Diário de Bordo Edição 56- 2941kb

Transcrição

Diário de Bordo Edição 56- 2941kb
ABRIL/MAIO/JUNHO 2013
Nº 56 - Ano XVIII
Índice
Por Paulo Guilherme Oliveira
Sejam todos(as) muito bem vindos(as)
Caiaques de garrafas
PET, uma alternativa
É com muito prazer que recebemos todos(as) os(as)
Página 02
calouros(as) do curso de Engenharia de Pesca e apresentamos
o nosso Diário de Bordo, mais conhecido como DB. Trata-se de Demanda da aquicultura pode
uma Publicação trimestral que o grupo PET junto com toda a ultrapassar US$ 63 BI em 2017
Página 03
comunidade acadêmica edifica objetivando divulgar o curso e
as ações relacionadas com a Pesca e Aquicultura.
Governo estuda simplificar
Nesta Edição, além das boas vindas, trazemos para
licença ambiental a pescadores
vocês matérias sobre ecologia e conservação, como o
Página 04
aproveitamento de resíduos sólidos, uma denúncia sobre a
mortalidade de “meros” na região de Suape, uma nota sobre MDS libera 5,8 mil cestas de
espécies bioinvasoras e uma grande matéria sobre os alimentos para pescadores
OCEANOS, afinal no próximo dia 8 de junho, comemoramos o Página 04
seu dia e a Engenharia de pesca é “antenada” com a
Conheça mais sobre a pesca
sustentabilidade!
artesanal em Barra do Rio
Segue também textos sobre a importância da aquicultura
Página 06
e da pesca esportiva, bem como a preocupação do governo
com os pescadores artesanais. Como o DB é uma publicação Morre na Praia de Suape mais
democrática estamos trazendo um texto congratulando o dia do
um exemplar de peixe Mero
Jornalista, profissional importante que divulga as nossas ações,
parabéns! Para fecharmos esta edição, uma matéria sobre o Página 07
cultivo da “tilápia do nilo” e a pesca artesanal no rio
Espécies Bioinvasoras
Mamanguape – PB. Esperamos que todos(as) tenham uma boa
Página 08
leitura e que os(as) calouros(as) tenham muito sucesso nessa
Ameaça aos Oceanos
Paulo Guilherme Oliveira é Tutor do grupo
mais nova etapa de suas vidas.
PET Pesca, Professor e Coordenador do
Página 09
Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
Criação de Tilápias
Grupo de Discussões Reúne
Pescadores Esportivos no Grande
Recife
Ilha de Santo Aleixo: Uma
beleza ameaçada
Página 11
Novo Curso de Engenharia
de Pesca na UNESP
Página 12
Página 05
Passeio pelo DEPAq:
LAPAVI
Pág. 10
Genética nos alimentos
Pág. 09
Estudo descobre 78 novas
espécies de peixes no Rio
Página 03
Página 12
14
Aquecimento de oceanos
pode fazer peixes encolherem
Página 13
Pescando novas espécies
ISSN 1982 - 9205
Página 16
9 771982 920006
50
Pág. 09
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
2
Junho de 2013
Caiaques de garrafas PET, uma
alternativa sustentável
Por Éverton Pires
Na atualidade em que vivemos, a corrida
desenfreada na produção de bens de consumo
pelo ser humano associada à escassez de
recursos não-renováveis e a poluição do meio
ambiente, vem despertando na sociedade a
necessidade de se buscar modos de vida mais
sustentáveis.
Hoje já se pensa profundamente sobre qual
destino será dado após uso e descarte de
embalagens que em tempos atrás seriam
inutilmente jogadas ao lixo, provocando impactos
ao meio ambiente.
No caso das garrafas PET, o tempo de
decomposição é sempre citado pelos
ambientalistas como um dos vilões da poluição
ambiental, correspondendo a um período de cerca
de 400 anos para sua decomposição.
Felizmente, para a redução desses danos,
além dos métodos de reciclagem de garrafas PET
que já estão sendo amplamente exercidos, novas
alternativas destinadas ao lixo como a reutilização,
vem agregando valor aos subprodutos e gerando
rendas, despertando criatividades e incentivando
ainda mais o reaproveitamento de resíduos
sólidos.
Através dessa reutilização já estão sendo
criados diversos utensílios como móveis, artigos
para decoração, acessórios, roupas e até meios
destinados à navegação.
Um projeto que chama a atenção para nós
da Engenharia de Pesca é o Kaypet. Criado pelo
Engenheiro Mecânico Glauber, que trabalha com
desenvolvimento de produtos, o Kaypet é mais
uma alternativa sustentável na reutilização das
garrafas PET.
O Engenheiro, que é apaixonado pelo mar,
contou em seu blog que quando teve a ideia de
construir um caiaque utilizando garrafas PET,
decidiu pesquisar o assunto na internet e
percebeu que essa ideia já era comum para várias
pessoas. Entretanto, não encontrou nenhum
projeto desenvolvido que fosse realmente viável,
apresentando boa aparência e funcionalidade.
Buscou então formular seu próprio projeto
utilizando-se de técnicas já aplicadas em
a r t e s a n a t o s d e P E T, c o n c i l i a n d o b o a
funcionalidade, segurança e estética.
Glauber justificou sua motivação
apresentando as vantagens no reaproveitamento
das garrafas PET:
Redução e Reutilização de Materiais: Reutilização de garrafas PET descartadas e jogadas nos
rios, mares, vias públicas, lixões, e que levam muitos anos para se decompor na natureza;
Comercial: Eles podem ser produzidos pelos próprios centros de reciclagem a fim de agregar valores
na matéria prima e se transformar em mais um negócio autossustentável;
Social: Dar condição de trabalho autônomo para pessoas necessitadas. Aumentar a quantidade de
mão de obra nos centros de reciclagem. Esporte e Lazer com um ótimo produto e baixo custo. É
também, mais um instrumento artesanal que estimula o relaxamento e a criatividade.
Fotos: Caiaques confeccionados a partir da reutilização de garrafas PET.
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
3
O caiaque pode ser desenvolvido tanto para
uma como para duas pessoas, aumentando assim
o número de garrafas PET utilizadas. De acordo
com o projeto, o caiaque para uma pessoa é
composto por um total de 207 garrafas PET 2 litros,
sendo 281 o número total de garrafas necessárias
para a construção do caiaque para duas pessoas.
O autor disponibilizou gratuitamente vídeos
de sua autoria contendo o passo-a-passo e etapas
para a construção do Kaypet em um blog
relacionado a soluções e invenções úteis ligadas à
Ecologia (www.fazeco.com.br), onde são citadas
Junho de 2013
dicas, materiais utilizados, fotos e comentários.
No blog, Glauber declara ter alcançado
seus objetivos, construindo um caiaque muito
leve, bonito, durável, insubmergível, com ótima
navegabilidade, hidrodinâmica e segurança.
Alegou ainda estar muito feliz pelo
aproveitamento dos usuários e pela troca de
experiências e deixou a dica para que os
interessados tenham um pouco de capricho e
paciência para conseguir construir seus próprios
caiaques.
Éverton Pires é bolsista do PET Pesca e aluno do 5º
período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
DEMANDA DA AQUICULTURA PODE ULTRAPASSAR US$ 63
BI EM 2017
Por Pedro Vieira
Uma nova pesquisa da empresa The Freedonia Group Inc., espera que a demanda
mundial de suprimentos e equipamentos para a aquicultura deve crescer 7,4% ao
ano, atingindo 63,6 bilhões de dólares em 2017 ao nível da porteira das fazendas
aquícolas.
O relatório “World Aquaculture to 2017:
Feed, Equipment & Chemicals” prevê que a
transição em curso dos sistemas extensivos e
semi-extensivos a uma produção aquícola
intensiva vai gerar grande demanda por rações
e os custos dos balanceados irão permanecer
crescentes, enquanto os preços de mercado
da farinha e do óleo de peixe continuarem a
subir rapidamente.
As rações representam o principal
insumo demandado pela aquicultura e uma
parcela crescente dos aquicultores estão
optando pelas rações comerciais em
detrimento aos alimentos naturais ou
fabricados nas fazendas.
O impacto dos maiores preços da farinha
e do óleo de peixe vai ser parcialmente
mitigado pelo aumento do uso de gorduras de
menor custo e proteínas vegetais, e a obtenção
de melhores índices de conversão alimentar
devido ao uso de rações de maior qualidade
permitindo que os aquicultores possam usá-las
em menores volumes.
A contínua tendência em direção ao uso
de sistemas intensivos de aquicultura também
deve afetar positivamente a demanda por
outros insumos para a aquicultura. Uma
produção mais intensiva exige a utilização de
uma maior variedade de equipamentos,
incluindo bombas, filtros, alimentadores
automáticos, monitores de qualidade de água
e equipamentos para tratamento de água.
Com o aumento das densidades de cultivo,
aumentará também a demanda por
suplementos alimentares e produtos
farmacêuticos.
A Ásia teve o maior e um dos mais
rápidos crescimentos em aquicultura entre as
regiões produtoras entre 2002 a 2012, com a
China sozinha sendo responsável por 61% da
produção da aquicultura mundial e 51% da
demanda por suprimentos e equipamentos
em 2012. É esperado que a América do Sul
aumente sua participação na indústria
aquícola mundial, com o aumento da
produção total na região, e com a recuperação
do Chile ao impacto de um recente surto de
anemia infecciosa do salmão. Espera-se que
os mercados mais desenvolvidos da Europa e
América do Norte mostrem um crescimento
sadio.
Contribuição de Pedro Henrique de Sá Vieira, bolsista do PET PESCA
e estudante do 6º período do curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
Nós, editores do Diário de Bordo, informamos à comunidade discente e docente interessada em
publicar matérias com temas relevantes na área das Ciências Pesqueiras e relacionados ao
curso de Engenharia de Pesca que podem nos procurar na sala do PET Pesca ou enviar suas
matérias para [email protected] que teremos a satisfação em divulgá-las
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
4
Governo estuda simplificar licença
Por Caio Rubens
ambiental a pescadores
"O Brasil caminha para uma reforma aquária
menos complexa do que a reforma agrária", disse o
ministro Marcelo Crivella, objetivando explorar o
potencial dos recursos pesqueiros. Segundo ele, essa é
uma preocupação de Dilma Roussef, que já determinou
à Casa Civil a elaboração de um novo projeto para o
setor. Simplificar a licença é o principal objetivo.
O projeto que simplifica a concessão de licença
ambiental para os pescadores irá estimular a exploração
próxima às grandes barragens, açudes, rios e
reservatórios de hidrelétricas.
Atualmente, o Brasil produz apenas 500 mil
toneladas de peixes (muito menos que seus vizinhos,
Peru e Equador) e tem condições de chegar a 20 milhões
de toneladas anuais, destacou Crivella, durante
entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido
pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da República em parceria com a EBC Serviços.
Em relação à pesca predatória, o ministro
destaca que o Brasil atua na fiscalização. Já estão
trabalhando 28 lanchas, adquiridas por meio de
convênio com a Marinha do Brasil para coibir a pesca
clandestina e predatória, especialmente por barcos
estrangeiros. Também ajudam no trabalho 150 mil
barcos brasileiros que pescam legalmente nas regiões
onde há maior concentração de peixes, pois eles não
querem ser prejudicados pela concorrência ilegal, disse
Crivella.
O ministro lembrou que um dos grandes
benefícios aos pescadores artesanais será a Carteira de
Pescador, documento permanente pelo qual eles terão
maior facilidade para acessar os benefícios sociais
concedidos pelo governo, facilitando o recebimento do
seguro na época do defeso, período em que
determinadas espécies não podem ser capturadas, por
ser período de procriação e eles ficam sem trabalhar.
Junho de 2013
MDS libera 5,8 mil cestas de
alimentos para pescadores do
Por Ingrid Laís
Nordeste
Cerca de 15 mil pessoas de Alagoas,
Bahia e Pernambuco, atingidas pela seca,
foram beneficiadas com a medida
O Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS) liberou 5,8
mil cestas de alimentos para atender as
comunidades de pescadores atingidas pela
seca em Alagoas, Bahia e Pernambuco.
Com a doação, aproximadamente 15
mil pessoas foram beneficiadas.
Segundo a Coordenadora Geral de
Aquisição e Distribuição de Alimentos do
MDS, Ana Luíza Müller, a distribuição das
cestas serve para atenuar os problemas
causados pela estiagem. “A doação das
cestas atende as pessoas por um
determinado período, até que possam
reestruturar suas vidas.”
Todos os produtos que compõem as
cestas de alimentos foram comprados e
doados pelo MDS. Alguns, como o arroz e a
mandioca, vêm da agricultura familiar.
No mês passado, o MDS doou 4 mil
cestas de alimentos para comunidades
tradicionais quilombolas, indígenas e de
pescadores de Pernambuco.
Extraído de: http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/noticias/2013/05/
Contribuição de Ingrid Laís Maria Santos, bolsista do PET PESCA e
estudante do 4º período do curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
Extraído de: http://pecuaria.ruralbr.com.br/noticia/2013/04/governo-estuda-simplificar-licencaambiental-a-pescadores-diz-ministro-4111806.html
Contribuição de Caio Rubens do Rêgo Oliveira, bolsista do PET
PESCA e estudante do 6º período do curso de Eng. de Pesca da UFRPE.
Jornalismo: uma profissão árdua e apaixonante
Por Naira Servio
O jornalismo é, na verdade, mais que uma profissão, um estilo de vida.
Definir pautas, apurar, checar as informações pesquisadas, cruzar
dados, conhecer novas histórias todos os dias e ter a possibilidade de
contribuir para a mudança da sociedade.
Muito além de apurar e escrever matérias, o jornalista é um
comunicador, e a comunicação é essencial para estabelecer e intermediar
relações entre as pessoas, promover o diálogo e, assim, promover uma
sociedade mais democrática e humana.
Para ser um bom jornalista, não basta inspiração. É preciso mesmo
muita expiração, esforço e dedicação.
Naira Sérvio é jornalista formada pela UFPE e atua na área de assessoria de imprensa.
"O jornalista
é um poeta
delicado
Sempre acha o
rascunho
mais sincero que o
publicado"
Alex Mendes
5
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
Por Pedro Vieira
Junho de 2013
Criação de
Tilápias
Qualidade dos
alevinos de tilápia
reversão sexual
parasitas; e diversas estratégias
auxiliares no manejo durante a
reversão sexual. O produtor só
percebe a má qualidade da
reversão quando os peixes
atingem 200 a 300g e é possível
visualizar as fêmeas no lote e a
presença de pós-larvas e
alevinos nos tanques de cultivo.
Os produtores de
alevinos devem monitorar a
eficiência da reversão, enviando
amostras de alevinos para
laboratórios capacitados para
fazer a análise microscópica das
gônadas.
Alevinos de tilápia
Aos olhos de um produtor normalmente chegam ao final da
iniciante, os alevinos parecem reversão sexual (28 dias de
ser todos iguais. Assim, a tratamento com hormônio) com
compra geralmente é decidida tamanho de pelo menos 3 a 4cm.
no preço. Porém, o produtor Lotes de alevinos com tamanho
experiente logo percebe as menor que 2 a 3cm ao final da
diferenças entre os alevinos de r e v e r s ã o , g e r a l m e n t e
um e outro fornecedor: condição apresentam alto percentual de
geral do peixe, uniformidade de fêmeas no lote. Peixes pequenos
t a m a n h o , c r e s c i m e n t o , assim podem ter sofrido
sobrevivência e no desempenho p r i v a ç õ e s n u t r i c i o n a i s ,
infestações por parasitas,
produtivo.
exposição à água de má
qualidade ou foram
Alta sobrevivência na demasiadamente
Uniformidade de
adensados.
primeira semana póstamanho
Todas estas condições
prejudicam
a
qualidade
e
transporte
Antes da venda, os
resistência dos alevinos e podem
alevinos
devem então serem
comprometer
os
resultados
da
Este é um importante
classificados
por tamanho. Isso
recria
e
engorda.
indicativo de como os alevinos
tende a contribuir para um
foram produzidos, manuseados
d
esenvolvimento mais
e preparados para o transporte. Eficiência da reversão
homogêneo na primeira etapa
Alevinos bem nutridos, criados
sexual
da criação. Esta uniformidade
em água de boa qualidade, livres
por
si só não é garantia de
de parasitas e doenças e
Lotes de alevinos bem aquisição de alevinos de
adequadamente manejados e
revertidos apresentam mais de qualidade. No entanto, o
depurados são mais tolerantes e
98% de machos.
recebimento de alevinos de
apresentam alta sobrevivência
Os principais fatores que tamanho uniforme indica o
após o transporte. Estes alevinos
determinam a eficiência da esmero do fornecedor no
também se sobressaem em
reversão sexual são: a qualidade preparo dos alevinos e no
desempenho desde o início do
do hormônio e a forma de atendimento ao cliente.
cultivo.
administração; a qualidade da
O Capricho assim na
ração e o manejo alimentar; a hora da venda pode indicar quão
Tamanho compatível qualidade da água; ocorrência cuidadoso o fornecedor é na
com a necessidade de de doenças ou infestações por produção.
Na próxima edição continuaremos o assunto sobre criação de tilápias, abordando os seguintes
temas:
Cultivo de tilápias em tanques de terra
Fi
Produção em duas ou três etapas
qu
s!!
em
o
d
Densidade
de
estocagens
a
Li
Lig
ga
Classificação
dos
peixes
m
do
ue
s!!
q
i
Cultivo
de
tilápias
em
tanques
rede
F
Doenças e parasitas durante o cultivo
Extraído de: http://www.acquaimagem.com.br/2009/04/579/
Contribuição de Pedro Vieira, bolsista do PET PESCA e aluno do 6º
período do curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
6
Junho de 2013
Conheça mais sobre a pesca artesanal em Barra
do Rio Mamanguape-PB
Por Marília Costa e Sebastião Silva
atividades que são fundamentais
para uma boa relação de
exploração e dependência deste
ambiente. A atividade pesqueira
na comunidade é caracterizada
pela pesca artesanal em
pequena escala, onde são
extraídos caranguejos,
moluscos e peixes. Existem 5
principais espécies de peixes,
pertencentes a 5 famílias e a 5
gêneros, as que tem mais
destaque são as famílias
Gobiidae, Clupeidae e a
Mugilidae, que as espécies são o
amoré Bathygobius soporator , a
sardinha Sardinella brasiliensis e
a tainha Mugil curema , sendo
que os mais explorados são o a
sardinha e a tainha que
demonstram uma estreita
relação entre outras espécies, a
comunidade e o manguezal. Em
relação às espécies de
moluscos, destacaram as
famílias Veneridae e Ostreidae
como as mais exploradas, sendo
as espécies de ostras
(Crassostrea spp. - Ostreidae) e
o marisco (Anomalocardia
brasiliana - Veneridae). Diversas
espécies de crustáceos são
capturadas pela comunidade, a
exemplo de caranguejos, siris,
aratus e camarões. Para a
comunidade ribeirinha que vive
próximo ao manguezal, os
caranguejos Brachyura
representam um dos grupos de
maior relevância econômica.
Dentre as espécies capturadas
e comercializadas, merecem
destaque: o goiamum
(Cardisoma guanhumi), o aratu
(Goniopsis cruentata) e o
caranguejo-uçá (Ucides
cordatus), um dos grupos de
maior relevância para a
economia doméstica de várias
famílias que se desenvolvem no
entorno dos manguezais. Estas
espécies são de grande
importância no atendimento às
necessidades familiares,
economicamente ou na forma
de alimento, entretanto por outro
lado, as mesmas estão sujeitas
a uma maior pressão antrópica,
por serem as espécies mais
extraídas e de maior valor
cultural podendo se tornar mais
vulneráveis.
Fotos: José Mourão
A comunidade da Barra do
Rio Mamanguape está inserida
em uma Área de Proteção
Ambiental (APA), localizada no
litoral norte do estado da
Paraíba, há cerca de 80 km da
capital do estado (João Pessoa).
O manguezal que está
localizado na comunidade, em
sua porção estuarina abrange
uma vasta extensão de
aproximadamente 6000 ha,
representando a maior área de
mangue do Estado, além de ser
um dos mais preservados,
mesmo com a influência
antrópica através da retirada de
madeira pelos ribeirinhos e da
implantação da carcinicultura.
A pesca se tornou fonte de
renda para uma expressiva
maioria dos moradores locais por
diversos motivos, sendo o
principal deles a falta de
oportunidades de empregos na
área urbana mais próxima, que
fica no município de Rio Tinto. Os
pescadores da comunidade da
Barra do Rio Mamanguape
dedicam boa parte da sua vida à
pesca, desenvolvendo
Principais espécies de crustáceos exploradas. a) Aratu (G. cruentata); b) goiamum (C. guanhumi) e c)
caranguejo-uçá (U. cordatus).
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
A comercialização dos
recursos pesqueiros adquire um
caráter secundário, tendo em
vista que os pescadores extraem
os recursos essencialmente para
o consumo próprio, embora
algumas espécies sejam
capturadas especialmente para a
venda, como o caso do
caranguejo-uçá, do goiamum e
da sardinha. A comercialização
de outras espécies é realizada
quando ocorre um eventual
excedente, podendo um único
pescador comercializar mais de
uma espécie. Os pescadores
justificam essa situação
baseados na carência de
armadilhas de pesca (redes), o
que os limitam a pescar apenas
em pequenas quantidades. A
venda também pode correr
quando se tem encomenda,
como a de siris, ostras, aratu,
camarão e marisco. Em geral, a
maioria dos pescadores locais
está entre 11 e 20 anos na
atividade da pesca, o horário de
saída para o estuário varia de
acordo com a maré e de acordo
com o que se vai pescar,
7
Junho de 2013
geralmente a pesca acontece
nas primeiras horas da manhã ou
durante a noite, na estação seca,
que são as horas mais frescas do
dia. Na estação chuvosa, a
frequência de pesca diminui por
conta do frio e da chuva ou
devido à diminuição dos
recursos faunísticos por conta do
aporte de água doce e
consequente a diminuição do
gradiente salino no estuário e a
queda da temperatura. Os
apetrechos de pesca utilizados
dependem do tipo de pescaria, a
maioria dos pescadores não
fabricam seus próprios
apetrechos. Os mais comuns
são o covo, que é usado para
pesca do amoré; a malhadeira,
usada pra pescar demais peixes;
a redinha e a ratoeira, usadas pra
captura dos caranguejos; os
arpões, para as pescas de
mergulho e as redes de arrasto,
para pescar a sardinha.
As canoas são os
principais meios de locomoção
na prática da atividade pesqueira
na comunidade. Os pescadores
saem para pescar em pequenos
grupos ou individualmente nos
locais por eles escolhidos. Os
locais de pesca são escolhidos
de acordo com a proximidade de
suas residências e pela
experiência dos pescadores de
onde podem estar os peixes de
acordo com a maré, além de
serem evitados aqueles locais
onde houve alguma pescaria
recentemente. Neste caso, há
uma rotatividade dos locais de
pesca, onde se espera que o
ambiente “trabalhado” se
recupere para então ser
utilizado novamente. Podemos
perceber que o estuário do rio
Mamanguape mostra-se como
um importantíssimo meio de
subsistência para a comunidade
da Barra do Rio Mamanguape,
observando que a pesca é
realizada de maneira artesanal,
resultando em uma produção de
pequena escala e os
pescadores locais possuem um
grande conhecimento sobre a
distribuição dos recursos
pesqueiros, subsidiando assim
uma conservação e utilização
sustentável da fauna local.
Marília Maria Silva da Costa é aluna do 6º período do Curso de Ecologia da
UFPB e Sebastião Silva dos Santos é aluno do 3º período do Curso de Ecologia
da UFPB e morador da comunidade da Barra do Rio Mamanguape.
Morre na Praia de Suape mais um exemplar de
peixe Mero
Por Sabrina Alves das Neves
Morre na Praia de Suape mais um Peixe Mero.
Morreu no dia 15 de abril de 2013, na praia de Suape mais um exemplar do peixe mero
(Epinephelus itajara), o terceiro em uma semana. O peixe mero é uma espécie em extinção e é
protegido por Lei no Brasil desde 2002.
O peixe pesava mais de 100 quilos, 1,86 metro de comprimento e se tratava de uma fêmea que
tinha aproximadamente 25 anos. Segundo alguns pescadores da Associação dos Pescadores da Praia
de Suape, o peixe estava atordoado, isso devido às explosões que vem acontecendo na área para
remover uma barreira de coral, que possibilitará a entrada de navios no porto.
Além dos três peixes da espécie mero, depois que essas explosões começaram, outras
espécies de peixes e também de tartarugas, foram encontradas mortas. Adriano Artoni, (Ambientalista
que foi chamado para socorrer o animal que fora encontrado ainda com vida por pescadores) ainda
tentou alguns contatos com órgãos competentes para trazer o animal até a Universidade Federal Rural
de Pernambuco - UFRPE, mas não conseguiu.
O animal foi enterrado lá mesmo próximo à praia, no manguezal.
Sabrina Alves das Neves é aluna do 2º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
8
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
Genética nos alimentos
Por Marcos Antonio Pergentino da Silva
Na última década,
tanto o meio acadêmicocientífico quanto os meios de
comunicação passaram a
divulgar os grandes avanços
da ciência no campo da
genética. Normalmente,
quando se fala no assunto, as
pessoas rapidamente
associam a genética com o
DNA e os testes de
paternidade. Não é uma
associação incorreta, mas
genética não se limita a isto.
Genética é a ciência
que estuda os genes. A partir
de suas descobertas,
desenvolveram-se a
biotecnologia, a engenharia
genética, a clonagem, os
produtos transgênicos, o uso
terapêutico das célulastronco, etc. São assuntos
muito comentados
atualmente e, com
frequência, eles se tornam
manchetes do noticiário.
E de tantos assuntos
sobre a genética, o que será
abordado aqui nesta matéria
é o alimento geneticamente
modificado. Grande parte dos
alimentos que consumimos
participou de um processo
chamado melhoramento
genético, isto é, foram
isoladas determinadas
características "marcantes" e
- através de cruzamentos
específicos ou hibridização alimentos aprimorados
passaram a ser produzidos.
Convém lembrar que
esses procedimentos
realizados cientificamente
nos dias de hoje, não são tão
novos assim. Desde a préhistória, através dos enxertos
de plantas e dos cruzamentos
Junho de 2013
ESPÉCIES
BIONVASORAS
seletivos, o ser humano tem
Barbara Brandão, Elizabeth Santos,
adaptado a natureza às suas Por
Jéssika Lima e Kennya Addam
necessidades.
O aprimoramento ou
As espécies introduzidas fora
melhoramento genético tem de seu ambiente natural apresentam
a f u n ç ã o d e a d e q u a r potencial para se tornarem invasoras
determinado alimento às quando atingem larga capacidade de
necessidades do homem disseminação na nova área, afetando
moderno, facilitando a sua a biodiversidade nativa. O principal
produção, possibilitando meio de mistura da fauna e da flora
maior número de safras entre continentes se dá por meio de
anuais, tornando-o mais água de lastro dos navios.
resistente às pragas,
O filo Mollusca possui o maior
enriquecendo-o no aspecto número de espécies introduzidas em
nutricional, etc..
todo o mundo (Carlton 1992, Carlton
E por meio dessas & Geller 1993, Carlton 1999). As
informações, trago uma espécies Achatina fulica, Euglandina
curiosidade aos leitores e a rosea, Pomacea canaliculata,
área de Engenharia de Dreissena polymorpha, Mytilus
Pesca, onde cientistas estão galloprovincialis e Corbula amurensis
a modificar geneticamente estão entre as cem maiores invasoras
morangos, a fim de permitir- do mundo, onde metade desses
lhes resistir temperaturas de organismos são bivalves. A listagem
congelamento melhor. Eles do Instituto Horus (2009), inclui seis
estão fazendo isso por meio moluscos bivalves exóticos no Brasil,
de transferência artificial de são eles: Corbicula largillierti,
genes de uma espécie de Isognomon bicolor, Limnoperna
peixe chamado Solea solea, fortunei, Myoforceps aristatus,
nome vulgar Ártico Solha Mytilopsis leucophaeta e Perna
Peixe, também chamado de perna.
aramaças e linguados. O
Para diminuir os efeitos
Ártico Solha Peixe produz um causados pelas espécies invasoras,
anticongelante que permite os países afetados desenvolvem
p r o t e g e r - s e e m á g u a s mecanismos de controles físicogeladas. Eles isolaram o químicos, algumas metodologias são
gene que produz esse a remoção com jato de água
a n t i c o n g e l a n t e e pressurizada, manipulação da
introduziram no morango. O temperatura da água em usinas
resultado é um morango que hidrelétricas, luz ultravioleta,
parece azul e não se ozonização, ultra-som, tintura
transforma em papa ou se antincrustante.
degrada depois de ter sido
colocado no congelador. Barbara Brandão, Elizabeth Santos, Jéssika
Enquanto eles não Lima e Kennya Addam são alunas do 8º período
estão em produção, a do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
pesquisa está em
andamento.
Marcos Antonio Pergentino da Silva é bolsista do PET Pesca e
aluno do 6º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
Visando atender às expectativas de nossos leitores, estamos recebendo sugestões para
melhorar cada vez mais o nosso Jornal. Ideias e Sugestões poderão ser entregues na
sala do PET Pesca ou enviadas para [email protected]
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
9
Junho de 2013
Ameaça aos Oceanos
Por Isabelly Barbosa
O
s o c e a n o s c o b r e m
aproximadamente 97% da
superfície do Planeta Terra, sendo
ele de grande relevância para permitir a existência
da vida, tendo uma expressa importância no ciclo
da água, pela manutenção da temperatura, e por
abrigar grande volume de produtores primários
em nosso planeta.
Os oceanos apresentam uma enorme
biodiversidade marinha que serve de subsídio
para mais de três milhões de pessoas em todo o
mundo e servindo como a maior fonte de proteína.
Desta forma, este ambiente tem sido
explorado de diversas maneiras, seja pela pesca,
pelo comércio, pelo transporte, como um gerador
de energia ou ecoturismo. Entretanto, toda essa
exploração excessiva sobre este ecossistema
está produzindo impactos devastadores, mas que
grande parte da população não tem a consciência
de tal gravidade.
Os nossos oceanos são de extrema
importância no sumidouro de carbono ao capturar
as emissões de CO2 (que contribui para o efeito
estufa), resultado de ações antrópicas. O mar
absorve cerca de 30% do dióxido de carbono que
ao reagir com a água forma gás carbônico. Dessa
maneira, o oceano está ficando mais ácido, ou
seja, seu pH está baixando, em conseqüência
disso os corais estão morrendo, ficando cada dia
mais brancos. O ácido pode corroer as conchas de
ostras; mariscos e mexilhões, o plâncton calcário
também pode ser afetado e nesse ritmo prejudicar
cadeias tróficas inteiras incluindo estoques
pesqueiros, trazendo risco à segurança alimentar.
Com milhares de pessoas que dependem
da atividade pesqueira para o seu sustento, o
esgotamento das espécies de peixes se torna algo
alarmante, gerando um forte impacto social,
econômico e ambiental, mudando a dieta da
população mundial, já que 85% das espécies
estão totalmente exploradas ou superexploradas.
Cada vez menores, os peixes estão sendo
capturados, uma vez que os seus predadores
estão sendo exterminados.
Ainda há a pesca fantasma, que consiste
em redes perdidas no mar e que arrastam
diversas espécies até estarem completamente
cheias e afundarem, onde elas continuam
pescando para ninguém retirá-las. Muitas
espécies de mamíferos são mortas em todo o
mundo por causa de redes como estas. Sem
contar com as toneladas de lixo despejados todos
os dias em bacias hidrográficas, do lixo produzido
nas regiões costeiras onde a maioria das pessoas
vivem há poucos quilômetros do litoral e os
escoamentos dos rios desaguando no mar todo os
dejetos produzidos pelos seres humanos.Tudo
isso coopera para o destruição da fauna e flora
marinha, o aumento significativo a cada ano de
zonas de deserto no oceano, na mudança dos
hábitos e do habitat dos animais aquáticos, entre
outros fatores de desgaste ambiental.
Aos poucos, os oceanos morrem
silenciosamente enquanto muitas pessoas
pensam que o mar está transbordando de vida e
água. Pelo contrário, ele está pedindo socorro
onde o mundo apenas se desenvolve e dá
subvenção para as indústrias pesqueiras que
contribuem para uma rápida extinção das
espécies, impedindo a reposição dos estoques e
os empregos envolvidos nesta área. Assim, este
setor perde cerca de 50 bilhões de dólares ao ano.
Esta perda é significativa já que os recursos
marítimos, costeiros e industriais no mercado
geram um valor estimado em três trilhões de
dólares por ano.
O processo pelo qual o mundo está sendo
transformado pode sim ser feito, mas de forma
sustentável dando chance da natureza de fazer o
seu reparo a tempo de manter o equilíbrio.
Algumas soluções são possíveis como as
fazendas aquícolas, diminuindo a pressão em
cima da pesca, os recifes de corais artificiais,
zonas de proteção além da zona de exclusão
econômica (ZEE) com uma política bem formulada
e com uma gestão coordenada dos órgãos
responsáveis.
“Tenho esperança de que um maior
conhecimento do mar, que há milênios dá
sabedoria ao homem, inspire mais uma vez os
pensamentos e as ações daqueles que
preservarão o equilíbrio da natureza e permitirá a
conservação da própria vida” - Jacques Cousteau,
oceanógrafo. O ser humano é o principal agente de
destruição do ambiente natural, mas também é o
único que pode ajudá-la a se recompor, através de
uma conscientização mundial e fazer um pouco a
cada dia.
Isabelly Barbsa é bolsista do PET Pesca e aluna do 5º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
O Dia Mundial dos Oceanos é celebrado todos os anos no dia 8 de Junho.
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
10
Junho de 2013
Grupo de Discussões Reúne Pescadores
Esportivos no Grande Recife
Por Éverton Pires e Rafael Monteiro
N
os dias de hoje, o ritmo acentuado
de trabalho aliado ao ritmo
acelerado das grandes cidades
acabam restringindo as pessoas de exercerem
mais atividades que lhes tragam descontração e
lazer. Em decorrência disso, cresce o número de
pessoas que recorrem às redes socais em suas
poucas horas livres para descontrair e discutir
temas de seus interesses.
No mundo da pesca isso não é diferente, é
crescente o número de grupos de discussões
(fóruns) criados em meios virtuais. Estes acabam
sendo cada vez mais específicos e/ou restritos a
uma determinada espécie, modalidade e região.
O grupo Tarpon Brazil, criado no Facebook
em Dezembro de 2011 é um exemplo de grupo
mais específico na pesca que aborda discussões
a respeito do Tarpon (Megalops atlanticus),
popularmente conhecido como Camurupim ou
simplesmente, Pim. O grupo reúne pescadores
principalmente da região nordeste, amantes da
pesca esportiva do Tarpon.
Esta espécie não é muito bem aceita para
fins alimentícios, tornando-o assim um peixe de
pequeno valor comercial, entretanto devido a sua
voracidade, força e velocidade, trata-se de uma
das espécies mais conhecidas e capturadas na
pesca esportiva, principalmente na Flórida (EUA),
México, Caribe e Costa Rica. A pesca desse peixe
chega a gerar cerca de 19 milhões de dólares por
ano para a pesca no estado da Florida (EUA).
Indivíduos de Camurupins podem alcançar
mais de 2 metros de comprimento e mais de 150
quilos. O recorde mundial para pesca utilizando a
linha e o anzol é 283 libras (ou 128, 37 kg) para um
indivíduo capturado no Lago Maricaibo,
Venezuela.
Apesar de tão valorizado em muitos países,
no Brasil, o Tarpon ainda é considerado um
fantasma desconhecido por muitos e o grupo
procura divulgar com consciência a pesca
esportiva dessa espécie em águas brasileiras.
Foi numa das discussões no grupo em
março de 2012, que se decidiu realizar encontros
periódicos no Grande Recife. Os encontros são
realizados periódicamente na pizzaria O
Lenhador, no bairro da Imbiribeira onde possui
uma lagoa repleta de camurupins.
Os objetivos são de discutir a pesca
esportiva, bem como difundir conhecimentos de
comportamentos e hábitos alimentares da
espécie.
Os encontros são regados de muito bom
humor, onde também são contadas as mais
diversas histórias de pescadores. Os participantes
também aproveitam para levar seus equipamentos
e discutir a qualidade, manuseio e realização de
testes. Muitas novidades do mercado da pesca
são trazidas para debates nos mais variados
assuntos, além de eventuais exposições desses
materiais feitas pelos participantes.
Outra atividade bem esperada e apreciada
nesses encontros é o Momento Jig¹ e Atado de
Moscas². Nesse momento são confeccionadas
iscas artesanais pelos participantes. O processo
consiste em prender o anzol a uma ferramenta
denominada morsa, onde são atados materiais
sintéticos e até naturais, procurando reproduzir
uma presa natural do peixe que se objetiva pescar.
Durante a confecção dessas iscas, são
discutidos os mais variados métodos, tamanhos,
cores, materiais e diversos outros detalhes,
sempre procurando estabelecer métodos mais
eficientes de captura e menos danosos, uma vez
que é feita por pescadores esportivos. Essas
iscas acabam sendo sorteadas entre os
participantes e há quem não tarda em testá-las.
Após o encontro, alguns ainda vão até a
lagoa, situada bem em frente ao restaurante e
testam suas iscas e tralhas. O encontro promove a
socialização dos integrantes, pescadores
esportivos do Recife e arredores.
Éverton Pires e Rafael Monteiro é aluno do 5º período do Curso de Engenharia de
Pesca da UFRPE e Engenheiro de Pesca formado pela UFRPE, respectivamente.
¹Jig são iscas geralmente pesadas e de penacho.
²Atado de Moscas é um termo derivado do inglês “Fly tying” proveniente da modalidade “Fly Fishing”, que tem
como função imitar uma presa natural de um peixe fazendo com que ela pareça o mais natural possível ao cair na
água para enganar os olhos do peixe.
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
11
Junho de 2013
ILHA DE SANTO ALEIXO:
UMA BELEZA AMEAÇADA
Por Marcony B. Vasconcelos Filho
A Ilha de Santo Aleixo localizada no litoral
sul do Estado de Pernambuco é uma das mais
belas ilhas brasileiras. Formada por rochas
vulcânicas e vegetação atlântica, possui 36
hectares e encontra-se em frente à praia de
Serrambi-PE, aproximadamente 78km do Recife
e 4km de Porto de Galinhas. Esta ilha atrai
diversos visitantes, primordialmente em função da
disponibilidade de boas áreas para a prática do
mergulho, pesca e passeios de barcos.
Santo Aleixo é de propriedade particular,
porém aberta à visitação. Atualmente existem
alguns passeios de catamarã, estes, sendo
realizados diariamente por turistas que saem em
busca de lazer e diversão encontrados nas
belezas naturais. O verão é a estação em que a
ilha é mais badalada. Turistas, banhistas e
pescadores são atraídos pelo clima favorável, sol
forte, águas quentes, transparentes e o mar bem
calmo, condições perfeitas para praticar mergulho
e esportes náuticos. Contudo, não há um controle
na quantidade de visitantes e em suas ações, que
implica em alto risco de depredação, poluição e
até mesmo extinção de espécies de animais que
ali residem.
Pescadores mais antigos da região relatam
que a ilha já não é mais a mesma, onde era
possível capturar diversas espécies de peixes,
crustáceos e moluscos, sendo que hoje em dia
tornou-se bem mais difícil a obtenção do pescado
para sua subsistência. Informações levam a crer
que grande parte dessa dificuldade em encontrar o
pescado deve-se aos derramamentos de dejetos
poluidores provocados pelas usinas canavieiras,
que despejam os resíduos de produção de álcool e
açúcar nos rios que são acarreados para o estuário
e consequentemente no mar, provocando uma
mortalidade em massa da biodiversidade ali
presente.
Fatores que também intrigam os
pescadores locais são: circulação de grandes
embarcações, os mesmos alegam que acabam
espantando o pescado e contribuindo na poluição
de modo que, quando na realização das
manutenções é possível verificar derramamentos
de óleos na água, o que consequentemente
provoca mortalidade de alevinos e crustáceos.
Fatores como esses levam a crer que o
futuro das belezas naturais e biodiversidade da
ilha de Santo Aleixo estão ameaçados através das
ações antrópicas.
Por isso, fazem-se necessários estudos e
acompanhamentos dos possíveis impactos
gerados pelas usinas de cana de açúcar,
visitantes, banhistas e pescadores, para que
possam contribuir com a conservação dessa
beleza pernambucana.
Marcony B. Vasconcelos Filho é bolsista do PET Pesca e aluno do 6º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
VEM
AI...
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
12
Junho de 2013
Novo Curso de Engenharia de Pesca na UNESP
Por Laenne Barbara
No ano de 1971, deu-se início ao primeiro
curso de Engenharia de Pesca no Brasil pela
UFRPE. Desde então, o curso vem sendo
implantado nas diversas Instituições de Ensino
Superior e a tendência é crescer ainda mais o
número de Universidades que o oferecem.
Em março de 2013, no Campus
Experimental de Registro, da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
(UNESP), teve início o primeiro curso de
Engenharia de Pesca do Estado de São Paulo.
Esse foi estabelecido considerando a
inexistência de um curso de graduação com
formação semelhante no Estado, o potencial
regional do Vale do Ribeira e do Estuário Lagunar
Iguape-Cananéia e o potencial do país para
produção de recursos pesqueiros.
A aula magna ocorreu no dia 12 de março
deste ano e contou com a presença do prefeito
Gilson Fantin, do então diretor da instituição, Prof.
Dr. Sérgio Hugo Benez, o vice-coordenador do
curso, Prof. Erico Rodrigues, e o Presidente da
Federação Nacional dos Engenheiros de Pesca,
Elizeu Augusto de Brito. O curso é o segundo
recebido pelo campus de Registro, que possui o
curso de Agronomia desde 2002.
Na ocasião, o engenheiro Elizeu Augusto
de Brito presenteou todos os 31 alunos com
chapéus e as autoridades com bótons da
Federação Nacional, e ressaltou a importância de
ter o curso de Engenharia de Pesca no Estado,
enfatizando a existência de um decreto que facilita
o processo de licenciamento de atividades
aquícolas. Esse decreto, assinado pelo
governador, Geraldo Alckmin, em novembro de
2012, prevê isenção da taxa de licenciamento para
os pequenos criadores, com pequeno potencial
poluidor. Objetivando desburocratizar o processo,
além de intensificar a aquicultura sustentável e
aumentar o número de criadores formais.
Segundo Samuel Moreira, deputado
estadual e ex-prefeito de Registro, o curso “vai se
tornar opção econômica para o produtor rural da
região. Por intermédio da pesquisa, extensão e
adoção de novas tecnologias, procedimentos e
métodos, por exemplo, os produtores podem
agregar valor e aumentar a rentabilidade”.
Espera-se que os futuros profissionais da
região do Vale do Ribeira, possam contribuir para o
desenvolvimento da aquicultura brasileira,
trazendo melhoria à economia e
consequentemente bem estar social.
Laenne Barbara é bolsista do PET Pesca e aluna do 3º período do Curso de Eng. de Pesca da UFRPE.
Estudo descobre 78 novas espécies de peixes no Rio Madeira
Por Mariana Lima
Em estudo realizado por biólogos, desde 2011, foram descobertas 78 novas espécies de peixes
no afluente do rio Amazonas. A pesquisa conclui ainda que a diversidade de peixes é muito maior que a
esperada, foram catalogadas 990 espécies habitando o rio. Segundo pesquisadores, o rio Madeira é um
ponto de “confluência de peixes”, que vindos de outras bacias hidrográficas chegam ao rio Guaporé,
principal afluente do Madeira.
Um exemplo é o dourado de escamas, uma espécie típica da bacia do Paraná que se aproveita
de épocas de alagamento no Pantanal e consegue chegar até o rio Guaporé, próximo a Porto Velho
(RO). Segundo Carolina Dória, coordenadora do Laboratório de Ictiofauna e Pesca da Universidade
Federal de Rondônia (Unir) o rio Madeira é um rio diferente por causa de sua geologia e também por ser
o segundo maior afluente do rio Amazonas.
Mas vale ressaltar ainda que as boas notícias quanto à diversidade de peixes no local, podem
alertar quanto ao agravamento do impacto ambiental causado pela construção das usinas de Santo
Antônio e Jirau, no rio Madeira. Artur de Souza Moret, coordenador do grupo de pesquisa sobre energia
renovável sustentável da Unir, explica que com as usinas ocorre a interrupção da migração de peixes,
causando também o desequilíbrio no ecossistema. O professor afirma também que há a modificação do
ambiente e por isso algumas espécies de peixes predominam e outras não.
Representantes da usina afirmam que o sistema chamado “transposição de peixes”, um canal
com cerca de dez metros de largura e 900 metros de extensão, permite a migração dos animais rio
acima, garantindo a reprodução das espécies mesmo com a usina em operação.
Porém, com o estudo realizado pela usina, os pesquisadores determinaram áreas onde a
construções de novas hidrelétricas seriam prejudiciais.
Mariana Lima é bolsista do PET Conx. Ciranda da Ciência e aluna do 6º período de Licenciatura Plena em C. Biológicas da UFRPE.
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
Aquecimento de oceanos pode
fazer peixes encolherem
Autores do estudo projetaram o impacto
das temperaturas crescentes em mais de 600
espécies, entre 2001 e 2050. Segundo eles,
águas mais quentes possuem menor nível de
oxigênio, o que leva a peixes com tamanho
consideravelmente menor. S e n d o a s s i m , o
descontrole das emissões de gases do efeito
estufa pode impactar mais ecossistemas do que
se pensava.
Pesquisas prévias apontavam que
mudanças na temperatura oceânica afetariam
tanto a localização quanto a procriação de
diversas espécies de peixes. O novo estudo,
porém, joga luz sobre o peso dos peixes.
Para avaliar isso, os cientistas montaram
um modelo que identifica como os animais
reagem à redução do nível de oxigênio na água,
usando dados do Painel Intergovernamental
para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em
inglês).
Ainda que os dados apontem para uma
mudança pequena na temperatura da água no
fundo dos oceanos, o impacto disso é grande no
que diz respeito ao tamanho dos peixes. "O
aumento da temperatura eleva diretamente a
taxa metabólica do corpo dos peixes", disse à
BBC News William Cheung, da Universidade da
Colúmbia Britânica (Canadá), autor da pesquisa.
"Isso demanda mais oxigênio para a realização
de funções corporais comuns. Faltará oxigênio
para o crescimento, e o peixe terá um corpo
menor."
Mas a pesquisa faz a ressalva de que há
incertezas nas previsões de mudanças
climáticas e oceânicas e isso pode afetar o
modelo apresentado. Sendo assim, são
necessários novos estudos. "Precisamos olhar
com mais cuidado para a resposta biológica (dos
peixes) no futuro", diz Cheung.
Ao mesmo tempo, outros cientistas
alertam para o impacto disso na produção
pesqueira. "Indivíduos menores vão produzir
ovos menores e em menor quantidade, o que
afetará o potencial reprodutivo dos cardumes e
reduzirá sua resistência à pesca e à poluição",
afirma Alan Baudron, da Universidade de
Aberdeen (Grã-Bretanha), estudioso de
cardumes no Mar do Norte.
Extraído de:
http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/20
12-09-30/aquecimento-de-oceanos-pode-fazer-peixesencolherem-diz-pesquisa.html
13
Junho de 2013
05 de Junho
Dia Mundial do Meio Ambiente
Por Marília Maria Silva da Costa
O Dia Mundial do Meio Ambiente,
comemorado em 05 de junho, foi estabelecido
pela Assembleia Geral das Nações Unidas no ano
1972, marcando a abertura da Conferência sobre
Ambiente Humano, em Estocolmo.
A
comemoração desta data tem o objetivo de
promover atividades de proteção e preservação
do meio ambiente e alertar o público mundial e
governos de cada país para os perigos de
negligenciarmos a tarefa de cuidar do meio
ambiente.
Uma das maneiras de dar ideias para as
atividades de conscientização das populações e
de proteção ao meio ambiente é o tema
estabelecido pelas Nações Unidas, o tema desse
ano é: "Pense - Coma - Poupe".
Entretanto, o planeta chega ao Dia Mundial
do Meio Ambiente em momento crítico, onde a
natureza se apresenta especialmente inquieta,
com as manifestações causadas ou não pelo
homem, como os furacões, enchentes
devastadoras, deslizamentos letais, invernos
glaciais. Chegamos a essa data chamando a
atenção não somente para a reflexão, mas sim
para as ações que estamos fazendo (se é que
estamos) em defesa da vida.
Será que estamos fazendo a nossa parte?
Ou estamos esperando das grandes potências o
primeiro e grande passo. Pequenos atos como
entornar o óleo em uma garrafa plástica ao invés
de descartar na pia já é um grandioso passo pra
uma cidade mais limpa. Todos podem contribuir
para que as sociedades caminhem rumo à
sustentabilidade e para que haja harmonia entre o
desenvolvimento e a conservação do meio. A
exigência da população pelo cumprimento das
leis por órgãos governamentais e as atitudes
individuais ou coletivas, são fundamentais em
todos os níveis.
No final das contas, a balança do nosso
consciente não calcula direito. As vantagens de
degradar o meio ambiente contam mais que a
consciência limpa de se estar fazendo o correto,
infelizmente.
Devemos agir em prol do nosso Planeta
logo, hoje, já. A natureza já nos manda seus sinais
de alerta.
Marília Maria Silva da Costa é aluna do 6º
período do Curso de Ecologia da UFPB.
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
14
Junho de 2013
Passeio pelo Departamento de Pesca e
Aquicultura: LAPAVI
Por Laenne Barbara
O Laboratório de Produção de Alimento
Vivo (LAPAVI), coordenado pelo professor Dr.
Alfredo Olivera Gálvez visa à produção de
alimento vivo para desenvolver larviculturas de
moluscos e crustáceos. Fundado no ano 2000, o
laboratório cultiva diferentes espécies de
microalgas marinhas e dulcícolas, aperfeiçoando
técnicas de criação e manuseio das cepas.
O LAPAVI atua em parceria com o
Laboratório de Maricultura Sustentável
(LAMARSU) e com a Claeff Engenharia e
Produtos Químicos LTDA.
O processo de cultivo se inicia em cepas
que são repicadas para volumes maiores, sendo
concluído com a floculação e secagem.
Atendendo pesquisas voltadas para
biotecnologia, enfatizando a produção de
biodiesel, além da extração de pigmentos com
potenciais aplicações terapêuticas e industriais.
Atualmente, o laboratório vem
desenvolvendo uma pesquisa com a microalga
Haemotococcus pluvialis, que engloba suas
formas de cultivo e aplicações biotecnológicas.
Além de pesquisas relacionadas à análise
toxicológica.
Tabela: Composição atual do LAPAVI - Laboratório de Produção de Alimento Vivo.
Laenne Bárbara é bolsista do PET Pesca e aluna do 3º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
Visando facilitar na escolha por um estágio, criamos uma nova seção, abordando a cada
trimestre, um laboratório do DEPAq. A ideia é que nesta seção sejam divulgadas as
atividades e projetos em andamento,orientadores, infraestrutura, entre outras informações,
a critério do autor. Os interessados em escrever sobre seu laboratório devem nos procurar
na sala do PET Pesca ou enviar um e-mail para: [email protected]
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
15
Junho de 2013
Participação do PET Pesca – UFRPE no 12º ENEPET
Por Paulo Henrique Gomes da Paixão
Ocorreu entre 14 e 17 de
março de 2013, a décima segunda
edição do Encontro Nordestino dos
Grupos PET, o ENEPET na
Universidade Federal do Ceará
(UFC), no campus Benfica, sediado
em Fortaleza, Capital do Ceará. O
ENEPET ocorre anualmente, e a
cada edição é sediado em um
Estado nordestino diferente, como o
11 º q u e f o i r e a l i z a d o n a
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), em Natal – RN, e o
13º que será na Universidade
Federal de Campina Grande
(UFCG), em Campina Grande – PB.
A edição deste ano teve como
temática “Ideologia, Legado e
Expansão” com o prósito de:
1Refletir e discutir a
ideologia do Programa de
E d u c a ç ã o Tu t o r i a l - P E T,
considerando suas premissas de
existência, no contexto da
educação superior, bem como
pensar sobre sua contribuição de
maneira geral na graduação;
2Incentivar o
pensamento de qual o legado que
o Programa vem deixando para a
educação brasileira de Ensino
Superior;
3Propor um olhar
sobre o momento atual, com as
renovações que ocorreram por
meio de sua expansão, e quais
impactos serão evidenciados nos
diferentes cursos das
universidades atingidas pelo
programa.
O Encontro contou com
oficinas, grupos de trabalho e
discussão, apresentações de
trabalhos, mesas-redondas,
encontros por área, encontro de
petianos, egressos e tutores e a
Assembleia Geral, onde foram
votadas as propostas provenientes
dos grupos de trabalho para serem
encaminhadas ao Encontro
Nacional dos Grupos PET
(ENAPET), que no mês de outubro
de 2013, ocorrerá aqui em
Pernambuco.
Do grupo PET Pesca da
UFRPE, dois trabalhos foram
aceitos e apresentados durante o
evento, seus títulos foram: “XIV
SEMANA DO ENGENHEIRO DE
PESCA DA UFRPE” e “PROJETO
TÁ LIMPEZA: A LIMPEZA DAS
PRAIAS – PRAIA DE PORTO DE
GALINHAS – PE”, e os petianos
presentes, foram: Éverton Pires e
Paulo Henrique Gomes da Paixão,
ambos do 5º período do curso de
Engenharia de Pesca, na Sede da
UFRPE.
O evento foi estruturado para
um público de mais de mil pessoas,
entre petianos, professores, tutores
e egressos do programa de
educação tutorial.
Dentre os grupos da UFRPE
que estiveram presentes, estavam o
PET Ecologia, Administração,
Zootecnia, Veterinária, Florestal,
Física, Biologia, Agronomia,
Conexões de Saberes e o jovem
grupo PET Pesca da Unidade
Acadêmica de Serra Talhada.
Poema ao Pescador
Por Manuel Chochinha
És forte como o mar,
Feliz como a sereia.
És como peixe a nadar,
Fino, tal como areia
Perspicaz como a gaivota,
Rápido como o peixe-espada,
Leve como a branca vela
Levada pela nortada.
O teu corpo musculado,
O jeito do teu andar,
Os teus braços calejados
Dos remos tanto puxar
Tuas redes estão desertas
Mas olhas o mar de frente
Para a faina, logo despertas:
Voltas ao mar novamente
Pescador, homem rude!
Na tua face crispada,
Que esse encanto não mude
Tens muito e não tens nada
Uma vida de tormento
Para não pedir esmola.
Tanto peixe e tanto vento
Pra morrer junto da aiola
Contribuição de Marcele Trajano, bolsista
do PET Pesca e aluna do 5º período do
Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
Paulo Henrique Gomes da Paixão é bolsista do PET Pesca e aluno
do 5º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
No dia 29 de Junho é comemorado o “Dia do Pescador”, pescador não é só um bom contador de
história, mas aquele que conhece a natureza, compreende o mar, sai antes do nascer do sol com
seu barco. Quando o dia é bom, traz alimento para a família e ainda garante o sustento da casa
com o que consegue vender.
Origem do Dia do Pescador
Dia 29 de junho é o Dia de São Pedro, o apóstolo pescador e que também é padroeiro dos
pescadores, por isto, a data foi escolhida para comemorar o dia do pescador.
16
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
Reino:
Animalia
Filo:
Chordata
Classe:
Actinopterygii
Ordem:
Characiformes
Família:
Characidae
Junho de 2013
Subfamília: Serrasalminae
Género:
Colossoma
Espécie:
C. macropomum
Peixe que se distribui ao longo da Bacia amazônica, apresenta escamas; corpo romboide;
nadadeira adiposa curta com raios na extremidade; e rastros branquiais longos e numerosos. A
coloração geralmente é parda na metade superior e preta na metade inferior do corpo, mas pode variar
para mais clara ou mais escura dependendo da cor da água. Antigamente eram capturados exemplares
com até 45kg. Hoje, por causa da sobrepesca, praticamente não existem indivíduos desse tamanho.
É uma espécie migradora, realiza migrações para se reproduzir. Durante a época de cheia entra
na mata inundada, onde se alimenta de frutos e sementes. Durante a seca, os indivíduos jovens ficam
nos lagos de várzea onde se alimentam de zooplâncton e os adultos migram para os rios de águas
barrentas para desovar. Nessa época, não se alimentam, vivendo da gordura que acumularam durante
a época cheia. Uma das espécies comerciais mais importantes da Amazônia central.
Por ter a carne muito saborosa, o Tambaqui é um dos peixes da água doce mais pescados. Para
pescá-lo, recomenda-se usar varas longas, com ponta grossa e linha de 0,9 mm, do tamanho da vara,
tudo em absoluto silêncio, simulando a queda de um fruto na água, e com isca basta usar frutas da
região, sendo sua favorita a minhocuçu.
Priscilla Celes é bolsista do PET Pesca e aluna do 5º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
I COPA DE FUTSAL DO DEPARTAMENTO DE
Por Robson Jatobá
PESCA 2013
Foi realizado em março de 2013 a primeira copa de futsal do Departamento de Pesca da UFRPE,
a copa se desenrolou entre os dias 18 a 23 de março.
Com sete times escritos, este primeiro torneio teve como principal função a confraternização
entre os diversos períodos do nosso departamento, visando também a preparação dos nossos times
para o III Inter Rural que acontecerá no primeiro semestre de 2013. Organizado pelo diretório
acadêmico e com apoio do PET Pesca, divididos em dois grupos: Grupo 1: Náufragos, Âncoras,
Tubarões e Tiozinhos da Pesca; e no Grupo 2: Meca, Caiçaras e Trutas.
Na primeira fase se classificaram dois de cada grupo, fazendo o cruzamento para as semifinais e
na sequência as finais. O torneio foi bem elaborado, no entanto faltou um pouco mais de
comprometimento de alguns dos times participantes, pois houveram jogos que foram decididos por wo
(Falta de comparecimento de um dos times).
Os resultados foram: Meca em quarta colocação, Tubarões em terceira colocação, Âncoras em
segunda colocação e o grande campeão foi o Caiçaras. Esperamos que no próximo Inter Pesca os
times se comprometam mais, afinal nosso departamento tem o atual vice campeão da competição
interna de Futsal da Rural e queremos ver nossos times fazerem a final do Inter Rural. Vamos lá galera,
vamos nos organizar para o próximo torneio de Futsal do nosso Departamento!
Robson Farias Jatobá é bolsista do PET Pesca e aluno do 4º período do Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE.
18
Diário de Bordo / 25 anos PET Pesca - Recife
Junho de 2013
Palavras
Valva
Umbo
Chlorella
Microalga
Bentos
Zooplâncton
K
V
Z
P
B
J
R
Q
A
L
B
G
H
C
D
C
B
R
M
R
H
Z
I
S
I
E
F
E
U
L
N
L
A
E
E
L
K
S
I
T
N
P
R
H
D
M
G
R
V
C
F
H
R
D
O
T
O
S
T
H
Litopenaeus vannamei
Aquicultura
Maricultura
Recife de Coral
Biquara
S
L
U
Y
L
I
Q
G
C
P
O
Q
M
M
R
V
S
T
S
J
M
F
H
R
E
S
V
L
H
O
O
J
L
S
J
G
J
E
I
N
L
R
N
J
Z
Expediente
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Pesca e Aqüicultura,
Av. Dom Manuel de Medeiros, s/n
Dois Irmãos, Recife - PE. CEP: 52171-900
Fone:33206525
Email:[email protected]
Site: www.petpescaufrpe.com
V
C
U
V
K
V
B
A
D
A
V
A
L
K
O
R
F
C
F
B
I
W
S
C
E
R
W
Q
J
Q
H
V
I
E
Q
L
M
R
S
U
C
G
W
G
Q
K
G
R
U
W
T
R
O
T
S
E
O
Q
V
C
T
F
A
Q
H
U
Q
L
M
V
S
R
R
G
M
P
R
M
G
R
J
U
W
U
A
U
F
C
A
K
A
B
V
W
E
C
D
J
Z
N
D
A
W
I
L
O
A
M
A
I
U
M
B
O
N
F
S
V
C
A
R
A
L
U
L
O
O
E
J
A
A
R
H
G
S
B
M
Q
L
W
V
F
Q
T
M
U
H
Y
F
K
L
A
W
D
E
L
A
X
U
E
P
A
E
W
Q
A
G
L
A
O
R
C
I
M
I
S
C
Q
M
Q
X
H
J
O
Z
O
O
P
L
Â
N
C
T
O
N
F
Q
F
J
L
Z
B
L
A
T
E
L
T
N
N
V
E
L
U
X
L
X
S
H
B
S
G
G
G
G
H
S
O
O
P
R
L
G
P
C
W
E
M
L
M
B
P
U
A
G
E
D
P
L
T
Z
P
J
W
G
Os arquivos assinados são de responsabilidades dos seus autores.
Diretor do Deptº de Pesca e Aqüicultura
Prof. Willian Severi
Coordenador do Curso de Eng. de Pesca
Prof. Paulo Oliveira
Tutor do PET Pesca
Prof. Paulo Oliveira
Comissão Editorial: PET/Pesca
Editores:
Everton Pires ([email protected])
Priscila Celles ([email protected])
Marcony Vasconcelos Filho ([email protected])
Periodicidade: Trimestral - Tiragem: 500 exemplares