A Folha - Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes

Transcrição

A Folha - Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes
Número 2 Trimestral: Jan/Fev/Mar 2006
A Folha
ESCOLA PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL DE ABRANTES
Herdade da Murteira 2200 - 681 Mouriscas; TELEFONE: 241 870 020/021; FAX : 241 870 028; E-MAIL: [email protected]; PÁGINA NA INTERNET EM: www.epdra.pt
Tratamento gráfico: Engº Paulo Vicente - Ilustração: Engº Paulo Vicente; Engº Simão Pita; Paulo Alves - Fotografia: EngºSimão Pita; Engº Paulo Vicente
Jornalistas: Engº Paulo Vicente; Engº Simão Pita; Engº César Oliveira; Dra. Rufina Costa; Dra. Carla Falcão; ; Paulo Alves; Dr. Marco Lopes; Dr. Miguel Moreira; Dra.
Teresa Mariano;Dr Paulo F. F .Bispo
Editorial
Surgimos nesta segunda edição com
um formato diferente mas movidos
pelo mesmo prazer de informar
sobre temas da actualidade. Assim
destaque para os dois principais temas de capa: a sementeira directa e
a alimentação saudável, temas estes
que, por motivos diferentes, fazem
cada vez mais, parte não só do nosso vocabulário mas sobretudo da
nossa prática.
Simultaneamente A Folha pretende
afirmar-se como um instrumento
privilegiado de promoção e divulgação das actividades desenvolvidas pela comunidade educativa da
EPDRA.
Para todos aqueles que estão prestes
a concluir o nono ano de escolaridade a nossa Escola apresenta várias
propostas para o prosseguimento
dos estudos. Cursos profissionais,
com uma componente prática muito importante, em que se privilegia
o contacto com a natureza e nos
quais se procura o ingresso no mercado de trabalho mas que, simultaneamente, possibilitam igualmente
o prosseguimento dos estudos a
nível superior.
A todos uma boa leitura.
Paulo Vicente
Sementeira Directa
A sementeira directa está a ter uma
implantação crescente junto dos agricultores portugueses. A s suas vantagens não se restringem aos aspectos
económicos, abrangendo igualmente os
aspectos de natureza técnica e ambienPág. 2
tal. primeira abordagem.
Alimentação Alimentos
Funcionais
saudável
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Custa a crer que a Alimentação saudável, associada a um estilo de vida saudável, seja nos dias
de hoje, encarada como uma medida sazonal e
secundária e quando os primeiros raios de sol
começam a surgir e as roupas a encolher....
Ave rara:
Allis -Chalmers:
o primeiro tractor a célula de
Pág. 3
combustível
A galinha-de água
Pág. 10
Desporto Escolar
Passeio micológico
1º Encontro Corta-mato
Inter-Escolas
Voleibol
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Futsal
Dia Saudável
PASSATEMPOS:
Sudoku
Desafios lógicos
Pág. 12
Os alimentos funcionais vieram para ficar.
Invadiram as prateleiras dos supermercados e são alvo de uma procura crescente por
parte dos consumidores. Mas afinal o que
são alimentos funcionais?
Pág. 4
Pág. 10
Pág. 8
Antocianinas: Notícias da Bonsay
o anti-oxidante
História: Introdução
natural
O elogio do galo
Pág. 5
Pág. 11
EPDRA Está na tua natureza
histórica
Pág. 8
Sementeira
Directa
Sendo embora um sistema de mobilização
do solo que tem vindo a ser praticado, de
forma quase generalizada, um pouco por
todo o mundo, de há uns bons anos a esta
parte, abrangendo já uma área de cultivo
bastante significativa, só muito recentemente é que o conceito de sementeira directa se
implantou na terminologia e na prática dos
agricultores portugueses.
5000
Área (Hectares)
4000
3000
2000
1000
0
1999/00
2000/01
2001/02
2002/03
2003/04
2004/05
2005/06
(estimativa)
O sistema de sementeira directa é aquele em que não se verifica qualquer tipo de
operação de mobilização do solo antes da
sementeira. Assim, a eliminação das ervas
daninhas (ou infestantes) é conseguida mediante a aplicação de um herbicida de présementeira. Deste modo, a superfície do
solo permanece coberta por uma camada
de material vegetal morto que inclui não só
essas infestantes como também o restolho
da cultura anterior.
A sementeira directa está inclusa num conceito mais abrangente que é o da chamada
agricultura de conservação, que inclui outro
conjunto de práticas (como, por exemplo, a
mobilização mínima, a mobilização na linha, o cultivo segundo as curvas de nível,
etc.) e cujo objectivo é, em última análise,
preservar o bem escasso e perecível que é o
solo.
Os benefícios que resultam da introdução
da sementeira directa em solos anteriormente sujeitos a um sistema de mobilização
tradicional, estando interrelacionados uns
com os outros, podem ser considerados em
três níveis fundamentais: o nível ambiental,
o nível económico e o nível técnico.
Os efeitos benéficos da introdução da sementeira directa ao nível ambiental referem-se sobretudo às vantagens que esta
apresenta em termos de conservação tanto
do solo como da água.
Quando falamos em conservação do solo
um dos aspectos mais salientado é aquele
que se relaciona com o controlo da erosão.
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Escorrimento Superficial (l/m )
Paulo Vicente
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Sementeira
Directa
Mobil.
Mínima
Mobilização
Tradicional
Efectivamente, um dos efeitos mais marcantes da introdução da sementeira directa
é exactamente a redução das perdas de solo
por erosão, efeito este que inúmeros estudos têm podido comprovar. A razão de termos erosão no solo agrícola deve-se ao facto
de este ser mobilizado. De facto, a mobilização ao enterrar os resíduos presentes à
superfície, deixa a superfície do solo nua e
susceptível ao impacto das gotas da chuva.
Com o tempo menos água se infiltra no solo
e mais escorre à superfície, arrastando consigo as partículas do solo, particularmente
as mais finas como a argila. Assim, ao permitirmos que haja erosão do solo vamos ficar não só com menos solo mas sobretudo
com um solo mais pobre, isto é, um solo
menos fértil. Perdemos não só quantidade
mas também qualidade.
Com a sementeira directa o problema da
perda de solo por erosão é eliminado.
Outro aspecto fundamental das vantagens
ambientais associadas à sementeira é aquele que se relaciona com o aumento do teor
de matéria orgânica do solo.
A mobilização do solo, ao promover o arejamento, estimula a actividade dos microrganismos do solo e, consequentemente a
decomposição da matéria orgânica do solo.
Com a introdução da sementeira directa
conseguem-se, em apenas alguns anos, aumentos espectaculares do teor orgânico do
solo, daí resultando um aumento da sua fertilidade e da sua produtividade potencial.
A nossa preocupação com a matéria orgânica será tanto maior quanto menor for a sua
concentração no solo à partida. Numa agricultura como a nossa em que a generalidade
dos solos se podem classificar como sendo
pobres o aumento do teor orgânico do solo
reveste-se de particular importância.
Finalmente temos que a introdução da sementeira directa, ao permitir a existência
de uma camada de resíduos vegetais à superfície e ao promover o aumento do seu
teor em matéria orgânica do solo, promove
neste o desenvolvimento e preservação de
uma boa estrutura. Por um lado porque impede o impacto directo das gotas de chuva
sobre o solo e pelo outro porque permite o
aumento do teor orgânico do solo.
Um dos aspectos mais importantes quando
se fala na preservação da estrutura do solo,
tem a ver com a capacidade de os agregados
do solo manterem a sua forma e tamanho
quando o solo estiver debaixo de chuva
(aquilo que se designa por estabilidade dos
agregados perante a água). Um solo com
uma boa estabilidade perante a água mantém uma maior porosidade através da qual
a água se pode infiltrar em vez que escorrer
à superfície, provocando erosão.
Outro aspecto fundamental é aquele que
tem a ver som a conservação da água no
solo. A sementeira directa permite aumentos notórios na quantidade de água que o
solo armazena, não só porque, ao diminuir
o escorrimento superficial, permite que a
quantidade de água que se infiltra no solo
seja maior mas também porque, simultaneamente, reduz a perda de água por evaporação. Isto tráz efeitos benéfico tanto nas
culturas de sequeiro como nas de regadio.
Resumindo, sabe-se hoje, e ao contrário daquilo que se pensou durante muito tempo,
que a mobilização do solo promove a erosão
do solo, deteriora a sua estrutura e contribui para a diminuição do seu teor em matéria orgânica. Face a estes factos ganham
ainda mais força os argumentos a favor da
sementeira directa.
A questão da redução de custos é particularmente importante numa agricultura
como a nossa em que os níveis de produtividade são inferiores aos dos nossos parceiros
europeus e em que o aumento da produtividade da terra para níveis equivalentes ao
de países do Norte da Europa é impensável
O primeiro tractor a célula de
combustível
Paulo Vicente
O acréscimo de preocupação
com preço e a disponibilidade
dos combustíveis fósseis, nomeadamente do petróleo, veio
reavivar o interesse nas células
de combustível, e a investigação levada a cabo nos anos
cinquenta pela empresa AllisChalmers acerca da sua utilização em tractores agrícolas
pode muito bem tornar-se relevante num futuro próximo.
Tractores experimentais
A companhia Allis-Chalmers construiu
vários tractores accionados a célula de combustível com propósitos experimentais. O
espaço normalmente ocupado pelo motor
foi preenchido por 1008 células de combustível abastecidas por propano armazenado
em cilindros de alta pressão situados na
parte inferior do chassis do tractor.
A electricidade produzida pelas reacções
químicas nas células de combustível accionava um motor eléctrico com uma potência
de 15kW (20hp), motor que permitir a deslocação do tractor. Os benefícios da célula
de combustível incluem, por exemplo, a ausência de ruído e de caixa de velocidades: a
velocidade de avanço era controlada fazendo variar a quantidade de corrente eléctrica
disponibilizada ao motor e a marcha trás
accionada invertendo a polaridade da corrente eléctrica.
Soluções
A célula de combustível
O princípio de funcionamento da célula de combustível
foi descrito originalmente por um cientista inglês em 1839, mas no seu tempo essa
nova tecnologia foi olhada mais como uma
curiosidade científica, sem qualquer aplicação prática. O interesse por esta tecnologia
renovou-se nos anos cinquenta, e a companhia Allis-Chalmers foi uma das que mais
investigação desenvolveu nesta área.
A célula de combustível funciona de modo
muito semelhante ao de uma bateria, convertendo energia química em energia eléctrica. Os químicos são o combustível fornecido à célula, normalmente sob a forma
de uma mistura gasosa (como o propano
ou metano), mas este combustível poderá
também ser um químico no estado sólido
ou líquido. É este combustível que produz
a desencadeia a reacção química que vai
produzir energia eléctrica. No entanto, ao
contrário do que acontece com uma convencional bateria, uma célula de combustível não tem a capacidade de armazenar a
electricidade que produz, sendo esta utilizada, assim que é produzida, para accionar
um motor eléctrico.
Os potenciais benefícios das células de
combustível incluem a possibilidade de se
recorrer a um vasto leque de combustíveis,
incluindo alguns renováveis, e o facto de
o processo que produz a electricidade ser
bastante eficiente.
As perdas de energia nos vulgares motores
de combustão interna, alimentados a gasolina ou a gasóleo, são superiores a 50%,
sendo este valor reduzido abaixo dos 10%
numa célula de combustível (existem ainda
perdas adicionais quando a energia eléctrica é convertida em energia mecânica atra-
1-
Assim, o sistema de sementeira directa
apresenta vantagens óbvias. Logo à partida
temos uma redução dos custos de produção
das culturas. Possibilita ao mesmo tempo um controle da erosão do solo quer do
ponto de vista físico quer do ponto de vista
biológico. A médio prazo isto vai permitir
um aumento do potencial produtivo do
solo e uma redução dos custos de produção,
aumentando a rentabilidade das culturas.
Ao aumentar o teor de matéria orgânica
do solo a necessidade de aplicação de adubos azotados vai diminuir, e o agricultor
contribui deste modo para a redução do
impacto ambiental da actividade agrícola.
Estas vantagens no seu conjunto são uma
das formas de os agricultores Portugueses
fazerem face às dificuldades de uma agricultura que se quer mais competitiva mas
ao mesmo tempo mais amiga do ambiente.
A l l i s Chalmers
vés do motor eléctrico presente no tractor.
Tanto as células de combustível como o
motor eléctrico que lhes está associado não
produzem qualquer ruído mas, pelo menos
no estado de desenvolvimento atingido nos
anos cinquenta, as células e os depósitos
de combustível eram pesados e ocupavam
muito espaço.
2 - O cavalo levava 5 e o burro 7 sacos.
3 - Sim. A e B atravessam. A regressa. C e D
atravessam. B regressa e A e B atravessam.
não só porque os solos são piores mas também as condições climáticas são mais desfavoráveis. Se temos níveis de produtividade
inferiores a única forma de continuarmos
competitivos é pela redução dos custos de
produção. E isto é tanto mais importante
quanto o preço dos factores de produção,
nomeadamente dos combustíveis, continua
a aumentar.
A introdução da sementeira directa permite reduzir de forma notória os custos
de produção sem qualquer prejuízo da
produtividade da terra. E pode afirmar-se
que ao prolongarmos no tempo o recurso à
sementeira directa as suas vantagens vão-se
acumulando. Não menos importantes são
as vantagens técnicas que resultam da implementação da sementeira directa.
Produzir uma cultura não se resume à sua
sementeira. Depois de semear a cultura
será necessário voltar a passar sobre o terreno para realizar tratamentos fitossanitários
e adubações de cobertura. Para podermos
entrar no terreno é fundamental que o solo
seja capaz de sustentar o tractor. Em solos
sujeitos ao sistema de sementeira directa a
porosidade que se cria permite uma melhor
infiltração da água no solo. A tendência
deste solo para “empapar” será muito menor. Se a isto associarmos a utilização de
equipamentos de baixa pressão sobre o solo
tal vai permitir-nos intervir sobre a cultura
na altura tecnicamente correcta com benefícios notórios sobre a sua produtividade.
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Alimentação Saudável Alimentos
Drª Teresa Mariano
Nutricionista
Custa a crer que a Alimentação saudável,
associada a um estilo de vida saudável, seja
nos dias de hoje, encarada como uma medida sazonal e secundária, ou seja, ainda há
quem se lembre de perder todos os quilos
armazenados durante os meses de Inverno,
quando os primeiros raios de sol começam
a surgir e as roupas a encolher....Se todas
as pessoas adoptassem este tipo de vida a
longo prazo seria o correcto, mas nesta altura do ano vale tudo e de um modo geral o
que é procurado são soluções rápidas e eficazes, diria mesmo milagrosas. Quer isto
dizer, que ainda há milhares de pessoas que
adoptam medidas rígidas, inadequadas, incorrectas e prejudiciais à própria saúde para conseguirem
atingir os fins!
Até se percebe que assim seja,
uma vez que a oferta no que
respeita a “dietas milagrosas”
ou, simplesmente, a “pílulas
de emagrecimento rápido”,
tem sido alvo de um aumento acentuado de negócio por
parte de quem as vende, associada a um aumento de quem
as procura, ou seja, em termos
económicos estão assegurados
os pontos críticos para o sucesso: aumenta a procura, aumenta a oferta. Posto isto
e criadas todas as condições necessárias ao
desenvolvimento deste tipo de indústria,
é fácil perceber que a rentabilização, por
parte de quem vende este tipo de soluções,
é imediata! Tanto as “dietas milagrosas”
como as “pílulas de emagrecimento rápido”
oferecem resultados rápidos em apenas algumas semanas ou mesmo dias, com o mínimo esforço.
Quem é que não conhece alguém que tenha
adoptado este tipo de medidas para perder
alguns quilos de gordura? Será esta a solução? Será que a solução passa por permanecer muitas horas em jejum ou restringir
de uma forma anormal um nutriente essencial da nossa alimentação diária?
Será que é possível viver uma
vida inteira a tomar um xarope
para combater as necessidades
energéticas do organismo? Será
que é possível comer mal e tomar um comprimido de forma a
remediar o mal feito? Penso que
não!
A desidratação e as carências
nutritivas, são só exemplos “ligeiros” que podem advir deste
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tipo de soluções. Sendo assim, é obvio que
a solução para perder as gordurinhas armazenadas, não passa por aí.
O nosso organismo é constituído por massa gorda (tecido adiposo ou gordura) e por
massa magra (onde se encontra, por exemplo, o músculo e a água). Diminuir de peso
perdendo alguns quilos da referida massa
magra é fácil e de facto consegue-se atingir
resultados rápidos em pouco tempo, no entanto, o que é prejudicial á saúde é a massa
gorda em excesso e acreditem que é mais
lento de perder! Está comprovado cientificamente que o emagrecimento de uma forma rápida é prejudicial e acarreta riscos importantes para a saúde. De um
modo geral o emagrecimento
rápido está associado à diminuição da tão benéfica massa
magra.
A adopção de um estilo de vida
saudável, em que se concilia
a alimentação saudável com a
prática de exercício físico regular, deve ser encarada como uma
medida única para contribuir
para o bem-estar e possibilitar
uma optimização da saúde.
É fácil perceber que somos todos humanos, seres vivos e que, como tal,
precisamos de fornecer ao nosso organismo
nutrientes essenciais (proteínas, hidratos
de carbono, gorduras, fibras, vitaminas…) e
vitais ao bom funcionamento deste, tomados diariamente e em proporções adequadas, a isto se chama alimentação saudável.
A diminuição de peso de um modo saudável, ou seja, perder gordura e ao mesmo
tempo manter ou aumentar, dependendo
dos casos, a massa muscular e a água, não
se consegue se não existir uma conciliação
entre a prática regular de exercício e a ingestão adequada de alimentos. Se pensarmos que a massa muscular ajuda quer para
a prevenção, quer para a redução de excesso
de peso, tudo isto parece óbvio. O exercício físico ajuda a perder gordura
durante a sua prática, como nas
horas a seguir, ou seja, uma pessoa que pratique activamente
actividade física consome mais
calorias em repouso do que se
fosse sedentário.
Posto isto, não há nada milagroso e a solução passa unicamente
por nos tornarmos pessoas activas e com uma alimentação adequada às nossas necessidades.
Funcionais
Dr Paulo F.F.Bispo
Professor de Nutrição Humana, Licenciatura
em Biotecnologia da Universidade Independente, Lisboa.
A dieta é, sabemo-lo hoje, um factor importante no combate às principais doenças civilizacionais: como o cancro, a obesidade, as
doenças cardiovasculares ou a diabetes.
A capacidade dos alimentos em fornecer
outros componentes benéficos para a nossa
saúde, para lá dos seus nutrientes, de encontro às carências ocasionadas, quer pelo elevado ritmo de vida, quer pelo pouco tempo
que dispomos para fazer uma dieta adequada, tem preocupado os técnicos alimentares
e os consumidores mais esclarecidos. Nos
últimos anos a Indústria Alimentar tem procurado preencher esta lacuna com a introdução no mercado de um grupo de alimentos
que atingem este objectivo - os Alimentos
Funcionais.
Apesar de não concordar em definitivo com
a expressão “Nós somos aquilo que comemos”, a verdade é que um conjunto importante de nutrientes da dieta devem estar hoje
presentes na nossa alimentação: verduras e
frutos (fontes de fibras, vitaminas, minerais,
antioxidantes, fitoquímicos), peixes gordos
(ácidos gordos Omega-3), leite, iogurtes,
queijo (cálcio de elevada biodisponibilidade,
proteínas de elevado valor biológico, probióticos), cereais e leguminosas (hidratos de
carbono complexos, fibras, proteínas vegetais, prébioticos, vitaminas e minerais). Nos
últimos anos um vasto conjunto de estudos
epidemiológicos e clínicos confirmaram a
importância destes compostos na redução
do risco associado ás principais causas de
mortalidade e morbilidade. Muitos destes
estudos foram influenciados pela qualidade
e quantidade de informação proveniente do
Japão, país que apresenta a mais elevada esperança (média) de vida do Mundo e, o primeiro a introduzir o conceito de Alimento
Funcional.
É possível e desejável a incorporação desses
nutrientes em alimentos base da dieta das
populações. À semelhança do que foi feito
para o ácido fólico em grupos especiais da
população (e.g. grávidas), ou na selecção de
espécies de cultivo agrícola de base na dieta,
com alto teor de vitaminas, como o arroz e o
teor de vitamina B1.
Nos próximos tempos vamos entender melhor como estes nutrientes se relacionam
com as bases da biologia celular e molecular
entrando numa nova era da ciência e tecnologia dos alimentos. Depois do evento da
Revolução Industrial na melhoria das condições de produção e conservação dos alimentos (fase I); do binómio da qualidade nutricional/salubridade dos alimentos (fase II),
entramos na terceira “revolução alimentar”.
O objectivo próximo consiste em criar Alimentos Funcionais em que, para além dos
seus próprios nutrientes, façam parte dos
seus constituintes compostos que apresentem, com aqueles, função simbiótica para
um determinado alvo ou conjunto de alvos
específicos (crescimento, desenvolvimento e
diferenciação celular; combate ao stress oxidativo; melhoria das funções gastro-intestinais, do sistema cardiovascular e do metabolismo em geral) reforçando o seu efeito, quer
na resposta nutricional, quer no seu efeito ao
longo do tempo.
Um Alimento Funcional pode ser um aliSubstância
mento inteiramente natural; um alimento ao
qual se adicionou um componente/nutriente; ou um alimento que foi melhorado por
processos tecnológicos e/ou biotecnológicos.
Nesse sentido é importante que a estrutura
regulamentar (Portuguesa e Europeia) crie
mecanismos que protejam o consumidor,
promovam a correcta concorrência entre a
indústria e estimulem a inovação.
Funções
Alimentos
Possuem propriedades anti-cancerígenas, anti-inflamatórias e anti-alérgicas
Cerejas, uvas, vinho
tinto, morangos, amoras
vermelhas, uvas, vinho,
berinjelas entre outros
Ácidos Gordos Mono-Insaturados
Efeito protector sobre o cancro da mama e da próstata
Azeite
Omega-3
Efeito protector de doenças cardiovasculares
Evita a formação de coágulos sanguíneos na parede arterial
Diminui a pressão sanguínea
Aumenta o HDL plasmático (colesterol bom) e reduz o
colesterol LDL (mau)
Pode diminuir a quantidade de triglicéridos no sangue
Peixes de água fria e
marisco
Antocianinas (flavonóides)
Efeito protector para as doenças cardiovasculares
Óleos vegetais, como
azeite, óleo de colza,
milho, soja e girassol,
bem como nas nozes
Fito-esteróis
Actuam precipitando o colesterol dietético presente
no intestino pode colaborar a redução da absorção do
colesterol.
Têm propriedade de auxiliar no controle de algumas
hormonas sexuais e, eventualmente aliviar os sintomas
de menopausa por atenuarem a queda de estrogénio que
ocorre nesta fase
Óleos vegetais
Manteigas vegetais e
iogurtes com adição
desta substância
Legumes e semente de
girassol
Fito-estrogéneos
isoflavona (genisteína e a
daidzina)
Menor incidência de doenças cardiovasculares
Cancro de mama
Cancro de próstata
Osteoporose
Antoxantinas (flavinóides)
Possuem propriedades anti-cancerígenas, anti-inflamatórias e anti-alérgicas
Batata e repolho branco
Carotenóides
Essenciais para a visão, diferenciação das células, desenvolvimento embrionário e outros processos fisiológicos, e
ainda possuem acção estimulante ao sistema imunológico, inibem a mutagénese e protegem contra a oxidação e
contra doenças cardiovasculares
Cenoura, abóbora e
mamão
Licopeno
Reduz a concentração de radicais livres
Previne o ataque cardíaco por impedir a oxidação de LDL
Tomate, melancia
Fibras solúveis
Absorventes dos ácidos e sais biliares que atenuam a
velocidade de absorção de diversos nutrientes, entre eles a
glicose e o colesterol
Algumas frutas, vegetais,
leguminosas
( feijão, lentilha )
Omega-6
Fibras insolúveis
Como celulose e lignina, por não serem digeridos favorecem o bom funcionamento dos intestinos, aumentando
o volume fecal, e sendo actualmente indicados como
factor importante na redução de incidência de cancrode
intestino (cólon).
Soja
Inhame
“Cascas” de cereais
Antocianinas
Paulo Vicente
Etimologicamente a palavra antocianina
deriva do grego anthos = flor e kyáneos =
púrpura. Trata-se de pigmentos hidrosolúveis (solúveis em água) com uma cor
que varia do vermelho ao azul que apenas
se encontram nas plantas terrestres. As
antocianinas pertencem a um grupo mais
vasto de compostos a que se dá o nome de
flavonóides, um tipo de compostos que do
ponto de vista químico se classificam como
polifenóis. Conhecem-se mais de 300 tipos
diferentes de antocianinas.
As antocianinas são um pigmento muito
frequente nas plantas, aparecendo tanto
nos frutos como nas flores ou nas folhas.
São um poderoso agente anti-oxidante e
protegem as plantas dos danos causados
pela radiação ultra-violeta.
Actualmente existe um interesse acrescido no estudo destes compostos devido à
possibilidade de a sua inclusão na dieta alimentar estar associada a benefícios para a
saúde, benefícios que resultam do facto de
as antocianinas serem antioxidantes naturais.De facto, existem evidencias que relacionam o consumo de alimentos ricos em
antocianinas com efeitos terapêuticos ou
preventivos de algumas doenças. Assim,
num estudo realizado em França concluiuse que as populações que consomem, de
forma moderada, vinho tinto às refeições,
apresentam uma menor taxa de incidência
de doença coronária.
Os pigmentos anticianínicos do mirtilo
(Vaccinium myrtillus) têm, há muito, vindo
a ser utilizados para melhorar a acuidade
visual e problemas do sistema circulatório.
Existe alguma evidencia experimental segundo a qual algumas antocianinas possuem propriedades anti-inflamatórias e que
a sua administração por via oral é benéfica
para o tratamento de diabetes e úlceras,
possuindo igualmente actividade anti-viral
e anti-microbiana. A explicação para estes
benefícios está na sua capacidade anti-oxidante, isto é, a sua capacidade de procurar
e eliminar os radicais livres que provocam
danos às nossas células.
Fruta
Conteúdo de antocianinas
(mg/100g de fruta fresca)
Amoras
200-1000
Framboesas negras
300
Beringela
750
Cerejas
350-400
Uvas tintas
30-750
Mirtilos
80-420
Morangos
45
Framboesas vermelhas
40
Vinho tinto
24-35
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Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes
Técnico de Turismo Ambiental
e Rural
Técnico de Produção Agrária
TIC
100
Matemática
200
Biologia
150
Química
150
Mecanização Agrícola
250
Economia e Gestão
200
Produção Agrícola
455
Transformação
275
Formação em Contexto de Trabalho
420
Página 6
3100
Língua estrangeira 1 ou 2
220
Área de Integração
220
Educação Física
140
TIC
100
Biologia
150
Química
150
Matemática
200
Contabilidade e Agricultura
60
Hipologia e sanidade
200
Gestão de Espaços e provas Hípicas
50
Equitação
870
Formação em Contexto de Trabalho
420
TOTAL DE HORAS
3100
Socio-cultural
140
320
Científica
Educação Física
DISCIPLINAS
Horas/3 anos
Português
Componentes de Formação
220
Socio-cultural
Área de Integração
Científica
220
Componentes de Formação
Língua estrangeira 1 ou 2
DISCIPLINAS
Técnica, Tecnológica
e Práctica
Socio-cultural
320
TOTAL DE HORAS
O Técnico de Gestão Equina é o profissional que,
mercê de uma formação polivalente, integrada e
pluridisciplinar, está em condições de orientar,
organizar e executar as tarefas necessárias ao maneio e gestão das mais diversificadas estruturas
equestres existentes no país.
É um técnico com aptidão didáctica e conhecimentos suficientes para o ensino do cavalo e do
cavaleiro em todas as suas vertentes.
As actividades fundamentais a desempenhar por
este técnico são:
- Maneio, gestão técnica e pedagógica de Centros
Hípicos e Escolas de Equitação;
- Concepção, programação e organização de Provas Equestres;
- Organização e implementação do Programa
Oficial de Formação de Praticantes da Escola Nacional de Equitação (ENE);
- Utilização dos factores de produção de modo a
atingir os objectivos da empresa onde esteja integrado;
- Prática das várias Disciplinas Equestres, com
capacidade para preparar e utilizar cavalos em
provas das referidas modalidades, com especial
relevância para as Disciplinas Olímpicas;
- Maneio e Gestão de Coudelarias e outras unidades de produção cavalar.
Horas/3 anos
Português
Científica
Técnica, Tecnológica
e Práctica
Componentes de Formação
DISCIPLINAS
Técnico de Gestão Equina
O Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural, pretende ser um curso onde os formandos
adquiram competências técnicas e tecnológicas
no âmbito do turismo rural e, em simultâneo,
encontrem um espaço para o desenvolvimento e
realização pessoais.
Esta Formação permite um enquadramento profissional nas seguintes áreas:
- Gestão de Unidades de Turismo em Espaço
Rural
- Departamentos Socio-Culturais das Câmaras
Municipais / Regiões de Turismo / Postos de
Turismo
- Associações de Desenvolvimento Regional /
Património Cultural
- Atendimento nos Serviços de Turismo, Agências de Viagens e outras Empresas
- Parques de Campismo / Pousadas da Juventude
/ Parques Naturais / Marinas
- Animação Desportiva / Centros Equestres,
Golfe, Caça e Pesca
Técnica, Tecnológica
e Práctica
O Técnico de Produção Agrária é o profissional
qualificado para constituir uma empresa agropecuária, coordenar, organizar e executar as actividades de uma exploração agrícola, assegurando
a quantidade e qualidade da produção, a saúde e
segurança no trabalho, a preservação do meio ambiente e a segurança alimentar dos consumidores.
As actividades fundamentais a desempenhar por
este técnico são:
- Planear e executar as operações das diversas actividades agrícolas;
- Orientar e participar nas tarefas de produção
vegetal e animal;
- Realizar operações tecnológicas do sector agropecuário, no respeito pelas normas de segurança
e saúde no trabalho;
- Organizar a comercialização dos diferentes
produtos agrícolas, de acordo com as normas de
qualidade em vigor;
- Utilizar os factores de produção, de modo a
atingir os objectivos da empresa;
- Manusear correctamente máquinas e equipamentos agro-pecuários, respeitando as normas de
segurança e saúde no trabalho;
- Utilizar racionalmente os recursos naturais,
tendo em conta o equilíbrio bio-ecológico.
Variante de produção animal – programar e garantir a execução das tarefas inerentes à alimentação, higiene, sanidade e maneio reprodutivo
das espécies pecuárias, assim como a obtenção de
produtos de origem animal utilizando os meios
técnicos, humanos e materiais necessários.
Variante de produção vegetal - programar e garantir a execução das tarefas inerentes à instalação, colheita e acondicionamento/conservação
dos produtos agrícolas em culturas hortícolas e
arvenses, utilizando os meios técnicos, humanos
e materiais necessários.
Variante de transformação – aplicar conhecimentos fundamentais do processo produtivo (preparação e transformação de produtos agro-alimentares e respectivo embalamento) assim como de
tecnologia específica do subsector agro-alimentar
(princípios de funcionamento e de programação,
conservação e manutenção, riscos e regras de segurança).
Horas/3 anos
Português
320
Língua estrangeira 1
220
Área de Integração
220
Educação Física
140
TIC
100
Matemática
100
Geografia
200
História da Cultura das Artes
200
Turismo e Técnicas de Gestão
400
Língua Estrangeira 2
100
Técnicas de Acolhimento e Animação
280
Ambiente e Desenvolvimento Rural
400
Formação em Contexto de Trabalho
TOTAL DE HORAS
420
3100
Técnico de Recursos
Técnico de Jardinagem e
CONTACTOS
Florestais e Ambientais Espaços Verdes
O Técnico de Recursos Florestais e Ambientais é
o profissional que intervém na construção e gestão
de uma empresa florestal, no respeito pelas regras
de segurança e de saúde no trabalho.
As actividades fundamentais a desempenhar por
este técnico são:
- Coordenar uma equipa de trabalho
- Intervir no domínio da actividade florestal pela
produção, valorização e comercialização de bens
e serviços
- Gerir a produção sustentada e a rentabilidade da
floresta, pelo uso racional dos seus recursos
- Conservar, proteger e valorizar os espaços florestais
- Fomentar a utilização racional dos recursos naturais, tendo em conta o equilíbrio bio-ecológico
- Sensibilizar as populações para o associativismo
melhorando o desempenho das estruturas organizativas locais
- Proceder a acções de valorização e assistência
técnica, promovendo o desenvolvimento regional
e a melhoria das condições de vida, de acordo com
as potencialidades e programas de desenvolvimento florestal
O Técnico de Jardinagem e Espaços Verdes é o
profissional qualificado para coordenar, organizar e executar tarefas relativas à instalação e manutenção de jardins e espaços verdes, de acordo
com o projecto e respeitando as normas de segurança e saúde no trabalho e de protecção do meio
ambiente.
As actividades fundamentais a desempenhar por
este técnico são:
- Analisar projectos e outras especificações técnicas, de forma a identificar os dados necessários ao
trabalho a realizar
- Proceder à preparação do terreno para proceder
à instalação de jardins e espaços verdes
- Proceder à instalação das espécies ornamentais
de acordo com as especificações técnicas do projecto
- Proceder à manutenção de jardins e espaços
verdes, tendo em conta os hábitos vegetativos das
espécies e as condições edafo-climáticas
- Organizar e registar dados referentes ao trabalho realizado, de forma a fornecer os elementos
técnicos e contabilísticos necessários à gestão
- Proceder à condução, operação e regulação de
máquinas e equipamentios de jardinagem e agrícolas.
- Elaborar orçamentos relativos às operações culturais a realizar, tendo em conta os custos, as áreas
a utilizar e os tempios de trabalho
- Executar a conservação e a limpeza dos equipamentos e instalações inerentes ao trabalho desenvolvido
Escola
Profissional
de
Desenvolvimento
Rural
de
Abrantes
Herdade da Murteira
2200 - 681 Mouriscas
TELEFONE
241 870 020/021
FAX
241 870 028
E-MAIL
[email protected]
Área de Integração
300
Educação Física
140
TIC
100
Matemática
200
Biologia
150
Química
150
Desenho Téc e Geom. Descritiva
240
Solos e Climas
80
Técnicas de Jardinagem
280
Gestão e Plan. de Espaços Verdes
580
Formação em Contexto de Trabalho
420
3100
Socio-cultural
300
Científica
320
Componentes de Formação
Português
Língua estrangeira 1 ou 2
TOTAL DE HORAS
DISCIPLINAS
Horas/3 anos
Técnica, Tecnológica
e Práctica
Socio-cultural
Científica
Técnica, Tecnológica
e Práctica
Componentes de Formação
DISCIPLINAS
Horas/3 anos
Português
320
Língua estrangeira 1 ou 2
300
Área de Integração
300
Educação Física
140
TIC
100
Matemática
200
Biologia
150
Química
150
Ordenamento Florestal
272
Silvicultura
354
Operações Florestais
252
Ecologia e Recursos Naturais
302
Formação em Contexto de Trabalho
TOTAL DE HORAS
PÁGINA NA INTERNET EM:
www.epdra.pt
www.epdra.rcts.pt
420
3100
Página 7
IºPasseio
Micológico
da EPDRA
sp.; Volvariela sp. Estes exemplares foram
posteriormente colocados em exposição na
Feira do Livro e das Artes do Saber Fazer
na EPDRA.
Simão Pita
Realizou-se no dia 3 de Dezembro de 2005
o I Passeio Micológico da EPDRA, o qual
consistiu na Identificação e fotografia de
cogumelos silvestres em plena natureza.
Esta iniciativa, organizada pela EPDRA,
contou com o apoio da AMBI – Associação
Micológica da Beira Interior, da EFN - Estação Florestal Nacional e da EAN - Estação
Agronómica Nacional.
Os trinta e cinco participantes na iniciativa
partiram da Escola (Herdade da Murteira)
pelas 9:30 horas e descreveram um percurso
de aproximadamente 4 km através de terrenos florestais e incultos com passagem pela
Fonte da Cré. Foram encontradas e fotografadas diversas espécies de cogumelos, recolhendo-se um exemplar de cada uma delas
para sua identificação na escola. O regresso à
EPDRA ocorreu pelas 13:00 horas, tendose seguido um almoço cuja ementa incluiu
algumas espécies de cogumelos. Durante
a tarde realizou-se uma visita à unidade de
produção de cogumelos da nossa escola e
efectuou-se a identificação das espécies de
cogumelos silvestres que haviam sido recolhidos durante o percurso matinal. As espécies e géneros de cogumelos encontrados
foram as seguintes: Agaricus sylvaticus; Amanita vaginata; Armillaria mellea; Cortinarius
trivialis; Gymnopilus spectabilis; Hebeloma
sp. Hypholoma fasciculare; Laccaria laccata;
Lactarius chrysorrheus; Lactarius deliciosus;
Lycoperdon perlatum; Omphalotus olearius;
Pisolithus tinctorius; Ramaria sp.; Russula torulosa; Suillus bellini; Tremella sp.; Tricholoma
Página 8
O sucesso desta iniciativa comprometenos, desde já, com a organização do II Passeio Micológico que terá lugar no próximo
Outono. Aliás, o Turismo Micológico – que
compreende o pedestrianismo associado à
identificação de cogumelos e à gastronomia
- é uma modalidade do Turismo Ambiental
e Rural que actualmente sofre um grande incremento na Península Ibérica e poderá ser
bastante desenvolvida nossa região.
Bonsai
César Oliveira
Introdução histórica
Esta “arte” nasceu na China há mais de 2000
anos com a denominação de “pen-jin”. Não
se sabe exactamente como começou, estimase pois, que ocorreu com a colheita de uma
árvore que acidentalmente se desenvolveu
num rochedo, com pouca terra, sendo posteriormente transplantada para um vaso. Não
existem registos do seu iniciador e provavelmente nunca se irá saber quem foi, apenas
uma certeza existe, este homem foi sem duvida um grande observador da natureza.
Chegou ao Japão por volta do ano 1220,
sendo os japoneses que vão desenvolver e
difundir o cultivo de plantas em pequenas
bandejas, dando origem á denominação
pela qual hoje conhecemos esta actividade
– Bonsai – bon significa bandeja e sai indica
cultivo de algo.
Torna-se uma “arte nobre”, onde cada Bonsai
passa a ser uma planta única, moldada com
muita paciência e criatividade para recriar
com a perfeição da Natureza. No Japão há
exemplares vivos com mais de 800 anos de
idade. Sendo uma arte viva, torna-se uma
obra nunca terminada, em constante transformação nas mãos do artista, fonte inesgotável de inspiração e meditação.
Em meados do século XIX estabeleceramse os princípios estéticos que vigoram ainda
hoje na “arte” Bonsai e que se baseiam no
equilíbrio assimétrico e na regra do “triângulo escaleno”.
Se traçarmos as silhuetas esquematizadas
de vários Bonsai clássicos observaremos que
apresentam uma forma comum, o esquema
de um triângulo escaleno. Isto obedece aos
princípios estéticos do desenho tradicional
de um Bonsai, baseando-se na denominada
“regra dos 3 pontos” (que seguem as obras de
arte clássicas Japonesas), segundo a qual o
ponto mais baixo simboliza a Terra, o ponto
médio o Homem e o ponto mais alto o Céu.
Estes 3 pontos determinam os vértices de
um triângulo escaleno (figura).
Os Bonsai fizeram a sua primeira aparição
no mundo ocidental em 1898, na Exposição
Universal de Paris e posteriormente na exposição que teve lugar em Londres em 1909.
Embora tenha tido um grande impacto na
época, foi apenas depois da Segunda Guerra
Mundial que surgiu interesse por esta “arte”,
altura a partir da qual se deu um grande incremento até aos dias de hoje.
O Bonsai, que a principio era considerado
como uma distracção ou um «hobby» das
classes mais abastadas, actualmente já foi
adoptado pela generalidade das pessoas e
está especialmente popularizado nas comunidades urbanas, devido ao pouco espaço
que ocupa.
Actualmente não é difícil possuir um Bonsai, pois deixou de ser cara a sua aquisição,
encontrando-se á venda em quase todos os
viveiros (cuidado com os que estão á venda
nos hipermercados), não ocupa muito espaço, requerendo apenas algum tempo de
dedicação. Já existem em Portugal algumas
associações de «bonsaístas», que dinamizam
exposições e pequenos cursos práticos que
permitem a qualquer pessoa que possua um
Bonsai ter os conhecimentos básicos para a
sua manutenção.
Os conhecimentos técnicos, o tempo e a
prática, proporcionam a experiência necessária para a continuação desta “arte”, que
sobreviveu aos séculos e ás culturas por
onde atravessou...
Desporto Escolar
Marco Lopes/Miguel Moreira
Encontro na Escola Secundária Artur
Gonçalves (18/2)
EPDRA- ESMF
EPDRA- ESAG
Encontro na Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes (22/3)
EPDRA- ESMF
EPDRA- ESAG
1º CORTA-MATO
I N T E R -E S C O L A S
NA EPDRA
Marco Lopes
Miguel Moreira
Voleibol Juniores Femininos
A Escola Profissional de Desenvolvimento
Rural de Abrantes (EPDRA) no ano lectivo de 2005/2006, encontra-se representada
no Desporto Escolar com as equipas de Juniores Masculinos na modalidade de Futsal e Juniores Femininos na modalidade de
Voleibol, integrados nos campeonatos Distritais do Desporto Escolar das respectivas
modalidades.
Além destas duas equipas a EPDRA também participou no projecto “Compal Air”
de Basquetebol 3x3, que se realizou no
Pavilhão Municipal de Constância no passado dia 30 de Março, com as equipas de
Juvenis Masculinos, Juniores Masculinos e
Juniores Femininos, não tendo no entanto
passado à fase seguinte.
Futsal Juniores Masculinos
A equipa de Voleibol da EPDRA participou entre Janeiro e Abril no campeonato
Distrital de Voleibol do Desporto Escolar
no escalão de Juniores Femininos, juntamente com as Escolas Secundária do Entroncamento (ESE), Secundária do Cartaxo (ESC) e Secundária Jacom Ratton de
Tomar (ESJR).
Após a realização dos quatro encontros a
EPDRA terminou a sua participação no 3º
lugar, apesar de ter estado a lutar pelo título
até ao último encontro, onde infelizmente
não logrou alcançar nenhuma vitória.
Resultados da EPDRA:
Encontro na Escola Secundária do Cartaxo
(18/1)
EPDRA25
25
ESE
9
7
Realizou-se no passado dia 22 de Fevereiro
o 1º Corta-mato Inter-escolas da EPDRA,
o qual contou com a participação de, aproximadamente, 280 alunos, em representação
da EPDRA e outras cinco escolas da nossa região: Escola Secundária Dr. Manuel
Fernandes (ESMF), de Abrantes; Escola
Secundária Dr. Solano de Abreu (ESSA),
de Abrantes; Escola de Ensino Básico 2,3
Dr. Fernando Loureiro (EB2,3FL), de Alvega; Agrupamento de Escolas Verde Horizonte (AEVH), de Mação e Agrupamento
de Escolas de Sardoal (AES). Este evento,
organizado conjuntamente pela EPDRA e
pela Câmara Municipal de Abrantes, contou
com o apoio de diversas empresas e instituições locais.
EPDRA16
14
ESC
25
25
Encontro na Escola Secundária Jacom Ratton (8/2)
EPDRA25
23
15
ESC
18
25
8
A equipa de Futsal da EPDRA estava integrada no Grupo A no campeonato Distrital
do Desporto Escolar, juntamente com as
Escolas Secundária Dr. Manuel Fernandes
(ESMF) de Abrantes e Secundária Artur
Gonçalves (ESAG) de Torres Novas. Após
a realização das três jornadas deste campeonato a EPDRA alcançou o 1º lugar da
classificação geral.
A EPDRA irá realizar no próximo dia 17
de Maio na Herdade da Murteira o jogo
para definir o 1º e 2º classificado Distrital
da modalidade, contra a equipa da Escola
Secundária Marquesa D’Alorna de Almeirim, vencedora do Grupo B.
Resultados da EPDRA:
Encontro na Herdade da Murteira (8/2)
EPDRA7-ESMF2
EPDRA3-ESAG7
EPDRA18
21
ESJR 25
25
Encontro na Herdade da Murteira (15/3)
EPDRA25
25
ESJR 19
19
EPDRA25
22
15
ESE
20
25
7
Encontro na Escola Secundária do Entroncamento (19/4)
EPDRA25
14
6
ESJR 22
25
15
EPDRA21
ESE
25
20
25
EPDRA10
ESC
25
25
27
A tabela de classificações, por escalão, é a
seguinte:
Infantis A Femininos - 1995/1996
1 - Diana Félix - E.B.2,3 FL
2 - Mónica Alves - E.B.2,3 FL
3 - Beatriz Luís - E.B.2,3 FL
Infantis A Masculinos - 1995/1996
1 - Edgar Santos - E.B.2,3 FL
2 - David Mascate - E.B.2,3 FL
3 - Pedro Rodrigues - E.B.2,3 FL
Infantis B Femininos - 1993/1994
1 - Constança Chaves - ESSA
2 - Patricia Santos - AEVH
3 - Madalena Carvalho - ESMF
Infantis B Masculinos - 1993/1994
1 - Marco Nobre - ESMF
2 - Diogo Nunes - ESMF
3 - Manuel Gameiro - ESMF
Página 9
Iniciados Femininos - 1991/1992
1 - Patrícia Alarico - E.B.2,3 FL
2 - Marina André - AEVH
3 - Sónia Tavares - ESSA
Iniciados Masculinos - 1991/1992
1 - Pedro Nuno Duarte - ESMF
2 - Tiago Branco - E.B.2,3 FL
3 - João Alves - ESSA
Juvenis Femininos - 1989/1990
1 - Fernanda Fontinha - ESSA
2 - Ana Reis - AEVH
3 - Matilde Neves - ESMF
Juvenis Masculinos - 1989/1990
1 - Miguel Moedas - ESSA
2 - Pedro Matos - AES
3 - Alexandre Felício - ESMF
Juniores Femininos - 1987/1988
1 - Joana Mendes - E.B.2,3 FL
2 - Fátima André - AEVH
Juniores Masculinos - 1987/1988
1 - José Alguem - ESSA
2 - Nuno Segundo - ESSA
3 - Leandro Araújo - EPDRA
Além da competição propriamente dita,
foi uma jornada de salutar convívio entre
alunos, professores e outros elementos envolvidos, num agradável dia de sol quase
primaveril.
No final, a opinião de todos os intervenientes
foi de que a nossa escola dispõe de condições
óptimas para a prática deste tipo de competições e que esteve de parabéns pelo modo
como a prova esteve organizada.
No próximo ano teremos, com certeza, a
segunda edição do corta-mato inter-escolas,
no qual desejamos poder contar com um
número ainda maior de participantes .
AVE RARA
Paulo Alves, Nº12, Turma R4
Galinha-de-água
(Gallinulla chloropus)
A galinha-de-água é uma ave comum em
Portugal, não sendo raro vê-la em lagoa ou
lagoas com uma vegetação densa onde possa
nidificar e esconder-se dos predadores.
Geralmente é uma ave reservada, no entanto, é relativamente afoita em determinados
locais, podendo ser observada a deambular
na relva em espaços abertos ou em prados à
beira de água.
Página 10
FEIRA do LIVRO
Rufina Costa
Redescobrir o prazer da LEITURA
Na barragem da Herdade da Murteira existe
uma pequena comunidade desta bela ave.
Estando presente na Primavera é provável
que nidifique em conjunto com os patosreais na vegetação em redor da barragem.
Dia Saudável
Carla Falcão
“Viva Saudável” foi o tema escolhido para
a dinamização de mais um dia na Escola
Profissional de Desenvolvimento Rural de
Abrantes.
As actividades foram bastante diversificadas e envolveram toda a comunidade escolar.
No inicio da manhã, os alunos puderam assistir a um colóquio subordinado ao tema “
Viva Saudável”, onde estiveram presentes a
Dra. Teresa Henriques, licenciada em Nutrição e Engenharia Alimentar, que nos falou de como se deve fazer uma alimentação
saudável, isto é, quais os alimentos que devemos ingerir e em que quantidades. Apresentou também a nova roda dos alimentos,
alguns planos alimentares e elucidou os
presentes acerca do que se deve fazer para
termos uma alimentação/vida saudável.
Em seguida tomou a palavra o Eng. Tiago
Gaio, licenciado em Engenharia da Energia
e do Ambiente, que nos apresentou o projecto “Óleo Valor”, um projecto piloto cujo
o objectivo é dar um destino adequado aos
óleos alimentares usados, transformandoos num combustível ecológico e limpo, o
Biodiesel. Visitou-se também uma exposição, extremamente interessante, de trabalhos feitos pelos alunos.
O balanço final foi extremamente positivo e
todos os que participaram foram unânimes
ao afirmar: “ ...é uma experiência a repetir.”
E não se esqueça.... viva saudável!
No período compreendido entre 05 e 09 de
Dezembro, alguns docentes da EPDRA,
em colaboração com os alunos dinamizaram uma Feira do Livro, no Pavilhão AgroAlimentar, na qual contaram com a participação de algumas editoras, nomeadamente:
Caminho Divulgação, Publicações EuropaAmérica e Editorial Presença.
Este evento constituiu um espaço muito
agradável, dinâmico e diversificado, onde,
quem o visitou, teve oportunidade de consultar, ler e adquirir obras dos mais diversificados géneros literários e apreciar pintura
realizada por professores e alunos.
Também neste espaço e, integrado no Projecto: “ D’As Artes do Saber-Fazer”, os
alunos tiveram oportunidade de divulgar
as suas criações no âmbito de bricolage e
oficina de escrita e, uma mais uma vez, relembrar a voz do poeta:
As palavras:
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos, as águas estremecem
Desamparadas, inocentes, leves.
III FÓRUM DO ESTUDANTE
DO CENTRO
Paulo Vicente
No passados dias 23 e 24 de Março teve
lugar, no Centro de Negócios de Ourém,
o 3º Fórum do Estudante do Centro, uma
iniciativa que procura divulgar junto dos
jovens da região as várias ofertas formativas que estão ao seu dispor não só a nível
regional como nacional.A EPDRA esteve
presente com o seu stand, dando assim a
possibilidade aos alunos que o visitaram
de ficarem a conhecer a oferta formativa da
nossa Escola.
OTÍCIAS COM
HISTÓRIA
Esta secção é a nossa máquina do tempo jornalística. Em cada edição iremos aqui transcrever, à letra, um artigo de uma das revistas
há muito perdidas nos arquivos da Biblioteca
da nossa Escola. Porque há notícias já esquecidas que merecem ser recordadas.Paulo Vicente
O elogio do Galo
De Rollin de Macedo
Publicado originalmente na Revista Vida
Rural, nº101, 23 de Abril de 1955, pág.9
O galo nem sempre foi apenas uma ave dos
nossos quintais. Tem antepassados que impressionam pelo tipo, pelas dimensões, pelo
género de vida. O galo, de crista carnuda e
asas curtas e largas tem a sua história.
Na religião de Zaratrusta, na Pérsia antiga,
o galo era considerado animal sagrado. Um
verso atribuído a Chanaquia, e escrito cerca
de 300 anos antes de Cristo, diz que quatro coisas podem ser aprendidas num galo:
o ânimo combativo, o madrugar, o comer
junto com a família e a protecção à fêmea,
quando ela se mostra inquieta e assustada.
O galo foi, habitualmente, encarado pelos
povos primitivos como possuidor de qualidades místicas. Acreditava-se, por exemplo, que o demónio poderia entrar na casa
de quem sacrificasse um galo branco com
“crista de serra”, ficando o seu dono sujeito
a sofrer a perda dos seus bens. Atribuíamse às diversas partes do corpo do galo as
mais diferentes propriedades, assim como
sempre vigorou desde os mais antigos tempos a convicção de que as aves domésticas
representavam um dos mais úteis factores
benéficos da vida humana.
Apregoou-se, durante muito tempo, que o
Homem afastaria os seus maus hábitos se
bebesse uma líquido que contivesse substância extraída da crista seca de um galo,
e o fumo preparado com crista seca de um
galo branco ou vermelho era benéfico para
os doentes mentais.
A perda de memória era curada tomandose, pela manhã, como aperitivo, uma mistura de fel de galo com caldo de carne de
carneiro. Supunha-se que a virilidade do
homem aumentava grandemente com uma
aplicação de sangue de galo misturado com
mel de abelha.
Nem sempre, no entanto, as propriedades
atribuídas ao galo foram consideradas como
benéficas: as crenças, por exemplo, ensinavam que o sangue do galo de briga misturado nos alimentos e ministrado às várias
tribos, estabelecia as dissenções entre elas,
levando-as aos conflitos e às guerras.
Também era da ficção, entre os povos antigos, a afirmação de
que os
galos punham um
ovo, na sua vida: apenas um ovo, já ao fim da
existência, ovo esse caracterizado pelo tamanho
exíguo, e que alguns povos
consideravam indício da finalização da capacidade procriadora e de
outras funções típicas da bela ave.
Na China o galo foi sempre apreciado
como ave comestível; na Pérsia estimavam-no como animal de sacrifícios; na
Índia e na Grécia sempre teve proeminência como ave de combate, por excelência; e,
entre muitos outros povos, como animal de
grande significação religiosa.
Com o decorrer dos tempos o conceito em
que os povos tinham o galo, bem como outras aves domésticas, desceu dos altares de
uma religiosidade pagã ou da pira de bruxarias incríveis, para o prosaísmo das panelas,
de pressão ou não!...
A superstição vê no galo sinal de muitos
presságios. Assim, encontrar um galo no
momento em que ele canta é presságio de
vitória certa e ouvi-lo cantar no dia do casamento é sinal de questões no lar.
As brigas de galos constituíram uma diversão para os povos civilizados como Atenas
e a Espanha de Filipe II, e para os povos rudes e cruéis como os gauleses, os mexicanos
e os chineses. Uma diversão que era como a
sua poesia sanguinária, isto é, uma imagem
do ideal guerreiro.
Grécia, Atenas e Roma tiveram os seus torneios galináceos. Mas foi em Flandres, no
Norte de França e na Bélgica que as brigas
de galos se tornaram realmente populares.
Na Espanha também faziam parte de todas
as festas públicas, tal como as touradas. E
a atracção do espectáculo é dobrada pelo
interesse das apostas, como se se tratasse
de “boxeurs” ou de cavalos de corrida. Temistocles já dava as brigas de galos como
exemplo para os seus soldados.
Numa breve explicação diremos como era a
briga de galos: num recinto mais ou menos
cercado, de terra batida, coberta de serradura, substrato indispensável para unhas e
esporões e a estabilidade dos galos, que são
trazidos em sacos, são soltos. Previamente
estão treinados e preparados para a luta. As
cristas são cortadas e cicatrizadas com ferro em brasa. Preparados, alimentados com
alho, untados com uma banha, as asas aparadas, eles estão prontos á luta.
Colocados em frente um ao outro, permanecem imóveis, fitando-se com um olho
que se injecta de sangue, ao mesmo tempo
que
nem
a
crista e as “barbas” se torvermelho – sombrias. A
cabeças do galináceo
muda-se bruscamente e
de súbito os dois galos
atitam-se um contra
o outro, com os pés
para a frente e recuam mutuamente.
Voltam-se um para
o outro, estão outra vez
de frente e tentam agarrar-se
com o bico. O primeiro que
o consegue atira então
as patas para a frente,
contra o peito do adversário, segurando-o
solidamente. A luta é encarniçada e prossegue assim com alternativas. Não acaba
muitas vezes senão com a morte.
Ao galos de briga tê esporas de metal, afiladas e cortantes, que aumentam o esporão
- uma arma temível! O galo é realmente um
animal.
Os criadores de galos de briga formavam,
não há muito tempo, uma espécie de corporação muito poderosa, quase uma casta,
que tinha os seus hábitos, os seus costumes
e até uma forma de falar especial.
A criação de galos de briga é uma arte
bem difícil. O precioso animal é produto
dos cruzamentos, da selecção dos que têm
musculaturas poderosas e não estão juntos
uns com os outros. A alimentação é uma
das maiores preocupações do criador. Convém, com efeito, dar o maior vigor possível
ao animal, mas sem super-alimentá-lo nem
engordá-lo. Enfim, cada animal merece um
estudo particular mercê de longas observações.
São numerosas as raças, sub-raças e variedades de galos que se tem pretendido reunir
ou classificar, tarefa bastante difícil, dada a
grande quantidade e a diversidade dos seus
caracteres.
De entre essas numerosas raças citaremos,
ao acaso, algumas. O galo Silvestre é indescritível de beleza; a sua plumagem é extraordinariamente colorida e acima da crista
vê-sE um belo tufo de penas, do qual muito
se orgulha o galo. Habita, de preferência,
as rochas montanhosas (daí o nome) e ali
vive em grupos de vinte ou trinta. O galo
Dorking, de formas pesadas, cabeça volumosa, coroada por uma crista simples,
larga, alta e bem dentada; o Leghorn, raça
italiana que tem sido aperfeiçoada com extraordinário carinho; o Minorca, etc…
A finalizar diremos que o galo figura com
frequência nos cata-ventos de muitas igrejas
e casas particulares - e este é o seu melhor
elogio. O fcato obedece a razões de ordem
simbólica, pois o galo é um animal celebrado pela Igreja Católica.
Página119
PASSA TEMPOS
Paulo Vicente
1 - Sudoku
A zona de jogo consiste de uma grelha de 9x9 quadrados que foi
sub-dividida em grelhas menores de 3x3 quadrados. Cada jogo tem
uma solução lógica que é única. Para resolver o jogo, cada linha,
coluna e conjunto de 3x3 tem de conter todos os números de 1 a 9.
Boa sorte!!!
DIFICULDADE: FÁCIL
1
6
9
3
2
8
5
5
6
4
3
7
8
7
7
6
1
7
2
4
3
7
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8
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2 - O cavalo e o burro
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Um cavalo e um, burro caminhavam juntos levando ao dorso sacos pesados. Lamentava-se o cavalo da sua carga pesada quando o
burro lhe disse:
- De que te queixas? Se eu levasse
um dos teus sacos,
a minha carga seria
o dobro da tua. Se
eu te desse um saco
dos meus a tua
carga seria igual à
minha.
Quantos sacos levam o cavalo e o
burro?
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3 - Desafio nocturno
Quatro pessoas têm de atravessar uma ponte. Começam todas do
mesmo lado e têm 17 minutos para completar a travessia. É de noite e necessitam da única lanterna disponível para fazer a travessia.
Um máximo de duas pessoas podem atravessar a ponte ao mesmo
tempo. Cada um delas demora diferentes tempos para atravessar a
ponte: a pessoa A demora apenas 1 minuto, a B demora 2 minutos,
a C demora 5 minutos e a D 10 minutos.
Quando duas pessoas atravessem a ponte fazem-no à velocidade
da mais lenta.
Será que as 4 pessoas podem atravessar a ponte no tempo disponível? Como?

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