Alvenaria de Vedação Constituída de Tijolo Cerâmico e

Transcrição

Alvenaria de Vedação Constituída de Tijolo Cerâmico e
Universidade Federal
do Pará
Luiz Antonio da Silva Rêgo
Alvenaria de Vedação Constituída de
Tijolo Cerâmico e Placas de Gesso
Acartonado.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Instituto de Tecnologia
Mestrado Profissional e Processos Construtivos e
Saneamento Urbano
Dissertação orientada pelo Professor Dr. Bernardo Borges
Pompeu Neto
Belém – Pará – Brasil
2015
I
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROCESSOS CONSTRUTIVOS E
SANEAMENTO URBANO
ALVENARIA DE VEDAÇÃO CONSTITUÍDA DE TIJOLO CERÂMICO E PLACA
DE GESSO ACARTONADO
ARQ. E URB. LUIZ ANTONIO DA SILVA RÊGO
Belém/Pará
2015
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROCESSOS CONSTRUTIVOS E
SANEAMENTO URBANO
ALVENARIA DE VEDAÇÃO CONSTITUÍDA DE TIJOLO CERÂMICO E PLACA
DE GESSO ACARTONADO
ARQ. E URB. LUIZ ANTONIO DA SILVA RÊGO
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Mestrado Profissional em
Processos Construtivos e Saneamento Urbano
da Universidade Federal do Pará como
requisito para a obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Bernardo Borges Pompeu Neto
Belém/Pará
2015
iii
ALVENARIA DE VEDAÇÃO CONSTITUÍDA DE TIJOLO CERÂMICO E PLACA
DE GESSO ACARTONADO
ARQ. E URB. LUIZ ANTONIO DA SILVA RÊGO
Esta dissertação de mestrado foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em
Processos Construtivos e Saneamento Urbano, área de concentração Estruturas, Construção
Civil e Materiais, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Profissional em Processos
Construtivos e Saneamento Urbano (PPCS) do Instituto de Tecnologia (ITEC) da
Universidade Federal do Pará (UFPA).
Aprovada em 26 de fevereiro de 2015.
____________________________________________________
Dênio Ramam Carvalho de Oliveira, D.Sc. – Coordenador do PPCS
____________________________________________________
Bernardo Borges Pompeu Neto, D.Sc. – Orientador - UFPA
COMISSÃO EXAMINADORA:
____________________________________________________
Dênio Ramam Carvalho de Oliveira, D.Sc.
(Examinador Interno)
____________________________________________________
Marcelo de Souza Picanço, Dr. - UFPA
(Examinador Externo)
Belém/Pará
Fevereiro de 2015
iv
"O homem é o arquiteto de seu próprio destino".
Em latim: "suae quisque fortuna faber est"
Frank Miller
v
À Deus e a minha família.
vi
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.
Ao meu orientador Prof. Dr. Bernardo Borges Pompeu Neto, pelo apoio no pouco
tempo que lhe coube, pelos seus alinhos e incentivos.
Ao Prof. Dr. Dênio Ramam Carvalho de Oliveira, pelo grande suporte que realizou em
todo o curso.
À minha família e a todos que influenciaram direta ou indiretamente na minha
formação.
vii
RESUMO
A construção civil no município de Santarém ainda é bastante voltada ao sistema
básico de fechamento em alvenaria cerâmica, porém com a implantação de novas tecnologias
de fechamentos, o mercado da construção no município está implantando outros sistemas,
sendo o mais usual o sistema de placas de gesso acartonado. Desta forma o desenvolvimento
deste trabalho visa objetivar o custo e benefício dos dois sistemas mais aplicados de
fechamentos verticais não auto-portantes em ambientes internos na cidade de Santarém; a
alvenaria cerâmica e a placa de gesso acartonado (drywall). Primeiramente apresenta as
características individuais de cada fechamento, para posteriormente realizar um comparativo
envolvendo os aspectos construtivos de manutenção, flexibilidade na aplicação, mão de obra,
custo, produtividade, peso, isolamento térmico e isolamento acústico no canteiro de obra.
Tendo como resultado deste comparativo, o custo total de preços unitários da placa de gesso
acartonado sendo maior que o da alvenaria cerâmica, porém a placa de gesso acartonado
influencia de forma direta e indireta em outros serviços da obra, trazendo uma diminuição no
custo geral da obra. Diante do exposto a finalidade deste trabalho é fornecer aos profissionais
da construção uma maior visualização a respeito do uso dos fechamentos em alvenaria
cerâmica ou de placas de gesso acartonado no município, para que utilize este trabalho como
ferramenta na escolha do fechamento vertical não auto-portante mais adequado ao projeto.
Palavra-chave: Alvenaria Cerâmica. Drywall. Gesso Acartonado e Construção Civil.
viii
ABSTRACT
The construction in the city of Santarém is still focused on the basic system of
closing ceramic masonry, but with the implementation of new technologies closures, the
construction market in the city is implementing other systems, the most usual the plate system
plasterboard. Thus the development of this report is to objectify the cost and benefit of the
two most applied systems of vertical locks not self-supporting indoors in the city of Santarém;
ceramic masonry and gypsum plasterboard (drywall). First presents the individual
characteristics of each closing, to later make a comparison involving the constructive aspects
of maintenance, flexibility in the application, labor, cost, productivity, weight, heat insulation
and sound insulation in the construction site. With the result of this comparison, the total cost
of unit prices of gypsum plasterboard being greater than that of ceramic masonry, but the
drywall board influences directly and indirectly on other work services, bringing a decrease in
the overall cost of work. In this light the purpose of this work is to provide construction
professionals a larger view regarding the use of locks in masonry tile or drywall boards in the
city, so use this work as a tool in choosing the vertical lock not self-supporting more
appropriate for your project.
Keyword: Ceramic Masonry. Drywall. Plasterboard and Civil Construction.
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Gerenciamento de Material e Mão de Obra...........................................................21
Tabela 02 – Valores de CPU Global em Casas Térreas............................................................24
Tabela 03 – Valores de CPU Global em Apartamentos............................................................25
Tabela 04 – Normas de Placas de Gesso Acartonado...............................................................29
Tabela 05 – Fixadores para Sistema Drywall...........................................................................38
Tabela 06 – Faixa 01, 02 e 03 ..................................................................................................42
Tabela 07 – Faixa 04 e 05 ........................................................................................................42
Tabela 08 – CPU do Sistema de Drywall.................................................................................43
Tabela 09 – Carga de Drywall e Alvenaria de Bloco Cerâmico...............................................45
Tabela 10 – Dimensões de Fabricação de Bloco Cerâmico de Vedação..................................49
Tabela 11 – CPU de Alvenaria Cerâmica.................................................................................56
Tabela 12 – CPU de Chapisco..................................................................................................56
Tabela 13 – CPU de Reboco ....................................................................................................56
Tabela 14 – Total CPU da Alvenaria Cerâmica, Chapisco e Reboco.......................................56
Tabela 15 – Peso da Alvenaria Cerâmica.................................................................................58
Tabela 16 – Isolamento Térmico da Alvenaria Cerâmica.........................................................59
Tabela 17 – Índice de Redução Sonora.....................................................................................60
Tabela 18 – Diferenças entre Drywall e Alvenaria Cerâmica...................................................68
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Tipos de Placa de Gesso Acartonado....................................................................28
Figura 02 – Junção em "T"........................................................................................................30
Figura 03 – Alinhamento de Montantes....................................................................................30
Figura 04 – Folga na Parte Inferior...........................................................................................31
Figura 05 – Espaçamento dos Parafusos...................................................................................31
Figura 06 – Acabamento na Placa.............................................................................................31
Figura 07 – Pintura na Placa.....................................................................................................32
Figura 08 – Reparo em Drywall................................................................................................33
Figura 09 – Reparo em Drywall................................................................................................34
Figura 10 – Design em Drywall................................................................................................36
Figura 11 – Design em Drywall................................................................................................36
Figura 12 – Fixadores para o Sistema Drywall.........................................................................37
Figura 13 – Carga nos Fixadores..............................................................................................38
Figura 14 – Corte Demonstrativo dos Fixadores......................................................................38
Figura 15 – Área Molhada em Drywall....................................................................................39
Figura 16 – Aplicação de Revestimento em Drywall...............................................................39
Figura 17 – Instalações em Drywall.........................................................................................41
Figura 18 – Tabela Isolamento Acústico e Térmico do Drywall..............................................47
Figura 19 – Modelo de Bloco Cerâmico de Vedação...............................................................49
Figura 20 – Dimensão de Bloco Cerâmico de Vedação...........................................................49
Figura 21 – Base da Fiada da Alvenaria Cerâmica...................................................................50
Figura 22 – Prumo da Alvenaria Cerâmica...............................................................................51
Figura 23 – Manutenção da Alvenaria Cerâmica......................................................................52
Figura 24 – Instalações da Alvenaria Cerâmica........................................................................53
Figura 25 – Instalações da Alvenaria Cerâmica........................................................................54
Figura 26 – Exemplo de Planta de Alvenaria...........................................................................57
Figura 27 – Comparativo entre Alvenaria e Drywall...............................................................67
xi
LISTA DE ABREVIAÇÕES
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
PIB - Produto Interno Bruto
PMS - Prefeitura Municipal de SAntarém
CREA/PA - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
CPU - Coeficiente de Problemas por Unidade
EPS - Poliestireno Expandido
EUA – Estados Unidos da América
RU - Resistentes à Umidade
RF - Resistentes ao Fogo
NBR - Norma Brasileira
ISO - International Organization for Standardization (Organização Internacional para
Padronização)
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CPU - Composição de Preços Unitários
BDI - Benefício e Despesas Indiretas
STICCS - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Santarém
LV - Lã de Vidro
LR - Lã de Rocha
CNI - Confederação Nacional da Indústria
xii
SUMÁRIO
CAPA...........................................................................................................................................i
CONTRA CAPA........................................................................................................................ii
CONTRA CAPA.......................................................................................................................iii
APROVAÇÃO...........................................................................................................................iv
PENSAMENTO..........................................................................................................................v
DEDICATÓRIA........................................................................................................................vi
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................vii
RESUMO.................................................................................................................................viii
ABSTRACT...............................................................................................................................ix
LISTA DE TABELAS................................................................................................................x
LISTA DE FIGURAS................................................................................................................xi
LISTA DE ABREVIAÇÕES....................................................................................................xii
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................15
1.1 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................16
1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................................17
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO .......................................................................................18
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................................................19
2.1 BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE SANTARÉM.....................................................19
2.2 PROCESSOS CONSTRUTIVOS .....................................................................................20
2.3 PROCESSOS DE EXECUÇÃO DE FECHAMENTOS VERTICAIS .............................26
2.3.1 Placas de Gesso Acartonado............................................................................................26
2.3.1.1 História..........................................................................................................................26
2.3.1.2 Tipos..............................................................................................................................27
2.3.1.3 Montagem.....................................................................................................................28
2.3.1.4 Manutenção...................................................................................................................32
2.3.1.5 Flexibilidade de Aplicação............................................................................................35
2.3.1.6 Mão de Obra Especializada...........................................................................................41
2.3.1.7 Custo ............................................................................................................................41
2.3.1.8 Produtividade................................................................................................................44
2.3.1.9 Peso...............................................................................................................................44
2.3.1.10 Isolamento Térmico....................................................................................................45
2.3.1.11 Isolamento Acústico....................................................................................................46
xiii
2.3.2 Alvenaria Cerâmica..........................................................................................................47
2.3.2.1 História..........................................................................................................................47
2.3.2.2 Tipos..............................................................................................................................48
2.3.2.3 Montagem.....................................................................................................................50
2.3.2.4 Manutenção...................................................................................................................52
2.3.2.5 Flexibilidade de Aplicação............................................................................................53
2.3.2.6 Mão de Obra Especializada...........................................................................................54
2.3.2.7 Custo ............................................................................................................................55
2.3.2.8 Produtividade................................................................................................................57
2.3.2.9 Peso...............................................................................................................................58
2.3.2.10 Isolamento Térmico....................................................................................................59
2.3.2.11 Isolamento Acústico....................................................................................................59
3 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................61
3.1 Procedimentos Metodológicos............................................................................................61
3.2 Características dos fechamentos e análise dos dados..........................................................61
4 ESTUDO COMPARATIVO ..............................................................................................62
5 CONCLUSÕES....................................................................................................................69
6 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS..............................................................70
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................71
xiv
1. INTRODUÇÃO
Segundo MEDEIROS (2014) um dos maiores fatores para o desenvolvimento de
um país é a construção civil e o fruto desse desenvolvimento é a tecnologia e qualidade
empregada nos materiais da construção. Neste mercado competitivo as empresas
fornecedoras dos materiais da construção, buscam cada vez mais novos métodos para
melhorar estes materiais aumentando assim a concorrência e trazendo novas expectativas
construtivas para os profissionais da área.
Com as melhorias na tecnologia dos materiais da construção, ocorre o
beneficiamento do consumidor com a diminuição dos custos e melhor qualidade de
material, porém existem outros benefícios para alcançar com esta tecnologia dos
materiais, sendo entre estes a eliminação do enorme consumo da quantidade dos recursos
naturais e a escassez destes, pois a indústria da construção civil investiu em materiais
mais leves, com melhores reaproveitamentos e mais rapidez na execução, melhorando o
processo construtivo por inteiro.
O emprego destes novos materiais geram-se outros desafios, voltados não apenas
na construção civil, mas inerentes a toda a sociedade de uma forma generalizada, sendo
estes a mão de obra qualificada, a aceitação do produto no mercado, os custos diretos e
indiretos de fabricação e entrega em diferentes regiões, a resistência em comparação aos
outros materiais, patologias geradas pelo mal emprego do material, desempenhos aos
diferentes climas, entre outros.
De acordo com o exposto acima, restringiremos o trabalho em um material
básico, sendo um dos materiais mais antigos da construção civil: a alvenaria cerâmica. E
um material com uma tecnologia mais avançada placa de gesso acartonado, ou seja, o
sistema de drywall (parede seca). E para que este comparativo seja mais preciso,
condicionará os materiais no mesmo local, o município de Santarém, destino no processo
construtivo, fechamentos verticais não auto-portantes e condicionados apenas nos
ambientes internos, não sendo expostos a intempéries.
15
1.1 JUSTIFICATIVA
Na construção civil as dificuldades encontradas no município da Santarém são o
transporte de suprimentos, a mão de obra não especializada, a baixa produtividade no
canteiro de obras e os materiais com baixa qualidade. Porém com a mudança no perfil de
novos construtores e dos consumidores, estão exigindo melhorias em produtividade,
melhorias na qualidade do material e acabamento e no custo benefício dos
empreendimentos. Tais cobranças exigem que os construtores trouxessem novas
tecnologias para o mercado, transformando o mercado mais competitivo e melhorando a
qualidade dos produtos.
Entre algumas alternativas de tecnologia no município de Santarém foi o
emprego da placa de gesso acartonado (drywall) para os fechamentos verticais não
autoportantes no processo construtivo, mas além dos benefícios que podem trazer para o
mercado, podem-se avaliar também quais seriam os malefícios desta tecnologia dentro de
um município acostumado ao emprego do processo construtivo básico ou tradicional de
alvenaria cerâmica.
Um dos maiores empregos da tecnologia do drywall seria o custo benefício que
pode ser gerado na obra aos ambientes internos, sendo este dado este amplamente
discutido neste trabalho, pois o fechamento vertical não se limita a substituição do
componente de vedação interno, mas que influencia sofrerá na estrutura, instalações
elétricas e hidráulicas, mão de obra especializada, transporte, armazenamento, entre
outros itens.
Diante o exposto o presente trabalho tem a finalidade de auxiliar, no sentido de
apresentar aos profissionais da área da construção civil, tanto executores, como
projetistas, uma alternativa para que os mesmos tenham condições de realizar uma
escolha de fechamento vertical não autoportante, visando dentro das vedações dos
ambientes internos nos modelos de edificações horizontais e verticais, tanto em
empreendimentos residenciais como comerciais.
16
1.2 OBJETIVOS
Diante do exposto, o foco de estudo é o comparativo dos materiais de
fechamentos nos planos verticais não-autoportantes em ambientes internos, possibilitando
que os profissionais da área consultem e o utilizem como ferramenta de auxílio para fazer
uma melhor análise dos materiais empregados na região do Município da Santarém.
Tem como objetivo principal comparar os dois sistemas construtivos de
fechamento vertical: o sistema construtivo em alvenaria cerâmica não estrutural e o
sistema de placa em gesso acartonado (drywall), sendo descriminados nos objetivos
específicos abaixo:
 Descrever o aspecto construtivo de montagem de cada fechamento, com relevância no
desperdício.
 Analisar a manutenção utilizada após a execução do serviço e das instalações elétricas
e hidráulicas aplicadas dentro do fechamento.
 Identificar a flexibilidade na aplicação do fechamento envolvendo design e nas
instalações elétricas e hidráulicas.
 Verificar a mão de obra especializada e seus custos.
 Desenvolver os custos unitários dos materiais no município da Santarém.
 Avaliar a produtividade (tempo x metro quadrado)
 Constatar o peso dos materiais, avaliando no custo da fundação e estrutura na
edificação.
 Buscar informações sobre isolamento térmico e acústico
17
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho está dividido em cinco capítulos apresentados seguindo o seguinte
roteiro:
O primeiro capítulo é a introdução, do qual aborda a justificativa e
contextualização do problema, depois a caracterização dos objetos de estudo de forma
geral e específicos.
O segundo capítulo são apresentados em um referencial teórico, explicações e
conceitos sobre o histórico do município de Santarém, seguido com os aspectos de
processos construtivos relacionados no município, materiais de fechamentos verticais
mais usuais na região, dando destaque as placas de gesso acartonado e alvenaria
cerâmica, por fim mostrando características de cada sistema, como história, montagem,
manutenção, flexibilidade de aplicação, mão de obra especializada, custo, produtividade,
peso, isolamento térmico e isolamento acústico.
O terceiro capítulo enfoca a metodologia utilizada na apropriação dos dados,
além de demonstrar como foi realizado o tratamento dos dados.
No quarto capítulo é apresentado um estudo comparativo das características dos
sistemas realizando uma análise entre as placas de gesso acartonado e alvenaria cerâmica
considerando pontos negativos e positivos de cada sistema.
O quinto aborda a conclusão do estudo que consistem em uma relevância dos
sistemas de fechamentos verticais não auto-portantes em placa de gesso acartonado e
alvenaria cerâmica na cidade de Santarém com processos construtivos no canteiro de
obras.
Por fim, as sugestões para futuros trabalhos e referências bibliográficas
utilizadas.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE SANTARÉM
De acordo com o documento de Perspectivas da Economia da Santarém e Região
Oeste do Pará fornecido pela Prefeitura Municipal de Santarém:
Santarém foi fundada pelo Padre João Felipe Bettendorf, em 22 de junho de
1661. A princípio teve a denominação de aldeia do Tapajós e foi elevada à categoria de
vila em março de 1758, por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, o então governador
de Província do Grão Pará, recebendo o nome de Santarém. Em 24 de outubro de 1848
foi elevada à categoria de cidade, em consequência de seu notável desenvolvimento. A
elevação à categoria de município aconteceu em 22 de junho de 1661, o que faz de
Santarém uma cidade hoje com 352 anos de história. Está situada no Estado do Pará, na
microrregião dos rios Amazonas e Tapajós. Está distante de Belém, a capital, 1.369 km
(807 em linha reta) e ocupa uma área de 17,8 mil km², com população de 299.419
habitantes (IBGE, 2012). Para Manaus, esta distância cai para 722 km em linha reta.
Embora seja uma das cidades mais importantes cidades do interior da Amazônia,
ainda possui estrutura razoável. Tem porto de intenso movimento, capaz de abrigar
navios de grandes calados, com operações internacionais (importação e exportação) que
está ligado à rodovia Santarém/Cuiabá. Possui linhas domésticas regulares para todo
Brasil, principalmente para Belém, Macapá e Manaus, com mais de 10 voos diários. A
ligação de cidade com a rodovia Transamazônica através da Rodovia BR-163
(Santarém/Cuiabá) tem contribuído significativamente para o desenvolvimento local e
regional com constantes visitas de empresários de todo o Brasil, levando-se em conta
principalmente o comércio exterior com redução de custos que chega a US$ 56.78 por
tonelada transportada para os principais centros consumidores do mundo.
Em 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 3,2 bilhões com distribuição
de: 32,96% no setor primário da economia (agricultura, pecuária e extrativismo); 16,67%
no setor secundário (indústria de transformação) e; 50,37% no setor terciário (comércio e
serviço); renda per capita de R$ 4,9 mil; 92,5 mil domicílios; 4,4 mil obras civis em
andamento; Investimento anual de R$ 20,5 milhões em educação superior.
Do total de 123,1 mil domicílios cadastrados (PMS, 2013), o déficit habitacional
ainda é bastante significativo. Em que pese a estatística de 4.414 construções em
andamento em média (CREA/PA, 2013), hoje o município necessita de 21,6 mil
19
domicílios para atender sua demanda que continua crescendo em razão do número de
imigrantes do Centro-Oeste brasileiro, em razão da expansão da fronteira agrícola e com
a finalização do asfaltamento da Rodovia BR-163, principal corredor de exportação de
grãos.
Os preços médios dos imóveis dispararam em decorrência da maior procura,
tanto por pessoas e empresas locais como de outros estados da federação que para cá
migraram nos últimos meses, chegando à média 21,27%. Atualmente é a cidade que
poderá ser a capital do futuro Estado Tapajós e é apontada, devida sua localização
estratégica, como a mais promissora em seus resultados econômicos.
2.2 PROCESSOS CONSTRUTUVOS
Os avanços na tecnologia em fechamentos verticais racionalizam e modernizam
as execuções no processo construtivo, incorporando flexibilidade, economia e velocidade.
O processo construtivo racionalizado contribui para aprimorar a qualificação da mão de
obra, da idealização e da execução na obra. De acordo com LICHTENSTEIN (1985)
apud SCHMITT (1998) O processo construtivo por ser representado em três grandes
etapas: concepção, execução e utilização.
A concepção é o estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo da obra,
sendo esta etapa a mais importante, pois vai da criação do empreendimento até a entrega
final da obra. Mais demonstrado conforme MELHADO & AGOPYAN (1995) As
decisões tomadas na fase de projeto tem uma grande capacidade de influenciar o custo
final do empreendimento. Quanto mais se avança na fase de projeto para a fase de
execução e uso, menor o potencial de redução de custos, pois uma vez concluído o
projeto estarão estabelecidas todas as condições em que o processo de execução ocorrerá.
Na etapa da execução da obra se tem por objetivo o gerenciamento e
administração do empreendimento. Que vai desde os materiais (preços, prazos, entregas,
armazenamento, discriminação e etc.) como mão de obra (contratação, terceirizadas,
avaliação, comprometimento, entre outros fatores). Pode-se verificar na tabela 01 a
complexidade da etapa de execução, voltado ao gerenciamento de material e mão-deobra.
20
Tabela 01: Gerenciamento de Material e Mão-de-Obra
Materiais
Mão-de-obra
Aquisição
Contratação
Escolha
Terceirizadas
Fornecedores
Plano de Qualidade da Obra
Especificação
Equipamentos de Proteção Individual
Orçamento
Segurança do Trabalho
Compra
Recolhimentos
Entrega
Demissões
Locação de Equipamentos
Programas de Controle Médico de Saúde
Recebimento
Ocupacional
Manuseio
Programa de Prevenção de Riscos
Consumo
Ambientais
Quantitativos
Canteiro da Obra (Circulação e Produção)
Estocagem
Fluxo de Serviços
Outros
Inspeções
Ações Corretivas
Outros
Na última etapa da utilização é de suma importância, pois trata-se da satisfação
dos clientes, onde a construtora ou incorporadora garanta todos os procedimentos de
perfeita entrega e garantias da obra. Esta etapa segue a CC – Lei n° 10.406 de 10 de
janeiro de 2002, conforme descrito a seguir:
Institui o Código Civil.
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções
consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo
irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos
materiais, como do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da obra que
não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao
aparecimento do vício ou defeito.
21
Após a descrição das fases do processo construtivo, o entendimento dos
atributos gerados ao redor do processo fica mais evidente. São vários atributos do
processo construtivo, porém evidenciará apenas dois pontos de suma importância dos
atributos: A importância da Industrialização e Controle de Qualidade e Patologia,
conforme descritos abaixo.
a) A Importância da Industrialização no Processo Construtivo: Deste ponto
destacado percebem-se vários aspectos, como: mão de obra, a tecnologia
implantada e absorção de materiais na indústria. A partir disto, faz-se um adendo
para análise social da mão de obra, que é desqualificada devido ao baixo nível de
escolaridade.
b) Controle de Qualidade e Patologia: O controle de qualidade dos materiais, deve
necessariamente ter apoio mútuo entre o governo e a iniciativa privada.
A
dissociação entre estes dois agentes poderá ocasionar uma perda significativa da
qualidade do produto acabado.
A partir dos fatos acima, identifica que com a chegada de indústrias
multinacionais nos últimos anos, proporcionou ao mercado brasileiro da construção civil
um grande avanço tecnológico nos fechamentos verticais de vedação. Essa tecnologia
trouxe várias vantagens no processo construtivo, tais como: diminuição no tempo de
construção, melhoria nos coeficientes de isolamento acústico, térmico, etc..
A preocupação com a qualidade é uma das características mais importantes da
indústria, visando à competitividade, aceitação do mercado consumidor e lucro. Outra
preocupação com relação a qualidade diz respeito ao desperdício dos materiais da
industria da construção civil. Segundo JUNIOR (1994) A eliminação dos desperdícios
está intimamente associada à questão da qualidade. Através da redução dos desperdícios,
a empresa pode gerar recursos para alavancar seu sistema de melhoria da qualidade; ...
A indústria busca evidentemente o retorno do investimento, sendo que boa
qualidade dos materiais construtivos, refere-se tanto no aspecto da aplicabilidade quanto
na própria composição do material, diminuindo consideravelmente o desperdício. Sendo
que o desperdício na aplicabilidade difunde-se em dois aspectos: aplicabilidade do
material feito na indústria, como exemplo: painéis sob medida, pré-moldados, etc., e a
22
aplicabilidade na execução, como exemplo: o processo de execução não seguir conforme
a indicação do fabricante.
Outro aspecto do controle de produção seria a produção básica, ou seja,
experiências baseadas em produtos com algum tempo de uso, que indicam quais são as
melhoria que devem ser feitas, então se pode prever, dentro dos limites, o que se espera
que varie no futuro, cuja representação prática é feita através de gráficos de controle.
Nos materiais de fechamentos verticais de vedação existe uma grande ocorrência
de alvenaria “tradicional” (tijolo cerâmico), sendo estas de baixa qualidade, pois o
produto em sua grande maioria são feitos em olarias artesanais, onde não existe nenhum
aparo técnico. As falhas do projeto estão diretamente ligadas à qualidade do material,
visto que quanto mais o profissional souber dominar as especificações dos materiais na
execução mais facilmente saberá as falhas que poderão vir a ocorrer.
Segundo MESEGUER (1991), que relata que a origem das falhas de qualidade:
...20% no processo de produção na industria, 40% nos fornecedores e 40% nos defeitos
de concepção no projeto. Porém se tem o domínio dos 20% primeiros, se descobrem
mais facilmente o resto das falhas que possam vir a ocorrer na construção. Existindo além
do que foi citado, o controle de materiais não tradicionais, aqueles que são novos no
mercado, que não estão ainda qualificados por uma norma técnica que os regulamente.
Sendo que o usuário deverá distinguir sob dois aspectos: por primeiro aquele que tenha o
Certificado de Qualidade (Documento de Idoneidade Técnica) e/ou aquele que tenha a
garantia a respeito do uso, oferecidas pelo fabricante.
Segundo ainda MESEGUER (1991), as estatísticas mostram que 8% a 10% das
falhas de construção tem origem na utilização do material, em razão da falta controle de
qualidade de materiais durante o uso, do qual não está até o momento formalizado
praticamente em nenhum país. Então existe a necessidade de se recomendar verificação
de normas, usos, especificações técnicas, etc..
O controle de qualidade está ligado à melhoria no processo construtivo, visto
que grande parcela da população que ingressa no mercado não visa de certo modo
qualidade final da edificação, mantendo assim o atraso tecnológico no setor e
contribuindo para uma maior incidência de patologia nas edificações. Contudo as
patologias em edificações são os defeitos de construção ou “doenças” decorrentes do uso,
tais como: as rachaduras, manchas, deslocamentos, deformações, rupturas, etc..
Na patologia existe um estudo para se identificar as causas destes males
(diagnóstico) e correção (terapia). Este estudo é fundamental para os que trabalham em
23
construções civis, que vai desde o operário, até engenheiro e arquiteto, pois quando se
conhecem as “doenças” que a construção poderá apresentar, é menos provável de se
cometer erros.
Atualmente existe a preocupação de se construir com economia e rapidez. Este
novo fato ocasiona um aparecimento de novos materiais e assim se favorece um aumento
de defeitos, pois com aperfeiçoamento destes novos materiais e suas técnicas, além trazer
benefícios, também poderão com um mínimo de erros trazerem os defeitos, já citados
anteriormente.
Os fechamentos verticais são afetados por diferentes formas de defeitos, do qual
depende de que são feitos e do tipo de serviço realizado. Citaremos um exemplo entre
vários: na parede de alvenaria, as fiadas fora de nível podem resultar em escorregamento
dos tijolos, com a formação de rachaduras horizontais ou diagonais. Porém, mesmo nos
fechamentos verticais, existem diferenças de maior incidência de patologias, dos quais
distinguem-se as casas térreas com as de apartamentos.
Para se comprovar este resultado, foi realizada uma pesquisa do IPT (1980), dos
quais foram visitados 36 conjuntos habitacionais do interior do Estado de São Paulo. Em
seguida, foi calculada a relação entre o número de problemas encontrados em cada
conjunto habitacional e o número de unidades visitadas, esta relação foi denominada
Coeficiente Global de Problemas por Unidade (CPU Global). Demonstrado abaixo na
tabela 02 os valores de CPU Global em Casas Térreas e na tabela 03 os valores de CPU
Global de Apartamentos.
Tabela 02: Valores de CPU Global em Casas Térreas (IPT, 1980)
Tipo de
CPU Individual (médio)
CPU Global
Construção
Idade
Casas
1- 3 anos
1,9
1,3
1,3
4,5
Térreas
4- 7 anos
2,6
1,3
1,3
5,2
> 8 anos
2,2
2,1
1,7
6,0
Umidade Trincas Deslocamento
(médio)
24
Tabela 03: Valores de CPU Global em Apartamentos (IPT, 1980)
Tipo de
CPU Individual (médio)
CPU Global
Construção
Idade
Aparta-
1- 3 anos
1,8
1,1
0,2
3,1
Mentos
4- 7 anos
1,9
0,3
-
2,2
> 8 anos
1,4
0,2
1,1
1,7
Umidade Trincas Deslocamento
(médio)
A partir destes números, percebe-se que o CPU das casas térreas é 45% superior
que o dos apartamentos, como também mostra os valores da CPU Individual de Umidade
das casas térreas e dos apartamentos, serem maiores com relação às trincas e ao
deslocamento. Uma das patologias que mais aparece nas edificações, tanto para casas
quanto para apartamentos, é a umidade. Segundo PEREZ (1998) apud LIX DA CUNHA
(1998)... os problemas de umidade, além de serem frequentes, representam quase 60%
dos problemas de uma edificação durante a sua vida útil.
A natureza dos problemas de umidade na edificação não é única, dos quais
existem muitos e com diferentes causas, tais como: umidade de infiltração (águas de
chuva), umidade de absorção e capilaridade (absorção da água existente no solo),
umidade acidental (vazamentos do sistema de águas), etc., assim podemos perceber que
não apenas os fechamentos verticais, mais toda a estrutura da edificação poderá sofrer
com a umidade.
Contudo, com uma pesquisa detalhadas em relação aos diferentes fechamentos
verticais, existe pouca e dependendo do tipo e causa da patologia, quase nenhum tipo de
bibliografia metodizada sobre patologias. E o que se conhece, deve-se a profissionais que
estão ligados ao desenvolvimento destes materiais ou construtores e pesquisadores que
inserem em informações para melhor esclarecimento dos mesmos.
25
2.3 PROCESSO DE EXECUÇÃO DE FECHAMENTOS VERTICAIS
Existem no mercado vários tipos diferentes de fechamentos verticais entre este
serão separados em dois blocos: alvenarias e os painéis. E entre ao dois blocos serão
descriminamos as alvenarias pelos seguintes materiais: bloco de concreto, bloco de
concreto celular, bloco de gesso, bloco ecológico e tijolo cerâmico. E nos painéis: placa
de gesso acartonado (drywall), placa de concreto alveolar, painel de EPS, placa
cimentícia e prancha de madeira.
Estes diversos fechamentos verticais distinguem-se em termos de custo, mão de
obra especializada, equipamentos, entre outros elementos transformando em um dos mais
significativos elementos dentro da obra.
Em razão disso, a escolha adequada dos
materiais de fechamento refletirá na redução significativa do orçamento das edificações.
Dentro deste âmbito de custo, para melhor análise no município de Santarém, serão
verificados dois elementos mais comercializados: Alvenaria em tijolo cerâmico de seis
furos e Placa em gesso acartonado, sendo aplicados em ambientes internos.
2.3.1
Placas de Gesso Acartonado
2.3.1.1 História
Segundo MITIDIERI (2009), relata que a data da década de 1970 a implantação
da primeira fábrica no Brasil para produção de chapas de gesso acartonado, atualmente
conhecidas
como
chapas
de
gesso
para
sistemas
drywall.
Nesta mesma década de 1970 houve um esforço muito grande do setor da construção
civil, particularmente do sub-setor edificações, no sentido de implantar métodos e
processos racionalizados de construção e sistemas com emprego de componentes préfabricados. Nasceram grandes conjuntos habitacionais com emprego de alvenaria
estrutural, sistemas racionalizados de formas e diversos tipos de pré-fabricados de
concreto.
Este esforço persistiu durante a década de 1980, com a construção de canteiros
experimentais, empregando-se sistemas industrializados diversos, incluindo sistemas
leves de construção. Porém, pode-se considerar que a década de 1990 foi mais fértil na
introdução de inovações tecnológicas e sistemas industrializados, incluindo os sistemas
26
drywall, considerando a grande abertura do mercado da construção de edifícios e a busca
pela racionalização e industrialização da construção.
O IPT tem acompanhado de perto e contribuído para os avanços tecnológicos
nestas últimas décadas, e foi nos anos de 1990 que os sistemas drywall começaram a ser
mais difundidos no Brasil, inicialmente com a importação de produtos da Europa e
posteriormente com a instalação de fábricas no Brasil. Houve uma grande preocupação
do setor produtivo em demonstrar o desempenho dos sistemas para drywall, tendo o IPT
desenvolvido trabalhos com os três fabricantes instalados no Brasil e emitido seis
Referências Técnicas para os sistemas de paredes, as primeiras considerando ainda
produtos importados e as últimas já considerando os produtos produzidos no Brasil.
Na década de 2000 a tônica tem sido a normalização dos produtos para drywall,
normalização dos sistemas e a implantação de programas setoriais da qualidade, com a
participação do IPT. No ano de 2001 foi publicada a primeira norma brasileira para
chapas de gesso destinadas aos sistemas drywall e logo a seguir foi publicada a
especificação brasileira para perfis de aço galvanizado destinados aos sistemas drywall. O
PSQ-DRYWALL foi e tem sido um programa de estruturação tecnológica do setor
produtivo, tendo conquistado avanços significativos quanto à normalização técnica,
práticas de controle da qualidade e combate à não conformidade. Atualmente estão em
processo de elaboração as normas técnicas brasileiras referentes a projeto e execução de
sistemas drywall, incluindo paredes, forros e revestimentos de paredes, no sentido de
balizar o setor da construção de edifícios com parâmetros técnicos que visam obter um
desempenho adequado dos sistemas.
2.3.1.2 Tipos
Lessa (2005) faz uma descrição em sua monografia sobre os tipos de placas de
Drywall utilizadas nas construções. Existem 3 tipos delas: as placas do tipo Standard, as
placas do tipo RU (Resistentes à Umidade) e por último as placas do tipo RF (Resistentes
ao Fogo). As placas do tipo standard são chapas de gesso acartonado de uso geral,
empregadas geralmente no fechamento interno da construção em ambientes ‘secos’. As
placas do tipo standard são as mais utilizadas. As placas do tipo RU, popularmente
chamadas de placas verdes, são placas que podem ser utilizadas em ambientes expostos à
umidade. São empregadas geralmente no fechamento de áreas de serviço, banheiros e
27
cozinhas. Há a necessidade de detalhes de impermeabilização flexível na base das
paredes e nos encontros com o piso. E por último as placas do tipo RF, que são placas
que apresentam características que conferem resistência ao fogo às paredes. Lessa (2005)
ressalta ainda que o gesso acartonado deve ser empregado sempre em ambientes internos,
evitando a instalação dele em locais sujeitos a intempéries e umidade permanente, como
saunas e piscinas por exemplo. Abaixo mostra uma figura com os três tipos de placas.
Figura 01: Tipos de Placa de Gesso Acartonado
Fonte: http://www.rocherdrywall.com.br (acesso em jan/2014)
2.3.1.3 Montagem
O significado em português de drywall é "parede seca", sendo utilizadas para
paredes, tetos e revestimentos em qualquer tipo de edificações, consistindo em painéis de
gesso acartonado e aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado.
Segundo a MITIDIERI - IPT (2012), defini-se como placas de gesso acartonado:
são constituídas por um miolo de gesso e aditivos, envolto por cartão especial. As
paredes são internas não estruturais de edifícios.
A estrutura, em perfis de chapas
zincadas é constituída por guias e montantes, sobre os quais são fixadas as chapas de
gesso acartonado, em uma ou mais camadas, gerando uma superfície apta a receber o
acabamento final.
As placas de gesso podem apresentar diferentes espessuras, larguras e
comprimentos e terem diferentes valores de resistência e densidade de acordo com as três
finalidades de uso: paredes “standard” (paredes de uso geral), de resistência ao fogo e
resistência à umidade. Segue abaixo a tabela com as normas que regem:
Tabela 04: Normas de Placas de Gesso Acartonado (http://www.abnt.br acesso em
jan/2014)
Características de
Norma de Referência
Resultado Esperado
Desempenho do
para Avaliação
Produto
Características
NBR
Espessura ± 0,5mm
geométricas
14715-1
Largura +0 / -4mm
Comprimento +0 / -5mm
NBR
Esquadro <2,5mm/m
14715-2
Densidade superficial de
Chapa mm
12,5
15
massa
Mínimo kg/m²
8
10
Máximo kg/m²
12
14
Variação máxima em relação à
média das amostras de um lote: +/0,5
Resistência mínima à
Chapa mm
12,5
15
ruptura na flexão
Longitudinal - N
550
650
Transversal - N 210
250
Dureza Superficial
Diâmetro Máximo 20mm
Absorção de Água para
5%
Chapa RU
Absorção Superfície de
Máximo 160 g/m²
Água para Chapa RU
Resistência ao Fogo
NBR 10636:1989
-------Isolação Acústica
SO 140-3:1995
-------ISO 717-1:19996
Para a montagem das paredes é necessário ferramentas apropriadas, que
geralmente são encontradas no mercado, e mão de obra especializada. O procedimento de
montagem segundo MITIDIERI - IPT (2012) consiste em quatro fases do processo,
conforme descrito abaixo:
a) Marcação das Guias e Aplicação dos Montantes:
Marcar no piso espessura da parede, destacando a localização dos vãos de porta.
Fixar as guias baixa e alta a cada 0.60 m no máximo, com pistola e pino de aço, parafuso
e bucha, prego de aço ou cola. Na junção das paredes em “T” ou “L” (Figura 02), deixar
29
entre as guias um intervalo para passagem das placas de fechamento de uma das paredes,
no piso e no teto. Fixar os montantes de partida, que deve ter aproximadamente altura do
pé direito, nas paredes laterais a cada 0.60 m no máximo. Os montantes cortados na
altura são encaixados nas guias. Os espaçamentos entre os montantes devem ser de
0.60m ou 0.40m (Figura 03), respeitado os valores limites indicados pela indústria.
Figura 02: Junção em “T”
Figura 03: Alinhamento de Montantes
Fonte : http://www.ipt.br (acesso jan/2014)
Fonte : http://www.ipt.br (acesso jan/2014)
b) Colocação de Placas:
Chapas de gesso devem possuir aproximadamente a altura do pé direito com
pelo menos 1 cm a menos. As aberturas para caixas elétricas e outras instalações
podem ser feitas antes ou após a montagem, dependendo da sequencia executiva.
Posicionar as chapas de encontro aos montantes encostadas no teto deixando a folga
na parte inferior (Figura 04).
As juntas em uma fase da parede devem ser
desencontradas em relação às da outra fase. A junta entre as chapas deve ser feita
sempre sobre o montante.
A chapas são parafusadas aos montantes, com
espaçamento máximo de 0.30 m entre os parafusos, no mínimo a 1cm da borda da
chapa (Figura 05). Tomar cuidado no parafusamento, para que a cabeça do parafuso
não perfure totalmente o cartão e para que não fique saliente a face da chapa.
30
Figura 04: Folga na Parte Inferior
Fonte : http://www.ipt.br (acesso jan/2014)
Figura 05: Espaçamento dos Parafusos
Fonte : http://www.ipt.br (acesso jan/2014)
c) Acabamento
O acabamento é feito com uma primeira aplicação de massa de rejuntamento
sobre a região da junta. Em seguida coloca-se a fita de papel microperefurada sobre o
eixo da junta. Com a desempenadeira metálica dar o acabamento a junta.
A figura a seguir mostra a aplicação da massa, depois a colocação da fita e por
fim o acabamento em massa.
Figura 06: Acabamento na Placa
Fonte :http://pedreirao.com.br (acesso em jun/2014)
31
d) Revestimento
As paredes, após o tratamento das juntas e dos cantos, podem receber o
revestimento. Texturas ou tintas texturizadas podem ser aplicadas diretamente sobre
o cartão (Figura 08). No caso de pintura lisa, antes da aplicação do selador e da tinta,
pode haver necessidade da aplicação da massa corrida ou massa acrílica, em função
do acabamento final desejado. No caso da colocação de azulejos, recomenda-se o
assentamento com argamassas colantes especiais, mais flexíveis que as usuais e com
um maior poder de aderência sobre o cartão.
Figura 07: Pintura na Placa
Fonte : http://www.officeflex.com.br (acesso em jun/2014)
2.3.1.4 Manutenção
Verifica-se que no Brasil o painel em gesso acartonado (drywall) é um sistema
relativamente novo, concluem-se que foram encontrados poucos os dados sobre o seu
desempenho pós-construção na região norte, onde existe uma alta umidade, calor
excessivo e a manipulação errônea dos consumidores do empreendimento, porém de
acordo com a norma Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575) indica como prazo
mínimo de vinte anos para vida útil de vedação em divisórias leves. O projeto de revisão
da norma ABNT NBR 15.575-1 de julho de 2012 não diferencia os materiais de vedação
vertical ao definir o prazo de garantia de cinco anos para vedações verticais
(MATOZINHOS, 2012).
Países com maior tradição em uso deste sistema possuem técnicas de gestão e
reciclagem para a reincensão de resíduos de gesso acartonado em novos produtos de
mesma utilização (CONDEIXA, 2013).
32
Um exemplo disto é o caso da Construção do Centro Garrett Anderson, anexo do
Hospital de Ipswich, em UK (WRAP, 2012). A construtora formou uma parceria com as
seguintes empresas: Knaufdrywall (fornecedor de placas de gesso e incorporadora de
reciclados de gesso em novo produto), BR Hodgson London Ltd (contratante do drywall
e supervisor local responsável pelo local segregação de resíduos) e Wastefile UK
(resíduos de gesso adjudicatário de gestão). A Kier é a construtora responsável pela
produção de projetos conscientes das especificidades do material, pela execução da obra,
pelo gerenciamento de empresas contratadas e pela manutenção da edificação e dos
equipamentos por 30 anos (CONDEIXA, 2013).
Outro fator do importante para a manutenção dos fechamentos são as instalações
elétricas e hidráulicas inseridas entre as placas de gesso acartonado, sendo a manutenção
é de fácil acesso e melhor exemplificado nas fotos da página seguinte deste trabalho,
conteúdo retirado do manual de instalação do site da Knauf Drywall.
Nas figuras mostram as seguintes ferramentas para ter acesso ao problema (podendo
ser hidráulico ou elétrico): régua e lápis para a marcação, serrote de ponta para o corte e
aparafusadeira para fixação do reforço metálico e fechamento da placa e para finalizar a
espátula para aplicação da massa. Os materiais utilizados para abertura do reparo são o
perfil de reforço, parafusos e massa de acabamento. Percebe-se um serviço utilizando,
poucas ferramentas e materiais, de fácil acesso e sem resíduos (restos) de demolição.
Figura 08: Reparo em drywall
Fonte : http://www.knauf.com.br (acesso jun/2014)
33
Figura 09: Reparo em drywall
Fonte : http://www.knauf.com.br (acesso jun/2014)
34
2.3.1.5 Flexibilidade de Aplicação
Os fechamentos verticais mais usuais são retos tanto do piso aos forro/laje ou
horizontalmente nos ambientes, porém os projetistas podem realizar outras variações
maximizando o projeto tanto na estética ou no funcional da edificação, realizando curvas,
desníveis, chanfrados, etc. no sistema de drywall trás a flexibilidade, sendo possível
projetar paredes, forros e revestimentos com curvas, recortes e outros detalhes, conforme
mostra o jornal no site da drywall.org.br de 15/06/2011:
"O segredo da montagem de paredes curvas, solução de difícil solução com
alvanaria tradicional e muito simples com a tecnologia drywall, está na correta montagem
da estrutura de perfis de aço galvanizado que dará sustentação à parede", diz Carlos
Roberto de Luca, assessor técnico da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas
para Drywall. Nesse tipo de projeto, os montantes ou perfis verticais devem ser colocados
com distanciamento menor do que o tradicional de 600 mm. Dependendo do raio de
curvatura, os perfis são colocados a cada 300 mm, 200 mm ou até 150 mm. "Feito isso, a
fixação das chapas para drywall é rápida. Nesse caso, recomenda-se fixá-las em posição
horizontal e não vertical, como nas paredes retas. Além disso, a chapa deve ser curvada
lentamente e parafusada em cada montante. Com isso, consegue-se uma curvatura
uniforme, assegurando a qualidade do acabamento da parede", explica Luca.
Flexibilidade é um termo frequentemente associado o drywall. Não sem motivo.
De um lado, é possível projetar e montar paredes, forros e revestimentos com curvas,
recortes e outros detalhes que, pelos métodos construtivos convencionais, demandariam
muito mais tempo, impondo dificuldades. Isso assegura aos arquitetos e designers de
interiores ampla liberdade de criação. Casas e apartamentos com paredes internas em
drywall podem ter sua distribuição física modificada com grande facilidade. A remoção
de paredes existentes pode ser feita com rapidez e praticamente sem sujeira, o mesmo
ocorrendo com a montagem de novas paredes. Hoje, grandes construtoras já oferecem
essa flexibilidade como uma vantagem a mais aos seus clientes – que, assim, têm a
possibilidade de adquirir um imóvel com um layout interno de acordo com as
características de sua família, modificá-lo sem problemas no futuro, quando a família
crescer ou diminuir, e ainda contar, em razão dessa flexibilidade, com maior facilidade
para a eventual revenda da casa ou do apartamento.
Os sistemas drywall permitem a obtenção de formas diferenciadas, como as
paredes curvas. O segredo desse tipo de solução, segundo Carlos Roberto de Luca, "está
35
na correta montagem da estrutura de perfis de aço galvanizado que dará sustentação à
parede". Aqui, os montantes ou perfis verticais devem ser colocados com distanciamento
menor do que o tradicional de 600 mm. Dependendo do raio de curvatura, os perfis são
colocados a cada 300 mm, 200 mm ou até 150 mm. "Feito isso, a fixação das chapas para
drywall é rápida. Nesse caso, recomenda-se fixá-las em posição horizontal e não vertical,
como nas paredes retas. Além disso, a chapa deve ser curvada lentamente e parafusada
em cada montante. Com isso, consegue-se uma curvatura uniforme, assegurando a
qualidade do acabamento da parede". explica Luca.
Figura 10: Design em drywall
Fonte: http://cerpolo.com.br (acesso em fev/2014)
Figura 11: Design em drywall
Fonte: http://atlantasheetrockinstallers.com (acesso em fev/2014)
36
Nas figuras 10 e 11, identifica as formas diferenciadas citadas no parágrafo
anterior, como na figura 10, as curvas em diferentes ângulos e alturas no forro e sancas e
na figura 11 uma parede com um ângulo inclinado para dentro do ambiente, concluindo
que ambos os designs são de difícil execução em outros materiais de fechamento. Outro
fator a ser mencionado no drywall seria a fixação de objetos, louças ou equipamentos que
neste sistema é feita de forma particular e requer o uso de fixadores e/ou reforços
adequados.
Segundo Condeixa (2013), para a fixação de objetos pequenos (quadros, espelhos
e prateleiras) existem fixadores que são fixos em chapas duplas de gesso, para vencerem
esforços específicos, para a fixação de armários pequenos, registros e metais são
utilizados reforços metálicos e para suporte de TV, armários grandes e bancas são
necessários reforços de maneira tratada. Além de fixadores para spots e pequenas
luminárias.
Abaixo segue uma forma detalhada (figura e tabela) dos tipos de fixadores,
fixação da carga, ação sobre a parede, distância do elemento de fixação, exemplo de
elemento e carga máxima tolerada. Todos os itens possuem variáveis entre estes o que
mais se destaca é a carga máxima tolerada que pode variar de 5 quilos até 50 quilos,
sendo uma vantagem para um projeto bem definido.
2.4
3.2
3.1
2.3
2.2
1.2
1.1
3.3
2.1
Figura 12: Fixadores para o sistema drywall
Fonte: http://piniweb.pini.com.br (acesso em jan/2014)
Tabela 05: Fixadores para o sistema drywall
Numeração
Fixação de
Ação sobre a
Carga
Parede
Uma ou Duas
Chapas de
Gesso
Uma ou Duas
Chapas de
Gesso
Uma ou Duas
Chapas de
Gesso
Esforço de
Cisalhamento
Distância de
Elemento de
Fixação
Rente à
Parede
Esforço de
Cisalhamento
Rente à
Parede
Quadros e
Espelhos Pesados
15 Kg
Esforço de
Momento
7,5 cm
20 Kg
2.3 e 2.4
Uma ou Duas
Chapas de
Gesso
Esforço de
Momento
30 cm
3.1 e 3.2
Em Reforço
Metálico
Esforço de
Momento
30 cm
3.3
Em Reforço
Madeira
Tratada ou
Metálico
Especial
Esforço de
Momento
60 cm
Toalheiro e
Suporte para
Extintor de
Incêndio
Prateleira, Suporte
para Vaso de
Flores e Armário
Pequeno.
Armário de
Cozinha e Tanque
com Coluna
Suporte de TV,
Armário Grande e
Bancada de
Cozinha ou de
Banheiro
1.1
1.2
2.1 e 2.2
Exemplo de
Elemento
Carga
Máxima
Quadros e
Espelhos Leves
5 Kg
30 Kg
20 Kg
50 Kg
Conforme mencionado existem diferentes tipos de fixadores para cada fim
específico de uso, sendo que estes podem ser aplicados aos diversos tipos de placas.
Como demonstrativo segue a inserção dos fixadores na placa de gesso acartonado.
Figura 13: Carga nos fixadores
Figura 14: Corte demonstrativo dos fixadores
Fonte: http://casa.abril.com.br (mar/2014) Fonte: http://www.bonde.com.br (jun/2014)
38
Suas propriedades físicas permitem a aplicação de diversos tipos de materiais de
revestimentos, tais como: o azulejo, a pintura látex PVA ou a óleo, massa corrida PVA ou
acrílica, etc.. Devido à superfície das placas de gesso acartonado ser lisas o construtor
dispensa o uso do chapisco e do reboco.
Sua utilização pode abranger tanto áreas secas quanto áreas molhadas. Em áreas
molhadas como: banheiro (Figura 16), cozinha e área de serviço são empregados um tipo
mais resistente de placa (RU), diferenciada das demais placas pela composição química.
Na figura 15 é demonstrada a aplicação do revestimento cerâmico nas áreas molhadas.
Figura 15: Área molhada em drywall
Fonte: http://grupokalfix.com.br (acesso jun/2014)
Figura 16: Aplicação de revestimento em drywall
Fonte: http://www.lojaskd.com.br (acesso fev/2014)
39
Conforme a Associação Brasileira de Drywall: As instalações hidráulicas para
água fria ou quente em sistemas drywall podem ser executadas com tubulação rígida de
PVC, cobre ou aço ou ainda com tubulação flexível tipo PEX. Já as instalações sanitárias
devem ser executadas preferencialmente com tubulação rígida de PVC. Para facilitar essa
tarefa, os perfis de aço galvanizado utilizados na estrutura dos sistemas drywall são
produzidos com furação adequada para a passagem de tubos com até 1,5 polegada de
diâmetro. Para tubos com diâmetro maior, como os utilizados em saídas de esgoto,
recomenda-se utilizar dupla estrutura, com a passagem do tubo entre os perfis verticais
(montantes).
Os pontos de saída das instalações podem ser fixados na estrutura da parede,
diretamente nos montantes ou por meio de travessas horizontais metálicas ou de madeira
tratada ou ainda diretamente nas chapas de gesso utilizando peças especialmente
desenvolvidas para os sistemas drywall. Os fabricantes de perfis e alguns fabricantes de
metais sanitários já desenvolveram e produzem peças para diferentes aplicações,
inclusive suportes especiais para louça sanitária suspensa (pias, bidês e vasos sanitários).
Três cuidados são fundamentais para a adequada instalação de tubulações em
sistemas drywall:
a. utilizar protetores de material sintético nos furos dos montantes, quando estes
tiverem furos circulares;
b. utilizar isolamento com material sintético em torno de tubos e conexões de cobre e
bronze nos pontos de contato com a estrutura, não permitindo seu contato direto com os
perfis de aço galvanizado, para evitar reações galvânicas e consequente corrosão nesses
pontos;
c. vedar as frestas entre os pontos de saída das instalações e a chapa de gesso com
selante elastomérico (silicone, por exemplo).
Itens exemplificados na figura abaixo, dos quais apresentam nas instalações elétricas
os conduítes e caixas e nas instalações hidráulicas as tubulações de água fria e de esgoto
primário localizadas entre os montantes, aguardando o fechamento das placas de gesso
acartonado.
40
Figura 17: Instalações em drywall
Fonte: Spasso Mooca São Paulo/SP; Instalações no drywall (cozinha). - 10/2009
2.3.1.6 Mão-de-Obra Especializada
No município da Santarém a mão de obra para a execução de fechamentos em
placas de gesso acartonado é fornecida apenas por empresas especializadas neste serviço,
pois não existe mão de obra especializada no mercado local e o material não é vendido
em lojas de materiais de construção.
2.3.1.7 Custo
Como mencionado no item 2.3.1.6, não existem mão de obra especializada no
mercado de Santarém para contratação do serviço de drywall. Contudo para o
comparativo dos custos neste estudo, foi elaborada uma CPU (Composição de Preços
Unitários) sem encargos, BDI, materiais entregues em Santarém e valor de mão de obra
estipulada pelo STICCS (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil
de Santarém) de Agosto de 2014, dados e tabelas abaixo:
41
Tabela 06: Faixa 01, 02 e 03 (STICCS, 2014).
Descrição
Faixa 01
Faixa 02
Salário Mensal Bruto
R$ 1.270,67
R$ 1.146,57
Desconto do INSS (8%)
R$ 101,65
R$ 91,72
Salário Mensal Líquido
R$ 1.169,02
R$ 1.054,85
Salário Diário
R$ 42,35
R$ 38,21
Hora Normal
R$ 5,77
R$ 5,21
Hora Extra 50%
R$ 8,65
R$ 7,81
Hora Extra 100%
R$ 11,54
R$ 10,42
Adiantamento Quinzenal (40%) R$ 508,27
R$ 458,63
Desc. Cont. Assistencial (2%)
R$ 25,00
R$ 22,93
Salário Família
Cesta Básica
R$ 40,00
R$ 40,00
Faixa 03
R$ 1.146,57
R$ 91,72
R$ 1.054,85
R$ 38,21
R$ 5,21
R$ 7,81
R$ 10,42
R$ 458,63
R$ 22,93
R$ 40,00
Tabela 07: Faixa 04 e 05 (STICCS, 2014)
Descrição
Faixa 04
Faixa 05
Salário Mensal Bruto
R$ 860,49
R$ 828,07
Desconto do INSS (8%)
R$ 68,84
R$ 66,24
Salário Mensal Líquido
R$ 791,65
R$ 761,83
Salário Diário
R$ 28,68
R$ 27,60
Hora Normal
R$ 3,91
R$ 3,76
Hora Extra 50%
R$ 5,86
R$ 5,64
Hora Extra 100%
R$ 7,82
R$ 7,52
Adiantamento Quinzenal (40%) R$ 344,20
R$ 331,22
Desc. Cont. Assistencial (2%)
R$ 17,21
R$ 16,56
Salário Família
R$ 24,66
R$ 24,66
Cesta Básica
R$ 40,00
R$ 40,00
Faixa 01: Profissional técnico, com formação de nível médio efetuada em escola
profissionalizante do ramo da construção civil, com experiência mínima de dois anos na
função, para operador de trator de esteiras ou lâmina, operador de motoscraper, operador
de acabadora de asfalto ou de concreto, operador de retroescavadeira, operador de
pácarregadeira, operador de draga, mecânico de equipamentos ou máquinas pesadas,
soldador de raios-x, encarregado de produção em geral e demais funções assemalhadas e
almoxarife com nível médio completo.
Faixa 02: Profissional técnico, com formação de nível médio efetuada em escola
profissionalizante na atividade tecnológica da engenharia em suas várias especialidades,
montador de estrutura metálica, topógrafo, eletrotécnico, maçariqueiro, soldador,
operador de empilhadeira e demais funções assemelhadas e almoxarife com nível
fundamental completo.
42
Faixa 03: Para os oficiais assim considerados montador de andaime, pedreiro,
carpinteiro, ferreiro-armador, encanador, eletrecista, pintor, operador de bate-estaca,
operador de grua, operador de guindaste, operador de trator de pneus, montador de rede
telefônica, auxiliar de trste de rede telefônica, eletrecista ou montador de rede elétrica,
cozinheiro industrial, betoneiro e guincheiro (estes dois últimos quando tenham curso
profissionalizante específico para desempenho destas funções), escrituário, apontador
(estes dois últimos com escolaridade de ensino médio completo); nas indústrias de
artefatos de cimento armado, o concretador, o ferreiro e o talheiro e nas insdústrias de cal
e gesso, o forrador, o fabricante de tijolo e o fabricante de placa de gesso, em todos os
casos abrangendo as demais funções assemelhadas.
Faixa 04: Para o meio oficial, tal como servente habilitado, em geral,
borracheiro, lubrificador, betoneiro e guincheiro (os dois últimos quando não tenham
curso profissionalizante específico para o desempenho destas funções), bombeiro de
abastecimento, operador de martelete, auxiliar de mecânico, montador de gabião, auxiliar
de teste ou de montagem de rede telefônica, instalador de rede telfônica, auxiliar de
emendador ou de cabista de rede telefônica, instalador de rede telefônica, vigia (desde
que autorizado nos termos da legislação a usar armas e ainda, desde que exigido pela
empresa o uso de armas), auxiliar de escritório e apontaodr, estes dois últimos com
escolaridade de ensino fundamental completo e demais funções assemelhadas.
Faixa 05: Servente, vigia (sem porte e uso de arma), arrumadeira e ajudantes em
geral e demais funções assemelhadas.
Tabela 08: CPU do sistema de drywall
ITEM
UND
DESCRIÇÃO
m²
Mão de obra gesseiro
Mão de obra ajudante
Placa de Gesso
Guia de Aço Galvanizado
Montante de Aço
Galvanizado
Parafuso Rosca Soberba
Aço Zincado Cabeça Chata
Fenda Simples 7 x 65mm
Parafuso Rosca Soberba
Aço Zincado Cabeça Chata
Fenda Simples 4,8 x 40mm
Gesso
Fita Tela
Parede
Gesso
Acartonado
10cm de
Espessura
TOTAL
UND ÍNDICE
PREÇO
PREÇO
UNITÁRIO
5.21
7.82
3.76
5.64
16.20
34.03
6.27
13.16
Hr
Hr
m²
m
1.50
1.50
2.10
2.10
m
3.10
6.89
21.37
Und
15.00
0.34
5.10
Und
15.00
0.20
3.00
Kg
m
0.30
2.10
0.50
0.68
40.06
0.15
1.43
91.70
43
No CPU do sistema de drywall verifica-se um valor final de R$91,70 por metro
quadrado construído, porém como mencionado anteriormente, não existe mão de obra
local e o material não é vendido por lojas de materiais de construção. Este CPU serve
como referência para um comparativo direto com o sistema da alvenaria cerâmica,
podendo servir também para os construtores que desejam buscar a mão de obra e material
de outros locais para executar este serviço no município.
No município de Santarém as empresas especializadas em fornecimentos e instalação
do sistema drywall cobram uma média de R$ 115,00/m² para parede de 100 mm de
espessura de dupla fase de placa de gesso acartonado.
Se comparar o valor do CPU com as das empresas especializadas, conclui-se que o
valor das empresas especializadas é maior devido aos encargos sociais e tributários e ao
BDI da empresa.
2.3.1.8 Produtividade
Devido o drywall ser um sistema modular, com estrutura metálica e placas leves,
a execução se torna mais rápida que a alvenaria cerâmica.
A execução do trabalho é feito por mão-de-obra especializada e o tempo de
execução é aproximadamente quatro vezes menor do que no sistema de alvenaria
(FERREIRA, 2012).
2.3.1.9 Peso
Consegue-se uma redução considerável no peso próprio e consequente redução no
custo final da laje com este sistema, gerando benefícios razoáveis dentro da estrutura
como um todo. No entanto, devido a fatores como falta de aderência entre a superfície
das vigotas e a capa de concreto, que não garantem a monoliticidade da estrutura, este
sistema torna-se bastante limitado, não atendendo a grandes cargas acidentais. Há ainda a
necessidade de cuidados na execução para evitar trincas depois de pronta (BRUMATI,
2008).
O sistema de drywall se diferencia bastante do sistema de alvenaria cerâmica com
relação ao peso, por ser mais leve faz com que as fundações e estrutura de uma edificação
sejam para receber uma carga menor e se tornem menores, influenciando no custo final.
Segundo LIMA BERTOLINI (2013) Consequente redução dos custos da construção em
44
cerca de 20 a 30% quando comparado com a alvenaria convencional, por conta da
redução do peso da estrutura; Outra vantagem importante do sistema é a grande diferença
no peso da construção, reduzindo as cargas que chegam as fundações. Essas reduções são
em torno de 60 % do valor das cargas nas construções convencionais.
Silva (2009) tomou a área total das divisórias internas para comparar a carga que
os sistemas Drywall e convencional colocariam sobre a estrutura do edifício. A tabela
abaixo explicita a carga para cada um dos sistemas, levando em consideração o peso por
metro quadrado de cada um deles, conforme tabela abaixo:
Tabela 09: Carga de Drywall e Alvenaria de Bloco Cerâmico (Silva, 2009)
Peso Peso Total sobre
Item
Serviço
Unid. Quant.
(kg/m²) a Estrutura (t)
Execução de paredes em
1.1
m² 4.717,2 30,00
141,52
chapas de drywall 10cm
Execução de paredes em
1.2
alvenaria convencional
m² 4.717,2 180,00
849,10
de bloco cerâmico
Os dados levantados por Silva (2009) apresentam uma redução de cargas
aplicadas na estrutura pelas divisórias internas de quase 85% quando substituída a
alvenaria cerâmica pelo sistema Drywall.
2.3.1.10 Isolamento Térmico
De acordo com a Wikipédia Brasil: Chama-se isolante térmico um material ou
estrutura que dificulta a dissipação de calor, usado na construção e caracterizado por sua
alta resistência térmica. Estabelece uma barreira à passagem do calor entre dois meios
que naturalmente tenderiam rapidamente a igualarem suas temperaturas.
O isolamento térmico do sistema drywall adere ao desempenho acústico, pois
trabalham utilizando isolantes, traduzindo são materiais capazes de resistir à transferência
de calor. Conforme a Associação Brasileira de Drywall, dentre os materiais disponíveis
estão àqueles fibrosos (lã de vidro, lã de rocha, lã cerâmica, encontrados em forma de
mantas, painéis, etc.); os sintéticos (espumas rígidas PU, placas de isopor com células
abertas ou fechadas); e granulados ou composições. Figura 18 do Item 2.3.1.11 deste
trabalho.
Os componentes descritos acima estão inseridos entre os montantes da parede,
ficando limitados entre as placas de gesso acartonado, tendo o cuidado de manter o
45
correto posicionamento e a fixação, afim de que evite o deslocamento com o tempo ou
durante o próprio processo de montagem.
2.3.1.11 Isolamento Acústico
O conceito de isolamento acústico conforme a Associação Brasileira para a
Qualidade Acústica: é a capacidade dos materiais ou sistemas construtivos de formarem
uma barreira, reduzindo a transmissão do som de determinado ambiente para os demais
ambientes. Com este conceito verifica-se que no sistema de drywall existem vários
fatores que alteram o desempenho das paredes, conforme a tabela e descrição da
Associação Brasileira de Drywall: Espaços internos maiores entre as chapas
proporcionam índices de isolação maiores. Ver: item 1 = 36 dB e item 4 = 38 dB. Nas
paredes com lã mineral (LM), o desempenho acústico é similar mantendo-se a mesma
espessura de lã e de acordo com as densidades dos tipos de lã: lã de vidro (LV) de 12 a 16
kg/m3 ≅ lã de rocha (LR) de 32 kg/m3. A espessura de lã mais usada nas paredes drywall
é de 50 mm, aplicada nos itens 2, 3, 5, 6, 7 e 8. Mantas mais espessas, preenchendo todo
o espaço entre chapas (largura da estrutura), melhoram o isolamento acústico. No item 7,
se for utilizada manta de lã mineral com 100 mm, o Rw passará para 47 dB. Quando
aplicadas chapas RF com 15 mm de espessura, em vez de chapas de 12,5 mm, os índices
de resistência ao fogo são melhorados: CF 45 passa para CF 60 e CF 90 passa para CF
120.
46
Figura 18: Tabela isolamento acústico e térmico do drywall
Fonte: www.placo.com.br (acesso em jun/2014)
2.3.2
Alvenaria Cerâmica
2.3.2.1 História
Segundo FILHO (2010) a alvenaria cerâmica é utilizada desde 4.000 A.C. pelo
homem, os materiais cerâmicos se destacam pela sua durabilidade, além da
abundância da matéria-prima (argila) utilizada. Não se sabe exatamente a época e o
local de origem do primeiro tijolo. Possivelmente foram os romanos os primeiros a
utilizar o produto na forma que conhecemos hoje, registrada através das ruínas desta
civilização que dominava o processo de queima da argila. Presume-se que a alvenaria
47
tenha sido criada a cerca de 15.000 anos, pois necessitando de um refúgio natural para
se proteger do frio e dos animais selvagens, o homem decidiu empilhar pedras.
No entanto, quando a pedra natural começou a se escassear, o homem passou a
substituí-la pelo tijolo seco ao sol. O registro mais antigo do tijolo foi encontrado nas
escavações arqueológicas em Jericó Oriente Médio, no período Neolítico inicial. A
unidade de alvenaria (tijolo) era uma peça grande em forma de pão, seca ao sol,
pesando em torno de 15Kg. Nestas unidades de barro, conformados à mão, se
encontram marcados os dedos do homem neolítico que as elaborou.
Uma forma - a cônica - é de interesse, pois se repete e está presente em lugares
distantes sem ligação direta e em situações semelhantes. As unidades cônicas se
encontram em muros construídos, por exemplo, na Mesopotâmia, há cerca de 7.000
anos, e na zona da costa norte do Peru, no Vale do Rio Chicama. Através das
investigações realizadas nos últimos 40 anos, sabe-se que a alvenaria tem se
racionalizado. Em 1954, na Suiça (Zurique) foi construído o primeiro edifício com
muros de alvenaria desenhados racionalmente. Com 20 andares, os muros de
alvenarias têm 32cm de espessura, determinados príoritariamente por condições de
isolamento térmico. Desde então, o uso do sistema tem se disseminado.
2.3.2.2 Tipos
O tijolo cerâmico é constituído basicamente de massa cerâmica prensada ou
moldada, cozidos em fornos artesanais ou em fornos especiais. Esta massa cerâmica
corresponde a uma combinação de matérias-primas devidamente preparadas para a
fabricação de um produto cerâmico, possuindo características individualizadas (cor,
textura e conformação).
A indústria cerâmica possui uma massa para cada produto. Essa massa
estabelece a proporção, em peso ou volume, das diversas matérias-primas utilizadas.
Uma boa massa deve ser facilmente processada, resultar em um produto com as
características desejadas e ter um baixo custo de produção. Entretanto, sendo as
matérias-primas utilizadas de origem natural, é inevitável que suas características
variem com o tempo (MELCHIADES, 1997). A formulação de massas para a
fabricação de produtos cerâmicos é uma etapa de pesquisa associada a vários testes
até o desenvolvimento de uma massa cerâmica adequada à produção industrial.
48
Segundo Vieira (2001), uma massa cerâmica deve possuir características
necessárias para possibilitar uma adequada trabalhabilidade durante o processamento
e para a obtenção das propriedades finais requeridas. Na fabricação de peças
cerâmicas é bastante comum a mistura de dois ou mais materiais para a composição
da massa.
De acordo com a ABNT NBR 15270-1:2005 os tijolos cerâmicos devem seguir
as denominações da tabela abaixo:
Tabela 10: Dimensões de fabricação de bloco cerâmico de vedação (ABNT NBR
15270-1:2005)
Dimensões
LxHxC
Módulo Dimensional
M = 10cm
(1) M x (1) M x (2) M
(1) M x (1) M x (5/2) M
(1) M x (3/2) M x (2) M
(1) M x (3/2) M x (5/2) M
(1) M x (3/2) M x (3) M
(1) M x (2) M x (2) M
(1) M x (2) M x (5/2) M
(1) M x (2) M x (3) M
(1) M x (2) M x (4) M
(5/4) M x (5/4) M x (5/2) M
(5/4) M x (3/2) M x (5/2) M
(5/4) M x (2) M x (2) M
(5/4) M x (2) M x (5/2) M
(5/4) M x (2) M x (3) M
(5/4) M x (2) M x (4) M
Dimensões de Fabricação cm
Largura (L) Altura (H)
9
14
9
19
11,5
14
11,5
19
Comprimento (C)
Bloco principal ½ Bloco
19
9
11,5
24
19
9
24
11,5
14
29
19
9
24
11,5
14
29
19
39
24
11,5
24
11,5
19
9
24
11,5
14
29
19
39
Dos quais se denominam Largura (L) Altura (H) e Comprimento (C) de acordo
com as figuras:
Figura 19: Modelo de bloco cerâmico
Figura 20: Dimensão de bloco cerâmico
Fonte: www.abnt.com.br (jun/2014)
Fonte: www.abnt.com.br (jun/2014)
49
No município de Santarém a alvenaria mais usada é o tijolo cerâmico de seis
furos, conforme medidas mencionadas acima de Comprimento (C) 19cm, Largura (L)
09cm e Altura (H) 14cm. Conforme este dado, este trabalho utilizará apenas este
tijolo cerâmico para análise comparativa com sistema de drywall.
2.3.2.3 Montagem
Na alvenaria tradicional as paredes são erguidas utilizando-se o assentamento
individual do tijolo cerâmico sobre argamassa.
Segundo RIPPER (1995), este procedimento segue da seguinte forma:
a) Base da Fiada
Recomenda-se executar a primeira fiada com tijolos maciços, o que facilita o
nivelamento da base e é muito importante para o enquadramento das fiadas seguintes
com a altura exigida e a colocação de tacos para a fixação de rodapés de madeira.
Abaixo segue uma figura com demonstrando a base da fiada, travamento no
canto da parede e cunha na parte superior com a laje.
Figura 21: Base da fiada da alvenaria cerâmica
Fonte: http://www.pdg.com.br (acesso em fev/2014)
50
b) Execução da Parede
Durante o levantamento da parede, precisa-se continuamente controlar o
nivelamento e o prumo; os tijolos furados enganam facilmente. Na próxima figura
demonstra o nivelamento e o prumo na horizontal, na diagonal e na vertical, utilizando
uma régua com prumo de água.
Figura 22: Prumo da alvenaria cerâmica
Fonte:http://www.pauluzzi.com.br (acesso em fev/2014)
Nas paredes entre colunas de concreto armado, é indicado, antes de levantá-las,
marcar as fiadas. No caso de parede livre, esta marcação pode ser feita num sarrafo.
Na última fiada devem-se assentar tijolos maciços, colocados em pé, levemente
inclinados para cunhar bem a parede contra a viga ou laje, a fim de se evitar trincas. Nas
laterais de janelas e portas, completar com dentes as fiadas e com tijolos comuns para
facilitar a fixação dos caixilhos e batentes.
c)
Revestimento
A propriedade física do material permite aplicar qualquer tipo de revestimento,
como: azulejo, tinta, massa corrida, etc., mas para aplicação deste revestimento,
considera-se a aplicação do reboco no processo de montagem como parede final.
As montagens das alvenarias são mais demoradas que a dos painéis em razão de
suas dimensões serem inferiores e o tempo de secagem da argamassa de fixação ser
maior.
51
2.3.2.4 Manutenção
Em edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, a norma NBR 15575 determina
uma estimativa para a vida útil de paredes de vedação de no mínimo de vinte anos para
paredes internas e no mínimo de quarenta anos para as externas. Em outros tipos de
edificações poderá ser exigido o valor distinto de vida útil de projeto, estimado pelo
projetista e norma do empreendedor, podendo ter variáveis.
Segundo Thomaz (2009), a manutenção deve ser periódica e preventiva. Caso
ocorram manifestações patológicas como fissuras nas alvenarias, degradação ou sinais de
umidade nos revestimentos e nas pinturas deve-se corrigir o mais breve possível para que
não afete o desempenho da vedação. A manutenção de paredes está relacionada com a
mão de obra e com a qualidade do material, pois quando existe um correto processo de
montagem e uma verificação das especificações técnicas dos materiais, terá como se
prever, até certo ponto, a manutenção das paredes.
As alvenarias de tijolo cerâmico, assentados um a um sobre argamassa e, de
maneira em geral recebem reboco. Esta constituição dificulta a manutenção, pois em
caso de haver infiltração por rompimento de um cano hidráulico, por exemplo, será
necessário quebrar a parede, ocasionando transtornos como: acumulação de entulhos e
recomposição do revestimento anterior, como visualizado na figura abaixo.
Figura 23: Manutenção da alvenaria cerâmica
Fonte:http://oterceirosonho.blogspot.com.br/ (acesso em jun/2014)
52
2.3.2.5 Flexibilidade de Aplicação
A flexibilidade de aplicação dos materiais é a adequação destes as diferentes
configurações de layouts. As alvenarias de um modo geral se moldam a diferentes tipos
de layouts na horizontal, como: paredes retas, curvas, etc., pois sua montagem parte de
blocos acabados, de dimensões relativamente pequenas, que possibilitam de tal forma a
adequação das paredes ao gabarito da obra.
Na execução das instalações elétricas e hidráulicas utilizam-se recursos, como:
shafts, forros falsos, pisos suspensos, engrossamentos sobressalentes às paredes,
“bonecas”, aplicação de tijolos mais estreitos onde serão inseridas as tubulações e outros
artifícios (Figura 29).
Figura 24: Instalações de Alvenaria Cerâmica
Fonte: Código de Práticas nº 01 (THOMAZ, 2009)
De acordo com o Código de Práticas n°01 de Alvenaria de Vedação em Blocos
Cerâmicos do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A.: As
tubulações tanto para instalação hidráulica como para instalação elétrica, podem ser
embutidas nos furos dos blocos cerâmicos de vedação (no caso de blocos com furo
vertical), recomendando- se, sempre que possível, o caminhamento das tubulações
horizontais através das lajes; no caso de blocos quadrados (24x24cm, por exemplo), os
furos podem ser dispostos tanto horizontais como verticalmente, sem quebra da
modulação da alvenaria e sem necessidade de recortes nas paredes (Figura 30).
53
Figura 25: Instalações da alvenaria cerâmica
Fonte: Código de Práticas nº 01 (THOMAZ, 2009)
No caso de embutimento após a execução da alvenaria, em alguns locais onde são
introduzidas tubulações (particularmente no caso de tubos horizontais), podem-se
empregar tijolos maciços de barro cozido, facilitando a realização dos rasgos.
Para o embutimento de pequenos trechos de tubulações horizontais (limitados, por
exemplo, até 1 m de extensão) a parede pode ser cortada, utilizando-se sempre serra
circular diamantada (tipo “Maquita”) e talhadeiras bem afiadas. Os cortes devem ser
gabaritados tanto no traçado como na profundidade, para que os tubos embutidos não
sejam forçados a fazer curvas ou desvios, comprometendo no futuro o desempenho da
instalação. Principalmente no caso de cortes horizontais ou inclinados, recomenda-se que
o diâmetro de qualquer tubulação não seja maior do que um terço da largura do bloco.
Para as instalações elétricas, o trabalho pode ser muito racionalizado procedendo-se
previamente ao corte e chumbamento das caixas de tomadas e interruptores nos blocos.
No caso de caixas de entrada ou de passagem muito espessas em relação à espessura da
parede, reforços devem ser executados localmente, incluindo moldura em concreto
armado, reforço do revestimento da parede com telas metálicas, etc.
2.3.2.6 Mão de Obra Especializada
Muitas construtoras veem a mão de obra não especializada como um fator de
barateamento na construção, porém acarreta uma série de fatores no custo final. Desta
54
forma a mão de obra especializada vem para melhorar a qualidade da construção, como
também a própria melhoria, do ponto de vista social, dos operários.
Outro fator, ou se não for o maior problema para as empresas da construção é a
falta de qualificação profissional, segundo pesquisa divulgada em julho de 2010 pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, a pouca
qualificação é preocupação para 62% das empresas (DIÁRIO POPULAR, 2010). Mutti
(1995) apud Campos Filho (2004) fala que o motivo da produtividade no setor da
construção habitacional estar abaixo da média e seu custo ainda muito alto e entre outros
fatores, o da falta de mão-de-obra capacitada. Além disso, o mercado exige cada vez mais
organização e agilidade em qualquer tipo de serviço, onde quem é mais treinado pode ter
uma oportunidade melhor de crescimento. Segundo Holanda et al (2003) apud Campos
Filho (2004) o treinamento da mão de obra é pouco incentivado pelas empresas, por
causa do alto investimento inicial e devido a elas não pensarem no futuro que isso lhes
traria, assim como a carência de programas adequados ao mesmo.
Segundo Teixeira Herculano (2010) boa parte da mão de obra na construção civil
ainda é desqualificada e formada por pessoas sem conhecimento suficiente para
compreender as etapas de execução dos novos processos construtivos, os quais requerem
conhecimento da representação gráfica e o domínio de um saber-fazer, relativo ao
processo de trabalho, que envolve habilidade no exercício das atividades e sua
interferência decisiva na definição de como executar as tarefas.
2.3.2.7 Custo
Como base o custo da alvenaria cerâmica será definido em de acordo com a parede
pronta (alvenaria cerâmica + chapisco + reboco) para a inserção de revestimento ou
acabamento, igualando ao sistema de drywall.
Conforme realizado no sistema de drywall, realiza o CPU (Composição de Preços
Unitários) sem encargos e sem BDI, onde os materiais foram estimados com preços
médios de lojas no município e a mão de obra pelo estipulado pelo STICCS (Sindicato
dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Santarém), nas tabelas a seguir:
55
Tabela 11: CPU da alvenaria cerâmica
ITEM
Alvenaria de
tijolo de barro
cutelo
UND
DESCRIÇÃO
m²
Mão de obra pedreiro
e carpinteiro
Mão de obra ajudante
e servente
Cimento
Areia
Tijolo de barro
UND ÍNDICE
PREÇO
PREÇO
UNITÁRIO
Hr
1.00
5.21
5.21
Hr
1.20
3.76
4.51
Sc
M³
Unid
0.12
0.04
25.00
33.00
25.00
0.38
67.35
3.96
1.08
9.50
24.26
TOTAL
Tabela 12: CPU do chapisco
ITEM
Chapisco
(Traço 1:3)
UND
DESCRIÇÃO
m²
Mão de obra pedreiro
e carpinteiro
Mão de obra ajudante
e servente
Cimento
Areia
UND ÍNDICE
PREÇO
PREÇO
UNITÁRIO
Hr
0.30
5.21
1.56
Hr
0.30
3.76
1.13
Sc
M³
0.06
0.01
33.00
25.00
66.97
1.98
0.13
4.80
TOTAL
Tabela 13: CPU do reboco
ITEM
Reboco
(Traço 1:6)
UND
DESCRIÇÃO
m²
Mão de obra pedreiro
Mão de obra servente
Cimento
Areia
TOTAL
UND ÍNDICE
Hr
Hr
Sc
M³
0.82
0.91
0.22
0.05
PREÇO
PREÇO
UNITÁRIO
5.21
4.27
3.76
3.42
33.00
7.26
25.00
1.25
66.97
16.20
Tabela 14: Total CPU da alvenaria, chapisco e reboco
ALVENARIA CERÂMICA+CHAPISCO+REBOCO
201.29
45.26
No somatório da parede pronta (alvenaria cerâmica+chapisco+reboco) totaliza o
valor de R$45,26/m². Sendo menos da metade do valor do CPU do drywall de R$ 91,70 e
menos de quarenta por cento do valor das empresas especializadas no sistema drywall de
R$115,00. Porém vale ressaltar que são valores por metro quadrado, sem instalações,
design e local da execução, fatores que influenciam na produção que está diretamente
ligado no custo final.
Outro fator a ser lembrado no custo final é do processo construtivo de cada
sistema, do qual na alvenaria cerâmica são três etapas (alvenaria cerâmica + chapisco +
56
reboco) e no sistema de drywall é apenas uma etapa construtiva para a parede pronta. O
processo construtivo envolve além do tempo de cura e fabricação da massa, no caso da
alvenaria, o transporte de materiais, espaço que ocupa no canteiro e quantidade de mão de
obra envolvida no processo.
2.3.2.8 Produtividade
Um aspecto importante para o cronograma da obra é a produtividade, pois este item
pode determinar uma maior ou menor economia em vários pontos, tais como: tempo de
construção e gastos com operários. Defini-se como produtividade: o tempo gasto para a
montagem da parede por metro quadrado, ou seja, quanto maior for o tempo gasto para se
cumprir uma determinada etapa de construção pior será a produtividade do material.
Nas alvenarias a produtividade está ligada diretamente ao projeto de alvenaria,
interligação da alvenaria com embutimento das instalações elétricas e hidráulicas, e
fatores como, cunhamento das paredes, tempo de espera da massa de assentamento para
“acomodar” o peso próprio da parede, etc.. Levando que o projeto de alvenaria de
vedação é fundamental para a racionalização, evitando retrabalhos e desperdício de
materiais e mão-de-obra, como também patologias futuras.
Figura 26: Exemplo de Planta de Alvenaria
Fonte: http://www.divisiengenharia.com.br/ (acesso em mar/2014)
57
2.3.2.9 Peso
O peso dos materiais é outro fator importante para a construção, no sentido de
beneficiar o custo final da obra, visto que o peso global da edificação irá refletir
diretamente na fundação. Vale salientar que na referida pesquisa, o aspecto do peso é
dado por metro quadrado.
Segundo Pozzobon, do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento em Alvenaria
Estrutural (GPDAE) da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) (2012) lista o
consumo de cada material por metro quadrado de parede (unidades, argamassa e mão de
obra), verifica-se na tabela abaixo que o bloco estudado de cutelo 9x14x19cm pesa
87,50kg/m² em comparação ao item 2.3.1.9 deste estudo na figura 22 que mostra 30,00
kg do sistema de drywall, sendo uma diferença de até quase três vezes mais leve para o
drywall.
Tabela 15: Peso da alvenaria cerâmica (Usimak, 2012)
Tipo de Bloco
Consumo
de
Unidades
Peso
(kg)
Argamassa
(L)
Juntas
Peso
Produtividade
Total
(m²/dia.homem)
(Kg)
Horizontal Vertical
1) Bloco deitado
9x14x19cm³
(Furos na
horizontal)
2) Bloco de cutelo
9x14x19cm³
(Furos na
horizontal)
3) Bloco modular
14x19x29cm³
(Furos na
horizontal)
4) Bloco vazado
de concreto
14x19x39cm³
(Furos verticais)
50
122,00
47,78
10#
SIM#
(50)
220,2
6
8 a 10
35
87,50
28,20
07#
SIM#
(35)
143,9
0
12 a 14
17
76,50
19,97
05#
SIM#
(20)
116,4
4
15 a 20
12,5
154,75
4,83
050
SIM0
(15)
164,4
0
25 a 30
(#) por toda superfície do bloco. (0) somente dois cordões são argamassados.
58
2.3.2.10 Isolamento Térmico
O aspecto de isolamento térmico serve como base para diferenciar os materiais
quantitativamente, ou seja, quanto melhor a qualidade térmica do material, melhor será
seu aproveitamento na região.
Quando um material for mais poroso, é mais isolador do calor. Este fato deve-se à
menor condutividade térmica no ar do que na matriz sólida do material se constitui.
Conforme Revista Anicer, edição 82; O efeito da porosidade é especialmente eficaz
quando os poros são de pequena dimensão e fechados, uma vez que se minimiza a
transferência de calor por convecção no seu interior.
A furação interna do tijolo influencia muito o seu desempenho em termos de
isolamento. Este aspeto é traduzido na maior riqueza da furação mostrada pelos tijolos
cerâmicos em relação aos blocos de cimento, conforme tabela abaixo:
Tabela 16: Isolamento térmico da alvenaria cerâmica (Revista Anicer, 1999)
Tipo de Material
Densidade
Aparente
(kg/dm³)
Condutivida Isolamento
de Térmica Térmico k
(w/m °C)
(w/m2K)
Tijolo Cerâmico
1,80
1,15
1,80
Bloco de Concreto
2,20
1,40
2,55
OBS
Parede teste usando o
tijolo referido
Idem com o bloco de
concreto
NOTA: K é o coeficiente de transmissão térmica de paredes de alvenaria simples
com 20 cm de espessura executadas com os materiais que se indicam. Entretanto vale
salientar que cada processo de produção cerâmica pode variar a forma do furo e a
dimensão do poro, sendo assim que este modelo é estimativo.
2.3.2.11 Isolamento Acústico
O aspecto de isolamento acústico também serve como base para diferenciar os
materiais quantitativamente, sendo que o desempenho acústico de determinado material
não depende das condições climáticas e sim capacidade de cada material de reter a
propagação do som.
59
Conforme a Revista Anicer, edição 82; Um tijolo deverá ter uma massa elevada, ser
rígido, denso e não poroso, além de apresentar uma superfície lisa e continua para possuir
uma boa capacidade de isolamento acústico. A transmissão das ondas sonoras varia
também com a frequência da onda emissora, porém o índice de redução sonora varia com
a densidade do material que será atravessado pela onda sonora. A propagação do som em
meio sólido não é perceptível pelo ouvido humano, o qual apenas reconhece o som no ar,
este é devido às vibrações das partículas do ar num determinado intervalo de frequências
às quais o ouvido humano é sensível. Quando uma determinada potência acústica atinge
uma parede, parte dela é refletida, causada pela vibração da parede, outra parte é
absorvida pela parede e outra a atravessa, sendo transmitida pela face oposta. No caso do
bloco perfurado de concreto o isolamento é superior, ainda que no tijolo maciço cerâmico
a redução da onda sonora é maior. Isto fica a dever-se a maior grossura das paredes dos
tijolos de concreto. Porém nos tijolos maciços de cerâmica o isolamento torna a ser
superior ao de concreto. Os septos dos blocos em comparação com os dos tijolos
cerâmicos é muito grande. Muito maior ainda caso os blocos sejam fabricados com
inertes mais grosseiros ou mesmo usando argila expandida como inerte. Percebem-se as
diferenças citadas acima com o demonstrativo da tabela abaixo, do qual o bloco cerâmico
perfurado e bloco de concreto com as mesmas espessuras de 9cm possuem no bloco de
concreto um maior índice de redução sonora.
Tabela 17: Índice de Redução Sonora (Revista Anicer, 1999)
e
125 250 500 1000 2000 Ia
Tipo de Material
OBS
(cm) Hz Hz Hz Hz Hz
dB
Tijolo Cerâmico
Tj vedação
9
33
29
36
39
44
40
Perfurado
com estrias
Bloco vedação
Bloco de Concreto
9
36
32
42
50
56
45
convencional
Tijolo Cerâmico
13
34
34
41
50
56
46 Tj “burro”
Maciço
NOTA: “e”, espessura do tijolo ou bloco a ser atravessado pela onda sonora.
Valores apresentados em dB (decibéis).
60
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para o desenvolvimento do presente trabalho foram realizados uma pesquisa de
coleta de informações, bibliografias, artigos, monografias, catálogos de fabricantes, sites
na internet e outros trabalhos realizados que abordem as características técnicas, de
desempenho e execução da alvenaria cerâmica e placa de gesso acartonado. Além da
pesquisa literária, foram pesquisados em campo no município de Santarém os materiais
mais utilizados no mercado da construção civil de fechamentos verticais em ambientes
internos, sendo encontrados a alvenaria cerâmica de várias dimensões, porém a mais
utilizada é a de seis furos (L:9cm, H:14cm e C:19cm) e placa de gesso acartonado de
dimensões fornecidas pelo fabricante, sendo a mais usual de 1,20m de largura e 3,00m de
comprimento e 1,5cm de espessura.
3.1. Procedimentos Metodológicos
Para o melhor entendimento do trabalho, foram apresentados antes das
características dos sistemas de fechamentos verticais não auto-portantes um histórico
construtivo e cultural do município de Santarém e conceitos de processos construtivos.
Após esta apresentação foram mencionados os mais importantes fechamentos verticais
utilizados no município, destacando a alvenaria cerâmica e placa de gesso acartonado.
3.2. Características dos fechamentos e análise dos dados.
Com a obtenção das informações apropriadas dos fechamentos verticais internos
em alvenaria cerâmica e placa de gesso acartonado, foram selecionadas as principais
características de cada sistema, avaliando aspectos físicos, construtivos e de custos, este
último sendo elaborado um CPU (Composição de Preços Unitários) voltado no município
de Santarém.
Com o apanhado das informações, realizou uma avaliação comparativa entre os
sistemas construtivos de fechamentos verticais internas de alvenaria cerâmica e placa de
gesso acartonado, para servir de parâmetro para a escolha do sistema que poderá ser
aplicado em determinada obra.
61
4. ESTUDO COMPARATIVO
A comparação entre a alvenaria cerâmica e a placa de gesso acartonado é
discriminada em todos os aspectos, os quais refletem direta ou indiretamente no custo
final da obra. O fator que influencia diretamente no custo da obra é o valor inicial de
cada material por metro quadrado, transporte, mão de obra e os encargos financeiros. Já
àqueles que indiretamente interferem no custo final da obra são todos os aspectos
técnicos relacionados aos materiais, como: produtividade, peso, isolamento térmico e
acústico, a flexibilidade de aplicação, a manutenção, entre outros.
a) Tipos
A análise dos fechamentos foram os mais usuais na região.
Alvenaria: Tijolo Cerâmico à Cutelo de Seis Furos com dimensões 9 cm (L), 14 cm
(H) e 19 cm (C), chapisco no traço 1:3 de cimento e areia e reboco no traço 1:6 de
cimento e areia e: 1,5cm.
Drywall: Placa de Gesso Acartonado “standard” e: 1,5mm, montantes e guias
metálicos.
b) Montagem
No sistema de drywall, verifica-se um sistema de execução de forma mais rápido,
limpo e com pouco desperdício, pois o quantitativo do material utilizado foi previsto em
projeto e empregado de forma funcional, onde não se gera entulho. A montagem das
placas de gesso acartonado nas guias e montantes é de precisão dimensional e
geométrica, tendo a placa uma área maior, aumenta a precisão do prumo, nível e
esquadro.
No sistema de alvenaria cerâmica a execução é de forma mais demorada e tem
grande movimentação de materiais (insumos), que além do tijolo cerâmico existe a areia,
cimento e água, gerando uma quantidade grande de resíduos, sendo entorno de 30% deste
transformado em entulho. A qualidade da mão de obra é maior fator para a precisão da
62
parede. O acabamento final da alvenaria cerâmica é feito em várias etapas (chapisco e
reboco) e exige a habilidade do profissional no processo, caso contrário haverá
irregularidades e trincas.
Segundo Araújo (2013) Instalações Paredes de alvenaria demoram semanas para
serem erguidas, chegam a levar quatro vezes mais tempo do que o drywall. Isso por conta
das diversas etapas: primeiro assentar os tijolos (ou blocos de concreto) com argamassa,
depois chapiscar, receber o reboco e por fim fazer o acabamento. Lembrando que a cada
etapa deve-se fazer um intervalo para que o material seque. Em aproximadamente dois
dias, dois profissionais conseguem instalar cerca de 30 m² de drywall, sendo que o
segundo dia ficaria apenas para que as placas de gesso sequem totalmente para receberem
acabamento.
Outro fator é que o drywall é muito mais fácil de ser montado e desmontado com
relação à alvenaria, o que permite inovar na disposição das instalações com mais
facilidade.
c) Manutenção
No sistema de drywall por serem “ocas” e as instalações ficarem entre as placas de
gesso acartonado, os reparos são mais simplificados. Como por exemplo: Para concertar
um vazamento hidráulico, faz um corte tipo uma janela com um serrote de ponta na placa
de gesso acartonado, executa o conserto e após o concerto recoloca-se o mesmo pedaço
de placa recortado e fecha a janela com parafusos em dois pedaços de perfis de aço e
finaliza com o acabamento com gesso e a pintura, podendo ser realizado todo o serviço
em apenas algumas horas.
No sistema da alvenaria os reparos são de forma mais trabalhosa e tempo de espera
para o acabamento em alguns dias. Como o mesmo exemplo do vazamento hidráulico,
primeiramente tem que demolir parte da alvenaria afim de expor a instalação com
problema, tendo cuidado para o resto desta demolição não sujar o ambiente e danificar a
parede ou piso, após o concerto deve-se aplica massa para fechar a abertura feita na
parede e ter o mesmo cuidado com relação ao piso e parede, finalizando algum tempo ou
dias, a massa fina e pintura.
63
d) Flexibilidade de Aplicação
Segundo o engenheiro Carlos Alberto de Luca, conselheiro técnico da Associação
Drywall: O sistema é menos resistente a impactos que a alvenaria, mas atende as normas
técnicas. Significa que o drywall atende todas as normas estipuladas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), porém conforme visto no item 2.3.1.5 deste
trabalho para se colocar fixar um objeto na parede ou inserir carga nesta é preciso prever
no projeto e utilizar acessórios apropriados para tal fim.
Contrário a desvantagem acima o drywall é menos rígido que o sistema de
alvenaria, se torna mais flexível e adéqua melhor as instalações elétricas e hidráulicas.
Outro fator positivo no sistema de drywall são as reformas, que se tornam mais
simples, pois basta desmontar o sistema e descartá-lo, conforme as recomendações da
Associação Drywall.
Segundo Rosso (2010): Pela sua própria composição, o sistema também é mais leve
que a parede tradicional. Imagine que para cada dez caminhões de alvenaria, são
necessários apenas um de drywall. Com isso, a estrutura também acaba sendo menos
robusta e mais barata. Além dessas vantagens, as paredes de drywall são mais finas,
racionalizando o projeto de arquitetura. A cada 100 m² consegue-se ganhar em torno de
5m² em área, o equivalente a dez metros de armários embutidos.
e) Mão-de-Obra Especializada
Conforme o item 2.3.1.6 a mão de obra em Santarém no sistema de drywall é
específica de empresas voltadas a este serviço, diferente da gama de profissionais no
mercado da construção aptos ao sistema de alvenaria cerâmica, porém vale salientar que
no município, como em todo o país, existe um sério problema de qualificação da mão-deobra, sendo muitas vezes testada no canteiro para adequação de um bom serviço.
f) Custo
A Composição de Preço Unitário inicial da alvenaria cerâmica é de R$45,26/m²
com relação à drywall de R$91,70/m² isso representa uma diferença de duas vezes o valor
64
com relação ao valor da alvenaria praticada no mercado. Portanto para o consumidor final
resta apenas a opção de contratar empresas especializadas no sistema de drywall. Este
fato ocasiona um aumento de duas vezes e meia o valor base da alvenaria, visto que o
valor médio que estas empresas cobram giram entorno de R$115,00/m², devido aos
encargos e BDI que exercem.
Nas alvenarias um custo inicial é menor para a parede acabada, entretanto este
custo poderá se reverter quando relacionado ao custo final da obra, pois as alvenarias o
peso é superior aos dos painéis, acarretando uma fundação mais sobrecarregada. Outro
fator está na montagem, pois através desse processo a empresa poderá ter uma maior ou
menor produtividade, da qual implicará no cronograma físico-financeiro e tempo de
operários na obra.
Outros fatores de influência no custo são o tempo das etapas dos serviços
(racionalização da obra), ou seja, o processo tecer a alvenaria e cunhamento, chapisco e
rebobo na alvenaria. E o desperdício de materiais no canteiro.
g) Produtividade
O sistema de drywall tem uma alta produtividade com relação ao sistema de
alvenaria, pois pela continuidade de trabalho nas operações de montagem devido às
placas ser de grandes dimensões, repetições devido às modulações dos perfis metálicos e
eliminação de perda e de tempo com outros insumos, fazem o sistema de rápida liberação
para a etapa de acabamento.
Outro fator importante é a etapa das instalações que atrasam a produtividade, segundo
Araújo (2013): Instalações nas paredes de alvenaria demoram semanas para serem
erguidas, chegam a levar quatro vezes mais tempo do que o drywall. Isso por conta das
diversas etapas: primeiro assentar os tijolos (ou blocos de concreto) com argamassa,
depois chapiscar, receber o reboco e por fim fazer o acabamento. Lembrando que a cada
etapa deve-se fazer um intervalo para que o material seque. Em aproximadamente dois
dias, dois profissionais conseguem instalar cerca de 30 m² de drywall, sendo que o
segundo dia ficaria apenas para que as placas de gesso sequem totalmente para receberem
acabamento.
65
h) Peso
Em análise do item 2.3.1.9 deste trabalho, verificou-se que Silva (2009) mostrou
uma redução de cargas aplicadas na estrutura pelas divisórias internas de quase 85%
quando substituída a alvenaria cerâmica pelo sistema Drywall. O sistema de drywall trás
uma diminuição significativa sobre a carga própria da edificação, interferindo
diretamente nas fundações e estrutura. Desta maneira o projetista poderá dimensionar as
lajes, vigas, pilares, e fundações de uma forma mais esbelta, gerando economia na obra.
i) Isolamento Térmico
Não foram encontrados dados comparativos comprovados por empresas
fabricantes dos produtos drywall e de alvenaria cerâmica, ficando apenas os dados
fornecidos nos itens 2.3.1.10 e 2.3.2.10 com as tabelas isoladas por sistema.
j) Isolamento Acústico
Conforme no site do fabricante da Knauf Drywall do Brasil (2015): O conforto
acústico é superior - Os sistemas drywall proporcionam maior isolamento sonoro. As
paredes mais simples, com cerca de 10 cm de espessura, têm o mesmo desempenho de
uma parede de alvenaria de “meio tijolo” (com cerca de 15 cm de espessura). Para
melhorar o desempenho acústico, basta aumentar o número de chapas de cada lado da
parede e utilizar lã mineral em seu interior. Uma parede com duas chapas de cada lado
mais lã de vidro tem desempenho muito superior ao de qualquer parede de alvenaria.
O desempenho acústico depende principalmente da espessura da parede - Para
obter o mesmo desempenho de uma parede drywall com duas chapas de cada lado e lã de
vidro em seu interior, é preciso construir uma parede de alvenaria com cerca de 30 cm de
espessura.
Entretanto vale salientar que cada fabricante, tanto do sistema de drywall, como
da alvenaria cerâmica, possuem diferentes compostos na fabricação de seus produtos,
então se pode alegar que o dado da empresa Kanuf serve como uma estimativa e que para
melhor análise deve levar os materiais para laboratório.
66
k) Estimativas
Após as análises acima entre o sistema de fechamento vertical não-autoportante
de drywall e de alvenaria cerâmica, podem constatar várias aspectos dos quais podem ser
vantagem ou desvantagens dependendo da obra.
Para uma análise mais demonstrativa, apresenta uma imagem (figura 35)
mostrando uma obra vertical de seis pavimentos que indicam os diferentes aspectos da
alvenaria cerâmica e placa de gesso acartonado.
Figura 27: Comparativo entre alvenaria e drywall
Fonte: www.dwdrywall.com.br (acesso em jun/2014)
De um âmbito geral, a verificação apresentada na tabela 03 da página seguinte,
mostra as diferenças dos fechamentos voltados a realidade do município de Santarém.
67
Tabela 18: Diferenças entre Drywall e Alvenaria Cerâmica
Drywall
Alvenaria Cerâmica
Execução Rápida com Pouco Desperdício
Execução Demorada e com Desperdício
Precisão Dimensional e Geométrica
Precisão Depende Quase Exclusiva
da Mão de Obra
Montar e Desmontar (Reforma)
Demolição com Poucos
Aproveitamentos
Reparos Simplificados e Mais
Rápidos
Reparos com Mais Insumos e em
Várias Etapas
Menos Resistente a Esforços Laterais
e para Utilizar Prever em Projeto
Altamente Resistente a Esforços
Laterais e pode ser feito em Qualquer
Momento
Mais Agilidade nas Execuções das
Instalações Elétricas e Hidráulicas
Menos Agilidade nas Execuções das
Instalações Elétricas e Hidráulicas
Flexibilidade nos Layouts
Projetar Alternativas para
Determinados Layouts
Menor Espessura, Ganho da Área
Útil
Espessura Maior
Mão de Obra Especializada em
Empresas de Serviços
Mão de Obra de Fácil Acesso
Custo 2x Maior no CPU e 2,54x em
Empresas Especializadas
Custo Menor
Maior Produtividade, Processo
Modular
Menor Produtividade, Processo em
Várias Etapas
Redução do Peso sobre a Fundação e
Estrutura
Peso Elevado
Não necessita de Reboco ou Massa
Corrida
Necessitam de Chapisco, Reboco e
Massa Corrida para Acabamento
No Armazenamento Não pode ficar a
Intempéries
Pode ou Não ficar a Intempéries
Menor do volume de material
Transporte de Vários Insumos
Sem muito estudo sobre patologia
Bastante estudado sobre patologia
68
5. CONCLUSÕES
O presente trabalho chama atenção para a comparação do sistema de drywall com o
de alvenaria cerâmica no município de Santarém, onde a maior parte do processo
construtivo em fechamentos na cidade ainda é voltada ao “tradicional” (alvenaria
cerâmica), pois no sistema de drywall, tanto a mão de obra especializada quanto o
material do gesso acartonado, não se encontram de fácil acesso no município.
Os profissionais da construção civil podem contratar a mão de obra e comprar os
materiais fora do município, verificado neste trabalho com o comparativo da Composição
de Preços Unitários, do qual mostrou que valor do drywall é mais do dobro da alvenaria.
Porém para obter o sistema de drywall de forma mais simplificada, tanto o consumidor
final quanto o profissional da construção civil podem contratar uma empresa
especializada no sistema, o qual significa um aumento no preço de mais de trinta por
cento do CPU do drywall.
Conclui-se que para compensar a utilização do sistema de drywall, deve equalizar
os custos com outros aspectos construtivos, por exemplo: produtividade (reduzindo o
tempo e quantidade mão de obra), menor peso (diminuindo a fundação e estrutura), entre
outros aspectos apresentados neste trabalho. Pode salientar que em uma obra de pequeno
porte, como uma residência térrea pequena e com uma fundação direta e uma boa taxa de
solo, o sistema de drywall tem poucos atrativos para o custo do empreendimento, porém
em obras de edificações verticais de grande porte, como mencionado anteriormente, este
custo do drywall pode ser bastante atrativo relacionado aos outros aspectos construtivos.
Para melhor comparativo do sistema de alvenaria ou drywall deve-se se ater as
características próprias de cada sistema. Assim deve-se fazer uma análise do material em
conjunto com os projetos da obra a ser construída, e avaliar os benefícios e os prejuízos
para a escolha final. Vale salientar que outro fator importante na inserção do sistema de
drywall é o âmbito cultural, pois na região de Santarém a população está acostumada ao
sistema convencional e aceitação no mercado deve se dar de forma gradativa.
Outro fator conclusivo é que o sistema de drywall está relacionado com a
racionalização no processo construtivo, pois para os profissionais da construção civil, o
uso da tecnologia nos materiais de fechamentos é fundamental, pois aumenta a
produtividade, diminui o desperdício, melhora a qualidade da mão de obra especializada
e aumenta a qualidade dos materiais acabados.
69
6. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
Neste tópico segue sugestões para motivar outros estudos que possam completar
informações aqui mencionadas, assim como valorizar a área da construção civil.
Com o que foi visto e analisado acima, sugere-se para futuros trabalhos:
 Comparativo entre fechamentos verticais não autoportantes de drywall e alvenaria
cerâmica em obras de pequeno e de grande porte.
 Aceitação cultural no município de Santarém dos fechamentos em drywall.
 Análise de produção entre fechamentos de alvenaria cerâmica e drywall no
município de Santarém.
 Verificação de patologias em função da aplicabilidade, uso e tempo do sistema
drywall.
70
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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