228 - Elecs 2013

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228 - Elecs 2013
ENCONTRO LATINOAMERICANO DE EDIFICAÇÕES E
COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS
CURITIBA - PR | 21 A 24 DE OUTUBRO
DOI: http://dx.doi.org/10.12702/978-85-89478-40-3-a054
A APLICAÇÃO DO FENG SHUI NA PAISAGEM URBANA: EM BUSCA DE NOVOS
CAMINHOS PARA O URBANISMO ECOLÓGICO.
Juliana Novaes Machado1, Liza Maria Souza de Andrade2
Resumo
Após a Revolução Industrial, o mundo começou a sofrer uma mudança significativa nas características da população, que
foi se tornando predominantemente urbana. A rápida urbanização acarretou transformações nas cidades, que muitas
vezes por falta de planejamento e de respeito ao ambiente natural se transformaram em grandes problemas.Com
isso, vê-se necessária a busca de novas soluções, que respeitem a natureza para impedir que problemas irreversíveis
sejam causados. Essa é uma das preocupações do Urbanismo Ecológico, vertente atual do desenho urbano integrada à
ecologia. Muitas civilizações antigas possuíam este cuidado e respeito à natureza ao implantarem suas cidades, como
a técnica milenar chinesa do Feng Shui, “vento-água”, que têm como um dos objetivos estudar a paisagem e encontrar
o local ideal para uma vida próspera.Este ainda utiliza alguns conceitos importantes para avaliar a estrutura profunda
da paisagem urbana e os processos naturais. Este artigo tem como objetivo aprofundar estudos sobre o Feng Shui
e analisar a sua aplicabilidade no contexto urbano.Como estudo de caso para aplicação do Feng Shui,escolheu-se o
novo projeto do Word Trade Centerem Nova Iorque, que demonstrou que a antiga construção,inadequada segundo a
sabedoria, sofreu diversosproblemas até sua queda trágica em 2001.Constatou-se que o Feng Shui apesar de ser uma
sabedoria muito complexa, pode cooperar com o Urbanismo Ecológico na busca da harmonia entre o ambiente urbano
e o natural.
Palavras-chave: Feng Shui, Urbanismo Ecológico, Arquitetura da Paisagem, Paisagem Urbana, Sustentabilidade
THE APPLICATION OF FENG SHUI IN URBAN LANDSCAPE: SERCHING NEW WAYS TO
THE ECOLOGICAL URBANISM
Abstract
After the Industrial Revolution, the world began to undergo a noticeable change in its population features, which
became predominantly urban. The rapid urbanization has led to transformations in the cities, that due to lack of
planning and of respect for the natural environment have become major problems. Thus, it is imperative to search for
new solutions that respect nature in order to prevent that irreversible problems are caused. This is one of the Ecological
Urban Design concerns, a current which integrates ecology and urban design. Many ancient civilizations cares and
respected nature when installing their cities, as the ancient Chinese art of Feng Shui, “wind-water”, that intends to
study the landscape and find the ideal place for a prosperous life. It also uses some important concepts to evaluate the
deep structure of the urban landscape and natural processes. As a case study for the application of Feng Shui, the new
World Trade Center project in New York was chosen, which indicated that the old building, inadequate according to
the Feng Shui knowledge, suffered many problems until its tragic fall in 2001. It was found that Feng Shui knowledge,
despite being very complex, can cooperate with the Ecological Urbanism in the search of harmony between natural and
urban environment.
Key-words: Feng Shui, Ecological Urban Design, Landscape Architecture, Urban Landscape, Sustainability
1
2
Graduanda da FAU / UnB. E-mail: [email protected]
Professora assistente da FAU/UNB Doutoranda do PPG-FAU/ UnB. E-mail: [email protected]
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1 INTRODUÇÃO
O mundo passou por grandes mudanças no século XIX e início do século XX em razão dos problemas
ambientais urbanos, causados pela rápida urbanização que gerou espaços insalubres e, consequentemente,
o alastramento de pestes e doenças.Com isso, os governos começaram a investir na melhoria das cidades
com intervenções como alargamento de ruas, ajardinamento, condições de saneamento, transporte, etc.
Os estudos urbanos especializados tiveram origem com o crescimento das cidades e da industrialização na
Europa no século XIX e no Brasil no século XX a partir do questionamento da cidade industrial.
O crescimento urbano desordenado e as aglomerações urbanas tornam o mundo cada vez mais insustentável.
Com o aumento crescente da população urbana, cresce a demanda por terras para urbanização e produção
de alimentos que afetarão drasticamente a biodiversidade dos ecossistemas. Isto caracteriza uma tendência
irreversível de transformação para um mundo predominantemente urbano, com profundas alterações
nas relações de uso do solo, da água, da energia e dos recursos naturais. Em consequência do urbanismo
desordenado e da falta de planejamento e estudo, a natureza atualmente é vivenciada de forma invertida,
como se quisesse de volta o espaço que foi tomado sem respeitá-la, fazendo o ambiente urbano sofrer
desde doenças a desmoronamentos e enchentes.
Antes o Urbanismo era trabalho apenas do arquiteto urbanista, mas com o tempo começou a ser de
interesse de outras disciplinas como a sociologia, economia, psicologia, geografia, etc. Essa integração
de conhecimento de áreas distintas é muito positiva, contribui para obter soluções do ponto de vista
de diferentes profissionais, porém ainda é necessário o desenvolvimento de um conceito unificado
transdisciplinar. O Urbanismo Ecológico defende a transdisciplinaridade, na qual não existe fronteira entre
as disciplinas envolvidas, todas são tratadas com a mesma importância.
O Urbanismo Ecológico é a vertente atual do desenho urbano integrada à ecologia, unindo a teoria e a prática
do planejamento e desenho urbano à compreensão ecológica, estudando a relação entre os organismos
vivos e o ambiente onde vivem e os processos que formam ambos. Compreende a importância de outras
disciplinas como a climatologia, a hidrologia, geografia, psicologia, história e arte.
Para Spirn (2011)3, Urbanismo Ecológico é fundamental, pois ele fornece uma estrutura para enfrentar os
desafios que ameaçam a humanidade tais como o aquecimento global, o aumento do nível dos mares,
o declínio das reservas de petróleo, as demandas crescentes de energia e a justiça ambiental, enquanto
satisfaz necessidades humanas como de saúde, segurança e bem-estar.
Ainda segundo Spirn (2011), civilizações, valores, tradições, política, mudam com o tempo, mas o ambiente
natural, onde comunidades são construídas, possui uma estrutura que permanece resistente a esses
processos. A relação entre o ambiente natural e a forma urbana é registrada pelo tempo e constitui
a identidade de uma cidade. Paisagens mudam conforme ocorrem processos naturais ou interferências
humanas, o que pode ser observado na superfície, que está sempre seguindo um fluxo de mudanças.
Há, porém, uma estrutura mais permanente, de ritmos distintos, à qual todos os organismos respondem,
é a estrutura profunda da paisagem, que expressa os processos fundamentais climáticos, geomórficos e
bióticos em um lugar particular. A diferença entre esta estrutura e a superficial é que as mudanças ocorrem
mais lentamente na primeira e podem até ser mascaradas, mas não apagadas. Formas urbanas que estão de
acordo com a estrutura profunda são mais resistentes. Quando a estrutura superficial se opõe à profunda,
percebe-se a necessidade de energia, material e informação adicionais para sustentá-la.
O Feng Shui é muito conhecido como uma técnica milenar chinesa que organiza o ambiente interno de maneira
que traga harmonia e prosperidade para a vida social e pessoal, no entanto, a sabedoria vai muitoalém
disso. De acordo com a definição tradicional chinesa Feng Shui é: “a arte de adaptar as residências dos vivos
e dos mortos de modo a cooperar e harmonizar com as correntes locais do sopro cósmico”4. Segundo Eitel
(1985), Feng significa “vento” e Shui “água” e de acordo com a teoria, boas condições ecológicas e boa
energia vêm do arranjo espacial e conectividade desses dois elementos.
Este artigo tem como objetivo propor a técnica milenar do Feng Shui como contribuição em estudos do
3 SPIRN, Anne. Ecological urbanism: A framework for the design of resilient cities. Massachusetts. 2011. p.17-19
4 EITEL, Ernest J. Feng Shui: A ciência do paisagismo sagrado na China antiga. Tradução de Norberto de Paula Lima. São
Paulo: Ground, 1985.p.13
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Urbanismo Ecológico5 como uma nova opção para o planejamento das cidades frente a um futuro incerto.
Por ser uma teoria oriental, deverá ser analisada sob a ótica de sua aplicabilidade na cultura ocidental. O
estudo do Feng Shui pode contribuir com o Urbanismo Ecológico por ser uma técnica que possui uma grande
preocupação e respeito à natureza, além de também analisar a paisagem em diversos aspectos, integrando
o conhecimento de várias disciplinas.Para ilustrar os efeitos da aplicação do Feng Shui na paisagem urbana,
escolheu-se como estudo de caso o complexo do World Trade Center.
2 FUNDAMENTAÇÃO
Em primeiro lugar, pretende-se descrever o Urbanismo Ecológico, com base em Spirn (2011) e Xu (2003),
para que a partir de seu entendimento, seja possível fazer uma aproximação da sabedoria do Feng Shui, que
pode ajuda-lo a criar novas soluções para acercar cada vez mais o urbanismo da ecologia. Em seguida, uma
apresentação sobre os conhecimentos do Feng Shui que se tem no ocidente, baseado principalmente em
Solano (2009), Xu (2003) e Eitel (1985).
2.1 Urbanismo Ecológico
Na visão de Spirn (2011)6, as paisagens urbanas superficiais evoluem continuadamente no tempo de modo
previsível e imprevisível, em resposta a processos naturais, mudando assim os propósitos humanos. A
estrutura profunda da paisagem urbana é encontrada nos padrões de montanhas e vales, rios e mares que
se estendem ao longo da paisagem regional, na localização espacial e arranjo dos ecossistemas, da vegetação nativa.
A sobrevivência da espécie humana dependerá decomo vamos adaptar nosso modo de vida enossas cidades
a uma vida sustentável, que reconheça as conexões entre o ar, a terra, a água, a vida e cada um de nós. O
objetivo do Urbanismo ecológico é o alcance de cidades sustentáveis, que facilitem a vida, e que sejam mais
resilientes que custem menos para construir e manter.
A teoria e a prática do Urbanismo Ecológico possuem uma longa história, uma base de conhecimento para
apoiá-las e trabalhos desenvolvidos que demonstram as suas vantagens. As raízes desta tradição na cultura
ocidental vão desde o Tratado de Hipócrates “Ares, Águas, Lugares” até os autores contemporâneos.O
arquiteto Leon Battista Alberti, na metade do século XV defendia que a implantação das cidades e o desenho
dos seus componentes deveriam ser adaptados ao ambiente para que promovesse saúde, segurança,
dignidade e satisfação. Ele alertava:
“Não devemos nunca realizar nada que não seja propriamente agradável para a Natureza. Tão grande é a
força da Natureza que, embora...alguns grandes obstáculos possam obstruí-la, ou alguma barreira desviá-la,
ela sempre superará e destruirá qualquer oposição ou impedimento; ou qualquer teimosia...apresentada
contra ela, acabará por ser derrubada e destruída por seu ataque contínuo e persistente”. (SPIRN, 2011, p.2)
Compreender a natureza e seus processos e principalmente respeitá-los é um dos pontos defendidos pelo
Urbanismo Ecológico. A natureza na cidade não está apenas na grama, nas ervas no meio da calçada, nos
lotes vazios, nas árvores, está no ar que respiramos, na terra onde pisamos, na água que se bebe e nos outros
organismos que compartilham esse habitat. É fundamental o entendimento da interação entre humanos,
outros seres e a natureza, nas trocas de energia, no ciclo hidrológico, no movimento do ar.
Entender que a cidade é o habitat do ser humano e que faz parte da natureza é fundamental para respeitála. A cidade não se contrapõe ao ambiente natural, é um dos ecossistemas que o integra, além de ser
composto por outros menores. Ao compreender a naturezae a estrutura profunda da paisagem urbana,o
urbanista é capaz de projetar cidades mais resilientes e capazes de se adaptarem a mudanças.Pela história
ambiental pode-se perceber a evolução do lugar através do tempo e prever futuras mudanças, prevenir
possíveis perigos e entender as características do local. O ecossistema está sempre mudando de maneira
imprevisível, portanto, o estudo do ambiente pode ajudar a entender o presente e tentar prever o futuro
dos ecossistemas urbanos.
Desde os anos 1940, a consciência ambiental trouxe uma urgência em se resolver questões ambientais,
o que foi alvo de estudos em diversas áreas, inclusive na arquitetura. Dentre os arquitetos que criaram
5 Pesquisa desenvolvida para o eixo de pesquisa Processos Regenerativos Urbanos e Sociais do LACIS/FAU/UNB
coordenada pela prof. Liza Maria Souza de Andrade.
6 SPIRN, Anne. Op.cit. p.17-19
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projetos com essa preocupação ambiental estão Buckminster Fuller, que entre os anos 50 e 60 criou o
Dymaxion (dynamic, maximum, tension), que seria uma marca usada em diversas de suas invenções “a
maior eficiência com a tecnologia mais moderna”, o que gerou mais tarde a DymaxionHouse, uma casa
ecológica. Nos anos 60, Paolo Soleri criou o termo “arcologia”, que integra arquitetura e ecologia, e um
“laboratório urbano” chamado Arcosanti no Arizona, um protótipo ecológico para 5000 pessoas.
No entanto, muito antes de o ser humano existir, locais propícios para habitar foram construídos pela
natureza, com ajuda do vento e da água. De acordo com Xu (2003)7, ao observar os animais em suas tocas, e
cavernas, os humanos começaram a construir habitações com ferramentas simples. Essas habitações naturais
mantinham o conforto necessário para o local, já que atuavam de acordo com o clima e eram constituídas
de materiais naturais e nativos.A arquitetura bioclimática atual é baseada na arquitetura vernacular, já que
leva em consideração a cultura, o clima e demais aspectos locais para adaptar ou construir um edifício
que possua um nível de conforto para os usuários de maneira ecológica. Para isso utiliza soluções como a
ventilação natural e proteção do sol forte,reduzindo para tal, gastos de energia.
No livro “Arquitetura e clima: Manual de desenho bioclimático para arquitetos e urbanistas” do arquiteto
húngaro Víctor Olgyay (1973) estão documentadas diversas análises de exemplos de todo o mundo. O
arquiteto percebeu que características arquitetônicas se repetiam em locais com o mesmo clima, mesmo
que muito distantes física e culturalmente. Vários aspectos climáticos então foram estudados em relação
à zona de conforto humano. De acordo com ele os principais fatores são a temperatura do ar, a radiação, a
movimentação do ar e a umidade. Desta pesquisa surgiu a carta bioclimática de Olgyay, que aponta a zona
de conforto. Caso os dados estejam fora desta zona, significa que algumas estratégias de mudanças devem
ser criadas. Dentre os influenciados pela carta bioclimática está o “Climate consultant”, que graficamente
demonstra dados de temperatura, velocidade dos ventos, cobertura do céu, horário de necessidades
bioclimáticas, cartas solares e relógios de sol.
Segundo Xu (2003), o livro “Design with nature” de Ian McHarg (1969) é um dos mais importantes da área do
movimento ambiental no campo da arquitetura, paisagismo e urbanismo. Nele o autor estabelece diretrizes
para desenvolvimento em diversas regiões, especialmente áreas metropolitanas. São identificados oito
processos naturais relacionados ao uso da terra: clima, geologia, fisiografia, hidrologia, pedologia (estudo
dos solos), vegetação, habitats naturais e uso da terra. Fatores positivos para a construção incluiriam um bom
solo e fundação resistente, já os fatores negativos poderiam ser: área de erosão, de encosta, susceptíveis a
inundações, florestas, áreas de recarga aquífera, áreas muito elevadas, etc.
Com o crescimento urbano, as paisagens estão cada vez mais artificiais. A sustentabilidade global dependerá
de arquitetos paisagistas que planejem e manejem a paisagem urbana com essa preocupação. A arquitetura
da paisagem é definida como a arte de manejar, criar, planejar, desenhar o espaço, a terra, ambientes
naturais ou construídos para o uso humano em diferentes escalas.
A filosofia da “unidade do homem com a natureza” é consistente com o princípio central do Taoísmo. A
terminologia significa que as atividades humanas devem estar integradas aos padrões naturais, o que não
significa voltar a viver primitivamente na natureza, mas planejar seguindo e tirando vantagem dos ritmos
naturais e princípios ecológicos de um local específico. A natureza pode ser modificada para atender a
necessidades sociais, econômicas e culturais humanas.
Tanto a arquitetura da paisagem quanto a ecologia sofrem influências de tradições culturais e raízes
filosóficas que devem ser conhecidas e respeitadas. Não se pode discutir qual caminho é o melhor, o
ocidental ou o oriental. A filosofia da “unidade do homem com a natureza” nem sempre pôde garantir um
planejamento ambiental sustentável na China, assim como a filosofia do controle humano não impediu que
práticas sustentáveis fossem exercidas no ocidente.
A tradição dos jardins Chineses enfatiza mais o estético que as necessidades socioeconômicas. Chen e Wu
(2009)8 acreditam em três funções para o alcance da sustentabilidade: a primeira é a produção de bens e
7 XU, Jun. A Framework for site analysis with emphasis on Feng Shui and contemporary Environmental Design principles.
Virgínia, EUA. 30 de Setembro de 2003. Disponível em: <http://scholar.lib.vt.edu/theses/available/etd-10172003101905/> Acesso em 27/jan./2013
8 XU, Jun. A Framework for site analysis with emphasis on Feng Shui and contemporary Environmental Design principles.
Virgínia, EUA.30 de Setembro de 2003.Disponível em: <http://scholar.lib.vt.edu/theses/available/etd-10172003101905/> Acesso em 27/jan./2013
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serviços que gerem benefícios econômicos. O caractere chinês original para jardim significava animais e
plantas cercados, com o tempo essa função foi desaparecendo. Em algumas áreas, o país já é superpovoado
e a necessidade de jardins com essa função aumentará cada vez mais. A segunda é a de serviços que
sirvam para o bem estar e lazer da população, com equipamentos que estimulem uma vida saudável e
promovam o social. Os desenhos destes espaços devem reunir a estética, a ética, as características
culturais, e principalmente a acessibilidade. A última função é a conservação ecológica, com a preservação
e restauração de diferentes habitats para manter uma biodiversidade, com foco principalmente em espécies
que não conseguem sobreviver em ambientes dominados pelo homem.
Apesar de que as diferenças filosóficas e os desenhos tradicionais entre o Ocidente e o Oriente continuarão
existindo, a integração entre as duas visões será cada vez mais necessária no tema da sustentabilidade e
nos processos da globalização. Portanto, o estudo doFeng Shuicomo ponto de conexão pode ser um bom
caminho.
2.2 Feng Shui
O Feng Shui é uma sabedoria milenar chinesa complexa, passada de mestre para discípulo, e com pouca
literatura publicada. Seu conhecimento do ocidente ainda é muito pouco comparado à bagagem que o
método acumula, até pela diferença cultural. A parte do Feng Shui mais conhecida no ocidente é a de
arranjos interiores, porém, ele vai muito além desta função. A sabedoria primeiramente tem como objetivo
a análise de um local para que seja encontrado o espaço ideal para implantação da morada tanto dos
vivos quanto dos mortos, onde as energias boas prosperem. É usada também para melhor implantação
de cidades, templos e mosteiros. A forma dos edifícios e onde e como serão implantados em um terreno
também são muito significativas para o Feng Shui, se mostrando uma alternativa e complemento para
métodos contemporâneos de desenho ambiental.
Os ideogramas que representam Feng Shui podem ser literalmente traduzidos como Vento-Água, apesar dos
ideogramas chineses poderem contar uma história inteira e possuírem diversas interpretações. Esses são os
elementos mais importantes a serem considerados, pois seriam condições básicas a serem observadas na
busca do Lugar Ideal: a proteção contra ventos fortes e a proximidade de água. O vento transporta o “sopro
da vida” e a água é seu receptáculo.
É importante estar consciente do conceito de lugar da sociedade que o materializou e investigar o momento,
a prática social e as crenças, para adequá-lo às situações atuais. Segundo Xu (2003), oFeng Shui teve sua
origem oficial na dinastia Zhou Ocidentais em 1100 a.C, talvez a partir do Xiangdi, uma prática geomântica
(leitura da terra) que buscava terras férteis e localização de santuários. Os chineses acreditavam que
o ambiente influenciava o declínio ou a ascensão de uma civilização, e que havia uma força natural ou
energia que criava as montanhas, os rios e os animais. É uma avaliação que examina questões relacionadas
à astronomia, clima, geologia, topografia, ecologia e paisagem. Pode ser dividido em duas categorias; a
“Yanghouses”, casa dos vivos, que avalia o melhor local para uma cidade, um edifício, palácios e o layout
apropriado, além dos arranjos interiores do local e a “Yinhouses” para tumbas.
O Feng Shui sofreu influência de algumas correntes filosóficas e religiosas da época, como o Animismo, o
Taoísmo e o Confucionismo, dos quais foram emprestados os conceitos mais importantes da sabedoria.
O Chi é o conceito mais importante do Feng Shui, é a energia vital que flui em tudo, é o respirar da natureza.
Não possui uma tradução que possa descrevê-lo bem. Os Chineses não se preocupam em definir ou
conceituar Chi, este é simplesmente percebido, é um fenômeno real, responsável pelo funcionamento da
natureza e do corpo humano. O significado de Feng Shui, vento e água, pode ter sua maior importância na
relação desses dois elementos com o Chi, já que este é disperso pelo vento e acumulado pela água. O Chi
pode ser cósmico, proveniente de astros e estrelas, dos climas, das estações; terrestre, vindo do campo
magnético da Terra; e humano, que circula pelas estruturas do corpo. O Chi cósmico e o terrestre atuam
sobre o humano modificando-o. O fluxo sempre percorre canais.É analisado pelo relevo e pela ajuda da
bússola do Feng Shui, a Lo Pan, que exige muito estudo e conhecimento para ser lida (SOLANO, 2009).
Outro conceito importante, que vem da teoria das polaridades é o Yin e o Yang, que representam a
união harmônica de toda antítese formando um conjunto indissolúvel. É o equilíbrio de opostos que se
complementam, não de opostos absolutos. O Yin se associa ao lado negativo, feminino, à ideia de tempo
frio, chuvoso e nublado. As elevações são representadas por Yin, local adequado para a implantação de
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mosteiros e templos por representar o silêncio e a proximidade do céu, mas no excesso dessa polaridade é
onde se encontram lugares tristes e depressivos nos quais falta movimento e vida. O Yang é o lado positivo,
masculino, ideia de calor e sol. Locais Yang seriam representados por platôs e vales, propícios às atividades
da vida prática por serem mais acessíveis, porém o excesso da polaridade é identificado em lugares agitados
como grandes centros urbanos. Observa-se que um não exclui o outro, são complementares. O Local Ideal
é aquele onde o Yin e o Yang se encontram, em equilíbrio.
Outra teoria muito importante para o Feng Shui é a dos cinco Elementos, os quais compõem os símbolos
utilizados para identificação, leitura e avaliação de tudo o que há no universo. São eles a Madeira, o Fogo, o
Metal, a Água e a Terra. Porém, não representam o próprio material físico, mas uma ideia, e se relacionam uns
com os outros. Os chineses antigos acreditavam que tudo na terra era formado por um ou pela combinação
de alguns desses elementos. A influência de um sobre o outro pode ser de criação ou controle. Essa
influência pode ser demonstrada em um diagrama no qual o pentágono nele representado demonstra que
um elemento valoriza o outro da sequência e a estrela no interior é representante da ordem de controle e
dominação. Sabendo dessa relação, podem-se criar diferentes possibilidades de intervenção arquitetônicas
ou paisagísticas no lugar. Com auxilio do diagrama dos elementos é possível também equilibrar a tensão que
existe entre elementos antagônicos, pela inserção do elemento que se encontra entre os dois no sentido do
pentágono externo.
Os oito trigramas são formados pelo arranjo de três barras compostas por dois tipos de linhas diferentes,
uma contínua, que representa o Yang, ou o masculino e a outra partida ao meio, que representa o Yin ou
feminino, sendo a leitura delas iniciada por baixo. São possíveis pois, oito combinações de energia diferentes.
Os trigramas que possuem a linha contínua na base são considerados mais estáveis. Dessas três barras, a
primeira é denominada Linha da Terra, a segunda, Linha do Homem, e a terceira, Linha do Céu. Ordenados
em sequências diferentes, os oito trigramas podem estar dispostos na sequência do Céu Anterior, onde o
céu está acima e a terra abaixo, e a sequência do Céu Posterior, onde o fogo está acima. O diagrama formado
pelos trigramas é chamado Ba gua, centro da Bússola Lo Pan, utilizada por ambas as escolas do Feng Shui.
A observação dos resultados da utilização dos cinco elementos e dos oito trigramas, segundo Xu (2003) é
intangível.
Os Chineses utilizam simbologias para classificar as formas da paisagem: o Dragão e o Tigre representam dois
montes que associados formam um vale, a Tartaruga Negra, um elemento natural afastado, que resguarda
o lugar aos fundos, podendo ser uma montanha mais alta, um bosque, o oceano, o Pássaro Vermelho ou
Fênix, colinas baixas situadas à frente do vale, na linha do horizonte.O curso d’água ideal é limpo, lento
(carrega o Chi), e sinuoso (permitindo que o material orgânico seja depositado na terra e a fecunde). A
existência de vegetação exuberante indica a fertilidade do local.O local ideal é um vale fértil, circundado por
montanhas, atravessado por um rio, aberto para o sol e com vegetação.As figuras1 e 2 ilustram a aplicação
do Feng Shui na revitalização do rio Cheonggyecheon em Seoul, Coréia do Sul, que em 1978 foi coberto para
tornar-se uma autoestrada, uma das maioresvias da cidade e desde então era um problema para a cidade,
até a iniciativa de professores Universitários que incentivaram sua revitalização, tendo início as obras em
2003, no governo de Lee Myung-Bak, hoje, presidente da Coréia do Sul.Infelizmente, relatos sobre como
foi aplicado o Feng Shui neste caso não foram encontrados, portanto, neste artigo, o caso do World Trade
Center que será mais aprofundado.
Figuras 1 e 2- Antes e depois da revitalização do rio Cheonggyecheon em Seoul, Coréia do Sul.Fonte: http://
ecourbana.files.wordpress.com/2008/09/seul-antes-e-depois.jpg.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
Chi
Conceito
O quadro abaixo é uma síntese dos conceitos mais importantes do Feng Shui.
Relação com o Feng Shui
É o conceito mais importante do Feng
Para análise do Chi, os mestres utilizam a
Shui, que tem como foco a avaliação desta bússola Lo Pan, que pode ser constituída desde 4 a
energia que em tudo flui. O objetivo da sabe- 36 anéis concêntricos. Para sua leitura é necessário
doria milenar é encontrar um local ideal, onde muito estudo devido à sua complexidade.
o Chi possa trazer prosperidade àqueles que
ali viverão, um local que barre os ventos fortes que dispersam o Chi, mas acolha as brisas
que o trazem calmamente e disponha de água
para recebê-lo. O Chi é a energia que flui no
tempo e no espaço. Está presente no corpo
humano, nos elementos da natureza, no ar, no
cosmos, nos lugares, em tudo, e não é conceituado pelos chineses, apenas sentido.
Yin-Yang
Instrumento utilizado para análise
Fig. 3 - Bússola Lo Pan
A compreensão da teoria das polaNão há instrumentos para análise do Yinridades, da qual o Yin-Yang faz parte é ex- Yang, ele é analisado e aplicado de acordo com obtremamente importante no entendimento do servações do próprio mestre em Feng Shui. Possui
Feng Shui, pois é ela que defende que tudo um símbolo que o representa
deve estar em harmonia, que as antíteses, os
opostos se complementam. O equilíbrio deve
ser buscado, onde há um elemento, deve haver também seu oposto. Isso aplicado ao Feng
Shui representa por exemplo, que um local totalmente plano ou um muito acidentado não
são bons, deve-se encontrar um meio termo,
um local que contenha platôs mas também
montanhas. Os extremos levam ao meio-terFig. 4 – YinYang
mo, e para alcançá-lo devem ser feitas adaptações e mudanças. Nada ao extremo é bom,
o ideal é a busca de uma harmonia, palavra
chave do conceito, e esta deve ser buscada
também entre o ambiente urbano e o natural.
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Cinco Elementos
Oito Trigramas
Os Cinco Elementos não representam
Para auxiliar no estudo das formas de acoros materiais físicos, mas simbolizam formas, e do com os cinco elementos, o diagrama que mostra
o estudo destas na natureza e a relação entre os ciclos de dominação ou criação é uma ferramenta
elas fazem parte das análises feitas pelo Feng essencial.
Shui. São eles: Madeira, Fogo, Metal, Água e
Terra. A relação que um elemento tem com o
outro poderesultar em dominação ou criação.
O Feng Shui primeiramente deve analisar a
paisagem e identificar a qual elemento se refere, para em seguida, com a ajuda dos ciclos
de criação ou dominação, de acordo com o
objetivo ao qual se quer chegar, propor a forma arquitetônica adequada à função dada ao
local. A análise da forma é extremamente importante, uma forma arquitetônica equivocada
Fig. 5 - Diagrama dos Cinco Elementos
em sua relação com a paisagem pode não ser
benéfica e pode não alcançar os objetivos esperados. Pode também ser perigosa e trazer
malefícios aos edifícios vizinhos.
Os Oito Trigramas são mais utilizados no Feng Shui para interiores no diagrama
chamado Bagua. Cada trigrama representa
um elemento e possui outras características
apresentadas na Tabela 06 deste trabalho. O
Bagua é utilizado ajudando na execução da
planta baixa de uma habitação e da melhor
escolha da divisão dos ambientes. Pelo fato
do arranjo interior não ser o foco deste trabalho, este diagrama não necessita explicações
mais aprofundadas.
O Bagua contém os Oito Trigramas e é utilizado para avaliação do Feng Shui, principalmente em
interiores. Como a maioria dos instrumentos apresentados neste trabalho, sua análise e os resultados atingidos necessitam estudos bem mais aprofundados.
Fig.6 - Bagua: arranjo do céu posterior
Quadro1–Síntese dos principais conceitos do Feng Shui
4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste item pretende-se ilustrar a aplicação do Feng Shui no novo projeto do World Trade Center em Nova
Iorque. Segundo Costa (2008)9, Nova Iorque está bem implantada, entre os montes Apalache e o Oceano
Atlântico, e é uma das cidades mais importantes do mundo. Porém, a parte de ‘Lower Manhattan’, área
meridional de Manhattan, principal ilha e centro de negócios e governamental da cidade, não recebe suporte
da paisagem, pois apesar de estar próxima à água, não possui montanhas na parte traseira para protegê-la.
É nesta área que foi implantado o complexo do World Trade Center, com suas famosas torres gêmeas.
Quando concluídas, em 1973, eram os arranha-céus mais altos da Terra. As torres desde sempre enfrentaram
problemas. O complexo dedicado à empresas e organizações envolvidas no comércio mundial, inicialmente
não recebeu os clientes que esperava. A Torre Norte foi o foco de um incêndio no 11º andar em fevereiro de
1975 e sofreu atentado com um caminhão carregado de explosivos em fevereiro de 1993.
9 COSTA, Riceles Araújo. Fengshui: Em busca do Genius Loci. Fevereiro 2008. Disponível em:<http://www.vitruvius.
com.br/revistas/read/arquitextos/08.093/170> Acesso em 26/nov./2012
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Os outros prédios do complexo adequavam-se ao entorno e a força arquitetônica contribuía para o bom
Feng Shui, as torres gêmeas, entretanto, destacavam-se da paisagem e não possuíam suporte, estavam
totalmente expostas. De acordo com o Feng Shui, essa disposição estava sujeita ao ataque de ventos nocivos,
podendo proporcionar má sorte e infortúnio tanto para o empreendimento quanto para os funcionários.
Montan
ha
Dragão
Torres
gêmea
s
Dragão
verde
Yin Yang
Figura 7-Proposições do Feng Shui na área do
WTC
Figura 8- Torres Gêmeas
Figura 9-Novo projeto para o
World Trade Center
Segundo especialistas em Feng Shui, pontas são acúmulos de má energia, e desafortunadamente, pelo
deslocamento das torres uma em relação à outra, seus cantos se apontavam diretamente. Este seria o maior
erro do WTC. Por ser considerada a “montanha dragão” do lugar, as torres deveriam trazer para os outros
prédios a prosperidade e o acúmulo do Chi, mas falhou por não estar de acordo com o Feng Shui. Enfim, as
torres tiveram o fim trágico em 2001, conhecido como “11 de setembro”.
Depois da avaliação que apontava os diversos erros das Torres Gêmeas, mestres em Feng Shui fizeram
suas proposições para que o novo complexo desta vez prospere. De acordo com a sabedoria, quando um
elemento do Feng Shui é quebrado ou roubado, deve-se colocar no lugar um maior, mais bonito ou mais
caro. O novo prédio deve ser alto para representar o dragão e estar de acordo com as proposições, além da
inclusão do elemento água em contraposição ao fogo que destruiu o complexo, e de vegetação.
Mesmo antes do evento, o World Trade Center já era alvo de diversas controvérsias. Com a tragédia,
um conflito de necessidades surgiu; por um lado, a grande área de importância comercial precisa ser
reconstruída para abrigar novos negócios, mas por outro, há a memória dos que morreram com o atentado
e que merecem homenagem, assim como os sobreviventes de uma tragédia que jamais será esquecida. O
Feng Shui pode ajudar no sucesso da reconstrução (Veja figura 7).
O primeiro princípio a ser considerado é o Yin-Yang, trazendo equilíbrio entre o novo e o antigo. De acordo
com o Feng Shui, o Yin, que representa a arquitetura dos mortos, jamais deve ser maior que o Yang, o que
significa que a área dedicada ao memorial deve ser proporcionalmente menor que a área da reconstrução,
mantendo-se portanto um equilíbrio.
Outro princípio considerado foi o dos cinco elementos. O fogo destruiu o complexo anterior, o que significa
que deve-se opor a esse elemento. De acordo com o ciclo de dominação, a água extingue o fogo, e, portanto,
este elemento deve ser utilizado. A água foi literalmente utilizada no memorial, onde as bases dos antigos
prédios se tornaram uma espécie de fonte.
Com a proporção correta, deve existir um elemento que simbolize a montanha do dragão, ou seja, um edifício
maior que os outros, que traria benefícios e boa energia para os demais. Os prédios vizinhos possuem em
média 50 andares, o que significa que o “prédio dragão” deve ser maior e estar posicionado no lado Norte
do terreno.
Na teoria tradicional do Feng Shui são descritos quatro espíritos: o Tigre branco representando o antigo e se
opondo ao Dragão verde, representado por edifícios altos; a Tartaruga negra e o Pássaro vermelho por uma
área aberta, e no caso os edifícios vizinhos.
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4.1 Conclusão dos resultados
O Feng Shui é o conjunto de conhecimentos milenares constantemente atualizados que se integrado ao
planejamento pode contribuir na melhoria da qualidade de vida, objetivo comum entre especialistas do Feng
Shui, arquitetos, paisagistas, ecologistas e urbanistas. Como diferencial o Feng Shui adota uma linguagem
com referências simbólicas e crenças espirituais. Pesquisar, verificar sua validade e compreendê-lo para
integrá-lo à metodologia de projeto pode ser um desafio para os profissionais contemporâneos.
É uma técnica intangível, não sendo possível aplicar seus conceitos utilizando equipamentos e tecnologia,
requerendopoismuito estudo.Por possuir objetivos e preocupações em comum com o Urbanismo Ecológico,
o Feng Shui pode ser uma ferramenta muito importante para complementar a compreensão sobre a
estrutura profunda da paisagem urbana e os processos naturais. Neste artigo tem-se um levantamentodo
conhecimento básico da sabedoria, poucos estudos foram encontrados.O estudo de caso do novo projeto
do World Trade Center, assim como a revitalização do rioCheonggyecheon em Seoul, demonstraram quea
aplicação foi feita com sucesso, reforçando a importância da sabedoria milenar chinesa, ainda pouco
estudada no ocidente, que busca o equilíbrio entre o bem estar dos seres humanos, os processos e os
elementos naturais.
O desafio, portanto, é continuar com estudos desta sabedoria milenar chinesa para aprofundar conhecimentos
quanto à sua aplicabilidade e contribuir na busca da estrutura profunda das cidades, a harmonia entre o
urbano e o natural.
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of “unit of man with nature” and beyond. Springer Science+Business. LandscapeEcol24:1015-1026.
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Lima. São Paulo: Ground, 1985.
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urbanismo ecológico. 2013. 77f. Ensaio Teórico (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade de
Brasília, UnB, Brasília. Fevereiro de 2013.
SOLANO, Carlos. Feng Shui:KanYu, Arquitetura Ambiental Chinesa. 3ªEdição. São Paulo: EditoraPensamento,
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XU, Jun. A Framework for site analysis with emphasis on Feng Shui and contemporary Environmental
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