Março

Transcrição

Março
Ano XVI Nº 155
MARÇO 2008
R$ 2,00
www.uruatapera.com
MRN quer lavrar novos platôs
e Oriximiná cobra benefícios
A mineradora vai estender suas operações ao município de Terra Santa e aguarda agendamento do Ibama para realizar audiências públicas. SERVIÇO | PÁG 4.
MEIO-AMBIENTE
PEC inova ao
criar novas
Áreas Verdes
O deputado Gabriel Guerreiro é o autor da proposta, que
já tramita na Alepa.
Atores se destacam a cada ano
CONJUNTURA | PÁG 8.
CULTURA
DESMATAMENTO
Encenação
Novas leis de
da Via Sacra combate aos
revela talento devastadores
O evento, tradicional no calendário paraense, em Oriximiná encanta a multidão.
A comissão parlamentar
está ultimando relatório
propondo providências.
SERVIÇO | PÁG 4.
CONJUNTURA| PÁG 8.
Biodiversidade rica precisa ser mais protegida, com educação ambiental e incentivos para o reflorestamento
ARTICULAÇÃO
CD "CORDAS DO TAPAJÓS"
ESTÁ SENDO FINALIZADO
O violonista Sebastião Tapajós vai lançar seu novo
trabalho. Na foto, ao lado do maestro Matheus
Araújo, regente da OSTP, e Vicente Fonseca.
REGIONAL | PÁG 7.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE E SANEAMENTO
Rua 7 de Setembro Nº 1976. Fone: (93) 3544 - 1396
ÁREA INDÍGENA
SEGURANÇA
Comissão da Trombetas/
Alepa quer o Mapuera já
Pará na Copa demarcada
Voluntários
civis ajudam
a paz social
O presidente Domingos Juvenil está apoiando o esforço
da comissão parlamentar.
Etnias que vivem na região
festejam a conclusão dos
estudos garantindo a terra.
Iniciativa inédita que está
sendo implantada tem tudo
para ser bem-sucedida.
POLÍTICA | PÁG 5.
CIDADES | PÁG 3.
COTIDIANO | PÁG 2.
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COTIDIANO
zMARÇO - 2008
Voluntários civis ajudam a paz social
22 civis participaram ativamente do I Encontro
de Agentes Promotores de Polícia Comunitária
em Oriximiná. A iniciativa, inédita na região,
tem tudo para ser bem-sucedida. O número
deixou a organização otimista
em relação à implantação da
filosofia da polícia comunitária no município, pelo
comandante da Companhia
Trombetas, Capitão Mar-
celo Ribeiro, com o apoio
da Prefeitura Municipal. Os
voluntários já haviam participado de curso preparatório
no ano passado. A intenção é
incentivar que todos os pro-
motores de polícia comunitária auxiliem a PM nas ações
preventivas e educativas que
serão desencadeadas.
O comandante do destacamento adianta que os
voluntários fazem parte de do
projeto de promoção da paz
social e ajudarão em situações
educativas e preventivas.
Para o capitão Marcelo Ribeiro, os agentes terão
importância fundamental no
processo de implantação da
polícia comunitária, porque
estarão em contato com a
sociedade civil, o núcleo universitário e a igreja, onde será
feito o recrutamento de mais
agentes ou de pessoas que
queiram colaborar a polícia.
As funções desses agentes também serão fazer visitas
domiciliares e sugestões, utilizando diversas ferramentas
à disposição dos cidadãos de
Oriximiná, no processo de paz
social, revela o comandante,
que considera o primeiro encontro bem-sucedido, porque
cumpriu a meta de integrar o
grupo de voluntários. O que
mais chamou a atenção do
militar foi o entusiasmo dos
participantes. " Este é o caminho mais certo. A PM está
colocando em prática as verdadeiras razões para ter sucesso
através das ações preventivas e
educativas", elogia.
São Sebastião no Maria Pixi recebe Barracão Comunitário
FOTOS SALETE MARINHO
› SALETE MARINHO
A comunidade São Sebastião, na localidade
Maria Pixi, região ribeirinha de Oriximiná,
recebeu no último dia 17 o prefeito municipal
Argemiro Diniz e sua comitiva. A visita
teve como propósito verificar o
andamento da obra em construção do barracão comunitário medindo 22x14m de comprimento, destinado a atender
aos eventos da comunidade.
Segundo a coordenadora Valmira Gato, o antigo
barracão estava pequeno para
acolher os convidados nos
grandes eventos que são realizados. “Ficamos felizes com o
prefeito Argemiro Diniz, após
sabermos que ele havia atendi-
do a nossa solicitação. Agora,
com esta nova obra, nossos eventos serão realizados
com sucesso e sem nenhuma
preocupação”, agradeceu,
entusiasmada.
Além do barracão comunitário, as vinte famílias
ribeirinhas ganharam um
novo microssistema de abastecimento de água com capacidade para 20 mil litros, que
antes era apenas de 10 mil
litros. “Também recebemos
Argemiro ouviu sugestões e informou sobre as providências.
Vista da comunidade ribeirinha, que terá pleitos atendidos.
3,5 mil metros de encanamento para atender outras famílias
que ainda não tinham água
poços artesianos individuais”,
revelou Valmira Gato. Argemiro disse estar satisfeito com
encanada nas suas residências
e, onde a tubulação não chegou, a prefeitura construiu
o andamento e a qualidade da
obra e que ela é resultado do
pleito dos moradores.
Reconstrução de escola atenderá mil alunos
BRUNO GIVONI
› BRUNO GIVONI
A Escola Municipal de Ensino Fundamental
Laura Diniz ganhará novo prédio. Ao todo 60
operários estão trabalhando para que a obra
seja concluída num curto espaço de tempo.
O prédio está sendo construído ao lado da escola
Santa Maria Goretti e está
orçado em 700 mil reais. Os recursos são pró-
prios do município de
Oriximiná.
A nova “Laura Diniz”
terá três blocos com quatro
salas cada um, totalizando
Estágio das obras de construção do novo prédio da escola
12 salas. Os alunos ainda
contarão com uma biblioteca, laboratório e uma quadra
poliesportiva. Para uso dos
funcionários, haverá Diretoria, Secretaria, Sala dos
Professores e uma copa,
além de banheiro masculino
e feminino.
O novo prédio deverá
atender cerca de mil alunos
de todo o município, e
deve ficar pronto em junho
deste ano, tempo considerado pelo prefeito Argemiro
Diniz como recorde. “A
construção da escola, em
menos de um mês, já está
no cinturão e acreditamos
que em junho ela deve ser
entregue à comunidade
oriximinaense” garantiu.
Lançado edital para a Copa de Voleibol Feminino e Masculino
O secretário de Cultura, Desportos e Lazer
de Oriximiná, Adélcio Corrêa Jr., reuniu a
imprensa e esportistas para anunciar a Copa
de Voleibol Feminino e Masculino, em abril,
nas quadras anexas ao Ginásio Poliesportivo Guilherme
Guerreiro. A idéia é incentivar
a prática desse esporte, que já é
Diretora-Editora responsável
Franssinete Florenzano
Colaborador especial
Emanuel Nassar
Editoração eletrônica
Calazans Souza
Fotolito e impressão
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Tel. 0xx91.32300777
tradição no município.
Pelo regulamento, só
poderão participar atletas
de outras cidades que já
residirem em Oriximiná
no mínimo seis meses antes
do campeonato. É vedada a
participação de atletas menores de 16 anos.
Adélcio destacou que
Argemiro Diniz pediu
empenho para dinamizar
o voleibol em caráter de
competição. O prefeito deseja incentivar os esportistas
locais e proporcionar mais
oportunidades de participação e desenvolvimento das
habilidades dos atletas.
Adélcio Jr. explicou
que a Secretaria Municipal
de Desportos já planejou as
atividades a serem desenvolvidas durante o primeiro
semestre de 2008. Em abril
serão lançados os editais
para o campeonato de futsal
mirim e sênior, que iniciará
em maio. Outra modalidade que a Secretaria vai
apresentar é o campeonato
de futebol de campo, nas
categorias juvenil e infanto-juvenil, em parceria
com a Liga Esportiva de
Oriximiná.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS
TELEFONES ÚTEIS
Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319
Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681
Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072
Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371
Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224
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Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169
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Fórum – (93) 3544 1299
Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119
Polícia Civil – (93) 3544 1219
Defensoria Pública – (93) 3544 4000
CIDADES
Demarcadas terras
indígenas Trombetas-Mapuera
Depois de dois anos
de espera, Oriximiná
recebeu com festa
a conclusão da
demarcação das terras
onde vivem as etnias Karapawyana, Wai-Wai, Katuena, Hixkaryana, Mawayana,
Xereu, Cikiyana, Tunayana,
Yapîyana, Pianokoto e Waimiri-Atroari, além de grupos
indígenas ainda não contatados. O próximo passo para
regularizar o domínio desses
povos no lugar que habitam
é a homologação da reserva,
que deverá ser assinada pelo
presidente da República.
Em meio à mata fechada, cercada por mais de 80
cachoeiras, a área do Trombetas-Mapuera é praticamente inacessível. São cerca de
quatro milhões de hectares de
floresta amazônica, localizadas
nos municípios de Faro e
Oriximiná, no Pará; Urucará
e Nhamundá, no Amazonas; Caroebe e São João da
Baliza,em Roraima.
Eliseu Wai-Wai, cacique
da área Mapuera, integrada
por onze aldeias, disse que
a demarcação foi uma festa
grande e significativa. “Conquistamos uma demarcação
unindo forças. O futuro dos
informes
A
deputada Josefina Carmo pediu ao
governo do Estado ações estratégicas
na Calha Norte e no vale do rio Tapajós,
para integração do Estado, modernização da agricultura e pecuária, com destaque à
mecanização e verticalização da produção primária e o combate à febre aftosa. Ela quer discutir a
construção do linhão da UHE-Tucuruí e de uma
rodovia estadual ligando Itaituba e Juruti, a estadualização da rodovia Transgarimpeira, em Itaituba, e do ramal do Cuamba, entre Monte Alegre e
Alenquer, além do asfaltamento da PA-254.
Passos de cágado
Povos indígenas em festa: a titularidade das terras que ocupam finalmente está garantida
nossos filhos e netos agora
está garantido”, comemorou
o líder indígena. As etnias
beneficiadas participaram da
execução do projeto, tanto no
acompanhamento da demarcação quanto na fiscalização da
terra. Receberam capacitação
em legislação ambiental e indígena; noções de cartografia
e uso de GPS; mecânica e
radiofonia e registro visual em
filmagem. Para tanto, foram
adquiridos barcos, motores,
radiofonias, ferramentas e
combustível.
O prefeito de Oriximiná, Argemiro Diniz, que
mantém parceria com as etnias
que habitam o município, vê
com entusiasmo a conquista
das terras indígenas. Considera que a demarcação é um
passo importante para a gestão
e segurança desses povos. O
desafio que se apresenta, agora, além de preservar e ajudar
na fiscalização da área, é garantir que o domínio da terra
vai servir para manter vivo o
patrimônio cultural indígena,
preservando os diversos costumes das diferentes nações,
transmitidas por seus antepassados, alerta Argemiro, que
procura estimular, na programação do calendário cultural
de Oriximiná, a divulgação
e transmissão das músicas,
danças, instrumentos, rituais
e artesanato indígena.
Argemiro lembrou que
a demarcação faz parte do
Projeto Integrado de Proteção às Populações e Terras
Indígenas da Amazônia Legal
(PPTAL), da Fundação Nacional do Índio (Funai). A
iniciativa tem apoio do governo alemão, por meio do KFW
- Banco de Desenvolvimento
da Alemanha.
O prefeito recomendou
que os índios não esqueçam as
lições dos seus antepassados
e a sua língua original. “Os
mais novos têm que escutar os
mais velhos. Têm que manter
a tradição e o conhecimento
antigo. Têm que manter firme
a memória dos povos. É isso
que garante que vocês tenham
a terra.”
Soltura de quelônios criados em cativeiro
A localidade Barreto, na comunidade Casinha
no lago do Sapucuá, realizou a soltura de 2.716
filhotes de quelônios, dentro do Projeto Pé-dePincha. Há seis anos, nesta época, tartarugas,
tracajás e peremas são devolvidos ao habitat, na mesma
praia onde se coleta os ovos de
quelônios, durante o mês de
outubro, quando há a desova.
Os filhotes permanecem no
berçário durante oitenta dias,
após a eclosão.
A coordenadora do projeto, professora Alice Guerreiro, conta que há quinze
comunitários envolvidos no
trabalho voluntários. “Isto
demonstra que as pessoas,
MARÇO - 2008 z
principalmente os ribeirinhos,
já perceberam que a natureza
precisa de ajuda”, comemora.
A Prefeitura Municipal
de Oriximiná arca com as
despesas das lanchas e a alimentação dos voluntários. A
Mineração Rio do Norte dia o
combustível. Alice Guerreiro
enfatiza que, sem essa parceria,
nada do que é feito seria possível. “O projeto foi idealizado
pela UFAM – Universidade Federal do Amazonas e
Não bastasse a falta de dinheiro e de vontade
política que fazem com que se arraste há anos a
pavimentação de 70 Km da Santarém/Curuá-Una,
a obra também sofreu paralisação durante quase
um mês porque as empreiteiras descumpriram a
legislação trabalhista. O asfaltamento da PA-370 é
reivindicação antiga e beneficia 55 mil agricultores,
familiares e pequenos produtores rurais.
Obra de valor
A Biblioteca Pública Municipal Paulo Rodrigues
dos Santos, de Santarém, comemora 40 anos de
fundação. Foi inaugurada na gestão do saudoso
ex-prefeito Everaldo de Sousa Martins.
Medo de Asterix
Em Alenquer, um raio caiu em um coqueiro que
fica dentro da escola Amadeu Burlamaqui Simões
e atingiu o almoxarifado da secretaria municipal
de Saúde. Além da destruição de remédios, documentos e outros materiais, houve pânico dos alunos
que estavam nas salas de aula e viram o incêndio
na árvore.
Faro & Terra Santa
Em fevereiro, o escritório da Celpa em Faro foi
transferido para Terra Santa. Ficou só o setor de
atendimento a clientes. Desde então, para solicitar
reparos na rede, instalações e outros serviços, os
usuários têm que recorrer ao 0800 da empresa.
Para piorar a situação, a estrada que liga as duas
cidades é péssima. Já houve caso de um conserto
demorar dias para ser executado. As constantes
interrupções no fornecimento de energia elétrica
vêm prejudicando o funcionamento do Hospital
Dr. Dionísio Bentes. A população se mobilizou e
colheu assinaturas em um documento exigindo a
volta do escritório da Celpa, com suas atribuições
anteriores, já protocolado no Ministério Público.
Desincompatibilização do cargo
Devolução de quelônios ao rio já é evento anual
aprovado pela Prefeitura de
Oriximiná e já funciona há
nove anos,
“Esperamos continuar
essa parceria que é válida para
nossa região, haja vista que,
essas espécies estavam em
extinção e hoje a realidade é
outra”, salienta a professora
Alice Guerreiro.
José Antônio Rocha pediu exoneração do cargo de
secretário Municipal de Transportes de Santarém.
A prefeita aceitou e nomeou Joaquim Aquino, chefe
de operações e fiscalização da SMT, para o cargo. Filiado ao PMDB, e filho do deputado Antonio Rocha,
ele deve concorrer na próxima eleição municipal.
Pode ser vice de Maria.
Tucanos em revoada
Lideranças de 18 municípios do Oeste do Pará
têm encontro marcado em Santarém no próximo
dia 11 de abril, no Seminário Regional do PSDB.
Já confirmaram presença o ex-governador Simão
Jatene, o presidente nacional do partido, senador
Sérgio Guerra, senadores Arthur Virgílio, Mário
Couto e Flexa Ribeiro, além dos deputados estaduais e federais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e
lideranças regionais.
Planejamento turístico
Talento dos profissionais e dos estudantes evidenciados na mostra, que atraiu um grande público ao local
Exposição de arte sacra no Cliper Santo Antônio
Artistas oriximinaenses foram contemplados
com exposição de suas obras. O público
apreciou também mostra de teatro, filmes
relacionados à semana santa, apresentação
especial do coral “Cantando
a Melhor Idade”, shows com
bandas Gospel de várias igre-
jas, além do foco principal,
a encenação da via-sacra nas
ruas da cidade
No sábado da Aleluia, o
Tapete Pascal este ano trouxe
uma novidade. “Foram três
pontos de confecção do tapete
pascal. Um em frente à igreja
matriz, outro em frente à igreja
de Santa Terezinha e outro em
frente à igreja de São Pedro”,
explica João Felipe, técnico da
Secretaria Municipal de Cultura. O evento também serviu
para apresentar ao público
trabalhos desenvolvidos nas
escolas do município.
A Paratur vai ajudar na elaboração do plano
municipal de turismo de Belterra, utilizando as
informações do Proecotur (Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal), o
plano de desenvolvimento do roteiro turístico de
padrão internacional “Tapajós: Amazônia, Selva
e História” estabelecido pelo Programa de Regionalização do Turismo do Ministério do Turismo,
além da versão preliminar do inventário da oferta
turística municipal e o relatório de avaliação do
roteiro.
Candidatura em evidência
Francisco Florenzano deixou a presidência da
ADMO- Agência de Desenvolvimento Municipal de
Oriximiná, que ocupava há dez anos, e também o
cargo de Secretário de Planejamento do município.
É para se desimcompatibilizar, já que vai concorrer
a cargo eletivo este ano.
3
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SERVIÇO
zMARÇO - 2008
Oriximiná ganha mais sítios turísticos
Lagos do Salgado, Acapuzinho, Xiriri, Curupira,
Caipuru e Iripixi, com grande potencial para o turismo de pesca, vão ser aquinhoados com o aproveitamento dos seus recursos naturais. O sítio
pesqueiro turístico no Lago
do Salgado recebeu da Secretaria de Pesca e Aqüicultura R$122.500,00, para
a construção de flutuantes
que darão suporte ao atendimento turístico dentro
da área, com lanchone-
te, lojas de artesanato e de
souvenirs.
Também deverão ser
criados este ano sítios nas comunidades Lago Acapuzinho,
Lago Xiriri, Lago Curupira,
Lago Caipuru e Lago Iripixi.
A região do médio
Trombetas, há mais de dez
anos, vem recebendo formação para o desenvolvimento do ecoturismo.
Através da Secretaria de
Meio Ambiente e Turismo
de Oriximiná, as comunidades ganharam cursos de
Associativismo e Cooperativismo, Gastronomia,
Condutores de atrativos
Naturais, Manipulação de
Alimentos, Guia de Pesca,
Manutenção de Motor de
Popa e outros.
O maior objetivo dos sítios pesqueiros é a preservação
e a conservação dos patrimônios de usos sustentáveis.
“Os lagos com potencial
para o turismo de pesca e as
comunidades estão receptivos porque já perceberam a
importância da preservação
e conservação das espécies,
assim como para o manejo
de pesca sustentado, ressalta
a Secretária municipal de
Turismo, Fátima Guerreiro,
destacando que as comunidades sabem que precisam lutar
pela conservação e preservação
das áreas que habitam e onde
usufruem da natureza para o
seu sustento.
A secretária acredita que
o turismo trará para essas comunidades outras alternativas
de renda e, por outro lado, os
ribeirinhos compreenderão
que não podem deixar de
viver os seus costumes, “que
não podem deixar de fazer sua
farinha, o biju e que o turismo
é uma ótima oportunidade
para o surgimento de novos
negócios e melhor qualidade
de vida”.
Sociedade cobra apoio da MRN ao desenvolvimento
A primeira reunião preparatória de audiências públicas necessárias para o licenciamento de novas
minas de bauxita na região do Trombetas foi marcada por cobranças à Mineração Rio do Norte.
Os oriximinaenses pediram mais apoio ao desenvolvimento local mas, para a MRN,
falta preparo dos fornecedores
do município e a empresa tem
contribuído para melhorar
esta qualificação.
A reunião em Oriximiná teve dois momentos: pela
manhã no auditório da Casa
da Cultura e à tarde na Câmara Municipal. Participaram
representantes da sociedade
civil, da administração municipal, do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e Recursos Renováveis e da empresa.
Entre os questionamentos,
a razão da MRN comprar
mais de empresas de fora e
empregar mais profissionais
de outros municípios, como
Santarém. Outro questionamento foi sobre a falta de
curso técnico em Oriximiná,
para capacitar a mão-de-obra
local.
Os representantes da
MRN disseram que o município precisa melhorar a
agricultura, que o município
também tem que contribuir.
Para a empresa, os agricultores de Oriximiná precisam
se preparar mais para atender
as demandas da MRN. A
mineradora garantiu que está
apoiando os fornecedores
locais, citando como exemplo
que fornece alimento ao projeto e adquire peixes produzidos em Oriximiná, através de
tanques-rede.
O município pediu a
instalação um núcleo universitário e foi atendido, mas
prometeu investir mais na área
de educação, principalmente
em qualificação profissional,
alega a mineradora, informando também que vem apoiando
programas de capacitação
para empresas locais e que
as compras feitas na região
têm aumentado de forma
significativa.
Na Câmara, os vereadores também fizeram co-
branças, como o atendimento
à população ribeirinha no
hospital de Porto Trombetas. A MRN informou que,
atualmente, mais da metade
dos atendimentos feitos no
hospital são de ribeirinhos e
que desenvolve projeto de
apoio às comunidades, como
o que conseguiu erradicar a
malária.
As reuniões preparatórias
acontecem até o dia 1º de abril,
para discutir o Relatório de
Impacto ao Meio Ambiente
(Rima) para operação de seis
novos platôs. Depois serão
agendadas as audiências públicas, ainda sem data definida
para ocorrer, que são coordenadas pelo Ibama, órgão
que detém a responsabilidade
de conceder a licença para
operação, já que a MRN é
instalada na Floresta Nacional
Saracá-Taquera, uma unidade
de conservação federal.
De acordo com diretorpresidente, Júlio Sanna, com a
operação nesses platôs, a capacidade produtiva da empresa
não passará por alteração.
“As novas minas substituirão
as que estão em processo de
exaustão. Continuaremos
produzindo e embarcando
a marca de 18 milhões de
toneladas de bauxita, nos
próximos cinco anos”, afirma
Sanna.
A reserva dos seis platôs
é da ordem de 256,5 milhões
de toneladas de bauxita e será
lavrada até 2025. Parte desse
minério se encontra no subsolo de Terra Santa, município
vizinho a Oriximiná, onde a
MRN opera há 28 anos. Dessa
forma, Terra Santa passa a ter
direito sobre o recolhimento
dos impostos, incluindo a
Contribuição Financeira pela
Extração Mineral (CFEM).
Assim que a licença ambiental
for concedida pelo Ibama, a
empresa dará início às obras
de infra-estrutura. Para o platô
Bela Cruz, o primeiro dos seis
a entrar em operação, será necessária a construção de uma
estrada, além de instalações de
apoio à produção. A previsão
é de que sejam contratados,
em média, 480 trabalhadores,
chegando a 700 no pico das
obras.
Com muito realismo, a montagem encheu de emoção os populares que participaram do espetáculo, enchendo as ruas como platéia móvel e aplaudindo a marcante apresentação anual
Via-Sacra encenada nas ruas encanta
FOTOS BRUNO GIVONI
Um dos mais tradicionais eventos do calendário
cultural de Oriximiná, a Via-Sacra foi encenada nas
ruas da cidade na manhã da Sexta-Feira da Paixão,
com um grande elenco de atores e coadjuvantes
da Pastoral da Juventude,
contando com a participação
especial do ator Rona Farias,
interpretando Jesus Cristo.
O espetáculo de rua
emocionou os fiéis, que reviveram o sofrimento de Jesus
Cristo até a crucificação. Os
atores da Pastoral da Juventude capricharam na confecção
do figurino, que agradou os
espectadores. “É muito lindo,
eu me emociono todas as
vezes” disse a fiel Maria do
Carmo, que sempre acompanha o cortejo.
Este ano a Via Sacra saiu
da frente da igreja Matriz até a
Capela de Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro, no bairro
Os atores foram muito aplaudidos pela performance
que leva o nome da santa.
Muita gente acompanhou a
caminhada, ao longo das 12 estações. O ator que representou
Jesus Cristo se diz gratificado
com o realismo da montagem.
“Eu fico feliz quando as pessoas reconhecem o nosso trabalho, dos meninos da Pastoral
da Juventude. A cada ano isso
nos dá força para representar
melhor a vida do nosso Pai
Celestial”.
Para o músico Sebastião
Lago, a participação popular
é muito importante para a
preservação da peça teatral.
“Você vê o número de jovens
que acompanham, crianças, o
esforço dos atores. E tudo isso
pra mostrar ao povo o quanto
que Jesus sofreu por nós e às
vezes nem lembramos disso”
completa.
A Via Sacra tem apoio da
Prefeitura de Oriximiná, através da Secretaria de Cultura,
Desporto e Lazer.
Abertas inscrições para Mostra de Teatro em Oriximiná
› SALETE MARINHO
A
Secretaria Municipal de
Cultura, Desportos e
Lazer de Oriximiná reuniu
os responsáveis pelos grupos
teatrais amadores do município, para tratar dos 15 anos do
calendário de apresentações de
peças culturais.
Segundo o secretário de
cultura, Adélcio Corrêa Jr.,
a reunião serviu para avaliar
e aprovar o regulamento do
maior evento de teatro do
município, que é a “Mostra
de Teatro Amador de Oriximiná”. “Este ano a Mostra vai
debutar, completando 15 anos
e, por conta disso, o regulamento está sendo adaptado
para um acontecimento bastante festivo”, explicou.
Na ocasião também foi
lançado o desafio aos grupos
de teatro sobre o projeto “Teatro para todos”, garantindo
o uso constante da Casa de
Cultura, de modo a incentivar
a produção de espetáculos
teatrais como mais um lazer
aos oriximinaenses.
A Mostra de Teatro
Amador é aberta a grupos
teatrais de todo o território
brasileiro.
Art. 2º - O evento será regido por Regulamento específico,
a ser resgatado pelos interessados na Secretaria Municipal
de Cultura, Desporto e Lazer – Travessa Ângelo Augusto,
832, no horário de 7h às 13h, pelo Fone Fax: (93)3544-2681,
pelo E-mail: [email protected] ou através do site:
www.oriximina.pa.gov.br.
EDITAL Nº 003/2008
Art. 3º - O evento acontecerá nos dias 9,10, 11,16, 17, 18,22,
23, 24 e 25 de maio de 2008, sempre a partir das 19:30h, no
Auditório da Casa da Cultura.
A Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Lazer, no
intuito de regulamentar o processo de inscrição e seleção
dos grupos teatrais amadores para a XV MOSTRA DE
TEATRO AMADOR DE ORIXIMINÁ, resolve:
O presente Edital entrará em vigor a partir da data de sua
publicação.
Art. 1º - Estabelecer o período de inscrição para o evento,
que será de 07 de março a 07 de abril de 2008.
Adélcio Corrêa da Silva Júnior, Secretário Municipal de
Cultura, Desporto e Lazer – Port.005/2008
Oriximiná, 07 de março de 2008.
POLÍTICA
MARÇO - 2008 z
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Alepa se esforça para trazer Copa ao Pará
O presidente da Assembléia Legislativa do Estado,
deputado Domingos Juvenil, não mede esforços
para estimular os parlamentares a lutar pela conquista de espaço durante o evento. Ações conjuntas
para tornar Belém sub-sede
da Copa do Mundo de Futebol, que será disputada no
Brasil, em 2014, estão sendo
articuladas pela Assembléia
Legislativa do Pará e o Governo do Estado. O deputado
Domingos Juvenil espera que
seja produtivo o trabalho da
comissão formada na Alepa
para acompanhar as ações governamentais a fim de incluir
o Pará no calendário esportivo
da competição, e conta que
a reunião preliminar com a
Secretaria de Esporte e Lazer
foi o pontapé inicial dos trabalhos. Além de Júnior Ferrari
(PTB), que preside a comissão parlamentar, ela também
é integrada pelos deputados
Carlos Bordalo (PT) e Martinho Carmona (PMDB),
que é o relator. O presidente
da Comissão Permanente de
Esportes da Alepa, deputado
Robgol (PTB), também trabalha para viabilizar o projeto.
Os deputados querem
juntar outros setores como
o da hotelaria e construção
civil. O presidente da Alepa
Domingos Juvenil: Alepa e governo trabalham em conjunto
recomendou que jogadores,
associações desportivas e a
sociedade como um todo
sejam convidados para fazer
do Pará um Estado ainda
mais atrativo aos olhos dos
organizadores da competição.
Fora do Estado, outras articulações, em esfera federal,
também devem ser feitas
pela comissão parlamentar
paraense.
“Em outra etapa, os parlamentares irão ao Rio de
Janeiro para reunir com a
Confederação Brasileira de
Futebol, a CBF e, em seguida,
pretendem dialogar com o
ministro dos Esportes. “Tudo
isso vai nos ajudar a alcançar
nosso objetivo”, explica Domingos Juvenil.
A comissão foi criada
com o objetivo de analisar,
tratar e acompanhar todas as
atividades que estão sendo
realizadas no Estado a fim
de apresentar contribuições
positivas para tornar o Pará
uma das sub-sedes da Copa
do Mundo de 2014, esclarece
o presidente. O Pará disputa
a vaga da Amazônia com
os Estados do Amazonas e
Acre. Doze cidades serão
escolhidas para sediar o maior
evento futebolístico mundial.
A divulgação das escolhidas
deve acontecer até o fim de
2008.
Júnior Ferrari quer aproveitar água da chuva
O deputado apresentou projeto de Lei visando
criar o Programa de Captação de Água da Chuva
no Estado do Pará, cujos objetivos são a captação,
o armazenamento e a utilização das águas pluviais
pelas edificações urbanas. A
proposição é muito oportuna, em se tratando de poupar
água, um bem não renovável
da natureza e que tem sido
motivo de preocupação em
todo o mundo. De acordo
com a proposta de Ferrari, o
Estado, por meio das secretarias competentes Saneamento
e Obras, realizará convênios
com as administrações públicas municipais e parcerias com
a iniciativa privada, visando à
realização de ações que vão
desde a instalação, nas casas
e prédios, públicos e particulares, de caixas de água, com
tampa parcialmente removível, coletoras e armazenadoras
da precipitação atmosférica;
instalação de calhas adaptadas
Ferari : projeto ecológico
e outros condutores, convergentes às caixas coletoras.
Júnior Ferrari sugere
ainda que haja adaptação, às
caixas coletoras, de sistema
que libere o excesso de água
acumulada para as galerias de
águas pluviais. Cada edificação deverá conter uma caixa
de água destinada unicamente ao armazenamento de água
pluvial. A água das chuvas
coletada será utilizada em
atividades que dispensem o
uso de água tratada, como la-
vagem de calçadas, interiores
de prédios, regar plantas, em
sistemas de banheiros e etc.
A instalação de caixas de água
com tampas removíveis será
responsável pela retenção de
parte considerável da água das
chuvas. Essa água que, muitas
vezes, provoca enchentes e
inunda ruas e calçadas, poderia ser armazenada para futura
utilização em atividades que
dispensam o uso de água
tratada, como por exemplo,
nas descargas de vasos sani-
tários e na limpeza e pisos e
calçadas.
Em sua justificativa, o
deputado Júnior Ferrari alega
que ?O problema da falta de
água é gravíssimo em todo o
planeta. Até mesmo o Brasil,
país rico em recursos hídricos
sofre as terríveis conseqüências
da carência de água: falta água
para a produção energética,
falta água para o abastecimento
das residências em várias regiões, não há água tratada suficiente para todos?, alertou.
Josefina enfatiza história de Monte Alegre
Localizado a 623 km de Belém, no oeste do Pará,
o município comemorou, no último dia 15, o 128°
aniversário de elevação à categoria de cidade. Para
lembrar a data, a deputada estadual protocolou
na Alepa o requerimento nº
72/2008 propondo votos de
congratulações à população
local e seus dirigentes políticos
pela celebração do evento. A
solicitação foi aprovada por
unanimidade no plenário da
Alepa.
Ao justificar sua
proposta, Josefina Carmo
destacou o fato de Monte Alegre ser uma das mais antigas
fundações urbanas da Amazônia, tendo sido inicialmente
instalada pelo comandante
português Pedro Teixeira,
em 1639, quando visitou o
aldeamento dos Gurupatuba,
um dos povos que habitavam
a região à época. Também
deu destaque ao papel que
teve a cidade durante os diversos períodos da história
do Pará, acentuadamente
durante a Cabanagem. “O
primeiro presidente cabano, Félix Antônio Clemente
Malcher, era montealegrense,
enquanto um primo deste, ao capitão-mor Antônio
Clemente Malcher, assumiu
a defesa da cidade contra os
ataques dos revoltosos”, registrou ela.
A deputada também
ressaltou a importância de
Monte Alegre no período da
história pré-Cabral, e como
as descobertas e estudos sobre
os paleoíndios amazônicos
levou a comunidade científica a reescrever a história
da ocupação do continente
americano. “Sim, agora está
confirmado: Monte Alegre
possui as marcas mais antigas
da presença do homem na
Amazônia, algumas das mais
antigas das Américas”. Pinturas rupestres e uma infinidade de materiais arqueológicos
coletados e estudados por
vários cientistas comprovam
que Monte Alegre, no período neolítico (entre 26.000
a.C. e 5.000 a.C., aproximadamente), foi o berço das
civilizações amazônicas.
O patrimônio histórico-cultural herdado dos
paleoíndios amazônicos está
concentrado no Parque Es-
tadual Monte Alegre (Pema)
e atrai centenas de turistas
todos os anos, lembrou Josefina, lamentando que parte
desse patrimônio esteja se
perdendo, principalmente as
centenas de pinturas rupestres. “Agora, com seu plano
de manejo já pronto, esperase que o Pema e seu belo e
raro patrimônio históricocultural sejam estudados,
protegidos e conservados”,
avalia a deputada.
Carlos Martins festeja devolução da Vera Paz
O diretor-presidente da Companhia Docas
do Pará, Clythio Van Buggenhout, assinou, na
sala de reuniões da Prefeitura de Santarém,
o Termo de Reversão da área da antiga praia.
pertencente à CDP, ao município de Santarém.
Situada no bairro do
Laguinho, a área vinha sendo
solicitada desde 2005 pela
prefeita Maria do Carmo.
“Trata-se de uma data histó-
rica, que irá possibilitar o surgimento de mais um espaço
voltado à cultura, ao turismo
e ao lazer. Esta reversão resgata a história de Santarém,
tendo em vista que a Vera Paz
ainda é cantada em verso e
prosa”,comemorou o deputado Carlos Martins (PT),
revelando que a Prefeitura
quer construir na área uma
passarela com contenção
fluvial, instrumentos públicos como lanchonetes e
playgrounds e a manutenção do bosque com trilhas,
numa área de 35.390 metros
Carlos Martins: fato histórico quadrados. Os trabalhos
devem começar em junho
deste ano.
Carlos Martins salientou que o entendimento
entre a CDP e o Conselho
de Autoridade Portuária, para
atender ao pleito da prefeita
Maria do Carmo, foi por
acreditarem que o interesse
social se sobrepõe ao remoto interesse portuário. “A
Companhia Docas do Pará
dispõe de outras áreas para
utilizar em caso de expansão
do porto. E o interesse de uso
coletivo mereceu a exata importância da parte do diretorpresidente da Docas, elogiou
o deputado, que junto aos
moradores dos bairros do
Laguinho, Aldeia e Liberdade
prestigiou o ato.
Von reclama que Oeste sofre com a cheia
Santarém, Monte Alegre, Alenquer e Juruti sofrem
vendavais e alagamentos. Assim como na BR-163 e
Transamazônica, Altamira, Rurópolis e Itaituba.
São muitos os estragos nas cidades e deslizamentos
de encostas nas estradas, deixando famílias desabrigadas.
Há duas semanas, o comércio de Santarém ficou
completamente alagado, a
água invadiu as lojas e muitos
produtos estragaram. Até mesmo carros foram arrastados
pela enxurrada. Na periferia,
milhares de pessoas não con-
seguem sair de casa cedo para
trabalhar. Os ônibus deixam
de entrar em determinadas
ruas por causa das valas que se
abrem durante as enxurradas,
conta o deputado Alexandre
Von (PSDB).
Em alguns bairros, os
moradores constroem barricadas para impedir o avanço da
água. Na Nova República, um
dos mais distantes do Centro,
muitos tiveram suas casas invadidas pela água e perderam
móveis e eletrodomésticos.
Valas e buracos tomam conta
da cidade.
A medição diária do rio
Tapajós, feita pela Capitania
dos Portos, aponta que o nível
das águas está acima do registrado em 2006, ano da maior
cheia registrada no município
nos últimos anos, enfatiza Ale-
xandre Von, explicando que a
Delegacia Fluvial já alertou os
donos de embarcações sobre
os perigos de navegar neste
período e a previsão é de ainda
cair muita chuva em Santarém
e em toda a região Oeste do
Pará nos próximos dias.
No sábado, 22, uma
grande quantidade de terra
deslizou para o leito da pista na
rodovia BR-163 (SantarémCuiabá), à altura da Serra do
Piquiatuba, zona urbana de
Santarém. O 8º Batalhão de
Engenharia e Construção
(BEC) teve muito trabalho
para liberar o tráfego na área.
No domingo, informou
Von, um deslizamento de
areia interrompeu durante
cerca de uma hora a estrada
estadual Everaldo Martins
(Santarém/Alter do Chão).
Nas rodovias Transamazônica (BR-230) e Santarém-Cuiabá, diversos trechos
ficam debaixo d’água, rios
transbordam e pontes são levadas pela correnteza. Novos
atoleiros se formam a cada dia
e transformam a viagem num
verdadeiro teste de paciência.
A situação é dramática,
relata Alexandre Von, que
acusa a Prefeitura Municipal
de Santarém por não realizar serviços básicos de infraestrutura, como drenagem e
desentupimento de bueiros,
o que estaria agravando o
problema.
6
VARIEDADES
zMARÇO - 2008
JOSÉ
WILSON
MALHEIROS
www.wilsonmalheiros.mus.br
www.deconsciencia.blogspot.com
[email protected]
PANORÂMICA DO MUNDO ATUAL
Para você, leitor, que me
honra com sua preferência, uma
breve mensagem de Páscoa.
Na sociedade contemporânea, observamos que é inegável
o progresso, seja no campo
tecnológico, no pensamento
acadêmico, na ética, etc.
Vultosos recursos financeiros são generosamente investi-
dos em projetos de investigação
de remédios que consigam ou
minorar ou curar as mazelas
do ser humano e até mesmo de
nossos irmãos animais.
Destacamos, por exemplo,
o conhecido Projeto Genoma,
que visa fazer o mapeamento
de todos os genes do ser humano, virando-o do avesso, o que
evidentemente, tem seu lado
ótimo.
Se por um lado a humanidade se esmera em melhorar sua
condição de vida, por outro viés
vemos exatamente o oposto, isto
é, ainda não conseguimos, como
espécie, eliminar ou pelo menos
melhorar a um patamar menos
cruel, a situação dos chamados
menos favorecidos pela sorte.
Vejamos o caso de nosso
país, onde existem pessoas vivendo no primeiro mundo e outros ainda na idade da pedra da
desnutrição, falta de instrução,
saúde pública compatível etc, a
exemplo dos países africanos.
Esse estado de coisas deprimente ocasiona o inevitável. O
mundo atual parece estar, sem
exagero, canceroso.
As pessoas têm medo de
sair às ruas, em face dos assaltos
e seqüestros relâmpagos que
têm ocorrido a todo momento,
não mais se escolhendo a classe
social.
Tanto sofre o pobre como o
rico ou a classe média e os poderes do Estado parecem impotentes diante de tanta violência.
Estamos em tempos de muita inquietude e de grande instabilidade emocional e social.
No Brasil, há quase 30 milhões de pessoas com transtornos mentais, com neuroses e
índices acentuados de demência;
com epilepsia e psicoses várias.
As faculdades, a ciência poderiam reservar tempo, numerário e material humano para
pesquisar soluções no sentido de
tentar, cada vez mais, de alargar
os horizontes das pesquisas,
nos domínios da alma humana,
contribuindo para a solução
dos enigmas que atormentam o
homem contemporâneo, projetando luz nas questões, quase
que indecifráveis do destino e do
sofrimento do ser humano.
A realidade, porém, é bem
outra. Vemos todo dia e a toda
hora os contrastes de uma suprema tecnologia no campo da
informática, da genética, das
viagens espaciais, dos supersônicos, dos raios laser, ao mesmo
tempo em que ainda temos que
conviver com a febre amarela,
a tuberculose, a AIDS, e com
todos os tipos de droga (cocaína,
heroína, skanc, ecstasy, o crack,
etc.).
Estamos na Páscoa e nunca
é demais relembrar. Nesse panorama a mensagem de Jesus
Cristo é um elixir miraculoso,
o mais seguro para a redenção
social, que haverá de penetrar
em todas as consciências humanas, como um dia penetrou no
desprendimento de Vicente de
Paulo, na majestosa solidariedade de irmã Dulce, na bondade de
Francisco de Assis, na suprema
dedicação de Teresa de Calcutá,
no amor de Chico Xavier e tantos outros ícones.
Chegou a hora de toda a
humanidade parar e pensar.
Precisamos cultivar a compaixão sem pieguismos, exercitar
generosidade que começa na arte
de doar coisas, para culminar no
dom de nos preocuparmos com
o próximo.
Fazer algo de bom, e que
ninguém saiba, por um desafeto
qualquer.
Chegou a hora de praticarmos a principal mensagem do
Redentor: Fora da Caridade
Não existe Salvação.
- Puxa, errei de novo! Mas
ainda tenho outra vez... Vou me
segurar bem e esperar.
Lá veio novamente a Cobra
da mesma direção que das vezes
anteriores. Abraçado ao esteio
com o braço esquerdo, esperou
que ela passasse. Desta vez a
Cobra vinha rente ao trapiche
e aí conseguiu segurar no talo
da rosa. Quase que é arrastado
pela Cobra, mas, como estava
bem seguro, agüentou firme,
e ficou com a rosa na mão. A
Cobra continuou subindo o rio
até desaparecer...Marujo ficou
uns instantes ali, ainda abraçado
ao esteio e olhando a rosa que
tinha na mão. Era muito bonita
e cheirosa!
Depois subiu ao trapiche e
ficou esperando a moça. Nada.
Continuou esperando e ninguém aparecia.
- Mas, sim senhor, cadê a
moça? – pensou – será que ela
não vem?
Olhava pro rio esperando
que ela aparecesse numa canoa
ou montaria. E nem sombra da
moça...! Começou a olhar em
todas as direções, pra cima, pra
baixo, pros lados, voltou a olhar
pro rio e... nada! Resolveu dar
um tempo.
- Vou esperar mais quinze
minutos e, se ela não aparecer,
vou embora!
Assim fez. Esperou e, como
a moça não apareceu, retirou-se
do local.
- Ela não vem mais...!
Saiu do trapiche pra beira do
rio a fim de retornar ao motor
ancorado e, quando vai subindo
o barranco, dá de cara com a
moça, em pé, já vestida, toda de
branco, muito linda!
- O senhor tava pensando
que eu não tinha vindo, não é?
- É, pensei até que tinha
perdido, que tinha feito alguma
coisa errada...
- Não, o senhor conseguiu.
Agora vou lhe pedir mais um
favor: gostaria que o senhor me
deixasse na casa de meus pais, lá
no Acre. O senhor faz isto?
- Faço! A senhora embarca
neste motor que estou trabalhando. Vamos até a cidade de
Porto Velho e de lá vamos seguir
para o Acre.
Passageiros e tripulantes ficaram surpresos quando Marujo
chegou com a moça. Vários pensaram que a tinha “roubado”,
expressão que se usava então.
Ele falou que não, mas também
não entrou em detalhes do que
realmente tinha acontecido.
Marujo foi deixar a moça
na casa dos pais, que não acreditavam no que estavam vendo.
Já davam a menina por morta –
afinal sete anos haviam passado
– e eis a filha na frente, já moça,
com quinze anos de idade.
Fizeram uma festa e quiseram
recompensar Marujo. Este nada
aceitou. Disse que sua recompensa maior era o desencante da
moça e tudo o que tinha feito era
desinteressadamente, só para dar
alegria a ela e seus familiares.
Ela então disse ao marujo
que a rosa vermelha era uma
oferta: se algum dia estivesse
passando necessidade ou precisando de alguma coisa, bastava
dar um cheiro na rosa, que conseguiria o que quisesse.
- E tem mais – ela disse – a
rosa nunca murchará!
Aí ele perguntou:
- De onde é esta rosa? Onde
a senhora conseguiu?
- Não vou dizer. Não posso
revelar. Isto é segredo!
Após ser muito festejado
pelos pais e familiares da moça,
Marujo foi embora e continuou
trabalhando no motor Brasil.
Guardava carinhosamente
a rosa e afirmava que ela nunca
murchara. Continuava fresca tal
e qual a havia retirado da boca da
Cobra, tal e qual tinha recebido
das mãos da moça.
Apenas, algumas vezes, por
saudades da aventura ou por
simples lembrar, contava a história para os passageiros. Uns
acreditavam, outros não. Para
os que não acreditavam, pedia
o testemunho do comandante
do barco, este sempre pronto a
confirmar.
Não quis fazer uso dos poderes mágicos da rosa e preferiu
continuar sendo apenas um
marujo a singrar os rios da
Amazônia a bordo do motor
Brasil. Porém, era bem mais
que um simples marujo: era
um caboclo amazônida, que,
pela sua coragem, e destemor,
tinha desencantado uma Cobra
Grande...”
Desta vez a Cobra vinha
rente ao trapiche e aí conseguiu
segurar no talo da rosa...
WALCYR
MONTEIRO
[email protected]
A ROSA
Histórias de pessoas encantadas em forma de bichos,
principalmente de cobras, são
muito conhecidas na Amazônia. Também são conhecidas as
tentativas de desencantamento,
onde, na maioria, falham, principalmente pela falta de coragem
de quem tenta o desencante.
Por isso, esta é diferente. É uma
história em que... Não, assim
já vou contar o fim e nem ao
menos iniciei...
Vou passar a palavra a Gedeão Batista, nascido no antigo
Território Federal do Guaporé,
hoje Estado de Rondônia, e que
ali residiu muitos anos.
“- Eu viajava muito com
meu pai de navio, através do rio
Pacoara, do Seringal Boa vista
para a cidade de Porto Velho,
hoje capital de Rondônia. As viagens, naquele tempo, eram feitas
só durante o dia. Por volta das 17
horas, a embarcação encostava
na beira, ou seja, nos barrancos,
para os passageiros passarem a
noite. Aí, os que tinham barraca,
montavam, os que não tinham
atavam suas redes entre duas
árvores ou dois paus, ou ainda
cortavam folhas de bananeira
brava para deitarem, enfim, cada
um dava o seu jeito. A viagem
continuava no dia seguinte,
saindo de manhã cedo.
Em uma destas viagens,
íamos no motor Brasil, que
também rebocava um batelão.
Como não tinha lugar para
todos dormirem, saltamos para
o barranco. Só quem ficava a
bordo era a tripulação. O resto
ia improvisando a dormida
de maneira que já falei. Foi aí
que ouvi uma história que se
tinha passado em uma viagem
anterior, já há alguns anos, do
motor Brasil, com um dos seus
tripulantes, que chamarei aqui
de Marujo. Nessa viagem, o barco havia parado em um barranco
em situação semelhante, ou seja,
pra dormirem.
Um dos tripulantes, o Marujo, porém, saltou e começou
a andar por dentro da mata.
Anda aqui, ali e acolá, afastouse do local onde os passageiros
estavam acampados. Sempre
examinando o local, ouviu como
que o cair de água de alguém
que estivesse tomando banho de
cuia. Aí viu que estava próximo
a um igarapé e se aproximou
bem devagar, sorrateiramente.
Pensava quem poderia ser.
- Será que é uma das
passageiras?
Sem fazer barulho, aproximou-se mais, sempre se escondendo atrás das moitas. Quando
estava bem perto, o que viu?
Era uma moça loira, cabelos
compridos, branca, sentada num
tronco atravessado no igarapé,
apanhando água com uma cuia
e tomando banho inteiramente
nua. Marujo ficou extasiado
com aquela bela visão. A moça
estava de costas para ele e, por
isso mesmo, ficou surpreso e
espantado quando ouviu:
- Ei, moço! O que o senhor
está fazendo aí?
Ela não tinha se virado, não
tinha olhado pra ele, daí a razão
do espanto.
- Não, sa... sabe, eu... eu...
eu tava aqui...
As palavras não saíam e
Marujo gaguejava, procurando
encontrar uma justificativa para
o fato de estar espiando.
Ela não esperou o resto da
desculpa e, antecipando-se ao
que ele ia dizer, falou:
- Chegue mais um pouquinho pra cá!
Naquela época havia mais
respeito e foi um tanto encabulado – afinal ela estava nua – que
ele se achegou.
Já perto do tronco onde a
moça estava, perguntou:
- Mas a senhora mora aqui?
Porque eu não vi a senhora a
bordo...!
- É, eu moro ali, naquele rio!
(ela falou, apontando na direção
do rio Pacoara, do qual o igarapé
era afluente). Lá onde está o
motor ancorado.
- Mas, como a senhora mora
lá, se não tem ao menos uma
barraca de palha?
- Bem, eu vou lhe contar a
minha história. Eu era criança...
O senhor sabe, rio abaixo, onde
está o motor, tem um trapiche
abandonado, não tem?
- Tem, sim, senhora...
- Pois é, onde está este trapiche existia um armazém que
era dos meus pais. Quando eu
tinha oito anos, estava brincando no trapiche quando se
aproximou uma Cobra Grande
e me encantou. Quando meu
pai deu por falta de mim, me
procurou muito. Procura daqui,
procura dali, mas nunca me
achou. Aí pensou que eu tinha
morrido no rio, embora meu
corpo nunca fosse encontrado.
Ele, desgostoso, foi embora pro
Acre. Deixou a casa, abandonou
tudo e foi embora... Já fazem
sete anos que aconteceu isto e
ainda não apareceu uma pessoa
de coragem pra me desencantar.
Está faltando esta pessoa...
Marujo, achando tudo inacreditável, ficou olhando pra ela
e quis dizer alguma coisa, mas
nem conseguiu, porque, enquanto ele pensava ainda no que
ia dizer, ela falou na frente:
- Eu vou fazer uma proposta
pro senhor. Posso?
Ele ficou emudecido de
início. Depois se encheu de
coragem e disse:
- Pode!
- É o seguinte: eu quero, antes de tudo, lhe dizer que se fizer
por mim, o senhor vai ser feliz
pro resto da vida. Mas só depende do senhor. O senhor tem
coragem de me desencantar?
Ele parou pra pensar, refletiu
e finalmente falou:
- Tenho. O que eu tenho
que fazer?
- Olhe, hoje à noite, quando
faltar quinze minutos pra meianoite, o senhor vai até o trapiche
velho. Fique lá em pé, me aguardando. Vou aparecer, em forma
de cobra, com uma rosa vermelha na boca. O senhor vai ter
que tirar essa rosa. Se conseguir,
me desencanta...! E essa rosa o
senhor guarda consigo que o
que precisar de bom na vida,
conseguirá! Agora, se falhar,
dobrará o meu encanto...
Ele pensou rapidamente e
disse:
- Eu faço!
- O senhor faz mesmo?
- Faço!
- Então vá pra lá, que vou lhe
esperar. O senhor terá direito a
três tentativas.
Ele voltou pra bordo e nada
disse a ninguém. Jantou, ficou
fazendo hora e mais tarde saiu.
Foi beirando o rio até chegar ao
local combinado. Lá, ficou em
pé, agarrado num esteio velho.
A água estava rés ao trapiche.
Olhou em torno. A vista era
assustadora: além do que restou
do velho trapiche, só se via as
ruínas da casa e do armazém
dos pais da moça. Mas, corajosamente, Marujo permaneceu
ali, decidido a promover o desencantamento. A noite estava
um pouco nublada, mas o que
aparecia da lua dava bem para ver
a água do rio. De repente – era
quase meia-noite – ele ouviu
um movimento rio abaixo e, no
que olha na direção, vê aquela
coisa enorme, subindo contra a
correnteza do rio, com os olhos
que pareciam dois holofotes. Era
a Cobra Grande!
Ele segurou firme no trapiche com a mão esquerda e,
quando a Cobra passou perto
dele, tentou tirar a rosa com
a mão direita. Mal conseguiu
tocar a rosa. A Cobra sumiu
rio acima.
Marujo pensou:
- Sim, senhor! Será que
falhei na minha missão? Mas
ela disse que tenho direito a
três tentativas... Vou esperar as
outras duas...
Ficou olhando rio acima
esperando que a Cobra voltasse. No que ele está olhando na
direção que a Cobra sumira, eis
que ela vem do mesmo lado
que tinha vindo antes, ou seja,
subindo o rio contra a correnteza e na direção contrária a que
ele estava olhando. Vinha mais
próximo e em maior velocidade
e no que ele se espantou – vupt!
– ela novamente passou e desta
vez ele nem conseguiu se mexer,
quanto mais segurar a rosa.
REGIONAL
MARÇO - 2008 z
7
VICENTE
MALHEIROS
DA FONSECA
[email protected]
TRIO D’AMORE E A MÚSICA
FAMILIAR BRASILEIRA
A herança musical da família
Fonseca de Santarém chegou à
quarta geração. Andréa Campos
(violinista) e Tânia Campos Kier
(violista), filhas de Miguel Augusto Fonseca de Campos, são
bisnetas de José Agostinho da
Fonseca e netas de Maria Annita
Fonseca de Campos, pianista e
professora de música, irmã de
Wilson Fonseca (Isoca), meu
saudoso pai.
Elas nasceram em Santarém.
Crianças, ainda, foram morar
no Rio de Janeiro e depois em
Brasília, onde estudaram música. Concluíram os estudos musicais, inclusive pós-graduação,
nos EE.UU, onde permaneceram por mais de uma década,
com brilhante carreira artística,
em orquestras e conjuntos de
câmara, turnês por vários países
e inúmeras premiações. De 1997
a 2001 integraram a Orquestra
Sinfônica do Estado de São
Paulo e o Sexteto de Cordas da
OSESP. Gravaram discos. Hoje,
tocam na Orquestra Sinfônica
Municipal de São Paulo, na
Bachiana Chamber Orchestra
(dirigida pelo maestro João
Carlos Martins) e conjuntos
camerísticos. Andréa leciona
violino no Centro de Estudos
Musicais Tom Jobim (SP).
As duas irmãs juntaram-se
ao esposo de Andréa (Flávio
Geraldini, violinista) e formaram o Trio D’Amore, todos com
larga experiência profissional no
Brasil e no exterior e com atuação constante como cameristas
e solistas.
No final de 2007, eles fizeram um projeto para executar
um repertório com obras da
família Fonseca e me solicitaram que escrevesse os arranjos
para Trio de Cordas (2 violinos
e viola). O título do concerto
(Música Familiar Brasileira)
foi inspirado no parentesco
dos membros do trio (1 casal
e 2 irmãs) e dos compositores
escolhidos para o programa
ADEMAR
AYRES DO
AMARAL
[email protected]
ALMOÇO NO MASCOTE
De passagem por Santarém
a caminho de Juruti, fiquei
hospedado num hotel próximo
ao conhecido Bar Mascote e, por
razões práticas, resolvi almoçar
naquele saudável ambiente. Estava acompanhado de uma amiga,
quase irmã de criação, e seus três
filhos, meus sobrinhos. Ela e o
marido estão há dois anos radicados em Juruti, onde exercem
atividade empresrial nestes novos
tempos de muita bonança que a
cidade vive com a implantação
do projeto de bauxita. Antes uma
cidade morta e sem nenhuma
perspectiva, parece que agora
todos os bons caminhos desta
amazônia nos levam a Juruti.
Minha amiga e o marido acabam de alugar um apartamento
em Santarém, para acomodar os
três filhos que estão estudando
no Colégio D. Amando. Uma
velha história que se repete para
quem tem intenção de dar o
melhor para aos seus rebentos
naquele pedaço do nosso Baixo
Amazonas.Foi o que aconteceu
comigo e com meu irmão no
longínquo ano de 1958, quando
chegamos para morar com nossos tios Maria e Zeca BBC, ali
no Solar do Barão de Santarém.
Ela me diz que os três adolescentes estão enfrentando uma
barra pesada para dar conta do
recado, no exigente D. Amando.
Vieram de uma escola pública
de Juruti, e estão estranhando
tudo: o volume de matérias
e deveres, a pontualidade das
provas e, sobretudo, uma antiga
mas eficiente ordem na conduta
pessoal, movida a deméritos.
No Mascote, patrimônio
Tânia e Andréa, netas de Lygia Guerreiro, e Flávio Geraldini
Maestro João Carlos Martins, com Neide e Vicente Fonseca,
(bisavô, tio-avô e primo), com
músicas do período de mais de
um século (1906-2008), com
arranjos atuais.
O Trio D´Amore fez a sua
estréia no projeto Música no
Museu 2008, em 9 de março,
no terraço do Museu da Casa
Brasileira, em São Paulo, com a
execução de peças de 3 gerações
da família Fonseca (José Agostinho da Fonseca, Wilson Fonseca
e Vicente Fonseca). Durante o
concerto foram feitos comentários pelo maestro João Carlos
Martins, curador da temporada
do projeto no Museu. No final,
a violinista Andréa tocou a Ave
Maria de Bach-Gounod, acompanhada, ao piano, por João
Carlos Martins, que, no mesmo
dia, comparecia ao Programa do
Faustão (TV Globo), e, depois,
vinha se apresentar no Theatro
da Paz, em Belém, com a OSTP.
Segundo Martins, o concerto foi
um sucesso. O maestro me disse
que considera a família Fonseca,
de Santarém, equiparada à família de Bach, na Alemanha, pela
tradição musical transmitida ao
longo de gerações.
Celson Gomes, ex-diretor
da Escola de Música da UFPa,
faz Doutorado em Música na
bem zelado pela família Meschede, estamos sentados num
espaço onde antes existia uma
espécie de quiosque, transformado hoje num confortável restaurante com ar condicionado e
excelente self-service. Fui direto
num apetitoso pato no tucupi e
não me arrependi. O pato estava
tão honesto e saboroso quanto
o que é feito na minha casa. Só
não sei, e também não perguntei, o porquê de terem tirado da
parede algumas fotografias de
mocorongos ilustres, gente que
frequentou o Mascote ao longo
da sua linda trajetória de vida.
Sumiram com as fotos, mas privilegiaram o espaço com cópias
bem feitas de dois quadros antológicos do pintor catalão Salvador Dalí. Sou fascinado pela
arte de Dalí. Uma das pinturas,
Moça à Janela, pertencente ainda
à sua fase clássica e motivo de
uma crônica do Miguelzinho
Canto no Portal de Óbidos, já
nos remete a uma tendência do
mestre como o futuro papa do
surrealismo. As pinceladas de
Dalí me reconduziram a uma
ensolarada manhã parisiense,
quando eu visitei o Museu do
Louvre e fiquei literalmente
petrificado diante da escultura
da Vitória Alada. A impressão é
a mesma do quadro, a fina roupa
de cambraia querendo se apossar
de um belo corpo de mulher.
Sentei de frente para o imponente Solar do Barão e me
fixei nas três janelas onde passei
por momentos difíceis, quando
um fantasma nos alvejou com
uma perna de cesto de roupa,
num episódio que eu já contei
aqui neste jornal. No Solar,
entrei um curumim ribeirinho
de dez anos de idade, com jeito
matuto do interior, complexado
e magricelo de contar costela.
Havia descido meio assustado
e sem rumo no quase deserto
aeroporto de Santarém, sendo
salvo da minha insegurança ao
avistar o meu tio Zeca no seu
tradicional macacão de mecânico, em animado papo com
seu Dácio Campos, um senhor
alto, corpulento e amorenado,
que era o agente da Panair do
Brasil. Fôra um vôo curto de não
mais que trinta minutos, mas eu
ainda tinha comigo a sensação
estranha de que aquela meia
hora de Catalina, de Óbidos a
Santarém, havia custado uma
eternidade.
A ida para Santarém foi minha primeira viagem de avião,
mas o Catalina não era de todo
uma novidade para mim. A rota
normal da Panair passava por
cima da nossa fazenda, no Paraná
da D. Rosa e, nessa hora, a Escola
Isolada São Braz, capitaneada
pela minha mãe, dava uma parada obrigatória. Bastava a gente
ouvir o ronco longínquo do Catalina da Panair e corríamos todos
para o terreiro. Por ter velocidade
lenta, o som do avião chegava
sempre primeiro como um aviso
para a criançada. Era o tal efeito
Dopler, fenômeno físico que faz
o som chegar antes de um objeto
em movimento, e que eu só vim
ter a devida explicação, em forma
de equação matemática, numa
aula de acústica, quando eu me
preparava para o vestibular de
engenharia.
Ali, de frente para o Solar do
Barão, e depois de passados cinquenta anos, eu ainda via aquele
menino assustado e inseguro,
descendo de um Catalina. Mas
um dos meus sobrinhos me fez
voltar à realidade, me disse que
tinha como tarefa de aula, uma
entrevista com um ex-aluno
do Dom Amando e que havia
escolhido a mim como vítima.
Tirou minha foto e me fez duas
perguntas para montar uma
pequena apresentação em Power
Point: Qual sua opinião sobre o
colégio? Qual a importância do
Andréa e o maestro João Carlos Martins
UFRS, com ênfase em Educação Musical, e pesquisa as
atividades da família Fonseca.
Ele foi a São Paulo assistir o trio
e comentou: ‘Gostei muito das
suas composições e arranjos,
inclusive os das músicas de seu
pai e avô, que foram executadas
com muita habilidade por cada
um dos instrumentistas. Eles,
de fato, são muito bons e merecedores dos mais diversos e
exigentes palcos’. Para Alessandra Colla Soletti Tussi, especialista em educação e marketing,
o concerto foi ‘simplesmente
emocionante; o grand finale,
com o maestro JCM tocando
no piano foi sensacional. Muito
lindo mesmo! De chorar de
lindo’.
O Trio pretende tocar em
Belém e Santarém. Já estou
escrevendo novos arranjos. Música não falta: são mais de 2.000
obras de três gerações, por mais
de um século.
Dom Amando para sua vida?
Escrevendo num guardanapo
do próprio restaurante, tentei
resumir em poucas palavras as
minhas respostas. Para a primeira pergunta, respondi que
se o nível do ensino atual ainda
fosse o mesmo do meu tempo,
não haveria colégio melhor nem
na capital. Nossos professores
eram todos irmãos da Holy
Cross(Santa Cruz), gente que
chegava dos Estados Unidos
com mestrado e dotourado para
ensinar, imaginem, o curso ginasial. Hoje, com a disponibilidade
de professores nativos de boa
formação, não há mais necessidade de se importar os irmãos
americanos, exceção feita apenas
ao diretor do colégio. Para a
segunda pergunta, eu respondi
que o Dom Amando foi o princípio de tudo o que veio acontecer de bom na minha existência,
que os irmãos da Holy Cross,
além do ensino de alto nível,
muito contribuíram para nossa
formação como seres humanos
e nos incutiram um princípio
que, nos tempos atuais, anda em
desuso nesta República cheia de
escândalos e de muita roubalheira: o de praticar o sentido mais
nobre e inequívoco da palavra
escrúpulo.
Sebastião Tapajós prepara lançamento de novo CD
O celebrado violonista santareno está gravando
“Cordas do Tapajós”, em conjunto com
Moacyr Santos, Djalma do Cavaco e Nicolas
Júnior. Sebastião Tapajós incluirá no seu novo
CD quatro músicas de Wilson
Fonseca, o maestro Isoca: "Pérola do Tapajós", "Canção de
Minha Saudade", "Um Poema
de Amor" e "Terra Querida".
O artista, consagrado internacionalmente e considerado
um mago do violão, adiantou
um pouco do novo trabalho
que em breve será lançado,
com patrocínio do Sesc, em
um concerto intimista em
comemoração ao aniversário
de 60 anos do desembargador
federal do Trabalho Vicente
Malheiros da Fonseca. Também deram uma canja na festa
Djalma do Cavaco e Adamor
do Bandolim, além de Paulo
Ivan Campos.
Show privê reuniu amigos e matou a saudade de Santarém
O pequeno Vicente Fonseca Neto, já interessado nos acordes
8
CONJUNTURA
zMARÇO - 2008
Gabriel Guerreiro lança PEC Áreas Verdes
O líder do PV apresentou Projeto de Emenda
Constitucional obrigando os municípios
a implantar bosque,
parque ou jardim botânico,
com área delimitada de vinte
e cinco a cinqüenta hectares
na sede.
Cada área de preservação
deverá proteger a fauna e a
flora nativas, recursos hídricos
e monumentos paisagísticos.
Pelo projeto, fica vetado nesses
espaços verdes a urbanização,
edificação e exploração mineral, exceto em caso de obras
destinadas às atividades científicas, ecológicas e recreativas.
A construção de equipamentos urbanos, excepcionalmente permitidos, só será liberada
após aprovação do estudo de
impacto ambiental e respectivo relatório.
A intenção, segundo
Gabriel Guerreiro, é agregar
os municípios paraenses aos
esforços de sustar o alarmante
índice de desmatamento no
Estado, apesar da legislação
rigorosa punitiva aos seus
transgressores.
O parlamentar considera que a obrigatoriedade de o
Poder Público municipal implantar espaços verdes em suas
sedes é plenamente justificável
pela constatação da inexistência, na quase totalidade das
cidades, de ações de ajardinamento de praças e arborização
nas vias públicas.
“É claro que o Executivo
Municipal poderá disciplinar
e regulamentar a matéria,
mediante as especificidades
locais e regionais. Nossa proposta apenas delineia as linhas
mestres da norma municipal.
A Carta Estadual legitima a
CARTA DE BELÉM
Gabriel Guerreiro: PEC é instrumento de cidadania
proposição”, argumenta o
deputado, lembrando que o
caput do artigo 92 da Constituição Estadual estabelece
a “competência exclusiva da
Assembléia Legislativa” (inciso XXXVI) para “emendar esta
Constituição, discutir e votar
projetos de lei...”.
Guerreiro salienta
que a PEC instituindo áreas
verdes irá promover política
preservacionista, defender
os recursos naturais, manter
viveiros de espécies nativas
ou exóticas de essências flo-
restais e materiais zoológicos,
além de proteger nichos e
bancos genéticos bióticos e
sensibilizar camadas sociais à
defesa dos ecossistemas com
unidades funcionais básicas
da biosfera. Também criará
espaço para educação ambiental, fomentará o turismo,
estimulará o florestamento e
reflorestamento, incentivará a
criação de animais em vias de
extinção e, ainda, viabilizará
intercâmbio científico público
e privado, despertando sentimento de cidadania.
O Partido Verde, através de seus representantes dos Estados da Amazônia Legal
(Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia,
Roraima, Maranhão e Tocantins) e dos
membros da Executiva Nacional, reunidos
em Belém, Pará, no Encontro Amazônico,
em mobilização para a realização do Global
Greens, no dia 15 de março do corrente ano,
tendo como tema central “As mudanças climáticas”, reafirmando, também, a convicção
partidária de que os problemas sociais - desigualdade no acesso as condições elementares de vida; desigualdade no acesso aos
meios de aprendizagem e ao conhecimento
básico; desigualdade no acesso ao mundo
do trabalho; desigualdades associadas à
discriminação socioculturais - e ambientais
devem ser tratados numa perspectiva de
melhoria da qualidade de vida da população
e, ainda, preocupados especificamente como
aquecimento global e com os altos índices
de desmatamentos que atingem, a floresta
amazônica, resolvem:
1. Reafirmar a posição aprovada no Encontro do Conselho Nacional do PV, em
2005, pela “Moratória no Desmatamento
na Amazônia”;
2. Reforço à fiscalização ambiental na
Amazônia com o aumento do número de
agentes da União, Estados e Municípios,
bem como a integração desses agentes nas
ações de combate aos crimes ambientais;
3. Afirmar um modelo de Federação que
defina claramente o papel da União, dos
Estados e dos Municípios, principalmente
as suas competências legislativa e executiva
com relação ao meio ambiente e aos recursos naturais;
4. Implementação imediata do Zoneamento Ecológico-Econômico em toda
a região, entendido como um processo
dinâmico e permanente;
5. Pagamento de salário-desemprego
aos trabalhadores oriundos de serrarias e
carvoaria fechadas pelos órgãos ambientais,
com imediata capacitação para a readaptação
desses trabalhadores a novas funções para o
mercado de trabalho;
6. Incentivar a criação, em todos os Estados da região, tanto em nível municipal
quanto estadual de “Secretarias Especiais
de Combate às Mudanças Climáticas”;
7. Incluir na reforma tributária o “princípio do poluidor pagador” como ônus e os
“serviços ambientais” como benefício fiscal,
sem aumento da atual carga tributária.
8. Adotar como critério para repartição do
FPM e cota-parte a existência de reservas
e áreas de proteção, como compensação
ambiental;
9. Atribuição de responsabilidades em
toda a cadeia produtiva, incluindo o consumidor como co-responsável pela produção
ambientalmente incorreta;
10. Adoção de políticas urbanas de combate
à poluição, através das seguintes medidas:
a. Redução, reciclagem e reaproveitamento de resíduos sólidos;
b. Incentivo ao uso de transportes coletivos de qualidade e alternativos não poluentes como a bicicleta, etc;
c. Municipalização, descentralização e
democratização dos serviços de distribuição
de água;
d. Política de redução de emissão de
gases poluentes automotivos, industriais e
domésticos;
Belém, PA, 15 de março de 2008.
José Luiz de França Penna
Presidente Nacional- PV
Rudson Leite - PV – Roraima
José Carlos Lima da Costa - PV – Pará
Deputado Zezé - PV- Amapá
Antenor Kloch - PV – Rondônia
Eliane Ferreira - PV – Amazonas
Washington Rio Branco - PV - Maranhão
Novas leis para conter desmatamento ilegal no Estado
O presidente da Comissão de Estudos sobre o
Desmatamento, deputado Cezar Colares (PSDB),
revelou que é possível emitir relatório preliminar
ainda nos primeiros dias do mês de abril. “Já temos
informações suficientes que
nos permitem enumerar
uma série de recomendações
ao Executivo que podem
contribuir para a redução do
desmatamento ilegal e apresentar alternativas econômicas
para o desenvolvimento rural
sustentável”, admitiu. De
acordo com o parlamentar,
há consenso de que as áreas
degradadas em reservas legais
precisam se tornar produtivas
e em condições de inserção no
mercado.
O nó crítico está na falta
de regularização fundiária no
Estado, avalia Colares, aduzindo
que isto permite a grilagem e a
violência. O deputado informou que o presidente do Iterpa,
José Benatti, disse que o órgão
está investindo, numa etapa
inicial, cerca de R$ 9 milhões
no processo de titulação de
propriedades nos municípios de
Eldorado dos Carajás, Almerim,
Igarapé-Açu, Rondon do Pará,
Abel Figueredo e Tailândia.
Sob responsabilidade do Iterpa,
há 25 milhões de hectares, dos
quais só 4 milhões já foram
titulados.
O Executivo irá enviar
para a Assembléia Legislativa um pacote de medidas
Deputado Cezar Colares
para fortalecer e valorizar a
Secretaria Estadual de Meio
Ambiente (Sema). A intenção
é buscar alternativas econômicas de desenvolvimento rural
sustentável em condições de
competitividade no mercado.
A lei transferiu para
os Estados a competência da
fiscalização e monitoramento.
“No entanto, a secretaria não
tem capacidade operacional
para o tamanho da responsabilidade que recebeu, como
reconhece o próprio secretário
Valmir Ortega, diz o deputado
Colares, informando que, só
neste ano, mais 350 funcionários serão incorporados à
Sema, que hoje tem 500, mas
ainda assim precisa de dois mil
servidores.
A proposta é ampliar e
valorizar os recursos humanos
e fazer a adequação do zoneamento econômico-ecológico,
que será detalhado na região
leste, um investimento de R$
15 milhões, dos quais a metade é oriundo de emendas da
bancada federal paraense.
O processo simplificado
para a expedição de licenciamento para projetos de
reflorestamento tem como
meta emitir o documento em
uma semana. Outra ação é por
em prática o Plano Estadual
de Prevenção e Combate ao
Desmatamento.
Em 2007 o setor de produção florestal movimentou
R$ 4 bilhões e lidera o ranking
de exportações do Estado,
frisa Colares. A partir de 2009,
serão licitados os primeiros
lotes de florestas estaduais para
concessão. Mais de 9 milhões
de hectares estão em estudo
de viabilidade econômica e
ambiental para esse fim.
O Cadastro Ambiental
Rural será um instrumento
importante para por fim ao
caos fundiário no Estado e
permitir a recuperação de
áreas degradas em reservas
legais.
O Fundo de Conservação e Uso Sustentável da
Amazônia deverá servir para
catalizar investimentos que
gerem a redução na emissão
de gases decorrentes do desmatamento, acredita o deputado Cezar Colares.
Projeto educacional de Santarém é alvo de aplausos da Alepa
A prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins
Lima, por iniciativa da deputada estadual Bernadete ten Caten (PT), presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Alepa, na quarta-feira, 26,
ganhou votos de aplausos e
congratulações da Assembléia
Legislativa do Pará. O motivo
da homenagem é a execução
do projeto “Arte na Escola da
Gente”, que já atendeu quase
12 mil alunos da rede municipal, entre os anos de 2005 e
2007, e é um dos finalistas do
Prêmio Cultura Viva 2007, do
governo Federal.
O projeto realiza oficinas de música, teatro, dança e
artes visuais realizadas dentro
de 144 escolas nos intervalos escolares, inclusive nas
comunidades ribeirinhas,
durante os finais de semana.
O trabalho é desenvolvido
em parceria com organizações
não-governamentais e com o
Fundo das Nações Unidas
para a Infância (Unicef).
“O projeto conseguiu
praticamente acabar com a
evasão escolar e a repetência
no município”, comemora
Bernadete tem Caten, enfatizando que as atividades
desenvolvidas pelo “Arte na
Escola da Gente” têm valorizado meninos e meninas e,
em conseqüência, reduzido
o envolvimento destes com a
violência. A deputada elogiou
a intenção da prefeitura de,
com o projeto, envolver os
alunos e a comunidade na
construção de uma cultura
de paz.

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