efeitos de herbicidas e adubo foliar em mistura de
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efeitos de herbicidas e adubo foliar em mistura de
Associação de herbicidas... 1 ASSOCIAÇÃO DE HERBICIDAS APLICADOS EM PÓS-EMERGÊNCIA NA CULTURA DO MILHO Nelson Souza Vieira Júnior1, Adriano Jakelaitis1*, Isabella Sichierski Cardoso1, Paula Nogueira Rezende1, Nayara Cruvinel de Moraes1, Vinícius Tavares de Araújo1, Cássio Jardim Tavares1 RESUMO: Objetivou-se avaliar os efeitos da aplicação conjunta dos herbicidas atrazine, 2,4-D, bentazon, nicosulfuron e tembotrione associados ao glyphosate sobre o controle de plantas daninhas, a fitointoxicação e o desempenho produtivo da cultura do milho geneticamente modificado para resistência ao glyphosate. Os tratamentos, arranjados em blocos ao acaso com quatro repetições, corresponderam à aplicação única de glyphosate aos 19 dias após a emergência (DAE); aplicação sequenciada deste aos 19 e 30 DAE; e as misturas em tanque de glyphosate com atrazine (1.500 g i.a. ha-1); 2,4-D (241,8 g i.a. ha-1); bentazon (720 g i.a. ha-1); nicosulfuron (60 g i.a. ha-1) e tembotrione (100,8 g i.a. ha-1). A dose usada de glyphosate foi de 1.296 g e.a. ha-1. Como testemunhas, adotaram-se parcelas capinadas e não capinadas. Os herbicidas promoveram eficiente controle das plantas daninhas Alternanthera tenella C., Cenchrus echinatus L. e Nicandra physaloides até os 21 dias após a aplicação dos tratamentos. Este controle se estendeu até o florescimento da cultura verificada pela redução na densidade e na massa seca da comunidade infestante quando comparada à testemunha não capinada. Glyphosate, associado ao 2,4-D, promoveu curvatura nos colmos do milho e menor número de fileiras de grãos na espiga. Quanto ao rendimento de grãos de milho, não foram observadas diferenças estatísticas em relação ao uso de herbicidas e a testemunha capinada. Palavras-chave: Glyphosate, plantas daninhas, milho geneticamente modificado. ASSOCIATION OF HERBICIDES POST-EMERGENCE IN CORN Abstract: This study aimed to evaluate the effects of combined application of atrazine, 2,4-D, bentazon, nicosulfuron and tembotrione associated with glyphosate on weed control, the phytotoxicity and yield performance of corn genetically modified for resistance to glyphosate. The treatments were arranged in a randomized block design with four replicates, corresponding to the single application of glyphosate at 19 days after emergence (DAE) sequenced this application at 19 and 30 DAE, and tank mixtures of glyphosate with atrazine (1.500 g a.i ha-1), 2,4-D (241.8 g a.i ha-1), bentazon (720 g a.i ha1 ), nicosulfuron (60 g a.i ha-1) and tembotrione (100.8 g a.i ha-1). The dose of glyphosate used was 1.296 g a.e ha-1. As witnesses were adopted no weeded and weeded plots. The herbicides provided effective control of weed Alternanthera tenella C., Cenchrus echinatus L. and Nicandra physaloides until 21 days after treatment application. This control lasted until the flowering of crop corn verified by the reduction in density and dry mass of the weed community when compared to the no weeded. Glyphosate associated with 2,4-D promoted bending in stems of maize and fewer rows of kernels on the cob. The grain yield of corn was not statistical differences in the use of herbicides and hand weeded. KEYWORDS: Glyphosate, weeds, genetically modified corn. ____________________________________________________________________________________________________ 1 Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, Rodovia Sul Goiana, Km 01, CEP: 75.901-970, Rio Verde – GO. *E-mail: [email protected]. *Autor para correspondência. Recebido em: 03/11/2013. Aprovado em: 04/12/2014. Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015. N. S. Vieira Júnior et al. INTRODUÇÃO O milho (Zea mays) é um dos principais cereais cultivados no mundo, ocupando papel de destaque na economia mundial. Com o crescente consumo, tanto para indústria alimentícia quanto para a produção animal, e visando também atender a demanda energética mundial como fonte de energia renovável, existe uma tendência significativa para o aumento do rendimento de grãos desse cereal. No Brasil, na safra 2013/2014, estima-se que foram cultivados 15,2 milhões de hectares com uma produção aproximada de 79,9 milhões de toneladas. O Estado de Goiás configura-se como o quarto maior produtor nacional deste cereal (CONAB, 2014). Todavia, o aumento do rendimento de grãos de milho é complexo e depende das interações entre fatores genéticos, edafoclimáticos e de manejo adequado (SANGOI et al., 2006). Dentre os fatores de manejo, destacase o de plantas daninhas, nas quais interferem no crescimento, desenvolvimento e na produtividade da cultura, ocasionando perdas no rendimento de grãos entre 10 a 85 % (RIZARDI et al., 2004). De acordo com Karam e Melhorança (2002), estas perdas são variáveis, conforme a espécie competidora, o tipo de solo, as condições climáticas, o estádio fenológico da cultura e o período em que acontece a convivência entre as plantas daninhas e o milho, o que torna o controle uma necessidade de ordem econômica. Dentre os métodos de controle de plantas daninhas utilizados na cultura do milho, destaca-se o controle químico realizado com herbicidas (CARVALHO et al., 2010). Com a adoção do milho geneticamente modificado resistente ao glyphosate, o controle químico vem sendo adotado de forma mais expressiva pela possibilidade de uso de um produto com maior espectro de ação e alta eficiência, inclusive em plantas mais desenvolvidas, pela redução de custo e controle de plantas daninhas tolerantes e resistentes aos herbicidas de outros mecanismos de ação usados na cultura do milho (SILVA et al., 2 2009). Contudo, o uso inadequado dessa tecnologia promove o aparecimento de biótipos resistentes a essa molécula. LópezOvejero et al. (2006) ressaltam que um dos principais problemas relacionados ao manejo de plantas daninhas nas culturas agrícolas, tanto em âmbito nacional como mundial, deve-se ao constante aparecimento de novos casos de biótipos resistentes aos herbicidas. A mistura de herbicidas torna-se promissora no controle de plantas daninhas, uma vez que, pode demonstrar aumento do número de espécies controladas dentro do complexo florístico infestante. Ademais, pode ser considerada uma prática benéfica na prevenção de plantas daninhas resistentes aos herbicidas (OWEN; ZELAYA, 2005). Todavia, o uso conjunto de princípios ativos em mistura de tanque pode provocar efeitos adversos sobre as plantas daninhas e a cultura, e assim, tornam-se indispensáveis pesquisas sobre as prováveis interações entre herbicidas, apontando ao uso adequado. Neste contexto, objetivou-se nesta pesquisa, avaliar a eficácia de controle das plantas daninhas por meio da associação dos herbicidas atrazina, 2,4-D, bentazon, nicosulfuron e tembotrione ao glyphosate, bem como seus efeitos sobre a cultura do milho. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi realizada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano, Câmpus de Rio Verde, Goiás, sob coordenadas 17º 48’ e 67’’ S e 50º 54’ 18’’ W e altitude de 754 m. A área experimental situa-se sobre Latossolo Vermelho distrófico e apresentou as seguintes características físico-químicas determinadas na profundidade de 0 a 20 cm antes da instalação do experimento: pH (CaCl2) de 5,2; P de 11 mg dm-3; K de 246 mg dm-3; Ca de 5,77cmolc dm-3; Mg de 1,63 cmolc dm-3; Al de 0,03 cmolc dm-3; V% de 64,6 e granulometria de 46, 10 e 44 dag kg-1 de argila, silte e areia, respectivamente. Os dados climatológicos referentes à pluviosidade e a temperatura registrados Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015. Associação de herbicidas... durante a condução 600 da pesquisa Precipitação (mm) 3 são apresentados na Figura 1. Temperatura mínima (°C) Temperatura máxima (°C) 40 400 20 Temperaturaras Precipitaçãoão 30 200 10 0 0 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 abr-13 Figura 1. Temperaturas máxima, mínima e precipitação pluvial, registradas durante o período experimental de novembro de 2012 a abril de 2013 em Rio Verde - GO. Antes da implantação da cultura do milho a área experimental foi cultivada com sorgo granífero. As plantas daninhas presentes na área foram Alternanthera tenella Colla (apaga-fogo), Cenchrus echinatus L. (capim-carrapicho), Commelina benghalensis L. (trapoeraba), Nicandra physaloides (joáde-capote), Sida spp. (guanxuma), Panicum maximum Jacq. (capim-colonião), Euphorbia hirta L. (erva-de-santa-luzia) e Ipomoea spp. (corda-de-viola). A área foi dessecada com glyphosate e quinze dias após foi realizado o preparo convencional do solo com uma aração com arado de disco e duas gradagens com grade niveladora. A semeadura do híbrido P30F53HX foi realizada no dia 21 de novembro de 2012, sendo usada uma densidade de quatro sementes por metro linear, em linhas espaçadas de 0,50 m entre si. As sementes de milho, previamente, tratadas com fungicidas carbendazim + tiram nas doses de 30 + 70 gramas do ingrediente ativo, respectivamente, para 100 kg de sementes, foram semeadas a profundidade de 4 cm e a adubação de base realizada no sulco de semeadura foi de 350 kg ha-1 da formulação 2-20-18 (N, P2O5, K2O). Em cobertura, aplicou-se 100 kg ha-1 de nitrogênio na forma de ureia, no estádio V6 do milho. Foi adotado o delineamento experimental de blocos completos casualizados, com nove tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram da aplicação única de glyphosate; aplicação sequencial de glyphosate; e das misturas em tanque de glyphosate com atrazine (1.500 g i.a. ha-1); 2,4-D (241,8 g i.a. ha-1); bentazon (720 g i.a. ha-1); nicosulfuron (60 g i.a. ha-1) e tembotrione (100,8 g i.a. ha-1), mais uma testemunha capina e uma sem capina. A dose de glyphosate usada em todos os tratamentos foi de 1.296 g e.a. ha-1. Cada unidade experimental apresentou vinte metros quadrados, constituída por oito fileiras de milho, com cinco metros de comprimento, sendo que a área útil considerada foi constituída pelas quatro linhas situadas a esquerda de cada parcela descartando 0,5 m de cada extremidade, pois as quatro linhas à direita foram consideradas testemunha lateral sem a aplicação de herbicida. A testemunha lateral foi utilizada para caracterização do nível de controle de plantas daninhas e avaliação de fitointoxicação na cultura. As aplicações dos herbicidas ocorreram aos 19 dias após à emergência (DAE) do milho, exceto para aplicação sequenciada que ocorreu aos 19 e aos 30 DAE. Os herbicidas foram aspergidos com pulverizador costal pressurizado a CO2, Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015. N. S. Vieira Júnior et al. composta de barra de alumínio de 2 m, contendo quatro pontas de pulverização modelo TT110°02, aspergidos a pressão constante de 2,5 bar e volume de calda de 150 litros ha-1. No momento das aplicações, as condições climáticas e a temperatura do solo, mensuradas por meio de um termohigro-anemômetro e de um termômetro tipo espeto, respectivamente, foram: umidade relativa (UR) do ar de 75,8%, velocidade do vento (VV) de 3,7 km hora-1 e 26 °C e 25 °C de temperatura do ar (TA) e do solo (TS), respectivamente, aos 19 DAE e UR de 68%, VV de 3,5 km hora-1, 26,4 ºC TA e 26 ºC TS aos 30 DAE. Durante a condução da cultura, também foram realizadas aplicações dos inseticidas chlorpyrifos (240 g i.a. ha-1) aos 15 e 25 DAE para controle de lagartas. Não foram realizadas aplicações de fungicidas. Nas plantas de milho, avaliou-se aos 10 e 21 dias após a aplicação (DAA) dos herbicidas, a fitointoxicação das plantas, com base na presença ou ausência de sintomas visuais. A fitointoxicação foi obtida por três avaliadores que aferiram visualmente os sintomas nas plantas, tendo como padrão de comparação as plantas de milho presentes nas testemunhas duplas laterais e as notas foram expressas na forma de porcentagem, em que 0 (zero) indicou a ausência de quaisquer injúrias e 100 (cem) a morte completa das plantas (SBCPD, 1995). Concomitantemente, determinou-se a porcentagem de controle visual das plantas daninhas Alternanthera tenella C.(apaga-fogo), Cenchrus echinatus L. (capim-carrapicho) e Nicandra physaloides (joá-de-capote), que foram as espécies de maior ocorrência atribuindo-se notas em que 0 (zero) indicou a ausência de controle e 100 (cem) a morte completa destas plantas daninhas (SBCPD, 1995). Por ocasião do florescimento (28 DAA) e colheita do milho (72 DAA), foram avaliadas a densidade e a massa seca das espécies de plantas daninhas de toda comunidade infestante. Para tanto, fez-se o lançamento ao acaso de dois quadrados amostrais vazados de 0,25 m2 por unidade experimental, e, em seguida, foi realizada a 4 identificação, separação das espécies e a contagem das mesmas. Em seguida, as plantas daninhas foram cortadas rente ao solo e a sua parte aérea foi acondicionada em sacos de papel, para posterior mensuração da massa seca. A massa seca foi obtida pela secagem em estufa com ventilação forçada de ar a 65 °C ± 5 ºC, até peso constante, sendo posteriormente, a mensuração da massa seca realizada em balança analítica. Na colheita do milho, foram mensuradas a altura de plantas (solo-inserção folha bandeira), altura de inserção da espiga (solo-inserção primeira espiga) com auxílio de uma régua graduada e o diâmetro do colmo com auxílio de um paquímetro digital a 10 cm DE distância da superfície do solo, em cinco plantas ao acaso nas parcelas. Em seguida, as plantas de milho foram submetidas à colheita, sendo esta realizada manualmente. Efetuou-se a colheita de todas as plantas da área útil, sendo que estas foram utilizadas para determinação do estande, número de fileiras por espiga, diâmetro e comprimento de espiga, prolificidade ou índice de espiga, massa de cem grãos e rendimento de grãos. Para determinação dos componentes de rendimento, foi realizada a contagem e medição manual do número de fileiras por espiga, diâmetro e comprimento de espiga em 5 espigas colhidas ao acaso. Posteriormente, foi realizada a trilhagem de todo o material para determinação do rendimento de milho por meio da pesagem dos grãos trilhados na área útil de cada unidade experimental, e destes determinou-se o rendimento de grãos por hectare e a massa de mil grãos, corrigida para 13% de umidade. A massa de mil grãos e o teor de umidade para correção foi obtida em triplicata, após a secagem em estufa de circulação forçada de ar a 103 °C, ± 5 °C, por 72 horas. Os resultados foram submetidos à análise de variância, e, quando significativos, as médias dos tratamentos foram confrontadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, em relação à testemunha capinada ou não capinada. Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015. Associação de herbicidas... 5 (Tabela 1). Da mesma forma, foi observada eficiência sobre a porcentagem de controle destas espécies pelos herbicidas tembotrione, nicosulfuron, atrazine, bentazon e 2,4-D em mistura com glyphosate na calda de pulverização (Tabela 1). Somente aos 10 DAA, verificaram-se menor porcentagem de controle em relação à testemunha capinada para a mistura de glyphosate + bentazon nas espécies Alternanthera tenella e Cenchrus echinatus; no entanto, com controle semelhante à testemunha capinada a partir dos 21 DAA. Para os herbicidas aplicados em mistura com glyphosate e as aplicações de ghyphosate em única vez, ou sequenciado, o controle para ambas as espécies de plantas daninhas assemelhou-se à testemunha capinada (Tabela 1). Segundo Werlang e Silva (2002), as misturas de herbicidas com glyphosate têm resultado em interações antagônicas, aditivas e sinérgicas, dependendo do herbicida associado, da dose e da espécie de planta daninha presente. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os sintomas de fitointoxicação dos herbicidas sobre as plantas de milho são apresentadas na Tabela 1 e observa-se efeitos significativos para a mistura de glyphosate + 2,4-D nas avaliações realizadas aos 10 e 21 DAA. De acordo com Brown et al. (2004), os sintomas típicos da fitointoxicação provocada pelo 2,4-D abrange aqueles relacionados ao crescimento desordenado dos tecidos em expansão por um período de até quatro semanas após a aplicação do herbicida; contudo, nesta pesquisa, os únicos sintomas observados nas plantas de milho do hibrido P30F53HX foram os de curvatura do colmo, não ocorrendo deformações ou clorose nas folhas. Glyphosate aplicado isoladamente aos 19 DAE ou sequencialmente aos 19 e aos 30 DAE foi eficiente no controle de Alternanthera tenella, Cenchrus echinatus e Nicandra physaloides na cultura do milho Tabela 1. Fitointoxicação (FITO) (%) e porcentagem de controle das espécies Alternanthera tenella Colla (ALTTE), Cenchrus echinatus L. (CENEC), Nicandra physaloides (NICPH) aos 10 e 21 dias após a aplicação (DAA) da mistura de herbicidas na cultura do milho. FITO Tratamentos 10 ALTTE 21 10 CENEH 21 NICPH 10 21 10 21 DAA Glyphosate1 0,0 b 0,0 b 94,7 ab 87,5 a 98,2 ab 100,0 a 90,7 a 88,2 a 0,0 b 0,0 b 90,0 ab 92,5 a 97,7 ab 100,0 a 90,2 a 96,2 a Glyphosate + atrazine 0,0 b 0,0 b 90,2 ab 90,2 a 89,5 ab 89,5 a 94,5 a 94,5 a 1 6,0 a 12,0 a 91,2 ab 91,2 a 95,2 ab 95,2 a 94,5 a 94,5 a 0,0 b 0,0 b 80,0 b 83,7 a 85,2 b 87,5 a 86,2 a 90,7 a 0,0 b 0,0 b 88,7 ab 88,7 a 97,7 ab 97,7 a 95,7 a 95,7 a 0,0 b 0,0 b 94,5 ab 94,5 a 97,2 ab 97,2 a 87,7 a 87,7 a 0,0 b 0,0 b 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 16,09 10,90 7,76 8,24 5,80 5,72 7,30 6,44 Glyphosate 2 1 3 4 Glyphosate + 2,4-D Glyphosate1 + bentazon5 1 Glyphosate + nicosulfuron 1 Glyphosate + tembotrione Testemunha capinada CV % 6 7 *Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas são estatisticamente inferiores a testemunha capinada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (1) glyphosate em aplicação única aos 19 dias após a emergência (DAE) na dose de 1.296 g e.a. ha -1; (2) glyphosate aplicado sequencialmente aos 19 e 30 DAE na dose de 1.296 g e.a. ha -1; (3) atrazine 1.500 g i.a. ha-1; (4) 2,4-D 241,8 g i.a. ha-1; (5) bentazon 720 g i.a. ha-1; (6) nicosulfuron 60 g i.a. ha-1; (7) tembotrione 100,8 g i.a. ha-1. Para a espécie Nicandra physaloides, não houve diferenças significativas entre os tratamentos e a testemunha capinada durante as duas épocas de avaliação, sendo que todos os tratamentos foram eficientes no controle desta espécie (Tabela 1). A eficiência de controle proporcionada pelo herbicida glyphosate aplicado isoladamente (única vez ou em sequencial) ou em associação com os demais herbicidas, estendeu-se sobre a Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015. N. S. Vieira Júnior et al. comunidade infestante até o florescimento do milho (Tabela 2). Nota-se nesta avaliação, que houve redução significativa na densidade de indivíduos e na massa seca das plantas 6 daninhas nos tratamentos com glyphosate isolado ou associado com os herbicidas tembotrione, nicosulfuron, atrazine, bentazon e 2,4-Dem relação à testemunha sem capina. Tabela 2. Densidade (DP) e matéria seca (MS) de plantas daninhas avaliadas no florescimento e na colheita do milho em função da mistura de herbicidas aplicados na cultura. Florescimento DP MS -2 plantas m g m-2 Tratamentos Glyphosate1 Glyphosate 2 1 Glyphosate + atrazine 1 3 4 Glyphosate + 2,4-D 1 Glyphosate + bentazon 5 1 6 Glyphosate + nicosulfuron 1 Glyphosate + tembotrione Testemunha sem capina CV % 7 Colheita DP plantas m-2 MS g m-2 19,98 b 2,46 b 87,61 a 20,16 b 10,05 b 2,28 b 80,10 a 31,25 b 17,31 b 1,90 b 66,91 a 12,96 b 16,73 b 1,21 b 87,61 a 20,34 b 41,86 b 3,84 b 70,39 a 25,30 b 25,20 b 2,89 b 56,25 a 15,92 b 23,33 b 2,31 b 70,22 a 21,34 b 110,25 a 65,93 a 110,25 a 81,00 a 28,36 13,34 41,84 30,10 *Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas são estatisticamente iguais pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (1) glyphosate em aplicação única aos 19 dias após a emergência (DAE) na dose de 1.296 g e.a. ha -1; (2) glyphosate aplicado sequencialmente aos 19 e 30 DAE na dose de 1296 g i.a. ha-1; (3) atrazine 1.500 g i.a. ha-1; (4) 2,4-D 241,8 g i.a. ha-1; (5) bentazon720 g i.a. ha-1; (6) nicosulfuron 60 g i.a. ha-1; (7) tembotrione 100,8 g i.a. ha-1. Entretanto, em relação à densidade de indivíduos, o controle não se prolongou até a colheita do milho, havendo reinfestação na área para todos os tratamentos herbicidas, porém, com baixo acúmulo de massa seca pela comunidade infestante se comparados à testemunha sem capina. A ocorrência de reinfestação de plantas daninhas em alta densidade de indivíduos e com baixo acúmulo de massa seca explica-se pela ocorrência da senescência fisiológica do milho e a entrada de radiação pelo dossel da cultura associada ao encerramento da atividade residual dos herbicidas atrazine, nicosulfuron, 2,4-D e tembotrione. Contudo, segundo Meschede et al. (2004), a massa seca acumulada de plantas daninhas denota ser uma variável mais importante do que a própria densidade de indivíduos no que se refere ao grau de interferência imposto à cultura, apresentando correlação inversamente proporcional aos componentes do rendimento e fenológicos da cultura, pois expressa a necessidade de recursos obtida para acumular em massa; não afetando nesta pesquisa no desempenho produtivo do milho. Para as variáveis alturas de planta e de inserção de espiga, diâmetro e comprimento de espiga e prolificidade, não houve diferença estatística entre os tratamentos referentes ao uso do glyphosate aplicado isolado ou de sua mistura com herbicidas tembotrione, nicosulfuron, atrazine, bentazon e 2,4-D e da testemunha capinada em relação à testemunha não capinada (Tabela 3), evidenciando também, que não houve efeito da interferência de plantas daninhas sobre estas variáveis. O controle de plantas daninhas pelos herbicidas testados e a testemunha capinada assemelharam-se quanto ao rendimento de grãos, havendo apenas diferenças estatísticas somente entre a testemunha não capinada e o tratamento com glyphosate associado ao bentazon. De acordo com Bleasdale (1960), a intensidade de interferência de uma comunidade infestante sobre o rendimento de grãos da cultura ocorre devido a diferentes condições Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015. Associação de herbicidas... edafoclimáticas, níveis e espécies daninhas, tipo de solo, espaçamento, cultivar e densidade de plantas presentes na área experimental em que foram conduzidos os trabalhos. Maiores diâmetros de colmo foram observados nos tratamentos referentes à testemunha capinada e aos tratados com glyphosate, aplicado isolado e, sequencialmente, e associado ao bentazon, tembotrione e 2,4-D e (Tabela 3). A fitointoxicação causada pelo 2,4-D associado ao glyphosate, promovendo a curvatura dos colmos de milho resultou em maior diâmetro de colmo. Observou-se também no tratamento em que foi aplicado glyphosate + 2,4-D um menor número de fileira de grãos na espiga e maior massa de cem grãos em 7 relação à testemunha não capinada (Tabela 3). Geralmente em ensaios de plantas daninhas com plantas de milho, a redução na massa de mil grãos, quando a cultura convive com as plantas daninhas, ocorre, principalmente, por recursos ligados à competição, onde as plantas direcionam os assimilados produzidos para o seu crescimento, resultando em déficit para o enchimento do órgão vegetativo de reserva. Nesta pesquisa, a presença do 2,4-D afetou a formação das fileiras de grãos na espiga, o que provavelmente contribuiu para a maior massa do grão em decorrência do maior espaço na espiga disponível para o crescimento deste, haja vista, não terem ocorrido diferenças estatísticas no tamanho da espiga (Tabela 3). Tabela 3. Altura de plantas (AP), altura de inserção de espiga (AE), diâmetro do colmo (DC), diâmetro de espiga (DE), comprimento de espiga (CE), número de fileiras de grãos na espiga (NGF), prolificidade (PR), massa de cem grãos (MCG) e rendimento de grãos (RG) em função da mistura de herbicidas em na cultura do milho. AP AE DC DE CE Tratamentos PR cm Glyphosate1 MCG RG g kg ha-1 NGF mm 217,62 a 131,60 a 2,36 ab 53,72 a 144,09 a 0,97 a 16,30 a 33,66 ab 9.835,01 ab 239,70 a 133,80 a 2,39 ab 52,44 a 145,91 a 0,96 a 16,30 a 32,72 b 9.294,28 ab 245,75 a 135,55 a 2,22 b 51,82 a 135,58 a 0,98 a 16,00 a 33,24 ab 9.700,96 ab 225,61 a 130,15 a 2,48 a 51,85 a 142,87 a 0,95 a 14,10 b 36,67 a 9.404,97 ab 242,70 a 132,60 a 2,30 ab 53,39 a 143,67 a 1,02 a 16,50 a 33,17 ab 10.299,67 a 241,60 a 130,60 a 2,18 b 51,65 a 134,75 a 0,99 a 15,90 a 33,34 ab 9.448,06 ab Glyphosate + tembotrione 240,30 a 126,85 a 2,30 ab 53,95 a 144,35 a 1,00 a 17,20 a 32,74 b 10.379,75 ab Testemunha capinada 244,15 a 132,60 a 2,35 ab 51,93 a 138,98 a 0,97 a 16,45 a 32,84 b 9.728,24 ab Testemunha sem capina 243,90 a 134,45 a 51,65 a 137,48 a 0,96 a 16,35 a 32,93 b 8.490,24 b 3,95 4,50 11,70 2 Glyphosate 1 3 Glyphosate + atrazine Glyphosate1 + 2,4-D4 1 5 Glyphosate + bentazon 1 Glyphosate + nicosulfuron 1 CV (%) 6 7 5,22 4,11 2,20 b 4,21 2,82 5,08 3,58 *Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas são estatisticamente iguais pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (1) glyphosate em aplicação única aos 19 dias após a emergência (DAE) na dose de 1.296 g e.a. ha -1; (2) glyphosate aplicado sequencialmente aos 19 e 30 DAE na dose de 1296 g i.a. ha-1; (3) atrazine 1.500 g i.a. ha-1; (4) 2,4-D 241,8 g i.a. ha-1; (5) bentazon720 g i.a. ha-1; (6) nicosulfuron 60 g i.a. ha-1; (7) tembotrione 100,8 g i.a. ha-1. CONCLUSÕES Glyphosate, isolado em aplicação única ou sequencial, ou associado a 2,4-D, nicosulfuron, atrazine, tembotrione e bentazon em mistura em tanque são eficientes para controlar Cenchrus echinatus, Alternanthera tenella e Nicandra physaloides. Glyphosate associado ao 2,4-D em mistura de tanque promove intoxicação de plantas de milho RR híbrido P30F53HX caracterizada pela curvatura e aumento do diâmetro do colmo e redução do número de fileiras de grãos na espiga. Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.08, n.01, p.1 – 8, jan/abr. 2015. N. S. Vieira Júnior et al. A associação dos herbicidas 2,4-D, nicosulfuron, atrazine, tembotrione e bentazon ao glyphosate em mistura de tanque não afeta o rendimento de grãos da cultura. REFERÊNCIAS 8 MESCHEDE, D.K.; OLIVEIRA JR., R.S.; CONSTANTIN, J.; SCAPIM, C.A. Período anterior a interferência de plantas daninhas em soja: estudo de caso com baixo estande e testemunhas duplas. Planta Daninha, v.22, n.2, p.239-246, 2004. BROWN, D.W.; AL-KHATIB, K.; REGEHR, D.L.; STAHLMAN, P.W.; LOUGHIN, T.M. Safening grain sorghum injury from metsulfuron with growth regulator herbicides. Weed Science, v.52, n. p.319-325, 2004. OWEN, M.D.K., ZELAYA, I.A. Herbicideresistant crops and weed resistance to herbicides. Pesticide Management Science, v. 61, p. 301–311, 2005. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Levantamento de grãos: safra 2014/2015. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/upload s/arquivos/ 14_11_13_09_19_35_boletim_graos_novem bro_2014.pdf>. Acesso em: 25 de nov. de 2014. SANGOI, L.; SILVA, P. R. 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