Cinco boas razões para conhecer Estugarda

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Cinco boas razões para conhecer Estugarda
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17 de Maio de 2013 N.º 176
T
Fernando Borges
Piemonte
Travel & Safaris
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Encontro com
os mais antigos,
ricos e fascinantes
palácios da família
Saboia
Rainer Kiedrowski/Turismo Alemanha
DR
Circo e espectáculos
de rua gratuitos
Na continuação do Ano do Brasil em
Portugal (www.anobrasilportugal.pt.),
vai decorrer até ao dia 10 de Junho a
Mostra de Circo do Brasil e Espectáculos de Rua.
Em Lisboa, a 22 e 23 de Maio, o Teatro
do Bairro apresenta “Roda Saia Gira
Vida”; no Chapitô, a 6 e 7 de Junho,
vai estar a “Curta a Temporada em
Portugal” e a 9 e 10 o “Folhas da Terra
Igbó”. No Porto, a 15 de Maio, na Praça da Batalha, pode assistir ao “Amargo Santo da Purificação” e a 9 e 10
de Junho, na Praça D João I, ao “Sua
Incelença, Ricardo III”. Em Coimbra,
a 18 de Maio, no Páteo das Escolas,
pode ver o “Amargo Santo da Purificação” e a 21 e 22, na Rua Larga, o
“Olha o Palhaço no meio da rua”. Em
Santa Maria da Feira, a 24, nas Escolas
da Igreja Lobão e da Igreja Lourosa, o
“Olha o Palhaço no meio da rua” é a
animação prevista. TB
Explorar a Natureza
Cinco boas razões para conhecer Estugarda
A Alemanha pode não ser o destino
mais óbvio quando se pensa em mini-férias. Ocorrendo a ideia, a maior
parte dos viajantes pensará, provavelmente, em Berlim. De resto, as próprias agências praticamente não oferecem pacotes de viagem para o país,
à excepção de escapadinhas na capital, circuitos envolvendo outras cidades europeias ou cruzeiros fluviais.
E, no entanto, não faltam lugares
que se revelam agradabilíssimas
surpresas. É o caso de Estugarda, a
sexta maior cidade alemã, conhecida sobretudo por acolher sedes
de importantes construtores de automóveis. Acontece que um deles
criou aqui um museu muitíssimo
interessante, que é bem mais do que
“um museu de carros”: o Mercedes
-Benz. Além disso, existem outros
espaços museológicos a merecer
uma visita, palácios faustosos a descobrir, edifícios que contam uma
Museus muito
interessantes, parques,
gastronomia e festas
fazem de Estugarda
um destino a descobrir
História por conhecer, amplos parques onde relaxar.
Envolta em colinas verdejantes,
a cidade também oferece óptima
gastronomia e bons vinhos. E cerveja, claro, mote para uma imensa
festa que acontece todos os Verões
e atrai milhões de visitantes, sendo
uma das maiores em todo o mundo. Nessa ocasião ou qualquer outra, Estugarda é uma boa opção de
viagem.
A Vertente Natural (www.vertentenatural.com) dispõe de diversas actividades ao ar livre, que oferecem a
possibilidade de passar um dia próximo da Natureza enquanto se diverte em família ou com os amigos.
Andar de barco, fazer canoagem,
mergulho, montanhismo, BTT e
passeios pedestres são algumas das
muitas opções. Já no próximo dia 25
de Maio, às 09h30, na costa do Portinho da Arrábida, pode passar uma
manhã diferente fazendo canoagem
no mar. TB
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sexta-feira
de 2013 | Travel & Safaris
sexta-feira14
17de
dedezembro
Maio de 2013
TS
travel & Safaris
Museus e Monumentos
com entrada livre a 18 de maio
A 18 de Maio celebra-se o Dia Internacional dos Museus. E
todos os Museus e Monumentos da Direcção Geral Património
Cultural, com excepção ao Palácio Nacional da Ajuda, têm entrada livre. O tema está imbuído de optimismo, relembrando que as
instituições museológicas, sempre em permanente renovação,
são espaços de encontro e diálogo entre gerações, valorizando
os patrimónios, as memórias e a História das comunidades.
A Noite dos Museus, celebra-se no mesmo dia. Consulte o programa em www.patrimoniocultural.gov.pt/museus2013. MSD
Museu Condes de Castro Guimarães, MSD
Happy Holi, O Festival das Cores
chega a Portugal em JULHO
Inspirado no Festival das Cores realizado na Índia, para celebrar
a transição do Inverno para a Primavera e o hinduísmo, o ‘Happy
Holi’ propõe uma tarde de celebração, alegria e música. De hora
a hora, pó colorido é lançado, originando momentos de euforia.
O festival é direccionado a quem queira passar uma tarde de pura
alegria, bem-estar e diversão, e os menores de 16 anos têm que
estar acompanhados por um adulto. Vai realizar-se no Porto a 14
de Julho e em Lisboa a 8 de Setembro. Mais informações
em www.happyholifestival.com. MSD
Sede
Campo Grande, 220 - B
1700-094 Lisboa, Portugal,
Tel: (+351) 217 817 477
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Daimler AG
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Uma viagem por Lisboa 2 em 1
Já imaginou fazer metade de um passeio
turístico por terra e metade dentro de
água, sem sair do mesmo veículo? Pois
bem, agora já é possível através da empresa Hippotrip e a bordo de um veículo
anfíbio. Esta é uma actividade pioneira na
Península Ibérica e está a funcionar desde
o início de Maio.
A duração total do circuito é de 90 minutos, dos quais cerca de 30 minutos serão
passados na água. O circuito rodoviário
será fixo, mas o circuito na água poderá
variar consoante a altura da maré, as condições climatéricas e o estado das águas.
Partindo da Doca de Santo Amaro, o circuito rodoviário passará pelos seguintes pontos de referência históricos: Museu de Arte
Antiga, Mercado da Ribeira, Praça do Município, Terreiro do Paço, Praça da Figueira,
Praça do Rossio, Teatro Nacional Dona
Maria, Praça dos Restauradores, Avenida
da Liberdade, Marquês de Pombal, Largo
do Rato, Jardim da Estrela, Museu da
Electricidade, Palácio de Belém, Mosteiro
dos Jerónimos e Centro Cultural de Belém.
Entrando no Tejo, o veículo navegará em
frente ao Padrão dos Descobrimentos, a
Torre de Belém e o Centro Champalimaud.
Numa fase inicial, a Hippotrip operará apenas de Sexta a Domingo, contando operar
todos os dias da semana a partir de Junho.
A primeira viagem tem início às 09h00
com uma partida a cada duas horas. O
custo de um bilhete para adulto é de €25;
crianças (entre 2 e 16 anos) e séniores (a
partir de 65 anos) é de €15 por bilhete.
Crianças com menos de 2 anos não são
permitidas por questões de segurança.
Pode comprar bilhetes através do número 211 922 030, todos os dias, entre as
09h00 e as 18h00. Mais informações em
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festival
II |
Cultura
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A casa onde nasceu Gottlieb Daimler, o Museu Mercedes-Benz e, em baixo, a Schlossplatz com o Kunstmuseum ao fundo. Na pág. ao lado, o Palácio Ludwigsburg, restaurante do Museu
Mercedes-Benz e o Festival de Cerveja. Na capa, o Novo Palácio.
ALEMANHA
Estugarda, uma agradável descoberta
Se pensa ir de férias à Alemanha é natural que escolha Berlim, sempre tão procurada. No entanto, o país reserva
outras óptimas surpresas, entre elas Estugarda. Eis cinco bons motivos para ir até lá.
Escapadinha
texto Teresa Frederico
Situada a pouco mais de uma hora
de Frankfurt, num vale rodeado de
colinas verdejantes, Estugarda é a
sexta maior cidade alemã. Capital do
estado de Baden-Württemberg, fica a
menos de três horas no voo directo
da Germanwings desde Lisboa e que
custa cerca de €80 por trajecto. Uma
viagem acessível e plenamente justificada pelas razões que se seguem.
Património O centro é facilmente
explorável a pé e um dos bons lugares
para iniciar a descoberta é a Estação
Central, com uma torre/miradouro
para espreitar a cidade lá do alto. Tal
como a grande maioria dos edifícios,
ficou muito danificada durante a II
Guerra, sofrendo várias obras de reconstrução. Actualmente está envolta
em polémica pois existe um plano
de modernização, aprovado em referendo, que implicará a destruição de
diversas construções e abate de árvores, além de que o custo final supera
largamente o previsto. Acontece, até
na rigorosa Alemanha.
O Palácio antigo, em tempos residência dos duques de Württemberg
e hoje museu do estado, vale a visita. Fica na Schillerplatz, ou praça de
Schiller, com a estátua do conhecido
poeta, que passou os anos mais im-
portantes da sua vida em Estugarda.
A vizinha praça do Palácio, coração
da cidade, acolhe o Novo Palácio, de
construção tão demorada que conjuga elementos de vários estilos, do Barroco ao Império. Em frente, uma área
relvada faz as delícias dos habitantes
mal o sol dá ares da sua graça, integrando uma vasta zona verde.
Existem outros edifícios importantes a descobrir no centro (ver Artes)
mas há um que merece a deslocação
de uma dúzia de quilómetros fora da
cidade. Trata-se do Palácio de Ludwigsburg, uma das maiores construções
barrocas da Alemanha que preserva
praticamente intactas as características originais. Outrora habitado pela
realeza, possui nada menos de 452 divisões. Mármores, frescos, pinturas e
outras obras integram a decoração e
os jardins são magníficos.
Artes Um dos mais importantes museus alemães, a Staatsgalerie acolhe
obras criadas desde o século XIV ao
XXI. À parte antiga, construída entre
1838 e 1843 – o que faz dela um dos
mais antigos edifícios museológicos
da Alemanha – foi acrescentada uma
área nova, concluída em 1984 segundo
um projecto de James Stirling, galardoado com um prémio Pritzker, o Óscar da arquitectura. Obras de Monet,
Gaugin, Cézanne, Matisse e Picasso,
entre outros, integram a colecção.
A não perder, também, o Kunstmuseum, inaugurado em 2005, que
acolhe obras desde o século XVIII à
actualidade, incluindo a mais importante colecção do artista alemão Otto
Dix. Chamam a atenção os seus trabalhos, s de Dieter Roth e os vídeos
de Christian Jankowski, natural da cidade. O próprio edifício dá nas vistas
por ser um grande cubo de vidro que
à noite ilumina a Schlossplatz. É bem
maior do que parece visto do exterior
pois grande parte da área de exposição fica em pisos subterrâneos.
Jochen Keute/Turismo da Alemanha
Estugarda é uma cidade
criativa: a bucha
para fixar parafusos
na parede, o primeiro
soutien confortável
e o automóvel foram
criados aqui
Publicado Semanalmente à Sexta-Feira Propriedade Luxuspress Publicações Lda conselho de administração Jean
Baptiste Pages Director / Editor Reno Maurício Redacção Alexandra Costa, Fernando Borges, Manuela Silva Dias, Samara Conze Figueiredo, Telma Bagulho, Teresa Frederico Arte Francisco Brigham, Rita Vaz Colaboradores Augusto Pereira,
Anya Ana, Carla Sabino Nunes, Carlos Ribeiro, Catarina Pereira, Juliana Calheiros, Marta Galvão Mello, Rita Gordo, Sónia Roma
Fotografia Carmo Correia, John Copland, John Hatzimarkos, Natacha Brigham
Marketing Carina Dias
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Tel: (+351) 217 817 477
Co-propriedade Megafin Sociedade Editora S.A. Registo na
ERCS N.º 223731 Nº de Depósito Legal: 245365/06 Sede Avenida
Casal Ribeiro, nº15 – 3º, 1000-090 Lisboa, Tel: 217 922 070 Fax:
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11 17
de de
janeiro
sexta-feira
Maiode
de2013
2013
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III
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LMZ-BW / Cohen
Situada no coração dos jardins do Palácio, a Ópera é uma das principais
atracções da região. Na verdade, tratase de um edifício multifunções, onde
têm lugar espectáculos de ópera mas
também de teatro e bailado. Quer a
companhia de ópera quer a de ballet
são reconhecidas a nível mundial.
Invenções Criatividade não falta
por estes lados: da longa lista de inventos locais constam a bucha para
reforçar a fixação de parafusos na
parede; o furador; a fotocopiadora; e
o primeiro soutien confortável, sem
barbas rígidas, que se traduziu num
imenso alívio para as mulheres. Até a
primeira torre de televisão do mundo
(agora não visitável por questões de
segurança) foi aqui edificada.
Todas elas são invenções importantes mas há outra que se destaca: o do
automóvel, resultado da colaboração
entre dois ex-rivais, Gottlieb Daimler
e Karl Benz. Hoje designada Daimler
AG, a empresa está sedeada em Estugarda, onde produz os conhecidos
Mercedes e criou o museu da marca,
capaz de conquistar mesmo quem
não se interessa por automóveis.
Projectado pelo reconhecido UNStudio e já diversas vezes premiado, o
edifício conta com nove andares ligados entre si por “rampas” circulares,
a fazer lembrar as dos parques de
estacionamento. A visita começa no
topo, com o visitante a percorrer os
vários espaços ao seu próprio ritmo,
auxiliado por um guia áudio. E assim
vai viajando no tempo, podendo observar o primeiríssimo automóvel e
mais 160 veículos. Ao longo da descida, múltiplos painéis exibem imagens e pequenos textos de momentos incontornáveis, como o final da I
Guerra Mundial, o desembarque dos
aliados na Normandia, a libertação de
Nelson Mandela ou a queda do Muro
de Berlim, numa contextualização
esmerada.
Igualmente interessante é a visita à
unidade fabril da marca em Sindelfingen, nas imediações. Num espaço
com uma área maior que o Luxemburgo, onde também estão situados
o secretíssimo centro de investigação
e desenvolvimento e outros departamentos, o processo de produção, parcialmente feito por robôs, é digno de
ser apreciado.
Um passeio até à casa onde nasceu Gottlieb Daimler também tem o seu interesse e ainda permite conhecer a belíssima vila medieval de Schorndorf.
Gastronomia e vinhos Baden-Württemberg é o estado alemão que
reúne mais estrelas Michelin, explicam orgulhosamente os residentes.
Também tem óptimos vinhos, asseguram, e quem o quiser comprovar pode
mesmo fazer visitas a vinhas, adegas,
e até ao Museu da Vinicultura, nas redondezas. No mínimo, é obrigatório
prová-los à refeição.
Para aproveitar ao máximo o tempo
disponível, almoçar num museu revela-se muito prático. Uma das hipóteses é o Mercedes-Benz, com vários
espaços – entre eles um terraço que
reabre no Verões – onde degustar desde especialidades regionais a diversos
pratos europeus. A comida é deliciosa, o ambiente muito agradável.
Outra óptima alternativa é o Cube,
restaurante situado no topo do
Kunstmuseum Stuttgart, portanto
com uma belíssima vista sobre Estugarda, também com uma oferta
apetitosa e a vantagem de servir jantares. E, estando na Alemanha, faz
todo o sentido comer, pelo menos
uma vez, numa cervejaria e acompanhar a refeição com a bebida da casa.
A central Brauhaus revela-se escolha
acertada.
Em qualquer dos casos, há que experimentar a salada de batata, simples
mas muito saborosa, e maultasche,
uma espécie de ravioli com carne.
Animação Boa comida e bebida,
música e dança são os atractivos do
Festival de Verão que tem lugar na
praça do Palácio de 1 a 4 de Agosto.
Segue-se-lhe o Festival do Vinho, de
28 de Agosto a 8 de Setembro, um dos
maiores do país e durante o qual é
possível provar 500 vinhos da região,
a acompanhar as especialidades gastronómicas locais.
Criado em 1818, o Festival de Cerveja
de Estugarda é uma festa de arromba:
anualmente atrai cerca de 3,5 milhões
de pessoas! Com muita cerveja – claro
– petiscos e animações típicas de Feira
Popular, este ano começa a 27 de Setembro e termina a 31 de Outubro –
uma boa altura para visitar a cidade,
portanto.
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Desde o final do século XVI e durante todo o século XVII, o nascimento e o desenvolvimento do Estado da Casa de Saboia, interpretando a ascensão de uma dinastia, que depois se converteria em reino e teria um papel fundamental
na História italiana, impôs-se na região de Piemonte. E os testemunhos continuam presentes, maravilhando quem visita esta região de Itália.
Piemonte
O barroco, os palácios reais e os Saboia
Terra orgulhosa dos seus campos verdes, montanhas, rios e tradições, Piemonte é também terra de personagens do passado e do presente, estando
mesmo a História de Itália intrinsecamente ligada a esta região. Basta pensar na dinastia dos Saboia, testemunhada pelos palácios, castelos e residências
reais de verão que marcam a paisagem e arquitectura de Piemonte e da sua capital, Turim.
Destino
Texto e Fotos Fernando Borges
Se há algo que é inquestionável quando se fala de Turim, ou mesmo da
região de Piemonte, é que esta foi
terra dos Saboia, da sua ascensão,
da celebração da sua importância e
da importância que esta casa teve na
História de Itália. Não só política, mas
também social, cultural e artística.
Na verdade, dificilmente não se ligará o termo barroco a Piemonte, um
estilo que aparece no final do renascimento, entre descobrimentos científicos que colocaram em discussão
dogmas e certezas, um estilo que é
mais do que apenas um estilo, mas
também um gosto estético, a expressão artística de uma época de mudanças entre o final do século XVI e
meados do século XVIII.
Um estilo que reflectia, através de
linhas quase nunca rectas, uma contínua busca que os artistas levavam
a cabo para conciliar os opostos –
ciência e fé, razão e emoção, técnica
e banal, um estilo que vai bem para
lá das formas que lhe são associadas,
ou seja, as decorações sumptuosas, os
dourados e os mármores.
E é este estilo que acompanha, desde
o final do século XVI e durante todo
o século XVII, o nascimento e o desenvolvimento do Estado da Casa de
Saboia numa região e numa cidade
onde trabalharam os principais artistas da época, onde se encontram
algumas das obras mais significativas
desse estilo, como a igreja de San Lorenzo ou o Palacete de Caccia de Stupinigi.
Apenas dois exemplos que fazem parte do circuito Residências Reais de
Turim e Piemonte, circuitos divididos
em quatro destintos sectores: Palácios do Poder, Vida na Corte, Casas de
Verão e Religiosidade.
Começando pelos Palácios do Poder,
cada um com a sua peculiaridade e
carácter, mas todos eles a merecerem uma descoberta que se transforma em prazer, encontramos bem
no centro de Turim, na sumptuosa
Piazza Castello, o Palácio Real, residência da corte desenhada por Castellamonte. Foi este o centro nevrálgico da capital do Estado dos Saboia,
mas também cenário de inúmeras
recepções, sendo ainda hoje possível,
nos inúmeros salões e salas privadas, deliciarmo-nos com os valiosos
frescos, quadros, tapeçarias, móveis
e porcelanas, importantes testemunhos da arte desde o século XVII ao
sáculo XIX.
Foi esta a primeira e a mais importante das residências construídas pelos
Saboia em Piemonte, a alma da casa
real erguida bem no coração da cidade, na centralíssima Piazza Castello,
da qual partem as principais artérias
do centro histórico, as ruas Po, Roma,
Garibaldi e Pietro Micca.
Um palácio que faz parte de um complexo de edifícios, situados no centro
citadino de Turim, que se podem
contar, certamente, entre os mais
antigos, ricos e fascinantes da capital
piemontesa. Sóbrios e majestosos palácios onde residiam os soberanos e
príncipes da casa de Saboia e a partir
de onde exerciam o controlo do território.
Palácios como o Piazza Castello, o
Palácio Chiablese, dominado pela
fachada monumental com obras de
Juvarra, e o Palazzo Madama, que
hoje abriga o Museu Nacional de Arte
Antiga, guardião de mais de 3000
obras que testemunham a riqueza e
complexidade de dez séculos da produção artística de Itália e da Europa.
Um palácio que segue de braço dado
com a Casaforte degli Acaja, uma das
mais singulares associações entre a
Em Turim e em toda
região de Piemonte,
encontram-se castelos,
vilas e palácios
magníficos em estilo
barroco que serviam
para o devaneio da
realeza. Residências
reais que em 1997
foram classificadas
pela Unesco
como Património
da Humanidade
arte antiga, medieval, barroca e neoclássica de que há memória, e num
dialogo com a cúpula de San Lorenzo
e o vizinho Palazzo Carignano, um
dos edifícios mais emblemáticos do
barroco turinense.
Outra parte deste itinerário pela
sumptuosidade dos palácios dos Saboia, leva-nos ao encontro dos edifícios que fazem parte da coroa da
“Vida na Corte”, um conjunto de
belos edifícios e jardins dedicados ao
prazer e ao ócio, a curta distância da
cidade, lugares onde aconteciam recepções e cerimónias que marcavam
o tempo e a vida na corte, criando
mesmo uma verdadeira e elegante
“Coroa de Delícias” em torno de Turim, num testemunho luminoso e
luxuoso da magnificência da Casa de
Saboia.
Palácios como o la Villa della Regina,
palácio que foi uma das residências
de caça da família real, com 950.000
metros quadrados de extensão, incluindo parques e jardins, uma estru-
tura comparável ao Palácio de Versailles, sendo que o projeto do palácio
francês foi baseado nesta residência
real piemontesa.
Ou o Castello del Valentino, também
rodeado de jardins e vinhas, residências predilectas de duquesas, princesas e rainhas, enquanto que o Palazzina di Caccia di Stupinigi e o Castello
di Venaria foram erguidos para serem
residências de caça e de prazer, com
os castelos de Rivoli e Moncalieri, antigos baluartes defensivos, a serem
transformados em acolhedores recantos de prazeres reais.
Outra parte importante da vida dos
Saboia passava pelas “Casas de Campo”, outro dos itinerários a serem
percorridos. Lugares para onde a
corte gostava de se retirar, afastados da cidade e rodeados de amplos
parques, no campo, onde passavam
os verões e procuravam privacidade.
Assim nasceram o Borgo Castello
della Mandria, em pleno parque de La
Mandria, o Castello Ducale di Aglié,
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dede
dezembro
2012
sexta-feira
Maio dede
2013
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VII
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um romântico triunfo da elegância, o
Castello di Racconigi, um verdadeiro
oásis selvagem e naturista, e o Tenuta
Reale di Pollenzo, a quinta do rei, actualmente a Universidade de Ciências
Gastronómicas.
Itinerários que não ficariam completos sem os percursos que nos levam
ao encontro da religiosidade que marcava a Dinastia dos Saboia. Razão pela
qual se ergueram sumptuosas igrejas
barrocas e se expandiram outras, como
antigos santuários, que já eram lugares
de devoção popular.
E são muitos os testemunhos dessa
devoção, que saem da cidade e expandem-se para as províncias vizinhas,
como a Basílica de Superga, que abriga os túmulos da família Saboia, com
vista para a cidade de Turim, e o Santuario di Oropa e o Santuario di Vicoforte, lugares antigos transformados
em majestosos complexos.
E assim é Turim e Piemonte, cidade e
região marcada por um estilo de arte,
o barroco, e por um sentido de vida,
o dos Saboia.
Como ir
A TAP, com quatro voos semanais –
terças, quartas, sextas e domingos –
para Turim e a partir de Lisboa, é a
melhor forma de chegar a Piemonte.
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