Projecto Tuturial Licenciatura em Bioquímica Hormona de

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Projecto Tuturial Licenciatura em Bioquímica Hormona de
Projecto Tuturial
Licenciatura em Bioquímica
Hormona de crescimento GH e a regulação da
sua expressão pelo factor de transcrição Pit-1
Eva Cristina de Andrade Dias
1º Ano
Ano Lectivo 2005/2006
Índice
Introdução
2
Glândula pituitária e produção hormonal
2
A hormona do crescimento GH (somatotrofina)
6
Papel de GH
7
Mecanismo de acção da somatotrofina
8
Factores de transcrição e regulação da expressão de GH
9
O factor de transcrição Pit-1
10
Mutações em pit1 e doenças associadas
11
Diagnóstico e terapias
13
Conclusão
13
Referências bibliográficas
14
2
Introdução
O crescimento é uma propriedade inerente da vida. Necessita-se de uma série de
factores, tanto hormonais, metabólicos, genéticos como ambientais para o sucesso de
um bom desenvolvimento.
Com este trabalho pretende-se fazer um estudo bibliográfico sobre a hormona de
crescimento GH (Growth Hormone) da glândula pituitária, o seu papel durante o
desenvolvimento, e regulação da sua síntese pelos factores de transcrição, com
especial destaque para o factor de transcrição pit1.
Glândula pituitária e produção hormonal
É no nosso cérebro que se dá a secreção de muitas hormonas necessárias para que o
nosso organismo funcione bem, tanto corporal como intelectualmente.
É a hipófise, uma glândula do tamanho de uma ervilha e que pesa cerca de 600mg,
que controla as demais glândulas. Esta localiza-se no cérebro, onde existe um osso
chamado esfenóide, que a aloja na sela turca (ver figura 1).
Fig.1 – localização da hipófise
3
Fig.2 – mecanismo entre o complexo hipotálamo-hipofise
A hipófise (também chamada de glândula pituitária) possui três zonas anatómicas e
funcionais distintas:
1) Lóbulo anterior (adenohipófise)
A adenohipófise é composta por células endócrinas, regulada por estímulos oriundos
do hipotálamo, que são veiculados no sangue porta hipofisária. Estes estímulos tanto
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podem ser de libertação como de inibição e correspondem a factores segregados junto
do hipotálamo pelos terminais axonais, após estimulação neuronal. Daqui, passam
para a artéria hipofisária superior, depois para as veias portais longas e finalmente
para a adenohipófise. Pode-se então dizer que genericamente há uma combinação de
funções dos estímulos de origem hipotalâmica e endócrina. Possui seis tipos de
células hormono-produtoras principais que respondem a neuropéptidos libertados do
núcleo hipotalâmico levados ao lobo anterior pelo portal sistema circulatório. Produz
seis hormonas (ver figura 2 e 3):
Duas hormonas somatotróficas:
Prolactina (PRL), que estimula o desenvolvimento mamário e a produção de
leite;
Growth Hormone (GH), ou somatotrofina. Assegura o crescimento durante a
infância; actua no metabolismo de gorduras, proteínas e hidratos de carbono;
Três Hormonas glicoproteicas:
Hormona folículo-estimulante (FHS), que estimula o desenvolvimento das
características sexuais secundárias masculinas, como a gravidade da voz, o
crescimento do pêlo facial e a maturação do pénis. Crianças com falta desta
hormona não desenvolvem estas características. Outro sintoma desta carência
hormonal é os braços e as pernas anormalmente compridos
Hormona luteinizante (LH), que regula a produção e libertação de estrogéneo e
progesterona pelos ovários e testosterona pelos testículos;
Hormona tireoestimulante (TSH), estimula a tiroide e a formação de tiroxina;
1 Hormona derivada da pré-opio-melanicortina
Hormona adrenocorticotrófica (ACTH), aumenta a síntese e secreção de
esteróides supra-renais.
5
Fig.3 – Locais de actuação das várias hormonas segregadas pela hipófise.
2) O lóbulo posterior (neurohipófise)
A neurohipófise é embriologicamente e anatomicamente ligada ao hipotálamo.
Neurónios no hipotálamo projectam directamente à neurohipófise 100 000 axónios,
formando o nervo hipofisal. Esta glândula é assim formada por axónios e términos de
nervo de neurónios do hipotálamo. Por excitação eléctrica são libertadas hormonas
armazenadas nos términos para a circulação geral. A neurohipófise liberta:
Vasopressina ou hormona antidiurética (ADH), que acelera a reabsorção de
água ao nível dos túbulos distais, o que resulta na eliminação de urina mais
concentrada (acção anti-diurética sobre os túbulos dos rins, isto é, faz com que
estes retenham água). A ADH também estimula a contracção dos músculos
lisos;
Oxitocina (OT), que determina a contracção da musculatura lisa do útero e de
células mioepiteliais da mama, fazendo com que haja expulsão de leite
previamente formado por actuação da prolactina. O principal estimulo para a
libertação da oxitocina é a sucção da mama.
6
3) Lóbulo intermédio
Estimuladora de melanócitos ou intermedina (MSH), que regula a estimulação
dos pigmentos.
Mas a hipófise não funciona sozinha, necessita que lhe sejam enviadas informações
através de varias hormonas vindas do hipotálamo (ver tabela1). Assim se forma o
complexo hipotalamo – hipófisário, um dos componentes mais complexos do sistema
endócrino, responsável pela secreção de várias hormonas no nosso organismo.
Hormona
Acção
TRH
Aumenta a libertação de TSH e PRL
GnRH
Aumenta a libertação de LH e FSH
GHRH
Aumenta a libertação de GH
CRH e β – endorfinas
Aumenta a libertação de ACTH β e γlipotrofinas
Somatostatina (GHIH)
Dopamina
(PIF-Factor
Inibe a libertação de GH, PRL e TSH
inibidor
da Inibe a libertação de PRL
prolactina)
PRF (factor libertador da prolactina)
Aumenta a libertação da prolactina
Tabela1 – Hormonas libertadas pelo hipotálamo e suas acções
O hipotálamo tem um papel crucial na regulação da função hipofisária: capta múltiplos
sinais neurais, vindos do tálamo, do sistema reticular da activação ascendente, do
sistema límbico (amígdala, hipocampo), da retina, do neocórtex, etc. Também controla
a função hipofisária e administra muitos outros aspectos, de forma coordenada,
através dos seus núcleos: a sede, o apetite, a regulação da temperatura, a função do
sistema nervoso autónomo e muito mais.
A hormona do crescimento GH, ou somatotrofina
GHRH é um factor estimulante da libertação de somatotrofina e a somatostatina é a
hormona inibidora da somatotrofina. A fixação ao receptor activa a adenil-cíclase,
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elevando os níveis de AMPc e Ca2+ e, subsequentemente, a libertação e síntese da
somatotrofina (GH – hormona de crescimento).
Inicialmente, a somatotrofina foi descrita como um factor hipotalâmico, mas hoje sabese que existe também no pâncreas e no tracto gastrointestinal. Os seus receptores
pertencem à família dos receptores associados a proteínas G e, da fixação do ligando,
resulta uma inibição da cíclase do adenilato e de canais de Ca2+ dependentes da
voltagem, e uma activação de canais de K+; acções que resultam numa alteração do
tempo e amplitude dos pulsos de libertação, mas não parecem afectar a síntese da
hormona. Na exposição simultânea ao GHRH e à somatostatina, prevalece a acção
desta última, sendo inibida a libertação da hormona de crescimento. Entre os
respectivos neurónios produtores há junções com grande atraso sináptico que justifica
uma relativa latência entre o pico de GHRH e o de somatostatina que, por sua vez vai
inibir o primeiro.
Recentemente, tem-se reconhecido a importância de estímulos alternativos ao GHRH,
que poderão ser responsáveis por 50%, ou mais, da actividade libertadora de
somatotrofina; por exemplo, a grelina é uma hormona peptídica acilada, produzida no
estômago, com actividade libertadora de somatotrofina a nível hipofisário, actuando
em receptores específicos, os GHSR (receptores de secretagogos da hormona de
crescimento).
A somatotrofina estimula directa ou indirectamente o crescimento e desenvolvimento
corporais, e intervém no metabolismo de glícidos, prótidos e lípidos. Os somatotrófos
representam 40 a 50% da adenohipófise, sendo a somatotrofina a mais abundante das
hormonas da adenohipófise.
Papel de GH
GH é produzido e secretado pelos somatotrofos, tem função primária de promover o
crescimento linear. A maioria de suas acções é mediada por uma proteína sintetizada
no fígado, a IGF1
Secreção regulada por dois factores hipotalâmicos: GHRH e somatostatina, a hormona
inibidora da produção de GH.
O IGH1 é sintetizado principalmente no fígado, sob estímulo do GH.
-Circula no plasma ligado a proteínas carreadoras, cuja função é regular a sua
disponibilidade para os tecidos-alvo.
-As principais funções do GH relaciona-se com crescimento linear e regulação de
processos metabólicos como balanço nitrogenado positivo, lipólise e inibição da
captação da glicose.
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Mecanismos de Acção da Somatotrofina:
Para a maioria dos seus efeitos é necessária a produção de um conjunto de hormonas
peptídicas intermediárias, agrupáveis como família das somatomedinas (substâncias
que possuem capacidade de elevar a captação de sulfato marcado no ácido
condroitinsulfurico da cartilagem), ou factores de crescimento semelhantes à insulina.
As somatomedinas estão estruturalmente relacionadas com a pro-insulina. As duas
somatomedinas que foram descritas são o IGF-1 (somatomedina C) e o IGF-2
(somatomedina A). São produzidas predominantemente no fígado, em resposta à
hormona de crescimento e apenas na presença desta. Ao contrário da somatotrofina,
que tem variações marcadas e rápidas no plasma, os seus níveis são relativamente
estáveis, não sofrendo alterações com pequenos episódios de stress, como a
hipoglicemia. Circulam ligadas a vários tipos de proteínas transportadoras, cuja
síntese é modulada por várias hormonas.
Provavelmente, a variação nestes tipos de proteínas condiciona a passagem para as
células alvo, a partir da circulação, em diferentes situações fisiológicas. O IGF-2 no
plasma tem concentrações 3 ou 4 vezes superiores que o IGF-1, mas é este último o
principal mediador das acções da hormona de crescimento, sendo mais dependente
da somatotrofina e actuando mais como factor de crescimento.
As acções promotoras do crescimento dependem, em larga medida, do IGF-1, o que
se comprova experimentalmente, verificando que, in vitro, evoca respostas típicas da
somatotrofina em vários tecidos: cartilagem, músculo, tecido adiposo, fibroblastos e
células tumorais. Com a excepção dos olhos e do cérebro, praticamente todos os
órgãos sofrem hiperplasia. In vivo, está comprovada uma melhoria da função renal.
A maioria dos estudos aponta para uma maior importância da acção local das
somatomedinas (autócrina e/ou parácrina), após estimulação da libertação induzida
pela somatotrofina, em células alvo, em detrimento da acção e importância das
somatomedinas no plasma.
O receptor de IGF-1 é semelhante ao da insulina (forma dímeros e tem actividade de
cínase da tirosina), também se liga à insulina e ao IGF-2, embora com menor afinidade,
surge em, virtualmente, todos os tecidos. O receptor de IGF-2 é um monómero e é
bastante diferente do anterior; não se liga à insulina, mas liga-se ao IGF-1, com menor
afinidade.
Na puberdade, há uma maior secreção de GHRH, somatotrofina (GH) e uma elevação
dos níveis plasmáticos de IGF-1; estes últimos, correlacionam-se bem com a evolução
do crescimento na puberdade.
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Factores de transcrição e regulação da expressão de GH
Os factores de transcrição controlam a transcrição de genes-alvo pela ligação do
homeodominio, ou seja, sítios de ligação ao gene que se ligam ao DNA na região
promotora do gene alvo. À região do gene que codifica o homeodominio é chamada de
homeobox, isto é, o domínio de ligação do DNA.
Os factores de transcrições que regulam a expressão de GH possuem características
estruturais que os permitem separar em subgrupos com maior especificidade entre
eles (ex: POU, LIM). Têm também domínios de activação (ou repressão)
transcripcional, ou seja, após a ligação do homeodominio ao gene-alvo, o domínio de
activação transcripcional recruta co-activadores ou co-repressores ou interage
directamente com o DNA.
De seguida apresentam-se alguns dos factores de transcrição, e o factor de
transcrição Pit-1 será descrito à frente.
HESX-1 (homeobox embryonic stem cell) / RPX (Rathke pouch homeobox)
Gene pertencente à classe paired-like homeobox e está localizado no cromossoma
3p21.É o marcador mais precoce da origem da hipófise, sugerindo que tem um papel
no início da determinação ou diferenciação da hipófise. O camundongo (ratinho)
transgénico com knock-out deste gene evidenciou um fenótipo semelhante à síndrome
da dissuasiva do septo óptico (DSO) no homem. A DSO é caracterizada pela presença
de dois dos seguintes critérios: hipoplasia do nervo óptico; alterações radiológicas de
linha média (como ausência do septo pelúcido, agenesia de corpo caloso etc.) e
hipoplasia hipofisária. Poucos pacientes com DSO apresentam mutações em
homozigose ou em heterozigose no gene HESX1. Em comum, todos os pacientes
portadores de mutação no gene HESX1 apresentam deficiência de GH, isolada ou
associada à deficiência de outras hormonas hipofisárias.
O modo de herança é autossómica recessivo na mutação homozigótica. Os pacientes
com formas heterozigóticas apresentavam pais normais com a mesma mutação,
indicando uma herança autossómica dominante com penetrância incompleta.
Recentemente, identificamos uma nova mutação homozigótica envolvendo um
aminoácido pertencente ao domínio repressor do HESX1 numa paciente com panhipopituitarismo, neurohipófise ectópica, sem alterações de vias ópticas ou do cérebro
anterior.
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LHX3
O gene LHX3 humano está localizado no cromossoma 9q 34.O LHX3 (ou Lim3, P-lim)
pertence aos factores de transcrição da classe LIM envolvidos na organogênese de
diversos órgãos, principalmente tecidos neurais. A denominação LIM origina-se das
três iniciais das proteínas homeodomínio que apresentam este domínio em comum:
LIN-11, ISLET-1 e MEC-3.
O LHX3 é essencial para a diferenciação e proliferação das linhagens celulares da
adenohipófise, sendo que mutações neste gene causam desde aumento hipofisário
até hipoplasia hipofisária severa e consistentemente pan-hipopituitarismo em humanos.
O modo de herança é autossómica recessiva e os pacientes apresentam deficiência
de GH e também nas gonadotrofinas, TSH e PRL.
LHX4
O LHX4 (ou Gsh4) também pertence aos factores de transcrição da classe
homeodomínio LIM. O gene LHX4 humano está localizado no cromossoma 1q25.
Todos os pacientes apresentam baixa estatura por hipopituitarismo (deficiência de GH,
PRL, TSH e ACTH), associada a hipoplasia hipofisária e defeitos cerebrais.
O LHX4 também participa na regulação, proliferação e diferenciação das linhagens
celulares da hipófise. O modo de herança é autossómica dominante.
O factor de transcrição pit-1
Pit-1, actualmente denominado POUF1 (POU domain class 1, transcription factor 1) ou
GHF1 (GH factor 1), é um factor de transcrição pituitário-especifico responsável pelo
desenvolvimento pituitário e expressão hormonal. O gene de Pit-1 está presente no
cromossoma 16 no rato e no humano no cromossoma 3p11.
POUF1 é um dos membros da família POU, que controla o desenvolvimento dos
mamíferos. Esta família tem este nome pelo facto de os três primeiros membros que a
constituíram foram PIT1, OCT1 e Unc-86.
PIT1 contém dois domínios de proteínas: POU-específico e POU-homeo, ambos
necessários para a alta afinidade para as bandas de DNA dos genes que codificam a
hormona do crescimento (GH) e a prolactina (PRL), isto é, o homeodominio de POU
que se liga ao ADN é essencial para que o domínio POU-especifico se ligue também
ao ADN, para que posteriormente hajam interacções proteína-proteína (GH e PRL).
Pit1 também é importante para a regulação dos genes que codificam a subunidade
11
beta da hormona estimulante da tiróide (THSB). Pit1 pode ligar e transactivar o
promotor desta hormona. Normalmente, a proteína PIT-1 só activa a transcrição
quando duas cópias se juntam, ou seja, é necessário a formação de um dímero. Pit1
activa a expressão do gene de GH e PRL, por um domínio de transactivação Nterminal, rico em resíduos de aminoácidos.
.
PROP-1 (Prophet of pit-1)
O gene de PROP-1 localiza-se no humano no cromossoma 5q35, e no ratinho no
cromossoma 11.
O nome deste factor de transcrição vem do facto deste ser necessário para a
expressão do gene pit-1, e é do tipo homeodominio paired-like, que é expresso
especificamente nas células embrionárias da hipófise. Este gene está envolvido na
ontogénese, diferenciação e função dos somatotrófos, lactotrófos e tireotrófos, e
provavelmente dos gonadotrófos.
O PROP1 liga-se como um dimero aos elementos promotores de outras proteínas
paired-like incluindo HESX-1 e PIT1. Foram identificadas onze mutações localizadas
no homeodominio do gene e em pacientes com herança autossómica recessiva.
Mutações neste gene são a causa genética mais vulgar de pan-hipopituitarismo e de
deficiências hormonais de GH, PRL, TSH, LH e FSH, tamanho hipofisário e secreção
de cortisol. A variabilidade do fenótipo pode ser explicada, em parte, pela perda parcial
ou total da capacidade de ligação ao DNA e/ou da actividade de transcrição.
Mutações em PIT-1 e doenças associadas
Uma criança em cada 5000 a 10000 nascimentos possui deficiências na hormona do
crescimento. Foram identificadas várias mutações no PIT-1 em pacientes com panhipopituitarismo (doença em que todas as hormonas pituitárias diminuem ou cessam,
podendo ocorrer quando toda a glândula sofre uma lesão). A herança pode ser
autossómica recessiva, devido a mutações em homozigose e heterozigose composta,
que produzem vários graus de perda de ligação ao ADN ou perda da activação da
transcrição. Também há casos em que a herança pode ser autossómica dominante,
causada por mutações em heterozigose, porque a proteína mutante possui alta
afinidade pelos sítios promotores de GH e PRL, provocando um efeito dominante
negativo sobre a proteína normal.
A mutação R271W (R de arginina, a estimuladora de GH e W de triptofano) em
heterozigose é a mais comum e ocorre num nucleotídeo CpG, provável motivo da
frequente recorrência.
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A tabela 2 mostra a hereditabilidade de GH, que foi classificada de acordo com o
modo de hereditabilidade mendeliana em tipo I (autossómica recessiva), tipo II
(autossómica dominante) e tipo III (ligada ao cromossoma X).
A tabela 3 caracteriza as deficiências isoladas de GH devido a mutações em GH-1.
Gene
GHRHR
GH-1
IA
IB
II
III
GH Bioinactivo
GHR (síndrome de Laron)
Modo de herança
Autossómica Recessiva
Autossómica Recessiva
Autossómica Recessiva
Autossómica Dominante
Ligado ao cromossoma X
Não determinada
Autossómica Recessiva ou Dominante
IGF-1
Autossómica Recessiva
IGH-IR
Alteração no cromossoma 15
Tabela2 – Hereditabilidade de GH
Tipo
Herança
IA
Autossómica
Recessiva
Nível de GH
Ausente
Resposta a Apenas inicial
rhGH
Anticorpo
Sim
anti-GH
Associação
Mutações
Deleção
mais
6,7 Kb
frequentes
IB
Autossómica
Recessiva
Diminuindo
Boa
II
Autossómica
Dominante
Diminuindo
Boa
III
Ligado
cromossoma X
Diminuindo
Boa
Não
Não
Não determinada
Missence
Agamaglobulinemia
Região
da Região de splicing
Splicing(perda
do exão 3)
ao
Tabela3 – características da deficiência isolada de GH causadas por mutações em
GH-1
Mutações do gene de POUF1 são responsáveis por deficiência da hormona do
crescimento, prolactina e hormona tiróide estimulante, enquanto que a produção de
hormona de LH e a hormona FSH são preservadas. Pacientes com deficiência da
hormona pituitária combinada devido a combinações homozigóticas e heterozigóticas
por inactivação de PROP1 não conseguem produzir quantidades suficientes de LH e
FSH, não entrando assim espontaneamente na puberdade. As crianças com
deficiência de crescimento severa apresentam características físicas bastante
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salientes em relação a uma criança saudável, tais como testa proeminente, hipoplasia
e face com ponta nasal deprimida, nariz curto. Há casos em que há retardamento
mental severo junto com estatura baixa.
Diagnóstico e terapias
Cerca de metade dos pacientes afectados pelo gene de Pit-1 é diagnosticada a
doença pela baixa estatura. A outra metade apresenta hipotiroidismo congénito (desde
nascença), chamado cretinismo. Todos os pacientes com mutações no PIT-1
apresentam deficiência de GH, PRL e TSH com a hipófise de tamanho normal ou
reduzido. Quando os pais de uma criança possuem a doença em PIT1, é aconselhado
fazer diagnóstico pré-sintomático à criança. Para um diagnóstico precoce é
aconselhável fazer os testes de estimulo de secreção em crianças na pré adolescência.
A arginina é um estimulador da secreção de GH, é de difícil obtenção no nosso meio.
Pessoas com deficiência na hormona do crescimento podem ser tratadas com
injecções da hormona do crescimento humana. Às crianças com carências hormonais
pituitárias podem ser administrada uma hormona sintética idêntica para a substituir.
Por exemplo, as crianças que são baixas devido à carência da hormona do
crescimento podem receber este tipo de tratamento. Durante o primeiro ano podem
crescer entre 10 e 15cm, mas posteriormente o crescimento torna-se mais lento.
A utilização desta hormona sintética não é aconselhada a crianças baixas com valores
normais de GH.
Actualmente, estão a ser feitas investigações de novos tratamentos que estimulam a
produção natural da hormona do crescimento pelo organismo.
Conclusão
É a glândula pituitária que produz a hormona do crescimento, sendo esta muito
importante para o crescimento normal. Desordens ao nível desta hormona provoca o
crescimento desadequado, assim como a deficiência de outras hormonas produzidas
ao nível da hipófise também sofrem consequências graves para o bom funcionamento
do organismo. O factor de transcrição PROP-1 é necessário para que o gene de Pit1
se expresse. Este é responsável pelo desenvolvimento pituitário e pela expressão
hormonal.
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Referências bibliográficas
COOPER, Geofrey M. (2000) , “The cell, a molecular approach” , 2nd edition,
ASM Press
www.afh.bio.br
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www.saude.met.gov.br
www.scielo.br
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