais e atores do sistema de inovação latino-americano e todos os interessados foram convidados a se unirem à mesma. 4.2.4 Tema 4: Realidades da gestão de PI nas universidades, políticas institucionais e processos chaves Neste eixo temático, profissionais de universidades da América Latina e da Europa compartilharam suas experiências e práticas na gestão de PI e na transferência de tecnologia; bem como em seus instrumentos de política institucional e as oportunidades de associação da universidade com os demais atores do sistema de PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 52 inovação. Através das mesas redondas foram analisados os vínculos com os atores governamentais responsáveis pela política de PI e da transferência de tecnologia, além de experiências recentes com empresas privadas. Os escritórios nacionais de registro de PI na região se converteram em sócios importantes para o setor acadêmico, dado que contam com programas específicos e serviços especializados que prestam às universidades e centros de pesquisa. Entre os benefícios que oferecem os escritórios nacionais se encontram: • Ajudam às universidades a estabelecer políticas tanto conceituais quanto normativas. • Oferecem formação ao pessoal acadêmico responsável pela vinculação com a propriedade intelectual e inovação. • Estabelecem programas de estímulo à inovação por meio de serviços especializados. • São um agente de vínculo, isto é, funcionam como um enlace importante entre os setores acadêmico, industrial, governamental e comercial. • Os escritórios da região estão fazendo esforços importantes, da mesma forma que o escritório europeu, para pôr à disposição do setor universitário toda a informação em matéria de propriedade industrial e tecnológica, como fatores relevantes na promoção da inovação. 4.2.5 Tema 5. Desafios e oportunidades emergentes para a gestão do conhecimento em universidades Dentro dos desafios futuros para as universidades latino-americanas foram abordados aspectos referentes aos parques tecnológicos no entorno universitário; à exploração e proteção da PI; e finalmente, os desafios impostos pelos avanços nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e as novas políticas de “open access”. Com relação ao subtema 5.1 “O impacto dos avanços nas tecnologias da informação e da comunicação na gestão do conhecimento nas universidades”, concluiu-se o seguinte: • As recentes políticas de open access estão sendo convertidas em obrigatórias na Europa. Por exemplo, nos projetos financiados pelo Sétimo Programa para Efeito de Cooperação, tem-se o dever de publicar os resultados das pesquisas financiadas por este meio. • Para as universidades é importante definir uma estratégia de open access de acordo com sua normativa, a partir da revisão da qualidade do publicado e da compatibilidade dos contratos com as editoriais. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 53 • • • As novas tecnologias oferecem oportunidades para as universidades e o mundo de PI. Existem dois mundos separados: as universidades e a PI; e os negócios. No mundo são publicados anualmente dois milhões de artigos e outorgados dois milhões de patentes. Contudo, a América Latina é a região com menor número de publicações anuais. Com relação ao subtema 5.2 “Os desafios e realidades dos parques científicos tecnológicos perante o desenvolvimento”, foram estabelecidos os seguintes fatores de sucesso: • Atração de empresas com oferta de valor e não só por benefícios fiscais, incluídas as empresas estrangeiras. • Fomento de confiança entre os usuários por meio de atividades e projetos. • Atenção a algumas necessidades das empresas, tais como: teatros, auditórios, academia, etc. • Aproveitamento das infraestruturas existentes e articulação com o ecossistema de inovação. • Necessidade de criação de órgãos e mecanismos de colaboração. • Foi indicado que para construir um Parque Científico e Tecnológico em uma região é necessário contar com os seguintes elementos: o Visão comum a longo prazo o Interesse genuíno no desenvolvimento o Confiança entre os atores o Vontade e decisão do Estado o Visão de transformação da economia • A partir da experiência dos Parques Tecnológicos no Uruguai foi estabelecido o seguinte: o Cada resultado permite atrair novos recursos econômicos, humanos, etc. o Inicia-se como polo e no processo de maturidade se transforma em parque e assim são incorporados novos benefícios para as empresas. o A vinculação de mais empresas facilita a geração de confiança e a atração de novas companhias. o Tudo surge do interesse genuíno dos atores: Câmaras de Comércio, universidades, Estado, empresas, etc. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 54 4.3 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO A Conferência Internacional marca o início formal da Rede PILA; com um de seus objetivos fundamentais que é a organização de conferências e foros, onde os atores públicos e privados dos sistemas nacionais de inovação encontram um espaço para a análise, a discussão e reflexão das problemáticas e áreas de oportunidade comuns. Da mesma forma, pretende-se que a conferência sirva como um meio eficaz para fortalecer os laços de cooperação entre as universidades participantes, que lhes permitam por sua vez, enriquecer sua contribuição para o desenvolvimento econômico e social dos países da América Latina. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO CONCLUSÕES 57 5. CONCLUSÕES Um dos resultados mais importantes do desenvolvimento do projeto PILA Network foi a constituição da Rede PILA, que pretende assegurar a continuidade do trabalho colaborativo empreendido com o projeto. Da mesma forma, espera-se que esta rede se converta em uma referência latino-americana na área da Propriedade Intelectual, mediante o fomento da cooperação entre as universidades, os escritórios encarregados do registro de Direitos de Propriedade Intelectual e as empresas da região. Durante os 3 anos de desenvolvimento do projeto PILA Network foram realizadas múltiplas atividades, com ênfase nas de formação, dentre elas: formação de formadores, oficinas nacionais para transferência de aprendizagens e cursos virtuais de PI e TT que poderão continuar sendo utilizados no âmbito da Rede PILA. De fato, observa-se que é necessário continuar desenvolvendo atividades de formação em temas de PI e aspectos relacionados, tais como: legislação em ciência, tecnologia e inovação, transferência de tecnologia e empreendedorismo dentre outros, dirigidos a estudantes, professores, advogados e comunidade em geral, como base para gerar uma cultura de respeito à PI e de seu aproveitamento como promotora da inovação e do desenvolvimento. Para conseguir este objetivo foram identificadas alternativas como a inclusão da capacitação em PI nos programas de formação docente e a inclusão de uma disciplina nos programas de pós-graduação e cursos de graduação. Da mesma forma, foram reconhecidos os cursos virtuais como mecanismos que facilitam o desenvolvimento da formação e que permitem cobrir uma população maior. Por outro lado, foram desenvolvidas atividades orientadas à reflexão e discussão em torno de problemáticas relacionadas com a gestão da PI nas universidades, como foram as Mesas Redondas realizadas em cada país latino-americano participante do projeto e a Conferência Internacional que aconteceu na cidade do Panamá. Durante estes eventos, os participantes expressaram, de maneira reiterativa, a necessidade de continuar realizando este tipo de atividades, dado que constituem um espaço de diálogo e discussão entre diferentes setores interessados na Propriedade Intelectual. Por isso, uma das conclusões mais destacadas é a conveniência de contar com esta classe de cenários de maneira permanente, para tratar as problemáticas, em matéria de PI e inovação, comuns às universidades de toda a região. Adicionalmente, durante as Mesas Redondas e a Conferência Internacional foi observada a necessidade de melhorar a interação das Universidades com os escritórios nacionais encarregados do Registro da Propriedade Intelectual em cada um dos países latino-americanos, a fim de realizar um melhor uso das capacidades e aproveitar sinergias para a solução das problemáticas nacionais particulares. Além disso, o desenvolvimento de atividades como as Mesas Redondas permitiu observar que os países latino-americanos participantes no projeto PILA Network compartilham problemáticas similares. Portanto, a importância do trabalho em rede a fim de explorar soluções que podem ser adaptadas à realidade de cada PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO 58 país, aproveitar sinergias e poupar esforços individuais na solução das referidas problemáticas. Assim, ao serem analisadas as conclusões das Mesas Redondas realizadas nos diferentes países, foi possível identificar nove problemáticas comuns nas nações latino-americanas. Dentre elas, viu-se a necessidade de formação no tema da PI, a cultura de pesquisa e transferência; as dificuldades no trâmite de proteção; a falta de incentivos aos pesquisadores, a inexistência de ETT nas universidades, o uso deficiente de ferramentas para a gestão da PI, a debilidade na identificação de criações com potencial de proteção e comercialização, a deficiente relação Universidade - Empresa – Estado e a carência de estratégias e lineamentos para a formação de spin-offs. Para estas problemáticas foram identificadas múltiplas alternativas de solução, bem como, a realização de atividades de cooperação para a superação das problemáticas identificadas. Resulta importante destacar que no desenvolvimento do projeto PILA Network foram criadas duas ferramentas que constituem um apoio importante para a sustentabilidade da rede que facilitam a transferência de conhecimento e boas práticas entre as instituições que a compõem. A primeira, é o Help line em PI, que permite o registro de perguntas sobre PI, inovação, transferência de tecnologia e temas relacionados; e obter resposta e assistência por parte dos demais membros da rede. A segunda é a base de dados de especialistas em PI, onde as pessoas experientes e com formação em alguma temática da PI podem registrar sua folha de vida. Além disso, dá-se a possibilidade de consultar especialistas em temas específicos em matéria de PI. Isso finalmente nos leva a concluir, que o trabalho adiantado foi altamente satisfatório e que se constitui em uma contribuição importante para a melhoria da gestão da propriedade intelectual nas universidades da região; além disso, por ser uma contribuição valiosa com relação a problemáticas e possíveis alternativas de solução, cuja implementação será viável se entre todos trabalhamos e fortalecemos a Rede PILA. A formação da rede PILA está em suas primeiras etapas e sua consolidação é tarefa de todos os seus membros atuais e futuros. Espera-se assim o apoio das universidades e organismos nacionais responsáveis pela propriedade intelectual e pela promoção da ciência, da tecnologia e da inovação, para dinamizar os sistemas de inovação e contribuir desta maneira parao incremento do bem-estar de nossas regiões. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA. 3 ANOS DE COLABORAÇÃO Este documento foi concluído em Novembro de 2011. PILA Network: A REDE DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA 3 ANOS DE COLABORAÇÃO Este documento foi realizado com a ajuda financeira da Comunidade Europeia. Seu conteúdo é de responsabilidade exclusiva do consórcio do Projeto PILA e, em nenhum caso, deve ser considerado que reflete a opinião oficial da União Europeia. PILA-Network é um projeto co-financiado pela União Europeia para efeito do programa ALFA III. ALFA é um Programa de Cooperação entre a União Europeia e a América Latina no âmbito do Ensino Superior e da Formação. As atividades são executadas por redes de instituições das duas regiões. Os anexos e outros documentos complementares, mencionados no texto deste documento, podem ser consultados no site da Rede PILA http://www.pila-network.org/ DR. © 2011. Rede de Propriedade Intelectual e Industrial na América Latina. Primeira Edição Red de Propiedad Intelectual e Industrial en Latinoamérica
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