Boletim RHC 30 - Fundação Oncocentro de São Paulo
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Boletim RHC 30 - Fundação Oncocentro de São Paulo
Fundação Oncocentro de São Paulo Boletim do Registro Hospitalar de Câncer Ano VI - Boletim 30 - Setembro de 2006 TEMA DO MÊS: BASE DE DADOS DE SEGUIMENTO DO RHC Apresentação Um dos objetivos do Registro Hospitalar de Câncer é efetuar o acompanhamento temporal dos noma in situ de colo de útero e carcinoma basocelular de pele. casos cadastrados na admissão. Este acompanha- Devem ser registrados a situação atual do paci- mento se realiza por meio dos dados levantados ente e os eventos mais importantes ocorridos no pela Ficha de Seguimento. Destacam-se a seguir os último ano, como recidiva, metástase e óbito. principais conceitos que norteiam o seguimento de Como pode-se notar, a base de dados possui seguimento de pacientes com diagnóstico a partir tumores no RHC. As informações de seguimento começam a ser de 01/01/2000, sendo que os que tem dois anos coletadas a partir de um ano da data de diagnósti- completos ou mais, têm mais de um seguimento co – “aniversário” do tumor, sendo que essas são informado. É com este banco que trabalhará este colhidas ao longo do tempo, de forma pontual, co- boletim, incluindo os seguimentos de um mesmo letando-se os dados no 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 7º, 10º e 15º paciente, pois o intuito é mostrar a quantidade de ano. Para tumores de mama, o seguimento se reali- informação disponível. Portanto, um paciente po- za também no 20º ano. de ter mais de um seguimento informado, e seus Exclui-se de seguimento casos de óbito, carci- Gráfico 1—Proporção de casos segundo seguimento. RCH, janeiro/00 a setembro/06. dados serão repetidos. Gráfico 2—Proporção de casos segundo situação do último seguimento. RCH, janeiro/00 a setembro/06. 8% 11% 11% 34% 66% Sem seguimento 7% 18% Com seguimento Fonte: Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo/ FOSP Vivo com câncer Óbito por câncer Liberado de seg. 45% Vivo, sem inf. Óbito, sem inf. Sem informação 2 BOLETIM DO REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER— N º 30 Discussão Os dois primeiros gráficos são indicativos de informações do banco de dados de tumores (com um total de 205.033 casos), mostrando a quantidade de casos que têm ou não seguimento (gráfico 1) e a situação informada no último seguimento, logicamente dos que já possuem seguimento informado (gráfico 2). O gráfico 1 mostra que a maioria dos casos (66%) tem seguimento. Vale lembrar que, dos 134.564 casos com seguimento, 86,4% estão com o seguimento atualizado, sendo este é o parâmetro utilizado na avaliação da qualidade do RHC de cada instituição, para o último envio de banco. Nota-se no gráfico 2 que a maioria dos casos com seguimento encontra-se vivo e sem outra especificação (45,2%) e uma outra parte também vivo, mas com doença em atividade (11,4%). Entre os casos com óbito, a maioria foi decorrente ao câncer (17,8%), com 6,5% por outras causas. Destacase também que 11,1% foram liberados de seguimento, enquanto 8,1% não teve informação. É ideal uma proporção de casos com seguimento sem informação de, no máximo, 20%. Estes dados foram obtidos utilizando-se a informação da situação do paciente no último seguimento informado. Já no gráfico 3, nota-se que a situação no seguimento tem características semelhantes dentro das faixas etárias. Para a maioria das faixas etárias, a situação é a mesma do geral, com alguns destaques: nota-se que entre 20 e 39 anos, existe um aumento da proporção de liberados de seguimento. Em relação aos “sem informação”, nota-se um aumento acompanhando a idade. Por último, temos que a proporção de vivos com câncer diminui com a idade e esta curva é acompanhada pelas curvas de óbito, que aumentam. Gráfico 3—Proporção dos casos segundo situação no seguimento e faixa etária. RHC, janeiro/00 a setembro/06. 70 60 50 % 40 30 20 10 0 0a9 10a19 20a29 30a39 40a49 50a59 60a69 Vivo com câncer Vivo, sem inf. Óbito por câncer Óbito, sem inf. Liberado de seg. Sem informação Fonte: Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo/ FOSP 70e+ BOLETIM DO REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER— N º 30 3 Gráfico 4—Proporção dos seguimentos segundo local de recidiva. RHC, janeiro/00 a setembro/06. 2,1 1 84,9 1,6 11,4 Fonte: Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo/ FOSP 0% 10% 20% 30% Local 40% Regional 50% 60% 70% Não houve 80% 90% 100% Sem informação Fonte: Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo/ FOSP A partir do gráfico 4, tratamos da base de dados de seguimentos que, como citado anteriormente, pode apresentar dados de um mesmo paciente. Vê-se que em 84,9% dos casos não houve recidiva. Em se tratando dos casos onde houve recidiva, a maioria se localizava no mesmo local do tumor (2,1%) enquanto que em 1,6% dos casos foi regional. Novamente, os casos sem informação de recidiva devem ser considerados, pois representaram 11,4% do total. Quanto à localização de metástases, o gráfico 5 apresenta a distribuição, segundo sexo. Gráfico 5—Proporção dos seguimentos segundo sexo e localização de metástase. RHC, janeiro/00 a setembro/06. Ossos, art. e cart. art. 23,9% Ossos, art. e cart. art. 24,9% Brônquios e pulmões 19,1% Brônquios e pulmões 17,9% Fígado 15,1% Linfonodos 13,6% Linfonodos 9,4% Fígado 13,2% Encéfalo 6,8% Encéfalo 6,4% Fonte: Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo/ FOSP Destaca-se a proporção de metástase em ossos, articulações e cartilagens articulares, com quase 25% do total, para homens e mulheres. Ainda, a proporção de metástases no pulmão fica em segundo lugar, com 19,1% nas mulheres e 17,9% nos homens. Outro dado a ser apontado é que, dos órgãos digestivos, só o fígado tem proporção de casos em destaque, com 15,1% para as mulheres e 13,2% para os homens. Ainda como localização importante de metástase estão os linfonodos e o encéfalo. BOLETIM DO REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER— N º 30 4 Gráfico 6 — Casos distribuídos segundo tempo (em meses) entre a data do diagnóstico e a data da recidiva/metástase. RHC, Janeiro/00 a Setembro/06. 1000 nº de casos 800 600 400 200 0 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 63 66 69 72 75 Tempo (meses) Fonte: Registro Hospitalar de Câncer do Estado de São Paulo/ FOSP Como se pode notar, existe um pico de aparecimento de metástases ou recidivas no primeiro ano após o diagnóstico. O número de casos com recidiva ou metástase diminui com o passar do tempo. Outro fato a ser destacado é que as datas da recidiva ou metástase estão sendo preenchidas corretamente pois, se os registradores estivessem preenchendo a data da recidiva ou metástase como a mesma do seguimento, haveria picos de casos em anos completos (12, 24, 36 meses etc.). Informe Geral ∆ No boletim nº 28 do RHC, foi explicado o trabalho de avaliação dos casos do RHC em relação à correção das associações entre topografia e morfologia, que foi feito para neoplasias localizadas no fígado. Este processo foi expandido para todas as topografias e está em fase de finalização. Dando seguimento, faremos contato durante os próximos meses com algumas das instituições pertencentes ao registro para solicitações de reanálises de novos casos suspeitos de incompatibilidade entre topografias e morfologias que estão surgindo em nosso levantamento. Contamos, desde já, com a colaboração de todos! Boas festas e um ótimo 2007!! Data do próximo envio: 15/12/2006