Désirée Motta-Roth
Transcrição
Désirée Motta-Roth
USP, 08-10/09/2015 Análise crítica de gêneros discursivos: teoria e prática Désirée Motta-Roth [email protected] LABLER-Laboratório de Pesquisa e Ensino de Leitura e Redação Universidade Federal de Santa Maria http://w3.ufsm.br/desireemroth Trabalho realizado com apoio CNPq (Processo n. 309668/2013-1) Objetivos 1. examinar, sob uma perspectiva crítica, princípios teóricos para o estudo de gêneros discursivos, tais como linguagem, discurso, sistema e conjunto de gêneros em relação a Conversações* teórico-metodológicas correntes (Gee, 1999, p. 13); 2. debater a prática de análise de gêneros discursivos sob essa perspectiva. * Conversações: “long-running and important themes or motifs that have been the focus of a variety of different texts and interactions (in different social languages and Discourses) through a significant stretch of time and across an array of institutions” Conversações • Séc. XIX > Crise da Era Progressiva, da Revolução Industrial, do Iluminismo • Séc. XX > Fim das metanarrativas como Iluminismo e Marxismo: “No formamos combinaciones lingüísticas necesariamente estables, y las propiedades de las que formamos no son necesariamente comunicables. “ (J.-F. Lyotard, 1987, p. 4). • Crise do “REPRESENTACIONALISMO” Moderno > há uma relação fixa ou intrínseca entre palavras e o mundo, a língua representa ou espelha a realidade pré-existente, as teorias descrevem o que se observa. USP, 08-10/09/2015 Conversações • Consagração da “REFLEXIVIDADE”, do “RELACIONALISMO” Pós-moderno : os paradigmas teóricos determinam o que conta como evidência (Kuhn, [1962]1970); os conceitos precedem observação na geração teórica (Gergen, 1994, p. 412); a linguagem instala uma realidade. USP, 08-10/09/2015 Alguns fundamentos das Ciências da Linguagem no século 20: • Final dos anos 40 > surgimento de vozes como Wittgenstein, Austin > a linguagem toma sentido não por referência, mas por uso em práticas sociais; • Anos 50 > Roland Barthes > as implicações ideológicas e a pluralidade do signo (Mitologias, 1953) (Kristeva, 2002); • Final dos 50 > Descoberta de M. Bakhtin no Ocidente > Vladimir Seduro, Dostoyevski in Russian Literary Criticism 1846-1956. NY, 1957) >>> Anos 60 > Julia Kristeva, “Bakhtin, le mot, le dialogue et le roman”, Critique, 1967. USP, 08-10/09/2015 Fundamentos da Linguística no séc. XX • Anos 60 - 70 > Ápice das abordagens sintáticas nos estudos da linguagem – a oração como nível de análise na estrutura da língua (Chomsky, 1980)>>> análise impossível para além da oração devido à falta de padrões linguísticos fora desses limites. • Anos 60 - em diante > “a Intertextualidade introduz a história no estruturalismo” >>> a subjetividade (Kristeva, 2002, p. 8) Autores que favorecem perspectivas discursivas tentam sistematizar o estudo da linguagem para além do nível da oração (p. ex., Benveniste, Van Dijk, Fairclough). USP, 08-10/09/2015 Visões de linguagem o Como regras e relações: fechado, abstrato, estável, externo e independente ao sujeito, linguagem que representa, com maior ou menor fidedignidade, a realidade preexistente; o Como produção de sentido: situado, instável, heterogêneo, dialógico, como semiose constitutiva da experiência humana em sociedade: interpretações, impressões, compreensões da “realidade”, determinados pelos procedimentos interpretativos à nossa disposição e pelos entrecruzamentos discursivos que efetuamos (Jordão, 2006, p. 30). Virada discursiva no séc. XX: Teorias da Enunciação o ENUNCIAÇÃO identificada por diferentes teóricos por termos como “jogos de linguagem” (Wittgenstein, 1945-49), “ato de fala” (Bakhtin/Volochinov, 1929/1995; Austin, [1955]1962), “texto” (Halliday e Hasan, 1976), “prática discursiva” (Fairclough, 1989). o Enunciado é a unidade da comunicação verbal, delimitado pela alternância dos sujeitos falantes; Oração é a unidade da língua, tem natureza gramatical (Bakhtin, 1974/1992, p. 295). USP, 08-10/09/2015 Critérios de delimitação do enunciado: Alternância dos sujeitos; 2. Possibilidade de adotar uma atitude responsiva/ato axiológico em função de três fatores: a) Tratamento exaustivo do objeto do sentido; b) O intuito discursivo, o querer-dizer do locutor; c) As formas típicas da estruturação do gênero do enunciado (Bakhtin, 1974/1992, p. 299-301). 1. USP, 08-10/09/2015 Pressupostos para análise reflexiva/relacional da linguagem: 1.A produção de sentido depende de relações entre texto, prática social e estrutura social, da conexão entre experiência individual, experiências sociais e condições sócio-históricas de produção, distribuição e consumo dos textos na sociedade (Bakhtin/Volochinov, 1929/1995; Freire, 2000; Fairclough, 1989); 2.A língua em uso inclui a mobilização, ao mesmo tempo, de léxico-gramática, texto, registro, gênero e discurso, em função da interdependência entre esses vários planos (Volchinov, 1929/1995). USP, 08-10/09/2015 Estudos da Enunciação de M. Bakhtin ([1974]1992) • “O estudo da natureza do enunciado e dos gêneros do discurso (p. 285) tem uma importância fundamental para superar as noções simplificadas acerca da vida verbal..., noções estas que ainda persistem em nossa ciência da linguagem.” (p. 287); • Intertextualidade > “O enunciado está repleto de ecos e lembranças de outros enunciados”; o objeto do discurso é o ponto de encontro de opiniões, visões de mundo, tendências, teorias, etc. (p. 290 ; 319). • Dialogismo > atitude responsiva ativa a enunciados anteriores (p. 290-91). “Não podemos determinar nossa posição sem correlacioná-la a outras posições” (p. 316) > antecipação da resposta (p. 321). USP, 08-10/09/2015 Perspectiva Crítica: - Reflexividade (Pensamento reflexivo) - Intervenção (Fairclough, 1992; 2003; Cervetti; Pardales; Damico, 2001): o Avaliação da própria experiência o Desvelamento das causas e relações entre mudanças discursivas, sociais e culturais naturalizadas o Construção de realidades alternativas o Engajamento na intervenção social para mudança da e: “…providing resources for those who may be disadvantaged through change.” (Fairclough, 1992, p. 9) USP, 08-10/09/2015 Análise/Letramentos Crítica/os • Habilidades e Metalinguagem para o debate político sobre textos hegemônicos e seus efeitos ideológicos • Foco: “no modo como as pessoas usam textos e discursos para construir e negociar identidades, poder e capital” (Luke, 2004, p. 2, citado em Mattos, 2012, p. 193) USP, 08-10/09/2015 Perspectiva de “conscientização” de Paulo Freire: saber ler a palavra pressupõe saber ler o mundo, ler a realidade social; o pensamento crítico é a capacidade de questionar seriamente as teorias e os pontos de vista que estão postos (Freire & Horton, 2003, p. 228) o ato de relacionar o texto às suas condições socioeconômicas de produção e consumo, implica perceber as relações entre texto e contexto (Freire 2000, p. 11) e ao entendimento desse contexto (Freire & Horton, 2003, p. 159). USP, 08-10/09/2015 Ordem metodológica (Bakhtin/Volochinov, 1929/1995): 1. As formas e os tipos de interação verbal em ligação com as condições concretas em que se realiza; 2. As formas das distintas enunciações, dos atos de fala, em ligação estreita com a interação da qual são elementos, as categorias de atos de fala na vida e na criação ideológica determinadas pela interação verbal; 3. A partir daí, exame das formas da língua na sua interpretação linguística habitual. USP, 08-10/09/2015 ESTRATIFICAÇÃO DA LINGUAGEM CONTEXTO aspectos sociais da linguagem TEXTO aspectos formais da linguagem Figura 1 Estratificação dos planos comunicativos (linguístico e contextual) USP, 08-10/09/2015 Articulação • práticas sociais, • práticas discursivas • textos USP, 08-10/09/2015 (Motta-Roth, 2008; Motta-Roth & Scherer, em preparação) • “cada época e cada grupo social têm seu repertório de formas de discurso na comunicação sócio-ideológica. A cada grupo de formas pertencentes ao mesmo gênero, isto é, a cada forma de discurso social, corresponde um grupo de temas. Entre as formas de comunicação (por exemplo, relações entre colaboradores num contexto puramente técnico), a forma de enunciação ("respostas curtas" na "linguagem de negócios") e enfim o tema, existe uma unidade orgânica que nada poderia destruir. Eis porque a classificação das formas de enunciação deve apoiar-se sobre uma classificação das formas da comunicação verbal. Estas últimas são inteiramente determinadas pelas relações de produção e pela estrutura sócio-política. Uma análise mais minuciosa revelaria a importância incomensurável do componente hierárquico no processo de interação verbal, a influência poderosa que exerce a organização hierarquizada das relações sociais sobre as formas de enunciação.” USP, 08-10/09/2015 Gêneros discursivos para Bakhtin/Volochinov (1929/1995, p. 43) Estabilidade/Instabilidade dos gêneros: • Gêneros Primários (simples): primordialmente orais, conversa, narrativa pessoal, carta pessoal, diários (Bakhtin, 1986, p. 62, 98); • Gêneros Secundários (complexos): absorção de gêneros primários por secundários, literários, legais, científicos, primordialmente escritos, comunicação cultural altamente desenvolvida e organizada, romance, artigo científico (p. 62); • Gêneros Híbridos: cruzamento de esferas de atividade humana, notícia de PC (Jornalismo, Ciência, Pedagogia) (Ciência Hoje, Scientific American); • Gêneros Emergentes: surgimento de novas de esferas de atividade humana: FB; • Força Centrípeta X Força Centrífuga atuantes no cotejo de textos. USP, 08-10/09/2015 Forças centrípetas: • Forças centrípetas: processos históricos da unificação e da centralização lingüística, “a língua única expressa as forças de união e centralização concretas, ideológicas e verbais, que decorrem da relação indissolúvel com os processos de centralização sócio-política e cultural.” (BAKHTIN, 1988, p. 81) • Forças estabilizadoras, que tentam uniformizar e oficializar os sentidos para estabilizá-los; • Tendências do discurso em reproduzir o status quo. USP, 08-10/09/2015 Forças centrífugas: • Forças desestabilizadoras, descentralizadoras, tendências do discurso em transformar o status quo (Ferreira, 2008; Alves, 2010); • Forças que se empenham em dispersar os sentidos e desautorizar as vozes dominantes, que convocam outras vozes sociais. “Enquanto as forças centrípetas se empenham em manter a “unidade” e procuram resistir às divergências, as forças centrífugas se empenham em manter a variedade, as diferenças” (Di Fanti, 2003, p. 103). • Forças que mobilizam as ideologias do cotidiano, que tendem ao plurilinguísmo, se afastando de uma norma única (Ferreira, 2008; Alves, 2010); • Estabilidade / Instabilidade dos gêneros • Sistematicidade / Variabilidade dos gêneros USP, 08-10/09/2015 Sistema de gênero: um exemplo 2 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Projeto de Pesquisa; Aula/Orientação; Defesa; Palestra Livro; 6 Resenha (bilhetes, e-mail, ofício, formulário, lattes, pedido de afastamento, SIE, etc…) USP, 08-10/09/2015 3 5 4 Sistema de gênero: um laboratório de pesquisa de uma universidade Vários atores sociais: pesquisadores e alunos de pós-graduação do lab. de pesquisa, o chefe do departamento ao qual o lab. está conectado, o editor de um periódico científico que publicará um artigo da equipe , o editor-chefe da editora do livro do pesquisador-coordenador do laboratório, o colega ou aluno de pós-graduação que lerá o artigo e o citará ou lerá o livro e o resenhará, o público-alvo para todos esses textos, o jornalista que lerá o artigo e escreverá uma notícia para popularizar a pesquisa. Participação em diferentes posições relativas a gêneros discursivos variados: o seminário de pesquisa (pesq., pós-grad., inic. Científica, a sessão de orientação, o artigo, o livro e a resenha, escritos por pesquisador(es) para pesquisadores, a notícia de PC, escrita por jornalista para o grande público, etc. USP, 08-10/09/2015 Conjunto de gêneros: formas de participação Variados gêneros estão em relação dialética com um sistema de gêneros, como uma rede de práticas sociais inter-relacionadas em um mesmo contexto de cultura, com pontos mais e menos próximos dos centros de prestígio e poder. Conjunto de gêneros é a coleção de espécies de textos que uma pessoa num determinado papel tende a produzir; as formas de participação no discurso: como professora, orientadora, membro de colegiado, pesquisadora, etc USP, 08-10/09/2015 Práticas de análise • Totalidade da interação, dos eventos comunicativos em uma comunidade (aulas, laboratórios, escritórios, bibliotecas, etc); • Todos os gêneros conectados entre si em contextos específicos; como todas as partes participam no processo (prof., alunos, coordenadores, diretores, funcionários, bibliotecários, etc); • Interação dos vários textos para a constituição e funcionamento de comunidades específicas e delimitação das atividades do grupo social (Devitt, 1991:340). • Gêneros resultam de textos anteriores e influenciam os textos futuros (Devitt, 1991:353-4): história de todos os eventos discursivos, ocorrências intertextuais entre gêneros distintos, cada um como um ato em relação aos anteriores e posteriores (Bhatia, 2004:54) USP, 08-10/09/2015 CASO 1: Gêneros de Produção e Manutenção da Ciência Gêneros de produção e manutenção da Ciência (adaptado de Hilgartner, 1990, p. 528) Florêncio; Motta-Roth; Selbach, SIGET, 09/09/2015, 14h–14h30, sala 208 USP, 08-10/09/2015 As práticas sociais e discursivas da Ciência podem ser situadas ao longo de um contínuo, entre gêneros upstream, como os artigos científicos, que pressupõem a interlocução entre especialistas, e gêneros downstream, como os livros didáticos, que têm um público-alvo não-especialista. Por uma vida melhor? LD: Conteúdo, Estilo, Forma Florêncio; Motta-Roth; Selbach, SIGET, 09/09/2015, 14h–14h30, sala 208 USP, 08-10/09/2015 CASO 1 CASO 2 Demandas pedagógicas: abordagem centrada na descrição e interpretação das práticas sociais que constituem e são constituídas pela linguagem de modo que o aluno construa conhecimento sobre o sistema de atividades do qual seu texto e outros fazem parte (Bazerman, 2004). descrição rica das práticas discursivas, exploração dos contextos, das relações institucionais, dos papéis sociais instanciados nos textos; desnaturalização das relações de poder e do centramento ideológico. USP, 08-10/09/2015 Princípios e Conceitos Gerais: Escola na Sociedade: Alunos, Comunidades Ensino e Aprendizagem: Perspectiva Teórica Questões relevantes: Ética, Ecologia, Saúde, Lazer, Trabalho, Conhecimento, Tecnologia, Sexualidade Discursos e Sistema Sociais: Sistema de Atividades, Sistema de Gêneros, Situações Específicas, Registros de Linguagem, Conteúdo, Forma e Estilo: Funções, Atos de fala, Lexicogramática, Grafo/Fonologia. USP, 08-10/09/2015 Programa Discursos Conversações Noções Gêneros Registros Atos de fala Lexicogramática Grafologia Fonologia • O que se sabe sobre ...? • Que perspectivas sobre isso existem? • Como surge? • Como se caracteriza? • Como se propaga? • Quais as atividades pertinentes? etc... •Eventos discursos constitutivos de cada sistema de atividades • Exemplares dos gêneros localizados no tempo e no espaço social • Ações realizadas na e pela linguagem • Partes relevantes do discurso USP, 08-10/09/2015 Discurso Noções Gêneros Registros Atos de fala Lexicogramática Grafologia Fonologia Discurso Verde • Primeiros ambientalistas • Prática ecológica • ONG’s • Sociedade autosustentável • Sociedade do conhecimento •Lixo seletivo •Manejo dos mananciais, etc... •Apresenta-ção oral •Debate regrado •Filme •Folder •Livro didático •Mural informativo •Notícia •Panfleto •Pôster •Projeto •Relatório •Reportagem •Romance •Sinopse •Vídeoclip, etc... •Carta Capital, SuperinteressanteCH, BBC news Online • National Geographic, Folha de SP •Não verás país nenhum, I. de Loyola Brandão,1981 •Lixo, extraordinário, Lucy Walker, 2009, •Panfleto de campanha de saúde •Videoclip Youtube , MTV etc... •Acusar, •Argumentar •Avaliar •Classificar •Defender •Definir •Descrever •Expor •Identificar •Informar •Listar •Narrar •Ordenar •Pedir •Perguntar •etc... •Transitividade de Orações Materiais, Verbais, Mentais, etc... •Tempo verbal: Presente x Passado, etc... •Modo: Indicativo, Imperativo, Subjuntivo •Índices de Coesão lógica e temporal •Índices de Avaliação: Modali-dade (Modalização, Modulação) •Índices de Intertextualidade (Citação e Relato, Negação, Metáfora, etc...) USP, 08-10/09/2015 Referências ALVES, B. F. (2010). Os múltiplos sentidos do lúdico em documentos oficiais do ensino sob uma perspectiva das ideias bakhtinianas. Dissertação de Mestrado. Fortaleza: Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada./UFC, 2010. AUSTIN, J. L. (1962). How to do things with words: the William James Lectures delivered at Harvard University in 1955. (eds. J. O. Urmson and Marina Sbisà), Oxford: Clarendon Press. BAKHTIN, M. M. (VOLOCHINOV). (1929/1995). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Editora Hucitec. BAKHTIN, M. M.(1974/1992). Epistemologia das ciências humanas. In: ___. Estética da criação verbal. São Paulo, Martins Fontes, p. 399-414. BAKHTIN, M. M.(1986). The problem of speech genres. In: ___. Speech genres and other late essays. Austin: University of Texas Press, p.60-102. BAKHTIN, M. M.(1988 ). Questões de literatura e estética (A teoria do romance). São Paulo, Hucitec. BAZERMAN, C. (2004). What writing does and how it does it: An introduction to analyzing texts and textual practices. Mahwah, NJ/London: Lawrence Erlbaum. BHATIA, V. (2004). Worlds of written discourse: a genre-based view. London/New York: Continuum. CERVETTI, G., PARDALES, M. J., & DAMICO, J. S. (2001). A tale of differences: comparing the traditions, perspectives, and educational goals of critical reading and critical literacy. Reading Online, 4(9). Retrieved June 25, 2014, from http://www.readingonline.org/articles/cervetti/. CHOMSKY, N. (1980). Rules and representations. New York: Columbia University Press. DEVITT, A. J. (1991). Intertextuality in tax accounting: generic, referential, and functional. In C. BAZERMAN, & J. PARADIS (Eds.). Textual dynamics of the professions: Historical and contemporary studies of writing in professional communities (pp. 336-357). Madison, WI: The University of Wisconsin Press. DI FANTI, Maria G. C. A linguagem em Bakhtin: pontos e pespontos. VEREDAS - Rev. Est. Ling, Juiz de Fora, v.7, n.1 e n.2, p.95-111, jan./dez. 2003. Disponível em www.revistaveredas.ufjf.br/volumes/12_13/artigo3.pdf Acesso em 31 out 2010. FAIRCLOUGH, N. (ed.) (1989). Language and power. London: Longman. FAIRCLOUGH, N.(1992a). Critical language awareness. London/New York: Longman. FAIRCLOUGH, N.(1992b). Discourse and social change. Cambridge: Polity Press. FAIRCLOUGH, N.(2003). Analysing discourse: textual analysis for social research. London/New York: Routledge. FERREIRA, F. L. (2008). A experiência de imersão na formação do professor de inglês: essencial ou complemento? Dissertação de Mestrado. CURITIBA: Programa de Pós-Graduação em Educação/UFPR. USP, 08-10/09/2015 FREIRE, P. (2000). A importância do ato de ler – em três artigos que se complementam. 39ª ed. São Paulo: Cortez. FREIRE, P.; HORTON, M. (2003). O caminho se faz caminhando: conversas sobre educação e mudança social. 2ª ed. Petrópolis. RJ: Vozes. GEE, J. P. (1999). An introduction to discourse analysis: theory and method. London and New York: Routledge. GERGEN, K. J. (1994). Exploring the postmodern: perils or potentials? American Psychologist, v. 49, n. 5, p. 412-16. HALLIDAY, M. A. K.; HASAN, R. (1976). Cohesion in English. New York: Longman. HILGARTNER, S. (1990). The dominant view of popularization: conceptual problems, political uses. Social Studies of Science, v. 20, n. 3, p. 519-139. JORDÃO, C. M. (2006). O ensino de línguas estrangeiras – de código a discurso. In: KARWOSKI, A. M.; VAZ BONI, V. DE F. (Orgs.). Tendências contemporâneas no ensino de línguas. União da Vitória, PR: Kayngangue, p. 26-36. KRISTEVA, J. (1967). Bakhtin, le mot, le dialogue et le roman. Critique, v. 23, p. 438-65. KRISTEVA, J. (2002). “Nous deux” or a (hi)story of intertextuality. The Romanic Review, v. 93, n. 1-2, p. 7-13. KUHN, T. S. ([1962] 1970). The structure of scientific revolution. Chicago: The University of Chicago Press. LYOTARD, J.-F. (1987). La condición postmoderna: informe sobre el saber. Traducción de Mariano Antolín Rato. Madrid: Ediciones Cátedra S.A. MATTOS, A. M. A. (2012). Education for citizenship: introducing critical literacy in the EFL classroom. In: Gillies, R. M. Pedagogy: new developments in the learning. New York: Nova Science Publishers, p. 191-212. MOTTA-ROTH, D. (2008). Analise crítica de gêneros: contribuições para o ensino e a pesquisa de linguagem. D.E.L.T.A., 24, 341-383 (Online). SEDURO, S. (1957). Dostoyevski in Russian literary criticism, 1846-1956. New York: Columbia University Press. WITTGENSTEIN, L. ([1953]. 1958). Philosophical investigations. Translation by G. E. M. Anscombe. New York: Macmillan. USP, 08-10/09/2015