Entrevista “Eric P”

Transcrição

Entrevista “Eric P”
1ª Entrevista
Entrevista “Eric P”
1. Há quanto tempo descobriste o teu gosto pela musica?
R.: Desde dos 9 anos que eu ouço Hip Hop. Antes de vir para Portugal, vivia em Franca,
assistia muito ao canal Mcm no qual passavam muitos clips de Rap.
Eu descobri o meu gosto pela música através do meu irmão mais velho conhecido como Jimmy
que neste caso e dos artistas mais ouvidos e respeitados do país, já consumia muito rap
Francês e colecionava muitos álbuns de Rap Americano e Francês.
2. Como é que achas que o Rap é hoje visto pela sociedade?
R.: Aos olhos da sociedade o rap continua a ser visto como uma ignorância. O papel sociedade
sempre foi condenar ao permitir que verdades sejam ditas e mostradas. O rap é uma defesa e
serve também para denunciar para os problemas da sociedade e revelar as suas injustiças.
Hoje se existe rap, é para o artista passarem a sua mensagem, relatarem problemas e abrirem
a mente das pessoas.
A ideia que as pessoas têm e de quem ouve este estilo de música é marginal, comete crimes e
incita a violência, julgam sempre pela imagem antes de ouvir as verdades que são transmitidas
pelos artistas.
O Rap sempre foi mal interpretado, quando o papel dos artistas sempre foi combater contra as
desigualdades e passar a mensagem que o crime não compensa.
Os Mídias ignoram o rap, acham que os artistas são ignorantes. Numa entrevista o Ice Cube
disse: " A Mtv não aguenta, não querem ver a realidade dos bairros mas passam um clip em
que a Madonna encontra-se nua".
3. O que mudarias na musica atualmente?
R.: Falando de mulheres, copos, festas, vaidade e riqueza, eu posso citar-te alguns casos. No
meu projeto eu inclui estes temas porque fazem partes dos meus gostos, sempre ouvi Rap
Americano e Francês, gosto de sair para dançar, fazer barulho, javardar (Risos), isto tudo faz
parte da minha pessoa, o importante e assumires o teu papel. Antes das pessoas gostarem,
primeiro tens que estar satisfeito com aquilo que fazes porque é errado fazeres um som que as
pessoas gostam se não for do teu gosto.
Há exemplos que eu vou-te citar, tens os artistas que falam de mulheres, vaidade, festas e etc,
são gostos. Devem passar as suas vidas na noite, são artistas que são reais agora se o artista
não tem carro, apanha o metro e ainda reside com os pais, não pode inventar que guarda uma
635 no carro e vende droga para sustentar-se.
Eu mudaria muita coisa no Rap do Porto por exemplo, não quero falar muito mas em primeiro
lugar a mentalidade dos fas tem que ser mudada, Usas um beat que não é adequado ao estilo
que querem, vens de fora, não tens o sotaque da cidade, não vestes como os seus rappers
favoritos e porque a tua cena já não é rap.
O que os fas tem que entender, o potencial e visto nas letras, não nos beats e nos temas. Isto
é, fazes um som de intervenção, não tens o 9ºano e a letra que escreveste pode estar podre.
Toda gente pode fazer um som contra o estado, se o artista não tiver uma letra de jeito, e claro
que eu não vou gostar, não vou dizer que é grande som só porque falou do estado.
Existem rappers que partem tudo e outros que deviam-se calar. Criticas um rapper da tuga que
cita mulheres, sexo, javardice, armas, drogas e etc nos seus textos, num entanto ele tem skill.
Se cresceste a ouvir o rap dos 90 até agora, é claro que não ouves mais nada e acabas por
não aceitar os outros estilos de música.
Eu cito-te um exemplo, O Lil Wayne e como o Pac, dizem que o Wayne liricalmente nao vale
nenhum por ele incluir dinheiro, fama, swag e etc nos seus textos,
Na altura que o Pac fazia parte da Death Row, fazia músicas a "Cara Podre" de quem fica teso
e não valoriza as mulheres com intencões de rasga-las, tens o "I Get Around", " Temptation" e
1ª Entrevista
o "How do you want it".
Por ele morrer é que foi considerado um dos melhores rappers. Talvez se o Wayne morresse
agora, seria considerado como um dos melhores tal como é considerado o Pac. Muitos fas
precisam de levar com garrafa nas ventas para entender as coisas (Risos).
Rap e liberdade, cada artista faz como entender.
4. Tens projetos para o futuro?
R.: Para o ano se Deus quiser sai o meu terceiro Projeto intitulado: "Eric p e o presidente", o Ep
vai bombar a serio, Trap do Porto, fica só calmo (Risos). Até Deus levar-me vou fazer uns
quantos projetos e fatigar o pessoal com boas músicas. O people sabe que o Pizzy traz coisas
boas (Risos).
5. Quais são as tuas influências?
R.: No que toca ao Rap, as minhas influências sao diversas. Eu tenho muitas influências do
Rap Frances, Americano e Angolano.
Desde cedo comecei a ouvir artistas do Rap Frances como o Booba, Ntm, Rohff, Fonky Family,
a lista é longa (Risos). Mais tarde passo a conhecer o Rap Americano, acabo por apreciar
também o rap do Snoop Dogg, Dr. Dre, The Game, Eazy-e e Ice Cube.
O artista que mais me influencia é o Booba.
6. És da opinião de que com críticas construtivas tornamo-nos mais fortes?
R.: Por um lado, as críticas construtivas ajudam-nos a crescer, haverá sempre críticas durante
o percurso musical.
Nós como artistas, estamos habituados aos elogios dos nossos, as críticas construtivas servem
para a melhoria do empenho do artista.
Tanto uma critica construtiva como destrutiva torna-nos mais fortes.
Tens os senhores "Haters" que não reconhecem o teu esforço e fazem com que fiques
chateado, logo dão motivos para serem atacados verbalmente.
A critica destrutiva faz com que te rebaixes, a critica construtiva faz com que melhores o teu
trabalho e percebas onde e que tens errado nas musicas.
7. Para terminar,desejas dizer algo ou deixar alguma palavra sobre este novo site inovador?
R.: Eu aconselho a visitar este site, é muito interessante (Risos). Para quem gosta de Hip Hop
e passa o seu tempo na internet, ja sabe o que visitar. Continuem a apoiar o trabalho dos
outros, voces amantes, fas, amigos dos nossos trabalhos, vocês são os maiores, diariamente
lutamos para um sonho e estamos a fazer com que ele se realize. Podem sempre seguir as
novidades e o trabalho dos artistas através deste site.
Obrigado pela entrevista.