Jornalismo e realismo estético
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Jornalismo e realismo estético
PROJETO DE PESQUISA Pesquisadora: Daisi Irmgard Vogel Título: Jornalismo e realismo estético: posições históricas Período de execução: 2015/1 a 2017/2 Linha de Pesquisa: Jornalismo, Cultura e Sociedade Resumo Proponho iniciar um mapeamento das inflexões recíprocas entre o jornalismo moderno e o realismo estético. Parto de um corpus flutuante, que reúne materiais canônicos do jornalismo impresso dos séculos XIX e XX, escolhidos do panorama europeu, norteamericano e brasileiro, e o associa à verificação das transformações críticas e experimentais em torno do realismo ocorridas na arte e na teoria, no mesmo período. O procedimento analítico é, em linha anacrônica (ou seja, que não aposte na evolução progressiva), contrapor conjuntos de reportagens às reconfigurações constantes do realismo estético na modernidade (o que exigirá o estudo das transformações e da crítica do realismo). O mapeamento dará visibilidade às vezes e revezes do recurso ao realismo, que, em sua origem, fundou o verossímil no referencial e ingressou o “real” em estado bruto no relato. Em diversas frentes do discurso, o realismo foi reconfigurado para tentar alcançar diferentes níveis de compreensão e de fidelidade ao “real”. No jornalismo (esta a hipótese da pesquisa), uma adesão radical aos recursos realistas experimentados no século XIX, na literatura e nas artes visuais, atuou de forma persistente na definição e no constante reforço das fronteiras culturais do jornalismo, em que pesem sua distinção de outros discursos e sua legitimação como “relato do real”, em diversas posições históricas. Como investigação subjacente, está a de organizar uma reflexão sobre a estética do jornalismo. Palavras-chave: jornalismo, realismo, estética, literatura, história. 1 1 Descrição da proposta (hipótese e corpus) Hipótese: O jornalismo reconstitui continuamente seu etos, e assim seu lugar e sua diferença discursiva, pelo recurso à tradição realista do regime estético. O realismo é um lugar conceitual e um procedimento-chave num modelo específico de identificação das artes (o modelo estético), que ao mesmo tempo vincula e diferencia, em suas origens, o jornalismo e a literatura, na gênese mesma da modernidade. A teoria estética e sua compreensão possibilitará identificar e reconhecer as tomadas de posição realistas na retórica do jornalismo, bem como a força desse procedimento na demarcação do status cultural (logo, na legitimidade) do jornalismo. Corpus: O projeto opera com um corpus teórico, que dê conta do período de formação e definição da estética moderna, associado a um corpus constituído de materiais jornalísticos. No que tange ao corpus teórico, há uma listagem preliminar anexada o final desta proposta, que deverá, contudo, ser filtrada e adensada no decorrer do primeiro trimestre da pesquisa. Já o corpus jornalístico realiza um recorte histórico que visa o período da conformação da moderna imprensa informativa, desde meados do século XIX. A pesquisa se detém, ao menos em sua fase inicial, na reportagem impressa, tomada como lugar conceitual de relativa estabilidade de valor dentro do campo. Esta escolha se justifica, também, pelo fato de que o ingresso do banal, do anônimo e do ordinário no regime das artes, que caracteriza o realismo estético, haver se dado primeira e concomitantemente nos campos da literatura e das artes visuais, cujos discursos começaram a interagir com o jornalismo naquele mesmo período, com o folhetim e a tipografia. Parte-se, portanto, de textos significativos da imprensa do século XIX, para em seguida fazer cortes horizontais que levem em conta as grandes reconfigurações do jornalismo ocorridas no período entre 1914 e 1950, com o surgimento dos novos meios (revista, cinema e rádio) em meio às circunstâncias das Grandes Guerras do século XX. E, depois dos anos 1950, e notadamente nos anos 1960, o impacto da televisão como disseminadora de informação jornalística, superando a força do impresso. Considera-se que cada uma dessas mudanças, entre uma infinidade de outras, tem implicações sobre as práticas do jornalismo e sobre o modo como as audiências se relacionam com o mundo ao seu redor. 2 Inicia-se, assim, com uma constelação “clássica”, sobre a qual se espera encontrar estudos anteriores para apreciação e sistematização. Como se tornará preciso situar os textos no jornalismo de sua época, propõe-se de partida a retenção em um número pequeno de nomes, que podem ser ainda reposicionados, na medida em que a pesquisa incorpore material. Conforme a acessibilidade aos materiais, e conforme sua complexidade, o conjunto de nomes será reduzido, modificado ou ampliado dentro do cronograma do pós-doutoramento, para ser expandido na sequência da pesquisa. Na contextualização dos materiais, pode se tornar necessária a consulta in loco a bibliotecas e arquivos distantes, o que será realizado de acordo com as possibilidades de financiamento das viagens. Segue a listagem inicial do corpus de materiais jornalísticos, na qual os nomes em negrito devem ser os primeiros a ser considerados, e os demais devem ser contemplados na medida em que a pesquisa tiver continuidade, para além do período de estágio pósdoutoral: Charles Dickens (1812-1870),em seu jornal semanal All the Year Round. Fiódor Dostoiévski (1821-1881), no Diário de um Escritor. Eça de Queiroz (1845-1900), nas compilações Ecos de Paris e Cartas da Inglaterra. Euclides da Cunha (1866-1909), nas reportagens de O Estado de S. Paulo e nOs Sertões. Joseph Roth (1894-1939), no Berliner Börsen-Courier, no Frankfurter Zeitung e outros jornais. Ernest Hemingway (1899-1961), a eleger. George Orwell (1903-1950), na revista Adelphi, ente outras. John Hersey (1914-1993), em Hiroshima. Joel Silveira (1918-2007), em A milésima segunda noite da Avenida Paulista, entre outros. Lillian Ross (1926- ), em The New Yorker. João Antonio (1937-1996), em Realidade, Manchete e outros. Hunter S. Thompson (1937-2005), em Rolling Stone e livros. 3 2 Período de execução: março de 2015 – fevereiro de 2017. 3 Objetivos Organizar um mapa das inflexões recíprocas entre o jornalismo moderno e o realismo estético. Verificar se a hipótese de que uma adesão radical ao realismo estético, como integrante de um conjunto de ideias e práticas, foi uma estratégia recorrente dos jornalistas para definir, convencionar e assegurar a autoridade e legitimidade cultural do jornalismo, e assim diferenciá-lo de outros discursos midiáticos. Confrontar e colocar em tensão, mais uma vez, a relação de aproximação e distinção entre literatura e jornalismo, complexa em si mesma, no conjunto de materiais historicamente confrontados. Iniciar a síntese para uma apreensão e crítica da estética do jornalismo. 4 Justificativa Os materiais do jornalismo são, claro, documentos da cultura. Tomá-los como objeto do pensamento, o que inclui situá-los, compará-los e ver sua conexão com modos de discurso, formas de vida, mentalidades e imagens de comunidade, permite uma compreensão peculiar dos movimentos que definem o próprio jornalismo, como práticas e discursos que procuram continuamente reforçar sua própria especificidade, e suas tomadas de posição na constituição da ordem moderna. Ou seja, o estudo desses materiais na sua dimensão estética abre a possibilidade de visualizar algumas das posições nas quais o jornalismo ingressa na partilha do sensível, na expressão usada por Rancière: “o sistema de evidências sensíveis que revela, ao 4 mesmo tempo, a existência de um comum e dos recortes que nele definem lugares e partes respectivas” (2005, p. 15, grifo do autor). Simultaneamente, permite pensar sobre o espaço cultural do jornalismo, seus gestos de autenticação e legitimação, e seu esgotamento possível. Finalmente, o estudo dará base para ensaiar tanto reflexões sobre a estética do jornalismo, quanto interpretações para as novas posições tendenciais do jornalismo diante do realismo neste início de século XXI. 5 Fundamentação teórica Como dito anteriormente, esta proposta de pesquisa propõe um percurso de estudos teóricos, paralelo e integrado ao levantamento dos materiais do jornalismo, que persegue o aprofundamento e a complexificação do entendimento de dois conceitoschave: (a) jornalismo, (b) realismo estético. A exposição que segue deriva de estudos anteriores, inclui-se aqui como conjunto de pressupostos, e deve ser revisada, questionada e adensada. (a) Jornalismo Considera-se o jornalismo tal qual este se organiza e reorganiza desde o século XIX, ao mesmo tempo produto e produtor da vida moderna, associado a uma rede de ideários – racionalidade, emancipação, regimes de verdade. Assim, é compreendido como grande discurso moderno, rede extensa de textos que documentam enquanto ordenam a vida moderna (HARTLEY, 1996). E, desse modo, é entendido como dispositivo, captor de desejos e agente biopolítico, regulador de indivíduos na ordem social (veja-se AGAMBEN, 2009, p.39). O jornalismo é nitidamente um mecanismo de poder, ligado à produção de determinados saberes. Isso foi apontado por Foucault (1994), quando situa o nascimento do jornalismo no ambiente da política do olhar e verifica como as páginas policiais e narrativas de crimes foram essenciais para a definição de uma moral do povo e de um conjunto de saberes sobre a criminalidade e a delinquência. Aqui retorna a ideia dos mecanismos de adestramento, concebidos não em termos apenas negativos, de 5 repressão, de mascaramento, mas positivamente, como dispositivos de poder que instituem rituais e domínios de verdade. Desse modo, pensa-se o jornalismo como um estrato, formação histórica, feito de coisas e de palavras, de ver e de falar, de regiões de visibilidade e campos de legibilidade. Um regime textual de legibilidades e visibilidades que, ao mesmo tempo, ordenou a modernidade e desmistificou a sua utopia (veja-se VOGEL, 2009). Sobre o jornalismo, é também pressuposto que, embora esteja disseminada e ainda viva a ideia de que apresenta um conjunto de notícias como uma tradução objetiva e imparcial da realidade, ele tende cada vez mais a ser compreendido como construção ideológica, na qual diferentes reivindicações de verdade competem entre si (ALLAN, 2004, p. iv.) Finalmente, considera-se que a autoridade cultural do jornalismo se construiu e baseou, nos séculos XIX e XX, num conjunto de ideias e práticas que buscava possibilitar que as pessoas distinguissem o jornalismo de outros discursos midiáticos. Trata-se de um trabalho retórico que enseja a delimitação e, com isso, a legitimação do que é jornalismo, e do que não é, e que é continuamente reforçado (veja-se WINCH, p. 4). (b) Realismo estético Aquilo que chamamos “real”, ou mesmo de “real concreto”, é uma referência essencial nas narrativas que relatam aquilo que supostamente “aconteceu realmente”, caso da narrativa jornalística, bem como da narrativa histórica. São modos de relato que, desde o século XIX, recorrem ao “real concreto”, às notações, à presença bruta da notação no texto, como índice final de referencialidade, ou seja, o recurso à descrição como indício e prova da realidade relatada. Barthes (1987, p. 135) observou, a esse propósito, que “é lógico que o realismo literário tenha sido, apenas com um desfasamento de algumas décadas, contemporâneo do reino da história ‘objetiva’, ao que devemos acrescentar o desenvolvimento atual das técnicas, das obras e das instituições assentes na necessidade incessante de autenticar o ‘real’: a fotografia (testemunho bruto ‘daquilo que esteve ali’, a reportagem, as exposições de objetos [...]”. 6 Desde Hegel, o termo realismo é usado para designar um texto literário que apresente a vida social de um mundo em que o indivíduo é capaz de agir com motivação autônoma. Essa possibilidade é herdeira do idealismo especulativo, notadamente de Schelling, e traz como desafio a possibilidade de apreender a realidade de modo a traduzir não apenas a superfície dos fenômenos, mas algo como a estrutura essencial dessa realidade, mediante um processo de conhecimento sensorial (pelos sentidos). No século XIX, talvez nas figuras de Courbet na pintura e Flaubert na literatura (os ambientes em que primeiramente se vez visível a revolução estética), o realismo é caracterizado pela tentativa de equilibrar o que diz respeito à percepção subjetiva e à individualidade expressiva do observador com o que seria a factualidade objetiva do real empírico. Possibilitaria, assim, o acesso a uma verdade mais “absoluta”. Isso se manifesta, basicamente, na preferência por personagens comuns, com experiências corriqueiras e emoções simples; por uma naturalidade controlada, colocada no lugar da intensidade retórica; por um interesse pelo verossímil da descrição, mais do que nas metáforas fantásticas. Em termos históricos, o realismo estético se define com a realização integral da cultura burguesa, em meados do século XIX. A partir da concepção de que a arte deve ser uma manifestação do seu tempo, o realismo, em sua formulação primeira, buscava seu material na vida contemporânea. Tinha uma proposição de intervir no mundo, e sua referencialidade evidente indicava um ponto de vista, ao mesmo tempo que ordenava e estabilizava uma visão de mundo. Baseava-se na ideia da objetividade, alcançada pela observação e pela experiência, e estava assente sobre uma noção específica de realidade. Por isso, chamá-lo de realismo histórico. Rancière (2005, p. 34) prefere se referir à modernidade, denominação que lhe parece confusa, como regime estético das artes. O momento inaugural desse regime, instaurado para fora do regime da mimese e da representação, dominante até então, é o que levou o nome de “realismo”. O realismo não é, para Rancière (p. 35), a valorização da semelhança, mas a destruição dos limites dentro dos quais ela funcionava: 7 Assim, o realismo romanesco é antes de tudo a subversão das hierarquias da representação (o primado do narrativo sobre o descritivo ou a hierarquia dos temas) e a adoção de um modo de focalização fragmentada, ou próxima, que impõe a presença bruta em detrimento dos encadeamentos racionais da história. Ocorre, assim, que a época estética se caracteriza antes de tudo pela “glória do qualquer um – que é pictural e literária, antes de ser fotográfica e cinematográfica” (ibid, p. 48). O anônimo, o banal, o ordinário são trazidos como rastros de verdade, que se dão em bruto na experiência do texto. Carpeaux (2012, p. 22) nos apontou como é concomitante à definição da época estética a aliança entre jornalismo e literatura, que pode ser situada na França, a partir da publicação dos romances seriados nos folhetins, lançada por Émile de Girardin em seu La Presse, criado em 1832. Mas não foi uma estreia pontual: Quando Gustav Kolb reorganizou, em 1832, a Augsburgische Allgemeine Zeitung do editor Cotta, editor de Goethe e Schiller, contratou Heine como correspondente em Paris. Em 1843, apareceu Charles Dickens entre os repórteres do Morning chronicle; e em 1846 fundou o romancista o Daily News, inspirado o sucesso do jornal em reportagens sobre crimes e acidentes. A Indépendance Belge, fundada em 1831 em Bruxelas, terá entre os seus colaboradores estrangeiros como um Thackeray, um Mazzini, um Gutzkow, um Multatuli, um Dostoiévski. (CARPEAUX, 2012, p. 23) Desse modo, as ideias e a produção de artistas e intelectuais do século XIX formam os textos de fundação do realismo que, com o apego à referencialidade, será retomado e criado em diferentes momentos do século XX. Parece que se mantem, na trajetória do realismo, a preocupação com a intervenção e com a referencialidade, porém cada nova configuração rasura e reelabora a seu modo o modelo de representação. Agora, no novo milênio, novas formas de produção discursivas (inclusive no âmbito do jornalismo) apontam para uma nova concepção de realidade (e consciência da realidade), que integra estratos sociais cada vez mais amplos e diversos. Ao relacionar ainda uma vez a ligação e a diferenciação entre os axiomas do jornalismo e da literatura na época estética, consideramos, com Rancière (2005, p. 26), que as artes nunca emprestam aos demais discursos, sejam eles de dominação ou de emancipação, o 8 que têm em comum com elas: “posições e movimentos de corpos, funções da palavra, repartições do visível e do invisível” (id.,ibid). 6 Procedimentos metodológicos A pesquisa constrói, ao longo de seu próprio percurso, um corpus flutuante de materiais que documente a performance da tradição realista nos textos do jornalismo moderno. Assim, definiu-se a constelação preliminar de nomes; a distância que aproxima e separa esses nomes devendo ser preenchida por outros novos materiais localizados. Observe-se contudo que se opera, neste projeto, com um corpus heterodoxo, em que um acervo teórico que discute o realismo moderno é associado um acervo de reportagens Esse conjunto híbrido de materiais é compreendido como uma diversidade autoconstituinte. O debate histórico sobre o problema do realismo estético só existiu e só pode ser pensado nas suas condições de sua possibilidade. Os objetos culturais que compartilham a experiência realista lhe são adjuntos, alimentam-se reciprocamente, numa evolução a-paralela. Há, por isso, três passos simultâneos: um, que encontra, situa e explora as reportagens; outro, que encontra e explora a discussão histórica em torno do realismo estético e suas manifestações; e, finalmente, aquele que procura cotejar os objetos culturais (a reportagem impressa, em primazia) diante do cenário da investigação teórica. 7 Cronograma do 1º ano de pesquisa: março de 2015 – fevereiro de 2016 Períodos Ações 9 Março – Maio Levantamento e refinamento dos recursos teóricos. Levantamento, localização e seleção do corpus jornalístico (verificação em bibliotecas e outras formas de arquivo). Início do trabalho de contextualização das publicações de cada um dos autores, com coleção das imagens e descrição de conjunto dos jornais/revistas. Sistematização do conceito de realismo como expressão artística, considerando seus textos-fundadores, seus desdobramentos e reelaborações. Estudo dos textos fundamentais da estética moderna. Acompanhamento de discussões do grupo de pesquisa. Junho – Julho Reproblematização da pesquisa. Reavaliação do corpus. Continuidade do trabalho de contextualização das publicações de cada um dos autores, com coleta das imagens e descrição de conjunto dos jornais/revistas. Visitas a arquivos em que se encontrem originais ou fac símiles das publicações. Análise e início da sistematização dos possíveis distanciamentos e reaproximações em relação aos atributos iniciais do conceito de realismo, localizando novas configurações de feição realista, nos textos selecionados. Estudo sobre a ideologia da estética. Redação de resultados preliminares. Acompanhamento de discussões do grupo de pesquisa. Agosto Novembro – Estudo do corpus por experimentação conceitual. Continuidade dos estudos teóricos. Redação de estudos. Dezembro Fevereiro – Avaliação da trajetória de pesquisa. Verificação da possibilidade de ensaiar novas posições do realismo no jornalismo deste início de século XXI. Apresentação de resultados em eventos e publicações. Elaboração do relatório técnico-científico. 10 8 Referências bibliográficas do projeto AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó, SC: Argus, 2009. ALLAN, Stuart. News culture. 2 ed. Berkshire, England: Open University Press, 2004. BARTHES, Roland. O rumor da língua. Lisboa: Edições 70, 1987. EAGLETON, Terry. A ideologia da estética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. FER, Briony; BATCHELOR, David; WOOD, Paul. Realismo, Racionalismo, Surrealismo: A arte no entre-guerras. São Paulo: Cosac & Naify, 1998. FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 4 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1984. HARTLEY, John. Popular reality: journalism, modernity, popular culture. London: Arnold, 1996. MOMPART, Josep L. G.; OTTO, Enric M. Historia del periodismo universal. Madrid: Sinteses, 1999. PERNIOLA, Mario. El arte y su sombra. Madrid: Cátedra, 2002. RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: EXO Experimental org; ed. 34, 2005. 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