DOIS ANOS DE
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DOIS ANOS DE
B A L A N Ç O E X E C U T I V O DOIS ANOS DE POLÍTICA INDUSTRIAL Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Tarso Genro Governador do Estado do Rio Grande do Sul Mauro Knijnik Secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Luís Fernando Marcondes Farinati Secretário-adjunto de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Ivan De Pellegrin Presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) Jorge Ussan Diretor de Planejamento, Programas e Captação de Recursos da AGDI Ibes Eron Alves Vaz Diretor-adjunto de Planejamento, Programas e Captação de Recursos da AGDI Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Fotógrafos Alina Souza/Especial Palácio Piratini, Bianka Nieckel, Eberson Silveira, Camila Domingues, Vera Ambrozi, Pedro Revillion, João Paulo Ceglinski, Itamar Aguiar, Dudu Leal, Claudio Fachel, Eduardo Seidl, Ivan de Andrade, Juarez Machado, Fernando Dias, Andreia Colletta 3 SUMÁRIO Introdução 05 Elementos da Política Industrial 06 EIXO 01 EIXO 02 EIXO 04 Política Setorial Política da Economia da Cooperação Instrumentos Transversais 1.1. Programas Setoriais 18 Nova Economia 18 Indústria Oceânica e Polo Naval 18 Reciclagem e Despoluição 20 Energia Eólica 22 4.1. Novo Fundopem/RS 70 2.1. Programa de APLs 56 2.2. Programa de Redes de Cooperação 59 Biocombustíveis (Etanol e Biodiesel) 23 Semicondutores 24 Saúde Avançada e Medicamentos 25 Indústria da Criatividade 227 EconomiaTradicional 29 Agroindústria 29 2.3. Programa de Apoio aos Polos Tecnológicos 60 2.4. Programa Gaúcho do Cooperativismo Rural 61 Carne Bovina 29 Carne Suína 30 Avicultura 31 Leite e Derivados 33 Grãos – Arroz 35 EIXO 03 Política da Firma Grãos – Soja e Milho 36 Vitivinicultura 38 Trigo e Cereais de Inverno 39 Automotivo e Implementos Rodoviários 40 Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais 41 Madeira, Celulose e Móveis 43 Equipamentos para a Indústria de Petróleo e Gás 44 Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico 45 Software 46 Eletroeletrônica, Automação e Telecomunicações 47 3.1. Sala do Investidor 64 3.2. Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras 66 3.3. Projeto Extensão Produtiva e Inovação 67 4.2. Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (PROEDI) 72 4.3. Programa de Apoio a Iniciativas Municipais 73 4.4. Programa Pró-Inovação 75 4.5. Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTec) 77 4.6. Sistema Financeiro Gaúcho 79 EIXO 05 Infraestrutura para o Desenvolvimento 5.1. Informação e Planejamento da Infraestrutura para o Desenvolvimento 82 5.2. Logística 83 5.3. Energia 85 5.4. Comunicação 87 Calçados e Artefatos 48 5.5. Irrigação 88 1.2. Outros Setores 49 Defesa e Aeroespacial 49 Alimentos Premium 51 Irrigando a agricultura familiar 90 1.3. Programa de Ações Internacionais 52 Mais água, mais renda 88 Introdução O ano de 2014 tem significado particular para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Em março deste ano, a Política Industrial gaúcha completou dois anos de implantação. Trabalho realizado pelo Governo do Estado, sob coordenação do Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul, a Política Industrial foi reconhecida, já em 2013, pelo Global Forum of Competitive Councils (GFCC), como uma das melhores práticas de estratégia de competitividade regional no mundo. Lançado em março de 2012, esse conjunto de medidas é fruto do trabalho de equipes multidisciplinares – em especial da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI),da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), como seu braço executivo, e do Sistema Financeiro Gaúcho – e de uma ampla discussão com os mais diversos atores da sociedade e da economia do Estado. Como resultado, a Política Industrial gaúcha tem contribuído de forma significativa para a competitividade dos setores industriais estratégicos. Esta publicação apresenta as principais ações implementadas por meio da Política Industrial e suas contribuições para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. E, com isso, aborda elementos que auxiliam na compreensão do desempenho econômico do Estado.De forma complementar, os setores estratégicos dispõem ainda de Cadernos Setoriais, que detalham o perfil e as ações em curso para o fomento de cada um deles. Essas publicações encontram-se disponíveis em meio eletrônico. Em sua história recente, o Rio Grande do Sul tem apresentado significativa capacidade de recuperação e de expansão da produção em relação à economia brasileira.Em 2013, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho posicionou-se no topo do ranking nacional, com alta de 5,8% – enquanto o índice geral brasileiro foi de 2,3%. Além disso, o Estado teve crescimento na produção industrial de 6,8%, ante alta de 1,2% na média nacional. Os números de desemprego (3,5%) e exportações (+44,3%) também destacam o desempenho da economia do Rio Grande do Sul na comparação com a média do país. O crescimento da produção industrial do Estado esteve, sobretudo, vinculado com setores não diretamente alavancados por boas safras agrícolas. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Elementos da Política Industrial O desenvolvimento econômico encontra-se no centro da política pública do Estado do Rio Grande do Sul. 6 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Desde seus primeiros meses, sob coordenação da nova Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), a Política Industrial gaúcha orientou suas iniciativas com o intuito de modificar as taxas de crescimento do produto, a fim de aumentar a participação do Rio Grande no PIB brasileiro; fomentar o adensamento de cadeias produtivas no território do Estado, com ênfase no fortalecimento de grupos empresariais e do sistema cooperativista gaúchos; e promover investimentos em regiões de menor renda relativa. O atendimento a empresas que buscam ampliar sua capacidade produtiva ou ingressar no Estado tornou-se mais ágil com a Sala do Investidor; lançaram-se os programas da Economia da Cooperação; adotaram-se novos mecanismos de incentivo fiscal ao investimento produtivo e à inovação; organizou-se o Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, já em 2013 os esforços foram recompensados com um crescimento de 6,8% na produção industrial gaúcha, conforme a PIM/ IBGE, ante um crescimento de 1,2% no índice nacional. A Política Industrial do Rio Grande do Sul tem uma lógica federativa e republicana, sob as diretrizes da governança e do planejamento; focada em resultados econômicos e, ao mesmo tempo, baseada em práticas de sustentabilidade social e ambiental; ancorada na ideia de que o sucesso do processo de desenvolvimento depende de um esforço de concertação com todos os atores envolvidos; proveniente de diagnóstico válido e geradora de prognósticos críveis, mas não dogmática e, portanto, com conteúdo aperfeiçoável conforme as exigências de uma realidade mutável; transversal, abrangente e eficaz. Propriedade dos gaúchos, para além das alternâncias e susceptibilidades políticas. Uma política de Estado e não somente de governo. A Política Industrial é, antes de tudo, uma política de desenvolvimento econômico, em especial, como aponta o próprio termo, uma política de desenvolvimento industrial. Definir a atuação com base em tal política não significa ignorar a relevância dos demais setores no desenvolvimento do Estado. Reconhece-se que há uma relação direta entre o crescimento do setor industrial e o crescimento da economia como um todo; que o necessário aumento da produtividade na indústria ocorre de modo mais efetivo no curso da expansão desse setor; e que a produtividade dos setores não industriais será tão maior quanto mais elevada for a produtividade na indústria. Ao abraçar o desenvolvimento econômico como um dos objetivos mais amplos, postula-se, em síntese, a tese de que uma indústria competitiva com base em elevada produtividade deve ser erigida como prioridade absolutamente central. Ativar uma política industrial envolveu uma firme definição por fortalecer a estrutura econômica diversificada do Rio Grande em tempos de expansão do processo de globalização e, mais recentemente, de profunda crise econômica no 7 mundo industrializado. Sabe-se que o processo de globalização, traduzido como o aumento da integração das economias real e financeira, vem se aprofundando sobremaneira nas últimas décadas. Como resultado, o comércio internacional e os investimentos estrangeiros sofreram vertiginoso aumento. Tal integração fez com que os países se tornassem mais dependentes das flutuações do sistema global. Esse processo foi causa e consequência do alastramento e aprofundamento das crises financeiras que ocorreram nas últimas décadas, culminando na grande crise que se desenvolveu em etapas: financeira em 2008, econômica em 2009 e sistêmica em 2010. O saldo foi a maior queda do PIB mundial desde a quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, com crescimento negativo do produto na ordem de 2,0% e recuo do volume de comércio em cerca de 11% apenas no ano de 2009. Neste período, a locomotiva do crescimento mundial foram os países D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O do leste asiático, puxados especialmente pela China. O Brasil se beneficiou dessa situação e, apesar do cenário do último quadriênio, manejou corretamente seus instrumentos da política macroeconômica e evitou adentrar no grupo dos países com baixo crescimento, elevado desemprego, aumento do endividamento estatal e destruição de renda da população. O governo adotou políticas anticíclicas, que garantiram a manutenção da taxa de investimento e fortaleceram o mercado interno. Não obstante os aspectos da gestão macroeconômica de curto prazo, um ponto comum entre vários dos países que se sobressaíram nesses anos de crise da globalização, particularmente os do leste asiático, está na formulação e adoção de políticas industriais com o propósito de diversificar e fortalecer suas estruturas econômicas. Essas políticas, sobretudo as dos países de menor tamanho de mercados internos, caracterizaram-se pela forte ênfase na inovação para gerar ganhos de produtividade e na promoção do comércio exterior. As lições de sua história e do debate teórico sobre indústria e desenvolvimento estiveram presentes na formulação da Política Industrial do Rio Grande do Sul. A Política Industrial opera com base em ambas as vertentes que dominam o debate técnico sobre o assunto, reconhecendo suas diversas complementaridades e recusando a dicotomia simplista que muitas vezes contamina as decisões políticas sobre ações eficazes para promover o desenvolvimento. É, portanto, uma política geral ou funcional, que adota medidas com impacto difuso sobre a indústria e mesmo diretamente sobre os demais setores da atividade econômica, e uma política seletiva, que busca fortalecer setores industriais selecionados. Essas dimensões desdobram-se em dois conjuntos de ações inter-relacionadas: › Ações transversais destinadas à economia como um todo, de modo a aumentar a eficiência das unidades produtoras; › Ações setoriais com foco na implantação de programas e projetos voltados para o fortalecimento de setores industriais selecionados. Partimos do pressuposto que entes subnacionais podem e devem formular e executar políticas industriais bem-sucedidas – destacando-se, a título de ilustração, os casos da Emilia-Romagna, na Itália, e de Baden-Württemberg, na Alemanha – sem deixar, todavia, de respeitar as especificidades nacionais. Esta visão já foi recompensada, a Política Industrial do RS foi apontada como uma das melhores práticas mundiais pelo Global Federation of Competitiveness Councils (GFCC), organização sediada em Washington (EUA), que congrega instituições e governos envolvidos com o tema da competitividade. Ainda assim, no sistema federado brasileiro políticas estaduais de desenvolvimento econômico precisam 8 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O necessariamente conectar-se com as estratégias do governo federal. O Rio Grande do Sul procurou observar esse condicionante. Dessa forma, foi considerada a nova política industrial brasileira, anunciada em agosto de 2011, sob o nome Plano Brasil Maior. Adotando o slogan “Inovar para competir. Competir para crescer”, essa política apresenta dois focos de centralidade. O primeiro foco estimula a inovação e a produção nacional, com o intuito de incrementar a competitividade da indústria nos mercados interno e externo. O segundo foco integra e alinha os vários ministérios e órgãos do governo com as necessidades da política industrial, além de mobilizar as forças produtivas para inovar, competir e crescer. Em especial, o plano busca aproveitar competências presentes nas empresas, na academia e na sociedade. A Política Industrial gaúcha é uma política de indústria, de inovação e de promoção do comércio exterior articulada com a política do governo federal. Não é, portanto, uma política autárquica e centrada apenas nas oscilações da produção e da renda no curto prazo. Como política pública de desenvolvimento econômico, o olhar se fixa em uma perspectiva sistêmica e de longo prazo, de construção de um modelo de desenvolvimento industrial, de confiança no futuro do Rio Grande. Para tanto, retomamos a noção de planejamento de longo prazo da economia gaúcha e adotamos o conceito-chave de Sistema de Desenvolvimento Econômico. Sistema de Desenvolvimento Econômico O governo gaúcho reestruturou a área de desenvolvimento econômico. Criou a Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) como vértice das atividades dessa área e seu braço executivo – a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). Implantou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), com a diretriz de favorecer o diálogo com a sociedade. Instituiu fóruns transversais junto a outras secretarias, instaurando de forma pioneira o diálogo e a tomada de decisão conjunta com, por exemplo, a Secretaria da Fazenda. Estruturou a atuação dos três bancos públicos estaduais – Banrisul, Badesul e BRDE – articulando o Sistema Financeiro Gaúcho. A partir dessa reorganização inicial, constituiu-se o Sistema de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (SDRS), institucionalizado no Decreto n° 48.396, de 26/09/2011, com base nas seguintes premissas conceituais: › Sustentabilidade: o desenvolvimento econômico deve perseguir uma trajetória de sustentabilidade em três dimensões, quais sejam, econômica, social e ambiental; › Planejamento: o desenvolvimento requer uma orientação planejada para a evolução da economia; › Governança: o sucesso de uma política de desenvolvimento econômico depende de efetiva coordenação entre os entes de governo. A par da dimensão interna ao governo, o conceito de SDRS pressupõe, ainda, que a efetividade de suas ações é diretamente proporcional ao grau de articulação entre o governo e os principais atores do desenvolvimento econômico do Estado. O SDRS deve ser entendido, sobretudo, a partir de sua intenção básica de coordenar esforços em prol do desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul. Assim, reúne atores do governo estadual, do governo federal, dos governos municipais e dos setores privado e cooperativo, instituições de representação de empresários, cooperativas e trabalhadores e outras instituições da sociedade civil associadas ao desenvolvimento da indústria, à inovação e à promoção do comércio exterior. 9 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Sistema de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul Atores do Governo do Estado Atores regionais e locais › Gabinete do Governador › Prefeituras e as secretarias muni- › Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES/RS) › Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) › Agência Gaúcha de Desenvolvimento cipais responsáveis por políticas de desenvolvimento econômico local e regional › Atores da governança de Arranjos Produtivos Locais (APLs) e de polos de modernização tecnológica e Promoção do Investimento (AGDI) › Sistema Financeiro Gaúcho: Banrisul, Badesul e BRDE › Secretaria da Fazenda (SEFAZ) › Secretarias ligadas a atividades-fim do desenvolvimento econômico: Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA); Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR); Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEINFRA); Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (SESAMPE); Secretaria do Turismo (SETUR). › Secretarias ligadas a atividades-meio (suporte) do desenvolvimento econômico: Secretaria do Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (SEPLAG); Secretaria do Meio Ambiente (SEMA); Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT); Gabinete dos Prefeitos e Relações Federativas Atores do Governo Federal › Empresas e instituições diretamente ligadas ao desenvolvimento econômico: PETROBRAS, ELETROBRAS, ELETROSUL, CGTEE, ABDI, APEX, BNDES, FINEP, Banco do Brasil, SEBRAE, CEF e ministérios afins 10 Empresas, cooperativas e trabalhadores › Empresas privadas e públicas (não financeiras) que atuam ou possuem projetos para atuar no RS › Cooperativas de produção que atuam ou possuem projetos para atuar no RS › Empresas financeiras privadas e cooperativas de crédito que atuam no RS › Instituições de representação empresarial › Instituições (sindicatos e centrais sindicais) de representação dos trabalhadores › Instituições de representação do sistema cooperativista Outras instituições › Redes de cooperação e de inovação › Universidades públicas e privadas e outras organizações ligadas a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Eixos da Política Industrial A formulação conceitual, a adoção prática e a institucionalização do SDRS, em conjunto com o alinhamento da estratégia de desenvolvimento econômico do Estado com o Plano Brasil Maior, solidificam a Política Industrial: Modelo de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio Grande do Sul (2012-2014). O núcleo dessa Política compõe-se de cinco eixos distintos, mas fortemente inter-relacionados: › Eixo I: Política Setorial; › Eixo II: Política da Economia da Cooperação; › Eixo III: Política da Firma; › Eixo IV: Instrumentos Transversais; › Eixo V: Infraestrutura para o Desenvolvimento. Eixos da Política Industrial Atração de Investimentos Promoção comercial Internacionalização de empresas ESCOPO INTERNACIONAL Política Setorial Política da Economia da Cooperação Política da Firma Política Industrial do RS ESCOPO ESTADUAL Instrumentos Transversais Infraestrutura para o Desenvolvimento ESCOPO FEDERAL Política de Infraestrutura e de Energia Programa Brasil Maior 11 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Além dos eixos que formam o núcleo da Política Industrial, cabe destacar duas articulações fundamentais para o sucesso das ações que têm sido empreendidas. Uma dessas articulações refere-se às inter-relações que o Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul estabeleceu com instituições internacionais, especialmente no que diz respeito aos temas de atração de investimentos, promoção comercial e internacionalização de empresas gaúchas. A outra articulação consiste de inter-relações com instituições federais nacionais, especialmente aquelas vinculadas com o Programa Brasil Maior e com a Política de Infraestrutura e de Energia. Eixo I Política Setorial Política Industrial e Outras Políticas Relacionadas ao Desenvolvimento Industrial A par dos programas e projetos que estruturam a Política Industrial, o Rio Grande do Sul executa diversas outras políticas que, embora não tenham o desenvolvimento da indústria em sua gênese, produzirão efeitos positivos de médio e longo prazo sobre a atividade industrial gaúcha ao garantirem uma oferta crescente de insumos primários e a formação qualificada de pessoas. Neste sentido, destacam-se o Programa de Cooperativismo; o Programa Mais Água, Mais Renda e o Pacto Gaúcho pela Educação Profissionalizante, Técnica e Tecnológica. › A inovação ao longo da cadeia de valor e em setores correlatos, incluindo cadeias de suprimentos de máquinas e equipamentos para os setores selecionados; › Sustentabilidade ambiental, com ênfase em soluções A Política Setorial busca fortalecer o desenvolvimento das diferentes indústrias, sejam tradicionais ou pertencentes à nova economia, atuando sobre os fatores determinantes da competitividade regional e setorial e tendo a inovação e a tecnologia como vetores centrais dessa competitividade. Com este foco, dinamizou-se a presença de empresas e cooperativas gaúchas no mercado interno e externo, ampliando a estrutura produtiva da indústria localizada no território do Rio Grande. Um aspecto específico está na revitalização do esforço exportador de diferentes setores estratégicos da economia gaúcha em consonância com a ampliação almejada pela política de promoção do comércio exterior do país. A Política Setorial obedece às seguintes premissas gerais: › Diversidade da indústria gaúcha como uma das consequências de sua trajetória de desenvolvimento econômico; › Geração de empregos de qualidade; › Valorização das indústrias enraizadas no Estado; › Necessidade de desenvolver e consolidar novos setores da economia, com duas prioridades específicas, as quais são, ao mesmo tempo, oportunidades abertas ao Estado: – Setores alinhados ao desenvolvimento econômico mais amplo do país, tais como a indústria naval e a geração de energia eólica; – Setores portadores de futuro, nos quais se verifica um déficit nacional, tanto na balança de comércio, quanto na atualização tecnológica (por exemplo, nas áreas de semicondutores e de saúde avançada e medicamentos); 12 para a utilização de resíduos como insumos ou produtos para outras aplicações. A Política Setorial compõe-se de Programas Setoriais, cuja coordenação operacional cabe à Diretoria de Planejamento, Programas e Captação de Recursos da AGDI, sob direta supervisão da SDPI, e que se destinam a alavancar a competitividade dos setores estratégicos da economia industrial e agroindustrial do Rio Grande do Sul, e do Programa de Ações Internacionais, coordenado pela SDPI e que apoia missões e feiras. Este último tem como focos a promoção comercial, a internacionalização de empresas gaúchas e a atração de investimentos com o fim de adensar cadeias produtivas e criar novos setores na matriz produtiva do estado. O processo de formulação dos Programas Setoriais, há que se destacar, envolveu múltiplos atores do governo e da sociedade civil, apoiados numa estrutura de governança em que os trabalhos referentes a cada setor estratégico foram conduzidos por um coordenador executivo, normalmente alguém vinculado a um dos órgãos do SDRS – SDPI, AGDI, Badesul e BRDE –, sob a supervisão de um dos executivos desses órgãos na condição de seu patrocinador (sponsor). Esse processo não se esgota no momento de anúncio dos programas. Isso porque, nesse instante, é dada partida na execução da totalidade das ações que os constituem (embora parte significativa das mesmas já esteja em pleno andamento), assim como no monitoramento e na contínua revisão das medidas e programas que instrumentam a execução da Política Industrial. Tudo ancorado em uma sólida estrutura de governança (Sistema de Desenvolvimento) e na prática contínua das relações transversais e de concertação entre os diferentes atores envolvidos. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Eixo II Política da Economia da Cooperação A Política da Economia da Cooperação incide sobre a competitividade das empresas, porém a partir de uma perspectiva coletiva e, em geral, com forte componente territorial. Insere-se, portanto, naquele rol de políticas que buscam modificar a dinâmica da ação isolada de indivíduos, empresas e outras organizações por meio de práticas que enfatizam a cooperação e a geração intencional de sinergia. Cooperar permite, ao mesmo tempo: › Adotar vínculos diversos entre unidades de produção e outros atores singulares, como empresas públicas e privadas de PD&I e entes de governo, com o intuito de se obterem ganhos de escala e outros ganhos relacionais. Exemplos disso são as cooperativas de produção, as redes de cooperação e de inovação, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os polos e parques tecnológicos; › Agir de modo flexível e com respostas rápidas às necessidades da sociedade civil e do mercado. No ano de 2011, o Governo do Estado obteve a aprovação das duas leis básicas desta política pública. Uma trata da instituição da Política Estadual da Economia da Cooperação, instrumento que transborda os limites da Política Industrial, e a outra cria o Fundo de Apoio aos APLs. São quatro os programas que compõem a Política da Economia da Cooperação como um eixo específico da Política Industrial: › O Programa Estadual de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Eixo III Política da Firma A Política da Firma consiste de uma abordagem para a ação direta no campo microeconômico com o objetivo central de atender empresas interessadas em implantar ou expandir suas atividades no Estado. Para sua implantação, foi inicialmente criada a Sala do Investidor em atenção à diretriz de governança, tendo sido designada para sua coordenação a SDPI. O objetivo da Sala é coordenar as ações necessárias à efetiva atração de investimentos produtivos, integrando os diferentes agentes do Sistema de Desenvolvimento Econômico – especialmente a SDPI, a AGDI, o Banrisul, o Badesul e a agência gaúcha do BRDE –, secretarias estaduais e órgãos vinculados, municípios, agentes do governo federal e instituições públicas e privadas de capacitação tecnológica. Na Sala do Investidor, centraliza-se a interlocução requerida à viabilização dos projetos de investimento. Produtivos Locais (Programa de APLs), coordenado pela Diretoria de Produção e Inovação da AGDI. Com vinte APLs apoiados e quatro reconhecidos, o programa se tornou referência nacional; › O Programa de Redes de Cooperação (PRC), coordenado pela Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (SESAMPE); › O Programa de Apoio aos Polos Tecnológicos, sob coordenação da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT). › Programa Gaúcho de Cooperativismo Rural, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo. Coordenação e Suporte Sua ferramenta de gestão torna mais eficiente a relação do setor público com quem estiver disposto a investir no Rio Grande do Sul. Outros dois programas têm destaque neste eixo: o Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras, presentemente denominado Feira de Projetos, coordenado pela Diretoria de Planejamento, Programas e Captação de Recursos da AGDI, que compreende ações em parceria com instituições do porte e importância de FINEP e BNDES, e o Projeto de Extensão Produtiva e Inovação, coordenado pela Diretoria de Produção e Inovação da AGDI, que apoia a capacitação de empresas para a competitividade e que está inserido no contexto mais amplo do Programa de APLs, sendo seu instrumento específico de atuação no nível das empresas que constituem os arranjos produtivos. 13 Os três primeiros eixos da Política Industrial – a Política Setorial, a Política da Economia da Cooperação e a Política da Firma –, embora distintos, estão estreitamente relacionados e, portanto, precisam ser executados em permanente articulação institucional a fim de promover o efetivo desenvolvimento econômico do Estado. Num contexto de recursos escassos, coordenar as múltiplas ações de cada eixo e dar-lhes efetividade, a propósito, é um dos sentidos fundamentais da Política Industrial, sendo, portanto, o tema da governança efetiva uma questão permanente para o seu sucesso. O funcionamento adequado e o alcance dos objetivos da Política Industrial dependem, ainda, de dois outros eixos, concebidos para dar suporte aos primeiros: Instrumentos Transversais e Infraestrutura para o Desenvolvimento. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Eixo IV Instrumentos Transversais Os Instrumentos Transversais mobilizam recursos públicos que atingem os setores da atividade econômica como um todo. Esses instrumentos consistem do Novo FUNDOPEM/RS, de programas específicos e do Sistema Financeiro Gaúcho. O Novo FUNDOPEM/RS é coordenado pela SDPI através da Central do Sistema Estadual para Atração e Desenvolvimento de Atividades Produtivas (SEADAP). Quanto aos programas, temos: › O Programa de Apoio a Iniciativas Municipais, também coordenado pela SDPI, que busca contribuir para a capacitação dos municípios no que tange à implantação ou expansão de distritos industriais; › O Programa Pró-Inovação, que visa apoiar as empresas inovadoras, coordenado pela SCIT; › O Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTec), coordenado pela SCIT no âmbito do RS Tecnópole; › O Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (PROEDI), que tem por objetivo apoiar, através de incentivos fiscais, materiais e financeiros, projetos que resultem em implantação ou expansão de unidades industriais no estado, sendo coordenado pela SDPI através da Central do SEADAP; 14 Por fim, o Sistema Financeiro Gaúcho, formado por Banrisul, Badesul e BRDE, disponibiliza linhas de crédito, com uso de recursos próprios ou provenientes do sistema BNDES e de outras fontes, e prestação de garantias, além de trabalhar para a montagem de fundos de participação e ofertar outros serviços necessários à materialização dos investimentos produtivos. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Eixo V Infraestrutura para o Desenvolvimento O eixo Infraestrutura para o Desenvolvimento reúne programas e projetos relacionados a três pilares de sustentação do desenvolvimento econômico: logística, energia e comunicação. Engloba, portanto, projetos estratégicos de largo espectro que buscam satisfazer demandas latentes e futuras, sendo exemplos, dentre outras, as seguintes iniciativas: › Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada Mais Água, Mais Renda › Plano de Obras Rodoviárias; › Terminais portuários na Hidrovia do Mercosul e ampliação de sua navegabilidade; › Ampliação da capacidade do Porto do Rio Grande; › Apoio à ampliação da geração de energia eólica; › Apoio à ampliação da disponibilidade de gás natural; › Ampliação da capacidade de transmissão de energia elétrica. 15 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Indicador de Vendas da Indústria Um novo indicador está sendo lançado concomitantemente ao balanço da Política Industrial: o Indicador de Vendas da Indústria (IVI). Foi construído pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) a partir de uma demanda da AGDI, com a fundamental contribuição da Secretaria da Fazenda no fornecimento dos dados. É mais um elemento da Política Industrial e é uma forma pioneira no Brasil de medir o impacto estadual das políticas públicas. Mostra com precisão o desempenho da indústria, pois tem como base todas as empresas que efetuaram vendas no período analisado. Destaque especial para o setor de Indústria Oceânica e Polo Naval, cujo impacto até agora não havia sido calculado. O IVI é elaborado a partir das informações mensais relativas às vendas nominais dos setores estratégicos – com exceção de Energia Eólica, Semicondutores, Equipamentos para a Indústria de Petróleo e Gás e Trigo e Cereais de Inverno. Elas são deflacionadas a partir de deflatores setoriais, obtendo-se, então, uma série de índices que retratam o volume de vendas mensais. Os gráficos ao longo deste balanço apresentam a variação real em relação ao ano imediatamente anterior, assim como o crescimento acumulado no período 2011-2013. Os resultados mostram que os setores estratégicos tiveram alta significativa a partir de 2011, com crescimento acumulado até 2013 de 19,6%, o equivalente a uma média anual de 6,15%. Esse resultado é mais impactante se considerarmos que em 2012 houve retração de 2,5%, em função da estiagem que causou quebra na safra agrícola. Essa queda foi amplamente compensada em 2013, quando os setores da Política Industrial do RS cresceram 14,8%. 25,0% 19,6% 20,0% 14,8% 15,0% 10,0% 6,8% 5,0% 0,0% 2011 -5,0% 16 2012 -2,5% 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O EIXO 01 Política Setorial 17 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 1.1. Programas Setoriais Os Programas Setoriais reúnem os setores industriais e agroindustriais estratégicos para a economia do Rio Grande do Sul, os quais se classificam em duas categorias – Economia Tradicional e Nova Economia. A Economia Tradicional agrega os setores historicamente constituídos e fortemente enraizados na economia gaúcha. Já a Nova Economia compreende tanto aqueles setores que vêm recentemente ganhando relevância na geografia do Estado quanto setores portadores de futuro e que são oportunidades abertas para o RS. Nova Economia Uma das principais virtudes da Indústria Oceânica economia gaúcha e Polo Naval é a sua variedade O setor de construção naval e de setorial. A economia plataformas para extração de petróe gás natural constituiu-se nos rio-grandense leo últimos anos como o mais dinâmico não depende da economia gaúcha, injetando bilhões em investimento e gerando milhares exclusivamente de de empregos a partir das encomendas Petrobras. Como forma de aglutiapenas um ou de da nar num mesmo fórum de discussões poucos setores, diversos atores, tanto privados como governo, foi criado em 2011 o mas da ativação dos de Programa de Estruturação, Investimuitos segmentos mento e Pesquisa em Gás Natural, Petróleo e Indústria Naval do Rio que a compõem. Grande do Sul (RS Indústria Oceânica), pela SDPI, no qual são Esses setores se coordenado tratadas questões relativas a qualicomplementam e ficação profissional, estratégias de descentralização do setor, realização constroem um rico de eventos de geração de negócios e e variado cenário de adensamento da cadeia produtiva. Como resultado desse esforço oportunidades, em conjunto entre setor privado, instituique algumas cadeias ções de ciência e tecnologia e governos e estadual, a carteira de locais se posicionam federal encomendas para o Estado atingiu US$ entre as mais 9 bilhões em 2013, com geração de 12 mil empregos. Como forma de atender competitivas do país. a essa demanda, os investimentos 18 na instalação de estaleiros no Estado atingiram R$ 2,68 bilhões, com geração prevista de 16.910 novos postos de trabalho, negociados no âmbito da Sala do Investidor. Também como forma de fomentar o setor, o Estado aderiu aos regimes especiais de desoneração do Governo Federal, o Regime Aduaneiro Especial de exportação e importação de bens destinados à exploração e à produção de petróleo e gás natural (REPETRO) e o Registro Especial Brasileiro (REB), facilitando ainda a compra de máquinas e equipamentos dentro do Rio Grande do Sul a partir da redução de 48 para 24 meses do tempo de creditamento do ICMS nestas aquisições. No Polo Naval de Rio Grande, houve em 2013 a entrega de três plataformas, que geraram um recorde histórico nas exportações do Estado, das quais representaram um percentual de quase 25%. Além disso, como forma de expressar a competitividade no Rio Grande do Sul, houve novas encomendas junto ao estaleiro RIG, formado pelas empresas Queiroz Galvão, IESA e Camargo Corrêa, das plataformas P-75 e P-77, e ao EBR, consórcio das empresas Toyo e Setal, da plataforma P-74, cujos valores somados atingem US$ 2,34 bilhões. Além destes, há também os estaleiros D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O ERG 1 e ERG 2, das empresas Ecovix-Engevix e Mitsubishi, que contam com encomendas de cascos e sondas no valor de US$ 5,6 bilhões. Em termos de qualificação profissional, a AGDI articulou a partir de missão à Europa em 2011 uma parceria com a BG Brasil, que gerou investimento de R$ 2,9 milhões em escolas locais, formando 600 profissionais entre 2011 e 2013. Ainda, de modo a planejar o futuro tanto do setor como da região, foram feitos estudos para criação de diretrizes para o desenvolvimento da indústria oceânica no Estado, para estimar o impacto local e regional decorrente da implantação do estaleiro EBR em São José do Norte e um plano de execução para expansão de um novo bairro em São José do Norte a partir da instalação do EBR. Como forma de descentralizar o setor, evitando que se atinja um gargalo de mão de obra e serviços relacionados em Rio Grande, e também como forma de disseminar o dinamismo da indústria oceânica pelo Estado, foram criados dois novos Polos Navais entre 2012 e 2014. O Polo Naval do Jacuí, que abrange os municípios de Charqueadas, São Jerônimo, Triunfo, General Câmara e Taquari está focado na construção de módulos e subitens para plataformas do Polo de Rio Grande e demais polos do país. Já estão em instalação as empresas IESA e METASA, que contam atualmente com encomendas de quase US$ 800 milhões, havendo outras quatro empresas em processo de implantação. Em conjunto com a BG Brasil, foram iniciados em novembro de 2013 no SENAI local cursos de formação para recursos humanos para o setor, no valor total de R$ 500 mil. Por sua vez, o Polo Naval de Guaíba, decretado em janeiro de 2014, está se focando na construção de módulos e grandes equipamentos para plataformas offshore. Estão em fase de implantação três empresas, uma na Zona Mista de Guaíba e outras duas na região do Cais de Porto Alegre. Ainda no esforço de constituir e fortalecer os Polos Navais gaúchos, o Programa de Apoio às Cadeias e Arranjos Produtivos Locais selecionou o Polo Naval e Offshore de Rio Grande e Entorno e o Polo Naval do Jacuí no edital de 2013. O APL sediado em Rio Grande é gerido pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e conta com recursos de R$ 250,7 mil para execução de governança local e elaboração de plano de desenvolvimento. Já no APL Polo Naval do Jacuí, gerido pelo Consórcio Intermunicipal de Gestão Ampliada da Região Carbonífera (CIGA – Carbonífera), está em construção a governança local, a partir de convênio no valor de R$ 101 mil. Há ainda políticas ativas de promoção à inovação e ao desenvolvimento científico e tecnológico no setor, lideradas pela Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), com orçamento de R$ 4,8 milhões para os editais da REDERIOSUL, que já beneficiaram 12 projetos de pesquisa na área de petróleo e gás. Além disso, o Programa Gaúcho de Apoio aos Parques Científicos e Tecnológicos (PGTec) já disponibilizou, através dos editais de 2012 e 2013, R$ 3,8 milhões para o OCEANTEC, parque tecnológico ligado à Universidade Federal do Rio Grande (FURG), cujo foco é a indústria naval. Como forma de demonstrar o grande dinamismo recente, o setor apresenta taxas de crescimento altíssimas, com crescimento acumulado entre 2011 e 2013 de 114.581,8%. Além desse desempenho, o Estado ainda vem construindo ações que ampliam a competitividade de longo prazo, ensejando a continuidade do crescimento em solo gaúcho. Média de Crescimento 2011-2013 Acumulado 2011-2013 946,7% 114.581,8% 19 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Reciclagem e Despoluição A Política Industrial do Rio Grande do Sul foi elaborada tendo como uma de suas premissas a sustentabilidade ambiental com ênfase em soluções para utilização de resíduos como insumos ou produtos para outras aplicações. Além dessa diretriz transversal, foi criado o programa setorial de Reciclagem e Despoluição, com foco tanto no apoio às empresas prestadoras de serviços ambientais como no suporte ao desenvolvimento e adoção de formas ambientalmente mais responsáveis de produção industrial. Desse modo, o BRDE criou em 2012 o Programa Produção Mais Limpa, que reúne linhas de financiamento específicas para projetos que visem à redução do impacto ambiental em empreendimentos privados. Entre os itens a serem financiados, encontram-se projetos de reciclagem, tratamento de efluentes, compostagem de resíduos da agroindústria, aproveitamento energético de biomassa, entre outros. Por sua vez, dentro do Programa de Apoio às Cadeias e Arranjos Produtivos Locais, coordenado pela AGDI, foi inserido o Projeto Simbiose Industrial, que prevê o mapeamento da geração de resíduos dentro dos APLs Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha; Metalmecânico Pós-Colheita, no Noroeste Colonial; Moveleiro da Serra Gaúcha; Pedras, Gemas e Joias, no Alto da Serra do Botucaraí; e Polo de Moda da Serra Gaúcha. O projeto será executado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), por intermédio do Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL). Da mesma forma, o Projeto Extensão Produtiva e Inovação, que oferece a pequenas e 20 médias empresas industriais ações de assessoria e capacitação, também incluirá a partir de 2014 um módulo de Produção Mais Limpa, oferecendo às empresas atendidas uma consultoria para elaboração de planos de gestão de resíduos sólidos. De forma complementar, a AGDI e o BRDE assinaram com a Fundação Escola-Empresa de Engenharia (FEENG) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) convênio para diagnóstico da oferta de serviços ambientais para o setor industrial produtor de resíduos no eixo Porto Alegre – Caxias do Sul. Como resultado desse estudo, será possível empreender ações mais bem estruturadas para o setor, com foco em inovação e qualificação profissional, por exemplo. O Governo do Estado também auxiliou na promoção da Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (FIEMA), realizada pela Fundação PROAMB em Bento Gonçalves em 2012 e 2014, contribuindo para torná-la referência no cenário brasileiro para sustentabilidade. Na edição de 2014, o BRDE estará promovendo seminários, rodadas de negócios e apresentação dos instrumentos de “financiamento verde” no Brasil. O banco, em parceria com a Assessoria de Cooperação e Relações Internacionais (ACRI), também realizou em março de 2014 missão precursora à Alemanha com o propósito de fomentar parcerias internacionais para a FIEMA. Esta missão foi sucedida em maio com missão à International Trade Fair for Environment, WasteWaterandWasteDisposal (IFAT), maior feira de sustentabilidade do mundo, com o propósito também de ampliar o porte da FIEMA. Outra medida realizada objetivando a promoção de inovação foi a apresentação para empresas do setor do Fundo de Inovação em Meio Ambiente (FIMA), gerenciado pela INSEED Investimentos. Esse fundo busca a diminuição do impacto ambiental das empresas, contando com recursos de R$ 150 milhões D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O originários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Governo do Estado, através do BRDE, também apoia o Banco de Resíduos da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), que, além de dispor de ambiente virtual para oferta e demanda de resíduos, também dispõe de grupo de discussões que propõe ações com foco nas soluções para os problemas ambientais gerados ao longo do processo produtivo industrial. Em paralelo a estas medidas, o Governo do Estado estruturou o mecanismo da Sala do Investidor, um ambiente transparente para a atração de investimentos para o Rio Grande do Sul, com uma prospecção ativa por novos empreendimentos ligados à reciclagem. Atualmente, há quatro projetos, representando investimentos de R$ 53,4 milhões e previsão de geração de 137 empregos. Entretanto, faz-se necessário notar que há diversos projetos de empresas de outros setores com foco em sustentabilidade que não estão incluídos nesta soma. Pode-se dar destaque ao investimento da Ecocitrus, que passou a produzir GNVerde a partir do gás metano gerado na compostagem. Além desse, houve também investimento da Fundação PROAMB, para a construção de unidade de processamento e blendagem de resíduos industriais inflamáveis para queima sem emissão de poluentes. Este investimento foi realizado como oportunidade de negócios decorrente de legislação ambiental da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM). Essas ações contribuíram para que o volume de vendas do setor registrasse alta de 40,9% no acumulado de 2011 a 2013. A geração de empregos também cresceu, com 1.428 novos postos de trabalho formais a partir de 2011, um crescimento de aproximadamente 12% em relação a 2010. Entretanto, a evolução do setor vai além desses indicadores, visto que investimentos de empresas de outras áreas em produção mais limpa, por exemplo, não estão incluídos. Desse modo, o Rio Grande do Sul não apenas aumenta o seu PIB, mas eleva o seu desenvolvimento ao aliar maior produção com maior responsabilidade ambiental. 45,0% 40,9% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 11,1% 12,7% 12,5% 2012 2013 10,0% 5,0% 0% 2011 21 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Energia Eólica A geração de energia eólica deu um salto no Brasil nos últimos 10 anos, com o Rio Grande do Sul sendo um dos Estados que lideram este processo, a partir da construção dos Parques Eólicos de Osório, em operação desde 2006. Com o aumento da competitividade desse tipo de geração, a partir de 2011 o Estado viu a construção de diversos outros parques, com vitórias importantes nos leilões eólicos de 2009 em diante. Como forma de melhorar a coordenação das ações com foco no setor, em 2012 foi criado o Programa Gaúcho de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Energia Eólica (RS Eólica), liderado pela SDPI, encarregado de formular os incentivos necessários para o desenvolvimento da geração eólica no Estado. Um dos papéis exercidos foi o da prospecção por investimentos no setor através de missões internacionais, com idas às feiras Husum Wind Energy, na Alemanha, e EWEA, na Dinamarca. Outra ação foi a promoção da RENEX South America, ocorrida em Porto Alegre em novembro de 2013 em parceria com a Hannover FairsSulamérica, que terminou com US$ 44 milhões de expectativa de negócios envolvendo energias renováveis para 2014. Ainda, cabe ressaltar a participação nos eventos da BWO 2011, 2012 e 2014, nos quais houve a presença da AGDI através de estande institucional. Mas o principal foco foi a elevação da participação de parques gaúchos nos leilões de energia eólica, que resultaram em 83 novos parques (1750,9 MW) no Rio Grande do Sul, dos quais 12 (241 MW) já estão em operação e outros 73 (1.509,9 MW) estão/estarão em obras. No total até 2018, somados os 228MW oriundos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA e aos 27MW para autoprodução da Fábrica da Honda Automóveis do Brasil, ter-se-á 2.005,9MW instalados no RS com investimentos de R$ 8,4 bilhões, além dos parques que podem vir a ganhar os próximos leilões e outros que possam vir atuar no mercado livre e como autoprodutores de energia elétrica. O grande número de parques em fase de instalação, aliado à tradição da indústria e dos trabalhadores no Estado, fez com que passasse a ser possível erigir uma nova cadeia fornecedora para o setor, com investimentos na Sala do Investidor que atingem R$ 567 milhões. Dessa forma, não só é elevada a geração de energia elétrica no Estado, como há também um aumento da atividade industrial e da geração de empregos, com estimativa de quase mil novos postos de trabalho, formando um cluster eólico na Região Metropolitana de Porto Alegre. Esses investimentos farão com que aerogeradores e torres metálicas passem a ser produzidos localmente, elevando a atratividade do Estado para novos parques eólicos. Outras ações do Governo Estadual incluem a atualização do atlas eólico, publicado em 2002, que continha medições até 50m, enquanto os parques atuais contam com torres com altura ao redor de 100m. Convênio para execução já foi assinado entre AGDI e ELETROSUL, com previsão de conclusão em 2014. Além disso, está em elaboração o zoneamento econômico-ambiental para o setor, em parceria com o Sindicato das Empresas de Energia Eólica do RS (Sindieólica RS) com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), facilitando o trâmite ambiental para os parques eólicos. Dessa forma, em conjunto com a construção de usinas de outras fontes, o Estado cria condições para, ainda na década atual, alterar a sua situação de importador de energia do resto do país para a situação de exportador, diminuindo ainda a sua dependência das condições climáticas que afetam a geração hidrelétrica. Ou seja, o Rio Grande do Sul passa a contar com uma fonte de energia renovável, sem impacto poluidor, e que através das indústrias fornecedoras ainda gera emprego e renda para a população gaúcha. 22 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Biocombustíveis (Etanol e Biodiesel) A geração de energias alternativas no Rio Grande do Sul tem progredido enormemente em anos recentes, tanto a partir de fonte eólica como de biocombustíveis. Neste segmento, o Rio Grande do Sul tem capitaneado a produção de biodiesel, ao mesmo tempo em que o Governo do Estado apoia o desenvolvimento da produção de etanol, com vistas a atender a grande demanda local. Em relação ao biodiesel, houve a partir de 2011 o início da operação de quatro novas usinas, instaladas nos municípios de Canoas, Ijuí, Camargo e Muitos Capões, com uma capacidade diária de produção de 1.466 metros cúbicos de biodiesel. Conforme a ANP, com o início de operação dessas indústrias, o Rio Grande do Sul atingiu um percentual de 25,86% do total de capacidade de produção do Brasil. Ainda, há dois novos projetos no Estado que elevarão ainda mais esse percentual, com previsão de mais 900 metros cúbicos diários de capacidade autorizada. Em relação ao etanol, houve importante apoio do Governo do Estado em articulação para liberação de R$ 5,5 milhões da Petrobras para a Embrapa realizar pesquisa de novos cultivares de cana-de-açúcar. Essa pesquisa será realizada sob coordenação da unidade Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, e vai avaliar variedades de cana-de-açúcar mais adaptadas às condições climáticas do Estado. O projeto também visa desenvolver e indicar um modelo de sistema de produção com base em estudos da adubação e épocas de plantio, e ainda vai disponibilizar um zoneamento agroclimático da cana-de-açúcar sob clima temperado. O governo ainda incentiva através de desoneração fiscal o estabelecimento de novas indústrias produtoras de etanol. Um indicativo da movimentação recente do setor foi a realização de eventos de energias renováveis no Estado, como o Simpósio Estadual de Agroenergia, realizado em novembro de 2012 por EMBRAPA, EMATER/RS, Fepagro/ RS e Universidade Federal de Santa Maria, com patrocínio da SDPI. Nesse fórum, foram apresentadas para o setor as últimas pesquisas tanto relativas a biodiesel quanto a etanol. Outro evento relevante ocorrido no período foi a RENEX South America, promovida em novembro de 2013 pela Hannover FairsSulamérica com apoio da AGDI, que terminou com US$ 44 milhões de expectativa de negócios para 2014. Dentro da RENEX foi assinada ainda manifestação de interesse da AGDI com a Plataforma Brasileira de Bioquerosene, apoiando esforços para a substituição dos combustíveis de aviação à base de petróleo por biocombustíveis. O desempenho do setor, visível por meio do seu volume de vendas, apresenta muitas variações entre 2011 e 2013, tendo registrado forte queda em 2012 e importante recuperação em 2013. No acumulado dos três anos, o setor cresceu 15,4%. A atratividade do Estado para novos negócios foi independente dessas variações, com a Sala do Investidor registrando 12 projetos ativos de investimentos, com R$ 1,16 bilhão de aportes e geração de 918 empregos. Desse modo, o Rio Grande do Sul mostra que está na vanguarda entre os Estados brasileiros no setor, desenvolvendo-se para um futuro em que os combustíveis fósseis não serão mais tão acessíveis como hoje. 50,0% 41,7% 40,0% 30,0% 24,1% 20,0% 15,4% 10,0% 0,0% -10,0% 2011 2012 -20,0% -30,0% -34,4% -40,0% 23 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Semicondutores O setor de semicondutores no Estado do Rio Grande do Sul deu seus primeiros passos em 2011 com a inauguração do basecamp da HT Micron no campus da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em São Leopoldo, quando começou o encapsulamento de chips. A consolidação veio em outubro de 2013, com a inauguração da nova fábrica, no valor de R$ 56 milhões, chegando a um total de R$ 110 milhões investidos no projeto. De suma importância para o Estado se encontra a consolidação do Instituto de Semicondutores da UNISINOS, o ITT Chip, um centro de referência nacional em pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor. A liberação de verba de R$ 16 milhões da FINEP em dezembro de 2013 permite que o centro seja finalizado, com a construção de novos laboratórios de alta tecnologia, permitindo a prestação de serviços para empresas brasileiras de semicondutores. O instituto também se beneficia de parceria com universidades coreanas, propiciando a capacitação de professores e o intercâmbio de alunos de graduação e pós-graduação, que se qualificam para trabalhar no setor. Esses avanços foram construídos através de uma grande parceria entre a empresa sul-coreana HanaMicron e o grupo gaúcho PARIT. Nessa modelagem, foi decisivo o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS), do Governo Federal, assim como o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Um dos reflexos da movimentação do setor no Estado, que conta também com o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), foi a realização em Porto Alegre da feira BITS a partir de 2011. Promovida pela Hannover FairsSulamérica em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e apoio da AGDI e do BADESUL, a feira contou com a participação de mais de 600 empresas de Tecnologia da Informação. Por parte do Governo Estadual, parte do valor do financiamento foi repassado pelo BADESUL, que apoiou decisivamente o projeto, ao passo que a Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), através do Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTEC), está investindo um total de R$ 5,4 milhões no TECNOSINOS. Além disso, em 2011 foi concedida pela Secretaria da Fazenda (SEFAZ) isenção de ICMS nas entradas de máquinas e equipamentos industriais destinadas à fabricação de semicondutores. Com o início das operações da nova fábrica da HT Micron, que elevará a sua produção em larga escala, previsto para março de 2014, o Rio Grande do Sul dará um salto qualitativo no seu desenvolvimento, passando a ter duas empresas enquadradas no PADIS em plena operação, colocando o Estado em situação de destaque no cenário nacional de semicondutores. E, sendo este um setor de fundamental importância para a indústria de ponta, dá um passo gigantesco na manutenção e construção da competitividade da sua economia. 24 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Saúde Avançada e Medicamentos Entre 2011 e 2014, o orçamento do Governo Federal para a área da saúde sofreu uma grande elevação, saindo de aproximadamente R$ 70 bilhões para R$ 92,3 bilhões em 2014, um crescimento de quase 10% a.a.. Montante ainda maior é previsto para os gastos privados, composto pelos atendimentos que não estão integrados ao Sistema Único de Saúde. Neste momento, em consonância com o Plano Brasil Maior e com a Política de Desenvolvimento Produtivo, a Política Industrial do Rio Grande do Sul busca trazer para o Estado as empresas e tecnologias que tenham capacidade para atender a esta crescente demanda nos segmentos de fármacos e equipamentos médicos. Com esse objetivo, adotou-se uma prospecção ativa por novos empreendimentos, que incluiu missões às maiores feiras do setor na América Latina e no mundo: a Hospitalar, em São Paulo; a Bio, nos Estados Unidos; e a Medica, na Alemanha. Assim, no segmento de fármacos houve a aquisição da Multilab pelo Grupo Takeda, que trará investimentos para pesquisa e desenvolvimento para a fábrica gaúcha, e a ampliação da Kley Hertz, com um valor total de R$ 100 milhões. No subsetor de equipamentos médicos e hospitalares foi firmada a ampliação da Medicone, no valor de R$ 7 milhões. No total, a Sala do Investidor registra um total de doze projetos de investimentos ativos, com previsão de geração de 1.150 empregos e R$ 406,2 milhões de investimentos. titiva do Sistema de Desenvolvimento para matchmakings durante a Feira Hospitalar de 2013, em São Paulo, com foco em pequenas empresas. Desta forma, os resultados das cinco companhias apoiadas foram potencializados, com R$ 540 mil em vendas e diversos outros negócios encaminhados, a partir de um aporte de R$ 50 mil da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI). Em relação às empresas já instaladas em solo gaúcho, o Governo do Estado passou a apoiar a criação de uma governança, através do Programa de Fortalecimento das Cadeias e Arranjos Produtivos Locais. Estão sendo investidos com este fim R$ 101 mil no APL do Complexo Industrial da Saúde, em parceria com a Fundação Delfim Mendes Siqueira, na Região Sul do Estado. Além das ações empreendidas dentro do APL, foi firmado no final de 2013 convênio com a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO) que prevê um estudo de prospecção tecnológica para o setor, que inclui mapeamento das empresas, diagnóstico do marco legal existente e definição de cenários tecnológicos para o setor. Um dos principais focos da ação do Estado tem sido a retomada da produção do Laboratório Farmacêutico do Rio Grande do Sul (LAFERGS), que interrompeu em 2004 a fabricação de medicamentos. Em abril de 2013, foram assinadas três Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Ministério da Saúde para a fabricação de fármacos contra malária e leishmaniose, em conjunto com o Laboratório Cristália. O valor anual do mercado para esses medicamentos é estimado em R$ 14 milhões. Já em dezembro de 2013 foi firmada uma nova PDP com a empresa Lifemed, de Pelotas, para a produção de filtros para hemodiálise, cujo volume de compras pelo Governo Federal atingiu R$ 2 bilhões em 2013, com economia estimada de R$ 108 milhões anuais a partir da PDP. Nesse modelo de negócios, o parceiro comercializa os produtos com a marca Lafergs, além do compromisso de transferir a tecnologia para o laboratório público. Ainda, dentro do Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais, o setor foi o primeiro a ter orientação da equipe de Inteligência Compe- Ainda como forma de retomar a produção, foram feitas parcerias com a Faculdade de Farmácia da Univer- No início de 2014, o Governo do Estado concedeu um novo incentivo tributário para o setor, criando um crédito presumido de 30% do ICMS devido. Esse benefício pode ser ampliado em caso de realização de investimentos aprovados pelo FUNDOPEM, quando ele atinge o percentual de 60% do ICMS devido. 25 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O sidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com a empresa Multilab, do Grupo Takeda, tendo como objetivo, respectivamente, o suporte à fabricação de protetor solar pelo LAFERGS e o licenciamento de 13 medicamentos do grupo Multilab para produção pelo laboratório gaúcho. E, de modo a tornar a tomada de decisões do laboratório mais ágil, foi aprovado pela Assembleia Legislativa no final de 2013 projeto de lei que transforma o LAFERGS em empresa pública, diretamente vinculada à Secretaria da Saúde. O desempenho mostra uma resposta positiva a essas ações, com crescimento de 5,9% no acumulado do volume de vendas do setor de 2011 a 2013. Mais do que isso, os investimentos privados realizados e as ações empreendidas pelo governo estruturam o Estado para aumentar sua participação nesse setor essencial para o desenvolvimento brasileiro. 26 12,0% 9,4% 10,0% 8,0% 5,9% 6,0% 4,0% 2,1% 2,0% 0,0% -2,0% 2011 -4,0% -6,0% -5,2% 2012 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Indústria da Criatividade O setor da economia criativa foi um dos grandes focos de atuação do Governo do Estado dentro da Política Industrial. A partir de 2011, foram reunidos dentro do Programa Setorial, coordenado pela AGDI, representantes dos segmentos audiovisual, design, gemas e joias, jogos digitais e moda, discutindo as principais necessidades e oportunidades identificadas em cada uma destas áreas. Dessas discussões foi identificada a necessidade de mapeamento do setor no Rio Grande do Sul, tendo sido contratado pela AGDI em 2012 junto à Fundação de Economia e Estatística (FEE) um estudo para este fim, que resultou no lançamento em 2013 do e-book “Indústria Criativa no Rio Grande do Sul: Síntese Teórica e Evidências Empíricas”. Essas iniciativas se somaram às de outros atores do governo, resultando na criação do programa RS Criativo, que sob a coordenação da Secretaria da Cultura (SEDAC) articula todos os órgãos estaduais que têm interfaces com o setor, consistindo em um ganho qualitativo na elaboração de políticas públicas voltadas à área criativa. Dentro deste guarda-chuva, estão instrumentos como o Sistema Pró-Cultura (SEDAC), Programa de Arranjos Produtivos Locais (AGDI), missões internacionais (Assessoria de Cooperação e Relações Internacionais – ACRI), editais de pesquisa aplicada para Economia Criativa (Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Tecnológico – SCIT), editais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), entre outros. Um dos segmentos que mais evoluíram no período foi o de jogos digitais, que com o apoio do Governo do Estado criou a Associação dos Desenvolvedores de Jogos do Rio Grande do Sul (ADJOGOS/RS). A partir dessa organização, o setor submeteu proposta nos editais de apoio aos arranjos produtivos locais do Governo do Estado, no qual ficou como suplente, e do Governo Federal, no qual recebeu R$ 50 mil em recursos para a elaboração de plano de desenvolvimento. O papel de destaque alcançado em território nacional levou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) a trazer uma das etapas do planejamento estratégico do seu programa setorial, o Brazilian Games Developers, para ser rodada em Porto Alegre. A AGDI ainda patrocinou um evento da ADJOGOS/RS, que contou com capacitação para mais de 10 empresas e realizou rodadas de negócios entre as suas associadas e potenciais investidores. Além disso, devido ao grande sucesso do estande da ADJOGOS/RS na feira BITS 2013, a associação foi convidada para a curadoria da feira em 2014, que também é realizada com apoio do Governo do Estado. Outra forma de atuação do governo é o Programa de Apoio às Cadeias e Arranjos Produtivos Locais, que apoia as aglomerações de Audiovisual, na Região Metropolitana de Porto Alegre; Polo de Moda, na Serra; e Pedras, Gemas e Joias, no Alto da Serra do Botucaraí. No APL Audiovisual, a entidade parceira é a Fundação Cinema RS (FUNDACINE), que utilizou até novembro de 2013 R$ 101 mil para consolidação de governança, tendo firmado dois novos convênios em dezembro de 2013, no valor de R$ 280 mil para apoio às ações de governança e R$ 100 mil para elaboração de plano de desenvolvimento. Para este segmento houve também como avanço a gestão do Fundo Setorial do Audiovisual por parte do BRDE, em parceria com a ANCINE, incentivando os produtores audiovisuais do Estado a se candidatarem aos recursos disponíveis no Fundo. Para o APL Polo de Moda, a entidade gestora é a Associação Polo de Moda da Serra Gaúcha, que dispôs de um total de R$ 630,2 mil para governança, plano de desenvolvimento e outras ações. Por fim, o APL de Pedras, Gemas e Joias, cuja entidade gestora é a Agência de Desenvolvimento do Alto do Botucaraí, já utilizou R$ 454,5 mil para governança, plano de desenvolvimento e novos produtos. Como forma de estender os instrumentos de Política Industrial ao interior do Estado, o Projeto Extensão Produtiva e Inovação atende empresas com foco na realização de diagnósticos e elaboração de planos de 27 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O desenvolvimento, já tendo atendido a 25 empresas de segmentos da Indústria da Criatividade. Com foco na promoção de pesquisa relacionada ao setor, a SCIT criou em 2012 um Programa de Apoio à Indústria Criativa, que contou com recursos totais de R$ 5,7 milhões nos editais de 2012 e 2013, beneficiando um total de nove projetos de pesquisa. O setor apresentou desempenho apenas regular nos anos recentes, com crescimento acumulado de 3,6% entre 2011 e 2013. Entretanto, visto que diversas atividades não são captadas pelo IVI, o desempenho pode ser melhor visto através da geração de empregos, ainda que a informalidade também dificulte um maior acompanhamento. Este ponto de vista mostra performance superior, com um incremento de aproximadamente 7% nos postos formais, ou seja, 14,5 mil novos trabalhadores ocupados a partir de 2011. Geração de empregos 20.000 17.253 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 7.031 6.872 6.000 3.350 4.000 2.000 0 2011 28 2012 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Economia Tradicional Agroindústria Carne Bovina O setor teve em 2011 um grande avanço com a realização do alinhamento estratégico da cadeia da carne bovina. Nesse fórum, foram reunidos os principais atores, apresentados cenários e tendências para os eixos sanidade, tecnologia de produção e mercado, e definidos os projetos para cada um dos eixos temáticos. Foi criado dentro desse âmbito o Programa de Valorização da Carne Gaúcha, que engloba os três eixos, com ações específicas para cada um deles. Dentro do eixo tecnologia de produção, foi criado o Programa Dissemina, operado no Estado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (FEPAGRO). Esse programa disponibiliza 300 mil doses de sêmen e nitrogênio a preços subsidiados, como forma de melhorar a qualidade da carne gaúcha e ampliar o seu acesso ao mercado nacional e internacional. O programa também inclui a compra de veículos de transporte para os kits para os municípios conveniados. Em 2013, foi finalizada a fase piloto, com participação de 30 municípios, que já receberam treinamento, veículos e os kits de inseminação. Outros 50 municípios já receberam treinamento e estão aguardando o recebimento dos veículos e kits para passarem a operar o programa. Até o final de 2014, a meta é atingir um total de 150 municípios. Dentro do eixo sanidade, o Estado também está com ações para a melhoria dos serviços de inspeção animal, com a realização de concurso para a contratação de 120 médicos veterinários e engenheiros agrônomos para o cargo de Fiscal Estadual Agropecuário. Também está se investindo na reforma das 239 Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas, que estão recebendo novos móveis, veículos e equipamentos de informática, possibilitando um grande avanço nos seus serviços. Ainda, houve assinatura de termo de cooperação técnica com o Estado de Santa Catarina para transformar a BR-101 em corredor sanitário, diminuindo o custo logístico no transporte de produtos de origem animal para o restante do país. Para o eixo mercado, está em discussão a criação do Fundo Gaúcho da Carne e do Instituto Gaúcho da Carne, cuja função será de aumentar a produção do setor, e aos moldes do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (FUNDOVITIS) e do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), também promoverão comercialmente a carne produzida no Rio Grande do Sul. Também estão em andamento tratativas para introduzir a rastreabilidade do rebanho gaúcho, ampliando de forma expressiva a inserção da carne gaúcha nos mercados internacionais. Nesse âmbito, o Programa Gaúcho de Alimentos Premium está definindo diretrizes que destaquem os produtos agropecuários do Estado nos mercados interno e externo, elevando a agregação de valor realizada no Rio Grande do Sul e permitindo aos produtores auferirem maior renda. Neste contexto, o setor registrou declínio nas vendas entre 2011 e 2013, acumulando queda de 14%. Com as ações em curso, como a introdução da rastreabilidade e a criação de um Fundo e um Instituto para o setor, criam-se condições para que essa queda não só seja revertida, mas para que o setor amplie de forma permanente a sua participação na economia gaúcha. 29 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Carne Suína A Política Industrial do Rio Grande do Sul destacou entre os seus setores estratégicos a cadeia de produção da carne suína, disponibilizando uma série de incentivos para a elevação da competitividade do setor no Estado. Dessa forma, o governo não só interviu em momentos de crise como buscou criar soluções de longo prazo para os principais gargalos, como o fornecimento de insumos para rações e a discriminação tributária em relação a outras carnes. O ICMS do setor, historicamente distinto do cobrado sobre outras carnes, teve uma equalização em relação ao setor avícola a partir de novembro de 2013, conforme decreto 50.863/13. Dessa forma, carnes de aves e de suínos passam a ter a mesma alíquota quando tiverem o mesmo tipo de tratamento. Ainda, o decreto 49.535/12 instituiu a sistemática da substituição tributária para o setor, que permitiu a detecção de irregularidades que criavam concorrência desleal entre as empresas. Outro benefício garantido via Política Industrial foi na aquisição de máquinas: no início do governo, o prazo para creditamento do ICMS nas aquisições de máquinas produzidas no Estado era de 48 meses. Este prazo foi sendo gradativamente reduzido, estando atualmente em 30 meses e com nova diminuição para 24 meses já prevista na legislação, a partir de março de 2014. No referente aos insumos, durante a crise ocorrida em 2012 o governo concedeu diferimento na importação de milho, soja em grão e farelo de soja, como forma de preservar o nível da atividade industrial. Houve ainda seguidas reduções de base de cálculo nas saídas de suínos vivos para outros Estados, como forma de manter a renda dos produtores. E, como forma de criar uma solução de longo prazo, foram criados os programas Mais Água, Mais Renda, de irrigação, e o RS Mais Grãos, que conferem subsídio à compra de equipamentos de irrigação e armazenagem, respectivamente. Desse modo, o governo apoia o aumento da safra de grãos e a sua manutenção no Estado, possibilitando uma redução nos custos de ração. Os bancos públicos do Estado também participam ativamente do fomento ao setor, ofertando as linhas de crédito do BNDES aos criadores e indústrias. Nessa linha, a partir de março de 2013 o Banrisul passou a oferecer R$ 250 milhões em financiamentos para a comercialização de milho produzido no Rio Grande do Sul, incentivando que a produção gaúcha do grão seja destinada às empresas locais. O Estado também tem ações para a melhoria dos serviços de inspeção animal, com a realização de concurso para a contratação de 120 médicos veteriná- 30 rios e engenheiros agrônomos para o cargo de Fiscal Estadual Agropecuário. Também está se investindo na reforma das 239 Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas, que estão recebendo novos móveis, veículos e equipamentos de informática, possibilitando um grande avanço nos seus serviços. Ainda, houve assinatura de termo de cooperação técnica com o Estado de Santa Catarina para transformar a BR-101 em corredor sanitário, diminuindo o custo logístico no transporte de produtos de origem animal para o restante do país. Um reflexo dessas ações é que, após um longo período, voltaram a ser realizados investimentos pelas empresas, com quatro projetos industriais na Sala do Investidor, previsão de aporte de R$ 82 milhões e geração de 344 empregos diretos. No agregado do setor* , o volume de vendas mostrou grande evolução a partir de 2011, com avanço acumulado de 43,9% em comparação com 2010. Essa evolução se refletiu na geração de 2.188 novas vagas formais a partir de 2011. * Incluindo avicultura. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Avicultura A indústria produtora de carne de aves é um dos focos da Política Industrial do Rio Grande do Sul. A partir do diagnóstico de que um percentual significativo das vendas no Estado eram de produtos trazidos de outros Estados, o governo adotou incentivos tanto para o produto final como para os principais insumos, como forma de ampliar a competitividade da avicultura gaúcha. No referente à tributação, o decreto 49.535 instituiu a sistemática da substituição tributária para o setor, que permitiu a detecção de irregularidades que criavam concorrência desleal entre as empresas. Dessa forma, foi possível elevar o crédito presumido de 2%, vigente no início de 2012, para 5,5% a partir de setembro de 2012, com grande estímulo à competitividade. Este benefício foi tão satisfatório que o seu prazo, originalmente de um ano, foi estendido indefinidamente em dezembro de 2013. Outro benefício garantido via Política Industrial foi na aquisição de máquinas: no início do governo, o prazo para creditamento do ICMS nas aquisições de máquinas produzidas no Estado era de 48 meses. Esse prazo foi sendo gradativamente reduzido, estando atualmente em 30 meses e com nova diminuição para 24 meses já prevista na legislação, a partir de março de 2014. No referente aos insumos, durante a crise ocorrida em 2012 o governo concedeu diferimento na importação de milho, soja em grão e farelo de soja, como forma de preservar o nível da atividade industrial. Entretanto, como forma de criar uma solução de longo prazo, foram criados os programas Mais Água, Mais Renda, de irrigação, e o RS Mais Grãos, que conferem subsídio à compra de equipamentos de irrigação e armazenagem, respectivamente. Dessa forma, o governo apoia o aumento da safra de grãos e a sua manutenção no Estado, possibilitando uma redução nos custos de ração. Os bancos públicos do Estado também participam ativamente do fomento ao setor, ofertando as linhas de crédito do BNDES aos criadores e indústrias. Desse modo, a partir de março de 2013 o Banrisul oferece R$ 250 milhões em financiamentos para a comercialização de milho produzido no Rio Grande do Sul, incentivando que a produção gaúcha do grão seja destinada às empresas locais. Outro reflexo da atuação dos bancos foi na oferta de linhas de crédito para adequação de aviários às Instruções Normativas 56 e 59, em parceria com a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV). Um dos 31 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O instrumentos para disseminação destes programas é o Projeto Extensão Produtiva e Inovação, que atendeu a 18 empresas do setor avícola, auxiliando na elaboração de diagnósticos da produção e auxiliando no acesso a programas de governo. mentos de informática, possibilitando um grande avanço nos seus serviços. Ainda, houve assinatura de termo de cooperação técnica com o Estado de Santa Catarina para transformar a BR-101 em corredor sanitário, diminuindo o custo logístico no transporte de produtos de origem animal para o restante do país. Um reflexo dessas ações é a atração de investimentos relacionados ao setor, com dois projetos industriais na Sala do Investidor, com previsão de aporte de R$ 75,5 milhões. No agregado do setor*, o volume de vendas mostrou grande evolução a partir de 2011, com avanço acumulado de 43,9% em comparação com 2010. Essa evolução se refletiu na geração de 2.188 novas vagas formais a partir de 2011. O Estado também está com ações para a melhoria dos serviços de inspeção animal, com a realização de concurso para a contratação de 120 médicos veterinários e engenheiros agrônomos para o cargo de Fiscal Estadual Agropecuário. Também está se investindo na reforma das 239 Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas, que estão recebendo novos móveis, veículos e equipa- 12,0% No agregado do setor de carnes – que inclui aves, suínos e bovinos, entre outros animais –, foi registrado entre 2011-2013 crescimento acumulado de 11%. 11,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 3,7% 4,2% 2012 2013 2,8% 2,0% 0,0% 2011 * Incluindo suínos. 32 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Leite e Derivados O setor de Leite e Derivados recebeu diversas contribuições dentro da Política Industrial, com ações de qualificação aos produtores, incentivo ao melhoramento genético do rebanho e subsídio à compra de equipamentos. Além disso, com a aprovação na Assembleia Legislativa do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (PRODELEITE) e do Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (FUNDOLEITE), o governo levará o setor a um novo patamar de desempenho no mercado brasileiro e mundial. Aos moldes do que ocorreu com o Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (FUNDOVITIS) e com o Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), o foco é criar uma maior organização dentre o setor a partir da criação do Instituto Gaúcho do Leite (IGL). Contando com uma administração privada, o instituto contará com 98% dos recursos do fundo, possibilitando a elaboração de projetos de desenvolvimento para toda a cadeia leiteira do Estado. Com foco na melhoria da qualidade do leite, foi também criado o programa Mais Leite de Qualidade, que oferece subsídio na compra de ordenhadeiras e de resfriadores de expansão. Assim, produtores que não contam com estes equipamentos poderão migrar de faixa de qualidade, passando a receber remuneração maior pelo leite vendido às indústrias, cumprindo ainda a Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Agronegócio. Para qualificar os produtores familiares, foi criado o Programa Leite Gaúcho, que ofereceu assistência técnica a 23.698 famílias a partir de 2011, oferecendo ainda cursos de capacitação que tiveram mais de 30 mil participantes. O programa também financia a compra de sementes forrageiras com juro zero, beneficiando cerca de 15 mil famílias no inverno de 2012 e 2013, e cerca de 7 mil durante o verão destes anos, com um volume total de financiamentos de R$ 9,3 milhões. Foram beneficiadas ainda 5.768 famílias com um total de R$ 832 mil em financiamentos para a compra de equipamentos e sêmen para melhoramento genético, qualificando o rebanho gaúcho. Também a fim de promover o melhoramento genético, foi criado o Programa Dissemina, que já comprou 30 veículos com equipamentos de inseminação para municípios conveniados. O Estado também está com ações para a melhoria dos serviços de inspeção animal, com a realização de concurso para a contratação de 120 médicos veterinários e engenheiros agrônomos para o cargo de Fiscal Estadual Agropecuário. Também está investindo na reforma das 239 Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas, que estão recebendo novos móveis, veículos e equipa- 33 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O mentos de informática, possibilitando um grande avanço nos seus serviços. Ainda, houve assinatura de termo de cooperação técnica com o Estado de Santa Catarina para transformar a BR-101 em corredor sanitário, diminuindo o custo logístico no transporte de produtos de origem animal para o restante do país. Para promover regiões com vocação para setores específicos, existe o Programa de Apoio às Cadeias e Arranjos Produtivos Locais, que apoia o setor leiteiro dentro do APL de Agroindústria Familiar da Região Celeiro. Estão sendo investidos R$ 601 mil, divididos entre execução da governança, apoio às ações do arranjo e elaboração de plano de desenvolvimento. Atendendo esse público de micro e pequenas empresas, o Estado também disponibiliza o Projeto Extensão Produtiva e Inovação, que já atendeu a 18 empresas do setor. Essas ações contribuíram para a atração de 14 novos investimentos, no valor de R$ 411,8 milhões, com 34 previsão de geração de 1.381 empregos diretos. Dentre esses projetos, se destaca o aumento na capacidade de produção de leite em pó, assim como novas práticas de produção associada dentro de cooperativas. Além disso, houve ainda investimentos no terminal de Rio Grande, ampliando a competitividade logística nas vendas para Estados do Nordeste, por exemplo. Dessa forma, as ações da Política Industrial contribuíram para que o volume de vendas registrasse crescimento acumulado de 25% entre 2011 e 2013, mostrando a força desse importante setor da economia gaúcha. Média de Crescimento 2011-2013 Acumulado 2011-2013 7,7% 25,0% D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Grãos – Arroz A partir da crise vivida pela produção orizícola em 2011, o Governo adotou diversas medidas como forma de estimular a retomada desse importante setor econômico. Com uma atuação conjunta dos Governos Federal e Estadual com a cadeia produtiva, não só foi possível recuperar o espaço dentro do Rio Grande do Sul, com estabilidade de preços e fomento à agregação de valor, como se iniciou uma estratégia para avançar além das fronteiras do Brasil. Fator determinante para a retomada do setor foi a articulação com o Governo Federal para a renegociação de dívidas dos arrozeiros no valor de R$ 1,5 bilhão, que foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional em dezembro de 2012. Desse modo, garantiu-se que os produtores não ficassem desatendidos pelas linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), prejudicando o investimento nas safras seguintes. Da mesma forma, o Governo Federal apoiou o setor com a compra de 500 mil toneladas de arroz para assistência humanitária, auxiliando no enxugamento do excedente de produção. No Estado, houve cooperação por parte da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), que prorrogou o vencimento de dívidas e suspendeu os cortes de energia, tornando possível o funcionamento da irrigação na safra seguinte. Foi concedido também pelo Governo Estadual um novo benefício tributário ao setor, elevando-se o crédito presumido de 3,5% sobre o valor da operação para até 7%. O valor mais elevado é atingido pelas indústrias que beneficiam o arroz produzido dentro do Rio Grande do Sul, favorecendo o produtor local em relação ao de fora do Estado. Além disso, com esta nova regulamentação passam a ser coibidas práticas desleais de concorrência, favorecendo a isonomia entre as empresas do setor. Dentro desse âmbito, também passou a ser obrigatório o uso de Nota Fiscal Eletrônica nas saídas para outros Estados. Além disso, foram criados programas com impacto direto na produtividade, como o fomento à rotação de culturas, que gerou na safra 2013/14 um total de 350 mil hectares de soja plantados, contra 150 mil hectares dois anos antes. Está também em fase de construção o Centro de Excelência na Difusão de Tecnologias Orizícolas que prevê um aprofundamento nas pesquisas e ações de qualificação de produtores. Esse centro está avaliado em R$ 9,2 milhões, financiados com recursos do BNDES. Houve também a realização de concurso por parte do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), prevendo 116 novas vagas para técnicos de nível médio e superior voltados para o desenvolvimento do setor. Para estimular as exportações, foi firmada parceria entre o IRGA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), com a criação de programa para fortalecer a imagem do arroz brasileiro fora do país, o Brazilian Rice. Nesse âmbito, foram realizadas missões para África do Sul, Alemanha, Angola e França ao longo de 2012 e 2013, com participação em feiras como a SIAL Paris. Ainda, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), houve o oferecimento de curso de capacitação para exportações, do qual participaram 28 empresas. Esta parceria prevê também a elaboração de estudos para mercados-alvo, missões internacionais de divulgação e catálogos de empresas. Essas ações tiveram resultado positivo durante a Expoarroz 2013, quando rodadas de negócios tiveram participação de 11 compradores de 7 países, gerando mais de R$ 7 milhões de compras. Dessa forma, a estagnação das vendas apresentada pelo setor entre 2010 e 2011 foi superada, tendo registrado um crescimento no volume de vendas de 14,2% no acumulado 2011 a 2013. Assim, pode-se dizer que houve retomada de força no mercado interno, e que agora o mercado mundial é o próximo objetivo. 20,0% 15,0% 14,2% 12,9% 10,0% 7,5% 5,0% 0,0% 2011 2012 -5,0% -5,9% -10,0% 35 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Grãos – Soja e Milho A produção de grãos no Rio Grande do Sul tradicionalmente tem um impacto grande no PIB estadual, com grande crescimento em anos de grandes safras e retração em períodos de estiagem. Dessa forma, foi criado o programa Mais Água, Mais Renda, com foco em superar a dependência estrutural do Estado em relação às condições climáticas. O programa parte do diagnóstico de que a grande maioria da produção de grãos em área de sequeiro não tem qualquer tipo de equipamento de irrigação, levando a uma oscilação grande na produção em cada ano, diretamente dependente da distribuição pluviométrica. Dessa forma, do ponto de vista do produtor a irrigação serve como um seguro, garantindo níveis mínimos de produção. Além disso, a melhor distribuição da água gera uma grande elevação de produtividade, que pode aumentar em até 4 vezes na produção de milho e 2 vezes na produção de soja. 36 Desse modo, o programa Mais Água, Mais Renda se propõe a incentivar a elevação da área irrigada subsidiando diretamente o produtor na compra de equipamentos de irrigação por pivô, carretel, gotejamento, assim como plantadeiras microcamalhoneiras. O subsídio se dá sobre até 100% da primeira e da última parcela do financiamento, dependendo do porte do produtor. Outro incentivo é a simplificação do licenciamento ambiental e da outorga prévia do uso da água para açudes de até 10 hectares e áreas irrigadas de até 100 hectares. Até o final de 2013, já haviam sido aprovados pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA) um total de 2.477 projetos de irrigação, que confirmados geram um volume total de financiamentos de R$ 306,1 milhões, com R$ 53,6 milhões em subvenções. O aumento de área irrigada a partir destes financiamentos chega a 66,8 mil hectares, um avanço expressivo em relação aos aproximadamente 105 mil hectares de áreas de sequeiro que já contavam com irrigação até 2010. Foi criado ainda o programa RS Mais Grãos, que oferece subsídio do Estado para modernização, ampliação e adequação de estruturas de armazenagem de D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O pequenas e médias propriedades. Um dos principais focos do programa é a adequação de estruturas de secagem e armazenagem de tabaco, que ficam ociosas nove meses do ano e podem ser convertidas durante esse período para a secagem e armazenagem de milho. O subsídio será de 100% na primeira e na última parcelas do financiamento, voltado para produtores familiares. Demais produtores de porte médio ou acima podem se beneficiar também pela agilidade no licenciamento ambiental, desde que a capacidade seja limitada a 80 mil sacos. Uma vez revertido o déficit atual de armazenagem, passa a ser possível reter a produção de milho em solo gaúcho, reduzindo o gargalo logístico e possibilitando uma maior agregação de valor em território gaúcho. Os bancos públicos do Estado também participam ativamente do fomento, ofertando as linhas de crédito do BNDES aos criadores e indústrias. Desse modo, a partir de março de 2013 o Banrisul oferece R$ 250 milhões em financiamentos para a comercialização de milho produzido no Rio Grande do Sul, incentivando que a produção gaúcha do grão seja destinada às empresas locais. O Projeto Extensão Produtiva e Inovação tem um papel importante neste contexto, disponibilizando a micro e pequenas empresas um diagnóstico das suas atividades e a elaboração de um plano de desenvolvi- mento, já considerando os instrumentos oferecidos pela Política Industrial do Estado. Desde 2011, 21 empresas de soja e milho já foram atendidas pelo Projeto. Com essas ações, aliadas a condições climáticas favoráveis, o crescimento do volume de vendas de 2011 para 2013 atingiu 11,5%. Da mesma forma, entre 2012 e 2013 as exportações de soja se elevaram em 113,9%, evidenciando a retomada desse importante setor da economia gaúcha. 30,0% 24,5% 22.8% 20,0% 11,5% 10,0% 0,0% 2011 2012 -10,0% -20,0% -30,0% 37 -27,1% 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Vitivinicultura A indústria vitivinícola gaúcha teve como ponto de inflexão a criação do Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura (FUNDOVITIS) e do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), que desde 1998 promove o setor. O Governo do Estado buscou através da Política Industrial o fortalecimento da atuação do órgão, que articula o setor em prol do desenvolvimento. Esse apoio ao instituto foi expresso através do aumento do percentual de recursos do fundo obrigatoriamente repassados ao instituto, que foram elevados de 25% para 50% a partir de 2012. Dessa forma, o instituto passou a ter mais recursos para utilizar em ações de pesquisa de mercado, promoção comercial interna e externa, assim como planejamento de longo prazo do setor. Um dos reflexos da ação do instituto foi o acordo setorial com associações de importadores, distribuidores e supermercados. Nesse acordo, ficou definida ação conjunta para elevar em 25% a venda de vinhos brasileiros, que terão o mesmo percentual disponível nas prateleiras dos supermercados. Já as importadoras se comprometeram a trabalhar com pelo menos três empresas locais cada uma, ampliando o acesso do vinho gaúcho ao mercado brasileiro. Também financiado com recursos do FUNDOVITIS, está em execução projeto em conjunto com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (EMATER) para levar assistência técnica e extensão rural a produtores de uva. Serão abrangidas as regiões do Vale do Jaguari, Quarta Colônia, Centro Serra, Alto Uruguai e Campanha, num aporte total de R$ 2,2 milhões. Há também projeto para a implantação de vinhedos em assentamentos nos municípios de Hulha Negra, Candiota, Pinheiro Machado e Santana do Livramento, com valor estimado em R$ 850 mil cada um. Por sua vez, micro e pequenas empresas são atendidas hoje pelo Projeto Extensão Produtiva e Inovação, que já beneficiou com diagnósticos e elaboração de planos de aperfeiçoamento um total de nove indústrias do segmento. Entre os principais focos de atuação do governo esteve a promoção comercial, com diversas participações em feiras internacionais e missões ao exterior. Apenas dentro do Programa de Apoio a Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais, coordenado pela SDPI, foram realizados 34 apoios, dentro das feiras Prowein (2012 e 2013), na Alemanha, e London Wine Fair (2011, 2012 e 2013), na Inglaterra, gerando mais de US$ 3 milhões em negócios. Além destas, empresas foram apoiadas também em feiras multissetoriais, como a Anuga (2013), na Alemanha, e a Chimport 38 (2013), na China. Dentre as missões, foram realizadas degustações na missão do governador à Cuba, que gerou nova degustação em Bento Gonçalves com comitiva cubana. Além desse apoio, o Estado também busca a atração de novos investimentos para o setor, especialmente no apoio a ampliações de empresas já instaladas no Estado. Com esse fim, foram apoiados na sua implantação cinco projetos de investimento, com previsão de aporte de R$ 105,6 milhões em sua instalação, com destaque para o investimento da cooperativa vinícola Nova Aliança, no valor de R$ 71,7 milhões. Assim, houve expressivo aumento do volume de vendas na comparação com os anos anteriores, com crescimento total de 35,6% no acumulado de 2011 a 2013. Também foi observada uma significativa elevação das exportações, que passaram de R$ 23 milhões em 2010 para R$ 41,4 milhões em 2013, tornando claro que o desenvolvimento do setor ultrapassa as fronteiras do Rio Grande do Sul e do Brasil. 40,0% 35,6% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 14,3% 13,8% 10,0% 4,2% 5,0% 0,0% 2011 2012 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Trigo e Cereais de Inverno O segmento foi incluído entre os setores estratégicos da Política Industrial em setembro de 2013, em função da grande importância do cereal para o consumo humano e a baixa produção do grão no Brasil, um dos maiores importadores mundiais. Agrega-se a esse quadro, o grande potencial de produção em solo gaúcho de um grão de qualidade, que pode ser utilizado pela indústria na fabricação de massas alimentícias, produtos de panificação, biscoitos e bolachas. A partir da inclusão na Política Industrial, o setor passa a gozar, em conjunto com outros setores prioritários, de uma faixa privilegiada na concessão de benefícios dentro do Programa Fundopem/Integrar, além de ganhar maior relevância quando da elaboração de políticas públicas para o setor agroindustrial. Neste pequeno período de tempo, essa inclusão já gerou o anúncio de dois projetos de investimentos, que incluem a instalação de moinho de trigo, ampliação de fábricas de biscoitos e unidade industrial de massas, no valor total de R$ 257,1 milhões. 39 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Automotivo e Implementos Rodoviários O setor automotivo apresentou grande dinamismo ao longo dos últimos dois anos, com desdobramentos tanto na atração de investimentos quanto no desenvolvimento das empresas já instaladas no Rio Grande do Sul. Um dos pontos cruciais para este crescimento foi a criação do novo regime automotivo pelo Governo Federal, o Inovar-Auto, que concede benefícios tributários às montadoras com processos produtivos locais. Nesse contexto, o Estado fez uma prospecção ativa para atração de novas montadoras, tendo realizado com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) missões à China e ao Japão, que resultaram na atração de duas montadoras de caminhões chineses, a Foton Aumark e a Shiyan Yunlihong, a se instalarem em Guaíba e Camaquã, respectivamente, com investimentos estimados em mais de R$ 400 milhões. Da mesma forma, o ano de 2012 foi marcado pelos anúncios de investimentos dos grupos Randon e Marcopolo, que tornaram pública a intenção de injetar R$ 1,1 bilhão e R$ 415 milhões, respectivamente, em ampliações e novas fábricas ao longo dos próximos anos, evidenciando a competitividade do setor automotivo no Rio Grande do Sul. Somados aos demais projetos de investimentos, atinge-se uma soma de R$ 4,7 bilhões em novas fábricas e ampliações e 6.450 novos empregos, decisivamente apoiados na Sala do Investidor e no Fundopem/Integrar, instituídos a partir de 2011. A partir desses empreendimentos o foco passou a ser também o adensamento da cadeia, tanto relativo à atração de fornecedores externos para suprir os novos empreendimentos quanto à realização de rodadas de negócios entre empresas-âncora e fornecedores locais, como realizado com a Foton. Deste modo, foi criado em dezembro de 2013 o Programa de Incentivos à Cadeia Produtiva de Veículos de Transporte de Carga (PROCAM/RS), que concede incentivos materiais e tributários às empresas produtores desses veículos e de autopeças. Por sua vez, as empresas de porte menor não ficaram de fora do escopo das ações do Governo, que está investindo R$ 457,1 mil no Arranjo Produtivo Local (APL) Metalmecânico e Automotivo da Serra com foco na melhoria da governança do setor e na promoção de ações na área de acesso a novos mercados, formação de trabalhadores e sustentabilidade. Uma evidência da efetividade do APL, em ação coordenada pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), se deu através de edital de MDIC, por meio do qual foi possível captar R$ 1,2 milhão para projetos de capacitação e desenvolvimento de fornecedores. Além disso, o Projeto Extensão Produtiva e Inovação apoiou 24 empresas do setor em todo o Estado, auxiliando- 40 -as a realizar diagnósticos internos e elaborar planos para a melhoria da produção. Ainda, uma parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) propiciou que dezenove empresas gaúchas de autopeças participassem de extensões tecnológicas, rodadas de negócio e capacitações dentro do programa FOCEM-Auto, que promove a convergência estrutural entre os países do Mercosul. No relativo ao incentivo à pesquisa e desenvolvimento, o setor tem nove empresas beneficiadas com o Pró-Inovação, sendo a indústria com mais representatividade dentro do programa. No campo das ações de promoção de exportações, houve subsídio à participação de empresas na Feira Automechanika, na Alemanha, no ano de 2012. Em conjunto com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (SIMECS), nove empresas foram apoiadas, com mais de US$ 1,2 milhão em negócios fechados, havendo ainda o início de outros negócios não contabilizados. Essas ações contribuíram para o expressivo crescimento do volume de vendas de 2011 a 2013, que atingiu 30,9%. Houve também um expressivo aumento das exportações, que passaram de R$ 523,3 milhões em 2010 para R$ 891,4 milhões em 2012. Em relação a empregos, o saldo de 2011 até o 3º trimestre de 2013 foi de 5.683 novos postos de trabalho. 40,0% 33,6% 35,0% 30,9% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 9,5% 5,0% 0,0% -5,0% 2011 2012 -10,0% -15,0% -10,6% 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Bens de Capital – Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas e Industriais A indústria fabricante de bens de capital, máquinas e equipamentos industriais e implementos agrícolas tem um papel de grande relevância na Política Industrial do Estado. Em esforço conjunto do governo com o setor privado, o setor tem acompanhado a nova onda de investimentos privados no Rio Grande do Sul, ampliando o fornecimento local de máquinas e equipamentos. Da mesma forma, o setor de implementos agrícolas amplia o seu mercado com políticas estaduais de subsídio a equipamentos para irrigação e para armazenamento de grãos. Além do apoio ao expressivo parque industrial já instalado no Estado, houve também a chegada de novos investimentos no setor, como a empresa estadunidense Manitowoc, com aporte de quase R$ 100 milhões no município de Passo Fundo, assim como a ampliação da Stihl em São Leopoldo, com aporte de mais de R$ 500 milhões. No segmento de implementos agrícolas houve também o anúncio de R$ 75 milhões de investimentos por parte da Stara, nos municípios de Não-Me-Toque e Santa Rosa. Somado a essas fábricas, a Sala do Investidor registra um total de 26 projetos, com previsão de R$ 1,3 bilhão de investimento e geração de 3,9 mil empregos diretos. Mas o crescimento do setor vai muito além desse valor, tendo em vista a organização do Desenvolve RS pelas entidades Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ-RS), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE-RS), Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON-RS), RS Óleo e Gás, Sindicato das 41 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas ede Material Elétrico e Eletrônico (SINMETAL-RS) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-RS), estimulando o fornecimento local de máquinas e equipamentos para os mais de R$ 30 bilhões de novos investimentos no Rio Grande do Sul desde 2011. Como forma de apoiar este tipo de iniciativa, o Governo do Estado, através dos decretos 49.382/12 e 50.756/13, reduziu de 48 para 30 meses o tempo de creditamento do ICMS na aquisição de bens de capital produzidos no RS, com nova redução para 24 meses iniciando-se em 01 de março de 2014. Dessa forma, passa a ser mais vantajoso para as empresas instaladas em solo gaúcho comprar máquinas e equipamentos produzidos no Rio Grande do Sul, ao invés de trazidas de outros Estados ou do exterior. Além disto, o Programa de Incentivos à Cadeia Produtiva de Veículos de Transporte de Carga (PROCAM/RS), aprovado pela Lei nº 14.388/14, também traz entre suas diretrizes o incentivo a compras locais tanto de insumos como de máquinas e equipamentos. Por sua vez, o segmento de implementos agrícolas está se movimentando em função dos programas de irrigação, o Mais Água, Mais Renda, e de armazenagem, o RS Mais Grãos. Esses programas trabalham de forma complementar ao Plano Safra do Governo Federal, oferecendo subsídio nas parcelas de financiamentos de itens de irrigação e armazenagem. Com o Mais Água, Mais Renda foi possibilitado que 66,8 mil hectares em áreas de sequeiro passem a ser irrigados, contra um total de 105 mil hectares irrigados até 2011. O Governo também estimula os recortes regionais do setor através do Programa de Fortalecimento de Cadeias e Arranjos Produtivos Locais, que apoia a governança e a elaboração de planos de desenvolvimento nas seguintes aglomerações: (I) Máquinas e Equipamentos, na Região Metropolitana e Serra, no valor de R$ 200,8 mil, com a ABIMAQ como entidade gestora; (II) Metalmecânico Pós-Colheita, no Noroeste Colonial, no valor de R$ 532,4 mil, com a Associação Centro de Inovação Tecnológica (ACITEC) como entidade gestora; (III) Metalmecânico, na Região Central, no valor de R$ 101 mil, e a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (CACISM) como entidade gestora; e (IV) Metalmecânico e Automotivo, na Serra, no 42 valor de R$ 197,8 mil, com a Associação Arranjo Produtivo LocalMetalmecânico e Automotivo como entidade gestora. Os pequenos e médios negócios ainda são apoiados pelo Projeto Extensão Produtiva e Inovação, que já atendeu 111 empresas do setor em todo o Estado. Firmas desse porte ainda são atendidas pelo Programa de Apoio a Participação de Empresas Gaúchas em Feiras, que subsidia a participação em feiras internacionais através de estandes coletivos. Desde 2011, no segmento de máquinas para calçados foram apoiadas a participação nas Feiras Couromoda (2011, 2012, 2013, 2014), Francal (2011, 2012, 2013) e ANPIC, no México (2011, 2012, 2013), beneficiando 62 empresas. No segmento de máquinas e implementos agrícolas houve o apoio à participação na AgroBrasília (2012, 2013, 2014), no valor total de R$ 105,4 mil, beneficiando 16 firmas e gerando 35 novos negócios. Com essas ações, aliadas às boas condições climáticas na agricultura e à manutenção de taxas de juros subsidiadas por parte do BNDES, o setor registrou crescimento de 35,9% no acumulado de 2011 a 2013, com destaque para o segmento de máquinas e implementos agrícolas, que teve evolução de 68,2% no volume de vendas. Esse comportamento se reflete na geração de empregos, com mais de 6 mil novos postos de trabalho nos três primeiros trimestres de 2013, num total desde 2011 de mais de 10 mil novas vagas. 40,0% 35,9% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 17,0% 11,8% 10,0% 3,8% 5,0% 0,0% 2011 2012 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Madeira, Celulose e Móveis O setor de Madeira, Celulose e Móveis foi marcado no ano de 2012 pelo anúncio de investimento da CMPC no município de Guaíba, com aporte total estimado em R$ 5 bilhões. Esse anúncio movimenta um setor que estava estagnado desde 2008, quando iniciou a crise econômica mundial que paralisou os investimentos previstos no Estado até então. Com o investimento, a capacidade instalada para produção de celulose pela CMPC passa de 450 mil toneladas/ano para 1,8 milhão de toneladas/ano, gerando mais 1,2 mil empregos diretos. Na atual fase de construção, a demanda por trabalhadores chega a 7 mil pessoas, que estão sendo mobilizadas nas cidades do entorno por intermédio do Pacto Gaúcho pela Educação e da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). No segmento de madeira, o Governo do Estado concedeu em 2013 incentivo tributário na forma de diferimento na saída de resíduos de madeira, destinada à produção industrial ou à comercialização. Além disso, está em elaboração dentro da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA) proposta de alteração legal a respeito de licenciamento ambiental, lócus institucional de florestas plantadas e marco legal. Por sua vez, o segmento de móveis foi contemplado pelo Programa de Apoio às Cadeias e Arranjos Produtivos Locais, coordenado pela AGDI, como um dos APLs pilotos a receberem recursos do programa, na região da Serra Gaúcha. Gerido pelo Centro Gestor de Inovação Moveleiro, o APL recebeu, em 2011, R$ 53 mil para execução de governança, teve elaborado plano de desenvolvimento no valor de R$ 101 mil, teve renovado no ano de 2012 o convênio de governança, no valor de R$ 101 mil. O arranjo contou ainda com aportes da SDPI nos projetos Marioteca, que consiste em uma espécie de biblioteca de materiais, no valor de R$ 30 mil, e no projeto de Gestão da Energia, que capacitou 20 empresas do APL em gestão de energia, no valor de R$ 120,7 mil. Complementar ao APL, mas abrangendo também o restante do Estado, o Projeto Extensão Produtiva e Inovação ofereceu a um total de 188 empresas de madeira e móveis atendimento gratuito na forma de diagnóstico das atividades produtivas, elaboração de planos de desenvolvimento e auxílio no acesso a programas do Governo do Estado. Na comparação de 2013 com 2010, o setor apresentou evolução do volume de vendas de 13,5%. O segmento de móveis apresentou uma variação positiva ainda maior, que atingiu no período 15,7%. A geração de empregos seguiu essa trajetória, com mais de 5 mil novos empregos gerados a partir de 2011. Levando-se em conta que os investimentos negociados na Sala do Investidor atingem R$ 570,4 milhões, além dos R$ 5 bilhões da CMPC, pode-se dizer que há condições no Estado para que este ciclo de crescimento seja mantido para os próximos anos, mantendo o dinamismo deste importante setor industrial gaúcho. 16,0% 13,5% 14,0% 12,0% 10,0% 8,0% 6,5% 6,0% 4,4% 4,0% 2,0% 2,0% 0,0% 2011 43 2012 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Equipamentos para a Indústria de Petróleo e Gás A indústria naval gaúcha protagonizou o crescimento industrial no Estado nos últimos anos, com uma grande elevação na sua produção em função das encomendas realizadas pela Petrobras. Como forma de ampliar o desenvolvimento para as indústrias fornecedoras, o Governo do Estado criou o programa setorial de Equipamentos para a Indústria de Petróleo e Gás, no âmbito do Programa de Estruturação, Investimento e Pesquisa em Gás Natural, Petróleo e Indústria Naval do Rio Grande do Sul (RS Indústria Oceânica) e da Política Industrial do RS. Um dos focos da atuação governamental foi na promoção do Estado e prospecção por novos empreendimentos, através de missões e participações em feiras internacionais. Foram visitadas a partir de 2011 a OTC, nos Estados Unidos; ONS, na Noruega; SMM, na Alemanha; Rio OilandGas, no Rio de Janeiro; entre outras missões para Reino Unido (Offshore Europe) e Finlândia. Como resultado direto, está em instalação no Polo Naval de Guaíba uma joint-venture entre o grupo gaúcho Koch e a austríaca Palfinger, com 28 guindastes offshore, no valor de US$ 90 milhões, já encomendados. Como forma de incentivar esse tipo de parceria, foi contratado pela AGDI, em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), estudo para mapeamento de 100 empresas potenciais fornecedoras para a indústria naval, incluindo dados como principais produtos e grau tecnológico. Desse modo, passa-se a ter maior conhecimento sobre as empresas gaúchas, utilizando esse banco de dados como insumo para atração de investimentos, fomento a novas parcerias entre empresas do setor e para inserção destas empresas na cadeia de fornecedores de petróleo e gás do Estado. Também em parceria com a ABDI, iniciou-se em 2014 o programa FOCEM Petróleo e Gás, que capacitará em torno de 30 empresas gaúchas do setor em extensões tecnológicas e rodadas de negócios em conjunto com firmas de outros países do MERCOSUL, com foco na convergência estrutural entre os países-membros do bloco. Além disso, o Governo do Estado promove anualmente, a partir de 2012, o evento Rio Grande Supply Day, no qual são realizadas rodadas de negócios entre empresas âncora de indústria oceânica e potenciais fornecedores, oportunizando que o parque industrial já instalado no Estado possa se incluir na dinâmica do polo naval. São parceiros nesse evento o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval Offshore (SINAVAL), Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Serviço Brasileiro de Apoio 44 às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e a Rede Petro RS. Também com o propósito de fomentar negócios no setor, é promovida anualmente com apoio do Governo do Estado a Feira do Polo Naval, em Rio Grande, que reúne diversas delegações nacionais e internacionais e promove rodadas de negócios. Por fim, de modo a integrar a cadeia fornecedora na região dos polos navais aos estaleiros, universidades e demais atores, o Programa de Apoio às Cadeias e Arranjos Produtivos Locais selecionou o Polo Naval e Offshore de Rio Grande e Entorno e o Polo Naval do Jacuí no edital de 2013. O APL é gerido pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e conta com recursos de R$ 250,7 mil para execução de governança local e elaboração de plano de desenvolvimento. Já no APL Polo Naval do Jacuí, gerido pelo Consórcio Intermunicipal de Gestão Ampliada da Região Carbonífera (CIGA – Carbonífera), está em construção a governança local, a partir de convênio no valor de R$ 101 mil. Como resultado destas ações, a Sala do Investidor registra em carteira um total de R$ 368 milhões de investimentos, com geração prevista de 3,7 mil empregos. Nestes, não estão incluídas as diversas instalações e ampliações de empresas de outros setores, possibilitadas em função das demandas da indústria oceânica, que assim contribuem para que a produção industrial gaúcha siga crescendo acima da média nacional. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Petroquímica, Produtos de Borracha e Material Plástico A cadeia petroquímica e de transformados plásticos e de borracha, de grande importância para o Rio Grande do Sul, tem um papel relevante na Política Industrial do Estado. Por ser altamente integrada a outros setores econômicos gaúchos, além de ser alvo de ações próprias da Política Industrial, também se beneficia dos esforços do Governo do Estado em fomentar outros segmentos econômicos. No âmbito de novos investimentos, a Sala do Investidor registra para o Polo Petroquímico do Sul, em Triunfo, três novos projetos. O montante total envolve recursos na ordem de R$ 1,25 bilhão e geração prevista de aproximadamente 475 empregos diretos. Para a terceira geração, de transformação do plástico e da borracha, a Sala do Investidor registra 30 novos investimentos em todo o Estado, dentre ampliações e implantação de novas unidades, com montante de R$ 344 milhões e geração prevista de 1.720 empregos diretos. As pequenas e médias empresas ainda são apoiadas pelo Projeto Extensão Produtiva e Inovação, que já atendeu 46 empresas do setor de transformados plásticos e borracha em todo o Estado. O setor também foi contemplado pelo Programa de Apoio a Participação de Empresas Gaúchas em Feiras, com incentivo à presença nas feiras Fispal Tecnologia (2012), em São Paulo, e Expoplast (2012), no Peru, nas quais foram apoiadas 12 empresas, gerando diversas parcerias nacionais e internacionais. Em julho de 2013 houve também participação governamental em missão do setor à Feira K, na Alemanha, com foco na busca por parcerias tecnológicas com empresas e institutos de pesquisa europeus. No âmbito tributário, o Governo do Estado acabou com a necessidade de revalidação anual da equalização das alíquotas de ICMS para o setor de plásticos, acatando um pleito do setor. Para a indústria petroquímica, uma série de medidas tributárias pontuais, como isenções, diferimentos, crédito fiscal presumido foram editadas, favorecendo os investimentos realizados no Polo Petroquímico de Triunfo. Além disso, o setor foi um dos mais favorecidos pelo programa Pró-Inovação, coordenado pela Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), que concede incentivo tributário para empresas com projetos de inovação, beneficiando 5 empresas de transformação plástica. O desempenho da cadeia no Estado revela certa estagnação, com crescimento acumulado entre 2011 e 2013 de apenas 1,2%, influenciado especialmente pela queda nas vendas de resinas e elastômeros. No entanto, a terceira geração apresenta performance mais positiva, com crescimento acumulado neste período de 4,2%. Os empregos se comportaram de forma mais favorável, tendo sido gerados mais de 3 mil novos postos de trabalho em toda a cadeia. Considerando-se que o setor tem remuneração média 30% acima da média da indústria e de mais do que o dobro da média do Estado, esses novos postos de trabalho têm papel fundamental para o crescimento da economia gaúcha. Média de Crescimento 2011-2013 Acumulado 2011-2013 0,4% 1,2% 45 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Software O setor de software foi incluído na Política Industrial por sua incontestável importância na economia mundial nas últimas décadas, e como tal tem sido priorizado nas ações de Governo. A partir do diagnóstico de que o setor já está enraizado na economia gaúcha, o foco tem sido capacitar as empresas locais e ampliar a sua cooperação dentro dos arranjos produtivos já existentes, de forma a ampliar a sua competitividade nos cenários nacional e internacional. Dentro do Programa de Apoio a Cadeias e Arranjos Produtivos Locais, coordenado pela AGDI, foram beneficiados os APLs de Tecnologia da Informação da Serra e da Região Central do Estado.O programa apoia o estabelecimento de uma governança local que elabore um plano de ações para o setor na região, nas áreas de acesso a mercados, inteligência comercial, financiamento e investimento, inovação e tecnologia, formação de trabalhadores, normas e regulamentação, infraestrutura e incentivos. O APL da Serra tem como entidade gestora a Associação do Polo de Informática de Caxias do Sul (Trino Polo), e foi selecionada no edital de 2013 do programa, já tendo sido beneficiado com R$ 101 mil para execução de governança, e com R$ 30,5 mil para capacitação profissional. Da mesma forma, o APL de Tecnologia da Informação e Comunicação da Região Central, que tem como gestora a Associação Parque Tecnológico de Santa Maria (Tecnoparque), também foi escolhida no edital de 2013, recebendo inicialmente o valor de R$ 101 mil para execução de governança. Neste primeiro momento, o setor já realizou diagnóstico com as empresas locais, permitindo maior efetividade na elaboração de outras ações. Além disto, a partir de 2011 passou a ocorrer em Porto Alegre a feira BITS, promovida pela Hannover FairsSulamérica em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e apoio da AGDI e do BADESUL. Nas primeiras três edições, houve a participação de mais de 600 empresas, permitindo aos empresários gaúchos do setor entrar em contato com representantes de 31 países estrangeiros. Como resultado, foram gerados US$ 29,8 milhões apenas nas rodadas de negócios organizadas durante a feira. Nessa linha, houve também o apoio à participação de empresas do setor na feira CEBIT, na Alemanha, em 2011, 2012 e 2013. No total, 32 empresas foram apoiadas, com US$ 9 milhões em negócios gerados apenas na feira de 2012, quando o Brasil foi o país homenageado. Para atender às micro e pequenas empresas, a AGDI assinou convênio com a Associação Riograndense de Apoio ao Desenvolvimento do Software (SOFTSUL) que prevê a capacitação de 18 empresas do setor no Estado, no valor de R$ 300 mil. Esta capacitação se dá no âmbito do movimento de Melhoria de Processos do Software Brasileiro (MPS.BR). Além disso, o Projeto Extensão Produtiva e Inovação, coordenado pela AGDI, ofereceu gratuitamente a 10 empresas 46 do setor um diagnóstico interno e auxílio na elaboração de planos de melhoria de seus serviços. Ainda, como forma de apoiar o crescimento de startups, o BADESUL aportou recursos em fundo da CRP Companhia de Participações, que investe até R$ 20 milhões no capital de empresas inovadoras. Além disso, o banco também participa do fundo Criatec II, do BNDES, que apoia companhias com faturamento de até R$ 10 milhões anuais, com aporte máximo de R$ 3,6 milhões. Por fim, os três bancos do Sistema Financeiro Gaúcho operam a linha Inovacred, da FINEP, com R$ 80 milhões disponíveis em cada um dos agentes financeiros para investimentos em projetos de inovação. Houve evolução significativa de 62,5% no acumulado entre 2011 e 2013. Da mesma forma, quase 3 mil novos empregos foram gerados a partir de 2011, evidenciando a força do desenvolvimento de software no Rio Grande do Sul. 70,0% 62,4% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 27,0% 20,0% 15,2% 10,9% 10,0% 0,0% 2011 2012 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Eletroeletrônica, Automação e Telecomunicações O setor de Eletroeletrônica foi um dos focos da Política Industrial do RS, com atenção especial aos segmentos de Automação e Telecomunicações, que são líderes no mercado nacional. Por terem interface direta com diversos outros setores, como automotivo e indústria naval, o setor também se beneficia da onda de investimentos no Estado, que atingiu R$ 30,3 bilhões no final de 2013, conforme dados da Sala do Investidor. A principal ação para o setor foi o apoio à constituição do APL de Automação e Controle, nas Regiões Metropolitana e Serra, dentro do Programa de Apoio às Cadeias e Arranjos Produtivos Locais, coordenado pela AGDI. Em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE), regional do Rio Grande do Sul, que tem o papel de entidade gestora, foi assinado em 2013 convênio no valor de R$ 101 mil para execução da governança do APL. O Projeto Extensão Produtiva e Inovação atua de forma complementar, auxiliando na elaboração de diagnósticos e propondo melhorias para as empresas atendidas, já tendo auxiliado 18 empresas do setor de Eletroeletrônica. O setor registra ainda 8 projetos de investimento na Sala do Investidor, com previsão de R$ 113,8 milhões investidos e geração de 1,3 mil empregos diretos. Mas o crescimento do setor vai muito além desse valor, tendo em vista a organização do Desenvolve RS pelas entidades Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ-RS), Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE-RS), Sindicato da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON-RS), RS Óleo e Gás, Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas ede Material Elétrico e Eletrônico (SINMETAL-RS) e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE-RS), estimulando o fornecimento local de máquinas e equipamentos para os mais de R$ 30 bilhões de novos investimentos no Rio Grande do Sul desde 2011. Em particular, o setor tem participado ativamente em rodadas de negócio para fornecimento aos investimentos da CMPC e da Foton, que somam mais de R$ 5 bilhões em investimentos em fábrica de celulose e de caminhões, respectivamente. Com foco na promoção das exportações e na construção de parcerias com empresas nacionais e estrangeiras, o setor foi contemplado dentro do Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais, coordenado pela SDPI. Desse modo, foram apoiadas 15 empresas na CEBIT 2012, na Alemanha, 6 empresas na Eletron Rio 2012 e 7 empresas na CEBIT 2013. Além disso, a partir de 2011 passou a ocorrer em Porto Alegre a feira BITS, promovida pela Hannover FairsSulamérica em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e apoio da AGDI e do BADESUL. Nas primeiras três edições, houve a participação de mais de 600 empresas, permitindo aos empresários gaúchos do setor entrar em contato com representantes de 31 países estrangeiros. Como resultado, foram gerados US$ 29,8 milhões apenas nas rodadas de negócios organizadas durante a feira. Dessa forma, registrou-se crescimento do volume de vendas de 15,5% no acumulado de 2011 a 2013. Ainda foram registradas aproximadamente 2,8 mil novos empregos a partir de 2011, que não apenas auxiliam no crescimento do setor, mas geram indiretamente mais desenvolvimento para todo Rio Grande do Sul. 18,0% 15,5% 16,0% 14,0% 12,0% 10,0% 7,4% 8,0% 6,0% 4,0% 3,3% 4,1% 2,0% 0,0% 2011 47 2012 2013 Acumulado D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Calçados e Artefatos O setor de calçados vive um momento difícil no cenário nacional, causado por questões estruturais, como a competição com países do leste asiático, e conjunturais, como a taxa de câmbio atual do Brasil. A partir desse diagnóstico, sobre o qual a margem de atuação do Governo do Estado é limitada, foram adotadas medidas com foco em defender a situação dos fabricantes de calçados já instalados no Estado da concorrência desigual de outros Estados do país. Dessa forma, em 2012 foi concedido incentivo tributário que limitou a 3% a alíquota de ICMS sobre o faturamento incremental das empresas instaladas há mais de três anos no Rio Grande do Sul. Em 2013, foi concedido um novo benefício, um crédito presumido de 17% sobre o valor do ICMS da operação, restrito às saídas interestaduais. Este benefício estava previsto para valer apenas até o final de maio de 2013, com desoneração prevista de R$ 30 milhões apenas nesse período, tendo sido ampliado até o final de novembro. A partir de dezembro de 2013, ele foi prorrogado indefinidamente, mas no valor de 8,5% sobre o valor do ICMS da operação. Ainda em 2013, a cadeia foi favorecida por um diferimento parcial na aquisição de insumos produzidos no Rio Grande do Sul. Esse incentivo significa que não incidirá ICMS sobre parte das compras realizadas no Estado, com a cobrança sendo postergada para o momento de venda do calçado. Assim, não só as empresas de calçados, mas todas as suas fornecedoras são beneficiadas. Outra ação de cunho transversal foi de qualificação profissional, com apoio do Sistema de Desenvolvimento, do Pacto Gaúcho pela Educação e da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) em articulação da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (ABICALÇADOS) com o Governo Federal para ampliação das vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) voltadas ao setor. Por sua vez, as micro e pequenas empresas, que muitas vezes não se beneficiam de medidas tributárias por fazerem parte do Simples, foram contempladas com o Projeto Extensão Produtiva e Inovação, coordenado pela AGDI, que desde 2012 já atendeu a 60 empresas. O propósito do programa é realizar diagnóstico da capacidade produtiva da firma, com a elaboração de planos de desenvolvimento e apresentação dos programas de apoio do Governo do Estado. 48 O setor ainda foi o maior favorecido pelo Programa de Apoio a Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais, coordenado pela SDPI, tendo recebido aproximadamente 42% dos recursos, atingindo uma soma de R$ 1,5 milhão. Foi apoiada a participação do setor na Couromoda (2011, 2012, 2013 e 2014), Francal (2011, 2012, 2013) e ANPIC (2011, 2012, 2013, 2014). No total, foram realizados 345 apoios à participação de empresas, especialmente pequenas e micros. Apesar desses apoios, a forte concorrência internacional e as dificuldades bilaterais que desfavorecem as exportações prejudicaram o setor, que entre 2011 e 2013 registrou retração acumulada de 0,6% no volume de vendas. Entretanto, chama a atenção o crescimento do segmento de fabricação de partes de calçados, que atingiu 12% de alta nesse período, mostrando que o cluster calçadista gaúcho continua dinâmico, favorecendo as empresas nele localizadas. Média de Crescimento 2011-2013 Acumulado 2011-2013 -0,2% -0,6% D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 1.2 Outros Setores Ao longo da implantação e execução da Política Setorial, alguns setores foram surgindo como possíveis oportunidades de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul. Dois segmentos em particular – Defesa e Aeroespacial e Alimentos Premium – têm recebido destaque e, por isso, são detalhados a seguir. Defesa e Aeroespacial O Polo Espacial do Rio Grande do Sul, projeto iniciado a partir da assinatura do Protocolo de Intenções entre o Governo do Estado e a Empresa AEL Systems durante missão à Israel em abril de 2013, surgiu com a confiança em relação às competências já existentes em solo gaúcho e com a perspectiva de garantir a presença cada vez maior do Estado na base industrial e tecnológica do setor espacial na dimensão nacional. Com a finalidade de estruturar o Polo Espacial, foi criada uma Comissão Especial em meados de junho de 2013 para propor um cronograma de trabalho e um modelo de governança para a iniciativa. A Comissão Especial é coordenada pela SDPI e conta com o auxílio da AGDI, da SCIT e do CIENTEC. Como representantes da iniciativa privada, temos a AEL (Porto Alegre), a DIGICON (Gravataí), a GETNET (Porto Alegre) e a TSM (Santa Maria). As universidades são representadas pela UFRGS, UFSM, PUCRS e UNISINOS. O primeiro trabalho relevante da Comissão Especial foi o desenvolvimento do conceito de plataforma tecnológica: a partir da identificação dos vários subsistemas e componentes que compõem um microssatélite, foi realizado um trabalho conjunto de especificação das competências existentes no Rio Grande do Sul e das lacunas tecnológicas onde precisamos buscar parceiros, seja no Brasil ou em outros países. Além do apoio institucional que o Governo Estadual vem dando ao Polo, a organização de missões internacionais em busca de parceiros também constitui-se em parte relevante das ações da SDPI e da AGDI. A missão ao Canadá, no início de setembro de 2013, foi exclusivamente focada no setor espacial e objetivou encontrar parceiros nas universidades e empresas canadenses, além de buscar as melhores práticas de organização de clusters no segmento espacial. Houve reuniões com os mais importantes players do setor espacial do Canadá e foram consolidados importantes contatos para o futuro. Na missão ao Japão, no final de setembro, apesar de não ser focada no setor espacial, houve a oportunidade de apresentar o projeto do Polo Espacial em agendas específicas. Como resultado imediato da missão, houve a participação em um importante seminário sobre microssatélites entre univer- 49 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O sidades brasileiras e japonesas na Universidade de São Paulo (USP). Dessa maneira, é provável que no ano de 2014 sejam estabelecidos convênios para intercâmbio de engenheiros e desenvolvimento de projetos conjuntos tanto com universidades canadenses quanto japonesas. No edital Inova Aerodefesa, da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o projeto de microssatélites do Polo Espacial do Rio Grande do Sul conseguiu garantir cerca de R$ 5 milhões para o desenvolvimento de pesquisa em suas universidades. Uma série de outras alternativas estão sendo trabalhadas para acelerar a concretização do primeiro projeto do Polo Espacial, o Microssatélite Multi-Missão Militar (MMM 1). Além do setor espacial, o Governo do Estado busca apoiar cada vez mais as iniciativas no setor de Defesa e está desenhando robustos projetos que serão iniciados no ano de 2014. Desde a participação da AGDI em abril na maior feira internacional de defesa da América Latina, a LAAD, iniciou-se um processo de articulação com órgãos federais relacionados com o segmento de defesa, como o Ministério da Defesa e as três Forças, além dos especialistas federais do setor no MDIC, na 50 ABDI e em outras instituições. Vêm sendo desenvolvidos projetos de forma cada vez mais próxima ao COMDEFESA da FIERGS e representantes regionais, como a Agência de Desenvolvimento de Santa Maria. Os projetos que serão desenvolvidos refletem nas principais potencialidades identificadas no Estado e que estão relacionadas com as tecnologias de fronteira na esfera da defesa e que são caracterizadas por sua natureza dual, com aplicações tanto civis como militares. Esses projetos são relacionados principalmente com o segmento de Simulação, Defesa Cibernética, e Veículos Aéreos Remotamente Tripulados (VANTs). Durante este período, o principal investimento estrangeiro no setor de defesa foi do grupo alemão Krauss-Maffei Wegmann (KMW). O projeto teve seu início em 2010 com a decisão de se instalar em Santa Maria para atender a manutenção dos blindados Leopard1A5 adquiridos pelo Exército Brasileiro, com apoio importante da AGDI e da SDPI para o efetivo início das obras em 2013. Em relação a esse segmento, Santa Maria tem grande potencial de desenvolvimento de cadeia de suprimentos, com papel ativo do Governo do Estado na busca por novos investimentos. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Alimentos Premium O Grupo de Trabalho de Alimentos Premium foi criado em novembro de 2011, a partir da percepção em missões internacionais da AGDI, das grandes oportunidades de mercado para o setor gaúcho de alimentos de alto valor agregado. Participam do grupo o Sindicato das Indústrias de Alimentação (SIA/RS), o Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN), o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), com o apoio do GT Gastronomia, instituído no âmbito do Governo do Estado. Para se obter conhecimentos mais aprofundados sobre o setor, bem como de uma melhor definição do conceito de alimentos premium e das oportunidades dentro dos mercados gaúcho, brasileiro e mundial, tornou-se necessário um estudo detalhado para definir as estratégias de promoção comercial, tecnológica e produtiva da cadeia dos Alimentos Premium do Rio Grande do Sul. Em dezembro de 2012 foi assinado um convênio da AGDI com o Conselho da Agroindústria (CONAGRO) da FIERGS, que conta com 6 objetivos: 1.Conceituar os Alimentos Premium 2.Contextualizar o mercado dos alimentos no mundo e no Brasil 3.Identificar instituições de pesquisa no RS com pesquisas realizadas ou em andamento na área 4.Mapear indústrias produtoras de Alimentos Premium no RS 5.Estruturar o plano estratégico e operacional do Programa Gaúcho de Alimentos Premium do Rio Grande do Sul (PGAP-RS) 6.Propor sistema de governança para o programa A última etapa do convênio estará concluída no mês de fevereiro de 2014 e criará oficialmente o Programa Gaúcho de Alimentos Premium. Assim, o Governo do Estado terá um guia mais claro das ações a serem tomadas para o desenvolvimento deste importante segmento. Em 2012 e 2013, durante o andamento do estudo, foi apoiada a participação de empresas gaúchas nas feiras SIAL Paris, na França, e ANUGA, na Alemanha. Nessas feiras, houve a participação de 10 empresas, com quase 200 negócios fechados, em investimento da SDPI de R$ 114 mil. Além disto, houve participação da AGDI em visitas a empresas e instituições científico-tecnológicas ligadas ao setor, como forma de identificar como o segmento está sendo trabalhado no mundo e, assim, fomentar a cadeia dentro do Rio Grande do Sul. 51 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 1.3 Programa de Ações Internacionais O Programa de Ações Internacionais está focado na promoção comercial de bens e serviços gaúchos, ampliando o acesso de empresas exportadoras e potenciais exportadoras ao mercado internacional, e na atração de investimentos produtivos para o RS, dentro do objetivo maior de fomentar a competitividade dos setores estratégicos e o desenvolvimento da economia do Estado. Compõe-se de dois instrumentos principais: o Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais e o Programa de Missões Internacionais, ambos vinculados à SDPI, realizados em cooperação com a AGDI. Além desses instrumentos, a participação em missões e a atividade de atrair investimentos produtivos no âmbito internacional vêm sendo potencializadas por um número crescente de parcerias estabelecidas entre a AGDI e agências internacionais, como a UK Trade &Investment (UKTI) do Reino Unido, o InstituteofEngineers Singapore (IES), a Câmara Brasil Texas em Houston e o Germany Trade andInvest (GTAI) da Alemanha. A Secretaria apoia a participação de empresas gaúchas em estande coletivo em feiras internacionais no Brasil (fora do RS) e no Exterior. A metodologia de seleção das feiras do Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais está direcionada para aqueles eventos que atendam ao critério de fortalecimento dos setores estratégicos da Política 52 Industrial do RS. Nesse sentido, é elaborado um calendário anual de feiras internacionais, para o qual são consideradas as demandas de entidades setoriais, APLs e empresas; as priorizações estratégicas da Política Industrial; o alinhamento da promoção comercial do Estado à estratégia nacional; a participação de cada setor nas exportações gaúchas; e o histórico de apoios. No que tange aos resultados gerados pelo Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais, entre 2011 e 2013, a Secretaria apoiou 398 empresas em 48 feiras internacionais, realizadas no Brasil (29), na Europa (12), na América Latina (6) e na Ásia (1), totalizando um investimento de R$ 3,6 milhões. Segundo avaliações conduzidas pela equipe da SDPI, in loco, nas feiras, entre 2011 e 2013, o valor de negócios fechados, conforme informações fornecidas pelas empresas, foi de cerca de R$ 105 milhões, ou seja, um retorno 30 (trinta) vezes superior ao valor investido. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Aporte Financeiro por Setor (%) Calçados e artefatos (41%) Outros* (21%) Agroindústria - alimentos e bebidas (13%) Agroindústria - vitivinícola (10%) Bens de capital - máquinas para calçados (4%) Software - tecnologia da informação Indústria criativa - editorial e gráfica (4%) Agroindústria - produtos orgânicos e agroecologia (3%) * Petroquímica; produtos de borracha e material plástico; indústria oceânica e pólo naval; bens de capital - máqinas agrícolas; automotivo e implementos rodoviários; madeira, celulose e móveis; indústria criativa - moda; saúde avançada e medicamentos; bens de capital - multissetorial; eletroeletrônica; automação e telecomunicação. Há, ademais, participação da SDPI/AGDI nos principais eventos mundiais dos setores da Nova Economia e da Economia Tradicional, com três objetivos: (a) promover os produtos gaúchos no Exterior, visualizar as novas tendências e tecnologias e atrair investidores estrangeiros – casos como, em estande institucional, da SPE Offshore Europe, Offshore Technology Conference (OTC), Offshore NorthernSeas(ONS), Oil&GasIndustryExhibition&Confe rence (OSEA)e SMM (Indústria Oceânica e Polo Naval); Food&HotelAsia (FHA), Anuga e Sial Paris (Agroindústria); China Wind Power e Husum Wind Energy (Energia Eólica); Medica e Bio Internacional Convention (Saúde Avançada e Medicamentos); CeBIT, World Mobile e Oracle Open World (Software + Indústria Criativa); (b) participar em eventos de renome mundial na área de competitividade e promoção de negócios, vide Global FederationofCompetitivenessCouncils (GFCC) e LatinAsia Business Forum; (c) atrair eventos internacionais ao RS, como o Renex South America (Energia Eólica) e o GFCC que tem como principais iniciativas a produção de princípios globais de competitividade e a promoção de “bestpractices” em termos de inovação e crescimento econômico. O Programa de Missões Internacionais, por seu turno, tem como propósitos a atração de investimentos para o Estado, o incremento das relações comerciais e a promoção do intercâmbio técnico e tecnológico entre o RS e os países/regiões visitados ou recebidos. Na esteira de resultados deste programa, entre 2011 e 2013, foram realizadas 63 missões pela SDPI/AGDI, divididas entre Europa (23), Ásia (22), América (17) e África (1), percorrendo 30 países. 53 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Ressalta-se, ainda, a participação do Governador em oito missões com organização/apoio da SDPI/ AGDI a: Alemanha, China, Coreia do Sul, Cuba, França, Israel, Reino Unido e Uruguai. Como resultados diretos ou indiretos das missões de atração de investimentos para o desenvolvimento do Estado, citam-se como mais relevantes: › Coreia do Sul: • Instalação da Hyundai Elevadores, investimento de R$ 30 milhões, em São Leopoldo/RS; › Reino Unido: • Firmada parceria com a British Gas para investimento, pesquisa e treinamento no setor de Indústria Oceânica que, em conjunto com o Senai e Prefeituras, já capacitou 602 alunos em Rio Grande até o final de 2013 e capacitará 84 alunos para o Polo Naval do Jacuí em 2014; ›Israel: • Protocolo de Intenções assinado com a AEL-Elbit para Criação do Polo Espacial do RS; • Exportação dos primeiros lotes de calçados femininos de couro das marcas Divalesi (Três Coroas) e Di Vitrini (Igrejinha), negociados a partir do contato feito durante a missão gaúcha pela Shoes Exportação e Importação; ›Japão: • Investimento da Mitsubishi Electric Corporation na aquisição do controle acionário da LGTech e expansão da agora denominada MELCO Elevadores do Brasil, em Guaíba/RS, no valor de R$ 73 milhões; • Compra de 30% do estaleiro brasileiro Ecovix/Engevix pelo consórcio de 5 empresas japonesas liderado pela Mitsubishi Heavy Industries, que operará os estaleiros ERG 1 e 2, em Rio Grande, no valor de R$ 600 milhões, sendo este o maior investimento externo feito pelo grupo das empresas japonesas de construção naval, até o presente momento; › China: • Instalação da fábrica de caminhões Foton Aumark em Guaíba/RS, com investimento previsto de R$ 250 milhões. O Programa de Missões destaca, ainda, a realização de eventos internacionais no Brasil e no Exterior – tais como seminários, palestras e rodadas de negócios – destinados a públicos selecionados, com o intuito de divulgar o RS, proporcionando um ambiente favorável a negócios entre empresários gaúchos e estrangeiros. 54 EIXO 02 Política da Economia da Cooperação D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 2.1. Programa de APLs A cooperação passa a ser um conceito-chave da política pública de desenvolvimento econômico. A Política da Economia da Cooperação foi institucionalizada pela lei estadual nº 13.389, de 5 de dezembro de 2011, e sua governança regulamentada por meio do decreto nº 48.937, de 20 de março de 2012. O primeiro objetivo dessa política é incidir sobre o desenvolvimento econômico do Estado por meio do adensamento de cadeias e Arranjos Produtivos Locais (APLs), da cooperação entre empresas e destas com instituições do cooperativismo, da economia popular e solidária, da autogestão, do aprendizado coletivo, da inovação e da cultura exportadora. O Projeto de Arranjos Produtivos Locais (APLs) é um dos projetos estratégicos do Governo e faz parte da política de Economia da Cooperação para fomentar a governança e a capacidade técnica das comunidades dos arranjos produtivos priorizados pelo Estado, estimulando seus fatores endógenos que ampliem sua capacidade de agregação de valor, geração e apropriação local de renda. A cooperação entre instituições públicas e privadas e a coordenação de ações transversais são determinantes para a geração de externalidades econômicas. 15 mil empreendimentos e 285 mil trabalhadores. A atuação do projeto se dá através do apoio ao fortalecimento da capacidade de governança local, por meio de uma entidade gestora, para coordenação, elaboração, captação e gestão de projetos. Através de um convênio são repassados recursos para manutenção das atividades da governança. A governança deve evidenciar quais os projetos coletivos executados no APL e quantas e como foram as empresas ou produtores beneficiados. É responsável pela elaboração de uma agenda de ações, que se constitui em um conjunto de ações e projetos em execução no APL, com os respectivos recursos e responsáveis. Entre 2011 e 2013 foram apoiadas governanças de 20 APLs, em 19 regiões do Estado, e realizados cursos de capacitação para 55 gestores e auxiliares técnicos desses APLs, que abrangem Outra ação importante refere-se à contratação do Projeto Simbiose Industrial e Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para os APLs, o qual estabelece oportunidades de negócios entre as empresas participantes a partir dos recursos subutilizados disponíveis. 56 O projeto também repassa recursos para a elaboração do Plano de Desenvolvimento do APL com metodologia participativa, objetivando criar uma visão compartilhada de futuro de modo a propiciar o desenvolvimento econômico local com equidade e sustentabilidade. Foram concluídos Planos de Desenvolvimento de três APLs, oito encontram-se em elaboração e quatro em processo de conveniamento. Encontra-se em andamento o processo de contratação de consultoria especializada no desenvolvimento de estratégias coletivas de marketing com amplo conhecimento mercadológico de clusters em nível nacional e internacional. Esses Planos Estratégicos de Marketing serão elaborados para 13 APLs. Foram realizadas duas Conferências Estaduais de APLs, em 2012 e 2013, quando foram reunidos representantes dos arranjos e das instituições do Núcleo Estadual de D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Ações Transversais nos APLs para debater e avaliar as políticas públicas de APLs, gerando subsídios para o seu aperfeiçoamento.Visando à consolidação do Projeto, destaca-se a criação e regulamentação do FUNDOAPL, importante fonte de recurso destinada a apoiar projetos coletivos nos APLs, constituir cofinanciamento público privado e induzir apoio privado à governança. Encontra-se em andamento projeto que prevê um conjunto de instrumentos de monitoramento e análise para gestão de APLs do Estado, por meio da sistematização de indicadores, pesquisa qualitativa de percepção dos atores e apoio ao diálogo participativo acerca das políticas públicas voltadas ao arranjos produtivos locais. No período compreendido entre julho e dezembro de 2013, quando iniciou-se a medição dos indicadores, foram realizadas 89 ações coletivas em 15 APLs. O Projeto conta com recursos do Programa de Apoio à Retomada do Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (PROREDES-BIRD). Até 2013 foram desembolsados R$ 6,2 milhões. Até 2016, o total de recursos a ser aplicado é superior a R$ 20 milhões para a execução das ações previstas no Projeto. 57 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O SANTA CATARINA ARGENTINA URUGUAI OCEANO ATLÂNTICO Núcleos de Extensão em atividade Os APLs apoiados Atualmente, 20 APLs são apoiados pelo Governo do Estado, abrangendo 19 regiões do Rio Grande do Sul. Nesse conjunto, estão seis APLs de agroindústria familiar, três ligados à nova economia, dois de tecnologia da informação e os demais da economia tradicional. Além disso, por meio do Projeto Extensão Produtiva e Inovação, há 16 Núcleos de Extensão, constituídos em parceria com universidades locais para o atendimento a empresas. 1 Fronteira Noroeste e Celeiro Universidade Regional do Noroeste do RS (UNIJUÍ) - Santa Rosa 2 Médio Alto Uruguai Univ. Reg. Integr. do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Frederico Westphalen 3 Norte Univ. Reg. Integr. do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Erechim 4 Produção, Alto da Serra do Botucaraí e Nordeste Universidade de Passo Fundo (UPF) - Passo Fundo 5 Missões Univ. Reg. Integr. do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Santo Ângelo 6 Noroeste Colonial Universidade Regional do Noroeste do RS (UNIJUÍ) - Ijuí 7 Alto Jacuí Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) - Cruz Alta 8 Serra Universidade de Caxias do Sul (UCS) - Caxias do Sul 9 Central e Jacuí Centro Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) - Santa Maria 10 Vale do Taquari Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES) - Lajeado 11 Vale do Caí Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) - Montenegro 12 Paranhana - Encosta da Serra e Litoral Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT) - Taquara 13 Vale dos Sinos Universidade Feevale - Novo Hamburgo 14 Metropolitano Centro Universitário La Salle (UNILASALLE) - Canoas 15 Vale do Rio Pardo Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) - Santa Cruz do Sul 16 Centro-Sul Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) - São Jerônimo APL Região/COREDE Entidade gestora APL Agroindústria Familiar - Região Médio Alto Uruguai Médio Alto Uruguai Fundação Regional Integrada (FURI) APL Agroindústria Familiar - Região Celeiro Celeiro Associação Gaúcha dos Empreendimentos Lácteos (AGEL) APL Agroindústria Familiar - Região das Missões Missões Fundação Regional Integrada (FURI) APL Metalmecânico Pós-colheita Noroeste Colonial Associação Centro de Inovação Tecnológica (ACITEC) APL Pedras, Gemas e Joias Alto da Serra do Botucaruí Agência de Desenvolvimento do Alto do Botucaraí APL Polo de Moda da Serra Gaúcha Serra Associação Polo de Moda da Serra Gaúcha APL Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha Serra Associação Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo APL Moveleiro da Serra Gaúcha Serra Centro Gestor de Inovação Moveleiro APL Tecnologia da Informação da Serra Gaúcha Serra Associação do Polo de Informática de Caxias do Sul (Trino Polo) APL Agroindústria Familiar - Vale do Taquari Vale do Taquari Fundação Alto Taquari de Educação Rural e Cooperativismo APL Tecnologia da Informação e Comunicação da Região Central Central Associação Parque Tecnológico de Santa Maria (Tecnoparque) APL Metalmecânico da Região Central Central Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (CACISM) APL Agroindústria Familiar Vale do Rio Pardo Vale do Rio Pardo Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA) APL Polo Naval do Jacuí Centro-Sul Consórcio Intermunicipal de Gestão Ampliada da Região Carbonífera (CIGA - Carbonífera) APL Eletroeletrônico de Automação e Controle Metropolitano e Serra Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) APL Máquinas e Equipamentos Industriais Metropolitano e Serra Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) APL Audiovisual Metropolitano Fundação Cinema RS (FUNDACINE) APL Alimentos Sul Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário Edmundo Gastal (FAPEG ) APL Complexo Industrial da Saúde da Região Sul Sul Fundação Delfim Mendes Silveira APL Polo Naval e Offshore de Rio Grande e Entorno Sul Universidade Federal de Rio Grande (FURG) 58 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 2.2. Programa de Redes de Cooperação O Programa de Redes de Cooperação (PRC), implantado nos anos de 1999 e 2000, foi de tal modo bem-sucedido que permaneceu ativo ao longo de diferentes governos, tendo sido recentemente revigorado através da Lei nº 13.839, de 05/12/2011. Sua ideia central é reunir empresas com interesses comuns em redes de cooperação, constituindo uma entidade juridicamente estabelecida que mantenha a independência legal e a individualidade de cada empreendimento participante. O Programa tem como objetivo fomentar a cooperação entre empresas, gerar um ambiente de estímulo ao empreendedor e fornecer suporte técnico necessário à formação, consolidação e desenvolvimento das redes. Atualmente, há mais de cinco mil empresas envolvidas em cerca de 300 redes de cooperação no Rio Grande do Sul e seu faturamento é superior a R$ 5 bilhões. Essa adesão expressiva das empresas e os resultados financeiros evidenciam um abandono do ceticismo com que se avaliaram os benefícios da forma- ção das redes no lançamento do programa há mais de uma década. Além do aumento no faturamento das empresas atendidas, outros indicadores reforçam as consequências positivas das redes de cooperação. No ano de 2013, foram assinados convênios para a gestão de redes com a Universidade de Passo Fundo (UPF), campus de Soledade; com a Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), campus São Jerônimo; e com a FEEVALE, localizada em Novo Hamburgo, com previsão de assinatura de mais 5 convênios em 2014, com a Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Frederico Westphalen; Universidade Católica de Pelotas (UCPEL); Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) e Universidade de Caxias do Sul (UCS). Além disso, foi realizado também em 2013 estudo com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), no qual foi realizada avaliação sobre o estágio da gestão das redes formadas e apoiadas pelo programa, assim como foi elaborada metodologia de projeto colaborativo em redes. Indicadores de eficácia de empresas que atuam em redes › Aumento médio no faturamento das empresas: 26,51% › Aumento médio no número de funcionários: 36,73% › Aumento médio nos investimentos produtivos: 30,95% › Aumento médio no recolhimento dos impostos: 26,59% › Redução média dos custos: 13,38% Fonte: CPP-Feevale (Centro de Pesquisas e Planejamento), 2006. 59 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 2.3. Programa de Apoio aos Polos Tecnológicos Popular e Cidadã. Os projetos conveniados nestes últimos dois anos totalizam R$ 32,6 milhões. As áreas de atuação dos projetos estão relacionados ao estabelecido no Protocolo de Intenções que implementou cada Polo Tecnológico, são algumas delas: agroindústria, agropecuária, alimentos, meio ambiente, biotecnologia em agropecuária, têxtil, plástico, cerâmica, moveleira, engenharia, saúde. No ano de 2012, o Programa de Apoio aos Polos Tecnológicos, coordenado pela Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), lançou edital no valor de R$ 17 milhões. Foram recebidos 30 projetos, dos quais 25 receberam apoio, englobando 13 regiões do Estado. O edital de 2013 teve o mesmo valor e recebeu 69 projetos, demanda esta que ultrapassou o valor de R$ 42 milhões. Destes foram conveniados 21 projetos, em 14 regiões do Estado. Alguns dos projetos conveniados apresentam parceria com outras instituições de pesquisa e empresas da região de abrangência do Polo referente ao projeto. Destaca-se que todos os projetos contêm metas de transferência do conhecimento gerado para a comunidade regional, através de cursos, palestras, boletins técnicos e consultorias a empresas. Neste período foram também conveniados projetos submetidos à Secretaria na modalidade Participação Universidade FEEVALE COREDE Projetos Vale do Rio dos Sinos 2 Serra 3 Vale do Caí 7 Campos de Cima da Serra 1 UFPEL Sul 4 UFSM Central 6 UNICRUZ Alto Jacuí 2 Campanha 1 UCS UNIPAMPA Fronteira Oeste 1 UNISC Vale do Rio Pardo 2 UNISINOS Vale do Rio dos Sinos 1 UNIVATES Vale do Taquari 1 Produção 5 Alto da Serra do Botucaraí 1 Rio da Várzea 2 Nordeste 1 Médio Alto Uruguai 4 Vale do Jaguari 4 Missões 3 Norte 1 UPF URI 60 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 2.4. Programa Gaúcho de Cooperativismo Rural O Programa Gaúcho do Cooperativismo Rural, coordenado pela SDR, foi lançado em 2011, e desdobra-se em ações nos seguintes níveis: 1. Incentivos Fiscais; 2. Acesso ao crédito; 3. Gestão das cooperativas e 4. Mercado institucional. 1. Incentivos Fiscais: • Programa Pró-Cooperação (Lei 14.124/12, regulamentada pelo Decreto 50.124/13, Resolução CGPC 01/13) Concede incentivos fiscais às cooperativas agropecuárias de até 75% do respectivo ICMS incremental anual, sendo 60% remetido ao Fundo de Incentivo às Cooperativas Agropecuárias e os 40% restantes destinados para o Fundo de Aval para Cooperativas Agropecuárias. Já houve a adesão de três cooperativas, que já iniciaram a fruição do benefício, com outras duas em fase de análise. • Programa Gaúcho de Energia Limpa (Decreto 49.384/12) Concede diferimento de ICMS na aquisição de equipamentos produzidos no Estado, destinados à geração de energia, obtida através de Pequenas Centrais Hidroelétricas (até 20 MW) e através do biogás oriundo de atividades agropecuárias. no Conselho Diretor do programa um representante das cooperativas. Atualmente cinco cooperativas tiveram o benefício já aprovado, com outros três projetos em análise. • Isenção de ICMS nas Compras Institucionais da Agricultura Familiar (Decreto 48.318/11). Isenção de ICMS nas compras de alimentos do Estado, como as destinadas à alimentação escolar, desde que provenientes da agricultura familiar. • Benefício de ICMS para Cooperativas Centrais (Lei 13.885/12) Esta mudança garante que cooperativas centrais possam usufruir de benefício fiscal anteriormente concedido apenas para as cooperativas de primeiro grau. • Tributação Cooperativa Simplificada (Lei 13.874 de 28/12/11 e Decreto 48.839 de 01/02/12) Instituição de tributação nos moldes do simples para as cooperativas. No primeiro ano da implementação dessa lei doze cooperativas se beneficiaram no programa. 2. Acesso ao Crédito • Criação do Comitê Gestor do Programa Gaúcho do Cooperativismo Rural. Participação de Governo, Bancos e Cooperativas (Decreto 49.331 de 05/07/12) • Reformulação do FUNDOPEM (Lei 13.843/11; Decreto 49.205/12 e Decreto 50.435/13) • Programa Gaúcho de Revitalização das Cooperativas – RECOOP/RS (Lei 13.865/11; Decreto 49.332/12, Decreto 51.031/13) A reformulação do programa facilita o acesso das cooperativas, cujo montante de ICMS incremental financiado pode atingir até 100% do investimento. Foi ainda incluído O RECOOP/RS é constituído por linhas de financiamento para capital de giro, investimentos para reestruturação, verticalização, modernização, entre outras fina- 61 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O lidades.Até outubro de 2013, 44 cooperativas acessaram o Programa, com R$ 642 mi recursos BNDES e R$ 320 mi Banrisul, totalizando R$ 962 mi. • Fundo de Aval para Cooperativas Agropecuárias (Lei 13.863/11; Lei 14.196/12; Decreto 49.332/12) O Fundo de Aval se destina a avalizar operações financeiras realizadas pelas cooperativas através do RECOOP/RS, de até 80% do total financiado. Recursos orçamentários de R$ 886.500,00 mais aporte de R$ 471mil (total 1,3 mi) 3. Gestão das Cooperativas: • Programa de Extensão Cooperativa – PEC-RS (Lei 13.839 dia 05/12/11 e Decreto 49.333 de 05/07/12) O Programa tem por finalidade introduzir melhorias técnico-gerenciais, produtivas e educacionais nas cooperativas. Serão atendidas aproximadamente 200 cooperativas de portes médio e pequeno. Atualmente são acompanhadas 167 cooperativas, das quais 95 na terceira fase e 72 no processo inicial. • Programa de Acompanhamento da Gestão – PAG-RS (Lei 13.839 62 dia 05/12/11 e Decreto 49.333 de 05/07/12) O objetivo é manter a transparência das ações das cooperativas que acessarem políticas públicas do Estado. O sistema de informática foi construído, com início de operacionalização em 2014. 4. Mercado Institucional: • Compra Coletiva/RS (Lei Estadual 13.922/12; Decreto 49.338/12 e o Decreto 50.305/13) O objetivo deste programa é a compra pelo Estado, de produtos e serviços da Agricultura Familiar e da Economia Solidária. Houve a Formação do Comitê Gestor, e o programa está pronto para a operação. Aumento no limite para mais R$ 10.000,00 por Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP). • Adesão do Estado, através do DCOOP, ao Programa de Aquisição de Alimentos – PAA do Ministério de Desenvolvimento Social-MDS O Estado passa a operar, em conjunto com a Conab, e Municípios, todas as modalidades de PAA. Até 2013 foram 196 prefeituras que aderiram ao PAA. EIXO 03 Política da Firma D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 3.1. Sala do Investidor A Sala do Investidor foi institucionalizada através do decreto estadual n° 48.396, de 26/09/2011, que atribuiu à SDPI a coordenação de suas atividades. A gestão da Política da Firma é uma das principais atividades do Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma abordagem para ação direta na microeconomia, tendo como objetivo atender empresas interessadas em implantar ou expandir atividades industriais no Estado. Envolve o atendimento a essas organizações e o monitoramento de projetos de atração de investimentos, tendo como elemento central a Sala do Investidor. A Sala materializa a mudança de postura que o governo imprimiu na relação do setor público com quem está disposto a investir no Estado, tornando essa relação mais ágil e eficiente com o fim de gerar o máximo de benefício econômico à sociedade gaúcha em virtude da expansão da capacidade produtiva e do adensamento de cadeias produtivas no Estado. É um modelo de atendimento – físico e virtual – às empresas interessadas na instalação ou ampliação de plantas no Rio Grande do Sul, que almeja integrar os agentes do Sistema de Desenvolvimento Econômico a fim de viabilizar projetos de investimento. Desta maneira, busca-se sempre apresentar uma “proposta de valor” com as vantagens oferecidas às empresas para a implantação ou ampliação de empreendimentos. As atividades da Sala do Investidor utilizam regras transparentes, baseiam-se em princípios republicanos e evidenciam a relevância da transversalidade, respeitando as normas ambientais e a capacidade financeira do Estado. Os projetos são administrados por gestores capacitados, que ajudam as empresas na tomada de decisão ao estabelecerem um diálogo profissional e eficiente 64 entre o empreendedor e os demais atores públicos. Na Sala, também são repassadas, criteriosamente, informações relevantes para o investimento: incentivos fiscais, linhas de financiamento do Banrisul, do Badesul e do BRDE, distritos industriais do Estado ou de municípios, licenciamento ambiental, infraestrutura e logística, educação profissional, inteligência e informações econômicas. É, portanto, um canal de relacionamento com a empresa, um mecanismo de coordenação do governo que assegura maior eficácia e racionalidade à política pública. O gerente de projetos atua como interlocutor em todas as etapas do investimento, desde a recepção da demanda até a implantação efetiva do empreendimento. Desde 2011, foram recebidas na Sala do Investidor mais de 1.000 empresas em busca de esclarecimentos sobre os programas do Estado para investimentos, sendo que destes atendimentos, 420 tornaram-se projetos gerenciados pela Sala do Investidor, totalizando, entre ativos e concluídos, R$ 44,6 bilhões de investimentos e projeção de mais de 59 mil empregos diretos. A partir do relacionamento entre iniciativa privada e Governo do Estado, marcas globais como Honda, Hyundai, Mitsubishi e CMPC se uniram às locais Randon, Marcopolo e Stihl, que ampliaram operações. Mas não são apenas as grandes empresas que encontram abertura. Os benefícios concedidos para novos investimentos produtivos se estendem a empresas de menor D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O porte, podendo ser citadas a indústria de termomoldagem Jomo, a Amalfi Indústria de Alimentos, a Parmíssimo Laticínios e a Cooperativa Piá. Entre projetos aprovados, o Fundopem-RS já contabiliza mais de R$ 3,5 bilhões desde 2011, e outros R$ 2,8 bilhões encontram-se em análise atualmente. Projetos ativos e concluídos - por fase Fase na Carteira de Projetos Número de Projetos Investimento Empregos Diretos Projeto concluído. Empresa operando. 63 R$ 6.558.369.575 9.540 Obras em andamento. 109 R$ 13.188.120.889 22.259 Projeto elaborado. Aguardando trâmites. 173 R$ 13.110.693.465 16.416 Projeto em elaboração / negociação 73 R$ 12.019.848.145 10.470 Total 418 R$ 44.877.032.074 58.685 *Total projetos concluídos e obras em andamento: 172 projetos; R$ 19.746.490.464; 31.799 empregos diretos. 65 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 3.2. Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras O Programa de Apoio à Captação de Recursos para Empresas Inovadoras, iniciado em 2011, tem por objetivo disseminar informações e facilitar o acesso de empresas gaúchas a oportunidades de financiamento ou de fomento a projetos de inovação. Articulado pela AGDI, com a participação do Sistema Financeiro Gaúcho, o Programa persegue uma dinâmica objetiva e direta por meio de encontros individualizados de empresas com as instituições de apoio. Seu foco principal está nas necessidades das empresas de capital gaúcho; no entanto, também serve para atender a forte demanda por inovação advinda dos setores estratégicos da Política Setorial. Para divulgar as ações entre as empresas e aumentar o alcance do programa, a AGDI utiliza tanto a rede de contatos dos Grupos de Trabalho Setoriais, quanto o relacionamento direto com associações setoriais e de classe.Em sua etapa inicial, a AGDI estabeleceu uma ativa parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a qual disponibilizou técnicos para várias rodadas que ocorreram em Porto Alegre com o intento de aproximar as empresas gaúchas daquela agência federal e, assim, melhorar a informação sobre as condições de oferta e o acesso a recursos de seus programas de apoio à inovação, em especial o Inova Brasil. Em virtude da descentralização das ações da FINEP os esforços de divulgação do programa devem refletir os esforços da linha INOVACRED (linha de financiamento descentralizada da FINEP para projetos de inovação), atualmente operada pelo BADESUL e BRDE.Até março de 2014 chegou-se a mais de 150 empresas atendidas pelo 66 programa. Também iniciou-se a implementação das Redes de Inovação, como formade aumentar e qualificar os projetos de inovação das empresas gaúchas. Entre as principais redes podemos destacar a Rede Inovacom que busca promover a inovação e a competitividade da cadeia de Eletroeletrônica e de Telecomunicações do Rio Grande do Sul. Tal implementação está ocorrendo, também, através das Feiras de Projetos, onde empresas e pesquisadores compartilham suas experiências como forma de aumentar a captação de recursos de editais estaduais e federais. Em dezembro de 2013 foram realizadas as Feiras de Projetos das áreas de Petróleo e Gás e Saúde Avançada e Medicamentos, com a participação de mais de 50 empresas e pesquisadores que compartilharam suas experiências, com o objetivo de qualificar e aumentar a quantidade de propostas enviadas para o Edital Tecnova, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Ainda em 2013, a AGDI elaborou, em conjunto com o Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (CIERGS), o Programa Gaúcho de Capital Inovador, com o objetivo de capacitar empresas com projetos inovadores para receber recursos e capacitar investidores interessados em aplicar recursos nessas empresas. O Programa estará em funcionamento ao longo de 2014, com o objetivo de capacitar 15 empresas e 10 investidores. Com essa qualificação, as empresas inovadoras estarão aptas não somente a receber recursos de investidores, mas também qualificar seus projetos de inovação, e os investidores terão uma melhor percepção das diversas oportunidades de retorno que os projetos inovadores podem oferecer. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 3.3. Projeto Extensão Produtiva e Inovação O Projeto Extensão Produtiva e Inovação é um dos projetos estratégicos do Governo e faz parte da política pública para fomentar o desenvolvimento das indústrias em todas as regiões do Estado, integrante do Programa de Fortalecimento das Cadeias e APLs. Objetiva proporcionar, além de capacitações e melhorias na eficiência e eficácia produtiva, internas às empresas, o fomento à busca permanente da inovação e da sustentabilidade, orientar as empresas ao planejamento e apoiá-las na formulação de projetos para expansão, modernização e à própria inovação. Completa-se com o estreitamento de uma relação continuada de empresas com instituições locais de capacitação, tecnologia, pesquisa, crédito e ensino. A atuação do Projeto se dá através dos Núcleos de Extensão Produtiva e Inovação, que são estruturas implantadas em universidades conveniadas ao Projeto Extensão Produtiva e Inovação. Estes núcleos são responsáveis pela operacionalização do projeto junto às empresas de sua região de atuação, através de contratação de extensionistas. Entre 2011 e 2013, 17 núcleos do projeto foram implementados, através de convênios com universidades, abrangendo 22 COREDEs do Estado e mobilizando um quadro de 97 extensionistas. Essas universidades já receberam R$ 13,3 milhões, se comprometeram com R$ 1,8 milhão em contrapartidas, e com isso 1.875 empresas já foram beneficiadas. Recentemente, houve a implantação de outros quatro núcleos que atenderão as regiões Sul, Campanha, Vale do Jaguari, Fronteira Oeste, Hortênsias e Campos de Cima da Serra, totalizando então o atendimento aos 28 COREDEs do nosso Estado.O projeto conta com recursos do Programa de Apoio à Retomada do Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (PROREDES-BIRD). Serão aplicados mais de R$ 40 milhões até 2016 para a criação e manutenção de 20 núcleos em todo o Estado. Síntese do Projeto PROJETO EXTENSÃO PRODUTIVA E INOVAÇÃO PERFIL DE ATENDIMENTO Indústrias, de pequeno e médio porte, preferencialmente participantes de Arranjos Produtivos Locais, de setores estratégicos da Política Industrial do Estado ou, ainda, de setores priorizados pela região PERÍODO DE ATUAÇÃO Até um ano de trabalho DIAGNÓSTICO ATUAÇÃO DO EXTENSIONISTA No módulo básico, análise a partir de cinco áreas: Infraestrutura, Marketing e Vendas, Operações, Produção Mais Limpa e Suprimentos No módulo Produtividade e Inovação, avaliação de conjunto de ações como: P+L, Análise de Perdas, Análise Situacional da Empresa e diagnóstico em inovação No módulo básico responsável pela solução No módulo Produtividade e Inovação atua como gestor do projeto, tendo envolvimento do mapa de oferta PERFIL DAS EMPRESAS ATENDIDAS Dados de Jan/2014 Nº EMPRESAS ATENDIDAS 2011-2013 1.875 Nº TRABALHADORES 26.810 FATURAMENTO TOTAL DAS EMPRESAS ATENDIDAS R$ 3.305.740.900,90 (em 1.375 empresas atendidas 2012-2013) TOTAL FINANCIAMENTOS SOLICITADOS R$ 101.127.150,38 (em 410 projetos) 67 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O SANTA CATARINA ARGENTINA URUGUAI OCEANO ATLÂNTICO As regiões atendidas Empresas de todas as regiões do Estado podem ser atendidas pelo Projeto Extensão Produtiva e Inovação. Atualmente, 16 núcleos estão em operação, e outros quatro em fase de implantação. APL Região/COREDE APL Agroindústria Familiar - Região Médio Alto Uruguai Médio Alto Uruguai 1 Núcleos de Extensão em atividade Fronteira Noroeste e Celeiro Universidade Regional do Noroeste do RS (UNIJUÍ) - Santa Rosa APL Agroindústria Familiar - Região Celeiro Celeiro 2 Médio Alto Uruguai Universidade Regional do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Frederico Westphalen APL Agroindústria Familiar - Região das Missões Missões 3 Norte Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Erechim APL Metalmecânico Pós-colheita Noroeste Colonial APL Pedras, Gemas e Joias Alto da Serra do Botucaruí 4 Produção, Alto da Serra do Botucaraí e Nordeste Universidade de Passo Fundo (UPF) - Passo Fundo APL Polo de Moda da Serra Gaúcha Serra 5 Missões Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) - Santo Ângelo APL Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha Serra 6 Noroeste Colonial Universidade Regional do Noroeste do RS (UNIJUÍ) - Ijuí APL Moveleiro da Serra Gaúcha Serra 7 Alto Jacuí Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ) - Cruz Alta APL Tecnologia da Informação da Serra Gaúcha Serra 8 Serra Universidade de Caxias do Sul (UCS) - Caxias do Sul APL Agroindústria Familiar - Vale do Taquari Vale do Taquari 9 Central e Jacuí Centro Centro Universitário Franciscano (UNIFRA) - Santa Maria APL Tecnologia da Informação e Comunicação da Região Central Central 10 Vale do Taquari Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES) - Lajeado APL Metalmecânico da Região Central Central 11 Vale do Caí Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) - Montenegro APL Agroindústria Familiar Vale do Rio Pardo Vale do Rio Pardo 12 Paranhana - Encosta da Serra e Litoral Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT) - Taquara APL Polo Naval do Jacuí Centro-Sul 13 Vale dos Sinos Universidade Feevale - Novo Hamburgo APL Eletroeletrônico de Automação e Controle Metropolitano e Serra 14 Metropolitano Centro Universitário La Salle (UNILASALLE) - Canoas APL Máquinas e Equipamentos Industriais Metropolitano e Serra 15 Vale do Rio Pardo Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) - Santa Cruz do Sul APL Audiovisual Metropolitano 16 Centro-Sul Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) - São Jerônimo APL Alimentos Sul APL Complexo Industrial da Saúde da Região Sul Sul APL Polo Naval e Offshore de Rio Grande e Entorno Sul 68 EIXO 04 Instrumentos Transversais D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 4.1. Novo Fundopem/RS O Novo Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (FUNDOPEM/ RS), é um instrumento do Poder Executivo que visa à promoção do desenvolvimento socioeconômico, integrado e sustentável do Rio Grande do Sul. A estrutura legal que regra a concessão dos incentivos FUNDOPEM/ RS e INTEGRAR/ RS tem por base a lei nº 11.916/2003 (última atualização Lei nº. 13.843/2011), regulamentada pelo decreto nº 49.205/2012. Tem por objetivo apoiar, mediante inventivo financeiro, os projetos de empresas que venham a realizar investimentos no Estado, dos quais resultem a implantação, expansão e modernização de unidades industriais. Também apoia a implantação de centro de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico. O FUNDOPEM/RS não libera recursos financeiros para a empresa realizar seu investimento. O apoio é por intermédio do financiamento parcial do ICMS incremental mensal devido gerado a partir da sua operação industrial, tendo por base de cálculo o ICMS devido de todos os estabelecimentos industriais da mesma, situados no Estado, cujas operações estejam diretamente relacionados com o projeto. O valor máximo do benefício é de até 100% dos investimentos em ativos fixos na atividade industrial, com o financiamento mensal limitado a 9% do faturamento bruto incremental mensal, não podendo exceder ao valor correspondente a 90% do ICMS incremental mensal devido. No caso de cooperativas de pequenos produtores agrícolas este percentual pode chegar a 100%. O percentual de financiamento é determinado por empreendimento a partir das variáveis: (i) atividade da empresa; (ii) intensidade tecnológica do setor de atividade da empresa; (iii) empresa pertencente a um dos Arranjos Produtivos Locais (APL). A empresa cujo investimento receber incentivo do FUNDOPEM/ RS terá um incentivo adicional, o Programa de Harmonização do Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Sul (INTEGRAR), que é um abatimento na forma de percentual, incidente sobre a parcela a ser amortizada do financiamento, incluindo o valor principal e os respectivos encargos. Esse percentual pode variar entre mínimo de 10% até o máximo de 90%. O percentual de abatimento é determinado por empreendimento, considerando: (i) o município de localização do empreendimento; (ii) a geração de emprego e incremento da massa salarial; (iii) o impacto ambiental. A estrutura legal que regra a concessão dos incentivos FUNDOPEM/RS e INTEGRAR/RS tem por base a lei nº 11.916/2003 (última atualização Lei nº. 13.843/2011), regulamentada pelo decreto nº 49.205/2012, e regrada pelas Resoluções Normativas do Conselho Diretor do FUNDOPEM/RS, disponíveis no site www.saladoinvestidor.rs.gov.br. As modificações nas normas destes instrumentos de incentivo foram suscitadas pela constata- 70 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O ção de uma baixa efetividade dos mesmos, cujo uso não vinha ultrapassando a marca de 10% do benefício concedido. Esta atualização permitiu melhorar os processos operacionais e ampliar os benefícios do programa. O resultado prático das modificações se mostram por intermédio do crescimento incremental dos projetos de investimentos que receberam a concessão dos incentivos, pelo Poder Executivo. No ano de 2011 até meados de 2012, período de elaboração e aprovação, pelo Conselho Diretor do FUNDOPEM/ RS, do decreto de regulamentação e as resoluções normativas, foram concedidos incentivos para 16 empresas, cujos projetos de investimento totalizaram R$ 665 milhões, com de geração de 1.375 empregos diretos. Já no segundo semestre, após a publicitação do novo regramento, foram concedidos incentivos para 26 empresas, cujos projetos de investimento totalizaram R$ 459,9 milhões, com a previsão de geração de 2.556 empregos diretos. No ano de 2013, já mais conhecido, o NOVO FUNDOPEM/RS concedeu benefícios para 72 empresas, cujos projetos de investimento totalizaram R$ 1,9 bilhão, com previsão de geração de 3.919 empregos diretos. Os quadros ao lado apresentam, graficamente, os efeitos que o NOVO FUNDOPEM/RS vem trazendo como indutor de novos investimentos no Estado. Número de empresas beneficiadas 80 70 72 60 50 40 30 26 20 16 10 0 2011 - 1º sem/2012 2º sem/2012 2013 Transição para o NOVO FUNDOPEM Número de empregos diretos gerados 4.500 4.000 3.919 3.500 3.000 2.500 2.556 2.000 1.500 1.375 1.000 500 0 2011 - 1º sem/2012 2º sem/2012 2013 Transição para o NOVO FUNDOPEM Valor (R$) total dos investimentos aprovados 2.500.000.000,00 1.905.973.828,47 2.000.000.000,00 1.500.000.000,00 500.000.000,00 665.037.483,58 459.937.848,93 0,00 2011 - 1º sem/2012 2º sem/2012 Transição para o NOVO FUNDOPEM 71 2013 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 4.2 Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (PROEDI) O Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial (PROEDI), instituído pelo Decreto nº 32.666, de 27/10/1987, possui o objetivo específico de apoiar projetos de investimento mediante a concessão de incentivo financeiro na forma de venda de terrenos a preços atrativos, em áreas de propriedade do Estado preparadas com infraestrutura necessária para atividades industriais. Esse programa envolve a constituição de Distritos Industriais por meio da regularização legal dos terrenos, da elaboração de Plano Diretor, do licenciamento ambiental e da instalação de infraestrutura de serviços de responsabilidade pública, entre outros fatores de apoio ao investimento produtivo. Prevê-se a venda dos terrenos a empresas para realização de empreendimentos considerados importantes para o desenvolvimento industrial do Estado. O Estado, sob a coordenação da SDPI, possui seis Distritos Indus- 72 triais – Alvorada-Viamão, Bagé, Cachoeirinha, Gravataí, Montenegro-Triunfo e Rio Grande –, além de um distrito caracterizado como Zona Mista Industrial no município de Guaíba. No marco da Política Industrial, o programa prevê atingir as seguintes metas com base nos recursos já obtidos pelo Poder Executivo junto ao BNDES: • Ampliação do Distrito Industrial Estadual de Rio Grande; • Ampliação do Distrito Industrial Estadual de Alvorada/Viamão; • Finalização das obras na Zona Mista Industrial de Guaíba; • Implantação do Distrito Industrial de Pelotas; • Implantação do Distrito Industrial de Cachoeira do Sul. No ano de 2013 foram elaborados os Termos de Referência para licitação dos projetos executivos de engenharia dos investimentos previstos nos distritos mencionados. Ao final do ano foram abertas as licitações dos projetos. A realização destes projetos executivos permitirão a realização de investimentos de cerca de R$ 70 milhões, no período 2014 – 2016. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 4.3. Programa de Apoio a Iniciativas Municipais O Programa de Apoio a Iniciativas Municipais fundamenta-se no Decreto nº 32.666, o mesmo que instituiu o Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial, e tem o propósito de contribuir na capacitação dos municípios para a promoção de iniciativas promissoras de desenvolvimento econômico local, bem como para a racionalização do uso do solo com base em condições ambientais de desenvolvimento sustentável. Sua execução ocorre por intermédio de duas formas de apoio a ações municipais para implantação de áreas industriais: (i) mediante o assessoramento técnico para escolha da gleba e na elaboração do Plano Diretor para implantação da Área Industrial Municipal; e (ii) quando a gleba passa à propriedade do município e há licenciamento ambiental para o loteamento da mesma. Nesse caso o Programa prevê o aporte de recursos financeiros para a implantação ou expansão da infraestrutura básica, a título de incentivo, para projetos executivos encaminhados pelas prefeituras municipais, após aprovação técnica pela SDPI. Até 2012, o programa operava na forma de “balcão”. As prefeituras que tinham interesse procuravam a SDPI, que apoiava os projetos aprovados pela ordem de protocolo dos mesmos e disponibilidade financeira. Esta forma de atuação gerava frustação para os municípios que tinham projetos aprovados, mas que não eram apoiados por não haver disponibilidade financeira na SDPI. Em 2013, essa sistemática operacional foi alterada para o apoio via edital. Assim, com recursos no âmbito do Programa de Apoio à Retomada do Desenvolvimento Econômico e Social do Rio Grande do Sul (PROREDES), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a SDPI, visando dar maior transparência e propiciar oportunidade a todos os municípios, escolheu fazer a seleção por meio do edital nº 3 01/2013, disponível no site www.sdpi.rs.gov.br, onde estão elencados os critérios necessários para os municípios participarem do mesmo. Pelo referido edital, foram selecionadas 13 municípios, com projetos que totalizam R$ 9 milhões em investimentos, em regiões consideradas estratégicas para o desenvolvimento regional do Estado, com relação à matriz industrial, localização e fatores socioeconômicos regionais. Além disso, em 2012-2013, com recursos do PROREDES BNDES, já foram apoiados municípios, no valor de R$ 2,6 milhões, e com recursos do Orçamento Estadual foram apoiados mais de 18 municípios de 2011 a 2013, totalizando R$ 3,3 milhões. 73 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Valores dos recursos concedidos em áreas industriais municipais - 2011 a 2014 Total recursos Tesouro do Estado: R$ 4.297.031,89 Total recursos BNDES: 2014 2013 2012 R$ 16.295.897,66 R$ 1.000.000,00 R$ 13.662.668,83 R$ 666.025,72 R$ 1.611.294,66 R$ 561.484,23 R$ 1.021.934,17 R$ 2.069.521,94 2011 R$ 0,00 Recursos do Tesouro do Estado Recursos do BNDES Edital 01/2013 – Relação dos Municípios aprovados pela SDPI Municípios contemplados com repasses em outros editais 74 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 4.4 Programa Pró-Inovação O Programa Pró-Inovação, coordenado pela Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), apresenta atualmente 48 empresas com potencial inovador pleiteando o benefício fiscal, incentivados por mudança normativa ocorrida em janeiro de 2012. O trabalho desde então tem sido elevar este número, a partir da realização de seminários de divulgação, como os realizados em 2013 na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS); na Feira do Polo Naval, em Rio Grande; em evento de inovação no Centro Tecnológico de Polímeros (CETEPO), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); junto ao Comitê de Inovação do Polo de Triunfo; em Pelotas, com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e do Comitê de Petróleo e Gás da FIERGS; assim como em Caxias do Sul, com o apoio da Câmara de Indústria e Comércio local, e na Feira Regional, Industrial e de Agropecuária em Erechim (FRINAPE). Após dois anos de sua reforma, o programa conta com 26 empresas com concessão de incentivo fiscal, ou seja, com abatimento de ICMS incremental. Este número evoluiu significativamente desde 2012, quando foi concedido o incentivo a quatro empresas, passando para dez no ano de 2013 e atingindo nove já no início de 2014. Até o final deste ano, a meta é que outras onze empresas sejam beneficiadas, atingindo um total de 37 firmas inovadoras. A região com maior procura pelas empresas é a região da Serra Gaúcha, que conta com ao redor de 70% do total de empreendimentos contemplados, das cidades de Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Flores da Cunha. Entre os principais setores contemplados estão o automotivo, eletroeletrônico e de plástico. 75 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O EMPRESAS CONTEMPLADAS SEDE KEKO ACESSÓRIOS S/A CAXIAS DO SUL MARCOPOLO S/A CAXIAS DO SUL SOLIDTECH 3D - ENGENHARIA E INDÚSTRIA LTDA PASSO FUNDO METALÚRGICA DANIEL LTDA NOVO HAMBURGO DIGISTAR TELECOMUNICAÇÕES S/A SÃO LEOPOLDO TERACOM TELEMÁTICA LTDA ELDORADO DO SUL DUROLINE S/A CAXIAS DO SUL COMIL ÔNIBUS S/A ERECHIM IMPLY TECNOLOGIA ELETRÔNICA S/A SANTA CRUZ DO SUL S.A.S PLASTIC IND.E COM, DE PLÁSTICOS LTDA FLORES DA CUNHA ARTECOLA INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA CAMPO BOM QUADRO G PESQUISA E DESENVOLVIMENTO LTDA PORTO ALEGRE CASTERTECH FUNDIÇÃO TECNOLOGICA LTDA CAXIAS DO SUL BEBIDAS FRUKI S/A LAJEADO FRAS-LE S/A CAXIAS DO SUL BETTANIN INDUSTRIA S/A ESTEIO USAFLEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO S/A IGREJINHA PAGANIN E CIA LTDA CAXIAS DO SUL BRAPAX – SISTEMA PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS LTDA CAMPO BOM ELO SISTEMAS ELETRÔNICOS S.A. PORTO ALEGRE VINÍCOLA GEISSE LTDA. BENTO GONÇALVES MANTOVA INDÚSTRIA DE TUBOS PLÁSTICOS LTDA. CAXIAS DO SUL VIEMAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA PORTO ALEGRE INDÚSTRIA DE IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS VENCE TUDO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. IBIRUBÁ RANDON S.A IMPLEMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. CAXIAS DO SUL DANA INDÚSTRIAS LTDA GRAVATAÍ 76 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 4.5. Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTec) O Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGTEC), coordenado pela Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT), conta com 15 Parques Tecnológicos credenciados, distribuídos por todo Rio Grande do Sul. Desses, três são considerados como consolidados, já contando com 264 empresas e 14.234 empregos diretos, e outros 12 estão em fase de consolidação. No ano de 2012 foram aprovados seis projetos, totalizando R$ 10,4 milhões de aportes, distribuídos entre as regiões Sul, Vale do Rio dos Sinos, Produção e Vale do Taquari. No ano de 2013 foi aprovado o mesmo número de projetos, totalizando R$ 10,5 milhões, distribuídos entre as regiões Vale do Rio Pardo, Vale do Rio dos Sinos, Metropolitano do Delta do Jacuí, Central, Produção e Sul. Instituição Os Parques apoiados nos anos de 2012 e 2013 atuam nas seguintes áreas: Tecnologia da Informação e Comunicação; Eletrônica; Energia e Meio Ambiente; Ciências Biológicas, da Saúde e Biotecnologia; Indústria Criativa; Automação e Engenharias; Tecnologia de Materiais; Design; Telecomunicações, Energia; Medicamentos e Cosméticos; Convergência Digital; Semicondutores; Alimentos Funcionais e Nutracêutica; Tecnologias Socioambientais; Alimentos; Oleoquímica; Metal-mecânica, Tecnologia Aviônica e Naval; Soluções em Economia Verde; Logística e Transporte Intermodal; Tendências em Máquinas e Equipamentos; Logística, Naval e Offshore; Obras Costeiras e Portuárias; Eletroeletrônico; Nanotecnologias; Fármacos; Área da Defesa; Petróleo e Gás. Desde o ano de 2012 foram apoiadas sete regiões do Estado, num montante de R$ 20,9 milhões, contemplando nove Parques Científicos e Tecnológicos consolidados e em consolidação no Estado do Rio Grande do Sul. Região Projeto FURG Sul Consolidação do Oceantec - Parque Científico e Tecnológico do Mar UPF Produção Central Multiuso de Equipamentos e Centro Tecnológico e Incubadora para Agricultura de Precisão UNISINOS Vale do Rio dos Sinos Expansão da Infraestrutura para Empresas Consolidadas do Tecnosinos UNIVATES Vale do Taquari Ampliação do Infraestrutura física do Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari - Tecnovates PCI Vale do Rio dos Sinos Implantação da incubadora tecnológica “Eutenhoumaideia” e escritório de gestão do PCI_ Parque Canoas de Inovação TECNOUNISC Vale do Rio Pardo Centro de Inovação e Difusão Tecnológica PUC Metropolitano do Delta do Jacuí Estúdio de Cinema e Televisão - Tecnopuc Viamão SANTA MARIA TECNOPARQUE Central Centro Tecnológico de pesquisa e desenvolvimento de simuladores - Cetesim UPF Produção Centro tecnológico e incubadorametalmecânica UNISINOS Vale dos Sinos Expansão e modernização da infraestrutura empresarial no Tecnosinos FURG Sul Instalação de um empreendimento âncora no Oceantec: pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico no setor de construção naval 77 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Mapa de localização dos 15 Parques Científicos e Tecnológicos Credenciados no Estado do Rio Grande do Sul, com suas respectivas Instituições Gestoras 78 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 4.6 Sistema Financeiro Gaúcho De 2011 a 2013, os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio Grande do Sul via bancos repassadores ampliou-se de R$ 8,2 bilhões para R$ 12,5 bilhões, uma elevação de 53,14%. Esse aumento deve-se, em grande medida, aos bancos do Sistema Financeiro Gaúcho, cujo crescimento neste período foi de 153,9%, passando a representar uma fatia de 24,2% do total de desembolsos, contra 14,6% no início do período, ampliando o seu papel como indutores do desenvolvimento do Estado. Além disto, cabe destacar que BADESUL, BANRISUL e BRDE passaram a operar, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), a linha INOVACRED, que disponibiliza recursos para financiamento de projetos de inovação. Em conjunto, os três bancos contam com um total de R$ 240 milhões para este fim, fomentando o desenvolvimento das empresas gaúchas. Desembolsos do Sistema Financeiro Gaúcho no Rio Grande do Sul com recursos do BNDES, 2011-2013 Valores em R$ milhões, a preços correntes 2011 2012 2013 Total Sistema Financeiro Gaúcho 968 1.838 3.032 5.838 Desembolsos do BNDES no RS - repasses 6.256 8.504 12.516 27.277 Participação do SFG (%) 15,5 21,6 24,2 21,4 Desembolsos do BNDES no RS - total 7.683 9.933 15.490 33.106 Participação do SFG (%) 12,6 18,5 19,6 17,6 79 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O BADESUL volvimento Econômico e Social (BNDES) e o produto Cartão BNDES. Os valores consolidados repassados atingiram a cifra da ordem de R$ 851,6 milhões. Em relação ao produto Cartão BNDES, o Banrisulaumentou a sua atuação, atingindo a marca de 13,2 milcartões habilitados. Foramdisponibilizados limites de crédito da ordem de R$ 1,038 bilhão desde o lançamento desse produto e expansão nominal da ordem de 46,6% nos desembolsos e de 67% no número de operações realizadas pelos clientes, ante 2012. O patrimônio líquido do BADESUL alcançou, ao final de 2013, o valor de R$ 732,3 milhões, o que demonstra um crescimento de 29,8% em relação a 2011. O Capital Social do BADESUL alcançou, ao final de 2013, R$ 659 milhões, valor este 31,8% superior ao registrado ao final de 2011. O saldo de operações ativas registrado ao final de 2013 alcançou o valor de R$ 3,4 bilhões. Este valor é 106,2% superior ao registrado em dezembro de 2011 e 52% maior que o alcançado no encerramento do exercício de 2012. Destaca-se também a habilitação do Banrisul junto ao Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), gerido pelo BNDES, que oportuniza mais uma alternativa de garantias nos financiamentos de projetos de empresas de micro, pequeno ou médio portes, as quais poderão utilizá-lo como complemento de garantias na estruturação dos financiamentos de seus projetos de investimentos em operações contratadas junto ao Banrisul. Em 2013, o BADESUL desembolsou o valor de R$ 1,61 bilhão para o financiamento de investimentos no RS, o que representa um acréscimo de 61% em relação aos R$ 999,7 milhões liberados em 2012. Deste total, aproximadamente R$ 860 milhões foram destinados aos setores estratégicos da Política Industrial do Estado. O BADESUL deixou o 5º lugar em 2011 e tornou-se, em 2013, o 2º maior agente financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a economia do Rio Grande do Sul, perdendo somente para o Banco do Brasil. BRDE O BADESUL é uma agência de fomento, cujo controle acionário é do Estado do Rio Grande do Sul, a que se circunscreve sua região de atuação. O apoio financeiro ao desenvolvimento da economia gaúcha proporcionado pelo BADESUL corresponde ao financiamento de projetos de investimentos, à prestação de fianças e à subscrição de quotas em fundos de participações de interesse da economia gaúcha. Entre os principais setores da nova economia para o RS que foram apoiados pela agência, estão o de biodiesel, o Polo Naval do Jacuí, o Polo Naval, Logístico e Portuário de Rio Grande e a indústria de semicondutores. Entre os setores da economia tradicional, as indústrias de alimentos, calçados, química, metalúrgica, mecânica e elétrica tiveram participação destacada nos financiamentos concedidos pelo BADESUL. Com foco na promoção da inovação, o BADESUL também subscreveu R$ 10 milhões no Fundo CRP Empreendedor e a mesma quantia no fundo Criatec II, do BNDES, que aportam recursos em empresas que apresentem projetos inovadores. BANRISUL O Banrisul obteve em 2013 crescimento da ordem de 30% nos repasses consolidados, ante 2012, com destaque para o Finame – PSI (Programa de Sustentação do Investimento), operado pelo Banco Nacional de Desen- 80 O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) aumentou paulatinamente sua participação no sistema de financiamento de longo prazo, suprindo, em parte, a diminuição da atividade da banca privada. Desta forma, o banco aumentou em 130% o volume financiado no RS, comparando-se 2013 com 2011, e 169% comparando-se 2013 com 2010, atingindo um montante superior a R$ 1 bilhão, contra pouco mais de R$ 390 milhões no final de 2010. Outro destaque é o aumento do apoio à Agricultura Familiar com a retomada dos convênios operacionais com o Sistema Cooperativo de Crédito, representado pelas Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária (CRESOL), Cooperativa de Crédito Rural Horizontes Novos (CREHNOR) e Sistema de Crédito Cooperativo (SICREDI). Foram contratadas a partir destes convênio mais de 1,3 mil operações em 2013, contra apenas 172 em 2012 e 193 em 2010. Também cabe destacar o incremento do crédito às micro, pequena e média empresas, cujo montante atingiu R$ 330 milhões, contra R$ 193 milhões em 2011 e R$ 113 milhões em 2010. Em consonância às políticas do estado, o BRDE, somente em 2013, financiou R$ 190 milhões em irrigação e armazenagem. O banco tradicionalmente apoia estes segmentos, sendo responsável, em média, por quase 50% do marketshare de apoio à irrigação no RS.Por fim, no setor industrial o Banco também experimentou forte crescimento, de cerca de 117% de 2013 em comparação com 2011. EIXO 05 Infraestrutura para o Desenvolvimento D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 5.1. Informação e Planejamento da Infraestrutura para o Desenvolvimento O Governo do Estado trabalha com o propósito de ampliar e qualificar a infraestrutura para o desenvolvimento da indústria gaúcha por meio da realização de investimentos nas áreas de logística, energia e comunicações. O crescimento da competitividade industrial exige o suprimento adequado de energia e de banda larga, a redução dos custos de distribuição e logística, o melhor aproveitamento dos modais hidroviário e ferroviário e a ampliação e melhoria da malha rodoviária e aeroviária, o que fará com que os produtos gaúchos cheguem mais rapidamente e com menores preços nos mercados consumidores. O Governo está elaborando o Plano de Infraestrutura para o Desenvolvimento da Atividade Produtiva no Rio Grande do Sul – uma compilação de diversos estudos realizados sobre esse tema nos últimos anos, bem como levantamento das informações atuais com os principais atores representantes de ativida- 82 des econômicas industriais, agroindustriais e de serviços ligados à infraestrutura. Essa compilação apontará os principais gargalos de infraestrutura para o desenvolvimento industrial, e as propostas de intervenção na infraestrutura, nas áreas de energias, comunicações e logística, alinhadas com os programas governamentais de desenvolvimento econômico. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 5.2. Logística A perspectiva do Governo do Estado para a Logística e Transportes em 2014 é de avançar no Plano de Obras, que consolida uma estratégia de desenvolvimento e integração regional para as regiões menos desenvolvidas e também para a Região Metropolitana e Serra. Neste sentido, além da pavimentação a acessos municipais, ligações regionais e duplicações, consta a implementação de um ousado e inédito programa de recuperação estrutural de rodovias, com um volume a ser executado em 2014 de R$ 300 milhões, através do Contrato de Restauro e Manutenção (CREMA) e dos contratos de conservação. Para implementação do Plano de Obras – o maior já administrado pelo DAER – foram adotadas medidas de gestão inovadoras, tais como o estabelecimento do Grupo Especial de Licitações e os decretos de emergencialidade e de regulamentação do uso de pedreiras comerciais. A ação permitiu elevar o número de conclusões de acesso asfálticos para 15, com outros 24 em obras e 11 em processo de finalização, totalizando 50 acessos pavimentados até o final de 2014. Entre as obras de grande impacto regional, estão as duplicações da ERS-118 na Região Metropolitana e da ERS-509 em Santa Maria. Além disso, depois de quase uma década sem conservação e manutenção da Rota do Sol na Serra Gaúcha, o Governo do Estado retomou o trabalho com obras de melhoria da pista, sinalização e obras de arte necessárias para a segurança e a trafegabilidade. Do ponto de vista do planejamento, já estão em curso os trabalhos do Plano Estadual de Logística e Transporte (PELT), que possibilitará a integração multimodal da logística de transportes do Rio Grande do Sul, com vistas, principalmente, a reduzir custos com transporte e o aumento de competitividade. O PELT vai utilizar ferramentas adequadas à implementação de um sistema de planejamento dinâmico e perene, com diagnóstico de demandas e redirecionamento constante de ações sobre o conjunto do sistema logístico estadual. O Plano vai fornecer um mapeamento completo dos fluxos de cargas nos diferentes modais, em todo o Estado, em tempo real, permitindo ações imediatas, como, por exemplo, a necessidade de investimentos em determinada via por conta do aumento de fluxo, ou a maior atenção ao modal hidroviário frente ao crescimento acelerado do Polo Naval. O objetivo final é priorizar a integração e o equilíbrio modal. A obtenção e processamento de dados, além de possibilitar ao Governo do Estado readequar constantemente suas políticas em logística de transportes, vai reduzir custos logísticos aos empreendedores e tornar mais eficiente a aplicação dos recursos públicos. Para a modernização do setor rodoviário, a SEINFRA, em parceria com o DAER, através da contratação de uma consultoria especializada, elaborou o Plano Diretor para o Sistema de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros (STCRIP), que abrange todo o sistema formado pela rede de linhas, compreendendo as de longo percurso e de características semelhantes às urbanas, as quais serão modeladas em mercados, de acordo com a viabilidade econômica financeira e distribuição espacial, 83 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O incluindo também as estações rodoviárias e considerando a integração com as linhas que operam entre ume outro município da Região Metropolitana e das aglomerações urbanas. O Plano vai estabelecer as diretrizes para elaboração do marco regulatório para o setor, abrangendo, a partir da estruturação de banco de dados georreferenciado e de processo de obtenção de insumos por pesquisa de campo e coleta de dados existentes, a concepção e o desenvolvimento da Modelagem Operacional, propondo também modelos institucional, tarifário, espacial e de gestão e controle visando à outorga das concessões por áreas de mercado, incluindo as definições e proposições das soluções de transição do regime antigo para o novo. Os modelos propostos devem atender às condições de racionalidade, eficiência no gerenciamento, modicidade tarifária, com garantias de sustentabilidade, acessibilidade e domínio da informação, para a rede estadual de linhas e esta- 84 ções rodoviárias, postos de atendimento e pontos para embarque/desembarque. Em parceria com a Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), a SEINFRA está concluindo o Plano Diretor de Infraestrutura para o Desenvolvimento, que envolve a identificação de gargalos do desenvolvimento da atividade produtiva no Estado e as propostas de intervenção na infraestrutura existente nas áreas de Energia, Comunicações e Logística. As ações e medidas não estão concentradas apenas no modal logístico hegemônico, a rodovia. Pelo contrário, buscam articular e desenvolver a matriz de transporte, seja através dos convênios com o Governo Federal para a ampliação e reforma de pelo menos 15 aeroportos regionais e a implementação da Hidrovia do Mercosul, que vai articular uma nova via de transporte desde o Uruguai, ou através dos terminais da Região Sul e Região Central. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 5.3. Energia Além de infraestrutura (viária, acessos e logística), parque industrial com possibilidade de fornecer equipamentos e mão de obra qualificada, o Rio Grande do Sul possui um sistema elétrico que tem recebido constantes investimentos e reforços, tanto na geração quanto na transmissão de energia. No Rio Grande do Sul o setor industrial é o segundo maior consumidor de energia, representando 24,8% do total atrás do setor de transporte rodoviário o qual detém 41% do consumo. A oferta e a qualidade da energia, em cada uma de suas formas, sua adequação a seus usos, são temas estratégicos e determinantes para o crescimento sustentável do Estado e têm sido abordados e tratados de forma bastante incisiva pelo governo, por serem essenciais para o êxito da Política Industrial implantada pelo Governo. O setor energético e os temas de infraestrutura a ele relacionados destacam-se como preponderantes, para o desenvolvimento econômico do RS além de significarem um dos maiores conjuntos de oportunidades para o Estado, em termos de investimentos públicos e privados. Quanto à oferta de energia elétrica, o Rio Grande do Sul tem capacidade instalada de geração de eletricidade de 6.574 MW, composta de usinas hidroelétricas, de termoelétricas a óleo combustível, a gás natural e a carvão mineral, e de fontes alternativas de energia como eólica e pequenas centrais termo e hidroelétricas. A mais recente novidade na matriz energética estadual é o ingresso da energia eólica, a partir do ano de 2006, que hoje conta com 469 MW distribuídos entre 16 parques eólicos e que terá até maio de 2018 um total de 2.005,9MW em 89 parques eólicos e contabilizarão investimentos de R$ 8,4bilhões. O segmento de distribuição de energia elétrica é composto de três grandes concessionárias: Distribuidora Gaúcha de Energia S.A. (AES Sul), Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Rio Grande Energia S.A. (RGE); cinco pequenas concessionárias e 15 cooperativas de eletrificação rural. Há no Estado constantes investimentos na rede básica (525kV e 230kV) que incluem obras de transmissão e subestações transformadoras. Cotidianamente, são realizadas ações buscando viabilizar a construção de novas unidades de geração de energia para aumentar a capacidade de abastecimento de eletricidade e outras fontes de energia aos 10,8 milhões de habitantes do RS, incluindo aí, todos os setores da economia, quer seja indústria, comércio e serviços, agricultura e pecuária e setor público, tais como: 85 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O › Aumento das capacidades instaladas de geração de › Estudos para o aumento da oferta de gás natural no energia elétrica no RS através de hidroelétricas, termoelétricas, pequenas centrais hidro e termoelétricas e usinas eólicas. › Aumento das capacidades de transmissão e subtransmissão de energia elétrica; › Desenvolvimento das fontes alternativas de energia caracterizado pelo aumento significativo da capacidade instalada de energia eólica cujo potencial, em solo gaúcho, é de 115GW para alturas de 100metros; › Fomento ao ingresso da energia solar fotovoltaica e seu uso na geração distribuída de energia elétrica; › Apoio a projetos de centrais termelétricas a carvão mineral; Estado e o consequente incremento da penetração do gás natural nos setores de transportes, industrial, comercial e de serviços, por meio do incremento das redes de distribuição da SULGÁS; › Desenvolvimento de projetos para geração distribuída de energia elétrica em apoio à expansão e fortalecimento da eletrificação rural através de energia eólica, energia fotovoltaica e biodiesel; › Apoio ao desenvolvimento de biocombustíveis como biodiesel, etanol e biogás. Há, no RS, seis usinas para a fabricação de biodiesel, com uma produção anual de 606 milhões de litros e capacidade nominal anual para produzir de 1.363.439 m³; › Fomento ao desenvolvimento de tecnologias que visem o › Apoio à implementação de usina de gaseificação de carvão mineral; › Apoio a projetos de pequenas centrais termelétricas à biomassa; 86 melhor aproveitamento do carvão mineral de uso, além da queima direta para a geração de energia elétrica, tal como a produção de gás como fonte de energia. D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 5.4 Comunicação O Programa Gaúcho de Inclusão Digital tem por objetivo implementar, por meio de ações cotidianas e projetos estratégicos de várias secretarias e órgãos, políticas públicas que incrementem o acesso da população à rede de computadores. O objetivo é integrar governo e sociedade por meio da internet, na promoção do exercício da cidadania e na construção do processo de desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul. Objetiva-se ainda criar uma rede pública de alta velocidade, capaz de expandir os serviços de governo eletrônico e móvel, com a melhoria e incremento de informações e serviços públicos à sociedade, políticas públicas de inclusão digital e da participação cidadã. O programa de inclusão digital, o RS MAIS DIGITAL, nos últimos três anos vem conectando mais gaúchos e gaúchas à internet, por meio de uma política de reaproveitamento de computadores e expansão da banda larga pública (INFOVIA-RS) no estado.O CRC - Centro de Recondicionamento de Computadores, localizado na cidade de Viamão, cumpre um papel fundamental nesta política de inclusão digital. Ao mesmo tempo em que os jovens de comunidades carentes da região são instruídos para recondicionar os equipamentos doados, são treinados no uso das linguagens de comunicação via rede de computadores. O conjunto dessas ações permitiu a implantação de 36 telecentros, em parcerias com órgãos do governo em especial com a Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul (PROCERGS), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS) e Secretaria de Segurança Pública (RS NA PAZ), sendo um telecentro binacional, em Santana do Livramento, integrando brasileiros e uruguaios. No programa Verão Numa Boa foram instalados 20 telecentros a cada temporada, com zonas de Wi-Fi livre em parceria com a empresa Oi e prefeituras do Litoral Norte e Costa Doce. Com a colaboração de parceiros como o Banrisul, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, foram distribuídos mais de 10 mil computadores, levando-os para projetos sociais de inclusão digital, retardando seu descarte na natureza. O Banrisul destinou quatro mil computadores para as escolas estaduais. Em parceria com o Banco do Brasil estão sendo doados outros quatro mil computadores para as prefeituras do RS, numa ação coordenada pelo Gabinete dos Prefeitos. Além disso, a PROCERGS, em parceria com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Telebrás, Eletrosul, e Rede Nacional de Pesquisa (RNP), criou a INFOVIA-RS, uma rede de fibras óticas de alta velocidade, abrangendo todo o estado e conectando numa primeira etapa os seguintes órgãos públicos: › 9 escritórios regionais da PROCERGS; › 8 unidades da Secretaria da Fazenda e Procuradoria Geral do Estado; › 110 escolas estaduais; › 14 agências do Banrisul. A Secretaria de Educação distribuiu ainda 13.500 tablets para professores, com formação para qualificá-los no uso da tecnologia, com novos 23.000 aparelhos sendo distribuídos até o final de 2014. Nas cidades de Bagé, Aceguá e Santana do Livramento foi implantado o projeto Província de São Pedro, que entregou um laptop para cada aluno e professor, com internet livre em todas as escolas. Na próxima etapa o projeto a chegará às escolas próximas à Argentina e algumas localizadas nos Territórios da Paz da Secretaria de Segurança Pública, priorizando zonas urbanas da Região Metropolitana de Porto Alegre. No total, até o final de 2014 serão entregues 80 mil laptops educacionais a alunos e professores. Através do programa Redes Digitais de Cidadania do Governo Federal (MINICOM), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) serão investidos mais de R$ 2,6 milhões em inclusão digital para projetos de qualificação do uso da Internet e de ampliação das capacidades no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Através da elaboração e execução de cursos de extensão, na modalidade de Educação a Distância (EAD), professores e mestrandos realizarão trabalhos conectados com a comunidade, capacitando até 12,8 mil pessoas nos cursos de extensão para qualificar gestores municipais, para formar agentes e monitores para agricultura familiar, cultura e para os espaços públicos de acesso à Internet. A soma desses investimentos totalizará mais de R$ 110 milhões nos quatro anos do governo. 87 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O 5.5 Irrigação Mais Água, Mais Renda O Programa de Expansão da Agropecuária Irrigada, conhecido como Mais Água, Mais Renda, foi lançado em 14/03/12 e tem como objetivo principal aumentar a área irrigada do Estado, gerando aumento de produtividade e renda para o produtor. Com foco em apoiar todos os agropecuaristas gaúchos, desde os pequenos e médios até os grandes produtores, o Mais Água, Mais Renda se caracteriza como um programa econômico com grande alcance social, ao melhorar a renda e apoiar os agricultores na atividade no campo. O programa foi construído para que não haja envolvimento operacional do Governo em licitações de obras e serviços de sistemas de irrigação ou construção de açudes, deixando essa tarefa aos próprios produtores e suas organizações.Os sistemas de irrigação fomentados são de baixo impacto ambiental: gotejamento, microaspersão, aspersão e sulcos. O público alvo são todos agropecuaristas de lavouras de sequeiro, pequenos, médios e grandes. 88 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Dois instrumentos fazem o grande diferencial para este programa. A Licença de Operação única para os agricultores que obedecerem as regras e normas ambientais agiliza o processo, ao retirar a necessidade de licença ambiental individual para cada propriedade.O segundo instrumento, inédito no país, reembolsa os produtores que investirem em irrigação, devolvendo o equivalente a 100% da primeira e da última prestação dos financiamentos do Pronaf, 75% dos referentes ao Pronamp e a metade da primeira e última para os grandes produtores da linha Moderinfra e Finame PSI. Atualmente o “Mais Água, Mais Renda” faz parte do Plano Safra Estadual e é operado através de cinco agentes financeiros: Banrisul, BRDE, Badesul, Banco do Brasil e Sicredi. Para elaborar projetos aos agropecuaristas foram cadastrados mais de cem técnicos da iniciativa privada, bem como foi assinado convênio com a Emater, onde 20 técnicos foram selecionados para apoiar os projetos de irrigação nos 496 escritórios que a empresa possui no Estado. A meta é atingir 3,6 mil projetos de irrigação até 2014. Em dois anos do programa os projetos já atingiram mais de 68 mil hectares irrigados em lavouras de sequeiro, beneficiando mais de 2,5 mil agricultores e com boa perspectiva de dobrar, em três anos, a área de sequeiro irrigada que o Estado possuía até 2011, atingindo um total de 200 mil hectares irrigados. Projetos em andamento 2.577 Empresas cadastradas 103 Técnicos cadastrados 103 Valor de financiamentos solicitados R$ 318.807.486,40 Área irrigada 68.530,65 ha Área de Açudes 3.461 ha 89 D O I S A N O S D E P O L Í T I C A I N D U S T R I A L \\\ B A L A N Ç O E X E C U T I V O Irrigando a Agricultura Familiar Devido às frequentes estiagens que atingem nos últimos anos o Rio Grande do Sul, os recursos hídricos que sempre atenderam aos agricultores gaúchos tornaram-se insuficientes, e, por decorrência disso, irrigar tornou-se um fator determinante para o desenvolvimento da agricultura. A partir disso, o atual governo criou, em 2011, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). Através dessa secretaria, são desenvolvidos diversos programas, entre eles, o Programa Irrigando a Agricultura Familiar, operado através do Departamento de Infraestrutura Rural, Irrigação e Usos Múltiplos de Água 90 (Dinfra/SDR), e que atende essencialmente aos agricultores e pecuaristas familiares, pescadores artesanais, aqüicultores, assentados, quilombolas e indígenas.Por adesão a este programa, é possível construir estruturas de armazenamento de água (microaçudes e cisternas), instalar sistemas de irrigação que atenderão às suas necessidades, ao mesmo tempo que é possibilitado o acesso dos beneficiários à qualificação quanto ao uso racional dos recursos hídricos. O Programa Irrigando a Agricultura Familiar e de apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura Rural destinou desde 2011 R$ 36,1 milhões para a execução em ações de irrigação e usos múltiplos da água, com aquisição e manutenção de máquinas. Foram desenvolvidos ainda 2.641 projetos de açudes, cisternas e/ou sistemas de irrigação, e perfurados até o momento 377 poços artesianos, beneficiando 10,6 mil famílias. A SDR efetuou ainda a aquisição de 32 máquinas para a execução de suas ações nos diversos municípios gaúchos. Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Av. Borges de Medeiros, 1501 - 17º e 21º andares - Porto Alegre/RS [email protected] - 55 (51) 3288.1000 Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Travessa Francisco de Leonardo Truda, 40 - 23º andar - Centro - Porto Alegre/RS [email protected] - 55 (51) 3079.7000