HCD1—Anexo Programa 15-16-1

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HCD1—Anexo Programa 15-16-1
história
e
his·tó·ri·a
(latim historia, -ae, do grego historía, -as, exame, informação,
pesquisa, estudo, ciência)
substantivo feminino
1. Narração escrita dos factos notáveis ocorridos numa
sociedade em particular ou em várias.
2. [História] Período do desenvolvimento da humanidade após
o aparecimento da escrita.
3. Ciência ou disciplina que estuda factos passados.
4. Sequência de factos ou acções.
5. Relato desses acontecimentos. = ESTÓRIA, NARRAÇÃO,
NARRATIVA
6. Descrição dos seres da Natureza.
7. Estudo das origens e progressos de uma arte ou ciência.
8. Biografia de uma personalidade ou personagem célebre.
9. Livro de história.
10. [Informal] Relato destinado a enganar (ex.: não me venhas
com histórias). = CONTO, MENTIRA, PETA
“história”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha],
2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/hist%C3%B3ria [consultado
em 06-02-2016].cr%C3%ADtica [consultado em 06-02-2016].
crítica
do
design
crí·ti·ca
substantivo feminino
1. Análise, feita com maior ou menor profundidade, de
qualquer produção intelectual (de natureza artística,
científica, literária, etc.).
crítica textual
Disciplina consagrada ao estudo e resolução dos
problemas concernentes à fixação e edição de textos,
sobretudo literários, e também designada por ecdótica.
“crítica”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
[em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/
cr%C3%ADtica [consultado em 06-02-2016].
1
de·si·gn
(substantivos masculino)
Villém Flusser explica que “em inglês a palavra design funciona como substantivo e verbo
(circunstância que caracteriza muito bem o espírito da língua inglesa). Como substantivo
significa entre outras coisas: ‘propósito’, ‘plano’, ‘intenção’, ‘meta’, ‘esquema malígno’,
‘conspiração’, ‘forma’, ‘estrutura básica’, e todos esses significados estão relacionados a
‘astúcia’ e a ‘fraude’. Na situação de verbo – to design – significa, entre outras coisas ‘tramar
algo’, ‘simular’, ‘projetar’, ‘esquematizar’, ‘configurar’, ‘proceder de modo estratégico’. A
palavra é de origem latina e contem em si o termo signum, que significa o mesmo que a
palavra alemã zeichen (‘signo’, ‘desenho’). (…) ”
e acrescenta que o vocábulo design “(…) significa aproximadamente aquele lugar em que
arte e técnica (e, consequentemente, pensamentos, valorativo científico) caminham juntas,
com pesos equivalente, tornando possível uma nova forma de cultura”
Em “O mundo codificado“, da Cosac Naify, p.181.
Ou a definição intraduzível de John Heskett:
“Design is to design a design to produce a design”.
Que a explica em quatro momentos:
“O uso primeiro é como um substantivo, denotando o campo do design como um todo
de uma forma muito geral, como na frase: ”O design é importante para a competitividade
da economia nacional“. O segundo uso é como um verbo, ou seja, a ação ou penssmento
envolvido no acto de projetar. A terceira é também um substantivo; desta vez denotando
um plano ou intenção. Finalmente, o quarto novo uso é um substantivo, desta vez significa
que o produto está acabado. Todos os usos têm significados muito diferentes, mas mesmo
as pessoas envolvidas profissionalmente em design deslizam continuamente entre eles, sem
problemas, movendo-se de um significado para outro, sem distinção.“
Em “Design: A very short introduction”, Oxford Press, p.3.
História e Crítica do Design I
FACULDADE DE BELAS-ARTES . UNIVERSIDADE DE LISBOA . 2015/2016
2º semestre . Licenciatura de Design de Comunicação . Professor Victor M Almeida
Plataforma online: hcd1fbaul1516.wordpress.com/
“O design é fruto de três grandes processos históricos que ocorreram de modo interligado e
concomitante, em escala mundial, entre os séculos 19 e 20. O primeiro destes é a industrialização: a reorganização da fabricação e distribuição de bens para abranger um leque cada vez
maior e mais diversificado de produtos e consumidores. O segundo é a urbanização moderna:
a ampliação e adequação das concentrações de população em grandes metrópoles, acima de
um milhão de habitantes. O terceiro pode ser chamado de globalização: a integração de redes
de comércio, transportes e comunicação, assim como dos sistemas financeiro e jurídico que
regulam o funcionamento das mesmas. Todos os três processos passam pelo desafio de organizar um grande número de elementos díspares – pessoas, veículos máquinas, moradias, lojas,
fábricas, malhas viárias, estados, legislações, códigos e tratados – em relações harmoniosas e
dinâmicas. Conjuntamente, esse grande meta-processo histórico pode ser entendido como um
movimento de integrar tudo com tudo. Na concepção mais ampla do termo “design”, as várias
ramificações do campo surgiram para preencher os intervalos e separações entre as partes,
suprindo lacunas com projeto e interstícios com interfaces.”
Rafael Cardoso, Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Blucher, 2008, pp. 22-23.
I. Introdução
Como é que o design tem reflectido a evolução dos processos históricos de
industrialização, urbanização e globalização nos últimos três séculos? De que
forma têm os designers vindo a reagir às radicais transformações sociais, ambientais e culturais por eles causados? E como é que tanto estes indivíduos,
como as coisas que eles projectam, se encontram e posicionam perante um
mundo cada vez mais complexo?
A história do design leva-nos a enfrentar a interrogação da sua origem: “quando começa o design?”. Aqui são detectáveis duas correntes: a que pensa que
o design começa a partir do momento em que aparece a necessidade de
justificar em termos gerais, e não de ofício, aquilo que se fabrica, produz e
divulga (ou seja, a partir da Revolução Industrial); e a que defende que desde
sempre o “Homem” fez design.
No processo do design é fundamental detectar nos artefactos que nos rodeiam as condições de funcionalidade, contextualidade, factualidade e comunicabilidade próprias de tudo o que é desenhado/projectado. Isto não quer
dizer que se deixem de valorizar as referências formais, estilísticas, contextuais de todos os artefactos e formas de comunicação.
Desta forma, pretende-se entender a história do Design menos um “friso de
heróis” e de estilos e mais uma sucessão de aulas temáticas, as quais veiculassem uma ideia do design como uma disciplina feita de avanços e recuos,
de (injustos) sucessos e (apesar de tudo, inevitáveis) fracassos, de viagens e
emigrações – em suma, de vidas e obras de alguns indivíduos que por mérito
ou circunstância se destacaram perante os demais.
B) Entender o design como uma actividade permeável a mudanças
no contexto económico, político, étnico e culturais, mas também
uma manifestação desses mesmos contextos.
C) Promover a pesquisa e a investigação sobre a história do design
em Portugal.
D) Promover o pensamento crítico sobre assuntos relevantes para
o domínio do design e as suas relações com o desenvolvimento
cultural, comercial e tecnológico actuais.
E) Estimular a aquisição de um vocabulário verbal específico,
necessário para a articulação de ideias e o estabelecimento de
argumentos sobre design.
F) Contribuir para desenvolver as capacidades de análise e crítica,
especialmente úteis na fase projectual de pesquisa e acumulação
de informação, assim como na fase de argumentação do
projecto.
G) Retirar tanto quanto possível do discurso analítico a heroicização
designer, pormenor que em nada contribui para o conhecimento
das histórias da história do design.
H) Frisar a importância da história do design na construção de um
perfil crítico e interventivo do futuro designer.
III. Conteúdos Programáticos
0. Introdução
As histórias na história do design
O porquê de uma crítica do design
Difusão do conhecimento (imprensa, academia, internet)
II. Objectivos
A unidade curricular de História e Crítica do Design I tem uma dimensão
teórica, histórica, crítica e reflexiva.
O principal objectivo desta UC é incutir em cada aluno um espírito crítico que
não considere nada, nem a própria história, como indiscutível ou “acima de
qualquer crítica”. Daí que, mais do que conhecer e respeitar (toda, ou muita
da) a história do design, o mais importante é pô-la em causa, e abordá-la de
uma forma não dogmática. Pretende-se assim
1. O contexto do design
1.1. Confrontação com actividades limítrofes: arte, artesanato, técnica e tecnologia
1.3. Os objectivos, processos, produtos e consequências do design
1.4. A profissionalização e institucionalização do design
1.7. A tecnologia (produção)
2. As revoluções na cultura visual e material
2.1. A revolução neolítica e da linguagem
2.2. A revolução industrial e a comunicação de massas
2.3. A revolução socialista e os imperativos sociais
2.4. A revolução do petróleo e do plástico
2.5. A revolução informática e digital
3. Teorias na história do design
3.1. Os proto-designers
A) Conhecer a história do design no domínio do design de
equipamento, mas sobretudo no domínio do design de
comunicação, colocando especial ênfase nos aspectos da
história que nos permitem fazer referência a uma história do
design narrativa e factual, considerando em paralelo com a
história do conceito de design em cada fase.
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História e Crítica do Design I
FACULDADE DE BELAS-ARTES . UNIVERSIDADE DE LISBOA . 2015/2016
2º semestre . Licenciatura de Design de Comunicação . Professor Victor M Almeida
Plataforma online: hcd1fbaul1516.wordpress.com/
3.2. O primeiro racionalismo
3.3. O mercantilismo
3.4. O segundo racionalismo
3.5. O socialismo
3.6. O pós-modernismo
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4. Os tempos da história do design
4.1. As origens: escrita e a história da comunicação gráfica.
4.2.As revoluções de oitocentos: o design na era contemporânea.
A história dos estilos: estética industrial, beaux-arts, revivalismos, arts and crafts.
O impacto da revolução industrial na imprensa e nas artes gráficas
4.3. Design, indústria e o consumidor moderno, 1851-1930.
Design e reformismo social.
Consumo e espectáculo.
O advento da produção em massa.
4.4. Design e teoria na primeira era modernista: 1900-1945.
O vanguardismo europeu e a Bauhaus.
Design e nacionalismo.
O design publicitário e os ‘decoradores’.
Art deco, l’esprit nouveau e o fim do ensemble.
A prática do design entre as guerras: fugitivos, refugiados e emigrados.
Design, propaganda e guerra.
IV. Metodologia
Através da leitura crítica de textos teóricos e documentos históricos, acompanhados de exemplos de manifestações de design, procuraremos compreender
a contribuição cultural e social do design ao longo da história da humanidade.
A abordagem dos fundamentos do design, a identificação de aspectos-chave
e o estabelecimento de critérios e parâmetros permite proceder a análises
críticas do design nas suas diversas manifestações, âmbitos e tipologias.
V. Tutoria
A Tutoria de HCD1 tem lugar às terças-feiras das 10h às 12h, no gabinete
4.13, mediante inscrição prévia via email <[email protected]>.
VI. Avaliação
A par da avaliação contínua, a avaliação periódica será feita através de dois
exercícios teóricopráticos e um teste teórico.
1. Teste teórico sobre a matéria dada nas aulas e efectuado no período de avaliações (época normal/recurso): 13 de Junho a 01 de Julho 2016.
2.Projectos—DESIGN PARA UM MUNDO COMPLEXO
Enunciado em <hcd1fbaul1516.wordpress.com/>
3. Peso dos elementos de avaliação na nota final
a. Blog, assiduidade e participação na aula: 10%
b. Fichas de objectos: 20%
c. Ensaio monográfico: 40%
d. Teste escrito 30%
/
História e Crítica do Design I
Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa:
Licenciatura em Design de Comunicação
Professor Auxiliar Victor M Almeida
Fevereiro 2016.
VII. Calendarização
(poderão haver mudanças ao calendário lectivo)
VIII Bibliografia Principal
(esta é apenas uma lista de obras-chave a ter em consideração durante o
semestre)
Serão fornecidos ainda textos e outras referências ao longo do semestre,
como artigos, documentários ou filmes)
Bonsiepe, G. (2011). Design, Cultura e Sociedade. São Paulo: Blucher
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