Tentação

Transcrição

Tentação
Tentação
Aprendendo a resistir
Pr. Ederson Emerick - 20 de Junho de 2015
INTRODUÇÃO
Tentação é sedução para pecar. É uma tentativa de desviar aqueles que procuram
viver uma vida equilibrada e sóbria, moral, ética e espiritualmente a desviarem do seu
foco.
Resistir às tentações é um desafio para todo ser humano. Elas são constantes e
exercem uma força que muitas vezes parecem invencíveis. As áreas das tentações são as
mais diversas que possamos imaginar. Pornografia, infidelidade, descontrole emocional,
rudeza no trato com o cônjuge, comportamentos que ferem as pessoas, vícios em geral,
etc. Estas são apenas algumas áreas em que as tentações exercem maior influência.
Quantas vezes tomamos a decisão de deixar para trás atitudes pecaminosas e
depois nos encontramos fazendo repetidamente a mesma coisa. Chegamos a dizer frases
que parecem paleativas para a nossa consciência: “Não consigo”, “Já tentei antes e não
tem jeito”, “Isto é forte demais”. E então parece que nos acostumamos com coisas erradas
como se não houvesse uma maneira para nos livrar-nos delas. Mas veja o que a Bíblia diz:
“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel
e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário,
juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais
suportar” (1Co 10.13).
Não há isenção de ninguém para as tentações. Todo mundo é tentado de várias
formas, todos os dias. As áreas em que somos tentamos podem ser difererentes mas as
lutas são as mesmas. As tentações existem e tentam nos desviar do propósito de servir a
Deus de maneira livre e consciente. As tentações podem ser mais fortes do que nós, mas
Deus é mais forte do que elas. O Senhor tem domínio sobre tudo e sobre todos.
Aprender a resistir a tentação de hoje, por menor que sejam, nos prepara para
enfrentarmos as de amanhã mais facilmente. Não podemos substimar o poder das
tentações. Não podemos ignorá-las ou fingir que não existem. Ceder as tentações é dar
lugar para ocupação de forças que tentam nos destruir e nos afastar de Deus.
Analisemos alguns aspectos sobre as tentações.
I. A REALIDADE DAS TENTAÇÕES
1. Significado
Neste mundo a nossa fé será sempre testada, através das provações e através das
tentações. Esta última tem um caráter negativo. As provações nos levam a crescer e
fortalecer a nossa confiança em Deus. As tentações nos levam a distanciarmos de Deus e
da sua palavra. As tentações nos levam a pecar.
“Tentação é uma sedução para cometer pecado. Em geral é qualquer coisa –
estado, caminho ou condição – que sob certa circunstância, tem a força ou
eficácia de seduzir, apartar a mente e o coração de um homem de sua
obediência, que Deus requer dele, para qualquer pecado, em qualquer grau
dele”.
Conhecer a realidade das tentações nos ajuda a prevenir muitos sofrimentos
decorrentes delas.
“Tentação é como uma faça, ela pode cortar tanto a carne ou a
garganta de um homem; ela pode ser a sua comida ou o seu veneno, seu
exercício ou sua destruição” - John Owen.
“Tentação é o diabo olhando pelo buraco da fechadura. Ceder a ela é
abrir a porta e convidá-lo para entrar” - Billy Sunday
2. Origem
Deus não tenta. – “...Deus não pode ser tentado pelo mal e ele
mesmo a ninguém tenta.” Tg 1:13.
Deus não é o responsável pela tentação. Timothy Lane em seu livro “Temptation:
Fighting the Urge” (Tentação: Lutando com a vontade), argumenta que é fácil as pessoas
pensarem que as tentações são provenientes das circunstâncias.
Sempre há uma tentativa de se justificar o erro nas circustâncias que nos cercam. O
grito se justica na desobediência, a desobediência se justifica na negação de um desejo, o
vício se justifica no trauma, a infidelidade se justifica na desatenção, e por aí vai. E há
justificativa para cada tentação não resistida.
É importante observar que a ausências de circustâncias adversas não nos farão
evitar o erro. A propensão pro erro não é causada por fatores externos, mas internos. Por
natureza não somos amigos do bem, não somos amigos de Deus, nossa tendência é fazer
o que é errado e precisamos lutar contra isso.
“Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem
entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se
fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer” (Rm
3.10-12).
É verdade que as circunstância podem favorecer a tentação mas não são a origem
delas. Enquanto enfrentamos situações adversas somos mais vulneráveis aos ataques dos
nossos inimigos que querem nos levar a pecar. Mas é preciso lembrar que é do corração
que procedem os maus desígnior.
“Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios,
adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19).
A Bília nos diz que o diabo é o tentador. No relato da tentação de Jesus no
evangelho de Mateus há uma referência ao diabo como o tentador “Então, o tentador,
aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se tranformem
em pães”, (Mt 4.2). Ao escrever aos tessalonicenses Paulo indagou a respeito da sua fé,
sabendo que elas são reais e ninguém está livre delas, “foi por isso que, já não me sendo
possível continuar esperando, mandei indagar o estado da vossa fé, temendo que o
Tentador vos provasse, e se tornasse inútil o vosso labor”, (1Ts 4.3). Esse papel é do
diabo, não de Deus. Imaginar que Deus nos induz ao mal é contrariar a natureza divina
Dele. Não podemos nos isentar de culpa ao saber que o diabo é tentador. Tigao diz que
“…cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz”, (T 1.14).
“O fogo prova o ferro, e a tentação o homem justo." - Thomas A. Kempis
“O mal não está em ser tentado, está em ser vencido”. - Pd. Antônio Vieira
Em quais áreas você é mais tentado. Há ciladas para o pecado por todo lado. As
armadilhas estão armadas. Simples atividade do dia a dia pode nos levar a pecar, caso não
tomemos cuidado, namorar; divertir-se; gastar; sair; passear; viajar; etc. Na maioria das
vezes, nós armamos essas ciladas para nós mesmos. Você sabe qual é a natureza de seus
desejos, portanto, esteja alerta! Não subestime uma tentação!
3. Objetivo
A tentação tem por objetivo fazer pecar, induzir ao erro. A razão pela qual Deus
permite que sejamos tentamos é para que sejamos fortalecidos em nossa fé e tenhamos
com mais clareza a convicção de temos a sua companhia, proteção e provisão de tudo o
que precisamos.
Jó, no final de sua terrível tentação, declarou: “Eu te conhecia só de
ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (Jó 42. 5).
“O alvo da tentação é desonrar a Deus e abater a alma.” (J. Owen)
II. OS AGENTES DAS TENTAÇÕES
1. O diabo, que é o Tentador
O diabo é o tentador, ele tentou Jesus. Ele joga o jogo que lhe é próprio, o jogo
sujo. Ele engana, trapaceia, ele é cheio de ódio, de maldade, de farça. O verso abaixo
deixa claro que o diabo é um dos agente das tentações.
“Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que
estas pedras se tornem em pães”, (Mt 4.1-3).
Não podemos substimar nem superestimar o poder do diabo. Ele está agindo
dentro dos limites que Deus o permite agir. Ele está o tempo todo ao nosso redor
esperando uma oportunidade para atacar.
“Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor,
rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar”, (1Pe 5.8). 2. O mundo.
Podemos pensar no mundo como as experiências que temos no nosso
envolvimento com a sociedade. Há dificuldades externas que nos fragiliza nossa fé. Nosso
passado triste, relacionamentos conflitosos, nossas emoções abaladas, etc. Estas coisas
não determinam nossas atitudes, mas nos torna mais suscetíveis a respondermos de uma
determinada forma.
3. A carne, que é inclinada para o mal
As nossas reações às ações externas geral em nós a necessidade de respondermos a
elas. Geralmente respondemos em tom de auto-proteção, daí vamos sempre dar vazão à
comcupicência da carne, dos olhos e à soberba da vida.
III. OS EFEITOS DAS TENTAÇÕES
1. Cega o entendimento. A tentação trabalha com uma estratégia dominadora,
começando pela mente. Toda mente dominada, convencida é atraída. Os efeitos da
tentação tiram a sobriedade, ela entorpece a consciência. Assim, não é possível medir o
que uma mente presa pelo predador é capaz de ceder. Então racionalizamos o mal,
justificamos o erro, fazemos a nós mesmos de vítimas, defendemos a qualquer custo o
nosso “eu”. Que triste realidade! A tentação exerce o poder de inflamar os desejos de um
coração corrupto. Assim, o homem é capaz de qualquer coisa.
2. Prejudica as escolhas.
A tentação leva o indivíduo a encontrar razão naquilo que não compensa.
Construir amizades com pessoas decididas a praticar o mal. Escolher caminhos que não
levam a Deus. A tentação enaltece o orgulho, a vaidade, a ganância. Ela incentiva a
individualidade, a rebeldia e a maldade. É preciso que fiquemos longe destes.
“Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos
penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos,
ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis,
inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites
do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o
poder. Afasta- te também desses” (2Tm 3.1-5).
Feliz não é o homem que faz suas escolhas em detrimento da legitimidade,
do bom senso e da fé.
“Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da
carne mortal o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor! Bendito o
homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (Jr 17.5,7).
Nossas escolhas de hoje definirão a nossa colheita de amanhã. A tentação exerce o
poder de afrouxar, acomodar e abalar as nossas convicções e a capacidade de discernir o
que é bom para nós e o que glorifica a Deus. Se não vigiarmos, aos poucos vamos
acostumando com o que nocivo.
”Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos
ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda
dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei
medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes
de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e
tudo quanto fizer prosperará. Não são assim os ímpios, mas são semelhantes
à moinha que o vento espalha. Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo,
nem os pecadores na congregação dos justos; porque o Senhor conhece o
caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz à ruína”, (Sl 1º). A igreja, precisa resgatar o temor do Senhor. O mito do “não tem nada a ver” ou a
frágil definição da “graça barata”, tem causado muitos males para as pessoas, as famílias e
a sociedade de uma maneira geral.
“Não tropeçamos em montanhas, e, sim, em pequenas pedras”, (s/ ref.).
3. Enfraquece a fé.
“aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”, (1Co 10.12).
Não podemos nos orgulhar da nossa fé com espírito de superioridade. O crente
não pode confiar em si mesmo, não pode dizer “eu confio no meu taco”, ele precisa
suplicar a graça e a misericórdia do Senhor para preserva-lo em santidade. A falta de
vigilância pode gerar uma ação progressiva em direção ao pecado. Primeiro ele tenta
resistir mas falha, sua mente é dominada e ele não passa no teste. Em segundo lugar a
tentação ganha espaço, entra no coração e então é só esperar uma oportunidade para
consumar o que já está elaborado internamente no homem.
Não podemos deixar o mal criar raízes dentro de nós. Temos que aprender a dizer
não antes que qualquer processo destruidor da nossa mente e alma ganhe espaço.
“Ou mortificamos os nossos desejos pecaminosos ou nossa alma
morrerá.”(John Owen).
Temos que aprender a pesar as consequências. Temos que aprender a avaliar, por
experiência própria, o preço da desobediência. O pecado nunca compensa.
IV. AS RESPOSTAS ÀS TENTAÇÕES
Não podemos pensar que conseguimos sair sozinho do buraco quando nele
caímos e é profundo demais. É preciso buscar ajuda. É claro que há atitudes pessoais que
precisamos nos esforçar para exercitá-las, mas há uma ordem.
1º) Precisamos buscar ajuda do alto.
Precisamos tomar o cuidado em andarmos armados com a armadura que vém de
Deus. Nossa arma para vencer as tentações são provenientes de Deus.
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes permanecer
firmes contra as ciladas do Diabo”, (Ef 6.11) Confie no poder restaurador do Senhor. Ele nos perdoa, nos sara e nos fortalece.
Ore para que ele perdoe os seus pecados do passado e lhe fortaleça para olhar para
frente. Olhe para Cristo, ele é a nossa maior motivação. Ele foi tentado e não pecou. Ele
nos deu exemplo de resistência às tentações. É ele mesmo quem nos perdoa e nos faz
olhar para frente.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9).
“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o
qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não
fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de
Deus” (Hb 12.2)
2º) Precisamos nos esforçar.
Nosso esforço deve ser iniciado pela determinação em obedecer o Senhor e a sua
Palavra. Corrigir nossa falhas nos causa muito maior dor do que resistir os desejos
pecaminos do coração.
“…Obedecer é melhor do que sacrificar”, (1Sm 15.22).
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca”, (Mc 14.38).
Cuide para que não se encontre com pessoas, ou em lugares que não te ajudarão a
fugir do mal. Ore ao Espírito Santo para lhe ajudar em sua luta contra os desejos
pecaminosos. Ore para que ele lhe aproxime mais de Cristo, pois, é ele quem nos
fortalece.
“Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4.13).
Há uma esperança para você. Em Cristo somos capacitados a vencermos as nossas
lutas diárias. Evite o mal, fuja do pecado, santifique sua vida ao Senhor.
CONCLUSÃO
Quando negligenciamos as obrigações, os deveres que Deus nos dá. Quando
alimentamos o mal no coração. Quando permitimos que Satanás nos atraia, afastando-nos
da comunhão. Quando deixamos de obedecer, perdemos a capacidade de escolher o que
é bom. Como resultado sofremos e desonramos o Senhor.
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está
pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26:41)
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente
corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17:9) – Em outras palavras: Não confie
no coração! confiança na Palavra, não em homens, nem em si mesmo!
Corra para Cristo, arrepende-te dos seus pecados, aprenda com suas falhas do
passado. Não perca tempo, aprenda a remir o tempo.
“E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos
despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do
que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia.
Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.
Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não
em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos
do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas
concupiscências” (Rm 13.11-14).
“Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”, (Tg
4.7).
Jesus ensinou aos discípulos a orarem assim: “Pai nosso, que estás nos céus…não
nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6.9,13). Que esta seja também a
nossa oração. Amém!