Palestina

Transcrição

Palestina
PALESTinA
PALESTinA
Gaza
CONFISSÕES
RELIGIOSAS
Muçulmanos80,6%
Judeus11,8%
Agnosticos5,7%
Cristãos1,9%
Cristãos
573.360
Católicos
25.000
Circunscrições
eclesiásticas
1
SUPERFÍCIE
??????km2
POPULAÇÃO
4.409.000
REFUGIADOS
---
DESALOJADOS
160.000
304
Desde que o Hamas tomou posse da faixa de Gaza em Junho de 2007,
os cristãos que vivem no território (cerca de 2.500, incluindo 200 católicos) ficaram sob as pressões Islamistas e tal situação afectou a sua
liberdade. As mulheres cristãs são agora forçadas a cobrir a cabeça
quando estão em público. E quanto mais a religiosidade muçulmana
aumenta, mais os cristãos se sentem cercados.
A operação israelita Cast Lead (Dezembro de 2008 a Janeiro de 2009)
piorou ainda mais a situação dos cristãos na Faixa de Gaza. Os muçulmanos olham por vezes para os cristãos como um símbolo do Ocidente, responsável pelos seus problemas. Casas e igrejas cristãs estão
quase diariamente sob ataque. Ataques à bomba foram dirigidos a
lojas que são propriedade de cristãos. Além disso, por causa das suas
famílias ou das suas igrejas, os cristãos foram forçados a colaborar
com o Hamas.
O culto católico tem agora de ter lugar longe do olhar de outrem. Na
Sexta-feira Santa de 2009, a Via Crucis (O Caminho da Cruz) foi feita
dentro da Igreja Latina da Sagrada Família; dantes, era celebrado nas
ruas do bairro.
A polícia começou também a proibir os cristãos de venderem bebidas
alcoólicas.
Ninguém foi preso pelo assassinato, em Outubro de 2007, de Rami
Ayyad, um cristão ortodoxo convertido ao Cristianismo evangélico
que foi director da Sociedade da Bíblia Sagrada (ver Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo de 2008), apesar das garantias dadas pelo
Hamas de que encontraria os culpados.
No dia 23 de Novembro de 2008, um domingo, os católicos de Gaza
foram privados da missa. Apesar do facto de que todos os passos
burocráticos necessários tinham sido dados junto do Ministério Israelita dos Negócios Estrangeiros e junto do Alto Comando do exército
israelita, as autoridades israelitas negaram o acesso ao território ao
núncio apostólico e aos dois padres latinos designados para celebrar
a missa durante a ausência temporária do pároco.
Para o núncio, a missa da Solenidade do Cristo Rei representava uma
oportunidade para dar ênfase à proximidade da Santa Sé face aos
cristãos de Gaza. Para o patriarcado latino de Jerusalém, a atitude de
Israel constituiu uma violação do direito dos cristãos ao culto.
Margem Ocidental
PALESTinA
A situação dos cristãos não mudou na Margem Ocidental, que é governada pela Autoridade
Palestina presidida por Mahmoud Abbas. Embora não oficialmente discriminados, são sujeitos às pressões dos grupos islamistas cuja popularidade está a crescer por entre a população. Lentamente, os muçulmanos vão-se movimentando à custa dos cristãos. Pouco a pouco,
estão a comprar todas as lojas de recordações religiosas em redor da Basílica da Natividade e
a tomar conta da zona. “Nos anos cinquenta, havia apenas uma mesquita em Belém”, declarou uma mulher local. “Hoje, há muitas mais, construídas de propósito próximo dos locais de
culto cristãos”.
Os cristãos palestinos reclamam também sobre as restrições que Israel lhes impõe quando
querem viajar para Jerusalém. O Monsenhor Twal levantou a questão em várias ocasiões. “É
difícil ver a Igreja local, os cristãos locais, impossibilitados de a visitar (à cidade santa). Um
padre da Paróquia de Belém não pode levar os seus crentes numa peregrinação aos lugares
santos. O mesmo acontece em Ramallah, na Jordânia e noutras paróquias. Não é fácil para
eles viajarem devido aos muitos controlos e ao muro de separação”.
Durante as celebrações da Páscoa de 2010, as autoridades israelitas limitaram o número de
autorizações para a Margem Ocidental e para os cristãos de Gaza que quisessem viajar para
Jerusalém. O P. Raed Abousahlia, pároco católico de Taybeh (Margem Ocidental) declarou que
apenas conseguiu 200 autorizações para os membros da sua congregação, três vezes menos
do que em anos precedentes. Em Ramallah, o Bispo ortodoxo grego, Monsenhor Atallah
Hanna, declarou que a atitude de Israel mostra um desejo “de violar a liberdade religiosa”.
Para ele, “Jerusalém tem de permanecer uma cidade aberta para todos os Cristãos”. Para
Yusef Daher, um membro do Conselho Mundial de Igrejas, “os Israelitas estão a pôr em causa
a tradição da liberdade religiosa dos últimos 900 anos; estão a ridicularizar o status quo de
1852”, que regula as relações no Santo Sepulcro entre Ortodoxos, Latinos e Arménios.
Num relatório intitulado “Um momento de verdade” (Kairos Palestine), publicado no dia
11 de Dezembro de 2009 pelo Conselho Mundial de Igrejas, dezasseis teólogos palestinos,
incluindo o Monsenhor Michel Sabbah, o patriarca emérito dos Latinos, alertaram os líderes políticos palestinianos e israelitas, a comunidade internacional e os Cristãos de todo o
mundo, para a urgência de uma paz justa.
Nesse relatório defendem o direito à liberdade religiosa para todos. “Tentar fazer do Estado
um Estado religioso, judeu ou islâmico, sufoca o Estado, confina-o a estreitos limites e transforma-o num Estado que pratica a discriminação e a exclusão, dando preferência a um cidadão sobre o outro. Apelamos tanto a judeus como a muçulmanos religiosos para que deixem
o Estado ser um Estado para todos os seus cidadãos, com uma visão construída sobre o respeito pela religião, mas também sobre a igualdade, a justiça, a liberdade e o respeito pelo
pluralismo, e não sobre o domínio de uma religião ou de uma maioria numérica”.
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