Análise do efeito do treinamento em trabalhadores de abatedouro

Transcrição

Análise do efeito do treinamento em trabalhadores de abatedouro
Análise do efeito do treinamento em trabalhadores de abatedouro de aves:
novatos e experientes
Analysis of the effect of training on workers in poultry slaughterhouse: novice
and experience
Curso: Programa de Mestrado e Doutorado em Fisioterapia
Orientadora: Profa. Dra. Rosimeire Simprini Padula
Pós-graduanda: Esp. Michelle Silveira Denadai
São Paulo
JANEIRO 2015
Michelle Silveira Denadai
Análise do efeito do treinamento em trabalhadores de abatedouro de aves:
novatos e experientes
Analysis of the effect of training on workers in poultry slaughterhouse: novice
and experience
São Paulo
2015
Área de concentração: Fisioterapia na Saúde do Trabalhador
Data da defesa: 20 de fevereiro de 2015
Resultado: ____________________________
BANCA EXAMINADORA:
Profª.: Drª.: Rosimeire Simprini Padula ______________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Profª.: Drª.: Sandra Regina Alouche_________________________________
Universidade Cidade de São Paulo
Prof.: Drª.Tatiana de Oliveira Sato __________________________________
Universidade Federal de São Carlos
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me protegido, iluminado e direcionado o meu caminho
nessa batalha árdua.
Aos meus pais, Adão e Josefa, pela educação que me deram e por todo incentivo pela
busca de novos conhecimentos.
A minha irmã, Karen, pelo incentivo e por ter conduzido a administração da minha
clinica tão belamente durante este momento de ausência.
Ao meu querido esposo, Ricardo, por ser o maior incentivador dessa etapa e pela
compreensão nos momentos de stress e de ausência, nunca me deixando abater nos
momentos mais difíceis durante essa caminhada.
A minha orientada, Rosimeire, pelo tempo dedicado, pela paciência e principalmente
pelo ensinamento transmitido sempre com sabedoria e sutileza.
A todo corpo docente do mestrado em fisioterapia da Unicid, por terem me concedido
todo o conhecimento fundamental para a minha transformação em um fisioterapeuta
crítico e atualizado.
A minha colega de mestrado Daniela, sempre disposta a me ajudar e por ter auxiliado
nas análises dos vídeos.
A super colega de mestrado Cristiane Luck, pela companhia em diversas noites de
estudo e risadas.
A minha querida amiga, Tatiana Ortiz e seus pais por inúmeras vezes terem me
acolhido em sua casa, sempre tão atenciosos e carinhosos.
A coordenadora do curso de fisioterapia Roseli Honorato e supervisora do Rh da
empresa Anhambi Simone Soares por compreenderem por várias vezes a minha
ausência no trabalho para a realização de um sonho.
Ao supervisor de produção, Adriano Azalina, encarregados e líderes que me
auxiliaram fielmente durante a coleta de dados.
A todos os funcionários da empresa que aceitaram participar, pois sem o “sim” esta
pesquisa não teria acontecido.
Aos membros da banca, Sandra Alouche e Tatiana Sato pelas valiosas contribuições
ao estudo.
Enfim, a todos que auxiliam direta e indiretamente nessa jornada.
O meu muito, obrigada a todos vocês.
“A verdadeira dificuldade não está
em aceitar idéias novas, mas
escapar das antigas”.
John Maynard Keynes
RESUMO
Contextualização: A atividade de frigorífico tem crescido a cada ano no Brasil. Devido
ao alto índice de afastamento junto ao INSS no setor frigorífico, houve a necessidade
da criação de uma Norma Regulamentadora (NR) específica para empresas de abate
e processamento de carnes, no qual sugere o treinamento como forma de prevenção
de doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho. Vários estudos sobre
treinamento foram realizados em setor administrativo, em laboratório de biomecânica
e poucos observaram o efeito do treinamento em trabalhadores de frigorífico, dentro
da indústria. Objetivos: Comparar o efeito do treinamento entre trabalhadores
novatos e experientes em um abatedouro de aves, em relação as queixas
osteomusculares e a mudança na maneira de realizar as atividades. Métodos: Tratase de um estudo quasi-experimental, realizado em um frigorífico de aves, no qual 51
trabalhadores participaram sendo filmados em 2 postos de trabalho, antes e após o
treinamento e responderam ao Questionário Sociodemográfico, Questionário de
sintomas osteomusculares associado ao EVA, Escala de Borg, Questionário sobre a
percepção da facilidade/dificuldade de seguir as orientações do treinamento. Os
vídeos foram analisados para preencher um CheckList adaptado que avalia o
posicionamento articular e os movimentos com risco para desenvolvimento de
doenças ocupacionais. Os funcionários foram divididos em 2 grupos: G1- Novato e
G2- Experiente, ambos receberam um programa de educação com duração de 60
minutos, associado à entrega de uma cartilha contendo as mesmas recomendações
de postura através de fotos das atividades selecionadas. Os dados foram analisados
por meio de estatística descritiva e teste de Kolmogorov Smirnov para nível de
significância de 5%. E a confiabilidade intra e inter avaliador dos resultados do
CheckList foi testado por meio do coeficiente de correlação Kappa. As comparações
intra grupo e inter grupo foram realizadas por meio de testes não paramétricos.
Resultados: As queixas de dor cervical e punho tiveram redução com o treinamento
para ambos os grupos (P<0,05). Houve uma melhora no padrão postural de coluna e
ombro para ambos os grupos e inter grupo (P<0,05) no pós treinamento imediato e
após 2 meses. O grupo de trabalhadores experientes mesmo tendo apresentado
posturas de maior risco no pré treinamento, apresentou melhora e o grupo de novatos,
adotaram posturas de menor risco que os experientes, mas mesmo assim, foram
beneficiados logo após o treinamento (1-2 dias). Conclusão: O treinamento foi
benéfico tanto para novatos quanto para experiente para mudança no padrão de
movimento do ombro e coluna, entretanto para coluna os trabalhadores já partiram de
posturas mais seguras do que para ombro. Aos que pudemos observar, as grandes
articulações (ombro e coluna) foram modificadas com o treinamento, contudo,
pequenas articulações cujos movimentos exigem maior precisão com é o caso do
punho não foram influenciadas com o treinamento.
Palavras-chave: Treinamento,
Trabalhadores de matadouros.
Formação,
Educação,
Abatedouro
de
aves,
Abstract
Background: The activity poultry processing has grown every year in Brazil. Due to
the high rate of absenteeism the INSS in the poultry slaughtering, there was the need
to create a Regulatory Standard (NR) specific for slaughter and meat processing
companies, which suggests training for prevention of work-related musculoskeletal
disorders Several studies have been conducted training in administrative sector in
biomechanics laboratory, however there are few studies with poultry slaughterhouse.
Objectives: To compare the effect of training between novice and experience workers
in poultry processing in relation to work-related musculoskeletal complaints and the
change in the way they carry out the activities. Methods: This is a quasi-experimental
study, conducted in a poultry slaughtering, in which 51 workers participated being shot
in two jobs, before and after training and responded to the questionnaire
sociodemographic, Nordic Questionnaire Musculoskeletal associated with EVA, Borg
Scale, and Questionnaire on the perception of ease / difficulty of following the
guidelines of training. The videos were analyzed to complete a CheckList adapted
assessing the joint positioning and movements with risk of developing occupational
diseases. Employees were divided into 2 groups: G1-Novice and G2-Experienced,
both received an education program consists of lecture and demonstration of the video
made before training lasting 60 minutes associated with the delivery of a booklet
containing the same recommendations posture with photos of selected activities. Data
were analyzed using descriptive statistics and the Kolmogorov-Smirnov test for 5%
significance level. And the intra and interrater reliability evaluator of CheckList results
was tested through the Kappa correlation coefficient. The difference intra group and
inter group were evaluated using Non Parametric test. Results: The cervical and wrist
complains had reduction with training to both groups (P<0.05). There was improvement
in postural pattern of the shoulder and spine to both groups and inter group (P<0.05)
at post immediately training and after two months. Experience group sill that presented
posture with higher risk in pre training had better than novate group. Novate group
adopted posture with lower risk than experience, although both had benefited after
training (1 and 2 days). Conclusion: Training was benefited as novice as experience
in change of the postural pattern to both shoulder and spine, however to spine the
workers beginning of the postural more safe when compare with shoulder. We
observed that big joint with shoulder and spine were modified with training, however
small joint whose movement require more precision with wrist was not influenced with
training.
Keywords: Training, Education, Poultry slaughtering, Slaughterhouse workers.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Atividade de colocar miúdos dentro do frango inteiro ................................................ 21
Figura 2. Atividade de colocar frango inteiro no funil ................................................................... 21
Figura 3. Atividade de colocar asa na máquina de asa............................................................... 22
Figura 4. Atividade de cortar partes................................................................................................ 22
Figura 5. Fluxograma do processo de abate de aves ................................................................. 24
Figura 6. Fluxograma pós-treinamento .......................................................................................... 31
Figura 7. Fluxograma amostral do estudo..............................................................................34
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características sociodemográficas da população do estudo. ................................... 34
Tabela 2. Queixas Osteomusculares dos trabalhadores novatos e experientes no pré e póstreinamento (2 meses). ...................................................................................................................... 35
Tabela 3. Escala visual analógica de dor e desconforto osteomusculares no pré e póstreinamento.......................................................................................................................................... 36
Tabela 4. Questionário de percepção do treinamento para o grupo de trabalhadores novatos
e experientes....................................................................................................................................... 37
Tabela 5. CheckList G1 Novatos x G2-Experientes - Função Corte .......................................... 38
Tabela 6. CheckList G1 Novatos x G2-Experientes - Função Máquina de Asa.....................40
LISTA DE ABREVIATURAS
CID 10: Código Internacional de Doenças
CNAE: Código Nacional de Atividade Econômica
DP: Desvio Padrão
EVA: Escala Visual Analógica
N: Frequência Absoluta
FR: Frequência Relativa (%)
MMSS: Membros Superiores
MMII: Membros Inferiores
NR: Norma Regulamentadora
QNSO: Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
2.0 MÉTODO............................................................................................................. 20
2.1. Desenho do Estudo ................................................................................... 20
2.2. Caracterização do Estudo ......................................................................... 20
2.3. Voluntários (Amostra) ............................................................................... 20
2.4. Indústria Frigorífica de Aves ..................................................................... 23
2.4.1. Apresentação da empresa ............................................................................................. 23
2.5. Materiais e Equipamentos ......................................................................... 26
2.5.1. CheckList .......................................................................................................................... 26
2.5.2. Questionários ................................................................................................................... 27
2.5.3. Escalas .............................................................................................................................. 28
2.5.4. Atendimentos ambulatoriais .......................................................................................... 28
2.5.5. Cartilha .............................................................................................................................. 29
2.6. Procedimentos ........................................................................................... 29
2.6.1. Pré-treinamento ............................................................................................................... 29
2.6.2. Treinamento ..................................................................................................................... 29
2.6.3. Pós-treinamento .............................................................................................................. 30
2.7. Análise de Dados ....................................................................................... 31
3.0 RESULTADOS .................................................................................................... 33
3.1. Perfil sociodemográfico ............................................................................ 33
3.2. Queixas osteomusculares ......................................................................... 35
3.3. Percepção Subjetiva de Esforço .............................................................. 37
3.4. Percepção sobre facilidade de seguir as orientações ............................ 37
3.5. CheckList das posturas adotadas durante o trabalho............................ 38
4.0 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 39
5.0 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................ 44
6.0 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 45
7.0 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................ 46
8.0 ANEXOS ............................................................................................................. 52
ANEXO I - Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares ................ 52
ANEXO II - Escala visual analógica (EVA) ...................................................... 53
ANEXO III - Percepção subjetiva de esforço (Escala de Borg CR-10) .......... 54
9.0 APÊNDICE .......................................................................................................... 55
APÊNDICE I - CheckList .................................................................................. 55
APENDICE II - Questionário Sociodemográfico e Ocupacional .................... 56
APENDICE III - Questionário sobre percepção da facilidade/dificuldade de
seguir as orientações do treinamento ............................................................ 57
APENDICE IV - Cartilha..................................................................................... 58
APENDICE V - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ...................... 60
13
1.0 INTRODUÇÃO
A atividade de frigorífico tem crescido a cada ano no Brasil. Apenas para a
avicultura, no ano de 2012, a produção brasileira chegou a 12,6 milhões de toneladas,
mantendo a posição de maior exportador mundial e de terceiro maior produtor de
carne de frango desde 20041. Esse setor emprega mais de 3,6 milhões de pessoas,
direta e indiretamente, correspondendo a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do
país2. No estado de Mato Grosso essa atividade representa um terço da
empregabilidade do setor industrial. Vasconcellos3 encontrou uma média de 323,8
trabalhadores/frigorifico de aves no ano de 2005. As indústrias de abate e
processamento de carne tem seu sistema de produção baseada em linha de
“desmontagem” que acabou influenciando Henry Ford na criação da linha de
montagem do setor automobilístico, após uma visita em um abatedouro na cidade de
Chicago4.
As tarefas de trabalho nos frigoríficos envolvem fatores de risco físico, químico
e biológico, além dos biomecânicos e organizacionais para o surgimento de doenças
osteomusculares5-7. Neste tipo de trabalho o principal fator de risco é biomecânico e
envolve repetitividade. O tempo do ciclo de trabalho é inferior a 30 segundos ou maior
que 50% do tempo do ciclo total realizado8. Atividade esta que se intensificou com o
aumento da exportação de frango, e com a revisão das metas de produção. Cada
mercado consumidor tem sua exigência sobre os produtos, dessa maneira é realizado
um planejamento para que o abate de aves aconteça em torno de 38-42 dias de vida
do frango, após esse período as aves ganham peso aumentando a sobrecarga sobre
os trabalhadores e diminuindo a aceitação desse produto no mercado.
A velocidade da produção é determinada pela nórea transportadora, que fixa a
quantidade de frangos abatidos por minuto6,9, totalizando uma média de 75.000
frangos por dia, o que caracteriza um ciclo de trabalho inferior a 30 segundos9. Desta
forma, na desossa de frango os funcionários chegam a realizar uma média de 80 a
120 movimentos por minuto10, em uma jornada de 8 horas e 48 minutos equivale a
realizar entre 42.240 a 63.360 movimentos por dia11. Devido ao ritmo imposto pela
nórea os funcionários trabalham toda a jornada sem nenhuma autonomia para
14
pequenas pausas não programadas e sugestões no trabalho, além de pouco contato
com os colegas.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) regulamenta o
trabalho em frigoríficos de aves e determina que todo o processo de abate deve ter
duração média de 40 minutos por animal, considerando desde o abate até o
armazenamento em câmaras frigorificas; por ser considerado um alimento perecível
e com risco de alterações no produto caso fique um tempo maior sem refrigeração, o
que caracteriza a imposição do ritmo de trabalho acelerado12.
A linha de produção de abate é montada com aves penduradas em ganchos na
nórea que vão passando na frente do trabalhador, este deve ficar fixo em seu posto
de trabalho, exigindo então manutenção de postura estática prolongada para a
realização das atividades, como manutenção da postura em pé e o braço elevado. No
decorrer do processo de “desmontagem” das aves, em várias atividades é necessário
realizar movimentos com amplitude articular extrema tendo que trabalhar em posturas
forçadas, sobrecarregando dessa forma membros superiores, tronco e coluna
cervical, devido ao não cumprimento da Norma Regulamentadora (NR) 17, o qual
regulamenta que os postos de trabalho devem atender as características
psicofisiológica dos trabalhadores11,13. Outro risco biomecânico envolvido nas tarefas
realizadas por estes trabalhadores é a utilização de força excessiva para realizar
cortes diversos utilizando facas9. As mesmas precisam ser amoladas várias vezes
durante a jornada, quanto mais afiada a lamina da faca estiver, menor será a força
necessária para realizar os cortes5,9.
Quanto aos riscos físicos existe a exposição a baixas temperaturas. As boas
práticas de fabricação dos produtos do MAPA exige temperatura máxima de 12 graus
Celsius (°C) dentro dos setores12, enquanto que o Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) através da NR 17 considera que o conforto térmico no ambiente de trabalho
deve ser entre 20 °C e 22 °C13. Os trabalhadores desses setores recebem roupas
adequadas, como moletom, calça, luva, touca e bota térmica para minimizar os efeitos
do frio5,9. Além da exposição a ruídos justificada pela grande quantidade de máquinas
dentro dos frigoríficos o nível de ruído encontrado é acima de 90 decibéis, sendo
necessária a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) como os
protetores auriculares6,9.
15
Existem outros fatores como os psicossociais que podem estar relacionados ao
surgimento de doenças ocupacionais tais como: relacionamento interpessoal com as
lideranças e colegas de trabalho, insatisfação com o trabalho ou salário, nível de
estresse, entre outros6. A obesidade associada a fatores organizacionais e
biomecânicos como tarefas repetitivas e vibração também contribuem no
desencadeamento de doenças osteomusculares como a síndrome do túnel do
carpo9,14. As características anatômicas do indivíduo, como o tipo de acrômio
favorecem o surgimento da síndrome do impacto15.
No ano de 2013, a previdência social concedeu 304.217 benefícios por
acidentes de trabalho, dentre eles 76.400 fizeram referência ao Código Internacional
de Doenças (CID-10) M, capítulo XIII, que corresponde a doenças do sistema
osteomuscular e do tecido conjuntivo. Dentre esses benefícios 854 estavam
relacionados à atividade de abate de aves16. As doenças do sistema osteomuscular
afetam os tendões, músculos, nervos, bursas, ligamentos e articulações, podendo
ocorrer de forma isolada ou associada, com ou sem degeneração dos tecidos17. Tais
doenças mostram alta prevalência nas atividades de trabalho realizada em frigoríficos,
afetando principalmente os membros superiores18, e que tem como fatores de risco
as posições forçadas e gestos repetitivos19.
Em 2007 o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), publicou uma instrução
normativa referente ao nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP), que se dá
pelo cruzamento do Código Nacional de Atividade Econômica (CNAE) e pelo histórico
de doenças classificadas através do CID10. O CNAE de Atividade de Abate de aves
(10.12-1) com o cruzamento do CID 10/ M - Doenças do sistema osteomuscular e do
tecido conjuntivo relacionadas ao trabalho indicam a Dorsalgia (M54), Cervicalgia
(M54.2), Ciática (M54.3), Lumbago com Ciática (M54.4), Sinovites e Tenossinovites
(M65), Bursite do Olécrano (M72), Lesões do Ombro (M75), Síndrome do Manguito
Rotatório (M75.1), Tendinite Bicipital (M75.2), Bursite do Ombro (M75.5), Epicondilite
(M77.0) e com o CID 10/ G - Doenças do sistema nervoso relacionadas com o trabalho
- capítulo VI, indica a Síndrome do Túnel do Carpo (G56.0) como queixas e lesões
incidentes nesta população, caracterizando essas doenças como típicas de
trabalhadores de abatedouros19.
16
O Ministério Público divulgou que cerca de 20% dos trabalhadores encontramse afastados e parte deles não conseguem retornar ao trabalho em razão das lesões
osteomusculares ou por depressão que é muito comum entre esses trabalhadores
agravada pela grande pressão. Devido ao alto índice de afastamento junto ao INSS
no setor frigorífico, houve a necessidade da criação de uma NR específica para
empresas de abate e processamento de carnes20. Foi então criada e sancionada em
2013 a NR36, com o objetivo de prevenção e redução de doenças ocupacionais, com
a implantação de pausas de recuperação psicofisiológica, de assentos ergonômicos,
rodízio de atividades, treinamentos de trabalhadores entre outras medidas21.
A proposta de treinamento aos trabalhadores de frigoríficos, segundo a NR36,
deve conter temas que discutam medidas de prevenção que visem minimizar os riscos
relacionados ao trabalho, sinais e sintomas de danos à saúde que possam estar
relacionados às atividades do setor; informações sobre a utilização correta dos
mecanismos de ajuste do mobiliário e dos equipamentos dos postos de trabalho,
incluindo orientação para alternância de posturas, entre outros21. Pode ser
considerada uma boa definição de treinamento, o processo educacional realizado em
curto prazo de maneira sistemática e organizado, com o objetivo de apresentar
conhecimentos relativos ao trabalho, habilidades e competências, possibilitando
assim, aprendizagem22. A educação tem se tornado uma ferramenta primordial na
melhoria do desempenho em segurança e saúde ocupacional23.
O treinamento de trabalhadores em empresas de abate já vem sendo discutido
desde 1986, quando foi proposto por membros da indústria avícola americana uma
diretriz chamada estratégia tríade que deve ser focada em três elementos, que são o
treinamento, o processo de ergonomia e de intervenção médica, com o objetivo de
reduzir a ocorrência de lesões musculoesqueléticas em seus funcionários22. Muito se
tem abordado sobre estratégias para realizar treinamentos no ambiente de trabalho24.
Dentre os treinamentos propostos o objetivo é sempre de prevenção de lesões
osteomusculares. Os propósitos são a conscientização dos funcionários (educação
em saúde), envolvendo orientações de posturas adequadas24-26, como estudo com
uso de biofeedback24 e até mesmo melhorias no local de trabalho, tais como
redesenho do layout, mobiliários, mudança nas ferramentas utilizadas e rodízio de
tarefas25. De acordo com o Occupational Safety and Health Administration (OSHA)5,
todos os funcionários de frigoríficos, desde o gerente até os da linha de produção
17
devem receber treinamento sobre ergonomia. O treinamento e a educação em saúde
são considerados o quarto elemento mais importante de um programa de ergonomia
eficaz27. Esses treinamentos têm como objetivo, garantir que os trabalhadores
recebam informações quanto aos riscos de lesões à que estão expostos em suas
atividades,
evitando
assim
lesões
e
queixas
relacionadas
a
distúrbios
osteomusculares5.
Em um estudo realizado em 8 (oito) indústrias de alumínio durante 12 (doze)
meses, foi observado que o treinamento não teve eficácia na redução dos sintomas
osteomusculares25, mesmo quando o conteúdo do treinamento é baseado na
observação do método de trabalho dos trabalhadores experientes28. Coury, Rodgher29
observaram que os treinamentos de escritório, com recursos audiovisuais associados
a demonstrações práticas para trabalho sentado foram mais efetivos do que os de
orientação com o modelo back school para transporte de carga que não mostraram
eficácia no controle das disfunções musculoesqueléticas ocupacionais.
Em um estudo que avaliou a diferença entre o efeito do treinamento de
ergonomia, sendo um mais completo enfatizando orientações de mudança de postura
e do layout do posto de trabalho, e outro que havia poucas informações e orientações
de alternância entre posturas de sentar e levantar num escritório com tarefa de
atendimento ao cliente demonstrou que o treinamento mais completo foi mais eficaz
na redução de sintomas osteomusculares para os funcionários quando comparado a
mínimas orientações30.
De Vitta et al26, compararam dois programas de educação em saúde para
trabalhadores
administrativos,
e
observou
diminuição
dos
sintomas
musculoesqueléticos no grupo que recebeu o programa de treinamento tradicional
com a utilização de aula expositiva associado a técnicas de demonstrações e
aplicações práticas, comparado ao que apenas recebeu orientações por meio de aulas
expositivas. O mesmo foi observado por Mahmud et al31, que encontraram uma
relação entre a diminuição dos sintomas osteomusculares com o treinamento teórico
e demonstração prática em trabalhadores de escritório.
Gagnon et al32-34 realizaram vários estudos sobre estratégias de treinamento
para manuseio de cargas, comparando trabalhadores novatos e experientes. No
18
estudo sobre levantamento de cargas, no qual foram treinadas e avaliadas as 5
posturas mais críticas da coluna e das pernas observou-se que após o treinamento as
funcionárias seguiram as orientações utilizando mais as pernas durante a realização
da tarefa35. Quando comparou as estratégias entre novatos e experientes no
transporte de cargas, observou que os novatos eram capazes de alterar suas
estratégias para se parecerem mais com os experientes, validando as estratégias dos
experientes32. Os trabalhadores experientes tem o potencial de mudar as posturas de
trabalho no sentido de reduzir as demandas do trabalho, e para sua maior segurança,
dessa forma concluíram que o treinamento deve ser baseado na observação de
trabalhadores experientes33-34.
Existem vários estudos sobre treinamento para transporte/levantamento de
cargas29, 32-35, em trabalhadores de escritórios26, 29-31 e trabalhadores de indústria23-25,
no qual se observa que o treinamento tradicional com aula expositiva associada às
demonstrações prática tem se mostrado mais eficaz na redução de sintomas
osteomusculares. Estudos que comparam trabalhadores experientes e inexperientes
demonstram que os treinamentos devem ser baseados na estratégia dos experientes
no manuseio de cargas, pois estes vão ajustando a maneira de trabalhar para não
sentirem dores25, 32-34.
Rongen et at36, realizaram um estudo durante 6 meses em duas indústrias do
setor de manufatura para avaliar o efeito de um programa de prevenção em saúde
ocupacional. Identificaram que o sucesso da intervenção está diretamente relacionado
a adesão dos trabalhadores.
Desta forma, é sempre necessário observar as
preferências e necessidades do público alvo para formatar os programas. A criação
de treinamentos personalizados baseado na realidade, percepção e com a
participação dos trabalhadores, levando em consideração a média de idade e o nível
de escolaridade, é que definirá o sucesso ou o fracasso do mesmo. Além disso, é
necessário levar em consideração os setores da empresa e as regiões corporais onde
existem mais relatos de queixas.
Para o trabalho em frigoríficos, encontramos estudos baseados em análise
ergonômica6-7, rodízio, diminuição da carga horária, ajuste do posto de trabalho7, 37,
análise do movimento por eletromiografia38-40, cinesioterapia de pausa como
prevenção de doenças ocupacionais6 e análise das ferramentas de trabalho41. As
19
normas regulamentadoras brasileiras, NR17 referente a ergonomia, e NR36, abordam
as orientações de temas para serem utilizados durante o treinamento13,21. Entretanto,
não foram encontrados na literatura pesquisada estudos que mencionassem o
treinamento de posturas, a forma de aplicação e o efeito de retenção desses
treinamentos em frigorífico.
O crescente número de doenças ocupacionais em linhas de produção e a
exigência de treinamento de posturas pelas normas regulamentadoras brasileiras
torna de grande importância esse trabalho e justifica mais estudos nessa área, pois
os estudos mais frequentes de treinamento são realizados em laboratórios de
biomecânica para análise de levantamento de carga e em escritórios para análise de
trabalho sentado com computadores. Será que esses treinamentos de postura
objetivando modificar o comportamento motor são eficazes influenciar mudanças na
execução em funcionário experiente e novatos e diminuir as queixas osteomusculares
relacionadas com o trabalho?
Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo:
1- Avaliar o efeito do treinamento nas queixas osteomusculares relacionadas
ao trabalho e na mudança das posturas utilizadas observadas pelo CheckList;
2- Comparar o efeito do treinamento entre os trabalhadores novatos e
experientes.
20
2.0 MÉTODO
2.1. Desenho do Estudo
Foi realizado um estudo quasi-experimental, em um Frigorífico de aves, na
cidade de Tangará da Serra, no estado do Mato Grosso (MT), localizado a 240 km da
capital, Cuiabá, com aproximadamente oitenta mil habitantes.
A unidade contempla a granja de matrizes, granja de produção, incubatório,
fábrica de ração e o abatedouro além de contar com 165 aviários em sistema de
integração, gerando empregos diretos a aproximadamente 900 trabalhadores, sendo
que 100 destes compõem o quadro de funcionários dos setores enfoque da pesquisa.
2.2. Caracterização do Estudo
A intervenção utilizada foi o treinamento dos trabalhadores, e a análise dos
resultados foi realizada através da aplicação de questionários, e a análise dos vídeos
por meio do CheckList antes e após as intervenções. A pesquisa foi submetida ao
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Cidade de São Paulo (UNICID) e
aprovado com parecer No 734.500.
2.3. Voluntários (Amostra)
A pesquisa foi realizada com 51 (cinquenta e um) trabalhadores em dois
setores do frigorífico: embalagem e sala de corte. Os participantes foram divididos em
2 (dois) grupos: o grupo 1 (G1) e o grupo 2 (G2) composto trabalhadores experientes.
A amostra foi composta por indivíduos cujas atividades (trabalho real) envolvem
trabalho em pé sem grandes deslocamentos associado com movimentos de membros
superiores. Foram escolhidos 4 (quatro) postos de trabalho onde era possível realizar
treinamento de postura e que apresentavam maior risco de sobrecarga observada
através da análise de risco das atividades dos setores:
P1: Atividade de colocar miúdos dentro do frango inteiro;
21
Figura 1. Atividade de colocar miúdos dentro do frango
inteiro
P2: Atividade de colocar frango inteiro no funil;
Figura 2. Atividade de colocar frango inteiro no funil
P3: Atividade de colocar asa na máquina de asa;
22
Figura 3. Atividade de colocar asa na máquina de asa
P4: Atividade de cortar partes
Figura 4. Atividade de cortar partes
Como critérios de inclusão foi estabelecido para o G1 que os trabalhadores
fossem recém-contratados, com 1-2 (um a dois) dias de trabalho na empresa e para
o G2 que os trabalhadores deveriam ter mais de 6 (seis) meses na empresa
(experiente). As atividades P3 e P4 pertencem ao setor sala de cortes e são exclusivas
da população feminina.
Foram excluídos do G1, trabalhadores que tinham laborado em outro frigorífico
ou que tivessem experiência com manuseio de faca (exemplo: açougue), e do G2
trabalhadores que tinham recebido qualquer tipo de treinamento sobre ergonomia
referente a posturas de trabalho ou orientações posturais gerais, que tivessem ficado
23
afastados de suas atividades por dores correlacionadas a atividades ocupacionais,
gestantes e funcionários com férias programadas para o período de coleta de dados.
2.4. Indústria Frigorífica de Aves
2.4.1. Apresentação da empresa
O abatedouro de aves estudado abate em média 80.000 mil frangos/dia,
aproximadamente 6.000 mil frangos/hora e 100 aves/minuto sendo que 60% da
produção é destinada para o setor embalagem e 40% para o setor sala de corte. A
figura a seguir, mostra o fluxograma do processo de abate do frigorífico.
24
Recepção e
pendura de aves
Sangria
Escaldagem
Depenagem
Evisceração
Resfriamento/
Chiller
Embalagem
Embalagem
Secundária
Sala de Cortes
Túnel de
Congelamento
Câmara Fria
Expedição
Figura 5. Fluxograma do processo de abate de aves
2.4.1.1. Setor Embalagem
O setor embalagem é responsável por embalar miúdos, frango inteiro com e
sem miúdos. A temperatura do setor varia de 16°C a 17°C, com produção média de
60 frangos/minuto.
O frango inteiro, eviscerado e resfriado é pendurado nos ganchos da nórea
transportadora pelas pernas, onde serão selecionados frangos que irão para o setor
25
sala de corte e os que ficarão no setor embalagem. Os frangos selecionados para o
setor embalagem seguem a sequência a seguir:
1 - Inserir embalagem de miúdos dentro do frango, para produção de frango
inteiro com miúdos, no caso de produção de frango inteiro sem miúdos não será
realizada essa etapa;
2 - Apanhar o frango do gancho da nórea transportadora e coloca-lo dentro do
funil para ser embalado;
3 - Selar a embalagem utilizando a máquina de selar;
4 - Encaminhar a embalagem para o setor embalagem secundária que é
responsável por organizar os frangos em caixas de papelão contendo 17 quilos, as
quais são encaminhadas para o túnel de congelamento para armazenamento.
No setor evisceração acontece o corte dos pés e da cabeça do frango e a
retirada das vísceras e miúdos que são encaminhados por bomba de pressão para o
setor embalagem. A separação dos miúdos segue a sequencia:
1 - Separar coração e fígado e colocar em caixas brancas;
1.1 - Montar bandejas de 1kg com coração;
2 - Montar bandeja de 1kg com moela;
3 - Selecionar o pé para mercado externo colocando em embalagem maior e o
pé que será encaminhado para máquina de miúdos;
4 - Encher copos da máquina de miúdos com moela, fígado, cabeça e pé.
2.4.1.2. Setor Sala de Cortes
O setor sala de cortes é responsável por realizar corte manual no frango,
estabelecidos pela supervisão de acordo com a demanda de venda. A temperatura do
setor varia de 10°C a 12°C.
O frango inteiro, eviscerado e resfriado é selecionado no setor embalagem e
encaminhado para o setor sala de cortes através de uma calha, no qual o processo
26
tem início pela pendura do frango pelo pescoço nos ganchos da nórea transportadora,
seguindo a sequência:
1 - Riscar o dorso;
2 - Riscar a virilha;
3 - Cortar e retirar a coxa e colocar na esteira 1, que levará até a máquina
embaladora de coxa, no qual será produzido embalagem de coxa e sobrecoxa;
4 - Cortar e retirar a asa e colocar na esteira 2. Na esteira será realizado o corte
para separar a asa do filé do peito;
4.1 - A asa será colocada novamente na esteira que levará até a máquina de
asa, no qual é realizado o corte em coxa da asa, meio da asa e ponta da asa. A coxa
da asa e o meio da asa são colocados em caixas brancas que serão Inter folheados
ou será produzido em bandeja;
4.2 - O filé do peito será colocado novamente na esteira e será retirado para o
corte do filé ao meio;
4.3 - Realizar o corte do filé do peito em sassami que será produzido em
embalagem maior;
5 - Retirar o peito inteiro da carcaça e colocar na esteira 3, que levará até a
máquina embaladora de peito, no qual será produzido embalagem de peito;
6 - Retirar a carcaça do frango da nórea e colocar na esteira 4, onde será
embalado.
2.5. Materiais e Equipamentos
2.5.1. CheckList
Para caracterização, análise dos métodos operacionais e para verificar as
posturas necessárias para executar as tarefas nos diversos postos de trabalho foi
utilizada câmera fotográfica digital (DSC-W120Cyber-shot) e cronômetro para
gravação de vídeo com duração de 3 (três) minutos, tempo utilizado para o trabalhador
27
se familiarizar com o avaliador filmando, para posterior escolha de 3 (três) ciclos de
trabalho, excluindo o início e o final da gravação, com tempos de ciclo que podem
variar entre 8 (oito) e 20 (vinte) segundos dependendo da atividade observada. A
gravação do vídeo foi realizada na vista anterior da atividade.
A partir dessas imagens foi criado um CheckList (APÊNDICE I) baseado na:
Rapid Upper Limb Assessement (RULA)42 que avalia o posicionamento dos
segmentos corporais, tais como, amplitude articular do tronco, ombro, punho, mãos e
dedos durante as tarefas de trabalho, classificando em baixo, moderado e alto risco
de lesão; no Roteiro para Avaliação de Riscos Musculoesqueléticos (RARME)43,44 que
avalia amplitude articular e movimentos com risco de lesão sem descrição de limite
articular e no Strain Index45 que avalia esforço e tarefa.
Foram convidados dois avaliadores externos com experiência na área de saúde
do trabalhador para assistir os registros de vídeos e aplicar os CheckList, identificar
as posturas e caracterizá-las quanto ao risco de lesão. Os avaliadores foram treinados
previamente quanto a utilização do CheckList. A confiabilidade intra-avaliador e
interavaliador do CheckList foi testada e cada convidado avaliou os vídeos 2 (duas)
vezes43, os vídeos utilizados foram a segunda gravação.
2.5.2. Questionários
Foram utilizados três questionários. O Questionário sociodemográfico e
ocupacional (APÊNDICE II), o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares
(QNSO)46 (ANEXO I) e o Questionário sobre a percepção da facilidade/dificuldade de
seguir as orientações do treinamento (APÊNDICE III).
O Questionário sociodemográfico e ocupacional é composto por questões
referentes à idade, gênero, estado civil, altura, peso, mão dominante, grau de
instrução, função, turno de trabalho, tempo de trabalho na empresa antes das
intervenções e experiência em trabalho de abatedouro e açougue.
O QNSO46 tem como objetivo investigar a presença de sintomas
osteomusculares através de um desenho de uma figura humana que separa o corpo
em 9 (nove) regiões: cervical, ombros, cotovelos, punhos/mãos/dedos, região dorsal,
região lombar, quadril/coxa, tornozelo/pé referente aos sintomas como dor,
28
formigamento/dormência sentidos nos últimos 12 (doze) meses e nos últimos 7 (sete)
dias, se procuraram auxílio de algum profissional de saúde e se foi impedido de
realizar atividades nos últimos 12 (doze) meses, devido aos sintomas relatados, com
alternativas de resposta sim ou não.
Foi utilizado a versão brasileira do QNSO46 modificada, questionando os
sintomas nos últimos 7 dias para os funcionários experientes e para os novatos, antes
do treinamento e 2 (dois) meses pós-treinamento, foi questionado também sobre os
sintomas dos últimos 7 dias para ambos os grupos, para verificar a existência de dor
ou queixas osteomusculares referentes ao trabalho.
2.5.3. Escalas
Foram utilizadas 2 escalas de percepção. A escala visual analógica (EVA)47
ANEXO II e a escala de percepção de esforço (Escala de Borg)48 ANEXO III.
A EVA47 é uma escala visual de dor, constituída por uma linha de 10 cm com
marcações nas extremidades, indicando “ausência de dor” de um lado e do lado
oposto “dor insuportável”. Esta escala foi utilizada como forma de complemento do
QNSO que foi aplicado antes do treinamento e após 2 meses do treinamento, para
quantificar o grau de dor, caso houvesse resposta positiva.
A escala de percepção subjetiva de esforço de Borg48 avalia a percepção do
trabalhador quanto a necessidade de aplicar esforço para realizar as tarefas. Escala
que varia de 0 (repouso/sem esforço percebido) a 10 (muito, muito pesado/muito,
muito esforço). Essa escala foi aplicada juntamente com o QNSO para o grupo de
novatos, após 2 meses de treinamento, para existir tempo hábil de adaptação a
atividade e no G2-Experientes foi aplicada com o QNSO antes do treinamento.
2.5.4. Atendimentos ambulatoriais
Os afastamentos e queixas osteomusculares foram coletados dos prontuários
do ambulatório médico da empresa, ou por meio do registro do médico da empresa
ou por atestado com CID 10 M, referente a doenças osteomusculares de ombro,
punho, mãos e dedos, no período de 2 meses após o treinamento.
29
2.5.5. Cartilha
Para orientar as posturas adequadas de trabalho, de acordo com os riscos
biomecânicos observados através do CheckList, foi elaborada uma cartilha
(APÊNDICE IV) contendo fotos das atividades selecionadas, classificadas em postura
ideal e postura com risco de lesão. As mesmas imagens utilizadas para elaboração
da cartilha de orientações foram utilizadas para o treinamento dos trabalhadores. Esta
cartilha era entregue para os 2 (dois) grupos participantes do estudo e complementava
o treinamento.
2.6. Procedimentos
2.6.1. Pré-treinamento
Os trabalhadores foram informados individualmente sobre os objetivos e a
metodologia do estudo, após terem aceitado participar do estudo assinaram um termo
de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE V) e logo após responderam o
Questionário sociodemográfico e ocupacional e o QNSO.
Os trabalhadores do G2-Experientes também responderam a escala de Borg.
No G1-Novatos a gravação do vídeo foi realizada durante a jornada de trabalho
no primeiro/segundo (1-2) dia após admissão na empresa, para que os participantes
pudessem adquirir conhecimento e familiarização com o ambiente e modo de trabalho.
No G2-Experientes a gravação do vídeo também ocorreu durante a jornada de
trabalho, em dias aleatórios. Foi registrada a velocidade da produção, o horário e o
dia da semana que foram realizadas as gravações de vídeo.
2.6.2. Treinamento
Foi realizado um programa de educação com duração de 60 (sessenta)
minutos, dividido em uma aula expositiva teórica com duração de 40 (quarenta)
minutos e demonstração do vídeo realizado antes do treinamento, mostrando como
eles estavam trabalhando e o que deveria ser melhorado com duração de 20 (vinte)
minutos.
30
A aula teórica abordou temas como noções de ergonomia, anatomia humana,
saúde do trabalhador, medidas de prevenção para minimizar os riscos de doenças
osteomusculares como posturas de trabalho seguro e as consequências de posturas
forçadas5,21. Seguida da demonstração do vídeo. O treinamento aconteceu na sala de
treinamento da empresa, durante horário regular de trabalho. Os dias e horários foram
definidos com os encarregados de setores, deste modo não interferindo na produção
da empresa.
Além do treinamento em forma de slides, utilizando o programa Power Point,
contendo fotos dos postos de trabalho os funcionários também receberam uma
cartilha com as mesmas recomendações de postura que no treinamento. Os 2 (dois)
grupos receberam o mesmo treinamento.
O G1 recebeu o treinamento após 1-2 (um a dois) dias trabalhando na empresa,
para compor a linha de base.
2.6.3. Pós-treinamento
Foi realizado registro de vídeo de ambos os grupos em seus postos de trabalho
com duração de 3 (três) minutos, sendo excluído o início e o final da gravação com a
escolha de 3 ciclos de trabalho, para que não houvesse interferência na postura de
trabalho do funcionário, ao perceber que estava sendo filmado.
Este registro aconteceu 1 (um) dia e 2 (dois) meses após o fim do treinamento
para avaliar o aprendizado, foi observado a velocidade da produção ditada pela nórea,
o horário e o dia da semana conforme a primeira gravação do vídeo.
Após a filmagem, um convidado com experiência na área, avaliou o vídeo duas
vezes para preencher o CheckList. Os funcionários responderam o QNSO, 2 (dois)
meses do fim do treinamento, junto com o último questionário sobre a percepção da
facilidade/dificuldade de implantar as posturas no seu dia a dia, que foi gravado em
forma de áudio com auxilio de gravador portátil e respondido por escrito. E a escala
de percepção subjetiva de esforço (Escala de Borg)48 (ANEXO II) pelo G1-Novatos.
31
QNSO
Treinamento
Vídeo 1 dia
Check List
Vídeo 2 meses
QNSO 2 meses
Percepção
Escala de Borg
Figura 6. Fluxograma
pós-treinamento
2.7. Análise de Dados
Para análise estatística, foi utilizado o programa estatístico Statistical Package
for Scientific Science (SPSS), versão 22.0. Os dados foram analisados por meio de
estatística descritiva para cálculo de frequências, média e desvio padrão. Foi utilizado
o teste de Kolmogorov Smirnov para verificar a distribuição dos dados e normalidade
dos dados com nível de significância de p<0,05 (5%).
A confiabilidade intra e inter avaliador dos resultados do CheckList foi testado
por meio do coeficiente de correlação Kappa e classificado de acordo com Landis e
Koch (1977)49 em: confiabilidade quase perfeita (> 0,81), substancial (0,61 a 0,80),
moderada (0,41 a 0,60), pobre (0,21 a 0,40) e muito pobre (0,00 a 0,20).
Os resultados obtidos por meio do questionário de queixas e intensidade da dor
e desconforto, bem como do CheckList das posturas adotadas foram comparados
antes e após o treinamento para os grupos G1 e G2 por meio de testes de diferença.
Para análise entre grupos e queixas em diferentes regiões do corpo foi utilizado o teste
Qui-Quadrado de Pearson e teste Exato de Fisher. Para a análise da intensidade da
dor entre grupos e avaliações (pré e pós) foi utilizado o teste T-pareado. Para análise
32
foi utilizado o, objetivando identificar a existência de diferença significativa no antes e
após o treinamento (1 a 2 dias) e após 2 meses cada grupo (novato e experiente) foi
utilizado Anova de Friedman, e post analise com o teste de Wilcoxon.
Os questionários de percepção de facilidade/dificuldade e a escala analógica
de dor para realizar o treinamento entre grupos (novatos e experientes) foram
avaliados por meio do teste de U de Mann-Whitney. O nível de significância adotado
em todas as análises foi de 5%.
33
3.0 RESULTADOS
Os coeficientes de correlação de Kappa para o CheckList apresentou
confiabilidade substancial intra avaliador (k=0,732) e inter avaliador (K=0,668) para a
avaliação realizada com o instrumento criado para análise das posturas no pré e pós
treinamento.
3.1. Perfil sociodemográfico
Foi realizada entrevista com 100 trabalhadores, sendo 50 trabalhadoras da sala
de corte e 50 do setor embalagem, foi explicado os objetivos e a metodologia do
estudo, destes foram excluídos funcionários experientes com menos de 6 meses na
empresa, que estavam com férias agendadas, no terceiro trimestre de gestação e com
histórico de doença osteomuscular, destes, 32 trabalhadores experientes aceitaram
participar do estudo. Foram convidados 33 trabalhadores novatos, sendo excluídos 5
que tinham experiência com trabalho em frigorifico e 9 mudaram de função e ou
desistiram
do
emprego,
totalizando
19
trabalhadores
novatos
(Figura1).
Figura 7. Fluxograma amostral do estudo.
A tabela 1 apresenta as características sociodemográficas dos trabalhadores
que participaram do estudo.
34
Tabela 1. Características sociodemográficas da população do estudo.
G1-Novatos
Perfil
Setor
Embalagem
Sala de corte
Turno
Primeiro
Segundo
Mão dominante
Destro
Sinistro
Escolaridade
Ensino Fundamental
Incompleto
Ensino Fundamental Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Tempo na empresa
6 meses
7 meses – 1 ano
1 - 2 anos
2 – 3 anos
3 – 4 anos
Mais de 4 anos
1 -2 dias
Estado Civil
Solteiro
Casado
Idade
Altura
Peso
%(N)
37,3 (19)
G2Experientes
%(N)
62,7(32)
42,1(8)
57,9(11)
40,6(13)
59,4(19)
78,9(15)
21,1(4)
62,5(20)
37,5(12)
94,7(18)
5,3(1)
87,5(28)
12,5 (4)
26,3(5)
12,5 (4)
21,1(4)
36,8(7)
15,8(3)
15,6(5)
25,0(8)
46,9(15)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
100,0(19)
12,5(4)
40,6(13)
15,6(5)
15,6(5)
6,3(2)
9,4(3)
0,0(0)
P
0,917
0,221
0,401
0,778
<0,001
0,003
78,9(15)
21,1(4)
59,4(19)
40,6(13)
Média(DP)
22,2(5,2)
1,65(0,04)
69,6(12,2)
Média(DP)
25,4(6,1)
1,65(0,06)
66,1(12,2)
0.365
0.204
0.793
O total de participantes do estudo foi de 52 trabalhadores. Dentre eles 57,9%
dos novatos e 59,4% dos experientes laboravam no setor sala de cortes, quanto ao
turno 78,9% dos novatos e 62,5% dos experientes pertenciam ao primeiro turno de
trabalho (tabela 1). A mão dominante direita é característica de 94,7% dos novatos e
87,5% dos experientes, o que facilita o trabalho na função de colocar frango no funil
do setor embalagem, não tendo a opção de adaptação para funcionários sinistro.
Em ambos os grupos a maioria é solteira, sendo que 36,8% dos novatos não
completaram o ensino médio e 46,9% dos experientes o completaram. Através do
tempo de permanência no emprego podemos observar a rotatividade da mão-de-obra,
35
26,92% do G2-Experientes tem de 7 meses a 1 ano na empresa, 9,62% apenas
permanece por mais de um ano no emprego (tabela 1). A média da idade entre ambos
os grupos é de 24 anos de idade.
Idade, altura e peso não apresentaram diferença significativa entre os grupos.
Conforme descritos na tabela 1.
3.2. Queixas osteomusculares
Pelo fato da pesquisa ter sido realizada dentro do frigorifico, no ambiente real
de trabalho, sem controle de diversas variáveis, houve perda amostral do grupo de
novatos, devido ao encerramento de contrato de experiência de trabalho em 30 dias
e pedidos de demissão, e a redução do número dos experientes se deve pelas
promoções/ transferências de setor, pedidos de demissão e encerramento de
contrato.
Considerando o QNSO modificado, referente a dor nos últimos 7 dias no G2Experientes e desde o dia que iniciou a trabalhar na empresa, ambos os grupos
relatam dor antes do início do treinamento nas mesmas regiões conforme tabela 2.
Tabela 2. Queixas Osteomusculares dos trabalhadores novatos e experientes no pré e póstreinamento (2 meses).
Região corporal
G1-Novatos
Pré
Pós
(N=19)
(N=19)
%(N)
%(N)
Cervical
15,8(3)
5,3(1)
Ombro
Ombro Direito
Ombro Esquerdo
Ambos Ombros
5,3(1)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
5,3(1)
0,0(0)
Cotovelo
Cotovelo Direito
Cotovelo Esquerdo
Ambos Cotovelos
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
Punho
Punho Direito
Punho Esquerdo
Ambos Punhos
21,1(4)
10,5(2)
0,0(0)
10,5(2)
0,0(0)
0,0(0)
Coluna
Região Dorsal
26,32(5)
5,3(1)
p
0,032
G2-Experiente
Pré
Pós
(N=32)
(N=32)
%(N)
%(N)
18,8(6)
3,1(1)
21,9(7)
15,6(5)
18,8(6)
25,0(8)
12,5(4)
18,8(6)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
15,6(5)
21,9(7)
9,4(3)
9,4(3)
18,8(6)
6,3(2)
37,5(12)
12,5(4)
0,010
0,007
0,790
**
**
0,019
0,074
p
<0,001
0,026
36
Região Lombar
21,1(4)
5,3(1)
0,032
28,1(9)
25,0(8)
<0,001
Membros Inferiores
31,6(6)
15,(3)
0,142
21,9(7)
9,4(3)
0,061
*Novatos 3 dados perdidos/missing *Experientes 2 dados perdidos/missing ** Não foi possível realizar
a análise estatística pois os resultados se mantiveram do pré para o pós. Qui-quadrado e Teste exato
de Fisher foram utilizados para análise estatística.
Comparando as queixas dos dados do QNSO modificado, entre os grupos, prétreinamento considerando o histórico de dores nos últimos 7 (sete) dias, a tabela 2
demonstra diferença significativa em região de cervical antes e após treinamento para
os novatos (p=0,032) e para os experientes (p=0,010). Queixas de dor no ombro nos
experientes (p=0,007) também apresentaram diferença significativa antes e após o
treinamento. O mesmo ocorreu com as queixas de dor em punho, que apresentou
diferença significativa no G1-Novatos (p=0,019) e G2-Experientes (p=0,000).
Quanto as queixas de dor referidas pelos experientes na coluna, tanto na região
dorsal (p=0,026) como lombar (p=0,000) apresentaram diferença significativa antes e
após o treinamento. Houve diferença significativa pré e pós nas queixas da região
lombar referidas pelos novatos. Na análise entre grupos foi observada diferença
significativa nas queixas em região do ombro antes (p=0,004) e após o treinamento
(p=0.000).
Tabela 3. Escala visual analógica de dor e desconforto osteomusculares no pré e pós-treinamento.
Regiões
corporais
G1-Novatos
(N=19)
Pré
Pós
Média(DP)
Média(DP)
G2-Experiente
(N=32)
Pré
Pós
p
Média(DP)
Média(DP)
P
Cervical
0,003
<0,001
0,3(1,38)
0,5(1,75)
0,2(0,88)
0,1(0,73)
Ombro
<0,001 4,0(3,64)
0,3(1,15)
0,0(0,0)
3,4(3,35)
0,050
Cotovelo
0,0(0,00)
0,0(0,00)
**
0,0(0,00)
0,0(0,00)
**
Punho
1,2(2,09)
0,2(0,54)
0,194
2,2(3,06)
1,4(2,23)
0,452
Região Dorsal
0,5(2,06)
0,6(2,25)
0,044
0,9(2,31)
0,8(2,11)
0,110
Região Lombar
0,6(1,92)
0,3(1,25)
0,048
1,8(2,91)
1,3(2,39)
0,740
Membros Inferiores 0,0(0,00)
<0,001 0,0(0,00)
<0,001
0,0(0,00)
0,0(0,00)
*Novatos 3 dados perdidos/missing *Experientes 2 dados perdidos/missing ** Não foi possível realizar
a análise estatística pois os resultados se mantiveram do pré para o pós. Teste U de Mann- Whitney
(P<0,05)
Pela escala visual analógica utilizada observamos que a média de queixa de
dor na região cervical tanto no G1-Novatos (p=0,003) quanto para o G2-Experientes
(p=0,000) apresentou diferença significativa. Enquanto que a dor no ombro do G1Novatos também apresentou diferença significativa antes e após o treinamento
37
(p=0,000) (tabela 3). Observa-se também o efeito do treinamento intra grupo quanto
as queixas de dor na região cervical (p=0,061), ombro (p=0,000) e punho (0,000).
Quanto ao histórico de queixas no ambulatório da empresa e procura por
consulta médica no período de 2 meses após o treinamento observamos que a
procura do G2-Experiente foi de 13,63% dos trabalhadores enquanto que os
trabalhadores do G1-Novatos não procuraram o ambulatório médico, nem para
consulta médica nem para entrega de atestados.
3.3. Percepção Subjetiva de Esforço
Os trabalhadores novatos consideraram as atividades avaliadas com média de
esforço de 2,4±0,84 enquanto os experientes consideraram a média de esforço
3,1±1,64. Ambos os grupos de trabalhadores consideraram as atividades entre leve e
moderada. A atividade de colocar frango no funil foi considerada por ambos os grupos
como sendo uma atividade de moderada a pesada.
3.4. Percepção sobre facilidade de seguir as orientações
Tabela 4. Questionário de percepção do treinamento para o grupo de trabalhadores novatos e
experientes.
Percepção
Fácil adaptação
Fácil adaptação com redução da dor
Mais ou menos, quando a
velocidade está muito alta fica mais
difícil
Difícil adaptação, mas estou
tentando
Difícil adaptação com redução da
dor
G1-Novato
(N=19)
%(N)
63,2(12)
15,8(3)
G2-Experiente
(N=32)
%(N)
31,3(10)
3,1(1)
25,0(8)
5,3(1)
28,1(9)
-
6,3(2)
p
0,006
*Novatos 3 dados perdidos/ missing * Experientes 2 dados perdidos/ missing. U de Mann- Whitney
(P>0,05)
Quanto a importância das orientações dadas no treinamento 100% dos
trabalhadores de ambos os grupos afirmaram terem entendido que o propósito era
aprender a trabalhar corretamente para não sentirem dores.
38
Em relação a percepção da facilidade em seguir as orientações 63,2% dos
novatos afirmaram conseguir seguir as orientações com facilidade, enquanto que
apenas 31,3% dos experientes tiveram a mesma percepção. 5,3% dos novatos
consideraram difícil seguir as orientações, em contra partida 28,1% dos experientes
manifestaram a mesma dificuldade (tabela 4).
3.5. CheckList das posturas adotadas durante o trabalho.
Tabela 5. CheckList G1 Novatos x G2-Experientes - Função Corte
Pré
%(N)
Ombro
Ab/ Fl 0-45
Ab/ Fl 45-60
Ab/ Fl 60-90
Ab/ Fl > que 90
G1-Novatos
Pós 1
Pós 2
dia
m
%(N)
%(N)
G2-Experientes
Pós 1
Pós 2
dia
m
%(N)
%(N)
%(N)
Pré
0,039
57,9(11)
21,1(4)
21,1(4)
0,0(0)
52,6(10)
36,8(7)
5,3(1)
0,0(0)
52,6(10)
26,3(5)
5,3(1)
0,0(0)
26,3(5)
15,8(3)
5,3(1)
0,0(0)
5,3(1)
Punho
Flexão Punho
Desvio Ulnar
0,0(0)
47,4(9)
Tronco
Tronco Ereto
Rotação
Inclinação
Incl+rot
15,8(3)
42,1(8)
36,8(7)
5,3(1)
Ombro
Elevação
Ombro Força
p
p
0,180
65,6(21)
15,6(5)
18,8(6)
0,0(0)
68,8(22)
21,9(7)
9,4(3)
0,0(0)
68,8(22)
18,8(6)
6,3(2)
0,0(0)
0,311
0,0(0)
3,1(1)
6,3(2)
0,223
0,0(0)
0,368
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000
5,3(1)
52,6(10)
0,0(0)
26,3(5)
0,317
0,091
0,0(0)
53,1(17)
3,1(1)
40,6(13)
0,0(0)
46,9(15)
0,317
0,156
63,2(12)
31,6(6)
0,0(0)
0,0(0)
57,9(11)
5,3(1)
15,8(3)
5,3(1)
78,1(25)
15,6(5)
3,1(1)
3,1(1)
87,5(28)
12,5(4)
0,0(0)
0,0(0)
78,1(25)
9,4(3)
6,3(2)
0,0(0)
0,003
0,723
Boa pega faca
52,6(10) 47,4(9)
31,6(6)
0,097 56,3(18) 53,1(17)
53,1(17) 0,779
Dedo na lamina 10,5(2)
5,3(1)
15,8(3)
0,174 9,4(3)
3,1(1)
0,0(0)
0,174
Força preensão 5,3(1)
0,0(0)
0,0(0)
1,000 0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000
* Ab/ Fl= Abdução/Flexão; Incl+rot= Inclinação + Rotação; m= Meses.
Houve diferença significativa entre o pré e pós-treinamento (1 dia) para ambos os grupos P<0,05. Não
foi realizada a análise estatística após 2 meses.
*Novato pós 1 dia 1 perda de dados e 3 perda de dados no pós 2 meses *Experiente pós 2 meses 2
perdas. Teste de Friedman com post hoc usando o teste de Wilcoxon (P<0,05).
Tabela 6. CheckList G1 Novatos x G2-Experientes - Função Máquina de Asa
Pré
%(N)
Ombro
Ab/ Fl 0-45
G1-Novatos
Pós 1
Pós 2
dia
m
%(N)
%(N)
p
G2-Experientes
Pós 1
Pós 2
dia
m
%(N)
%(N)
%(N)
Pré
0,000
0,132
15,8(3)
15,8(3)
15,8(3)
p
6,3(2)
15,6(5)
12,5(4)
39
Ab/ Fl 45-60
Ab/ Fl 60-90
Ab/ Fl > que 90
5,3(1)
47,4(9)
31,6(6)
42,1(8)
26,3(5)
10,5(2)
26,3(5)
21,1(4)
21,1(4)
15,6(5)
50,0(16)
28,1(9)
40,6(13)
40,6(13)
3,1(1)
46,9(15)
31,3(10)
3,1(1)
Ombro
Elevação
Ombro Força
68,4(13)
42,1(8)
47,4(9)
0,223
12,5(4)
3,1(1)
12,5(4)
0,105
0,0(0)
5,3(1)
84,2(16)
0,368
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000
Punho
Flexão Punho
Desvio Ulnar
0,0(0)
5,3(1)
5,3(1)
10,5(2)
5,3(1)
5,3(1)
0,607
0,368
0,0(0)
6,3(2)
0,0(0)
6,3(2)
0,0(0)
3,1(1)
1,000
0,779
Tronco
Tronco Ereto
Rotação
Inclinação
Incl+rot
15,8(3)
42,1(8)
21,1(4)
21,1(4)
15,8(3)
36,8(7)
21,1(4)
21,1(4)
36,8(7)
21,1(4)
15,8(3)
10,5(2)
62,5(20)
3,1(1)
12,5(4)
21,9(7)
81,3(26)
3,1(1)
15,6(5)
0,0(0)
75,0(24)
9,4(3)
3,1(1)
6,3(2)
0,018
0,034
Boa pega faca
0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000 0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000
Dedo na lamina 0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000 0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000
Força preensão 0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000 0,0(0)
0,0(0)
0,0(0)
1,000
* Ab/ Fl= Abdução/Flexão; Incl+rot= Inclinação + Rotação; m= Meses.
*Novato pós 1 dia 1 perda de dados e 3 perda de dados no pós 2 meses *Experiente pós 2 meses 2
perdas. Teste de Friedman com post hoc usando o teste de Wilcoxon (P<0,05).
Houve diferença significativa entre grupos no pré treinamento da posição de
elevação do ombro na função corte (p=0,002) (tabela 5) e na função máquina
(p=0,000) (tabela 6). Também nas posições de tronco para o corte (p=0,000) e na
máquina (p=0,001). O mesmo ocorreu após avaliação de 1 a 2 dias em que houve
diferença significativa entre grupos para elevação do ombro no corte (p=0,090) e na
máquina (p=0,000) e no tronco na função corte (p=0,001) e na máquina (p=0,000).
Na avaliação após 2 meses, a diferença entre os grupos ocorreu na elevação
de ombro na máquina (p=0,002) e na posição dedo lamina na função corte (p=0,014).
Na máquina de asa o efeito do treinamento para os novatos foi verificado em
relação a posição do tronco (p=0,018). A diferença para essa condição foi observado
no pré treinamento e pós 2 meses (p=0,043) e no pós treinamento de 1 dia e 2 meses
(p=0,043).
Para os experientes também houve diferença significativa em relação ao tronco
(p=0,034), observado entre pré treinamento e pós 1 dia de treinamento (p=0,022). O
mesmo ocorreu na avalição do ombro (p=0,000), tanto no pré treinamento e pós 1 dia
(p=0,000) e quanto pré e pós 2 meses de treinamento (p=0,001).
4.0 DISCUSSÃO
40
Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito do treinamento nas queixas
osteomusculares relacionadas ao trabalho, e na mudança do padrão postural
utilizadas por trabalhadores novatos e experientes.
A população do estudo foi caracterizada como sendo jovem, com baixa taxa de
conclusão do ensino médio e de tempo de permanência na empresa. Confirmando os
resultados de Vasconcellos3 sobre o perfil de trabalhadores de um abatedouro de MT.
Esses dados se justificam pelo fato de que as empresas desse setor não exigem
nenhum tipo de experiência na atividade nem dados referente a escolaridade. O
sistema de trabalho em linha de produção é exaustivo, fazendo com que muitos
funcionários não se adaptem as atividades, pedindo demissão ou sendo dispensados
no período de experiência elevando o índice de Turnover e absenteísmo.
Todos os funcionários novatos na empresa que foram convidados e aceitaram
participar do treinamento, foram admitidos em um período de 1 a 2 dias, no qual estava
em contrato de experiência, podendo ser finalizado em 30, 60 ou 90 dias,
caracterizando um período de incertezas, fase que favorece o interesse por novas
informações e treinamentos. Os funcionários experientes se recusaram a participar do
estudo, por falta de interesse ou mesmo por medo de relatar dor no questionário e ser
demitido por esse motivo. Rongen et at36 afirmam em seu estudo que o interesse e a
adesão dos trabalhadores é peça fundamental para que o treinamento tenha sucesso
e as orientações sejam colocadas em prática. Entendemos então que os funcionários
que aceitaram participar estavam cientes da importância do treinamento.
Foi realizada observação dos trabalhadores em situação e ambiente real, no
qual não foi possível ter controle sobre quantidade de frangos abatidos por minutos,
falta de funcionários, desistência do trabalho, horas trabalhadas e satisfação com o
trabalho. De acordo com Madeleine et al60-61, estar o mais próximo do trabalho real é
muito importante para pesquisa, pois a temperatura do ambiente e dos produtos
influenciam na análise de movimentos, assim como as ferramentas reais de trabalho
e a temperatura da carne influenciam na aplicação de força no corte 39. Outro fator
observado por Madeleine et al60, é a perda de participantes durante o estudo, devido
a demissões, tanto pedido pelo funcionário não motivado a trabalhar na empresa,
como a dispensa pela empresa, justificada pela baixa produtividade.
41
Por meio da aplicação do QNSO modificado observa-se que tanto os
trabalhadores novatos quanto os experientes relataram dor em no mínimo uma região
do corpo, nos últimos sete dias antes do treinamento, dado também observado por
Tirtolini et al50 em pesquisa realizada com trabalhadores de abatedouro brasileiro que
responderam através de questionário sentirem dor em região de ombro seguido por
pescoço. Ambos os grupos iniciaram o treinamento referindo dor nas mesmas regiões,
no caso dos experientes a dor pode estar relacionada diretamente ao trabalho, muitas
vezes podendo ser considerada crônica. Porém os novatos iniciaram um novo
trabalho com queixas de dor, que pode estar relacionado a exposição de uma nova
atividade repetitiva que o corpo não estava habituado. As patologias mais citadas na
literatura quando se refere a doença ocupacional em abatedouros estão a síndrome
do impacto do ombro15,19 e a síndrome do túnel do carpo14,19,53. De acordo com Frost
e Andersen54 a síndrome do impacto do ombro está diretamente relacionada com
tempo de exposição em atividade repetitiva, elevação sustentada do braço, uso de
faca e manipulação de alimentos com peso entre 5-12 kg. Viikari-Juntura55 observou
baixa incidência de síndrome de tensão no pescoço e tendinite no punho. Nossos
achados demonstraram que tanto os trabalhadores novatos quanto os experientes
relataram dor no período de sete dias pré-treinamento em pescoço, ombro, punho e
região dorsal.
Kogi et al57 observaram que o treinamento associado a pequenas mudanças
de baixo custo como o ajuste da altura dos postos de trabalho foram responsáveis por
diminuir a carga muscular do trapézio superior e a sensação de fadiga entre os
trabalhadores. Alguns fatores como layout, organização do trabalho, disponibilidade
de ferramentas podem interferir na aplicação do conteúdo ensinado nos
treinamentos58. Em nosso estudo pudemos observar nos relatos dos funcionários
sobre a percepção em facilidade/dificuldade em seguir as orientações, que alguns dos
experientes relataram dificuldade em colocar as orientações da prática quando a
velocidade da produção aumenta, afirmando que a organização do trabalho pode
interferir no sucesso do treinamento.
Estudos sobre treinamento com objetivo de reduzir os desconfortos
musculoesqueléticos relacionados ao trabalho estão sendo realizados e alguns
autores observaram diminuição da tensão em região de trapézio após 6-32 semanas
de treinamento em trabalhadores da indústria25 e em trabalhadores administrativos26.
42
Porém o treinamento de forma isolada não é eficaz na prevenção desses
desconfortos28, apenas no conhecimento sobre o assunto relacionado a ergonomia 59.
Os treinamentos realizados na indústria foram referentes a, pouco se tem estudado
sobre o efeito do treinamento em trabalho repetitivo, em linha de produção, em
ambiente real. O efeito do treinamento neste estudo mostrou que dor apenas para
experientes na região de ombro teve diferença significativa, entretanto não foi
observado melhora da dor, apenas uma pequena mudança no lado (direito e
esquerdo) no pós treinamento. Houve diferença entre os grupos, no pré e pós
treinamento ombro, entretanto o percentual não se alterou intra grupo, apenas mudou
de entre ombros. O grupo novato já iniciou com menor queixa que os experientes e
se mantiveram no pós treinamento. E quanto a intensidade da dor houve efeito
também em região de ombro e punho entre grupos. A autora afirma ainda que o fato
do estudo ter sido realizado em laboratório há perda de várias características do
ambiente de trabalho que podem interferir na variabilidade motora desses
funcionários60.
O treinamento foi efetivo para redução da elevação do ombro nos novatos,
fazendo com que esse grupo se parecesse mais próximo dos grupos experientes. Na
região de tronco observamos que os experientes iniciam o treinamento com uma
postura mais próxima da orientação e manteve após 2 mesmo, enquanto que os
novatos foram influenciados pelo treinamento, seguindo as orientações e mudando a
estratégia de postura. A não mudança de movimento de padrão do punho pode ser
justificada pelo fato da não intervenção na ferramenta, faca. Gagnon32 afirma que os
trabalhadores novatos mudam sua estratégia de movimento para se parecerem com
os experientes, o que de fato foi observado em relatos de alguns trabalhadores
quando questionados sobre a percepção da facilidade/dificuldade em seguir as
orientações, que foi difícil mudar os movimentos, pois observavam a maneira como
os experientes trabalhavam e aprenderam errado reproduzindo o que eles
observaram como certo.
Madeleine et al63-64, apontam que funcionários com dor durante o trabalho
tendem a realizar as atividades com uma maior angulação de abdução como forma
de proteção. Em nosso estudo, os trabalhadores tanto novatos quanto experientes
mudaram o padrão de movimento após o treinamento, entretanto os experientes já
apresentavam no pré-treinamento uma boa estratégia de postura para coluna. Tanto
43
novatos como experientes partiram de uma posição ruim para ombro logo após
treinamento ambos melhoraram e continuaram melhorando após dois meses, saindo
de posturas de maior risco para de menor risco. Apesar de observar que os novatos
podem ter se espelhado no trabalho de experientes após 2 meses de treinamento,
ambos os grupos foram beneficiados com o treinamento. Contradizendo Gagnon32-33
que afirma que o treinamento deve ser baseado na observação dos experientes, pois
eles mudam as posturas para aumentar sua segurança e não sentirem dores.
Madeleine et al.60 observaram em um estudo realizado em laboratório com
desossadores experientes, simulando corte de carne, que eles foram capazes de
desenvolver um estratégia motora específica para diminuir o nível de atividade dos
músculos da cintura escapular, realizando movimentos de abdução com maior
angulação quando comparados com o grupo de novatos. Quando observou mulheres
novatas recém-contratadas por 6 meses, percebeu que no início do estudo elas
realizavam as tarefas com posturas características de novatos, apresentando
dificuldade, após esse período as mesmas tinham diminuído a duração do tempo do
ciclo de trabalho, pelo fato de estarem familiarizadas com a atividade e aumentaram
a variação nas posturas61.
44
5.0 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Pelo fato do estudo ter sido realizado dentro da indústria, os dados coletados
estão o mais próximo da realidade, porém não é possível controlar vários fatores
como: Idade do frango, que acima de 42 semanas o tamanho e o peso aumentam,
com a falta diária de funcionários, a meta de produção não é modificada, a nórea
mantém
a
velocidade,
fazendo
com
que
os
trabalhadores
fiquem
mais
sobrecarregados, às vezes é necessário que os funcionários realizem hora extra. O
Turnover (rotatividade de admissão e demissão) é considerado alto, interferindo em
algumas coletas, além da realização de atividades fora do expediente de trabalho por
alguns trabalhadores.
O presente estudo iniciou com 51 participantes, mas foi reduzido para 29 após
2 meses do treinamento. Infelizmente durante esse período 2 trabalhadoras
experientes se afastaram por queixas de dores osteomusculares em punho e ombro,
2 foram transferidas de setor, outros pediram demissão, quanto aos novatos a
diminuição da amostra foi devido ao encerramento do contrato de experiência de 30
dias, pedidos de demissão e alguns novatos não voltaram para trabalhar após o
primeiro dia de emprego. Devido a reestruturação da gerencia da empresa durante o
período de coleta houve diminuição no processo de contratação de novos
funcionários, o que fez que o número de participantes fosse baixo. Outra dificuldade
encontrada foi a adesão da empresa no programa jovem aprendiz do SENAI, com a
contratação de 20 alunos para os setores no qual foi realizada a coleta de dados, esse
contrato tinha duração de 4 meses e a gerencia da empresa solicitou que esses alunos
não participassem do estudo. Pelo fato da amostra ser pequena, sugerimos novos
estudos em ambiente real.
45
6.0 CONCLUSÃO
Pudemos observar por este estudo que o treinamento teve efeito sobre a
redução das queixas osteomusculares na região de ombro em ambos os grupos e o
efeito na mudança de padrão de movimento em grandes articulações como ombro e
tronco. Concluímos que para o treinamento ter efeito positivo ele não poder ser
aplicado isoladamente, é necessário reestruturação do layout para atender as
características psicofisiológica de cada trabalhador e da organização do trabalho com
redução do absenteísmo.
Pelo fato da amostra ser pequena, sugerimos novos estudos em ambiente real.
46
7.0 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
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52
8.0 ANEXOS
ANEXO I - Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares
Por favor, responda a cada questão
assinalando um “x” no parêntese
apropriado:
Marque apenas um “x” em cada
questão.
Não deixe nenhuma questão em
branco, mesmo se você não tiver
nenhum problema em nenhuma
parte do corpo.
Para responder, considere as regiões
do corpo conforme ilustra a figura
abaixo.
Partes do corpo
Considerando
os últimos 12
meses, você
tem tido algum
problema (tal
como dor,
desconforto ou
dormência) nas
seguintes
regiões:
Pescoço
Ombro
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
)Direito
)Esquerdo
)Ambos
) Sim ( ) Não
)Direito
)Esquerdo
)Ambos
) Sim ( ) Não
)Direito
)Esquerdo
)Ambos
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
(
(
(
(
(
Cotovelo
(
(
(
(
Punho/Mão/Dedos (
(
(
(
Região Dorsal
(
Região Lombar
(
Quadril/Coxa
(
Joelho
(
Tornozelo/Pé
(
Você tem tido
algum problema
nos últimos 7
dias, nas
seguintes
regiões:
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
(
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
)Direito
)Esquerdo
)Ambos
) Sim ( ) Não
)Direito
)Esquerdo
)Ambos
) Sim ( ) Não
)Direito
)Esquerdo
)Ambos
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
) Sim ( ) Não
Durante os
últimos 12 meses
você teve que
evitar suas
atividades
normais
(trabalho, serviço
doméstico ou
passatempos)
por causa de
problemas nas
seguintes
regiões:
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( )Direito
( )Esquerdo
( )Ambos
( ) Sim ( ) Não
( )Direito
( )Esquerdo
( )Ambos
( ) Sim ( ) Não
( )Direito
( )Esquerdo
( )Ambos
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
53
ANEXO II – Escala visual analógica (EVA)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Leve
10
Insuportável
Moderado
Intensa
54
ANEXO III - Percepção subjetiva de esforço (Escala de Borg CR-10)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Repouso
Muito, muito Leve
Leve
Moderado
Pesado
Muito pesado
Muito, muito pesado
55
9.0 APÊNDICE
APÊNDICE I - CheckList
( )Pré treinamento ( )Pós treinamento
Setor:__________________________
Abdução
OMBRO
(
(
(
(
) 0 - 45
) 45 - 60
) 60 - 90
) > 90 /
Acima
linha
ombro
da
do
Flexão
( ) 0 - 45
( ) 45 - 60
( ) 60 - 90
( ) > 90
Elevação
de ( ) Sim ( )
ombro
Não
Aparentemente
( ) Sim ( )
faz força
Não
PUNHO
Flexão próxima ( ) Sim ( )
do extremo
Não
Desvio
ulnar ( ) Sim ( )
próxima
do Não
extremo
Ereto
Rotação
Inclinação
Inclinação
+ Rotação
TRONCO
( ) Sim (
( ) Sim (
( ) Sim (
( ) Sim (
) Não
) Não
) Não
) Não
Avaliar esse item apenas
quando a função permite a
utilização de faca, como no corte
de partes e sassami.
MÃO E DEDOS
Segura a faca ( ) Sim ( )
com boa pega Não
no cabo
Segura a faca ( ) Sim ( )
com apoio do Não
dedo indicador
na lamina
Força
de ( ) Sim ( )
preensão para Não
segurar a faca
é visível
Anotações sobre observação do
avaliador:
_________________________
_________________________
_________________________
_________________________
_________________________
_________________________
_________________________
56
APENDICE II – Questionário Sociodemográfico e Ocupacional
Nome:__________________________________________________________
Idade: ______________________________Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
Altura: ___________________________ Peso:_________________________
Estado Civil: _____________________________________________________
Grau de Instrução: ________________________________________________
Tempo de trabalho na empresa: _____________________________________
Tempo na função atual: ____________________________________________
Turno de Trabalho: _______________________________________________
Trabalhou em frigorifico ou açougue: ( ) Sim ( ) Não
Destro ou sinistro
57
APENDICE III - Questionário sobre percepção da facilidade/dificuldade de seguir as
orientações do treinamento
1.
Você conseguiu entender a importância das posturas ensinadas no treinamento e nas
cartilhas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2.
Foi fácil seguir as orientações das posturas dadas no treinamento e na cartilha no dia
a dia? Se não conseguiu, por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
58
APENDICE IV - Cartilha
Setor Embalagem
P1: Atividade de colocar miúdos dentro do frango inteiro
Descrição da atividade
1. Pegue uma embalagem de miúdos na caixa localizada
ao seu lado;
2. Dobre essa embalagem de miúdos para coloca-lo
dentro do frango;
3. Acompanhe as cores do gancho e os frangos que
estão sem miúdos;
4. Aguarde até que o frango se aproxime, para segurálo;
5. Não é necessário força, apenas colocar a embalagem
no momento certo;
6. Não é necessário levantar o braço acima da linha do
ombro.
Certo/ Postura Ideal
Errado/Postura com risco
de lesão
P2: Atividade de colocar frango inteiro no funil
Descrição da atividade
1. Identifique as cores do gancho de acordo com a sua
mesa de trabalho;
2. Encontre o melhor momento para retirar o frango do
gancho, não devendo estar muito na frente e nem
deixar o frango passar pela linha do seu corpo;
3. Com a mão direita retire o frango do gancho e com a
esquerda encaixe a embalagem no funil;
4. Ao colocar o frango com peito virado para baixo faça
uma pressão empurrando-o para dentro do funil para
embala-lo.
5. Não é necessário levantar o braço acima da linha do
ombro.
Certo/ Postura Ideal
Errado/Postura com risco
de lesão
59
Setor Sala de Corte
P3: Atividade de colocar asa na máquina de asa
Descrição da atividade
1. Pegar a asa que esta sendo transportada pela esteira;
2. Posiciona-la de maneira que encaixe nos dentes da
máquina de asa, para que possa corta-la em asa e
ponta da asa;
3. Colocar a asa nos primeiros dentes da máquina, não
deixar para coloca-las na parte de cima.
4. Não é necessário levantar o braço acima da linha do
ombro.
Certo/ Postura Ideal
P4: Atividade de cortar sassami/ P5: Atividade de cortar
partes
Descrição da atividade
1. Pegar o produto a ser cortado na esteira
transportadora ou na caixa ao lado e coloca-lo em um
suporte para corte de tecnil;
2. Pegar a faca, segurando-a firme com toda a mão no
cabo;
3. Realizar corte com movimentos de vai e vem,
utilizando todo o corpo do cabo da faca;
4. Após o corte colocar o produto de volta na esteira ou
na caixa ao lado.
5. Manter a faca afiada para diminuir o esforço.
Errado/Postura com risco
de lesão
Certo/ Postura Ideal
Errado/Postura com risco
de lesão
60
APENDICE V - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
O Sr(a) __________________________________________________________
RG no _____________________________, nascido(a) em _________________,
do sexo _______________________, residente à ________________________
________________________________________________________________
na cidade de Tangará da Serra, está sendo convidado(a) a participar do estudo Análise da
comparação do efeito do treinamento em trabalhadores de frigoríficos: novatos e experientes,
cujo objetivo é avaliar o efeito do treinamento ergonômico no desempenho de trabalhadores
novatos e experientes num frigorífico de aves.
Para tanto, o sr(a) receberá um treinamento e cartilha de orientações com desenho das
posturas adequadas de trabalho, também responderá um questionário sobre dor, antes, uma
semana e dois meses após o treinamento. Para avaliar as posturas de trabalho adotadas,
serão realizados vídeos que ajudarão em futuras orientações.
Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo pesquisador responsável, Dra.
Rosimeire Simprini Padula, que pode ser encontrado na Rua Cesário Galeno, 448/475 Tatuapé - São Paulo - SP no telefone (11) 2178 1212.
O Sr (a). tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode retirar seu
consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de benefício.
Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo,
sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e sobre os riscos e
desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo e de obter novos
esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar voluntariamente deste
estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo
ou perda de qualquer benefício (caso o sujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição
onde a pesquisa está sendo realizada).
Data: __ /_ / __
_____________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa ou representante legal
______________________________________________
Pesquisador responsável / orientador
61
Eu, Rosimeire Simprini Padula, Responsável pela pesquisa Análise do efeito do treinamento
em trabalhadores de frigoríficos: novatos e experientes declaro que obtive espontaneamente
o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este
estudo.
Data: __/__/___
__________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável

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