Ficha 10

Transcrição

Ficha 10
A - 10
CAIXA DE HISTÓRIAS
Atividade de interpretação de fonte
escrita e produção textual
Glossário
Povos Originários: denominação dada
aos índios atribuindo-lhes a identidade
de povos que viviam aqui originalmente,
antes da chegada dos europeus.
Pesquisa em outras bases
Levantar as palavras desconhecidas e
pesquisar em um dicionário.
Diálogos
1)
De qual período trata a fonte?
2)
Qual era a relação entre os
colonizadores e os povos
originários (índios) na formação
de Mato Grosso?
3)
De onde surge o nome
“Xarayes”?
4)
Houve somente encontros
amigáveis entre os colonizadores
e os indígenas?
Atividade individual
Faça, em seu caderno, anotações das
discussões em sala.
Produção individual
A
partir
das
características
apresentadas, ao longo da discussão,
sobre a narrativa das viagens à Laguna
de Los Xarayes, continue, no caderno, a
seguinte frase, dando a ela uma
continuação coerente com as fontes:
FORMAÇÃO DE MATO GROSSO
COLONIZADORES, ÍNDIOS E O XARAYES
Nuflo Chaves foi o capitão enviado à província dos Xarayes, partindo de Assunção com o objetivo de
povoar tal região. Durante o percurso, deparou com os povos nativos (povos indígenas) e uniu-se a
alguns deles para derrotar os povos inimigos.
Os povos originários (povos indígenas) não foram apenas vítimas dos colonizadores; também se
associaram a alguns por interesses próprios, em especial para a própria sobrevivência.
Dificuldades com a alimentação, a adaptação ao meio e às condições climáticas, necessidade de
utilizar a sabedoria dos índios com relação aos imprevistos da terra, viagens arriscadas em todos os
sentidos, por causa da fauna e da flora, do ataque de outros nativos que não fossem aliados, dos rios
bravios, entre outras, são algumas das situações que os colonizadores vivenciavam, por isso, sem a
participação dos próprios povos indígenas, os colonizadores não teriam “conquistado” essas terras.
Além dos interesses da colonização, como, por exemplo, a captura da mão de obra indígena e o
encontro de metais preciosos, as expedições também tinham por objetivo povoar e tomar conta das
terras, o que ocasionou a formação do Estado de Mato Grosso.
Os colonizadores tiveram muitas perdas, decorrentes da dificuldade de adaptação e também da
resistência indígena, além de dependerem dos nativos para ocupar as terras; mas os indígenas
tiveram perdas ainda maiores, em especial pelas doenças que os acometiam e pela violência
empregada no processo de ocupação das terras.
“Tendo-se aprontado o capitão Nuflo de Chaves para a empreitada que foi programada com a gente
que se ofereceu para acompanhá-lo, saiu de Asunción, no ano de 1557, com 220 soldados e mais
1500 amigos, bom numero de cavalos e bem provido de armas e munições, a armada do rio ia em 12
barcos de velas e remos, muitas canoas e balsas, que navegaram tranquilamente. Os demais foram
por terra, seguiram sua viagem até o porto de Itatín, onde embarcaram, juntamente com os índios
amigos que levavam, até reconhecer a terra dos Guayarapos, os quais saíram em suas canoas e
passando adiante chegaram à margem de dois ou três rios ou lagoas *...+. Passaram o porto dos
Reyes e chagaram à ilha dos Orejones, onde descansaram alguns dias e dali prosseguiram ao porto
dos Peravayanes, a província dos Xarayes e desceram a terra muito contentes, por seu bom caráter e
disposição, ainda que não tenham achado lugar tão apropriado como lhes convinha; assim foi
decidido por Nuflo de Chaves que percorresse a terra e procurasse um local para a sua fundação.
Saiu com toda a gente de sua armada terra adentro, deixando ao cuidado dos índios Xarayes todas
as embarcações, apetrechos e condimentos que não puderam comodamente levar e entrando por
aquele território, chegaram a um povoado muito grande, chamado de Paysurí, nome do índio
principal daquela comarca, o qual saiu para recebê-lo em paz e prosseguindo seu caminho,
chegaram aos povos dos Jaramasis, onde se detiveram algum tempo, até a colheita do milho *...+.
Pelo fato de estar muito distante o porto onde tinham deixado as embarcações, trataram de
retroceder, para os Xarayes, ao lugar que lhes tinha sido destinado ao povoamento, como se o
propuseram e pediram.” (GUZMAN, 2011, p. 224-226).
“Na terra de Xarayes, um encontro
inesperado acontece; um cara pálida
chega à laguna de los Xarayes e depara
com povos originários ...”
Fonte escrita:
GUZMAN, Ruy Diaz de. Anais do descobrimento, povoação e conquista do Rio De La Plata. Campo Grande: Fundação de Cultura do Estado, 2011.
P - 10
CAIXA DE HISTÓRIAS
7º ano fundamental
Atenção!
Esta ficha se relaciona com as seguintes
fichas: 09; 15; 16; 17
Sequência
1)
Organizar a sala em grupos de
quatro ou cinco alunos;
2)
Fazer leitura da fonte;
3)
Estabelecer debates dentro dos
grupos, a partir do diálogo
proposto;
4)
Produção de um texto expondo
os resultados das discussões.
Objetivos do conteúdo (possibilitar ao
aluno)
1)
2)
Estudar a relação entre colonizador europeu e nativo nas fronteiras dos impérios português e
espanhol, na América do século
XVI;
Discutir o povoamento da região
e o papel dos povos originários
nesse processo.
Sobre a fonte
Na obra de Costa, encontra-se a história
da colonização europeia do Pantanal
mato-grossense do século XVI ao XVIII.
“Anais do descobrimento” é uma
coleção organizada pelo governo de
Mato Grosso do Sul chamada
Documentos Para a História de Mato
Grosso do Sul.
FORMAÇÃO DE MATO GROSSO
ORIENTAÇÃO
Laguna de los Xarayes foi o nome dado originalmente à região do Pantanal como referência à denominação dos indígenas que habitavam as margens do rio do Paraguai.
“Hoje se chama a região em estudo genericamente de Pantanal. No entanto, a imensa planície inundável foi, durante muito temo, espaço privilegiado para sonhos concebidos sobre uma realidade
desconhecida. Durante séculos, foi descrita em textos e representada em mapas como a fabulosa
Laguna de los Xarayes, lugar de onde vertiam as águas do grande rio Paraguai. Este mito geográfico
sobreviveu até meados do século XVIII. Durante este tempo, Xarayes foi uma imagem constante nos
relatos e mapas europeus. Esta lagoa, ou lago, transformou-se na representação mais significativa
da bacia do Alto Rio Paraguai naqueles séculos, e a figuração mais recorrente das projeções encantadas criadas a partir dos primeiros narradores: um lugar fabulosamente imaginado, criado e representado *...+. Inicialmente aparecem os Xarayes, um povo índio que habitava ambas as margens de
um trecho do rio Paraguai. Por extensão, Xarayes passou a topônimo, surgindo a região, o lugar
Xarayes *...+descreveram os Xarayes como dóceis, amigos, e senhores de um vasto território. Eram
agricultores e suas terras um lugar de grande abundancia. *...+. Nenhum dos seus primeiros narradores descreve Xarayes como lago ou lagoa. Nas narrativas *...+ há referencias a outros lagos, como o
Lago do Sol e o das terras habitadas pelas Amazonas; [...] ao lago Eldorado, nunca a Xarayes. A
transfiguração deu-se a partir das interpretações das narrativas. A origem desta construção está
congenitamente imbricada na própria geografia do espaço interior da bacia do Alto Rio Paraguai e
nas suas primeiras descrições: um espaço fluvial lacustre, entrecortado por rios e lagoas, que surge
nos textos quinhentistas com sua sazonalidade de paisagem móvel. Embora nas narrativas Xarayes
não figure como lagoa, sua origem ali se encontra.” (COSTA, 1999, p. 131-136)
Nuflo de Chaves foi o capitão designado pelo governador da Província do Rio da Prata para povoar o
lugar de Xarayes, o qual conhecemos hoje por Pantanal. Para isso, em decorrência das diversas dificuldades encontradas na região, foi necessária a ajuda dos nativos. Aqui se destaca, de um lado, a
associação entre índios e colonizadores para edificação da colonização; de outro, a resistência de
alguns povos indígenas que reagiram com hostilidade e lutaram por suas terras.
No período tratado (séculos XVI ao XVIII), as Províncias correspondiam a divisões secundárias, como
comunidades autônomas da Coroa Espanhola, sendo seu governador designado por sua Majestade
da Espanha.
COSTA, Maria de Fatima. História de um país inexistente: o Pantanal entre os séculos XVI e XVIII.
São Paulo, Estação Liberdade: Kosmos, 1999.
O QUE SE ESPERA COM A ATIVIDADE
[Pretende-se que o aluno...]

Tenha contato com fontes do século XVI;

Compreenda a linguagem utilizada pelo autor;

Produza um texto narrativo coeso com as discussões estabelecidas em sala.