Setembro - Adventist World

Transcrição

Setembro - Adventist World
Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia
S e te m b ro 2 01 0
A U S T I N
R .
H O
Assembleia da Associação Geral
9 Avante, Sem
Retroceder!
14
Liberto do Paganismo
24
Impacto Atlanta
Se te mbro 2010
AÇÃO
EM
IGREJA
Editorial............................. 3
Notícias do Mundo
3 Notícias & Imagens
Visão Mundial
9 Avante, Sem Retroceder!
A R T I G O
E S P E C I A L
Destaques da Associação Geral ..................... 14
Liberto do Paganismo Por Sandra Blackmer
Viagem pela Rota da Seda Por Sandra Blackmer
Ministérios na Vitrine Por Evan Knott
DEVOCIONAL
Proclamando, com Amor, a Graça de Deus
Por Joy Gashaija .......................................................................... 12
PERGUNTAS
BÍBLICAS
E Se...? .............................. 26
Por Ángel Manuel Rodríguez
BÍBLICO
ESTUDO
O Último Apelo
de Amor ........................... 27
Por Mark Finley
Existe outra maneira de proclamá-la?
CRENÇAS
FUNDAMENTAIS
Família
Por Carol and David Tasker ........................................................ 20
A vida familiar pode ser um prenúncio da vida no Céu.
ESPÍRITO
DE
PROFECIA
Confiança em Deus
Por Ellen G. White ...................................................................... 22
MUNDIAL
INTERCÂMBIO
29 Cartas
30 Lugar de Oração
31 Intercâmbio de Ideias
O Lugar das
Pessoas ............................. 32
Para segui-Lo, devemos confiar em Sua direção.
SERVIÇO
ADVENTISTA
Impacto Atlanta
Por Kimberly Luste Maran .......................................................... 24
O que seria uma Assembleia da Associação Geral
sem o serviço à comunidade?
Capa:
A C I M A :
J O E L
F O T O S
M E I O :
F O T O S
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A U S T I N
P O R
J .
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E
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A B A I X O :
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F O T O S
P O R
J O E L
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Esta Página:
F O T O S
J O E L
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Tradução: Sonete Magalhães Costa
Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald
Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 9, setembro de 2010.
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Adventist World | Setembro 2010
www.portuguese.adventistworld.org
A Igreja em Ação
59a Assembleia da Associação Geral
EDITORIAL
Onde a Fé Vive
Jerusalém! Jerusalém! Cantai, ó santa grei!
Enxuguei as lágrimas dos meus
olhos enquanto o coral da Universidade
Oakwood participava triunfantemente do programa de encerramento da 59ª Assembleia da Associação Geral. Em meio
à penumbra do Georgia Dome (o local onde ocorreram as
reuniões), milhares de pessoas ao meu redor pronunciavam as
palavras que esperamos cantar juntos, um dia, na cidade de luz:
Hosana nas alturas, hosana, ao nosso Rei!
No dia seguinte, faríamos as malas, embarcaríamos em
ônibus, trens e aviões e retornaríamos ao nosso lar. Alguns,
afortunados como eu, em poucas horas chegariam a seu destino.
Outros levariam dias, talvez semanas, para completar o trajeto
que os trouxe, desde o outro lado do mundo, até Atlanta.
Naquela noite, porém, no último e prolongado momento,
imaginávamos aquele “mar de vidro”, e pensávamos na
distância entre Atlanta e a Nova Jerusalém. Com a curta
cronologia da esperança, pensávamos em metros e jardas, não
em quilômetros e anos-luz.
É assim que funciona a fé: instruídos e assegurados pelas
promessas de Jesus, seguimos em frente, alegres, em direção a
uma realidade que ainda não vemos completamente, porém,
já começamos a desfrutar.
O mundo fora do Georgia Dome estava escuro como
sempre: os jornais da manhã ensolarada de domingo contariam as costumeiras histórias sobre guerra e ganância,
terremotos e furacões, corações partidos em milhões de lares.
A fé, porém, sempre fixa os olhos onde Jesus está e sabe que
Ele tem controle sobre todas as coisas – incluindo os grandes
desafios à frente do povo remanescente – e dirige tudo para
um glorioso fim. A igreja de Deus precisa de momentos como
esse, quando nossa sagrada imaginação transpõe a barreira do
tempo, nos conduz até a volta de Jesus e celebra o final “está
consumado” de nossa salvação.
Nas páginas desta edição da Adventist World, levamos até
você algumas das experiências e imagens que fortaleceram
nossa fé durante a recente Assembleia da Associação Geral,
em Atlanta, EUA. Ao virar as páginas, conduza seu pensamento
para a realidade daquele grande encontro, onde o coral não
será formado por algumas dúzias de pessoas, mas por milhões
de vozes, e onde a alegria nunca mais terá fim.
– Bill Knott
NOTÍCIAS DO MUNDO
Eleitos para Servir
Novo grupo de líderes na sede mundial
da Igreja Adventista
ANSEL OLIVER E MARK A. KELLNER, com contribuição
de CHANTAL J. KLINGBEIL
■ O pastor Ted N. C. Wilson, um dos vice-presidentes
mundiais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, foi eleito, no
dia 25 de junho, presidente dos 16,3 milhões de membros
dessa denominação protestante mundial.
Ted Wilson, 60 anos, foi escolhido pelos 246 membros da
Comissão de Nomeações e confirmado pelos delegados da
Assembleia da Associação Geral, um corpo internacional de
2.410 membros selecionados, órgão administrativo máximo
da Igreja. Ele substitui o pastor Jan Paulsen, que havia atuado
como presidente desde 1999. A decisão aconteceu na 59ª
Assembleia da Associação Geral, realizada entre os dias 23 de
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A Igreja em Ação 5 9
a
Assembleia da Associação
NOTÍCIAS DO MUNDO
junho e 3 de julho de 2010, no Georgia
Dome, adjacente ao World Congress
Center (centro de convenções), em
Atlanta, Geórgia, EUA.
“Essa nova responsabilidade me
leva a dobrar os joelhos diante de
Deus”, disse Ted Wilson. “Não sei
tudo, mas buscarei conselhos sábios
na Bíblia, no Espírito de Profecia e
com os conselheiros da Igreja.” Ele
acrescenta: “O Espírito de Profecia é
uma das grandes dádivas concedidas
por Deus à Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Aplica-se ao passado e ao futuro.
Logo iremos para o lar. Como Igreja,
devemos nos prostrar de joelhos e
pedir a direção de Deus. Precisamos
orar para que o Espírito Santo nos
traga reavivamento e reforma espirituais.” A reação no Georgia Dome foi
imediata e positiva. Ele e sua esposa,
Nancy Louise Vollmer Wilson, foram
aprovados e ovacionados de pé
enquanto deixavam a plataforma.
Ted Wilson havia sido eleito como
um dos vice-presidentes mundiais da
Igreja Adventista em 2000, durante
a Assembleia da Associação Geral
em Toronto. Seus 36 anos de serviço
denominacional incluem experiência
administrativa e executiva na região do
Meio-Atlântico dos Estados Unidos,
bem como na África e Rússia.
Ted Wilson iniciou sua carreira na
Igreja como pastor, em 1974, numa
igreja em Nova York. Nessa região,
ele serviu como diretor assistente e,
mais tarde, diretor dos Ministérios
Metropolitanos entre 1976 e 1981.
Em seguida, serviu à Igreja na (então)
Divisão África-Oceano Índico, com
sede em Abibjan, Costa do Marfim,
até 1990. Lá, atuou como diretor de
departamento e, mais tarde, secretárioexecutivo da divisão.
Após servir na África Ocidental,
Ted Wilson atuou na sede mundial
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Adventist World | Setembro 2010
da igreja, em Silver Spring, Maryland,
EUA, como secretário associado por
dois anos, antes de aceitar o cargo de
presidente da Igreja na Divisão EuroAsiática, sediada em Moscou, Rússia,
entre 1992 e 1996. Ele voltou, então,
para os Estados Unidos para atuar
como presidente da Review and Herald
Publishing Association (uma das editoras
adventistas nos EUA) em Hagerstown,
Maryland, até ser eleito vice-presidente
da Associação Geral, em 2000.
Pastor ordenado, Ted Wilson tem
diploma de doutorado em Educação
Religiosa pela Universidade de Nova
York, um mestrado em Divindade pela
Universidade Andrews e um mestrado
em saúde pública pela Universidade de
Loma Linda. Ele é filho do ex-presidente
da Associação Geral, pastor Neal C.
Wilson, que atuou na função de 1979
a 1990.
O pastor adventista G. T. Ng, natural
de Singapura e que atuou como secretário associado da Igreja Adventista
do Sétimo Dia por três anos, foi eleito
secretário executivo da Associação
Geral. A paixão de Ng pela missão foi
despertada quando começou seu ministério no Camboja na década de 1970.
Com a esposa, deixou o país pouco
antes de a capital, Phnom Penh, cair
pelas forças de Khmer Rouge. Ele trabalhou também na Tailândia, Malásia
e Singapura, onde atuou como pastor,
capelão, educador de saúde e diretor de
departamento da União.
Sua segunda peregrinação missionária começou quando serviu por
nove anos como professor e diretor
do Seminário Teológico no Adventist
International Institute of Advanced Studies (Instituto Internacional Adventista
de Estudos Avançados), nas Filipinas, de
1991 a 2000. Depois, atuou como secretário executivo da Divisão do Pacífico
Sul-Asiático, entre 2000 e 2006.
Ng possui diploma de bacharelado
pelo Southeast Asia Union College, em
Singapura, um mestrado pelo Seminá-
rio Teológico Adventista, nas Filipinas,
e um doutorado pelo Seminário Teológico da Universidade Andrews. É casado
com Ivy. Até a data de sua eleição, Ng
atuava como secretário da Associação
Geral para três sedes administrativas
regionais do mundo: Divisão do Pacífico Norte- Asiático, Divisão Sul-Asiática
e Divisão Transeuropeia.
Robert E. Lemon, tesoureiro para a
Igreja mundial desde 2002, foi reeleito
para outro período de cinco anos no
cargo. Por cerca de quarenta anos, ele
tem exercido funções relacionadas a
finanças na Igreja. De 1995 a 1998,
atuou como tesoureiro associado da
Igreja mundial e, de 1998 a 2002, foi
vice-tesoureiro. Lemon atuou por mais
de dez anos na África, primeiro no
Zaire e mais tarde na Costa do Marfim.
Eleitos vice-presidentes,
secretários e tesoureiros
da Associação Geral
POR EDWIN MANUEL GARCIA, Agência
Adventista de Notícias
■ A 59ª Assembleia da Associação Geral
elegeu, no dia 27 de junho, nove vicepresidentes e 12 líderes para a secretaria
e tesouraria da sede mundial da Igreja.
Quatro vice-presidentes são novos
na posição: Delbert Baker, presidente
da Universidade Oakwood; Geoffrey G.
Mbwana, presidente da Divisão CentroLeste Africana; Benjamin D. Schoun, secretário geral de campo; e Artur A. Stele,
presidente da Divisão Euro-Asiática.
Baker dirige a Universidade
Oakwood, em Huntsville, Alabama,
EUA, desde 1996. Mbwana foi administrador da Igreja e diretor de universidade
antes de se tornar presidente da Divisão
Centro-Leste Africana, em 2002. Schoun
serve como presidente da Rádio Mundial
Geral
Eleitos Novos Presidentes
para as Divisões NorteAmericana, Centro-Leste
Africana e Euro-Asiática
POR: MARK A. KELLNER, EDITOR
NOTÍCIAS
J O E L
Adventista desde 2001. Estela é presidente da Euro-Asiática desde 2000.
Os novos membros substituem três
vice-presidentes que se aposentam:
Mark Finley, Eugene Hsu e Gerry D.
Karst. A quarta posição está vaga,
devido à eleição de Ted Wilson como
presidente da Associação Geral.
Outros cinco vice-presidentes foram
reeleitos para mandatos de cinco anos:
Lowell C. Cooper, Armando Miranda, K.
Pardon Mwansa, Michael L. Ryan e Ella S.
Simmons. O secretário associado Homer
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D .
D .
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W. Trecartin foi nomeado subsecretário.
Dois outros secretários associados,
T. Rosa Banks e Agustin Galicia, foram
reeleitos.
Juan R. Prestol foi reeleito subsecretário, e os três tesoureiros associados
permanecerão em seus cargos: George
O. Egwakhe, Daisy Orion e Roy E. Ryan.
Raymond J. Wahlen II, anteriormente
diretor do Sunplus Accounting Software,
pertencente à Igreja, também foi eleito
tesoureiro associado.
– Com reportagem de Tim Lale
DE
■ Os delegados da quinquagésima
nona assembleia da Associação Geral
elegeram novos líderes para três novas
divisões da Igreja Adventista mundial.
Dan Jackson, é o novo presidente da
Divisão Norte Americana , substituindo
Don Schneider, que ocupou o cargo
desde o ano 2000.
Balsious Ruguri foi eleito presidente
da Divisão África Centro-Oriental
(ECD), região composta por dez países
e 2,5 milhões de membros, que se
estende desde a Eritreia à Tanzânia. Ele
era o secretário dessa mesma divisão e
substitui Geoffrey Mbwana, eleito uma
das vice-presidências da igreja mundial.
O novo líder da Divisão Euroasiática
é Guillermo Biaggi, cujo território
estende-se sobre os doze países que
compunham a ex-União Soviética e
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A Igreja em Ação 5 9
a
Assembleia da Associação
NOTÍCIAS DO MUNDO
assiste mais 135 mil membros. Biaggi,
ex-tesoureiro da ESD, preencherá o
lugar de Artur A. Stele, também eleito
vice-presidente da igreja mundial.
Foram reeleitos os presidentes das
outras dez divisões, como segue: Bruno
R. Vertallier na Divisão Euro-Africana;
Israel Leito, Divisão Interamericana;
Jairyong Lee, Divisão Asiática do Norte
do Pacífico; Erton C. Köhler, Divisão
Sul Americana; Barry D. Oliver, Divisão do Sul do Pacífico; Paul S. Ratsara,
Divisão Sul Africana e do Oceano Índico; John Rathinaraj, Divisão Sul Asiática; Alberto C. Gulfan, Divisão Asiática
do Sul do Pacífico; Bertil Wiklander,
Divisão Transeuropeia e Gilbert Wari,
Divisão África Centro-Ocidental.
O novo presidente da Divisão
Norte Americana é natural do Canadá
e, com exceção dos cinco anos que
serviu à Divisão Sul-Asiática, viveu
e trabalhou em seu país natal. Ao ser
eleito, declarou: “Deus nunca nos
chama para fazer o que somos capazes,
e essa função é muito maior do que
eu. Mas Ele está chamando, e eu aceito,
humildemente.”
Foram nomeado, também, diretores
de departamentos. Lisa M. Beardsley,
tornou-se a primeira mulher a servir a
Igreja Adventista mundial como diretora de Educação, departamento onde
atuava como diretora assistente.
Willie e Elaine Oliver assumem o
Departamento de Lar e Família. Willie
ocupava a mesma função na Divisão
Norte Americana e Elaine servia a
Universidade Adventista de Washington;
juntos, realizam conferências sobre
casamento, retiros espirituais e seminários sobre relacionamentos.
Foram eleitos, ainda, novos diretores para outros quatro departamentos:
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Adventist World | Setembro 2010
Jerry Page, eleito Secretário da Associação Ministerial, era presidente da Associação Central da Califórnia ; Williams
Costa Jr., diretor do Departamento de
Comunicação, onde ocupava a função
de diretor associado; Gilbert Cangy,
diretor do Departamento de Jovens,
ocupava a mesma função na Divisão
do Sul do Pacífico e Thomas Kapusta,
diretor do Departamentos de Testamentos e Legados, vem do Hospital
Adventista da Flórida, onde também
ocupava a mesma função.
Além desses, foram confirmados
em seus cargos os seguintes diretores
de departamentos: Jonathan Kuntaraf,
Escola Sabatina e Ministério Pessoal;
Erika F. Puni, Mordomia; HeatherDawn Small, Ministério da Mulher;
Linda Koh, Ministério Infantil; Allan
R. Handysides, Ministério da Saúde;
Howard F. Faigao, Publicações; John
Graz, Relações Públicas e Liberdade
Religiosa; Paul H. Douglas, Auditoria.
– Com reportagem adicional de George
Johnson, Jr.
Recusada Proposta de
Mudança na Eleição
de Diretores Associados
de Departamentos
Delegados mencionam assuntos
práticos e representativos
ELIZABETH LECHLEITNER, Rede
Adventista de Notícias, com
contribuição de CHANTAL J. KLINGBEIL
■ Os delegados da Igreja Adventista do
Sétimo Dia, em 27 de junho, votaram a
rejeição da proposta que alteraria o período de escolha dos diretores associados
dos departamentos da sede mundial da
Igreja. A proposta transferia algumas decisões a serem tomadas na Assembleia da
Associação Geral para o primeiro Concílio Anual (ou reunião administrativa),
geralmente realizado em outubro.
Os líderes da Igreja introduziram o item
para proporcionar ao diretor eleito de um
departamento mais tempo para organizar
o respectivo departamento, escolhendo seu
associado. No passado, alguns delegados
alegaram que, devido à grande quantidade de itens votados na Assembleia,
o processo de escolha dos associados é
conduzido de maneira insuficiente, sem a
discussão e a consideração adequadas.
Após longa e acalorada discussão, não
foram alcançados os dois terços necessários para a proposta ser aceita. Alguns
se opuseram porque pensam que isso
constituiria uma ameaça à autoridade da
Comissão de Nomeação para escolher os
associados, enquanto outros questionavam a praticidade do item.
Muitos delegados questionaram se realmente faria muita diferença em termos
de representação a decisão ser adiada para
o Comitê Executivo da Igreja mundial,
que se reúne em outubro. Kevin Jackson,
da região do sul do Pacífico, disse que a
“principal diferença” é a inclusão dos presidentes de cada uma das treze divisões da
Igreja mundial no Comitê Executivo. “Em
minha opinião, essa inclusão realmente
adiciona rigor ao processo, acrescentando
qualidade às decisões”, disse Jackson.
Os líderes da Igreja moderaram a
discussão, confirmando que o Comitê
Executivo, com 305 membros, é um
corpo maior do que a Comissão de
Nomeações da Assembleia, que possui
pouco mais de 200 membros.
Os delegados, no entanto, afirmaram
que a aprovação da proposta bloquearia
os votos de uma delegação de aproximadamente 2.400 membros. Os delegados
da Assembleia podem votar aceitar ou
rejeitar qualquer recomendação da Comissão de Nomeação, ampliando a participação, enquanto que no Concílio Anual
não há nenhum organismo de controle
ou de avaliação das decisões tomadas pelo
Comitê Executivo.
Geral
M I C K E Y
F O T O S
Adventistas Reafirmam
Fé no Criador
Proposta confirma posição
adventista sobre a Criação e
esclarece crença fundamental
POR MARK A. KELLNER, editor de
notícias
■ A compreensão adventista sobre a
“criação literal, recente, em seis dias”
tem sido desafiada pela sociedade e por
grande parte da comunidade acadêmica. Diante disso, os delegados da 59ª
Assembleia da Associação Geral votaram, no dia 30 de junho, reafirmar essa
D E
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N I C K L E S S
E A S T / A N N
doutrina e possivelmente tornar mais
clara a linguagem da Crença Fundamental nº 6, que trata do tema.
“Creio que a Bíblia é a Palavra de
Deus e que ela possui autoridade”, disse
o pastor Ted Wilson, presidente da
Associação Geral. “Ela é a Palavra de
Deus para nós e é crucial que seja aceita
como está escrita.” Ele disse ainda que
os primeiros onze capítulos de Gênesis
“não são uma alegoria”, e sim “uma descrição autêntica, verdadeira e literal” da
Criação e dos eventos que aconteceram
depois dela, inclusive o dilúvio mundial.
“Estamos enfrentando um período
crítico”, acrescentou Ted Wilson, “em
que o inimigo está tentando debilitar
essa crença.” Ele esclareceu também que,
embora a doutrina adventista esteja
centralizada em Cristo e Sua graça, o
sábado – que teve sua origem na
Criação – é um sinal do poder transformador da graça divina. Em 2004,
o Concílio Anual da Associação Geral
aprovou um documento que reafirma a
crença da Igreja sobre a criação literal.
No ano seguinte, a Assembleia da
Associação Geral votou uma resposta a
esse documento, confirmando a posição
adventista. Ted Wilson declarou que a
proposta de apoio a esses documentos
e a revisão da Crença Fundamental nº
6 têm seu completo apoio. “Devemos
exaltar a Palavra de Deus e ao Criador”,
acrescentou.
Logo após esses comentários, a proposta foi lida pelo vice-presidente Gerry
D. Karst: “Parte A – Proponho que a
[59ª] Assembleia da Associação Geral
endosse a declaração do Concílio Anual
de 2004, reafirmando a Criação. Parte
B – Proponho que a administração
da Associação Geral seja requisitada a
iniciar um processo de integração entre
a Crença Fundamental nº 6 e [os documentos aprovados em 2004 e 2005],
que altera o protocolo de emenda para
Crença Fundamental.”
Opondo-se a considerar em conjunto
as duas partes da proposta, Gordon
Bietz, presidente da Southern Adventist
University, propôs dividir a resolução. A
proposta foi aprovada, separando a declaração de 2004 da reabertura da Crença
Fundamental nº 6. Ambas as partes da
medida, agora bifurcada, foram aprovadas com expressivo número de votos.
Outra delegada da Divisão NorteAmericana, Donna Richards, apoiou a
posição histórica da Igreja sobre a
Criação, ao declarar que “é incorreto
ensinar qualquer outra coisa”. Alberto
R. Timm reitor do Seminário Adventista
Setembro 2010 | Adventist World
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A Igreja em Ação 5 9
a
Assembleia da Associação
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Adventist World | Setembro 2010
Adventist World reúne-se com
sua equipe sul-coreana
J .
Conferência Editorial
Internacional Realizada
em Atlanta
A L D E N
Latino-Americano de Teologia, adicionou seu apoio ao observar que “as doutrinas não funcionam de forma isolada”
e que “a Criação é importante para todo
o nosso sistema doutrinário.”
Dan Jackson, presidente da Divisão
Norte-Americana, também foi ao
plenário confirmar a importância da
Crença Fundamental nº 6. Ele disse:
“Meu Criador é meu Redentor, os dois
estão ligados.”
Ella Smith Simmons, vice-presidente
geral, disse que, embora flexibilidade
acadêmica seja importante, “deve
acontecer sem trair a Palavra de Deus.
Ela é absoluta”. Disse ainda que, embora
as “escolas, faculdades e universidades
adventistas sejam responsáveis” pelo
que ensinam, devem saber claramente
qual é a posição da Igreja.
Keith Mattingly, reitor da faculdade de
artes e ciências da Universidade Andrews,
afirmou que o problema é “o modo como
promovemos a doutrina”. Ele relatou que
alguns de seus alunos haviam questionado sua própria fé devido à forma como o
assunto havia sido tratado.
Bill Knott, editor-chefe das revistas
Adventist Review e Adventist World,
estimulou os delegados a aprovar as
duas partes da proposta: “Quem apoia a
parte A, deve também apoiar a parte B.
Quem acha que a crença fundamental
necessita de esclarecimento, siga até
o fim. O resultado será o que sempre
cremos sobre o assunto.”
As duas medidas foram aprovadas
com grande margem de votos. O exame
e possível revisão da Crença Fundamental nº 6 serão realizados durante o novo
quinquênio e os resultados apresentados na próxima Assembleia da Associação Geral, que ocorrerá em 2015.
H O
NOTÍCIAS DO MUNDO
POR EVAN KNOTT
■ A Adventist World realizou no dia
23 de junho sua Conferência Editorial
Internacional, que é formada pelas equipes norte-americana e sul-coreana. Essa
reunião, que é realizada semestralmente,
dessa vez ocorreu Atlanta, Geórgia, EUA,
devido à assembleia mundial da Igreja.
Desde o seu lançamento, em setembro
de 2005, a Adventist World desfruta
de um relacionamento especial com a
Igreja na Coreia do Sul, pois a maior
fonte de recursos para a distribuição
internacional da revista vem desse país.
Os editores coreanos são: P. D.
Chun, ex-presidente da Divisão do
Pacífico Norte-Asiático e atual gerente
de distribuição internacional da
Adventist World; J. K. Choe, editor da
revista Compass, periódico mensal
da Igreja Adventista na Coreia do Sul.
“Como a revista é oficialmente
registrada na Coreia, é muito importante
que nos reunamos pelo menos uma vez
ao ano naquele país, para documentar
nossas atividades”, diz Claude Richli,
editor associado da Adventist World.
A última reunião foi realizada no dia
28 de outubro de 2009, em Seul, Coreia
do Sul, quando foi comemorado o
centenário da Casa Publicadora
Coreana. Os editores da Adventist World
de Silver Spring (EUA) esperam realizar
uma reunião em Seul em novembro
deste ano.
“Ao convidar nossa equipe sulcoreana para nos visitar nos Estados
Unidos, queremos fortalecer os laços
entre eles e nossa equipe de editores
norte-americanos, destacando a importância do papel que desempenham em
nossa equipe”, disse Richli.
A reunião é uma oportunidade para
a Adventist World informar aos líderes
sul-coreanos sobre as realizações mais
importantes da revista nos últimos seis
meses, e engajá-los no planejamento
editorial para os principais artigos dos
meses seguintes. No encontro de 23 de
junho, os dois grupos de editores discutiram sobre a expansão nas traduções
da Adventist World para doze edições
on-line e sete edições impressas. O
grupo também discutiu a possibilidade
de que a revista seja publicada em mais
idiomas, em futuro próximo.
Além disso, os participantes da
reunião discutiram os planos para
lançamento de vários livros que serão
promovidos pela Adventist World.
O livro 28 Ways to Spell Your Faith
(28 maneiras de apresentar sua fé) trará
artigos sobre as crenças fundamentais
publicadas na Adventist World. Ask
the Doctors (Pergunte aos médicos)
apresentará uma coleção da popular
coluna sobre saúde. As casas publicadoras
adventistas de todo mundo já expressaram forte interesse em publicar os dois
volumes em suas respectivas regiões.
Geral
VISÃO MUNDIAL
Avante,
Sem Retroceder!
Presidente da Igreja reafirma crenças fundamentais
Em sermão pregado na 59ª Assembleia da Associação Geral,
o novo presidente mundial da Igreja, pastor Ted Wilson, tratou
de questões como autoridade da Palavra de Deus, confiança
nos escritos de Ellen White, Criação, e unidade na diversidade.
Esta é uma versão resumida da mensagem. Para ler o sermão
completo em português, veja http://www.amissao.com/2010/07/
marche-sermao-do-pr-ted-wilson.html – Os editores
A
Igreja Adventista do Sétimo Dia se encontra em uma
jornada rumo ao Céu. Estamos quase no lar! Creio,
de todo o coração, que Jesus voltará em breve.
Particularmente, admiro o maravilhoso vigor e entusiasmo
de nossa família mundial. Embora todos nos orgulhemos
de nossas respectivas nações e culturas, louvo ao Senhor por
haver uma “cultura” de Jesus Cristo que nos mantém unidos e
ultrapassa todas as barreiras.
Palavra sólida em um mundo caótico
A L D E N
J .
H O
Os sinais da segunda vinda de Cristo aumentam em frequência
e intensidade. Catástrofes na natureza, grande confusão do
mundo político, desenvolvimento do ecumenismo, dramático
crescimento e influência do espiritualismo, deterioração das
economias mundiais, desestruturação dos valores familiares e
sociais, rejeição da autoridade absoluta da Palavra de Deus e
dos Dez Mandamentos, crime desenfreado e declínio moral,
aumento de guerras e rumores de guerras – tudo isso indica o
clímax da história da Terra e o breve retorno do Senhor.
Que grande privilégio é saber que, em meio à incerteza do
mundo, podemos descansar com absoluta confiança na imutável
Palavra de Deus! Ao longo da história humana e contra constantes ataques satânicos, Deus tem preservado Sua Palavra. Cremos
que a Bíblia contém um relato preciso de nossas origens, um
registro confiável de nossa salvação e um glorioso vislumbre de
nosso breve livramento. Como adventistas do sétimo dia, aceitamos a Bíblia como o fundamento de todas as nossas crenças e
nela encontramos nossa identidade profética singular.
Com o poder de Sua verdade, Deus esculpiu a Igreja
Adventista do Sétimo Dia neste mundo caótico. Devemos ser um
povo peculiar, o povo remanescente de Deus, chamados para exaltar Cristo, Sua justiça, Suas três mensagens angélicas (Ap 14:6-12)
e Seu breve retorno. Como povo remanescente de Deus, aqueles
que “guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de
Jesus” (Ap 12:17), temos uma singular mensagem de esperança e
um mandato para proclamar a graça de Cristo ao mundo.
Uma das características do povo de Deus dos últimos dias é
aceitar e guardar todos os dez mandamentos, inclusive o quarto.
A observância do sábado não é apenas um sinal da obra criadora
de Deus, mas será o sinal de Seu povo nos últimos dias.
Maravilhosa graça
Dependemos totalmente de Jesus e de nosso relacionamento com Ele quanto à salvação. Não obtemos a salvação por
nossas obras, mas pela graça de Cristo. Graça é a certeza do
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A Igreja em Ação 5 9
a
Assembleia da Associação
VISÃO MUNDIAL
passado nem irrelevante. Deus usou Ellen White como uma
humilde serva para conceder orientações inspiradas sobre a
Bíblia, profecia, saúde, educação, relacionamentos, missão,
família e muitos outros assuntos. Como remanescente fiel de
Deus, jamais devemos rejeitar a preciosa luz que recebemos
por meio dos escritos de Sua mensageira.
Nossa necessidade de Jesus
R O B E R T
E A S T / A N N
perdão divino (justificação) e o recebimento do poder divino
(santificação). Não podemos separar o que Cristo faz por
nós (justificando-nos diariamente como se nunca tivéssemos
pecado) daquilo que Ele faz em nós (santificando-nos diariamente, à medida que nos submetemos a Ele e permitimos que
o poder do Espírito Santo transforme nossa vida, tornando-a
mais semelhante à de Jesus).
Esse é o “evangelho eterno” apresentado na mensagem
do primeiro anjo (Ap 14:6). Isso é justificação e santificação
pela fé. É por essa razão que os adventistas devem ser os mais
ativos em proclamar a graça de Deus. O sangue expiatório
de Jesus Cristo vertido na cruz e Seu ministério expiatório
no santuário celestial têm apenas um propósito: salvar cada
pecador arrependido (Hb 4:16).
É essa maravilhosa, poderosa e redentora graça que somos
chamados a proclamar a um mundo enfermo pelo pecado.
“Não temos nenhum motivo para exaltação própria. Nossa
única razão para esperança está na justiça de Cristo que nos é
imputada [justificação] e na justiça que é produzida por Seu
Espírito, que atua em nós e por nosso intermédio [santificação]” (Caminho a Cristo, p. 63).
Espírito de Profecia
Apocalipse 12:17 afirma que o povo remanescente de
Deus teria “o testemunho de Jesus”. Apocalipse 19:10 explica
que “o testemunho de Jesus é o espírito de profecia” (NVI). O
mesmo Espírito que guiou os santos homens da antiguidade
levantou, nesses últimos dias, uma mensageira para a igreja
de Cristo. Nos escritos de Ellen White, Deus nos concedeu um
dos maiores dons que seria possível.
Assim como a Bíblia, o Espírito de Profecia não é ultra-
10
Adventist World | Setembro 2010
Quando utilizamos a expressão “igreja remanescente”,
jamais devemos entendê-la de forma egocêntrica e exclusivista.
Devemos ser as pessoas mais humildes do mundo, reconhecendo
nossa completa necessidade do Salvador e louvando-O por nos
convidar a fazer parte desse movimento profético. A mensagem
de Cristo precisa ser proclamada por um povo que é semelhante
a Ele em amor. Quando somos transformados por Sua graça,
levamos a mensagem bíblica de forma humilde e amável.
Quando estivermos completamente subjugados aos braços
do Senhor, Ele agirá por nosso intermédio de forma poderosa
para dar a derradeira mensagem de misericórdia a um mundo
agonizante. Nosso sucesso para cumprir a missão divina
depende de sermos submissos à Palavra de Deus e dependentes
do Espírito Santo. Ellen White afirma que “um reavivamento
da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de
todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira
ocupação” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121). À medida que
estivermos diariamente ligados a Cristo e permitirmos que Ele
atue por nosso intermédio, seremos usados pelo Espírito Santo
para proclamar a graça divina e abreviar a volta de Cristo.
Quando os egípcios estavam perseguindo os filhos de
Israel, após o êxodo, os israelitas se viram presos pelo deserto
à direita, as montanhas à frente, o mar Vermelho à esquerda
e, atrás, o exército do faraó se aproximava (Êx 14:5-12). Mas
eles deixaram de confiar no poder de Deus. Tudo que podiam
ver eram os obstáculos. Que obstáculos enfrentamos hoje?
Montanhas de dúvidas e ceticismo sobre a Bíblia? Exércitos
de confusão espiritual? Um mar de conflitos familiares e pessoais? Montanhas de dificuldades financeiras? Apesar de todas
as circunstâncias, Deus abrirá um caminho à nossa frente.
Ellen White escreve: “Frequentemente a vida cristã é assediada de perigos, e o dever parece difícil de cumprir-se. A imaginação desenha uma ruína iminente perante nós, e, atrás, o
cativeiro ou a morte. Contudo, a voz de Deus fala claramente:
‘Avante!’ Devemos obedecer a esta ordem mesmo que nossos
olhares não possam penetrar nas trevas, e sintamos as frias
vagas em redor de nossos pés. Os obstáculos que embaraçam
nosso progresso nunca desaparecerão diante de um espírito
que se detém ou duvida” (Patriarcas e Profetas, p. 290).
Portanto, olhe para o Deus todo-poderoso que o conduzirá em meio a qualquer dificuldade que você enfrentar.
Jamais perca sua plena confiança nEle. Sempre obedeça a Seu
comando: “Avante!”
Geral
Avante, sem retroceder
Avante, sem retroceder. Não caia no erro de aceitar formas de
adoração ou métodos evangelísticos apenas porque são novos e
populares. Devemos pôr à prova todas as coisas pelo padrão da
suprema autoridade da Palavra de Deus e das instruções contidas
nos escritos de Ellen White. Não ceda a movimentos que prometem sucesso espiritual com base em uma teologia defeituosa, mas
procure métodos e programas evangelísticos fundamentados em
sólidos princípios bíblicos e no tema do grande conflito.
Avante, sem retroceder. Devemos utilizar estilos de adoração e de música que sejam centralizados em Cristo e firmados
na Bíblia. Reconhecemos que as formas de adoração e as
culturas variam ao redor do mundo, mas não retroceda rumo
a configurações confusas em que música e adoração enfatizam
tanto as emoções e experiências que é perdido o foco central
na Palavra de Deus. Toda adoração, seja simples ou complexa,
deve exaltar a Jesus Cristo, e não a nós mesmos.
Avante, sem retroceder. Não se entregue à falsa teologia, que
desvia dos pilares da verdade bíblica e das crenças fundamentais
da Igreja Adventista. Nossas crenças, que são bíblicas, permanecerão firmes até a volta de Cristo. Ellen White escreve: “Que influência essa, que desejaria levar os homens, neste período de nossa
história, a trabalhar de modo enganador e poderoso, para solapar
os alicerces de nossa fé – alicerces lançados no princípio de nossa
obra mediante devoto estudo da Palavra e pela revelação? Mensagens de toda espécie e feitio têm feito pressão sobre os adventistas
do sétimo dia, pretendendo substituir a verdade que, ponto por
ponto, tem sido buscada com estudo e oração, e atestada pelo
poder milagroso do Senhor. Mas os marcos que nos tornaram o
que somos devem ser preservados, e assim será, conforme Deus
mostrou mediante Sua Palavra e o testemunho de Seu Espírito.
Ele nos conclama a nos apegarmos firmemente, com a mão
da fé, aos princípios fundamentais que têm base em autoridade
inquestionável” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 207, 208).
Avante, sem retroceder. Permaneça firme na Palavra de Deus,
como ela é lida e compreendida literalmente, de acordo com
o sentido natural do texto. Devemos sempre reconhecer que
somos criaturas finitas e caídas observando as obras de um
Criador infinito e onipotente, e que existem coisas na natureza e
na Bíblia que não compreendemos plenamente. Mas aquilo que
o Senhor, em Sua misericórdia, nos deu em linguagem clara
para ser aceito como fato não deve ser colocado em dúvida.
Não distorça o relato de Gênesis capítulos 1 a 11, interpretando-o como alegórico ou meramente simbólico. A Igreja
Adventista do Sétimo Dia crê no relato bíblico da Criação,
a qual ocorreu há poucos milhares de anos, em seis dias
literais, consecutivos e contíguos de 24 horas. Se Deus não
houvesse criado a Terra em seis dias literais e então santificado o sábado, por que iríamos adorá-Lo no sétimo dia, como
adventistas? Entender a criação de forma equivocada significa
negar a Palavra de Deus e o próprio objetivo do movimento
adventista em proclamar as três mensagens angélicas.
Não retroceda ao evolucionismo ateísta ou mesmo teísta.
Devemos ir avante ao entendimento profético de que a lealdade a Deus, nosso Criador e Redentor, será vista na observância
do sábado como característica distintiva do povo de Deus no
tempo do fim. Somos instruídos: “Não forceis o sentido de
sentenças bíblicas no esforço de produzir qualquer coisa de
singular a fim de comprazer a fantasia. Tomai as Escrituras
como rezam” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 170).
Avante, sem retroceder. Permita que a Bíblia seja sua própria
intérprete. Nossa Igreja tem utilizado o método históricogramatical para entender as Escrituras, permitindo que a Bíblia
interprete a si mesma. O método histórico-crítico, no entanto,
põe o leitor acima do sentido natural das Escrituras e fornece
uma licença inapropriada para que ele decida o que é verdade,
com base nas teorias humanas em que foi instruído. Esse tipo de
abordagem leva as pessoas a descrer de Deus e de Sua Palavra.
Para aprender a interpretar corretamente a Bíblia, você pode
utilizar os vários recursos produzidos por estudiosos adventistas, tais como Compreendendo as Escrituras: Uma Abordagem
Adventista,1 Interpreting Scripture: Bible Questions and Answers
[Interpretando as Escrituras: perguntas e respostas]2 e Andrews
Study Bible [Bíblia de estudo Andrews].3
Avante, sem retroceder. Aceite o Espírito de Profecia como
um dos maiores dons concedidos à Igreja Adventista, relevante
não apenas para o passado, mas ainda mais para o futuro.
Embora a Bíblia seja a autoridade suprema e o árbitro final da
verdade, os escritos de Ellen White fornecem um guia claro
e inspirado para auxiliar em nossa compreensão da verdade
bíblica. Eles são uma bênção maravilhosa para dirigir a igreja
de Deus nos últimos dias da história da Terra.
O breve retorno de Jesus
Jesus virá em breve! Logo, veremos no Céu uma pequena
nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão
humana. Então, ela se tornará mais e mais brilhante e gloriosa. E
lá, assentado em meio a milhões de anjos, estará Aquele a quem
tanto esperamos. Não o Cordeiro ferido, não o Sumo Sacerdote,
mas o Rei dos reis e Senhor dos senhores – Jesus, nosso Redentor!
Olharemos para cima e exclamaremos: “Eis que este é o nosso
Deus, em quem esperávamos” (Is 25:9). Cristo olhará para baixo e
dirá: “Muito bem, servo bom e fiel. Entra no gozo do teu Senhor”
(ver Mt 25:21, 23). Então, subiremos para encontrar o Senhor
nos ares, iremos para o lar eterno e viveremos eternamente com
Cristo. Que esplendoroso destino para nossa jornada!
Aceite a maravilhosa graça de Cristo em sua vida. Vá
avante ao renovar seu compromisso com Ele e ao proclamar a
graça de Deus e as três mensagens angélicas.
¹ Editado por George W. Reid (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2007).
² Editado por Gerhard Pfandl (Silver Spring, MD: Biblical Research Institute, 2010).
³ Editado por Jon L. Dybdahl (Berrien Spirngs, MI: Andrews University Press, 2010).
Setembro 2010 | Adventist World
11
D E V O C I O N A L
O seguinte devocional foi apresentado
durante as reuniões do Ministério da
Mulher na Assembleia da Associação
Geral, em Atlanta, Geórgia, EUA, em 30
de junho de 2010. –Os Editores.
E
xistem dois tipos de pessoas
na sociedade: as que desesperadamente necessitam de
um Salvador e as que estão
capacitadas a proclamar a mensagem
sobre o Salvador. O problema é que
muitos que pertencem à segunda
categoria encontram todo tipo de
desculpas para não compartilhar o que
têm. Os supostos obstáculos para o
testemunho incluem cansaço, egoísmo,
sobrecarga de trabalho, baixa autoestima, falta de preparo ou de dons. E a
lista continua.
Precisamos nos lembrar de que
Jesus sacrificou Sua própria vida para
obtermos a vida eterna. Ele suportou
tentações, rejeição, humilhação,
insultos, traição, falsas acusações e,
finalmente, a cruz. Ao longo de tudo
isso, entretanto, Ele permaneceu
concentrado em Sua missão; essa também deve ser nossa atitude. A salvação
não é barata; alguém tem que pagar o
preço. E Jesus pagou com a vida.
Cristo não pede que paguemos a
salvação com nossa vida, porém solicita que entreguemos nossos talentos,
nosso tempo, nosso tesouro (tudo
gratuitamente dado por Ele), para
que Sua missão continue no mundo.
Cada indivíduo deve doar de acordo
com o que Deus lhe concedeu. Se você
teve um encontro pessoal com Deus,
se recebeu Sua graça, se reconheceu
Seu cuidado e amor, será capaz de
enxergar o que outros talvez não consigam: o sofrimento das pessoas, que
são a “menina dos olhos” de Deus. O
evangelho não é apenas uma história; é
uma experiência que, depois de vivida,
nos obriga a dividi-la com outros. Nas
palavras de Paulo, “o amor de Cristo
nos constrange” (2Co 5:14).*
12
Adventist World | Setembro 2010
Proclamando,
Amor
,
graca deus
com
a
Por Joy
Gashaija
de
Como utilizar os dons que recebemos
Herança ou Compromisso
Pessoal?
Certo dia, uma senhora católica me
perguntou:
– Joy, por que você é protestante?
– Porque meu pai é protestante –
respondi honestamente.
Era uma questão de herança, de
cultura, que não tinha que ver com
convicção pessoal. A pergunta, porém,
me incitou a buscar a graça de Deus
para revelar a mim a verdade do evangelho. E o conhecimento dessa verdade
mudou completamente minha vida.
Esse não era mais um assunto de meu
pai, de minha herança ou cultura, mas
uma questão de Cristo, de escolha, de
compromisso.
Hoje, eu lhe faço a mesma pergunta:
Por que você é adventista do sétimo
dia? Por causa de tradição familiar? Por
casamento? Para manter seu emprego?
Ou por que você acredita nas palavras
de João 3:16: “Porque Deus tanto amou
o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crer não
pereça, mas tenha a vida eterna”?
Será que realmente cremos? Nossa
fé é forte o suficiente para nos levar a
proclamar, com amor, a graça de Deus?
Estamos levando os fardos daqueles
que sofrem e perecem sem conhecer
a Cristo? Consideramos ser nossa
responsabilidade proclamar a graça de
Deus à nossa sociedade, usando os dons
espirituais que Deus nos concedeu?
Se você e eu aceitamos a Cristo
como nosso Salvador pessoal, então
temos a urgente responsabilidade de
obedecer à “Grande Comissão” de
L E N N O X
A .
C O H A L L
Assembleia da Associação Geral
Esquerda: REUNIDAS PARA RENOVAR:
Os departamentos do Ministério da
Mulher e Afam realizaram uma série de
reuniões (de 28 de junho a 1 de julho)
para mulheres não delegadas durante
a Assembleia da Associação Geral,
em Atlanta, EUA.
Mateus 28:19 por meio do uso individual de nossos dons espirituais.
Durante Seu ministério, Jesus priorizava as pessoas em todas as ocasiões.
Ele, porém, dava atenção especial aos
pobres, feridos e injustiçados. Vemos
isso em Sua parábola do julgamento
final em Mateus 25:31-46. Deus abençoou a maioria de nós, mulheres, com o
dom de ajudar os feridos onde vivemos;
as viúvas, doentes terminais, os solitários, aqueles que sofreram abuso, os
abandonados, prostitutas, prisioneiros,
analfabetos, marginalizados e todos os
que perderam a esperança.
Outros, em nossa sociedade, podem
ter tudo que o mundo oferece e, mesmo
assim, se sentirem vazios. Embora desejem uma realização, não têm ideia de
onde encontrá-la. Eles procuram alegria
nas drogas, álcool, fumo, sexo e outras
coisas que só proporcionam alívio temporário. Onde vivemos, há outros, ainda,
que procuram diariamente a verdade. O
que todas essas pessoas necessitam é do
evangelho de amor e compaixão.
Descobrindo Nossos Dons
Espirituais
Alguém disse que “o verdadeiro dom
espiritual abre portas, transforma vidas
e constrói o corpo de Cristo”. O primeiro passo para identificar nosso dom é
aceitar a Cristo de todo o coração. Só
assim Ele transformará nossos talentos
naturais em dons espirituais. O motivo
pelo qual nos apegamos tão fortemente
aos nossos talentos é que ainda não
aceitamos plenamente a maravilhosa
graça de Deus ou não somos gratos o
suficiente por ela.
Quando falamos em proclamar o
evangelho, nossa tendência é pensar que
isso é um trabalho para pastores e professores, que se aperfeiçoaram na arte
de falar em público e têm na ponta da
língua todas as fórmulas doutrinárias
e crenças fundamentais. Isso pode ser
verdade, se estivermos falando sobre
aqueles poucos que receberam o dom
de trabalhar no evangelismo público.
Entretanto, o que dizer de nós? Onde
nos encaixamos? Será que a missão
dada em Mateus 28:19 se aplica apenas
aos que falam de maneira eloquente?
Ou também se aplica aos que não têm
autorização ministerial para batizar?
Estou convicta de que se aplica
também a nós. A Bíblia menciona uma
grande diversidade de dons que Deus
deseja usar: exortação, generosidade,
discernimento, conhecimento, liderança,
profecia, ensino, sabedoria, serviço,
misericórdia, cura, fé (veja 1Co 12:8-12).
Essa diversidade, criada pelo próprio
Deus, capacita os cristãos a servirem
como poderosas ferramentas para a
proclamação do evangelho.
Qual é o seu dom? Muitos pensam
que não possuem nenhum.
Uma senhora idosa ouviu um tocante sermão de seu pastor sobre os dons
espirituais. Mesmo sendo cristã por
muitos anos, percebeu que não sabia
qual dom Deus havia lhe concedido,
nem mesmo da lista de 27 que o pastor
mencionou no sermão.
Depois de falar sobre esse problema
ao pastor, ele garantiu que Deus havia
dado a ela pelo menos um dom, e tudo
que ela precisava era começar o processo de descobri-lo. “Pense nas coisas que
a senhora faz bem”, disse o pastor, “e
ore para que Deus lhe mostre qual delas
pode ser usada para Sua glória.”
Enquanto orava, ela se lembrou de
que amava fazer pão, e fazia isso muito
bem. Será que esse seria o seu dom, mesmo
não sendo mencionado na lista de dons?
Ela teve uma ideia. Um jovem casal
havia se mudado recentemente para
perto de sua casa. Ela poderia fazer
um pão e dar-lhes como presente de
boas-vindas. Foi o que ela fez. “Eu moro
aqui do lado”, disse ela quando a nova
vizinha abriu a porta. “Aqui está um
presentinho de boas-vindas para vocês.”
Depois disso, virou-se e foi embora.
A vizinha ficou parada no lugar,
falando para si mesma: Esse pessoal que
mora por aqui é engraçado! Mas fico feliz
porque fomos bem recebidos. Enquanto
ela abria os guardanapos, o cheiro
gostoso de pão fresco enchia o ar. No
jantar, ela contou ao esposo o que havia
acontecido e colocou o pão na mesa, e o
pão estava tão gostoso quanto o cheiro.
Aquela irmã fez um pão para seus
vizinhos todos os dias daquela semana;
no sábado, porém, ela não fez. Os
vizinhos esperaram, mas o pão não veio
naquele dia. Eles ficaram decepcionados, pois já haviam se acostumado com
aquele pão especial.
No domingo pela manhã, quando
aquela irmã levou outro pão para os
vizinhos, muito felizes ao vê-la, perguntaram o que tinha acontecido no dia
anterior. Ela, então, teve a chance de
falar sobre sua fé e sobre o sábado. Eles
quiseram saber mais sobre os adventistas
e, assim, nossa irmã convidou o pastor
para fazer-lhes uma visita. Eles também
convidaram seu padre para o encontro.
Para encurtar a longa história, o
casal e o padre aceitaram a mensagem
adventista. Tudo porque nossa irmã
usou seu dom: o dom de fazer pão.
O que estamos fazendo com o que
temos?
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão
Internacional.
Joy Gashaija é diretora
do Ministério da
Mulher para a Divisão
Centro-Leste Africana,
com sede em Nairóbi, Quênia.
Setembro 2010 | Adventist World
13
ARTIGO ESPECIAL
Assembleia da
A s s o c i a ç ã o G e ra l
Liberto do
R .
A U S T I N
Benjamin Hacheked,
presidente da Associação do Norte de
Camarões, relata sua história.
H O
Paganısmo
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NORTE
DE CAMARÕES: Benjamin Hacheked
Por Sandra Blackmer
B
enjamin suspirou aliviado quando surgiu um clarão
azul-dourado no horizonte africano. Logo estará claro
o suficiente para descer a montanha, pensou ele.
Nunca a manhã havia demorado tanto a chegar para
Benjamin. Seu tio, que ajudou a criá-lo após a morte de seu
pai, não compreendia sua nova fé. Benjamin sabia que seu
tio estava preocupado, pois os vizinhos perderiam o respeito
por ele se soubessem que seu sobrinho se tornara um cristão
adventista. Temendo que dessa vez seu tio não permitisse que
ele fosse à igreja, Benjamin decidiu que dormiria na encosta
da montanha naquela sexta-feira à noite e, de lá, andaria
vários quilômetros até a igreja, para assistir à Escola Sabatina.
Benjamin amava seu tio, mas sua nova fé e o amor por Jesus
levaram-no a perder o medo de desagradá-lo. Agora ele era um
seguidor de Jesus e, mesmo jovem, com 15 anos de idade, seu
compromisso com Deus o conduziu a uma nova direção.
Sandra Blackmer é editor assistente da
Adventist World.
14
Adventist World | Setembro 2010
Hoje, anos mais tarde, Benjamin Hacheked serve à Igreja
Adventista como presidente da Associação do Norte de
Camarões, com sede numa cidade do oeste africano,
chamada Maroua. Quase 46 mil adventistas frequentam
cerca de 400 igrejas naquela região árida e acidentada, e
escolheram Benjamin para ser seu líder espiritual. Ele
também é responsável pelas três escolas fundamentais e três
escolas de ensino médio. O tio de Benjamin, embora ainda
não seja cristão, às vezes vai à igreja com o sobrinho, que
diz estar fazendo o possível para levá-lo a Cristo.
“Conheci o Senhor e me uni à Igreja Adventista por meio
de um jovem chamado Mallam, que era filho do
nosso vizinho e um pouco mais velho do que eu”, explica
Benjamin. “Ele me incentivou.”
Benjamin relata que a educação adventista também foi
muito importante para ele. Seus primeiros anos de estudo
foram numa sala de aula com apenas um professor, na escola
adventista de Koza, onde há também um hospital adventista.
Ele passou o restante do período escolar em escolas públicas,
porém fez o curso superior no Seminário Adventista da
África Ocidental (hoje Universidade Babcock), na Nigéria.
Logo após concluir o curso, Benjamin se tornou pastor e, em
seguida, diretor do ministério de publicações para a região
Acima: ESCOLA EM CAMARÕES: O diretor da escola adventista
em Dogba, norte de Camarões, prepara-se para a aula.
Não há disponibilidade de livros ou qualquer outro material
didático para ser usado por professores ou alunos.
Esquerda: CONFRATERNIZAÇÃO: Mulheres adventistas se
reúnem na sexta-feira à tarde.
norte de Camarões. Em 2007, ele foi eleito líder da Igreja
para a mesma região.
Vida no Norte de Camarões
“Sinto-me privilegiado em servir a Deus em Camarões”,
diz Benjamin. “O povo é missionário e muito comprometido com o Senhor. São pessoas felizes, fiéis e muito
trabalhadoras. Nada neste mundo é perfeito, mas eles fazem
o seu melhor.”
Os adventistas do país compartilham sua fé através do
evangelismo público. “A maioria das pessoas nas vilas não
teve acesso à escola, por isso muitos não sabem ler.
Quando, porém, os que sabem ler organizam os eventos de
evangelismo público, todos participam”, acrescenta Benjamin.
Ele acrescenta que o norte de Camarões é uma região
de maioria muçulmana e que muitas vilas nunca viram uma
Bíblia. “Os muçulmanos respeitam os adventistas. Eles
gostam de nossa mensagem e dizem que os adventistas
têm a verdade. Mas sentem medo, porque, quando alguém
se torna cristão, é rejeitado pela família e pela sociedade.
Não é fácil. Oro para que um dia seja permitido ao nosso
povo escolher a religião que desejar seguir. Será uma grande
bênção”, declara Benjamin.
F O T O S :
L A R R Y
D .
B L A C K M E R
Larry Blackmer, vice-presidente e diretor de educação da
Igreja para a América do Norte, visitou o norte de Camarões
em fevereiro, para falar em um congresso na Universidade
Adventista Cosendai. Quando esteve em Camarões, Benjamin
o levou para visitar uma escola adventista localizada na
remota Dogba.
“Vimos cenas de partir o coração, a mais profunda
miséria e desnutrição”, diz Larry, “e a escola funciona sem
ter acesso a livros e outros materiais. Entretanto, as pessoas,
especialmente as crianças, são maravilhosas; são amigáveis
e sorridentes. Foi muito bom encontrar-me com elas.
Descobri, também, que Camarões é um belo país, com
paisagens de tirar o fôlego e uma fantástica vida silvestre.”
Larry afirma que já conhece Benjamin muito bem, pois
passaram muitas horas juntos, viajando por estradas de
terra cheias de buracos. “Ele me recebeu muito gentilmente
e é um cristão sincero”, diz ele. “Obviamente ele é muito
amado pelas pessoas.”
Na Assembleia Mundial da Igreja
Para Benjamin, que nunca havia saído do oeste africano,
aterrissar no aeroporto de Atlanta, Geórgia (EUA), como
delegado na 59ª Assembleia da Associação Geral, quebrou
Setembro 2010 | Adventist World
15
A RT I G O E S P E C I A L
Vıagem
Por
Sandra Blackmer
seus preconceitos sobre a vida nos Estados Unidos. “O
mundo ocidental”, diz ele, “está além de minhas expectativas
e é bastante diferente da vida em meu país.”
“Há mais de duzentas tribos em Camarões”, explica
Benjamin. “Cada tribo ou grupo de tribos tem suas próprias
tradições e cultura. Na igreja do norte de Camarões, por
exemplo, as mulheres sentam-se de um lado da igreja e
os homens, do outro. As mulheres usam véu na cabeça
para orar. Devido à cultura do país, elas não usam calças
compridas.”
Os habitantes das aldeias vivem em cabanas de palha
sem “luxos” como eletricidade e água encanada. Eles
compram seus alimentos diariamente, pois não têm
refrigerador para conservá-los. Assim, para Benjamin,
Atlanta representou uma grande mudança de paradigmas.
“Eu não sei exatamente que palavras usar para descrever
o que vi em Atlanta”, diz ele. “Se eu não conhecesse a Bíblia,
seria tentado a dizer que aqui é o Céu do qual as pessoas
falam. Tudo é bonito e bem arrumado, os trens e as estradas.
Todos os veículos parecem novos e da melhor qualidade.
O Georgia Dome (onde ocorreram as reuniões da Igreja]
é outro milagre. Não entendo como as pessoas podem
construir algo assim.”
Benjamin teve boas impressões sobre as pessoas que
conheceu em Atlanta. “Todas as pessoas que você encontra,
homem ou mulher, são muito atenciosas e gentis. Se algo
cai no chão, eles pegam para você”, diz ele.
Quando questionado sobre o custo financeiro envolvido
em uma reunião mundial da Igreja, Benjamin respondeu:
“O dinheiro foi feito para ser gasto. Deus pode prover recursos se o resultado for positivo. É verdade que custa bastante
dinheiro, mas as reuniões da Associação Geral fortalecem a
fé, atraem convidados especiais e levanta opiniões na Igreja
Adventista. Essas coisas são muito boas.”
Histórias para Contar
Quando Benjamin voltar para casa e encontrar a esposa, Tchived Rachel, o filho de três anos de idade, Nanela
Hacheked Samuel e o segundo filho, que está a caminho
(conforme Benjamin, já deverá ter nascido quando chegar),
ele vai ter muita história para contar.
Benjamin descreve seus planos: “Vou dizer aos meus
amigos e colegas de trabalho que Deus realmente está
dirigindo Sua igreja e que Ele está no controle dos negócios
dela. Aprendi que a Igreja é realmente democrática e
tem visão de futuro. Ela é bem organizada e segue os
princípios bíblicos.”
“Estou feliz de pertencer à Igreja Adventista do Sétimo
Dia”, acrescenta. “Eu vim do paganismo e sou muito grato
ao Senhor porque agora conheço a verdade sobre Deus e
sobre o sábado. Realmente somos o povo de Deus.”
16
Adventist World | Setembro 2010
Oferta para
manter ministérios da saúde,
educação e evangelismo
na Janela 10/40
E
le ficou paralisado ao observar uma garotinha de
uns 10 anos de idade, que saía de uma grande caixa
de papelão. Dois meninos menores, aparentemente
seus irmãos mais novos, saíram em seguida. O
corpo dos garotos estava coberto de feridas. Estavam pálidos
e lânguidos. Ele viu o garotinho menor encostar a cabeça no
peito da irmã e começar a chorar baixo. Ele podia ouvir a
compaixão na voz da menina enquanto falava com doçura
e carinhosamente afagava a cabecinha dele. Em seguida,
ela voltou para a caixa – o “lar” deles – e pegou três tigelas
pequenas.
“Quando lembro-me daquele cena, ela ainda me parte
o coração”, disse Michael L. Ryan, um dos vice-presidentes
da Igreja Adventista mundial, durante o apelo para a oferta
do primeiro sábado do congresso. “Como eu gostaria de
ter feito mais para mudar a vida daquelas crianças, além dos
poucos dólares que dei a elas!”
O alvo das ofertas da assembleia mundial da Igreja,
de acordo com Ryan, é ajudar a iluminar um caminho de
esperança para milhões de pessoas ao redor do mundo, que
vivem como aquela família.
“Essa Igreja foi organizada para cumprir uma missão
global”, disse Ryan. “Essa missão, porém, não será levada
avante pelo nosso poder, mas pelo poder do Espírito Santo.
Nós somos uma família com uma missão.”
As ofertas arrecadadas durante a assembleia foram
destinadas a subsidiar o evangelismo numa região
Sandra Blackmer é editora assistente
da Adventist World.
m pela
Assembleia da Associação Geral
Rota da seda
anteriormente conhecida como Rota da Seda, um caminho
que passa pela China, Índia, Paquistão, Afeganistão, Ásia
Central, Turquia e Oriente Médio – região hoje conhecida
como Janela 10/40.
A Janela 10/40 é um retângulo imaginário a 10º ao norte
da linha do Equador, na parte inferior e 40º ao norte, na
parte superior, e que se estende desde o noroeste da África
até o Oriente Médio, avançando pela Ásia. Gary Krause,
diretor da Missão Adventista, afirma: “Esse é um modo
simbólico de chamar a atenção para aquela área e dizer que
é lá, naquela janela, que vive a maior parte da população
do mundo. É também a região onde há maior pobreza,
onde há o menor número de cristãos e para onde, ao longo
da história, o cristianismo enviou menos recursos.”
F O T O S :
C O R T E S I A
D A
M I S S Ã O
A D V E N T I S TA
Gary Krause disse ainda à Adventist World que o dinheiro
será destinado às respectivas regiões administrativas da
Igreja, que selecionarão projetos específicos. Eles serão,
entretanto, encorajados “a utilizar uma abordagem evangelística e holística para tentar ‘construir pontes’ nessas
sociedades, nas áreas de saúde, educação e pioneirismos da
Missão Global”, disse ele. “Cada centavo dessa oferta irá
para a linha de frente e será contextualizado para alcançar
as pessoas onde elas estiverem.”
“A Igreja escolheu a Rota da Seda porque estávamos
procurando as regiões mais necessitadas do mundo,
lugares onde o cristianismo é mais fraco”, disse Krause.
“Queremos alcançar os que aguardam a esperança que o
evangelho traz.”
Setembro 2010 | Adventist World
17
A RT I G O E S P E C I A L
Ministérios
na
Vıtrıne
Por
Evan Knott
Destaques do Salão de Exposições
M
ais de duzentos expositores ocuparam
aproximadamente 60 metros quadrados
que deslumbraram milhares de adventistas presentes na assembleia mundial da
Igreja, ocorrida em julho deste ano, na
cidade de Atlanta, Geórgia, EUA.
Dean Rogers, gerente de exposições da assembleia, relata
que o número de expositores foi semelhante ao de reuniões
mundiais anteriores. “Acho que a grande diferença desta
assembleia é a qualidade das exposições”, afirma. “Temos
vários estandes muito atrativos para os visitantes.”
Entre os estandes ali presentes, estava o do Union College,
cuja atração era uma parede para escalada, com mais de
7 metros de altura. A parede atraiu especialmente crianças
e jovens, mas não foi apenas esse público que participou da
atividade. “Tivemos uma senhora de 69 anos de idade”, diz
Karla Navarrete, aluna e expositora do Union College, sorrindo. “Enquanto subia, o público torcia por ela.” Karla disse
que a torcida e o incentivo às pessoas enquanto escalavam
é um exemplo da atmosfera que existe no Union College.
“Nós apoiamos nossos jovens. Estamos sempre juntos.”
Outro estande foi apresentado por La Voz da La Esperanza
(A Voz da Profecia, em espanhol), ministério de mídia cujo
alvo é levar a mensagem do evangelho aos hispanos de todo o
mundo. O administrador e tesoureiro Charles Garcia diz que
o objetivo do estande é promover a rede de televisão e as mais
Evan Knott é estudante de Teologia
e Comunicação Social na Universidade
Andrews, em Berrien Springs, EUA.
18
Adventist World | Setembro 2010
de 1.300 estações de rádio que participam do ministério.
“Tentamos mostrar nosso ministério ao mundo e
permitir que as pessoas saibam quem somos. Assim, serão
levados a procurar ajuda, não só financeira, mas poderão
conhecer a Palavra de Deus por meio de nossos programas
em espanhol, disponíveis em quase todos os lugares do
mundo”, acrescenta Garcia.
O estande da Divisão Transeuropeia exibiu um novo
ministério na internet chamado “Life Connect” (Vida
Conectada), uma rede social evangelística que funciona,
essencialmente, como o Facebook e o Orkut. Além do
formato HTML, será lançado em setembro um espaço
virtual em 3-D chamado “Life Connect World” (Mundo da
Vida Conectada). As pessoas poderão explorar um mundo
virtual através desse programa e interagir de várias maneiras
Assembleia da Associação Geral
A U S T I N
com outros usuários. Os usuários poderão, por exemplo,
trocar receitas em restaurantes virtuais, participar de
pré-lançamentos da mídia cristã ou receber estudos bíblicos.
“Estamos incentivando as pessoas a serem missionários
digitais”, diz Jemina da Silva Macedo, do tedMEDIA Productions. “Não forçamos ninguém a aceitar o cristianismo ou o
adventismo. Estabelecer contato com as pessoas, procurando
interesses comuns e, então, apresentamos conceitos espirituais.”
Há vários anos, o salão de exposições é parte das assembleia mundiais da Igreja Adventista. Ele fornece oportunidade de apresentar diversos projetos aos adventistas e de
conseguir apoio para cumprir a missão de propagar as três
mensagens angélicas.
F O T O S :
A L D E N
J .
H O
R .
H O
Página ao lado: CONSTRUÇÃO MILAGROSA: Imagine
quantas crianças terão a vida transformada pela bênção
do projeto Escola de Um Dia, da Maranatha Volunteers
International. De cima para baixo: TRÊS, DOIS, UM –
AÇÃO: Todos os dias o imenso salão de exposição era
visitado por milhares de pessoas. Era difícil resistir
ao entusiasmo de Lídia Abigais Monroy, da Guatemala,
dando informações sobre a Divisão Interamericana.
MISSÃO VIRTUAL: Jemima da Silva Macedo, da Divisão
Transeuropeia, demonstra a Tihomir Lazic o software
tedMedia de realidade virtual.
Setembro 2010 | Adventist World
19
C R E N Ç A S
F U N D A M E N T A I S
C
asamento não é fácil! De pé e em
frente à porta aberta do trem,
na Estação Central de Sidney,
eu olhava para a pilha de malas e, em
seguida, para meu relógio. Por que minha
esposa estava demorando tanto para
comprar uma garrafa de água? Fazia
“séculos” que ela havia saído, e eu estava
ficando ansioso à medida que se aproximava o horário da partida. Será que eu
teria que desembarcar a bagagem e esperar pelo próximo trem? Será que ela havia
tropeçado e caído? Precisava ela de minha
ajuda? Ah... lá vem ela. Um tanto aliviado,
encontramos nossos lugares, arrumei a
bagagem ao nosso redor, desejamos feliz
aniversário de casamento um ao outro
(34 anos) e desfrutamos da viagem.
Durante o período de namoro, como
estudantes universitários sem dinheiro
que éramos, Carol lecionou em Samoa,
como estudante missionária, por doze
meses (no tempo do “correio lesma”).
Casamo-nos no ano seguinte com apenas 50 dólares no bolso e passamos a lua
de mel numa barraca, no parque nacional. Estávamos apaixonados e, quando
David disse a um dos seus professores
em nosso casamento: “Parece um sonho”,
o professor respondeu ironicamente:
“Um dia você vai acordar.”
Talvez esse comentário reflita as
dificuldades vividas por muitas famílias
Família
NÚMERO 23
Jovens desenvolvem relacionamentos
e ajudam à comunidade
Por Carol e David Tasker
de hoje. E por que ainda nos surpreendemos? Se a intenção de Satanás sempre
foi difamar o caráter de Deus, e se a
família é uma ideia divina, é compreensível que ele ataque ferozmente a única
instituição que possibilita “felicidade
da sociedade, o êxito da igreja, [e] a
prosperidade da nação”.1
Casamento, Gênesis e Queda
Tendo começado num cenário ideal,
com duas pessoas perfeitas, o casamento
devia ser uma relação de companheirismo mútuo, alegria e crescimento
contínuo, tendo o próprio Criador como
seu orientador e conselheiro. Porém
Satanás também viu o tremendo potencial da família. A cada geração, ele tentou
incessantemente destrui-la.
Matrimônio e Família
O casamento foi divinamente estabelecido no Éden e confirmado por Jesus
como união vitalícia entre um homem e
uma mulher, em amoroso companheirismo.
Para o cristão, o compromisso matrimonial
é com Deus bem como com o cônjuge, e
só deve ser assumido entre parceiros que
partilham da mesma fé. Mútuo amor, honra, respeito e responsabilidade constituem
a estrutura dessa relação, a qual deve
refletir o amor, a santidade, a intimidade e
20
Adventist World | Setembro 2010
a constância da relação entre Cristo e Sua
igreja. No tocante ao divórcio, Jesus ensinou que a pessoa que se divorcia do outro,
comete adultério. Conquanto algumas relações de família fiquem aquém do ideal, os
consortes que se dedicam inteiramente um
ao outro, em Cristo, podem alcançar amorosa unidade por meio da orientação do
Espírito e a instrução da igreja. Deus abençoa a família e deseja que seus membros
ajudem um ao outro a alcançar completa
Com o fim da perfeita paz e harmonia, as famílias têm vivido em clima de
conflitos. O grande conflito cósmico entre
Cristo e Satanás, entre o bem e o mal, se
torna mais intenso à medida que se aproxima de seu final. E isso é verdade não
apenas em relação à história deste mundo,
mas também em relação ao que acontece
por trás das portas dos lares atuais.
Josh e Sally são parte dessa batalha.
Seu casamento de 18 anos está desgastado e por um fio. As palavras “na
alegria e na tristeza” se reduziram a “na
tristeza”. Pequenas desavenças se tornaram grandes batalhas. Josh está cada
vez mais desiludido com seu trabalho.
Ele nunca é promovido e sente-se como
se estivesse sendo sugado por um túnel
escuro sem ter como escapar.
maturidade. Os pais devem educar os seus
filhos a amar o Senhor e a obedecer-Lhe.
Por seu exemplo e suas palavras, devem
ensinar-lhes que Cristo é um disciplinador
amoroso, sempre terno e solícito, desejando que eles se tornem membros do Seu
corpo, a família de Deus. Crescente intimidade familiar é uma das características da
mensagem final do evangelho. (Gn 2:18-25;
Mt 19:3-9; Jo 2:1-11; 2 Co 6:14; Ef 5:21-33;
Mt 5:31, 32; Mc 10:11, 12; Lc 16:18;
1 Co 7:10, 11; Êx 20:12; Ef 6:1-4; Dt 6:5-9;
Pv 22:6; Ml 4:5, 6.) – Crenças Fundamentais
dos Adventistas do Sétimo Dia, nº 23
5
Sally também está procurando mudar seu ritmo. A vida está lhe cobrando,
agora na meia-idade, os anos que tentou
equilibrar seus deveres como esposa,
mãe, dona de casa e executiva. Ao mesmo tempo, os adolescentes Andy e Brett
enfrentam problemas com seus amigos,
frustrações na escola, desinteresse e
incerteza sobre o futuro, o vício da
pornografia e o desinteresse pela igreja.
Sentem-se perdidos e distantes dos pais.
O Compromisso do Casamento
Esse não é um quadro animador. No
entanto, podemos ver na Bíblia que Deus
age de forma extraordinária nas famílias
problemáticas. Mesmo em meio às
disputas familiares, desespero, decepção,
estupro e assassinato, podemos ver possibilidade de restauração, graça e redenção.
Certamente a intenção de Deus era que
todas as famílias do mundo fossem
abençoadas por meio da família de
Abraão (Gn 12:3). A aliança entre Deus e
Seu povo se tornou a fonte da esperança
nos períodos de maior desespero.
A aliança não é baseada nos esforços (ou nos erros) humanos, mas na
fidelidade de Deus. Sua fidelidade se
estende até as famílias de hoje. Jesus,
na última ceia, apresentou a relação
entre a nova aliança e o perdão. O cálice
simboliza Seu sangue vertido para
conceder perdão e reconciliação. Para
as famílias esfaceladas por diferenças
aparentemente irreconciliáveis, a graça
e o perdão se tornam indispensáveis.
Não somente o perdão de Deus, mas de
uns para com os outros.
Os pais, frequentemente, perguntam
como os filhos de uma mesma família
podem ser tão diferentes. Viva a diferença! “Está no propósito de Deus que
pessoas de diferentes temperamentos
se associem.”2 Aprender a apreciar as
diferenças dentro da família nos prepara para conviver com todos os tipos de
pessoas da sociedade.
Porque somos singulares em nossas
diferenças, Deus nos mostra Seu amor
de maneiras variadas. Ele tem prazer em
passar tempo conosco e nos dedica Sua
Linguagens
do Perdão
total atenção (Mt 6:26; Ap 3:20), Ele nos
concede dons (Mt 7:11; Rm 6:23; Tg 1:17)
e, entre Seus atos benéficos, estão a humildade e o supremo sacrifício de Sua vida
(Fl 2:3-11). É-nos dito que Ele Se compadece das nossas fraquezas e dificuldades
(Is 53; Hb 4:15) e que Suas palavras de
afirmação nos inspiram (1Pe 2:9).
■ Expressar ARREPENDIMENTO:
“Desculpe-me”
■ Assumir RESPONSABILIDADE:
“Eu estava errado”
■ CORRIGIR o erro:
“O que posso fazer para acertar?”
■ ARREPENDIMENTO genuíno:
Falando a Linguagem Correta
As “cinco linguagens do amor”,3
formuladas por Gary Chapman, ajudaram muitos a descobrir as melhores
maneiras de dar e receber amor. Mais
recentemente, ele e Jennifer Thomas
identificaram as “cinco linguagens
do perdão”4, que estão relacionadas a
padrões de comunicação nas famílias,
comunidades, escolas, locais de trabalho e política internacional. Quando
alguém é ofendido por outra pessoa, é
necessário reconhecer o erro para que
se inicie o processo de restabelecimento
e restauração.
Uma pesquisa que durou dois anos
concluiu que pessoas diferentes necessitam
de diferentes tipos de desculpas. Simplesmente dizer “desculpe” pode soar insincero para algumas pessoas e insuficiente
para reparar feridas. Alguns precisam
ouvir a pessoa assumir a responsabilidade
pelos seus atos; outros precisam ouvir
que o problema não será repetido.
Na Bíblia, temos um clássico
exemplo dessas diferentes linguagens
de perdão sendo usadas para se obter
perdão e reconciliação. Os árduos
esforços de Abigail para pedir desculpas a Davi, em diferentes linguagens,
certamente resultaram em uma
série de benefícios inesperados e de
grande alcance (veja 1Sm 25).
Desfrutando da
Viagem – Juntos
Casamento não é fácil. Mas pode ser
profundamente satisfatório. E se eu tivesse
atendido a meu impulso imaturo de
acabar meu casamento, quando minhas
inclinações egoístas foram desafiadas, nos
primeiros anos de meu casamento? Que
indescritível perda teria sido! Dois filhos,
“Vou tentar não fazer isso de novo”
■ Pedindo “PERDÃO”:
“Perdoe-me, por favor?”
as famílias deles, o trabalho nas missões e
muitas memórias insubstituíveis que nos
lembram de uma jornada profundamente
satisfatória com Deus, que é fiel, mesmo
quando nós não somos.
Nossa jornada não foi estática
ou previsível. Tudo foi mudando ao
longo da viagem: a estrada, o veículo, a
paisagem, o clima, os companheiros de
viagem e até a determinação (e os níveis
de energia) para seguir em frente.
Em meio a circunstâncias variáveis
do ambiente e dos vizinhos, o povo de
Deus sempre encontrou sua fonte de
força e segurança na fidelidade de Deus.
O Deus sempre presente e que nunca
muda – o mesmo ontem, hoje e sempre –
está sempre à nossa disposição.
Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 15.
Ibid., p. 427.
Gary Chapman, As Cinco Linguagens do Amor (São Paulo:
Mundo Cristão, 1997).
4
Gary Chapman e Jennifer Thomas, As Cinco Linguagens do
Perdão (São Paulo: Mundo Cristão, 2007).
1
2
3
Carol e David Tasker
celebram seu casamento
intercultural (Carol é da
Austrália e David da Nova
Zelândia) e servem como
professores no Adventist
International Institute
of Advanced Studies, nas
Filipinas.
Setembro 2010 | Adventist World
21
E S P Í R I T O
D E
P R O F E C I A
Por Ellen G. White
A mensagem seguinte foi apresentada por Ellen White na
Assembleia da Associação Geral de 1893, ocorrida em Battle
Creek, Michigan, EUA. Essa mensagem é relevante não apenas
para aquela geração de líderes da Igreja, mas também hoje,
para cada filho de Deus, individualmente.
Q
ue sagrada responsabilidade Deus nos concedeu,
fazendo-nos Seus servos na tarefa de salvar
pessoas! Ele nos confiou grandes verdades, a
mais solene e desafiadora mensagem que deve
ser dada ao mundo. Nosso dever não é apenas pregar, mas ser
uma bênção para as pessoas e nos aproximar de seu coração.
Devemos usar com habilidade e sabedoria os talentos que
recebemos, para apresentarmos a preciosa luz da verdade da
maneira mais agradável e apropriada para levar a salvação.
Confiança
eus
D
É um grande privilégio estar ligado a Jesus.
consolados por Sua presença. Podemos
O apóstolo Paulo, falando do ministério da nova aliança, diz:
“Dela me tornei ministro de acordo com a responsabilidade, por
Deus a mim atribuída, de apresentar-lhes plenamente a palavra
de Deus, o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações,
mas que agora foi manifestado a Seus santos. A ele quis Deus dar
a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que
é Cristo em vocês, a esperança da glória. Nós O proclamamos,
advertindo e ensinando a cada um com toda a sabedoria, para
que apresentemos todo homem perfeito em Cristo. Para isso eu
me esforço, lutando conforme a sua força, que atua poderosamente em mim” (Cl 1:25-29).* Que responsabilidade! Aqui é
apresentada uma obra que exige mais do que meramente pregar
a Palavra. É necessário representar a Cristo em nosso caráter, ser
cartas vivas, conhecidas e lidas por todas as pessoas.
22
Adventist World | Setembro 2010
J O S E F
“O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14). Devemos
nutrir amor por todos e, se aqueles para quem trabalhamos
não apreciam nossos esforços, não devemos permitir que o
descontentamento ou os maus sentimentos reinem em nosso
coração. Murmuração, inveja e suspeitas tornam amarga e
frustram a vida dos obreiros, quando deveríamos manter
os olhos somente na glória de Deus. Não podemos confiar
K I S S I N G E R / A N N
O Que Nos Impulsiona?
FAZENDO A DIFERENÇA: O Impacto Atlanta envolveu
centenas de jovens e adultos, que usaram maneiras
alternativas para ajudar o povo de Atlanta. A foto
retrata o Desfile Jovem, realizado no sábado à tarde,
dia 3 de julho.
Assembleia da Associação Geral
em nossos próprios esforços, como se fôssemos capazes de
realizar a obra de conversão das pessoas. Apenas Deus pode
convencer e converter. Jesus convida os pecadores para irem a
Ele com todos seus fardos e Ele lhes dará paz.
Nunca devemos nos esquecer de que Jesus nos ama. Ele
morreu por nós e está vivo para fazer intercessão em nosso
favor. O Pai também nos ama e deseja nossa felicidade. “Aquele
que não poupou Seu próprio Filho, mas O entregou por todos
nós, como não nos dará juntamente com Ele, e de graça,
todas as coisas?” (Rm 8:32). Pastores e líderes, vocês devem ser,
para a igreja, exemplos de fé, confiança e amor. O Senhor os
encarregou de cuidar de Sua igreja. Será seu trabalho feito com
fidelidade no temor do Senhor? Estão convictos de que devem
aproveitar toda oportunidade para receber graça e poder do
alto, para realizar para Deus o melhor serviço possível?
surgirá oportunidade para que todos os poderes da mente
sejam utilizados no serviço de Deus. Devemos conhecer Sua
vontade e obedecê-la.
Irmãos na fé, não demonstrem incertezas e dúvidas.
Sigam nosso Guia de perto. Vocês não se perderão no
caminho, a menos que desprezem o Guia; pois o Senhor
protege vocês de todos os lados. Nos momentos mais escuros,
Jesus será nossa luz. “A vereda do justo é como a luz da
alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do
dia” (Pv 4:18). É um grande privilégio estar ligado a Jesus.
Mesmo em meio às provações, podemos ser consolados por
Sua presença. Podemos desfrutar, hoje mesmo, da atmosfera
do Céu. Podemos ser colocados na prisão pelos nossos
inimigos, mas as paredes do cárcere não podem impedir a
comunicação de nossa alma com Cristo.
Mesmo em meio às provações, podemos ser
desfrutar, hoje mesmo, da atmosfera do Céu.
Se, como obreiros da igreja de Deus, vocês sentem que
têm preocupações e provas muito maiores do que as enfrentadas pelos outros, lembrem-se de que podem desfrutar de uma
paz desconhecida por aqueles que não levam esse encargo. No
entando, não coloque sobre outros os fardos que pertencem
a vocês; não aumentem a carga que eles já têm. Há conforto e
alegria em servir a Cristo. O cristão dedica ao Senhor sua total
afeição, mas recebe na medida em que doa; e sua linguagem
não é de constante murmúrio ou de revolta. Ele não se esforça
para parecer justo, mas sua vida mostra que é guiado pelo
Espírito Santo. Ele pode falar com segurança de sua esperança
em Cristo, porque recebeu grandes promessas de Deus. Se
o obreiro cumprir as condições das promessas, a Palavra de
Deus promete que o Senhor fará por ele mais do que pede.
Fale de Fé, Não de Dúvida
Quanto mais confiamos em Deus, mais O honramos.
Demonstrar ansiedade e preocupação ao realizar Seu serviço,
e falar de temores e dúvidas sobre nossa salvação – essas
são atitudes que demonstram egoísmo e incredulidade. A
verdadeira fé procura saber o que pode ser feito hoje. Ao
assumirmos, uma a uma, as nossas responsabilidades, executando fervorosamente nossas tarefas, mesmo que pequenas,
Aquele que vê todas as nossas fraquezas, que conhece
todas as provações, está acima de qualquer poder da Terra; e
os anjos podem vir até nós, nas celas solitárias, trazendo luz e
paz celestial. Para aqueles que confiam em Deus, a prisão será
como um palácio; as paredes sombrias serão iluminadas com
a luz que vem do Céu, da mesma forma que brilhou quando
Paulo e Silas oravam e cantavam louvores à meia-noite na
masmorra de Filipos. John Bunyan [autor do livro O Peregrino]
estava confinado em uma prisão de Bedford [Inglaterra] e
lá teve compreensão sobre a luz que ilumina o caminho do
cristão rumo à cidade celestial.
Deus é a “Rocha de nossa salvação”, socorro presente na
tribulação. Assim, não podemos ser imaturos bebês em Cristo,
mas ousados e firmes soldados da cruz, alegrando-nos em fazer
a vontade de Deus, mesmo em meio a sofrimentos.
*Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
Este artigo foi extraído do livro Gospel Workers, p. 422-425
(edição de 1892). Os adventistas do sétimo dia creem que
Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico
durante mais de 70 anos de ministério público.
Setembro 2010 | Adventist World
23
S E R V I Ç O
Impacto
Por Kimberly
Luste Maran
Atl anta
Jovens desenvolvem
A U S T I N
R .
H O
H
K I M B E R LY
L U S T E
M A R A N
elena Deazle, de Wkingham, Berkshire, Inglaterra, não
sabia o que aconteceria quando decidiu participar do
Impacto Atlanta (iATL), um evento que desenvolveu a
liderança jovem e o discipulado, e que aconteceu simultaneamente à assembleia mundial da Igreja, nos dias 23 de junho a 3
de julho de 2010. Um amigo lhe falou a Helena sobre o Impacto
St. Louis, que aconteceu durante a assembleia mundial da Igreja
de 2005. Assim, quando as inscrições foram abertas para o evento de 2010, Helena prontamente se inscreveu.
“Meu amigo me contou que gostou muito e que foi fantástico”, diz Helena. “É realmente muito bom ajudar a comunidade
ou simplesmente ter mais consciência da necessidade das pessoas.
É muito bom sair, ajudar a igreja e trabalhar para a comunidade.”
Helena estava entre os mais de cem jovens que atuam
como líderes da Igreja e que vieram de todas as partes
do mundo para Atlanta, Geórgia, EUA. De acordo com o
coordenador do programa, A. Allan Martin, o objetivo dos
jovens era “engajar-se ativamente na Grande Comissão de
24
Adventist World | Setembro 2010
A U S T I N
R .
H O
Mateus 28:18-20 e no grande mandamento do amor,1 por
meio de treinamento, ajuda ao próximo e adoração a Deus”.2
Martin espera que os delegados, que se encontraram com as
agências comunitárias de Atlanta e residentes da comunidade
envolvidos nos projetos, tenham recebido “o presente humanitário da graça em suas comunidades”. Martin diz que esses
delegados não devem esperar cinco anos para se envolver
novamente. “Nosso objetivo era impactar a cidade de Atlanta.
Além disso, porém, tínhamos o desejo de dizer: ‘Deus estava
lá quando estávamos lá, e nossa vida foi transformada.’”
Processo de Transformação
Vários eventos de ajuda à comunidade e treinamento para
o discipulado causaram grande impacto sobre LaToya Wolfe.
Natural de Chigado, Illinois, EUA, LaToya participou das
quatro principais atividades de ajuda comunitária e do Impacto
Atlanta.3 Muito feliz de estar ali com pessoas que investiram em
jovens, LaToya diz: “Eu queria muito trocar ideias com líderes
Assembleia da Associação Geral
do ministério jovem de outras partes do mundo. Estudando na
Universidade Andrews,4 acabamos nos envolvendo com o aspecto
acadêmico do ministério e, às vezes, deixamos de crescer diariamente. Estudamos o conteúdo, mas podemos perder o processo
prático. Somente o fato de observar as coisas que aconteceram
em Atlanta, coisas que não estavam planejadas, foi incrível.”
Mesmo tendo de cozinhar, servir as refeições, empacotar
roupas para desabrigados, carregar terra e adubo para o jardim
comunitário, e fazer todo tipo de tarefa para ajudar as pessoas
em vários bairros de Atlanta, os delegados também aprenderam
como se aproximar das pessoas e trabalhar em conjunto. LaToya
declara: “Precisamos estar sempre em contato com as pessoas
que ainda não tomaram a decisão de ajudar aos outros. Inclusive, do outro lado da nossa rua, há pessoas que não sabem que
existimos, não sabem que Jesus existe. Como adventistas, vivemos confortavelmente em nosso ‘casulo’. Aqui, somos forçados a
Da esquerda para a direita: LIMPEZA: Camille R. Merced, de
Porto Rico, e Sahana Richard Injety, da Índia, passaram a tarde
organizando o quarto do filho de 9 anos de idade, da “Dona
Edite”. Ela é vizinha de Rustin e Stacy Sweeney, casal que se
mudou para um complexo de apartamentos para pessoas com
baixa renda, a fim de viver o evangelho e ali construir uma
comunidade. CULTO: LaToya Wolfe (centro) de Chicago, Illinois,
e outros amigos delegados, cantam durante culto no Impacto
Atlanta. UMA MULHER NO PARQUE: Milton Coronado, pastor
de jovens e delegado do Impacto Atlanta, completa um mural
no Centenial Olympic Park, pintando uma mulher e as palavras
“End It Now” (Pare com isso agora).
sair de nossa zona de conforto e ver pessoas semelhantes àquelas
com quem Jesus Se encontrava, falava e abraçava. Precisamos
seguir a Jesus e nos lembrar do que Ele quer que façamos.”
Fidi Mwero, de Redland, Califórnia, EUA, apreciou muito
o treinamento sobre discipulado que ocorria durante a
manhã, visitar a comunidade durante a tarde e desenvolver
os relacionamentos nos cultos, à noite. Fidi, novo pastor associado para os jovens e mídia da igreja da cidade de Calimesa,
Califórnia, explicou: “À tarde, você já pode usar o treinamento
que recebeu pela manhã. E, ao conhecer os lugares, concluímos que missão não é ir até eles e imediatamente tentar fazer
com que sejam como eu sou, fazer deles adventistas, tentar
consertá-los ou consertar o que está errado. É simplesmente ir
e desenvolver a amizade, ‘construir pontes’ e mostrar a eles o
amor de Deus. Em alguns casos, talvez procuramos atender só
o grupo de nossa idade; mas aprendemos, nos unimos, juntos
tivemos a vida transformada. Esperamos que, ao voltarmos de
onde viemos, sejamos luzes em nossa comunidade.”
Juntos na Missão
Desde reunir lápis de cera até lavar louça; de cuidar de
crianças a arrancar ervas daninhas; de ouvir os testemunhos
de recuperação de viciados em drogas a incentivar as pessoas a assinar um abaixo-assinado contra a violência à mulher,5
o Impacto Atlanta deu aos delegados os instrumentos para
descobrir oportunidades para uma liderança servidora em
sua própria comunidade.
Janelle Cuthbert, de Melbourne, Austrália, participou
do Impacto St. Louis em 2005 e crê que aprendeu algo muito
importante nos dois eventos: “Não é difícil se envolver;
você só tem que procurar as pessoas e ajudá-las. Todos
necessitamos de ajuda em diferentes ocasiões. Precisamos
entender que nem sempre as pessoas expressam gratidão
pelo que fazemos. Nós separamos alguns lápis de cera e
ajudamos a dobrar camisetas. Quando vamos e ajudamos,
conhecemos as pessoas.”
Os delegados passaram dez dias conhecendo a Deus,
sua comunidade e uns aos outros. Embora o serviço fosse
o principal componente dessa atividade, não era o único
objetivo. Segundo Martin, no mesmo grau de importância
estavam a adoração a Deus e os relacionamentos. “Tentamos
mostrar aos delegados que é fundamental ter relacionamentos semelhantes aos que Jesus mantinha. O toque gentil é
mais importante que ser bem ‘treinado’. Deus nos dará o que
necessitamos; só precisamos atender o Seu chamado.”
“O Impacto Atlanta foi um catalisador na minha
vida, para que eu entendesse melhor quem é Deus, quão
importante é chegar até as pessoas da comunidade e como
compartilhar a minha fé”, diz Cuthbert. “Agora, tenho muito
mais coragem para fazer esse tipo de trabalho e vou ajudar
nas atividades de minha igreja. Você precisa se tornar amigo
das pessoas para levá-las a Jesus.”
Mateus 28:19, 20 e Lucas 10:27.
Eventos como “Aventura do Discipulado”, confraternizações em restaurantes e os cultos “Encontros com Deus”.
3
Projetos “Casa de Minha Irmã”, “Serviço Abrigo Vermelho” (metrô de Atlanta), “Oseias Alimenta
o Faminto” e o lar comunitário da família Sweeney.
4
A Universidade Andrews está localizada em Berrien Springs, Michigan, Estados Unidos.
5
enditnow (pare com isso agora) é uma campanha mundial, lançada em outubro de 2009, numa
parceria entre a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) e o Departamento do Ministério da Mulher da Associação Geral. A campanha tem como objetivo reunir
milhares de pessoas que apóiem e trabalhem juntos para ajudar a erradicar a violência contra mulheres e meninas no mundo. A campanha se associou ao Impacto Atlanta numa petição assinada
no centro da cidade de Atlanta, Geórgia, EUA. O abaixo-assinado fará parte de muitos outros que
serão apresentados às Nações Unidas para estimular a criação de novas leis e diretrizes de proteção
e capacitação de mulheres e meninas.
1
2
Kimberly Luste Maran é editora assistente
da Adventist World.
Setembro 2010 | Adventist World
25
P E R G U N TA S B Í B L I C A S
E
todos pecadores. A impecabilidade de Jesus cria problemas
ssa pergunta, formulada de diferentes maneiras, é
muito frequente. Sempre reluto em respondê-la, pois
teológicos para os que querem considerá-Lo muito
existe o risco de especular sobre fatos que desconhesemelhante a nós. É nesse ponto que Sua singularidade é
manifestada com grande poder. Quer creiamos ou não – e
cemos. É surpreendente que alguns levam suas especulações
eu, pessoalmente, creio –, Ele é diferente de todos nós! Ele
tão a sério que se tornam dogmáticos sobre elas. A humildade deveria ser a característica fundamental de qualquer
nunca cometeu nenhuma forma de pecado, seja em atos
pessoa que estuda a Bíblia.
ou pensamentos. Ele é o único e exclusivo ser humano que
viveu sem pecado. É essa singularidade que leva as pessoas
Sobre essa pergunta, em particular, minha relutância se
a perguntarem: E se Ele tivesse pecado? Parece que Sua
deve ao fato de que sabemos o que realmente aconteceu.
Sabemos que Jesus não pecou (2Co 5:21; Hb 4:15; 7:26). Isso impecabilidade provoca em nós algum desconforto. Mas
não deveria ser assim, pois
já deveria ser o suficiente.
a vida sem pecado de Jesus
Mas os que estão interessados na questão insistem no
é o pré-requisito para a
assunto: Ele poderia ter peexpiação.
cado? Se tivesse pecado, quais
3. O futuro de Jesus.
seriam as consequências do
Podemos também afirmar
Seu pecado? Para não termos
que o futuro de Jesus e o
que tratar desse assunto ounosso futuro são o mesmo,
tra vez, deixe-me fazer alguns
porque Ele venceu o mal e
comentários que podem – ou
nos reconciliou com Seu
P E R G U N TA :
não – ser úteis para você.
Pai. Mas podemos afirmar
que havia um futuro
1. Jesus e o pecado. Jesus
Se Jesus houvesse
poderia ter pecado? Minha
alternativo para Jesus, caso
resposta bastante direta é:
Ele houvesse pecado?
pecado, o que teria
Sim! Existe base bíblica para
É aqui que começam as
acontecido com Ele?
isso. Jesus era verdadeiramenespeculações. Permita-me
te humano e estava sujeito às
dizer isto da maneira mais
mesmas tentações que enfrenfranca possível: se Jesus
Por
tamos, como também a outras
houvesse falhado, o Deus
Ángel Manuel
que jamais teremos que enque conhecemos não seria
Rodríguez
frentar (Hb 4:15). Jesus lutava
nosso Deus. Em outras
diariamente contra o pecado
palavras, do nosso ponto
e era vitorioso sobre ele. Esse era um conflito real, não porque
de vista, Ele deixaria de existir. A falha de Jesus significaria
Jesus tivesse a natureza corrompida pelo pecado (Ele não a
que Deus é incapaz de vencer as forças do mal e que
Satanás tem poder suficiente para vencê-Lo e arruinar Seu
tinha), mas porque, como cada um de nós, Ele possuía livrearbítrio. É isso que torna possível escolhermos estar do lado
plano de salvação. Consequentemente, Deus seria forçado
de Deus no conflito cósmico. Rebelar-se contra Deus significa a nos abandonar.
Como você pode ver, o risco de cair em especulações é
rejeitar essa liberdade ou, mais especificamente, desprezá-la,
muito alto. A derrota de nosso Deus no momento de Sua
escolhendo a morte.
maior manifestação de poder na cruz de Cristo é algo
O exemplo típico da possibilidade de Jesus pecar é Sua
que dificilmente podemos sequer imaginar, quanto mais
experiência no jardim do Getsêmani. Nessa ocasião, Sua
levar a sério.
vontade o incitava a preservar Sua vida, ao mesmo tempo
Uma vez que o Deus bíblico é, por definição, invencível,
em que Seu compromisso com o Pai para a salvação da
humanidade impulsionava Jesus para o autossacrifício e
nossa pergunta permanece praticamente sem resposta.
morte (Mt 26:39). O poder e a realidade dessa tentação é
Se a natureza humana do Filho de Deus houvesse falhado, o
que ela implicava a possibilidade de Ele escolher não fazer a
próprio Deus teria falhado. Mas Ele não falhou.
vontade de Deus. Não fosse assim, toda essa luta teria sido
Amém!
uma encenação teatral, um exercício de autoengano ou
uma ilusão.
2. A singularidade de Jesus. O fato de Jesus ter vencido
Ángel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisa
todas as tentações é incompreensível para nós porque somos Bíblica da Associação Geral.
E Se....
26
Adventist World | Setembro 2010
E S T U D O
B Í B L I C O
O
Último Apelode Amor
Por Mark Finley
Nos estudos anteriores, aprendemos muito sobre o caráter de Deus. Vimos que um Deus
amoroso criou nossos primeiros pais, Adão e Eva, para que desfrutassem de todo o
potencial que a vida oferece. Era desejo de Deus que experimentassem alegria, felicidade
e paz para sempre. Quando nossos primeiros pais se rebelaram contra Deus, Ele tomou
providências para que recebessem a salvação eterna por meio de Jesus Cristo.
Ao longo de todo o Antigo Testamento, Deus constantemente revelou Seu infinito amor. O
livro de Êxodo apresenta a Deus como cheio de “bondade” e “compaixão” (Êx 33:19). Jeremias
fala sobre Seu “amor eterno” e Seu “amor leal” (Jr 31:3). Miqueias afirma que Deus perdoa
“o pecado”, esquece “a transgressão” e demonstra “amor” e “compaixão” (Mq 7:18, 19).
Mesmo os juízos de Deus revelam Sua misericórdia. A história do dilúvio revela Seu
eterno amor pelos seres humanos.
1.
Como Deus procurou salvar a raça humana, apesar de sua rebelião contra Ele?
“Então, disse o Senhor: O Meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; os seus dias
serão cento e vinte anos” (Gn 6:3, Almeida Revista e Atualizada).*
Durante 120 anos, Deus enviou convites aos seres humanos. Em meio à rebelião contra Ele,
Deus apelou de forma poderosa por meio de Seu Espírito de amor.
2.
O que levou Deus a destruir a Terra com o dilúvio?
“O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na Terra e que toda a inclinação dos
pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal” (Gn 6:5).
“A Terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência. [...] Toda a humanidade havia corrompido
a sua conduta” (versos 11, 12).
A
do homem tinha aumentado.
Os pensamentos do seu coração eram sempre e somente para o
.
A Terra estava
.
e cheia de
Toda a humanidade havia
3.
a sua conduta.
Como Noé é descrito na Bíblia?
“Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor. [...] Noé era homem justo e perfeito em suas gerações;
Noé andava com Deus” (Gn 6:8, 9, Almeida Corrigida e Revisada).
Faça uma lista das características de Noé:
Noé achou
aos olhos do Senhor.
Noé era um homem
e
Noé
com Deus.
em seu tempo.
Setembro 2010 | Adventist World
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Graça é o amor de Deus por aqueles que não merecem nada. Apesar de Noé ser um
pecador, ele entregou sua vida totalmente a Deus. Dedicou sua vida a fazer o que Deus
ordenara, mesmo que, às vezes, não entendesse. Na Bíblia, a palavra perfeito significa
“maduro espiritualmente” ou “completamente confiante”, e não alguém que não peca.
Noé conhecia a voz de Deus e obedecia à Sua vontade.
4.
O que a arca revelava sobre Deus?
“Você, porém, fará uma arca de madeira de cipreste; divida-a em compartimentos e revista-a de piche por
dentro e por fora. [...] Mas com você estabelecerei a Minha aliança, e você entrará na arca com seus filhos,
sua mulher e as mulheres de seus filhos” (Gn 6:14, 18).
Com você estabelecerei a Minha
.
A aliança revela a maravilhosa graça de Deus. Assim como era impossível a Noé salvar a
si mesmo do dilúvio que viria ao mundo, é impossível sermos salvos do pecado por nossas
próprias forças. Somos salvos quando entramos na arca da salvação, que é a graça de
Jesus Cristo.
5.
Que outro símbolo da graça encontramos na história do dilúvio?
“E Deus prosseguiu: ‘Este é o sinal da aliança que estou fazendo entre Mim e vocês e com todos os seres vivos
que estão com vocês, para todas as gerações futuras: o Meu arco que coloquei nas nuvens. Será o sinal da
Minha aliança com a Terra’” (Gn 9:12, 13).
O
é um sinal da aliança de Deus.
O último livro da Bíblia, o Apocalipse, apresenta um arco-íris em volta do trono de Deus
(Ap 4:3). Assim como o arco-íris é uma combinação de cores, Deus combina Sua justiça
com Sua misericórdia. Ele é o Deus da graça e da lei.
6.
Como Jesus descreveu os últimos dias?
“Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem” (Mt 24:37).
Os últimos dias da história da Terra serão como os dias de
7.
.
Que enfático apelo Jesus faz a cada um de nós?
“Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês
menos esperam” (Mt 24:44).
Jesus apela para que estejamos
.
No tempo de Noé, o dilúvio veio como uma surpresa. Multidões de pessoas, que poderiam
ter sido salvas se houvessem ouvido a advertência de Deus, foram levadas pelas águas do
dilúvio. O apelo de Jesus para nós é semelhante ao apelo de Noé. O amoroso Senhor
insiste conosco para revermos nossas prioridades, buscá-Lo em oração, entregar a Ele
nossa vida e nos preparar para o Seu breve retorno.
Você não gostaria hoje de abrir seu coração a Jesus e entregar-Lhe o total controle da
sua vida?
*Salvo outra indicação, os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.
O estudo bíblico do próximo mês será
“Preservando
28
Adventist World | Setembro 2010
a Fé”
Intercâmbio Mundial
59a Assembleia da Associação Geral
C A R TA S
História de
Roma
Li, com entusiasmo, o artigo
“Evangelismo
Adventista Surpreende a Cidade
de Roma” (julho
de 2010). Esse é
um verdadeiro
milagre moderno, realizado por Deus.
Louvado seja o Seu nome! Estarei
orando para que as pessoas que estão
ansiosas para conhecer a verdade em
Roma sejam confirmadas no evangelho
de Jesus e possam, em breve, se unir à
Sua igreja pelo batismo.
Oro, também, para que o ministério
do programa Está Escrito continue a ser
abençoado pelo Céu.
Fernando Salazar
Medelin, Colômbia
Viajante Silenciosa
Tive a alegria de tocar e ler a linda Bíblia
itinerante, descrita no artigo “Siga a
Bíblia” (julho de 2010).
Diana Machado
Setúbal, Portugal
Um Motivo
para Ler
Muito obrigado
por enviar a
Adventist World
para nossa região.
Todos os meses
recebemos duzentas cópias. Todos
os leitores estão
muito felizes e inspirados por essa revista, especialmente quando leem histórias
sobre o trabalho missionário ao redor
do mundo. As histórias e
Estamos muito felizes e inspirados por
essa revista, especialmente quando lemos
histórias sobre o trabalho missionário
ao redor do mundo. As histórias e mensagens
desses artigos também têm me inspirado.
Elas estimulam os membros a participar nos
trabalhos da Igreja e nas atividades
missionárias.
– Maung Maung Htay, Yangon, Mianmar.
mensagens desses artigos também
têm me inspirado. Elas estimulam os
membros a participar nos trabalhos
da Igreja e nas atividades missionárias.
Alguns não conseguem ler em inglês,
mas são beneficiados quando falo sobre
as mensagens das revistas.
Sou muito grato a Deus. Seria
maravilhoso se a Adventist World fosse
traduzida para o idioma de Mianmar,
de modo que os membros pudessem
ler, por eles mesmos, as interessantes
histórias e artigos.
Maung Maung Htay
Yangon, Mianmar
Lugar
Comum
Escrevo sobre
o artigo especial de William
G. Johnsson,
“Adventistas e
Muçulmanos:
Cinco Convicções” (fevereiro
de 2010). Por muito tempo, tento encontrar o que temos em comum, porém
nunca havia conseguido enxergar claramente. Até que tive a oportunidade de
ler esse artigo na Adventist World. Estou
disposto a aprender mais e mais, até ser
capaz de evangelizar meus amigos.
Continuem realizando a obra de Deus.
Dolph
Nairobi, Quênia
Sou adventista de origem judaica.
Acabei de ler “Adventistas e Muçulmanos:
Cinco Convicções”, de William G.
Johnsson (fevereiro de 2010). Sou muito
grato a Deus por estar trabalhando
para derrubar preconceitos que não
são bíblicos. Espero algum artigo sobre
judeus adventistas.
Que Deus os abençoe muito
enquanto realizam essa obra guiada pelo
Espírito de Deus.
Leandro de Araújo
Rio de Janeiro, Brasil
Setembro 2010 | Adventist World
29
Intercâmbio Mundial 5 9
a
Assembleia da Associação
C A R TA S
Enviamos um exemplar da Adventist
World de fevereiro para nosso filho, que
divide apartamento com um amigo muçulmano. Esse rapaz achou muito interessante o artigo”Adventistas e Muçulmanos:
Cinco Convicções” e tirou uma cópia.
Desde então temos nos correspondido e
ele vai mostrar o artigo aos seus amigos.
Essa é mais uma forma de fazer amizade
com pessoas de outras religiões.
Depois disso, demos a revista para
outrosdois muçulmanos, que também
a acharam muito interessante. Essas
três pessoas têm melhor conhecimento
da Bíblia do que muitos cristãos.
Estamos ansiosos para manter contato
com todos eles.
Observando o Crescimento
da Igreja Mundial
comunitário em uma antiga fábrica
usada por artistas como estúdio, pois o
espaço estava disponível. Queremos
estar informados sobre o grande trabalho
que o Senhor tem realizado no mundo
todo, por meio de Seu povo.
Thomas F. Hinrichs
Lancaster, Pensilvânia,
Estado Unidos
Recebemos a Adventist World em nossa
igreja. Nesse mundo turbulento,
considero essa revista essencial para o
meu crescimento em Jesus.
Há seis anos estou aposentado e
impressionado com o crescimento da
Igreja mundial. A Associação da
Pensilvânia está iniciando um trabalho
Cartas para o Editor – Envie para: [email protected]
As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com
250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo,
data da publicação e número da página em seu comentário.
Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você
está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão
resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser
publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.
Ter um bom relacionamento e ser
amigo dos muçulmanos é tido por eles
como uma honra. Temos que plantar
essas “sementes”.
John e Nelly Schweinsberg
Moonta, Sul da Austrália
LUGAR DE ORAÇÃO
Sou pai de quatro filhos que precisam ir
para a escola. Orem para que eu consiga
os recursos. Obrigado, Senhor!
Robert, Tanzânia
Orem para que meu esposo aceite a
Cristo e se una à Igreja Adventista.
Peço também para que eu seja curada
da depressão.
Pat, Estados Unidos
Por favor, orem por uma organização,
no Congo, que está lutando para
conseguir recursos para um grande
número de órfãos.
Jean Marie,
República Democrática do Congo
30
Adventist World | Setembro 2010
Peço orações por minha saúde e por
minha família.
Miguel, Colômbia
Agradeço a Deus por responder a
nossas orações. Deus me concedeu um
emprego de tempo integral numa
empresa. Obrigado pelas orações de
vocês. Que Deus os abençoe
generosamente, assim como vocês
oram por nós.
Jinks, Zâmbia
Tenho passado por grandes dificuldades
ultimamente. O prédio onde eu morava
caiu no terremoto de janeiro. Perdi
tudo o que tinha; e minha filha, que era
minha única companhia, morreu
naquele dia. Estou sozinha, mas confio
na promessa de vida eterna que Jesus
nos concede. Por favor, orem por mim.
Dorcas, Haiti
Tenho um sério problema de dor de
cabeça que começou no ano passado.
Isso atrapalha meus estudos e meu
trabalho. Os médicos prescreveram uma
série de medicamentos, porém eles não
estão me ajudando. Creio que Deus é o
único que pode me curar. Obrigado.
Leonard, Zimbábue
Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à
oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo,
75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão
editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos
os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana,
nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido,
seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu
material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para:
Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.
Geral
INTERCÂMBIO DE IDEIAS
Conheça seu
Vızınho
Esses jovens representam os adventistas de nove países. Com idade variando
entre 23 e 34 anos, também representam alguns dos delegados da Assembleia da
Associação Geral ocorrida em Atlanta, Geórgia, EUA. Eles foram escolhidos por
sua forte liderança, capacidade de comunicação, dedicação à igreja e pela paixão
pelo evangelismo. A seguir, conheça seus nomes (da direita para a esquerda):
Thuy Tien le Tran, Vietnam; Sray Neang Vanthorn, Camboja; Blessings Gonbwe,
Maláui; Justin McNeilus, Estados Unidos;
Alice Danla, Índia; Emilia Rouhe, Finlândia;
Samia Henriette, Seicheles; Deepak Boro,
Índia; Rochael Shemali Perera, Singapura e
Tshwanelo Bryan Sekwababe, Botsuana.
Em
Família
A seguir, a impressão de três jovens delegados
na Assembleia da Associação Geral.
Percebo que aprendi muitas coisas na Assembleia da Associação Geral, mas é muito
triste me separar de meus novos amigos. Conclui que relacionamentos, amizade e
comunicação são muito importantes quando o objetivo é que sejamos unidos em
missão e crença. Jovem ou idoso, somos todos parte de uma grande família.
– Srey Neang, Camboja
As reuniões plenárias, as longas filas, a comida misteriosa… tudo
valeu a pena! O companheirismo e os cultos (e, sim, muito trabalho)
são, literalmente um prenúncio do Céu, num mundo como nosso.
Mal posso esperar! Não foi apenas uma reunião de trabalho; foi
um testemunho do poder do evangelho. Como pessoas separadas
pela geografia, idioma e cultura podem se unir como uma família?
Somente pelo sangue de Jesus!
– Tuesda Roberts, Estados Unidos
Sinto-me imensamente privilegiado pela oportunidade de estar entre a família da
igreja e participar das decisões. Pude sentir que sou parte de algo; percebi que
minhas ideias e opiniões são importantes para a minha igreja. Enquanto os
assuntos eram discutidos, era impossível ignorar o fato de que pertencemos a uma
família, e, como qualquer família, houve um pouco de decepção e frustração,
mas no final, ainda havia amor, amor por Deus e uns pelos outros.
– Tshwanelo Bryan Sekwababe, Botsuana
“Eis que cedo venho…”
Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os
adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só
crença, missão, estilo de vida e esperança.
Editor
Adventist World é uma publicação internacional da
Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação
Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.
Editor Administrativo
Bill Knott
Editor Associado
Claude Richli
Gerente Internacional de Publicação
Chun, Pyung Duk
Comissão Editorial
Ted N. C. Wilson, presidente; Bill Knott, secretário;
Daniel R. Jackson; Armando Miranda; Pardon K.
Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; HeatherDawn Small; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico
Comissão Coordenadora da Adventist World
Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki;
Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk
Editor-Chefe
Bill Knott
Editores em Silver Spring, Maryland
Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados),
Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner,
Kimberly Luste Maran
Editores em Seul, Coreia do Sul
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Editor On-line
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Jackson, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa,
Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Ella S. Simmons,
Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee,
Israel Leito, John Rathinaraj,Paul S. Ratsara, Barry
Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander.
Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados
voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser
enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD
20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638
E-mail: [email protected]
Website: www.adventistworld.org
Adventist World é uma revista mensal editada
simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina,
Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos
Estados Unidos.
Vol. 6, No. 9
F O T O S :
A U S T I N
R .
H O
E
K I M B E R LY
L U S T E
M A R A N
Setembro 2010 | Adventist World
31
O Lugar Das
PESS
Q U E
L U G A R
É
AS
FRASE
E S S E ?
DO
MÊS
“Satanás não pode invadir
uma família que tem fortes laços
familiares.”
H O
NA COMUNIDADE
HORTA: Rebecca Turk trabalha
e conversa com um garotinho na
horta comunitária plantada por
Rustin and Stacy Sweeney.
– Jim Hoffer, Smithsburg, Maryland, EUA
R .
R .
A U S T I N
A U S T I N
VIDA ADVENTISTA—
MEMÓRIAS DA
ASSEMBLEIA DA
ASSOCIAÇÃO GERAL
A reunião da noite havia terminado (em
St. Louis, Missouri, EUA, 2005), e milhares
de adventistas estavam saindo do estádio e
descendo as escadas para tomar o trem. Ao
chegarmos ao fim das escadas, unimo-nos à
massa humana que preenchia toda a plataforma, de parede a parede, até a borda, não
ficando nenhuma barreira entre as pessoas
e os trilhos, a alguns centímetros abaixo. Apenas um
guarda estava de plantão, para manter a ordem entre a multidão
compacta. Ele olhava, ansiosamente, para uma direção e para outra,
preocupado com o que poderia acontecer. Um empurrão ou passo
displicente e seríamos testemunhas de um terrível desastre. Era visível a
tensão em seu rosto, embora tentasse manter a compostura profissional.
Foi então que minha esposa e eu decidimos começar a cantar
“Oh! Que Esperança!” (Hinário Adventista, nº 469). Rapidamente
fomos acompanhados pelas pessoas ao nosso redor e, em seguida,
por toda a multidão naquele ambiente cavernoso e dos dois lados do
trilho. Aquele foi um momento muito especial! E seguimos cantando
“Graça Excelsa” (Hinário Adventista, nº 208) e outros hinos até que
o trem apareceu. O efeito em todos os presentes, inclusive no guarda,
era palpável. Ainda hoje me pergunto qual deve ter sido a impressão
que ele levou para casa naquela noite. Talvez tenha pensado:
“Quem são estes e de onde vieram?” (ver Ap 7:13).
H O
– Sang Lae Kim, pastor e professor de Teologia da Universidade Sahmyook,
Coreia do Sul, no devocional vespertino do dia 28 de junho de 2010, durante a
Assembleia da Associação Geral.
RESPOSTA: Em Atlanta, Geórgia, EUA, um garoto de 9 anos de idade mostra a borboleta que lhe pousou na mão enquanto trabalhava no
jardim comunitário plantado na vizinhança pelos moradores Rustin e Stacy Sweeney. A foto foi tirada durante o projeto de serviço comunitário
promovido pelo Impacto Atlanta, evento de dez dias para jovens, que aconteceu simultaneamente à Assembleia da Associação Geral.

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