eletroforese de proteínas e imunofixação
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eletroforese de proteínas e imunofixação
toxicologia Manganês 1. Introdução O Manganês (Mn) compõe uma série de enzimas do metabolismo. A maior parte do manganês se encontra nas mitocôndrias, onde é componente da manganês superóxido dismutase. É considerado essencial na dieta humana, mesmo ainda não havendo documentação clara do seu estado de deficiência em humanos. (1). 2. Fontes de exposição Os óxidos, carbonatos e silicatos de manganês são os compostos mais abundantes na natureza e são insolúveis em água. O cloreto de manganês é pouco hidrossolúvel e o sulfato de manganês é hidrossolúvel. O composto ciclopentadietinila tricarbonila de manganês é pouco hidrossolúvel, mas bem solúvel na gasolina, sendo usado com agente anti-detonante, em substituição ao chumbo tetra-etila (2). O minério de Mn mais abundante é a pirolusita, com 40 a 80% de MnO2, sendo sua extração importante fonte de exposição. A Maior parte do Mn obtido no processo de mineração é empregado para confecção de ligas metálicas. O Mn também é utilizado na produção de baterias, vidros, tintas, esmaltes, cerâmicas, soldas, fósforos de segurança, pilhas secas, magnetos, catalisadores, materiais elétricos, produtos farmacêuticos, fungicidas e como preservativo de madeira e borracha (2,3). 3. Metabolismo Sua carga corporal é de 10 a 20 mg, estando 43% dessa depositada nos ossos. O trato respiratório é a principal via de absorção do Mn na exposição ocupacional. Elevações na ingestão de Mn podem determinar aumento dos níveis de manganês por até 7 dias (4). No soro, o Mn é transportado ligado à transferrina e sua concentração nos eritrócitos é 25 vezes maior do que a plasmática. Sua excreção é bifásica, com a primeira fase rápida (meia-vida de 4 dias) e uma segunda mais lenta (meia-vida de 39 dias). A via biliar é a principal responsável pela eliminação do Mn, realizando 99% da excreção do metal (5). 4. Patogênese O excesso de Mn, manganismo, acomete principalmente o sistema nervoso central (SNC). Histopatologia revela alterações nas células dos gânglios da base e da substância negra. O mecanismo proposto da neurotoxicidade é a formação de radicais livres citotóxicos e o estresse oxidativo. Além a toxicidade neurológica, há descrição de lesões pancreáticas, hepáticas e diminuição dos anticorpos (5,6,7). O Mn não é considerado um agente carcinogênico (1,3,9). Alguns estudos correlacionam carência de Mn com hipocolesterolemia, perda de peso, alterações esqueléticas, alterações em pele e cabelos (1). -1- toxicologia 5. Epidemiologia A exposição mais significativa decorre da inalação dos fumos e poeiras de Mn (2). Toxicidade ocorre principalmente em mineradores que foram expostos a aerossóis de dióxido de manganês, em concentrações elevadas, por períodos prolongados (5). Exposição crônica a baixos níveis de Mn parece não estar associada a distúrbio neurológico significativo (8). 6. Quadro clínico No manganismo, o início do quadro clínico é extremamente variável, dependente da intensidade da exposição, da susceptibilidade individual e do tipo de minério envolvido. Sintomas podem iniciar-se um mês ou vinte anos após a exposição. Os sinais mais precoces incluem anorexia, astenia, apatia, sonolência e cefaléia. Alterações de personalidade, labilidade emocional e períodos de hiperexcitabilidade são descritos (psicose do manganês). Com a exposição continuada, sintomas extra-piramidais surgem, determinando quadro semelhante à Doença de Parkinson (fácies em máscara, bradicinesia, hipertonia, fala monótona, micrografia, tremor de mãos, dificuldade de marcha). Com a retirada da exposição, os efeitos sistêmicos são reversíveis, contudo, o quadro neurológico tende a persistir ou piorar (5,9). Na intoxicação aguda por ingestão, lesões corrosivas gastrointestinais com sangramentos podem ocorrer. A inalação da substância também pode levar à quadro de pneumonite (10). Pacientes em uso de nutrição parenteral total (NPT) podem apresentar alterações nos gânglios da base à ressonância nuclear magnética e sinais extra-piramidais em decorrência do aumento do Mn (5). 7. Monitorização As dosagens sérica e urinária do Mn são usadas, de forma separada ou em conjunto, na avaliação de toxicidade ou deficiência (6). Entretanto, níveis de Mn no soro ou urina não refletem diretamente a exposição passada ou atual. Níveis séricos normais podem ser encontrados em pacientes com quadro neurológico de manganismo e níveis cerebrais de Mn elevados. Ressalta-se, ainda, que não existe correlação entre níveis elevados e a gravidade do quadro clínico (2,5,11) Cuidados são necessários para que se evite contaminação da amostra, uma vez que os níveis ambientais de Mn são 1000 vezes maiores que os do sangue. Deve-se usar luvas sem talco e tubo desmineralizado (12). Níveis séricos podem também se elevar em crianças com colestase e na insuficiência hepática crônica. Níveis baixos de Mn são encontrados nos pacientes em hemodiálise, naqueles em uso de ácido valpróico e hidralazina (6). Estudos divergem na determinação dos valores normais para populações não expostas. Utilizando absorção atômica, Neve, descreveu em 31 adultos saudáveis, nível sérico médio entre 0,43 e 0,75 mcg/l (14). Estudo conduzido por Adamska-Dyniewska e colaboradores, com 80 adultos saudáveis não expostos, encontrou valor sérico médio entre 2,1 e 5,7 mcg/l (16). Tora e colaboradores, em estudo realizado com 250 indivíduos saudáveis, encontrou valor médio de 1,1 mcg/l, variando de 0,3 mcg/l a 2,5 mcg/l (17). No maior estudo, realizado com 368 indivíduos entre 6 e 75 anos (179 homens e 189 mulheres), utilizando absorção atômica (forno de grafite), níveis de manganês variaram de 0,19 a 3,33 mcg/l (18). Nenhuma diferença determinada pela idade, sexo ou tabagismo foi encontrada nos níveis séricos (13, 15,16,17). -2- toxicologia Valores de Mn na urina entre 0,5 e 9,8 mcg/l são considerados normais (19,20,21). Estudo com um grupo de pacientes trabalhadores expostos ao Mn, alguns com sintomas de manganismo, encontrou níveis urinários entre 11,2 e 216 mcg/l (22). O Instituto de Patologia Clínica Hermes Pardini dispõe: Manganês: soro Método: Absorção Atômica (forno de grafite). Valores de referência: menor que 3,3 mcg/l. Manganês: urina recente e de 24 horas Método: Absorção Atômica (forno de grafite). Valores de referência: até 10 mcg/l. 7. Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Mason JB. Consequences of altered micronutrient status. In: Goldman Lee, Bennett JC. Cecil Textbook of Medicine. 21 ed. 2000: 1171-8. Salgado, PETS. Toxicologia dos Metais. In: Oga, S. Fundamentos da Toxicologia. 1996. 161-163. Goes RC. Toxicologia Industrial. 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