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Transcrição

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TECHNO
Ano II - no 08 - 2011
Ulstein Belga Marine
no mercado offshore
DNV classifica
a Plataforma P-56
Ônibus híbrido da Volvo
NEWS
CE-EPC: continuidade
dos projetos
Pernambuco e Finlândia,
interesses na área naval
Parque Tecnológico BH-Tec
MEIO AMBIENTE
COMPERJ
ENERGIA
INDÚSTRIA NAVAL
Gestão Ambiental e
Sustentabilidade
Cronogramas,
Contratos e Empresas
Desafios do setor
energético nacional
Aliança e CBO
Navios inovadores
O desafio energético
brasileiro
À esquerda,
Sérgio Cabral,
Arthur Braga
Paulo Conte
Gerente Executivo
do CTDUT
Diretor
do Estaleiro Aliança
governador do Rio de Janeiro
Aparecida Panisset,
prefeita de São Gonçalo
Paulo Roberto Costa,
diretor de Abastecimento
da Petrobras
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Arquimedes Ciloni
Fernando Landgraf
Diretor de Inovação do IPT
Subsecretário de
Coordenação das Unidades
de Pesquisa do MCT
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2
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
ÍNDICE
TECHNO
Ano II - no 08 - 2011
Ulstein Belga Marine
no mercado offshore
ENERGIA
4
Desafios do
setor energético nacional
INDÚSTRIA NAVAL
6
8
10
12
Aliança constrói navios
inovadores para a CBO
Metalúrgica Aliança Offshore
ampliará capacidade produtiva
do Estaleiro Aliança
Indústria naval é o novo segmento
da Lafem Engenharia
DNV realiza atividades finais
de Classificação da Plataforma P-56
MERCADO NAVAL
11
Ultein Belga Marine
amplia sua capacidade produtiva
no mercado offshore
PETROQUÍMICA
13
14
15
COMPERJ
Cronogramas, Contratos e Empresas
Novos rumos para as demandas da
região de influência do Comperj
Logística do Comperj
inclui estrada e um porto
DUTOS
16
CDTUD amplia estrutura
de testes para dutos
TECNOLOGIA NAVAL
17
Pernambuco e Finlândia,
interesses comuns na área naval
DNV classifica
a Plataforma P-56
Ônibus híbrido da Volvo
Pernambuco e Finlândia,
interesses na área naval
Parque Tecnológico BH-Tec
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
18
COMPERJ
ENERGIA
INDÚSTRIA NAVAL
Gestão Ambiental e
Sustentabilidade
Cronogramas,
Contratos e Empresas
Desafios do setor
energético nacional
Aliança e CBO
Navios inovadores
NEWS
O desafio energético
brasileiro
PETRÓLEO & GÁS
20
AERONÁUTICA
22
NEWS
CE-EPC,
continuidade dos projetos
Perspectivas de mercado para
a Aviação Comercial
23
Eficiência energética
e produtividade
MEIO AMBIENTE
24
Gestão Ambiental para
a Sustentabilidade
PARQUE TECNOLÓGICO
26
Parque Tecnológico BH-Tec
na reta final para início de operação
ARTIGOS
19
Ciência, Tecnologia & Inovação
21
Inovação em grandes projetos
Por Prof. Arquimedes Ciloni / MCT
Por Fernando Landgraf / IPT
Informações:
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Diretora Executiva
Maria Angélica Fe. Teixeira
Press release:
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TECHNO NEWS é uma publicação
produzida pela Santiago Publicações Ltda.,
dirigida a profissionais e empresas dos
setores Energia, Óleo & Gás, Petroquímica,
Transportes, Aeronáutica, Indústrias
Químicas, Telecomunicações, Agroindústria
e Mineração e Metais.
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www.technonews.com.br
Arthur Braga
À esquerda,
Gerente Executivo
do CTDUT
Sérgio Cabral,
Paulo Conte
Diretor
do Estaleiro Aliança
governador do Rio de Janeiro
Aparecida Panisset,
prefeita de São Gonçalo
Paulo Roberto Costa,
diretor de Abastecimento
da Petrobras
Arquimedes Ciloni
Fernando Landgraf
Diretor de Inovação do IPT
Subsecretário de Coordenação das
Unidades de Pesquisa do MCT
Foto principal capa: Plataforma P-56
Crédito: Stéferson Faria - Agência Petrobras
LOGÍSTICA
Muito mais informação você encontra aqui:
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MEIO AMBIENTE
Volvo fabricará
ônibus híbrido no Brasil
Diretor Geral
Ubirajara Xavier da Silva
Rua das Gaivotas, 343 - Cidade Jardim
CEP 38412-138 - Uberlândia - MG
Tel. (34) 3238-6020 / 3238-7673
NEWS
CE-EPC: continuidade
dos projetos
EDITORIAL
O
desafio energético brasileiro.
Este é apenas a ponta do iceberg
dos inúmeros desafios do País para
o alcance de um desenvolvimento sustentável.
Desafios na energia, na produção, na tecnologia,
no conhecimento, na educação, na qualificação
de profissionais, na segurança, na preservação do
meio ambiente, na geração de empregos, no bem
estar social, ....
Com a crise econômica mundial, os países do
primeiro bloco econômico mundial estão revendo
as suas políticas de crescimento e reorganizando
os rumos de seu desenvolvimento, separadamente
ou em conjunto. Nesse contexto, países como
o Brasil, China e Índia passaram a ser cotados
como grandes expoentes de uma futura ordem
econômica mundial.
De fato, o Brasil tem grandes potencialidades para
se tornar um player de peso no cenário econômico
internacional. Como todos nós sabemos, o País
possui inúmeras riquezas naturais, um parque
industrial diversificado, renomados centros de
educação e pesquisa, um grande percentual da
população em faixa etária produtiva, enfim,
requisitos importantes para se posicionar nesse
time de países ‘que está saindo do banco de
reservas’.
A posse destes requisitos, no entanto não é o
bastante. É preciso desenvolver as aptidões, o
conhecimento, a tecnologia, deter o domínio
das técnicas e dos processos produtivos para
que o País seja autônomo na condução de seu
desenvolvimento interno e externo.
A cada edição, a Techno News procura levar
ao público leitor um pouco do Brasil que
muitos brasileiros desconhecem e que deve ser
promovido pelas políticas públicas, apoiado com
investimentos, desenvolvido com seriedade de
propósitos e lapidado com carinho.
Referimos-nos aqui ao Brasil que trabalha nas
cidades, no campo, nas escolas, nas universidades,
nas fábricas, nos hospitais, nos laboratórios, nas
construções, na terra ou no mar, em todos os cantos
deste imenso país, e que constrói o potencial real
dessa Nação para o alcance daquela posição de
destaque no contexto das nações desenvolvidas.
Alcançar este desenvolvimento projetado é
possível sim e que ele seja perene e conduzido em
benefício do Brasil e dos brasileiros!
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eletrobras.com
O mundo não para.
Todo dia é dia de uma nova oportunidade,
A Eletrobras também não.
de uma nova descoberta, de um novo tempo.
É justamente para esse mundo
Hoje, as empresas que formam a Eletrobras
que se renova todos os dias
que a Eletrobras está preparada.
têm o orgulho de saber que o reconhecimento
pela postura socioambiental responsável
nos colocou na carteira do Índice de
Sustentabilidade Empresarial da Bovespa.
Hoje, nós estamos entre as maiores
empresas de energia do mundo.
Hoje, nós estamos preparados
para deixar o país ainda mais forte.
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
ENERGIA
Desafios do
Divulgação
setor energético nacional
A
d emanda total de energia do Brasil
deverá crescer em mais de 60% nos
próximos dez anos. Tal projeção
representa um desafio para o setor
energético nacional brasileiro, pois além da
ampliação da capacidade produtiva, o alcance desta
meta envolve a diversificação da matriz energética,
o aumento da eficiência e o desempenho ambiental
destas fontes de energia.
O Brasil possui hoje uma capacidade
instalada de 110 mil MW. Até 2020, este potencial
passará para 171 mil MW, sendo que dois terços do
consumo total serão dos setores da indústria e de
transportes. Divulgada pela Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas
e Energia, esta projeção representa a base do Plano
Decenal de Expansão de Energia – o PDE 2020, o
qual constitui o instrumento de planejamento para
o setor energético nacional.
Neste
contexto
de
desenvolvimento
energético até 2020, o documento registra o
percentual de participação do conjunto das fontes
renováveis de energia, com priorização das fontes
hidráulica, eólica e biomassa. A participação das
hidrelétricas cairá de 76% para 67%, e a geração
oriunda de usinas eólicas, térmicas à biomassa e
PCHs, dobrará nos próximos dez anos, de 8% para
16%. A geração eólica é o destaque destas fontes
alternativas - hoje representa 1% da capacidade
instalada e saltará para 7% até 2020.
Hidráulica
A predominância da matriz hidráulica no
sistema de produção de energia elétrica no Brasil
deverá ser paulatinamente reduzida em face do
fomento a outras fontes energéticas no país.
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A expansão energética prevista no PDE 2020
demandará investimentos da ordem de R$ 190
bilhões. Destes, R$ 90 bilhões já estão autorizados,
incluindo as usinas com contratos assinados nos
leilões de energia nova. Da verba restante, 55%
será destinado a hidrelétricas e 45% a outras fontes
renováveis.
Grande parte das usinas hidrelétricas previstas
nesta década está localizada no Norte do país, na
Amazônia, e constituem empreendimentos com
grande potência instalada. Em face da localização,
do porte e do forte impacto socioambiental, estas
usinas dependem de uma avaliação ambiental mais
rigorosa e demandam mais tempo para os estudos,
projeto e construção.
Já as Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs), com potência instalada de um a 30
MW e um processo mais rápido de construção
com menor impacto ambiental respondem por
aproximadamente 3% do potencial elétrico nacional.
A maioria das PCHs em operação está localizada nas
regiões Sul e Sudeste, próximas aos grandes centros
consumidores de energia elétrica, e representam
alternativas importantes para o aproveitamento das
potencialidades energéticas regionais e locais.
Eólica
Até a realização dos dois leilões de fontes
renováveis, a capacidade de produção de energia
eólica no país era muito reduzida. Esta situação,
porém tomou outra dimensão quando no segundo
leilão, do total de 2.892,2 megawatts negociados pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 70%
foram provenientes de parques eólicos contratados.
Nesta ocasião, o preço médio da matriz eólica de R$
130,86 por megawatt/hora (MWh) ficou abaixo das
termoelétricas a gás natural e também da energia
produzida por biomassa e pequenas centrais
hidrelétricas.
Apesar de o Brasil apresentar condições de
vento muito mais favoráveis do que na Europa,
com um ‘fator capacidade’ de 40% contra os 20%
europeus, o que significa que as unidades brasileiras
geram mais energia por MW instalado, o fator custo
era o maior impedimento para a expansão da matriz
eólica. Em 2008, com a crise econômica mundial e
a desaceleração da economia nos países detentores
da tecnologia, a oferta de equipamentos com menor
custo cresceu no mercado internacional, resultando
investimentos no segmento eólico brasileiro e maior
competitividade desta matriz energética no contexto
nacional
A energia eólica responde hoje por
aproximadamente 0,7% da matriz energética
brasileira, com 45 usinas em operação no Brasil e um
total de 794.334 kW de potência instalada. Em 2010,
a capacidade instalada de energia eólica era de 700
MW; com a operação parques eólicos contratados
nos leilões, este potencial saltará para 3,2 mil MW
em 2012 e em 2013, alcançará 5,2 mil MW.
Biomassa
A biomassa, assim como os ventos, são
alternativas geradoras de energia elétrica com
grande potencial de crescimento no Brasil e desde
2004, integram o Programa de Incentivo às Fontes
Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) do
Governo Federal.
A projeção do PDE 2020 de dobrar a geração
de energia proveniente de fontes alterantivas – PCHs,
eólicas e térmicas à biomassa – recai principalmente
na expansão das energia eólica e das usinas de
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
biomassa. Desta última, a maior parte da
energia gerada será oriunda da cana-deaçúcar e do aproveitamento do bagaço.
Nesse campo, a expansão das
centrais energéticas baseadas na biomassa
proveniente da cana-de-açúcar está
atrelada a dois aspectos importantes: a
ampliação da participação deste modal
energético no Sistema Integrado Nacional,
visto que parte da energia hoje gerada é
utilizada no processo de produção das
usinas, e as oscilações da agroindústria
da cana-de-açúcar em questões relativas
ao mercado do etanol e política interna de
incentivos e investimentos.
Petróleo e Gás Natural
Techno
Segundo o Plano Decenal de
Expansão de Energia 2020, a produção de
petróleo no Brasil triplicará nos próximos
10 anos, com investimentos da Petrobras e
de empresas que hoje detém participação
nos blocos do pré-sal.
Dos atuais 2,1 milhões de barris
diários, a produção brasileira passará para
6,1 milhões de barris por dia em 2020.
Desta, 50% será destinada ao mercado
externo, o que colocará o Brasil em posição
de destaque no cenário internacional de
petróleo e resultará significativos ganhos
para o país com a exportação do produto
e com a redução de emissões de gases
poluentes decorrente do consumo de
derivados do petróleo.
Em relação ao gás natural, projetase uma forte ampliação da oferta nacional,
saindo de um patamar de 58 milhões de
m³/dia em 2011 para 142 milhões de m³/
dia em 2020.
Esta oferta interna, acrescida das
importações – 30 milhões de m³/dia de
gás boliviano e 21 milhões de m³/dia de
GNL –, irá ampliar a oferta total de cerca
de 109 milhões de m³/dia em 2011 para
193 milhões de m³/dia em 2020.
Biocombustíveis
Em relação aos biocombustíveis, os
investimentos previstos até 2020 somarão
R$ 97 bilhões, concentrados quase que
integralmente na oferta de etanol que
terá uma forte expansão nesta década. O
aumento de demanda deste combustível
no mercado brasileiro é atribuído pelo
PDE 2020 à significativa expansão da frota
de veículos flex-fuel e à competitividade
do preço do etanol hidratado em relação
à gasolina apesar da restrição de oferta no
curto prazo.
A demanda de etanol deverá
triplicar nesta década, passando de 27
bilhões de litros em 2010 para 73 bilhões
em 2020 – incluindo 6,8 bilhões de litros
para exportação.
Foto: José Roberto Almeida / Eletrobras
Eficiência Energética
Desempenho Ambiental
O desempenho ambiental das
fontes e das tecnologias inerentes ao
processo produtivo de energia não poderá
dissociar-se do programa de expansão
energética do Brasil. No âmbito nacional
ou internacional, o compromisso do país
em relação à redução da emissão de gases
de efeito estufa e do desmatamento e ao
uso de alternativas energéticas menos
poluentes são temas inseridos na agenda
ambiental mundial e que têm relação
direta com a geração e o consumo de
energia.
As licenças ambientais necessárias
à implantação dos empreendimentos
no Brasil, independente do porte
e da matriz energética, devem ser
consideradas ferramentas fundamentais
para garantia da sustentabilidade destes
investimentos nos campos econômico,
social e ambiental. O potencial energético
do Brasil é mundialmente conhecido e as
perspectivas de mercado ofertadas pela
expansão das fontes alternativas abrem
um campo fértil para os investimentos
em energia e nesse contexto, governo e
sociedade brasileira devem se colocar
efetivamente comprometidos com o
desempenho ambiental da energia gerada
e utilizada nesta década para que o
crescimento energético não seja conduzido
na contramão do desenvolvimento
sustentável. g
Agência Petrobras
Até o final desta década, o PDE
estima que o maior percentual de consumo
da demanda total de energia será dos
setores de transportes e das indústrias,
e ainda atribui a estas últimas, 60% do
aumento da eficiência do uso da energia.
O cumprimento deste índice de
eficiência energética e a conseqüente
economia de energia dependerão de
investimentos em novas tecnologias,
melhoria dos processos industriais,
especialmente os eletrotérmicos e
eletroquímicos, e substituição por fontes
mais eficientes com menor impacto
ambiental.
Segundo o estudo, o progresso
técnico e as ações de política energética
conduzirão o país à economia do
equivalente à produção de uma hidrelétrica
de 7.000 MW de potência instalada que
representa uma capacidade superior a das
usinas do Complexo do Rio Madeira.
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
INDÚSTRIA NAVAL
Aliança constrói
Fotos Divulgação
navios inovadores para a CBO
A
Techno
Estaleiro Aliança
entrega em
outubro próximo,
o primeiro navio
da série de
embarcações PSV
diesel-elétrico
da Companhia
Brasileira de
Offshore (CBO)
Companhia Brasileira de
Offshore (CBO), empresa
brasileira de navegação de
apoio marítimo às plataformas
de petróleo, construirá no Estaleiro
Aliança, entre 2011 e 2013, uma série de
seis novos navios, totalizando uma frota
com 27 embarcações.
Com o diferencial de construir
todos os seus navios no Brasil, a CBO
conta com a expertise do Estaleiro Aliança,
que desde 2004, acompanha a estratégia
de crescimento da empresa de navegação.
O primeiro navio da nova série, o CBO
Atlântico, já está em fase de acabamento
no estaleiro com entrega prevista para
outubro e o segundo, o CBO Pacífico, terá
a sua estrutura de casco terminada em
julho para entrega em janeiro de 2012.
Desde a sua criação em 2004, o
Estaleiro Aliança já construiu para a CBO,
13 embarcações tipo PSV e um navio
tipo AHTS. A nova série de embarcações
contratadas ao Estaleiro Aliança são navios
do tipo PSV diferentes dos anteriores em
alguns pontos fundamentais entre estes,
o projeto, a propulsão diesel-elétrica e o
porte, caracterizando assim, embarcações
com maior flexibilidade operacional,
potência e autonomia. Dotados de um
sistema híbrido de carga, inovador no
Brasil, os navios desta série poderão
transportar em uma única viagem, cargas
diversas para a plataforma e desta,
Paulo Conte, diretor do Estaleiro Aliança
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trasladar para o continente, o “drill
cuttings”, o material retirado dos poços de
petróleo durante a sua perfuração.
O programa da Petrobras para
a exploração do pré-sal direciona a
tendência do mercado offshore de apoio
marítimo para embarcações com maior
sofisticação tecnológica, maior porte e
capacidade de carga, mais eficiência e
velocidade para operações e em condições
muito mais adversas do que as atuais.
“Nesse cenário, a CBO está se
preparando para atender as solicitações
futuras do pré-sal em demandas da
Petrobras e demais operadoras e o
Estaleiro Aliança é parte integrante desta
estratégia, principalmente no que se refere
à entrega e operação das embarcações
nos prazos contratados. Portanto, a
reformulação da infraestrutura do Aliança
está entre as nossas prioridades assim
como o aprimoramento dos processos
construtivos do estaleiro para torná-los
mais ágeis, eficientes e confiáveis”, expõe
Paulo Conte, diretor do Estaleiro Aliança.
A construção
das embarcações
Os seis navios da nova série são
embarcações iguais em conceito de projeto
e diferentes em porte: os dois primeiros
que estão em construção, o CBO Atlântico
e o CBO Pacífico, são do tipo PSV 3000 e os
quatro restantes, com maior capacidade,
serão tipo PSV 4500.
O CBO Atlântico é o 14º navio
totalmente construído pelo Estaleiro
Aliança para a frota da CBO. Já o CBO
Pacífico, em face da necessidade de
atendimento aos prazos de entrega das
embarcações contratadas, que constituem
a carteira de obras do Estaleiro teve o casco
contratado ao Estaleiro Rio Nave para
sua construção estrutural ate ser lançado
em Julho/11 e rebocado para o Estaleiro
Aliança onde será concluído.
Independente deste fator, e em
se tratando de projetos com conceitos
iguais, todo o planejamento da construção
de ambos os navios é realizado pela
equipe do Estaleiro Aliança, composta
por 10 profissionais distribuídos em
disciplinas que integram o Planejamento
e a Programação e Controle da Produção
(PCP). Estas são: Estrutura; Acessórios de
Aço; Mecânica; Tubulação; Eletricidade;
Acabamento; e Pintura. Além destas,
as áreas de Engenharia, Suprimento e
Logística contribuem com o suporte nas
questões relativas ao projeto, fornecimento
e transporte de material respectivamente.
Todas as disciplinas da construção
do navio são acompanhadas e verificadas a
sua medição semanal através da Estrutura
Analítica de Progresso (EAP) que é um
agrupamento orientado ao subproduto
dos elementos do projeto que organiza e
define a parte importante do escopo do
projeto e que permite a identificação de
serviços previstos e executados em cada
etapa do projeto, estabelecendo por meio
de medições e gráficos, o andamento físico
da obra em percentuais.
O desenvolvimento único e
integrado destas atividades é monitorado
por meio da Rede PERT (Program
Evaluation and Review Technique), uma
técnica de planejamento e controle de
projetos que possibilita a visualização de
toda a coordenação das atividades entre
si. Trata-se de uma ferramenta utilizada
para o Planejamento Físico-Financeiro do
empreendimento e apresenta níveis de
milestones que são pontos de checagem ou
marcos de desenvolvimento importantes
no processo gerencial. Existem softwares
específicos para utilização do PERT entre
eles os mais usuais são: Microsoft Project
e Primavera.
“O Planejamento assegura atingir
o objetivo do projeto, programando,
acompanhando e controlando as atividades
durante todo o processo construtivo com
a utilização da rede PERT”, expõe Alberto
Otaviano de Carvalho Filho, gerente de
Planejamento do Estaleiro Aliança. A rede
PERT, explica ele, “apresenta a relação das
dependências das atividades, as folgas,
o caminho critico, garantindo a cada
atualização a probabilidade de se atingir
a meta prevista quanto ao prazo e custos
do empreendimento. Com esta técnica os
Cronogramas são revistos e os desvios
corrigidos para a manutenção dos eventos
contratuais.”
Ao longo dos sete anos de existência
e a construção de 13 embarcações de apoio
marítimo, o Estaleiro Aliança registrou
informações sobre o desenvolvimento
de cada setor específico na construção
dos navios as quais constituem a base do
banco de dados de construção do Estaleiro.
Tais índices em cada especialidade são
utilizados como referências comparativas
no planejamento atual e futuro de cada
estágio da construção do navio. A partir
da medição e acompanhamento mensal
destes índices e da atualização da rede
PERT, durante o processo construtivo
eventualmente podem indicar atrasos
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TECHNO News
Divulgação
Ano II - no 08 - 2011
Vista aérea do Estaleiro Aliança em Niterói - RJ
nas datas de lançamento e entrega da
embarcação. Com estas analises o Estaleiro
pode formular um plano de recuperação
objetivando a manutenção destas datas e
manter o cronograma contratual.
“O projeto inovador, diferente dos
anteriores já realizados pelo estaleiro, e a
capacidade de guindastes e equipamentos
de
apoio
do
Estaleiro
Aliança
determinaram um novo planejamento
de seqüências de atividades no processo
construtivo e novas dimensões de blocos
estruturais”, observa Alberto Otaviano.
Divulgação
CBO Atlântico em construção
no Estaleiro Aliança
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A autonomia do estaleiro
Entretanto, é importante destacar
duas obras já realizadas para a melhoria
de sua infraestrutura: uma na carreira e
outra nas bases de montagem de blocos.
O reforço estrutural da carreira na parte
imersa e a dragagem que será realizada
em breve permitem a construção de navios
maiores e mais pesados com lançamento
ao mar mais seguro. A cobertura móvel das
bases, que permite a retirada dos blocos
por guindastes, além aumentar ampliar
a produtividade do estaleiro, trouxe uma
expressiva melhoria nas condições de
trabalho dos serviços antes realizados a
céu aberto e sujeitos às intempéries.
O término da construção e a
entrada em operação da Aliança Offshore
em meados deste ano além de liberar o
espaço físico do estaleiro representam o
início de uma fase de menor dependência
de subcontratados para o estaleiro.
“O processamento e dobramento
das chapas e perfis de aço antes contratadas
a outras empresas serão realizadas na
Aliança Offshore e coordenadas pelo
estaleiro, resultando maior controle de
qualidade, aumento de produtividade
e segurança no cumprimento do
cronograma
de
construção
das
embarcações”, assinala Ricardo Gardel
Tavares, gerente de Estrutura do Estaleiro
Aliança. Ele acrescenta que a concentração
destas etapas de produção na Aliança
Offshore resultará em uma otimização
significativa da logística de transporte dos
componentes e blocos cujo percurso ficará
restrito a 20 km, distância entre o estaleiro
e a fábrica.
Segundo Paulo Conte, além da
reorganização de toda a logística de
fornecimento de bens e serviços ao
estaleiro e de colocar todas as linhas
de produção da fábrica em pleno
funcionamento, a CBO e o estaleiro
Aliança estão empenhados em treinar
e qualificar a mão-de-obra para a nova
empresa. “Alguns profissionais que hoje
atuam nas oficinas do estaleiro e possuem
condições próximas àquelas exigidas para
a fábrica serão treinados em módulos
oferecidos pelos próprios fabricantes
dos equipamentos nas instalações da
metalúrgica. Este pessoal será a base
multiplicadora de conhecimento para
os demais funcionários do estaleiro que
serão transferidos para a fábrica, cujo
grupo será certamente ampliado com
a contratação de outros profissionais
especializados.”
Terminados todos estes projetos
e obras no estaleiro e na fábrica, as
transferências de atividades, o treinamento
de pessoal e a reorganização estrutural,
Paulo Conte observa que o estaleiro
Aliança continuará atento à necessidade
de acompanhar o desenvolvimento
construtivo naval e as solicitações
tecnológicas das embarcações de apoio
marítimo, cada vez mais sofisticadas.
“Por esta razão, independente da
modernização e expansão do estaleiro, é
fundamental que façamos uma constante
avaliação das alterações do mercado e das
demandas futuras, para que possamos
nos antecipar às suas necessidades e
adequar o Estaleiro Aliança em tempo
hábil para atendê-las com qualidade e
custos competitivos.” g
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
INDÚSTRIA NAVAL
Metalúrgica Aliança Offshore
ampliará capacidade produtiva do
Estaleiro Aliança
P
Os componentes de aço para os
navios que hoje chegam ao estaleiro em peças
distintas executadas por outras empresas, serão
fornecidos pela Aliança Offshore em estágio
mais avançado de fabricação, ou seja, o Estaleiro
receberá as tubulações e os blocos pré-montados
e acabados prontos para a execução das etapas
finais de montagem do navio na carreira. Estes
componentes serão transportados via rodovia da
fábrica para o Estaleiro, percorrendo um curto
trajeto entre ambas as indústrias, situadas em
municípios diferentes, São Gonçalo e Niterói
respectivamente, porém muito próximas.
A verificação da qualidade e das dimensões
das peças bem como da sua conformidade com
o projeto e com as normas marítimas vigentes
passará a ser uma atribuição da fábrica que
assegurará o fornecimento desta produção
ao estaleiro nas condições necessárias para a
montagem do casco dos navios. Desta forma, o
Estaleiro prevê uma sensível redução de serviços
de retrabalho, maior agilidade no processo de
construção das embarcações e direcionamento
de sua atuação para as atividades específicas da
indústria naval.
Divulgação
A fábrica Aliança Offshore,
situada no Município de
São Gonçalo (RJ), é um
empreendimento da Companhia
Brasileira de Offshore (CBO)
no valor de US$ 25,7 milhões
direcionado para o mercado da
indústria naval
rojetada para o processamento,
montagem, dobramento e acabamento
de chapas, perfilados, de tubulações,
acessórios de aço e blocos estruturais,
inicialmente a produção da Aliança Offshore será
destinada ao Estaleiro Aliança e após termino
do período de comissionamento de todos os
equipamentos estaremos aptos a produzir
para os outros estaleiros e demais segmentos
industriais.
A capacidade de produção da metalúrgica
Aliança Offshore é de 8 mil toneladas de aço
processado, 12 mil peças de tubulação e 500
toneladas de acessórios de aço. Com a inauguração
e o funcionamento da fábrica em julho próximo,
o Estaleiro Aliança poderá concentrar em um só
local, a fabricação de peças e componentes de aço
dos navios até então fornecidos por diferentes
empresas e os serviços de sub-montagem dos
blocos hoje realizados pelo próprio estaleiro.
Este investimento representa, portanto,
a otimização de diversos aspectos da cadeia
produtiva das embarcações com expressivos
ganhos para o Estaleiro e para a CBO em relação
à logística, eficiência, custo e qualidade.
Fábrica Aliança Offshore em construção no Município de São Gonçalo - RJ
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
9
Techno
A fábrica Aliança Offshore
Erik Von Usler, Engenheiro do Estaleiro
Aliança na fábrica Aliança Offshore
Techno News 8.final.indd 9
Três galpões e um prédio administrativo
compõem a área construída de 19.500 m2 da
metalúrgica. O galpão industrial, com uma
cobertura de 14 mil m2, é formado por uma nave
central - com 25 metros de largura e 17 metros de
altura na cumieira, duas outras naves vizinhas com
20 metros de largura cada e uma quarta nave com 10
metros de largura.
Neste galpão serão executados os serviços
de preparo e corte do aço, montagem dos blocos,
dobramento de chapas, tubos e perfis, limpeza,
jateamento e pintura das peças. Equipamentos
com tecnologia de última geração em metalurgia
serão utilizados na produção da Aliança Offshore:
são máquinas automatizadas de corte a plasma e
controle numérico, prensas vertical e horizontal,
dobradoras de perfis e de tubos, calandra, de
jateamento e de pintura.
“A fábrica possui uma moderna concepção
industrial com quatro linhas de produção cujas
áreas são interligadas por trilhos sobre os quais os
componentes de aço são deslocados em carrinhos
especiais”, expõe Erik Alexander Von Uslar,
Engenheiro Civil do Estaleiro Aliança na fábrica
Aliança Offshore. “Para as peças com maiores
dimensões e peso, 17 pontes rolantes com capacidade
entre 3,2 toneladas e 16 toneladas foram instaladas
neste galpão e distribuídas nas quatro naves.”
Segundo o diretor do Estaleiro Aliança,
Paulo Conte, no que se refere à tecnologia aplicada
ao processo de construção naval, os equipamentos
adquiridos para a fábrica, estão entre os mais
modernos do mundo. “Nosso maquinário provém
de tradicionais fabricantes da indústria naval
mundial que detêm o estado da arte em tecnologia
metalúrgica. No Brasil, por exemplo, estes
equipamentos são similares a outros do estaleiro
Atlântico Sul, com os mesmos fabricantes e
tecnologia, porém com menor porte.”
Para suporte à produção fabril, a indústria
possui dois galpões menores, um destinado a
estoque e outro para apoio e dois pátios descobertos
para estocagem de material, um para chapas novas
e outro pátio para os blocos pré-montados de onde
serão conduzidas ao estaleiro.
O prédio com 3.000 m2 de área construída em
três pavimentos, destinado ao setor administrativo,
inclui outras áreas de apoio, tais como, refeitório,
cozinha, enfermaria, ambulatório e um Centro
de Treinamento e Formação. “O treinamento de
profissionais integra a política de responsabilidade
social do Estaleiro Aliança e da CBO há vários anos.
Na área de soldagem, os programas já desenvolvidos
pela empresa estarão concentrados neste Centro de
Treinamento. Na fábrica, o espaço para os cursos é
mais amplo e adequado, somando-se a vantagem da
proximidade com o processo produtivo da fábrica,
com equipamentos de alta tecnologia e com o pessoal
especializado em cada segmento da metalurgia”,
expõe Carlos Alberto Santos Machado, Gerente da
nova unidade.
Ainda neste edifício, outra área ficará
reservada para um futuro Centro de Treinamento
de Marítimos, com simuladores de última geração.
Previsto inicialmente no Estaleiro Aliança, a CBO
optou por instalar este Centro na fábrica Aliança
Offshore pela disponibilidade de área no prédio
administrativo, de infraestrutura e de facilidades de
acesso.
A licença ambiental concedida a 100% do
projeto da Aliança Offshore reflete a preocupação
ambiental do Grupo Fischer, ao qual pertencem a
CBO e o Estaleiro Aliança. Além de atender todos
os requisitos solicitados pelos órgãos ambientais, o
projeto considerou em sua proposta arquitetônica
as melhores soluções de implantação, construção,
economia energética, conforto e segurança de
trabalho. g
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10
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
INDÚSTRIA NAVAL
Indústria naval é o novo segmento
do portfolio da Lafem Engenharia
Em fase final de construção,
a indústria metalúrgica
Aliança Offshore será
entregue pela Lafem
Engenharia ao Estaleiro
Aliança em julho próximo
A
Techno News 8.final.indd 10
Vista aérea da obra
da fábrica Aliança
Offshore
fibras de aço na concretagem do piso
em substituição à armadura tradicional
de malha dupla, além de resultar um
reforço considerável no material, trouxe
agilidade na concretagem de 14 mil m2
de piso executado em 30 dias, totalizando
um consumo de aproximadamente 2.400
m³ de concreto e de 50 toneladas de fibra
metálica.
Outras
soluções
construtivas
merecem destaque no projeto da
metalúrgica
Aliança Offshore, pois
refletem a preocupação do Estaleiro
Aliança e da Lafem Engenharia em
relação às questões ambientais. Entre
estas, o levantamento botânico de todas
as espécies de plantas encontradas
no local antes do início das obras; o
aproveitamento de diferentes níveis do
Walbert Passos, Engenheiro da Lafem
Engenharia responsável pela obra da
fábrica Aliança Offshore
Vista interna
galpão da fábrica
Aliança Offshore
Fotos Divulgação
Fá bri c a Al i a n ça Offs h o r e ,
um
e mpreendimento da
Companhia Brasileira de
Offshore,
pertencente
ao
Grupo Fischer, está sendo construído sob
contrato turn key pela Lafem Engenharia,
empresa com mais de duas décadas
de experiência em obras industriais,
comerciais e residenciais de grande porte.
A metalúrgica Aliança Offshore
ocupa uma área de 50 mil m2 em
Guaxindiba, no município de São Gonçalo
– RJ com uma área construída de 19mil e
500 m2 destinada às instalações fabris,
administrativa e de treinamento de
pessoal. A produção da fábrica, blocos,
chapas e peças, será utilizada próprio
Estaleiro Aliança para a construção de
embarcações de apoio marítimo operadas
pela Companhia Brasileira de Offshore
(CBO).
Para a Lafem Engenharia, este
empreendimento é um marco em seu
portfolio por se tratar do primeiro contrato
turn key para o segmento da indústria
naval, no qual o reduzido prazo para a
execução da obra resultou bons desafios
para a construtora.
“O contrato turn key permite maior
tranqüilidade ao cliente com relação
ao desempenho e entrega da obra no
prazo contratado, pois uma vez definido
o lay out básico, o desenvolvimento
de todas as etapas subseqüentes é de
responsabilidade
da
construtora”,
observa Walbert Passos, engenheiro da
Lafem Engenharia, responsável pela obra.
“Para a construtora, esta atribuição global
dos serviços, do projeto até ‘a entrega
das chaves’, favorece uma interação
maior entre as equipes envolvidas nas
diversas fases do empreendimento e, por
conseguinte, a obtenção de soluções mais
ágeis para os eventuais contratempos da
obra.”
O projeto da metalúrgica Aliança
Offshore é composto basicamente por
três galpões - o industrial com 14 mil m2;
o de apoio com 800 m2 e o terceiro para
estoque com 1.500 m2 – além do prédio
administrativo com 3.000 m2. Com o
objetivo de acelerar o ritmo das obras e
garantir a entrega do empreendimento
no prazo contratado, a Lafem Engenharia
realizou duas alterações fundamentais no
projeto estrutural dos galpões com ganhos
significativos no tempo de execução.
Nas fundações, o processo de
sapata realizado no galpão industrial
foi substituído nos demais galpões
por fundação tipo radier, imprimindo
velocidade aos serviços com a eliminação
de algumas etapas e a execução da
laje contínua pronta para receber o
restante da estrutura dos prédios. Já
no galpão industrial, a utilização de
terreno para a implantação do projeto com redução de traslado de
material; a utilização de iluminação zenital nos galpões e o sistema
de lanternim de cumieira com renovação do ar interno sem o auxílio
de motores, resultando significativa economia de energia; o uso de
energia solar na área administrativa; e a adoção de um sistema de
reuso de água.
Durante o pico de obra, a Lafem Engenharia contou com um
contingente de 200 operários sob a supervisão de dois engenheiros
permanentes no local além do engenheiro responsável pela obra.
No decorrer da obra, 800 m2 da área total prevista para o prédio
administrativo e programada para uma segunda etapa de construção
foram antecipadas pelo estaleiro Aliança. A obra desta ampliação
inserida no projeto inicial já está em andamento e será entregue
pela Lafem Engenharia em data posterior ao início de operação da
fábrica.
A contratação da Lafem Engenharia para a execução da
ampliação da área administrativa antes do término do primeiro contrato
confirma um entrosamento muito positivo entre o Estaleiro Aliança
e a construtora. “Este segundo contrato reflete o grau de aceitação
de nosso trabalho pelo cliente”, avalia Walbert Passos, ressaltando
ainda que “esta obra representa uma relevante apresentação da
Lafem Engenharia para outros contratos neste segmento industrial.
A partir desta experiência, a empresa está empenhada em ampliar a
sua carteira de projetos, tendo inclusive recebido convites de outros
empreendedores do setor naval para obras do gênero.” g
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
MERCADO NAVAL
Ulstein Belga Marine
amplia a sua atuação no mercado offshore
A
i mportância da eletrônica
no mundo contemporâneo
é indiscutível. Nas últimas
décadas, o desenvolvimento
desta área tem sido acelerado e crescente
com larga aplicação em aparelhos,
equipamentos e sistemas para as mais
diversas finalidades e setores produtivos.
Assim, a difusão da eletrônica no dia-adia do homem associa esta disciplina a
inúmeras outras áreas do conhecimento.
Em setores da economia com alto
conteúdo tecnológico e em muitos casos,
também de risco, a eletrônica integra
sistemas de operação, de segurança, de
comunicação e de automação, os quais
respondem pela confiabilidade das
atividades nas quais estão inseridos.
A demanda por embarcações
de maior porte, potência, segurança
e confiabilidade de operação para o
transporte marítimo de cargas e para
a produção petroleira em alto mar
colocam estes setores entre os principais
promotores dos avanços tecnológicos na
eletrônica.
Empresas especializadas neste
campo têm como ponto diferencial em
suas atividades, o constante treinamento
Techno News 8.final.indd 11
e aperfeiçoamento de seu corpo técnico
e atualização destes profissionais com
a evolução tecnológica do setor. No
Brasil, a Ulstein Belga Marine que faz
parte do Ulstein Group da Noruega, se
destaca no mercado naval pela oferta de
serviços em eletrônica de comunicação,
de equipamentos de navegação e de
automação com uma equipe técnica
altamente qualificada.
“Acreditamos
que
entre
as
inúmeras razões do crescimento da
Ulstein Belga Marine no mercado naval
brasileiro estão a expertise, a eficiência e
a qualidade de nossos serviços”, observa
Álvaro Oliveira, gerente Comercial da
Ulstein Belga Marine. “Todos os nossos
profissionais dominam dois ou mais
idiomas e dispõem de uma bagagem
de conhecimento bastante extenso em
eletrônica e outras disciplinas, ampliada
em diferentes experiências de trabalho.
Nossa política é promover constantes
treinamentos a este pessoal na sede dos
fabricantes dos equipamentos para desta
forma, atualizar o seu conhecimento e
alinhá-lo com as necessidades do mercado
e com as especificidades dos novos
produtos”.
“Acreditamos que entre as inúmeras razões do
crescimento da Ulstein Belga Marine no mercado
naval brasileiro estão a expertise, a eficiência e a
qualidade de nossos serviços”
Equipamentos
e sistemas marítimos
Presente no segmento naval
brasileiro há mais de 30 anos, a Ulstein
Belga Marine representa renomados
fabricantes
de
equipamentos
de
comunicação, navegação e automação
para embarcações e plataformas offshore.
Neste rol de representadas, constam
empresas detentoras do estado da arte
nestas especialidades da eletrônica,
fabricantes de produtos com alta
confiabilidade e flexibilidade também
pautados nos conceitos da funcionalidade
e facilidade de manutenção, utilização e
instalação.
A Ulstein Belga Marine representa
primeiramente a (UP&C), Ulstein Power
& Control e entre as marcas e alguns
produtos de destaque estão:
- UPC, fabricante de sistemas de
automação, IAS e UCOM;
- a indústria dinamarquesa Thrane &
Thrane, de equipamentos de comunicação
detentora da tradicional marca Sailor com
mais de 50 anos no mercado mundial e
fabricante do sistema Fleet Broad Band
com as linhas Sailor 250 e 500 para
comunicação via satélite e a tradicional
linha GMDSS;
- a Furuno Noruega, com equipamentos
de comunicação e navegação;
- a Radio Holland Belgium, que é
especializada em soluções e integrações
de sistemas de comunicações;
- a norueguesa Eltorque, fabricante de
atuadores elétricos que junto com válvulas
produzidas no Brasil atuam no fluxo de
líquidos dos navios como as águas de
lastro, óleo diesel etc...;
- a dinamarquesa Danelec Marine,
fabricante de sistemas VDR e ECDIS;
- a também dinamarquesa Amplidan que
fornece sistemas de comunicação interna
e externa para plataformas;
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
INDÚSTRIA NAVAL
- a norueguesa Jotron, fabricante de
equipamentos de comunicação de
segurança, tendo sido a primeira
empresa no mundo a desenvolver
um sistema de alarme para navios
em perigo, hoje denominado EPIRB
(Emergency Position Indicating Radio
Beacon);
- e as norte-americanas Southern
Avionics Company, principal fabricante
de transmissores de navegação com
tecnologia desenvolvida originalmente
para a indústria aeronáutica e aplicação
também no setor marítmo, e a ACR
Electronics, especializada em sistemas
de segurança e líder em balizas de
emergência.
DNV realiza atividades finais
para Classificação
da Plataforma P-56
Duas
equipes
distintas
compõem o quadro de recursos
humanos da Ulstein Belga Marine,
uma para a prestação de serviços
de instalação e manutenção de
equipamentos
nas
embarcações
e plataformas de petróleo e outra
para a venda dos produtos de
uso marítimo fabricados pelas
empresas representadas. Apesar da
especificidade de cada atividade,
ambas as equipes buscam constante
entrosamento
de
informações,
visando o atendimento ao cliente com
a qualidade e eficiência requerida por
estes e pelo mercado.
“Em várias ocasiões, o pessoal
da área de serviços detecta uma
necessidade do cliente e repassa este
dado à área de vendas para que esta
apresente soluções ou produtos que
possam atender aquela determinada
demanda”, explica Alvaro Oliveira.
Ele avalia que pelo fato da área de
vendas constituir uma atividade mais
recente da empresa, a confiabilidade
dos serviços na área de eletrônica
naval conquistada pela Ulstein Belga
Marine ao longo das últimas décadas
resulta um fator propulsor para a área
de vendas. E os números confirmam
esta avaliação - a Ulstein Belga Marine
detém 35% do mercado brasileiro
de serviços de eletrônica naval e na
área de vendas, ativa desde o início
deste ano, o volume comercializado
já representa 5% do mercado nacional
de equipamentos marítimos.
Para fazer frente a esta
expansão, a empresa está construindo
uma sede própria no Rio de Janeiro,
com previsão de inauguração em
outubro deste ano. O projeto prevê
áreas para laboratórios, treinamentos,
estoque e administrativa em 1.000
m2 construídos e uma ampliação
futura de 500 m2. Alvaro Oliveira
enfatiza que as novas instalações irão
propiciar uma melhoria significativa
no atendimento da empresa ao cliente
em três aspectos fundamentais: a
execução de reparos e montagens
de produtos e equipamentos nos
novos laboratórios; a qualificação e
treinamento de pessoal em instalações
apropriadas; e a reposição mais rápida
de produtos, sejam componentes ou
equipamentos, com a implementação
de maior área para estoque.
“A nova infraestrutura física
possibilitará maior inserção da Ulstein
Belga Marine no fornecimento de bens
e serviços inseridos nas exigências
de conteúdo local da indústria naval
brasileira o que certamente ampliará a
participação da empresa no crescente
mercado offshore”, finaliza Alvaro
Oliveira. g
Techno News 8.final.indd 12
Agência Petrobras
Expansão no mercado
Após o batismo realizado no estaleiro Brasfels,
em Angra dos Reis (RJ), a plataforma P-56 (PETROBRAS-56) passará
pelos testes finais para recebimento do certificado de Classe
P
utilizados na confecção da plataforma como também a produção
lataforma do tipo semissubmersível totalmente
dos componentes e equipamentos, para que estes cheguem ao
construída no Brasil, a P-56, foi batizada em 03 de
estaleiro certificados pela DNV”, acrescenta.
junho, no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, onde
Após o batismo da plataforma, os últimos testes da P-56,
ocorreu grande parte de sua construção. Esta unidade
como os de inclinação e no sistema de captação de água, serão
integra o módulo 3 do campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos.
acompanhados pela DNV para a emissão dos certificados finais. A
O contrato de construção da P-56 assinado em outubro de
plataforma será conduzida para a Enseada do Bananal, em Angra
2007, entre a Petrobras e o consórcio FSTP, formado pela Keppel
do Reis, onde a profundidade do local permitirá estas verificações
FELS e Technip, representou um investimento da ordem de
finais.
US$ 1,2 bilhão. O cumprimento do cronograma de entrega e a
Uma vez classificada pela DNV, a P-56 estará apta e
execução da construção em um período de 42 meses representa
autorizada a operar. O seu destino será integrar o maior sistema
um marco na indústria naval brasileira e mais uma vez confirma
de produção já programado pela Petrobras no módulo 3 do
a capacitação nacional para empreendimentos de grande porte
campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos. Neste local, a P-56
neste segmento.
será instalada em lâmina d’água de 1.760 m e interligada a 21
O projeto da P-56, similar ao da plataforma P-51 que
poços, dez produtores e 11 injetores por meio de 79 risers. A
opera em Marlim Sul desde 2009, consiste em uma plataforma
produção de petróleo da P-56 será escoada por um oleoduto de
de produção (Column Stabilized Unit) composta pelo casco,
aproximadamente 20 km até a plataforma próxima P-38 e o gás
deckbox e módulos. As estruturas e blocos de aço do casco
será transportado por um gasoduto de 15 km até a P-51.
foram fabricados pelo estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, e
Projetada para operar por 25 anos, a P-56 possui capacidade
pela Nuclep, em Itaguaí e o deckbox foi construído na carreira
diária de produção de 100 mil barris de petróleo e de compressão
3 do estaleiro Brasfels. Quatro módulos de processo e utilidades
de 6 milhões de m3 de gás natural. As suas dimensões e peso
da P-56 foram construídos no estaleiro Brasfels, dois módulos
justificam o fato de estar entre as maiores plataformas do Brasil:
de geração executados em Niterói pelo consórcio Rolls Royce
125 metros de comprimento, 110 metros de largura, 137 metros de
/ UTC Engenharia e dois módulos de compressão, construídos
altura e um peso total de 54 mil toneladas.
no canteiro Porto Novo Rio, no Rio de Janeiro, foram fornecidos
“Assim como a P-56 representa um marco para a indústria
pela Nuovo Pignone / General Electric.
naval brasileira, para a DNV esta plataforma também representa
A P-56 junto com as suas ‘irmãs gêmeas’ a P-51 e a P-52
um dos projetos mais importantes conduzidos pela entidade no
estão entre as maiores plataformas construídas no Brasil e todas
Brasil”, observa Ronaldo Alves de
estas unidades foram classificadas
Souza. O diretor de Projetos avalia
e certificadas pela DNV. Por esta
que o desenvolvimento da indústria
razão, desde 2004, com o início das
naval brasileira nos últimos anos
obras da P-52, a DNV mantém uma
é crescente em capacitação e
equipe permanente no estaleiro
qualidade. “No início do processo de
Brasfels para o acompanhamento de
retomada da indústria naval no país,
todo o processo de construção das
o nosso trabalho era mais lento e
plataformas.
envolvia uma constante justificativa
“O
nosso
trabalho
de
ao mercado em relação à importância
classificação
de
plataformas
da verificação da qualidade realizada
antecede o início de sua construção
por uma entidade certificadora que
com a análise do seu projeto para a
visa atestar, sob todos os aspectos,
execução”, explica Ronaldo Alves de
a segurança das embarcações. Hoje,
Souza, Diretor de Projeto da DNV
a compreensão e o engajamento
para a P-56. “Aprovados os planos e
do setor naval brasileiro aos
iniciada a construção, a DNV passa
procedimentos
e
requisitos
a verificar a conformidade dos
internacionais
de
qualidade
trabalhos no estaleiro em relação
e segurança das embarcações
aos planos aprovados, tendo como
contribuem para uma interação muito
referência as regras da DNV e os
positiva das entidades certificadoras
requisitos estatutários da bandeira
com os armadores, estaleiros e
e da autoridade marítima brasileira.
Ronaldo Alves de Souza,
fornecedores de bens e serviços”,
Paralelamente,
verificamos
nas
Diretor de Projeto da DNV para a P-56
explica Ronaldo de Souza. g
indústrias fornecedoras, os materiais
28/06/2011 17:21:08
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
13
PETROQUÍMICA
COMPERJ
Cronogramas,
Contratos e Empresas
A
p rimeira fase da Refinaria com
capacidade de processamento
de 165 mil barris de petróleo
por dia tem operação prevista
para o final de 2013. Na segunda fase
da Refinaria, prevista para 2018, a
capacidade total atingida será de 330 mil
barris de petróleo por dia. As Unidades
Petroquímicas têm início de operação
previsto para 2017 e produzirão produtos
petroquímicos, tais como: eteno, propeno,
benzeno, para-xileno, polietilenos e
polipropileno. Serão produzidos pela
Refinaria: diesel, GLP, querosene, nafta,
coque e enxofre, a fim de suprir o mercado
nacional e fornecer matéria-prima para as
Unidades Petroquímicas.
Contratos
de construção assinados
Unidade
de Hidrocraqueamento
O contrato para a construção da
Unidade de Hidrocraqueamento (HCC) da
carteira de refino do Comperj foi assinado
em março de 2010 entre a Petrobras e a
Alusa e em abril, autorizado o início da
construção. A planta terá capacidade para
processar 53 mil barris/dia de petróleo é
a primeira do tipo no Brasil, destinada à
produção de frações leves a partir de óleo
pesado.
Unidade de Destilação
Atmosférica e à Vácuo
Unidade
de Coqueamento Retardado
O contrato para a Unidade de
Coqueamento Retardado (UCR) do
Comperj entre a Petrobras e o Consórcio
formados
pelas
empresas
Techint
Engenharia e Construção e construtora
Andrade Gutierrez foi assinado em abril
de 2010. O contrato prevê a construção e
montagem da UCR que compõe a primeira
fase do empreendimento.
Unidades de Hidrotratamento
O contrato na modalidade EPC
para a construção das Unidades de
Hidrotratamento (UHDT) de destilados
médios e de querosene de aviação (QAV)
foi assinado em setembro de 2010 entre
a Petrobras e as empresas em consórcio IESA Óleo e Gás, Queiroz Galvão e Galvão
Engenharia. A UHDT é responsável por
retirar as impurezas, inclusive enxofre,
das correntes tratadas.
Techno News 8.final.indd 13
Agência Petrobras
O contrato para a construção da
Unidade de Destilação Atmosférica e à
Vácuo (UDAV) do Comperj foi assinado
em março de 2010. O responsável pelo
contrato com a Petrobras é o consórcio
denominado Consórcio SPE formado
pelas empresas Skanska, a líder, a Promon
e a Engevix. O contrato inclui: análise de
consistência do projeto básico do cliente,
execução da engenharia, abastecimento
de materiais e equipamentos, construção
civil,
montagem
eletromecânica,
comissionamento, execução e assistência
à operação.
Canteiro de obras dos pipe racks da Refinaria I do COMPERJ
Controle de emissões
e reuso de água
Em dezembro de 2010, os
contratos
referentes
ao
projeto,
construção e montagem das Unidades de
Hidrotratamento de Nafta (UHN) e duas
unidades auxiliares foram assinados entre
Petrobras e empresas consorciadas.
O consórcio formado pelas
empresas Delta Construções S.A.,
Projectus Consultoria Ltda. e TKK
Engenharia Ltda. será responsável pela
execução de dois contratos. O primeiro
prevê serviços de projeto de detalhamento,
fornecimento
de
equipamentos
e
materiais, construção e montagem da
Unidade de Hidrotratamento (HDT) de
Nafta e sua subestação. Essa unidade tem
como principal objetivo reduzir o teor de
enxofre e a percentagem de compostos
instáveis da nafta.
O segundo contrato prevê serviços
de projeto de detalhamento, fornecimento
de equipamentos e materiais, construção
e montagem das Unidades de Tratamento
de Gás Combustível com Amina, de
Recuperação de Enxofre, de Tratamento
de Gás Residual, de Oxidação de Amônia,
de Pastilhamento e Armazenamento de
Enxofre e suas respectivas subestações.
Essas unidades são responsáveis por
ajustar as emissões aos padrões exigidos
pelos órgãos ambientais, reduzindo os
compostos de enxofre e nitrogênio.
O consórcio formado pelas
Empresas
Contreras
Engenharia
e
Construções
Ltda.,
Engecampo
Engenharia Ltda. e Potencial Engenharia
S.A. assinou o contrato de serviços de
projeto de detalhamento, fornecimento
de equipamentos e materiais, construção
28/06/2011 17:21:10
14
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
PETROQUÍMICA
Armazenamento
de petróleo e derivados
Agência Petrobras
Em janeiro de 2011, os consórcios
Alusa/MPE e Jaraguá/Engesa foram
os vencedores da concorrência para o
fornecimento e montagem dos tanques
de armazenamento do Comperj. O
primeiro consórcio venceu o lote para o
fornecimento de sete tanques de grande
porte para armazenamento de petróleo;
o segundo venceu a concorrência para o
fornecimento e montagem dos 37 tanques
para armazenamento de derivados.
Armazenamento
e combate a incêndio
Os contratos para a construção de
tanques de armazenamento e instalação
do sistema de combate a incêndio do
Comperj foram assinados pela Petrobras
em abril de 2011.
O consórcio formado pelas
empresas Alusa Engenharia LTDA e
MPE Montagens e Projetos Especiais S.A.
construirá quatro tanques de petróleo
e um de água. O sistema de combate a
incêndio ficará a cargo da Santa Bárbara
Engenharia S.A..
Os acordos prevêem a execução
Assinatura do contrato para reuso de águna no Comperj. À esquerda, Paulo Roberto Costa,
diretor de Abastecimento da Petrobras e ao centro, Wagner Victer, presidente da Cedae
de serviços de verificação da consistência
do projeto básico até a elaboração do
projeto executivo, construção civil,
montagem eletromecânica, interligações e
comissionamento.
Os contratos contemplam todos
os itens necessários para construção e
montagem do parque de armazenamento
de petróleo e para a implantação da rede
de combate a incêndio na área industrial
da primeira fase da refinaria do Comperj,
cujo início de operações está previsto para
o fim de 2013.
Reuso de água no Comperj
O contrato para reuso de água no
Comperj foi assinado entre Petrobras e a
Companhia Estadual de Águas e Esgotos do
Rio de Janeiro (Cedae) em maio de 2011.
O projeto inédito no país levará
água de esgoto da Estação Alegria para
tratamento e uso industrial no Comperj. A
água fornecida servirá para os processos
de geração de vapor e resfriamento de
caldeiras, entre outros. A vazão prevista
para o empreendimento pode alcançar
até 1500 litros por segundo, quantidade
equivalente ao consumo de uma cidade
de 500 mil habitantes, como Niterói.
“O ganho ambiental é notável,
pois, no processo industrial, o Comperj
não vai usar um litro de água potável
que seria utilizado para consumo
humano. É um negócio fabuloso, que
não existe em nenhum projeto hoje
no Brasil. A assinatura deste contrato
aponta para o desenvolvimento autosustentado. Estamos buscando usar a
água de forma racional, preservando um
bem indispensável à vida humana. Este
é apenas um dos aspectos positivos do
Comperj, que vai mudar para a melhor
a história do estado do Rio de Janeiro.”,
destacou diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa.
A Petrobras já realiza o reuso
de água em outras unidades de refino.
Em 2010, a Companhia alcançou, só na
área de refino, uma economia de 16,5
bilhões de litros de água, através de
ações de otimização do uso da água em
seus processos. Um exemplo é o sistema
de tratamento de água e afluentes da
Refinaria de Capuava, em São Paulo, que
se tornou a primeira da América Latina
com descarte zero de afluentes. g
Novos rumos para as demandas
da região de influência
do COMPERJ
Fotos Agência Petrobras
e montagem das Unidades de Tratamento
Cáustico Regenerativo de GLP, de
Tratamento de Águas Ácidas e suas
respectivas subestações. Essas unidades
têm como objetivo viabilizar a reutilização
de água, minimizando o descarte e
reduzindo o consumo total de água.
Acima, Centro de Integração do
Comperj em São Gonçalo e ao
lado, área do empreendimento
D
e sde o anúncio de implantação
do Comperj no Município de
Itaboraí (RJ), inúmeras discussões
e estudos sobre os impactos
econômicos, ambientais e sociais têm sido
elaborados e apresentados à sociedade
organizada bem como aos órgãos estaduais e
municipais. A perspectiva de transformação
do perfil socioeconômico da região de entorno
do empreendimento decorrente do nível de
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investimentos, de geração de empregos e de
arrecadação de impostos, resultou a reunião
dos municípios desta área de influência
do Comperj e a formação do Consórcio
Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste
Fluminense (Conleste).
Criado com o objetivo de definir
estratégias e atuação conjuntas diante dos
impactos gerados pelo projeto do Comperj,
o Conleste congrega hoje 11 municípios do
chamado Leste Metropolitano do Estado e
tem no Fórum Comperj, o principal canal para
a discussão e o encaminhamento dos assuntos
de interesses comuns dos municípios.
Com a criação do Fórum Comperj em
2007, um ano após a formação do Conleste,
os municípios passaram a expor as demandas
do Consórcio de forma integrada, inserindoas no planejamento das políticas públicas
para a região.
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
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Divulgação GTEG
PETROQUÍMICA
Antonio Menezes, coordenador
do Grupo Técnico Gestor
“Desde o início do
planejamento do
Comperj,
as vias de acesso
ao empreendimento
constituíram um tema
de grande importância
e motivo de estudos
por parte da Petrobras
e do Governo
do Estado”
No início deste ano, o governador
do Rio de Janeiro Sérgio Cabral designou
como interlocutores do Governo do Estado
no Fórum Comperj, três secretários: Julio
Bueno, secretário de Desenvolvimento
Econômico, Energia, Indústria e Serviços;
Carlos Minc, de Ambiente; e Felipe
Peixoto, de Desenvolvimento Regional,
Abastecimento e Pesca.
“A
participação
dos
três
secretários no Fórum Comperj trouxe
maior dinamismo não só às discussões,
mas principalmente às respostas e ações
do Estado em relação às reivindicações
do Conleste”, observa Antonio Menezes,
Coordenador
do
Grupo
Técnico
Gestor (GTEG) ligado à Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Energia,
Indústria e Serviços (Sedeis) do estado do
Rio de Janeiro. “Com esta determinação
do governador, o GTEG que antes
constituía um grupo de integração
de informação poderá por meio dos
secretários, encaminhar com mais força
e poder de decisão, as demandas e
necessidades detectadas na região do
Conleste”, analisa.
A nova conjuntura já se apresenta
positiva. Algumas decisões importantes
já foram deliberadas em relação a planos
diretores e a projetos de interesse público
desenvolvidos pelos municípios.
O Plano Diretor Regional e os
planos diretores de cada município do
Conleste terão o apoio da Petrobras
através da Fundação Getúlio Vargas.
Elaborados os planos, os municípios
terão condições de buscar recursos para a
viabilização de obras junto a instâncias do
Governo como o Ministério das Cidades
ou instituições como a Caixa Econômica
Federal e o Banco de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Para subsidiar a elaboração do
Plano Diretor e auxiliar os municípios
na formulação de propostas de interesse
regional, a Secretaria de Desenvolvimento
Regional realizará um levantamento
junto às prefeituras de suas demandas
e projetos. Na pasta do Ambiente, a
Secretaria está conduzindo ações nas
áreas de saneamento, abastecimento
urbano de água, recomposição das matas
ciliares e preservação de área no entorno
do Comperj. No âmbito da Sedeis, o
Porto de São Gonçalo e a construção
da estrada ligando o Comperj ao Porto
já estão com os respectivos convênio e
protocolo de intenções assinados entre
o Município de São Gonçalo, o Estado
e a Petrobras para o desenvolvimento
destes projetos.
A região Leste Metropolitana do
Rio de Janeiro possui o maior volume
de recursos públicos e privados do
Estado e agilizar o desenvolvimento
socioeconômico
dos
municípios
envolvidos com o Comperj está entre
as prioridades do Governo. “O maior
envolvimento das Secretarias no Fórum
Logística do COMPERJ
inclui estrada e um novo porto
Agência Petrobras
O
Assinatura do Convênio de Cooperação para a implantação
da infraestrutura para transporte de equipamentos para o Comperj.
Da esquerda para direita, Sérgio Cabral, Governador do estado do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral, a prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset,
e o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa
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Comperj representa o comprometimento
do Estado na busca de alternativas e
soluções para as carências e demandas
da região e assim sendo, o GTEG tem
nestas secretarias uma instância com
poder político e orçamentário para as
quais poderá direcionar os resultados de
seu trabalho", expõe Antônio Menezes.
Segundo o coordenador do
GTEG, o Leste Metropolitano do Rio de
Janeiro continua com uma perspectiva
de expansão crescente independente
da alteração do projeto do Comperj e
nesse contexto permanece a necessidade
de otimização das políticas públicas
de saneamento, de infraestrutura e
transporte, de educação e formação de
pessoal, segurança, saúde e habitação.
Um
levantamento
georeferenciado
com informações centralizadas sobre a
região está entre os projetos do GTEG.
“As discussões para a elaboração de
um ‘master plan’ na área de influência
do Comperj já foram iniciadas com a
participação da Secretaria do Ambiente,
da Petrobras, universidades, Fundação
Getúlio Vargas e outras entidades que
possam cooperar com este trabalho.
Entendemos que a execução deste
levantamento é da maior importância
para os novos investimentos pois
poderá se tornar a base informativa
para o estudo e a implantação de novos
empreendimentos da região,” coloca
Antônio Menezes. g
convênio assinado entre a
Petrobras, o estado do Rio de
Janeiro e a Prefeitura de São
Gonçalo confirmou no início
do ano o plano de construção da estrada e
do Porto Praia da Beira em São Gonçalo por
onde serão descarregados os equipamentos
para a obra do Comperj.
As obras de terraplenagem do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj) estão concluídas e a construção
das principais unidades de refino foi iniciada,
com destaque para as unidades de destilação
atmosférica e a vácuo, coqueamento
retardado e hidrocraqueamento.
À medida que as obras avançam,
a logística é um aspecto do Comperj que
tem recebido atenção especial da Petrobras
visto que as vias que dão acesso à área do
empreendimento não estão preparadas
para suportar os pesados equipamentos
necessários à construção das unidades de
refino.
“Desde o início do planejamento
do Comperj, as vias de acesso ao
empreendimento constituíram um tema de
grande importância e motivo de estudos
por parte da Petrobras e do Governo do
Estado”, expõe Antonio Luiz de Menezes,
Coordenador do Grupo Técnico Gestor
ligado à Secretaria de Desenvolvimento
Econômico, Energia, Indústria e Serviços
(Sedeis) do estado do Rio de Janeiro.
No plano inicial, em face das limitações
apresentadas pelas vias de acesso à área do
Comperj, considerando-se o tipo de carga e
a intensidade do fluxo, a Petrobras passou
ao desenvolvimento de um píer de atracação
de balsas e uma estrada principal de serviço
com condições de suportar o tráfego de
cargas especiais.
A criação de uma nova via de acesso
para atender as necessidades do Comperj
modificaria completamente a logística de
São Gonçalo por onde passa 80% do traçado
proposto e influenciaria sobremaneira nas
possibilidades de atração e desenvolvimento
urbano da região. Petrobras, Governo
do Estado do Rio de Janeiro e Prefeitura
Municipal de São Gonçalo começaram a
desenvolver uma série de tratativas que
resultaram em uma nova concepção para a
estrada e na construção de um porto em São
Gonçalo.
O convênio assinado entre o
Município de São Gonçalo, o Estado do Rio
de Janeiro e a Petrobras em final de janeiro,
no valor de R$ 270 milhões visa à construção
pela Petrobras da estrada e do Porto Praia
da Beira por onde serão descarregados os
equipamentos para a obra do Comperj.
Nesta mesma ocasião, também foi assinado
um protocolo de intenções para um estudo
de viabilidade de ampliação do porto com
vistas ao escoamento de parte da produção
do empreendimento da Petrobras.
“A infraestrutura do Porto Praia
da Beira deverá incorporar também um
terminal de passageiros para o transporte de
pessoas de São Gonçalo diretamente para o
Rio de Janeiro, o que reduzirá sensivelmente
o fluxo de ônibus para esse trajeto e sem
dúvida alguma trará ganhos substanciais
em conforto e segurança para os moradores
da região”, observa Antonio Menezes. “A
construção da estrada de 20 km ligando o
Comperj ao Porto mudará completamente
a configuração logística da região, pois
resultará uma nova opção de acesso ao Arco
Metropolitano do Rio de Janeiro bem como
possibilitará a criação de novo corredor
viário em direção ao Norte do Estado.” g
28/06/2011 17:21:17
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
DUTOS
CTDUT amplia estrutura
de testes para dutos
F
de serviços para empresas brasileiras
e estrangeiras, pois este é um circuito
dutoviário único no Brasil e no exterior,
construído para testes e simulações muito
próximas da realidade”, expõe Arthur
Braga, gerente Executivo do CTDUT.
“Esta estrutura é de grande interesse para
as empresas brasileiras que atuam em
diferentes áreas do segmento de Óleo &
Gás e poderá também gerar uma demanda
externa significativa pela ausência de
estrutura semelhante no exterior.”
O Gasoduto de Testes de 16” é outro
projeto do CTDUT com características
semelhantes ao Oletoduto - trajetos
paralelos e amplo potencial de utilização
pela inexistência de outros circuitos no
Brasil. Sem data precisa para inauguração,
o cronograma de implantação ainda não
está definido. Ambos os projetos, Oleoduto
e Gasoduto, são resultantes de convênios
com a Finep e a Petrobras e contam com
recursos provenientes do Fundo Setorial
de Petróleo e Gás (CTPetro), vinculado
ao Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT).
A diversidade do quadro de
associados do CTDUT - empresas,
universidades e instituições de pesquisa
de renome – é um fator importante para
o Centro em relação à determinação das
necessidades da comunidade dutoviária
e definição dos rumos estratégicos para
o atendimento destas carências. “Nossos
associados trazem para o CTDUT, a
visão e a experiência das empresas e
universidades sobre diversos aspectos
do setor dutoviário, os quais são aqui
discutidos e por sua vez, resultam
referências para a determinação das áreas
carentes de desenvolvimento e tecnologia.
Divulgação CTDUT
r uto de uma parceria entre
Petrobras, Transpetro e Pontifícia
Universidade Católica do Rio
de Janeiro (PUC-RJ), o CTDUT
é uma instituição de ciência e tecnologia
privada, sem fins lucrativos, com atuação
em projetos, pesquisa e desenvolvimento
e prestação de serviços direcionados do
setor dutoviário brasileiro.
A possibilidade de realização de
testes de desenvolvimento de dutos em
escala real, sob as mesmas condições de um
oleoduto ou gasoduto em operação coloca
o CTDUT em posição única no Brasil e
na América Latina, diferenciando-se dos
demais laboratórios e centros de pesquisa
que trabalham com escala reduzida para
os testes e projetos de P&D.
Os principais projetos do CTDUT
visam à ampliação desta infraestrutura
para o desenvolvimento de novas
tecnologias e a elaboração de testes de
produtos, equipamentos e sistemas em
ambientes similares aqueles encontrados
na malha dutoviária.
O Oleoduto de Testes de 12” com
previsão de funcionamento em final
de 2012 é uma estrutura com 2,5km
de comprimento e 12 polegadas de
diâmetro, em circuito fechado, que parte
da área do CTDUT, acompanha uma
faixa do oleoduto da Petrobras e retorna
ao Centro. Com sistema automatizado
de controle, idêntico a qualquer outro
duto em operação, este circuito permite
simulações com petróleo, derivados ou
água versatilidade e, por conseguinte,
maior amplitude de testes.
As expectativas do CTDUT em
relação ao potencial desta estrutura são
grandes. “Esperamos realizar uma série
Arthur Braga, gerente Executivo do CTDUT
Techno News 8.final.indd 16
Agência Petrobras
Laboratório de pesquisa em escala real.
Este é o grande diferencial do
Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT)
Desta forma são escolhidas as linhas de
projetos desenvolvidos no âmbito do
CTDUT”, explica Arthur Braga.
Laboratório
de testes de válvulas
A construção de um laboratório de
testes de válvulas é o mais novo projeto do
CTDUT. A necessidade de uma estrutura
para verificação de válvulas é decorrente
da norma NBR 15827 instituída pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) que estabelece os requisitos de
projetos e ensaios de protótipos de válvulas
industriais utilizadas em instalações de
exploração, produção, refino e transporte
de produtos de petróleo. Tal normatização
tem como objetivo assegurar a qualidade
das válvulas disponíveis no mercado
nacional, sejam estas fabricadas no Brasil
ou importadas.
A inexistência de laboratórios no
mercado brasileiro para a realização dos
testes previstos na norma levou o CTDUT
a preencher esta lacuna, estabelecendo
uma rede de competência em válvulas
junto com o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
a Universidade Federal de Alagoas
(UFAL). O projeto elaborado pela rede já
foi aprovado pela Finep e sairá do papel
para a realidade.
Arthur Braga considera que os
testes requeridos pela ABNT consistem
uma medida importante para a segurança
dos dutos e instalações em operação
em todo o território nacional. “Com a
estrutura laboratorial do CTDUT teremos
condições de verificar a qualidade das
válvulas comercializadas e utilizadas
no Brasil. Estamos empenhados no
desenvolvimento deste laboratório e nossa
projeção é colocá-lo em funcionamento
nos próximos dois anos.”
Proteção catódica
A proteção catódica é tema de
grande importância para o sistema
dutoviário por se tratar de uma das
maiores causas de vazamentos em dutos
enterrados ou submersos. Nesse campo, o
CTDUT, em cooperação com a Petrobras,
está construindo uma instalação para
pesquisa, simulações e treinamentos.
O objetivo deste projeto de
proteção catódica é a realização de testes
e simulações de situações encontradas
no campo, através de laboratórios e da
instalação de dutos enterrados, revestidos
com diferentes tipos de revestimentos
anticorrosivos, protegidos por um sistema
de proteção catódica, composto por
retificadores, leitos de anodos e pontos de
teste.
“Novas técnicas poderão ser
desenvolvidas no CTDUT no campo da
proteção catódica”, coloca Arthur Braga,
observando que este conhecimento é de
grande importância para a conservação da
extensa malha dutoviária espalhada por
todo o território nacional, que representa
um patrimônio fundamental para a rede
de abastecimento do país. g
28/06/2011 17:21:20
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
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TECNOLOGIA NAVAL
Pernambuco e Finlândia,
interesses comuns na área naval
A
O Governo do Estado de Pernambuco,
através da Secretaria de Ciência
e Tecnologia inicia o diálogo com
representantes do governo finlandês
para parceria em projetos e programas
da área naval
euros. “O desenvolvimento do setor
naval no Brasil é uma oportunidade
de expansão tanto do cluster finlandês
como da indústria naval e offshore
local”, observa Mervi Pitkänen.
Os interesses do Governo de
Pernambuco nesta parceria pontuados
pelo Secretário Marcelino Granja estão
na formação de mão de obra qualificada
e a transferência de tecnologias,
estabelecidas em um acordo bilateral,
com envolvimento das universidades.
Nesse sentido, a idéia de
uma Cooperativa Tecnológica entre
Pernambuco e Finlândia começou a
ser discutida na ocasião da 11ª Coteq
por meio da qual o Estado poderá
otimizar a capacitação de engenheiros e
pesquisadores da área naval e offshore.
A Universidade Federal de Pernambuco,
que recentemente implantou o curso
de graduação em Engenharia Naval
e Oceânica, demonstrou interesse
de intercâmbio com empresas e
universidades finlandesas.
Segundo
Marcos
Pereira,
professor responsável pela implantação
deste curso na UFPE, a ampliação
das possibilidades de capacitação
de profissionais graduados na área
naval e offshore é muito positiva,
pois um intercâmbio desta natureza
poderá alavancar futuras parcerias,
estendendo-se para os níveis de
mestrado e doutorado e outras
especializações.
O curso de graduação em
Engenharia Naval e Oceânica da UFPE
é o primeiro desta área implantado na
região Nordeste, tendo sido instituído
para atender o desenvolvimento da
indústria naval no país, em especial a
demanda de mão de obra especializada
gerada pelos investimentos neste setor
no estado de Pernambuco. g
Techno
visita
da
delegação
finlandesa à Pernambuco
ocorreu na ocasião da 11ª
edição da Conferência
sobre Tecnologia e Equipamentos
(Coteq) ocorrida em Porto de Galinhas
(PE), em maio último. No encontro
do Secretário de Ciência e Tecnologia,
Marcelino Granja de Menezes, com a
comitiva finlandesa o ponto alto das
conversações foi o interesse mútuo de
uma parceria em áreas ligadas ao setor
naval entre o estado de Pernambuco e
a agência finlandesa Finnish Maritime
Cluster.
A formação de recursos
humanos altamente qualificados e o
fomento de pesquisas, desenvolvimento
e inovação tecnológica com resultados
para o Cluster e para a indústria naval
e offshore de Pernambuco formam as
bases para tal parceria.
Os empreendimentos atuais e
previstos no Estado de Pernambuco
para o setor naval constituem um
mercado de interesse da agência
Finnish Maritime Cluster, que congrega
inúmeras
empresas
finlandesas
ligadas ao setor naval. Segundo
Mervi Pitkänen, diretora do Cluster
Marítimo, “o Brasil é um país que
está crescendo tecnologicamente. Em
países com o crescimento baseado no
desenvolvimento de recursos naturais
como o Brasil, o uso e o desenvolvimento
de tecnologias necessárias para
isso, são necessários significativos
programas de investimentos”. Cerca
de 50 empresas finlandesas atuam
hoje no Brasil, em áreas diversas –
mineração, telecomunicações, indústria
naval, papel e celulose, processos
industriais, entre outras - empregam
20 mil pessoas e movimentam um
volume de negócios de 2,7 bilhões de
Na Finlândia foram criados 13 clusters no quadro do “Programa de centros
de conhecimento” criado pelo Conselho de Estado para o período 2007-2013.
A função do cluster marítimo finlandês é dinamizar e agrupar o
desenvolvimento de atividades, a formação e a investigação aplicada em setores
como a construção naval, as atividades offshore e a logística marítima.
Os campos de acção privilegiados são os materiais e as tecnologias
de transformação, a internacionalização do sector, a segurança e as questões
ambientais e o desenvolvimento das empresas.
Associando industriais e investigadores ao mais alto nível, cinco centros de
conhecimento participam ativamente neste cluster, cuja coordenação é assegurada
pela Koneteknologiakeskus Turku Oy: são os centros da Finlândia do Sudeste,
Finlândia do Sudoeste, Finlândia Ocidental e Satakunta, bem como o Centro de
conhecimento da metalurgia do arco de Botnie.
A estratégia do cluster pretende favorecer a criação de atividades, produtos
e serviços inovadores; melhorar a produtividade e o trabalho em rede; e aumentar
a oferta de mão-de-obra qualificada. Procura-se assim promover o aumento dos
investimentos em investigação e desenvolvimento e a elevação das competências
das empresas, o intercâmbio e a centralização de informações, a organização de
ações específicas, a internacionalização e a cooperação das PME.
Fonte: Inforegio Panorama, no 23, setembro 2007
Techno News 8.final.indd 17
Evane Manço/SECTEC-PE
O cluster marítimo da Finlândia
À esquerda, Marcelino Granja, Secretário de Ciência e Tecnologia
de Pernambuco; ao centro, Prof. Dr. Juha Leimu da Turku University of
Applied Sciences da Finlândia; à direita, Dr. Marcos Pereira, Engenheiro
Naval e Oceânico, diretor da MF Engenharia & Tecnologia
28/06/2011 17:21:22
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
INDÚSTRIA AUTOMOTIVA
Divulgação Volvo
Volvo fabricará ônibus híbrido no Brasil
Divulgação Volvo
A
Luis Carlos Pimenta,
presidente da Volvo Bus Latin America
Techno News 8.final.indd 18
Volvo anunciou que sua
fábrica brasileira foi escolhida
para produzir chassis de
ônibus híbridos, movidos
a eletricidade e a diesel. A decisão foi
anunciada pelo presidente mundial da
Volvo Bus, Hakan Karlsson, ao prefeito
de Curitiba, Luciano Ducci, que hoje está
em Gotemburgo, sede mundial do Grupo
Volvo, na Suécia. O produto escolhido é
um chassi padrão, na configuração 4x2
eixos. A produção do ônibus articulado
híbrido ainda não foi decidida.
A Volvo é o primeiro fabricante a
produzir veículos híbridos no Brasil. Além
da unidade fabril de Curitiba, no Paraná,
as operações da Volvo na Índia e no México
disputavam a planta de híbridos. A préprodução começa no próximo ano, com
uma previsão de 80 unidades. A operação
brasileira será a primeira a fabricar
híbridos fora da Suécia. Os híbridos Volvo
são produzidos conjuntamente por duas
plantas - a de Boros, a 80 quilômetros de
Gotemburgo, e a de Wroclaw, na Polônia.
“Estamos muito contentes e
orgulhosos de anunciar esta decisão.
Temos capacidade industrial, científica e
intelectual para produzir híbridos e um
grande mercado potencial”, declarou
Luis Carlos Pimenta, presidente da
Volvo Bus Latin America. Boa parte
do desenvolvimento do novo produto
será feita localmente, uma vez que será
necessário desenvolver a tecnologia
híbrida junto aos parceiros que produzem
as carrocerias. No Brasil, a Volvo
produz somente o chassi do ônibus.
O encarroçamento é feito por outras
empresas.
Segundo Pimenta, pesou muito na
decisão a grande aceitação que o ônibus
híbrido teve no País no ano passado,
quando a Volvo realizou uma extensa
programação de testes com ônibus híbridos
da marca em três capitais – Curitiba, São
Paulo e Rio de Janeiro. “Muita gente ficou
interessada”, diz o executivo. A empresa
testou, até o início deste ano, chassis 7700
Hybrid, importados da Suécia.
Também colaborou para a escolha
da fábrica local o grande potencial de
vendas de chassis deste tipo para os
sistemas organizados de transporte
coletivo urbano, os chamados BRTs (Bus
Rapid Transit na sigla em inglês), como o
existente na capital paranaense. “Somos
líderes em BRTs e temos certeza que
este sistema continuará em expansão,
justamente por conta de suas vantagens:
maior capacidade de transporte, menos
emissões de poluentes e mais conforto
para os passageiros”, observa. Ele
aposta também que a Copa da Mundo
e as Olimpíadas no Brasil demandarão
a aquisição de veículos mais limpos e
ambientalmente corretos.
“Vamos produzir no Brasil e
para a sociedade brasileira a melhor
solução híbrida em transporte urbano de
passageiros já desenvolvida pela indústria
automotiva global”, afirmou Pimenta.
Tecnologia
O ônibus híbrido que a Volvo
produzirá no Brasil tem uma tecnologia
revolucionária e é a solução híbrida mais
avançada já desenvolvida. Chamada
de “Híbrida em Paralelo”, foi projetada
para um ônibus com dois motores, um a
diesel e outro elétrico, que funcionam em
paralelo ou de forma independente. O
motor elétrico é utilizado para arrancar
o ônibus e acelerá-lo até uma velocidade
de aproximadamente 20 quilômetros por
hora, e também é usado como gerador de
energia durante as frenagens.
O motor diesel entra em
funcionamento em velocidades mais altas.
A cada vez que se acionam os freios, a
energia de desaceleração é utilizada para
carregar as baterias. Quando o veículo
está parado, seja no trânsito, em pontos
de ônibus ou em semáforos, o motor
diesel fica desligado. Estudos da Volvo
demonstram que o tempo que o veículo
fica parado pode representar até 50%
do período total de operação do ônibus.
Durante todo esse tempo, não há emissões
de poluentes, pois o motor diesel se apaga
completamente.
Menor consumo,
menos poluentes
“Esta
tecnologia
tem
duas
vantagens principais: mais economia de
combustível e grande redução no impacto
ambiental”, destaca Luis Carlos Pimenta,
presidente da Volvo Bus Latin America.
O sistema híbrido da Volvo proporciona
uma redução no consumo de combustível
de até 35%. Já a diminuição das emissões
de poluentes que saem do escape pode
variar de 80% a 90%, na comparação com
motores a diesel convencionais.
Estes
excelentes
resultados
não se devem somente por causa do
reaproveitamento de energia para tracionar
o ônibus. A alta potência do motor elétrico
possibilita a instalação de um motor diesel
menor e mais econômico. “Além disso,
funções auxiliares como compressor de ar
e bomba hidráulica, são feitas por motores
elétricos”, explica Euclides Castro, gerente
de ônibus urbanos da Volvo Bus Latin
America.
“O sistema híbrido da Volvo
reduz não somente as emissões de CO2
(gás carbônico, um dos principais gases
responsáveis pelo efeito estufa), mas
também de NOx (Óxidos de Nitrogênio,
responsáveis por alergias e ardência
nos olhos, por exemplo) e de materiais
particulados”,
complementa
Fábio
Lorençon, engenheiro de vendas da
empresa. g
28/06/2011 17:21:26
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Ciência, Tecnologia e Inovação
Considerações Sobre o Plano de Ação
em Ciência, Tecnologia e Inovação
para o Desenvolvimento Nacional (PACTI 2)
Por Prof. Engº Arquimedes Diógenes Ciloni
Techno News 8.final.indd 19
no mercado. Porém, cresce a cada dia o número de empresas
brasileiras investindo em inovação: de acordo com dados da
Pintec, em 2008 eram mais de 38000 as que o faziam, entre
100.000 analisadas (38,1%). As empresas brasileiras investem,
porém, em seu conjunto, apenas 0,54% do PIB em P&D (dados
de 2010). Também recorrendo-se a dados do MDIC (2010), podese demonstrar o efeito de fortes investimentos em P&D: para
importar uma tonelada de circuitos integrados ( US$ 848.871,43),
o Brasil precisa exportar 21445 toneladas de minério de ferro
(US$ 39,58/ton.) ou 1742 toneladas de soja (US$ 487,36/ton.),
como vem alertando o Ministro em suas apresentações.
No que diz respeito ao cenário acadêmico, destaquese que recentemente foi divulgado o Relatório Global da Real
Society britânica, com dados compilados até o ano de 2008 e
que mostram que a China pulou da sexta posição para a viceliderança no ranking da produção cientifica global, desbancando
assim o Japão, prevendo-se que passará os Estados Unidos em
2013, tornando-se a líder mundial em ciência. Brasil e Índia terão,
prevê o Relatório, até a próxima década, produção científica
maior do que França e Japão. Pela primeira vez o relatório
mostra que uma cidade sul- americana entrou no mapa das vinte
mais produtivas cientificamente: São Paulo é citada como um
centro de pesquisa de grandeza semelhante a Nova York, Paris,
Londres, Pequim e Tóquio. Vêm também da capital paulista uma
em cada cinco das pesquisas científicas do país. Essa liderança
é resultado de décadas de investimento: o estado de São Paulo
aplica 13% (treze por cento) de sua receita em ensino superior
e pesquisa, apenas 1% (um por cento) a menos que o rico
estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Aliando-se esse fato
com o já citado aumento do financiamento federal é possível
compreender o salto extraordinário que foi a ampliação, em 10
vezes, nos últimos pouco mais de 20 anos, do número de mestres e
doutores formados no Brasil. Formamos 5 mil em 1987, e em 2009
formamos quase 50 mil. Outro resultado direto desse aumento
Divulgação
A
leitura do pronunciamento feito pelo Ministro
Aloízio Mercadante por ocasião de sua posse em
janeiro passado permite concluir que o Brasil possui
uma política de Ciência e Tecnologia que, apesar de
relativamente recente, pode ser considerada como bem sucedida.
Apontando como desafios a sustentabilidade ambiental e
a preparação do país para a sociedade do conhecimento,
comunicava ele ter aceitado a incumbência de assumir a pasta
de Ciência e Tecnologia, desejando contribuir para transformar
a “Estratégia de Lisboa” (a União Européia considerou seu
principal desafio para este século tornar-se a economia baseada
no conhecimento mais dinâmica e competitiva do mundo, capaz
de garantir um crescimento econômico sustentável, com mais e
melhores empregos, e com maior coesão social) numa “Estratégia
de Brasília”, que combine educação universal de qualidade,
pesquisa científica, inovação e inclusão social, na perspectiva de
uma nova produção científica Tropical.
Ainda citando o Ministro Mercadante: “Não há país
tropical desenvolvido no mundo. Não temos modelo a seguir,
nós estamos criando nosso próprio modelo e temos todo o
potencial para sermos o primeiro país tropical desenvolvido, se
efetivamente avançarmos rumo à sociedade do conhecimento e à
sustentabilidade ambiental. Assim, assumo o dever histórico de
ampliar cada vez mais a participação da ciência, da tecnologia e
da inovação no PIB brasileiro. O mundo da ciência e da tecnologia
é estratégico para que possamos crescer com qualidade, com
cultura de inovação, gerando maior valor agregado aos nossos
produtos, serviços e processos, e aumentando, em conseqüência,
a robustez e a competitividade global da economia, e acentuando
o atual processo de inclusão social“.
Pode-se apontar vários eventos marcantes que vêm
contribuindo para a construção do modelo citado pelo Ministro,
podendo-se, dentre muitos outros que os leitores com certeza
poderiam mencionar, destacar marcos mais antigos, como a
criação do CNPq e da Capes na década de 1950, bem como as mais
recentes políticas de governo, como, por exemplo, a subvenção
econômica para investimento direto nas empresas, a Lei do Bem
e os fundos de capitais de risco, que contribuíram para ampliar
o financiamento à pesquisa nos últimos anos. No segundo
mandato do Presidente Lula, um outro marco a ser destacado foi
a implantação em 2007 do Plano de Ação em Ciência, Tecnologia
e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI). Pois
bem, o pronunciamento do Ministro Mercadante apontava já
em janeiro algumas das diretrizes que, em consonância com
os objetivos indicados nas recomendações da IV Conferência
Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovação, vêm servindo para
o delineamento do Plano de Ação em C,T&I para o quadriênio
2011-2015, o PACTI 2, cujos desafios e eixos estruturantes serão
resumidamente aqui apresentados, visando contribuir para
ampliar o debate e a sua própria divulgação, e constituem o
objetivo principal deste artigo. Antes, porém, apresentam-se
alguns poucos dados e reflexões que ajudarão a entender melhor
os cenários em que se desenha o Plano.
No cenário industrial, observa-se inicialmente que, na
indústria de alta e de média-alta intensidade tecnológica, cinco
setores respondem por 80% do déficit comercial brasileiro. Com
dados de 2010 do MDIC verifica-se que o setor farmacêutico
apresenta déficit de 6,38 bilhões de dólares; no setor de
equipamentos de rádio, TV e comunicação, déficit de 11,4 bilhões
de dólares; no setor de instrumentos médicos de ótica e precisão,
5,65 bilhões de dólares; no setor de produtos químicos (excluídos
os farmacêuticos), déficit de 16,12 bilhões de dólares e no setor de
máquinas e equipamentos mecânicos, 12,73 bilhões de dólares.
Pode-se incluir também no cenário o fato de que o país perdeu
muito em competitividade nos últimos tempos: na divulgação
do último índice de competitividade global publicado pela IMD
World Competitiveness Yearbook, o Brasil caiu quatro posições
em um ano e se encontra agora em 44° lugar entre os 59 países
analisados. Adende-se ainda que, de acordo com a Pesquisa de
Inovação Tecnológica do IBGE (Pintec 2005), das 70 mil empresas
industriais analisadas, pouco mais de 2 mil foram consideradas
inovadoras por terem, de fato, introduzido um produto novo
Arquimedes Diógenes Ciloni,
Subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa
do Ministério de Ciência e Tecnologia ( SCUP-MCT)
28/06/2011 17:21:35
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
PETRÓLEO & GÁS
Techno News 8.final.indd 20
Estados Unidos, em 2008 - antes da crise,
portanto; prevê-se que haverá queda de
investimentos devido à reestruturação
econômica pós-crise - investiam 2,79%
do PIB, com quase 400 bilhões de dólares
aplicados; o Japão, 3,44% do PIB, quase 149
bilhões de dólares aplicados; China, 1,54%
do PIB, com quase 121 bilhões de dólares
aplicados; Alemanha em 2009, 2,82%, com
84 bilhões; o Brasil, em 2009, 1,19%do PIB,
com 24,2 bilhões de dólares.
Com
base
nos
cenários
apresentados, ainda que não esgotadas
todas as suas nuances, é possível
perceber que, embora sejam inegáveis
os avanços obtidos pela economia
brasileira nos últimos anos, há vários
desafios para a continuidade desse ciclo
de desenvolvimento. O PACTI 2 aponta
como principais desafios:
1ºredução
da
defasagem
tecnológica brasileira em relação à
fronteira tecnológica mundial;
2º- melhoria de nossa inserção
internacional, ampliando a participação de
produtos mais intensivos em conhecimento
na nossa pauta de exportações;
3º- continuidade do processo
de inclusão social e de redução da
desigualdade e da pobreza;
4º- sustentabilidade ambiental do
processo de desenvolvimento (fomentar a
economia verde e criativa).
Para fazer frente a esses desafios
o PACTI 2 indica que seja necessário
fortalecer os eixos estruturantes da política
de C,T&I, quais sejam:
1º- a formação e capacitação de
recursos humanos para a pesquisa e a
inovação;
2º- o suporte à pesquisa e à
infraestrutura científica e tecnológica;
3º- o fomento à inovação tecnológica
no setor produtivo brasileiro.
Não é possível aprofundar, no
curto espaço deste artigo, toda a gama
de diretrizes, macrometas, estratégias
globais, etc... que ora compõe o PACTI 2.
Com a riqueza de todas as contribuições
e sugestões recebidas no âmbito da
IV Conferência Nacional da Ciência,
Tecnologia e Inovação, bem como em
debates internos com as equipes do MCT,
o mesmo será agora aprimorado pela
discussão no Conselho Nacional de C,T&I,
o qual reúne, além das mais importantes
entidades do cenário científico nacional
(ABC, SBPC, ANDIFES, CNI, etc...), oito
Ministérios e é presidido pela Presidenta
Dilma Roussef. Pode-se afiançar que,
após ali aprovado, será, como o foi o
anterior, ferramenta das mais importantes
a direcionar governo, instituições de
pesquisa e indústria para a consecução
de seus objetivos, tornando-se peçachave para a tarefa a que nossa geração se
propôs: na próxima década, levar o Brasil
a ser a quinta economia do planeta!
Para encerrar, recorra-se novamente
ao
pronunciamento
do
Ministro
Mercadante: “A nova ciência brasileira, a
Ciência Tropical, será a ciência do futuro.
Tenho certeza que a ciência produzida
sob o céu azul e frente ao mar cor de
esmeralda terá cores e luzes próprias, e nos
conduzirá a dias muito melhores. O Brasil,
com todo o seu potencial, com as bases
econômicas e sociais lançadas pelo Novo
Desenvolvimentismo e impulsionado
pela centralidade da política de Ciência,
Tecnologia e Inovação, se transformará,
estou certo, no primeiro país tropical
desenvolvido da História”. g
Arquimedes Diógenes Ciloni, ex-Reitor da
UFU, professor de Engenharia Civil,
é Subsecretário de Coordenação das Unidades
de Pesquisa do Ministério de Ciência
e Tecnologia ( SCUP-MCT)
CE-EPC:
continuidade
dos projetos
Techno
da comunidade de pesquisadores foi
o crescimento da produção científica
nacional, retratado pelo número de artigos
publicados em revistas especializadas.
Em 2009, cientistas brasileiros publicaram
mais de 32 mil arquivos indexados no
ISI (Institute for Scientific Information).
Com isso o Brasil responde hoje por 2,7
% da produção científica mundial, o que
coloca o país na 13ª posição, em termos do
número de artigos publicados anualmente.
O Brasil ultrapassou recentemente a
Rússia e a Holanda, países com grande
tradição em Ciência e Tecnologia. Se se
pode considerar satisfatório o crescimento
da produção científica, é preciso salientar,
no âmbito do cenário acadêmico, a cada
vez mais preocupante escassez da mão
de obra nacional; recente estudo da
Consultoria Manpower revela que o Brasil
é o terceiro país do mundo no ranking
da modalidade. Os maiores gargalos
encontram-se em áreas estratégicas, com
falta de engenheiros, profissionais de
finanças, dentre outros, o que denota a
importância com que se deve sempre olhar
os cursos de graduação, em momentos de
planejamento como o atual.
Ainda quanto a esses dois cenários
iniciais, é preciso manifestar preocupação
também com o fato de que o Brasil
ainda responde por apenas 0,1 % da
produção mundial de patentes. É preciso
reconhecer que a pesquisa cientifica
brasileira é ainda fortemente concentrada
em universidades e instituições públicas,
com pequena participação de empresas,
incluindo-se as estatais, no número de
pedido de patentes. A conexão entre
academia e indústria, embora crescente,
precisa ser ampliada muitas vezes ao
longo dos próximos anos, para que,
de fato, se tenha instalada a cultura de
inovação necessária. Os Estados Unidos,
ainda considerados a pátria da inovação,
China, Coréia do Sul, são exemplos de
países que têm muito a ensinar ao Brasil
para a construção e consolidação dessa
conexão. Deve-se citar enfaticamente
também a Alemanha, particularmente no
âmbito de sua Sociedade Fraunhofer, tida
como referência mundial em programas
e processos de inovação, que em breve
poderá abrir escritório de representação
no Brasil para apoiar o intercâmbio de
pesquisadores, com foco em programas e
processos de interesse direto para o setor
produtivo.
Quanto ao cenário governamental,
deve-se ressaltar o fato de que, no
âmbito da formulação e execução do
Plano de Ação em C,T&I, entre 2007
e 2010, atingiu-se um orçamento de
R$41,2 bilhões, um grande volume de
recursos que foi integralmente investido.
Somente o FNDCT, Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico,
aplicou mais de R$ 3 bilhões, no ano de
2010, em programas significativos, como
o de biocombustíveis, tecnologias da
informação e da comunicação, projeto
Antártica, bioma amazônico, biotecnologia
e fármacos, saúde, petróleo e gás,
novas energia limpas, defesa nacional,
programa espacial, programa nuclear,
entre outros. Hoje o Brasil já investe
1,25% do PIB, porém, é preciso enfrentar
o desafio de fazer esse índice alcançar
entre 2 e 2,5% na próxima década, como
preconiza a IV Conferência Nacional da
Ciência, Tecnologia e Inovação. A título
de comparação, verifica-se que os 31
países membros da OCDE (Organização
para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) investem em média 2,2% do
PIB em C,T&I. Ainda no que diz respeito
a investimento em P&D, também como
comparação pode-se recorrer a valores que
ilustram a diferença entre vários países: os
A
Carteira de Projetos, o
Treinamento e Educação e
os Projetos de Articulação
são os pontos principais de
atuação do Centro de Excelência em
EPC (CE-EPC) e continuarão na pauta
de atividades do Centro para o biênio
2011-2012. Em recente assembléia
realizada pelo CE-EPC e primeira
sob a tutela do novo presidente da
instituição, o Engenheiro Antonio
Ernesto Ferreira Muller empossado
no início deste ano, representantes dos
associados aprovaram a continuidade
dos projetos e atividades.
Desde a sua criação em 2008,
todas as ações do CE-EPC estão
direcionadas para o aumento da
produtividade da indústria brasileira
da cadeia de EPC e a ampliação de
sua participação nos projetos de
investimentos das operadoras de óleo
e gás no Brasil e no exterior. Assim
sendo, o trabalho do Centro ao longo
dos últimos anos tem sido identificar
as necessidades da indústria EPCista
e das operadoras bem como os
impedimentos para o aumento
da competitividade das empresas
nacionais. Na seqüência, o CE-EPC
pretende buscar soluções e/ou criar
condições para a maior participação
desta indústria nas oportunidades de
negócios presentes e futuras da área
de petróleo e gás.
Na Carteira de Projetos,
o projeto ‘Comissionamento de
Empreendimentos’ chegará ao seu
término em meados deste ano e os
demais - Redução dos Custos e Prazos
nos Empreendimentos; Soluções para
o Desenvolvimento da Engenharia
de Projetos; e Modelo de Contratos –
chegarão ao fechamento da primeira
fase.
No
‘Comissionamento’,
a
análise das práticas e políticas das
indústrias em relação ao planejamento
e condução deste tema permitiu ao CEEPC propor recomendações e diretrizes
que pudessem ampliar a eficácia do
processo de Comissionamento dos
empreendimentos.
A primeira fase dos projetos
consiste no levantamento de dados
e informações sobre a atual situação
destes temas na indústria e no mercado,
especialmente aqueles relacionados
às necessidades da cadeia EPC e aos
obstáculos para sua expansão. A fase
seguinte será a consolidação de cada
projeto com a obtenção dos ‘produtos’
estabelecidos em cada um.
A implementação de ações
para a redução de custos e prazos dos
empreendimentos, o fortalecimento
da Engenharia Consultiva com a
criação de ferramentas para ganhos
efetivos em eficiência, e a proposição
de modelos de contratos que possam
otimizar as relações Operador/EPCista
e EPCista/Subcontratado são as metas
dos projetos que terão continuidade
no biênio 2011-2012.
No Programa de Conteúdo
Local o CE-EPC continuará a
identificar
entre
as
empresas
operadoras e fornecedoras, as
situações de gargalos de fornecimento
no Brasil e concentrará esforços em
dois problemas específicos indicados
pela indústria: a produtividade
e a necessidade de substituição
de importação. O resultado deste
Programa será a elaboração de
um relatório com recomendações
e sugestões de melhorias a serem
implementadas pelas indústrias.
No campo de Treinamento
e Educação, o Centro de Excelência
em EPC dará continuidade ao seu
programa de cursos, palestras,
seminários e outros eventos para
a qualificação e a capacitação de
pessoas, tendo como principal foco,
a atualização dos profissionais e a
educação continuada destes.
Os Projetos de Articulação
desenvolvidos pelo CE-EPC visam
a criação de uma infraestrutura
compartilhada de tecnologias e
softwares para baratear os custos das
empresas na elaboração de projetos
de engenharia e planejamento de
construção, montagem e manutenção
de instalações industriais e de
produção. As ações previstas para os
próximos dois anos estarão pautadas
na identificação de possíveis clientes e
dos aportes ao projeto e na elaboração
de um business plan para a sua
implantação. g
Para obter detalhes do projetos,
acesse: www.ce-epc.org.br
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
TECNOLOGIA
Inovação em grandes projetos
Techno News 8.final.indd 21
Gaseificação de Biomassa (CDGB) no
Parque Tecnológico de Piracicaba, neste
caso incluindo o desenvolvimento de
parte dos equipamentos. O objetivo
é gerar conhecimentos que permitam
a definição do projeto conceitual de
instalações industriais de gaseificação de
fontes energéticas alternativas, neste caso
o aproveitamento de cavaco de madeira,
palha e bagaço da cana-de-açúcar, pelo
processo de fluxo de arraste com custo
de investimento economicamente viável.
A gaseificação é importante porque é
uma ferramenta de mitigação de emissão
de gases do efeito estufa e também
uma tecnologia que irá aumentar a
produtividade das áreas plantadas com
cana-de-açúcar e madeira.
A alternativa escolhida pelo
Instituto é pela rota termoquímica com
o gaseificador de fluxo de arraste, que
opera por meio de um grande “maçarico
confinado” no qual é feita a queima da
biomassa com uma quantidade reduzida
de oxigênio para sua conversão em um gás
de síntese. O gás gerado tem um elevado
teor de monóxido de carbono e hidrogênio
e, após a recuperação de calor e limpeza,
é enviado a reatores químicos para a
fabricação desde produtos energéticos
(diesel, metanol, gasolina) e químicos
(“plásticos verdes”) até a geração de
eletricidade. Está prevista a produção de
500 kg/hora de gás de biomassa no quinto
ano do projeto.
Como os custos do projeto são da
ordem de R$ 80 milhões em cinco anos, foi
necessária a articulação de recursos do IPT,
da iniciativa privada e de universidades.
Fernando José
Gomes Landgraf,
Diretor de Inovação
do Instituto
de Pesquisas
Tecnológicas (IPT)
Novas capacitações laboratoriais inseridas
em contextos estratégicos para a pesquisa e
o desenvolvimento no Brasil, com base em
um modelo que reúne institutos de pesquisas,
setor privado, universidades e governo como
parceiros em todo o processo de inovação.
Máquina de deposição automática
de fibras de carbono – fiber placement
Divulgação IPT
À
s vésperas de completar 112
anos, o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas
(IPT)
está
dando continuidade ao plano
estabelecido em 2007 de trabalhar com
grandes projetos e aumentar a parcela
em P&D das atividades desempenhadas
pela instituição. Três exemplos da
nova abordagem são encontrados no
Laboratório de Estruturas Leves, em
implantação na cidade de São José dos
Campos, no projeto de uma planta de
gaseificação de biomassa em Piracicaba
e no novo prédio de bionanomanufatura,
em construção no campus do Instituto
em São Paulo. São exemplos de novas
capacitações laboratoriais que se inserem
em contextos estratégicos para a pesquisa
e o desenvolvimento no Brasil, com base
em um modelo que reúne institutos de
pesquisas, setor privado, universidades
e governo como parceiros em todo o
processo de inovação.
As novas capacitações laboratoriais
do IPT trabalham o conceito dos
grandes projetos de formas distintas. O
Laboratório de Estruturas Leves é uma
parceria firmada com a Embraer sob o
conceito de “aprender a processar”, ou
seja, estamos importando uma série de
máquinas e nosso esforço será de dominar
sua tecnologia de uso e aplicação para os
desafios nacionais. A intenção é retomar
o papel desempenhado há décadas pelo
Instituto de introduzir no país novas
tecnologias, neste caso um laboratório
para desenvolvimento de estruturas
leves a partir tanto de compósitos quanto
de materiais metálicos, como titânio e
alumínio.
Para atender às demandas pelas
novas tecnologias, o laboratório no Parque
Tecnológico de São José dos Campos
está sendo equipado com uma série de
máquinas voltadas ao desenvolvimento
de pesquisas e serviços de maior valor
agregado, em um investimento total de
R$ 50 milhões. A primeira a ser instalada
foi a máquina de deposição automática
de fibras de carbono (fiber placement),
que tem como diferencial o fato de
ser a única na América Latina. É ela a
responsável pela qualidade na laminação
das chamadas estruturas primárias da
indústria aeronáutica, que incluem todos
os elementos estruturais que garantem a
integridade e a rigidez quando submetidos
a esforços máximos.
É bom ressaltar que a indústria
aeronáutica lidera atualmente a aplicação
de estruturas leves, na busca por aeronaves
de menor peso para permitir o transporte
de mais cargas, mas todos os segmentos
industriais enfrentam problemas na busca
por tais materiais, inclusive por questões
de sustentabilidade – máquinas mais
robustas significam uma quantidade
maior de materiais e processos fabris
mais poluentes para indústrias dos mais
diversos segmentos, como moinhos
eólicos, construção naval e exploração
de petróleo, somente para citar alguns
exemplos.
A proposta do IPT em construir
uma instalação piloto para a fabricação
de estruturas leves é similar ao projeto
do Centro de Desenvolvimento de
Divulgação IPT
Por Fernando José Gomes Landgraf
28/06/2011 17:21:40
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
AERONÁUTICA
Perspectivas de
mercado para
Aviação Comercial
Divulgação IPT
Embraer apresenta previsão de entregas de jatos
de 30 a 120 assentos para os próximos 20 anos
Participam a Financiadora de Estudos
e Projetos (FINEP), o Banco Nacional
de
Desenvolvimento
Econômico
e Social (BNDES), a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Ciência
e Tecnologia do Estado de São Paulo
e cinco empresas: Brasken, Oxiteno,
Raízen (joint-venture formada pela
Cosan e pela Shell), Petrobras e a
mais nova parceira, a VSE. A execução
envolverá diretamente, além do IPT,
instituições de pesquisa como o Centro
de Tecnologia Canavieira (CTC), o
Centro de Tecnologia do Bioetanol
(CTBE) e a Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, a Esalq
da USP.
Os
parceiros
industriais
investirão conjuntamente na planta
piloto de gaseificação e, isoladamente,
nos projetos de pesquisa do
aproveitamento de gás de síntese. Um
papel fundamental da planta-piloto
será aperfeiçoar os equipamentos
empregados
na
gaseificação:
atualmente, o bagaço é usado para
a produção de energia, mas seu
rendimento energético é de 20%; no
novo processo, o rendimento poderá
chegar a 40%.
No terceiro dos grandes
projetos, o IPT abrigará o mais
moderno centro de pesquisas em
bionanomanufatura do Brasil. As
obras civis do novo prédio foram
inauguradas em dezembro de 2010 e,
ao longo de 2011, os laboratórios serão
equipados. Com investimento de R$ 46
milhões do Governo do Estado de São
Paulo, o Instituto terá um prédio de
oito mil metros quadrados para estudo
de biotecnologia (desenvolvimento
com organismos vivos), tecnologia
de partículas (microencapsulação
de componentes químicos e terapia
medicinal),
micromanufatura
de
equipamentos e metrologia.
Dentro do novo prédio, o
Laboratório de Metrologia Dimensional
de Microprecisão e Metrotomografia
contará com recursos de vanguarda
em metrologia dimensional de
microprecisão. As novas capacitações
Techno News 8.final.indd 22
vão ao encontro da nova identidade em
construção para o Centro de Metrologia
Mecânica e Elétrica do IPT que, em
razão da grande oferta de serviços de
calibração no mercado, está realizando
um reposicionamento em busca de
novas oportunidades de negócios.
As novas linhas de pesquisas são
inovadoras e não possuem precedentes
em centros de pesquisa brasileiros.
Serão oferecidos serviços de
medição e avaliação de parâmetros
dimensionais e geométricos de
peças e componentes (inclusive de
geometrias não-visíveis) por meio da
tecnologia multissensor de medição
por coordenadas e da tomografia
computadorizada (metrotomografia)
de raios-X. Esta nova tecnologia é
capaz de realizar tarefas de inspeção e
medição da estrutura interna e externa
de itens compostos por materiais
homogêneos, revelando rachaduras
e bolhas, além de materiais nãohomogêneos. A metrotomografia
possibilita ainda que medições de itens
com geometrias complexas possam ser
realizadas com mais rapidez, criando
uma nuvem de pontos que representam
o objeto. Todas essas possibilidades
estão ligadas a iniciativas de pesquisa,
desenvolvimento e inovação.
O laboratório contará com o
primeiro fiber probe tridimensional
em operação no mundo, além do
próprio equipamento da fabricante
alemã, a Werth. Esse sensor de fibra de
vidro 3D será usado para a medição
de diâmetros reduzidos, como bicos
de injeção de combustíveis e tubos de
Pitot, por exemplo.
Além desses projetos, nos
últimos três anos o IPT articulou
oito outros projetos inovadores em
parcerias com empresas, com valores
entre cinco e 15 milhões de reais, nos
editais Funtec do BNDES. g
(*) Fernando José Gomes Landgraf
é Diretor de Inovação do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT) e professor
associado da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (POLI-USP)
Divulgação Embraer
Projeto de gaseificação de biomassa
A
Embraer publicou suas
perspectivas
para
a
demanda de aeronaves
comerciais com capacidade
de 30 a 120 assentos para o período
2011-2030. O relatório, divulgado
durante conferência de imprensa
no Paris Air Show, realizada em Le
Bourget, na França, entre os dias 20 e
26 de junho, é elaborado anualmente
pela Embraer e analisa as tendências
da indústria, identificando a demanda
global de novas aeronaves por região
nos próximos 20 anos.
Enquanto a indústria continua
se recuperando da crise financeira
de 2008, algumas regiões estão
liderando a retomada do crescimento
e devem emergir como grandes forças
econômicas. A desaceleração foi
forte, mas a recuperação está sendo
mais rápida do que o esperado. As
previsões da Embraer refletem esta
melhora, pois a demanda mundial
de transporte aéreo, medida em
passageiro-quilômetro transportado
(RPK), crescerá a uma taxa média
anual de 5,2% até 2030, quando o
volume de tráfego atingirá 13 trilhões
de RPK.
Nos próximos 20 anos, o
mercado chinês registrará o maior
crescimento, com uma taxa anual édia
de 7,5%, seguido pela América Latina
(7,2%), Oriente Médio (6,9%), Ásia
Pacífico (6,1%), CEI – Comunidade dos
Estados Independentes (5,9%) e África
(5,4%). Em regiões com economias
mais desenvolvidas, como América
do Norte e Europa, a demanda será
menor (3,5% e 4,4%, respectivamente),
devido à maturidade destes mercados
e a uma recuperação econômica mais
lenta.
A Embraer prevê demanda
mundial de 7.225 novas entregas de
jatos no segmento com capacidade
de 30 a 120 assentos para os próximos
20 anos. Estima-se que o valor de
mercado equivalente seja de USD
320 bilhões. Deste total, 3.125 jatos
deverão ser entregues entre 2011 e
2020 e outros 4.100 entre 2021 e 2030,
conforme detalhado abaixo.
O segmento de aviões de 50
assentos está sendo pressionado pelos
preços do combustível e pelas tarifas
aéreas reduzidas. No entanto, estas
aeronaves ainda são essenciais para a
alimentação dos principais aeroportos
nos Estados Unidos e auxiliarão
progressivamente o desenvolvimento
da aviação regional em locais como
CEI, África e América Latina. O
segmento de 61 a 120 assentos tem
oferecido flexibilidade e melhoria
de eficiência às empresas aéreas, por
meio do ajuste da oferta de assentos
de jatos maiores, substituição de
aviões mais antigos, desenvolvimento
de novos mercados e crescimento da
oferta de assentos nos mercados de
jatos regionais.
A frota mundial de jatos com
capacidade de 30 a 120 assentos
aumentará de 4.225 aviões em 2010
para 8.060 em 2030. Durante este
período, 53% das novas entregas
(3.835 jatos) serão introduzidas
para sustentar o crescimento do
mercado, enquanto 47% (3.390 jatos)
substituirão aviões mais antigos. Em
2030, 835 jatos da frota atual (20%)
ainda estarão operando. g
28/06/2011 17:21:45
23
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
LOGÍSTICA
Eficiência energética
Agência Vale
e produtividade
Maior navio mineraleiro
do mundo recebe prêmio
Nor-Shipping Clean Award
Techno News 8.final.indd 23
adequada aos portos mais modernos do
mundo, além da significativa redução
das emissões de carbono por tonelada de
minério transportada.
O Vale Brasil possui 362 metros de
comprimento, 65 metros de largura, 56
metros de altura até o mastro e 7 porões
e realizará o transporte de minério dos
terminais portuários da empresa Ponta
da Madeira, em São Luís (MA) e Porto
de Tubarão (ES) ao mercado asiático. O
primeiro carregamento realizado em final
de maio, 391 mil toneladas de minérios de
ferro saíram do Maranhão com destino ao
porto de Dailian, na China.
O Vale Brasil é o primeiro de
19 navios encomendados pela Vale a
estaleiros da Coréia do Sul e da China. Até
2013, a frota da empresa para o transporte
de minério de ferro na rota Brasil-Ásia
totalizará 35 navios mineraleiros de 400
mil toneladas, entre próprios e afretados,
entregues entre 2011 e 2013. Destes, sete
foram encomendados ao estaleiro Daewoo
Shipbuilding & Marine Engineering Co,
na Coréia do Sul com investimento de US$
748 milhões, 12 ao estaleiro Rongsheng
Shipbuilding and Heavy Industries, na
China com um investimento de US$ 1,6
bilhão e outros 16 navios com operação
exclusiva para a empresa por meio de
contratos de longo prazo assinados com
armadores.
“Com a nossa frota de navios
próprios e contratados conseguimos
diminuir a volatilidade no mercado de
frete. A volatilidade afeta não somente o
preço do frete, como também o preço do
próprio minério. À medida que os novos
navios começarem a operar, a estabilidade
do frete e do minério será ainda maior,
favorecendo a Vale e seus clientes
siderúrgicos”, afirma o diretor executivo
de Marketing, Vendas e Estratégia, José
Carlos Martins.
Encomendas no Brasil
Nos últimos dois anos, a Vale
encomendou a estaleiros nacionais, a
construção de 51 embarcações, entre
rebocadores,
comboios
fluviais
e
catamarãs. Do total de 15 rebocadores, 11
construídos no estaleiro Detroit, em Itajaí
(SC) e outros quatro no estaleiro Santa
Cruz, em Aracaju (SC), 13 embarcações já
foram entregues à Vale.
A nova frota de rebocadores
possui alta potência e capacidade de
manobra, o que contribui para o aumento
da produtividade dos portos, além de
proporcionar mais segurança às manobras
de atracação e desatracação dos maiores
navios mineraleiros que operam hoje no
mundo.
Nas demais modalidades, estão
em construção no estaleiro Rio-Maguari,
no Pará (PA) dois comboios fluviais,
formados por dois empurradores e 32
barcaças, e dois catamarãs no estaleiro
Arpoador, em Angra dos Reis, para
transporte de empregados do Terminal da
Ilha Guaíba, totalizando 51 embarcações.
As encomendas devem ser entregues
ainda este ano.
Além destas embarcações, a
Vale tem contratado ao Estaleiro Ilha
S/A (EISA), no Rio de Janeiro, sete
navios – cinco porta-contêineres e dois
graneleiros. O primeiro porta-contêiner
dos cinco encomendados, o Log-In
Jacarandá, já está em operação. Este é o
primeiro navio do gênero construído no
Brasil nos últimos 15 anos e possui uma
capacidade para transportar 2.800 TEU’s
(unidade equivalente a um contêiner de
20 pés) ou cerca de 38 mil toneladas de
porte bruto. g
Agência Vale
Agência Vale
Acima, o Vale Brasil e no detalhe, o
primeiro carregamento do navio no
Maranhão; abaixo, detalhe do navio
e do maquinário (direita)
Agência Vale
O
Vale Brasil, maior mineraleiro
do mundo, com capacidade
de 400 mil toneladas, também
é o mais limpo. A embarcação
recebeu em Oslo, na Noruega, o prêmio
Nor-Shipping Clean Ship Award por
reduzir as emissões de carbono em 35%
por tonelada de minério transportada em
relação a um navio tradicional, de cerca de
200 mil toneladas.
A redução refere-se à utilização
de tecnologia de ponta em equipamentos
e ao fato de ser um projeto pioneiro,
que privilegia a eficiência energética da
embarcação. A feira Nor-Shipping é um
dos principais eventos de navegação
do mundo, organizado pela Sociedade
Naval Norueguesa, a cada dois anos,
e patrocinado pela DNV - Det Norske
Veritas. .
Com capacidade de transporte
de 400 mil toneladas de minério por
viagem, o navio Vale Brasil é a primeira
embarcação encomendada pela Vale ao
estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine
Engineering Co, na Coréia do Sul.
Do conceito ao projeto básico,
a engenharia dos maiores navios
mineraleiros do mundo é brasileira. O
desenvolvimento do projeto representou
um enorme desafio tecnológico em termos
de inovação e o resultado foi atingido. O
Vale Brasil permite uma grande velocidade
de carregamento e descarregamento,
28/06/2011 17:21:55
24
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
MEIO AMBIENTE
Gestão Ambiental
Fotos Techno
S
ã o Paulo é o Estado mais populoso
do Brasil com cerca de 22% da
população brasileiro e ocupa uma
área de aproximadamente 3% do
território nacional. Possui o maior e mais
diversificado parque industrial do país
e também o maior mercado consumidor
brasileiro, com aproximadamente 42
milhões de habitantes distribuídos em
uma rede de cidades formada por três
Regiões Metropolitanas, 11 Aglomerações
Urbanas e 13 Centros Urbanos.
Os números em São Paulo são
sempre grandes e a posição de Estado
mais promissor da União também lhe
impõe resultantes negativas em larga
escala e o desafio de conduzir o seu ritmo
de desenvolvimento de forma sustentável,
reunindo a viabilidade dos investimentos,
a qualidade do meio ambiente e o bem
estar social.
Em 2007, uma agenda ambiental
com 21 Projetos Estratégicos foi criada
pelo Governo de São Paulo para conduzir
as ações do Estado em diversas áreas
relacionadas ao Meio Ambiente. A
elaboração deste programa de trabalho
considerou três aspectos principais: as
mudanças climáticas e os reflexos do
aquecimento global na biodiversidade e na
economia; o conceito de desenvolvimento
sustentável e as prioridades da sociedade
paulista; e a gestão eficiente do meio
ambiente com resultados efetivos e
transparência da ação.
Implementado pela Secretaria de
Meio Ambiente do Estado (SMA) com o
apoio de diferentes órgãos e esferas públicas
de São Paulo, os 21 Projetos Ambientais
Estratégicos estabeleceram objetivos, metas
e prazos para o diagnóstico, formulação
de soluções e implementação de ações
em áreas relacionadas ao meio ambiente
e inseridas em diferentes aspectos da vida
da população e do desenvolvimento do
Estado.
A agenda inclui temas relacionados
à saúde, qualidade de vida, educação
e lazer, tais como lixo mínimo, esgoto
tratado, qualidade do ar e das águas
superficiais e subterrâneas, ecoturismo,
educação ambiental, a descentralização
da política ambiental em parceria com os
municípios paulistas, a redução da queima
da palha da cana de açúcar, a recuperação
das matas ciliares e o licenciamento
ambiental unificado.
Vários objetivos e metas dos
projetos estabelecidos no prazo até 2010
foram alcançados. Outros continuam
sendo trabalhados visto que são temas que
envolvem diferentes atores e interesses
bem como ações integradas entre de
diversos órgãos e instituições do Governo
e da sociedade organizada.
Nesse
contexto
de
tantas
diversidades, os resultados obtidos e
aqui apresentados em alguns projetos
são muito positivos e, além de preparar o
terreno para a continuidade dos projetos
em um nível mais elevado de ações,
constituem ferramentas eficazes para uma
gestão ambiental sustentável no Estado de
São Paulo.
para a Sustentabilidade
referência as bacias do leste, envolvendo
as Unidades de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (UGRHIs) Paraíba
do Sul, Alto Tietê, Piracicaba-CapivariJundiaí, Tietê-Sorocaba, Mogi-Guaçu,
Pardo, Mantiqueira, Sapucaí-Grande
e Baixo Pardo-Grande. Os dados
geográficos detalhados e atualizados
das bacias facilitaram o apontamento
de áreas críticas e, por conseguinte, a
definição de ações de proteção e gestão
destas áreas. O passo seguinte da SMA
é estender o projeto para as bacias do
Oeste e, futuramente, para todo território
estadual.
Mananciais
Mananciais são fontes ou reservas
de água, superficiais ou subterrâneas, que
podem ser usadas para o abastecimento
público. Os principais mananciais
que abastecem a população da Região
Metropolitana de São Paulo são as
bacias hidrográficas dos reservatórios
Guarapiranga e Billings, e o sistema
Cantareira.
A
bacia
hidrográfica
do
Reservatório Guarapiranga abrange sete
municípios e abastece uma população de
aproximadamente 3,7 milhões de pessoas;
a Represa Billings é o maior reservatório
de água da Região Metropolitana de
São Paulo; e o Sistema Produtor de
Água Cantareira, considerado um dos
maiores do mundo é responsável pelo
abastecimento de aproximadamente
8,8 milhões de pessoas das zonas norte,
central, parte da leste e oeste da capital,
além de outros dez municípios.
A proteção e a fiscalização das
bacias hidrográficas da Cantareira,
Billings e Guarapiranga, constituem a
principal pauta do projeto “Mananciais”.
Entre os instrumentos adotados para
o alcance destes objetivos, estão a
Aquíferos
No projeto “Aquíferos”, um
dos resultados mais significativos foi o
mapeamento das águas subterrâneas.
Inicialmente, o projeto tomou como
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TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
relação de indústrias com maior potencial
poluidor: do total de 371 empresas, 329
empresas preencheram voluntariamente
as informações, permitindo assim, a
elaboração do levantamento.
A partir do consumo de combustível
e da produção industrial informada por
cada empresa, o levantamento indicou
que 60% das emissões são advindas da
queima de combustível para fornecimento
de energia e 40% da produção industrial,
e que os setores petroquímicos, minerais
não metálicos, aço e ferro gusa constituem
os maiores emissores.
educação ambiental e os programas de
conscientização, considerando-se que o
conhecimento é um meio fundamental
para a conservação e a conscientização
por sua vez, reúne novas forças para a
proteção dos mananciais.
Tais ações foram desenvolvidas
em parceria os Municípios, por meio
de Diretorias de Ensino e Secretarias
Municipais, envolvendo diversas escolas
das regiões inseridas nas áreas de proteção
dos mananciais. O projeto teve, ainda,
avanços significativos na proposição de
planejamento para uso do solo, com a
instituição de leis específicas.
Etanol Verde
Mata Ciliar
O objetivo do projeto “Mata
Ciliar” foi promover a recuperação da
mata ciliar no Estado, contribuindo
para a ampliação da cobertura vegetal
de 13,9% para 20% do território
estadual. Entre as ações de destaque
realizadas pelo “Mata Ciliar” estão
a definição do primeiro Projeto de
Pagamento por Serviços Ambientais
(PSA) na modalidade Proteção de
Nascentes - Projeto Mina D’água, que
prevê recompensa para quem protege
nascentes presentes em propriedade
privada e a edição do caderno ambiental
“Matas Ciliares”, voltada a educadores.
Com as metas propostas até
2010 cumpridas neste prazo, o projeto
foi concluído no início deste ano e a
continuação dos objetivos do “Mata
Ciliar” será conduzida pelo Programa
de Remanescentes Florestais (PRF),
instituído pela Política Estadual de
Mudanças Climáticas (PEMC).
Desmatamento Zero
O estado de São Paulo detém
a maior parte do remanescente de
mata atlântica, que é uma das áreas de
maior biodiversidade do mundo, e sua
preservação é imprescindível para o
planeta. No entanto, preservar não é tão
simples. Implica em restringir áreas à
produção e crescimento urbano.
Entre as principais ações do
projeto “Desmatamento Zero” está o
estabelecimento de regras justas para
a conservação da vegetação nativa
remanescente e conta com a presença da
CETESB como órgão fiscalizador e, no
caso de necessidade do desmatamento, o
órgão impõe medidas de mitigação para
a minimização do impacto ambiental.
Os resultados obtidos neste projeto são
muito relevantes: a redução 30% do
total de área desmatada no Estado, de
2008 para 2009.
Criado com o objetivo de estimular,
em parceria com o setor sucroenergético
do Estado, a produção sustentável do
etanol com respeito aos recursos hídricos,
controle da poluição e responsabilidade
Esgoto Tratado
Assim como o “Aquíferos”, o
projeto Esgoto Tratado também visa à
proteção dos recursos hídricos, porém
de águas de superfícies. Para tal tarefa, a
fiscalização da quantidade de resíduos in
natura lançados nos rios é fundamental.
A meta final do projeto é levar o esgoto
tratado para todos os municípios do estado
e os dados apresentados são animadores:
desde 2007, o número de municípios
paulistas sem tratamento de esgoto caiu
de 249 para 96.
O projeto “Esgoto Tratado”, criado
no âmbito da Secretaria de Meio Ambiente,
é atualmente conduzido pela Secretaria de
Saneamento Recursos Hídricos.
Lixo Mínimo
A significativa redução de lixões
a céu aberto, que emanavam gases
responsáveis pelo efeito estufa e poluíam
indiscriminadamente o solo, é resultado do
projeto “Lixo Mínimo”: desde a sua criação
em 2007, o número de lixões no Estado de
São Paulo caiu de 143 para quatro, em
2010. Atualmente, os aterros sanitários
no Estado são fiscalizados de forma mais
eficiente e devidamente licenciados pela
agência ambiental CETESB.
Duas linhas principais de ação
foram adotadas no “Lixo Mínimo” para
eliminar a disposição inadequada de
resíduos sólidos no Estado de São Paulo e
extinguir os lixões a céu aberto: a educação
ambiental para estimular a redução de
resíduos domiciliares, a reutilização e a
reciclagem; e o aumento da fiscalização
para diminuir o número de aterros
irregulares.
Respira São Paulo
Controlar
nas
regiões
metropolitanas a poluição atmosférica
causada pela emissão de poluentes
veiculares e de indústrias; intensificar a
fiscalização com apoio do policiamento
ambiental e usar novas tecnologias
para controle da poluição; estabelecer
metas de redução e neutralização para
as indústrias mais poluentes, são os
objetivos do “Respira São Paulo”.
Desde a sua criação, o projeto
estimulou a ampliação do número de
estações de monitoramento da qualidade
do ar, totalizando 45 unidades até o final
do ano de 2010, além dos comandos de
fiscalização da emissão de veículos diesel,
que gerou 2.965 autuações somente em
2009.
A elaboração do inventário dos
100 maiores emissores de CO2 do Estado
contou com a decisiva participação
das empresas selecionadas a partir da
Techno News 8.final.indd 25
25
socioambiental, o projeto “Etanol Verde”
está atingindo, ano a ano, a meta de
redução da queima da palha da cana-deaçúcar.
A adesão de 85% das usinas
demonstra o sucesso do projeto, que,
desde o início, foi o responsável pelo
aumento de 1,3 milhão de hectares
colhidos mecanicamente, sem a utilização
de fogo, e da consequente redução da
emissão de poluentes.
Deixaram de ser queimados um
total de 3,8 milhões de hectares de canade-açúcar, o que também significa que
14,2 milhões de toneladas de poluentes e
2,4 milhões de toneladas de CO2 deixaram
de ser emitidos. São contribuições
significativas para o alcance das metas de
redução de emissões dos gases de efeito
estufa estabelecidas na Política Estadual
de Mudanças Climáticas (PEMC) do
Estado de São Paulo.
A evolução da produção de
biomassa no estado de São Paulo é outro
aspecto importante nesse cenário. Das 100
usinas cogeradoras de energia, 54 são de
São Paulo, o maior produtor de biomassa
do país.
O bagaço da cana, resíduo da
moagem, é transformado em energia,
representando 30% do potencial de
cogeração. Além do bagaço, 32 milhões
de toneladas de palha, que sobram da
colheita mecanizada, são produzidos nos
canaviais paulistas. Até 2014, a expectativa
é de que esse número chegue a 70 milhões
de toneladas ao ano, o que representará
quase o dobro da energia a ser gerada pela
usina de Belo Monte. g
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26
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
PARQUE TECNOLÓGICO
Parque Tecnológico BH-Tec
Divulgação/Sectes MG
na reta final para início de operação
Implantação do Parque Tecnológico BH-Tec na região da Pampulha em Belo Horizonte
A inauguração do
Parque Tecnológico
de Belo Horizonte
(BH-Tec) está
próxima. O término
das obras do edifício
institucional previsto
para agosto determina
a entrada em
operação do BH-Tec
Techno News 8.final.indd 26
O
prédio institucional é o
primeiro de uma série de
edificações previstas para
o parque cujo plano diretor
estabelece três setores, o Institucional, o
de Comércio e Serviços e de Pesquisa
e Desenvolvimento, distribuídos em
uma área de 185 mil m2 destinada à
construção do empreendimento. O BHTec está localizado ao lado do Campus
da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) em uma área de 535
mil m2 cedida pela UFMG e deste total,
350 mil m2 são áreas de preservação
ambiental.
Considerado um empreendimento
estratégico para a produção de tecnologia
avançada no estado, o BH-Tec é fruto da
parceria entre o governo do Estado, a
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a
Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), o Serviço de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas de Minas Gerais
(Sebrae-MG) e a Federação das Indústrias
do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Inicialmente, 15 empresas irão
se estabelecer no BH-Tec em cerca
de 2.500 m2 do prédio institucional,
que tem cinco andares dedicados a
escritórios, auditório e salas de reunião,
e mais quatro andares com 4.500 m2 de
garagem. Outras empresas de renome
mundial e com grande potencial
tecnológico estão em fase de avaliação
para futura participação no Parque
Tecnológico BH-Tec.
As primeiras
empresas do BH-Tec
Usiminas
O Centro de Tecnologia Usiminas
– Unidade Belo Horizonte (CTU-BH)
integra a estratégia de Pesquisa e
Inovação da Usiminas, estabelecendo
um centro de excelência em P&D nos
temas: beneficiamento de minérios,
aproveitamento de recursos hídricos,
resíduos e rejeitos e otimização de
processos industriais e logísticos. A
atuação do CTU-BH tem como premissa
a construção de uma rede tecnológica
sustentável para cooperação entre
Empresa, Universidades e Instituições
de Ciência e Tecnologia. Em face da
importância da Usiminas no contexto
tecnológico nacional, a empresa é
considerada âncora no empreendimento
do Parque pelo para Conselho TécnicoCientífico do BH-Tec.
ATI
Empresa mineira que atua
em
pesquisa,
desenvolvimento,
industrialização e comercialização de
equipamentos
eletro-eletrônicos
de
automação e de telecomunicações. Há
25 anos desenvolve soluções, utilizando
tecnologia de ponta, para a supervisão
de redes e plantas de energia elétrica e
telecomunicações, além de equipamentos
e sistemas para a segurança corporativa.
Ecovec
A empresa nasceu na UFMG a
partir do Fundo FINEP Verde Amarelo
para cooperação universidade-empresa.
As tecnologias da Ecovec são desenhadas
para aplicação na saúde pública brasileira,
estimulando a pesquisa na universidade e
devolvendo suas aplicações em serviços
para a população. Desenvolve soluções
em vigilância epidemiológica para a
saúde pública, com foco na dengue,
com destaque para a tecnologia – o
MI Dengue – que conquistou prêmio
internacional (Tech Museum Awards).
No BH-Tec, a Ecovec prestará serviços de
diagnóstico por biologia molecular, para
análise viral nos Aedes Aegypti coletados
semanalmente
pelo
Monitoramento
Inteligente da Dengue.
ENACOM
Formado por uma equipe de
pesquisadores com diversos mestres
e doutores, o ENACOM desenvolve
soluções computacionais utilizando as
mais modernas técnicas de otimização
multiobjetivo, inteligência computacional
e simulação numérica. A empresa provê
soluções inovadoras para o setor elétrico
(geração, comercialização, transmissão
e distribuição), projetos de dispositivos
eletromagnéticos
ótimos
(motores,
antenas e GPR), modelagem e otimização
de processos siderúrgicos e de logística
em exploração de petróleo e recursos
minerais.
28/06/2011 17:22:07
TECHNO News
Ano II - no 08 - 2011
Instituto EBT
O Instituto para o Desenvolvimento
de Empresas de Base Tecnológica
(IEBT) é uma empresa de consultoria e
investimento, com enfoque em gestão de
Empresas de Base Tecnológica (EBTs). A
competência em métodos e técnicas de
Gestão de Desenvolvimento de Produtos e
Gestão de Operações são traços distintivos
do Instituto EBT. Nesse sentido, os serviços
incluem a elaboração de EVTECs e Planos
de Negócio Estendidos, captação de
recursos, planejamento e implementação
de Sistemas de Gestão da Inovação, Gestão
da Produção e Gestão da Logística.
Invent Vision
A Invent Vision é única fabricante
brasileira
de
câmeras
industriais
inteligentes e emprega alta tecnológica
no desenvolvimento destas e algoritmos
embarcados para “visão de máquina”.
Possui diversas patentes e atua no
segmento
industrial
desenvolvendo
soluções completas para inspeção,
monitoramento e controle de processos.
Os mercados de atuação são: Óleo e Gás,
Siderúrgico, Mineração, Automotivo. As
soluções comercializadas se diferenciam
pela customização, tecnologia e robustez
na solução de problemas complexos
inerentes ao processo produtivo dos
clientes, aumentando a sua segurança,
produtividade e qualidade.
Labfar
Empresa dedicada à pesquisa,
desenvolvimento e inovação incremental
e radical de produtos voltados para
a saúde humana e prestação de
serviços tecnológicos para indústrias
farmacêuticas e correlatas. A empresa
atua em três áreas de negócios:
inovação incremental e radical em
nanobiofarmacêutica,
prestação
de
serviços tecnológicos nas áreas química,
farmacêutica
e
nanobiotecnológica
e gestão tecnológica (propriedade
intelectual, transferência de tecnologia,
gestão de PD&I). A Labfar nasceu
como um spin-off do INCT em
Nanobiofarmacêutica, criado em 2009
com apoio do CNPq.
Labtest
Fundada em 1971, a empresa é
pioneira no Brasil no desenvolvimento de
produtos e tecnologias de automação para
diagnóstico in vitro (IVD). Localizada em
Lagoa Santa/MG, possui uma unidade
produtiva de 5.500 m2 e 141 funcionários.
O Centro de P&D Labtest atua no
desenvolvimento de tecnologias em
IVD com foco nas áreas de bioquímica,
imunoensaio e biologia molecular. A
Labtest introduziu diversas inovações
tecnológicas no mercado brasileiro de
IVD e é a maior empresa brasileira em seu
segmento.
Neocontrol
Empresa brasileira voltada para o
desenvolvimento e fabricação de produtos
para automação residencial. A integração
direta dos produtos da empresa com a rede
de dados permite a utilização de múltiplas
interfaces para controle, monitoramento
e integração residencial com excelente
relação custo-benefício.
Samba Tech
A empresa atua na área de
tratamento de dados e provimento de
serviços de aplicação para a internet. Está
focada no gerenciamento e distribuição
de vídeos online, utilizando o conceito
de logística digital. No BH-Tec pretende
desenvolver novas soluções para ampliar
a sua participação no mercado externo.
Siteware
Empresa
especializada
no
desenvolvimento de soluções para a
Gestão por Resultados. Fundada em 2000,
a empresa possui uma expressiva carteira
de clientes nos mais variados setores da
economia. Em mineração, a empresa é
líder no Brasil em soluções para gestão
de resultados. O PortalSIM - Sistema
Integrado de Melhorias e o SIGMA Sistema de Gestão do Meio Ambiente,
comercializados pela Siteware, facilitam
a gestão do planejamento estratégico, do
BSC, a melhoria contínua dos processos e
o monitoramento de licenças ambientais.
Os projetos da Siteware tem o intuito de
oferecer muito mais que um software, um
modelo de gestão.
St. Jude Medical Brasil
Empresa como atividade voltada
para o desenvolvimento de tecnologia e
fabricação de produtos médicos, sobretudo
na área cardiovascular. Os itens principais
são as válvulas cardíacas artificiais
27
(biológicas e mecânicas) e os dispositivos
de eletroestimulação (marcapasso). Conta
com uma fábrica instalada em Nova Lima
(MG) e possui grande interação com a
UFMG.
Takenet
Atua no segmento de Serviços
de Valor Agregado (SVA) para Telefonia
Celular no Brasil, trabalha como provedora
de serviços multimodais, integrando
serviços de dados, conteúdo, voz e vídeo
às operadoras de telefonia, empresas,
anunciantes e patrocinadores. Seu
portfólio conta com clientes importantes e
atua também no mercado internacional.
Mundus Carbo
Empresa mineira de prestação de
serviços na área ambiental. Desenvolve
projetos de sustentabilidade com foco na
redução das emissões de gases de efeito
estufa (com a geração de créditos de
carbono e sua comercialização), inventário
desses gases e consultoria em tecnologias
ambientais que levem a economia de
baixo carbono. Tem forte penetração
internacional e vínculos sólidos com
entidades de ciência e tecnologia.
Zunnit
Empresa de tecnologia voltada
para Sistemas de Recomendação. Atua
no desenvolvimento de infra-estrutura
de software para suporte à construção de
sistemas baseados em recomendação de
conteúdos digitais. Em tais sistemas, itens
de informação (notícias, vídeos, livros,
etc.) de interesse do usuário são entregues
de maneira autônoma, ao contrário dos
sistemas tradicionais onde o usuário busca
informação. A tecnologia Zunnit tem sido
empregada em produtos eficazes para
lidar com a abundância de informação
disponível na Web. g
Imagens: Divulgação/Sectes MG
Ilustração dos prédios institucionais do BH-Tec
Techno News 8.final.indd 27
28/06/2011 17:22:10
The two biggest AHTS (Anchor Handling Tug
Supply) Vessels ever built in Brazil for 300 T BP;
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Laying Vessel” ever built in Brazil;
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Fax. 55 21 37227571 Rua Centro,Ê
Sete de Setembro,
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[email protected] Centro,
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MANAGING RISK
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