Instruções para elaboração de um trabalho de curso

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Instruções para elaboração de um trabalho de curso
INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE UM TRABALHO DE CURSO
Como se organiza um TC?
O TC organiza-se a partir das seguintes partes:
capa
elementos pré-textuais ou preliminares
elementos textuais
elementos pós-textuais
Elementos que compõem o TC
Elementos Pré-Textuais
ou
Preliminares
Capa
Folha de Rosto
Folha de Aprovação
Folha de Dedicatória
Folha de Agradecimentos
Folha de Epígrafe
Sumário
Lista de Tabelas e Gráficos
Resumo
Abstract
Introdução
Apresentação do tema
Justificativa da escolha do tema
Formulação do problema
Objetivos gerais e específicos
Conceituação e relevância
Indicação da estrutura do trabalho
Elementos Textuais
Desenvolvimento
Exposição do tema
Fundamentação teórica
Argumentação e discussão
Metodologia do trabalho*
Conclusão
Referências Bibliográficas
Apêndice
Elementos
Pós-Textuais
Anexo
Glossário ou índice
O capítulo da metodologia é facultativo. A equipe pode apresentar todas as
informações metodológicas na própria introdução do TC. Mas é importante revelar em
detalhes as técnicas e os processos empregados pela equipe.
Descreveremos, a seguir, cada uma das partes citadas, possibilitando aos
autores do TC o exercício de rascunhar e refletir sobre os objetivos de cada uma
delas.
1. Capa
alto da página: nome da instituição / departamento
centro da página: título do trabalho
à direita, abaixo do título: disciplina, professor, autores
rodapé da página: local / data
Exemplo:
Como colocar os autores (ordem alfabética):
Adriana Aparecida SILVA
Andréa SANGIULIANO
Luciana Souza ANDRÉ
Sebastiana ALBUQUERQUE
margens:
sup – 3cm; inf – 2cm; esq – 3cm; dir – 2,5cm
Associação de Ensino Superior do Piauí
- AESPI
Curso: Bacharelado em Administração
A QUALIDADE DE VIDA NA
EMPRESA PARAMOUNT
CONSTRUÇÕES
nome completo / RA
nome completo / RA
nome completo / RA
nome completo / RA
Teresina
2004
2. Elementos Pré-Textuais
Esses são os elementos que antecedem a introdução do trabalho e são constituídos
por tudo aquilo que identifica o trabalho e orienta o leitor.
- FOLHA DE ROSTO
Fulano de Tal
Segue os mesmos procedimentos da capa, em relação às margens
e distribuição do texto, com pequenas modificações:
alto da página: nome do(s) autor(es)
centro da página: título do trabalho
A QUALIDADE DE VIDA NA
à direita, abaixo do título: explicação
EMPRESA JOGANDO NA LOTO
sobre a natureza do trabalho
rodapé da página: instituição / local / data
Monografia final apresentada à
comissão avaliadora como requisito
margens:
para obtenção do grau de bacharel
sup – 3cm; inf – 2cm; esq – 3cm; dir – 2,5cm
em Administração, sob a orientação
verso da página: ficha catalográfica (a ser
do professor...
elaborada pelo bibliotecário da instituição,
contendo os dados bibliográficos necessários
para que a obra seja catalogada na biblioteca
São Paulo
2004
da IES; deve incluir palavras-chave, fornecidas
pelos autores)
A Folha de Rosto é a única da monografia em cujo
verso existe texto. As demais páginas deverão
conter texto em apenas um dos lados.
- FOLHA DE APROVAÇÃO
Essa página destina-se às observações / avaliações
da banca examinadora do trabalho.
Banca Examinadora
_________________
_________________
_________________
Teresina
2004
- FOLHA DE DEDICATÓRIA E FOLHA DE AGRADECIMENTOS
Nessas páginas, que são opcionais, o autor apresenta mensagens pessoais. Na folha
de dedicatória, o autor deverá elaborar um texto curto, dedicando o trabalho a alguém.
Não há uma regra para a utilização da página, no entanto, é comum encontrarmos a
dedicatória à direita, da metade da folha para baixo. Normalmente, escolhe-se, para
dedicar o trabalho, alguém que tenha tido uma relação direta com o autor, durante a
elaboração do trabalho: um familiar, um professor etc. Já na folha de agradecimentos,
o autor agradecerá àqueles que efetivamente contribuíram para a elaboração da
monografia, como por exemplo, professor orientador, professores envolvidos com o
trabalho, agências financiadoras.
- FOLHA DE EPÍGRAFE
Essa também é uma folha opcional. Nela, o autor da monografia apresentará um
excerto de um texto de sua escolha (frase ou verso), cujo conteúdo tenha relação com
o tema desenvolvido na monografia. Poderão ser escolhidas epígrafes para cada um
dos capítulos da monografia, se for da preferência do autor.
- SUMÁRIO
Aqui o autor informa aos leitores o
conteúdo
que
será
tratado
na
monografia. A palavra Sumário deverá
aparecer no topo da página, em letras
maiúsculas, sendo seguida, dois ou três
parágrafos abaixo, de todos os
intertítulos contidos no trabalho. A
estética da página do sumário deverá
ser observada, de forma que os títulos e
subtítulos apareçam destacados de
forma padronizada e obedecendo a
recuos da margem esquerda também
padronizados.
SUMÁRIO
Resumo................................................................3
Introdução ...........................................................4
Capítulo I: nome do capítulo
(indicar cada uma das seções do trabalho)..........8
Capítulo II: nome do capítulo
(indicar cada uma das seções do trabalho)..........23
Capítulo III: nome do capítulo
(indicar cada uma das seções do trabalho)..........48
Considerações finais..........................................54
Referências Bibliográficas...............................59
Fontes eletrônicas.............................................61
Anexos..............................................................62
Iconografia (se houver)....................................66
De acordo com a ABNT, a numeração em algarismos arábicos deverá ter início
somente na página em que se iniciar o texto propriamente dito, contando-se, porém,
as páginas que o antecedem. Tal numeração deverá aparecer no topo da página, do
lado direito. Alguns autores optam por numerar, com algarismos romanos, as páginas
a partir do sumário até o abstract. Assim, caso o trabalho apresente todas as folhas
indicadas (da folha de rosto até a folha de epígrafe), a página do sumário deverá ser
numerada com o algarismo romano vi (letras minúsculas) e a página que contiver a
introdução do trabalho dará início à numeração em algarismos arábicos (1, 2, 3...).
- LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Nessa página o autor apresentará uma relação das ilustrações ou explicações
(abreviaturas, siglas), na ordem em que aparecem no texto, indicando a(s) página(s)
de sua localização.
- RESUMO
Essa é uma página importante do trabalho monográfico. É ela que, num primeiro
momento, convida o leitor a mergulhar no texto apresentado. Deve ser um texto
conciso, com aproximadamente 200 palavras (no máximo 300), onde o autor
apresenta uma síntese do conteúdo do trabalho, destacando os aspectos mais
relevantes, como o tema, a justificativa para escolha do tema, a problematização, os
objetivos, a metodologia e a fundamentação teórica que deu sustentação às
discussões apresentadas. O resumo visa a fornecer ao leitor elementos que permitam
a ele decidir sobre ler ou não tal trabalho, em função da relevância para seu próprio
contexto.
O resumo deve ser escrito na língua em que está redigido o trabalho, organizado por
meio de frases e nunca em tópicos enumerados.
Após o texto do resumo, deverão aparecer as palavras-chave sugeridas pelo autor
como referência do trabalho em meio eletrônico.
O resumo deve apresentar: contextualização do tema discutido na monografia;
propósito do trabalho; metodologia utilizada no processo de pesquisa; organização do
documento monográfico.
- ABSTRACT
Nessa página, esteticamente igual à página do resumo, deverá aparecer uma tradução
para a língua inglesa, do resumo do trabalho, seguida das key words (palavras-chave).
3. ELEMENTOS TEXTUAIS
Esses são os elementos que compõem o corpo propriamente dito do TC. Podemos
chamá-los de elementos nucleares, pois sem eles e sem a articulação entre eles o
texto monográfico perde a vida. Cada um dos elementos tem características próprias,
porém, se complementam, dando ao leitor a noção exata do caminho trilhado pelos
pesquisadores sobre o tema desenvolvido.
- INTRODUÇÃO
A introdução da monografia merece atenção especial do autor. Muitas vezes ela é
considerada como de pouca importância, mas é exatamente nessa seção que todo o
conteúdo do trabalho é apresentado ao leitor. Duas a quatro páginas deverão ser
reservadas para a introdução da monografia e é aí que o autor delimitará o assunto
sobre o qual versará o trabalho e o justifica.
Segundo Machado (2001),
é preciso compreender que apresentar justificativas para um determinado trabalho de
pesquisa não é simplesmente dizer o que o motivou, do ponto de vista pessoal, a fazêlo, isto é, por que fez o trabalho (por que gostou do tema, por que viveu a experiência
etc.), mas sim, dizer para que serve o trabalho, qual é a sua relevância, tendo em
vista a problemática maior em que se insere, os estudos que já foram feitos a respeito,
as lacunas que esses estudos ainda deixaram etc.
Na introdução da monografia o autor deve apresentar:
em linhas gerais, o tema do trabalho, oferecendo ao leitor não somente a possibilidade
de estabelecer relações entre esse estudo e outros de seu conhecimento, como
também a opção pela leitura do trabalho, em relação ao seus interesses e contexto de
atuação;
a delimitação do assunto, isto é, a extensão e profundidade com que o trabalho tratará
o assunto escolhido;
os objetivos do trabalho: gerais (relacionados ao tema - contexto-macro) e específicos
(relacionados ao assunto escolhido - contexto-micro);
a justificativa da escolha do tema, evidenciando sua importância para o contexto no
qual se encontra inserido; vale lembrar que justificar a escolha de um tema não
significa dar a ele importância incomensurável e enaltecer sua complexidade de forma
exagerada, mas sim, apontar como esse estudo pode ser fator contribuinte para o
desenvolvimento da área em que se encontra inserido, ainda que não se proponha a
ser conclusivo;
conceituação e relevância, explicitando ao leitor a fundamentação teórica que apoiará
as discussões, seguida de breves enunciados sobre conceitos fundamentais
discutidos, e de sua relevância para o estudo realizado; reserva-se a esse item, ainda,
a necessidade de apresentar um resumo de obras e/ou pesquisas cujo tema se
relaciona diretamente com o estudado, estabelecendo comparações a fim de
possibilitar a discussão das lacunas que os demais trabalhos ainda não preencheram;
procedimentos adotados para a realização do trabalho de pesquisa e da elaboração
do texto monográfico, isto é, sua organização em seções.
Uma discussão relevante para a elaboração do texto monográfico diz respeito à
escolha da pessoa do discurso.
Vale lembrar que, na linguagem científica, o autor deve redigir o texto na voz passiva –
foi observado, foi elaborado –, na terceira pessoa do singular com o pronome se, ou
através de expressões como o presente estudo, a presente pesquisa. Há ainda a
opção de desenvolver o texto em primeira pessoa do plural, considerando-se que o
trabalho tenha sido desenvolvido pelo aluno e por seu orientador.
Carmo-Neto (1996) nos oferece algumas pistas para construirmos as justificativas de
nosso trabalho:
Por que mais um trabalho sobre esse tema?
Em que este é diferente dos outros?
Por que tal diferença é relevante?
O que meu trabalho muda no conjunto de textos sobre o mesmo assunto?
Por que ele deve ser lido? Por quem?
O que o leitor vai encontrar de interessante, de substancial e atrativo em meu
trabalho?
Um outro lembrete importante em relação ao desenvolvimento da monografia diz
respeito à apresentação do objetivo do trabalho no decorrer do texto. Muitas vezes, o
autor opta por retomar o objetivo em muitos momentos do desenvolvimento do texto,
correndo o risco de apresentá-lo de diferentes maneiras e, inclusive, de cair em
contradições. Para que isso não ocorra, sugerimos que sempre que o objetivo do
trabalho for explicitado no texto, seja destacado ou indicado a partir de uma marca
gráfica, possibilitando, no momento de revisão final, comparar tais enunciados e
corrigir inadequações e/ou contradições.
- DESENVOLVIMENTO
Essa é a parte mais extensa de um trabalho monográfico e também a mais importante.
Estará subdividida em capítulos (que, por sua vez, dividem-se em subseções), sendo
que cada capítulo deverá abrir uma página nova do trabalho.
Capítulos deverão ser indicados por algarismos romanos, sendo o título do capítulo
escrito em letras maiúsculas; subseções deverão ser indicadas por algarismos
arábicos, sendo os títulos escritos com maiúscula apenas nas letras iniciais das
principais palavras. Há diferentes formas de identificação para as partes de uma
monografia, apresentadas por diferentes autores. O que importa, na verdade, é que,
uma vez utilizado um estilo, ele deverá ser padronizado no desenvolvimento de todo o
trabalho.
- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Um dos itens apresentados no desenvolvimento da monografia refere-se ao arcabouço
teórico, ou seja, toda a teoria na qual o trabalho está apoiado. Tal capítulo deverá ser
desenvolvido em linguagem própria do autor, porém, sustentada por citações de
autores que já discutiram o mesmo assunto e elaboraram teorias sobre ele.
Todos os autores citados no decorrer do texto monográfico estão compondo, ao final
do trabalho, o que denominamos Referências Bibliográficas. Em seção posterior serão
apresentadas as orientações para a elaboração das Referências Bibliográficas.
É importante lembrar que nos capítulos de desenvolvimento o autor deverá explicitar,
sempre que possível, a relação entre o que está sendo dito e o objetivo do trabalho.
Assim, é comum retomar o tema discutido, principalmente no desenvolvimento da
seção de fundamentação teórica, pelo simples fato de que a teoria ali apresentada só
é significativa na medida em que se relaciona diretamente com o objetivo proposto na
pesquisa.
- METODOLOGIA
Nesse capítulo, que é opcional, pois a equipe pode colocar essas informações na
introdução, deverão ser descritos, em detalhes, os procedimentos utilizados nas
diversas fases da pesquisa e da elaboração do texto. Procedendo dessa forma, o
trabalho dará oportunidade a outros pesquisadores e aos leitores de acompanhar
todos os passos e pensamentos dos autores, entender sua lógica de pensamento em
relação à análise dos dados e até mesmo iniciar uma nova pesquisa, com base no
encaminhamento apresentado. Quando, na metodologia, o autor explicita claramente
os procedimentos escolhidos para a condução da pesquisa, o leitor – mesmo que não
conheça a teoria na qual o trabalho está sustentado –, é capaz de compreender os
resultados de sua análise de dados. Pressupõe-se também que, quando a
metodologia é apresentada de maneira clara, objetiva e detalhada, outros
pesquisadores podem replicar o trabalho.
Um procedimento interessante para os pesquisadores é a manutenção de um diário de
pesquisa, anotando TUDO o que estiver sendo feito para chegar aos resultados da
pesquisa. Freqüentemente, fazemos muito mais coisas do que dizemos ter feito, no
capítulo de Metodologia. Por isso, notas do diário poderão ser muito úteis (Machado,
2001).
Aspectos essenciais no capítulo da Metodologia dizem respeito a:
- Contexto da pesquisa – descrição detalhada da situação (física / social) da
pesquisa
- Participantes – caso a pesquisa envolva pessoas e/ou gravação de dados orais
- Procedimentos / instrumentos de coleta de dados – meios através dos quais os
dados foram coletados, como por exemplo, gravador, vídeo, coleta em jornal, filme
etc.
- Procedimentos de seleção de dados – critérios utilizados para escolher os dados a
serem analisados (por que esses dados e não outros?
- Método(s) de análise e as categorias utilizadas
Voltamos a salientar que, segundo Traldi e Dias (1998), o capítulo da metodologia é
facultativo. Assim sendo, o capítulo da metodologia não precisa existir, desde que as
informações a ele destinadas já tenham sido expostas na Introdução. No entanto, os
estudos em que a metodologia constitui parte expressiva do trabalho, o capítulo
separado da Introdução dá uma conotação de melhor organização e permite revelar
com mais detalhamento as técnicas e os processos empregados pelo autor para dar
prosseguimento ao estudo.
- ARGUMENTAÇÃO E DISCUSSÃO
Nesse capítulo, o autor de um texto monográfico não só exercita sua capacidade de
argumentação como também trabalha com critérios de coerência e coesão na
elaboração do texto, aspectos muito importantes para dar validade científica ao
trabalho apresentado.
Os dados, analisados à luz da teoria apresentada na fundamentação teórica, estarão à
mercê dos argumentos do autor. Para isso, ele recorrerá a explicações, análises,
esclarecimentos tais que ofereçam ao leitor condições de compreender o
encaminhamento do raciocínio na busca por comprovações do aspecto pesquisado.
As análises realizadas num trabalho monográfico deverão ser rigorosamente
orientadas pelos professores orientadores de acordo com sua área de saber
metodológico e acadêmico.
Vale lembrar ainda que o capítulo de discussão dos resultados requer do pesquisador
a habilidade de tecer uma rede de significados que perpassem as informações, os
dados, as teorias apresentadas no decorrer da monografia. É o momento de assumir
posicionamentos e buscar a integração teoria/prática, em direção ao objetivo proposto
no início do trabalho. Esse fator é o mais relevante em se tratando de aferir os
resultados da pesquisa e avaliar o seu significado para o crescimento do
conhecimento científico (Severino, 2002).
E mais: o capítulo de discussão é, fundamentalmente, um capítulo pautado em
debates e questionamentos. Assim, o pesquisador precisa estar preparado para
responder seus próprios porquês e apresentar essas respostas com clareza, pois
serão elas, quando bem fundamentadas, que farão emergir os resultados da pesquisa.
- CONCLUSÕES DO TC
As conclusões em uma monografia, embora sendo a parte menos extensa,
apresentam importância fundamental. Devem conter considerações e síntese a
respeito das análises, apresentando aspectos convergentes e/ou divergentes
observados ao longo do desenvolvimento do trabalho, além de comentários sobre sua
aplicabilidade didático-pedagógica e sobre a sua contribuição da perspectiva
discursiva.
“A conclusão não é uma idéia nova, um pormenor ou apêndice que se
acrescenta ao trabalho; nem tampouco um resumo dele” (Guidin, 2003). O tema
discutido, anunciado na introdução do trabalho e retomado em seu desenvolvimento,
desemboca na conclusão, de forma lógica e natural, como decorrência. É nela que
proporcionamos ao leitor recapitular os passos significativos do trabalho e, para isso,
faz-se necessário retomar não somente o objetivo, mas também a caminhada do
trabalho. A conclusão situa o leitor em relação às partes do trabalho.
É na conclusão, momento culminante da monografia, que as experiências
pessoais e novas perspectivas dos autores podem vir à tona, de certo modo,
resgatando os objetivos propostos inicialmente e as lacunas suscitadas na introdução.
Interessante lembrar que, enquanto na introdução existe a preocupação com a
delimitação do tema, nas conclusões o sentido maior está em vislumbrar novas
possibilidades para tratamento desse mesmo tema. Essas possibilidades podem ser
oferecidas ao leitor como sugestões para pesquisas posteriores, caracterizando, aliás,
o movimento da ciência: avançar em mares pouco desbravados.
Quanto às qualidades do texto referente às conclusões, é importante lembrar
que suas características são:
a) Brevidade: a conclusão deve ser breve e exata, concisa e convincente;
b) Objetividade: a conclusão é síntese interpretativa dos elementos essenciais
discutidos e analisados no transcurso da monografia;
c) Personalidade: a conclusão deve apontar claramente o ponto de vista dos
autores, por meio de marcas pessoais, não deixando de apresentar novas rotas
para a continuidade do trabalho.
4. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Os elementos pós-textuais, também denominados elementos referenciais,
compreende a referência bibliográfica, os anexos e os apêndices, quando necessários.
Esses são elementos orientadores para os leitores, que a eles recorrem, sempre que,
no decorrer da leitura do corpo do trabalho, houver indicações que lhes suscitem a
curiosidade ou que possam auxiliar na compreensão da caminhada do pesquisador.
- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A exigência, não somente em relação às monografias, mas em qualquer publicação
científica, é que seja elaborada uma seção de Referências Bibliográficas. No entanto,
é importante que o autor conheça a diferença entre Referências Bibliográficas e
Bibliografia. Referências Bibliográficas referem-se às obras (livros, artigos impressos
ou presentes em fontes eletrônicas etc.) que foram citadas no corpo do trabalho. Isso
significa que, ao fazer uso das vozes de diferentes autores, quer textualmente, quer
parafraseando-os, o autor da monografia deve citá-los no corpo do trabalho e
referenciá-los na seção Referências Bibliográficas. Já a Bibliografia, usada como
referencial em ementas de cursos ou em textos para uso didático, inclui todas as obras
lidas e estudadas pelo autor, para a elaboração do texto em questão.
Como as citações estão diretamente relacionadas às referências bibliográficas,
apresentamos, a seguir, orientações para a elaboração de ambas.
- CITAÇÕES
Citações correspondem à menção, no texto, de informação colhida em outra
fonte. Pode ser uma transcrição ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte escrita, oral
ou eletrônica. As citações são elementos (partes, frases, parágrafos etc.) retirados dos
documentos pesquisados durante a leitura da documentação e que se revelam úteis
para sustentar o que o autor afirma no decorrer do seu raciocínio. Veja exemplos a
seguir:
citação textual com mais de três linhas: A língua portuguesa vem
assumindo, desde o período do descobrimento até agora, funções
culturais, científicas, sociais, estéticas, políticas, administrativas, comerciais
etc., tornando-se idioma oficial de oito nações contemporâneas. Segundo
Silva Neto (1979, p.127), na África, a língua portuguesa tem grande
importância:
Autor
ano da edição
página
Em 1551, o inglês Windham esteve na Guinés. Pois: o rei de Benim
falou em português aos ingleses, língua que ele tinha aprendido desde
a infância; ou ainda: Em 1563, visitando Baker a costa da Mina, “ao
oeste do Cabo das Três pontas, os negros lhe falaram em bom
português.
citação com mais de três linhas de texto deve vir destacada como o
exemplo acima, com recuo apenas à esquerda (de 4cm aproximadamente),
sem aspas, com letra em tamanho menor do que a utilizada no texto
principal, em itálico se desejado.
citação textual de até três linhas: Conforme Terra (1997/2001, p.50),
“vocábulos de origem indígena e africana, como maloca, macumba, vatapá
etc., muito comuns para nós, não são tão comuns para os portugueses” e
dessa forma, podemos concluir que ...
Terra
Último sobrenome
do autor consultado
(
1997
Ano da edição
original do livro
/
2001
,
Ano da edição que
você está utilizando
p.50
)
Página de onde
foi retirado o
que você está
utilizando
trecho utilizado
citação parafraseada: Segundo Duarte (1998/2001), o uso do pronome TU
é correto no estado do Maranhão mas no Rio Grande do Sul, por exemplo,
as pessoas utilizam o TU (2a pessoa) concordando com o verbo na 3a
pessoa, como por exemplo, TU VAI ao cinema comigo?
(Nessa citação não aparece página porque o texto não foi copiado do
autor e sim parafraseado, ou seja, modificado por quem o utilizou.)
notas de rodapé: devem ser identificadas como referências bibliográficas
parciais, a serem completadas na bibliografia final; inserir nelas
considerações ou informações complementares que, se feitas no texto
principal, poderiam prejudicar a seqüência lógica do texto; inserir nelas
tradução (com indicação “tradução minha”) ou versão original de alguma
citação traduzida no texto.
citação de anotações de aula ou comunicações pessoais: devem ser
indicadas com o último sobrenome do autor e, entre parênteses, a
expressão comunicação pessoal.
Observe alguns exemplos de referências bibliográficas:
DUARTE, Sérgio Nogueira. 1998. Língua Viva: uma análise simples e
bem-humorada da linguagem do brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro:
Rocco Editora, 2001.
TERRA, Ernani. 1997. Linguagem, língua e fala. 1.ed. 3.imp. São Paulo:
Editora Scipione, 2001.
-sobrenome do autor indicado na ficha catalográfica da obra consultada,
em letras maiúsculas, seguido de vírgula e o nome do autor seguido de
ponto
-ano da edição original (caso a edição consultada não seja a primeira),
seguido de ponto
-título do livro, em itálico (opcional), seguido de ponto
-edição e impressão, caso não sejam as primeiras, seguida de ponto
-localidade seguida de dois pontos, editora seguida de vírgula e ano da
edição consultada seguido de ponto, caso seja diferente do ano da
edição original
Abaixo exemplo de obra pertencente a coleção, indicada entre
parênteses; indicação de volume e páginas consultadas
FREITAS, M.Teresa; SOUZA, Solange J.; KRAMER, Sonia. (orgs.)
Ciências Humanas e Pesquisa: Leituras de Mikhail Bakhtin. São Paulo:
Editora Cortez, 2003. (Coleção Questões da Nossa Época; v.107, p.3539)
Exemplo de pesquisa em fonte eletrônica, com indicação da data
da consulta
MARSICK, V. Factors that affect the epistemology of group learning.
Disponível em http://www.eds.educ.ubc.ca/aerc/1997/97marsick.htm.
Acesso em 13/05/04.
Indicação de autor cujo artigo ou capítulo está inserido em uma
obra organizada por outro autor ou em revista – usar In seguido de
dois pontos
ORELLANA, M.F.; BOWMAN, P. Cultural Diversity Research on
Learning and Development: conceptual, methodological, and strategic
considerations. In: American Educational Research Association. V. 32,
no 5, June/July - 2003. p.26-32.
Indicação de obra com dois ou três autores
FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy. 1996. A Escola como
Organização Aprendente: buscando uma educação de qualidade. 2a ed.
Trad. Regina Garcez. Porto Alegre: Artmed editora, 2000.
Indicação de obra com mais de três autores
BEDNY, Gregory Z. et al. Activity Theory: history, research and
application. In: Theor. Issues in Ergon. SCI. V.1, 2000, no 2, p.168-206.
- ANEXOS E APÊNDICES
Anexos são documentos complementares à monografia, que esclarecem os conteúdos
nela tratados. Aos anexos pertencem, por exemplo, as transcrições (na íntegra) de
dados coletados, documentos, leis, pareceres etc. utilizados como suporte às
discussões, e que prejudicariam a estética do trabalho caso fossem inseridos no corpo
do mesmo.
Anexos são necessários, na maioria das vezes, para que os leitores do trabalho
busquem a melhor compreensão das interpretações e conclusões do autor. Em geral,
são ordenados a partir de um critério lógico, como por exemplo seqüenciados por data
de utilização no trabalho, e aparecem numerados ou são indicados por letras (Anexo 1
ou Anexo A). Essas denominações permitem que, ao fazer referência ao seu conteúdo
no corpo do trabalho, o autor da monografia apresente a indicação de onde se
encontra o trecho, na íntegra. Exemplificando: “Conforme comentado no capítulo
anterior, os dados referentes ao participante André (Anexo 5) foram coletados em seu
ambiente de trabalho”.
Os anexos aparecem, geralmente, após as referências bibliográficas. No entanto, há
controvérsias a esse respeito e muitos autores preferem inserir anexos antes das
referências bibliográficas, para que a numeração de suas páginas siga a numeração
do próprio trabalho.
Já os apêndices caracterizam-se por serem materiais produzidos pelo próprio autor da
monografia. Fazem parte deles: questionários utilizados na coleta de dados, fichas e
materiais preparados para coletar dados em entrevistas, tabelas elaboradas para
sustentar discussões, trechos da análise dos dados.

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