faculdade são miguel curso de graduação em fisioterapia jabson

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faculdade são miguel curso de graduação em fisioterapia jabson
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
FACULDADE SÃO MIGUEL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
JABSON PEREIRA DE SANTANA
A APLICABILIDADE DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA
COMO FATOR QUE PROMOVA MELHORA NA
CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE
DE VIDA EM IDOSOS.
Recife, 2011
JABSON PEREIRA DE SANTANA
A APLICABILIDADE DA FISIOTERAPIA AQUÁTICA COMO FATOR QUE PROMOVA MELHORA NA CAPACIDADE FUNCIONAL E QUALIDADE DE VIDA EM
IDOSOS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia da Faculdade São Miguel, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel
em Fisioterapia.
ORIENTADOR
PROFº MÁRCIO BOTELHO PEDROSA
Recife, 2011
Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito “A” em 10/01/2012
Banca Examinadora
CAROLINE DE CÁSSIA
________________________________________
NATALIA MONIQUE BORBA
________________________________________
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AGRADECIMENTOS
A realização desse trabalho só foi possível, graças a inúmeras pessoas
que deram sua parcela de contribuição; reconheço seus méritos e os valorizo:
Ao meu Deus, por ter me iluminado nessa jornada, concedendo-me
capacidade cognitiva para vivenciar todos os âmbitos da minha vida com
sabedoria. Sou eternamente grato por essa conquista.
Aos meus pais: João Pereira e Doralice, pelo amor incondicional, incentivo e investimento em meu sucesso pessoal e profissional; em todos os
momentos estiveram ao meu lado, sonhando e lutando comigo pra que eu
realizasse essa conquista. Dedico essa vitória a vocês.
A minha esposa Fabiana Cristina, pelo amor, paciência, compreensão
e apoio nos dias de felicidades, dificuldades e em momentos decisivos da
minha passagem pela graduação; foi difícil, mas vencemos juntos.
Aos meus filhos: Pablo Guilherme e Pietro Lucas que nasceram durante a
minha vida acadêmica e me tornaram uma pessoa mais feliz e mais preparada para os desafios da vida.
Aos meus professores da graduação, pela oportunidade de aprendizado; sempre os levarei no coração.
As Fisioterapeutas Drª Geisyanne Karlla e Drª Natalia Monique, por me
propiciarem um ótimo ambiente para desenvolver este projeto (Centro de
Reabilitação Vida Ativa); obrigado por tudo, eu não poderia ter feito isto sem
vocês.
0Ao meu professor e orientador Márcio Botelho Pedrosa, pela confiança, competência e dedicação ao acompanhamento deste trabalho, contribuindo para o aprimoramento deste e o tornando melhor, me ensinando
sempre.
Aos familiares, colegas e amigos da graduação que contribuíram direta e indiretamente para ampliar meus horizontes.
Jabson
Pereira,
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“Não me envergonho de mudar de ideias, pois não me envergonho de pensar” Paschoal (matemático).
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Este trabalho é dedicado ao meu pai João Pereira e minha mãe Doralice; não
pouparam esforços para que este sonho se tornasse realidade; com simplicidade e humildade são os melhores pais do mundo.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
RESUMO
O bem estar na velhice é influenciado por números aspectos, fatores e fenômenos que se entrelaçam, reflexos complexos e mutáveis, positivos e negativos, heterogêneos e relativos. Este estudo buscou investigar a qualidade
de vida de idosos com um programa de fisioterapia aquática, verificando o
desempenho da marcha e equilíbrio, e também relacionou a melhoria no funcionamento de vários órgãos e sistemas, na coordenação e nas habilidades
motoras. Trata-se de um estudo Analítico, do tipo coorte longitudinal, ou
seja, com acompanhamento curto e intervenção terapêutica do pesquisador
sobre os voluntários, baseado nos questionários aplicados. Composto por
14 mulheres, na faixa etária entre 59 a 73 anos, com idade média de 65,07
(±4,20). As participantes foram avaliadas no início e no final do tratamento
com questionários específicos. A qualidade de vida foi investigada com o
Questionário SF-36 e a funcionalidade da marcha e equilíbrio com a Escala de
Tinetti. Ao término da terapia, foi feito uma nova aplicação dos questionários,
verificando as possíveis melhorias. Na intervenção, o grupo de idosos da pesquisa foi submetido a um programa fisioterapêutico que utilizou como procedimento, exercícios aquáticos. O tratamento foi de duas sessões semanais,
com duração de sessenta minutos cada, durante seis semanas consecutivas
(totalizando doze sessões). Analisando o índice de Tinetti, o teste indicou
aproveitamento positivo, uma vez que a maior parte da amostra evoluiu ou
manteve sua condição, apresentando também, um ótimo desempenho e sem
risco de quedas. O SF-36 apontou resultados significativos e satisfatórios
em sete dos oito domínios. Ainda em relação ao teste, nove participantes
apresentaram evolução. Na mensuração da significância, confirmou o grau
de evolução entre as médias pareadas das primeiras e segundas avaliações,
e 95% de confiança que houve melhora das médias obtidas na segunda avaliação. Quando comparado Tinetti com SF-36, apresentaram semelhanças nos
resultados e indicaram forte correlação entre as variações dos mesmos. Ambos os testes apresentaram boa confiabilidade.
Palavras-chave:
Senilidade. Hidroterapia. Funcionalidade. Reabilitação. Envelhecimento.
ABSTRACT
The well-being in old age is influenced by many aspects, factors and phenomena that are interwoven, complex and changing reflections, positive and
negative, heterogeneous and relative. This study sought to investigate the
quality of life of seniors, with an aquatic therapy program, checking the performance of gait and balance, and also related to improvement in the functioning of various organs and systems, coordination and skills is motors. Is an
Analytical study of longitudinal cohort, with short follow-up and therapeutic
intervention of the researcher on the volunteers, based on questionnaires by
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Keys-word:
Senility. Hydrotherapy. Functionality. Rehabilitation. Ageing.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Sessão de alongamento da cadeia lateral.............................750
Figura 2 - Alongamento da cadeia anterior..........................................750
Figura 3 - Alongamento dos flexores dos dedos....................................751
Figura 4 – Alongamento dos flexores do punho....................................751
Figura 5 - Trabalho de fortalecimento, em dupla..................................752
Figura 6 - Exercícios aquáticos de fortalecimento,
realizados com resistências...............................................................752
Figura 7 - Fortalecimento dos MMSS com resistência de
flutuadores; trabalho em dupla..........................................................753
Figura 8 - Trabalho individual de fortalecimento, vencendo a
resistência água com a bola, em diferentes movimentos.......................753
Figura 9 - Fortalecimento com tornozeleiras, bilateralmente,
em pés. Realizando os movimentos permitidos pelos MMII....................754
Figura 10 - Trabalho de ganho de força nos MMII; realizando flexoextensão de joelhos em decúbito ventral, com suporte abdominal..........754
Figura 11 - Grupo em um trabalho de equilíbrio dinâmico,
disposto em fila, marchava em varias direções....................................755
Figura 12 - Administração do protocolo de treino de equilíbrio
e coordenação motora, com uso de cama elástica e estepe...................755
Figura 13 - Etapa final da sessão, grupo em momento de relaxamento
e desaceralação, com materiais de propriocepção nas mãos.................756
Figura 14 - Caminhada em círculo, onde cada participante
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
used. Composted by 14 women, aged between 59 to 73 years with a mean
age of 65, 07 (± 4.20). Participants were assessed at the beginning and end
of treatment with specific questionnaires. Quality of life was assessed with
the SF-36 and the functionality of gait and balance with the Tinetti scale.
At the end of therapy, was made a new application of the questionnaires,
checking for possible best. In the intervention, the research group of elderly
underwent a physical therapy program that used the procedure, water exercises. The treatment was two weekly sessions, lasting sixty minutes each, for
six consecutive weeks (twelve sessions). Analyzing the Tinetti index, the test
showed positive performance, since the majority of the sample developed or
maintained their status presenting also a great performance without risk of
falls. The SF-36 showed significant and satisfactory results in seven of eight
domains. Still on the test, nine participants had progressed. In measuring the
significance confirmed the degree of evolution between the means of paired
first and second assessments, and 95% confidence that there was an improvement of the means obtained in the second evaluation. Tinetti compared
with SF-36 showed similar results and indicated a strong correlation between
the variations of the same. Both tests showed good reliability.
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massageava as costas do colega da frente..........................................756
Figura 15 - Pirâmide etária Brasil 2010...............................................759
Figura 16 - Distribuição etária da população por sexo entre
2000 e 2035...................................................................................760
Figura 17 - Distribuição dos idosos por faixa etária...............................779
Figura 18 - Valores médios totais da avaliação do equilíbrio
e marcha na fase pré e pós intervenção no grupo de idosos..................780
Figura 19 - Valores totais da variação do desempenho de cada paciente.780
Figura 20 - Relação do escore total com o desempenho etário individual.782
Figura 21 - Desempenho médio dos domínios que compõe o SF-36,
pertinente às aplicações dos questionários antes e depois da
administração do protocolo fisioterapêutico.........................................783
LISTA DE TABELA
Tabela 1 – População e taxa média geométrica de crescimento anual do
Brasil entre 1872 e 2010..................................................................758
Tabela 2 – Valores das variações individuais antes e depois do programa
terapêutico, em ordem decrescente de desempenho.............................782
Tabela 3 – Escore total, desvio-padrão, média, pontuação máxima,
mínima e somatório na primeira avaliação sobre a QV..........................803
Tabela 4 - Escore total, desvio-padrão, média, pontuação máxima,
mínima e somatório na segunda avaliação sobre a QV..........................803
Tabela 5 - Variação percentual entre os somatórios dos somatórios,
dos escores individuais, na 1º e 2º avaliação.......................................784
Tabela 6 - Comparação entre as variações dos testes SF-36 e Tinetti......786
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
%
º
ºC
ADM
ABVD
AIVD
AVD
CIF
CNPJ
DP
FA
h
IBGE
m
min
ml
Porcentagem
Graus
Grau Celsius
Amplitude de movimento
Atividades básicas da vida diária
Atividades instrumentais da vida diária
Atividades da vida diária
Classificação Internacional de Funcionalidade
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
Desvio padrão
Fisioterapia aquática
Hora
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Metro(s)
Minutos
Mililitros
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Membros inferiores
Número de participantes da pesquisa
Organização Mundial de Saúde
Paciente
Probabilidade
Página
Pressão arterial
Pernambuco
Qualidade de vida
Segundos
Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health Survey
Sistema Nervoso Central
Sistema Nervoso Periférico
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Representação do número 20 em algarismo romano
Representação do número 12 em algarismo romano
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................744
1. MATERIAIS E MÉTODOS ..............................................................746
1.1 Tipo de estudo .........................................................................746
1.2 Objetivos .................................................................................746
1.3 Participantes da pesquisa ...........................................................746
1.4 Critérios de inclusão .................................................................747
1.5 Critérios de exclusão .................................................................747
1.6 Local .......................................................................................747
1.7 Materiais .................................................................................747
1.8 Procedimentos .........................................................................748
1.8.1 Avaliação da qualidade de vida.................................................748
1.8.2 Avaliação da marcha e equilíbrio ..............................................749
1.8.3 Elaboração da conduta terapêutica............................................749
1.8.4 Programa terapêutico da FA......................................................750
1.9 Análise estatística.......................................................................756
2. O ENVELHECER E A REALIDADE ATUAL...........................................757
2.1 Panorama nacional.....................................................................757
2.2 Aumento da população idosa e expectativa de vida........................758
2.3 Processos do envelhecimento.......................................................761
2.4 Alterações fisiológicas e declínio das funções com o envelhecimento.762
2.5 Qualidade de vida e sua relação com o envelhecimento ..................765
2.6 Capacidade funcional na velhice...................................................766
2.6.1 Marcha .................................................................................768
2.6.2 Equilíbrio ..............................................................................769
3. FISIOTERAPIA AQUÁTICA ............................................................770
3.1 Princípios físicos da água ....... ...................................................771
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MMII
N
OMS
P
p
p.
PA
PE
QV
s
SF-36
SNC
SNP
TCLE
XX
XII
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3.2 Efeitos fisiológicos da imersão ....................................................772
3.2.1 Respostas cardiovasculares durante a imersão ............................773
3.2.2 Efeitos da imersão no sistema respiratório .................................774
3.2.3 Sistema renal versus imersão ..................................................774
3.2.4 Efeitos no sistema neurológico .................................................775
3.3 Indicações ...............................................................................775
3.4 Contraindicações........................................................................778
4. RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS.............................................778
4.1 Índice de Tinetti.........................................................................779
4.2 Questionário SF-36.....................................................................783
4.3 Comparação entre os testes SF-36 e Tinetti...................................785
5. DISCUSSÃO................................................................................786
6. CONCLUSÃO ..............................................................................791
REFERÊNCIAS..................................................................................792
APÊNDICES ...................................................................................801
APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .........801
APÊNDICE B: Dados estatísticos .......................................................801
APÊNDICE C: Carta de anuência .......................................................803
ANEXOS ........................................................................................804
ANEXO A: Termo de compromisso do projeto de pesquisa para TCC ......805
ANEXO B: Ata de orientação de TCC .................................................806
ANEXO C: Folha de rosto para pesquisa ............................................807
ANEXO D: Escala de avaliação de Tinetti: equilíbrio e marcha ...............808
ANEXO E: Questionário de qualidade de vida SF- 36 ............................810
ANEXO F: Folha de aprovação – Comitê de Ética em Pesquisa ...............814
INTRODUÇÃO
Envelhecer é um processo inseparável de todo ser vivente, em nível da
natureza humana esse processo torna-se não simplificado, tendo em vista os
fatores biológicos, psicológicos e socioculturais (DRIUSSO et al. 2006 p.183).
Segundo Netto (2007, p.3), a população mundial vem vivenciando um
processo de envelhecimento crescente, refletindo no aumento do numero de
pessoas com declínio das aptidões físicas, as quais são elementares para a
manutenção de sua capacidade funcional. Tendo respaldo dos diferentes estudos
demográficos e epidemiológicos, que proporcionam reflexões nos variados
aspectos vitais do ser humano, num contexto desafiador para a sociedade.
Dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas
(IBGE, 2010), houve um aumento considerável na expectativa de vida no Brasil,
em 2009 foram registrados os 73,17 anos; Em relação ao ano anterior, houve
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
alta de 0,31 anos (3 meses e 22 dias); Em analogia entre os anos de 1980 e
2009 a projeção foi de 10,60 anos, que equivale a 10 anos, 7 meses e 6 dias; O
resultado do Censo 2010 indica, que a atual expectativa de vida da população
do Brasil, poderá chegar a 81,29 anos em 2050.
Segundo Paschoal (2006, p.149), embora não haja uma definição única,
a qualidade de vida (QV) é composta por múltiplos aspectos da vida humana: o
social, a física e a psicologia, onde cada um desses abrange diversas dimensões;
Ele cita: “qualidade de vida é a percepção do individuo acerca da sua posição
na vida, de acordo com o contexto cultural e o sistema de valores, com os quais
convive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
A capacidade funcional pode ser compreendida como sendo a possibilidade
de estabilizar as habilidades mentais e físicas, as quais são primordiais para o
individuo manter sua independência e autonomia. No contexto global, promover
a saúde e a reabilitação, preconiza objetivos em aperfeiçoar, reestruturar e
permitir a capacidade funcional do Ser, com intensas e extensas perspectivas
(VERAS, 2006, p.144).
A
fisioterapia vem colaborar com a saúde do idoso e quer seja de forma
tratável ou preventivo tenta compreender os aspectos que geram diminuição
da autonomia, a perda da qualidade de vida nessa etapa da vida. Com novas
perspectivas e novos olhares sobre o idoso, a fisioterapia não se limita apenas
no idoso doente, atua na prevenção de morbidades de pessoas com grande
índice de susceptibilidade (ABREU, 2007, 58).
Chiovatto et al. (2007, p.606), acreditam que exercícios físicos são
recursos excelentes para reabilitação, essa modalidade terapêutica com amplas
indicações demonstra ser ideal para prevenir, retardar, melhorar e tratar as
disfunções físicas características do envelhecimento. A fisioterapia nos seus mais
diferentes campos de atuação, conta com um recurso histórico: a hidroterapia,
caracterizada por exercícios físicos na água com finalidades terapêuticas;
recebendo suporte cientifico para a prática, onde é complementada por áreas
da ciência que estudam as leis que regem as propriedades gerais do corpo, a
saber: a física – hidrostática, hidrodinâmica e termodinâmica (CAROMANO &
NOWOTNY, 2003, p.2).
A sintomatologia reflexa das múltiplas afecções que acometem o idoso,
como o quadro álgico, déficit de força muscular e equilíbrio, e marcha patológica,
impedem que os exercícios em solo não sejam realizados com total habilidade,
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sendo, portanto, o inverso no meio aquático, pelo fato de que existe a diminuição
da sobrecarga sobre as articulações, reduz a possibilidade de quedas e de
lesões. É importante enfatizar que a flutuação também permite ao idoso, realizar
a conduta e movimentos que não são possíveis em solo (RESENDE, 2007, p.58).
Com isso, o presente estudo analisou a QV de idosos em um programa de
fisioterapia aquática (FA), e ainda verificou o desempenho da marcha e equilíbrio,
com questionários específicos, relacionou a melhoria no funcionamento de
vários órgãos e sistemas, analisou a FA como prevenção de várias patologias do
envelhecimento, avaliou a melhora na coordenação e nas habilidades motoras,
a fim de reduzir consequentemente o risco de quedas.
1. MATERIAIS E MÉTODOS
1.1 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo Analítico, do tipo coorte longitudinal, com
acompanhamento curto e intervenção terapêutica do pesquisador sobre os
voluntários, baseado nos questionários aplicados.
1.2 Objetivos
O objetivo geral deste estudo foi analisar a qualidade de vida de idosos em
um programa de FA. Mediante isto, foi necessário planejar e executar objetivos
específicos para o presente estudo, a saber, verificar o desempenho da marcha
e equilíbrio com o questionário de Tinetti; relacionar a melhoria no funcionamento
de vários órgãos e sistemas; analisar a fisioterapia aquática como prevenção de
várias patologias do envelhecimento; avaliar a melhora na coordenação e as
habilidades motoras, a fim de reduzir consequentemente o risco de quedas.
1.3 Participantes da pesquisa
Inicialmente o estudo foi composto por 15 voluntários, que se propuseram
a participar da pesquisa, sendo informados anteriormente sobre os objetivos e
procedimentos; todos concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido - TCLE (Apêndice A); em função da prevalência e disponibilidade
de pessoas do sexo feminino a amostra foi composta apenas por mulheres;
após a primeira avaliação, 15 idosas iniciaram o programa; a amostra final foi
constituída por 14 participantes, pois estas concluíram o programa fisioterapêutico
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
proposto (foi excluído da análise um voluntário, por não completar o programa
terapêutico, tendo faltas excessivas), e as mesmas foram reavaliadas. A idade
das mulheres variou na faixa etária entre 59 e 73 anos, com idade média de
65,07 anos, +/- 4,20 anos.
1.4 Critérios de inclusão
Para fins de inclusão no estudo, as voluntárias apresentaram assiduidade
no programa, foram colaborativas com as manobras instruídas, e permitiram
submeterem-se as avaliações e reavaliações dos questionários específicos;
estavam na faixa etária de 59 a 73 anos, com capacidade cognitiva preservada
para entendimento das informações, independência na marcha, ausência de
contraindicação médica ao exercício e assinaram o TCLE (Apêndice A).
1.5 Critérios de exclusão
Conforme acordado, ficaria fora da pesquisa, o participante que
apresentasse falta as sessões, igual ou superior a três; apresentasse desinteresse
durante as atividades e quem não fosse reavaliado ao término do estudo; nos
critérios de exclusão, ainda abrangeram: não estar na faixa etária estabelecida,
ser portadora de alguma doença neurológica, e/ou em situação de cadeirante, e
não contemplar os critérios de inclusão.
1.6 Local
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital
Otávio de Freitas com parecer de aprovação nº 0013.0.344.000-11 (Anexo F),
e mediante isto, o estudo foi desenvolvido no Centro de Reabilitação Vida Ativa,
no período de 23/05/2011 a 06/07/2011. CNPJ: 11.237.751/0001-42 situada na
Rua Prefeito José Alberto de Lima, 125 Jardim Santo Inácio – Cabo de Santo
Agostinho-PE CEP: 54515-530 Fone (081) 3524.1636 [email protected].
1.7 Materiais
O programa aquático foi desenvolvido em uma piscina terapêutica, com
formato retangular nas dimensões 4m x 7,50m e profundidade de 1,45m a 150m,
em temperatura média de 32 ºC. Para manter registro visual utilizou-se máquina
fotográfica digital 5.0 pixels, marca Samsung. Para coleta de dados foram
necessários os seguintes materiais: caneta esferográfica, fita métrica flexível,
cadeira com apoio para braços e dois questionários para registrar os dados de
cada voluntária. Para o atendimento fisioterapêutico foram utilizados: flutuadores,
estepe, hidro halteres, tornozeleiras, faixas elásticas com resistências variadas,
cama elástica, bola padrão, bexiga de sopro, material de propriocepção e colar
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cervical. Cada objeto foi utilizado de acordo com a necessidade de melhor
desenvolver os exercícios e sempre direcionados para os ganhos específicos.
1.8 Procedimentos
Na pesquisa as voluntárias foram avaliadas antes e após a intervenção;
as entrevistas foram agendadas previamente de acordo com a disponibilidade
das voluntárias, as mesmas foram avaliadas em solo, individualmente, por um
único avaliador, na mesma semana (quarta-feira e sexta-feira) e orientadas a
não repassarem informações às outras participantes.
Os dados foram coletados de acordo com dois testes específicos: O
questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36 – Item Short-Form Health
Survey) (Anexo E) e a Escala de Tinetti (Anexo D).
1.8.1 Avaliação da QV
Optou-se pela aplicação desse questionário SF-36 sob a forma de
entrevista direta direcionada a participante, em que as perguntas eram lidas
pelo entrevistador sempre na mesma ordem e sendo solicitado que respondesse
usando apenas uma das respostas, foi aplicado em um tempo aproximadamente
de 15 minutos (min). Este questionário foi traduzido e validado para uma versão
em português, com o objetivo de mensurar o bem estar do paciente brasileiro,
respeitando as propriedades desse instrumento multidimensional e as normas
preestabelecidas na literatura, num contexto cultural específico. 36 perguntas
abrangem o teste, onde se subdividem em oito escalas: aspectos físicos,
mentais, sociais, emocionais, vitalidade, capacidade funcional, dor e estado
geral de saúde.
Os dados são analisados a partir da transformação das respostas em
escores, a pontuação geral nesse questionário multidimensional varia entre “0”
(pior QV) a “100” (melhor QV); é importante ressaltar que esse teste nos informa
a variação (positiva ou negativa) da QV em relação ao inicio e final do estudo.
No domínio de Aspectos físicos, 4 perguntas avaliam a disponibilidade do
indivíduo em relação ao tempo que ele dedica a realizar um trabalho, limitação e
dificuldades para realizar suas atividades. No quesito sobre Aspectos mentais, 5
itens abordam e questionam sobre estado de nervosismo, depressão, desânimo,
abatimento e felicidade. Para os Aspectos sociais, o teste capta 2 informações
sobre o relacionamento com amigos, familiares e vizinhos e se há interferência
nesta interação decorrente de algum problema no âmbito social. 3 perguntas nos
dará informação sobre a relação diária da pessoa avaliada com suas atividades
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
e se houve algum problema na execução deles, isto é o que avalia os aspectos
emocionais. Em relação à Vitalidade, 4 itens avaliam o vigor, o esgotamento
físico, a força e o cansaço nas últimas 4 semanas. A Capacidade funcional
mensurada no SF-36 é composta por 10 itens que investiga as habilidades na
execução das atividades da vida diária. No domínio Dor, 2 itens avaliam a dor no
corpo e quanto a dor interfere no seu dia a dia nas últimas quatro semanas. O Estado geral da saúde busca mensurar em 5 itens, a atual percepção e
suas perspectivas nesse âmbito.
1.8.2 Avaliação da marcha e equilíbrio
Neste segundo questionário as voluntárias foram submetidas à avaliação
da capacidade funcional caracterizados pela marcha e equilíbrio, a participante
realizava as manobras solicitadas enquanto o entrevistador observava e
registrava os dados, este por sua vez, foi aplicado em aproximadamente 10 min.
O índice de Tinetti é subdividido em duas escalas: de marcha e equilíbrio.
Na análise da marcha a paciente caminhou pela sala de avaliação no passo
normal e em seguida voltou com passos rápidos; nessa escala sete itens foram
observados: início da marcha, comprimento e altura dos passos, simetria dos
passos, continuidade dos passos, direção, tronco e distância dos tornozelos. Para
análise de equilíbrio, de início a participante ficou sentada em uma cadeira sem
braços, e as seguintes manobras foram testadas: equilíbrio sentado, levantando,
tentativas de levantar, primeiros cinco segundos assim que levanta, equilíbrio
de pé, teste dos três tempos, olhos fechados, girando 360º e sentado, esses
totalizaram nove itens pertinente à escala. A soma da pontuação do índice de
Tinetti totaliza 28 pontos, portanto, a diminuição da pontuação é inversamente
proporcional ao aumento do problema; pontuação inferior a 19 pontos indica
risco cinco vezes maior de quedas.
1.8.3 Elaboração da conduta terapêutica
Elaborou-se especificamente para essa pesquisa, um programa de FA
com doze (12) sessões, sendo aplicado durante seis (6) semanas consecutivas,
tendo duas (2) sessões semanais, com duração de sessenta (60) min cada. A conduta terapêutica foi elaborada por exercícios para aquecimento (5
min), alongamento (10 min), exercícios de fortalecimento de membros inferiores e
superiores (20 min), exercícios de equilíbrio e resistência (20 min), e relaxamento
muscular (5 min), todas as atividades levaram em consideração os aspectos
específicos da pesquisa.
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1.8.4 Programa terapêutico da FA
Nas sessões, as participantes usaram roupas adequadas ao ambiente
aquático e assim começaram o atendimento.
 Aquecimento e adaptação ao meio (5 min)
Em todas as sessões, inicialmente, o grupo começava aquecendo,
sendo efetuados exercícios dinâmicos, aeróbicos e de coordenação, recebendo
orientações em relação ao controle respiratório; essa fase tinha por objetivo
preparar os sistemas cardiorrespiratórios e musculoesqueléticos para as
próximas fases do programa.
As pacientes ficavam em posição ortostática e deambulavam normalmente
como se estivessem em solo, para frente, para traz e de ambos os lados; de
acordo com o desenvolvimento das manobras, progressivamente, era acelerado
os exercícios para aquecimento; essa conduta era complementada com
movimentos sincrônicos de abdução e adução dos membros inferiores (MMII) e
membros superiores (MMSS).
Esses movimentos foram feitos individualmente, controlados pelo
terapeuta para execução correta e, também, para que fossem feitos no tempo
programado.
 Alongamentos (10 min): repetido duas vezes e mantidos por 30 seg.
Posteriormente a conduta de aquecimento, iniciava os alongamentos (Figura 1)
dos principais músculos e grupos musculares, bilateralmente (bíceps e tríceps
braquial, flexores e extensores de punhos e dedos, peitorais (Figura 2), tríceps
e quadríceps femural, tríceps sural), de forma ativa, livre e com utilização de
flutuadores.
Figura 2 – Alongamento da cadeia anterior.
Figura 1 – Sessão de alongamento da cadeia lateral.
Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador, 2011.
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Figura 3 – Alongamento dos flexores dos dedos. Figura 4 – Alongamento dos flexores do punho.
Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador, 2011.
Nas condutas respeitava-se a individualidade de cada participante e o
tempo estipulado para cumprir todos os alongamentos; o terapeuta realizava
as manobras e as participantes faziam os movimentos semelhantes, e quando
havia necessidade de ajustar, orientar e melhor posicionar a paciente, isso era
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
No alongamento dos músculos isquiotibiais a paciente ficava em posição
ortostática com as costas estabilizada na parede, elevava um dos MMII em
extensão de joelho e flexão dorsal do tornozelo e mantinha por 30 segundos;
Para alongar o tríceps sural, mantinha-se em ortostatismo com as mãos apoiadas
nas barras da piscina, realizava um passo largo para frente de forma que o
joelho anterior posicionava em flexão, e o joelho posterior ficava em extensão,
os pés mantinham contato o tempo todo com o fundo da piscina;
Para alongar a musculatura do quadríceps femural as pacientes foram orientadas
a descarregar o peso corpóreo unipodal (com apoio das barras ou não), realizar
concentricamente extensão máxima de quadril e flexão máxima do joelho
(aproximar no máximo o calcanhar da região glútea, de acordo com o limite da
sua dor).
Em relação ao alongamento dos flexores dos dedos e punhos, o grupo se
posicionava em pé, com os braços estendidos, abduzidos e elevados acima da
cabeça, com dedos entrelaçados e mãos em supinação, conforme demonstra as
Figuras 3 e 4.
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feito no ato sem prejuízo da atividade.
 Exercícios de fortalecimento dos MMSS e MMII (20 min)
Para essa atividade os exercícios foram feitos individuais, em dupla (Figura
5) e em grupos, explorando sempre a potencialidade de todos; os exercícios
aquáticos eram realizados com resistências: faixas elásticas, hidro halteres,
flutuadores e bexiga de sopro cheia de água (Figura 6).
Figura 5 – Trabalho de fortalecimento em dupla. Figura 6 – Exercícios aquáticos de
Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador, 2011.
fortalecimento, realizados com resistências.
Quando se tratava de fortalecimento dos MMSS e MMII, foi possível
trabalhar esses ganhos, não gerando fadiga nos participantes, com pequenos
intervalos entre as mudanças de exercícios. A intensidade do esforço foi
aumentada gradualmente até o nível de treinamento programado;
Para fortalecimento dos MMSS, os exercícios eram executados com
resistência; usando flutuadores, seguravam com as duas mãos e faziam
movimentos de adução, abdução, flexão, extensão e elevação, isto, em dupla,
sempre em dois posicionamentos, de frente e de costas um para o outro (Figura
7). Seguintes depois, individualmente, os fortalecimentos eram feitos com argolas,
bolas e hidro halteres, (usava-se um material de cada vez), faziam caminhadas
com elevação dos mesmos, movimentos de aproximação e afastamento do
acessório em relação ao tronco (Figura 8); em posição ortostática, com elevação
dos braços na altura do ombro e em extensão, o objeto era segurado e vencendo
a resistência da água fazia movimentos latero-lateral. Cada exercício aquático
era executado em uma série de 30 repetições.
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Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador, 2011.
Figura 8 – Trabalho individual de fortalecimento,
vencendo a resistência água com a bola, em
diferentes movimentos.
Para ganho de força nos MMII, o protocolo foi bem diversificado; na
perspectiva de fortalecimento da musculatura anterior, posterior, adutora e
abdutora, usaram tornozeleiras que variavam entre 500 kg a 2 kg e realizaram
os seguintes exercícios: caminhadas, executando flexão e extensão do joelho e
quadril. Paradas em posição ortostática faziam adução e abdução das pernas.
Sentadas com as costas apoiadas na parede da piscina, faziam os principais
movimentos permitidos pelas articulações dos MMII (Figura 9). Também foi
realizado treino de marcha, subir e descer degraus (com o estepe e tornozeleiras).
Complementando o trabalho de ganho de força, com a ajuda de flutuadores
posicionados na região axilar, as voluntárias ficaram em flutuação e executavam
movimentos de bicicleta com as pernas, estas, estando livres, apenas vencendo
a resistência imposta pela água. Outra atividade realizada com flutuadores foi
posicioná-los na região abdominal (estando em decúbito ventral), simulavam os
movimentos da natação, de forma sincrônica e reciproca dos MMII (Figura 10); o
terapeuta dentro da piscina sempre interagia com todos e ajustava os exercícios
para melhor desempenho, alguns exercícios eram feitos em uma série com 30
repetições para cada membro e outros eram desenvolvidos com duração de 2
min.
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Figura 7 – Fortalecimento dos MMSS com
resistência de flutuadores; trabalho em dupla.
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Figura 10 – Trabalho de ganho de força nos
MMII; realizando flexo-extensão de joelhos em
decúbito ventral, com suporte abdominal.
Figura 9 – Fortalecimento com tornozeleiras,
bilateralmente, em pés. Realizando os movimentos
permitidos pelos MMII.
Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador, 2011.

Exercícios de equilíbrio estático / dinâmico e resistência (20 min)
No protocolo de exercícios de equilíbrio, foram trabalhados diferentes tipos
de marcha; marcha em círculo com as mãos dadas: marchavam lateralmente,
de frente e de costas, ao comando verbal do terapeuta mudavam o sentido entre
horário e anti-horário, foram feitos duas vezes cada tipo de marcha. Marcha
em fila (Figura 11): se posicionavam, de forma que as mãos eram apoiadas na
cintura ou no ombro do participante da frente, objetivando estimular o equilíbrio,
era feitos movimentos em curvas e em direções variadas, guiadas pelo terapeuta.
Marcha individual de costas e lateralmente com passos largos.
Corrida com bola: nesse exercício, cada participante segurava uma bola
e teria que explorar todo o espaço da piscina, indo de uma extremidade a outra.
Para associar o equilíbrio com uma melhor resistência física e respiratória, foram
acrescentados exercícios aquáticos com o uso da cama elástica e estepe (Figura
12); todos os idosos se posicionavam em fila e de forma dinâmica sem que eles
ficassem parados, individualmente, colocava-se em cima de uma cama elástica
(descarregava o peso unipodalmente e o transferia para o outro membro, depois
sincronicamente fazia adução e abdução dos MMII), pulava para o estepe e
depois para outra cama elástica (repetindo a sequência anterior).
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Figura 11 – Grupo em um trabalho de equilíbrio
dinâmico, disposto em fila, marchava em varias
direções.
Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador, 2011.

Relaxamento (5 min)
Para esse momento, as atividades aquáticas eram feitas com baixa intensidade
de esforço, mantendo em atividade os grupos musculares mais trabalhados
na sessão. Eram realizadas massagens nas mãos, pés e costas com bolinhas
e rolinhos de propriocepção, beneficiando a circulação sistêmica; cada
participante fazia uso de um material desse e seguia as instruções repassadas:
foi solicitado que posicionasse a bolinha de propriocepção entre as mãos e
fizesse movimentos circulares, ora com as mãos imersas na água ora com
elevação dos braços (Figura 13); para os pés, além de movimentos circulares
foi pedido que exercesse a pressão do pé sobre a bolinha. Para massagear
as costas, gerava-se um atrito dos materiais de propriocepção nas regiões
do trapézio (superior, médio e inferior), o grupo caminhava em círculo, e de
forma interativa cada participante massageava o colega que estivesse à frente,
observar Figura 14.
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Figura 12 – Administração do protocolo de
treino de equilíbrio e coordenação motora,
com uso de cama elástica e estepe.
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Figura 13 – Etapa final da sessão, grupo em
momento de relaxamento e desaceralação,
com materiais de propriocepção nas mãos.
Figura 14 – Caminhada em circulo, onde cada
participante massageava as costas do colega da
frente.
Fonte: Arquivo pessoal do pesquisador, 2011.
Nesta etapa, ainda era preconizado um relaxamento geral em flutuação, onde
todos ficavam em decúbito dorsal, fazendo uso de acessórios como colar cervical
e flutuadores na região axilar e fossa poplítea.
 Término da pesquisa
Após seis semanas, quando concluiu o cronograma de aplicabilidade da
pesquisa, foram reaplicados os dois questionários pelo mesmo examinador, a
fim de verificar as possíveis melhorias.
1.9 Análise estatística
A análise estatística foi composta por análise descritiva, objetivando obter
o perfil do conjunto de dados, por meio de medidas de localização (média e
mediana) e de dispersão (desvio padrão, coeficiente de variação). Foi analisado
se as variações eram equivalentes ou não, e com isso, foi realizado o teste
t-student para as amostras pareadas. Foram utilizados na aferição estatística os
softwares STATIX 9.0 e IBM SPSS ADVANCED STATISTIC 20.0 para modelagem
a ajuste dos dados.
2. O ENVELHECER E A REALIDADE ATUAL
O século XX marcou definitivamente os estudos direcionados a um dos
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2.1 Panorama nacional
Informações pertinentes à evolução demográfica do Brasil constata que
o país alcançou a marca de 190.755.799 habitantes, esses resultados atuais
e definitivos são partes do XII Recenseamento Geral do Brasil realizado pelo
IBGE no censo demográfico 2010; comparativos entre o primeiro recenseamento
brasileiro e o último apontam progressivos crescimentos populacionais.
Os níveis de fecundidade e mortalidade influenciam diretamente o
quantitativo populacional, em 1940 as taxas desses dois indicadores estavam
elevadas; uma década depois houve uma inversão nos níveis, onde a mortalidade
decresceu e consequentemente a fecundidade aumentou, porém esse aumento
não persistiu por mais de 20 anos, em meados do ano de 1970 e nas quatro
décadas seguintes houve uma expressiva queda das taxas médias geométricas
de crescimento anual, chegando em 2010 com a menor taxa registrada: 1,17%
(Tabela 1); comparando os dados estatísticos de 2000 e 2010 a população do
Brasil relativamente obteve crescimento de 12,3% (IBGE, 2011).
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
ramos mais importantes da ciência: a Gerontologia. Toda abordagem pertinente
ao idoso, entrelaça-se em diversos componentes específicos, a saber: saúde,
doença, velhice e envelhecimento (NETTO, 2007, p.3).
Atualmente, chegar à velhice é uma possibilidade e de fato uma realidade
que a população mundial está sendo presenteada, com o avanço de diversos
fatores entre eles: o da Ciência; no geral, envelhecer não é privilégio de poucos,
não existe acepção entre a população de países ricos e pobres para envelhecer,
mesmo que os parâmetros e as politicas públicas de saúde não sejam iguais em
todos os países (VERAS, 2009, p.550).
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Tabela 1 – População e taxa média geométrica de crescimento anual do Brasil entre 1872 e
2010.
Fonte: IBGE, 2011
2.2 Aumento da população idosa e expectativa de vida
O aumento da população idosa e da expectativa de vida são aspectos recentes
da história humana; nesse aspecto de envelhecimento populacional brasileiro,
analisou que essas mudanças poderiam ser relacionadas a dois fatores: a queda
da mortalidade e fecundidade; esses fatores compõe a fase que chamamos
de transição demográfica e o Brasil rapidamente vivenciou essa etapa, que se
caracteriza pela diminuição da taxa de fecundidade logo após o declínio da taxa
de mortalidade (FELIX, 2009, p.19-20).
A representatividade da população brasileira na última década tem alcançado
recordes inesperados; o crescimento da população adulta ganha destaque,
pois segundo dados estatísticos apontados pelo censo do IBGE, há uma
diminuição na proporção de jovens e aumento na proporção de idosos (FOLHA
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apresentando características de um aumento na expectativa de vida; 4,8% era
o percentual registrado em 1991 da população idosa acima de 65 anos ou mais,
esse percentual evoluiu para 5,9% na década seguinte, isto no ano de 2000, e
chegando a 2010 com o crescimento da participação relativa dessa população
idosa, representando 7,4% da população brasileira (IBGE, 2011).
Figura 15 – Pirâmide etária Brasil 2010
Fonte: IBGE, 2011.
Além disso, tem-se observado que “o crescimento da população acima
de 60 anos modifica o perfil sócio-demográfico-cultural, suscitando uma série
de previsíveis consequências sociais, econômicas, culturais e epidemiológicas”
Cunha et al. (2010, p.3). Observa-se ainda em uma abordagem mais global,
que as alterações nesse perfil, nos leva a preocupar-se com a responsabilidade
de proporcionar QV a esses anos adicionais.
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
DE ALPHAVILLE, 2011). O Brasil altera sua estrutura etária (Figura 15),
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Com a ampliação do número de idosos no mundo, é importante lembrar
e chamar a atenção para o fato de que isto está acontecendo em um curto
período de transição, os países começam a se prepararem para os principais
desafios e suas consequências sociais que serão enfrentados com esse novo
perfil (VERAS, 2009, p.551).
Em analogia entre a população idosa no Brasil e no mundo, dados
colhidos pelo IBGE em 2002, mostra que o país será o sexto com a maior
população de idosos; vale ressaltar que até o ano de 2020 a população idosa
chegará a 31,8 milhões de pessoas (Figura 16) (CUNHA et al. 2010, p.3).
Figura 16 – Distribuição etária da população por sexo entre 2000 e 2035.
Fonte: IBGE, 2011.
No que tange o processo do envelhecer, o Brasil vivência um aumento
considerável da longevidade populacional; e com aumento da expectativa de
vida dos indivíduos, cresce também à susceptibilidade do idoso, as patologias
crônico-degenerativas e inatividade (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010, p.472).
Felix (2009, p.19-20), instiga questionamentos quando aborda a
qualidade de vida que será ofertada a esses idosos, frente ao desenvolvimento
do futuro, nesse novo perfil populacional, onde esse moderno cenário faz
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e responsabilidade social.
Os fatos e as evidências do aumento da expectativa de vida chama a
atenção para novas politicas que devem ser elaboradas, os atuais modelos
adotados mostram incompatibilidade com nossa nova realidade, sendo os
mesmos ineficientes e de custo elevado. Assim, fazem-se elementares novos
mecanismos, novas diretrizes e novos planejamentos, com promoção do
envelhecimento saudável e atenção integral de forma que o sistema suporte a
demanda. No Brasil há a necessidade de modificações na politica nacional, e
que essas ações sejam respaldadas na atenção básica da qualidade de vida,
com o envelhecimento saudável, pois o idoso precisa vivenciar de forma digna
esses acréscimos de anos, que foram proporcionados pelo avanço da ciência
(VERAS, 2009, p.550).
2.3 Processos do envelhecimento
Intrínseco, progressivo e declinante, é assim que Abreu (2007, p.46)
caracteriza o processo de envelhecimento; próprias dessa etapa, as alterações
anatômicas e fisiológicas não são produzidas de processos patológicos; existe
uma variabilidade de organismo para organismo.
Para Paschoal (2006, p.150), cada indivíduo pautará sua vida de
diferentes formas, mediante as possibilidades, medos, expectativas, conceitos
e valores. O processo de envelhecimento é peculiar ao idoso, haja vista que
ninguém repete o envelhecimento do seu próximo, para cada pessoa e para
cada dia, surgem múltiplas oportunidades de resultado final. Dentre outras
categorias podem ser citados aspectos imutáveis e mutáveis.
De acordo com Yuaso & Gomes (2007, p.557), a definição do ato de
envelhecer, é analisada mediante a alteração da capacidade funcional dos
sistemas do corpo humano, podendo desencadear possíveis processos
patológicos, e tendo em sua grande maioria desenvolvimentos crônicos e
degenerativos.
A este respeito, Ramos (2003, p.795) pontua que se pode considerar
o idoso saudável aquele que preserva sua capacidade funcional, mesmo
sendo portador de alguma patologia, estando em equilíbrio entre o padrão do
normal e do patológico. Ainda conforme o autor, o processo de envelhecimento,
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
exigências complexas e solicita um olhar especial à dignidade humana, direitos
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fisiologicamente, inicia-se na concepção do organismo, e com o desenvolvimento
deste, segue uma linha ascendente condicionada à evolução, onde sofrerá
sucessivas mudanças progressivas.
Biologicamente, o processo de envelhecimento é irreversível, uma vez que
é influenciado intrínseca e extrinsecamente por fatores genéticos, pelo tempo e
condições ambientais; mas a esse fenômeno, pode-se agregar um melhor estilo
de vida como mecanismo de potencial para retardar ou exacerbar essa evolução
(GARCIA et al. 2009, p. 10).
Em concordância com o desenvolvimento biológico, a velhice pode ser
compreendida como um fenômeno múltiplo e complexo, que assume a última
etapa da evolução humana, não tendo a mesma, um indicador especifico para o
seu início; do ponto de vista social, mesmo que com pouca intensidade, associase ainda velhice a perda das funções e ganhos de doenças. (FELIX, 2009, p.20).
É fato afirmar o incansável desejo dos seres humanos no aumento da
longevidade, sendo percebido isto, desde os primórdios da humanidade. Porém,
correlacionado a esse processo, é primordial que ocorra intensas ampliações
e possibilidades nos vários âmbitos sociais, que visem melhoria na saúde da
população idosa (NETTO, 2007, p.3).
2.4 Alterações fisiológicas e declínio das funções com o envelhecimento
A intensidade das mutações e dos danos que acometem o organismo no
decorrer da vida é variável, as grandes modificações serão reflexas do ponto de
vista genético, fisiológico, patológico, psicológico, nutricional, social e ambiental
(MEIRELES et al. 2010, p.105).
Merece destaque as alterações celulares, haja vista que as células
envelhecem com intensidade distinta e essa modificação desenvolve de modo
variável em cada órgão; células sanguíneas e da epiderme mesmo com a
senescência conseguem ser regeneradas pelo organismo, o mesmo não
acontece com células de outros órgãos, entre elas: células nervosas, do fígado,
tireóide e miocárdicas que são irrecuperáveis no envelhecimento; ainda, no
que se refere a essa mutação, o corpo senil sofre com redução do conteúdo
aquoso intracelular e consequentemente reduz também o número de células
nele (ABREU, 2007, p.47).
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
As perdas mais significativas do sistema muscular são definidas quando
há degeneração das fibras musculares, onde haverá sofrimento tanto a nível de
fibras vermelhas quanto das fibras brancas, o diferencial entre as tais, é que nas
primeiras há redução do quantitativo delas, enquanto nas segundas há redução
de seu volume; com a idade avançada o músculo sofre, tendo troca das fibras por
tecido conjuntivo (KAUFFMAN, 2001, p.7; ABREU, 2007, p.48). Os autores ainda
apresentam, que no fenômeno do envelhecer o sistema ósseo sofre alterações
inerentes; morfologicamente o osso é modificado, decresce a atividade da
reabsorção interna óssea, do número de osteócitos, do equilíbrio no metabolismo
do cálcio e perda desse componente na matriz óssea.
Pereira (2006, p.23), enfoca que o aporte sanguíneo é heterogêneo para
os diversos sistemas do corpo e que o débito cardíaco é diminuído no decorrer
do envelhecimento; o fluxo plasmático cerebral e renal também decresce, em
média, respectivamente 20% e 50% dos níveis de normalidade, quando o idoso
atinge a faixa etária dos 70 anos.
Varias alterações funcionais ocorrem no sistema circulatório limitando sua
função, na maioria das vezes, essa limitação atinge em 50% a reserva funcional
desse aparelho no senescente, quando comparada a reserva funcional em
indivíduos jovens; é importante frisar, que as alterações estruturais do miocárdio
resultam em diminuição da concentração sistólica máxima e frequência cardíaca
(PEREIRA, 2006, p.23).
A respeito da reserva funcional, Affiune (2006, p.400) complementa o
que foi exposto anteriormente, quando assinala que modificações estruturais
levam a sua diminuição, como também da capacidade de tolerância aos grandes
estímulos, não possibilitando o individuo a desenvolver uma atividade física com
sucesso. Mediante os mecanismos citados, é compreensível a influência do
envelhecimento no débito cardíaco, onde este pode ser alterado em repouso
quanto em esforço. O autor cita ainda: diminuições na complacência ventricular,
arterial, do consumo máximo de oxigênio e da resposta de elevação da frequência
cardíaca.
Fatores endógenos e exógenos permitem as mudanças estruturais e as
alterações fisiológicas do sistema respiratório, acometendo os pulmões com
perda das propriedades de retração elástica, a caixa torácica com enrijecimento
das suas paredes, e a musculatura respiratória com redução da potência motora
e muscular (PIAZZA, 2008, p.286).
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No pulmão senil, as alterações no tecido conectivo de suporte e nas
concentrações de elastina e colágeno, reduzem as vias aéreas, os bronquíolos
e os sacos alveolares permitindo a diminuição do volume pulmonar; alargam
os ductos alveolares, comprometendo a eficiência das trocas gasosas.
O enrijecimento do gradil costal pode ser relacionado a calcificações nas
cartilagens condroesternais, e déficit nas concentrações de cálcio nas vertebras
e costelas tendo em vista o processo de senilidade, em consequência disso, não
será possível os pulmões expandirem de forma normal, ocasionando alterações
morfológicas nos mesmos e no trabalho respiratório, haja vista a redução da
capacidade vital e má distribuição da ventilação-perfusão (GORZONI & RUSSO,
2006, p.596-8).
De acordo com Abreu (2007, p.52), os déficits e as perdas do sistema renal
marcam a influência da idade nos aspectos funcionais, onde todo o aparelho renal
trabalha para manter a homeostase do meio interno. Há uma proporcionalidade
direta entre as mudanças funcionais e morfológicas; o rim senil apresenta
diminuição da capacidade de concentração de urina, da excreção e da absorção
de sódio. Com a desordem na estrutura do endotélio, há uma estenose do lúmen
gerando importantes reduções do suprimento sanguíneo para os glomérulos
corticais, do ritmo e respostas de filtração glomerular com perda de sódio e
potássio, e também dos níveis de creatinina e ureia no organismo.
De acordo com Brink (2001, p.473), o envelhecimento e suas patologias
associadas são decorrentes do declínio na homeostase de aspectos genéticos e
metabólicos que atuam na proliferação e a manutenção celular.
Inúmeros fatores estão paralelamente ligados às mudanças fisiológicas
do sistema nervoso central (SNC) e da sua atuação com o corpo, afetando seu
funcionamento; mudanças de atividades, alimentação, saúde, fatores genéticos,
e ambientais. Com a senescência, além das modificações morfológicas,
ocorrem deflecção da velocidade de condução em nível dos neurônios motores
e sensitivos do SNC e sistema nervoso periférico (SNP); diminuição das bainhas
de mielinas presentes nas fibras mielinizadas. (KAUFFMAN, 2001, p.14).
Para melhor compreensão do fenômeno anteriormente exposto, Meireles
et al. (2010, p.105) explicam que o córtex cerebral – composto por inúmeros
neurônios – assume um papel complexo no corpo humano, sendo ele também
uma das estruturas mais importante do SNC, pois dentre as distintas funções ele
interage na cognição, sensibilidade e motricidade.
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2.5 QV e sua relação com o envelhecimento
O bem estar na velhice é influenciado por números aspectos, fatores
e fenômenos que se entrelaçam; reflexos complexos e mutáveis, positivos e
negativos, heterogêneos e relativos. A QV no envelhecimento pode ser entendida,
como uma análise abrangente referenciada a critérios sociais e intrapessoais nos
padrões de normalidade, a respeito das ligações atuais, passadas e futuras entre
o senil e seu ambiente (PASCHOAL et al. 2006, p.150).
Rosa et al. (2003, p.2) nos chamam a atenção, que para a Gerontologia
a aptidão funcional está diretamente vinculada com a QV do idoso, uma vez que
esse bem estar é influenciado pelo campo de ação demográfico (sexo, idade,
estado civil, local da residência, composição familiar, situação de propriedade do
domicílio em que vive), psicossocial (faz atividades físicas, estado de saúde, visita
amigos e parentes, participa de grupo religioso, gosta ou gostaria de trabalhar,
auto percepção da saúde), cultural e socioeconômico (renda mensal per capita,
escolaridade, situação ocupacional),
Para Ferreira (2008, p.27), a QV é caracterizada pela subjetividade, uma
vez que engloba etapas pertinentes a condição humana; dependendo do contexto
de vida pessoal e de multifatoriais como sexo, idade, padrão cultural e social;
afirma ainda, que embora exista discordância em relação ao significado real da
palavra, vai muito mais além do que a presença ou ausência de saúde.
A relação de complexidade e subjetividade que conceitua a QV, em
sua totalidade aponta não apenas para conceitos tais como funções sociais,
psicológicas e físicas e sim para os danos causados por ela (MAGNABOSCO,
2007, p.33). A respeito da complexidade e da subjetividade, mensurar a QV na
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Na progressão do envelhecimento natural, o SNC e SNP apresentam
suas alterações a nível histológico, morfofisiológico e anatômico, repercutindo na
diminuição da massa encefálica, camada cortical e no quantitativo de neurônios,
lentificação na condução elétrica, atrofia neuronal com decréscimo do material
genético (MEIRELES, et al. 2010, p.105; ABREU, 2007, p.49).
Esotico (2009, p.20) concorda e acrescenta que com a instalação do
processo de envelhecimento a habilidade do SNC declina, a partir daí há uma
lentificação no feedback com os sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos,
esses três sistemas são responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
velhice não é tarefa fácil, uma vez que ela se apresenta de forma heterogenia
(PASCHOAL, 2004, p.1); o autor ainda levanta a questão, de quais instrumentos
usar, quais testes são específicos para esta idade, e se os protocolos são
adaptados para nossa realidade e para nosso contexto sócio-cultural.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica aspectos previsíveis que
podem intimidar a QV dos senescentes, são fatores ligados aos comportamentos
de vida e ambientais (CUNHA et al. 2010, p.3).
A fisiopatologia e o envelhecimento sendo aspectos progressivos
favorecem limitações, perda da independência, da autonomia e de mesmo modo
da QV (YUASU & GOMES, 2007 p.557).
2.6 Capacidade funcional na velhice
“O processo de envelhecimento é em geral, marcado pelo declínio da
funcionalidade, e esta, é identificada por meio das atividades que uma pessoa é
ou não capaz de realizar em sua vida diária” (FERNANDES, 2010, p.2).
Concordamos com Araújo (2008, p.15), quando este afirma que a
Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), pauta seus conceitos
com respaldo da OMS; para estes fins, a CIF contextualiza incapacidade e
funcionalidade baseado na saúde do ser humano. O conceito de “funcionalidade”
é abordado em seu aspecto positivo, analisando as funções do corpo com um
aprimoramento mais global, biopsicossocial, onde a funcionalidade é fator
primordial à saúde. Pode-se dizer que a CIF quantifica o potencial pessoal e
sua capacidade física nas multidirecionalidades; além disso, a CIF aponta que
a “incapacidade” é decorrente de diversas condições, apresenta alguma delas:
distúrbio da função, limitação social, ambiental e biológica.
Investigar a funcionalidade é importante para nortear o profissional e dá
uma noção mais específica das capacidades que o individuo apresenta, para
desenvolver atividades ou funções; neste sentido Esotico (2009, p. 18), pôde
constatar que a avaliação funcional é base para que determine diagnósticos e
prognósticos, sendo um mecanismo primordial para direcionar os tratamentos e
os cuidados ao idoso.
Embora o fator idade seja um dos principais fatores de risco para
instalação de algumas doenças no idoso, nesse fenômeno podemos afirmar que
a longevidade pode ser proporcional a independência e autonomia, pinceladas na
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
qualidade de vida, com meta na capacidade funcional, ou seja, na potencialidade
de manter sua autodeterminação e uma vida saudável; diante do que foi exposto
anteriormente, quando se cogita ideias que promovam a saúde, reabilite e
dê suporte em nível de assistência, o objetivo maior é restaurar, estabilizar e
aperfeiçoar a capacidade funcional do idoso, possibilitando-o ampliar a autonomia
e suas independências (VERAS, 2009, p.550-1).
Os primordiais elementos pertinentes à capacidade funcional, segundo
Andréa (2010, p.5) exemplifica-se na associação das atividades da vida
diária (AVD’s), que envolvem o ato de alimentar-se, fazer sua higienização
pessoal, locomover-se independente e conseguir vestir-se, com as atividades
instrumentais da vida diária (AIVD’s), que permite o indivíduo administrar seus
medicamentos de forma correta, administrar seu dinheiro de forma consciente,
manusear objetos com eficiência.
Dessa mesma forma, Andreotti & Okuma (1999, p.48), ressaltam que a
funcionalidade é importante em qualquer fase ou momento da vida, o ato de
independência mesmo sofrendo mudanças com a chegada da velhice, é um dos
fatores determinantes da expectativa de vida ativa, tendo o idoso uma expectativa
de vida saudável; envolvendo o envelhecimento nos aspectos multifatoriais,
é possível categorizar cinco níveis diferentes da capacidade funcional no
senescente.
Idosos fisicamente dependentes são aqueles que precisam de outras
pessoas para desenvolver suas atividades básicas da vida diária (ABVD).
Conceitua os idosos fisicamente frágeis os que realizam ABVD, mas em
contraponto, executam apenas algumas AIVD. Fisicamente independentes são
os senescentes que realizam as duas atividades citadas anteriormente, mas em
sua grande maioria são sedentários; os fisicamente ativos pertencem à classe de
idosos que praticam algum tipo de atividade física frequentemente; e por último,
os que representam uma pequena parte da população: idosos atletas, este por
sua vez envolvem-se em atividades competitivas (ANDREOTTI & OKUMA, 1999,
p.48).
De acordo com Alves; Leite & Machado (2010, p.472), a incapacidade
funcional pode ser contextualizada pela falta de domínio para executar atividades
cotidianas que variam das mais básicas até as mais elaboradas, havendo suporte
externo para que as mesmas sejam concretizadas; complementam ainda, que a
incapacidade funcional está diretamente relacionada a fatores individuais, sendo
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
estes, responsáveis por esse processo. Há a necessidade de estudos específicos
que relacionem os determinantes da incapacidade entre a população senescente,
mas na sua grande maioria, apontam que para o declínio funcional existe uma
relação da individualidade com os aspectos demográficos e socioeconômicos.
Dentre os comprometimentos mais importantes nessa faixa etária, podemos
citar as quedas, que por apresentar alta incidência e recorrência torna-se um
problema de saúde coletiva, e mediante suas frequências associa-se a outras
morbidades comprometendo a funcionalidade; o idoso dependente representa
uma mudança na rotina familiar, exigindo cuidados e olhares diferenciados,
infelizmente, quando a família não sabe administrar a situação, se vê na escolha
de transferi-lo do convívio familiar para o convívio institucionalizado, e de qualquer
forma o senil passa a representar alto custo social e econômico (SARMENTO;
PEGORARO; CORDEIRO, 2011, p.85).
O comprometimento funcional de vários sistemas do corpo humano
apresenta entre as diversas limitações, alteração no desempenho da marcha e
do equilíbrio da postura, permitindo o idoso à susceptibilidade de dependência
funcional. As probabilidades de diminuição de elaboração das AVD’s, e de
mesma intensidade, das atividades recreacionais e ocupacionais que exijam
mais empenho, são enormes, uma vez que haja a perda da amplitude de
movimento (ADM), nas principais articulações. Esses déficits proporcionam
uma não facilidade na elaboração das AVD’s, deixando-o incapaz em alguns
aspectos. (FRONTERA, 2001, p.7).
2.6.1 Marcha
Kirkwood et al. (2007, p.269), caracterizam a marcha como movimentos
complexos; onde anatomicamente os (MMII) foram estruturados para receber a
sobrecarga e impactos do corpo. Em relação ao fenômeno do envelhecimento
e o mecanismo da marcha, o autor supracitado afirma que as mudanças e os
comprometimentos agravam-se com a chegada dessa etapa da vida.
Para um melhor entendimento dos conceitos e diferenciação entre marcha
e caminhada, Lippert (2003, p.239) descreve o primeiro como sendo “[...] o estilo
ou a maneira de caminhar; cada pessoa tem um estilo único e este estilo pode
mudar ligeiramente com a disposição”. Para o segundo termo: “[...] é mover-se
de um lugar para outro com os pés”.
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2.6.2 Equilíbrio
O equilíbrio, também expressado pela ideia do estado de controle, é
definido como “manter-se no centro de gravidade” Bueno (2010, p.241); esse
contexto o abrange nas propriedades dinâmicas e estáticas. Lopes complementa
ainda que o equilíbrio relaciona-se com outras estruturas, e é elementar que haja
preservação das mesmas, dentre eles, visão, cerebelo, propriocepção, aparelho
vestibular.
Para Gonçalves; Ricci & Coimbra (2009, p.317), três aspectos incute
o equilíbrio humano, e esses desenvolvem ações recíprocas entre si: fatores
intrínsecos do indivíduo, o ambiente que ele está e as demandas exigidas; o
envelhecimento compromete o controle postural, e uma vez que essa estabilidade
apresenta déficit, o idoso fica propenso a quedas e seus agravos.
Soares (2007, p.92), ao investigar sobre o equilíbrio no geronte, pressupõe
que 85% das queixas em relação à instabilidade, são apresentadas por idosos
na faixa etária de 65 anos, e que as alterações de equilíbrio decorrentes desse
momento etário, podem ser desencadeadas por vários agentes etiológicos, de
forma que suas manifestações patológicas diferenciam, podendo ser uma leve
instabilidade, desequilíbrio propriamente dito, marchas anormais, emêses e
quedas importantes.
A manutenção do equilíbrio exige que haja uma fluidez na fisiologia do SNC
com outros sistemas que são coordenados por ele, a saber: o SNP, o sistema
sensorial e musculoesquelético; estes, apresentando uma resposta preservada
permitem que o indivíduo realize suas AVD’s e AIVD’s (ESOTICO, 2009, p.20).
No contexto do equilíbrio com a influência dos dados sensoriais, três
sistemas são importantes e requer uma integridade de sua funcionalidade; o
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
A mobilidade normal em seu conceito global abrange movimentos e
coordenação de estruturas, haja vista os mecanismos envolvidos; faz necessária
uma boa fluidez nos movimentos ósseos, no controle neuromuscular e nos
movimentos das superfícies articulares, mediante isto, é possível executar o
movimento desejado; o autor ainda complementa que a preservação do sistema
nervoso é fundamental, pois havendo capacidades funcionais, a mobilidade ativa
é executada, e correlacionando com a preservação das estruturas participantes
desse mecanismo é realizado a mobilidade passiva (HALL; BRODY, 2007, p.116).
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
sistema visual permitirá que o idoso consiga manter-se orientado no espaço e
tenha a percepção dos eixos verticais e horizontais que estão em sua volta, ao
mesmo tempo envia informações ao SNC dos movimentos corpóreos realizados
e associa com o ambiente externo; o sistema vestibular por sua vez, responde
ao SNC sobre as mobilidades da cabeça e o sistema proprioceptivo em parceria
com os receptores tendíneos, articulares e musculares responderão ao SNC
sobre o movimento do corpo em relação à superfície de sustentação, isto é o que
declara Esotico (2009, p.20).
Em questões relativas às disfunções de equilíbrio, Meireles et al. (2010,
p.105) complementa que as grandes modificações no organismo no decorrer
da senescência, no tocante a motricidade humana abrange três aspectos
elementares do movimento: estabilidade para os movimentos voluntários, os
automatizados (controle postural) e a ação de reflexos.
Reforçando o que foi exposto anteriormente, Burke (2009, p.2) enfatiza
que o controle postural encontra-se nos limites de estabilidade; o autor ainda
transpassa a ideia que “o controle postural pode ser definido como a capacidade
de manutenção do centro de massa corporal sobre uma base de suporte”.
Os órgãos e sistemas senis sofrem alterações fisiológicas reflexas da
velhice, segundo Lopes (2010, p.144) essas mudanças acomete o equilíbrio,
consequentemente muda-se a marcha normal do individuo e esse fica mais
propenso a quedas, apresentando limitações físicas. Vale salientar que secundário
as quedas, podem agregar fraturas, entorses e imobilidade; os aspectos da QV e
AVD’s são comprometidos.
3. FISIOTERAPIA AQUÁTICA
A FA, modalidade terapêutica da fisioterapia, e parte de um conjunto de
perspectivas de intervenção conhecida como hidroterapia, realiza-se a técnica
de cinesioterapia imersa em uma piscina terapêutica (água aquecida, geralmente
em torno de 32º C). As nomenclaturas usadas para conceituar o tratamento
aquático entram em conflito quando não bem exposto; pensando em evitar essa
possibilidade, é importante descrever os termos relacionados. A hidroterapia é o
uso da água como tratamento, associado com exercícios e pode ser administrada
por diferentes profissionais, quando essa intervenção terapêutica é desenvolvida
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Considerada como uma intervenção terapêutica milenar, a hidroterapia
expandiu-se nos âmbitos preventivos e reabilitadores, tornando-se um campo
de atuação de primordial importância para recuperação cinético-funcional
(BARBOSA, et al. 2006, p.137).
De acordo com Duarte & Pinto (2008, p.24), a FA renova-se com técnicas
e exercícios específicos, mediante propósitos que desenvolvam possibilidades
adequadas à prevenção e promoção da saúde. Sendo um método eficaz de
tratamento para a melhoria da funcionalidade vital, com benefícios terapêuticos,
pode o individuo realizar suas atividades de vida diárias.
3.1 Princípios físicos da água
Aspectos pertinentes às propriedades da água: flutuação, turbulência,
pressões exercidas, tensão, transferência de energia térmica e refração, são
essenciais para proporcionar o processo de reabilitação (GARRETT, 2000,
p.319).
Segundo Gomes (2007, p.32), a densidade é definida como uma grandeza
física que relaciona massa e volume; a água apresenta uma densidade pertinente
as suas propriedades, onde o consenso científico mensura em 1, mediante o
exposto anteriormente, permite-se afirmar que haverá uma proporcionalidade em
relação a densidade, onde qualquer matéria imersa no meio aquático, de acordo
com sua densidade, poderá permanecer em flutuação (se apresentar densidade
menor que 1) ou não (caso apresente densidade maior que a da água). O corpo
humano apresenta a densidade relativa de 0,97, por esse aspecto, o corpo tende
a flutuar no ambiente aquático.
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
pelo Fisioterapeuta, chamamos de FA, vale salientar também, que esse é o
termo mais recente e que apresenta coerência para conceituar a reabilitação
fisioterapêutica na água (GOMES, 2007, p.32-4).
Exercícios físicos regulares possuem resultados satisfatórios para
as principais patologias crônicas que acometem o idoso. A fisioterapia é
um mecanismo importante na intervenção geriátrica de qualidade, onde um
protocolo específico é administrado para tratar as mudanças clínicas e funcionais
características do idoso; demonstra amplo potencial em reduzir o declínio
funcional relacionado à idade, e auxiliam a manter um estilo de vida ativo e sem
dependências no idoso (JOHNSON, 2001, p.366/7).
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Orsini (2010, p.83) analisa os efeitos térmicos da água de modo específico,
numa óptica de que, há uma troca de calor entre o meio e o corpo, pelos
mecanismos de condução e convecção. A alteração de temperatura provoca
uma mudança sistêmica.
Tomando por base o princípio de Arquimedes, o mesmo afirma que,
quando um corpo encontra-se em um meio líquido, este, sofre um empuxo pra
cima, de forma que é semelhante ao liquido deslocado. Infere-se desse principio
e classifica-se a flutuação, a força experimentada como o empuxo, atuando
em sentido inverso a força gravitacional. Partindo desse pressuposto, pode-se
compreender que existe uma homeostase de forças opostas, no objeto imerso,
a saber: a da gravidade e da flutuação (RESENDE, 2008, p.58).
Para melhor entendimento da pressão hidrostática, faz-se primordial o
conhecimento da lei de Pascal, que aponta uma troca de pressão entre o objeto e
o meio aquoso, dependendo da profundidade de imersão. Quanto mais profundo
estiver o corpo, maior será a pressão exercida sobre essa região (BIASOLI, 2006,
p.227).
Reforçando as propriedades físicas da água, Carregaro & Toledo (2008,
p.25) caracteriza a viscosidade como um atrito entre o líquido e o objeto presente
na água, e em movimento; Quanto maior a viscosidade, maior será também a
resposta de movimento permitida, para se gerar mobilidade do corpo na água.
Em relação ao fluxo do líquido, três propriedades influenciarão, são eles:
velocidade, forma do corpo e oscilação; existem dois tipos de fluxos, o laminar e
o turbulento, onde o primeiro faz parte do movimento brando e lento, e o segundo,
rápido e com oscilações nas moléculas da água (SILVA & CANDELORO, 2000,
p.75). Os citados autores salientam ainda, que a tensão superficial se faz como
a resistência ao movimento, tendo leve influência e atua em musculaturas
pequenas ou com pouca resistência.
3.2 Efeitos fisiológicos da imersão
A maior parte dos efeitos biológicos da imersão está estritamente ligada
aos aspectos da termodinâmica e hidrodinâmica, a saber: pressão hidrostática,
densidade relativa, temperatura da água, viscosidade, flutuabilidade e fluxo
(ORSINI et al. 2010, p.83).
Aspectos que influenciam os sistemas corpóreos abrangem: temperatura
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3.2.1 Respostas cardiovasculares durante a imersão
De acordo com Candeloro (2006, p.8), o efeito de imersão acontece
imediatamente ao entrar na água, de forma que a pressão hidrostática age sobre
o individuo transferindo dos MMII para a região torácica, em média, 700 ml de
componente sanguíneo, e em consequência disto é promovido um aumento do
retorno veno-linfático, que no geral trará uma elevação na taxa do volume central
em aproximadamente 60%.
Correlacionado a isso, altera-se também os gastos energéticos, uma vez
que o coração deve elevar sua força contrátil e o débito cardíaco, em contraponto
a alteração nas concentrações do volume sanguíneo. Considera-se que as
diferenças nos níveis do débito cardíaco pode ser resultado da variabilidade
térmica da água; esses níveis crescem a um terço mais que o normal (BRAGA et
al., 2006, p.24).
Cavalcanti et al. (2006, p.30), sugerem respaldados em análise científica,
que diminuição da frequência dos batimentos cardíacos, diminuição do calibre
do vasos da extremidade inferior e mobilização do fluxo sanguíneo para outros
órgãos e sistemas, manifesta-se das respostas cardiocirculatórias do ato de
imergir na água.
Estreita relação é registrada entre a imersão e a resposta hipotensora,
sendo possível perceber que há uma redução da pressão arterial no pós-exercício
(PIAZZA et al. 2008, p. 286).
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
da água, o tempo que o individuo está dentro dela, o programa terapêutico
aplicado, a intensidade, a duração desses exercícios e o tipo de afecção do
senescente (IZOLA & BIASOLI, 2003, p.136).
A atuação fisiológica desenvolvida no ambiente aquático é sistêmica e
permeia respostas dos múltiplos sistemas, entre eles, o cardíaco, respiratório,
renal e musculoesquelético; possibilita também benefícios psíquicos e sociais
(ORSINI et al. 2010, p.83).
O conjunto de respostas fisiológicas é descrito milenarmente, respostas
essas, que são reflexas de uma variedade de condições no ato de imersão; Os
efeitos cardiovasculares e renais são inclusos nos múltiplos fatores mecânicos,
relacionados na interação humana à imersão (RUOTI et al, 2006, p.29).
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3.2.2 Efeitos da imersão no sistema respiratório
Quando falamos das alterações que acontecem no mecanismo respiratório
reflexos da imersão, temos um efeito inversamente proporcional no que diz
respeito ao volume central e da caixa torácica e abdome, pois segundo Cunha
& Caromano (2003, p.98) a pressão hidrostática aumenta o volume central e
diminui o volume da caixa torácica e do abdome; a pressão intratorácica elevará
seus níveis e para que o trabalho respiratório mantenha sua dinâmica será
preciso atingir um aumento de 65%.
Neste sentido Silva (2008, p.38) relata, um corpo em posição ortostática
dentro da água tolerará uma pressão hidrostática maior na região torácica, pois
fisiologicamente esta, mobiliza-se proporcionalmente aos ciclos respiratórios.
Evidências científicas apontam que a imersão em região torácica recruta
aceleração na frequência respiratória, exigindo um maior trabalho desse sistema,
pela forte pressão sofrida no arcabouço torácico. Aumenta o quantitativo de
sangue nos órgãos respiratórios mediante o aumento da pressão sanguínea;
possibilitando uma melhor perfusão, por causa do aporte sanguíneo nos vasos
pulmonares (CUNHA & CAROMANO, 2003, p.98).
3.2.3 Sistema renal versus imersão
De acordo com Arca (2010, p.15) a resposta do sistema regulador renal
à imersão é composta por diurese, natriurese e potassiurese, mediante essa
excreção aumentada há perda de volume plasmático. Algumas taxas hormonais
diminuem seus níveis como é o caso da vasopressina, aldosterona e renina,
enquanto o fluxo sanguíneo renal tende a subir imediatamente após a imersão.
Consoante mais o individuo atinge a profundidade mais aumenta o trabalho
desse sistema, exigindo eliminação de urina com importantes perdas de sódio e
potássio.
Para estes fins, Cunha & Caromano (2003, p.98) acreditam,
[...] o papel da diurese de imersão é usualmente explicado como um forte mecanismo
compensador homeostático para contrabalançar receptores cardíacos distendidos, reduzindo,
deste modo, a distensão atrial direita. Ele foi postulado como uma possível resposta protetora do
coração contra a sobrecarga de volume de pressão.
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Os efeitos hídricos podem intervir nas sensações dolorosas, por
propriedades que diminuem o grau de excitabilidade celular. Sob a óptica de
Machado & Biasoli (2006, p.80), os aspectos da imersão agem sensorialmente,
tendo em vista, percepção térmica que alteram o limiar da dor, e o contato e
pressão entre os mecanorreceptores cutâneos e a água; além disso, tem-se
observado que os grupos musculares atinge um grau de relaxamento, reduzindo
o seu tônus, aprimorado por uma melhor distribuição sanguínea.
3.3 Indicações
O ambiente aquático é um meio bastante indicado para desenvolver os
exercícios, haja vista os benefícios proporcionados: diversidade de estímulos ao
corpo, conforto e segurança; por isso a FA é uma modalidade indicada tanto a
nível de tratamento quanto de prevenção (GOMES, 2007, p.32-4).
Através de toda história é registrado o abrangente uso da água em
condutas terapêuticas. Em relação aos registros históricos das civilizações
antigas, é possível perceber o uso da água: a priori, como um método de cura, e
posteriormente com finalidades de reabilitação (RUOTI et al, 2000, p.14).
O meio aquático apresenta distintos fatores que aperfeiçoam e
potencializam a resposta terapêutica, Barbosa et al. (2006 p.136) destaca os
efeitos básicos e terapêuticos que o meio aquoso pode promover ao paciente,
nos segmentos motores, sensoriais, preventivos e psicológicos.
A reeducação da marcha é fundamental para que ocorra quebra dos
padrões anormais adotados por instalação de alguma afecção ou trauma, a
indicação da reabilitação aquática para estabilidade da marcha, se dá pelo fato
da flutuação, haja vista que iniciar deambulando na água é prática mais simples
a caminhar em solo; e existe ainda um baixo risco de lesão, sendo possível
descarregar parcialmente o peso do corpo nos MMII lesionados (ROESLER et
al. 2005, p.22).
Concordamos com Cunha et al. (2000, p.47) quando enfatiza, que nessa
modalidade o paciente com um nível elevado de limitação em solo, surpreendese com a destreza que pode desenvolver neste meio.
A pressão hidrostática que atua sobre os MMII quando o corpo está
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
3.2.4 Efeitos no sistema neurológico
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imerso na água, permite um aumento do retorno venoso, sendo essa alteração
importante para redução de edema nos MMII - fazendo com que haja a fluidez
da retenção hídrica nos espaços intersticiais; e redução dos quadros álgicos –
diminuindo a excitabilidade das células que levam estímulos sensoriais. Estes
efeitos promovem uma inibição gradual dos sinais flogísticos presentes, pela
redistribuição sanguínea (BUCHALLA, 2011, p.108; BATES, 1999, p.155).
A sobrecarga nas articulações é reduzida por certos atributos da
água, como também pela diminuição do peso corpóreo, podendo o individuo
desempenhar velocidade adequada para realizar as atividades aquáticas sem
gerar lesão articular, haja vista a ausência de real impacto (BUCHALLA, 2011,
p.109).
Carregaro & Toledo (2008, p.25) afirmam, em se tratando de efeitos da
redução da força gravitacional, à proporção que o participante adentra na piscina
terapêutica, diretamente há uma deflecção da força gravitacional sobre ele; na
administração de exercícios específicos respeitam-se seus condicionamentos
físicos e cardiorrespiratórios.
É comum o idoso com equilíbrio deficitário apresentar medo a quedas, o
meio aquático o deixa mais autoconfiante, estando o mesmo suspenso e mais
equilibrado para a atividade física aquática. Num contexto de que estar equilibrado
é permitir estabilidade em um determinado espaço, quer seja de forma dinâmica
permanecendo coordenado enquanto mobiliza-se, e/ou de forma estática
respondendo as forças atuantes do meio; considera-se a água excelente para
a melhora na capacidade de equilíbrio, pois o praticante participa da fisioterapia
aquática com leves velocidades na execução dos exercícios, tendo a perspectiva
e tempo hábil de responder a qualquer movimento de instabilidades (BRUNI et
al. 2008, p.57; CARNEIRO et al. 2009, p.427).
É possível elevar os níveis de capacidade cerebral com exercícios físicos,
Macedo (2010, p.138), enfatiza que essa modalidade melhora o suprimento
sanguíneo para o encéfalo, onde os componentes como oxigênio e glicose,
desempenham papel primordial para a fisiologia da região cerebral.
Rubert et al. (2007, p.145), enfocam que:
[...] o treinamento e a reabilitação com o uso de sobrecarga podem estimular uma plasticidade
no cérebro e na medula espinhal e até mesmo a neurogêneses, melhorando os resultados do
comportamento, assim como, o treinamento sensório motor intenso parecer funcionar bem
maneira “neuroprotetora”, durante o processo de degeneração lenta dos neurônios do SNC.
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Gimenes et al. (2008, p.171) acreditam que,
[...] a atividade física para o idoso é capaz de proporcionar efeitos orgânicos benéficos, incluindo
o bem estar gerais, a preservação da independência, a prevenção e tratamento de doenças, o
controle de situações especiais (estresse, obesidade) e a diminuição de dores crônicas.
Biasoli & Machado (2006, p.227), citam os efeitos terapêuticos da
água aquecida, numa óptica preventiva: evitando deformidades, hipotrofias e
estabilidade do quadro clínico do paciente; Para a atividade motora: atua na
promoção de melhor flexibilidade, coordenação motora ampla, reeducação
muscular e ganho de força; sobre o aspecto sensorial: favorece o equilíbrio,
proprioceptividade e reações da postura correta; Sob o contexto de que a FA
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Fatores no âmbito psicológico, tais como estresse e ansiedade
comprometem grupos musculares, de mesmo modo, variados tipos de lesões,
sensações dolorosas e fadiga refletem em tensão muscular, em uma piscina
aquecida de temperatura adequada, obtém-se relaxamento do corpo, e ampliar
os efeitos terapêuticos é proporcionar promoção do relaxamento muscular, com
esforço consciente para desfazer essa tensão nos músculos; na reabilitação
aquática esse relaxamento pode ser de forma local ou geral (JUNIOR, 2005,
p.35).
Biasoli & Machado (2006, p.227) ressaltam que a água demonstra eficácia
terapêutica minimizando os espasmos musculares, quando respeitados os
limites de temperatura e tempo; o fluido provoca nas regiões que estão imersas
um equilíbrio do tônus muscular, que estão fora dos padrões de normalidades e
espástico.
Deficiências proprioceptivas, em alguns casos, são reflexas de lesões ou
traumas nas extremidades inferiores, consequentemente, concluem em perda
do feedback proprioceptivo dos mecanorreceptores; O estímulo sensorial da
água faz-se de maneira efetiva, tornando-a indicada para treinar as deficiências
proprioceptivas do paciente, por meio que a FA foca-se em reativar essa função,
condicionando o ser humano para a fisioterapia tradicional (LEVIN, 2000, p. 313).
Os diferentes sentidos do corpo são despertados, a saber: visualmente,
auricularmente, pela via proprioceptiva cutânea e tato, possibilitando uma
integração sensório-motora; os estímulos gerados pela pressão da água buscam
respostas sensoriais que facilitam a percepção térmica e pressórica, induzindo o
individuo despertar para as variações sofridas.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
também tem como meta o bem estar social, mediante uma interligação do corpo
e da mente, é permitido e notório, analisar os efeitos psicológicos.
3.4 Contraindicações
Silva & Candeloro (2000, p.75), descrevem que se fazem indispensáveis
cautelas antecipadas na reabilitação aquática, sob o olhar das contraindicações,
assim como em qualquer terapia aplicada ao ser humano; pensando nas
possibilidades de evitar situações desconfortáveis e disseminação de processos
patológicos, as contraindicações podem ser classificadas de forma absoluta
(incondicional) e relativa (proporcional) mediante a clínica do paciente.
Contraindicação absoluta: doenças transmissíveis pela água (infecções
cutâneas), hipertermia superior a 38º, incontinência fecal e urinária, exceto casos
específicos, incapacidade cardíaca, entre outras. Em alguns casos, dependendo
dos relativos sintomas que o individuo apresente é possível usar essa terapia,
alguns podemos ser citados: hipertensão controlada, epilepsia, visão e audição
deficientes, processos patológicos sistêmicos (GOMES, 2007, p.32-4).
4. RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS
A amostra foi constituída predominantemente por mulheres (n=14), com idade
média de 65,07 (±4,20); As idades máxima e mínima foram 73 e 59 anos
respectivamente. Foram encontrados 5 (35%) na faixa etária de 59 – 63, seguidos
por 6 (42%) entre 64 - 68 e 3 (23%) no intervalo de 69 – 73 anos; distribuição por
idade conforme mostra a Figura 17.
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23
35
59 - 63 anos (n=5)
64 - 68 anos (n=6)
69 - 73 anos (n=3)
42
Figura 17 – Distribuição dos idosos por faixa etária.
4.1 Índice de Tinetti
A escala de Tinetti foi utilizada para avaliar a marcha e o equilíbrio. A soma
do índice de Tinetti apresenta uma pontuação máxima de 28 pontos (sendo 12
pontos para avaliação da marcha e 16 pontos para o equilíbrio), portanto, a
diminuição da pontuação é inversamente proporcional ao aumento do problema,
ou seja, pontuação inferior a 19 pontos indica risco cinco vezes maior de quedas;
e quanto maior a pontuação, melhor a capacidade funcional e independência
nas AVD’s.
Na Figura 18, podemos observar a pontuação média total encontrada que foi
de 24,21 (dp=±2,86) pontos, antes da intervenção e 24,71 (dp=±4,58) pontos na
reavaliação do teste pós aplicação do protocolo. Apesar da pequena diferença
entre as médias totais (24,71 / 24,21), o teste indica aproveitamento positivo,
uma vez que as pacientes (n = 6) que demonstraram rendimento negativo
somam 42,86% do total. O quantitativo restante evoluiu ou manteve sua condição
inicial, totalizando 57,14% (n = 8). Ainda, em relação à figura abaixo, verificase os seguintes escores: média da marcha 10,36 (dp=±1,09), e do equilíbrio
13,86 (dp=±1,77) na primeira avaliação e na segunda aplicação do questionário
para marcha e equilíbrio, obteve-se 10,57 (dp=±1,95) e 14,29 (dp=±2,63)
respectivamente.
Conceito A
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA (%)
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Figura 18 – Valores médios totais da avaliação do equilíbrio e marcha na fase pré e pós
intervenção no grupo de idosos.
A Figura 19 ilustra o desempenho total dos pacientes, individualmente. A maior
parte da amostra foi classificada com ótimo desempenho e sem risco de quedas,
8 (57,15,%) idosas, cuja pontuação foi igual ou superior a 25 pontos; 4 (28,55%)
idosas foram classificadas como desempenho parcial, com pontuação igual ou
maior que 19 e menor ou igual a 25 pontos; também pode-se observar no total
das participantes, que 2 (14,30%) idosas apresentaram alterações no equilíbrio
e marcha, ou seja, apresentaram pontuação inferior a 19 pontos na escala de
Tinetti, sendo estas, cinco vezes mais propensas a quedas, se comparadas com
os outros idosos.
Figura 19 – Valores totais da variação do desempenho de cada paciente.
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Conceito A
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781
A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Em relação à faixa etária com o escore inferior a 19, as idosas
apresentavam 66 e 69 anos, percebeu-se que pontuações baixas na escala
de equilíbrio e marcha de Tinetti, são frequentes em pessoas mais velhas,
porém, por representarem uma porcentagem pequena em relação à população
estudada, infere-se também, que existam outros fatores determinantes para
essas alterações além da velhice.
Fazendo uma abordagem no rendimento da amostra, de um total de 14
pacientes, foi verificado decréscimo de rendimento em 6 (42,86%). Nos demais,
5 tiveram melhora (35,71%) e 3 mantiveram seu rendimento inicial (21,43%);
o teste indica aproveitamento positivo, uma vez que as pacientes (n = 6) que
demonstraram rendimento negativo somam 42,86% do total. O quantitativo
restante evoluiu ou manteve sua condição inicial, totalizando 57,14% (n = 8).
Observa-se também que os resultados mais constantes, que foram os que não
se modificaram, pertencem aos pacientes com idades próximas à média (65,07
±4,20). Para uma verificação dos resultados com melhor ênfase, foi aplicado
ao resultado final do Índice de Tinetti, o cálculo de variação para demonstrar
quantitativamente o desempenho dos pacientes entre a primeira e a segunda
avaliação.
Entre os pacientes com decréscimo, a maior variação foi de -23,08% e a menor
de -9,52%, considerando que a paciente de maior variação negativa é a que
possui a amplitude etária máxima de n (73 anos); para as pacientes com melhor
desempenho, a maior variação é observada com 16,67%, analisa-se ainda, que
a melhor variação de desempenho é pertencente a paciente de 71 anos.
A Tabela 2 descreve os comparativos e reúne as variações antes e depois do
programa terapêutico.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Tabela 2 – valores das variações individuais antes e depois do programa terapêutico, em ordem
decrescente de desempenho.
PACIENTES
IDADE
ANTES
DEPOIS
VARIAÇÃO (%)
P4
71
24
28
16,67
P1
66
25
27
8,00
P3
61
25
27
8,00
P2
68
26
28
7,69
P13
65
26
28
7,69
P6
59
27
27
0,00
P10
61
28
28
0,00
P14
66
28
28
0,00
P11
62
26
24
-7,69
P12
65
21
19
-9,52
P5
69
20
18
-10,00
P9
60
24
21
-12,50
P8
66
20
16
-20,00
P7
73
26
20
-23,08
Através do Coeficiente de Correlação de Pearson (p), observa-se uma
fraca correlação entre idade dos pacientes e seu desempenho no teste de Tinetti
(p= -0,24). Porém ainda assim, existe uma tendência (demonstrada por reta
no gráfico da Figura 20) à diminuição dos escores com o aumento da idade.
Quando Pearson nos fornece sinal negativo (-), temos correlações inversamente
proporcionais, o que se aplica neste caso.
Figura 20 – relação do escore total com o desempenho etário individual.
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Na Figura 21, verificam-se os oito domínios que englobam o questionário.
Figura 21 – Desempenho médio dos domínios que compõe o SF-36, pertinente às aplicações
dos questionários antes e depois da administração do protocolo fisioterapêutico.
Tomando como base o gráfico exposto anteriormente, observa-se que
dos oito aspectos, sete (87,5%) desses, apresentaram resultados significativos
e satisfatórios. As expressivas melhoras, encontradas nesse presente trabalho,
demonstram os resultados mais estatisticamente significativos; de início foi
pertinente ao Estado geral de saúde 69,43% evoluindo após o tratamento de
fisioterapia um melhor Estado geral de 71,71%.
Quanto aos Aspectos Sociais e Emocionais, nessa mesma ordem,
verificou-se que os valores dos resultados, elevaram-se de 71,43% para 78,57%
e 49,99% para 52,36%. Cada sessão da terapia proporcionava somar interação
entre as idosas participantes, permitindo a sociabilidade, interação nas condutas,
melhora do convívio e crescimento da rede de relacionamento, pois algumas não
se conheciam e não tinha grau de proximidade, apesar de algumas residirem na
mesma rua e no mesmo bairro.
Na Limitação física foi observada pela resposta do teste, 37,50%, evoluindo
para um percentual de 60,71%.
Também foi observado elevação de desempenho em relação ao domínio
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783
A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
4.2 Questionário SF-36
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
da Dor, onde as participantes relatam que nas últimas quatro semanas, sentiram
algum tipo de dor, isso resultou em 44%, com a conduta terapêutica foi mensurado
65,86%, indicando forte melhora nesse aspecto.
Em relação à Saúde mental do grupo de idosos, foi registrado 72%, em
seguida, esse domínio apresentou o maior escore no pós intervenção, a saber
83,14%. Verificando a Vitalidade, o percentual registrado inicialmente foi de
64,64%, crescendo para 75,36%.
A capacidade funcional 65%, apesar de apontar uma resposta expressiva,
houve um decréscimo na reavaliação 61,43%.
A Tabela 3 (Apêndice B) expõe os resultados obtidos na primeira
avaliação, onde o escore total foi de 6701,80, o escore individual máximo atingiu
678, em contraponto com o escore individual mínimo de 312,50, a média aponta
478,70 e o dp= ±6,58.
Conforme Tabela 4 (Apêndice B), a segunda avaliação caracteriza o
escore total de 7688,10, apresenta também os escores individuais: máximo e
mínimo de 797 e 265 respectivamente; 549,15 é a média, o dp corresponde a
±10,34.
Em relação à análise dos dados desse questionário avaliativo, o critério
de variação foi escolhido para verificar o aproveitamento de rendimento entre a
primeira e segunda avaliação. Dentro deste critério, mediu-se a variação entre
os somatórios dos somatórios, dos escores individuais obtidos na primeira e na
segunda avaliação Tabela 5.
Tabela 5 – Variação percentual entre os somatórios dos somatórios, dos escores individuais na
1º e 2º avaliação.
2ª
AVALIAÇÃO
1ª
DESVIO
DESVIO
358,00
312,50
426,00
568,80
373,50
573,70
609,60
594,00
678,00
44,75
39,06
53,25
71,10
46,69
71,71
76,20
74,25
84,75
25,35
22,71
35,83
22,50
34,45
13,46
27,44
20,88
15,35
621,70
484,30
605,10
783,00
513,80
782,00
797,00
693,60
750,00
77,71
60,54
75,64
97,88
64,23
97,75
99,63
86,70
93,75
12,22
19,88
8,23
3,56
28,34
5,26
1,06
13,31
9,33
P4
P5
P6
P14
P10
P12
P11
P3
P2
71
69
59
66
61
65
62
61
68
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VARIAÇÃO
ENTRE
73,66%
54,98%
42,04%
37,66%
37,56%
36,31%
30,74%
16,77%
10,62%
2011
66
73
66
65
60
419,30
390,80
427,00
365,10
605,50
44,16
48,85
53,38
45,64
75,69
26,56
22,82
34,05
23,33
22,98
397,50
368,80
325,30
265,00
301,00
49,69
46,10
40,66
33,13
37,63
33,85
26,61
21,72
25,44
31,52
6701,80
478,70
62,99
63,49
17,11
17,86
7688,10
549,15
961,01
68,64
145,01
10,36
82,36
678,00
312,50
63,99
18,65
194,81
797,00
265,00
27,95
10,34
-5,20%
-5,63%
-23,82%
-27,42%
-50,29%
A maior variação percentual representa, portanto o melhor desempenho
e a menor, o pior. De acordo com os resultados obtidos, foram agrupadas em
ordem decrescente, as variações. Sendo assim, vemos claramente o melhor
desempenho para a participante P4 com variação de 73,66, ou seja, 73,66% de
melhora no rendimento de acordo com o teste SF-36.
Para mensurar se existiu prevalência da idade no resultado do rendimento
do teste, foi testada através do coeficiente de correlação de Pearson, a
interdependência entre idade versus variação dos somatórios demonstrando:
Fraca correlação entre as duas variáveis (p = 0,17). É importante alertar para o
motivo de ocorrência da baixa correlação. Em decorrência do tamanho reduzido
de “n” e das idades próximas, não temos quantidade de dados espaça, a
melhorar a qualidade do coeficiente de correlação, para provar se a melhora
de rendimentos no SF-36 tem relação com a idade ou não. Com o n pequeno
(14 elementos) e com as idades relativamente próximas (amplitude total de 14
anos), a idade pouco influiu nos resultados ou influiu de forma desprezível.
Ainda em relação ao teste, cinco pacientes (35,71%) tiveram rendimento negativo,
e nove participantes (64,29%) apresentaram evolução.
Para mensurar a significância do Teste SF-36 foi aplicado o Teste t- Student
para verificar o grau de evolução entre as médias pareadas das primeiras e
segundas avaliações, obtendo t=-0,17, podendo-se afirmar com α=5% (p=0.05) e
95% de confiança que houve melhora das médias obtidas na segunda avaliação.
4.3 Comparação entre os testes SF-36 e Tinetti
A Tabela 6 apresenta a comparação desses dois testes, que revela
semelhanças de resultados nos rendimentos individuais das participantes. As
pacientes P9, P8 e P7 tiveram rendimento baixo constante, ocupando as 4
últimas posições no SF-36 e as 3 últimas no Tinetti. Observa-se a aplicação do
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
P1
P7
P8
P13
P9
ESCORE
TOTAL
MÉDIA
DESVIO
PADRÃO
MÁXIMO
MÍNIMO
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
coeficiente de correlação de Pearson entre “Variação dos somatórios do SF-36”
versus “Variação dos somatórios de Tinetti”, obteve-se p=0,975, indicando forte
correlação.
Tabela 6 – Comparação entre as variações dos testes SF-36 e Tinetti.
SF-36
P4
P5
P6
P14
P10
P12
P11
P3
P2
P1
P7
P8
P13
P9
IDADE
71
69
59
66
61
65
62
61
68
66
73
66
65
60
VARIAÇÃO
ENTRE
73,66
54,98
42,04
37,66
37,56
36,31
30,74
16,77
10,62
-5,20
-5,63
-23,82
-27,42
-50,29
P4
P1
P3
P2
P13
P6
P10
P14
P11
P12
P5
P9
P8
P7
IDADE
71
66
61
68
65
59
61
66
62
65
69
60
66
73
16,67
8
8
7,69
7,69
0
0
0
-7,69
-9,52
-10
-12,5
-20
-23,08
5. DISCUSSÃO
Nesse estudo, adotou-se o termo FA como a forma de tratamento e, em
alguns textos do atual trabalho, a palavra hidroterapia é recorrente, pois foi assim
que alguns autores abordaram em seus estudos, e dessa forma, foram usados
os termos originais para manter a autenticidade do contexto, exposto por cada
autor.
Neste presente estudo, o gênero feminino compõe a amostra total com
14 (100%) participantes; esses dados vêm somar a outras pesquisas que
apresentam a prevalência do gênero feminino em estudos realizados com idosos
e evidenciam uma participação pouco expressiva do sexo masculino.
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Bittar et al. (2007, p.297) desenvolveu um trabalho de reequilíbrio corporal
com 55 pacientes, onde 45 (81,82%) participantes eram mulheres e os 10
(18,18%) restantes eram homens.
No trabalho de Gomes (2007), sobre o impacto de um programa
estruturado em fisioterapia aquática, a amostra foi composta 100% por mulheres
idosas (n=73), foi formado um grupo controle (49,30%) e um grupo que recebeu
intervenção (51,70%).
Guimarães et al. (2008) recrutou gerontes (n=70) de ambos os sexos,
para analisar os efeitos de um programa de atividade física sobre os seus níveis
de autonomia, distribuiu-se em 46 (65,80) do gênero feminino e 24 (34,20%) do
gênero masculino; correlaciona-se a isso também, o fato de que a população
feminina é maior e apresenta uma maior expectativa de vida.
Encontra-se estreita relação ao comparar este estudo com outros
encontrados na literatura, quando observado a idade média; é possível perceber
a proximidade entre as idades médias; esse estudo por sua vez apresentou
idade média de 65,07 (±4,20).
Pedro & Amorim (2008) no seu estudo, objetivou ganho de massa muscular,
força e equilíbrio em idosos praticantes e não praticantes de musculação, 16
idosos foram divididos em dois grupos, onde oito praticantes de musculação
apresentavam idade média de 65 anos (±6,19), e os outros oito restantes,
apresentavam a média de 68 (±4,98).
Com a aplicabilidade da técnica Ai Chi, visando relaxamento aquático
no desempenho funcional e qualidade de vida em idosos, Cunha et al. (2010)
avaliou 20 pacientes e quantificou a faixa etária média de 68,95 (±7,42) anos.
Já no estudo promovido por Ribeiro & Pereira (2005), sobre a melhora do
equilíbrio e redução da possibilidade de quedas em mulheres idosas, após a
aplicação de exercícios Cawthorne e Cooksey, obtiveram a idade média de 64,80
(±2,95) anos.
Kirkwood et al. (2007) selecionaram 30 voluntários, para analisar a marcha
e as amplitudes de movimentos, o grupo apontou idade média de 65,10 (±6,0).
Quanto ao tempo de intervenção fisioterapêutica e a frequências das terapias,
Lopes et al. (2010) aplicou um protocolo de fisioterapia para equilíbrio em idosos,
por oito semanas com duas sessões semanais e duração de 60min cada, no
total foram feitas 16 sessões.
Resende; Rassi & Viana (2008) interviram em um grupo de idosas, na
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
recuperação do equilíbrio e da prevenção de quedas com duas sessões semanais
de hidroterapia, tendo cada sessão 40min, durante 12 semanas.
O programa de relaxamento aquático com a técnica Ai Chi, conduzido por
Cunha et al. (2010) teve duração de 12 semanas, com sessões de 45min, duas
vezes por semana.
Ribeiro & Pereira (2005) administraram durante nove semanas, um
protocolo proposto de fisioterapia, duas vezes na semana com 1h de duração.
Bechara & Santos (2008) por sua vez, realizaram a atividade duas vezes por
semana, mantendo duração de 1h, e por seis semanas, ou seja, 12 terapias.
Todos os trabalhos pesquisados foram realizados de 2 a 3 vezes por
semana, e a duração ficava em média 45 min às 1h. No presente estudo, o
programa foi de duas sessões semanais com 60 minutos cada, durante seis
semanas consecutivas, totalizando 12 sessões; mostrando semelhança com a
literatura pesquisada.
Com a possibilidade de quantificar alterações e constatar modificações,
foram criados específicos testes, avaliações e instrumentos peculiares, que
se correlacionam para chegar a resultados. Pensando na confiabilidade das
escalas de avaliação, as pesquisas que objetivam analisar a capacidade
funcional na população idosa, e caracterizar a QV nesse grupo, sugerem que os
questionários de Tinetti e SF-36 são os mais usados e requisitados, resultando
ótima confiabilidade e revelando objetividade de aplicação e reaplicação dos
testes.
De acordo com Freitas (2006), a Escala de Tinetti, é eficiente para avaliar
as condições do sistema vestibular e a marcha patológica do individuo; abrange
um protocolo de testes de equilíbrio e de marcha, e é de suma importância aplicálo em uma pesquisa, uma vez que, devido às alterações naturais do processo de
envelhecimento, estão sujeitos à perda da estabilidade postural e mudanças na
deambulação.
Pestana et al. (2008), avaliaram a utilização do questionário SF-36, este
por sua vez, tem sido contemplado em diversas pesquisas científicas, uma vez
que avalia o impacto da patologia interferindo na qualidade de vida. É possível
obter dados dos benefícios da fisioterapia aquática pela aplicação do mesmo; tais
benefícios são: aumento da força muscular, condicionamento físico, diminuição
dos quadros álgicos, dos processos flogísticos, estes influem diretamente na
capacidade funcional e nas AVd’s.
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
Demonstrando concordância com a presente pesquisa, nos estudos
realizados por Lopes et al. (2010); Ribeiro & Pereira (2005); Bechara & Santos
(2008), foi administrada a Escala de Tinetti para avaliar a marcha e o equilíbrio
na população idosa pesquisada.
Medeiros et al. (2008), investigando a relação do envelhecimento com
o sistema vestibular e o declínio funcional, embasaram-se nesse pressuposto
e recrutaram 9 voluntárias entre 65 a 80 anos, para perceber a influência da
hidroterapia na melhora do equilíbrio estático e dinâmico; a avaliação funcional
foi feita com a escala de mobilidade de Tinetti, as pacientes foram avaliadas
antes e depois das 10 sessões de fisioterapia; o resultado foi satisfatório e
significativo para melhora do equilíbrio (p=0.0077), para marcha (p=0,0117) e
na avaliação de Tinetti (p=0.0077). Classificaram a escala como um instrumento
sensível, para mensurar as mudanças de equilíbrio em idosos saudáveis.
Teixeira (2007) em seu estudo experimental, para avaliar a influência
de um programa de Ai Chi no equilíbrio e medo de cair em idosos, separou
duas amostras: um grupo controle e um grupo experimental, ambos compostos
por 15 indivíduos (9 mulheres e 6 homens, idade média 82 anos); a análise
estatística apontou, que não houve melhora significativa no grupo controle, em
discordância, do grupo experimental que mostrou diferença significante nas
variáveis de equilíbrio total, dinâmico e estático (p=0,001).
No estudo feito por Carvalho; Peixoto & Capella (2007), ao aplicar Tinetti
para demonstrar os comprometimentos do envelhecimento na capacidade
funcional, identificaram que da amostra final n=16, metade dos participantes
n=8 (50%) apresentavam cinco vezes mais risco de quedas. Esses achados
correlacionam-se com o presente trabalho, onde 2 (14,30%) idosas apresentaram
alterações no equilíbrio e marcha, ou seja, apresentaram pontuação inferior a 19
pontos na escala.
Cunha et al. (2009) estabeleceram, conhecer melhor a efetividade da
FA na manutenção da funcionalidade em idosos que não sofreram quedas;
desenvolveram um ensaio clínico randomizado não controlado, com 47 idosos
(idade média de 66,19 anos); formaram três grupos e trataram os idosos com
modalidades diferentes: um grupo com fisioterapia em solo, outro grupo apenas
fez parte do Controle, e um restante com FA, por oito semanas, sendo três
sessões semanais, com duração de 45 min cada; nas avaliações, usaram cinco
escalas diferentes para classificar diversos objetivos, entre as tais: SF-36 e
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
Tinetti. Em relação a análise da marcha, o grupo tratado na água manteve seu
resultado inicial; sobre a QV dessa população, houve aumento na autoestima e
na maioria dos escores nesse teste.
Os escores do SF-36, obtidos ao término do tratamento aquático proposto
por este presente estudo, foram significativos estatisticamente maiores para os
domínios, Limitação física, Dor, Estado geral de saúde, Vitalidade, aspectos
Sociais, Mentais e Emocionais, indicando melhora na QV após a conduta
fisioterapêutica. No escore Capacidade funcional houve uma pequena tendência
à melhora, mas não de forma significante. Isso aponta para o fato de que o
exercício aquático regular, melhora a capacidade funcional e bem estar, tendo
em vista a influência direta nos domínios que avaliam esses aspectos.
Vilela (2006) fez um estudo com 15 idosas, que durou seis semanas com
duas sessões semanais, o SF-36 foi aplicado, com base na abordagem postural
e funcional sobre a QV e a capacidade funcional, revelou melhora importante
nos seguintes aspectos, intensidade da dor (51%), QV (66,7%) e capacidade
funcional (67%);
Magnabosco (2007) em seu estudo descritivo do tipo transversal,
investigou a QV relacionada com a saúde de 131 sujeitos participantes de um
grupo de convivência, sendo 98 (74,80%) mulheres e 33 (25,20%) homens, obteve
resultados satisfatórios, onde, os maiores escores foram: aspectos sociais (86,7)
e capacidade funcional (79,4), os menores escores ficaram: vitalidade (64,4) e
dor (70,3).
Ferreira et al. (2008), avaliaram o efeito da fisioterapia aquática na
sintomatologia e qualidade de vida de oito (idade média 56,4 dp=5,2 anos)
portadoras de artrite reumatoide; antes e depois foi avaliado a qualidade do sono,
a rigidez matinal, dor e QV com o SF-36. As sessões consistiram em 10 terapias,
duas vezes por semana, com intensidade de 45mim; Foi observado melhora
significativa (p<0,05) em cinco domínios do questionário, são eles: capacidade
funcional, dor, estado geral de saúde, vitalidade e saúde mental.
O uso de ambas as escalas citadas anteriormente e os dados apresentados,
são compatíveis com os resultados apontados por esta atual pesquisa, de forma
que corroboram com o mesmo enfoque e expõe valores de escores semelhantes.
Outro enfoque na conduta fisioterapêutica foi a marcha, pois a eficiência
desta, permite manter capacidade funcional, independência, e está envolvida
nos aspectos que geram bem estar. Mudanças nos padrões de normalidade
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6. CONCLUSÃO
A FA em sua aplicabilidade reabilitadora é uma modalidade eficaz para
diversas alterações reflexas do envelhecimento. A fisioterapia é desenvolvida
com ferramentas simples, para tratar diversas alterações funcionais, e o
que diferenciará será a experiência clínica do terapeuta associada com o
conhecimento fisiopatológico, para administrar a conduta adequada e obter
resultados surpreendentes.
Verificou-se nesse estudo, que um programa de fisioterapia aquática,
constituído por doze sessões, divididos em seis semanas consecutivas, melhorou
significativamente a capacidade funcional, a QV em idosos, coordenação e as
habilidades motoras. Os resultados positivos, nos passa a percepção e sugere
que a fisioterapia aquática pode ser aplicada como prevenção de patologias do
envelhecimento, e consequentemente, reduz o risco de quedas na população
idosa.
Por meio de todo conteúdo teórico pesquisado, e de toda vivencia prática,
percebe-se que a Escala de Tinetti e o Questionário SF-36, têm confiabilidade
para mensurar a capacidade funcional e a QV. São instrumentos adequados, de
aplicação relativamente rápida e de fácil administração; existe a necessidade de
estudos abrangentes e multidimensionais em geriatria, contudo, pelas evidências
clínicas de sua aplicabilidade, estes instrumentos são opções terapêuticas
válidas, haja vista que ambos corroboraram para fortalecer os resultados desse
trabalho, uma vez que são encontrados estudos semelhantes com importantes
significâncias.
De modo geral, este estudo pretendeu fornecer conhecimentos em
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
da marcha, independente da etiologia, pode desencadear diminuição do
desempenho, por isso, foram incluídos exercícios específicos para marcha, no
protocolo desta pesquisa; coadune com os trabalhos aplicados por Burke (2009);
Carneiro (2009); Bruni; Granado & Prado (2008); Esotico (2009).
Este trabalho apresentou concordância com outras publicações científicas,
haja vista o tempo da intervenção, frequência e duração das sessões, a
prevalência do gênero feminino, a conduta terapêutica aplicada e a idade média
das participantes.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
relação ao equilíbrio, marcha e QV decorrente do processo de envelhecimento,
dentro do contexto da nossa realidade brasileira. As informações geradas por
esta pesquisa, podem se transformar em subsídios para administração de
protocolos, de programas fisioterapêuticos, para o planejamento de estratégias
na reabilitação aquática e intervenções adequadas a realidade, visando
proporcionar aos nossos gerontes mais qualidade de vida em vários âmbitos.
A FA tem um papel importante na melhora do equilíbrio de idosos, e sua
prática precisa ser estimulada, porém existe a necessidade de novos estudos
sobre o equilíbrio em idosos.
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medo de cair de idosas. 2007. 53f. Trabalho de Conclusão de Curso (Tese de
Licenciatura em Fisioterapia). Instituto Politécnico de Saúde do Norte, Gandra,
p.45, 2007.
VERAS, R. Envelhecimento humano: ações de promoção à saúde e prevenção
de doenças. In: FREITAS, E.V; PY, L; CANÇADO, F.A.X. Tratado de geriatria e
gerontologia. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, p.144.
______. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e
inovações. Revista Saúde Pública, v.43, n.3, p.550-1, 2009.
Conceito A
800
Recife
n. 2
p.738-814
2011
YUASU, D. R; GOMES, G. C. Fisioterapia motora em pacientes idosos. In:
NETTO, M.P. Tratado de gerontologia. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2007 p.557.
APÊNDICES
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Título da Pesquisa: “A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que
promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos”.
Pesquisador: Jabson Pereira de Santana. (081) 8881.7900 - Rua José
Bernardino da Rocha, 147 Centro – Ipojuca/PE [email protected].
Orientador: Márcio Botelho Pedrosa. (081) 8806.4987 – Av. Domingos Ferreira,
3856/ 102 Boa Viagem – Recife/PE má[email protected]
Centro de Fisioterapia: Natalia Monique. (081) 8878.9952 – Rua Prefeito Alberto
de Lima, Vila Santo Inácio / Cabo de Santo Agostinho-PE [email protected]
Comitê de Ética em Pesquisa: Hospital Otávio de Freitas (081) 3182.8578
1. Natureza da pesquisa: O Sr.(a) está sendo convidado (a) a participar desta
pesquisa, que tem por finalidade desenvolver exercícios aquáticos com objetivos
terapêuticos em idosos, ampliando a qualidade de vida e capacidade funcional.
2. Participantes da pesquisa: Voluntários que se enquadrem nos critérios de
inclusão: indivíduos na faixa etária entre 59 a 73 anos de idade, capacidade
cognitiva preservada para entendimento das informações, independência na
marcha, ausência de contraindicação médica ao exercício.
3. Envolvimento na pesquisa: Sua participação neste estudo é voluntária,
tendo a liberdade de se recusar a participar a qualquer momento da pesquisa,
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801
A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
VILELA, R. P. Efeitos de um programa de exercícios baseados em abordagem
postural e funcional sobre a capacidade funcional e a qualidade de vida de
pacientes com lombalgia crônica. 2006. 132f. Dissertação de Mestrado (pósgraduação em Reumatologia). Universidade de São Paulo – USP, São Paulo,
p.42, 2006.
Revista Conceito A | Revista dos Trabalhos de Conclusão de Curso
sem qualquer prejuízo para a (o) Sr.(a). Sempre que quiser poderá pedir mais
informações sobre a pesquisa, através dos telefones aos envolvidos na pesquisa.
4. Sobre as entrevistas: Os voluntários serão avaliados antes e após o
tratamento, com um questionário sobre qualidade de vida e o outro sobre marcha
e equilíbrio. O tratamento será de duas sessões semanais, com duração de
sessenta minutos cada, durante seis semanas consecutivas (totalizando doze
sessões). A conduta terapêutica será elaborada por exercícios para aquecimento
(5 mim), alongamento (10 mim), exercícios de fortalecimento de membros
inferiores e superiores (20 mim), exercícios de equilíbrio e resistência (20 mim),
relaxamento muscular (5 mim), todas as atividades levarão em consideração os
aspectos específicos.
5. Riscos e desconforto: A participação nesta pesquisa não apresenta riscos
de lesões aos idosos, podendo gerar leve desconforto reflexo dos alongamentos
e/ou movimentos; Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos
Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução no.
196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados
oferece riscos à sua dignidade.
6. Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são
estritamente confidenciais. Somente o pesquisador e orientador terão
conhecimento dos dados.
7. Benefícios: ao participar desta pesquisa a(o) sr.(a) terá benefícios direto.
Onde será apresentado uma melhora nas suas habilidades motoras e equilíbrio,
decorrentes da conduta aplicada. O pesquisador se compromete a divulgar os
resultados obtidos.
8. Pagamento: o sr.(a) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta
pesquisa, bem como nada será pago por sua participação.
1.
Consentimento Livre e Esclarecido
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu: ____________________
_______________________________________________ de forma livre e
esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da pesquisa. Declaro
que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a realização da
pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.
Conceito A
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________________________________ ______________________________
Assinatura do pesquisador
Assinatura do orientador
APÊNDICE B – Dados estatísticos
Tabela 3 – Escore total, desvio-padrão, média, pontuação máxima e mínima e somatório na
primeira avaliação sobre a QV. Tabela 4 – segunda avaliação.
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________________________________ ________/___________/__________
Assinatura do participante da pesquisa
Conceito A
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
ANEXO C – Folha de Rosto da pesquisa
807
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ANEXO D - Escala de avaliação de Tinetti: equilíbrio e marcha
1.
2.
EQUILÍBRIO - o paciente deve estar sentado em uma cadeira sem
braços, e as seguintes manobras são testadas:
1.
Equilíbrio sentado:
2.
Levantado:
3.
Tentativas de levantar
4.
Assim que levanta:
(primeiros 5 segundos)
5.
Equilíbrio em pé:
6.
Teste dos três tempos1
0 – escorrega
1 – equilibrado
0 – incapaz
1 – usa os braços
2 – sem os braços
0 – incapaz
1 – mais de uma tentativa
2 – única tentativa
0 – desequilibrado
1 – estável, mas usa suporte.
2 – estável, sem suporte.
0 – desequilibrado
1 – suporte ou base de
sustentação > 12 cm.
2 – sem suporte e base estreita/
pequena.
0 – começa a cair
1 – agarra ou balança (braços)
2 – equilibrado
7.
Olhos fechados
(mesma posição do item 6)
0 – desequilibrado, instável
1 – equilibrado
8.
Girando 360º
9.
Sentado
0 – passos descontínuos
1 – passos contínuos
0 – instável (desequilibrado)
1 – equilibrado
0 – inseguro (erra distância, cai
na cadeira)
1 – usa os braços ou
movimentação abrupta
2 – seguro, movimento suave
Pontuação do equilíbrio:
___________/ 16
Examinador empurra levemente o esterno do paciente, que deve ficar de pés
juntos.
3.
4.
MARCHA - Paciente de pé caminha pelo corredor ou pela sala no passo
normal, depois volta com passos rápidos, mas com segurança (usando o
suporte habitual, tal como bengala ou andador).
10.
Início da marcha:
0 - hesitação ou várias
tentativas antes
1 – sem hesitação
1
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b)
Pé esquerdo
12.
Simetria dos passos:
13.
Continuidade dos passos:
14.
Direção:
15.
Tronco:
16.
Distância dos tornozelos:
0 – não ultrapassa o pé
esquerdo
1 – ultrapassa o pé
esquerdo
0 – não sai
completamente do chão
1 – sai completamente do
chão
0 – não ultrapassa o pé
direito
1 – ultrapassa o pé direito
0 – não sai
completamente do chão
1 – sai completamente do
chão
0 – passos diferentes
1 – passos semelhantes
0 – paradas ou passos
descontínuos
1 – passos contínuos
0 – desvio nítido
1 – desvio leve/moderado
ou uso de apoio
2 – linha reta sem apoio
0 – balança grave ou uso
de apoio
1 – flexão dos joelhos ou
dorso, abertura dos braços
enquanto anda.
2 – sem flexão, balanço,
não usa os braços ou
apoio.
0 – tornozelos separados
1 – tornozelos quase se
tocam enquanto anda.
________/ 12
_______/ 28
Pontuação da marcha
Pontuação total:
(*) Quanto menor a pontuação, maior o problema. Pontuação menor que 19 indica
risco cinco vezes maior de quedas.
Adaptado de Tinetti M. Journal of the Amrican Geriatric Society 34:119-126, 1986. apod: FREITAS,
E. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 615.
Nome: __________________________________________________________
_
Data da avaliação: ____________/_______________________/___________
__
Assinatura do pesquisador: _________________________
ANEXO E – Questionário sobre Qualidade de Vida SF-36
Conceito A
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A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
11.
Comprimento e altura dos
passos:
a)
Pé direito
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Nome:__________________________________________________________
____
Idade: _________ Data de nascimento: _______/_______/_______ Sexo:
________
Função exercida no trabalho: _______________________________________
_____
Há quanto tempo exerce essa
função:_____________________________________
1- Em
geral você diria que
suaBoa
saúde é... Boa
Excelente
Muito
1
2
3
Ruim
4
Muito Ruim
5
2- Comparada há um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral,
agora.
Muito melhor Um pouco melhor Quase a mesma Um pouco pior Muito pior
1
2
3
4
5
3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente
durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer
estas atividades? Neste caso, quando?
4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com
seu trabalho ou com alguma atividade regular, como consequência de sua saúde
física?
Atividades
Sim,
Sim,
Não, não
dificulta
dificulta um
dificulta de
muito.
pouco.
modo algum
a) Atividades Rigorosas, que exigem
1
2
3
muito esforço, tais como correr, levantar
objetos pesados, participar em esportes
árduos.
b) Atividades moderadas, tais como
1
2
3
mover uma mesa, passar aspirador de
pó, jogar bola, varrer a casa.
c) Levantar ou carregar mantimentos
1
2
3
d) Subir vários lances de escada
1
2
3
e) Subir um lance de escada
1
2
3
f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se
1
2
3
g) Andar mais de 1 quilômetro
1
2
3
h) Andar vários quarteirões
1
2
3
i) Andar um quarteirão
1
2
3
j) Tomar banho ou vestir-se
1
2
3
Conceito A
810
Recife
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Não
2
2
2
2
5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas
com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum
problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu
trabalho ou a outras atividades?
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria?
c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto
cuidado como geralmente faz.
Sim
1
Não
2
1
1
2
2
6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas
emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à
família, amigos ou em grupo?
De forma nenhuma
1
Ligeiramente
2
Moderadamente
3
Bastante
4
Extremamente
5
7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?
Nenhuma
1
Muito leve
2
Leve
3
Moderada
4
Grave
5
Muito grave
6
8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal
(incluindo o trabalho dentro de casa)?
De maneira alguma
Conceito A
Um pouco
Recife
Moderadamente
n. 2
Bastante
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Extremamente
2011
811
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Sim
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu
1
trabalho ou a outras atividades?
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria?
1
c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades.
1
d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex.
1
necessitou de um esforço extra).
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1
2
3
4
5
9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido
com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma
resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às
últimas 4 semanas.
a) Quanto tempo você
tem se sentindo cheio
de vigor, de vontade,
de força?
b) Quanto tempo você
tem se sentido uma
pessoa muito nervos
c) Quanto tempo você
tem se sentido tão
deprimido que nada
pode anima-lo?
d) Quanto tempo você
tem se sentido calmo?
e) Quanto tempo você
tem se sentido com
muita energia?
f) Quanto tempo
você tem se sentido
desanimado ou
abatido?
g) Quanto tempo
você tem se sentido
esgotado?
h) Quanto tempo você
tem se sentido uma
pessoa feliz?
i) Quanto tempo
você tem se sentido
cansado?
Conceito A
812
Todo
tempo
A maior
parte do
tempo
Uma
boa
parte
do
tempo
Uma
pequena
parte do
tempo
Nunca
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
6
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Todo
Tempo
1
A maior parte
do tempo
2
Alguma parte
do tempo
3
Uma pequena
parte do tempo
4
Nenhuma parte
do tempo
5
11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
Definitivamente
verdadeiro
A maioria
das vezes
verdadeiras.
Não
sei
a) Eu costumo
adoecer um pouco
mais facilmente que
as outras pessoas
b) Eu sou tão
saudável
quanto
qualquer
pessoa
que eu conheço
c) Eu acho que a
minha saúde vai
piorar
1
2
1
d) Minha saúde é
excelente
Definitivamente falso.
3
A maioria
das
vezes
falso.
4
2
3
4
5
1
2
3
4
5
1
2
3
4
5
5
Versão Brasileira do “medical outcomes study 36 – item short-form health Survey” (SF-36).
Tradução para o português e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de
vida. Questionário traduzido e validado para o português em 1997 por CICONELLI. Disponível
em: http://pt.scribd.com/doc/4566798/SF36
ANEXO F – Folha de aprovação – Comitê de Ética em Pesquisa
Conceito A
Recife
A aplicabilidade da fisioterapia aquática como fator que promova melhora na capacidade funcional e qualidade de vida em idosos.
10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou
problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar
amigos, parentes, etc)?
n. 2
p.738-814
2011
813
Conceito A
814
Recife
n. 2
p.738-814
2011
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