Crianças em Risco - Igreja Adventista do Sétimo Dia

Transcrição

Crianças em Risco - Igreja Adventista do Sétimo Dia
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Crianças em Risco
Escrito por
Dr. Antonieta A. Silva
Adaptado para Português por Raquel Silva - Secretária dos Min. da Criança na UPASD
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Conteúdo
Acerca da Autora........................................................................................................................................ 3
PROGRAMA RECOMENDADO PARA A ESCOLA SABATINA ........................................................ 4
Representação: “Ação de Vacinação contra o Abuso Infantil” ........................................................... 4
Ordem recomendada para o serviço de culto divino ............................................................................ 6
Abençoa este Lar ....................................................................................................................................... 7
História infantil: ........................................................................................................................................... 8
Sermão: As Exigências de uma Geração cheia de Potencial ........................................................... 11
A Grande Comissão - Hinário Adventista #313 ................................................................................... 20
Atividades para as Crianças ................................................................................................................... 21
História para partilhar com as crianças: Os Tarahumara e o amor ................................................. 25
Um programa para a TARDE DE SÁBADO, ou NOITE DE SEXTA. ............................................... 27
Um seminário com ilustrações em PowerPoint. .................................................................................. 27
Abuso Infantil: Crianças em Risco......................................................................................................... 27
por Dr. Antonieta A. Silva....................................................................................................................... 27
Preparação para o Dia Mundial de Oração por Crianças em Risco ................................................ 34
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Acerca da Autora
Dr. Antonieta A. Silva
Educação
• Pós Doutoramento em
Psicopatologia e Saúde
Mental
(Argentina)
• Doutoramento em
Ciências da Educação
(Caracas)
• Mestrado em
Qualidade Educacional
(México)
• Prof. de Ensino
Especial. Especialista em
Deficiência Mental
(Caracas)
• Professora, especialista
em Deficiência Mental
(Caracas)
Trabalho
• 27 anos de experiência
docente(17 anos como
professora
universitária)
• Atualmente, Pres. do
Dep. de Psicologia
Especial e Aplicada na
“Universidade
Pedagógica
Experimental
Libertador, Caracas,
Venezuela
Publicações
LIVROS:
• Aprendizagem
estratégica do Piano
• O Manual Didático
como fonte geradora
de aprendizagem
estratégica
• Teorias relevantes
sobre o
desenvolvimento
humano
• Viver sem barreiras
• Guia sobre gestão
eficaz do tempo
• Guia sobre como criar
grupos de apoio a
mulheres vítimas de
abuso.
ARTIGOS
• Eliminar o tédio das
crianças em casa
• Competência de
comunicação como prérequisito para fazer
investigação
• O manual didático do
ponto de vista
sociocultural
• Ética ativa VS Protesto
inativo
• O pequeno segredo
dos mais inteligentes.
Outros
• Distinguida por
Excelência Educativa
(Organização das
Américas);
Dinamizadora
Adventista do Sétimo
Dia em Workshops
para: Ministérios da
Criança, Ministério
Pessoal, Juventude
Adventista,
Ministérios da
Mulher, Pastores,
Anciãos, SEDA e
SIEMA
• Compositora de
hinos para crianças,
clubes de igreja e
outros.
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PROGRAMA RECOMENDADO PARA A ESCOLA SABATINA
Representação: “Ação de Vacinação contra o Abuso Infantil”
Momentos de Louvor:
É recomendável que se incluam hinos que falem acerca do amor de Deus pelas
crianças.
O púlpito deverá estar decorado como uma ala de ambulatório de hospital. Na parte de
trás deveria estar pendurado um letreiro com as palavras “Ação de Vacinação Contra o
Abuso Infantil”. Deverá haver meninos e meninas vestidos de enfermeiros; junto deles
deverá estar uma mesa com várias seringas grandes. Deverão haver tantos
enfermeiros quantas intervenções no diálogo, ou então duas ou três crianças vão-se
repetindo, será da forma que mais se adeque às necessidades da igreja ou às crianças
disponíveis. Os pacientes serão adultos e apenas um estará envolvido em cada
diálogo. Podem ser homens ou mulheres, dependendo da disponibilidade de cada
igreja.
Enfermeira/o: Bom dia! Estão todos convidados para a Ação de Vacinação contra o
Abuso Infantil. Sabem que existem 275 milhões de meninos e meninas em todo o
mundo que sofrem desta doença? É uma epidemia mundial! Vamos todos! Vamos
todos vacinar-nos. É de graça!
Adulto # 1: (levanta-se dentre a congregação) Eu quero ser vacinado. Embora eu ache
que não preciso. Tenho filhos e nunca os espanquei. Na verdade, por causa do meu
horário de trabalho, quase nunca estou com eles. Logo nunca os maltrato.
Enfermeira/o: Senhor. Sabe que negligenciar os seus filhos é uma forma de abuso?
Para as crianças, a palavra amor soletra-se T-E-M-P-O, tempo! Avance; vamos vacinálo contra a negligência.
Enfermeira/o: Aproxime-se. A vacina contra a negligência vai ajudá-lo a dedicar algum
tempo durante o dia aos seus filhos. (Ele é então vacinado e é-lhe dado um hinário e
um trimensário de uma das classes de Escola Sabatina Infantil)
Adulto # 1: Funciona! Vamos todos louvar a Deus com o Hino# ___(pode ser utilizado
o hino tema escolhido para o dia)
Enfermeira/o: (dirigindo-se à congregação) ainda aqui estamos! Convidamos-vos para
esta Ação de Vacinação Contra o Abuso Infantil. Vamos lá, venham todos. Vamos
vacinar-nos agora.
Adulto # 2: (levanta-se do meio da congregação) Eu preciso de ser vacinado! Os meus
pais maltratavam-me quando era criança e, tristemente, descobri que estou a repetir a
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mesma história com os meus filhos! Por favor, ajudem-me! Será que ainda há
esperança para mim?
Enfermeira/o: Claro que há esperança! Aproxime-se. (o adulto mostra medo da
agulha) Não tenha medo. Veja, a Bíblia diz em Jó 14:7-9 (Ela/ele lê o verso). Vê? Há
sempre esperança. A vacina contra a violência vai ajudá-lo (a vacina é administrada).
Deve ser acompanhada de uma boa dose de oração para que Deus possa transformar
a sua vida.
Adulto # 2: Muito obrigado! (ela/ele ajoelha-se e diz): Acompanhem-me nesta primeira
oração que faço após a vacina. (A pessoa ora de joelhos por todas as crianças que
sofrem maus tratos)
Enfermeira/o: (à congregação) Amigos, venham e sejam vacinados. Na América
Latina e nas Caraíbas, 40 milhões de menores com menos de 5 anos de idade são
vítimas de violência, abusos, abandonados pelas suas famílias, escolas, pela
comunidade e deixados à mercê das ruas. Venham vacinar-se. Não se paga nada!
Criança vestida de Representante Farmacêutico: (Entra com um letreiro que diz
Bem-Vindos, acompanhada por um grupo de crianças) Amigos! Ocorreu-me que,
talvez, se empunharmos um letreiro com esta mensagem algumas pessoas se possam
sentir encorajadas a levar a vacina (a criança fala à congregação) Por favor, deem as
boas vindas às pessoas que estão ao vosso lado e convidem-nas a ser vacinadas por
Deus contra o Abuso Infantil. (pendura o letreiro na parede). Devemos espalhar a
Palavra. Cantemos juntos (cantam a canção sugerida nesta página web
http://www.youtube.com/watch?v=4VGx__V3tW0 juntamente com a congregação ou outro
hino que se refira à prevenção contra o abuso infantil ou sobre o amor pelas crianças.
Adulto # 3: Eu quero ser vacinado. Eu não tive filhos mas gostaria de contribuir em
favor das crianças de todo o mundo que são mal tratadas. Como posso ajudar?
Enfermeira/o: Aproxime-se. Vou vaciná-lo e depois vai ter uma ideia de como fazer
isso.
(enquanto ele é vacinado, pode fazer-se a projeção de um vídeo que fale sobre
Abusos contra Crianças) Aqui estão algumas sugestões:
http://www.youtube.com/watch?v=boiFQpWZpz4
http://www.youtube.com/watch?v=dHYYWQ74fwQ
http://www.youtube.com/watch?v=kE3vRhNsXlw
Adulto # 4: Eu também quero ser vacinado. Eu li sobre a investigação da UNICEF que
revela que na América Latina e nas Caraíbas mais de 50% dos adultos, tanto homens
como mulheres acham que é normal maltratar as crianças como forma de castigo e
educação. Eu quero prevenir isto e desenvolver capacidades para poder ajudar a
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erradicar este mal. Eu quero seguir o conselho divino fazendo uso de uma educação
redentora para os meus filhos. (a pessoa avança para ser vacinada, depois fala à
congregação: vamos orar em grupos de dois, pedindo a Deus que nos vacine a todos,
com a ajuda do Espírito Santo. De seguida ele/ela ora pelo estudo da lição.)
Ordem recomendada para o serviço de culto divino
Doxologia
Invocação
Hino de Adoração: “Abençoa este Lar” (ver anexo #1)
Leitura das Escrituras: “E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o anjo de
Deus a Agar desde os céus, e disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque
Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está.” Génesis 21:17
Dízimos e Ofertas
Oração: (Em favor daqueles que, na comunidade, sofrem devido a violência
doméstica, ou perda devido a abusos, e por aqueles que estão a ajudá-los e a
apoiá-los.)
História Infantil (ver anexo #2)
Música Especial
Sermão “ As Exigências de uma Geração com Potencial” (ver anexo #4)
Hino Final: A Grande Comissão (ver anexo #5)
Oração Final
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ANEXO # 1
Abençoa este Lar
Abençoa este Lar, Hinário Adventista #450
I
Abençoa, bom Senhor, dos teus filhos, este lar.
Vem eterna protecção e Tua santa paz nos dar.
Mesmo quando em prova e dor, reine aqui somente amor.
Haja sempre neste lar, harmonia e bem-estar.
II
E na senda do viver, guía-nos com Tua mão.
Une os nossos corações pelos laços da afeição.
Livra-nos de todo o mal, nesta vida terreal,
E prepara-nos ó Deus, para o eterno lar dos Céus.
III
Nossos filhos, ó Senhor, tenham Tua proteção.
Dá-lhes forças e poder para vencer a tentação.
E que juntos, em amor, recebamos Teu favor;
E que neste nosso lar possas tu também morar.
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ANEXO # 2
História infantil:
Serão necessários os seguintes materiais para a história infantil, contada na hora do
sermão:
- 4 garrafas vazias (50cl, usadas para água mineral)
- 4 balões com o nome “Jesus” neles inscrito.
- Bicarbonato de Sódio
- Vinagre
Antes do momento da história coloque uma pitada de Bicarbonato de Sódio dentro de
cada balão (uma quantidade equivalente à da tampa da garrafa que vão usar).
Coloquem as quatro garrafas numa mesa, em frente às crianças. Coloquem os balões
com o bicarbonato, um ao lado de cada garrafa, sem estarem cheios. Sejam muito
cuidadosos a manusear os balões para não haver derrame do pó que está dentro.
Quando a experiência for executada, contarão às crianças a seguinte história:
Estão conscientes de que Jesus vos escolheu para que todas as crianças
possam vê-Lo? Vou explicar-vos como é que podem ajudar Jesus a ser visível a
outras crianças.
Garrafa Nº 1
Vamos chamar esta garrafa de Carlos. (usem nomes que sejam comuns na vossa
comunidade) O Carlos gostava de apresentar outros a Jesus. (pegue na primeira
garrafa).
Para o Carlos poder apresentar Jesus aos seus amigos, ele vai à igreja aprender
sobre Jesus. (despeje uma tampa de vinagre para dentro da garrafa)
Jesus está muito contente pelo facto do Carlos ir à igreja. (Coloque o balão no
gargalo da garrafa sem entornar o bicarbonato)
Quando o Carlos regressa a casa depois de ir à igreja, (endireite o balão de modo a
que o bicarbonato entorne para dentro da garrafa e se misture com o vinagre. O balão
vai insuflar um pouco; mostre às crianças)
Algumas crianças vão reparar que o Carlos passou tempo com Jesus.
Garrafa Nº 2
Vamos chamar Maria a esta garrafa. A Maria também deseja apresentar outros a
Jesus. (pegue na segunda garrafa).
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A Maria vai à igreja saber mais sobre Jesus para poder apresentá-Lo aos seus
amigos. (despeje uma tampa com vinagre para dentro da garrafa)
Ela também adora e canta louvores a Jesus na sua casa durante os momentos do
culto familiar. (despeja outra tampa de vinagre)
Jesus está muito feliz com a Maria porque ela O adora tanto na igreja como em
casa (coloque o balão no gargalo da garrafa sem entornar o bicarbonato)
Quando a Maria fala aos seus amigos sobre Jesus (levantar o balão para que o
bicarbonato entorne para dentro da garrafa e se misture com o vinagre. O balão vai
insuflar um pouco à semelhança do anterior. Mostre às crianças.)
Os seus amigos vão perceber que ela passa algum tempo com Jesus todos os
dias.
Garrafa Nº 3
A esta vamos dar-lhe o nome de Pedro. O Pedro também quer apresentar os seus
amigos a jesus. (pegue na terceira garrafa).
O Pedro vai à igreja para poder aprender sobre Jesus e assim ensinar os seus
amigos. (despeje uma tampa de vinagre na garrafa)
Ele também rende louvores a Jesus em casa no culto familiar. (despeje mais uma
tampa de vinagre)
O Pedro também distribui literatura aos Sábados à tarde. (despeje mais uma tampa
de vinagre)
Ele também participa num pequeno grupo com os seus amigos da igreja (despeje
mais uma tampa de vinagre)
Jesus está muito feliz com o Pedro porque ele foi à igreja; porque ele lhe prestou
adoração em casa, distribui literatura e participa num pequeno grupo. (coloque o
balão no gargalo da garrafa e repita o procedimento anterior.)
Quando o Pedro brinca com os seus amigos (levantar o balão para que o
bicarbonato entorne para dentro da garrafa e se misture com o vinagre. O balão vai
insuflar um pouco mais que os anteriores. Mostre às crianças.)
Certamente os seus amigos vão reparar que ele passa tempo com Jesus
diariamente e faz alguma coisa por Ele.
Garrafa Nº4
Esta garrafa vai chamar-se João. O João também quer mostrar Jesus aos outros.
(pegar na quarta garrafa). O João vai à igreja para aprender sobre Jesus para O
poder mostrar aos seus amigos. (despeje uma tampa de vinagre)
Ele também louva a Jesus durante o culto familiar (despeje mais uma tampa de
vinagre na garrafa)
O João também distribui literatura no Sábado à tarde (despeje mais uma tampa de
vinagre na garrafa)
Ele também participa num pequeno grupo com os amigos da igreja. (despeje mais
uma tampa de vinagre)
Mas o João faz mais coisas: Ele distribui alimentos às crianças pobres, ele visita
meninos doentes nos hospitais e leva-lhes livros para colorir, ele também doa
roupas que já não usa a crianças carenciadas (continue a mencionar ato de
bondade e outras coisas que as crianças podem fazer por crianças maltratadas, órfãos,
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ou muito carenciadas à medida que adiciona 6 tampas cheias de vinagre na garrafa,
num total de 10 tampas de vinagre).
Jesus está muito feliz com o João porque ele se tornou Seu amigo e ajuda
crianças que precisam. Jesus tem a certeza (coloque o balão no gargalo) onde quer
que o João vá, as pessoas verão Jesus nele. (levantar o balão para que o
bicarbonato entorne para dentro da garrafa e se misture com o vinagre. O balão vai
insuflar muito mais. Mostre às crianças). Todos os que conhecem o João vão querer
conhecer Jesus porque eles sabem que o João e Jesus são amigos. É por isso
que o João é amável com as outras crianças.
Mostre todas as garrafas e diga:
É bom ser como o Carlos, a Maria ou o Pedro; contudo quem não gostaria de ser
como o João e ser amigo de Jesus de uma tal forma que onde quer que ele vá,
outros vão ver Jesus através dele?
Vamos orar e pedir a Jesus que nos ensine a ser crianças que possam mostrar o
Seu amor onde quer que vamos.
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Anexo # 3
Sermão: As Exigências de uma Geração cheia de Potencial
Texto Bíblico:
“E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o anjo de Deus a Agar desde os céus, e
disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o
lugar onde está.” Génesis 21:17
Introdução
Conta-se a história de uma professora do 3º ano do ensino básico que pediu o
seguinte trabalho aos seus alunos: Ela distribuiu uma folha de papel em branco
a todos os alunos e pediu-lhes que escrevessem a palavra “AMOR”. Quando ela
recolheu os papéis ela viu que uma das alunas tinha deixado a folha em branco.
Então a professora perguntou: Porque deixaste a tua página em branco? Então
a menina levantou-se e deu um abraço à professora. A professora sorriu mas
insistiu que o abraço não era o trabalho pedido. A isto, a menina respondeu: É
assim que escrevemos amor lá em casa!
A professora felicitou a menina pela resposta mas também tomou partido da
situação para explorar um pouco mais a sua aula improvisada que, obviamente,
não se prendia com caligrafia. Então voltou-se para os outros e disse: De que
outras formas é que pensam que se pode escrever a palavra AMOR? Dois
alunos levantaram-se, uma menina e um menino começaram a arrumar as
mesas, organizaram as prateleiras dos livros e recolheram alguns papéis que
estavam ao canto da sala e deitaram-nos no lixo. Outro interveio e disse: O amor
também se escreve ao fazermos alguma coisa por outra pessoa.
Como é que se escreve amor na vossa casa, na vossa igreja, ou na vossa
comunidade? A Bíblia contém muitas histórias sobre amor e nelas podemos ver
o quão importantes somos para Deus. Contudo, esta manhã vamos examinar
uma história muito interessante que prova o que dissemos hoje, no dia em que
realçamos a prevenção dos abusos contra crianças.
É bem possível que já todos tenhamos ouvido ou lido muitas vezes a história de
Abraão e de como Deus prometeu que daria a Sara um filho na sua velhice.
Génesis 16:2-3 explica que ao Sara se aperceber que o tempo voava, e que ela
estava a envelhecer e não seria capaz de conceber um filho, ela sugeriu a
Abraão que tivesse um filho com a sua serva Agar e ela então assumiria o filho
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como sendo seu. Com isto ela pensou estar a “ajudar Deus” a cumprir a
promessa que Ele tinha feito ao seu marido Abraão muitos anos antes. A
verdade é que as coisas não correram bem. A partir do que aconteceu, Deus
pode ensinar-nos algo sobre o abuso contra as crianças e de como devemos
agir em relação a este fenómeno nestes últimos dias. Vamos abrir as nossas
Bíblias no livro de Génesis, capítulo 21, começando a partir do verso 9 seguimos
a evolução desta história.
MALTRATADO EM RESULTADO DE UMA DECISÃO PRECIPITADA. GÉNESIS 21:9
“E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual tinha dado a Abraão, zombava”.
A decisão que Sara tomou de ter um filho através de uma “barriga de aluguer”
não teve um resultado favorável para ela uma vez que se sentia inferior à sua
serva porque a criança não era, na verdade, sua. A situação gerou violência
entre as duas mulheres. Olhares de desdém, mortificação, abuso de poder e
trabalho em excesso, tudo isto, era testemunhado por uma criança que estava a
crescer e não fazia ideia do conflito entre as suas “duas supostas mães”. O
tempo foi passando e Ismael foi crescendo até se tornar num adolescente, num
ambiente em que a hostilidade não lhe era uma coisa estranha. Aos 13 anos de
idade, e ao longo da sua juventude, ele habituou-se à violência explícita ou
dissimulada entre as duas principais mulheres da sua casa e da sua vida. Para
ele, zombar do seu irmão mais novo era apenas uma forma de se divertir.
Contudo, isto originou uma reação inacreditável por parte de Sara.
“E disse a Abraão: Põe fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva
não herdará com Isaque, meu filho.”(Vs. 10)
Ela enviou para o deserto uma criança que ela própria, um dia, disse que seria
“sua”. Uma decisão precipitada trouxe uma criança ao mundo sem culpa
nenhuma, foi objeto de violência intrafamiliar e num certo dia foi lançado nas
ruas.
Hoje em dia existem muitas crianças que vivem nas mesmas condições:
espancadas, gozadas, trazidas a este mundo por atos apaixonados ou de
conveniência, apenas para serem negligenciadas, rejeitadas e atiradas para as
ruas, como se fossem lixo.
Para Abraão isto não foi fácil porque, afinal de contas, ele era seu filho (Vs. 11)
mas mesmo depois de falar com Deus, ele atendeu ao desejo da sua mulher: ele
conduziu o seu filho até ao deserto. A Bíblia diz: “Então se levantou Abraão pela
manhã de madrugada, e tomou pão e um odre de água e os deu a Agar, pondoos sobre o seu ombro; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu,
andando errante no deserto de Berseba”. (Vs. 14)
Abraão, um homem muito rico, conduziu o seu filho ao deserto de Berseba com
apenas um pão e um odre de água ao ombro de sua mãe. Nem um camelo, ou
alguma coisa que pudesse assegurar o seu bem-estar enquanto filho. Apenas
um odre com água! Estes odres tinham o tamanho de uma ovelha, uma cabra ou
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um vitelo. Quanto pesaria o odre nos ombros de Agar? E quanto tempo duraria
ao atravessarem aproximadamente 74Km2 de deserto? Durante exatamente
quanto tempo pode uma criança ser exposta às ruas sem que as condições
adversas a transformem num animal que fará tudo para sobreviver?
Certamente Sara cometeu um ato de violência contra Ismael e agora Abraão,
seu pai, estava a ser cúmplice deste ato de violência, apesar de sempre ter
dependido da sua fé em Deus.
MALTRATADO PELO DESERTO DA VIDA Génesis 21:14
“ela partiu, andando errante no deserto de Berseba”. (Vs.14 parte final)
Agora Agar está no deserto. Perdeu a capacidade de sonhar! O seu filho Ismael
está sob o impiedoso calor do sol e da areia do deserto que lhe esgotam as
forças a cada passo. À semelhança de muitas crianças de hoje, que vêm de
famílias disfuncionais, Ismael sofre à medida que a sua mãe atravessa o deserto
da sua vida; sem dinheiro, sem comida suficiente, sem água e sem
oportunidades visíveis para ela.
No mundo de hoje em dia, muitos pais apenas trabalham, trabalham e não têm
tempo para dedicar aos seus filhos. Alguns têm de enviar os filhos para trabalhar
para assim ajudarem a sustentar a família. Crianças, que estão cansadas e
fatigadas, por vezes têm de assumir as responsabilidades de adultos, mesmo
sem estarem preparadas para tal. Há crianças cuja infância lhes passa ao lado,
sem sequer saberem o que quer dizer a palavra bem-estar.
A Organização de Saúde Mundial afirma que entre 25-50% de crianças de
ambos os sexos são vítimas de algum tipo de abuso físico. Temos nós
consciência do que isto significa? 1 em cada 2 crianças! Eles também afirmam
que todos os anos existem 31,000 homicídios de crianças com menos de 15
anos de idade. Este quadro subestima a real magnitude do problema, porque um
número significativo de mortes em consequência de abusos são erradamente
atribuídas a acidentes, quedas, queimaduras, afogamento e outras causas. Tal
como Ismael, o deserto da vida, atravessado pelos seus pais, agride muitas
crianças. O que fazemos nós para ajudar? O que fez Agar?
ABUSO POR NEGLIGÊNCIA Génesis 21:15
“E consumida a água do odre, lançou o menino debaixo de uma das árvores.”
(Vs.15)
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Esta é a forma como uma mãe desesperada reage quando perante a morte certa do
seu filho. Não fazemos ideia de quantos quilómetros eles tinham percorrido sem água
para beber ou pão para comer. Ela não tinha dúvidas de que o que se seguia era a
morte do seu filho. Contudo, é interessante que a história não especifica se ela o
segurou junto ao seu peito e chorou ao colocar a hipótese da sua morte, nem diz que
ela suplicou a Deus por ajuda, quer para ela como para o seu filho; embora
acreditemos que sim. Apenas refere que ela o colocou debaixo de uns arbustos e partiu
para não o ver morrer. Embora ela não tivesse alimento para ele, tentou protegê-lo do
sol, consciente de que não seria capaz de o ver morrer. Como se não o ver morrer
tornasse a sua morte menos real.
Como Agar, quando enfrentamos uma situação deprimente, como abusos a
crianças, a nossa primeira reação é fechar os nossos olhos. Como diz o ditado
“longe da vista, longe do coração.” É quase como se não existisse nada que possa
ser feito para impedir os maus tratos a crianças; ou pior ainda, por vezes
justificamos a nossa inércia com razões injustificáveis.
Numa certa localidade, na Índia, existia um Hindu fanático que tinha uma caixa
na sua loja com algumas palavras escritas no dialeto local. Traduzidas querem dizer
“fundos para alimentar as vacas” O dinheiro angariado era usado para alimentar
aquelas vacas que estavam demasiado fracas para trabalhar ou as que tinham sido
compradas aos talhantes Muçulmanos. Alguém perguntou a este indivíduo como
eram tratados os órfãos da sua cidade? A sua resposta foi: Porque é que temos de
os alimentar? Eles devem ter feito alguma coisa muito má na sua vida passada.
Quão triste é ouvir estes conceitos sobre as necessidades das crianças! Meus
queridos amigos, muitas pessoas estão a precisar do evangelho! Mesmo nas
nossas próprias casas onde existem abusos cometidos contra as crianças,
tentamos encontrar arbustos modernos para colocar as nossas crianças. Os
arbustos providenciam sombra, mas não alimento.
Milhões de crianças são deixadas debaixo da sombra dos arbustos da escola,
mas não são alimentadas em casa na formação de valores, debaixo da sombra dos
arbustos da igreja, mas as suas vidas Cristãs não são suficientemente nutridas em
casa, debaixo dos arbustos da TV, dos jogos de vídeo ou das comodidades que
lhes podemos proporcionar, mas entretanto distanciamo-nos, cheios de stress,
como se debaixo dos arbustos a sua morte social, emocional e espiritual seja
menos real. Por fim tornam-se desconhecidos para nós, tornam-se parte das
estatísticas de crianças maltratadas por negligência, deprimidas, obesas, carentes
de afeto e com pensamentos suicidas, de solidão e dor, enquanto isto fechamos os
olhos e dizemos: Deixámo-los debaixo da sombra, não vamos vê-los morrer.
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Os arbustos são os substitutos de uma pobre relação com Deus. Oferece
sombra mas não lhes mata a sede. As atividades planeadas pela igreja para as
crianças são boas, mas deveriam ser apenas um complemento à sólida consciência
de cada irmão e irmã que contribui para a nutrição física e espiritual da criança. De
outra maneira, essas atividades serão apenas arbustos que dão sombra.
Agar disse: “Não suporto ver a criança morrer”. Esta não deveria ser a nossa
situação: Nós temos de olhar: Mães e pais, nada nem ninguém deveria afastar de
vocês as responsabilidades que têm para com as vossas crianças. Vocês têm de
olhar! Têm de ser responsáveis pelas vossas crianças! Não podem fechar os olhos
às tecnologias. Devem conhecer o seu mundo, a sua linguagem. Têm de olhar! Não
podem ignorar o tempo que os vossos filhos passam sozinhos. Têm de olhar! Têm
de saber quem são os amigos dos vossos filhos, como são tratados na escola pelos
seus pares e pelos professores, que trimensário da Escola Sabatina eles estudam,
quais são as suas opiniões em relação aos conteúdos de graça que o currículo
apresenta e quais os seus pensamentos sobre outras crianças no mundo. Têm de
olhar! Não podem fechar os olhos à vida dos vossos filhos. Porque, se são sangue
do vosso sangue e vos são queridos e vocês não querem olhar enquanto eles
perecem, como é que os outros vão ser importantes para vocês, definhando, dia
após dia, enquanto vocês fecham os olhos, aqueles que entre vocês são chamados
filhos de Deus? Aqueles a quem fingimos salvar do pecado e a quem fingimos guiar
enquanto servem?”
Têm de olhar! Existe um número infindável de crianças que sofrem violentas
tragédias, negligência e dor. Não podem afastar-se e fechar os olhos, lá de longe,
enquanto eles perecem por carência. Graças a Deus que a história de Agar não
acabou aqui. Deus também tem a certeza de que a vossa história não acaba aqui.
DEUS OUVE AS CRIANÇAS MALTRATADAS (Vs. 17)
“E ouviu Deus a voz do menino, e bradou o anjo de Deus a Agar desde os céus, e
disse-lhe: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o
lugar onde está.” Génesis 21:17
Deus seja louvado porque Ele ouve as vozes das crianças! Existe uma geração
cheia de potencial que está debaixo dos arbustos neste momento; e que daí
suplicam por ajuda divina. As suas vozes são ouvidas ao gritarem por ajuda, afeto,
limites, autoridade, alimento espiritual e fé!
Há crianças que não fazem ideia do que passa pela cabeça das suas mães, que
precisam de alimento, reconciliação e amor. Crianças que compreendem quais são
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as suas necessidades e sabem que Deus as pode ouvir. E certamente, Deus escuta
esta geração, uma geração que é autêntica, sincera, mas também maltratada
fisicamente, emocionalmente e espiritualmente. Deus ouve aquelas crianças
abandonadas e que gritam por ajuda, tal como no caso de Agar, ele faz-nos a
pergunta: O que se passa? Por outras palavras, o que é que estão a fazer por estas
crianças? Tal como Ele fez com Agar, Deus dá três ordens definidas ao Seu povo:
1. Ergam-se! Génesis 21:18
Não podemos continuar à distância, de braços cruzados, à espera que eles morram.
Tal como Ele fez com Adão, Deus enquanto nosso pai toma a iniciativa de
reconciliação. Porque somos Cristãos, mães e pais, somos os responsáveis por
reconciliar as crianças maltratadas com a sociedade e com Deus. Está na hora de
nos erguermos! Deus requer que o Seu povo saia desse lugar distante onde se
isolou para fugir à realidade de uma sociedade que abusa dos seus pequeninos.
Um povo que se insurja e olhe! Um povo que se erga para agir. Um povo que
consiga detetar as necessidades e os riscos que podem afetar gerações de
crianças que vivem em suas casas, que frequentam a igreja e vivem na
comunidade. Um povo que abra os seus olhos e ponha os pés a caminho para agir.
Ergam-se igrejas! Existem crianças a chorar debaixo dos arbustos e Deus ouviu os
seus gritos de ajuda!
2. Valorizem o rapaz
As meninas e os meninos de hoje necessitam de adultos que os valorizem. Existem
demasiadas crianças que se tornaram vítimas de abusos físicos, afetadas por
abusos psicológicos, negligenciadas por aqueles que deveriam estar por perto para
as amar. Precisam de uma geração de adultos que os eleve acima de onde se
encontram, que lhes lembrem de quem eles são, de onde vêm e para onde vão. O
Salmista disse: “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o
seu galardão.” (Salmos 127.3)
Temos de ministrar à juventude e às crianças; precisamos de aumentar a sua
autoestima de modo a que eles possam cumprir o que Deus espera deles. É
importante que a sua existência tenha um propósito divino e que eles consigam ver
que a promessa será cumprida conforme está escrito em Isaías 54:13 “E todos os
teus filhos serão ensinados do SENHOR; e a paz de teus filhos será abundante.”
3. Sustenham-no com a vossa mão
Muitos de nós podemos agir como Sara em relação aos mais carenciados, com
aqueles que são diferentes, com os órfãos, e apesar do facto de sermos
instrumentos que Deus deseja utilizar para abençoar o Seu povo, também podemos
tomar partido em favor daqueles que são abusadores, quando for menos esperado.
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Deus está a chamar-nos para defendermos e abençoarmos as crianças das nossas
comunidades, para quebrarmos o silêncio, para colocarmos um fim aos abusos,
para resgatarmos os órfãos e os abandonados. Deus envia à nossa vida os
“Ismaéis” do nosso tempo, para que possamos mostrar misericórdia divina nas
nossas ações, sustendo-os com as nossas mãos.
Devemos sair daqui hoje a compreender que suster alguém implica compromisso,
força, vontade, disposição e amor. Não podemos apoiar as crianças se não
tivermos compreendido o que Deus requer de nós. Que possamos lembrar-nos que
Ele quer que atuemos. Como se escreve AMOR na nossa casa, na vossa igreja e
na vossa comunidade? Cada criança que se atravessa no nosso caminho deveria
poder depender das nossas mãos para se sentir apoiada, através do ministério, de
atividades comunitárias, de formação para os seus pais e pelo amor. Devemos ir à
sua procura onde elas estão e estender as nossas mãos para aliviar o seu
sofrimento, para as educar, para lhes ensinar valores, e plantar nelas as boas novas
da salvação.
Deus provê ajuda para as crianças que sofrem abusos (Vs. 19)
Então, algo maravilhoso aconteceu! A Bíblia diz:” E abriu-lhe Deus os olhos, e viu
um poço de água; e foi encher o odre de água, e deu de beber ao menino.” Gén.
21:19
Reparem que NÃO diz que Deus colocou ali um poço. O poço JÁ LÁ ESTAVA! O
que Deus fez foi ABRIR OS OLHOS DE AGAR! Então, ela obedeceu às ordens
divinas. Ela ergueu-se, pegou no menino ao colo, encheu o odre e deu-lhe de
beber. A provisão divina de Deus tem estado sempre ao alcance daqueles que
estão necessitados. Contudo, muitas vezes estamos distraídos pelas nossas
atividades diárias e não vemos essa provisão, como deveríamos. Estarmos
conscientes de que Deus está sempre interessado nos seus pequeninos e que
proveu uma forma de os suster é um motivo maravilhoso para sermos gratos ao
nosso pai celestial!
Numa certa ocasião, quando uma senhora idosa estava a sair da igreja uma amiga
foi ao seu encontro e perguntou-lhe: - o sermão já terminou? - Não, respondeu a
senhora idosa, eles só o pregaram, mas ainda não acabou. Agora vou fazer a
minha parte. Vou pô-lo em prática!
CONCLUSÃO
Nesta altura, existe uma geração cheia de potencial que está a erguer a sua voz
num grito desesperado por este suprimento. Esta geração é um tesouro aos olhos
de Deus. De acordo com o profeta Jeremias: “Os preciosos filhos de Sião,
comparáveis com o ouro fino“ Contudo, este precioso tesouro do nosso Deus está a
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enfrentar tempos difíceis e alguns estão em risco de perder as suas vidas. É por
isso que o verso termina com as palavras: “são reputados como vasos de barro...”
(Lamentações 4:2)
Uma certa vez, um antropologista propôs um jogo a um grupo de crianças de uma
tribo em África. Ele colocou um cesto cheio de frutas perto de uma árvore e disselhes que o primeiro a chegar à árvore ganhava todas as frutas deliciosas, contidas
no cesto. Quando ele deu o sinal de partida, todos deram as mãos e correram
juntos. Então sentaram-se em círculo e desfrutaram do seu prémio.
Quando o antropologista lhes perguntou porque tinham escolhido correr em grupo
em vez de conseguirem ganhar mais fruta individualmente, um deles respondeu
UBUNTU. Como se pode ser feliz quando todos os outros estão tristes?
Na cultura destas crianças, UBUNTU significa, “Eu sou, porque nós somos” É uma
linda expressão acerca do verdadeiro significado da vida. Só podemos ser
verdadeiramente felizes quando partilhamos com outros aquilo que gostaríamos de
ter para nós mesmos. Esse desejo estava incluído nos motivos pelos quais Jesus
orou, conforme está registado em João 17:11 ”para que eles sejam um, assim como
nós.”
Nós, somos os meios através dos quais a provisão divina pode alcançar aqueles
que gritam por afeto, alimentos, proteção, autoridade, esperança e fé. Para
cumprirmos este propósito, precisamos erguer-nos e abrir os nossos olhos.
Somos chamados a erguermo-nos e a atender às necessidades destas crianças
que estão em risco e a tomá-las pela mão com as bênçãos de Deus. Não podemos
considerar essas crianças como simples vasos de barro; eles são realmente ouro
fino e uma herança do Senhor” (Salmos 127:3)
Apelo:
O Senhor está a convidar-nos esta manhã a ter uma mente aberta, para que o
Espírito Santo possa abrir os nossos olhos, de modo a que compreendamos que
somos a provisão divina contra o abuso infantil. Nós somos os instrumentos que podem
compreender a Sua palavra, e ao pormos isto em prática nas nossas vidas,
providenciaremos água viva àqueles que estão a morrer no deserto das suas vidas ou
das vidas dos seus pais.
Assim sendo, convido-vos esta manhã a permitirem que Deus abra os vossos olhos, a
lembrarem-se que os outros precisam de vós e que, tal como as crianças africanas
fizeram, a vossa melhor resposta ao chamado do nosso Pai celeste seja UBUNTU!!!
Amén, Pai! Eu sou, porque Tu és e todos nós somos, enquanto estamos unidos a Ti.
Que possamos correr na direção do cesto de frutas que está junto à árvore da vida.
Sentemo-nos e comamos aos pés da árvore. Contudo, tenhamos a certeza que damos
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as mãos àqueles que precisam de força para lá chegar. Que possamos chegar juntos
ao pé do troféu prometido. Que Deus vos abençoe!
Oração
20
Anexo 4
A Grande Comissão - Hinário Adventista #313
http://www.youtube.com/watch?v=qs7vPxkdFII
1. Eis os milhões que em trevas e pecado,
Jazem perdidos, sem o Salvador!
Oh, quem irá as novas proclamando
Que Deus, em Cristo, salva o pecador?
Coro:
”Todo o poder o Pai Me deu,
Na Terra como lá no Céu!
Ide, pois, e anunciei o evangelho,
E eis-Me convosco sempre!”
2. Portas abertas eis por todo o mundo!
Crentes em Cristo, a graça proclamai!
E na peleja unindo as vossas forças,
Da escravidão os povos libertai.
3. “Ó, vinde a Mim”, divina voz proclama.
Vinde, clamai em nome de Jesus!
Pra nos salvar da perdição eterna,
Seu sangue derramou por nós na cruz.
4. Ó Deus, apressa o dia tão glorioso,
Em que os remidos todos se unirão
Num coro excelso, santo e jubiloso,
E para sempre glória a Ti darão!
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Atividades para as Crianças
Bebés (0-2 anos)
1. Apresente um cartaz grande com uma casa que tenha uma porta que possa ser
“aberta”; deixe as crianças aproximarem-se com a imagem de uma criança, a
ser colocada no cartaz, enquanto os monitores e os pais repetem:
“Vamos ajudar o/a (dizer o nome da criança) a chegar à casa para que se possa
sentir bem. Jesus ficará feliz!!!”
Todos aplaudem quando a criança se prepara para colocar a figura no
quadro.
2. Dêem um pedaço de pão a cada criança e partam-no em dois pedaços para que
o possam partilhar com outra criança. Ao mesmo tempo, as mães e os
monitores repetem:
“Partilhamos o nosso pão com ______________(mencionem o nome da outra
criança). Jesus vai ficar feliz.”
Todos deverão aplaudir quando a criança se preparar para partilhar o pão
3. Cantar hinos ou canções que falem sobre partilha e sobre o amor de Deus
4. Colorir o seguinte desenho.
22
23
Jardim de Infância (3-6 anos)
1. Fazer desenhos sobre prevenção contra os maus tratos a crianças, e de como
ajudar crianças que chorem muito, ou outro tópico qualquer que esteja
relacionado.
2. Pintar, colar num cartão, cortar pelas linhas e fazer o seguinte puzzle;
24
25
Primários (6-8 anos)



Fazer um desenho sobre como ajudar crianças vítimas de maus tratos
Escrever um poema acerca do amor de Deus pelas crianças
Fazer um cartaz sobre a prevenção de abusos contra as crianças
Juvenis (9 -12 anos)

Ouvir a seguinte história e falar de outras formas que demonstrem o amor de
Deus a crianças que sofreram maus tratos.
História para partilhar com as crianças: Os Tarahumara e o amor
(Prepare um cartaz ou slides com o texto de João 3:16 em diferentes línguas para as
crianças verem)
Vocês sabem que as pessoas que falam línguas diferentes conseguem ler a Bíblia?
Pessoas diferentes em épocas diferentes traduziram a Bíblia de uma língua para outra,
para que todos a pudéssemos ler.
O que diz a nossa Bíblia no livro de João capítulo 3, versículo 16?
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Um missionário estava a traduzir o Novo Testamento para a tribo dos TARAHUMARA.
Estes são índios que vivem no norte do México e são conhecidos pela sua habilidade
para correr grandes distâncias. Algumas pessoas chamam-lhes super atletas, porque
conseguem correr muito e a grande velocidade, para cima e para baixo pelas colinas
das montanhas.
Eles falam uma língua com o mesmo nome: TARAHUMARA; contudo, na sua língua
não existe uma palavra para AMOR.
Conseguem imaginar uma língua em que não exista a palavra AMOR?
O missionário não sabia como traduzir o texto de João 3:16 porque este diz: Porque
Deus amou e ele não conseguia dizer AMOU em Tarahumara porque eles nunca dizem
AMOU. Enquanto ele meditava em como podia dizê-lo, um homem veio a correr com o
seu filho embrulhado num cobertor. A criança estava a gritar com dor. Ele tinha caído
numa panela onde estavam a cozinhar carne e tinha queimaduras severas!
26
O missionário rasgou as roupas da criança, cuidadosamente, e aplicou cremes com
antibióticos para ajudar no processo de cicatrização. Subitamente, o pai da criança
começou a chorar.
Então o missionário perguntou ao pai: porque está a chorar?
Com lágrimas nos olhos o homem respondeu: porque me dói muito ver o meu filho
assim!
O missionário compreendeu, mas ao mesmo tempo descobriu uma forma de traduzir o
versículo para a língua dos Tarahumara. Querem saber como se lê?
Porque o estado do mundo “magoou Deus”, ele deu o seu único filho para todo aquele
que n’Ele crê não pereça mas tenha a vida eterna.
Dói a Deus quando as crianças se magoam, quando estão tristes, ou quando precisam
de ajuda.
Conhecem uma criança que não tenha comida, brinquedos ou roupas? Conheces uma
criança que vive nas ruas? Lembra-te que isso dói a Deus, e que foi por isso que Ele te
escolheu para O ajudares.
Adolescentes: (12 -15 anos)





Debater as causas e as consequências dos abusos contra as crianças.
Preparar apresentações sobre abusos e como os evitar.
Escrever uma carta a um jovem vítima de abuso, partilhando com ele aquilo que
Deus lhe diria.
Partilhar o conteúdo da carta e orar em conjunto por aqueles jovens que são
vítimas de abusos.
Propor atividades comunitárias que desenvolvam a consciencialização sobre
este tópico.
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Um programa para a TARDE DE SÁBADO, ou NOITE DE SEXTA.
Um seminário com ilustrações em PowerPoint.
Abuso Infantil: Crianças em Risco
por Dr. Antonieta A. Silva
Abuso Infantil. Definição
De acordo com a Organização de Saúde Mundial, define-se por abuso infantil “aqueles
que, com idade inferior a 18 anos de idade, são vítimas de abuso e negligência, e inclui
todos os tipos de abuso, físico, psicológico, sexual, negligente, por ausência de
atenção, exploração comercial ou outros tipos suscetíveis de causar danos à saúde, ao
desenvolvimento, à dignidade da criança ou que ponham em risco a sua sobrevivência,
no contexto de um relacionamento responsável, de confiança ou poder”
De acordo com dados da UNICEF, na América Latina e nas Caraíbas 40 milhões de
menores com idades abaixo dos 15 anos são vítimas de violência, abuso,
abandonadas pelas suas famílias, na escola, na comunidade e nas ruas.
Tipos de Abuso
A. Abuso por negligência
Este é o nome que damos à negligência em suprir as necessidades básicas de
uma criança, pelos seus pais ou tutores. Este tipo de abuso é o mais difícil de
detetar porque, normalmente, os pais ou tutores podem justificar de muitas
formas as suas ações.
Existem várias formas de negligência:
Física: Falta de comida, abrigo ou supervisão adequada.
Médica: Falta de cuidados médicos, vacinação e saúde mental.
Educacional: Falta de educação e absentismo frequente.
Psicológica: Falta de afeto e supervisão deficiente no que se refere ao uso de
álcool e drogas.
Não se considera negligência quando a pobreza, os valores culturais e as carências
familiares são o motivo da falta de cuidados. Nestes casos, a família deve receber
aconselhamento e assistência porque, de qualquer modo, as crianças estão em risco.
28
Este tipo de abuso pode ser detetado quando os adultos se demitem das suas
responsabilidades e as deixam ao cargo das crianças. Por exemplo, quando crianças
com menos de 10 anos têm de cuidar de si mesmas e são deixadas sozinhas por mais
de 24 horas. Para além disto têm de obter e confecionar a sua própria comida.
B. Abusos psicológicos
Isto acontece quando é permitido que as crianças assistam a violência ou abusos
severos entre os seus pais ou outros adultos. Quando as crianças são ignoradas,
insultadas ou ameaçadas com violência.
Quando os pais falham em providenciar um ambiente seguro e apoio emocional às
crianças. Quando há uma negligência inconsequente em relação ao bem-estar da
criança.
Quando não existem expressões de afeto e a criança é desprezada.
Uso e abuso, sob todas as formas, de comunicação que se baseia no sarcasmo, ironia
e zombaria.
Os sintomas de abuso psicológico podem incluir:

Dificuldades na escola

Distúrbios alimentares que levam à perda de peso ou ao aumento pernicioso de
peso

Baixa autoestima, depressão e ansiedade

Comportamento rebelde

Distúrbios do sono
C. Abusos Físicos
São conhecidos como traumas de infância não-acidentais. Referem-se a fraturas e
outros sinais de lesões que ocorrem quando uma criança é espancada com fúria.
Por vezes, são detetadas múltiplas fraturas em crianças que ocorreram em ocasiões
diferentes e cuja natureza não é acidental em crianças daquela idade.
Os abusos físicos, normalmente, ocorrem em alturas de grande stress. Aqueles que
maltratam foram muitas das vezes maltratados quando eram crianças e, como tal, não
têm consciência de que os maus tratos não são a melhor forma de disciplina.
As pessoas que abusam fisicamente de outras têm uma capacidade muito diminuta
para controlar os seus impulsos e isto não lhes permite avaliar os resultados das suas
atitudes.
29
Os maiores fatores de risco, que abrem caminho aos maus tratos a crianças incluem:
Alcoolismo. Violência doméstica. Toxicodependências. Pais e/ou mães solteiros e falta
de oportunidades educacionais.
Quando um adulto leva uma criança magoada às urgências, com explicações
estranhas acerca dos ferimentos, mesmo se não são recentes, deve suspeitar-se de
abuso infantil.
Estes sintomas podem incluir:

Olhos negros ou sangue na zona posterior dos olhos, isto ocorre quando uma
criança é sacudida ou espancada na cabeça.

Fraturas inexplicáveis, ou qualquer tipo de fraturas que apareçam em crianças
que são demasiado pequenas para gatinhar ou para andar. Particularmente,
traumatismos cranianos.

Fraturas nas costelas, especialmente nas costas.

Danos ou hemorragias internas em órgãos, que são o resultado de golpes
violentos.

Cicatrizes ou hematomas com a forma de mãos, dedos ou outros objetos, como
por exemplo cintos.

Hematomas e contusões, em áreas em que estes não ocorreriam em resultado
das atividades normais de uma criança.

Fontanelas salientes (tecidos moles), suturas coronais separadas na cabeça do
bebé ou coágulos de sangue no cérebro (hematoma subdural), sem uma
explicação adequada por parte dos pais ou tutores.

Queimaduras, normalmente nas mãos, braços ou nádegas da criança.

Marcas de estrangulamento à volta do pescoço.

Queimaduras de cigarro em áreas expostas ou genitais.

Marcas circulares à volta dos pulsos ou tornozelos (sinais de ataduras
apertadas) evidência de fraturas na extremidade de áreas grandes como
resultado de torções.

Sinais de dentadas humanas.

Sinais incomuns na pele produzidos por açoites.

Apresentação de motivos inexplicáveis para justificar a perda de consciência de
uma criança.
30
D. – Abusos Sexuais:
Esta é uma experiência muito traumática e afeta a integridade da criança, tanto
fisicamente como psicologicamente; se a questão não for abordada, isto pode
prolongar-se até a idade adulta. Na maioria dos casos (entre 80-95% dos casos) os
agressores são homens heterossexuais que se aproveitam da confiança que neles é
depositada, e manipulam a vítima até à submissão.
As crianças que correm um risco mais elevado de abusos sexuais são:




Crianças que mostrem uma capacidade de resistência débil ou incapazes de
identificar aquilo que estão a sofrer.
Crianças com necessidades especiais ou deficiências.
Crianças em lares de acolhimento, que estão carentes de afeto.
Crianças que são vítimas de outro tipo de abusos.
O abuso sexual tem cinco (5) fases que são tratadas da seguinte forma:
1. Sedução: O agressor manipula a confiança e a dependência da criança de
forma a preparar o lugar e a altura em que o abuso irá acontecer. Isto é feito por
meio da oferta de presentes e jogando jogos.
2. Interação no abuso sexual: Este processo é progressivo e gradual e pode
incluir comportamentos exibicionistas, afeto com intenções eróticas,
masturbação, entre outros atos lascivos. Esta fase já é considerada abuso
sexual.
3. Estabelecer o segredo: Quando a criança é ameaçada para manter o silêncio.
4. Libertação: Esta fase, na maior parte dos casos, nunca acontece. Contudo, em
algumas instâncias quando a criança atinge a puberdade, a dor é tal que eles
acabam por desabafar. Noutros casos a criança dirá, de forma acidental, o que
se está a passar. Em muitos casos, é a família que encobre a situação devido a
pressões sociais.
5. Repressão: Depois do incidente ocorrer, geralmente a família irá tentar
estabelecer algum equilíbrio e vai negar ou dar pouca importância ao incidente
ou até justifica-lo, e tentar seguir o rumo normal da vida.
Consequências do abuso infantil
O abuso infantil é a causa de sofrimento, tanto de crianças como famílias e pode ter
consequências duradouras. O abuso infantil pode gerar stress e pode estar associado
a distúrbios mentais precoces e afeta o sistema nervoso e o imunitário.
Essa é a razão pela qual um adulto que tenha sido vítima de abuso na infância possa
sofrer problemas tanto comportamentais, como físicos e mentais. Podem praticar atos
31
de violência, repetir os esquemas do seu agressor e envolver-se em relacionamentos
onde se tornam as vítimas. Podem ficar deprimidos, consumir álcool ou drogas,
evidenciar sinais de distúrbios alimentares ou participar de comportamentos sexuais de
alto risco. Nessa altura a pessoa torna-se uma ameaça a si própria uma vez que pode
desenvolver problemas cardíacos, cancro ou desenvolver tendências suicidas.
Fatores de risco
É importante compreender que o risco de abuso infantil está presente em todos os
contextos sociais e culturais. É por isto que é importante observar todos os fatores
envolvidos na situação.
Fatores relacionados com a criança




Idade inferior a 4 anos ou antes da adolescência.
Consequência de uma gravidez indesejada.
Crianças que não correspondem às expectativas dos seus pais.
Ter necessidades especiais, chorar muito ou possuir características físicas
anormais.
Fatores relacionados com os pais ou tutores







Pais que têm dificuldade em estabelecer uma ligação afetiva com o recémnascido.
Pais que não cuidam dos seus filhos, ou passam pouco tempo com eles.
Histórico de abusos na infância.
Conhecimentos limitados sobre o desenvolvimento infantil.
Consumo patológico de álcool ou drogas, particularmente na gravidez.
Participação em atividades criminosas.
Dificuldades financeiras.
Fatores associados à dinâmica familiar






Problemas de desenvolvimento, físicos ou mentais, de um membro da família.
Divórcios problemáticos.
Violência entre os membros da família.
Isolamento da comunidade.
Falta de apoio, por parte da família alargada, na educação da criança.
Fatores sociais e comunitários.
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Fatores associados à comunidade








Falta de condições de vida adequadas ou instituições e serviços de suporte às
famílias.
Desigualdades sociais e de género.
Fácil acesso a álcool e drogas.
Desemprego e pobreza extrema.
Inexistência ou insuficiência de programas de prevenção contra o abuso infantil.
Proliferação da pornografia, prostituição ou trabalho infantil.
Perda de princípios em casa, ignorar a violência, abusos físicos e papéis
inflexíveis atribuídos a homens e mulheres.
Políticas sociais, económicas, educacionais e de saúde que geram condições de
vida terríveis ou que promovem desigualdades socioeconómicas.
Como prevenir o abuso infantil
Prevenir o abuso infantil requer uma atenção interdisciplinar e multifacetada. Tem de
englobar todos os fatores de risco já mencionados. Assim, podemos identificar dois
tipos de prevenção: primária e secundária.
Prevenção primária
Isto é, saber o que move as pessoas, e o seu principal propósito é evitar a presença de
fatores de risco, que potenciariam o abuso e aumentariam os fatores que protegeriam a
criança. A seguinte lista de medidas são as consideradas como prevenção primária.
Formar e criar uma consciencialização na comunidade acerca de como detetar e
prevenir o abuso infantil.








Intervenção nas sessões psico-profiláticas de preparação para o parto para
aumentar a ligação afetiva que deve existir entre pais e recém-nascido.
Organizar escolas de pais que promovam a compreensão do desenvolvimento
infantil, formação de valores e de uma perspetiva saudável em relação às
mulheres e à parentalidade.
Prevenir gravidezes indesejadas através duma consciencialização da juventude
da comunidade.
Fazer buscas sistemáticas de fatores de risco na comunidade, depois contatar
as entidades apropriadas que possam prover a assistência adequada às famílias
que dela necessitam.
Debater medidas disciplinares alternativas e partilhar esta informação com todos
os centros pediátricos, com a comunidade e se possível nos lares.
Identificar pontos fortes positivos nos pais. Aumentar a sua autoestima e exaltar
as suas capacidades.
Ensinar as crianças a cuidar do seu corpo e a compreender a diferença entre
atos lícitos e ilícitos.
Falar com os pais acerca dos perigos de sacudir ou abanar os seus filhos.
33


Ensinar as crianças a dizer NÃO.
Ensinar as crianças a detetar situações abusivas e como podem partilhar a
informação com adultos em quem confiem.
Prevenção secundária
Para comunidades em risco, de modo a que se reduzam os danos e aumentem os
fatores de proteção. Neste tipo de prevenção as atividades têm a seguinte intenção:











Detetar situações que promovam o abuso por negligência.
Desenvolver estratégias que evitem a negligência.
Encontrar as razões por detrás da negligência ou abandono.
Detetar situações que promovam a violência doméstica.
Detetar medidas corretivas inapropriadas tais como, ameaças, golpes,
empurrões entre outras.
Dar formação aos pais sobre medidas de correção alternativas.
Referenciar os pais para grupos de controlo temperamental.
Referenciar pais alcoólicos a centros hospitalares de saúde mental.
Providenciar assistência social, laboral e económica conforme as necessidades.
Coordenar visitas ao domicílio com duração de cerca de 40 minutos para definir
estratégias de ajuda às famílias.
Ensinar os pais a mudar de atitude.
A OSM recomenda que as intervenções, feitas em famílias de alto risco, sejam feitas
em três fases:
a. – Definir o problema
b. – Identificar as causas e os fatores de risco.
c. - Intervir no sentido de minimizar os fatores de risco
d. – Partilhar informação referente à eficácia das intervenções.
34
Preparação para o Dia Mundial de Oração por Crianças em Risco
Crianças em Risco
Será bom se cada igreja fizer um cartaz onde se possa ler:” Crianças em Risco; A
Igreja Adventista diz NÃO ao abuso infantil”. Este cartaz deverá estar em cada igreja ou
no local onde se realizar o seminário da tarde.
O programa da manhã está concebido para a igreja. Isto é, para desenvolver a
consciencialização dos membros; mas o programa da tarde é aberto ao público e
deverão estender-se convites a tantos membros da comunidade quantos forem
possíveis, como atividade inicial na prevenção do abuso infantil.
Nesta página encontrarão ideias que podem ser úteis quando estiverem a preparar-se
para o Dia Mundial de Oração por Crianças em Risco. Recomendamos que vários
departamentos da igreja se unam em cooperação na promoção do programa acerca
das Crianças em Risco, na igreja e na comunidade.
O que podem fazer individualmente







Orar: Orar pelas crianças que são vítimas de abuso, violência intrafamiliar,
negligência e exploração. Orar por uma mudança no coração do agressor.
Aprender: Aprender como atuar na presença de abusos contra crianças e
como preveni-los.
Educar: Partilhar informação sobre os comportamentos a ter que protegem a
criança. Ensinar a igreja para que esta possa ajudar.
Disseminar: “Erga a voz em favor dos que não podem defender-se.”
(Provérbios 31:8).
Dar: Contribuir com tempo, recursos e talentos
Convidar: Convidar amigos, para que eles possam ser educados durante o
seminário, onde quer que a igreja decida realizar a reunião.
O que a igreja pode fazer



O Dia Mundial de Oração por Crianças em Risco deve fazer parte do
calendário da igreja.
Visitar os lares das crianças que frequentam a igreja para determinar se
existem necessidades ou riscos; especialmente daquelas cujos pais não
são Cristãos.
Promover a Educação dos membros, para que eles possam ajudar as
crianças que estão a ser agredidas.
35










Desenvolver a consciência da comunidade com os materiais educativos
disponíveis e também estender extensivamente convites para o
Seminário de Sábado à tarde.
Usar todos os recursos disponíveis para distribuir literatura que eduque a
comunidade.
Organizar pequenos grupos para avaliar as necessidades locais e depois
notificar a igreja e outras organizações pertinentes.
Criar abrigos para crianças abandonadas, onde as suas mãos, coração e
mente possam ser educados.
Promover um ministério em favor das crianças em risco na comunidade.
Organizar um evento sobre o tema CRIANÇAS EM RISCO.
Usar a rádio para disseminar informação.
Conceber um plano de ação para dar resposta às vítimas e agressores.
Identificar as organizações que trabalham em prol das crianças da vossa
área e desenvolver parcerias com os grupos de apoio que estas já têm
organizados.
Providenciar prevenção primária e secundária na comunidade e para
crianças vítimas de abusos.

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