Espaço Solidário nº. 31
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Espaço Solidário nº. 31
espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 CUSTO: 0,01€ pessoas a sentirem pessoas Sumário 04 - Editorial Manuel Amial 05 - Papa Francisco Conselho de Administração 06 - O nosso reconhecimento a S.E.R. D. Manuel Clemente 14 - ((ÄYTHsqVKH=PKH 32 - Ano da Fé João Alves Dias 15 - Peritos em humanidade Centros Sociais 38 - -VYTHsqVUH6+7: Cónego Rui Osório 16 - Caminhando Mónica Taipa de Carvalho 40 - (ZZVJPHsqV*H[}SPJHKV7VY[V Maria Teresa Souza-Cardoso Bernardino Chamusca Conselho de Administração 08 - Amor, Família e Fé Américo Ribeiro 19 - Audiência com S.E.R. D. Manuel Clemente 41 - Lavandaria Central João Pratas Manuel Amial 42 - 4LUZHNLUZ,ZWHsV:VSPKmYPV 10 - Calem-se as palavras! E falem as Obras! Santo António 20 - 1HU[HYKL)LULÄJvUJPH João Pratas / Mónica Taipa de Carvalho 43 - Amigos em crescendo Confhic 28 - Tardes diferentes 11 - A dignidade dos idosos Pedro Pimenta Padre Lino Maia 12 - A concretude da singularidade Professor Daniel Serrão 30 - É essencial e urgente o civismo esclarecido e operativo Frei Bernardo Domingues, O.P. Ficha Técnica Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro Pimenta Direcção/Redacção: Manuel Pereira Amial Propriedade/Editor: Obra Diocesana de Promoção Social Colaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ângelo Santos, António Coutinho, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, Carlos Pereira, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. Carlos Azevedo, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, D. Pio Alves, Diana Cancela, Elvira Almeida, Emanuel Cunha, Filipa Martins, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Luísa Preto, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Albina Padrão, Maria Anjos Pacheco, Maria Barroso Soares, Dra., Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Lapa, Pedro Pimenta, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Eugénio da Fonseca, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Rute Monteiro e Susana Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, S.A.; www.lusoimpress.com Periodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da Juventude Sede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555 Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 3 4 Manuel Amial Áustria e Portugal Solidariedade e gratidão que é justo relevar! Obra Diocesana de Promoção Social Editorial Tocou-me de uma forma muito sensível a notícia de que a Áustria lançou recentemente uma campanha de angariação de donativos destinada a apoiar crianças de famílias portuguesas carenciadas. Campanha que, segundo foi dito, é uma forma de retribuir a ajuda que Portugal deu às crianças austriacas depois da Segunda Grande Guerra. Como é sabido Portugal recebeu mais de cinco mil crianças austríacas, entre 1947 e 1958, que não tinham condições de sobrevivência no seu país que estava devastado pela guerra. As crianças austríacas foram acolhidas por famílias portuguesas, apesar de Portugal também atravessar um período difícil, num gesto de grande humanismo e generosidade, que marcou para sempre essas crianças, numa acção patrocinada pela Cáritas. Tenho na família um exemplo de acolhimento de duas meninas austríacas, que guardam memória desse tempo e são uma forte corrente de amizade entre a Áustria e Portugal. Este gesto bonito da Áustria é um sinal de solidariedade e de agradecimen[VH7VY[\NHSX\L[LT\TZPNUPÄJHKVT\P[VLZWLJPHSLX\LtQ\Z[VYLSL]HY Papa Francisco “Deus é assim: Ele dá sempre o primeiro passo, Ele move-se para nós.” “Jesus já não está no passado, mas vive no presente e lança-Se para o futuro: é o ´hoje` eterno de Deus… aceita, então, que Jesus Ressuscitado entre na tua ]PKHHJVSOL6JVTVHTPNVJVTJVUÄHUsH,SLtH VIDA!” “… a graça que pedimos, hoje, é a de vencer com amor. E isto não é fácil, sobretudo quando os nossos inimigos nos fazem sofrer…” “ O amor foi-nos ensinado pelo Senhor, que nos exortou a amar a todos.” “Jovens, não tenham medo do compromisso, do sacrifício e não olhem para o futuro com medo, mantenham viva a esperança: há sempre uma luz no horizonte.” “Espero que todos nós, nesses dias de Graça, tenhamos coragem de caminhar na presença do SeUOVYJVTHJY\aKV:LUOVY+LLKPÄJHYH0NYLQHJVT o sangue do Senhor. Espero que o Espírito Santo e a Virgem Maria nos ajudem a viver isso: caminhar, ediÄJHYLJVUMLZZHYHV1LZ\Z*YPZ[VJY\JPÄJHKV¹ “Não é fácil abandonar-se à misericórdia de Deus, porque é um abismo incompreensível. Mas devemos fazê-lo.” A juventude é o momento onde a vida se faz mais MVY[LVUKLLZ[HSHÅVYLZJLHIYLZLWHZZV"WVYPZZV ]VJvZTHPZKVX\LULUO\TV\[YV[vTVKLZHÄVKL fazer páscoa cada dia e encher de vida a Vida.” Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 5 6 Obra Diocesana de Promoção Social Conselho de Administração O nosso reconhecimento a D. Manuel Clemente Sua Excelência Reverendíssima D. Manuel Clemente Porto, 18 de Maio de 2013 Foi com enorme júbilo, que recebemos a notícia da nomeação de Sua Excelência Reverendíssima a Patriarca de Lisboa. O Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS), pleno de emoção e contentamento, quer apresentar as suas mais expressivas felicitações e desejar-lhe copioso sucesso na insigne missão, que vai encetar, mostrando a toda a Igreja os dons, marcados pelo Espírito Santo, peculiares da sua pessoa e que continuarão a oferecer contributo valoroso a toda a Humanidade. Os grandes Homens materializam grandes feitos, pois vêem com os olhos do coração e sentem com alma de Amor, porque a Sabedoria Divina opera neles maravilhas. Cordiais saudações, Américo Ribeiro Presidente do CA da ODPS Mensagem/Resposta D. Manuel Clemente Obrigado, amigo, pedindo a Deus que a ODPS seja sempre e cada vez mais expressão do amor de Cristo pelos pobres e todas as pobrezas! Cordialmente, + Manuel Clemente 8 Obra Diocesana de Promoção Social Momento do Presidente Américo Ribeiro Presidente do Conselho de Administração da ODPS Amor, Família e Fé Amor, Família e Fé, três pala- todas as coisas. É o grande aliado do Então, não sobram quesitos vras simples, mas que superabundam Bem, envolvendo o homem, a família, nem dúvidas, pois o verdadeiro sen- de beleza e de substância… formam a fé, a verdade e a esperança. tido de um rumo, alegre e seguro, as- uma trilogia perfeita, uma comunhão, senta nesta base essencial. que sustenta espiritualidade, sabe- Do ponto de vista conceptual doria, alegria, poesia, energia… para H Z\H HTWSP[\KL L HÄYTHsqV ZqV JSH- O Amor tudo consegue, tudo descobrir e redescobrir razão e dire- ramente marcantes nas diferentes sublima, tudo vence, tudo encontra, ção evolutivas no prosseguir da vida dimensões existenciais. Declara-se [\KVZ\WLYH¯iPUÄUP[HTLU[LWHJPLU- sob as coordenadas certas, para des- como o preceito da relação entre os te, estando sempre pronto a atuar. JVKPÄJHYVZZPUHPZKV[LTWVKVZ[LT- ZLYLZ O\THUVZ L H JVUÄYTHsqV KL Constrói com pouco, no pouco e até pos, para existir, contemplar, traba- que o cosmos, do microcosmo ao ma- no vazio, clareia a treva, ressoa na lhar, sonhar, para cultivar a paz, para crocosmo, tudo é expressão de amor, escuridão e na tristeza o hino da sur- agradecer incessantemente… onde o visível, o invisível e o metafísico presa abençoada, perdoa e devolve a se consubstanciam dando lugar à ob- serenidade e a capacidade de se ser O Amor é a essência da vida, servação, à exaltação, às inteligências livre… é o encanto e o impulsor da existência e ao júbilo, mesmo no meio da tribu- O\THUH H YLÅL_qV L H PU[LYWLSHsqV lação. A Fé é uma virtude, um dom, sobre toda a 6IYHKH*YPHsqV. 5V WLUZHTLU[V ÄSVZ}ÄJV V amor é entendido como o âmago de que Deus nos oferece pelo grande Deus é Amor, é Fé, é Família! amor sentido e prometido a toda a Humanidade. Concede-nos inúmeras evidências, para que o descubra- Deus é Amor, mos. Porém, muitas vezes, não nos as imperfeições, os erros, os insuces- que se dá a todos, sem medida, apercebemos de tal e deixamo-las es- sos… que vão atropelando, mas o seu apenas com o objectivo do Amor. capar. A Fé precisa de atenção, de si- surgimento coopera também na cor- lêncios, de ser conduzida e alimenta- reção e no avançar com segurança, É com esta Fé, apoiada na da. Possibilita-nos uma visão diferente porque vai alicerçando, com profun- verdade e na liberdade, que faz bro- de nós próprios, dos outros, de tudo o didade em espaço e contextualização [HYLIYPSOHYL_WLJ[H[P]HLÄYTLaHX\L que nos rodeia e nos envolve, da vida, sólidos e consistentes, aquilo que é a Obra Diocesana de Promoção do mundo, dos mundos… vital para a felicidade. Social procura assumir, sem hesitações, o seu compromisso de Amor Pela Fé, o Homem entrega-se por todos e por cada um que abraça, A Fé deve assumir lugar pree- totalmente a Deus e o :L\ÄSOV1L- igualmente, como família, pela família minente na Família, a qual constitui Z\Z*YPZ[V, é o centro e a sinopse da e pela ação geradora de união e de núcleo primordial e responsabilidade Fé, porque foi enviado pelo Pai para bem-fazer. acrescida na sua transferência, na revelar o grande projeto de Salvação passagem do testemunho, através de envolvendo toda a Humanidade, Amor, Família e Fé… Um ca- exemplos concretos, através de bons mas colocando a liberdade de opção minho de luz, que inspira, ilumina e faz exemplos em que o Amor, a comuni- a cada pessoa. o milagre da Vida! cação, o diálogo, os atos e os comportamentos sustêm e defendem os Deus trinitário: Pai Filho e valores espirituais, cristãos, humanos, Espírito Santo, o inefável mistério, morais, sociais e éticos, não obstante H PUÄUP[H TPZLYPJ}YKPH L IVUKHKL é Fé, é Família! Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 9 10 Obra Diocesana de Promoção Social CONFHIC Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição Calem-se as palavras! E falem as obras! Num mundo secularizado, precisamos de olhar para além do que se vê. E, simultaneamente, olhar para aqueles que, ao lado de nós, nos lan- Ó Deus! Senhor da história de todos os tempos, retoma a nossa vida, çam olhares e gritos de preocupação e [qVKLZÄN\YHKHX\LLSHHUKH angústia! que nem nos apercebemos Os tempos adversos podem ajudar-nos muito. A adversidade levou, X\HZL ZLTWYL H ZtYPHZ YLÅL_LZ L H profundas mudanças! É oportuno pensar como a gen- S. António que é este pó e cansaço que precisamos levantar! Toma-nos pela mão e orienta-nos nesta desorientação global. te se vulgarizou… sem nos darmos con- Nenhum vento e maré ta, talvez. desvie a nossa barca do rumo solidário Tudo é rápido e ligeiro. E a fugacidade do tempo não perdoa a dis- que teimamos, com abnegação e ternura, [YHJsqVLHZ\WLYÄJPHSPKHKLKVZNLZ[VZ e de porta aberta à fé, e das palavras. dia após dia, tecer em gestos! Esta é, talvez, a hora de in[LUZPÄJHY0U[LUZPÄJHY o que somos e o que somos chamados a ser. In- Faz-nos caminhar ao sopro De uma fé ousada, que há-de sustentar [LUZPÄJHY HZ UVZZHZ JVU]PJsLZ a obra de Tuas e nossas mãos! aquilo que queremos mesmo, de Apesar de todos os obstáculos, fundo e em verdade. 0U[LUZPÄJHY o ZHILTVZLHL_WLYPvUJPHUVZJVUÄYTH desejo e a vontade que nos hão-de tornar capazes da missão que nos espera, nesta travessia de deserto que parece prolongar-se. Sabemos e temos consciência de que, neste tempo de um Deus “ausente”, porque excluído das nossas prioridades, somos chamados a revelar o que não vêem os sentidos e a dizer o que permaneces a bússola certa do nosso vaguear incerto! Dá-nos coragem para ir às raízes da vida cristã e à voz de Paulo: prestarmos atenção ao outro, para nos estimularmos ao amor e às boas obras ! [Heb 10,24] indizível! Porque… pelas obras nos reconhecerão! Padre Lino Maia A dignidade dos idosos 6ZWYVÄZZPVUHPZLVZTPSP[HU[LZ protecção social e demais serviços -geracional apenas com o contributo da área do direito, da assistência so- que deveriam estar disponíveis e em de todos é possível. cial e da saúde têm conhecimento de pleno funcionamento, constatamos a Preservar a autonomia, inde- maus tratos, de agressões e de outras inabilidade, tanto no universo privado pendência e dignidade do idoso, pro- formas de violência contra os idosos. quanto público, para acolher o idoso, mover o conceito de comunidades e Agressões muitas vezes vistas como e propiciar-lhe, não só infra-estruturas instituições amigas dos idosos, implica formas de um agir “normal” e “natural”, necessárias, mas também a valoração em sabermos usufruir da beleza que é ÄJHUKVHZ¸KVYLZ¹VJ\S[HZWVYLU[YLHZ e a dignidade pertinente a cada vida. a vida, em todas as fases da sua natural lágrimas dos usos, costumes e relações inter-pessoais. Como resultado de todo um L]VS\sqVJVTZL\ZKLZHÄVZLUJHU[H- processo educacional omisso, que não mentos, limitações e possibilidades. Num sistema com inspiração trabalha na formação de uma cons- Qualidade de vida pode ser alcançada capitalista, temos o factor económico a ciência política, social, económica e a partir de todas as áreas acima rela- ditar regras, onde o humano que deve- familiar para se viver com maior quali- cionadas, mas, acima de tudo, implica YPHZLYZPT\S[HULHTLU[LÄTLZHNYHKV dade esta fase tão prevista na história na preservação e na partilha do prazer em si mesmo, passa a ser meio de uma dos humanos, é frequente a sua subal- em todos os seus aspectos. economia transfor- [LYUPaHsqVLPUZ\ÄJPLU[LVH\_xSPVULZ[H mando cada um de nós em produtos, etapa avançada da vida. Tanto o pró- portanto, descartáveis. Vai sendo favo- prio idoso, como os que estão à sua recida a ideia de que quem não produz, volta, sentem-se sem recursos nesta quem não domina os avanços da tec- MHZLWHYHLUMYLU[HYVZKLZHÄVZKH]PKH nologia... logo é excluído e taxado de com qualidade e com esperança. desumanizada, ignorante, inútil ou estorvo. A nossa sociedade deve saber Incentivados por uma comu- encarar as suas contradições, pois nicação social que aquece o sistema quanto maior o número de contradi- LJVU}TPJV Ä_HUKV L PTWYLNUHUKV V ções menor a qualidade de tudo o que pensamento de todos nós, sugerin- empreendemos. Como uma grande do a cada dia que a velhice não tem catalisadora, pensar em formas cria- lugar existencial no mundo, não é di- tivas de abrir canais receptivos para fícil iniciarmos um processo profundo que também o idoso contribua efecti- de rejeição aos idosos, sem sequer vamente com as gerações mais novas notarmos os equívocos praticados e por meio de seu maior património: suas por isso mesmo, nem sentimos ver- experiências e vivências adquiridas du- gonha, como se nós, praticantes de rante a sua caminhada existencial. O tais actos, nunca houvéramos de en- idoso, com a sua sabedoria adquirida velhecer. Desde o mundo corporativo, nos seus muitos anos de vida, torna-se com seus cruéis processos selectivos, o transmissor dos valores da cultura que excluem os seniores, ao progres- tradicional herdada dos seus antepas- sivo abandono ou carência na área da sados e a progressiva harmonia inter- Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 Uma família ou uma sociedade que não enaltece os idosos ou os abandona e maltrata não merece viver o seu presente porque desvaloriza a ciência e a serenidade da experiência, ignora o seu próprio passado e não constrói o seu porvir… 11 12 Obra Diocesana de Promoção Social Professor Daniel Serrão Instituto de Investigação Bioética - UCP A concretude da singularidade 1. Ora aqui está um tema que mível impulso de cleptomania. caridade e escrevem, para a ridicu- o nosso Presidente me enviou para Então pensei que uma sin- larizarem, “caridadezinha”, como se eu desenvolver nestas intervenções gularidade será o que, a cada um de fosse coisa de crianças. E logo vêm escritas para este Espaço, que se nós, nos fará ser diferentes ou estra- à baila os Chás de “caridade” em que deseja solidário. Por isso o vou tratar nhos aos outros. as senhoras ricas se entretêm a falar numa perspectiva de solidariedade. Mas não é fácil. Direi que o que pretende o tí- Um pobre roubar será uma umas com as outras, sobre coisas banalidade esperada; um rico roubar M[LPZ L KLWVPZ UV ÄUHS KqV \THZ será uma singularidade inesperada. sobras para os “pobres”. tulo – e o Presidente Américo Ribeiro E um rico ser solidário com os Ora a singularidade cristã, que o propôs - é saber se a singula- que mais precisam será uma singu- plena de “concretude”, é a do amor ridade é, ou pode ser, algo concreto. laridade? pelo outro, representado em actos concretos, nos quais a ajuda de Ou seja, algo com visibilidade, com substância, com “concretude”. 2. Nas sociedades moder- X\HSX\LY[PWVÄUHUJLPYVTH[LYPHSV\ Veio-me ao espírito, olhando nas, nas quais se transferiu para o afectivo, espiritual, é prestada como o tema, um texto de Eça de Queiroz Estado, rotulado de Estado Social, homenagem à dignidade do outro, intitulado “Singularidades de uma ra- o monopólio de ajudar os cidadãos em nome desse Outro, que é para os pariga loira”. Os que o conhecem sa- mais necessitados, uma intervenção, cristãos, a revelação do amor como bem que a singularidade desta loira e individual ou de grupo, com o objec- caridade. elegante rapariga lisboeta era roubar tivo de ajudar quem mais precisa, É uma singularidade que sur- nas lojas comerciais onde entrava será vista como uma singularidade preendia - como toda a singularida- para ver as novidades da moda, o criticável. Os críticos costumam usar de - os romanos no tempo de Pedro que mais lhe agradasse. Por irrepri- em sentido pejorativo a nobre palavra e Paulo, os quais romanos, olhando “... uma singularidade será o que, nos fará ser diferentes os actos e a vida dos cristãos, diziam tão se assume como responsável por de serem destruídos pela indiferença uns para os outros, com admiração todos os outros, em especial pelos do Estado Social, porque ele sabia, (ou como crítica ?) “vede como eles que, pelo desemprego, pela idade, como cristão, que não há rapazes in- se amam”. pela solidão ou pela pobreza, estão, trinsecamente maus. Mas nem todos 3. É uma grande responsabi- como o desvalido caído no caminho, os outros cristãos perceberam a con- lidade dos cristãos, neste tempo de feridos e roubados pelos salteadores cretude da sua singularidade e criti- KPÄJ\SKHKLZ ZVJPHPZ L LJVU}TPJHZ modernos. caram as suas acções e decisões, em que tantos não conseguem ter o O samaritano foi um singular e pensando que tirá-los da rua para os mínimo para sobreviverem e andam a sua singularidade foi concreta: pa- meter na tutoria do Estado social é pelas ruas pedindo esmola ou comi- NV\HKLZWLZHKLX\LTÄJV\H[YH[HY que seria a boa solução. Porque eles da, fazer com que se manifeste, de do desvalido até ao seu regresso. O já pagavam os seus impostos e não uma forma concreta, a singularida- levita e o sacerdote acharam que era tinham nada que estar a sustentar a de cristã. Não podemos continuar a uma questão de polícia ou do esta- Casa do Gaiato com esmolas, com a dizer: eu já pago os meus impostos do social, mas não deles, que tinham tal caridadezinha.. para que o Estado cumpra as suas muita coisa importante a fazer noutro funções sociais e, por isso, não dou sítio para onde iam com pressa. A ODPS é uma singularidade concreta. Sem descurar nem criticar os apoios públicos, sabe construir a mais nada a ninguém. Dizer isto é 4. Esta é a forma concreta de singularidade concreta de os trans- A Paróquia, que é a estrutu- HÄYTHY\THZPUN\SHYPKHKLJVTHX\HS formar em gestos de amor; que aju- ra de proximidade dos cristãos, tem os cristãos aparecerão estranhos aos dam sem humilhar quem é ajudado. de ser o local da caridade concreta, outros cidadãos. A singularidade do mas quase oculta, em que cada cris- Padre Américo salvou muitos rapazes pura hipocrisia. É UMA OBRA DE CRISTIANISMO AUTÊNTICO. , a cada um de nós, s ou estranhos aos outros.” Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 13 14 Obra Diocesana de Promoção Social João Alves Dias A afirmação da vida Quando recebi o convite para Os dois primeiros capítulos da Maggiori: “O homem não é homem YLÅL[PY ZVIYL LZ[L [LTH HJHIH]H KL Bíblia dizem que Deus (que é Amor), sem os outros. Tal como a criança, viver, na Polónia, dois momentos de criou o homem à sua imagem. Mas o adulto está ligado ao outro, ligado emoção forte e contrastante. O pri- como conhecia bem a sua obra, disse: numa teia de relações que o situam e meiro ocorreu no “campo de concen- “Não é bom que o homem esteja só” KLÄULTPTLYZVU\TJVTWSL_VZVJPHS tração de Auschwitz ” em que foram e, por isso, deu-lhe a mulher por com- que lhe fornece uma linguagem, im- exterminadas um milhão e trezentas panheira. E aos “dois numa só carne”, põe ou propõe códigos, direitos, de- mil pessoas. Num silêncio de horror, VYKLUV\! ¸MY\[PÄJHP L T\S[PWSPJHP]VZ veres, valores”. interroguei-me: como é possível ao enchei a terra e submetei-a”. Vemos, (ÄYTHYH]PKHZLYmLU[qVYLZ- coração humano comportar ódio tão assim, que Deus não criou o homem peitar, em si e nos outros, a pessoa hediondo? O segundo aconteceu em como ser solitário, mas deu-lhe, des- como valor absoluto, na sua singula- Wadowice onde nasceu e brincou um de o início, a necessidade do outro, ridade e originalidade, dotada de au- menino chamado Karol Jósef que, e é, em solidariedade, que o homem tonomia, que se abre ao outro e dele hoje, conhecemos por Papa João KL]LMHaLYMY\[PÄJHYH[LYYH se aproxima como o “bom samarita- Paulo II. Aí, o silêncio foi de louvor. i PU[LYLZZHU[L ]LYPÄJHY X\L no” da parábola evangélica. Foi com E ao ver, entre as muitas placas que esta dicotomia solidário-solitário apa- este espírito e para que as popula- atapetavam a praça, uma que dizia rece em vários mitos cosmogónicos ções mais marginalizadas da cidade “Portugália 1982, 1983, 1991, 2000”, que enriquecem a cultura de muitos tivessem “vida em abundância” exclamei: que maravilha! Nesta terra, povos. (Jo 10,10) que D. Florentino criou, em perdida no sopé dos Sudetos, nasceu Realço, apenas, o das Ilhas um coração capaz de amar e ser ama- Andamão no Oceano Índico: “O pri- do em todo o mundo! meiro homem chamava-se Jutpu (“So- Se, segundo a “teoria dos litário”). Jutpu sentia-se triste, cansa- opostos” de Heráclito, é a doença que do de viver só. Roubou um pedaço de faz sentir o gosto da saúde, este con- barro de um formigueiro e moldou-o traste fez-me pensar sobre o enigma com forma de uma mulher. O barro que inquieta o pensamento de todos tomou vida e a mulher tornou-se sua os tempos e lugares, pelo menos, esposa. Chamava-se Kot (“Barro”)”. desde o “Homem de Neandertal”: que animal é este que pode ser um monstro ou um anjo? ;HTItTHÄSVZVÄHKmYLSL]VH esta fome que o “eu” sente pelo “tu”. Sem esquecer “o imperativo No dia 9 de maio, o P. Tolen- moral” de Kant “age sempre de ma- tino de Mendonça ao falar sobre “A neira a tratar a humanidade, tanto na ZLKLKL+L\Z¹HÄYTV\X\LZ}VHTVY tua pessoa como na pessoa de qual- poderá dar sentido e congregar as di- quer outro, sempre e simultaneamente ferentes sedes que se escondem no JVTVÄTLU\UJHJVTVTLPV¹NVZ[H- coração dos homens do nosso tempo. YPH KL JP[HY V ÄS}ZVMV MYHUJvZ 9VILY[V 1964, a “obra dos Bairros”. Este é o lema que anima quem serve a Obra Diocesana. “... respeitar, em si e nos outros, a pessoa como valor absoluto, na sua singularidade e originalidade, ...” Cónego Rui Osório Jornalista e pároco da Foz do Douro Peritos em humanidade 67HWH-YHUJPZJVKLMLUKLJVTVJVUÄYTV\VWVY[HSKLUV[xJPHZKV=H[Pcano, que a prática do bem é o lugar onde crentes em Deus e ateus se podem encontrar. A prática de boas obras não é um exclusivo cristão. Quem dá prioridade à dignidade de cada pessoa, à promoção do bem comum, às práticas da solidariedade e da subsidiariedade, à sustentabilidade da justiça e da paz, e à integridade de toda a criação, pratica o bem e semeia a bondade. Fazem isso aqueles que se dedicam a trabalhos humanitários, sejam crentes – Deus queira que haja muitos e sejam mensageiros e construtores de um mundo novo – sejam ateus. 6[YHIHSOVO\THUP[mYPVWHYHJVUZ[Y\PYHWHat\TKLZHÄVnJVUZJPvUJPH de homens e mulheres de boa vontade que apostam no triunfo da verdade, da justiça, da liberdade e do amor, metas indispensáveis para alcançarmos o desenvolvimento integral de cada homem e mulher e solidário de todos os homens e mulheres. O mundo seria bem mais pobre sem os trabalhos humanitários da Madre Teresa de Calcutá e de Sérgio Vieira de Mello, sem as ações da Cruz Vermelha e das Nações Unidas, sem os testemunhos dos atores Sean Penn e Angeline Jolie, sem a voz e a música de Bono, líder dos U2, e sem a benemerência do multimilionário Bill Gates. Felizmente, os trabalhadores humanitários no mundo têm-se multiplicado como cogumelos para socorrer as vítimas de desastres naturais, da fome ou da violência das guerras. Os mais vulneráveis são as pessoas mais pobres. Atualmente, há cerca de 27 milhões de pessoas deslocadas internamente e 10 milhões de refugiados no mundo. Uma em cada seis pessoas sofre de fome crónica. Entendem a grandeza e a beleza dos trabalhos humanitários aqueles que, nas mais pequenas e nas grandes realidades da sua vida, vencem o egoísmo que, a vingar, fecharia e isolaria as pessoas, e dão largas à fantasia da justiça e da caridade. Os cristãos, praticantes do mandamento novo que Cristo deixou em testamento, poderiam e deveriam ser peritos em humanidade, interagindo com homens e mulheres de boa vontade, crentes ou não crentes. O pior dos males é que os cristãos cedam à tentação do exclusivismo, JVTVZLLSLZLZ}LSLZ[P]LZZLTKPYLP[VHPKLU[PÄJHYZLJVT1LZ\Z*YPZ[VLJVTH sua mensagem libertadora e salvadora. Privatizar Jesus Cristo, não esqueçam, é invocar o santo nome de Deus em vão! Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 O pior dos males é que os cristãos cedam à tentação do exclusivismo, como se eles e só eles tivessem direito a PKLU[PÄJHYZLJVT Jesus Cristo e com a sua mensagem libertadora e salvadora. 15 16 Obra Diocesana de Promoção Social Maria Teresa de Souza-Cardoso Educadora de Infância Caminhando Um sorriso na Cidade do Porto “Senhor, Fazei de mim um instrumento de vossa paz! 6UKLOV\]LY}KPVX\LL\SL]LVHTVY 6UKLOV\]LYVMLUZHX\LL\SL]LVWLYKqV 6UKLOV\]LYKPZJ}YKPHX\LL\SL]LH\UPqV 6UKLOV\]LYK]PKHX\LL\SL]LHMt 6UKLOV\]LYLYYVX\LL\SL]LH]LYKHKL 6UKLOV\]LYKLZLZWLYVX\LL\SL]LHLZWLYHUsH 6UKLOV\]LY[YPZ[LaHX\LL\SL]LHHSLNYPH 6UKLOV\]LY[YL]HZX\LL\SL]LHS\a Ó Mestre, -HaLPX\LL\WYVJ\YLTHPZ *VUZVSHYX\LZLYJVUZVSHKV *VTWYLLUKLYX\LZLYJVTWYLLUKPKV (THYX\LZLYHTHKV 7VPZtKHUKVX\LZLYLJLIL 7LYKVHUKVX\LZLtWLYKVHKVL tTVYYLUKVX\LZL]P]LWHYHH]PKHL[LYUH¹ A Oração de São Francisco, tão bela e sempre tão actual, merece, agora, particular relevo com a escolha do nome Francisco pelo novo Papa que traduz, certamente, a escolha de um estilo pastoral, lado a lado com a gente comum, com os mais pobres. Naturalmente que a sólida formação na Companhia de Jesus constitui, para o novo Papa, um precioso património, mas é a especial atenção ao sofrimento dos doentes, à fome dos pobres e ao desamparo dos idosos, dos marginalizados e L_JS\xKVZHTHYJHPUKLSt]LSKV7VU[PÄJHKVX\LPUPJPV\ E a melhor maneira de Lhe seguir o exemplo em prol dos mais pobres e dos mais esquecidos, é conseguirmos criar uma verdadeira cultura de solidariedade e caridade verdadeiramente cristã segundo uma lógica de gratuidade. O apelo de D. Manuel Clemente, o nosso novo Cardeal Patriarca, e que saudades nos vai deixar, é também neste sentido: “ Temos de ser todos. Estamos numa situação social, no campo das empresas, dos serviços públicos, das famílias, numa situação de tal necessidade e de emergência que temos de dar o melhor de nós próprios e constantemente, para além daquilo que precisamos e que é justo que tenhamos. O voluntariado hoje é transversal”. É pois nesta linha de pensamento que o Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social resolveu pôr em prática o Projecto “Fazer sorrir a solidão”, que consiste, fundamentalmente, no apoio incondicional aos clientes seniores da Obra Diocesana nas horas pós-laborais. E foi um sorriso que foi alastrando, tornando-se, muitas vezes, no maior ZVYYPZV KV KPH <T ZPNUPÄJH[P]V NY\WV [YHUZ]LYZHS H [VKVZ VZ X\HKYVZ KH 6+7: passou a abraçar este voluntariado. E é triste presenciar como vivem, na sua grande maioria, os nossos senioYLZ LT 7VY[\NHS ,YH Z\ÄJPLU[L X\L VZ UVZZVZ políticos, os nossos governantes e os senhores deste mundo, que hoje consideram as pessoas muito menos importantes que o lucro, ÄaLZZLT \T KPH HWLUHZ \T KL ]VS\U[HYPHKV UVZ meios carenciados onde a Obra Diocesana actua para, longe das câmaras e KVZÅHZOLZJHxYLTUH[YPZ[LYLHSPKHKLKLJVTVZVIYL]P]LTVZPKVZVZLHZWLZZVHZ frágeis neste Portugal, nesta Europa tão ufana da sua solidariedade. 4HZtTV[P]HU[LLNYH[PÄJHU[LWYLZLUJPHY(e é preciso realçar, especialmente, o grupo de auxiliares de acção directa) que, após um dia de trabalho, normalmente esgotante, as forças voltam a aparecer, e ser com grande motivação e alegria que todos os voluntários se dirigem a casa dos seus queridos clientes mais PKVZVZ*VTVHSN\tTTLJVUÄKLUJPH]H¸JVTVWVKLTVZUqVÄJHYLU[\ZPHZmadas e felizes quando ouvimos uma idosa dizer quando chegamos que, ÄUHSTLU[LJOLNV\HS\aHZ\HJHZHJOLNV\HZ\HMHTxSPH¹. E é já uma agradável rotina ver partir as carrinhas que levam os voluntários a casa dos seus clientes e verem alguns deles, ansiosos, a espreitarem atrás de uma cortina de uma janela, à espera da nossa chegada. Os nossos clientes do voluntariado fazem já parte das nossas vidas, da nossa família; apercebemo-nos, então, fácil e claramente de como há tanta gente Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 17 18 Obra Diocesana de Promoção Social a queixar-se de coisas sem importância, a desperdiçarem tanto em bens materiais, mas, também, a desperdiçarem tanto carinho e amor. (JHIHTVZWVY]LYPÄJHYX\LV7YVQLJ[V“Fazer sorrir a solidão”, tendo por principal objectivo levar o sorriso, a atenção, o carinho e o cuidado ao outro, nos faz, também a nós, sorrir e nos enche de felicidade. O voluntariado, estando assim ao serviço dos indivíduos, das famílias e da JVT\UPKHKLJVU[YPI\PKLMVYTHPULNm]LSLZPNUPÄJH[P]HWHYHHTLSOVYPHKHX\HSPKHde de vida e do bem-estar da população. O carácter de eminente interesse social e comunitário, realizado de forma desinteressada que o voluntariado possui, encontra, também em Portugal, como um dos seus maiores expoentes, :xS]PH*HYKVZV. O Papa Francisco aprovou a 28 de Março, apenas 15 dias após a Sua eleição, o decreto que reconhece as suas virtudes heróicas, passando a ter o título de Venerável. É de realçar a importância da acção caritativa da Tia Sílvia, da sua entrega ao serviço dos pobres, dos doentes, das crianças e dos idosos, encarnando o espírito do verdadeiro voluntário. Foram inúmeras as Obras Sociais e de evangelização que fundou e outras que impulsionou, ajudando a fundar, de norte a sul do país. A Tia Sílvia faleceu em 1950, na Casa da Torre em Paços de Ferreira, cidade onde se ergue desde há muito, estátua em sua homenagem. São pois exemplos como este, de pessoas que verdadeiramente se preocupam com a sorte dos outros, mobilizando-se de corpo e alma para ajudar, proteger e amar os mais necessitados, que precisamos, cada vez mais, nos dias de hoje. A Obra Diocesana de Promoção Social é, também, um excelente exemplo de voluntariado de proximidade, tão importante numa sociedade em que os problemas sociais se têm, extraordinariamente, agudizado. A gratuidade, a generosidade e a solidariedade, princípios enquadradores do voluntariado, são os princípios que nortearam, desde sempre, VZL\*VUZLSOVKL(KTPUPZ[YHsqV,HTHYVWY}_PTVZLTJVUKPsLZZLT fronteiras, e dando ao mais necessitado, ao mais desprotegido, uma atenção redobrada, é o lema do seu orgulhoso corpo de voluntários. E partindo da promessa de Nossa Senhora de Fátima, de que o Seu imaculado coração será o nosso refúgio e o caminho que nos conduzirá a Deus, partilhamos o tema que o Santuário de Fátima adoptou para este ano pastoral e que S.S. o Papa João Paulo II não se cansava de repetir: Não tenhais medo! Manuel Amial D. Manuel Clemente recebeu em audiência de despedida o Conselho de Administralção da ODPS Sua Excelência Reverendíssima D. Manuel Clemente recentemente nomeado, por Sua Santidade o Papa Francisco, Patriarca da Diocese de Lisboa, cuja pos- cada vez mais prementes da sociedade especialmente dos mais carenciados. se está prevista para o próximo dia 7 de Julho, está a ultimar as suas despedidas da Diocese do Porto. Uma entrega de lembranças e votos de felicidade para o novo cargo Assim, no passado dia 14 de Junho, recebeu em audiência os membros do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social. selaram este acto de despedida simbólico, tendo D. Manuel Clemente agra- O Presidente da ODPS, Senhor Américo Ribeiro, que estava acompanhado decido a colaboração dos membros do pelos demais membros do Conselho, secretária Dra. Helena Almeida, tesoureiro Conselho de Administração, dos restan- Rui Cunha e vogais Manuel Amial e Pedro Pimenta, traçou uma panorâmica da tes órgãos sociais e dos colaboradores situação actual da instituição, reiterando que a mesma está a cumprir a sua missão que dia a dia fazem da ODPS uma Ins- LLZ[mTV[P]HKHLWYLWHYHKHWHYHVZKLZHÄVZKVM\[\YV tituição de referência na sociedade por- D. Manuel Clemente mostrou-se muito satisfeito com o desempenho da tuense. ODPS e transmitiu o seu agrado como a mesma está a responder às necessidades Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 19 20 Obra Diocesana de Promoção Social João Miguel Pratas Diretor do Economato, Logística e Manutenção Mónica Taipa de Carvalho Diretora dos Recursos Humanos e Jurídicos Jantar de Beneficência 2013 O mês de Maria do ano de 2013 passado dia 23 de Maio, o Porto Pa- solidariedade e incessante apoio à acolheu a sétima edição do Jantar de lácio Hotel recebeu cerca de duzentos Obra Diocesana, numa noite de parti- )LULÄJvUJPH KH 6IYH +PVJLZHUH KL e cinquenta amigos e beneméritos da lha, comunhão e convívio. Promoção Social (ODPS). Assim, no Instituição, os quais exaltaram a sua Como é habitual, a materializa- ção deste evento derivou de diligências Dr. Marco António Costa. à Presidência da Câmara Municipal do partilhadas pelo Conselho de Adminis- Este evento, já fortemente an- Porto; representantes da União Distrital tração e pela Liga dos Amigos da Obra corado no calendário anual de ativida- das Instituições Particulares de Solida- Diocesana, dirigida pelo Chefe Hélio des da Obra Diocesana, contou com riedade Social – Porto e da Associação Loureiro, o qual patrocina este jantar a presença de individualidades como Comercial do Porto; bem como os ilus- desde 2007. a Dr.ª Ana Venâncio, Diretora-Adjunta tres Professores Doutores Francisco O jantar foi presidido por Sua do Centro Distrital do Porto do Institu- Carvalho Guerra e Daniel Serrão, o Excelência Reverendíssima D. João to da Segurança Social; o Padre Lino Eng.º Belmiro de Azevedo e o Comen- Lavrador, Bispo Auxiliar do Porto. Num Maia, Presidente da Confederação Na- dador Rodrigo Leite. gesto de reconhecimento, esteve igual- cional das Instituições de Solidarieda- Estiveram igualmente presen- mente presente o Secretário de Estado de (CNIS) e Assistente Eclesiástico da tes os membros do Conselho de Admi- da Solidariedade e Segurança Social, ODPS; o Dr. Manuel Pizarro, candidato nistração e Conselho Fiscal da Obra Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 21 22 Obra Diocesana de Promoção Social Diocesana, fornecedores e colabora- sentida mensagem de reconhecimento do que colocar o mundo das ideias ao dores da Instituição. e felicitações a Sua Excelência Reve- serviço dos outros, não é mais do que O Presidente do Conselho de rendíssima D. Manuel Clemente, pela colocar o alcance cognitivo no amor ao Administração, Senhor Américo Ribei- sua honrosa nomeação a Patriarca de próximo”. ro, dirigiu palavras de agradecimento Lisboa. Frisou que a ODPS elogia to- Seguiu-se a intervenção do aos convidados, pois a sua presença dos os amigos e benfeitores da Institui- Chefe Hélio Loureiro, que a todos deu testemunhava a solidariedade de to- ção, pois a sua ajuda é motor da ação as boas vindas. KVZ3LTIYV\X\L¸tHHsqVX\LKLÄUL social que esta realiza junto dos mais Começou por frisar que “esta- o homem!” e que é “a ação solidária, frágeis e carenciados. Precisamente mos à volta da mesa em convívio”, o que o engrandece e lhe confere o sta- ULZZL JVU[L_[V HÄYTV\ X\L H ZVSPKH- que representa para os cristãos um tus de ser superior”. riedade estava concentrada naquela “grande lugar”, relembrando que é “à sala de hotel e que esta “não é mais volta da mesa que se partilha e faz Na sua intervenção dirigiu uma mensagem”. Agradeceu aos patrocinadores convidados que “amor e verdade são Felicitou D. Manuel Clemente dos vinhos, nomeadamente ao Eng.º fontes de vida e que uma vida sem pela sua elevação ao Patriarcado de Casimiro Alves da Cooperativa Terras amor não é vida”. Dirigindo-se a estes, Lisboa, esperando que este nunca se de Felgueiras, ao Eng.º Mário Sérgio salientou que a sua “partilha é um ser- esqueça do Porto. Desejou que “estas Nuno da Quinta das Bageiras e às Ca- viço aos irmãos e um verdadeiro ato de terras de Santa Maria sejam abençoa- ves Poças, na pessoa do Eng.º Pedro amor”. das com um novo Bispo”, tendo em Poças Pintão. Enalteceu identicamente 6KPZJ\YZVZLN\PU[LÄJV\HJHY- conta as suas necessidades evangeli- a Eng.ª Filomena Pires que, de uma for- go do Dr. Marco António Costa. Iniciou zadoras e organizativas. Elogiou ainda ma elegante e singela, decorou a sala com um louvor à Obra Diocesana pela o papel único e meritório do Senhor Porto; e o Duo Faria pelo acompanha- qualidade de serviço que diariamente a Américo Ribeiro, enquanto Presidente mento musical da noite. Instituição presta, tornando “mais sau- do Conselho de Administração. Terminou lembrando todos os Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 dável, mais confortável e mais solidá- 23 24 ria” a vida de muitas pessoas. Agradeceu, em nome do Go- Obra Diocesana de Promoção Social para as pessoas, para servir o próximo e prestar um serviço solidário”. O Bispo Auxiliar do Porto, D. João Lavrador, encerrou o momento verno de Portugal, o convite formulado Continuou com um reconhe- das intervenções. Começou por diri- para participar neste jantar. Nesse con- cido agradecimento à Igreja Católica gir uma palavra de elogio ao trabalho texto, alertou para a imensa importân- pelo “extraordinário trabalho que esta desenvolvido pela Obra Diocesana, re- cia da Economia Social e Solidária, se- desenvolve no plano social, através conhecendo a “coragem, espírito de fé tor da sociedade que só recentemente das mais diversas frentes de atuação e e valentia” que todos os elementos da começa a ganhar o devido e merecido modelos de intervenção institucional”. Instituição, com um especial destaque destaque enquanto força motriz da Desta forma, aclamou o trabalho “ex- para o Senhor Américo Ribeiro, assu- economia e fonte de emprego para [YHVYKPUmYPVKPZJYL[VLÄJPLU[LJVTWL- mem diariamente. \THSHYNHMH[PHKHWVW\SHsqV(ÄYTV\ tente e solidário” de todas as institui- que esta é uma economia “que se vira ções católicas. :LN\PKHTLU[LLUHS[LJL\HÄN\ra de Sua Excelência Reverendíssima D. Manuel Clemente, designadamente cer a simpatia de todos, precisamente penha na sociedade do Porto, bem a sua dedicação ao Porto e à sua Dio- pela sua capacidade de olhar para o como a sua interligação e implicação cese e a “doação plena e total das suas Homem na globalidade. contínua com todos os elementos da forças, inteligência e capacidades” ao 7YVZZLN\P\ HÄYTHUKV X\L H serviço da Igreja. Lembrou que o no- ODPS, à semelhança das outras insti- Ao encerrar o jantar, naquela meado Patriarca de Lisboa tinha “uma tuições de solidariedade, não é imune que foi uma noite repleta de alegria, particular ligação às realidades sociais ao atual cenário de crise que assola o LZWxYP[VKLMHTxSPHLZVSPKHYPLKHKLÄJV\ da Diocese”. nosso país e no qual aumenta o núme- bem patente a amizade e generosidade ro de pessoas que precisam de apoio. de todos os presentes, que comungam Num outro raciocínio, salientou que a Igreja tem uma visão integral do + 1VqV 3H]YHKVY ÄUKV\ H Z\H ser humano e como tal o trabalho quo- intervenção salientado o importante tidiano da Obra Diocesana deve mere- papel que a Obra Diocesana desem- Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 cidade. da missão de apoiar a Obra Diocesana de Promoção Social. 25 26 Intervenção do Presidente do Conselho de Administração Américo Ribeiro Obra Diocesana de Promoção Social Boa noite! que nos nossos agradecimentos, às Sejam bem-vindos. pessoas da Exma. Senhora Eng.ª Filo- Para todos, uma saudação mui- mena PiresWVY[VKHHKLJVYHsqVÅVYHS to afetuosa e incluo nela também aque- deste salão, e do Duo Faria, que nos las pessoas, aqueles amigos, que que- deliciarão com as suas músicas. riam fazer grupo connosco, aqui, mas O nosso Obrigado! motivos inopinados contrariaram essa possibilidade e esse desejo. Agradecemos, profundamente, a comparência do Excelentíssimo Se- Em nome do Conselho de Ad- nhor Secretário de Estado da Solidarie- ministração e em nome pessoal agra- dade e da Segurança Social, Senhor Dr. decemos, com alegria e emoção, tanta Marco António Costa, pois ela reforça a disponibilidade e tanta generosidade nossa motivação e encorajamento de evidenciadas repetidas vezes e, por isso continuarmos a guardar visão e convic- mesmo, já habituais para que se registe ção otimistas no prosseguir dos propó- mais um encontro convívio deste forma- sitos, que visam o melhor possível para to e a Obra Diocesana de Promoção esta causa admirável e indispensável. Social constitua o objeto fulcral da circunstância. Um peculiar acolhimento e reconhecimento, a Sua Excelência Reveren- À Câmara Municipal do Porto díssima, D. João Lavrador, pois a pre- um obrigado com interpretação espe- ZLUsH PTWVY[HU[L JVUÄYTH ZLUOH cial, dado ser parceira presente e dili- do Patrono da nossa Instituição. gente nas diferentes responsabilidades e competências. Atua sempre como forte incentivo, independentemente de sabermos Ao Amigo Hélio Loureiro e Pre- que podemos contar com a mesma, sidente da Liga dos Amigos da Obra entrando nela a função, que lhe foi con- Diocesana um gesto grato, nosso, pelos ÄHKH gestos oferecidos e inscritos no âmbito do altruísmo e da vontade de fazer. Permito-me também dar enfo- É impossível não exaltar, neste momento e emotivamente, a nomeação de Sua Excelência Reverendíssima D. Manuel Clemente a Patriarca de Lis- vências… onde os valores universais interiorizados e que na hora adequada boa. Um acontecimento indizível numa ZLHÄYTLTJVTVIHUKLPYHWHYHPYTHPZ entram em atividade, fecundando a data também assinalada pela alegria e HStT UV VIZLY]HY UV YLÅL[PY UV ZLU[PY existência de cada pessoa. pela história de um Papa, que marcou no agir… A Obra Diocesana de Promo- o Mundo. No dia 18 de Maio, dia da no- A solidariedade está nesta ção Social integra esses valores e abre meação, também dia de aniversário de sala, está à volta da mesa e não é mais JHTPUOV WHYH X\L KLP_LTVZ Å\PY V LU- nascimento do Papa João Paulo II. do que colocar o mundo das ideias ao canto de os perceber bem, de os expe- Todos nos rejubilamos com esta serviço dos outros, não é mais do que YPLUJPHYKLVZPU[LUZPÄJHYLTJHKHVSOHY escolha e temos a certeza plena de que colocar o alcance cognitivo no amor ao em cada passo, em cada atitude… é a pessoa certa para desempenhar, próximo… De facto, o montante social com grau de excelência, a missão de A ação solidária é uma capaci- e humano, que gera em torno de si é evangelizar e dinamizar a Igreja com os dade optativa dos humanos, mas tam- ZPNUPÄJH[P]V THZ TLZTV HZZPT UqV requisitos da contemporaneidade. O bém é uma necessidade essencial da chega para as carências comprovadas. ZL\ 3LTH [\KV HÄYTH ¸*VUOLJLY qual depende o conhecimento, o auto- Contudo, continua cheia de entusiasmo Amar e Servir.” Para ele as nossas conhecimento e a vontade. Traz como e de esperança… promovendo, enalte- mais calorosas felicitações. YLZ\S[HKVÄUHSHZH\Km]LSZLUZHsqVKL JLUKV L JVSHIVYHUKV UH LKPÄJHsqV KL se ter sido útil e mar-cante para o outro, uma sociedade mais equitativa e mais para os outros, de se ter conseguido fraterna. Todos de pé, por favor, uma salva de palmas. Talvez em redor de uma mesa, dar algo de si próprio, de se ter conquis- Ela trabalha para muitos com saboreando uma refeição e abrindo tado serenidade, paz interior, de se ter peculiaridades bastante sensíveis e, ocasião a bons momentos de relaxa- dado mais luz à vida. como tal, precisa de muitos, precisa de mento e de companheirismo, tão apete- i H HsqV X\L KLÄUL V OV- [VKVZ L LZ[V\ JVUÄHU[L KL X\L O Se- cidos, se entrelacem laços de amizade mem! É a ação solidária, que o en- nhor, de que o Bom Deus defenderá e de afetividade e se encontrem motivos grandece e lhe confere o status de acerrimamente a sua causa e conce- para sorrir, para pensar positivamente, ser superior. derá condições para que o seu objeti- para compartilhar recordações tradutoras de felicidade e de alegria. A expressão da vida corresponde inteiramente à estrutura de valores, Talvez se revigorem e se exor- de valores absolutos, isto é, sustenta- tem situações, contextos, episódios, vi- dos na doutrina de Deus, que estão Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 vo principal encontre, sempre, o sol da consecução. Muito Obrigado pela vossa presença e participação. 27 28 Obra Diocesana de Promoção Social Pedro Pimenta Vogal do CA da ODPS Tardes diferentes Nada pode ser exigido daqueles a quem nada se dá… Henry Fielding Todos sabemos o quanto neces- estar dos nossos Clientes. Não conse- te avivar a memória dos mais velhos sitam de carinho, de amor, de atenção guiremos grandes resultados se, sema- (com auxilio a meios audiovisuais) so- os nossos Clientes no seu dia a dia. Por nalmente, proporcionarmos sempre as bre os tempos vividos, intensamente, vezes, na voracidade do tempo e ocu- mesmas atividades, mesmo que por recordando os momentos em que tudo pações, nem nos damos conta de que vezes com roupagem diferente. aconteceu. Foi ainda muito importante um simples gesto, um carinho, uma Por isso, foi com muito gosto a presença de alguns jovens que segui- palavra amiga são como um bálsamo e prazer, que aceitei o convite da Sr.ª ram com muita atenção tudo o que se para a grande maioria das pessoas mais Dr.ª Rosa Maria e do animador social via e falava e, com grande satisfação velhas. Ângelo Santos para no dia 24 de Abril minha, nos questionavam, constante- É por isso que eu acho impor- passar boa parte da tarde com os nos- mente, sobre factos de que tinham ouvi- tante que Todos os Centros tentem, sos Idosos e também alguns jovens do vagamente falar e que agora tinham JHKH]LaTHPZKP]LYZPÄJHYHZZ\HZH[P]P- para lhes falar sobre a Revolução do condições de melhor compreender. dades. A rotina em qualquer idade mas 25 de Abril e também sobre o Porto sobretudo na velhice pode ter conse- Antigo. quências muito nefastas na forma de Foi extremamente interessan- Este foi um bom exemplo de KP]LYZPÄJHY HZ H[P]PKHKLZ KVZ UVZZVZ Clientes. No dia 10 de Maio a convite da dançando algumas delas. Gostaria de é, sempre que possível, proporcionar- Sr.ª Dr.ª Lurdes Regedor estive presen- realçar a alegria e os sorrisos estam- mos coisas novas, surpresas… para te na festa de Homenagem a Todas as pados nos seus rostos por estarem a que a rotina diária não se torne numa Mães daquele Centro. Vivemos uma tar- participar numa atividade diferente da monótona receita médica para não dei- de diferente e animada que contagiou sua atividade diária. A tarde terminou xar adormecer os nossos Clientes. de alegria os nossos Clientes. A tarde com um lanche de confraternização dos foi abrilhantada pela Tuna Feminina da Clientes com a Tuna Académica. Faculdade de Nutricionismo da USP Não poderia terminar esta nar- que nos deliciou com as suas músicas rativa sem agradecer a presença amiga tradicionais portuguesas que também e graciosa da Tuna da Faculdade de serviram para o sempre esperado e Nutricionismo da USP. Por isso não se esqueçam do pensamento de abertura – Nada pode ser exigido daqueles a quem nada se dá… Finalizo referindo a minha satisfação em participar nestas atividades e Por ventura dirão alguns nes- a minha total disponibilidade para sem- te momento – o que é que têm de pre colaborar com os Centros em inicia- quer comum atividades tão díspares? tivas deste tipo. acompanhando as canções quer ainda TUDO. Como atrás referi o importante tão do agrado pé de dança. Foi encantador ver como os nossos Clientes participaram, Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 29 30 Obra Diocesana de Promoção Social Frei Bernardo Domingues É essencial e urgente o civismo esclarecido e operativo 1. As pessoas normais, esfor- Se for possível e oportuno deve para a verdade na vida pelo testemunho çadamente, tornam-se virtuosas e bem acolher quem pede uma informação ou pessoal permanente e mesmo “pedindo” educadas que assumem as boas manei- pretende estabelecer um diálogo even- desculpa, quando for caso disso. Procu- ras de modo habitual, para com todas as tualmente possível e útil. re documentar-se para pensar com lógi- pessoas e em todas as situações, cons- ca, ética e estética em função de fazer o bem feito e respeitador da comunidade. cientes de que todos o ser humano tem 4. Devemos pois assumir per- dignidade intrínseca a respeitar e tendo tinentemente as regras de boa con- também em conta a respectiva idade e duta ética, moral e cívica nos modos 7. Em cada dia devemos assu- LZ[H[\[V MHTPSPHY L L]LU[\HPZ ¸PUZ\ÄJPvU- de conduzir e na utilização dos espaços mir o respectivo papel e função, ,as cias”. As pessoas normais não vivem se- públicos, tendo sempre em conta o bem sem “empurrar” ou passar à frente gundo “inclinações” mas por decisões e comum e as circunstâncias ocorrentes dos que encontramos na roda da H[P[\KLZYLÅLJ[PKHZ que precisem de especial cuidado e aju- ]PKH" eventualmente poderemos ceder 2. *VT LZWVU[HULPKHKL da, sem estragar a natureza na “casa a própria vez com discrição solidária e L comum” da comunidade e a cuidar educativa para os desnorteados e gros- todos JVYYLJ[HTLU[L KH MH\UH L H ÅVYH JVT seiros inaptos. Procure exercer a lideran- aqueles que encontramos no nos- especial atenção aos monumentos, que ça do exemplo de bem servir a tempo e so quotidiano, com palavras e gestos são a história dos povos. horas cumprindo o dever de ser e viver atenção devemos saudar com a possível qualidade. de cortesia, de acolhimento e eventual despedida, tendo em conta a sua idade, 5. Algumas regras de condu- estatuto social e a saúde. Em todas as si- ta variam, consoante as culturas, os 8. Se não é surdo, não fale e, tuações há que ter uma consciência mo- ambientes familiares e regionais, mas sobretudo, não comente comporta- ral bem informada e formada; é essencial a atitude de acolhimento, de respeito po- mentos impróprios de terceiras pes- também ter bom senso e sentido positivo sitivo, com disponibilidade para o apoio soas ou, pior, revelando indevidamente respeitando as diferentes culturas, cos- ajustado, é para todas as circunstâncias, opiniões ou segredos que envolvem tumes e atitudes das pessoas diferentes. e com um sorriso acolhedor e aberto, questões de justiça e respeito devido à O bem comum deve prevale- sabendo adaptar-se correctamente a família humana, especialmente aos insu- cer sobre os interesses particulares. cada situação, sem trair a verdade e a ÄJPLU[LZLPUVJLU[LZMYHJHZZHKVZ6ZPNP- É dever comum praticar a bioética e a equidade que são um direito e um dever SVUH[\YHSWYVÄZZPVUHSLWYVTL[PKVKL]LY ecologia respeitando a terra, a água, o ar comum. ser rigorosamente respeitado. e a higiene social. 6. Porque o tempo é gratuito, 9. Aprenda a apreciar a verda- 3. Mesmo que se trate de ques- mas uma responsabilidade a assumir e de e o esforço dos outros, elogiando tões de justiça, tal como comprar um aproveitar, é essencial aprender a bem e estimulando os eventuais sucessos e jornal ou solicitar em café, é pertinente gerir a vida, apurando o que é essencial o realismo ajustado às capacidades pes- pedir “por favor” e agradecer com e secundário, dispondo de oportunida- soais. É essencial caminhar para o reco- “obrigado”, despedindo-se até à pró- des para cuidar dos descuidados, sem meço e o realismo ajustado às capaci- xima vez. pressa nem agressividade, educando-os dades pessoais a desenvolver; transmita a mensagem de ser em si e por si, com se meter onde não é chamado e cum- eventualmente verdade, honestidade, competência e prindo lealmente e sempre o que for criativa. solidariedade ajustada a cada situação.. prometido, sem manipulação ou opor- 10. Ocupando o respectivo pessoa sensatamente 18. Aprenda a acolher as pes- tunismo. lugar na perspectiva do bom de- 14. É insensato opinar facil- soas e a descobrir os respectivos sempenho, procure ser sistematica- mente sobre assuntos que não co- aspectos positivos e a acompanhá- mente pontual e empenhado em colec- UOLJLTVZILT" seria pateta não pedir -las até à porta, com gestos e palavras tivamente conseguir bons resultados e informações conscientes e avaliar a cre- de estimulação positiva para enfrentarem aprender a partilhá-los com discrição dibilidade dos respectivos argumentos a vida optimismo e a persistência escla- THZLÄJHaTLU[L4HZUqVZ\IZ[P[\HVZ para nos tornarmos competentes e ho- recida. outros naquilo que é seu deve assumir nestos na utilização dos saberes que são para isso têm capacidade aferidas. Dar um bem, uma honesta forma de poder cobertura a quem não cumpre é parti- para bem servir. 19. Não recorra a desculpas V\ TLU[PYHZ WHYH ZL Q\Z[PÄJHY KL ZP[\HsLZ X\L JVYYLYHT PUHKLX\HKH- cular no mal. 15. Respeite os que seguem à TLU[L" é pertinente pedir desculpa e 11. É essencial desenvolver sua frente com idênticos objectivos LZMVYsHYZL WVY ZLY ÄLS UVZ JVTWYVTPZ- a curiosidade sadia para bem saber mas, se for oportuno e com bons modos, sos assumidos buscando atingir os ob- KLZLTWLUOHY H WY}WYPH M\UsqV" mas esclareça quem transgride as regras da jectivos recorrendo à metodologias per- é essencial bem guardar os segredos na- justiça e do respeito recíproco, mas sem tinentes e adequadas ao objecto e aos [\YHPZ WYVTL[PKVZ L WYVÄZZPVUHPZ JVTV agressão desproporcionada, respeitan- objectivos. dever de lealdade e justiça equitativa. A do as normas justas e adequadas à si- JVUÄHUsH TLYLJLZL WLSV X\L ZVTVZ L tuações emergentes. fazemos. 20. É essencial tornar-se uma pessoa esclarecida e competente 16. Todos poderemos dar com consciência moral progressi- 12. É sensato interpretar as oportunidade aos outros de se tor- vamente bem informada e formada, PU[LUsLZ KVZ V\[YVZ L t PUKLJLU[L narem corteses e simpáticos, a partir para assumir a verdade de fazer o bem arriscar comunica-las, sobretudo se das próprias atitudes correctas e de ser- feito, a tempo e horas; sendo o que devo não desprestigiantes e, pior ainda, se viço a quem precisa; os bens exemplos ser para bem servir, com entusiasmo, as pessoas referidas estão ausentes e continuados ensinam e convertem, não bom humor humildade alegre e, esfor- não podem esclarecer o que pode tor- desistindo de bem servir. çadamente, com critérios de verdade e compaixão operativa capaz de pertinen- nar-se boato criminoso. 17. Na situação da vida familiar, tes recomeços em vista do bem maior ou 13. As pessoas inseguras, WYVÄZZPVUHSLZVJPHSdurante o dia, evi- eventualmente do mal menor em situa- cleptómanas e desonestas tendem te cair na rotina e no desleixo, mas ções sofridas. HKLZJVUÄHYKVZV\[YVZ dando ense- tenha cuidado, nas palavras e atitudes, QVHX\LVZV\[YVZJVUÄLTJVUÄKvUJPHZ" para ser pessoa verdadeira, justa, dis- devemos escutar com atenção mas sem creta, bem educada, amável e solidária, Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 31 32 Obra Diocesana de Promoção Social Centro Social do Cerco preparada para o efeito. Partilha do Pão permitiu vivenciar o verdadeiro espírito Em representação simbólica da de partilha e amor pelo próximo, teste- Após este momento, o Senhor partilha que Jesus fez com os apósto- munhando assim a mensagem deixada Padre Milheiro proferiu algumas pala- los, o nosso centro promoveu durante por Jesus. vras e convidou todos os presentes à A nossa intenção visou sensibi- YLÅL_qV ZVIYL ]HSVYLZ M\UKHTLU[HPZ lizar os “mais novos” e apelar à dispo- como a partilha e a amizade. De segui- Esta atividade organizada pelo nibilidade dos mais velhos em partilhar da, ao som da música “Sementinha de nosso Centro contou com a colabora- o que cada um tem e assim contribuir Trigo”, o pão foi distribuído por todas as ção de todas as valências e teve como para uma comunidade mais sustentá- crianças e adultos. Finalizamos com a convidados principal o Exmo. Senhor vel, justa e equilibrada. TZPJH¸6.PYHZZVS¹¶HÅVYX\LJYLZJL a semana santa a atividade “Partilha do Pão”. Pároco Milheiro da Paróquia de Nossa Neste sentido, o salão poliva- e vive procurando sempre luz do sol, lente foi previamente decorado com que tal como nós devemos viver ilumi- Tivemos ainda a honra de con- espigas de trigo e velas. Tendo como nados pela luz de Deus. tar com a presença do Exmo. Senhor música de fundo “Esta luz pequenina” Com a participação ativa de Américo Ribeiro, presidente da ODPS cantada por todos os participantes, as crianças, idosos e colaboradores, a e do Exmo. Senhor Pedro Pimenta em crianças e idosos em representação de “Partilha do Pão” resultou da coope- representação do Conselho de Admi- cada valência percorreram um trajeto ração, empenho, vontade e esforço nistração. delineado por velas pequeninas e colo- partilhados por todos na concretização caram os cestos com o pão numa mesa deste evento. Senhora do Calvário. A dinamização desta atividade Centro Social de Fonte da Moura *VTLTVYHsqVKV+PH0U[LYnacional da Família como objetivo reforçar o valor da famí- no Amor e transmitir a Fé em Família” lia no desenvolvimento humano. SHUsHUKVVKLZHÄVHVZV\[YVZ*LU[YVZ No âmbito das Comemorações Inspirados na simbologia da e aos Serviços Centrais da O.D.P.S., do Ano da Fé, o Centro Social Fonte da Sagrada Família propusemos uma re- possibilitando a todos e a cada um, Moura organizou uma missão que teve ÅL_qV Z\IVYKPUHKH HV [LTH ¸*YLZJLY momentos de introspeção com a sua própria Fé. cia da família como o primeiro agente dário aos mais desprotegidos nos dias que correm. Promovemos a passagem do de proteção da criança e o papel de oratório da Sagrada Família e do livro todos aqueles que têm responsabilida- O Sr. Pedro Pimenta, abordou a KLYLNPZ[VKLYLÅL_LZWVYJHKH¸*HZH¹ des para com as crianças e a sua Edu- questão da real dimensão das Famílias da nossa Instituição, e o seu regresso cação, na promoção de uma parenta- atuais e o respeito pelos mais velhos. a Fonte da Moura para a comemoração lidade positiva, centrada no respeito Referiu ainda a importância dos do Dia Internacional da Família, dia 15 pelos direitos da criança e na preven- “mais velhos” e do valor que estes po- de Maio de 2013, no Auditório Paro- ção de comportamentos de risco. dem trazer para as famílias e para as Usou como estratégia, alguns quial de Aldoar. crianças com a transição dos seus conhecimentos e experiencias. Contamos com a presença de momentos de interação com o públi- inúmeros convidados; Diretores dos co mais jovem (grupo de crianças do O Dr. João Nunes, na qualidade Serviços Centrais da O.D.P.S., Coorde- A.T.L.), apresentando diapositivos com de Coordenador do Centro, encerrou nadores dos Centros Sociais e respe- imagens e propondo que as crianças a palestra/evento, agradecendo a pre- tivos utentes do setor sénior, famílias, as interpretassem e dessem a sua opi- sença dos oradores e dos convidados, parceiros educativos, colaboradores e nião pessoal. LHU\UJPV\HHWYLZLU[HsqVKL\TÄSTL as nossas crianças. Reforçou também a vinculação de animação realizada pelas crianças O programa do evento incluiu das relações que se estabelecem por do A.T.L., e a atuação dos grupos do uma palestra, a atuação das crianças proximidade de objetos, por oposição WYtLZJVSHY JVT JVYLVNYHÄH KH ¸*HU- em palco, uma exposição de trabalhos a estilos de vida em que as preocupa- ção da Família” enquanto projetadas realizados pelas famílias e um lanche ções materiais se afastam das relacio- fotos de todas as famílias. convívio. nais. Seguiu-se a visita à exposição de trabalhos e um lanche convívio com convidados O Sr. Padre Lino Maia centrali- estiveram presentes a Sr.ª Dr.ª Olívia zou a sua intervenção na importância de Carvalho, docente da Universidade da proximidade das gerações, nomea- Salientamos a satisfação senti- Portucalense, o Sr. Padre Lino Maia, damente o convívio entre crianças e da pela nossa equipa, que se envolveu Pároco de Aldoar, e o Sr. Pedro Pimen- os avós. Referiu o papel da transmis- nesta Missão na expetativa de engran- ta, vogal da O.D.P.S. em representação são dos ensinamentos, das conversas decer ainda mais a proximidade entre a do Concelho de Administração. e afetos em família, e do respeito que grande família que é a O.D.P.S. e todas deve ser dedicado aos “cabelos bran- as outras pessoas que se cruzam con- cos”. nosco. Como oradores O provérbio chinês “É preciso toda uma cidade para educar uma criança” deu o mote para a intervenção Fez um elogio ao trabalho de- da Dr.ª Olívia, que abordou a importân- senvolvido pela O.D.P.S. no apoio soli- Ano VIII . n.º30 . Trimestral . Março 2013 todos os participantes. 33 34 Obra Diocesana de Promoção Social Centro Social da Pasteleira *LSLIYHsqV KH ¸-LZ[H KL Maria” LZPNUPÄJH[P]HPTHNLT.VZ[HYxHTVZKL WYVÄZZPVUHPZ X\L JVTWLT VZ UVZZVZ YLHSsHYVTHNUPÄJV[HWL[LKLÅVYLZJVT serviços e pelas crianças do grupo de 5 anos. No âmbito do Ano da Fé o Cen- palavras de apreço a Maria, não só para tro Social da Pasteleira realizou no pas- embelezar, mas também para A home- sado dia 16 de Maio no Auditório uma nagear. cerimónia a Maria, Mãe de Jesus. O ato da entrega das lembranças foi um momento tão bonito que co- O Sr. Padre de seguida realizou moveu muitos dos presentes ao som do JoU[PJV¸7YPTH]LYHLTÅVY¹ ,Z[L TVTLU[V KL YLÅL_qV MVP saudações aos presentes, valorizando partilhado pelos idosos de todos os o encontro entre gerações, desde a (U[LZKLÄUHSPaHYHJLYPT}UPHV Centros da ODPS, crianças do Centro criança mais nova ao idoso mais velho Sr. Pedro Pimenta e a Coordenadora Social da Pasteleira e colaboradores. elogiando a Instituição como uma famí- do Centro agradeceram a idosos, crian- Estiveram ainda presentes o Vogal do lia cristã, que proporciona iniciativas de ças e colaboradores o empenhamento, Conselho de Administração o Senhor cariz religioso, levando aos seus utentes compromisso e dedicação, não esque- Pedro Pimenta, os diretores de serviços palavras de conforto, fé e esperança. cendo a disponibilidade e cooperação Dr.ª Mónica Taipa, Dr. João Pratas, Dr. Ao longo da cerimónia, um coro do Sr. Padre Domingos e da professora Carlos Pereira e os coordenadores dos constituído por crianças e idosos deste Margarida Almonde na preparação e Centros Sociais: Cerco do Porto, Rega- centro, entoaram cânticos com letras concretização desta iniciativa. do, Pinheiro Torres, Rainha D. Leonor, da autoria da professora Margarida Al- S. Tomé, S. João de Deus, psicóloga monde. Esta Festa, quis externar o carinho que sentimos pela Mãe de Jesus Com o objectivo de conseguir a e nossa Mãe. Não se trata de uma de- Neste reencontro com o ano da participação de todos os Centros nesta voção vazia de sentido, e nem mesmo -tMVPNYH[PÄJHU[L]LYHHKLZqVWVYWHY[L celebração, propusemos que cada um a consideramos uma deusa pois Maria dos idosos, uma vez que o auditório se deles decorasse contas, que serviram UqVt\TÄTLTZPTLZTHUqVtTL[H encontrava repleto. Dr.ª Diana e o Enfermeiro António. para elaborar um belíssimo terço. Este mas é sinal. A Sua missão é sempre A cerimónia teve inicio com pa- MVPÄUHSPaHKVWVY\THJY\aMLP[HLTJYV- apontar-nos Jesus, Ela é aurora que an- lavras proferidas pela Coordenadora chet por uma idosa do nosso centro de [LJLKL H S\a YHKPHU[L KV THNUxÄJV ZVS do Centro e presidida pelo Sr. Padre dia. Num momento da cerimónia, esta que é Cristo. Domingos da paroquia de Lordelo do mesma idosa, ao som da música Nos- Se todos ouvissem a Deus Ouro. sa Senhora do Sim e acompanhada por como Maria o fez, teríamos pessoas Foi realizada ao som do cânti- representantes de cada valência (cola- mais felizes e convivência humana mais co introdutório “ Um dia perfeito”, uma borador/ cliente) ofereceram o terço e saudáveis. procissão de entrada com o objetivo de ÅVYLZn=PYNLT4HYPH “ Felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” levar a todos os presentes, a luz, a pala- Para recordar a cerimónia, foi vra sagrada e a Virgem Maria. À medida elaborada pelas crianças, idosos e co- que a imagem da Virgem passava en- laboradores, uma pequena lembrança Centro Social da Pasteleira tre os convidados sentia-se a emoção alusiva a Maria que foi entregue por um Aurora Rouxinol dos presentes perante tão imponente representante das diferentes categorias (Lc 11,28). Centro Social Rainha D. Leonor Via Sacra participação dos outros Centros da a 11º estação da Via Sacra que fala da Neste Ano de Fé, a época Pas- 6+7:X\LZLÄaLYHTYLWYLZLU[HYJVT JY\JPÄJHsqV KV :LUOVY SLTIYHUKV VZ cal foi assinalada no nosso Centro com colaboradores e clientes, tendo estes doentes presos ao seu leito de dor há a celebração da Via Sacra, rezando e participado ativamente na celebração, muitos anos e mostrando solidariedade partilhando as 14 estações desta, no pois cada estação da Via Sacra tinha para com estes e suas famílias. dia 22 de Março. um texto e estes foram distribuídos pe- Uma realidade que a ODPS los Centros, que os partilharam durante acompanha de perto, nomeadamente a celebração. no serviço de apoio domiciliário. Presidida pelo Sr. Padre Domingos Oliveira, sempre disponível e sempre presente no nosso dia-a-dia, foi Em representação do CA da 5V ÄUHS KH JLSLIYHsqV ZLN\P\- uma celebração de Fé, vivida intensa- ODPS, tivemos a sempre simpática pre- -se o lanche, partilhado e animado, mente, com leituras, cânticos e espirito sença do Sr. Pedro Pimenta, também OH]LUKV JVU]x]PV LU[YL *LU[YVZ ÄUHSP- de união. com participação ativa na cerimónia, len- zando assim uma tarde que foi de Fé, do o texto da 1ª estação. Salientou ainda oração, partilha e convívio. Contamos com a presença e Ano VIII . n.º30 . Trimestral . Março 2013 35 36 Obra Diocesana de Promoção Social *LU[YV:VJPHS:qV1VqVKL+L\Z A importância da família em comunhão com a nossa sociedade Desde o início do “Ano da Fé”, em 11 de Outubro de 2012, que o Centro ItTLTKVPZTVTLU[VZT\P[VZPNUPÄJHU- de agradecer a presença do Sr. Padre Diz tes do mês de Maio: a semana aberta à e toda a sua disponibilidade, bem como família e o mês dedicado a Maria, Mãe referir como é importante este tipo de de Jesus. atividade para a união das famílias em Social de São João de Deus, respeitan- O Centro fez questão de enalte- comunhão com a Igreja, numa Instituição do os valores veementes da Instituição, JLY[VKVVZPNUPÄJHKVKLZ[LZTVTLU[VZ Una e Católica, onde estas atividades aprofundou o seu testemunho de carida- que teve a Eucaristia como ponto alto, [vTKLZPNUPÄJHYZLTWYLT\P[VH[VKHH de, partilha, envolvendo todos os seus tendo estando presentes Idosos de to- população envolvida. colaboradores, Clientes, familiares dos dos os Centros da Obra Diocesana de Todo o trabalho, carinho e moti- Clientes e abertura a toda a comunidade Promoção Social bem como pais e fa- vação evidenciados na preparação desta envolvente ao Centro. miliares de Idosos e das Crianças que celebração foram também referidas pelo frequentam diariamente o Centro de São Sr. Pedro Pimenta, nomeadamente de to- João de Deus. dos os colaboradores do Centro de São Desta forma e dando seguimento a outras atividades já realizadas, no passado dia 17 de Maio, celebrou-se no A emoção e a alegria foram mui- João de Deus e de todos os outros Cen- Centro Social de São de Deus uma Euca- tas, enriquecidas com a presença do tros presentes, valorizando estas ativida- ristia, dirigida pelo Exmo. Sr. Padre Diz da Exmo. Sr. Pedro Pimenta, membro do des como caminho de motivação e de Paróquia da Areosa, que mais uma vez e Conselho de Administração da Obra Dio- causa para que a Obra Diocesana como de forma muito amável e disponível nos cesana de Promoção Social e do Diretor Instituição Cristã, realce todos os seus proporcionou uma celebração de partilha Técnico da Instituição, Dr. Carlos Pereira, valores, que poderão apoiar e preencher e de envolvência de toda a comunidade além da presença de alguns Coordena- muitas das necessidades que cada vez que assistiu. dores de outros Centros. mais se assumem como fundamentais. Esta celebração foi inserida tam- *LSLIYHsqV KH ¸7HY[PSOH KV O Sr. Pedro Pimenta fez questão de Deus vivenciou uma celebração veu com os Apóstolos. T\P[V ZPNUPÄJH[P]H PUZLYPKH UV [LTWV Esta celebração envolveu na No passado dia 22 de Março da Quaresma, a “Partilha do Pão”, em sua preparação e na sua vivência, as de 2013 o Centro Social de São João memória da última Ceia que Jesus vi- crianças da Creche e Pré-escolar, os Pão” idosos do Centro de Dia, Centro de [HTItTJVUÄHKVV7qVWHYHHWHY[P- Agradeceu também a presen- Convívio e Apoio Domiciliário, e ido- lha, momentos devidamente acompa- ça de todos os convidados bem como sos convidados de todos os Centros nhados por cânticos de alegria e de todo o envolvimento na celebração da da Obra Diocesana. comemoração. equipa de trabalho do Centro Social de São João de Deus. presidida Ao longo da celebração pu- pelo Exmo. Sr. Padre da paróquia da demos também escutar leituras e o Este envolvimento foi reforça- Areosa, Sr. Padre Diz, conduzindo de evangelho singelamente escolhidos do pelo agradecimento também feito forma inesquecível e de envolvência pelo Exmo. Sr. Padre Diz, que depois o pelo Coordenador de Centro, refor- com todos os grupos de pessoas pre- desenvolveu com a sua disponibilida- çando toda a motivação evidenciada sentes. de e simpatia com todos os presentes, pela equipa de trabalho, relembrando SL]HUKV[VKVZH\THYLÅL_qVZVIYLH também que estas atividades são rea- importância do amor ao próximo. SPaHKHZ JVT H ÄUHSPKHKL KL WHY[PJPWH- A Celebração foi Esta celebração teve o prazer de contar com a presença do Exmo. ção de toda a comunidade de clientes Sr. Presidente do Conselho de Admi- O momento central da celebra- nistração da Obra Diocesana de Pro- ção foi a Partilha do Pão antecipada moção Social, Sr. Américo Ribeiro, pela música “Pai Nosso”, em que de- 6 ÄUHS KH *LSLIYHsqV MVP [HT- bem como da presença do Exmo. Sr. pois de cantado e rezado permitiu a bém de partilha, com a entrega de Pedro Pimenta, vogal do Conselho de partilha do Pão por todos os presen- uma ramo de espigas, símbolo do Pão, Administração. tes. ao Exmo. Sr. Padre Diz, que presidiu à da Obra Diocesana . Estiveram também presentes Após este momento de comu- cerimonia bem , e também ao Conse- os Coordenadores dos Centros So- nhão o Exmo. Sr. Presidente Américo lho de Administração da Obra Dioce- ciais da Obra Diocesana, que junta- Ribeiro, usou da palavra para mostrar sana e aos coordenadores de Centro mente com os idosos de cada Centro [VKH H YLÅL_qV [PYHKH KH JLSLIYHsqV Presentes, como forma de agradeci- tornaram esta celebração memorável. evidenciado a importância da Obra mento pela presença nesta atividade O início da Celebração coin- Diocesana, como sendo uma Institui- que permitiu ao Centro Social de São cidiu com a simbolização da fé das ção católica e o poder que tem para João de Deus, sentir a importância crianças, que percorreram um cami- evidenciar diariamente toda a sua fé , destas atividades para toda a comu- nho iluminado em direção à cruz onde dado que é uma instituição “…una e nidade de clientes da Obra Diocesana colocaram as suas luzes e candeias a viver intensamente o Ano da Fé…”, de Promoção Social. no altar, altar este idealizado como através de atividades que envolvam a Barca do “Ano da Fé”, onde estava todos os clientes. Ano VIII . n.º30 . Trimestral . Março 2013 37 38 Obra Diocesana de Promoção Social Mónica Taipa de Carvalho Diretora dos Recursos Humanos e Jurídicos Formação na Obra Diocesana A Obra Diocesana de Promo- IVYHKVYLZ(U\HSTLU[LVZJVSHIVYHKVYLZKL]LTILULÄJPHYKLHsLZKLMVYTH- ção Social, enquanto entidade forma- sqVTPUPZ[YHKHZWVY\THLU[PKHKLJLY[PÄJHKH*VTV[HSH6IYH+PVJLZHUH[LT KVYH JLY[PÄJHKH WYVTV]L\ HV SVUNV cumprido com esta obrigação legal e transformado o investimento na formação dos últimos anos, inúmeras ações de WYVÄZZPVUHSKVZZL\ZJVSHIVYHKVYLZU\THTHPZ]HSPHWHYHHWY}WYPH0UZ[P[\PsqV ]HSVYPaHsqV [tJUPJVWYVÄZZPVUHS WHYH os seus colaboradores. 5LZ[LZLU[PKVLYLJVYYLUKVHVH\_xSPVKL\THMVYTHsqVWYVÄZZPVUHSLÄciente e precedida de um diagnóstico de necessidades junto dos colaboradores, *VTV MVYTHsqV WYVÄZZPVUHS JVUZLN\LTZLTLSOVYLZYLZ\S[HKVZX\LYHVUx]LSKHX\HSPÄJHsqVX\LYHVUx]LSKH no seu contexto geral, entende-se um produtividade. Por outro lado, a formação leva também a que a própria Instituição conjunto de atividades que visam a conheça melhor os seus colaboradores. aquisição de conhecimentos, capaci- A gestão da formação, na Obra Diocesana, é partilhada pela Direcção de dades, atitudes e formas de compor- -VYTHsqV 7YVÄZZPVUHS VYPLU[HKH T\P[V KPSPNLU[LTLU[L WLSH +Y¡ 7H\SH :HS]HKVY tamento exigidos para o exercício das colabo-radora da Instituição de há longo tempo, e pela Direcção de Recursos M\UsLZ WY}WYPHZ KL \TH WYVÄZZqV Humanos e Jurídicos que operacionaliza, coordena e supervisiona a execução em qualquer ramo de atividade eco- da formação. nómica. Esta tem particular relevo em contextos humanistas como o da ação Novas Oportunidades social, plano em que se desenvolve a No âmbito do Programa Novas Oportunidades, a Obra Diocesana desen- missão da Obra Diocesana de Promo- ]VS]L\ H[t HV HUV WHZZHKV KP]LYZHZ HsLZ KL -VYTHsLZ 4VK\SHYLZ *LY[PÄ- ção Social. cadas inseridas em dois cursos distintos – “Agente em Geriatria” e “Técnica de A ODPS pretende, com a formasqVWYVÄZZPVUHS]HSVYPaHYHPTHNLTKV Ação Educativa” –, que conferiram equivalência ao 9º e 12º anos de escolaridade, respetiva-mente. colaborador e da Instituição nas mais Ambas as ações decorreram nas instalações do Centro Social da Paste- variadas competências. Tem sempre leira, que dispõe de uma sala de formação devidamente apetrechada e mobilada como referência o triângulo dos sabe- WHYHLZZLÄT res nomeadamente as competências Paralelamente a este projecto de formação modular composto por unida- psicossociais e sócio-afetivas, que des de formação de componente de base e por unidade de formação de compo- permitem desenvolver as atitudes co- nente tecnológica nas áreas de geriatria e técnicas de acção educativa, decorreu municacionais e os efeitos comporta- \TWYVJLZZVKLYLJVUOLJPTLU[V]HSPKHsqVLJLY[PÄJHsqVKLJVTWL[vUJPHZ[LUKV mentais; as competências cognitivas, em vista a obtenção dos graus de escolaridade acima referidos. que se situam ao nível do desenvolvi- Nos dois cursos participaram mais de 40 colaboradores, tendo predomi- mento intelectual; e as competências UHKVHZZLN\PU[LZJH[LNVYPHZWYVÄZZPVUHPZ!HQ\KHU[LKLHsqVLK\JH[P]HHQ\KHU[L psicomotoras, para o desenvolvimento de ação directa, trabalhadora auxiliar e ajudante de cozinheira. das capacidades manuais, situadas ao nível do saber-fazer. Formação para a inclusão A atual legislação laboral ape- A Formação para a Inclusão decorreu no âmbito de uma medida do Pro- la à obrigatoriedade das entidades grama Operacional Potencial Humano (POPH) que pretendia aumentar as quali- patronais proporcionarem a formação ÄJHsLZWYVÄZZPVUHPZLZVJPHPZKHWVW\SHsqVKLZMH]VYLJPKHUVTLHKHTLU[LIL- WYVÄZZPVUHS L JVU[xU\H KVZ ZL\Z JVSH- ULÄJPmYPVZKV9LUKPTLU[V:VJPHSKL0UZLYsqV9:0LKLZLTWYLNHKVZ (sistema HACCP), A Obra Diocesana promoveu 25 itinerários. Estas acções decorreram nos • Ajudantes de ação direta – Centros Sociais de Fonte da Moura, Pasteleira, São João de Deus e São Tomé. Os temas abordados foram muito variados, sempre na vertente do desen- JLY[PÄJHsqVKLTV[VYPZ[HWHYH volvimento social, pessoal e humano, tendo em conta o expectativas dos forman- transporte coletivo de crian- dos. De destacar os seguinte módulos: ças, • Todas as categorias – am- • Alimentação saudável e higiene pessoal, • Cidadania, direitos e igualdade, biente, segurança, higiene e • Comunicação e relacionamento interpessoal, saúde no trabalho; primeiros • Construção de projectos pessoais, socorros; primeira interven- • Cuidados básicos com crianças, ção no combate a incêndios. • Educação ambiental, Até 2014, continuarão a decor- • Educação para a parentalidade, • Educação para a saúde e sexualidade, rer os seguintes itinerários de forma- • Educação para os afectos, ção, que constituem a grande aposta • Gestão doméstica e económica, formativa da Instituição para presente • Prevenção da violência doméstica, biénio: (JVTWHUOHU[L KL *YPHUsHZ • Prevenção do alcoolismo e toxicodependência, – cuidar de crianças com idade até aos • Técnicas de confecção de alimentos. 12 anos durante as suas atividades quotidianas e de tempos livres, garan- Formação Interna A nível interno, ao longo do ano de 2012, a Obra Diocesana promoveu tindo a sua segurança e bem-estar e HsLZKLMVYTHsqVWYLMLYLUJPHSTLU[LKPYLJPVUHKHZWHYHHZJH[LNVYPHZWYVÄZZPV- promovendo o seu desenvolvimento nais de ajudante de ação direta e ajudante de ação educativa, com os seguintes adequado. Assistente módulos: Familiar e de • Animação em lares e centros de dia, (WVPV n *VT\UPKHKL – prestar cui- • Prevenção e primeiros socorros, dados de apoio direto a pessoas no • Psicologia da velhice, domicílio ou em situações de interna- • Saúde da pessoa idosa – prevenção de problemas e cuidados básicos, mento ou semi-internamento em es- • Velhice – ciclo vital e aspetos sociais, tabelecimentos e serviços de apoio • Animação – conceitos, princípios e técnicas, social, respeitando as indicações da • Atividades pedagógicas com crianças com necessidades educativas equipa técnica e os princípios deontológicos. especiais, • Acompanhamento de crianças – técnicas de animação, • Modelos psicológicos e fases do desenvolvimento da criança, • Prevenção de doenças e acidentes na infância, Paralelamente, decorreram outras formações, algumas das quais trans]LYZHPZH[VKHZHZJH[LNVYPHZWYVÄZZPVUHPZ! • Cozinheiras e ajudantes de cozinheira – higiene e segurança alimentar Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 39 40 Obra Diocesana de Promoção Social Bernardino Chamusca Associação Católica do Porto: 140 anos de espaço e espírito de diálogo A Associação Católica do Porto clarabóia central que ilumina o salão e quis e quer fazer desde há século e (abreviadamente, ACP) é, nos termos as galerias que lhe estão sobranceiras, meio. Quando os seus fundadores - dos seus actuais Estatutos, aprovados sendo a estrutura construída em ma- com especial realce para o Conde de em 2011, uma associação privada de deira. Samodães - a lançaram em 1872, pre- ÄtPZ JVUZ[P[\xKH LT ZVI PUZWP- O conjunto é dominado pela tendiam reunir esforços de vários cren- ração, entre outros, de Francisco de máxima «Laetetur cor quaerentium do- tes, especialmente leigos, para que o Azeredo Teixeira de Aguilar, 2º Conde minum», versículo 3 do salmo 104 (ou inevitável diálogo com a sociedade li- de Samodães, e de Roberto Guilherme 105 nas Bíblias actuais), o que, em lín- beral da altura decorresse com profun- Woodhouse, seu primeiro presidente N\H WVY[\N\LZH ZPNUPÄJH HSLNYLZL V didade e se manifestasse em cidadania da Direcção. Os Estatutos tiveram su- coração dos que procuram o Senhor», activa.” cessivas versões em 1887, 1896 e 1929 lema que a ACP tem procurado seguir e agora em 2011. ao longo dos seus 140 anos de vida. E acrescenta Dom Manuel: «Nos seis anos em que tive a graça de “Visa a divulgação da doutrina Tendo a ACP vocação para integrar a Igreja diocesana do Porto, a da Igreja Católica, bem como da cul- congregar todos os católicos, bem Associação Católica sempre me pro- tura católica, nomeadamente na pers- como as respectivas associações, porcionou o espaço e o espírito para WLJ[P]H KH HJsqV KVZ ÄtPZ UV J\S[P]V movimentos, paróquias e demais ex- continuar nesse sentido. Com tantos dos direitos humanos e dos valores pe- pressões colectivas da fé e da cultu- e tantos outros que participaram em renes do Cristianismo, aplicando nas ra católica, foi introduzida nos actuais quase meia centena de sessões Ecce estruturas civis a mundividência cristã ,Z[H[\[VZHÄN\YHKVHZZVJPHKVWLZZVH Homo, senti que os fundadores da As- e procurando «enformar a ordem tem- JVSLJ[P]H H ÄT KL HStT KHZ WLZZVHZ sociação Católica estavam contentes poral com o espírito cristão”. singulares, também aquelas poderem no céu com o que prosseguíamos na terra.» A ACP tem personalidade jurí- associar-se na ACP. Registe-se que a dica, canónica e civil, nos termos dos ODPS é a pessoa colectiva associada artigos 10º e 11º da Concordata entre a nº 1 da ACP, estando em marcha uma Santa Sé e o Estado Português. campanha pela obtenção de novos as- A sede da Associação situa-se sociados. na cidade do Porto, na Rua de Pas- Nas palavras de D. Manuel Cle- sos Manuel, nº 54, em edifício de que mente, então Bispo do Porto e agora é proprietária, construído, ao que se Patriarca de Lisboa, que inúmeras ve- pensa, na década de vinte ou trinta do zes esteve na ACP com o seu saber século XX. e a sua simpatia (nomeadamente nas A entrada faz-se por uma es- sessões «Ecce Homo»), palavras que cadaria nobre que se divide em dois encimam a versão actual dos Estatu- tramos de escadas que conduzem ao tos da ACP, “a Associação Católica do salão nobre, espaço polivalente, dota- Porto representa na cidade e no país do de um palco, que recebe luz de uma muito do que o catolicismo português É neste rumo que a ACP pretende fazer caminho. João Miguel Pratas Diretor do Economato, Logística e Manutenção Lavandaria Central da Obra Diocesana Uma das estruturas centrais da sociais de terceira idade da Obra Dio- ou ao cliente. Ao longo de todo o pro- Obra Diocesana de Promoção Social é cesana – Serviço de Apoio Domiciliário, cessamento, a roupa é acompanhada a Lavandaria Central, que constitui uma Centro de Dia e Centro de Convívio. WVY \TH ÄJOH PUKP]PK\HS L PKLU[PÄJH[P]H face menos visível, mas não menos im- Em alguns dos casos mais dramáticos, do Centro Social ou do cliente, de modo portante, no quotidianos da ação social passa pela Lavandaria Central toda a a minimizar possíveis trocas. que a Instituição presta à população roupa pessoal (roupa interior, camisas, A Lavandaria Central funcio- mais carenciada da cidade do Porto. saias ou calças, roupa de dormir, etc.), na durante todos os dias úteis do ano. Esta Lavandaria foi criada em toda a roupa de cama (lençóis, mantas Atualmente, processa quase 2000 kg 2005, tendo sido inaugurada a 1 de e cobertores), mas também outros arti- KL YV\WH WVY KPH (V ÄT KL \T HUV Junho pelo então Bispo do Porto, D. gos como cortinas e tapeçari-as. Esta é este valor equivale a cerca de quinhen- Armindo Lopes Coelho. Funciona num a via humana para promover a dignida- tas toneladas de roupa. edifício próprio, construído de raiz pela de nas habitações de clientes totalmen- Para assegurar o tratamento de Obra Diocesana, que engloba também te desprovidos de retaguarda familiar e toda esta roupa, existem quatro má- outros dois servi-ços – o Armazém Cen- para quem este serviço constitui a única quinas de lavar, duas das quais com tral e a Central de Costura. possibilidade de manter uma merecida uma capacidade para 55 kg de roupa. e desejada higiene. A nível de secadores, funcionam seis Esta instalação resultou da concentração das quinze lavandarias que Diariamente, a roupa é recolhida máquinas, com capacidades distintas anteriormente existiam nos diversos em todos os Centros Sociais e trans- e adequadas às necessidades de seca- Centros Sociais da Instituição e que portada para a Lavandaria. Aí, e numa gem. Todos os detergentes são dosea- progressivamente foram encerradas. primeira etapa, sofre uma triagem, após dos automaticamente, sendo que o seu Com este projeto, pretendeu atingir-se, a qual é conferida (quantidade e tipo de fornecimento às máquinas é totalmente entre outros, os se-guintes objetivos: artigos). Algumas das roupas dos clien- mecanizado, dispensando qualquer in- centralização de todo o tratamento da tes carecem de uma pré-lavagem ou tervenção humana. roupa; libertação de espaço nos Cen- de outros cuidados especiais, em virtu- O funcionamento da Lavandaria tros Sociais; padronização e melhoria de do seu nível de sujidade. Após este é assegurado por sete lavadeiras. É gra- de todos os processos associados; e processo, dá-se início à lavagem e pos- ças a este equipa coesa, determinada, economias de escala (designadamen- terior secagem. Seguidamente a roupa dedicada e empenhada que, oito anos te a nível de recursos humanos, água, é engomada e devidamente embalada. após a sua inauguração, é possível di- energia e consumíveis). Finda esta etapa, a roupa é devolvida, zer que esta foi mais uma aposta ganha também diariamente, ao Centro Social pela Obra Diocesana. Na Lavandaria Central são processadas todas as roupas e outros artigos têxteis próprios dos Centros Sociais (toalhas de mesa, lençóis, babetes, edredões e respetivas capas, batas, aventais, etc.). Paralelamente, a Lavandaria é também responsável pelo tratamento da roupa dos clientes das respostas Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 41 42 Obra Diocesana de Promoção Social espaço solidario mensagens recebidas sobre o novo SER BOM E AMAR Senhor Presidente, Quem é bom, dá para que quem vive, viva melhor, Recebi com muito gosto o exemplar do nº. 30 da Revista Espaço Solidário. Quem ama, vive para servir gratuitamente; Nas suas páginas tive ocasião de apreciar H ]HSPVZH VIYH KL ILULÄJvUJPH X\L H 6IYH Diocesana de Promoção Social, com tanta dedicação, continua a promover na Diocese do Porto. Quem é bom, suporta as ofensas com coragem, Quem ama, tenta esquecer e recomeçar o relacionamento; Quem é bom, compadece-se de quem precisa ou sofre, 8\LTHTHHQ\KHLÄJHaTLU[LVZX\LWYLJPZHT" Agradecendo a gentileza da oferta, cordialmente apresento a expressão da minha consideração na alegria do Senhor Ressuscitado. Quem é bom, começa e acaba a tempo e horas, Quem ama, começa para não mais acabar de bem ajudar; Quem é bom, faz o que pode esforçadamente, Quem ama, consegue até o que parece impossível; + Rino Passigato Quem é bom, perdoa os erros e ofensas sofridas, Núncio Apostólico Quem ama, se possível, não deixa errar e não desiste de emendar; Quem é bom, ajuda quem está perto e faz-se próximo, Exmo. Senhor Quem ama, está sempre perto para ajudar oportunamente; Presidente do Conselho de Administração da Quem é bom, também ama os outros como eles são, 6IYH+PVJLZHUHKL7YVTVsqV:VJPHS Quem ama, sempre é bom e progride na perfeição; Quem é bom, não faz mal a ninguém voluntariamente, Encarrega-me Sua Excelência o Ministro da Solidariedade e da Segurança Social de acusar a recepção da carta, data de 01 de Abril KLLHNYHKLJLYH=,_¡6LU]PVKH9Lvista “Espaço Solidário” Quem ama, faz o bem até a quem lhe quer mal; Com os melhores cumprimentos Quem é bom, atende as necessidades de quem precisa, Quem ama, tem necessidade de atender, acolher e estimar; Quem é bom, estuda as condições para dar oportunamente, Gabriel Osório de Barros, Dr. *OLMLKV.HIPUL[L Quem ama, dá sem condições e com generosidade; Quem é bom, é como Deus o criou auto actualizando-se, Exmo. Senhor Quem ama, faz como Deus quer que se seja, viva e actue; Américo Ribeiro Quem é bom, cansa-se e às vezes desanima, Presidente do Conselho de Administração da Quem ama, nunca descansa de ser bom e fazer o bem; 6IYH+PVJLZHUHKL7YVTVsqV:VJPHS Quem é bom, vê a pessoa que pede e precisa, Quem ama, vê na pessoa Deus que pede e pratica a liberdade a tempo e horas, com alegria e esperança. E eu? Sou bom? Amo? … Fr. Bernardo, o.p. Exmo. Senhor Américo Ribeiro Presidente do Conselho de Administração da 6IYH+PVJLZHUHKL7YVTVsqV:VJPHS Meu caro amigo, 9LJLIPVU¢KHYL]PZ[H,:7(h6:630+Í906X\LHNYHKLsV (YL]PZ[HTVZ[YHJVTVZLTWYLHPTLUZHX\HSPKHKLLKP]LYZPKHKLKV[YHIHSOVKH6IYH,]PKLUJPHH PTWVY[oUJPHKH6IYHUH]PKHKHJPKHKLLVLTWLUOVKVZZL\ZJVSHIVYHKVYLZLKPYPNLU[LZ Quero, por isso, dar-lhes os mais sinceros parabéns. Numa época conturbada como a que atravessamos, é muito importante sentir que o Porto pode contar com uma Instituição como a vossa. Respeitosos cumprimentos. Agradeço o amável convite para participar UV 1HU[HY KL )LULÄJvUJPH UV WY}_PTV KPH 23 do corrente mês de Maio. Não me será possível marcar presença nesse Jantar de )LULÄJvUJPH V X\L KLZKL Qm WLsV H Z\H compreensão. Contudo, não posso deixar de lhe dizer o quanto admiro a obra extraordinária de promoção social que tem realizado e certamente continuará a realizar em prol dos mais necessitados. Bem haja. Que Deus o ajude e lhe dê sempre essa força de vontade em suavizar a vida daqueles que mais precisam. … Reiterando os meus cumprimentos e agradecendo o amável convite, António Rocha e Balsamina Valente Com os melhores cumprimentos Santa Maria da Feira Manuel Pizarro, Dr. Exmo. Senhor (V:LUOVY7YLZPKLU[LKH6+7: Bom e caro amigo Américo Ribeiro, Américo Joaquim da Costa Ribeiro Boa tarde Amigo Ribeiro, 7YLZPKLU[LKH6IYH+PVJLZHUHKL7YVTVsqV Social Antes de mais quero felicitar-te pelo êxito do 1HU[HYKH6+7:UqVHWLUHZWLSVUTLYVKL pessoas presentes, que por si só já é muito representativo, mas pelo que se pôde sentir, o “sentimento de solidariedade” que esteve presente em todo o evento. Quero uma vez mais agradecer-lhe e felicitá-lo pelo seu empenho e altruísmo, tão raro nos dias de hoje. Sinto-me sempre mal pelo tão pouco que faço e tanto que é preciso fazer, mas disponha de mim como bem entender. Exmo. Senhor Presidente, Encarrega-me o Presidente da Comissão Europeia, Dr. José Manuel Durão Barroso, de agradecer a carta que V. Exª. quis fazer o favor de enviar a 1 de Abril, pela qual lhe transmite o nº. 30 da Revista “Espaço Solidário”, que reteve toda a sua atenção. 6TL\T\P[VVIYPNHKVWLSVJVU]P[LWHYHMHaLY parte desta “família” e uma vez mais os meus parabéns. Com os meus melhores cumprimentos, … <T ]La THPZ HNYHKLsV H JVUÄHUsH X\L LT mim deposita e abraço-o com uma amizade ZLTÄT José António Braga, Dr. Hélio Loureiro Porto Porto Raquel Lucas Amigos em crescendo! Donativos de 23 de Março a 19 Junho de 2013 Descrição Contribuição Alunos EMRC (Educação Moral e Religiosa Católica) 1 000,00 € Américo Joaquim da Costa Ribeiro 500,00 € Ângela Maria Pereira Santos, Dra. 50,00 € Anónimo 5,00 € Anónimo 50,00 € 100,00 € António Alves Carvalho Machado 50,00 € António Moreira Milhomens 150,00 € António Vieira da Rocha 25,00 € Armanda Maria da Silva Castro 100,00 € Artur Lima 50,00 € Associação para o Diálogo Multicultural 100,00 € Auto Reparadora de Arnelas, Lda. Cáritas Diocesana do Porto Cláudia Cristina Vieira Mena, Dra. Distribui - Comércio e Distribuição de Produtos Alimentares, Lda. 50,00 € Instituto Missionário Filhas de São Paulo 62,00 € 6 100,00 € Jantar de Beneficência Jorge Filipe Oliveira Costa Ribeiro, Dr. 75,00 € José Alves Pais 50,00 € José António Pedro de Almeida, Dr. 100,00 € José Augusto Gomes Azevedo 100,00 € José Ferreira da Silva Santos 300,00 € JPFPV 700,00 € Júlio Tavares Rodrigues 100,00 € Márcia Cristina Correia Resende, Dra. 50,00 € 50,00 € 50,00 € Maria Emília de Jesus Moura 40,00 € 50,00 € Maria Teresa Pais Quelhas Lima de Souza-Cardoso, Dra. 100,00 € Megavale - Informática, Lda. Padaria São Pedro 50,00 € 150,00 € 100,00 € 50,00 € Liga dos Amigos da Obra Diocesana Já se fez Amigo da Liga? Contribua com um Donativo Pode ser Mensal, Anual ou Único Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118 Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3) Ano VIII . n.º31 . Trimestral . Junho 2013 43 Obrigado! Gonçalo Furtado de Mendonça Contribuição Horácio Magalhães, Lda. Margarida de Aguiar Monteiro, Dra. 1 500,00 € EGA Descrição
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