(Boophilus) microplus - Pós-graduação em Recursos Naturais do
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(Boophilus) microplus - Pós-graduação em Recursos Naturais do
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS DO SEMIÁRIDO ANNE CAROLINE DOS SANTOS DANTAS AVALIAÇÃO IN VITRO DA EFICÁCIA DE PLANTAS DO BIOMA CAATINGA NO CONTROLE DE CARRAPATOS Rhipicephalus (Boophilus) microplus (CANESTRINI,1887) PETROLINA 2014 ANNE CAROLINE DOS SANTOS DANTAS AVALIAÇÃO IN VITRO DA EFICÁCIA DE PLANTAS DO BIOMA CAATINGA NO CONTROLE DE CARRAPATOS Rhipicephalus (Boophilus) microplus (CANESTRINI,1887) Dissertação apresentada à Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Campus Petrolina, como requisito da obtenção do título de Mestre em Recursos Naturais do Semiárido. Orientador: Prof. Dr. Mauricio Claudio Horta PETROLINA 2014 Dantas, Anne C. S. D192a Avaliação in vitro da eficácia de plantas do bioma Caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus Cannestrini,1887) / Anne Caroline dos Santos Dantas. -- Petrolina, 2014. 100 f.: il. ; 29cm. Dissertação (Mestrado em Recursos Naturais do Semiárido) Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Centro, Petrolina - PE, 2014. Orientador: Prof. Dr. Mauricio Claudio Horta. Referência 1. Plantas da Caatinga – extrato. 2. Carrapatos - controle. 3. Boophilus microplus. 4. Matéria Médica Vegetal. I.Título. II. Horta, Mauricio Claudio. III. Universidade Federal do Vale do São Francisco. CDD 615.537 UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS DO SEMIÁRIDO Anne Caroline dos Santos Dantas AVALIAÇÃO IN VITRO DA EFICÁCIA DE PLANTAS DO BIOMA CAATINGA NO CONTROLE DE CARRAPATOS Rhipicephalus (Boophilus) microplus (CANESTRINI,1887) Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Recursos Naturais do Semiárido, pela Universidade Federal do Vale do São Francisco. Aprovada em: ___ de _______________ de _____. Banca Examinadora: __________________________________________ Prof. Dr. Mauricio Claudio Horta __________________________________________ Profª. Drª. Xirley Nunes Pereira __________________________________________ Prof. Dr. Luís Antônio Sangioni À Deus por ter colocado as pessoas certas no meu caminho. Aos meus sábios e queridos pais Magnólia Augusta dos Santos Freitas e Francisco Etizel Alves Dantas Aos meus irmãos André Luciano Dantas, Ricardo Alessandro Dantas e Simone Cristine Dantas Campos, pela paciência e compreensão. Ao meu companheiro e grande amigo Domingos Ramos Brandão, que com seu amor me apoiou diariamente, iluminando toda essa caminhada. Dedico este trabalho. Agradecimentos Ao professor Mauricio Claudio Horta, um grande profissional e amigo, por seu exemplo, por todos os ensinamentos e oportunidades e principalmente por ter acreditado em meu trabalho. Aos professores Dra. Edigênia Cavalcante, Dr. Wagner Félix, Dra. Xirley Nunes, pela amizade, apoio e valoroso conhecimento que me transmitiram e em especial Dr. Luciano Ribeiro por ter me prestado indispensável auxílio na análise estatística dos meus experimentos, pela disposição em ajudar e apoiar meu trabalho desde o primeiro momento. Ao Prof. Dr. Jackson Roberto da Silva Guedes Almeida, pela grande dedicação, presteza e seriedade que me ajudou. Aos meus colegas de Mestrado, Edemir, Eliatânia, Igor, Leandra, Rafael, Suzana e em especial Martapoliana, pela amizade, aceitação e parceria nos trabalhos. Aos alunos e ex-alunos do NEZOON, Davi, Denise, Eline, Grace, Larissa, Maíra, Thalita, Whitara, e em especial a Dália, pela colaboração e dedicação nos trabalhos de laboratório e de campo. Aos alunos do NEPLAME, em especial Graziella, Francisco Junior e Pedro Henrique pela inestimável ajuda na confecção dos extratos. Aos técnicos e companheiros de trabalho: Amanda, Ana Paula, Sílvio Alan, Roniere Alencar e Leonardo Torres, pela ajuda e amizade. A Sarah Raquel e Alessandra Pacheco, pela ajuda na realização deste trabalho, pelas maravilhosas palavras de apoio em momentos tão difíceis e por toda demonstração de carinho e amizade, vocês foram os “anjos” que Deus enviou para me guiar nessa dura caminhada. Ao meu amigo e grande amor Domingos Brandão, sem você esse trabalho nem teria começado, obrigado pela determinação em procurar os professores, por lutar pelo meu mestrado como se fosse seu. Pelas palavras de incentivo e apoio e principalmente por toda a compreensão. Obrigada também por dedicar vários fins de semanas e feriados, para ajudar na contenção das vacas e nos experimentos, para você minha eterna gratidão. A minha sobrinha Bruna Carolina, pelos fins de semanas que me ajudou a lavar as vidrarias, os meus dias foram mais alegres com a sua presença. A minha amiga do mestrado e companheira de viagens, Larissa Macêdo, que possamos continuar vários anos procurando juntas à “cura”. Você foi a surpresa doce e maravilhosa desse período de tantos conhecimentos. Aos meus amigos Ana Lucila, Indira Brito, Juçara dos Santos, Mércia Fabiana, Rafaella Cerqueira, Rafael de França que mesmo distantes, se fizeram presentes durante todo esse processo, desde a minha aprovação até o momento da minha defesa, me incentivando e torcendo por mim, o meu sincero obrigado! Aos funcionários, Seu João e Seu Tonho e em especial ao Seu Reginaldo, por não medir esforços e estar sempre disponível, mesmo nos domingos e feriados, para a árdua tarefa de conter os animais. A terceira das trigêmeas, Andryelly, pela presença, principalmente paciência (muita paciência), por modificar a sua rotina em prol do meu trabalho, por me permitir dividir os seus momentos e principalmente por me fazer lembrar que pessoas iluminadas existem. E em especial, a minha grande amiga e aluna do mestrado de Ciências Veterinárias, Andreina, pela ajuda fundamental, incondicional (dia, noite, finais de semana e feriados) e, acima de tudo, por me ajudar a ter forças e continuar em frente, levarei você para sempre no meu coração, obrigada pela sua amizade. E a todos que me apoiaram, estiveram ao meu lado nas minhas conquistas e derrotas e que não foi possível mencionar devido ao espaço restrito. “Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas graças a Deus, não sou o que era antes”. (Martin Luther King) RESUMO O controle do carrapato bovino Rhipicephalus (Boophilus) microplus é feito quase que exclusivamente com produtos químicos. Esses produtos e seus resíduos podem trazer sérios problemas à saúde do homem, dos animais e do meio ambiente. Além disso, existem relatos de resistência dos carrapatos a quase todos os produtos químicos comercializados. As pesquisas no âmbito da fitoterapia vêm buscando a possibilidade de descoberta de novos produtos para o controle do parasitismo, representando fundamental importância na legitimação de extratos vegetais. O objetivo desse trabalho foi avaliar a atividade acaricida in vitro de extratos de plantas do bioma Caatinga no controle de R. B. microplus. Os extratos de Amburana cearensis, Morus nigra, Neoglaziovia variegata e Selaginella convoluta; e frações (5, 10 e 25 mg/mL), tiveram o perfil fitoquímico realizado por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAD) e foram submetidos ao teste de imersão de adultos, para verificação da porcentagem de eclosão dos ovos, inibição da oviposição, índice de reprodução estimada e a eficácia dos extratos. Das quatro plantas avaliadas, as cascas de A. cearensis e as folhas de N. variegata apresentaram as melhores eficácias na fase hexânica (2,5%), obtendo 66,8% e 99,8%, respectivamente. M. nigra obteve o melhor resultado na fase clorofórmica (2,5%), com 65,4% e o extrato etanólico bruto de S. convoluta apresentou eficácia de 54,6%. Embora nem todas as plantas tenham apresentado uma eficácia satisfatória, os resultados encontrados podem sugerir um efeito auxiliar no controle de carrapatos. Novos estudos devem ser realizados, a fim de detectar os componentes dessas plantas que possuem atividade acaricida. Palavras-chaves: Biocarrapaticidograma; Plantas; R. (B.) microplus ABSTRACT The control of the cattle tick Rhipicephalus (Boophilus) microplus is done almost exclusively with chemicals products and their residues, which can cause serious health problems for humans, animals and the environment. In addition, there are reports of resistance of ticks to almost all chemicals products. Researches in this area have seeking the possibility of discover new products for the control of parasitism, representing fundamental importance in legitimizing plant extracts. The aim of this study was to evaluate the acaricidal activity in vitro of plant extracts from the Caatinga biome in the control of R. B. microplus. The extracts of Amburana cearensis, Morus nigra, Neoglaziovia variegata and Selaginella convoluta; and fractions (5,10 e 25 mg/mL), had the phytochemical profile realized for high performaced liquid chromatography (HPLC) and were tested in females by adult immersion test for evaluation of hatching eggs percentage, oviposition inhibition, estimated reproduction and efficacy of the extracts. The barks of A. cearensis and leaves of N. variegata showed the best efficiencies in the hexane fraction (2.5%), with 66.8% and 99.8%, respectively. M. nigra had the best result in the chloroform phase (2.5%), with 65.4%; and the crude ethanol extract of S. convoluta showed 54.6% of efficacy. Although the great number of extracts have not showed satisfactory efficacy, the results can be suggested an auxiliary effect of control of ticks. New studies must be performed, to detect the components of these plants have acaricidal activity. Key words: adult immersion test; plants; R. (B.) microplus LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Amburana cearensis 35 Figura 2 Morus nigra 36 Figura 3 Neoglaziovia variegata 37 Figura 4 Selaginella convoluta 38 Figura 5 Cromatograma do extrato etanólico de Amburana cearensis 52 Figura 6 Cromatograma do extrato etanólico de obtido Morus nigra 53 Figura 7 Cromatograma do extrato etanólico de Neoglaziovia variegata 54 Figura 8 Cromatograma do extrato etanólico de Selaginella convoluta 55 Figura 9 Efeito do extrato das cascas de A. cearensis sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL. Efeito do extrato das cascas de A. cearensis sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Eficácia do extrato das folhas de A. cearensis no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato de M. nigra sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato das folhas de M.nigra sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Eficácia do extrato das folhas de M. nigra no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato das folhas de N. variegata sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato das folhas de N. variegata sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 56 57 59 60 61 63 64 e 25 mg/mL Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Eficácia do extrato das folhas de N. variegata no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato das partes aéreas de N. variegata sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato das partes aéreas de N. variegata sobre a eclosão dos ovos do carrapato R.(B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Eficácia do extrato das partes aéreas de N. variegata no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato das folhas de S. convoluta sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Efeito do extrato das folhas de S. convoluta sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL Eficácia do extrato das folhas de S. convoluta no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL 65 67 68 69 71 72 73 75 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Sistemas de eluição e reveladores utilizados para caracterizar os principais metabólitos secundários dos extratos das 4 espécies da caatinga por cromatografia em camada delgada 43 Tabela 2 Caracterização fitoquímica do extrato etanólico bruto das cascas 48 de Amburana cearensis Tabela 3 Caracterização fitoquímica dos extratos das folhas de Morus 49 nigra Tabela 4 Caracterização fitoquímica Neoglaziovia variegata de 50 Tabela 5 Caracterização fitoquímica dos extratos das partes aéreas de Neoglaziovia variegata 51 Tabela 6 Caracterização fitoquímica dos extratos das folhas de Selaginella convoluta 51 Tabela 7 Efeito do extrato das cascas de Amburana cearensis sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus 58 Tabela 8 Efeito do extrato das folhas de M. nigra sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus 62 Tabela 9 Efeito do extrato das folhas de N. variegata sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus 66 dos extratos das folhas Tabela 10 Efeito do extrato das partes aéreas de N. variegata sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus 70 Tabela 11 Efeito do extrato das folhas de S. convoluta sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus 74 Tabela 12 Eficácia comparativa entre as espécies A. cearensis, M. nigra, N. variegata, e S. convoluta 76 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AcOEt Acetato de etila ANOVA Análise de variância BOD Demanda Bioquímica de Oxigênio CHCl3 Clorofórmio CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência CLAE-DAD Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada a Detector de Arranjo de Diodo CRAD Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga DAD Detector de Arranjo de Diodo EEB Extrato Etanólico Bruto EtOH Etanol H2SO4 Ácido Sulfúrico H3PO4 Ácido Fosfórico HVASF Herbário Vale do São Francisco IUCN Conservação da Natureza dos Recursos Naturais KI- HCI Ácido clorídrico com iodeto de potássio KOH Hidróxido de Potássio MEOH Metanol NCBI National Center for Biotechnology Information Taxonomy Ac- EEB Extrato etanólico bruto de Amburana cearensis Ac- AcOEt Fase acetato de Amburana cearensis Ac- CHCl3 Fase clorofórmica de Amburana cearensis Ac- Hex Fase hexânica de Amburana cearensis Mn- EEB Extrato etanólico bruto de Morus nigra Mn- AcOEt Fase acetato de Morus nigra Mn- CHCl3 Fase clorofórmica de Morus nigra Mn- HEX Fase hexânica de Morus nigra Nv-AcOEt Fase acetato de Neoglaziovia variegata Nv- Hex Fase hexânica de Neoglaziovia variegata Nv-CHCl3 Fase clorofórmica de Neoglaziovia variegata Nv-EEB Fase etanólica de Neoglaziovia variegata Sc- EEB Extrato etanólico bruto de Selaginella convoluta Sc- AcOEt Fase acetato de Selaginella convoluta Sc- CHCl3 Fase clorofórmica de Selaginella convoluta Sc- HEX Fase hexânico de Selaginella convoluta UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana UNIVASF Universidade Federal do Vale do São Francisco UV Ultra Violeta UV-Vis Ultra Violeta visível LISTA DE SÍMBOLOS ºC Graus Celsius cm Centímetros % Por cento Kg Quilograma US$ Dólar dos Estados Unidos ‘ Minutos S Sul Km2 Quilômetros quadrados m Metros g Gramas mm Milímetros mL Mililitro µL Microlitro nm Nanômetro = Igual x Vezes ± Mais ou menos SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 19 2. OBJETIVOS ........................................................................................... 2.1 Objetivo geral ..................................................................................... 2.2 Objetivos específicos ........................................................................ 22 23 23 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................. 3.1 Rhipicephalus (Boophilus) microplus .............................................. 3.1.1 Organização taxonômica ................................................................... 3.1.2 Distribuição geográfica ...................................................................... 3.1.3 Ciclo evolutivo ................................................................................... 3.1.4 Mecanismo de sobrevivência dos carrapatos ao clima árido e semiárido .................................................................................................... 3.1.5 Prejuízos atribuídos ao carrapato ..................................................... 3.1.6 Resistência aos carrapaticidas .......................................................... 3.1.7 Plantas com atividade carrapaticida .................................................. 3.2 Bioma Caatinga .................................................................................. 3.2.1 Amburana cearensis ......................................................................... 3.2.2 Morus nigra ....................................................................................... 3.2.3 Neoglaziovia variegata ...................................................................... 3.2.4 Selaginella convoluta ........................................................................ 24 25 25 26 27 4. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................... 4.1 Material vegetal .................................................................................. 4.1.1 Amburana cearensis ......................................................................... 4.1.2 Morus nigra ....................................................................................... 4.1.3 Neoglaziovia variegata ...................................................................... 4.1.4 Selaginella convoluta ........................................................................ 4.2 Obtenção do extrato etanólico bruto (EEB) e das frações das espécies selecionadas ............................................................................. 4.3 Avaliação fitoquímica preliminar dos constituintes químicos ...... 4.4 Análise em cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) .......... 4.5 Colônia de carrapatos ........................................................................ 4.6 Teste de imersão de fêmeas ingurgitadas ....................................... 4.6.1 Parâmetros analisados ...................................................................... 4.7 Análise estatística .............................................................................. 40 41 41 41 41 41 5. RESULTADOS ....................................................................................... 5.1 Triagem fitoquímica ........................................................................... 5.1.1 Amburana cearensis ......................................................................... 5.1.2 Morus nigra ....................................................................................... 5.1.3 Neoglaziovia variegata ...................................................................... 5.1.3.1 Folhas ............................................................................................. 5.1.3.2 Partes aéreas ................................................................................. 47 48 48 48 49 49 50 29 30 30 32 33 34 35 36 37 42 42 44 44 45 45 46 5.1.4 Selaginella convoluta ................. 5.2 Análise dos extratos em cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodo (CLAE-DAD) ......................... 5.2.1 Análise em CLAE do extrato etanólico de Amburana cearensis ....... 5.2.2 Análise em CLAE do extrato etanólico de Morus nigra ..................... 5.2.3 Análise em CLAE do extrato etanólico de Neoglaziovia variegata ... 5.2.4 Análise em CLAE do extrato etanólico de Selaginella convoluta ...... 5.3 Teste de imersão ................................................................................ 5.3.1 Amburana cearensis ......................................................................... 5.3.1.1 Inibição da oviposição (IO) ............................................................. 5.3.1.2 Porcentagem de eclosão (%E) ....................................................... 5.3.1.3 Indice de eficiência reprodutiva (IER)............................................. 5.3.1.4 Eficácia (EF) ................................................................................... 5.3.2 Morus nigra ....................................................................................... 5.3.2.1 Inibição da oviposição (IO) ............................................................ 5.3.2.2 Porcentagem de eclosão (%E) ...................................................... 5.3.2.3 Indice de eficiência reprodutiva (IER) ............................................ 5.3.2.4 Eficácia (EF) ................................................................................... 5.3.3 Neoglaziovia variegata ...................................................................... 5.3.3.1 Folhas ............................................................................................. 5.3.3.1.1 Inibição da oviposição (IO) .......................................................... 5.3.3.1.2 Porcentagem de eclosão (%E) .................................................... 5.3.3.1.3 Indice de eficiência reprodutiva (IER) ......................................... 5.3.3.1.4 Eficácia (EF) ............................................................................... 5.3.3.2 Partes aéreas ................................................................................. 5.3.3.2.1 Inibição da oviposição (IO) .......................................................... 5.3.3.2.2 Porcentagem de eclosão (%E) .................................................... 5.3.3.2.3 Indice de eficiência reprodutiva (IER) ......................................... 5.3.3.2.4 Eficácia (EF) ................................................................................ 5.3.4 Selaginella convoluta ........................................................................ 5.3.4.1 Inibição da oviposição (IO) ............................................................. 5.3.4.2 Porcentagem de eclosão (%E) ....................................................... 5.3.4.3 Indice de eficiência reprodutiva (IER) ............................................ 5.3.4.4 Eficácia (EF) .................................................................................. 5.3.5 Eficácia comparativa das plantas testadas ....................................... 51 6. DISCUSSÃO .......................................................................................... 77 7. CONCLUSÕES ...................................................................................... 84 8. REFERÊNCIAS ...................................................................................... 86 ANEXOS .................................................................................................... 98 52 52 53 54 55 56 56 56 57 58 59 60 60 61 62 62 64 64 64 65 66 66 67 67 68 69 70 71 71 72 73 74 76 1. INTRODUÇÃO DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 1. INTRODUÇÃO O aumento da demanda mundial por proteínas de origem animal tem levado a bovinocultura a usufruir de tecnologias que visem aumentar a produção em menor tempo e espaço. Essas técnicas têm proporcionado grande desequilíbrio na interação parasito-hospedeiro, levando a prejuízos cada vez maiores causados por parasitos, como os carrapatos (LABRUNA; LEITE; OLIVEIRA, 1999). Conhecido popularmente como o “carrapato do boi”, Rhipicephalus (Boophilus) microplus, além de ser um dos mais importantes transmissores de patógenos para o gado (DE CASTRO, 1997) é o responsável por grandes prejuízos ao setor agropecuário (GEORGE; DAVEY; POUND, 2002). O controle do carrapato bovino é geralmente efetuado por meio de produtos químicos sintéticos convencionais, que acarretam problemas como o desenvolvimento acelerado da resistência ao princípio ativo (LEAL; FREITAS; VAZ JÚNIOR, 2003). Uma vez instaurada a resistência, o produtor frequentemente aumenta a dose do pesticida ou a frequência das aplicações (THULLNER, 1997). O uso intensivo desses produtos químicos tem levado a contaminação do meio ambiente, a exposição do trabalhador rural e a presença de resíduos químicos no leite e na carne, o que tem provocado grande preocupação na sociedade e órgãos governamentais (LEAL; FREITAS; VAZ JÚNIOR, 2003). Devido às inúmeras dificuldades no controle e combate desse artrópode, a utilização de plantas medicinais é uma alternativa cada vez mais viável em países em desenvolvimento como o Brasil, devido principalmente a grande variabilidade de espécies existentes, baixo custo, fácil disponibilidade, rápida degradação quando comparado aos produtos químicos e consequentemente diminuindo a contaminação do ambiente, dos animais e dos homens (AGNOLIN, 2009), sendo esses os principais motivos para o estudo de plantas que possuam real efeito acaricida (SOARES, 2003). A Caatinga é o único bioma brasileiro cujos limites estão inteiramente restritos ao território nacional, e é proporcionalmente o menos estudado entre as regiões naturais brasileiras, com grande parte do esforço científico estando concentrado em alguns poucos pontos em torno das principais cidades da região. Além disso, a Caatinga é a vegetação brasileira menos protegida, pois as Unidades de 20 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Conservação cobrem menos de 2% do seu território, como consequência, esse bioma continua passando por um extenso processo de alteração e deterioração ambiental provocado pelo uso insustentável dos seus recursos naturais, o que está levando a rápida perda de espécies únicas, à eliminação de processos ecológicos chaves e a formação de extensos núcleos de desertificação em vários setores da região (LEAL; TABARELLI; SILVA, 2003). Em virtude da pouca quantidade de espécies estudadas na Caatinga, a análise fitoquímica de suas plantas é de grande importância e o estudo da atividade carrapaticida desses extratos vegetais, poderá proporcionar o desenvolvimento de métodos viáveis para reduzir a contaminação química na pecuária e minimizar um dos grandes problemas enfrentados pelos pecuaristas: o aumento da resistência de R. (B). microplus aos acaricidas sintéticos. 21 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 2. OBJETIVOS 22 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 2. OBJETIVOS 2.1. Geral Este trabalho tem como objetivo avaliar a eficácia de plantas do Bioma Caatinga, quanto à sua ação contra o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. 2.2. Específicos • Elaborar extratos para serem utilizados nos experimentos; • Realizar triagem fitoquímica dos extratos vegetais, para a identificação das principais classes de constituintes químicos; • Detectar compostos presentes nos extratos de Amburana cearensis, Morus nigra, Neoglaziovia variegata e Selaginella convoluta por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC); • Colher carrapatos em fase de parasitismo para a obtenção de uma colônia em laboratório; • Avaliar através do teste de imersão de fêmeas ingurgitadas se os extratos ou suas frações causaram mortalidade ou interferiram em alguma fase de reprodução do R. (B.) microplus; • Realizar um estudo comparativo com os resultados das plantas avaliadas. 23 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 24 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. Rhipicephalus (Boophilus) microplus 3.1.1. Organização taxonômica O carrapato Boophilus microplus (Canestrini, 1887) foi reclassificado como pertencente ao gênero Rhipicephalus, subgênero Boophilus, com base em análises moleculares (MURREL; BARKER, 2003). No entanto, apesar de filogeneticamente próximos, Caeiro (2006) faz uma reflexão sobre a sistemática do gênero Rhipicephalus (Koch, 1844) e Boophilus (Curtice, 1891) e considera que suas características morfológicas e biológicas distintas não permitem que o segundo seja considerado um subgênero do primeiro. Apesar da opinião controvérsia, neste trabalho será utilizada a nomenclatura dada por Murrell e Barker (2003): Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Segundo o National Center for Biotechnology Information Taxonomy (NCBI) (2011), a classificação deste carrapato é: Filo: Arthropoda (Von Siebold e Slannius, 1845) Subfilo: Chelicerata (Heymons, 1901) Classe: Arachnida (Lamarck, 1802) Subclasse: Acari (Leach, 1817) Superordem: Parasitiformes (Renter, 1909) Ordem: Ixodida (Leach, 1815) Subordem: Metastigmata (Canestrini, 1891) Superfamília: Ixodoidea (Murray, 1870) Subfamília: Rhipicephalinae Gênero: Rhipicephalus (Koch, 1844) Subgênero: Boophilus (Curtice, 1891) Espécie: Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 25 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Existem cerca de 870 espécies de carrapatos descritas no mundo, todas agrupadas na subordem Ixodida (Metastigmata), que se divide em três famílias. A família Ixodidae abrange os carrapatos popularmente conhecidos como “carrapatos duros”, com 685 espécies descritas; a família Argasidae inclui os “carrapatos moles”, com 185 espécies; e a família Nuttalliellidae, com características morfológicas intermediárias entre as duas primeiras, é representada por uma única espécie, Nuttalliella namaqua (BEDFORD, 1931). 3.1.2. Distribuição geográfica A espécie R. (B.) microplus, que seria originária da Ásia, foi introduzida na maioria dos países tropicais e subtropicais, seguindo a migração do gado zebuíno (LEAL; FREITAS; VAZ JÚNIOR, 2003) e distribui-se geograficamente por locais de clima quente e úmido, condições que favorecem o desenvolvimento do seu ciclo de vida (HOOGSTRAAL; WASSEF, 1985). Na região Neotropical, com exceção do Chile, essa espécie está distribuída desde o norte da Argentina até o México, incluindo as ilhas do Caribe e Antilhas. As áreas de distribuição geográfica ainda incluem a região sul e ocidental da África, Madagascar, Índia, China, Coréia, Bornéu, Sumatra, Filipinas, Japão, Nova Guiné, Ilha de Guam e região norte da Austrália (PEREIRA et al., 2008). Populações estabelecidas de R. (B.) microplus foram relatadas pela primeira vez na Costa do Marfim, África Ocidental (MADDER et al., 2007). No Brasil, o carrapato bovino encontra condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento em regiões que vão do extremo Sul em direção ao Norte e Nordeste, possibilitando-lhe completar de 2,5 a 3 ou de 3 a 4, e potencialmente até 5 gerações por ano em regiões que apresentem temperaturas médias acima de 17ºC (VIDOTTO, 2002). Apesar da influência negativa do inverno, a região Sul é a mais afetada pela ocorrência de carrapato nos bovinos. Dois fatores parecem contribuir significantemente para isso: a predominância de animais de origem européia e a maior densidade populacional de bovinos (HORN, 1983). 26 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 3.1.3.Ciclo evolutivo R. (B.) microplus é uma espécie de carrapato que utiliza um único hospedeiro no seu ciclo evolutivo (monoxênico), que pode ser dividido em dois tempos, ou fases complementares: fase parasitária e fase não parasitária. A fase parasitária pode ser sumariamente delimitada como tendo início com a fixação das larvas em hospedeiro suscetível e término quando os adultos, incluídas as fêmeas fecundadas e ingurgitadas, caem desse hospedeiro. A fase não parasitária, inicia com a fêmea fecundada e ingurgitada, depois que ela se desprende do hospedeiro, caindo no chão para realizar a oviposição e termina em uma de quatro alternativas: 1) produz ovos inférteis; 2) quando a fêmea morre sem realizar a oviposição; 3) quando as larvas oriundas de ovos dessa fêmea ganham acesso ao hospedeiro suscetível 4) ou suas larvas morrem sem alcançar hospedeiro adequado. Assim, o início e o término do ciclo realizam-se quase sempre no pasto, onde geralmente se integram o parasito, o hospedeiro e o ambiente comum a ambos (PEREIRA et al., 2008). O ciclo evolutivo inicia com a cópula. O macho é pequeno, e se coloca sob a fêmea partenógina que está fixada na pele do bovino. Este utiliza o hipóstomo (rostro) e introduz um espermatóforo no orifício genital. A fêmea adulta, uma vez fecundada, se desprende do bovino e cai no pasto, onde inicia a postura no terceiro dia, com duração de aproximadamente 12 dias. Em condições adversas, como baixa temperatura, a teleógina, embora não faça a postura, não morre, aguardando condições favoráveis para reiniciar o processo. Dessa forma, o período de postura pode se prolongar de vários dias, até meses, dependendo das condições climáticas (GONZALES, 1975). Cada fêmea põe de 2000 a 3000 ovos, de acordo com o tamanho de seu corpo ingurgitado. A incubação dos ovos demanda calor e umidade. No verão, sob condições ambientais normais, a incubação dura cerca de 30 dias e no inverno, até 83 dias. A larva recém - nascida necessita de três a quatro dias para que se formem os órgãos bucais e, a seguir, procura se fixar no couro dos bovinos. Normalmente são muito vivazes, e estimuladas pelo calor úmido (verão e sereno), sobem rapidamente 27 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). nas folhas e hastes do pasto, aguardando a passagem de um hospedeiro. Fixam-se de preferência, onde a pele é mais fina: axilas, entre as pernas, região genital, sob a cauda, na bolsa escrotal e outras partes. As ninfas aparecem mediante mudança de pele que se processa depois de 10 a 12 dias da fixação da larva no hospedeiro. As larvas e ninfas possuem três e quatro respectivamente e ainda são assexuadas. Após o décimo quinto dia da infestação, aparecem as metaninfas, que produzirão indivíduos sexuados, machos e fêmeas. Os machos são pequenos, possuem o corpo oval quase inteiramente coberto pelo escudo dorsal e um pequeno apêndice caudal. As fêmeas quando jovens não diferem dos machos. Quando adultas vão tomando uma cor amarela-palha ou verde oliva e, crescem rapidamente alcançando 1 cm de comprimento (PEREIRA et al., 2008). Enquanto a fase parasitária evolui sem interferências climáticas, sendo praticamente a mesma nas diversas regiões e países, a fase de vida livre é sensível a estas, havendo alterações nos seus períodos, afetados especialmente pela temperatura e umidade relativa do ar. Temperaturas menores que 5ºC não permitem que se realize a oviposição e, umidade relativa do ar menor que 70% impossibilitam a eclosão dos ovos (GONZALES, 1975). As diversas pesquisas feitas sobre a fase de vida livre desse parasito mostram uma grande variabilidade entre os períodos de prépostura, postura, eclosão, neolarva e longevidade das larvas infestantes, sendo que essa variabilidade acontece em decorrência das condições climáticas locais, incluindo macro e microclimas (SOUZA, 1985). A compreensão do ecossistema do carrapato é fundamental para que se estabeleçam medidas efetivas de controle, que visem evitar a superpopulação desses parasitos. Para Gonzales (1975), a resistência nada mais é do que a manifestação do desequilíbrio ecológico. A situação crítica é notada de um momento para o outro, mas o processo do desequilíbrio ecológico é bem anterior e passou despercebido. Um dos fatores que contribuiu para esse quadro foi a concentração dos animais em áreas cada vez menores, pela pressão de se produzir mais alimentos. Quando as áreas de criação concentravam um menor número de animais, a maioria das larvas não encontrava o hospedeiro e, consequentemente morriam por falta de alimento, ao contrário do que se observa hoje, onde as larvas não sucumbem, pois há hospedeiros por toda a parte. 28 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 3.1.4. Mecanismo de sobrevivência dos carrapatos ao clima árido e semiárido Segundo Londt (1975), o sucesso do desenvolvimento embrionário é indiretamente dependente das condições prevalentes de umidade relativa e diretamente dependente do conteúdo de água dos ovos por ocasião da postura. Quando esses ovos perdem mais de 35% de sua massa inicial por meio da evaporação, o metabolismo nitrogenado, indicado pela produção de guanina, é seriamente afetado, acarretando a morte do embrião. O autor observou que a produção de guanina diminuiu ou cessou completamente quando os ovos foram submetidos à umidade relativa inferior a 70-80%. Ao contrário das larvas (LONDT; WHITEHEAD, 1972) ou dos adultos (SAUER; HAIR, 1971), os ovos não absorvem água mesmo quando submetidos à umidade relativa de 95% (RECHAV; MALTZAHN, 1977). Segundo estes últimos autores, a existência de carrapatos em regiões áridas ou semiáridas depende da capacidade dos ovos desses carrapatos reterem água em quantidade suficiente para que se estabeleça o desenvolvimento embrionário. Afirmam que a umidade relativa crítica para cada espécie de carrapato é provavelmente uma função da qualidade da camada de cera que envolve os ovos, isto é, características endógenas do carrapato que impedem ou diminuem a taxa de perda de água dos ovos. Lees e Beament (1948), ao estudarem a função do órgão de Gene e da cera protetora produzida por ele, concluem que essa cera é responsável pela impermeabilidade conferida à cutícula ou casca do ovo. Quando os ovos são submetidos a determinadas temperaturas críticas, a cera sofre reorganização molecular, permitindo evaporação mais rápida da água. Segundo Legg (1930), se os ovos forem submetidos a fortes correntes líquidas, a proteção impermeabilizante pode ser retirada, com conseqüente absorção de água. Durante o desenvolvimento embrionário, o aparelho excretor, representado pelo saco renal e os túbulos de Malpighi, fica repleto de resíduos provenientes do crescimento embrionário, que consiste principalmente de cristais de ácido úrico, os quais são expelidos após a emergência larval sob a forma de pequenas gotas esbranquiçadas. A resistência dos ovos à perda de água talvez dependa da sua capacidade de impedir a evaporação através da superfície, ficando ressaltada a importância, no 29 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). desenvolvimento embrionário, das condições microclimáticas e do efeito da camada protetora de cera que os envolve (LONDT, 1975). 3.1.5. Prejuízos atribuídos ao carrapato Os carrapatos são ectoparasitos importantes para a Saúde Pública e sanidade animal por transmitirem agentes infecciosos e causarem injúrias a seus hospedeiros durante a hematofagia (PEREIRA et al., 2008). Entre essas injúrias, destaca-se a espoliação sanguínea, com reflexos diretos nos animais relacionadas ao ganho de peso e produção leiteira, que variam de acordo com a carga parasitária Pode ocorrer, também, a inoculação de toxinas na corrente circulatória do hospedeiro, que interferem na síntese protéica, resultando numa desproporção proteína-gordura, com prevalência desta última. A transmissão de agentes infecciosos como bactérias do gênero Anaplasma e protozoários do gênero Babesia, são responsáveis pela doença comumente chamada de Tristeza Parasitária Bovina. Essa doença se manifesta clinicamente por febre, anemia, hemoglobinúria, icterícia, anorexia, emagrecimento, e, nos casos de bovinos sensíveis, até a mortalidade (KESSLER; SCHENK, 1998). Ao realizar uma pesquisa no Brasil, Horn (1983), com base em informações colhidas junto às Secretarias de Agricultura dos Estados, estimou que os prejuízos causados pelo carrapato R. (B.) microplus aos bovinos, considerando aspectos relacionados à mortalidade (1,2%), diminuição do ganho de peso (6kg /animal/ ano), efeitos sobre o couro, gastos com carrapaticidas, diminuição na produção de leite (1,5 bilhão de litros), chegavam a US$ 968 milhões. Em função do crescimento do rebanho bovino de 76 milhões de cabeças em 1983, para 204 milhões em 2004, essas perdas facilmente ultrapassam os dois bilhões de dólares (PEREIRA et al., 2008). 3.1.6. Resistência aos carrapaticidas Com aproximadamente 400 milhões de anos, os artrópodes são organismos bem mais antigos que o homem, genotipicamente estão totalmente evoluídos, sendo considerados de grande longevidade (BORDIN, 1998). Sua aptidão e resistência 30 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). permitiram sua sobrevivência, encaixado-os devidamente no paradigma darwianiano de mutação-evolução e, por conseguinte, com adaptação à sobrevivência do mais forte. Segundo esse autor, apesar das inúmeras pesquisas relacionadas à biologia, ecologia e epidemiologia do carrapato, e ao diversificado arsenal da indústria químicofarmacêutica, ainda é muito difícil manter esse parasitismo compatível com a produção de medicamentos. Essa situação deve-se provavelmente à mutabilidade potencial do parasito, ao grau variável de desafio relacionado com a variabilidade epidemiológica entre períodos favoráveis e adversos, habilidade bioquímica da espécie, inadequação de algumas práticas terapêuticas, dosagens errôneas e outros fatores. Outro mecanismo de resistência é a propagação do alelo resistente, por pressão de seleção, isto acontece quando a resistência está instalada em uma população de carrapatos até mesmo antes de entrarem em contato com determinado produto. Isso ocorre porque já existiam, na população, alguns indivíduos naturalmente resistentes. A predominância do alelo resistente ou aparecimento da resistência é o momento em que a maior parte da população descende de carrapatos resistentes, carregando, em maior ou menor porcentagem, os genes responsáveis pela alteração de comportamento, capaz de fazê-los sobreviver ao veneno (FURLONG; MARTINS, 2000). Os mesmos autores relatam que os principais mecanismos utilizados pelos carrapatos resistentes para sobreviver aos acaricidas são: a redução da taxa de penetração do produto, alterando o tegumento externo; as mudanças no metabolismo, armazenamento e excreção do produto químico e, mudanças no local de ação do produto. A eficiência dos carrapaticidas, em sua grande maioria, também deixa a desejar, permitindo que os carrapatos em contato com eles sobrevivam e dessa forma ativem seu sistema enzimático de defesa, transmitindo às gerações seguintes todos os caracteres de resistência adquiridos (GONZALES, 1975). Em 1930, foram identificados os primeiros casos de resistência ao carrapato Boophilus microplus. Desde então, diversos princípios ativos carrapaticidas têm sido testados e utilizados comercialmente, tendo sido observado um aumento da resistência a esses produtos (OLIVEIRA et al., 2002). 31 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 3.1.7. Plantas com atividade carrapaticida O metabolismo secundário das plantas possui grande diversidade de compostos com ação pesticida que podem ser explorados através dos extratos vegetais. Os biopesticidas normalmente apresentam baixo custo, podem diminuir o impacto ambiental e são de pequena toxicidade ao homem e a organismo não alvo (MOREIRA et al., 2007; BAGAVAN et al., 2009). O metabolismo secundário de plantas pode variar consideravelmente dependendo de vários fatores, como: sazonalidade, índice pluviométrico, radiação UV, composição atmosférica (CO2, SO2, NO2 e O2), herbivoria e ataque de patógenos, temperatura, ritmo circadiano, etc. Estes fatores provocam variações fisiológicas no desenvolvimento dos órgãos, alterações morfológicas nas flores e folhas e modificações nas estruturas secretoras (SEPÚLVEDA-JIMENEZ et al., 2003; FIGUEIREDO et al., 2008). Métodos mais apurados de pesquisa, de separação e quantificação de princípios ativos estão conseguindo encontrar e medir com sucesso essas substâncias presentes em plantas (Taylor et al., 2001). As espécies botânicas mais usadas como plantas pesticidas pertencem às famílias Meliaceae, Rutaceae, Asteraceae, Annonaceae, Lamiaceae e Canellaceae (JACOBSON, 1989). Atualmente, com relação à atividade carrapaticida, várias espécies estão sendo pesquisadas, tais como: Azadirachta indica (MARTINEZ, 2002); Cymbopogon nardu (OLIVO et al., 2008), Lavandura angustifoli (PIRALIKHEIRABADI; SILVA, 2010), Tetradernia riparia (GAZIM et al., 2011), Nicotiana tabacum (RODRIGUEZ; RODRIGUEZ; CRUZ, 2010) entre outras. Assim estas plantas poderão ser utilizadas posteriormente em programas de controle, na tentativa de reduzir a utilização de carrapaticidas organossintéticos. A toxicidade de uma planta contra artrópodes não a qualifica necessariamente como um pesticida. Vários aspectos devem ser levados em consideração, tais como: forma de extração, eficácia em baixas concentrações, ausência de toxicidade para mamíferos e animais superiores, (VIEGAS JUNIOR, 2003). 32 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 3.2. Bioma Caatinga A província das caatingas no nordeste do Brasil estende-se de 2 54’ a 17 21’ S (estimada em cerca de 800.000 km2) e inclui os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, a maior parte da Paraíba e Pernambuco, sudeste do Piauí, oeste de Alagoas e Sergipe, região norte e central da Bahia e uma faixa estendendo-se em Minas Gerais seguindo o Rio São Francisco, juntamente com um enclave no vale seco da região média do Rio Jequitinhonha (ANDRADE-LIMA, 1981). O nome “Caatinga” é de origem Tupi-Guarani e significa “floresta branca”, que certamente caracteriza bem o aspecto da vegetação na estação seca, quando as folhas caem e apenas os troncos brancos e brilhosos das árvores e arbustos permanecem na paisagem seca (ALBUQUERQUE; BANDEIRA, 1995). O estudo e a conservação da diversidade biológica da Caatinga é um dos maiores desafios da ciência brasileira. Há vários motivos para isto: A Caatinga é a única grande região natural brasileira cujos limites estão inteiramente restritos ao território nacional; e proporcionalmente menos estudada entre as demais regiões naturais brasileiras, com grande parte do esforço cientifico estando concentrado em alguns poucos pontos em torno das principais cidades da região. É a região natural brasileira menos protegida, pois as Unidades de Conservação cobrem menos de 2% do seu território; continua passando por um extenso processo de alteração e deterioração ambiental provocado pelo uso insustentável dos seus recursos naturais, o que está levando a rápida perda de espécies vegetais únicas, à eliminação de processos ecológicos chaves e a formação de extensos núcleos de desertificação em vários setores da região (LEAL; TABARELLI; SILVA, 2003). Segundo Taberelli et al. (2000), 41,1% da caatinga ainda não foi amostrada e 80% da áreas está sub-amostrada, sendo as áreas menos perturbadas aquelas com menores esforços de coleta. Mesmo assim, atualmente são conhecidas 932 espécies de plantas (380 endêmicas); 148 espécies de mamíferos (10 endêmicas); 348 espécies de aves (15 espécies e 45 subespécies endêmicas) e entre os anfíbios e repteis, 15% também são endêmicos. Várias espécies de plantas da caatinga são amplamente conhecidas e utilizadas tanto na medicina popular como para exploração comercial, entre elas: A. 33 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). cearensis, M. nigra, N. variegata e S. convoluta. Apesar da sua grande diversidade cultural e biológica, poucos estudos etnobotânicos e farmacológicos são realizados no bioma caatinga (ALBUQUERQUE et al., 2007). 3.2.1. Amburana cearensis Amburana cearensis (Fabaceae), conhecida popularmente por “cumaru” ou “imburana-de-cheiro”, é uma árvore de importância econômica, típica do sertão nordestino, onde é amplamente empregada em carpintaria, perfumaria e para fins farmacêuticos (MAIA, 2004). A casca do caule, indicada para o tratamento de afecções respiratórias, é largamente utilizada na medicina popular no preparo de uma formulação caseira, chamada de “lambedor”, e também na produção industrial do fitoterápico “xarope de cumaru” (LEAL et al., 1997). A eficácia do uso popular de A. cearensis é comprovada por estudos farmacológicos a partir do extrato hidroalcoólico da casca do caule e de alguns dos seus constituintes químicos, os quais demonstraram atividade analgésica, broncodilatadora e anti-inflamatória (LEAL et al., 2003). Quimicamente, a casca do caule é basicamente constituída de cumarina, responsável pelo seu odor peculiar, dos flavonoides isocampferídeo, campferol e afromosina, pelos glicosídeos fenólicos amburosideos, dos ácidos fenólicos, ácido vanílico e acido protocateuico, alem de quantidades abundantes de sacarose (BRAVO et al., 1999). Estudos revelaram que a cumarina, o isocamferideo e o amburosídeo A possuem efeitos anti-inflamatório, antioxidante e broncodilatador, sendo indicados como princípios ativos da planta. Os glicosídeos fenólicos, amburosídeo A e B, com moderada atividade biológica, mostraram atividade antimalárica, antiprotozoária, antifúngica e antibacteriana in vitro (LEAL et al., 2003). Estudos realizados com o extrato etanólico das cascas de A. cearensis, sugerem ação nociceptiva (OLIVEIRA et al., 2009). Entretanto, a crescente demanda na exploração econômica da A. cearensis, causada pelo seu uso madereiro e medicinal, tem provocado uma séria ameaça a sua sobrevivência, já que segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza dos Recursos Naturais – IUCN, esta espécie sofre risco de extinção (Ministério da saúde). 34 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Figura 1 – Amburana cearensis. Fonte: http://www.neplame.univasf.edu.br/amburana-cearensis.html. 3.2.2. Morus nigra Morus nigra L., Moraceae, conhecida popularmente como “amoreira” é uma espécie vegetal que tem sua origem na Ásia, frutificando com maior intensidade e abundância, sobretudo na Ásia Menor e estando plenamente aclimatizada no Brasil (CRUZ, 1979). O gênero Morus é constituído de aproximadamente 24 espécies, uma subespécie, sendo descrito pelo menos 100 variedades (MACHII et al., 2000; TUTIN et al., 1996). Diferentes grupos de compostos químicos têm sido investigados no gênero Morus, tais como alcalóides, cumarinas, flavonoides, triterpenos e esteroides (TOSHIO et al., 2005). Na medicina chinesa, as plantas do gênero Morus são usadas como antiinflamatório, diurético, antitussígeno, analgésico e antipirético (NOMURA, 1998; JIANG, 1977). As raízes são utilizadas no tratamento de hipertensão arterial, reumatismo, problemas oculares e espasmos infantis. Almeida et al. (2011), realizaram um estudo sobre o potencial hipoglicêmico das folhas M. nigra, e observaram que o extrato não produziu o efeito hipoglicemiante esperado. O fruto da amora é utilizado para doenças hepáticas e renais e suas folhas utilizadas para o tratamento de febre, dor de cabeça, beribéri, vômitos e dor estomacal causada pelo agente da cólera. Os ramos jovens da árvore são usados para o tratamento de hipertesão e paralisia de braços e pernas (JIANG, 1977). Oliveira et al. (2013), realizaram um estudo para observar a toxicidade do chá das folhas de M. nigra, 35 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). concluindo que nas condições do estudo, o chá pode ser considerado de baixa toxicidade, pois não produziu efeitos tóxicos nos animais tratados. Na região do Vale do São Francisco-Brasil, essa espécie é conhecida popularmente como “amora-miúra”. O chá das folhas (decocto) é bastante utilizado pela população local para o tratamento de diabetes, dislipdemia, problemas cardiovasculares, obesidade e gota. A planta foi trazida para a região por imigrantes japoneses, adaptando-se bem às condições de clima e solo (OLIVEIRA et al., 2013). Figura 2 – Morus nigra Fonte: http://www.neplame.univasf.edu.br/morus-nigra.html. 3.2.3. Neoglaziovia variegata A espécie Neoglaziovia variegata Mez. é uma Bromeliaceae endêmica do Brasil, conhecida popularmente como “caroá”, amplamente distribuída na região da caatinga por todo o semiárido do nordeste brasileiro (RIBEIRO, 2007), e parte da região Sudeste (Minas Gerais) (FORZZA et al., 2011). Pode ser encontrada no interior de matas mais fechadas até as áreas mais abertas, em solos compactos e pouco profundos. Esta planta possui folhas longas que medem de 100 a 200 cm, com espinhos nos bordos curvados para o ápice da folha, nervuras paralelinérveas, face adaxial esparsamente prurinosa-lepidota, face abaxial glabra, verde com manchas irregulares cinza; inflorescência de 18 a 30 cm, racemosa, ereta, multiflora e flores pedicelada 1 cm, com pétalas avermelhadas e anteras amarelas. 36 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). O caroá apresenta potencialidades econômicas centradas nas folhas, as quais se constituem de fibras de alta resistência. Na década de 40, o extrativismo do caroá alcançou níveis mais significativos (PEREIRA; QUIRINO, 2008). Nessa época a espécie foi bastante importante para a economia nordestina, porém, sua exploração foi abandonada com o surgimento das fibras sintéticas (RIBEIRO, 2007). Atualmente, as fibras do caroá voltaram a ser uma das principais fontes de emprego e renda para diversas famílias nordestinas, com a fabricação artesanal de chapéus, bolsas, entre outros produtos. Vários estudos têm demonstrado que N. variegata têm propriedades biológicas tais como gastroprotetora (MACHADO et al., 2013), fotoprotetora (OLIVEIRA-JÚNIOR et al., 2013), antibacteriana (OLIVEIRA-JÚNIOR et al., 2012), anti-nociceptiva (LIMASARAIVA et al., 2012a) e antioxidante (LIMA-SARAIVA et al. 2012b). Figura 3 – Neoglaziovia variegata. Fonte: http://www.neplame.univasf.edu.br/neoglaziovia-variegata.html. 3.2.4. Selaginella convoluta A família Selaginellaceae possui um único gênero, Selaginella, o qual possui aproximadamente de 700 a 750 espécies. O gênero é amplamente distribuído na América, África e Europa (JUDD et al., 1999; TRYON; TRYON, 1982). Os membros da família Selaginellaceae são principalmente terrestres, plantas herbáceas e perenes 37 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). e variam muito em tamanho, algumas pequenas espécies têm hastes de aproximadamente 3 cm de comprimento, enquanto as espécies maiores têm hastes 50 cm a cerca de 1 m de comprimento, mas com menos de 2 cm de altura (JUDD et al., 1999; TRYON; TRYON, 1982). Na região Nordeste do país, principalmente na região semiárida, há a predominância da espécie S. convoluta, conhecida popularmente como “jericó”, “mãofechada”, “mão-de-sapo”, sendo utilizada como planta medicinal para o tratamento de diversas enfermidades, tais como antidepressivo (GIORGETTI; NEGRI; RODRIGUES, 2007; SANTOS et al., 1994), afrodisíaco, diurético, distúrbios da amenorréia (AGRA et al., 2007), analgésico e anti-inflamatório (ALMEIDA et al., 2005). Frequentemente, os espécimes de S. convoluta apresentam-se como ripícolas e crescem sobre uma fina camada de húmus nas encostas dos morros graníticos e paredões rochosos, mas podem ser também terrestres, ocupando barrancos. Preferencialmente, ocorrem em locais secos e expostos ao sol (HIRAI; PRADO, 2000). Estudos realizados recentemente com várias espécies de Selaginella, revelaram que o gênero é rico em esteroides, biflanoides, alcalóides e lignanas (SÁ et al., 2012). Figura 4 – Selaginella convoluta. Fonte: http://www.neplame.univasf.edu.br/ selaginella-convoluta.html. 38 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Tendo em vista a ampla distribuição dessas espécies no bioma caatinga e os poucos estudos químicos e da atividade biológica, esse trabalho apresenta pela primeira vez, os resultados da avaliação da atividade carrapaticida de Amburana cearensis, Morus nigra, Neoglaziovia variegata e Selaginella convoluta. Assim, pretendemos fornecer informações a respeito das propriedades carrapaticidas dessas espécies, visando á realização de novos estudos nas áreas de química e farmacologia, bem como contribuir para a conservação e manejo sustentável das mesmas na região do semiárido. 39 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 4. MATERIAIS E MÉTODOS 40 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 4. MATERIAIS E MÉTODOS 4.1. Material vegetal 4.1.1. Amburana cearensis As cascas do tronco de A. cearensis foram coletadas no município de Petrolina. Uma exsicata da planta (5545) está depositada no Herbário Vale do São Francisco (HVASF) da Universidade Federal do Vale do São Francisco. 4.1.2. Morus nigra As folhas de M. nigra L. foram coletadas na Fazenda Ouro Verde, município de Casa Nova-BA, em agosto de 2011. Uma exsicata da planta (1764) está depositada no Herbário Vale do São Francisco (HVASF) da Universidade Federal do Vale do São Francisco. 4.1.3. Neoglaziovia variegata As folhas e partes aéreas de N. variegata foram coletadas no município de Petrolina, Estado de Pernambuco em janeiro de 2010. Uma exsicata da planta está depositada no Herbário Vale do São Francisco (HVASF) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) sob o código 6441. 4.1.4. Selaginella convoluta As folhas de S. convoluta foram coletadas em agosto de 2009 no Campus de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Vale do São Francisco, localizado na zona rural de Petrolina - PE. Uma exsicata da planta (6440) foi depositada no herbário Vale do São Francisco (HVASF) da Universidade Federal do Vale do São Francisco. 41 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Todos os materiais botânicos foram identificados pelo biólogo André Paviotti Fontana do Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradas da Caatinga (CRAD) 4.2. Obtenção do extrato etanólico bruto (EEB) e das frações das espécies selecionadas O material vegetal seco e pulverizado foi submetido à maceração fracionada com etanol a 95%. Foram realizadas quatro extrações com intervalos de 72 horas entre cada extração. A solução foi filtrada e concentrada em evaporador rotatório. Após evaporação do solvente em rotavapor, obteve-se o extrato etanólico bruto das plantas estudadas, a partir de: - 714 g do pó seco das folhas de M. nigra foram obtidos 69 g do extrato etanólico bruto (9,67% de rendimento em relação ao peso seco da planta). - 1.174 g do pó seco das folhas de N. variegata foram obtidos 45 g do extrato etanólico bruto (3,83% de rendimento em relação ao peso seco da planta). - 361 g do pó seco das folhas de S. convoluta foram obtidos 27 g do extrato etanólico bruto (7,48% de rendimento em relação ao peso seco da planta) Parte do EEB das espécies selecionadas foram reservadas para os testes posteriores e outra parte foi submetida à partição por solventes orgânicos (hexano, clorofórmio e acetato de etila) em ordem crescente de polaridade. 4.3. Avaliação fitoquímica preliminar dos constituintes químicos Os extratos foram avaliados em placas cromatográficas de sílica gel com suporte de alumínio, aplicados com micropipeta e eluídos em diferentes sistemas de 42 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). solventes, conforme descrito por Wagner e Bladt (1996), procurando-se evidenciar os principais grupos de metabólitos secundários (Tabela 1). Tabela 1 - Sistemas de eluição e reveladores utilizados para caracterizar as principais classes de metabólitos secundários das 4 espécies da caatinga por cromatografia em camada delgada (WAGNER; BLADT, 1996). Classe química Sistema eluente Tolueno:acetato de Alcalóides gerais etila:dietilamina (70:20:10) Acetato de etila:ácido fórmico:ácido acético Flavanóides glacial:água (100:11:11:26) Tolueno:éter etílico Cumarinas (1:1 saturado com ácido acético 10%) Acetato de Derivados etila:metanol:água antracênicos (100:13,5:10) Clorofórmio:metanol:água Lignanas (70:30:4) Tolueno:ácido fórmico Naftoquinonas (99:1) Clorofórmio:ácido Saponinas acético:metanol:água (64:32:12:8) Acetato de etila:ácido Taninos acético glacial:ácido condensados fórmico:água (100:11:11:26) Taninos n-Butanol:acetona:tampão hidrolisáveis fosfato (40:50:10) Triterpenos e Tolueno:clorofórmio:etanol esteroides (40:40:10) Padrão Revelador Yoimbina Quinina Dragendorff Rutina Quercetina NEU Escopoletina KOH etanólico 10% Aloína KOH etanólico 10% Estrato de linhaça Biflorina Lapachol Vanilina fosfórica KOH etanólico 10% Saponina Anisaldeído sulfúrico Catequina Epicatequina Vanilina clorídrica Ácido gálico Ácido tânico Lupeol Sitosterol Sulfato de ferro amoniacal( 1%) LiebermanBurchard 43 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 4.4. Análise em cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) A análise do perfil de compostos foi realizada em CLAE, modelo Lachrom Elite, coluna de fase reversa LiCospher RP18 (5mm) com dimensões (150 mm x 4 mm) Merck, equipado com detector de arranjo de diodo (DAD). A fase móvel utilizada foi uma solução de H20/H3PO4 0,1% (A) e MeOH (B), inicialmente 75% de A e 25% de B, por 25 minutos. A temperatura da coluna foi mantida constante em 30ºC, com fluxo de 1,0 mL/ min. Para o extrato foi utilizado um volume de injeção de 20 µL. Os dados espectrais foram registrados em 320-322 nm durante a corrida inteira. A análise em CLAE-DAD foi realizada no Laboratório de Fitoquímica da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia. 4.5. Colônia de carrapatos Foram coletadas fêmeas ingurgitadas (entre 4 e 8 mm) de vida parasitária, em bovinos naturalmente infestados por R. (B.) microplus isentos de carrapaticida químico, acondicionadas em recipiente plástico fechado, e levados ao laboratório de parasitologia da UNIVASF em caixa térmica com gelo, para diminuir a mobilidade e evitar a oviposição prematura das fêmeas (BROGLIO-MICHELLETI et al., 2009). Para a criação dos R. (B). microplus foram utilizados dois bovinos (Bos taurus), adultos, pesando entre 200-250 Kg, provenientes do Centro de Ciências Agrárias da UNIVASF, que foram mantidos em baias individuais com alimentação e água ad libitum. Aproximadamente 200 larvas foram infestadas na região dorsal dos animais, para a realização do seu ciclo de vida. Após 21 dias, foram obtidas teleóginas, que foram coletadas, acondicionadas e levadas ao laboratório de Parasitologia, e incubadas em estufa B.O.D, a temperatura de aproximadamente 27ºC e umidade relativa maior que 90%. Após a postura dos ovos e eclosão dos mesmos, o procedimento foi repetido, para obtenção de mais carrapatos com o objetivo de serem testados com os extratos das plantas, nos testes de imersão de fêmeas ingurgitadas, também conhecido como biocarrapaticidograma. 44 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 4.6. Teste de imersão de fêmeas ingurgitadas Os carrapatos coletados e levados ao laboratório de Parasitologia da UNIVASF foram submetidos ao teste de imersão, segundo Drummond et al. (1973), ao chegar no laboratório, os mesmo foram lavados em água corrente, secos em papel absorvente e selecionados por tamanho em grupos de tratamentos homogêneos quanto a aparência, motilidade, integridade física e ingurgitamento (ARANTES, 1995). Foram divididos em grupos de 10 teleóginas por tratamento, sendo os testes realizados em triplicatas. Os grupos foram pesados em balança analítica e submetidos ao banho de imersão por cinco minutos em soluções de 20 mL dos extratos diluídos em percentuais de 0,5%, 1,0% e 2,5%. No grupo controle, o líquido de imersão utilizado foi água destilada e, quando necessário, realizou-se o controle com o surfactante Cremophor. Após a imersão, foram secos e transferidos para placas de petri devidamente identificadas e mantidas em estufa B.O.D, a temperatura de aproximadamente 27ºC e umidade relativa maior que 90%. Ao fim da oviposição, as posturas foram removidas, pesadas em balança analítica e transferidas para tubos de ensaio vedados com tampo de algodão hidrófilo e mantidos nas mesmas condições. 4.6.1. Parâmetros analisados Os dados como peso das teleóginas (PT), peso dos ovos (PO) e percentual de eclosão (%E), foram avaliados e posteriormente calculados a inibição da oviposição (%IO), índice reprodução estimada (IRE) e a eficácia (EF) (DRUMMOND et al., 1973). • Inibição de oviposição (%IO) = {(IO (controle) – IO (tratamento)/ IO (controle)) * 100}; • Índice de Reprodução Estimada (IRE) = (PO/ PT) * (%Ex 0,01) x 20000; • Eficácia (EF) = {(EF (controle)-EF (tratamento)/EF (controle) * 100}. 45 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 4.7 Análise estatística Os dados obtidos foram analisados através do programa GraphPad Prism, versão 5.0, e expressos como média ± erro padrão da média (e.p.m). Diferenças estatísticas significantes entre os grupos foram calculadas pela aplicação de uma análise de variância (ANOVA) seguido do teste de Tukey e confirmado pelo teste t de Student (GraphPad Software Inc., San Diego, CA, EUA). 46 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5. RESULTADOS 47 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5. RESULTADOS 5.1 Triagem fitoquímica 5.1.1 Amburana cearensis A análise preliminar da fitoquímica do extrato etanólico bruto das cascas de A. cearensis (Ac-EEB) apresentou reação positiva para derivados antracênicos, cumarinas, flavonoides, taninos, lignanas, monoterpenos e diterpenos, naftoquinonas, triterpenos e esteroides e reação negativa para alcalóides. Tabela 2 - Caracterização fitoquímica do extrato etanólico bruto das cascas de Amburana cearensis. Grupo Metabólico EEB Alcaloides - Derivados Antracênicos + Cumarina + Flavonoides e Taninos + Lignanas + Mono e diterpenos + Naftoquinonas + Triterpenos e esteroides + EEB (Extrato Etanólico Bruto); (-): não detectado; (+): presença. 5.1.2 Morus nigra A triagem fitoquimica do extrato etanólico bruto das folhas de M. nigra (MnEEB) apresentou reação positiva para alcaloides. Cumarinas, flavonoides, triterpenos e esteroides foram positivos para todas as frações. Apenas na fração acetato (MnAcOEt) está presente os derivados antracênicos. Em contrapartida apenas essa fração, mostrou-se negativa para a presença de mono e diterpenos e naftoquinonas. Lignanas foram identificadas nas frações etanólicas e acetato. 48 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Tabela 3 - Caracterização fitoquímica dos extratos das folhas de Morus nigra. Grupo Metabólico EEB Hexano CHCl3 AcOEt Alcaloídes + - - - Derivados Antracênicos - - - +++ Cumarina ++ + +++ ++ Flavonoides e taninos ++ ++ ++ +++ Lignanas + - - +++ Mono e diterpenos + +++ + - Naftoquinonas + +++ + - Triterpenos e esteroides ++ +++ +++ ++ EEB (Extrato Etanólico Bruto); CHCl3 (Clorofórmio); AcOEt (Acetato de etila); (-): não detectado; (+):pouca presença; (++) presença moderada; (+++): forte presença. 5.1.3 Neoglaziovia variegata 5.1.3.1 Folhas A análise preliminar demonstrou que todos os extratos foram positivos para a presença de flavonoides e taninos. A exceção da fração clorofórmica (Nvf-CHCl3), todas as frações deram reação positiva para a presença de derivados antracênicos, monoterpeno, diterpenos, triterpenos e esteroides. Nvf-CHCl3 e fração acetato de N. variegata (Nvf-AcOEt) foram positivos para a presença de cumarina e naftoquinonas. Todos os extratos foram negativos para a presença de alcalóides e lignanas (Tabela 4). 49 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Tabela 4 - Caracterização fitoquímica dos extratos das folhas de Neoglaziovia variegata. AcOEt Grupo Metabólico EEB Hexano CHCl3 Alcaloide Derivados Antracênico Cumarina Flavonoide e tanino Lignana Mono e diterpeno Naftoquinona Triterpeno e esteroide - - - - ++ ++ + - - - ++ ++ ++ ++ ++ ++ - - - - +++ +++ ++ - - - + + ++ ++ +++ - EEB (Extrato Etanólico Bruto); CHCl3 (Clorofórmio); AcOEt (Acetato de etila). (-): não detectado; (+): pouca presença; (++) presença moderada; (+++): forte presença. 5.1.3.2 Partes aéreas A análise preliminar demonstrou que o extrato etanólico (Nvpa-EEB) e hexânico (Nvpa-HEX), foram positivos para a presença de derivados antracênicos, flavonoide, tanino, monoterpeno e diterpeno. O extrato hexânico também apresentou reação positiva para triterpenos e esteroides. O extrato clorofórmico (Nvpa-CHCl3) foi positivo para a presença de derivados antracênicos, cumarinas, flavonoides e taninos, mono e diterpenos e naftoquinonas. O extrato de acetato de etila (Nvpa-AcOEt) foi positivo para a presença de cumarinas, flavonoides e taninos, lignanas e naftoquinonas. Todos os extratos foram negativos para a presença de alcalóides (Tabela 5). 50 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Tabela 5 - Caracterização fitoquímica dos extratos das partes aéreas de Neoglaziovia variegata. Grupo Metabólico Alcaloides EtOH - Hexano - CHCl3 - AcOEt - ++ ++ + - - - ++ ++ ++ ++ ++ +++ Lignanas - - - ++ Mono e diterpenos + +++ ++ - Naftoquinonas - - + + Triterpenos e esteroides - ++ - - Derivados Antracênicos Cumarina Flavonoides e Taninos EEB (Extrato Etanólico Bruto); CHCl3 (Clorofórmio); AcOEt (Acetato de etila). (-): não detectado; (+): pouca presença; (++) presença moderada; (+++): forte presença. 5.1.4 Selaginella convoluta Na triagem fitoquímica preliminar, o extrato etanólico bruto (Sc-EEB) apresentou reação positiva para a presença de fenóis, taninos, flavonoides, esteroides e terpenoides. Não foi constatada para o Sc-EEB presença de alcaloides (Tabela 6). Tabela 6 - Caracterização fitoquímica dos extratos das folhas de Selaginella convoluta. Grupo Metabólico EEB Alcaloides Derivados Antracênicos - Cumarina - Flavonoides e Taninos + Lignanas - Mono e diterpenos - Naftoquinonas - Triterpenos e esteroides + EEB (Extrato Etanólico Bruto). (-): não detectado; (+): presença. 51 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.2. Análise dos extratos em cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodo (CLAE-DAD) 5.2.1. Análise em CLAE do extrato etanólico de Amburana cearensis O perfil cromatográfico em 322 nm para Ac-EEB é apresentado na Figura 5. O cromatograma mostra a presença de quatro picos com tempos de retenção diferentes: 15,68 (1), 16,94 (2), 18,6 (3), 19,65 (4). Com base nos dados espectrais de UV-Vis e nos tempos de retenção, os compostos têm características da banda de UV para flavonoides. Figura 5 – Cromatograma do extrato etanólico de Amburana cearensis obtido por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodo (CLAE- DAD) em 220 nm. 52 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.2.2. Análise em CLAE do extrato etanólico de Morus nigra O perfil cromatográfico avaliado em 320 nm para o Mn- EEB é apresentado na Figura 6. O cromatograma mostra a presença de quatro picos com tempo de retenção entre 5 e 20 minutos. Com base nos dados espectrais de UV-Vis e nos tempos de retenção, os compostos têm características de banda de UV para compostos fenólicos, ácido cinâmico ou possivelmente derivados da flavanona. Figura 6 – Cromatograma do extrato etanólico de Morus nigra obtido por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodo (CLAE- DAD) em 320 nm. 1 2 3 4 53 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.2.3. Análise em CLAE do extrato etanólico de Neoglaziovia variegata O perfil cromatográfico avaliado em 322 nm para as folhas do extrato de N. variegata (Nvf-EEB) é apresentado na Figura 7. O cromatograma mostra a presença de oito picos com tempos de retenção diferentes: 9,6 (1), 10,89 (2), 11,80 (3), 14,44 (4), 15,16 (5), 15,58 (6), 16,69 (7) e 17,62 (8). Com base nos dados espectrais de UVVis e nos tempos de retenção, os compostos têm características da banda de UV para derivados do ácido cinâmico, cumarinas ou flavonoides. Figura 7 – Cromatograma do extrato etanólico de obtido por Neoglaziovia variegata de obtido por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodo (CLAE- DAD) em 322 nm. 7 6 4 5 3 2 1 8 54 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.2.4. Análise em CLAE do extrato etanólico de Selaginella convoluta O perfil cromatográfico e espectral do extrato etanólico de S. convoluta (ScEEB), obtido pela técnica CLAE-DAD e registrado em 320 nm é mostrado na Figura 8. O cromatograma mostra a presença de um único pico, com tempo de retenção de 19,41 minutos. O composto tem banda de UV característica de um flavonoide. Figura 8 – Cromatograma do extrato etanólico de Selaginella convoluta obtido por cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodo (CLAE- DAD) em 320 nm. 55 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3. Teste de imersão 5.3.1. Amburana cearensis 5.3.1.1. Inibição da oviposição (IO) Através do teste de imersão de fêmeas ingurgitadas foi possível observar que o extrato hexânico de A. cearensis (Ac-HEX) inibiu a oviposição das fêmeas em todas as doses do extrato (5, 10 e 25 mg/mL), apresentando percentuais de inibição de 13,25%, 20,83% e 52,73%, quando comparado ao grupo controle (Figura 9). Nas mesmas concentrações, o grupo tratado com o extrato clorofórmico de A. cearensis (Ac-CHCl3) obteve percentual de inibição menores 5,26%, 24,10% e 28,08% . O grupo tratado com extrato acetato de etila (Ac-AcOEt) obteve percentuais de 6,84%, 13,85% e 11,79%, enquanto o grupo tratado com Ac-EEB obteve 8,49%, 6,91% e 31,91%, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL. Não houve diferença significativa em nenhuma das fases. Figura 9 – Efeito do extrato das cascas de A. cearensis sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de A. cearensis B) Extrato Acetato de Etila de A. cearensis C) Extrato Clorofórmico de A. cearensis D) Extrato Hexânico de A. cearensis. Valores são média ± E.P.M (n=10). *P< 0,05. Anova one way. 56 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.1.2. Porcentagem de eclosão (%E) A porcentagem de eclosão, foi o segundo parâmetro avaliado, o melhor resultado para a A. cearensis foi Ac-HEX na concentração de 25 mg/mL, apresentando 39% de eclosão, essa mesma fase a eclosão foi de 81,67% e 76,33% nas concentrações de 5 e 10 mg/mL, respectivamente. Para Ac-CHCl3, observou-se uma eclosão de 94,67%, 91,27% e 75,83% e Ac-AcOEt a eclosão em 83%, 82,83% e 58,67%. O extrato etanólico bruto apresentou inibição de 52% para a concentração mais alta, 2,5% e 84,67% e 83,67% para as concentrações de 0,5% e 1%, respectivamente. Não houve diferença estatística entre o controle 1 (água) que apresentou 99% de eclosão e o controle 2 (água/ cremophor). Houve diferença estatística entre todas as frações (2,5%) e o controle (Figura 10). Figura 10 – Efeito do extrato das cascas de A. cearensis sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de A. cearensis B) Extrato Acetato de Etila de A. cearensis C) Extrato Clorofórmico de A. cearensis D) Extrato Hexânico de A. cearensis. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05 significativamente diferente do grupo controle. Anova one way. A. cearensis - EEB A. cearensis - AcOEt 100 100 * 40 60 20 0 0 C on tr ol e C on tr ol e 20 A * 40 C re m op ho r A cA cO E t0 ,5 % A cA cO E t1 ,0 % A cA cO E t2 ,5 % Eclosão (%) 80 60 C re m op ho r A cE E B 0, 5 % A cE E B 1% A cE E B 2, 5% Eclosão (%) 80 A.cearensis - HEX A. cearensis - CHCl3 100 * 80 Eclosão (%) 80 60 40 60 0 C on tr ol e C on tr ol e 20 0 C re m op ho A r cC H C l3 0, 5% A cC H C l3 1, 0% A cC H C l3 2, 5% 20 C * 40 C re m op ho r A cH E X 0, 5% A cH E X 1, 0% A cH E X 2, 5% 100 Eclosão (%) B D 57 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.1.3. Índice de eficiência reprodutiva (IER) A. cearensis foi capaz de inibir em todas as fases a reprodução estimada das fêmeas ingurgitadas, sendo esse efeito mais evidente em Ac-HEX, apresentando 7664, 6594 e 3271, para as concentrações de 0,5, 1 e 2,5%, respectivamente. AcCHCl3 nas mesmas concentrações, apresentou o menor efeito com 8864, 6838 e 6235. O grupo tratado com Ac-AcOEt não inibiu significativamente a reprodução estimada, apresentando o melhor efeito para a concentração de 25 mg/mL com inibição de 5621 e os grupos tratados com Ac-EEB apresentaram uma reprodução estimada de 8021 para a concentração de 0,5% e 4910 para a concentração de 2,5%. Os grupos controle 1 (água) com RE em 10050 e o grupo controle 2 (água e cremophor) com RE de 10089 não apresentaram diferença estatística (Tabela 7). Tabela 7 – Efeito do extrato das cascas de Amburana cearensis sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus. FRAÇÃO EXTRATO REPRODUÇÃO ESTIMADA HEXANO 5 10 25 7664 ± 1435 6594 ± 2231 3271 ± 3783 CLOROFÓRMIO 5 10 25 8864 ± 745,1 6838 ± 895,2 6235 ± 984 ACETATO DE ETILA 5 10 25 7999 ± 2310 7257 ± 1851 5621 ± 2074 ETANOL 5 10 25 8021 ± 2187 7753 ± 1555 4910 ± 2637 CONTROLE 1 10050 ± 139,1 CONTROLE 2 10089 ± 458,6 Controle 1(Apenas água); Controle 2 (Água+cremophor) 58 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.1.4 Eficácia (EF) Através do teste de imersão de fêmeas ingurgitadas foi possível comprovar que A. cearensis possui atividade carrapaticida. Ac-HEX, apresentou eficácia de 66,68% para a concentração de 2,5%, sendo que para as concentrações de 0,5% e 1%, esses resultados foram 22,67% e 66,68%, respectivamente (Figura 11). Para Ac-EEB foi evidenciado uma redução gradual da eficácia, obtendo-se 20%, 21,78% e 52,03% para as mesmas concentrações descritas acima. As menores eficiências foram obtidas por Ac-AcOEt e Ac-CHCl3, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL, apresentaram eficácia 20,21%, 27, 66% e 43,98% e 6,5%, 27,5% e 35,78%, respectivamente. Houve diferença significativa entre Ac-AcOEt 0,5% e 2,5%. Figura 11 – Eficácia do extrato das folhas de A. cearensis no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de A. cearensis B) Extrato Acetato de Etila de A. cearensis C) Extrato Clorofórmico de A. cearensis D) Extrato Hexânico de A. cearensis. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 59 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.2. Morus nigra 5.3.2.1. Inibição da oviposição (IO) Para a inibição de postura o extrato clorfórmico de M. nigra (Mn-CHCl3) obteve a melhor resposta na concentração de 25 mg/mL, apresentando inibição de 62,61% quando comparado ao controle (Figura 12), em menores concentrações a inibição foi de 4,2% e 6,65% para 5 e 10 mg/mL. Extrato hexânico de M.nigra (Mn-HEX), MnAcOEt e Mn-EEB, não apresentaram efeito gradual com o aumento da concentração, obtendo 12,10%, 10,24 % e 11,00% de inibição para Mn-HEX, 9,52%, 11,53% e 3,66% para Mn-AcOEt e 12,47%, 8,62% e 19,03% para Mn-EEB, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL. Não houve diferença estatística em nenhuma das fases. Figura 12 – Efeito do extrato de M. nigra sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de M. nigra B) Extrato Acetato de Etila de M. nigra C) Extrato Clorofórmico de M. nigra D) Extrato Hexânico de M. nigra. Valores são média ± E.P.M (n=10). P< 0,05. Anova one way. 60 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.2.2. Porcentagem de eclosão (%E) Para a eclosão dos ovos, o extrato de M. nigra não apresentou diferença estatística em nenhuma das suas fases quando comparada ao controle. Ac-CHCl3 apresentou a maior inibição da eclosão dos ovos para esse extrato, obtendo 39,33% de eclosão na concentração de 25 mg/mL, em menores concentrações (5 e 10 mg/mL) apresentou 91,17% e 81,17% de eclosão. Logo em seguida, Ac-HEX também na concentração de 25 mg/mL, obteve 71,5% de eclosão, Ac-AcOEt e Ac-EEB a 2,5% eclodiram 73,17% e 86,37% dos seus ovos respectivamente. Não houve diferença estatística entre os extratos e os controles (Figura 13). Figura 13 – Efeito do extrato das folhas de M.nigra sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de M.nigra B) Extrato Acetato de Etila de M.nigra C) Extrato Clorofórmico de M.nigra D) Extrato Hexânico de M.nigra. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 61 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.2.3. Índice de eficiência reprodutiva (IER) O extrato de M. nigra apresentou efeito sobre a reprodução estimada das fêmeas ingurgitadas, principalmente Mn-CHCl3, apresentando diminuição da reprodução estimada em 3334 na concentração de 25 mg/mL, quando comparado ao grupo controle que apresentou RE de 9457, para as concentrações de 5 e 10 mg/mL alcançou RE de 6608 e 6069, respectivamente. Nas mesmas concentrações, MnHEX apresentou 8268, 6608 e 6069, Mn-AcOEt 8012, 7130 e 7378 e Mn-EEB 7430, 8557 e 7479, respectivamente (Tabela 8). Tabela 8 – Efeito do extrato das folhas de M. nigra sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus. FRAÇÃO EXTRATO REPRODUÇÃO ESTIMADA HEXANO 5 10 25 8268 ± 1662 6608 ± 2058 6069 ± 1633 CLOROFÓRMIO 5 10 25 8712 ± 571,4 6293 ± 1539 3334 ± 4130 ACETATO DE ETILA 5 10 25 8012 ± 815,4 7130 ± 906,5 7378 ± 2456 ETANOL 5 10 25 7430 ± 1553 8557 ± 719 7479 ± 1016 CONTROLE 1 9457 ± 817,7 CONTROLE 2 9273 ± 1402 Controle 1(Apenas água); Controle 2 (Água+cremophor) 5.3.2.4. Eficácia (EF) A atividade carrapaticida do extrato de Morus nigra, foi mais evidente na fase clorofórmica, alcançando 65,44% de eficácia na concentração de 25 mg/mL, em menores concentrações (5 e 10 mg/mL) obteve 9,15% e 35,57%. O extrato hexânico também apresentou carrapaticida quando comparado ao grupo controle, obtendo 62 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 20,55%, 37,09% e 42,10% para as concentrações de 5, 10, e 25 mg/mL. O extrato etanólico bruto e acetato não apresentaram resposta gradual com o aumento da concentração (5, 10 e 25 mg/mL) com 22,68%, 31,10% e 28,37% para Mn-AcOEt e 23,55%, 11,12% e 22,57 % para Mn-EEB. Figura 14 – Eficácia do extrato das folhas de M. nigra no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de M. nigra B) Extrato Acetato de Etila de M. nigra C) Extrato Clorofórmico de M. nigra D) Extrato Hexânico de M. nigra. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 63 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.3. Neoglaziovia variegata 5.3.3.1. Folhas 5.3.3.1.1. Inibição da oviposição (IO) As folhas de N. variegata apresentaram forte inibição da ovipostura. Extrato hexânico das folhas de N. variegata (Nvf-HEX) 2,5% apresentou inibição máxima de 94,14% quando comparado ao controle, em menores concentrações observou-se inibição da ovipostura de 18,59% e 61,22% para as concentrações de 0,5% e 1%, respectivamente. Houve diferença estatística entre Nvf-HEX 1% e 2,5% quando comparados com Nvf-HEX 0,5%. Nvf-EEB também obteve forte inibição, apresentando diferença estatística entre os extratos de 0,5 e 2,5%, com percentuais de 21,65%, 41,3% e 84,56% para as doses de 5, 10 e 25 mg/ml. Nv-CHCl3 e Nvf-AcOEt apresentaram respectivamente, 13,04%, 31,04% e 33,22% e 18,8%, 22,52% e 28,56%, para as concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL (Figura 15). Figura 15 – Efeito do extrato das folhas de N. variegata sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de N. variegata B) Extrato Acetato de Etila de N. variegata C) Extrato Clorofórmico de N. variegata D) Extrato Hexânico de N. variegata. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 64 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.3.1.2. Porcentagem de eclosão (%E) Nvf-HEX apresentou a maior inibição da eclosão dos ovos para o extrato de N. variegata, obtendo 0,33% de eclosão na concentração de 25 mg/mL e em menores concentrações (5 e 10 mg/mL) apresentou 70,17% e 26,67%, houve diferença estatística entre todas as concentrações de Nvf- HEX quando comparados ao controle. Nvf-EEB também apresentou boa atividade contra a eclosão dos ovos de R.B. microplus, obtendo 78,83%, 58,83% e 10% nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL, respectivamente. Houve diferença estatística entre Nvf- EEB 1% e 2,5% quando comparados ao controle. Nvf-CHCl3 e Nv-AcOEt obtiveram 66,50%, 50,00% e 45,67% e 68,67%, 72,33% e 74% de eclosão, respectivamente (Figura 16). Figura 16 – Efeito do extrato das folhas de N.variegata sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de N.variegata B) Extrato Acetato de Etila de N.variegata C) Extrato Clorofórmico de N. variegata D) Extrato Hexânico de N. variegata. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 65 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.3.1.3. Indice de eficiência reprodutiva (IER) O extrato de N. variegata apresentou efeito sobre a reprodução estimada das fêmeas ingurgitadas, principalmente Nvf-HEX, apresentando diminuição da reprodução estimada em 19,83 na concentração de 25 mg/mL, quando comparado ao grupo controle que apresentou RE de 10236, para as concentrações de 5 e 10 mg/mL alcançou RE de 6139 e 2135, respectivamente. Nas mesmas concentrações, Nv- EEB apresentou 7023, 4749 e 768,5, Nvf-AcOEt 6335, 6552 e 6333 e Nvf-CHCl3 6157,4008 e 3933, respectivamente (Tabela 9). Tabela 9 – Efeito do extrato das folhas de N. variegata sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus FRAÇÃO EXTRATO REPRODUÇÃO ESTIMADA HEXANO 5 10 25 6139 ± 975,6 2135 ± 1603 19,83 ± 34,35 CLOROFÓRMIO 5 10 25 6157 ± 2450 4008 ± 2190 3933 ± 4025 ACETATO DE ETILA 5 10 25 6335 ± 1909 6552 ± 3171 6333 ± 2103 ETANOL 5 10 25 7023 ± 903,1 4749 ± 2672 768,5 ± 193,6 CONTROLE 1 10236 ± 75488 CONTROLE 2 10116 ± 586,7 Controle 1(Apenas água); Controle 2 (Água+cremophor) 5.3.3.1.4. Eficácia (EF) As folhas de N. variegata apresentaram o melhor efeito carrapaticida quando comparados ao grupo controle. Nvf-HEX obteve 37,63%, 78,07% e 99,81% de eficácia para as concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL. Nas mesmas concentrações, Nvf-EEB obteve eficácia de 33,91%, 54,83% e 92,55%. Nvf-CHCl3 e Nvf-AcOEt obtiveram 66 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). eficácia de 38,42%, 61,07% e 61,80 % para o primeiro e 40,30%, 38,38% e 40,38% para o segundo. Figura 17 – Eficácia do extrato das folhas de N. variegata no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de N. variegata B) Extrato Acetato de Etila de N. variegata C) Extrato Clorofórmico de N. variegata D) Extrato Hexânico de N. variegata. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 5.3.3.2. Partes aéreas 5.3.3.2.1. Inibição da oviposição (IO) As partes aéreas de N. variegata obteve o melhor resultado na fração hexânica, com inibição de 20,76%, 26,50% e 46,57% nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL. Nvpa-EEB apresentou 18,73%, 30,24% e 40,34% de inibição nas mesmas concentrações. Nvpa-AcOEt e Nvpa-CHCl3 apresentaram fraca inibição da ovipostura, obtendo-se 13,64%, 16,30% e 17,13% e 8,82%, 22,46% e 25,84%, respectivamente (Figura 18). 67 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Figura 18 – Efeito do extrato das partes aéreas de N. variegata sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microlus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de N. variegata B) Extrato acetato de etila de N. variegata C) Extrato Clorofórmico de N. variegata D) Extrato Hexânico de N. variegata. Valores são média ± E.P.M (n=10). *P< 0,05. Anova one way. 5.3.3.2.2. Porcentagem de eclosão (%E) Nvpa-HEX apresentou os melhores resultados, para as concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL foi possível observar 56,17%, 52,83% e 42,50% de eclosão, houve diferença estatística entre Nvpa-HEX 2,5% e o controle. Nvpa-CHCl3 nas mesmas concentrações, obteve 69,67%, 58,50% e 51,67% de eclosão. Os extratos etanólico bruto e acetato obtiveram 84,33%, 65,57% e 57,17% de eclosão para o primeiro e 85,17, 74 e 70% de eclosão para o segundo. Existiu diferença estatística entre NvpaEEB 1 e 2,5% e o controle (Figura 19). 68 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Figura 19 – Efeito do extrato das partes aéreas de N. variegata sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de N. variegata B) Extrato Acetato de Etila de N. variegata C) Extrato Clorofórmico de N. variegata D) Extrato Hexânico de N. variegata. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 5.3.3.2.3. Índice de eficiência reprodutiva (IER) As partes aéreas de N. variegata apresentou efeito sobre a reprodução estimada das fêmeas ingurgitadas, principalmente Nvpa-HEX, apresentando diminuição da reprodução estimada em 3604 na concentração de 25 mg/mL, quando 69 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). comparado ao grupo controle que apresentou RE de, para as concentrações de 5 e 10 mg/mL alcançou RE de 4829 e 4140, respectivamente. Nas mesmas concentrações, Nvpa-EEB apresentou 7109, 5412e 4219, Nvpa-AcOEt 6963, 6162 e 6276 e Nv-CHCl3 6315, 5461 e 4656, respectivamente (Tabela 10). Tabela 10 – Efeito do extrato das partes aéreas de N. variegata sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus. FRAÇÃO EXTRATO REPRODUÇÃO ESTIMADA HEXANO 5 10 25 4829 ± 1890 4140 ± 1942 3604 ± 1914 CLOROFÓRMIO 5 10 25 6315 ± 2249 5461 ± 3254 4656 ± 2955 ACETATO DE ETILA 5 10 25 6963 ± 1069 6162 ± 365,7 6276 ± 2571 ETANOL 5 10 25 7109 ± 722,2 5412 ± 1593 4219 ± 1356 CONTROLE 1 5221 ± 1,61 CONTROLE 2 4855 ± 3,25 Controle 1(Apenas água); Controle 2 (Água+cremophor) 5.3.3.2.4. Eficácia (EF) As partes aéreas de N.variegata apresentaram efeito carrapaticida quando comparados ao grupo controle. Nvpa-HEX apresentou os melhores resultados, sendo que, na concentração de 5, 10 e 25 mg/mL, obteve-se 49,88%, 56,37% e 61,92% de eficácia. Nas mesmas concentrações, observou-se 30,76%, 38,04% e 57,25 % para Nvpa-EEB. Nvpa-CHCl3 apresentou eficácia similar as outras fases, obtendo 34,84%, 42,15% e 50,66%. Com menor eficácia Nvpa-AcOEt, obteve 27,86%, 36,19% e 34,42% para as mesmas concentrações. 70 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Figura 20 – Eficácia do extrato das partes aéreas de N. variegata no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de N. variegata B) Extrato Acetato de Etila de N. variegata C) Extrato Clorofórmico de N. variegata D) Extrato Hexânico de N. variegata. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 5.3.4. Selaginella convoluta 5.3.4.1. Inibição da oviposição (IO) Para a inibição de ovipostura, Sc-EEB apresentou os melhores resultados entre as fases testadas, observou-se 27,91%, 29,68% e 37,13% para as concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL. O extrato acetato de S. convoluta (Sc-AcOEt) 0,5% também apresentou baixa inibição, chegando a 18,97% de inibição da postura das fêmeas ingurgitadas, ao aumentar a concentração para 1% e 2,5%, observou-se o aumento da inibição para 20,66% e 30,94%, respectivamente. Nas doses de 50, 100 e 250 mg/mL foi possível observar uma inibição de 10,41%, 10,69% e 25,35% para extrato hexânico de S. convoluta (Sc-HEX) e 12,03%, 16,02% e 19,03% para extrato clorofórmico de S. convoluta (Sc-CHCl3) (Figura 21). 71 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Figura 21 – Efeito do extrato das folhas de S. convoluta sobre a ovipostura do carrapato R. (B.) microplus nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de S. convoluta B) Extrato Acetato de Etila de S. convoluta C) Extrato Clorofórmico de S. convoluta D) Extrato Hexânico de S. convoluta. Valores são média ± E.P.M (n=10). *P< 0,05. Anova one way. 5.3.4.2. Porcentagem de eclosão (%E) Sc-EEB apresentou o maior controle na eclosão dos ovos quando comparado ao grupo controle, chegando a apresentar uma eclosão de 50,70% na concentração de 25 mg/mL e 63,93% e 57,97% para as concentrações de 5 e 10 mg/mL, houve diferença significativa entre todas as concentrações de Sc-EEB e o controle. Observou-se eclosão de 88,9%, 83,17%, 75,93% para Sc-HEX nas doses de 5, 10 e 25 mg/mL. Sc-AcOEt e Sc-CHCl3 apresentaram variação na diminuição da eclosão 72 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). com o aumento da concentração, demonstrando 84,93%, 86,53% e 79,43% para ScCHCl3 e 79,27%, 86,30% e 65,40 % para Sc-AcOEt (Figura 22) Figura 22 – Efeito do extrato das folhas de S. convoluta sobre a eclosão dos ovos do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de S. convoluta B) Extrato Acetato de Etila de S. convoluta C) Extrato Clorofórmico de S. convoluta D) Extrato Hexânico de S. convoluta. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 5.3.4.3. Índice de eficiência reprodutiva (IER) Para a reprodução estimada, Sc-EEB apresentou melhor atividade em todas as concentrações, tendo como resultado 4933, 4409 e 4329 para as concentrações de 5, 10 e 25 mg/ml. Sc-HEX apresentou RE de 8211, 7914 e 6963 para as mesmas concentrações descritas acima. Sc-CHCl3 e Sc- AcOEt não apresentaram resposta 73 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). dose-dependente, obtendo dessa forma 7685, 7774 e 7132 e 7144, 7482 e 5425, respectivamente. Tabela 11 – Efeito do extrato das folhas de S. convoluta sobre a reprodução estimada do carrapato R. (B.) microplus. FRAÇÃO EXTRATO REPRODUÇÃO ESTIMADA HEXANO 5 10 25 8211 ± 651,3 7914 ± 493,8 6963 ± 2414 CLOROFÓRMIO 5 10 25 7685 ± 724,2 7774 ± 269,4 7132 ± 1082 ACETATO DE ETILA 5 10 25 7144 ± 544,8 7482 ± 1074 5425 ± 1149 ETANOL 5 10 25 4933 ± 936,3 4409 ± 1269 4329 ± 1187 CONTROLE 1 9560 ± 699,8 CONTROLE 2 9634 ± 569,3 Controle 1 (Apenas água); Controle 2 (Água + cremophor) 5.3.4.4. Eficácia (EF) O extrato etanólico bruto de S. convoluta, apresentou o melhor efeito carrapaticida dentre as frações dessa planta, obtendo 49,04%, 53,72% e 54,66% de eficácia para 5, 10 e 25 mg/ml do extrato. Nas mesmas concentrações, obteve-se um efeito 14,35%, 17,55% e 26,64% para Sc-HEX. Sc-CHCl3 e Sc-AcOEt não apresentaram aumento da resposta com o aumento da dosagem, obtendo 19,83%, 19,04% e 25,5% de eficácia para a primeira e 25,75%, 22,10% e 43,24% para a segunda. 74 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). Figura 23 – Eficácia do extrato das folhas de S. convoluta no controle do carrapato R. (B.) microplus, nas concentrações de 5, 10 e 25 mg/mL A) Extrato Etanólico Bruto de S. convoluta B) Extrato Acetato de Etila de S. convoluta C) Extrato Clorofórmico de S. convoluta D) Extrato Hexânico de S. convoluta. Valores são média ± E.P.M (n=10). * P< 0,05. Anova one way. 75 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 5.3.5. Eficácia comparativa das plantas testadas A eficácia das plantas testadas, frações e concentrações podem ser visualizadas comparativamente na Tabela 12. Tabela 12 – Eficácia comparativa entre as espécies A. cearensis, M. nigra, N. variegata, e S. convoluta. Extrato (mg/mL) A. cearensis (cascas) M. nigra (folhas) N. variegata (folhas) N. variegata (partes aéreas) S. convoluta (folhas) Hexano 5 22,7 ± 14 20,5 ± 15,21 37,63 ± 11,84 49,88 ± 21,09 14,35 ± 11,41 10 34,7 ± 22 37,09 ± 16,84 78,07 ± 16,33 56,37 ± 22,09 17,55 ± 8,72 25 66,9 ± 38,6 42,10 ± 13,02 99,81 ± 0,32 61,92 ± 21,43 26,64 ± 28,92 5 6,5 ± 6,7 9,15 ± 14,96 38,42 ± 26,47 34,84 ± 24,07 19,83 ± 11,49 10 27,5 ± 12,5 35,57 ± 10,12 61,07 ± 20,35 42,15 ± 36,03 19,04 ± 7,03 25 35,8 ± 4,5 65,44 ± 41,86 61,80 ± 37,99 50,66 ± 32,43 25,5 ± 14,29 5 20,21 ± 23,86 22,68 ± 11,33 40,30 ± 18,33 27,86 ± 14,93 25,75 ± 5,99 10 27,66 ± 18,98 31,10 ± 12,34 38,38 ± 29,80 36,19 ± 7,62 22,10 ± 13,00 25 43,98 ± 20,85 28,37 ± 27,05 40,38 ± 19,89 34,42 ± 29,28 43,24 ± 14,13 23,55 ± 7,87 33,91 ± 8,040 30,76 ± 9,10 49,04 ± 6,69 Clorofórmio Acetato de etila Etanol 5 20 ± 22,58, 10 21,78 ± 1505 11,12 ± 2,54 54,83 ± 23,76 38,04 ± 14,92 53,77 ± 15,44 25 52,03 ± 23,36 22,57 ± 3,49 92,55 ± 1,742 57,25 ± 13,03 54,66 ± 14,47 76 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 6. DISCUSSÃO 77 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 6. DISCUSSÃO A partir dos dados obtidos na triagem fitoquímica foi possível identificar que os flavonoides e taninos foram os constituintes que estavam em maior quantidade em todas as plantas analisadas. Os flavonoides compõem uma classe de substâncias de origem natural com extensa diversidade estrutural, e atualmente já foram identificadas mais de nove mil substâncias pertencentes a este grupo (MARTENS; MITHOFER, 2005). O extrato etanólico bruto das cascas de A. cearensis apresentou reação positiva para fenóis, flavonoides, esteroides, e reação negativa para alcalóides. Quimicamente, a casca do caule de A. cearensis é basicamente constituída de cumarinas, responsável pelo seu odor peculiar, e também dos flavonoides isocampferídeo, campferol e afrormosina (BRAVO et al., 1999). Estudos recentes revelaram que a cumarina, o isocampferídeo e o amburosídio A possuem efeitos antiinflamatório, antioxidante e broncodilatador, sendo indicados como princípios ativos da planta (LEAL et al., 2005). Nas folhas de M. nigra foi possível identificar a presença de praticamente todos os metabólitos secundários no extrato e suas frações, havendo maior ou menor proporção de acordo com a polaridade dos compostos. Estudos realizados por Song et al. (2009) confirmaram a presença de flavonoides, compostos fenólicos, antocianinas e alcaloides nas folhas e frutos de plantas do gênero Morus. Como esperado, fenóis foram encontrados nas folhas e partes aéreas de N. variegata. Entre os compostos fenólicos, os flavonoides e taninos estavam em maior quantidade. Estes resultados estão de acordo com as principais classes de metabólitos secundários encontrados na família Bromeliaceae (MANNETI et al., 2009). O extrato etanólico bruto de S. convoluta apresentou reação positiva para a presença de fenóis, taninos, flavonoides e esteroides. Não foi constatada no EEB a 78 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). presença de alcaloides. Os flavonoides também são os principais constituintes químicos da família Selaginellaceae. Entre eles destacam-se os biflavonoides, dímeros de flavonoides, cuja função na planta é agir como antifúngico ou alimento dissuasivo para insetos, além de protegerem contra os raios ultravioletas que incidem principalmente sobre as folhas (SIMÕES et al., 2004). Os dados da análise fitoquímica preliminar foram corroborados com os resultados obtidos através da análise por cromatografia líquida de alta eficiência com detecção de díodos (CLAE-DAD), que constitui uma técnica essencial e viável para a caracterização de compostos fenólicos, devido a sua versatilidade, precisão e custo relativamente baixo. Com base nas suas UV-Vis, dados espectrais e seu tempo de retenção, os compostos isolados apresentaram as seguintes características de faixa: flavonoides para Ac-EEB e Sc-EEB; compostos fenólicos, ácido cinâmico ou derivados da flavonona para Mn-EEB; e ácido cinâmico, cumarinas ou flavonoides para Nv-EEB. Todos esses compostos estão sob investigação, porém dados na literatura mostram que o biflavonoide amentoflavona é o principal constituinte de vários extratos de espécies de Selaginella (MA et al., 2001). Esse é o primeiro trabalho que avaliou a atividade acaricida em A. cearensis, M. nigra, N. variegata e S. convoluta. É mais provável encontrar atividade biológica em plantas orientadas pelo seu uso na medicina popular do que em plantas escolhidas ao acaso (PIVOTO et al., 2010). Porém, as espécies estudadas nesse trabalho foram selecionadas por serem abundantes no bioma caatinga e também por possuírem classes de substâncias, que podem ser inéditas quanto ao efeito acaricida. No sentindo de localizar os princípios ativos com ação acaricida, os extratos brutos das plantas foram particionados (FILHO; YUNES, 1998) e avaliados através do teste de imersão de fêmeas ingurgitadas. Esse teste tem sido utilizado para detectar a resistência dos acaricidas, e nos últimos anos têm sido amplamente empregado para avaliar a eficácia dos fitoterápicos. Nos testes de imersão, as cascas de Amburana cearensis (FABACEAE), apresentou eficácia de 66,68% para a fração hexânica (2,5%), sendo essa fração responsável pelos melhores resultados da planta em todos os parâmetros avaliados. A. cearensis não apresentou mortalidade direta sobre as fêmeas ingurgitadas em 79 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). nenhuma das suas frações, porém a fração hexânica reduziu a ovipostura (52,73%) e principalmente a eclosão dos ovos (39%), apresentando efeito acaricida parcial sobre a fertilidade das fêmeas. Resultados semelhantes foram obtidos por Monteiro et al. (2010) ao pesquisarem o efeito do monoterpeno timol sobre as fêmeas ingurgitadas de R. (B.) microplus, onde observaram que o percentual de eclosão foi mais baixo que os valores dos controles. No entanto, quando os ovos foram tratados diretamente, o timol 2% não afetou significantemente este parâmetro, dessa forma, pode-se inferir que o timol não tinha uma ação deletéria direta na incubação dos ovos. Para a M. nigra, a fração clorofórmica obteve resultados semelhantes à fração hexânica de A. cearensis, alcançando 62,61% de eficácia e apresentando ação acaricida, tanto na fertilidade das fêmeas como na viabilidade dos ovos. A porcentagem de eclosão foi de apenas 39,33% e a inibição da oviposição atingiu 62,61%. Foram avaliadas as folhas e partes aéreas de N. variegata, sendo que ambas obtiveram os seus melhores resultados na fração hexânica. O extrato hexânico de suas partes aéreas não apresentou mortalidade direta sobre R. (B.) microplus, porém apresentou um baixo efeito sobre a ovipostura (46,57%), e em sua maior concentração (25 mg/mL) sobre a porcentagem de eclosão (42,5%), demonstrando que esse extrato possui pequena ação sobre o carrapato bovino, com eficácia de apenas 42,5%. Apesar das folhas e partes aéreas apresentarem uma triagem fitoquímica semelhante, o efeito acaricida das folhas de N. variegata foi bem mais acentuado, sua fração hexânica teve ação direta sobre as fêmeas ingurgitadas, apresentando mortalidade superior a 90% e inibindo a ovipostura em 94,14%, em comparação ao controle. Além do forte efeito na oviposição, o extrato hexânico das folhas inviabilizou os ovos, apresentando um percentual de eclosão de apenas 0,33% e alcançando a melhor eficácia (99,81%) entre todas as plantas avaliadas nesse estudo. Catto, Bianchini e Satio (2009) relataram que pode existir diferentes níveis de atividade entre as diferentes partes da planta, devido a presença ou não do composto ativo. No caso de N. variegata, possivelmente as folhas possuem maior quantidade das substâncias acaricidas ativas, quando comparada às partes aéreas. 80 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). O extrato bruto e as frações das folhas de S. convoluta não apresentaram mortalidade direta sobre as fêmeas ingurgitadas. A ação mais evidente em todas as frações foi sobre a ovipostura, atingindo inibição máxima (37,13%) com o extrato etanólico bruto (2,5%). Borges et al. (2003), trabalhando com extrato de Melia azedarach (Meliaceae) (cinamomo) a 0,25%, observaram, in vitro, a inibição total da oviposição de fêmeas ingurgitadas imersas em extrato bruto de frutos maduros, extraídos com diferentes solventes, sendo que o extrato não inviabilizou as fêmeas adultas, mas inibiu total ou parcialmente a produção de ovos e a embriogênese. O diluente utilizado na solubilização do extrato tem importância significativa, uma vez que pode potencializar a eficácia do extrato ou não (PIVOTO et al., 2010). Os solventes de baixo peso molecular e com pouca viscosidade são preferíveis para os testes de imersão (CHAGAS et al., 2012). No presente trabalho, a água foi utilizada como diluente, e para as substâncias insolúveis em água foi adicionado o surfactante cremophor. Não existem dados na literatura que relatem o efeito do cremophor sobre as fêmeas ingurgitadas de R. (B.) microplus, porém não houve diferença significativa entre os grupos controle 1 (água) e controle 2 (água e cremophor), avaliados nesse estudo. A. cearensis e N. variegata apresentaram maior atividade acaricida nos extratos hexânicos. Esses resultados foram semelhantes ao estudo de RosadoAguilar et al. (2010), que por meio de extrato bruto geraram partições, a fim de avaliar o perfil metabólico de Petiveria alliacea (raiz-de-guiné). A fração hexânica de P. alliacea obteve maior eficácia contra larvas de R. (B.) microplus. Com esse resultado, e levando-se em consideração a utilização de solventes de polaridade crescente na coluna cromatográfica, foi possível identificar que a ação carrapaticida estava entre os compostos apolares da planta. Embora M. nigra tenha apresentado o melhor efeito na fase clorofórmica, seus resultados continuam de acordo com os relatados na literatura, uma vez que essa fase apresenta tendência a possuir compostos mais apolares. No extrato apolar podem ser encontradas substâncias como esteroides, terpenos, acetofenonas, agliconas, ceras, sapogeninas, iridoides e sesquiterpenos, 81 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). substâncias altamente lipofílicas (CECHINEL; YUNES, 1998; CANTRELL; FRANZBLAU; FISCHER, 2001; SONAGLIO et al., 2010). Os terpenos são relatados na literatura por possuírem ação acaricida, sendo por isso alvo de vários estudos. Essa classe de metabólitos abrangem uma grande variedade de substâncias de origem vegetal e sua importância ecológica como defensivos já está bem estabelecido. Vários monoterpenos foram isolados e avaliados quanto à toxicidade frente a diferentes insetos e artrópodes (VIEGAS JUNIOR, 2003) Em contrapartida, os extratos de S. convoluta apresentaram os melhores efeitos nas frações polares (EEB e acetato). As plantas podem apresentar diferentes metabólitos secundários (CECHINEL; YUNES, 1998), que mesmo em pequenas proporções podem impedir a atividade de outros compostos bioativos ou apresentar sinergismo com substâncias que sozinhas não produziriam atividade, ou até mesmo ser a fração mais eficaz (PONTES et al., 2007). Essas interações poderiam justificar os diferentes resultados de eficácia obtidos no presente estudo. A portaria nº 48, de 12 de maio de 1997, da Secretaria de Defesa Agropecuária, que aprova o Regulamento Técnico para Licenciamento e/ou Renovação de Licença de Produtos Antiparasitários de Uso Veterinário, determinou que no Teste de Eficácia para Carrapaticidas, o produto deve apresentar uma eficácia de no mínimo 95% para obter a aprovação (BRASIL, 1997). Os dados aqui apresentados mostram que apenas o extrato hexânico das folhas de N. variegata (2,5%) poderia ser utilizado no controle de R.(B.) microplus. Domingues et al., 2013, avaliaram o efeito acaricida do abacaxi (Ananas comosus), uma bromeliaceae amplamente cultivada em regiões tropicais e subtropicais. Além do extrato aquoso da planta foi avaliado a bromelina isolada, obtendo eficácia máxima de 59% para o extrato aquoso e 55% para a bromelina na concentração de 500 mg/mL. Mesmo utilizando o dobro da concentração, os resultados foram muito inferiores quando comparados com as folhas de Nv-HEX. O extrato hexânico das folhas de N. variegata em baixas concentrações, mostrou eficácia superior a uma variedade de agentes sintéticos e extratos naturais relatados na literatura. Olivo et al. (2008) observaram que ao testar várias concentrações do óleo de citronela (Cymbopogon nardus), obteve eficácia de 89,5% 82 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). para a maior concentração (100%). O mesmo atribuiu essa ação ao princípio ativo citronelal, que possui atividade inseticida e acaricida (CHAGAS et al., 2002). Outro metabólito muito estudado é a azadiractina, presente no “neem”, conhecido por seu forte poder inseticida, entretanto, um estudo realizado por Broglio-Micheletti et al. (2010), mostrou eficácia de 73,2% para o extrato hexânico (2%) das suas sementes. Nossos resultados comprovam o potencial carrapaticida de espécies de plantas da Caatinga, o que poderá contribuir para as políticas de conservação e manejo adequado dessas espécies, visto que, além do potencial econômico, elas podem vir a ser exploradas como fontes de novas substâncias biologicamente ativas. 83 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 7. CONCLUSÕES 84 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 7. CONCLUSÕES Diante dos resultados obtidos no presente estudo, pode-se concluir que: - No estudo comparativo das plantas, as frações hexânicas, apresentaram os melhores resultados, sugerindo que a atividade carrapaticida seja proveniente de moléculas com características apolares. - Todos os extratos e frações apresentaram controle parcial sobre o R.(B.) microplus, porém apenas a fração hexânica de N. variegata (2,5%) apresentou eficiência superior a 95%, sendo considerado um excelente carrapaticida. No entanto, mais estudos são necessários para a melhor elucidação do mecanismo de ação e dos bioativos que produzem esse efeito. Todos os resultados apresentados nesse trabalho são inéditos para as espécies em estudo, dessa forma uma importante contribuição foi dada para a farmacologia de plantas do Bioma Caatinga. 85 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 8. REFERÊNCIAS 86 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). 8. REFERÊNCIAS AGNOLIN, Carlos Alberto. Óleo de citronela no controle de ectoparasitas de bovinos. 2009. 64f: Dissertação (Mestrado em Produção Animal/Bovinocultura Leiteira) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. AGRA, M. F.; BARACHO, G. S.; NURIT, K.; BASILIO, I. J. L. D.; COELHO, V. P. M. Medicinal and poisonous diversity of the flora of “Cariri Paraibano”, Brazil. Journal of Ethnopharmacology, v. 111, p. 383–395, 2007. ALBUQUERQUE, S. G.; BANDEIRA, G. R. L. Effect of thinning and slashing on forage phytomass from a caatinga of Petrolina, Pernambuco, Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 30, p. 885-891, 1995. ALBUQUERQUE, U. P.; MEDEIROS, P. M.; ALMEIDA, A. L. S.; MONTEIRO, J. M.; NETO, E. M. F. L.; MELO, J.G.; SANTOS, J. P. 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Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). ANEXOS 98 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). ANEXO A – Carta de submissão do artigo 99 DANTAS, A.C.S. Avaliação in vitro da eficácia do extrato de plantas do bioma caatinga no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Canestrini, 1887). ANEXO B – Aprovação do comitê de ética 100