1 – INTRODUÇÃO

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1 – INTRODUÇÃO
A MÍDIA IMPRESSA NA EAD
Emmanuele Maria Correia Costa(UFAL)
[email protected]
João Aureliano(CESMAC)
[email protected]
Deise Juliana Francisco(UFAL)
[email protected]
RESUMO: Este artigo descreve a importância do material didático impresso na EAD,
apresentando sua evolução suas várias gerações, até chegar aos dias atuais, dando ênfase
na sua concepção e produção aos avanços tecnológicos, bem como a interatividade.
O presente trabalho tem como objetivo perceber a importância do material impresso nos
cursos na modalidade à distância, sendo analisadas sua produção e utilização efetiva
pelos discentes visto que, tem como proposta um estudo autônomo e auto-didática. Este
por sua vez, teve como proposta uma pesquisa de caráter bibliográfico, bem como a
análise comparativa dos diversos tipos de materiais impressos que foram desenvolvidos
ao longo do tempo em suas várias perspectivas. Neste sentido, perceber as mudanças
ocorridas pela popularização do computador desde o final do século XX, no entanto
percebendo-se ainda que, o uso do papel, tem sua importância na EAD, ocasionando
assim a necessidade do material impresso, independente de seus formatos: livro-texto
guia de estudo, livro de exercícios, estudo de caso e outros; afinal o mesmo tem sua
função-chave no processo de ensino e aprendizagem, o qual serve de apoio para as
demais mídias.
Palavras chave: material impresso, EAD, interatividade
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1 – INTRODUÇÃO
Atualmente percebe-se uma crescente expansão da Educação à Distância (EAD).
Esse fenômeno pode ser explicado devido à intenção na sua capacidade de cumprir
metas de instrução com um baixo custo / benefício e largo alcance territorial; uma vez
que, o avanço no campo das tecnologias informação e comunicação (TIC’s), iniciado na
segunda metade do século passado têm impulsionado o desenvolvimento acelerado de
novos instrumentos e recursos da informática, que tem causado grande impacto em
todos os âmbitos da atividade humana, passando pela cultura, economia, meios de
comunicação, gestão da empresa, direção dos serviços públicos e no funcionamento do
sistema político.
A reflexão do uso dessas tecnológicas, nos diversos âmbitos e as transformações
que elas produzem é a chave para compreender as características marcantes da
sociedade atual e para desenvolver e adaptar, de forma competente, qualquer atividade
profissional.
Esses acontecimentos também são reflexos no campo da Educação, que também
tem sua conexão promovida por essas tecnologias, que impulsiona a superar as barreiras
disciplinares tradicionais, integrando diversas perspectivas teóricas, ferramentas
metodológicas e experiências profissionais.
A EAD é conhecida hoje como educação onde pessoas envolvidas no contexto
educacional não estão juntas, num mesmo espaço e tempo, mas realizam ações didáticopedagógicas mediadas por algum recurso tecnológico.
Essa modalidade de educação de grande dimensão amplia a possibilidade de
ensino formal para um número significativo de alunos que não possuem acesso por
vários motivos a educação presencial. Entretanto, pode ocorrer a perda de qualidade do
processo de ensino aprendizagem através da baixa qualidade do material didático
utilizado.
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Buscando cada vez mais a melhoria na qualidade do ensino na EAD, onde
requer também aperfeiçoamentos dos profissionais da educação, o qual assume uma
importante função docente que é a elaboração de materiais didáticos.
Atualmente existem discussões a cerca da produção do material didático para
EAD, sendo assim foco de inúmeras pesquisas, pois “entre os diversos problemas que se
identificam no desenvolvimento de programas de EAD, um dos mais importantes é o
que diz respeito ao material didático” (BELISÁRIO, 2003, p. 137).
Essa discussão ocorre devido à fragilidade destes materiais, necessariamente o
impresso, pois “não se trata de um material qualquer, mas de um recurso pedagógico, ou
seja, um material impresso que tem características didáticas ou, pelo menos, que tem
condições de ser usado com finalidade didática”, segundo Fernandez (2009, p.395).
Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação a Distancia ABRAEAD1, o material didático impresso destaca-se em todas as regiões brasileiras,
principalmente no norte-nordeste, ficando com aproximadamente 80% de freqüência de
uso no ranking perante as demais mídias; ocasionando assim sua aceitação perante os
profissionais da educação e principalmente os alunos da EAD.
Sabendo da importância e aceitação do material impresso pelos alunos, surge a
necessidade dos professores buscarem corrigir essa lacuna, focalizando assim na
produção de materiais didáticos que tenha como eixo principal a interatividade e
autonomia. Tudo isso gera a necessidade de uma analise comparativa desses materiais
para EAD, desde a primeira geração através do estudo por de correspondência, até os
dias atuais, com vistas a perceber os avanços destas produções ao longo do tempo.
A elaboração do material didático impresso para EAD assume como atividade
central e preponderante para o sucesso do ensino e aprendizagem, onde necessita aplicar
um planejamento sério e cuidadoso do processo pedagógico a ser desenvolvido,
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http://www.abraead.com.br/default.asp
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devendo-se levar em considerações a caracterização do contexto, o perfil dos alunos e
os objetivos do curso.
O material didático impresso requer formas específicas, que neste caso adota
como critérios para sua elaboração: utilizar o papel como comunicação; focar o
desenvolvimento da aprendizagem e buscar em suas formas e conteúdos ajustar às
concepções pedagógicas de acordo com o projeto político pedagógico do curso
(FERNANDEZ, 2009).
Justifica-se assim a necessidade desse trabalho, pois se busca contribuir para o
desenvolvimento da EAD e para a melhoria na qualidade da produção dos materiais
didáticos impressos, mostrando que o mesmo é peça fundamental para gerar ensino e
aprendizagem de qualidade, no qual o professor deve ter consciência do seu papel na
produção desses materiais de forma que o educando compreenda bem os conteúdos.
Baseado em Fernandez (2009) para gerar direção e sentido na preparação do
material didático impresso para EAD faz-se necessário que o modelo de linguagem
textual adotado esteja relacionado com concepção de aprendizagem e de ensino; com
isso, gera-se uma reflexão sobre o modelo de linguagem textual adotada, de acordo com
a vivência e experiência do educando.
Segundo Nunes (2009) a EAD está direcionada para o público adulto, pois a
maioria faz parte do mundo corporativo, e assim, sentem necessidades de complementar
a formação profissional, de acordo com seu tempo disponível. Esse público tem mais
familiarização com o material didático impresso, em termos de formato, manuseio e
consulta.
2 – MATERIAL IMPRESSO: CONTEXTO HISTÓRICO
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O período em que foi possível resgatar a origem da produção dos materiais
didáticos impressos foi nas décadas de 80 e 90, do século XIX, momento este em que o
ensino primário começou a ser ampliado por questões políticas e sociais.
Para conduzir todos os alunos ao sucesso na aprendizagem da leitura e da
escrita, a escola se aparelha de um fundamento metodológico que orienta uma série de
estratégias de ensino, utilizando como recurso de base e suporte o material impresso,
cuja origem está ligada aos silabários do século XIX: a cartilha de alfabetização
(BARBOSA, 1991, p.54)
Com o passar do tempo, as cartilhas foram se multiplicando e difundindo o
modelo de leitura idealizado pelas metodologias. Antes do surgimento das cartilhas de
alfabetização, havia a ausência dos livros didáticos, onde dificultava o trabalho de
ensinar, pois os materiais didáticos impressos existentes eram raros de encontrar, o que
impulsionou o país o cuidado de produzir materiais didáticos impressos direcionados
para educação.
Com a popularização do computador nos dias atuais, ainda não se dispensa o uso
do papel, o que faz que as novas tecnologias empregadas na EAD também não
dispensem a utilização de material didático impresso. Em seus variados formatos:
manual, livro-texto, guia de estudo, texto auto-instrucional, publicações técnicas
(FERNADEZ, 2009); ele continua a ter função-chave no processo de ensino e
aprendizagem, quer seja a única mídia utilizada ou conjugada com outras mídias (TV,
rádio, computador, entre outros),mantendo-se, na maioria das vezes, como meio mestre
(FERNANDEZ, 2009).
O material impresso representa a primeira tecnologia de comunicação
usada no âmbito da EAD e é a partir dele que se desenvolveu o
ensino por correspondência. Neste, os materiais de estudo –
impressos ou manuscritos – eram enviados aos alunos e deles
voltavam para o professor por meio do correio postal. (FERNANEZ,
2009, p. 395)
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A primeira geração da EAD consistiu no ensino por correspondência, em que
textos escritos para o ensino presencial eram enviados aos alunos por meio do correio
postal. Segundo Otto (2004) este é de longe o modelo mais antigo, onde apresenta
textos didáticos escritos e impressos, Moore (2007) no qual os educadores utilizavam
essa tecnologia para a educação chegar até aqueles que de outro modo não poderiam se
beneficiar dela.
Nas primeiras décadas do século XX a elaboração dos textos dos materiais
didáticos impressos busca atender as teorias de aprendizagem, tomando características
especificamente onde transmita para o aluno o conteúdo que desperte o interesse para
leitura, buscando assim, o incentivo pela EAD.
Para Franco (2007, p. 22) o material didático impresso para EAD tem a
preocupação com a estrutura:
Deve refletir a organização da apresentação dos conteúdos.
Tradicionalmente, costuma adotar uma organização que implica a
seguinte seqüência: módulo, unidade e seções. Isso significa que o
módulo pode conter diferentes unidades que representam capítulos ou
estruturas temáticas. Essas unidades podem conter diferentes seções
que organizam o conteúdo abordado de forma objetiva e
sistemática.(FRANCO,2007,p.22)
Caracterizando-se por ser um material didático impresso que oferece ao aluno
alternativa de aprendizagem para atingir determinados objetivos, que por sua vez devem
ser redigidos de forma específica, explicitando claramente o comportamento a ser
desempenhado pelo aluno ao final do processo.
O material didático impresso é a tecnologia que os alunos estão mais
familiarizados com a linguagem, formato e manuseio. É onde são mais independentes,
não precisam de suporte, equipamento nem assistência para utilizar. Pode ser lido em
qualquer lugar e acessado a qualquer momento.
3 – O PROFESSOR COMO CONTEUDISTA DO TEXTO
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A organização da proposta pedagógica da escola pauta-se pela escolha de
metodologias, conteúdos e recursos que apoiarão a transposição didática desses
conteúdos. Após período da tradição oral, em que nas instituições de ensino o livro
texto era restrito aos professores devido à dificuldade de produção em grande escala, a
possibilidade de imprimir via prensa móvel maior quantidade de material democratizou
o acesso à tecnologia escrita. Com isso, já é possível que os materiais impressos sejam
organizados a partir dos interesses comuns das instituições de ensino, fazendo com que
os professores sejam autores da produção desses materiais, principalmente na EAD.
É muito comum encontrarmos opiniões de que um bom texto é aquele “texto
difícil”, que lemos repetidamente e, ainda assim, não compreendemos o que o autor quis
dizer. Esse estilo de texto é utilizado como forma de gerar aprendizagem nos alunos. O
que evidentemente, por trás desse posicionamento pode estar escondida uma produção
textual pouca clara nos seus objetivos e finalidades ou até mesmo incoerente. Pois, um
bom texto tem que provocar uma interlocução prazerosa com seu leitor e, entre outras
qualidades, é fundamental uma exposição clara e coerente. Essa é uma característica
clara que busca ser aplicada a qualquer modalidade de texto; na qual inclui também no
material didático impresso para EAD.
Pressupõe-se nessa um forte diálogo com o aluno, uma vez que o aluno deve ser
visto como sujeito ativo da aprendizagem e não um mero receptor de conteúdo. Assim,
o texto deve ser essencialmente didático e dialógico, “onde seja dada a importância da
interação entre os educadores e educandos” (FERNANDEZ, 2009, p. 395).
Geralmente, os livros textos e manuais são tradicionalmente produzidos numa
perspectiva unidirecional (FRANCO, 2007). Isso significa que não estão preocupados
em estabelecer um diálogo com o leitor. Diferentemente desse modelo presencial, na
EAD os textos do material didático impresso devem priorizar uma relação mais próxima
e dialógica com o aluno. Deve haver interação entre o texto produzido e o leitor. Nesse
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sentido, o aluno será ativamente envolvido no processo de aprendizagem (FRANCO,
2007).
Sendo assim, o professor conteudista dos materiais impressos em EAD, no que
diz respeito à forma textual, tem um trabalho bastante diferente daquele que escreve
artigos para periódicos, capítulos de livros ou montam apostilas. Para que o material
seja bem elaborado e contemple os itens abordados, é de fundamental importância que
se compreenda o que seja texto. Segundo Franco (2007, p. 29): “texto é uma unidade de
sentido sociocomunicativa, isso significa que o texto, para se configurar como tal, deve
ser significativo, ter sentido”.
4 – DESENVOLVER COM ESTILO E LINGUAGEM
Na produção dos materiais didáticos impressos, deve-se lembrar sempre que é
necessário incorporar aspectos que remetam à relação de proximidade professor com o
aluno. Para Fernandez (2009, p. 400):
Adotar uma linguagem direta, clara, expressiva e dialogada é a opção
para que o educando se sinta como interlocutor do professor ao
estudar. Isso é conseguindo quando, ao ser produzido o texto, o autor
do material considerar o fato de que o aluno estará sozinho no
momento de estudar.
Para isso, é preciso que o texto tenha características que privilegiam o aspecto
interativo, privilegiando a comunicação dialógica entre educando, educador e o texto
(FERNANDEZ, 2009, p. 396). No estilo conversacional onde objetive envolver o aluno
em um diálogo com o autor do material didático impresso, proporcionando assim
dialogo com o aluno, solicitando assim que realize determinadas ações e atividades
(FRANCO, 2007, p. 30).
Estimule-os a procurar novas informações, a pesquisar conceitos, a relacionar os
conteúdos com o seu cotidiano. Quanto à relação estilo e conteúdo, o professor deve
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adequá-los conforme as possibilidades que o tema apresenta. De acordo com o tema,
inclua tabelas, figuras, charges, entre outras, que tornem o texto mais leve e com uma
“interação individual e privada, permitindo que os alunos estudem de acordo com seu
próprio ritmo e no horário que determinarem” (MOORE, 2007, p.78).
Em relação à linguagem, deve-se lembrar que o aluno não está na presença do
docente. Sendo assim, o texto deve ter linguagem de fácil compreensão, ser autoexplicativa e adequada às habilidades de leitura. Segundo Franco (2007, p. 30) é
importante observar os alguns aspectos para uma linguagem mais clara e objetiva:

Parágrafos devem traduzir de forma clara as idéias nele contidas;

Usar frases curtas;

Evitar negações por excesso numa mesma frase, como também o uso da voz
passiva, usando verbos ativos e diretos;

Evitar usar em excesso palavras impessoais como: isto, aquele, esse, este...

Procurar usar palavras concretas e significativas, que sejam mais familiares ao
aluno;

Explicar e exemplificar os termos técnicos, principalmente aqueles que não são
comuns ou de uso cotidiano;

Adequar o texto que está escrevendo ao público que o lerá.
5 – A BUSCA PELO ENSINO E APRENDIZAGEM DO ALUNO.
Tudo que acontece na educação, precisamente os objetivos e conteúdos que são
selecionados, as forma de ensinar e aprender que são escolhidas, as relações que se
estabelecem entre professores, alunos, direção, entre outros, está relacionado à
determinada maneira de pensar.
O mundo da educação não é como antigamente, um espaço autárquico e
independente, desligado de outros mundos (do trabalho, da política, da economia,
outros). No contrário, a educação está inserida em um conjunto social mais amplo,
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ligando uma rede de relações complexas e nem sempre expressas. As concepções
pedagógicas que interpõem o trabalho educacional estão sempre ligadas há um tempo, a
uma sociedade, e estas sujeitam as suas práticas.
Tentar-se-á esclarecer o entendimento relativo a concepções, perspectivas e
tendências que influenciaram no desenvolvimento e na construção da educação
brasileira. Influencias no modo de ensinar, no modo de repassar conteúdo e até mesmo
no modo de avaliar.
O professor precisa se esforçar para produzir materiais didáticos impressos que
atendam às necessidades e demandas de ensino e aprendizagem dos alunos. Esses
materiais didáticos impressos devem ser motivadores, fazendo que com que a
aprendizagem de fato aconteça. Para isso, deve encorajar e se aproximar dos alunos.
Segundo Fernandez (2009, p. 396):
A preparação de materiais impressos para EAD pode ser realizada de
diferentes modos que se caracterizam pelo modelo de comunicação
adotado, pela concepção de aprendizagem e de ensino que lhe dá
direção e sentido, pela forma de estruturá-la e de avaliar seus
resultados, bem como pelas escolhas feitas em termos de sua
identidade visual, sua apresentação física e sua formatação.
A forma mais adequada de elaborar o material didático impresso para atingir o
ensino e a aprendizagem do aluno é buscar interagir com ele, procurando expor
claramente os objetivos da unidade da disciplina. Para isso é necessário elaborar
sumário bem detalhado sobre o conteúdo do texto. Além disso, deve-se colocar, ao
longo do texto, organizadores que indicarão os diversos procedimentos a serem
adotados pelo aluno. Esses organizadores são marcadores e indicadores que comporão o
texto. São elementos que indicarão retorno ao item anterior, indicarão leituras
complementares, o que vem a seguir, farão links com outros gêneros textuais,
conduzirão o leitor a tópicos relacionados ao tema abordado, contribuirão para a relação
entre conteúdo e cotidiano do aluno, etc (FRANCO, 2007).
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Assim, o material didático impresso propicia ao aluno a oportunidade de fazer
uma auto-análise de sua metodologia de sala de aula e lhe proporciona acesso a
conhecimentos teóricos que poderão desencadear mudanças comportamentais. Tal
procedimento confirma o esforço dos professores autores em promover a interação
prevista pela concepção sóciointeracionista de linguagem (FERNANDEZ, 2009),
oportunizando o processo de reflexão-ação-reflexão por parte dos alunos.
Para FRANCO (2007, p. 31), deve lembra-se de que tudo deve ser realizado
paulatinamente, passo a passo, onde é necessário:

Auxiliar os alunos levando-os a utilizar as informações abordadas no texto;

Estabelecer o diálogo com os alunos;

Estimular e encorajar os estudantes ao desenvolvimento contínuo dos seus
estudos (o que fazer e como fazer);

Capacitar aos alunos a fazer intervalos de reflexão e de notação de conceitos e
informações importantes;

Organizar o texto conforme a aprendizagem dos alunos, bem como o
desenvolvimento de competências ou de capacidades.
O material didático impresso é parte importante da EAD, o cuidado e adequação
na sua utilização podem fazer um diferencial positivo tanto no ensino e aprendizado dos
alunos quanto na motivação e desempenho no curso.
6. METODOLOGIA
Este artigo tem como proposta analisar, resumir e discutir informações já
publicadas. Sendo resultado de uma pesquisa bibliográfica. Que do ponto de vista dos
procedimentos técnicos (Gil, 1991), pode ser: Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada
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a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de
periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet.
7- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sabe-se da popularização do computador desde o final do século XX, o qual se
percebe bem presente também, o uso do papel, ocorrendo dessa forma a sua importância
em ser empregado na EAD, ocasionando assim o material impresso, independente de
seus formatos tem função-chave no processo de ensino e aprendizagem, o qual serve de
apoio para as demais mídias.
Acompanhando a evolução tecnologia utilizados na EAD os materiais didáticos
impressos também modificaram. O que antes era uma forma de comunicação direta e
básica com os alunos, com ausência total de interação. Como pode-se perceber nos
materiais didáticos impressos produzidos na geração de décadas anteriores da EAD:
apostila do Instituto Universal Brasileiro (IUB) e Telecurso 2º Grau.
O IUB, fundado pelos irmãos Jacob Warghaftig e Michael Warghaftig, também
pioneiro na modalidade educação a distância por correspondência, como acontece até
hoje. No IUB, foram oferecidos cursos de rádio e TV tais como: corte e costura,
desenho artístico, mecânico de automóveis, auxiliar de escritório e contabilidade.
Cursos esses que visam sempre atender às diferentes áreas do mercado de trabalho. Para
tanto o material didático impresso serve de apoio, sendo uma ferramenta para melhorar
o aprendizado na prática e fixar melhor o conteúdo do curso.
O Telecurso 2º grau, atualmente intitulado de Tele Curso 2000, foi implantado
em 1995, em convênio com a Fundação Roberto Marinho e Sistema FIESP, com o
objetivo de oferecer alternativas de escolarização para jovens e adultos com defasagem
educacional, decorrente do abandono precoce da escola por circunstâncias e problemas
sócio-econômicos diversos. A Lei 9394/96, ao estabelecer diretrizes e bases da
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educação nacional, reforça as normas constitucionais para a Educação de Jovens e
Adultos, possibilitando que os sistemas de ensino possam oferecer alternativas
diferenciadas e adequadas às condições dessa clientela, incluindo a valorização da
experiência extra-escolar e o vínculo entre a educação escolar, o trabalho e as práticas
sociais.
Este curso por sua vez apresenta os conteúdos de cada disciplina organizados
sob a forma de programas de vídeo (transmitido pela TV e atualmente em DVD),
também tem como apoio-base o material didático impresso.
Analisando o material da IUB e Telecurso percebe-se a ausência de provocar no
aluno uma forte intenção de ampliar sua reflexão e de construir significados, o que é
possível quando exige dele um elevado nível de atividade significativa (Fernandez,
2009), algo necessário e fundamental para a didática pedagógica dos dias de hoje.
Atualmente detecta que os materiais didáticos produzidos estão com nova
roupagem gerando assim mais interação entre o texto e o aluno. Pelo exposto, observase que a elaboração de material didático impresso é um procedimento ainda complexo,
de abrangência interdisciplinar e historicamente ligado a EAD. Com a evolução das
mídias eletrônicas, ocorreu a necessidade de aumentar a qualidade dos materiais
impressos, como também a integração deles com outras mídias.
Neste sentido vale salientar que um texto tem a função de descrever idéias, de
forma que sejam absorvidas pelos alunos facilitando assim a aprendizagem. Para isso é
preciso levar em consideração aspectos importantes tais como: para quem, o que, onde,
quando e por que produzir material impresso.
Dependendo da forma que é produzido o material impresso para cursos a
distância, este precisa ser motivador, interativo, cooperativo e dialógico, para que os
educandos possam a partir disto aprofundar seus conhecimentos e aprender a aprender.
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Ao ser elaborado de forma simples e interativa simulando um dialogo entre
aluno e material, permite que os alunos superem a presença física do professor a partir
de pesquisas, leituras e reflexões de forma autônoma.
Pois, apesar de tantas interfeces on line disponíveis o material didático impresso
ainda é uma peça fundamental no processo de aprendizagem, já que é uma mídia
familiarizada pela maioria dos alunos, de fácil manuseio, pode ser lida a qualquer
momento.
Este por sua vez deve fazer uma constante relação entre teoria e prática
combinado a um bom nível de motivação para os alunos.
Utilizando uma abordagem educacional centrada na aprendizagem do aluno,
estes se tornarão mais participativos e ativos na medida em que se sentem seguros
daquilo que estão aprendendo.
8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que os pressupostos pedagógicos para a concepção e a produção do
material impresso pra a EAD, deve, sobretudo, está embasado em um modelo específico
para o contexto da modalidade à distância.
Para que esta produção seja produtiva se faz necessário constante reflexão que
tipo de sujeito queremos formar? Bem como que tipo de sociedade queremos construir?
Assim esta produção precisa está vinculada a uma visão de educação, um projeto
político pedagógico bem delimitado dentro de uma perspectiva sócio – construtivista.
Percebe-se, contudo, que pensar a EAD dentro desta proposta necessita-se mudar uma
série de questões, sobretudo no que se refere à interação, ou seja, precisa-se ainda
encontrar materiais que possibilitem a interação.
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No entanto, estabelecer um padrão de qualidade do material didático na EAD se
faz um desafio, já que se trata de inúmeras realidades, a qual atende uma clientela
heterogênea, onde ainda há muita dificuldade de acesso a internet.
Assim devem-se analisar como cada material é formado e como ele funciona
mantendo o foco na aprendizagem do aluno.
9 – REFERENCIAS:
ALVES, L. NOVA, C. (org). Educação a distancia: uma nova concepção de
aprendizagem e interatividade. São Paulo: Futura, 2003.
ALMEIDA, M. E. B. As teorias principais da andragogia e heutagogia. In: Educação a
distância: o estado da arte. São Paulo: Ed. Pearson Education do Brasil, 2009.
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 1991.
BELISÁRIO, A. O material didático na educação a distancia e a constituição de
propostas interativas. In: Educação Online: teorias, práticas, legislação e formação
corporativa. São Paulo: Ed. Loyola, 2003.
BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional Lei nº. 9.394/96. 5 ed. Rio de
Janeiro: DP&A, 2002.
FERNANDEZ, C. T. Os métodos de preparação de material impresso para EAD. In:
Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Ed. Pearson Education do Brasil,
2009.
FRANCO, M. A. Elaboração de material impresso: conceitos e propostas. In: Educação
a Distância: orientações Metodológicas. Porto Alegre: Artmed, 2007.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,1991.
MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distancia: uma visão integrada. São
Paulo: Tomson Learning, 2007.
OTTO, P. A Educação a Distancia em Transição. São Leopoldo: Unisinos, 2002.
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YIN, R. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3ª Ed. Porto Alegre: Bookman,
2005.

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