Relatório técnico – Operação Floresta 2006
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Relatório técnico – Operação Floresta 2006
Relatório técnico – Operação Floresta 2006 Introdução: Com base numa nova estratégia de intervenção a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF) propôs à Federação Portuguesa de Aeronáutica (FPA) assumir a coordenação operacional do “novo” modelo de vigilância aérea que pretende ir de encontro às realidades operacionais e a conjuntura económica da actualidade. Tendo participado, deste modo a FPA, activamente na elaboração de rotas, na definição dos modos de operação, realizando um acompanhamento constante aos aeroclubes e garantindo uma execução eficaz dos voos. Como referido no protocolo: “A vigilância aérea pode ser um importante meio de detecção e de informação de incêndios florestais, quando utilizada de forma adequada no tempo e no espaço, em particular em dias de risco meteorológico extremo, onde a rapidez da detecção é primordial, e nas zonas com alto risco espacial e sem visibilidade pela rede nacional de postos de vigia”; “A existência de interactividade ar-terra-ar pode fazer com que aeronaves sejam um precioso aliado na identificação de situações e de oportunidades de combate em contexto operacional, podendo constituir um contributo importante no apoio à decisão”; “As aeronaves podem contribuir para o registo e a análise de situações reais e para a avaliação da eficácia das acções de prevenção”. E de modo a dar resposta aos pressupostos atrás apresentados, tendo em conta o protocolo assinado, foram previstas e descritas quatro acções distintas, que seguidamente se abordam em separado de modo a realizar um balanço das mesmas: Acção nº1: Detecção de incêndios: Base funcional – “Em função do cruzamento da classe mais elevada do risco conjuntural de incêndio com as áreas não visíveis pela rede nacional de postos de vigia foram previamente estabelecidas 8 rotas de vigilância aérea”. Essas 8 rotas foram executadas por 10 aeroclubes que reuniram as condições para serem certificados junto do INAC (seguros, as inspecções das aeronaves e a lista de pilotos), ficando outros 3 aeroclubes, igualmente certificados (Alverca, Portugal e Torres Vedras), em condições de substituir qualquer dos outros aeroclubes na sua rota ou realizar os outros tipos de acções previstas no protocolo. Modo de operação - “ A detecção aérea é activada por rotas, em função do risco meteorológico de incêndio a avaliar pela DGRF. A activação será formalizada pela DGRF com 3 dias de antecedência, via telefone para o coordenador operacional ou administrativo, e via fax para a base operacional da FPA, situada no aeroclube de Torres Vedras”. “Após activação pela DGRF a FPA comunica aos CDOS, Via Fax, na área de influência das rotas, o calendário e horários dos voos programados”. Na campanha de 2006, este foi um ponto descurado pela DGRF, a formalidade logo deu lugar a informalidade e os tempos de antecedência estabelecidos para a requisição dos voos raramente foram cumpridos. Tudo correu pelo melhor porque existiu sempre uma boa comunicação por telefone e tudo esteve centrado nas mesmas pessoas, se as variáveis se tivessem alterado podia não ter funcionado. Neste ponto concreto os aeroclubes revelaram uma capacidade de prontidão acima do esperado para este tipo de acção de voluntariado. As comunicações aos CDOS foram efectuadas pela DGRF e não pela FPA, provavelmente foi o meio mais correcto, devido a proximidade dos técnicos da DGRF com os CDOS. Contudo a lista de contactos dos CDOS e dos CODIS só foi facultada a FPA em 21-08-2006. No que diz respeito à manutenção dos alertas tudo correu de acordo com o planeado, ou seja, após o alerta activado as operações mantiveram-se pelo prazo mínimo de 3 dias, não tendo ocorrido nenhum pedido de anulação de voo (24 horas antes da hora prevista para o inicio do mesmo). (Ver as propostas para a próxima época de incêndios - Pedidos de início e reinício de voos de Alerta). Aeronaves certificadas – Lista de aeronaves autorizadas pelo INAC a participar na campanha de vigilância aérea 2006, agrupadas por aeroclube, marca e modelo da aeronave, a matrícula, o nº de lugares totais incluindo piloto e ainda o tipo de asa (alta ou baixa - factor que considero importante na vigilância aérea). Aeroclube Aeronave Marca/Modelo Bragança Socata MS-893A Matrícula Nº Lugares CS-AIQ 4 Vila Real Socata MS-893A CS-AID 4 Porto Aveiro Costa Verde Viseu Coimbra Asa Baixa Baixa Cessna 152 CS-AUS INOP Piper PA-28-180 CS-AFI 4 Baixa Piper PA-32-260 CS-ALF 6 Baixa Cessna 152 CS-DAZ 2 Alta Cessna 172 CS-DIN 4 Alta Piper PA22-108 COLT CS-ALA 2 Alta Cessna 152 CS-DAS 2 Alta Cessna 172 CS-DAU 4 Alta Alta Piper PA 38 CS-DIM 2 Baixa Piper PA 38 CS-AII 2 Baixa Figueira da Foz Cessna F172G CS-AKV 4 Alta Castelo Branco Socata MS-893A CS-DCX 4 Baixa Algarve Cessna 152 CS-AYR 2 Alta Socata TB 9 CS-DCD 4 Cessna 152 CS-AVA 2 Alta Cessna F172N CS-AQX 4 Alta Torres Vedras Alverca do Ribatejo Piper PA 38 CS-DDC Baixa Portugal Cessna 152 CS-AYU 2 Alta Cessna 152 CS-DDJ 2 Alta Cessna 152 CS-ASO 2 Alta Piper PA-22 COLT CS-ALP 2 Alta Datas da operação: Os primeiros voos tiveram lugar no dia 09 de Agosto de 2006 e os últimos no dia 14 de Setembro de 2006, apesar de, no protocolo estarem previstas acções até dia 31 de Outubro de 2006, a época de incêndios foi oficialmente dada por concluída no dia 09 de Outubro de 2006. Tempos de voo: Estavam previstas 50 horas de voo para cada uma das 8 rotas estabelecidas, o que somava um total de 400 horas. Em virtude de nenhum dos aeroclubes ter esgotado as horas previstas para este tipo de acção, tendo sido somente utilizadas um total de 266:10h, ficaram por realizar 135:50h. Missões efectuadas (Acção 1) - Tabela resumo (ver anexo I): Nº Rota nº1 Rota nº2 Rota nº3 Rota nº4 Rota nº4 Rota nº5 Rota nº6 Rota nº6 Rota nº7 Rota nº8 ´ AEROCLUBE Aeroclube de Bragança Aeroclube de Vila Real Aeroclube do Porto Aeroclube de Aveiro Aeroclube da Costa Verde Aeroclube de Viseu Aeroclube de Coimbra Aeroclube da Figueira da Foz Aeroclube de Castelo Branco Aeroclube do Algarve TOTAIS: Dist. KM 214 180 250 200 200 187 178 178 212 157 1578 Tempo Por Rota 1:30:00 1:05:00 1:33:00 1:31:00 1:29:00 1:41:00 1:16:00 1:35:00 2:04:00 1:18:00 15:02:00 Nº Missões 24 23 23 9 9 24 12 10 20 23 177 Tempo Voo (h.) 36:30:00 25:55:00 35:30:00 13:35:00 13:20:00 40:35:00 15:25:00 15:45:00 39:30:00 30:05:00 266:10:00 1º Detecções 1 9 9 2 4 8 1 1 3 0 38 Rotas Partilhadas Rotas Partilhadas – A área abrangida por estas rotas em particular sobrepõe-se com a área de intervenção de mais do que um aeroclube, pelo que foi sugerido e aceite que os mesmos partilhassem as rotas (dias pares a missão foi efectuada pelo aeroclube X e nos dias impares pelo aeroclube Y). As primeiras detecções são sempre difíceis de determinar, mas foram somente indicadas as que foram confirmadas pelos respectivos CDOS. Existem muitos outros reportes acerca dos quais não é possível inferir nada a esse respeito. Comunicações: As comunicações via rádio não funcionaram de todo. Reportes de ignições que nunca chegaram ao destino, voos inteiros sem conseguir um único contacto, etc. Apesar de todas as queixas apresentadas pelos aeroclubes nos impressos de registo de voos, do problema ter sido apresentado ao CNOS (coordenação nacional das operações de socorro) e ainda que tenha ocorrido uma ligeira melhoria após meados do 2º alerta, as comunicações não são fiáveis. De um modo geral, os CDOS são dificílimos de contactar, tendo sido a maioria das ocorrências e contactos estabelecidos com os CMA´s. Situações como a que envolveu o CDOS de Aveiro e o aeroclube da Costa Verde no voo do dia 11/08/2006 ilustram bem a dimensão deste problema. Quando reportavam uma ignição o CDOS de Aveiro e citando o relatório elaborado pelo piloto Pedro Silva "Durante o reporte do 1º incêndio houve interferência do CDOS de Aveiro operando na frequência 123,35 solicitando a utilização expedida da frequência de uma forma algo rude". Após aterragem o Sr. João, administrativo do aeroclube de Aveiro, e ele próprio Bombeiro Voluntário, telefonou para o CDOS para reportar a aterragem pelo que lhe foi dito "não podemos estar a perder tempo com essas coisas". Aeroclubes: Todos os aeroclubes estiveram à altura do que lhes foi solicitado, obviamente existiram velocidades de adaptação diferentes e níveis de organização bastante distintos, mas penso não existir necessidade no âmbito deste relatório, a menos que tal seja solicitado, de estabelecer comparações e essa diferenciação. Propostas para a próxima época de incêndios (Acção nº1: Detecção de incêndios): Inicio das acções – Pensamos haver todo interesse em garantir logo desde 15 de Junho de 2007, a possibilidade de solicitar voos por períodos de alerta, mantendo, à semelhança da época de 2006, um final previsto a 31 de Outubro. Para tal acontecer é necessário garantir uma assinatura atempada do protocolo, e reservar o tempo necessário para a certificação dos aeroclubes interessados junto do INAC. Cada aeroclube tem de garantir os seguros, as inspecções das aeronaves e a lista de pilotos que as vão operar. No próximo protocolo deveriam de estar previstas verbas para as despesas administrativas (fax, telefone, etc.) e talvez um prémio de participação é que todo este processo custa dinheiro e existiram 2 aeroclubes com 0 horas efectuadas. Rotas a praticar - Traçar uma rota principal e duas rotas alternativas, permitindo de acordo com as necessidades um ajuste mais rápido, à semelhança do que foi testado com o CDOS e o com o aeroclube de Castelo Branco (ver anexo III). Realizar antes do início da campanha, todas as rotas traçadas de modo a aferir os tempos de voo, se os traçados necessitam de alterações, a escolha da melhor altitude de operação, em resumo, estabelecer todas as características operacionais de cada traçado. Horas de descolagem - De acordo com as rotas traçadas e tendo em conta o sistema, de tabela de horas de início de voos, utilizado durante a época de 2006, realizar os ajustes necessários. Eventualmente reduzir o intervalo das descolagens para [das 11:00h às 14:00h], mas devem haver registos estatísticos da DGRF das horas com o maior número de ignições para fundamentar esta nova tabela. Formação - A formação de pilotos e observadores no sentido de saberem caracterizar um foco de incêndios, é outra situação a ter em conta. Pensamos que seria muito proveitoso, existir uma acção de formação ministrada por técnicos da DGRF aos pilotos e observadores interessados, ou pelo menos, aos pilotos que iram ficar responsáveis pela operação floresta em cada aeroclube. Como apoio aos pilotos e observadores aconselha-se, ainda, a elaboração de um checklist (formato A5) de reporte e identificação do tipo de incêndio. • Imagens de caracterização dos incêndios tipo; • Impresso de reporte “tipo” (coordenadas, vento, nº focos, etc.); • Tabela de frequências rádio CDOS / CMA´s; • Lista de contactos telefónicos dos CODIS. Comunicações e reportes – Aconselhamos a colocação a bordo das aeronaves de um sistema de localização automática e de reporte de ignições sem recurso a rádios VHF ou palm tops (semelhante ao equipamento existente nos aviões Vodafone). Este tipo de equipamentos não se encontram à venda, mas é possível transformar os existentes (de uso terrestre) de modo a que funcionem de um modo optimizado no ar. Deste modo, seriam transmitidas ininterruptamente durante todo o voo dados relativos à posição, altitude, velocidade, existindo inclusive a possibilidade de enviar fotografias através de câmara fotográfica associada. O equipamento em terra necessário para receber as informações provenientes das aeronaves seria somente um PC com ligação à Internet onde seriam projectados os dados recebidos sobre o software Google Hearth ou sobre um sistema SIG já existente. Pensamos que este seria o meio mais fiável e prático de resolver o enorme problema que existe com as comunicações rádio. (ver conclusões) Modo de operação - Com a introdução deste tipo de equipamentos, o modo de operação, também iria necessitar de algumas alterações, nomeadamente: As aeronaves passariam a reportar a sua saída e chegada via telefone para o 117 e só existiriam comunicações via rádio VHF em duas situações: 1- Se os CDOS/CMA´s necessitassem de dados adicionais sobre os incêndios; 2- Durante os check rádios que passariam a ser obrigatórios durante cada voo, de modo a poder aferir a operacionalidade destes. Os formulários de registo de voos (anexo II) também necessitariam de alguns ajustes de modo a suportar este novo modo de operação. Escala de observadores - Colocação de técnicos, na qualidade de observadores, a bordo das aeronaves. O ideal seria passar a haver técnicos escalados pelos CDOS respectivos de entre todas as entidades intervenientes SNBPC, DGRF e GNR. Ter em atenção que devido às elevadas temperaturas e à elevada altitude de maior parte dos aeródromos de onde tem inicio as rotas, sempre que possível não utilizar a máxima lotação dos aviões com mais de 2 lugares, ou seja nos aviões de 4 lugares, realizar os voos com um piloto e no máximo mais 2 observadores. Pedidos de início e reinício de voos de Alerta – De modo a minimizar os problemas existentes com estes pedidos na campanha de 2006, sugere-se a criação de mais um formulário (requisição de voo “tipo”): Face à previsão de condições meteorológicas favoráveis à ocorrência de incêndios florestais, ao abrigo do Protocolo celebrado entre a DGRF e a FPA para a vigilância aérea – 2007, vimos por este meio solicitar a realização de voos de acções de vigilância aérea de protecção da floresta contra incêndios, em todas as rotas (ou nas rotas Nº X;Y;Z), entre os dias __/__/2007 e __/__/2007. (pedido remetido por fax ou e-mail). Quanto ao circular desta informação pelos CDOS, informando-os destes períodos de alerta, pode passar a ser efectuado pela FPA (importante anexar folha dos contactos ao protocolo) através de um formulário deste tipo, mas pode não ser a melhor solução. O facto de existirem técnicos da DGRF presentes nas reuniões diárias dos CDOS pode funcionar como um excelente veiculo para fazer circular estas informações e reforçar a importância dos voos. Acção 2: Vigilância de incêndios em fase de rescaldo e pós-rescaldo /detecção de reacendimentos e Acção 3: Acompanhamento de incêndios: De modo a não existirem repetições, estas Acções são abordadas em conjunto devido a serem muito idênticas em muito dos seus parâmetros, realizando as diferenciações necessárias nos itens que assim o exigem. Base funcional (Acção 2) - Vigiar grandes perímetros de incêndio, em áreas de difícil acesso, ou de fraca visibilidade do solo, nomeadamente o risco de reacendimentos após a extinção. Concertação a nível distrital entre elemento da DGRF/GNR/CDOS. Base funcional (Acção 3) - Realizado nas áreas de intervenção dos aeroclubes e quando for identificada a necessidade. Tem como objectivo poder informar o CODIS ou o COS sobre o comportamento dum incêndio (perigo potencial, comportamento, velocidade de propagação, situação precisa, acessos alternativos, etc.). Garantir a possibilidade de presença no avião de observador (es) competente (s) da DGRF e/ou do SNBPC. O plano de voo é gerido pelo (s) observador (es), sob directivas dos CODIS ou do COS. Modo de operação - Os aeroclubes são avisados logo que possível pela DGRF e/ou pela FPA e efectuam os voos o mais prontamente possível, em função da disponibilidade de avião e piloto. Aeronaves certificadas – 13 aeroclubes possuíam aeronaves certificadas junto do INAC e reuniam condições para poderem efectuar este tipo de acção. Tempos de voo – Estavam previstas 206:00 horas de voo para a acção Nº2 e Nº3. Foram somente utilizadas um total de 11:20h (nas duas acções), ficando por utilizar 194:40h. Missões efectuadas (Acção 2 e 3) - Tabela resumo (ver anexo I): AEROCLUBE Aeroclube de Bragança Data 03-09-2006 05-09-2006 Tempo Voo Nº Missões (h.) 1 1:40:00 1 1:25:00 1º Detecções 0 1 Aeroclube do Porto 31-08-2006 1 1:50:00 2 Aeroclube de Coimbra 23-08-2006 29-08-2006 01-09-2006 1 1 1 1:20:00 2:30:00 1:50:00 0 2 0 Aeroclube da Figueira da Foz TOTAIS: 10-08-2006 1 7 0:45:00 11:20:00 1 6 Das 7 missões efectuadas por pedido temos: Um voo realizado pelo aeroclube do Porto, efectuado a pedido da DGRF onde o Eng. Paulo Mateus pode constatar a impotência que se sente ao não conseguir estabelecer comunicações com os CDOS, assim como das potencialidades e das mais valias que estes meios de observação podem trazer ao combate dos incêndios. Dos 2 voos realizados pelo aeroclube de Bragança num deles (03-09-2006) foi efectuada a coordenação de área ardida (Carrazedo de Ansiães) a pedido do Eng. Manuel Rainha da DGRF. No voo de dia 05-09-2006 o reporte de uma nova ignição só foi conseguido pelo Eng.º Edgar Bragada através de um rádio portátil em uma outra frequência que não a estabelecida. Dos 4 voos efectuados por pedido na área de intervenção de Coimbra, 2 deles (dia 10-08-2006 e dia 23-08-2006) foram efectuados pessoalmente pelo CODIS de Coimbra (Ten. Coronel Ferreira Martins). O de dia 29-08-2006 teve origem durante o voo regular de vigilância (CDOS de Leiria) e foi pedido auxílio para investigar colunas de fumo já reportadas. Também o pedido de dia 01-09-2006 teve origem durante o voo. Curiosamente durante estes 4 voos as comunicações funcionaram bastante bem, quero com isto dizer, muito claramente, que o problema não é dos rádios. Propostas para a próxima época de incêndios (Acção nº1: Detecção de incêndios): Inicio das acções – A semelhança da proposta para a acção 1, sugere-se que seja dado inicio às acções a 15 de Junho de 2007 e prolongá-las se necessário até a 31 de Outubro 2007. Formação – Se a formação é um ponto que consideramos importante na acção 1, nas acções 2 e 3 consideramo-la indispensável. Comunicações e reportes – Colocação a bordo das aeronaves de um sistema de localização automática e de reporte de ignições sem recurso a rádios VHF ou palm tops. Escala de observadores – São acções mais exigentes do ponto de vista operacional e do conhecimento concreto dos meios de combate aos incêndios, ninguém melhor do que técnicos habilitados para serem os observadores destas missões. Reforçamos a posição que o ideal seria passar a haver técnicos escalados pelos CDOS respectivos de entre todas as entidades intervenientes SNBPC, DGRF e GNR. Modo de operação – De modo a poder dar uma pronta resposta, reduzir ao máximo as formalidades para o pedido, remetendo-as para o pós voo. Os voos realizados por pedido estão muito longe do que seria o seu ideal. Sempre defendemos que as acções (2 e 3) são as que mais e melhor contributo podem dar a nossa floresta, mas temos a perfeita noção que para isso é necessário quebrar barreiras instituídas há já muito tempo. Acção 4: Registo de imagens: Base funcional – Dentro de um contexto operacional, avaliação de comportamento do fogo em zonas de redução de combustíveis (com fogo controlado ou outras técnicas, permitindo assim avaliar a eficácia dos tratamentos) Garantir a possibilidade de presença no avião de observador (es) competente (s) da DGRF e/ou do SNBPC. Fora do contexto operacional: registo de imagens das infra-estruturas de prevenção, antes ou após incêndios. Modo de operação - Os aeroclubes são avisados com um mínimo de 3 dias de antecedência. Aeronaves certificadas – Só duas aeronaves se encontravam certificadas junto da Força Aérea Portuguesa e do INAC para poder efectuar esta acção. Eram elas o CS-AVA 2 lugares e o CS-AQX de 4 lugares (ambas propriedade do aeroclube de Torres Vedras), contudo só o CS-AQX se encontra capaz de efectuar estes voos em virtude de só existir cablagens para uma aeronave e as alterações introduzidas na mesma são consideráveis. Datas da operação: O primeiro voo só ocorreu a dia 14 de Setembro de 2006. A primeira parte do equipamento a instalar só chegou a 05 de Setembro de 2006. Tempos de voo – Estavam previstas 60:00 horas de voo para este tipo de acção. Foram somente utilizadas um total de 17:05h, ficando por utilizar 42:55h. Missões efectuadas (Acção 4): Data 14-09-2006 14-09-2006 16-09-2006 19-09-2006 19-09-2006 20-09-2006 20-09-2006 20-09-2006 Total Tempo voo (h.) 1:10:00 1:00:00 1:30:00 2:35:00 2:15:00 3:30:00 1:45:00 3:20:00 17:05:00 Nº Missões 1 1 1 1 1 1 1 1 8 Descolagem Aterragem Sta Cruz Lousã Lousã Sta Cruz Sta Cruz Sta Cruz Sta Cruz Viseu Viseu Vila Real Vila Real Braga Braga Braga Braga Sta Cruz Lista dos incêndios e áreas filmadas: Grandes Incêndios (>= 500 HA) Distrito Braga Vila Real Vila Real Viseu Vila Real Vila Real Braga Braga Concelho Freguesia Local Total Vieira Minho Vilar chão Cabreira 636 Valpaços Fiães Fiães 500 Murça Murça Rebelos 550 Oliveira Frades Ribeiradio Paredes 1000 Outros Incêndios com Intervenção de Fogo de Supressão Carrazeda de Ansiães Belver Pena Fria Vila Pouca Aguiar Barbadais Serra da Pardela Terras de Bouro S.Bento Vilar da Veiga Barragem Vilarinho das Terras de Bouro S.João do Campo furnas Braga Braga Braga Amares Terras de Bouro ? Bouro Covide ? Zonas de Fogo Controlado Serra do Marão Serra da Lousã Perimetro da Abadia ? Serra da Cabreira O tratamento das 7 cassetes Mini-dv com as imagens recolhidas durante os voos da campanha de 2006 revelou-se uma tarefa muito complicada. Propostas para a próxima época de incêndios (Acção nº4: Registo de Imagens): As imagens adquiridas tem obrigatoriamente de estar automaticamente georeferenciadas, senão corre-se o risco de recolher uma “tonelada” de imagens soltas sem uma ligação concreta aos locais. A produção dos DVD tem de ser “quase imediata” para que possa estar disponível “no dia seguinte” de modo a permitir serem usadas em análise de situações concretas. Equipar uma segunda aeronave com todos os cabos necessários para que o equipamento de aquisição de imagem possa ser trocada quando necessário. Apesar de sabermos que se tratam de experiências, deve ser estabelecida a lista de material necessário a um bom desempenho e este ser adquirido, pelas entidades competentes (DGRF, FIREPARADOX), atempadamente para que o mesmo possa ser instalado e testado. Equipamentos que se sugere que se sejam instalados: - A instalação de um Doma que cubra todo o hemisfério inferior, movimentado através de um joystick e que permita fazer zoom sobre uma dada área. - A instalação de equipamento que coloque automaticamente sobre a imagem os dados de Posição fornecidos pelo GPS. - Um LCD retro iluminado que permita ao operador e ao piloto visualizar as imagens que está a capturar. - Instalar a bordo da aeronave o mesmo equipamento aconselhado na acção 1 – Sistema de localização automática. - Antena GSM e amplificador de sinal de telemóvel com vista a melhorar este método de comunicação como um método alternativo. O facto de ter estado, juntamente com o técnico de manutenção Manuel Rufino, na origem do Projecto Olhos no Fogo, deixa-me pouco à vontade para abordar esta questão, mas não posso deixar de o fazer. A emissão de imagens aéreas dos fogos e das áreas ardidas, em tempo real, directamente para os CDOS, faz agora mais sentido. Esta e outras questões, tais como os equipamentos, as funções e as melhorias a introduzir são temas que gostaríamos de abordar neste relatório, mas correríamos o risco de sair fora do âmbito deste, atrasando ainda mais a sua conclusão. Conclusões: Tipo Voo Nº Total Missões Total de tempo voo (h.) Nº total de 1º detecções Por Rota 177 266:10:00 38 + + + Por Pedido 7 11:20:00 6 + + + A. Imagens 8 17:05:00 ------- = = = Totais 184 294:35:00 44 Total tempo disponível (h.) Tempo remanescente (h.) 400:00:00 133:50:00 + + 206:00:00 194:40:00 + + 60:00:00 42:55:00 = = 666:00:00 371:25:00 • É proposto que seja solicitado às entidades competentes para que as 371:25 horas não voadas na campanha de 2006 transitem para a época do próximo ano, podendo deste modo garantir-se uma operacionalidade logo deste 15 de Junho. Altura que se sugere como data de início efectivo para a próxima campanha, garantindo, deste modo, verbas e horas de voo para um início atempado. A situação ideal era ter um protocolo assinado por ano civil, deixando deste modo espaço aberto para qualquer emergência fora do tempo previsto, para acções de monitorização ou recolha de imagens de acções de fogo controlado e por ultimo resolvia futuras situações, como a que ocorreu nesta campanha, em que o plafon de horas não foi esgotado. • Na minha óptica a evolução futura da vigilância aérea vai directamente para o teatro das operações e para uma observação por pedido. Os aviões serão os olhos que vêm o que os coordenadores não conseguem ver, aplicados em acções como as de: - Vigiar grandes perímetros de incêndio, em áreas de difícil acesso, ou de fraca visibilidade do solo, nomeadamente o risco de reacendimentos após a extinção. - Informar os CODIS ou o COS sobre o comportamento dum incêndio (perigo potencial, comportamento, velocidade de propagação, situação precisa, acessos alternativos, etc.). - Poder confirmar falsos pedidos de socorro ou informação contraditória de diferentes corporações. -Permitir a identificação de situações e de oportunidades de combate em contexto operacional. • O calcanhar de Aquiles da vigilância aérea sempre foram as comunicações. Sem comunicações não faz sentido os aviões andarem no ar, é como deitar dinheiro fora, e como já referi anteriormente o problema não está nos rádios, nem nos seus operadores, mas na política de funcionamento dos CDOS. A vigilância aérea para ser aceite tem de estar fundamentada e instituída. Os CDOS tem de ter a noção das potencialidades destes voos e habituarem-se a usá-los. Ganhar o seu respeito e demonstrar a potencialidades e operacionalidade dos meios aéreos ligeiros tem de ser um objectivo da DGRF a curto prazo. O dinheiro que pode ser poupado em voos de Revis, a informação que pode ser fornecida que julgo não ter preço, merece a atenção dos nossos governantes. Os aviões estão lá para serem comandados e usados pelos coordenadores que se encontram no comando das operações. É uma mensagem que penso ser importante que seja passada. Novamente, refiro-me a posição privilegiada que a DGRF assume ao ter técnicos presentes nas reuniões diárias dos CDOS podendo estes funcionarem como um excelente veículo para fazer circular estas informações e reforçar a importância dos voos, mas a educação tem de vir de dentro da instituição para fora e de facto acreditar-se no que se esta a dizer. • É imperativa a colocação a bordo das aeronaves de um qualquer sistema de localização automática e de reporte de ignições (avl, palmtops, etc..). É a solução para fazer chegar a informação, mas esta tem de ser acompanhada de outras acções no sentido de essa informação ser respeitada até ao ponto de se sentir falta dela. • É importante que se estude a viabilidade de implementação da: - Existência de técnicos escalados para realizarem voos de vigilância aérea; - Formação de pilotos e observadores no sentido de saberem caracterizar um foco de incêndios; - Elaboração de um checklist (formato A5) de reporte e identificação do tipo de incêndio. -- Existência de uma equipa técnica que, fora da época dos incêndios, consiga implementar todas estas modificações ao nível estrutural, ao nível dos equipamentos, que efectue os testes necessários, de modo a consiga potenciar este valioso recurso que mistura o voluntariado com um meio de observação privilegiado. - Existência de uma rota principal e duas rotas alternativas, permitindo de acordo com as necessidades um ajuste mais rápido, à semelhança do que foi testado com o CDOS e o com o aeroclube de Castelo Branco (ver anexo III). Nota: Sem rotas atribuídas pensamos que não será possível garantir o serviço de voluntariado que os aeroclubes têm realizado, pelo menos nesta fase que considero de transição. Entre a aceitação por parte dos CDOS e a decrescente necessidade de mais um meio de vigilância. O preço da hora de voo tem a ver com a diluição dos encargos obrigatórios (seguros, inspecções, manutenção, etc.) quantas mais horas mais barata fica a hora de voo. Sem mínimos estabelecidos penso não ser possível os aeroclubes assumirem compromissos, já para não falar na dificuldade que surgirá para ter pilotos disponíveis sem uma escala de base. • Por ultimo, outra questão que consideramos crítica é a situação da programação atempada e a disponibilização das verbas para pagamentos. O serviço de voluntariado que os aeroclubes prestam ao país é incompatível com o facto de terem de suportar os gastos de combustível e de manutenção até tão tarde. É importante que tenhamos a noção do preço que custa alugar uma aeronave, dos seus consumos de combustível, dos seus seguros, da sua manutenção e se por ultimo se somar a disponibilidade obtém-se um valor aproximado do recurso que a DGRF tem em seu poder. A DGRF ao não garantir o pagamento atempado de acordo com o protocolo gera descrédito enfraquecendo o melhor de todos os recursos “ o humano”. Pela FPA, Torres Vedras, 09 de Dezembro de 2006 ____________________________ (Adriano Germano) ANEXO I Mapa total de voos realizados ANEXO II Formulários utilizados – campanha 2006 ANEXO III Experiência efectuada com o CDOS / Aeroclube de Castelo Branco ANEXO IV Dados referentes à facturação efectuada por aeroclube ANEXO V 3 DVD editados com as todas as imagens recolhidas no âmbito da acção nº4 .