Arquiteturas Romana e Gótica

Transcrição

Arquiteturas Romana e Gótica
Arquitetura Românica
INTRODUÇÃO E CARACTERÍSTICAS
PRINCIPAIS
Pré-Românico, Românico e Pré-Gótico
Os pioneiros da história da arte e da arquitetura medievais tinham a
percepção de que o estilo supremo entre os séculos XIII e XV era o gótico, e
tudo o que não fosse gótico era chamado por estes homens de “românico”,
pensando sobretudo na arquitetura. Tudo o que fosse chamado ‘préromânico” pertencia ao período anterior a Carlos Magno e posterior ao
Paleocristão, também para a época carolíngia o termo utilizado era proto
românico ou românico primitivo, apesar de tão diferentes. O românico, por
contraste a estes últimos, surgiu entre 1050 e 1200 e indica laços com a
tradição mediterrânea. As então chamadas Igrejas “pré-góticas”, ou
românicas tinham arcos de volta perfeita e eram sólidas e pesadas, ao
contrário dos arcos quebrados e da leveza vertical dos edifícios góticos.
Mas, na verdade, este foi um olhar dos homens da época, que valorizavam
mais a sua produção do que as anteriores. Por isso, quando estudamos o
período medieval, é preciso considerar cada estilo por si próprio e em seu
próprio tempo, fazendo justiça aos estilos carolíngio, bizantino,
paleocristão, além das influências islâmicas e céltico-germanas. O
românico, enfim, se estabeleceu por toda a Europa Ocidental quase ao
mesmo tempo, consistindo em uma ampla variedade de estilos regionais,
com muitos pontos em comum mas sem um centro irradiador.
Contextualização do Estilo Românico
O que uniu todos os componentes
diversos do estilo românico a partir
da segunda metade do século XI, não
foi uma força única, mas uma
variedade de fatores, de qualquer
modo, unidos por um entusiasmo
religioso advindo do fortalecimento e
da imposição do Cristianismo na
Europa, incrementando as
peregrinações e culminando nas
Cruzadas para libertar Jerusalém dos
árabes, além da reabertura das vias
comerciais, com o consequente
desenvolvimento das cidades, só
faltava a concentração de poderes,
mas a soberania espiritual do papa
tomou seu lugar como força
unificante, já que exércitos
internacionais eram formados sob o
apelo dos Papas para a realização de
cruzadas, as últimas são do séc. XIII.
Pontos principais da Arquitetura
Caminho de Santiago de Compostela
A Arquitetura Românica distingue-se
em relação às dos séculos passados pelo
intenso aumento do número de
edificações, especialmente igrejas,
maiores, mais complexas e mais
“romanas” de aspecto, mas as naves
apresentam abóbadas ao invés de
vigamentos de madeira e as fachadas
ostentavam decoração como nunca
antes e mesmo esculturas passaram a
fazer parte dessa arquitetura. Houve
grande variedade regional, mas as
principais edificações concentraram-se
entre a Espanha, a fronteira angloescocesa e a Itália, com destaque para
os exemplares da França. Em especial
as grandes igrejas de “peregrinação”,
assim chamadas por terem sido
erguidas ao longo de estradas que
conduziam a Santiago de Compostela.
Como a de St. Sernim de Toulouse, que
forma uma acentuada cruz, com o
centro de gravidade na cabeceira. Foi
concebida tanto para servir de
comunidade monástica quanto para
receber grandes multidões.
Principais características da
Arquitetura Românica
As Igrejas românicas se
caracterizavam por plantas
cruciformes ( cruz latina )
deambulatórios ( passagens ) em
torno da abside, que os peregrinos
percorriam para admirar os
relicários, e robustas abóbadas de
pedras sustentadas por grandes
colunas e paredes extremamente
espessas. Arquitetos e pedreiros (
palavras ainda sinônimas na época
) ainda precisariam aprender a
desenvolver as abóbadas leves que
surgiriam no período gótico.
Assim, suas construções eram
pesadas e um tanto escuras. A
robustez e a altura exigiam paredes
grossas e janelas pequenas.
Catedral de Monreale ( Sicília ) –
síntese de Igreja ocidental do século
XII com fortes influências bizantinas
Igreja de St. Sernim de Toulouse
A cada lado da nave encontram-se duas
colaterais, em articulação variada com
outros elementos, possuem abóbadas
de aresta, impondo alto grau de
regularidade a todo o conjunto. A
variada articulação de elementos do
exterior é realçada pelos diferentes
níveis dos telhados, com molduragem
decorativa das janelas e portais, pela
grande torre lanterna ( completada na
época gótica e mais alta do que fora
previsto originalmente ). As duas torres
que deveriam existir na fachada não
foram terminadas. As paredes da nave
desta Igreja aproximam-se mais da
formatação das paredes do Coliseu,
formando uma síntese da arquitetura
romana antiga – abóbadas, arcos,
colunas e pilastras firmemente ligadas
em uma ordem coerente, mas com
especificidades, impelindo seus
elementos para a cabeceira da igreja,
com grande altura das paredes, a fim de
oferecer maior grandeza, a partir do
“abobadar a nave”
Fortaleza de Caen - Normandia
A igreja românica clássica é um
desenvolvimento da basílica
romana e foi patrocinada por
abades e reis, na esperança de
recriar o poder e o esplendor
arquitetônico da Roma Antiga,
com robustas abóbadas de pedra
sustentadas por grandes colunas e
paredes extremamente espessas.
Arquitetos e pedreiros ainda
precisariam aprender a
desenvolver as abóbadas leves que
surgiriam no período gótico, por
isso suas construções são pesadas e
escuras, devido às janelas
pequenas. Caracterizado pela
solidez os castelos, o Românico foi
o estilo dos reis guerreiros cristãos
que queriam rivalizar com
lendários imperadores romanos,
como Guilherme da Normandia,
que conquistou a Inglaterra em
1066, iniciando com fortalezas.
Alguns elementos fundamentais
Entre outros principais elementos
dessa arquitetura, pode-se também
citar a arcada contínua, levada aos
extremos na famosa torre inclinada
de Pisa, traço característicos de
muitas igrejas românicas com suas
arcadas circulares compostas de
arcos plenos. As arcadas cegas
constituem uma forma de
decoração para suavizar paredes
lisas, mais baratas e fáceis de
construir do que as aberturas para
janelas, entre outros elementos
decorativos esculpidos nas pedras (
entrelaçados, ziguezagues e relevos
naturalistas nos capitéis, com vaga
inspiração nas formas clássicas,
aliada à presença de cavaleiros
armados inseridos entre folhagens
típicas. As colunas também podem
apresentar entalhes em
ziguezagues que produzem jogos
de luz e sombra nos interiores.
Catedral de Durham – Normandia
A transição ao gótico
Construída por Guilherme, o
conquistador, foi sua realização mais
ambiciosa, iniciada em 1093, a largura
da nave excede a de St. Sernim em um
terço, e o comprimento total do edifício
a coloca entre as maiores igrejas da
Europa medieval. A abóbada da nave
representa a primeira utilização
sistemática da abóbada de aresta com
nervuras de naves em três andares.
Havia dois estilos de abóbadas que se
destacavam: A Abóbada de berço – um
semicírculo simples, chamado de arco
pleno, que era ampliado pelas paredes.
Suas desvantagens eram a pouca
luminosidade, por causa das janelas
pequenas, o excesso de peso do teto,
provocava desabamentos e era
impossível a abertura de grandes vãos.
E a Abóbada de aresta – criada para
superar o estilo anterior, essa abóbada
possui uma instersecção, em ângulo
reto, de duas abóbadas de berço
apoiadas sobre pilares. Com esse estilo
de abóbada não havia mais o problema
da má iluminação e do peso do teto.
Abóbadas de berço e de aresta
A Torre de Pisa
Torre de Pisa, é um campanário da catedral
da cidade italiana de Pisa. Está situada atrás
da catedral, e é a terceira mais antiga
estrutura na praça da Catedral de Pisa
(Campo dei Miracoli), depois da catedral e do
batistério. Embora destinada a ficar na
vertical, a torre começou a inclinar-se para
sudeste logo após o início da construção, em
1173, devido a uma fundação mal construída
e a um solo de fundação mal compactado,
que permitiu à fundação ficar com
assentamentos diferenciais. A torre
atualmente se inclina para o sudoeste. A
altura do solo ao topo da torre é de 55,86
metros no lado mais baixo e de 56,70 metros
na parte mais alta. A espessura das paredes
na base é de 4,09 metros e 2,48 metros no
topo. Seu peso é estimado em 14 500
toneladas. A torre tem 296 ou 294 degraus: o
sétimo andar da face norte das escadas tem
dois degraus a menos. Antes do trabalho de
restauração realizado entre 1990 e 2001 a
torre estava inclinada com um ângulo de 5,5
graus, estando agora a torre inclinada em
cerca de 3,99 graus. Isto significa que o topo
da torre está a uma distância de 3,9 m de
onde ele estaria se a torre estivesse
perfeitamente na vertical.
O conjunto da Catedral e do Batistério
A Torre de Pisa é uma obra de arte em mármore branco, realizada em três fases ao longo de um período de cerca de 177
anos. A construção foi posteriormente paralisada por quase um século, porque o Pisanos estavam continuamente
envolvidos em batalhas com Génova, Lucca e Florença. Este tempo permitiu ao solo subjacente ajustar-se. Caso
contrário, a torre de Pisa quase certamente teria sido derrubada. Em 1198 os relógios foram temporariamente colocados
no terceiro andar da construção inacabada.
Castelos
Os castelos medievais não eram locais
agradáveis para se viver, já que na sua
essência, serviam para defender o
território. A corrida para construir
castelos que assolou a Europa durante
vários séculos de conflitos gerou uma
competição para a criação da estrutura
mais imponente, sobretudo quando
observada a distância, muitos associando
a arquitetura árabe à da Europa
medieval. No seu apogeu, os castelos
chegaram a ser luxuosos e serviam como
palácio e fortaleza. O Krak des
Chevaliers ( c. 1142 ) foi o mais
imponente castelo construído no Oriente
próximo durante as cruzadas, também é
o exemplo mais notável da adoção quase
integral da arquitetura militar
muçulmana pelo Ocidente. Suas três
características principais a localização
em um contraforte natural, a construção
maciça e o emprego de muralhas repletas
de torres defensivas circulares e da
“entrada torta”, caminho sinuoso a ser
percorrido depois de tomada a muralha
externa para a entrada no Castelo.
Castelo de Conwy – País de Gales
Arundel Castle – West Sussex,
Os castelos ingleses
Existem cerca de 1.500 locais de
castelos na Inglaterra, de acordo
com o Castellairum Angliganum,
que supõe-se seja a maior
autoridade em castelos na
Inglaterra e País de Gales. A
expressão “locais de castelos” é de
propósito, pois a maioria está
desgastada a ponto de ser
praticamente invisível, com
pouco mais de 800 tendo
algumas ruínas, e pouco mais de
300 ainda em pé e com a
estrutura mais ou menos inteira
Castelo Bodiam East Sussex
Arquitetura Gótica
INTRODUÇÃO E CARACTERÍSTICAS
PRINCIPAIS
O termo e o lugar do Gótico
A princípio, por volta de 1150, a região
do gótico era bastante limitada.
Correspondia apenas à província
conhecida por Île-de-France ( Paris e
arredores ). Um século depois, a maior
parte da Europa tornara-se gótica, com
exceção de alguns pontos ainda
românicos. O novo estilo chegou a
alcançar o Oriente próximo, levado
pelos cruzados. Por volta de 1450 a área
do gótico começou a diminuir, sendo
que a Itália já se encontrava de fora. O
termo gótico foi cunhado para a
arquitetura, e é nesta que suas
características são mais visíveis.
Atualmente tornou-se comum citar a
“pintura e a escultura góticas”, mas há
incertezas quanto as características do
gótico, com regiões e períodos de auge
que diferem dos da arquitetura,
ocorrendo um deslocamento
progressivo do centro de interesse. Há
também a forte característica de
variação regional, intensificada a partir
do século XIII, a partir da menor
influência francesa em outros países.
Giotto di Bondoni ( 1266 – 1337 )
A essência do Gótico na Arquitetura
Catedral de Chartres ( séc. XII )
A arquitetura das grandes catedrais
góticas medievais trouxe uma tentativa
de elevar a vida cotidiana até os céus
para “tocar a face de Deus”, utilizando
as mais altas abóbadas e torres de
pedra que a tecnologia da época
pudesse erguer. Acima das naves
centrais dessas estruturas encontramse esculturas fora do alcance do olhar
humano ( anjos, demônios, folhagens,
entre outros ). A essência do Gótico é o
arcobotante, recurso que permitiu aos
pedreiros medievais transferir o peso
para longe as paredes das catedrais:
quanto mais altas as paredes, maior a
possibilidade de construir abóbadas de
pedra cada vez mais altas e elaboradas,
criando também janelas maiores.
Repletas de vitrais coloridos contando
Histórias do Antigo Testamento, dos
apóstolos, Santos, de Cristo, serviam
também para manter as pessoas
submissas diante do poder de Deus e de
seus representantes da Igreja Católica.
Arcos pontiagudos, que, além de
introduzir uma nova dimensão estética,
tem como importante consequência a
redução dos empuxos dos arcos em
cerca de 50%.
As Catedrais
A arquitetura Gótica teve sua origem no século XII
como uma evolução dos recursos técnicos do
período anterior, o românico. Na França a
catedral, símbolo maior da arquitetura gótica,
apareceu com destaque pela primeira vez em 1140
em Saint-Denis, ao norte de Paris, construída para
substituir outra edificação religiosa que tinha se
tornado exígua para as grandes aglomerações. A
arquitetura românica foi um produto
genuinamente religioso, pois as igrejas e os
conventos foram, na maioria das vezes,
desenhados e construídos por monges ou
frades. A arte de construir gótica, teve uma
participação mais aprofundada de uma
sociedade laica, levantadas por arquitetos
leigos. Suas conquistas estruturais foram fruto de
um persistente trabalho românico, liberado das
influências orientais e mediterrâneas. Cumpre um
novo papel de servir à divindade. No que diz
respeito às características das edificações e aos
anseios religiosos, a sociedade pedia por mais
espaço e mais luz. Nos interiores Os arcos
ogivais eram capazes de deixar as colunas
mais esbeltas sem colocar em perigo a
estabilidade da estrutura. As abóbadas
ogivais de arestas descarregavam o seu
peso através de cordões, nervuras e feixes,
descarregando o peso que suportam em
pontos internos e definidos.
Catedral de Saint
Denis
Os empuxos laterais, produzidos por estes
integrantes do conjunto estático, foram
trasladados para o exterior do templo, graças
aos arcobotantes e aos contrafortes e pináculos.
Os painéis de paredes situados entre os apoios,
não possuíam praticamente função estática,
podendo funcionar como enormes janelas. A
mais importante característica do estilo é a
abóbada de nervuras ou em leque. Ela
apresenta arcos visíveis, que são
construídos separadamente da teia ou
superfície da abóbada. As nervuras eram
construídas usualmente em primeiro
lugar, utilizando-se uma armação de
madeira móvel - cimbre. Depois eram
inseridas pedras mais finas para
completar a teia. Esse tipo de abóbada
era fisicamente mais leve do que a
abóbada de arestas de área equivalente.
Portanto, exercia menor empuxo ou
tensão sobre as partes inferiores da
construção. As nervuras serviam como
um diagrama de pedra das forças
estruturais da construção. Com relação aos
arcos, o arco ogival possuía a vantagem de
poder cobrir áreas retangulares. Tais vãos
anteriormente requeriam a construção de dois
arcos que alcançavam alturas diferentes,
criando transições difíceis para os pedreiros.
Outra vantagem da ogiva é que, por se alongar
e projetar para o alto, dava a ilusão de alcançar
maior altura que o arco pleno.
A Notre-Dame de Paris
Inaugurada em 1330, sua construção foi resultado do empenho do Bispo de
Paris, Maurice de Sully, que em 1163 lançou sua pedra fundamental. Esta
catedral reflete, como nenhuma outra, , os traços principais da de Saint Denis.
Sua planta é compacta e de forte unidade, comparada às das maiores Igrejas
românicas. No interior a nave possui abóbadas sextavadas e tribunas
nas primeiras laterais. As grossas colunas das arcadas da nave ainda
seguem a tradição românica, mas as grandes janelas do clerestório e
a leveza das formas adelgaçadas criam um inconfundível “efeito
gótico” de paredes finas e de verticalidade no interior. Mas a
diferença principal está nas abóbadas e nos arcobotantes ( pilares
que terminam em forma de meio arco que se unem a uma parede
como se estivessem sustentando-a ), estes são como “pontes” de um
ou mais arcos, que sobem até os pontos críticos entre as janelas do
clerestório . Constituem a essência do chamado “alto-gótico”. Este
método de escorar as abóbodas pelo lado de fora é uma realização característica
da arquitetura gótica, ocorrida devido a motivos funcionais. Os elementos que
diferem a fachada das antecedentes românicas é o modo como os pormenores
foram integrados em conjunto – ordem geométrica e proporção a partir de
uma disciplina formal e rigor no enquadramento.
Descrições gerais e pontuais
Arcadas rendilhadas, grandes portais e
janelões dissolvem a continuidade das
paredes e marcam outras
características da arquitetura gótica.
Na verdade, entre os objetivos dos
construtores, clientes e arquitetos das
novas catedrais ( muitos dos quais
permanecem anônimos ) era construir
tão alto e com tanto vidro quanto fosse
possível. A luz deveria brilhar através
dos vitrais e naves principais, laterais e
coros iluminados, ricamente decorados.
Edifícios mais notáveis e ousados do
seu tempo, as grandes catedrais foram
construídas para simbolizar a confiança
das cidades francesas pelo seu grande
progresso econômico na iminência do
princípio da Guerra dos Cem Anos
entre França e Inglaterra ( 1337 – 1453
) e para inspirar confiança àqueles que
vinham rezar temendo a peste negra .
Notre-Dame de Paris
As Catedrais de Amiens e de Reims
Na Catedral de Amiens, a altura
vertiginosa se tornou aspiração
técnica e estética preponderante.
As suas abóbadas são tensas e
finas, e no alargamento da
superfície ocupada pelas janelas
altas, de tal maneira que toda a
parede acima das arcadas da nave
se transformou em clerestório. A
mesma preocupação pela
verticalidade se nota na evolução
da fachada gótica clássica, sendo a
mais famosa, a da Catedral de
Reims, que se apresenta em
contraste com a Notre Dame de
Paris, apesar de ter sido construída
apenas trinta anos depois desta.
A Catedral de Amiens
As Catedrais de Amiens e de Reims
Comparativo: Notre Dame de Paris e Reims
Muitos elementos são comuns a ambas
as catedrais, mas eles foram alterados
e integrados em Reims de outro modo,
em um conjunto muito diferente. Por
exemplo, os portais são projetados
para fora, com janelões acima
das portas. A galeria das estátuas
régias funde-se com a arcada superior,
sendo os movimentos das esculturas
todos voltados para o alto, além dos
quadros habituais. Essa tendência, de
construir edificações de valor
incalculável dentro de um fervor
político e religioso, esmorece , a partir
de plantas mais simplificadas, diluindo
a própria ornamentação arquitetural.
Na Inglaterra: O gótico francês
Sainte Chapelle ( Paris )
O estilo oriundo da Ile-de-France se
espalhou por todo o Ocidente, com grande
capacidade de adaptação e de variedade de
condições locais. Alemanha e
Inglaterra mergulharam de tal forma
no estilo que consideram como
próprio de suas nacionalidades. A
razão decisiva do êxito internacional da
arte gótica parece ter sido, afinal, a
extraordinária força persuasiva do próprio
estilo, e o seu poder de despertar o fervor
religioso. No caso do gótico inglês, ele
não veio do estilo românico da
Inglaterra, mas foi inspirado
diretamente do gótico francês, e em
menos de cinquenta anos, ganhou
caráter próprio. É o estilo inglês
empregado em muitas Igrejas que já
estavam em construção ou sendo
ampliadas, por isso há poucas inteiramente
no estilo anglo-românico.
A Catedral de Salisbury – A Igreja mais alta do Reino Unido
Na Catedral de Salisbury, o seu exterior
é diferente das catedrais francesas. Em
vez da sólida aparência compacta e da
verticalidade, Salisbury apresenta
uma construção longa, baixa e
dilatada ( a torre muito mais alta
do que a inicialmente projetada
foi construída cem anos depois ).
A fachada principal converteu-se
em uma parede rendilhada, grelha
gigantesca mais larga que o próprio
corpo da Igreja e estratificada por
faixas ornamentais e estatuária. Outra
característica é o forte encurvamento
da abóbada da nave, parecendo as
janelas altas encaixadas entre as
abóbadas. Adotando o estilo francês, o
atenua nos seus aspectos
revolucionários, porque mantém um
sentido forte de continuidade em
relação ao passado anglo-normando.
Principais elementos da Arquitetura Gótica
Arcos pontiagudos, abóbodas altas, ( de aresta ou em leque ) arcobotantes,
rosáceas ( complexos rendilhados de pedra preenchidos com vitrais e
posicionados de modo a captar melhor os raios de sol, em geral situam-se nas
paredes norte e sul entre as torres da fachada ), além das gárgulas ( as figuras
grotescas dos telhados, que tinham função de saídas de água, outras possuem
simbologia própria, com feras aladas destinadas a espantar os maus espíritos ).
As mais famosas estão na fachada oeste da Catedral de Notre-Dame.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TEXTO E IMAGENS
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JANSON, H. W., História Geral Da Arte – O Mundo Antigo e a Idade Média. São
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COLE, Emily, História Ilustrada da Arquitetura. São Paulo, Publifolha, 2011.
GLANCEY Jonathan, A História da Arquitetura. São Paulo, Edições Loyola, 2012.
http://www.rotadoromanico.com/vPT/ORomanico/ORomanicodoValedoSousa/P
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http://historia-da-arte.info/idade-media/arte-romanica.html
http://www.historiadomundo.com.br/idade-media/inovacao-da-arquiteturagotica.htm
http://theconceptartblog.com/2010/05/11/desenhando-a-arquitetura-gotica-iii/

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