efeitos de herbicidas e adubo foliar em mistura de

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efeitos de herbicidas e adubo foliar em mistura de
Associação de herbicidas...
1
ASSOCIAÇÃO DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA NA
CULTURA DO MILHO
Nelson Souza Vieira Júnior1, Adriano Jakelaitis1*, Isabella Sichierski Cardoso1, Paula
Nogueira Rezende1, Nayara Cruvinel de Moraes1, Vinícius Tavares de Araújo1, Cássio Jardim
Tavares1
RESUMO: Objetivou-se avaliar os efeitos da aplicação conjunta dos herbicidas atrazine, 2,4-D,
bentazon, nicosulfuron e tembotrione associados ao glyphosate sobre o controle de plantas daninhas, a
fitointoxicação e o desempenho produtivo da cultura do milho geneticamente modificado para
resistência ao glyphosate. Os tratamentos, arranjados em blocos ao acaso com quatro repetições,
corresponderam à aplicação única de glyphosate aos 19 dias após a emergência (DAE); aplicação
sequenciada deste aos 19 e 30 DAE; e as misturas em tanque de glyphosate com atrazine (1.500 g i.a.
ha-1); 2,4-D (241,8 g i.a. ha-1); bentazon (720 g i.a. ha-1); nicosulfuron (60 g i.a. ha-1) e tembotrione
(100,8 g i.a. ha-1). A dose usada de glyphosate foi de 1.296 g e.a. ha-1. Como testemunhas, adotaram-se
parcelas capinadas e não capinadas. Os herbicidas promoveram eficiente controle das plantas daninhas
Alternanthera tenella C., Cenchrus echinatus L. e Nicandra physaloides até os 21 dias após a
aplicação dos tratamentos. Este controle se estendeu até o florescimento da cultura verificada pela
redução na densidade e na massa seca da comunidade infestante quando comparada à testemunha não
capinada. Glyphosate, associado ao 2,4-D, promoveu curvatura nos colmos do milho e menor número
de fileiras de grãos na espiga. Quanto ao rendimento de grãos de milho, não foram observadas
diferenças estatísticas em relação ao uso de herbicidas e a testemunha capinada.
Palavras-chave: Glyphosate, plantas daninhas, milho geneticamente modificado.
ASSOCIATION OF HERBICIDES POST-EMERGENCE IN CORN
Abstract: This study aimed to evaluate the effects of combined application of atrazine, 2,4-D,
bentazon, nicosulfuron and tembotrione associated with glyphosate on weed control, the phytotoxicity
and yield performance of corn genetically modified for resistance to glyphosate. The treatments were
arranged in a randomized block design with four replicates, corresponding to the single application of
glyphosate at 19 days after emergence (DAE) sequenced this application at 19 and 30 DAE, and tank
mixtures of glyphosate with atrazine (1.500 g a.i ha-1), 2,4-D (241.8 g a.i ha-1), bentazon (720 g a.i ha1
), nicosulfuron (60 g a.i ha-1) and tembotrione (100.8 g a.i ha-1). The dose of glyphosate used was
1.296 g a.e ha-1. As witnesses were adopted no weeded and weeded plots. The herbicides provided
effective control of weed Alternanthera tenella C., Cenchrus echinatus L. and Nicandra physaloides
until 21 days after treatment application. This control lasted until the flowering of crop corn verified
by the reduction in density and dry mass of the weed community when compared to the no weeded.
Glyphosate associated with 2,4-D promoted bending in stems of maize and fewer rows of kernels on
the cob. The grain yield of corn was not statistical differences in the use of herbicides and hand
weeded.
KEYWORDS: Glyphosate, weeds, genetically modified corn.
____________________________________________________________________________________________________
1
Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, Rodovia Sul Goiana, Km 01, CEP: 75.901-970, Rio Verde –
GO. *E-mail: [email protected]. *Autor para correspondência.
Recebido em: 03/11/2013. Aprovado em: 04/12/2014.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015.
N. S. Vieira Júnior et al.
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays) é um dos
principais cereais cultivados no mundo,
ocupando papel de destaque na economia
mundial. Com o crescente consumo, tanto
para indústria alimentícia quanto para a
produção animal, e visando também atender a
demanda energética mundial como fonte de
energia renovável, existe uma tendência
significativa para o aumento do rendimento
de grãos desse cereal. No Brasil, na safra
2013/2014, estima-se que foram cultivados
15,2 milhões de hectares com uma produção
aproximada de 79,9 milhões de toneladas. O
Estado de Goiás configura-se como o quarto
maior produtor nacional deste cereal
(CONAB, 2014). Todavia, o aumento do
rendimento de grãos de milho é complexo e
depende das interações entre fatores
genéticos, edafoclimáticos e de manejo
adequado (SANGOI et al., 2006).
Dentre os fatores de manejo, destacase o de plantas daninhas, nas quais interferem
no crescimento, desenvolvimento e na
produtividade da cultura, ocasionando perdas
no rendimento de grãos entre 10 a 85 %
(RIZARDI et al., 2004). De acordo com
Karam e Melhorança (2002), estas perdas são
variáveis, conforme a espécie competidora, o
tipo de solo, as condições climáticas, o
estádio fenológico da cultura e o período em
que acontece a convivência entre as plantas
daninhas e o milho, o que torna o controle
uma necessidade de ordem econômica.
Dentre os métodos de controle de plantas
daninhas utilizados na cultura do milho,
destaca-se o controle químico realizado com
herbicidas (CARVALHO et al., 2010).
Com
a
adoção
do
milho
geneticamente modificado resistente ao
glyphosate, o controle químico vem sendo
adotado de forma mais expressiva pela
possibilidade de uso de um produto com
maior espectro de ação e alta eficiência,
inclusive em plantas mais desenvolvidas, pela
redução de custo e controle de plantas
daninhas tolerantes e resistentes aos
herbicidas de outros mecanismos de ação
usados na cultura do milho (SILVA et al.,
2
2009). Contudo, o uso inadequado dessa
tecnologia promove o aparecimento de
biótipos resistentes a essa molécula. LópezOvejero et al. (2006) ressaltam que um dos
principais problemas relacionados ao manejo
de plantas daninhas nas culturas agrícolas,
tanto em âmbito nacional como mundial,
deve-se ao constante aparecimento de novos
casos de biótipos resistentes aos herbicidas.
A mistura de herbicidas torna-se
promissora no controle de plantas daninhas,
uma vez que, pode demonstrar aumento do
número de espécies controladas dentro do
complexo florístico infestante. Ademais,
pode ser considerada uma prática benéfica na
prevenção de plantas daninhas resistentes aos
herbicidas (OWEN; ZELAYA, 2005).
Todavia, o uso conjunto de princípios ativos
em mistura de tanque pode provocar efeitos
adversos sobre as plantas daninhas e a
cultura, e assim, tornam-se indispensáveis
pesquisas sobre as prováveis interações entre
herbicidas, apontando ao uso adequado.
Neste contexto, objetivou-se nesta pesquisa,
avaliar a eficácia de controle das plantas
daninhas por meio da associação dos
herbicidas atrazina,
2,4-D,
bentazon,
nicosulfuron e tembotrione ao glyphosate,
bem como seus efeitos sobre a cultura do
milho.
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Goiano, Câmpus de Rio Verde, Goiás, sob
coordenadas 17º 48’ e 67’’ S e 50º 54’ 18’’
W e altitude de 754 m. A área experimental
situa-se sobre Latossolo Vermelho distrófico
e apresentou as seguintes características
físico-químicas
determinadas
na
profundidade de 0 a 20 cm antes da
instalação do experimento: pH (CaCl2) de
5,2; P de 11 mg dm-3; K de 246 mg dm-3; Ca
de 5,77cmolc dm-3; Mg de 1,63 cmolc dm-3;
Al de 0,03 cmolc dm-3; V% de 64,6 e
granulometria de 46, 10 e 44 dag kg-1 de
argila, silte e areia, respectivamente. Os
dados
climatológicos
referentes
à
pluviosidade e a temperatura registrados
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015.
Associação de herbicidas...
durante
a
condução
600
da
pesquisa
Precipitação (mm)
3
são apresentados na Figura 1.
Temperatura mínima (°C)
Temperatura máxima (°C)
40
400
20
Temperaturaras
Precipitaçãoão
30
200
10
0
0
nov-12
dez-12
jan-13
fev-13
mar-13
abr-13
Figura 1. Temperaturas máxima, mínima e precipitação pluvial, registradas durante o período
experimental de novembro de 2012 a abril de 2013 em Rio Verde - GO.
Antes da implantação da cultura do
milho a área experimental foi cultivada com
sorgo granífero. As plantas daninhas
presentes na área foram Alternanthera tenella
Colla (apaga-fogo), Cenchrus echinatus L.
(capim-carrapicho), Commelina benghalensis
L. (trapoeraba), Nicandra physaloides (joáde-capote), Sida spp. (guanxuma), Panicum
maximum Jacq. (capim-colonião), Euphorbia
hirta L. (erva-de-santa-luzia) e Ipomoea spp.
(corda-de-viola). A área foi dessecada com
glyphosate e quinze dias após foi realizado o
preparo convencional do solo com uma
aração com arado de disco e duas gradagens
com grade niveladora.
A semeadura do híbrido P30F53HX
foi realizada no dia 21 de novembro de 2012,
sendo usada uma densidade de quatro
sementes por metro linear, em linhas
espaçadas de 0,50 m entre si. As sementes de
milho, previamente, tratadas com fungicidas
carbendazim + tiram nas doses de 30 + 70
gramas do ingrediente ativo, respectivamente,
para 100 kg de sementes, foram semeadas a
profundidade de 4 cm e a adubação de base
realizada no sulco de semeadura foi de 350
kg ha-1 da formulação 2-20-18 (N, P2O5,
K2O). Em cobertura, aplicou-se 100 kg ha-1
de nitrogênio na forma de ureia, no estádio
V6 do milho.
Foi
adotado
o
delineamento
experimental
de
blocos
completos
casualizados, com nove tratamentos e quatro
repetições. Os tratamentos consistiram da
aplicação única de glyphosate; aplicação
sequencial de glyphosate; e das misturas em
tanque de glyphosate com atrazine (1.500 g
i.a. ha-1); 2,4-D (241,8 g i.a. ha-1); bentazon
(720 g i.a. ha-1); nicosulfuron (60 g i.a. ha-1) e
tembotrione (100,8 g i.a. ha-1), mais uma
testemunha capina e uma sem capina. A dose
de glyphosate usada em todos os tratamentos
foi de 1.296 g e.a. ha-1. Cada unidade
experimental apresentou vinte metros
quadrados, constituída por oito fileiras de
milho, com cinco metros de comprimento,
sendo que a área útil considerada foi
constituída pelas quatro linhas situadas a
esquerda de cada parcela descartando 0,5 m
de cada extremidade, pois as quatro linhas à
direita foram consideradas testemunha lateral
sem a aplicação de herbicida. A testemunha
lateral foi utilizada para caracterização do
nível de controle de plantas daninhas e
avaliação de fitointoxicação na cultura.
As
aplicações
dos
herbicidas
ocorreram aos 19 dias após à emergência
(DAE) do milho, exceto para aplicação
sequenciada que ocorreu aos 19 e aos 30
DAE. Os herbicidas foram aspergidos com
pulverizador costal pressurizado a CO2,
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N. S. Vieira Júnior et al.
composta de barra de alumínio de 2 m,
contendo quatro pontas de pulverização
modelo TT110°02, aspergidos a pressão
constante de 2,5 bar e volume de calda de
150 litros ha-1. No momento das aplicações,
as condições climáticas e a temperatura do
solo, mensuradas por meio de um termohigro-anemômetro e de um termômetro tipo
espeto, respectivamente, foram: umidade
relativa (UR) do ar de 75,8%, velocidade do
vento (VV) de 3,7 km hora-1 e 26 °C e 25 °C
de temperatura do ar (TA) e do solo (TS),
respectivamente, aos 19 DAE e UR de 68%,
VV de 3,5 km hora-1, 26,4 ºC TA e 26 ºC
TS aos 30 DAE. Durante a condução da
cultura, também foram realizadas aplicações
dos inseticidas chlorpyrifos (240 g i.a. ha-1)
aos 15 e 25 DAE para controle de lagartas.
Não foram realizadas aplicações de
fungicidas.
Nas plantas de milho, avaliou-se aos
10 e 21 dias após a aplicação (DAA) dos
herbicidas, a fitointoxicação das plantas, com
base na presença ou ausência de sintomas
visuais. A fitointoxicação foi obtida por três
avaliadores que aferiram visualmente os
sintomas nas plantas, tendo como padrão de
comparação as plantas de milho presentes nas
testemunhas duplas laterais e as notas foram
expressas na forma de porcentagem, em que
0 (zero) indicou a ausência de quaisquer
injúrias e 100 (cem) a morte completa das
plantas (SBCPD, 1995). Concomitantemente,
determinou-se a porcentagem de controle
visual das plantas daninhas Alternanthera
tenella C.(apaga-fogo), Cenchrus echinatus
L.
(capim-carrapicho)
e
Nicandra
physaloides (joá-de-capote), que foram as
espécies de maior ocorrência atribuindo-se
notas em que 0 (zero) indicou a ausência de
controle e 100 (cem) a morte completa destas
plantas daninhas (SBCPD, 1995).
Por ocasião do florescimento (28
DAA) e colheita do milho (72 DAA), foram
avaliadas a densidade e a massa seca das
espécies de plantas daninhas de toda
comunidade infestante. Para tanto, fez-se o
lançamento ao acaso de dois quadrados
amostrais vazados de 0,25 m2 por unidade
experimental, e, em seguida, foi realizada a
4
identificação, separação das espécies e a
contagem das mesmas. Em seguida, as
plantas daninhas foram cortadas rente ao solo
e a sua parte aérea foi acondicionada em
sacos de papel, para posterior mensuração da
massa seca. A massa seca foi obtida pela
secagem em estufa com ventilação forçada de
ar a 65 °C ± 5 ºC, até peso constante, sendo
posteriormente, a mensuração da massa seca
realizada em balança analítica.
Na colheita do milho, foram
mensuradas a altura de plantas (solo-inserção
folha bandeira), altura de inserção da espiga
(solo-inserção primeira espiga) com auxílio
de uma régua graduada e o diâmetro do
colmo com auxílio de um paquímetro digital
a 10 cm DE distância da superfície do solo,
em cinco plantas ao acaso nas parcelas. Em
seguida, as plantas de milho foram
submetidas à colheita, sendo esta realizada
manualmente. Efetuou-se a colheita de todas
as plantas da área útil, sendo que estas foram
utilizadas para determinação do estande,
número de fileiras por espiga, diâmetro e
comprimento de espiga, prolificidade ou
índice de espiga, massa de cem grãos e
rendimento de grãos.
Para determinação dos componentes
de rendimento, foi realizada a contagem e
medição manual do número de fileiras por
espiga, diâmetro e comprimento de espiga em
5 espigas colhidas ao acaso. Posteriormente,
foi realizada a trilhagem de todo o material
para determinação do rendimento de milho
por meio da pesagem dos grãos trilhados na
área útil de cada unidade experimental, e
destes determinou-se o rendimento de grãos
por hectare e a massa de mil grãos, corrigida
para 13% de umidade. A massa de mil grãos
e o teor de umidade para correção foi obtida
em triplicata, após a secagem em estufa de
circulação forçada de ar a 103 °C, ± 5 °C, por
72 horas.
Os resultados foram submetidos à
análise de variância, e, quando significativos,
as
médias
dos
tratamentos
foram
confrontadas pelo teste de Tukey, ao nível de
5% de probabilidade, em relação à
testemunha capinada ou não capinada.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015.
Associação de herbicidas...
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(Tabela 1). Da mesma forma, foi observada
eficiência sobre a porcentagem de controle
destas espécies pelos herbicidas tembotrione,
nicosulfuron, atrazine, bentazon e 2,4-D em
mistura com glyphosate na calda de
pulverização (Tabela 1). Somente aos 10
DAA, verificaram-se menor porcentagem de
controle em relação à testemunha capinada
para a mistura de glyphosate + bentazon nas
espécies Alternanthera tenella e Cenchrus
echinatus; no entanto, com controle
semelhante à testemunha capinada a partir
dos 21 DAA. Para os herbicidas aplicados em
mistura com glyphosate e as aplicações de
ghyphosate em única vez, ou sequenciado, o
controle para ambas as espécies de plantas
daninhas assemelhou-se à testemunha
capinada (Tabela 1). Segundo Werlang e
Silva (2002), as misturas de herbicidas com
glyphosate têm resultado em interações
antagônicas,
aditivas
e
sinérgicas,
dependendo do herbicida associado, da dose e
da espécie de planta daninha presente.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os sintomas de fitointoxicação dos
herbicidas sobre as plantas de milho são
apresentadas na Tabela 1 e observa-se efeitos
significativos para a mistura de glyphosate +
2,4-D nas avaliações realizadas aos 10 e 21
DAA. De acordo com Brown et al. (2004),
os sintomas típicos da fitointoxicação
provocada pelo 2,4-D abrange aqueles
relacionados ao crescimento desordenado dos
tecidos em expansão por um período de até
quatro semanas após a aplicação do
herbicida; contudo, nesta pesquisa, os únicos
sintomas observados nas plantas de milho do
hibrido P30F53HX foram os de curvatura do
colmo, não ocorrendo deformações ou
clorose nas folhas.
Glyphosate aplicado isoladamente aos
19 DAE ou sequencialmente aos 19 e aos 30
DAE foi eficiente no controle de
Alternanthera tenella, Cenchrus echinatus e
Nicandra physaloides na cultura do milho
Tabela 1. Fitointoxicação (FITO) (%) e porcentagem de controle das espécies Alternanthera
tenella Colla (ALTTE), Cenchrus echinatus L. (CENEC), Nicandra physaloides (NICPH) aos
10 e 21 dias após a aplicação (DAA) da mistura de herbicidas na cultura do milho.
FITO
Tratamentos
10
ALTTE
21
10
CENEH
21
NICPH
10
21
10
21
DAA
Glyphosate1
0,0 b
0,0 b
94,7 ab
87,5 a
98,2 ab
100,0 a
90,7 a
88,2 a
0,0 b
0,0 b
90,0 ab
92,5 a
97,7 ab
100,0 a
90,2 a
96,2 a
Glyphosate + atrazine
0,0 b
0,0 b
90,2 ab
90,2 a
89,5 ab
89,5 a
94,5 a
94,5 a
1
6,0 a
12,0 a
91,2 ab
91,2 a
95,2 ab
95,2 a
94,5 a
94,5 a
0,0 b
0,0 b
80,0 b
83,7 a
85,2 b
87,5 a
86,2 a
90,7 a
0,0 b
0,0 b
88,7 ab
88,7 a
97,7 ab
97,7 a
95,7 a
95,7 a
0,0 b
0,0 b
94,5 ab
94,5 a
97,2 ab
97,2 a
87,7 a
87,7 a
0,0 b
0,0 b
100,0 a
100,0 a
100,0 a
100,0 a
100,0 a
100,0 a
16,09
10,90
7,76
8,24
5,80
5,72
7,30
6,44
Glyphosate
2
1
3
4
Glyphosate + 2,4-D
Glyphosate1 + bentazon5
1
Glyphosate + nicosulfuron
1
Glyphosate + tembotrione
Testemunha capinada
CV %
6
7
*Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas são estatisticamente inferiores a testemunha capinada pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade. (1) glyphosate em aplicação única aos 19 dias após a emergência (DAE) na dose de 1.296 g e.a. ha -1;
(2) glyphosate aplicado sequencialmente aos 19 e 30 DAE na dose de 1.296 g e.a. ha -1; (3) atrazine 1.500 g i.a. ha-1; (4) 2,4-D
241,8 g i.a. ha-1; (5) bentazon 720 g i.a. ha-1; (6) nicosulfuron 60 g i.a. ha-1; (7) tembotrione 100,8 g i.a. ha-1.
Para a espécie Nicandra physaloides,
não houve diferenças significativas entre os
tratamentos e a testemunha capinada durante
as duas épocas de avaliação, sendo que todos
os tratamentos foram eficientes no controle
desta espécie (Tabela 1). A eficiência de
controle proporcionada pelo herbicida
glyphosate aplicado isoladamente (única vez
ou em sequencial) ou em associação com os
demais herbicidas, estendeu-se sobre a
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015.
N. S. Vieira Júnior et al.
comunidade infestante até o florescimento do
milho (Tabela 2). Nota-se nesta avaliação,
que houve redução significativa na densidade
de indivíduos e na massa seca das plantas
6
daninhas nos tratamentos com glyphosate
isolado ou associado com os herbicidas
tembotrione, nicosulfuron, atrazine, bentazon
e 2,4-Dem relação à testemunha sem capina.
Tabela 2. Densidade (DP) e matéria seca (MS) de plantas daninhas avaliadas no
florescimento e na colheita do milho em função da mistura de herbicidas aplicados na cultura.
Florescimento
DP
MS
-2
plantas m
g m-2
Tratamentos
Glyphosate1
Glyphosate
2
1
Glyphosate + atrazine
1
3
4
Glyphosate + 2,4-D
1
Glyphosate + bentazon
5
1
6
Glyphosate + nicosulfuron
1
Glyphosate + tembotrione
Testemunha sem capina
CV %
7
Colheita
DP
plantas m-2
MS
g m-2
19,98 b
2,46 b
87,61 a
20,16 b
10,05 b
2,28 b
80,10 a
31,25 b
17,31 b
1,90 b
66,91 a
12,96 b
16,73 b
1,21 b
87,61 a
20,34 b
41,86 b
3,84 b
70,39 a
25,30 b
25,20 b
2,89 b
56,25 a
15,92 b
23,33 b
2,31 b
70,22 a
21,34 b
110,25 a
65,93 a
110,25 a
81,00 a
28,36
13,34
41,84
30,10
*Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas são estatisticamente iguais pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (1)
glyphosate em aplicação única aos 19 dias após a emergência (DAE) na dose de 1.296 g e.a. ha -1; (2) glyphosate aplicado
sequencialmente aos 19 e 30 DAE na dose de 1296 g i.a. ha-1; (3) atrazine 1.500 g i.a. ha-1; (4) 2,4-D 241,8 g i.a. ha-1; (5)
bentazon720 g i.a. ha-1; (6) nicosulfuron 60 g i.a. ha-1; (7) tembotrione 100,8 g i.a. ha-1.
Entretanto, em relação à densidade de
indivíduos, o controle não se prolongou até a
colheita do milho, havendo reinfestação na
área para todos os tratamentos herbicidas,
porém, com baixo acúmulo de massa seca
pela comunidade infestante se comparados à
testemunha sem capina. A ocorrência de
reinfestação de plantas daninhas em alta
densidade de indivíduos e com baixo
acúmulo de massa seca explica-se pela
ocorrência da senescência fisiológica do
milho e a entrada de radiação pelo dossel da
cultura associada ao encerramento da
atividade residual dos herbicidas atrazine,
nicosulfuron, 2,4-D e tembotrione. Contudo,
segundo Meschede et al. (2004), a massa seca
acumulada de plantas daninhas denota ser
uma variável mais importante do que a
própria densidade de indivíduos no que se
refere ao grau de interferência imposto à
cultura,
apresentando
correlação
inversamente proporcional aos componentes
do rendimento e fenológicos da cultura, pois
expressa a necessidade de recursos obtida
para acumular em massa; não afetando nesta
pesquisa no desempenho produtivo do milho.
Para as variáveis alturas de planta e de
inserção de espiga, diâmetro e comprimento
de espiga e prolificidade, não houve diferença
estatística entre os tratamentos referentes ao
uso do glyphosate aplicado isolado ou de sua
mistura com
herbicidas tembotrione,
nicosulfuron, atrazine, bentazon e 2,4-D e da
testemunha capinada em relação à
testemunha não capinada (Tabela 3),
evidenciando também, que não houve efeito
da interferência de plantas daninhas sobre
estas variáveis. O controle de plantas
daninhas pelos herbicidas testados e a
testemunha capinada assemelharam-se quanto
ao rendimento de grãos, havendo apenas
diferenças estatísticas somente entre a
testemunha não capinada e o tratamento com
glyphosate associado ao bentazon. De acordo
com Bleasdale (1960), a intensidade de
interferência de uma comunidade infestante
sobre o rendimento de grãos da cultura ocorre
devido
a
diferentes
condições
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015.
Associação de herbicidas...
edafoclimáticas, níveis e espécies daninhas,
tipo de solo, espaçamento, cultivar e
densidade de plantas presentes na área
experimental em que foram conduzidos os
trabalhos.
Maiores diâmetros de colmo foram
observados nos tratamentos referentes à
testemunha capinada e aos tratados com
glyphosate,
aplicado
isolado
e,
sequencialmente, e associado ao bentazon,
tembotrione e 2,4-D e (Tabela 3). A
fitointoxicação causada pelo 2,4-D associado
ao glyphosate, promovendo a curvatura dos
colmos de milho resultou em maior diâmetro
de colmo. Observou-se também no
tratamento em que foi aplicado glyphosate +
2,4-D um menor número de fileira de grãos
na espiga e maior massa de cem grãos em
7
relação à testemunha não capinada (Tabela
3). Geralmente em ensaios de plantas
daninhas com plantas de milho, a redução na
massa de mil grãos, quando a cultura convive
com
as
plantas
daninhas,
ocorre,
principalmente, por recursos ligados à
competição, onde as plantas direcionam os
assimilados produzidos para o seu
crescimento, resultando em déficit para o
enchimento do órgão vegetativo de reserva.
Nesta pesquisa, a presença do 2,4-D afetou a
formação das fileiras de grãos na espiga, o
que provavelmente contribuiu para a maior
massa do grão em decorrência do maior
espaço na espiga disponível para o
crescimento deste, haja vista, não terem
ocorrido diferenças estatísticas no tamanho
da espiga (Tabela 3).
Tabela 3. Altura de plantas (AP), altura de inserção de espiga (AE), diâmetro do colmo (DC),
diâmetro de espiga (DE), comprimento de espiga (CE), número de fileiras de grãos na espiga
(NGF), prolificidade (PR), massa de cem grãos (MCG) e rendimento de grãos (RG) em
função da mistura de herbicidas em na cultura do milho.
AP
AE
DC
DE
CE
Tratamentos
PR
cm
Glyphosate1
MCG
RG
g
kg ha-1
NGF
mm
217,62 a 131,60 a 2,36 ab
53,72 a 144,09 a 0,97 a
16,30 a
33,66 ab
9.835,01 ab
239,70 a 133,80 a 2,39 ab
52,44 a 145,91 a 0,96 a
16,30 a
32,72 b
9.294,28 ab
245,75 a 135,55 a
2,22 b
51,82 a 135,58 a 0,98 a
16,00 a
33,24 ab
9.700,96 ab
225,61 a 130,15 a
2,48 a
51,85 a 142,87 a 0,95 a
14,10 b
36,67 a
9.404,97 ab
242,70 a 132,60 a 2,30 ab
53,39 a 143,67 a 1,02 a
16,50 a
33,17 ab
10.299,67 a
241,60 a 130,60 a
2,18 b
51,65 a 134,75 a 0,99 a
15,90 a
33,34 ab
9.448,06 ab
Glyphosate + tembotrione
240,30 a 126,85 a 2,30 ab
53,95 a 144,35 a 1,00 a
17,20 a
32,74 b
10.379,75 ab
Testemunha capinada
244,15 a 132,60 a 2,35 ab
51,93 a 138,98 a 0,97 a
16,45 a
32,84 b
9.728,24 ab
Testemunha sem capina
243,90 a 134,45 a
51,65 a 137,48 a 0,96 a
16,35 a
32,93 b
8.490,24 b
3,95
4,50
11,70
2
Glyphosate
1
3
Glyphosate + atrazine
Glyphosate1 + 2,4-D4
1
5
Glyphosate + bentazon
1
Glyphosate + nicosulfuron
1
CV (%)
6
7
5,22
4,11
2,20 b
4,21
2,82
5,08
3,58
*Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas são estatisticamente iguais pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (1)
glyphosate em aplicação única aos 19 dias após a emergência (DAE) na dose de 1.296 g e.a. ha -1; (2) glyphosate aplicado
sequencialmente aos 19 e 30 DAE na dose de 1296 g i.a. ha-1; (3) atrazine 1.500 g i.a. ha-1; (4) 2,4-D 241,8 g i.a. ha-1; (5)
bentazon720 g i.a. ha-1; (6) nicosulfuron 60 g i.a. ha-1; (7) tembotrione 100,8 g i.a. ha-1.
CONCLUSÕES
Glyphosate, isolado em aplicação
única ou sequencial, ou associado a 2,4-D,
nicosulfuron, atrazine, tembotrione e
bentazon em mistura em tanque são eficientes
para
controlar
Cenchrus
echinatus,
Alternanthera
tenella
e
Nicandra
physaloides.
Glyphosate associado ao 2,4-D em
mistura de tanque promove intoxicação de
plantas de milho RR híbrido P30F53HX
caracterizada pela curvatura e aumento do
diâmetro do colmo e redução do número de
fileiras de grãos na espiga.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015.
N. S. Vieira Júnior et al.
A associação dos herbicidas 2,4-D,
nicosulfuron, atrazine, tembotrione e
bentazon ao glyphosate em mistura de tanque
não afeta o rendimento de grãos da cultura.
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8
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