Tinnevelly senna

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Tinnevelly senna
SENE
Nome científico: Cassia angustifólia Vahl
Sinônimos: Cassia senna L.; Senna Alexandria Miller (Simões, 1999).
Nome popular: Sene, Sene de Tinnevelly, Sene da Índia, Sene de Alexandria e Sene
de Cartrum, no Brasil; Sena, na Itália; Séné, na França; Sennesblaetter, na Alemanha;
Senna, em inglês; Sen, Sen de la India e Sen de Tinnivelly, em espanhol (Coimbra,
1994).
Denominação homeopática: Senna.
Família Botânica: Fabaceae-caesalpinioideae
Parte utilizada: Folha e fruto.
1. Características: Arbusto originário do sul da Península Arábica, Índia e
Somália, típica de regiões tropicais que espontaneamente vegeta melhor em
locais montanhosos e menos nas proximidades de grandes rios (Teske, 1994).
O Sene é descrito nas cinco edições do código farmacêutico brasileiro,
encontrando-se a seguinte descrição na Farmacopéia Brasileira 5ªed., 2010:
“A droga vegetal é constituída dos folíolos dessecados, contendo no mínimo,
2,5% de derivados hidroxiantracênicos expressos em senosídeo B, e 0,6% de
senosídeo B (C42H38O20; 862,74) e 0,5% de senosídeo A (C42H38O20; 862,74).
Não deve ser utilizada antes de um ano após a colheita.
Os frutos são vagens reniformes achatadas, verdes a castanho-esverdeadas
nas bordas, castanho escuro na área central, medindo aproximadamente 35 a
60 mm de comprimento e 14 a 20 mm de largura. Pontos estilares em uma das
extremidades, pedúnculos curtos na outra. Contém de cinco a oito sementes
achatadas ou obovadas, verdes a castanho-pálidas, com camada contínua ou
incompleta de saliências sinuosas no ápice.
Folíolos verde-acinzentados á verde-acastanhados, finos, frágeis, lanceolados,
mucronados, assimétricos na base, de 15 a 50 mm de comprimento e 5 a 20
mm de largura, com largura máxima logo abaixo da porção mediana. Limbo
levemente ondulado ambas as faces cobertas com tricomas finos e curtos,
nervação peninérvea, visível principalmente na face inferior. Nervuras laterais
em ângulo de aproximadamente 60º, com a nervura central e anastomosadas
na margem. Possui odor peculiar, sabor amargo e adstringente.
Além disso, o Sene apresenta uma altura entre 0,75 centímetros a 2 metros de
altura, com caule e ramos eretos de coloração pálida. As flores são pequenas e
numerosas, agrupadas em racimos com pétalas amarelas.”
Observação: Nas três primeiras edições do código farmacêutico brasileiro são
denominadas de Sene as espécies: Cassia acutifolia Del., conhecida por Sene
de Alexandria e Cassia angustifolia Vahl., conhecida por Sene da Índia
(Simões, 1999).
2. Indicações e Ação Farmacológica: Os extratos são obtidos a partir dos
folíolos e vagens e contêm glicosídeos antraquinônicos como os senosídeos A
e B. Estes glicosídeos são hidrolisados pelas bactérias intestinais, liberando as
antraquinonas ativas no cólon. Desta forma, é um laxativo suave que não
produz irritação estomacal ou no intestino delgado. Sua ação se manifesta
entre 8 e 10horas após a administração oral e, por esta razão, deve ser usado
à noite.
O Sene é indicado na prisão de ventre, constipação intestinal e em situações
onde se quer um esvaziamento intestinal (exames radiográficos, pré e pósoperatórios,etc.) e em tratamentos de emagrecimento (Alonso, 1998). Em
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Homeopatia é utilizado nas cólicas infantis, com gases presos na barriga e
insônia e nas cólicas com prisão de ventre (Cairo, 1983).
Os derivados antraquinônicos conferem uma ação colagoga e laxante a baixas
doses e purgante a doses maiores. As maiores parte dos heterosídeos chegam
diretamente ao cólon onde, pela ação das enzimas da flora intestinal, liberam
agliconas, produzindo desta forma uma irritação nas terminações nervosas da
parede intestinal, promovendo uma maior secreção de água e aumento do
peristaltismo intestinal. Os frutos exercem efeito laxo-purgante mais suave que
os folíolos devido a possuir uma concentração de derivados antraquinônicos
menor. Já foi comprovado que no intestino humano os senosídeos (compostos
insolúveis e inativos) são reduzidos pela ação da flora intestinal a 8-glucosilreinantrona, logo hidrolisados a reinantrona, a qual é a substância promotora
do peristaltismo no cólon e finalmente, o período de latência, que é
determinado pelo transporte e metabolismo, oxidados a senidinas (Kobashi K.
et al., 1980; Lemil J., 1980; Hattori M. et al., 1988 apud Alonso, 1998).
As antraquinonas também demonstraram exercer uma atividade antiviral sobre
o vírus da herpes do tipo 1, através da ruptura parcial envoltório do vírus
(Granda Veja E., 1994 apud Alonso).
3. Dosagem e modo de usar: extrato seco (4:1): 0,5 a 2g/dia (sendo que 1g
equivale a 4g de planta seca); pó: 1 a 3g/dia; Xarope (5% de extrato fluido): 15
a 30gramas ao dia; Clíster de infusão: 15 a 20g/litro, efeito imediato;
4. Toxicidade e Contra-indicações: A ingestão crônica dos folíolos pode
produzir uma destruição dos plexos nervosos intramurais do cólon, causando o
conhecido cólon catártico: um intestino grosso atônico e desprovido de alças,
de aspecto tubular similar ao intestino decorrente de uma colite ulcerosa de
larga duração. Frequentemente acompanha de melanose retocólica. O abuso
de laxantes pode também determinar problemas eletrolíticos, onde uma
hipocalemia é muito perigosa aos cardiopatas. Só se deve utilizar o Sene
durante breves períodos de tempo, pois a maior causa do aparecimento dos
efeitos secundários decorre da automedicação e abuso feitos (PR, 1998). Os
extratos totais de Sene têm demonstrado maior toxicidade que cada senosídeo
por separado. A presença de altas quantidades de diantronas observadas nas
folhas mal conservadas pode produzir na ingestão dessas, quadros de irritação
gastrointestinal, sendo estas substâncias consideradas como potentes
carcinogenéticas (Mori H. et al., 1981 apud Alonso).
É contra-indicado na hipocalemia, na obstrução intestinal, nas enterites, nas
hemorróidas, na gravidez (é ocitotóxico, podendo produzir abortos), na lactação
(as antraquinonas passam para o leite materno) (Alonso, 1998), na
insuficiência renal, hepática e cardíaca e para crianças menores de seis anos,
pacientes idosos ou debilitados (Botsaris, 1995).
5. Referências Bibliográficas:
1.Alonso, J. R. Tratado de Fitomedicina. Isis Ediciones. 1998.
2.Botsaris, A. S. Fitoterapia Chinesa e Plantas Brasileras. Ícone Editora. 1995.
3.Cairo, N. Guia de Medicina Homeopática. 1983.
4.Farmacopéia Brasileira volume 2, 5ª edição, 2010, pag. 1284
5.PR Vademecum de Precripción de Plantas Medicinales. CD-ROM. 3ª edição
1998.
6.Simões, C. M. O. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 1999.
7.Soares, A. D. Dicionário de Medicamentos Homeopáticos. Livraria Editora
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Santos. 2000.
8.Bogenschutz-Godwin M. J., duCellier J., Duke P. K., Duke J. A. Handbook of
medicinal Herbs second edition, CRC press, 2nd ed.
9.Teske, M.; Trentini, A. M. Herbarium Compêndio de Fitoterapia.
Herbarium. 1994.
10.Batistuzzo, J.A.O., Itaya, M., Eto, Y. Formulário Médico Farmacêutico. 4ºed,
São Paulo, Pharmabooks, 2011.
11.Quimer - Opção Natural de Qualidade.
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