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XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA
ZOOTEC 2015
Dimensões Tecnológicas e Sociais da Zootecnia
Fortaleza – CE, 27 a 29 de maio de 2015
Avaliação Comparativa de Metodologias para Determinação da Área de Olho de Lombo em Cordeiros
Alimentados com Grãos e Coprodutos da Canola1
Comparative Evaluation of the Methodology for Lamb Rib Eye Area Fed with Grains and by Products
of Canola
Marina Laís Sabião de Toledo Piza2, Viviane Correa Santos3, Mariana Gaioto Ziolkowski Ludkiewicz4,
Fernando Shintate Galindo 5, Jeferson Garcia Augusto 6, Acalian Sousa Nunes de Deus7, Natália Cristina
Antonietti8, Loamy Maria da Silva Santos9
1
Parte do projeto de mestrado do terceiro autor (Financiado pela FAPESP).
Discente do curso de Zootecnia Faculdade de Engenharia-UNESP, Campus Ilha Solteira- SP, Brasil CEP
15385-000, Ilha Solteira, SP, [email protected]
3
Docente da Faculdade de Engenharia-UNESP Campus Ilha Solteira- SP, Brasil.
4,6,7,8,9
Discente do curso de Zootecnia Faculdade de Engenharia-UNESP, Campus Ilha Solteira- SP, Brasil
5
Mestrando no programa de Pós-graduação em sistemas de produção, Faculdade de Engenharia-UNESP,
Campus Ilha Solteira- SP, Brasil
2
Resumo: Com o aumento das exigências de mercado para comercialização de carnes de qualidade, há maior
necessidade de uma correta mensuração dos cortes para mostrar o desenvolvimento muscular do animal.
Dentre as partes mais utilizadas para tal, está a área de olho de lombo (AOL), por estar disponível para o
mercado, sendo ela composta por pedaços magros, portanto comestíveis. Diferentes metodologias são
utilizadas ao fazer a análise da AOL, havendo uma necessidade de escolha da melhor delas, não permitindo
grandes equívocos, superestimando ou subestimando essa medida. Com esse intuito, o presente trabalho tem
por objetivo avaliar três diferentes métodos para avaliação da AOL, utilizando o quadriculado, a fórmula ou a
imagem, em ovinos alimentados com canola, seja em grão, torta ou farelo. Não foi observada nenhuma
diferença significativa na medida da AOL entre os três tratamentos com canola, o que significa que o
produtor pode escolher a forma que melhor se encaixa em seu meio de produção. Já entre os métodos para
essa mensuração foram encontradas diferenças significativas. A metodologia que utiliza fórmulas subestimou
os resultados, se apresentando mais baixo, com 11,63 cm2, que a média da AOL, o que indica que ela não
seria uma boa alternativa de uso.
Palavras–chave: Carcaça, quadriculado, fórmula, imagem, dieta
Abstract: With increasing market requirements for marketing of quality meat, there is greater need for a
correct measurement of the cuts to show the muscular development of the animal. Among the parts most
commonly used for this, is the loin eye area (LEA), to be available to the market, it is composed of thin
pieces, so edible. Different methodologies are used to make the analysis of AOL, with a need to choose the
best of them, not allowing big mistakes, overestimating or underestimating the measure. To that end, the
present work is to evaluate three different methods for evaluation of AOL, using the grid, the formula or
image in sheep fed canola, is beans, pie or bran. There was no significant difference in any of AOL measured
between the three treatments with canola, which means that the producer can choose the way that best fits
their production environment. Among the methods for the measurement significant differences were found.
The methodology that uses formulas underestimated the results, performing lower than the average of AOL,
with 11.63 cm2, which indicates that it would not be a good alternative to use.
Keywords: Carcass, diet, formula, grid, image
Introdução
O mercado vem exigindo cada vez mais carcaças de qualidade, com excelente cobertura de gordura e
quantidades de cortes dentro dos níveis desejáveis para comercialização. Nesse sentido, a mensuração das
áreas do corpo do animal leva consigo uma importância maior, sendo cada vez mais frequente a pesquisa
nessa área.
Dentro das áreas a serem analisadas, a área de olho de lombo (AOL) é uma das mais aceitas como
medidor de desenvolvimento muscular e de qualidade de carcaça, e quanto maior a AOL, maior seu
rendimento. A determinação dessa área confere um bom indicador de estado corporal do animal, ajudando a
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classificar melhor o nível de qualidade da carne e obter um preço final mais elevado para a mesma (Cezar &
Sousa, 2007).
A AOL é a seção transversal do músculo Longissimus na altura da última costela. Ela constitui a parte
comestível, magra e disponível para venda. Há algumas exigências para a escolha da metodologia que melhor
se encaixa na determinação da área de olho lombo, como: viabilidade, facilidade de aplicação, facilidade de
avaliação no abatedouro, baixo custo, velocidade de determinação e precisão. A estimativa deve ser a mais
precisa possível (Yáñezet al., 2006).
Na pecuária, a canola pode ser a substituta da soja como suplemento protéico na alimentação animal
na forma de seu farelo, co-produto da extração de óleo comestível, ou na forma de grão. O fornecimento de
grãos de canola para os ruminantes pode ser uma solução interessante para o produtor quando, por motivo
maior, ver impossibilitada a venda de sua produção para fins de produção de óleo ou exportação.
O objetivo deste trabalho foi avaliara diferença de algumas metodologias (imagem, fórmula e
quadriculado) para a determinação da área de olho de lombo em cordeiros alimentados com grãos e
coprodutos da canola.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Unidade Animal de Estudos Digestivos e Metabólicos pertencente ao
Departamento de Zootecnia da Faculdade Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Campus de Jaboticabal.
Três tratamentos na forma de dietas isoprotéicas (15% de PB na MS) foram formulados na proporção
volumoso: concentrado de 40:60 sendo o feno de capim Tifton moído o volumoso e o concentrado, composto
por milho em grão, farelo de soja, canola em grão integral, farelo de canola peletizado, torta de canola em
pélets e mistura mineral .Os tratamentos foram: CG – canola em grão integral como parte do concentrado, FC
–farelo de canola como parte do concentrado e TC – torta de canola como parte do concentrado. A
alimentação foi fornecida às 9 horas e a outra às 16 horas, quando o concentrado foi misturado ao volumoso
no cocho no momento da alimentação. Ao atingirem a média de 32 kg de peso vivo, os animais foram
abatidos. As carcaças foram evisceradas, refrigeradas e posteriormente divididas em duas partes. Foi feito um
corte expondo o músculo Longissimus para mensurações para cálculo da AOL.
Foram utilizadas três metodologias para determinação da AOL. Por imagem, onde tomou-se a área em
transparência e, através do Sistema de Análise de Imagem Delta-T Devices do Departamento de Biologia
Aplicada a Agropecuária. Pela fórmula (A/2 x B/2)π, proposta por Silva Sobrinho (1999), em que A é o
comprimento máximo e B é a profundidade máxima do músculo, em cm2, e pelo método quadriculado com a
medida através de gabarito padrão transparente quadriculado (0,25cm2/célula).
O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos e oito
repetições para o tratamento contendo canola grão integral e sete repetições para os tratamentos contendo
farelo ou torta de canola, pois no período de adaptação dois animais morreram. Os resultados obtidos foram
submetidos a análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os
dados foram analisados, utilizando-se o programa SISVAR.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos da mensuração da AOL de acordo com as dietas oferecidas aos animais são
apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Área de olho de lombo (AOL) em função da dieta animal e metodologia empregada na avaliação.
Dieta
AOL (cm2)
Farelo de Canola
13,90 a
Grão de Canola
14,34 a
Torta de Canola
14,46 a
Metodologia
Quadriculado
16,51 a
Fórmula
11,63 b
Imagem
14,57 a
Média Geral
14,24
C.V. (%)
23,36
D.M.S. (5%)
2,42
Médias seguidas de letra iguais, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade.
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As dietas não influenciaram na AOL, concordando com os resultados observados por Mancio et at.
(2005), avaliando diferentes dietas líquidas. Não houve diferença estatística, independente da forma que a
canola foi oferecida (farelo, grão ou torta), ou seja, a AOL foi semelhante. O elevado coeficiente de variação,
reduziu as chances de identificar diferenças mínimas significativas.
Para as diferentes metodologias, a utilização da fórmula para a mensuração da AOL diferiu-se da
imagem e do quadriculado, apresentando uma menor área que as outras, subestimando o resultado.
Tabela 2. Desdobramento entre a dieta animal e a metodologia empregada na avaliação de área de olho de
lombo.
Metodologia
Dieta
Quadriculado
Fórmula
Imagem
Farelo de Canola
16,18 aA
11,50 aB
14,02 aAB
Grão de Canola
16,34 aA
11,85 aB
14,83 aAB
Torta de Canola
17,04 aA
11,52 aB
14,81 aAB
D.M.S.(5%)
4,19
Médias seguidas de mesma letra, minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a
5%.
Com relação à interação entre a dieta e a metodologia empregada, as diferentes dietas não diferiram
dentro de cada metodologia utilizada, contudo a metodologia do quadriculado foi superior à metodologia da
fórmula, não diferindo da metodologia por imagem em cada dieta. Por subestimar o resultado, a metodologia
de fórmula não se mostrou uma boa alternativa de uso, pois o produtor estaria perdendo dinheiro, vendendo
uma quantidade de carne por um preço não equivalente. Resultados semelhantes foram obtidos por Costa et
al. (2012), onde o método de papel quadriculado apresentou resultados mais próximos ao do Delta-T
Devices, indicando com isso que o fracionamento da unidade de medida reduziu a distorção dos resultados,
mantendo assim as características econômicas e práticas sem perder a sua precisão através deste método.
Conclusões
A forma com que a canola foi ministrada aos animais, seja em grãos, farelo ou torta, não interferiu na
mensuração da AOL.
A metodologia de fórmula diferiu-se das outras duas, subestimando o resultado e não servindo como
um bom modo de mensuração.
Literatura citada
CEZAR, M.F., SOUSA, W.H. Carcaças ovinas e caprinas: obtenção, avaliação e classificação.
Agropecuária Tropical. Uberada. 147 pp. 2007.
COSTA, R. G., LIMA, A. G. V. O., OLIVEIRA, C. F. S., AZEVEDO, P. S., MEDEIROS, A. N. Utilização
de diferentes metodologias para determinação da área de olho de lombo em ovinos. Archivos de zootecnia,
v. 61, n. 236, p. 615-618, 2012.
MANCIO, A. B., TOSSINI, R. H., GOES, B., CASTRO, A. L. M., CECON, P. R., SILVA, A. T. S.
Características de Carcaças de Bezerros de Rebanhos Leiteiros Desmamados Precocemente e Alimentados
com Diferentes Dietas Líquidas. R. Bras. Zootec. 34:1297-1304. 2005.
SILVA SOBRINHO, A. G. Body composition and characteristics of carcass from lambs of different
genotypes and ages at slaughter. 1999. 54 f. Thesis (Post Doctorate in Sheep Meat Production) - Massey
University, Palmerston North, 1999.
YÁÑEZ, E.A; FEREIRA, A.C.D.; MEDEIROS, A.N. et al. Methodologies for ribeyeareadetermination in
goats.SmallRuminantResearch, v.66, p.197-200, 2006.
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