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Apresentação oral
Promoção de Habilidades Sociais na Infância: uma atividade extensionista
Bárbara Pereira Loures¹; Deborah Carla O. W. Rocha¹; Júlia Magna da Silva Teixeira¹;
Larissa Pimenta Coldibeli¹; Marina Tente Silva¹; Rafaela Dias¹; Sara Helena de
Oliveira¹; Vívian de Andrade Hauck Pinto¹ & Marisa Cosenza Rodrigues²
¹Bolsista PET-Psicologia, Discente do curso de Psicologia da UFJF; ²Tutora PET-Psicologia,
Docente do curso de Psicologia da UFJF.
Palavras- chave: habilidades sociais; extensão; promoção.
Um comportamento socialmente hábil é, segundo Caballo (2012), o conjunto de
comportamentos emitidos por um individuo em um contexto interpessoal que expressa
sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos desse indivíduo de modo adequado à
situação, respeitando os demais, e que geralmente resolve os problemas situacionais imediatos
enquanto minimiza a probabilidade de futuros problemas. Assim, as Habilidades Sociais (HS)
podem ser definidas como classes de comportamentos sociais que contribuem para a
competência social, isto é, para a realização de comportamentos bem-sucedidos (Del Prette &
Del Prette, 2011).
Del Prette e Del Prette (2003) apontam que um repertório elaborado de habilidades
sociais tem sido considerado como fator ou correlato importante da saúde psicológica, da
aprendizagem acadêmica, do exercício da cidadania e do sucesso pessoal e profissional.
Ressaltam, ainda, que o ensino das habilidades sociais enquadra-se como estratégia
preventiva para comportamentos de risco. Segundo Rodrigues e cols (2008), ações
preventivas e promocionais de saúde prioritariamente voltadas para crianças e jovens são
mais eficazes, pois seus hábitos, atitudes interpessoais e estilo de vida ainda estão em
formação, sendo mais flexíveis e receptivos às mudanças psicossociais.
Diante do exposto, foi realizada em 2013 uma intervenção com crianças de 5 a 7 anos
contempladas pelo Projeto Curumim da Associação Municipal de Apoio Comunitário de Juiz
de Fora (AMAC-JF) e com os seus responsáveis, visto que a literatura afirma que o
envolvimento e desempenho dos pais é representado por uma variedade de HS que podem
influenciar o repertório comportamental dos filhos (Bolsoni-Silva & Marturano, 2002). Com
estes, o objetivo do trabalho foi o de potencializar a atividade realizada com as crianças por
meio de um trabalho de sensibilização.
Após a realização de um grupo de estudo com a literatura da área, visando assegurar a
efetividade da intervenção, foi firmada a parceria com a AMAC-JF. Em seguida, foram
realizadas observações assistemáticas no Curumim, visando conhecer seu funcionamento. A
intervenção foi realizada mediante 8 encontros, com duração de 60 minutos cada. Foram dois
grupos com participantes de 5 a 7 anos, totalizando em média 26 crianças de ambos os sexos
nos turnos da manhã e tarde. Em cada grupo havia duas coordenadoras e uma observadora
para fazer o registro no diário de campo. No trabalho com as crianças abordaram-se seis das
sete subclasses das HS propostas por Del Prette e cols. (2005): Autocontrole ou
Expressividade Emocional, Civilidade, Empatia, Assertividade, Fazer Amizade e Solução de
Problemas Interpessoais. Nos encontros com as crianças foram utilizados fantoches, filmes,
livros infantis e dinâmicas de grupo.
Simultaneamente, três integrantes do grupo realizaram quatro encontros com os
responsáveis das crianças, sendo o primeiro para sensibilização, o segundo para abordar o
tema “comunicação entre pais e filhos” e o terceiro e quarto, os temas “empatia” e
“resolução de problemas interpessoais”, respectivamente, com duração de 60 minutos cada,
tendo em média a participação de seis mães. Foram utilizadas dinâmicas de grupo, material
audiovisual e impresso em forma de cartilha.
Baseado nos diários de campo, observou-se que as técnicas que mais chamaram a
atenção das crianças na turma da manhã foram as que se utilizaram de desenhos para colorir,
fantoches e apresentação de vídeos, enquanto na turma da tarde foram as duas primeiras e
leituras de histórias. Assim, os encontros foram adaptados para atender ao que mais se
adequava ao perfil das turmas. As crianças demonstraram apreender grande parte do conteúdo
passado, pois interagiam frequentemente com as coordenadoras durante os encontros e
utilizavam habilidades trabalhadas nos encontros iniciais como as palavras mágicas, o
compartilhamento de materiais, ouvir com atenção e respeitar as regras. Considera-se que o
Projeto proporcionou ampliar o repertório das habilidades sociais das crianças do Curumim
contemplado pela intervenção, além de beneficiar todos os envolvidos, trazendo uma maior
sensibilização sobre os componentes trabalhados, como demonstram o registro nos diários de
campo e o relato dos técnicos da instituição.
Efeitos benéficos mais concretos tanto para as crianças participantes quanto para as
educadoras e mães dependeriam de um período mais longo de intervenção na instituição.
Espera-se que a Instituição e os educadores sociais, a partir do trabalho realizado, possam ser
multiplicadores entre as demais crianças e adolescentes, além de inserir o ensino das
habilidades sociais na prática cotidiana do cronograma de atividades.
Referências:
Bolsoni-Silva, A. T., & Marturano E. M. (2002). Práticas educativas e problemas de
comportamento: uma análise à luz das habilidades sociais. Estudos de Psicologia, 7(2), 227235.
Caballo, V. E. (2012). Habilidades Sociais: Quadro Teórico. In V. E. Caballo, Manual de
avaliação e treinamento das habilidades sociais. (pp. 1-16). São Paulo: Santos.
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (Orgs.). (2003). Desenvolvimento, aprendizagem e
habilidades sociais: Questões conceituais e metodológicas. Campinas: Alínea.
Del Prette, A., & Del Prette, Z.A.P. (Orgs.). (2005). Psicologia das Habilidades Sociais na
infância: Teoria e Prática. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (Orgs.). (2011). Habilidades sociais: Intervenções
efetivas em grupo. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Rodrigues, M. C., Itaborahy, C. Z., Pereira, M. D., & Gonçalves, T. M. C. (2008). Prevenção
e Promoção de Saúde na Escola: Concepções e Práticas de Psicólogos Escolares. Gerais:
Revista Interinstitucional de Psicologia, 1(1), 67-78.

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