neymara carvalho: surface: aconcágua

Transcrição

neymara carvalho: surface: aconcágua
Edição #7 • março 2009
SURFACE:
Momentos de emoção
ACONCÁGUA:
aventura e superação
O:
NEYMARA CARVALH
Tetracampeã do BB
EDITORIAL:
Brigitte Mayer
O
ano voou... e já estamos na edição de aniversário da EHLAS! O primeiro de muitos
aniversários!
Coincidências à parte, ao embarcarmos nesse que seria o maior dos nossos desafios, observamos
que o lançamento iria acontecer justamente na semana em que se comemora o Dia Internacional
da Mulher – nada melhor para uma revista dedicada a EHLAS.
Pensando em todas que participaram e contribuíram de alguma forma para a valorização das
mulheres, esta edição ressalta algumas características ditas como pertencentes à alma feminina.
Emoção, determinação, superação, garra, sensibilidade, precaução, inocência, coração, beleza,
sonhos e esperança. É só procurar as palavras nas matérias que a EHLAS trouxe neste mês para você.
Boas ondas e divirtam-se sempre!
AGRADECIMENTOS:
• A todos que torceram e continuam a torcer pela EHLAS, a todos que nos incentivaram,
elogiaram e, por que não, àqueles que nos criticaram: o nosso muito obrigada.
• Aos nossos colaboradores, nenhuma palavra expressa a nossa gratidão.
• Aos nossos parceiros e aos prováveis futuros anunciantes: continuem com a EHLAS.
GalEHLAS (Monika, Roberta, Claudia, Rick, Luiz e Kiko): sem vocês, não teria graça
e a EHLAS não estaria no ar. Obrigada por trazerem sempre um novo desafio!
CAPA:
Silvana em Rocky Rights,
Hawaii. Mandando a
manobra que mais
gosta de fazer: o aéreo.
Determinação e
dedicação na busca
da altura para voos
mais altos.
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Uma homenagem a todas que, em algum momento, superaram as limitações que um dia lhe
foram impostas. E como a EHLAS é a revista das mulheres de atitude, fica aqui uma homenagem
em especial a todas aquelas que são alimentadas pelo constante espírito de aventura e que se
deliciam com o gosto da adrenalina, mas sem nunca perder o sorriso, o charme e o jeito de
ser da alma feminina.
Foto:Monika Mayer
ÍNDICE:
Editorial
Cartas
Arte..................................................................................... Surface
Salto alto .................................................... Silvana
Lima
Aventura ................................................ Aconcágua
Surftrip .................................................................................. Tahiti
Dias de folga, o que fazer?
Kitesurf ...................................... Meninas
que voam
Saúde .................. Ombro: prevenindo lesões
Bodyboard ............................... Neymara Carvalho
Beleza ....................................... Cabelos hidratados
Moda .............................................................. País tropical
Futuro EHLAS ................... Rafaela Cavalheiro
Ecologia
LUIZ FLAVIO • TI Designer
[email protected]
BRIGITTE MAYER • Editora • [email protected]
RICK WERNECK • Editor de fotografia • [email protected]
ROBERTA BORGES • Editora e fotógrafa • [email protected]
CLAUDIA GONÇALVES • Editora • [email protected]
MONIKA MAYER • Designer • [email protected]
RICARDO LARGMAN • Editor de textos
[email protected]
LIKA MAIA
Fotógrafa
[email protected]
ALEKO STERGIOU
Fotografo
www.aleko.com.br
[email protected]
Desde a minha infância tinha
um amor especial com as
câmeras fotográficas mas não
entendia muito do assunto,
em 1999 iniciei minha vida
profissional na fotografia.
Parti para o meu sonho que
era fotografar de dentro
da água. Fui em busca de
equipamentos específicos e
me joguei para dentro do mar
para buscar o surfista dentro
do tubo. Tive a oportunidade
de registrar lugares como o
Tahiti, Hawaii, Indonésia,
África do Sul, Peru, Chile,
Panamá, Ilhas Maldivas,
Fernando de Noronha
e grande parte do litoral
brasileiro, o que me
proporcionou fazer fotos
da natureza, costumes e
ondas de vários lugares
do mundo.
SILVIA WINIK
Fotógrafa
[email protected]
LAILA WERNECK
Produtora e ecologista
[email protected]
COLABORADORES
DE
TEXTO:
Camila Pellicciotte
Claudio Miguel Hair Design
www.claudiomiguel.com.br
Comecei a
fotografar o surf
em 1999 quando
morei em San
Clemente na
Califórnia. Hoje aos
29 anos e quase 11 de fotografia, eu abri
mão do mundo para ir de encontro com a
minha alma, tenho uma vida bem centrada
em Deus. Vivo no North Shore Oahu, uma
vida completamente diferente da que eu
tinha antes, não fico mais viajando pra lá
e pra cá. Hoje não fico o tempo inteiro só
na areia, morando na beira da praia não
tem como não perder o medo das temidas
ondas do Hawaii. Tenho aprendido que
os havaianos são muito parecido com os
brasileiros e tem um garnde coração. Fui
abençoada por Deus com uma vida linda e
saudável e "tenho visto a vida de um
angulo mais aberto e mais focado".
•
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL:
Emilia Takahashi
Cleusa de Oliveira
•
SORAIA ROCHA,
ROBERTA MILAZZO E
RENATA CAVALLEIRO
Bodyboarders
www.garotasbodyboarders.com.br
COLABORADORES
DE FOTOGRAFIA:
Pedro Campos
Mario Nakamura
LIANE GUIMARÃES
Fisioterapeuta
lianeguimarã[email protected]
Um gostinho d'EHLAS no papel.
Agora vocês podem ter um pouco da EHLAS
impressa dentro da revista SUL SPORTS.
Leia as cartas no acesso online
Surfaces
Aos 13 anos de idade, surfei minha primeira onda – e nunca mais fui a mesma.
Aquele momento mudaria toda minha vida. No início, parecia só uma brincadeira de verão,
mas logo passou a fazer parte de mim. Era algo que eu não conseguia explicar, mas que tinha
tudo a ver com meu jeito de ser, e que ainda alimentava minha alma.
A paixão pelo surfe me levou a fotografar. Sentia necessidade de fazer parte daquela natureza e,
ao mesmo tempo, queria compartilhar com os outros os belos momentos que testemunhava.
Foi esta vibração que também percebi estampada no rosto das meninas que tenho fotografado nos últimos cinco anos.
São momentos de alegria, satisfação e muita descontração que elas expressam sempre, antes ou depois de surfar.
No ensaio SURFACES, revelo um pouco destes momentos.
Roberta Borges
Fotos: Roberta Borges
Sabrina Munhoz
Suelen Naraisa
Layne Beachley
Larissa Barbieri
Foto e vídeo: Jesus "Zorro"
Fotos: Roberta Borges
Fotos: Roberta Borges
Gabriela Teixeira
Diana Cristina
Fotos: Roberta Borges
Karina “Brigadeiro” Barbosa
Keala Kennely
Fotos: Roberta Borges
Andrea Lopes
Maya Gabeira
Fotos: Roberta Borges
Jacqueline Silva
Silvana Lima
Fotos: Roberta Borges
Claudia Gonçalves
Katarina Petroni
Foto: Arquivo pessoal
Tivemos que repetir a foto da capa!
Agora com o ângulo aberto.
Alguém arrisca dizer a altura
correta desse aéreo?
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A LT O
SILVANA LIMA
e seu voo mais alto
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No Píer da B
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Circuito Petr
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o surfista pro
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N
ão consigo precisar
exatamente em que ano
foi: eu ainda competia como
amadora e, no Ceará, rolava
uma etapa do Circuito Brasileiro.
O que me lembro com exatidão
é de uma menina, que devia ter
no máximo dez anos, mostrando
um surfe de respeito e que,
nos intervalos das baterias,
arrebentava no futebol.
Em meio a muita diversão,
a sua determinação foi o que
mais me chamou atenção.
O surfe feminino se
profissionalizou e, anos depois,
essa mesma determinação
invadiu o Circuito Profissional
de Surfe Feminino: aparecia,
para o Brasil, Silvana Lima.
O futebol agora é só diversão;
as ondas são a sua profissão.
Sua determinação havia
duplicado. Quando nos demos
conta, ali estava ela, assombrando
a todos, com um surfe veloz e
de manobras supermodernas –
que naquela época já incluía os
aéreos. No primeiro ano, sagrouse campeã do Circuito Petrobras,
mas isso não era o suficiente. Na
sequência, ambientada com o
glamour e as possibilidades que
o surfe poderia oferecer, em seu
ano de estréia no Supersurf foi
vice-campeã e, logo depois,
carimbou por duas vezes
consecutivas o título de campeã
brasileira. Naquela época, eu
sempre comentava que o lugar
dessa cearense era o Circuito
Mundial...
Não demorou muito. Após a
carreira meteórica nas ondas do
Brasil, ela conseguiu os
Foto: Rick Werneck
Por Brigitte Mayer
Fotos: Rick Werneck
patrocinadores que a
possibilitaram a se dedicar
às etapas do WQS. Silvana,
ruma ao mundo, com a
mesma determinação – e em
pouco tempo assombrou as
gringas, e também as ondas
perfeitas que faziam parte
dos seus sonhos.
Ela não escondia que estava
ali com um único propósito.
Muito pelo contrário, falava
em alto e bom tom: o objetivo
era estar entre as melhores do
mundo. E o seu surfe falava por
si só. Em uma oportunidade,
quando ainda não era surfista
do WCT, foi convidada a
participar da etapa de Honolua
Bay, em Maui. Sua estréia não
poderia ser mais impactante:
na primeira onda, deixou todos
de queixo caído e arrancou dos
juízes uma nota 10. Unânime.
Seu recado estava dado:
“Cheguei!”
Após ter corrido integralmente
o circuito WQS, a tão sonhada
vaga foi conquistada.
Atualmente, ela está em sua
quarta temporada como surfista
da elite mundial, e seus
Surfe ou futebol? Surfe! Escolha correta, atitude
nas ondas do AlfaBarrels no extinto Píer da Barra
resultados no ranking WCT são
impressionantes: nono em 2006
(nesse mesmo ano, foi “Rookie
of the Year”), terceiro lugar
em 2007 e vice-campeã em
2008.
Uma das suas muitas vitórias no Circuito Brasileiro Profissional
Alguém duvida que a cearense
que voar muito mais alto?
Fotos: Brigitte Mayer
Apesar de ainda não ter
vencido nenhuma etapa do
WCT, bateu na trave por
diversas vezes. está sedenta
de vitória. E, pelo visto,
parece que isso é o alimento
da sua determinação. Mas ao
ser perguntada se era a
determinação ou a dedicação
a palavra que a definia, ela
responde rapidamente:
dedicação. Diante de tal
resposta, uma vitória no WCT
– e, consequentemente, o
primeiro titulo mundial de um
surfista brasileiro no Tour
Mundial – parece muito mais
perto do que imaginamos.
Afinal, no caso da Silvana, a
combinação de determinação
e dedicação, aliados ao talento,
é nada menos que explosiva.
E essa combinação faz uma
campeã.
is de Silvana,
Um dos muitos visua
s
de tererê nos cabelo
Foto: Rick Werneck
Aéreos como esse impulsionaram o surfe feminino.
Silvana elevou o patamar do surfe feminino brasileiro,
que teve que se adequar a uma nova era
Fotos: Arquivo pessoal
aixão
uma p
s
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a
ira, m
Capoe
Atitude nas maiores. Cavada rumo ao lip
em Rocky Rights, Oahu / Hawaii
QUIZ:
Manobras como essa a levaram ao topo do ranking mundial.
Silvana era só sorriso na festa de premiação do WCT aqui
com o seu troféu de vice-campeã de 2008
Coleção de notas 10 ou
uma vitória no WCT?
Uma vitória no WCT.
Um aéreo nas alturas ou
uma semana relax sem
ondas em Maraú?
Um aéreo nas
alturas.
Determinação ou
dedicação?
Dedicação.
Fotos: Arquivo pessoal
WCT é um sonho realizado
ou um sonho ainda a
ser vivido?
Um sonho ainda a ser vivido.
ssoal
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A
:
Fotos
Batida
reta:
Onde vai parar Silvana Lima?
Onde Deus permitir. (risos)
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R
:
o
t
Fo
O WCT era tudo isso que
você imaginava?
Sim, imaginei dessa mesma
forma que é (risos), e que
não é fácil! (mais risos)
soal
o pes
Arquiv
:
o
t
o
F
O que falta para a vitória
de número 1 no WCT?
Me pergunto isso todos
os dias. Ainda não consigo
entender!
Foto: Rick Werneck
Qual era o sonho da menina
Silvana aos dez anos?
Ser quem eu sou hoje.
Fotos: Arquivo pessoal
Outro momento no Hawaii, indo vertical rumo ao lip.
Quando está flat o lance é relaxar no Standup surf,
de férias na península de Maraú
Foto: Arquivo pessoal
Mesmo de férias, Silvana estende seus limites.
Invertendo tudo em Itacaré, 2009
Foto: Cleusa de Oliveira
,
Aconcagua
AVENTURA
ACONCÁGUA,
a outra face
Por Emilia Takahashi
Fotos: Cleusa de Oliveira e Emilia Takahashi
inalmente o dia havia
chegado. Depois de
muito treino, preparação,
planejamento e ansiedade,
estávamos em Mendoza no dia
12 de dezembro. Éramos seis:
eu, Cleusa e Chen, de São
Paulo, Wally, William e Rosiane,
do Rio. Na cidade, adquirimos o
“Permiso de Ascenso”
obrigatório e contratamos o
serviço de mulas. Uma van nos
transportou para Penitentes,
uma das “vilas” de porta de
entrada do parque.
Altitude: 2.800 m.s.n.m. (metros
acima do nível do mar).
No dia seguinte, já na entrada
do parque, no Posto de Guarda
Parque de Horcones, recebemos
orientação e um saco plástico
para o lixo, numerado para cada
“permiso”, e demos início a
nossa grande jornada.
No dia seguinte, fizemos uma
caminhada a Plaza Francia, onde
conhecemos a parede sul do
Aconcágua. Uma parede imensa
composta por rocha e geleiras
com quase 3.000 metros de
F
A caminhada começa tranqüila.
O ar é muito seco, a terra fina,
mas a falta de oxigênio começou
a fazer efeito. Chegamos
cansados no primeiro
acampamento de Confluência.
O processo de aclimatação do
nosso corpo às altas altitudes
exige paciência; passamos as três
primeiras noites a 3.300 metros
de altitude. Jantamos e
dormimos sob o céu repleto
de estrelas!
Primeiro contato com o Aconcágua: só alegria!
Começamos a caminhar umas quatro horas da tarde. O sol é bem forte
e faz calor em Horcones. A caminhada de Horcones para
Confluência é prevista para quatro a cinco horas
altura. Avalanches são
constantes, impondo respeito
e admiração: lá se encontram
a alma de vários montanhistas
que resolveram desafiá-la.
A caminhada para o próximo
acampamento é longa, entre
vales lindíssimos. A vegetação
se encerra por completo.
Chegamos no Refugio de Plaza
de Mulas, a 4.300 metros, após
12 horas de caminhada. Chen
apresentava sinais acentuados
de fraqueza. Ele passou mal a
noite inteira. No dia seguinte
os médicos deram o laudo:
Chen estava com edema
pulmonar, com excesso de
líquido no pulmão direito e
na parte inferior do pulmão
esquerdo, e teria que descer
imediatamente. Foi carregado
pelos “guardaparques” para
o helicóptero, enquanto ainda
assimilávamos o que estava
acontecendo. Era o nosso amigo
indo embora da montanha.
É intrigante como cada pessoa
reage de uma forma à altitude.
De acordo com o médico, são
muitos fatores que podem
influenciar: alimentação,
velocidade de subida.
Esse é um dos vales a atravessar... lindo e interminável!
Emilia e Cleusa
Chen
Emilia e a Parede Sul
Emilia e Wally
Continuando a caminhada...
Vale das montanhas gigantes e as formigas de gente. As fotos valem para ter uma noção de tamanho
entre as pessoas e a altura das montanhas. A Parede Sul está ficando grande!
Até genética. Ezio, o senhor que
conhecemos no Refugio, falou
também da influência do tipo
de sangue. São tantos fatores
que não há como prever.
Passamos os próximos dias
caminhando pelos arredores;
Cleusa teve dificuldades em se
adaptar às botas plásticas que
teríamos que usar a partir de lá.
Wally a orientava na pisada: as
botas plásticas são rígidas, não
dobram, e com isso modifica o
jeito de caminhar.
Penitentes, formações bem curiosas
Plaza de Mulas
Em Plaza de Mulas, uma cidade
de barracas e toldos, encontramos
com Miriam e Naka, de São José
dos Campos, com quem havia
trocado alguns e-mails no Brasil.
Conhecemos Marcio, de
Valinhos. Miriam contou
que subiu para Plaza
Canadá, sentiu
fortes dores de
cabeça e desceu.
Voltaria para
Mendoza no dia
seguinte.
A aclimatação de
Wally também
não estava tão
boa quanto das
outras vezes que
esteve lá.
Essa era a quarta vez que estava
na montanha. Após uma
reflexão, Wally resolveu descer.
A altitude amplifica o desgaste
físico e psicológico nas pessoas.
Ele e Miriam seriam os próximos
a deixar a montanha...
Fizemos um porteio para Plaza
Canadá. Levamos parte dos
equipamentos a 4.800 metros
para, no dia seguinte, retornar
com menos peso. Mesmo assim,
as nossas mochilas ainda
pesavam mais de 20 kg.
Encontramos com Naka
e Marcio, que tinham
feito o porteio para
De Canada a Nido de Condores
Nido de Condores naquele dia.
Era o próximo acampamento.
Cleusa chegara com muita dor
de cabeça nos acampamentos.
Peguei o saco de nylon e fui
trabalhar, e a essa altitude tudo
cansa: picotar o gelo, colocar o
gelo no saco, carregar... Pois é,
acabou a moleza de ter água
prontinha. Tínhamos que ter
muita paciência para derreter
gelo para o nosso consumo,
de 5 a 6 litros diários.
Vista de Nido de Condores, a 5.400 metros
Acordar com dor de cabeça,
tomar água, café da manhã,
arrumar a barraca e a mochila:
esta seria a nossa nova rotina.
De acordo com a previsão
meteorológica, havia uma
janela de tempo bom e pouco
vento no Natal, dia 25.
Resolvemos tentar. Com
economia, conseguimos
empacotar tudo na mochila,
que estava pesada – mas não
teríamos que voltar.
A vista de Nido é muito bonita,
a 5.400 metros. Já estávamos
mais alto que muitos picos
nevados ao redor. O pôr-do-sol,
então, é fantástico: as rochas
ficam vermelhas, o céu, uma
mistura de rosa e lilás. Comemos
a comida liofilizada com muita
má vontade: a altitude estava
afetando nosso apetite e o
gosto também não ajudava.
Naka não conseguiu comer.
Estava com oxímetro baixo,
não dormiu a noite inteira e
resolveu descer no dia seguinte.
Até acordar, arrumar as coisas,
sempre levava um tempo,
e quanto maior a altitude,
maior esse tempo.
Passo a passo, fomos ganhando
altitude até Berlim, o último
acampamento. O ruim era
comer alguma coisa no meio
do caminho: as barrinhas
congelavam, o tubo de água
Por do sol em Nido... que cores!
Todos saem das barracas
para ver o pôr-do-sol.
Pura poesia...
em forma de imagem.
Cleusa, subindo de Independencia, e as nuvens se aproximando
Natal 2008: dia do ataque ao cume
também; tirar a luva, nem
pensar. A 5.800 metros de
altitude, ficamos dentro da
barraca preparando água e a
mochila para o dia seguinte.
Foi a noite mais mal dormida
de todas. Saímos às 06:30 para
o ataque ao cume, e fazia muito
frio. Os dedos dos pés estavam
congelados. Botas plásticas,
casaco de pluma, “mitones”,
“balaclava”, “googles”, capuz:
parecíamos astronautas
caminhando. Lentamente,
seguíamos os passos dos grupos
a nossa frente.
Em Independência, o último
refúgio, a 6.500 metros, fizemos
uma grande pausa; comemos
algo e bebemos água quente.
Logo acima, o gelo
predominava. Era hora de
colocar os “crampons” nas
botas. Cleusa começou a dar
sinais de cansaço. Eu insistia
para que continuasse, mas ela
resolveu voltar. Olhei no relógio:
eram 13:00. Tinha que chegar
na canaleta até às 14:00 e, no
cume, até às 17:00. Eram meus
horários limites. Cleusa me disse:
“Juízo, hein?”
Apertei o passo e cheguei aos
pés da canaleta no limite do
horário. Mandei o último
saquinho de carboidrato goela
abaixo, mas o tempo começou
a fechar. No meio da canaleta,
o desespero começou a bater.
O sofrimento tomou conta dos
pensamentos. Sentia vontade
de chorar.
Cruzei com o Marcio, que
voltava do cume. Aí soltei as
primeiras lágrimas. Ele me deu
um abraço e falou: “Mais uma
hora e você está lá. Virando
aquelas pedras, tem só uma
subidinha para se emocionar,
como eu me emocionei”.
Chorando e andando, já não
sabia quem eu era mais, nem
o que pensar. Olhava para a
direção e só sabia que tinha de
continuar. Passei pelas rochas
finais fazendo uma curva para
dentro da montanha e logo
avistei a cruz do cume!
Sentei e comecei a chorar muito,
de alívio. O sofrimento havia
acabado. Não teria mais que
subir. Acabou.
O cume é um platô considerável,
mas eu não saí do lado da cruz.
Depois de me recompor, tirei
algumas fotos e comecei a outra
parte: a descida. Estava muito
cansada, exausta, tropeçando,
“... logo avistei a cruz do cume!
Sentei e comecei a chorar muito, de alívio.
O sofrimento havia acabado.
Não teria mais que subir. Acabou.”
escorregando, me arrastando
caminho abaixo. Conforme
descia, a sensação ruim ia
melhorando. Cheguei no escuro,
entrei na barraca e deviam ser
umas 22:00. Ainda troquei umas
palavras com Cleusa e Marcio,
e mal conseguia tirar as botas.
Capotei.
com as pessoas subindo, ansiosas
por qualquer informação.
É engraçado ver depois a
ansiedade nas pessoas que estão
chegando. Lembrei de quando
entramos no parque com
a mesma apreensão.
Uma van nos levou
até Mendoza.
Agora, era só alegria com cume
ou sem cume: estávamos
voltando para casa. Chega
de água, chega de comida
liofilizada, chega de sacrifício.
Arrumamos nossas coisas com
uma felicidade sem igual.
Deslizamos para baixo.
Chegando no Refugio,
recebemos abraços do pessoal:
Eduardo, Lito, Rodrigo, Anita.
Tomei um banho merecido,
que deve ter demorado mais
que os sete minutos permitidos.
O retorno à civilização traz
um conforto valorizado: mesa,
cadeira, sopa, um bife
argentino, salada, suco e
sobremesa. Eduardo trouxe o
champanhe para brindarmos.
No dia seguinte,
Wally e Chen
bateram
na nossa
porta e
nos deram
um abraço.
Estávamos
juntos
novamente.
Lembro que,
no cume, senti
a falta de meus
companheiros de
viagem e lamentei
que não estavam
ali ao meu lado.
Ter alcançado o
cume foi uma
grande satisfação,
e o companheirismo
entre aqueles que o
demonstraram mostrou
ser tão importante quanto.
No último dia, caminhamos até
a entrada do parque. O que
levou 12 dias para subir, levou
dois dias para descer. Cruzamos
Wally, Chen, Miriam, Naka, Cleusa e Emilia
Marcio
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Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Assista ao vídeo no acesso online
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
TAHITI
Keala Kennely
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Claudia Gonçalves
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Claudia Gonçalves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Claudia Gonçalves
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Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Fotos: Aleko Stergiou/ Waves
Foto: Aleko Stergiou/ Waves
Um dia de folga...
Para um campeonato de surfe acontecer as ondas, devem ter no mínimo
50 cm. O show só começa quando a natureza, que tem seu próprio tempo,
resolve se manifestar. E isso só acontece com a devida combinação de
ondulação, vento e marés. É nessa hora que o balanço do mar faz a alegria
dos surfistas, tornando os campeonatos um show à parte.
E quando não rolam as baterias, o que a galera costuma fazer?
Uns simplesmente descansam em seus quartos de hotel; outros, vão curtir
uma praia; e alguns ficam com seus livros, computadores, ou curtem uma
música. Mas tem aqueles que optam por conhecer o lugar em que estão e
suas atrações.
Em 2008 aconteceu na Praia do Forte, na Bahia, o WQS Billabong Eco Surf
Festival. E quando Silvana Lima, Nathalie Martins, Renata Tambon e
Chantalla Furnetto estavam de folga, não perderam a oportunidade e
foram conhecer o Projeto Tamar. Lá, elas puderam acompanhar o trabalho
que há anos vem sendo desenvolvido para a preservação das tartarugas
marinhas. Os visitantes podem contemplar as tartarugas, tubarões, peixes
nativos, entre outros, sempre com o acompanhamento dos biólogos, que
passam todas as informações sobre o projeto.
Se você algum dia você estiver por lá, não deixe de conhecer um pouco
desse projeto que ajudou as tartarugas marinhas – que estavam prestes a
entrar na lista de espécies ameaçadas de extinção – a reencontrar o seu
caminho de volta ao litoral brasileiro.
Por Brigitte Mayer
Fotos: Brigitte Mayer
Fotos: Brigitte Mayer
Foto: Pedro Campos
Silvana Lima
Foto: Pedro Campos
Renata Tambon
Foto: Roberta Borges
Nathalie Martins
Foto: Rick Werneck
Chantalla Furlanetto
Kitesurf
Foto: Rick Werneck
Milla Ferreira • Marcela Witt
Por Brigitte Mayer
N
ão se sabe precisamente
quando e em que lugar o
kite – como forma de locomoção
– surgiu. Existem relatos que
apontam a China, onde há mais
de dois mil anos as pipas eram
usadas para o transporte de
materiais pesados de construção
e também ajudavam na
navegação de barcos. Daqueles
tempos para cá, os objetivos se
transformaram e as pipas agora
tem um outro uso.
Nos dias de hoje, as pipas,
que já haviam contagiado os
windsurfistas, invadiu de vez as
praias do Brasil e o número de
surfistas que praticam o kite
aumenta rapidamente. Nada
mais natural que as garotas
que gostam de adrenalina
começarem a demonstrar
interesse em praticar essa
modalidade que proporciona
momentos de extrema
emoção.
Numa tarde de verão, dezenas
de kites passam para lá e para
cá na Barra da Tijuca, no Rio de
Janeiro. Ventos de 25 a 30 nós
arrastavam alguns kitesurfistas,
deixando à deriva desde os
novatos até os mais experientes.
Neste cenário, encontramos
Marcela e Milla, duas
kitesurfistas da nova geração
carioca. Confesso que estava
apreensiva vendo as meninas se
aprontarem para velejar em
ventos de tal grandeza, já que a
velocidade não deixava um grão
de areia no lugar.
Foto: Rick Werneck
MENINAS QUE VOAM:
dupla carioca promete
Foto: Rick Werneck
KITESURF
Mas após uns poucos minutos,
fui convencida: essas meninas
estavam se divertindo, e se
divertindo muito, entre saltos
nas alturas, manobras aéreas
radicais e surfando as
marolinhas que pintavam.
Pareciam incansáveis. Após
algumas horas, apesar de
falarmos que já tínhamos
material suficiente, velejando
em direção à areia depois de
tentarem fazer uma manobra
em conjunto, elas gritam da
beira d’agua: “Só mais uma!”
Se dependêssemos delas,
estaríamos lá até agora!
AGRADECIMENTOS:
www.bintang.com.br
Fotos: Rick Werneck
Marcela
Witt
Fotos: Rick Werneck
Milla
Ferreira
Fotos: Rick Werneck
Marcela
Witt
Milla
Ferreira
Marcela Witt,
18 anos
“
Quando não tem vento, se tem
onda eu vou surfar e depois para
o circo. Circo, sim! Faço Escola
Nacional de Circo! Pratico todas
as modalidades, como o trapézio
de vôo, lira, solo, fita. Inclusive
estou até fazendo uns trabalhos
como dublê com as coisas que
aprendi no circo. Tenho aula todos
os dias à tarde. E também estou
cursando moda, atualmente no
quarto período.
Entre o kite, a Escola de Circo e a
moda? Se eu pudesse, velejaria em
tempo integral. Participei apenas
de algumas etapas do circuito
nacional, mas queria muito correr
o mundial e me dedicar somente
ao kite. Só que para isso precisaria
de um patrocinador.
Para ser campeã? Acho que tinha
que ter mais vento aqui no Rio!
Quase sempre tem muito vento
para surfar, e pouco para velejar.
Gosto de ventos fortes, em torno
de 16 nós, condição ideal para
usar pipa número 7.
Para as meninas que querem
começar, eu diria que o kite é
a maior emoção: elas não vão
se arrepender! Não acho que
tem perigo ou risco se você velejar
com segurança. Tem que ter
responsabilidade, o equipamento
apropriado e saber o que está
se fazendo.
Se o kite é esporte para meninas?
Lógico! Infelizmente, quase não
tem mulheres praticando, mas
sempre aparece uma na praia.
Não acho que seja um esporte
masculino, de jeito nenhum: tem
até algumas coisas bem femininas
no kite, como a exigência de uma
maior flexibilidade.
Freestyle, wave ou regata?
Freestyle, com certeza! Sem
comparação, gosto muito mais!
”
Milla Ferreira,
18 anos
“
Quando não tem vento
vou surfar. Sou profissional
do kite e irei disputar todos
os campeonatos do Circuito
Profissional Brasileiro e
também as etapas do Circuito
Mundial que acontecerão no
Brasil. Existe a possibilidade
de correr as outras etapas
do mundial mundo afora.
Sou duas vezes vice-campeã
brasileira na categoria Waves
(2007/2008) e terceira colocada
por duas vezes na categoria
Regata (nos mesmos anos).
Para ser campeã? Estou
treinando muito na água,
e vou começar uma preparação
específica na academia.
Também vou começar a cursar
a faculdade de Psicologia
no próximo semestre.
Esportes? Todos! Gosto de surfar,
jogar tênis, bola... o que pintar!
Muito gente acha que o kite
é perigoso. E realmente é
perigoso se você não estiver
preparada. Quem vai iniciar
no esporte deve procurar uma
escolinha que seja homologada
pela IKO (International Kite
Organization).
Kite é um esporte que posso
fazer vários num único.
É possível surfar, voar e
dar saltos acrobáticos!
Se o kite é esporte para meninas?
Com certeza. Não tem essa
de ser esporte masculino não!
”
FISIOTERAPIA: REMÉDIO
para dores nos ombros
Fotos: Brigitte Mayer
SAÚDE
1
1) Sentada, coluna
ereta, abra os
braços lentamente
e permaneça por
15 segundos, com
o cuidado de não
ultrapassar a linha
média dos ombros.
Repita 3x.
2
2) Com um braço
estendido à frente,
vire a palma da mão
e alongue os dedos
com ajuda da outra
mão. Repita 2x por
15 segundos cada
lado.
Por Liane Guimarães
A
s dores nos ombros são
queixas frequentes entre
os surfistas. O esforço de remar
contra a maré pode provocar um
desequilíbrio na musculatura dos
ombros e facilitar a ocorrência
de lesões nesta região.
Os músculos responsáveis pelo
movimento de rotação interna
do ombro sofrem uma sobrecarga
maior. Isto se dá pelo movimento
contra a resistência na hora da
para vencer a maré, no sentido
oposto. Já os músculos rotadores
externos, que levam os ombros
para trás, são menos solicitados.
O resultado é a instabilidade dos
ombros, provocando dor,
limitações de movimento e
degenerações de algumas
estruturas.
Para um bom funcionamento
dos ombros, é preciso que haja
equilíbrio entre os músculos.
É importante, portanto, que o
atleta pratique atividades
complementares que atuem na
prevenção e no fortalecimento.
E a fisioterapia deve ser usada
como prevenção. Exercícios,
orientações posturais e
balanceamento muscular
proporcionarão o preparo
atlético adequado para um
melhor desempenho em seus
treinos e competições.
Você que é surfista profissional
ou amador, não espere a dor
aparecer: procure um
profissional na área que possa
lhe orientar corretamente.
Boas Ondas!
3) Eleve o braço e flexione
o cotovelo passando por
trás da cabeça com ajuda
da mão oposta; permaneça
por 15 segundos. Repita 2x
de cada lado.
5
4) Sentada, coluna ereta, leve
o braço estendido na direção
oposta com ajuda da outra
mão; empurre lentamente e
permaneça por 15 segundos.
Repita 2x de cada lado.
4
5) Deite-se sobre as pernas
flexionadas, leve os dois
braços à frente. Permaneça
por 15 segundos, passe os
braços para o lado do corpo
e fique mais 15 segundos.
6) Deite-se de barriga para
baixo. Pernas estendidas,
cotovelos flexionados e
eleve o tronco. Fique por
15 segundos e desça
lentamente. Repita 3x.
6
Fotos: Brigitte Mayer
Foto: Rick Werneck
3
7) De pé, coluna ereta, flexione
a cabeça para o lado lentamente.
Permaneça por 15 segundos.
Repita 2x para cada lado.
8
8) Prenda uma ponta do elástico
em uma barra vertical e a outra
ponta segure com uma das mãos.
Com o cotovelo flexionado em
90º, gire o antebraço lentamente,
levando a mão em direção ao
abdômen. Faça duas séries com
dez repetições para cada lado.
9
9) Mude de posição conforme
mostra a foto e repita o movimento
ao contrário, levando o braço do
abdômen para lateral do tronco.
10
10) Alongue os dois braços na barra.
IMPORTANTE:
Durante os exercícios você deve
ficar atento a sua postura, deve
realizar uma respiração lenta e
profunda.
Fotos: Brigitte Mayer
7
Fotos: Brigitte Mayer
11
12
11) Prenda uma ponta do elástico na
parte de trás dos pés, e outra ponta
segure com as duas mãos flexionado e
estendendo os cotovelos
por trás da cabeça. Faça três séries com
dez repetições para cada lado.
12) Passe o elástico por baixo dos pés,
segurando uma ponta em cada mão.
Flexione os cotovelos a 90º. Faça três
séries com dez repetições cada.
13) Alongue os braços nas três posições
das fotos.
PERGUNTAS E ORIENTAÇÕES:
13
LIANE GUIMARÃES
lianeguimarã[email protected]
AGRADECIMENTO:
BÁRBARA RIZZETO, 17 anos
É campeã carioca amador de 2008.
Disputa o Circuito Brasileiro Amador
(CBS) como integrante da equipe do
Rio de Janeiro de surfe. Disputa
também o Circuito Petrobras nas
categorias Junior e Open.
Neymara Carvalho,
32 anos, tetracampeã
mundial de Bodyboarding
BODYBOARD
TETRA MUNDIAL
do BB
Foto: Mário Nakamura
Por Roberta Milazzo, Renata Cavalleiro e Soraia Rocha
Neymara Carvalho,
32 anos, tetracampeã
mundial de
bodyboarding. Não é
preciso explicar a
importância desta
atleta para o Brasil.
Mas isso a gente,
da EHLAS, deixa para
a própria Neymara
contar...
ehlas: A última etapa estava
sendo muito aguardada pois,
além de você, Isabela Sousa e
Jéssica Becker tinham chances
reais de alcançar o título. Qual
era a sua expectativa para cada
bateria até chegar à final contra
a Jéssica, que naquele momento
era a líder do ranking?
Foi o título mais disputado e
mais emocionante da minha
carreira. A Jéssica só abrilhantou
essa vitória, pois ela foi
supercompetitiva e muito
concentrada para essa final. A
cada bateria que ela passava eu
tinha a obrigação também de
passar a minha seguinte, para
me manter na disputa.
Considero ela a atleta mais
completa da nova geração, e ela
mostrou isso muito bem. Na
noite anterior à grande final, eu
quase não dormi de tanta
ansiedade! Estava concentrada
na vitória e fui para isso! Graças
a Deus deu tudo certo.
Puxando um invertido em Rio das Ostras
Foto: Mário Nakamura
Neymara Carvalho executando um ARS em Sintra
Foto: Rick Werneck
Diversão na Joatinga
“Foi o título mais disputado e mais
emocionante da minha carreira.”
ehlas: Conta aqui para a gente:
qual é a sensação de desfilar a
céu aberto no carro dos
bombeiros?
Foto: Mário Nakamura
Sinceramente, não acho que
mereço tudo isso. Mas meu pai
adora e ele faz questão dessa
festa toda. Daí acabo cedendo
para ter essa grande festa.
Eu sempre fico muito envergonhada
e sempre chamo alguém para
ir no carro comigo. Este ano
[2008], a Jéssica estava junto
e foi muito legal. Só penso nas
pessoas nas ruas esperando o
carro passar para me parabenizar...
Isso me dá uma grande
satisfação, porque são pessoas
simples que torcem de coração.
ehlas: No ranking final de
2008, das dez melhores atletas,
oito são brasileiras. Você
acredita que vamos continuar
mantendo nossa hegemonia por
muito tempo? Como você avalia
o desempenho das duas
estrangeiras que estão nessa
lista (Eunate Aguirre e Natasha
Sagardia)?
Comemorando o tetracampeonato
nas Ilhas Canárias (dez/2008)
Acho as duas grandes atletas.
Natasha está crescendo ano a
ano, foi campeã Pan-Americana,
e depois Campeã Mundial do
ISA Games. Ela está a caminho
de um título mundial, tem surfe
em ondas grandes, sabe pegar
tubo, não tem medo mesmo.
Acho que vai ser uma campeã
mundial – com certeza. A Eunate
está buscando tudo isso
também. Atualmente ela
está aqui no Brasil: veio treinar
as nossas merrecas para poder se
aprimorar. Acho que essa atitude
é que vai mandar na conquista
de títulos daqui para frente.
Temos grandes nomes de atletas
brasileiras que vão disputar com
essas meninas aí, mas tem que
viajar para se aprimorar
também. Quero vê-las no
Hawaii, Indonésia, conhecendo
outros mares para ficarem a
cada dia mais completas. A
diferença entre as nossas
brasileiras é que temos a
competitividade, e as gringas
têm a linha de onda e o “know
how” para tubos.
ehlas: Você investe forte no
esporte: tem uma marca com
seu nome, uma loja no maior
shopping de Vila Velha, faz
Foto: Rick Werneck
Entubando na Joatinga
aulões de bodyboard. Fale um
pouco mais sobre este trabalho.
Sou muito grata a tudo que o
esporte me proporcionou. Pude
viajar, conhecer outras culturas,
fazer amigos para a vida toda,
ser um ser humano do bem. Isso
foi o esporte que me deu. Quero
poder passar um pouco disso
adiante, para outras pessoas.
Sou muito feliz com tudo isso e
tento dividir o máximo com os
outros. Nos aulões, fico
simplesmente maravilhada,
porque é muito gratificante
poder ensinar e ver no rosto das
crianças e adultos a alegria de
surfar sua primeira onda, além
de poder levar crianças com
algumas limitações ou
sofrimentos para um dia de
lazer Hoje existem atletas que
correm o Circuito Brasileiro que
começaram no meu aulão É uma
satisfação enorme! A loja eu
abri em dezembro e estamos
crescendo pouco a pouco. Foi
uma oportunidade ímpar e tive
que abraçar. Todos os dias vou
um pouquinho lá para
acompanhar de perto.
ehlas: Sabemos que você,
em parceria com a Produtora
Cinerama Brasilis, está
preparando um filme que conta
a sua trajetória no BB. O que
você considera como ponto alto
dessa filmagem? Qual a
previsão para o lançamento?
Esse filme é um projeto antigo.
Acho que minha história de
verdade poucas pessoas
conhecem. Provavelmente, de
todas as pessoas que convivem
comigo hoje em dia, somente a
Karla Costa teve a oportunidade
de vivenciar um pouquinho o
que eu era, onde morava, as
minhas dificuldades para me
manter no esporte. E é isso que
quero mostrar para galera: a
minha garra e dedicação para
chegar onde cheguei. Mostrar
que, quando sonhamos e
acreditamos, a gente pode
conseguir, sim! Quero deixar
eternizado isso para que as
próximas gerações possam usar
como motivação, ou mesmo
como base de pesquisa dentro
da nossa história do esporte.
Tive a felicidade de reencontrar
Fotos: Arquivo pessoal
Neymara em ação nos "Aulões"
na Barra do Jucú
Sequência nas Ilhas Canárias, rumo ao tetracampeonato
Fotos: Mário Nakamura
Cláudia Sabóia descendo uma direitona em Nias
Foto: Rick Werneck
Preparando a manobra na Joatinga, pura diversão
ehlas: Ser a atleta que mais
conquistou títulos no
bodyboarding é um marco que
toda atleta deseja atingir. Quais
são seus planos para o futuro?
Meu objetivo agora é de
conquistar o penta mundial, e aí
sim ser um marco na história do
esporte – como a primeira atleta
no mundo a obter esse título.
Também quero surfar a pororoca
e colocar isso no filme.
ehlas: O ISA Games acaba
de anunciar a exclusão do
bodyboarding em seus jogos,
a partir de 2009. O que você
pensa desta resolução?
Vamos tentar acreditar que o
presidente realmente vai fazer
um ISA somente dos
bodyboarders, como ele
anunciou, e aí, sim, a gente vai
poder contestar ou não. Acho
lamentável, mas fazer o que, né?
ehlas: Para finalizar, deixamos
Fotos: Arquivo pessoal
Foto: Maciel Dias
o Mario Nakamura, e ele topar
realizar o projeto junto comigo.
A previsão de lançamento nos
cinemas é março de 2010.
Neymara tem sua loja
no Shopping Praia da Costa
aqui um espaço aberto para
você dizer o que quiser, mandar
o recado que tiver vontade para
todas as EHLAS que
acompanham a revista.
Quero dizer que a revista está
show, linda, e parabenizar pelas
entrevistas, sempre muito boas.
Também às meninas de todos os
esportes, que lutem pelos seus
sonhos e corram atrás deles.
A gente sempre consegue – é
claro que com muita dedicação
e garra. Fiquem longe das
drogas, porque isso só retarda
seu crescimento, e curtam a vida
saudavelmente: isso sim é viver!
Beijos e boas ondas.
Com a filha Luna
BELEZA
CABELO LINDO
e hidratado após o verão!
Por Claudia Gonçalves
em direção às pontas. Isso evita
o excesso de oleosidade, que
pode até causar queda de
cabelo.
• Deixe o produto agir durante o
tempo indicado pelo fabricante.
A hidratação excessiva, em vez
de embelezar os fios, pode
deixá-los oleosos.
Aqui vão algumas sugestões:
O
verão é época de praia, sol,
mar e piscina. Tempo de
aproveitar as férias, curtir esse
clima de calor e pegar aquele
bronze. Desfrutou bastante de
tudo isso? Maravilha! Mas agora
é hora de recuperar a saúde do
cabelo e da pele, que sofreram
com todos esses efeitos do verão!
Escolha o tratamento ideal
para você
As ampolas são rápidas e
poderosas, e as máscaras de
tratamento também são
excelentes aliadas na recuperação
do cabelo. Ambas hidratam e
nutrem as fibras capilares que
sofrem com a temporada de sol
e mar. A frequência da aplicação
depende da condição de cada
cabelo: os muito ressecados
podem usar semanalmente,
os normais, a cada 15 dias, e os
oleosos, uma vez ao mês.
AMPOLAS: são aplicadas durante
o banho. Depois de distribuir o
produto por todo cabelo, faça
uma massagem para melhorar
a circulação no couro cabeludo.
As ampolas agem durante cinco
a dez minutos e devem ser
usadas uma vez por semana ou a
cada 15 dias, dependendo do
estado do cabelo.
MÁSCARAS: são os cremes que
possuem ativos concentrados e
alto poder de hidratação. Mas
atenção para os seguintes
cuidados:
• Jamais passe o creme na raiz.
Distribua o produto pelo fio,
1- Xampu e condicionador
Vitamino Color, da L’oreal Paris
2- Máscara Vitamino Color, da
L’oreal Paris, repara e dá brilho
3- Creme para pentear Vitamino
Color, da L’oreal Paris, dá
luminosidade para cabelos
coloridos
4- Gloss disciplinante para
cabelos com mechas Lumino
Contraste, da L’oreal Paris
5- Ampola Power Repair,
da L’oreal Paris
6- Xampu e condicionador
Pantene Renovação para
cabelos secos e danificados
7- Creme para pentear Pantene
Renovação para cabelos secos
e danificados
8- Seda Verão Ilumine Aqua
para pentear
MÁSCARA PÓS-VERÃO
MÁSCARA
ULTRA-HIDRATANTE
INGREDIENTES:
INGREDIENTES:
• ½ mamão
• 1 banana
• 1 colher (de sopa) de
azeite
• 1/2 copo de iogurte natural
• 1/2 mamão papaia
• 1 colher de sopa de óleo
mineral
COMO APLICAR:
Bata tudo no liquidificador
até a mistura ficar homogênea.
Aplique nos fios e deixe agir
por 20 minutos.
COMO APLICAR:
RECUPERE A FORÇA
INGREDIENTES:
• 4 folhas de babosa
• 1 cenoura média
COMO APLICAR:
Corte as folhas de babosa ao
meio, retire a parte inteira e
reserve. Rale a cenoura, junte
com a babosa, misture até fomar
uma pasta e esprema (retire o
excesso do líquido). Aplique a
pasta nos fios e envolva o cabelo
em uma toalha. Deixe agir por
20 minutos, enxague e lave.
Amasse bem as frutas e
acrescente o azeite. Mexa
bastante. Passe no cabelo
logo após lavar com o
xampu e deixe agir por
20 minutos.
Para potencializar
o efeito, use touca
térmica ou enrole
o cabelo em
papel alumínio.
RECUPERE A FORÇA
INGREDIENTES:
• 1 iogurte natural
• 2 colheres de sopa de mel
• 1 clara de ovo
• 1 colher (de sopa) de óleo
de amêndoas
COMO APLICAR:
Coloque todos os ingredientes
em um recipiente, misturando-os
com uma colher. Espalhe em todo
o comprimento e deixe agir por
20 minutos. Se desejar potencializar
o efeito, use touca térmica.
REESTRUTURE OS FIOS
REACENDA O BRILHO
INGREDIENTES:
INGREDIENTES:
• ½ abacate
• 1 clara de ovo
• 1 copo de iogurte natural
• ½ manga rosa grande
• 1 colher (de café) de óleo
de girassol
COMO APLICAR:
Bata tudo no liquidificador e
aplique no cabelo. Envolva os
fios com uma toalha, deixe
agir por 30 minutos e lave.
COMO APLICAR:
Bata os ingredientes no
liquidificador e passe no
cabelo molhado. Enrole
uma toalha na cabeça.
Após 20 minutos,
enxague.
Agradecimentos:
Claudio Miguel Hair Design
I
nspirada nas sábias palavras de Jorge Benjor,
a EHLAS preparou para vocês um editorial com
o clima dos trópicos. Os acessórios são as estrelas
do momento: use e abuse de óculos com shape
retrô, como o modelo Frogskins da Oakley.
E as maxbijou estão com tudo. Então, invista
em colares e pulseiras extravagantes com
looks mais discretos, como o vestido balonê
em tons terra.
As calças com bocas mais largas estão de
volta, mas não aposente sua skinny: ao
que tudo indica, elas vieram para ficar
um bom tempo no seu guarda-roupa.
Essa é a época do ano das grandes
liquidações, por isso aproveite para
comprar aquela roupa que você
namorou o verão inteiro.
Provavelmente, ela está pela metade
do preço. E arrase nesse finalzinho
de verão!!
Produção: Camila Pellicciotte e Marina Freitas
Texto: Camila Pellicciotte
Modelo: Carla Morone
Fotos: Silvia Winik
FUTURO EHLAS
Rafa no espirito “Aloha”
FILHA DE PEIXE,
peixinho é!
Por Claudia Gonçalves Fotos Lika Maia
R
afaela Cavalheiro, filha de
Icaro Cavalheiro, juiz do
WQS e WCT, tem apenas 11
anos, mas com experiência e
bagagem de gente grande.
Ela começou a surfar aos três
anos de idade no Balneário
Camburiu e já acumula quatro
temporadas havaianas – o que
possibilitou surfar uma das
ondas mais perfeitas do mundo
e, também, praticar o inglês
com seus novos amigos
havaianos e australianos.
Contudo, nessa última
temporada, Rafaela saiu da
rotina de criança e começou a
ter responsabilidades de adulta
ao ser convidada pela ASP
Hawaii para trabalhar no
circuito Triple Crown: lá,
conseguiu juntar um bom
dinheiro com objetivo de ajudar
a comprar coisas que ela e sua
família perderam na grande
enchente que atingiu boa
parte da região Sul do Brasil.
Confira, a seguir, o bate-papo
que a revista EHLAS fez com
a Rafa.
ehlas: O que ou quem mais a
influenciou para começar a
surfar? Por quê?
O meu pai sempre me
influenciou a surfar. Ele e minha
mãe me levavam para surfar
toda semana desde pequena
(como ainda fazem). Comecei
a surfar porque meu pai e
ex-surfista profissional e
atualmente juiz de surfe,
e eu sempre o acompanhei nos
campeonatos. Nos momentos de
Haleiwa, Disneyland das grommets
No palanque do Pipe Masters
Rapha distribuindo as cópias
dos resultados durante o
Pipe Masters e nos intervalos
do campeonato, um treino,
pois niguém é de ferro!
folga, ele me levava para surfar
com ele. Nós ate já competimos
juntos e, aos cinco anos, ganhei
a minha primeira prancha.
ehlas: Nesta sua última
temporada havaiana, você
trabalhou no campeonato Triple
Crown. O que você fazia?
Meu trabalho começava quando
tocava a sirene de término das
baterias: eu recolhia as
papeletas dos juízes, pegava
a cópia da bateria impressa e
conferia as notas dadas pelos
juízes. Caso tivesse alguma nota
digitada errada, eu subia na sala
dos juízes e mostrava a papeleta
para o “head judge”. Também
tirava 18 cópias e distribuía
uma para cada um deles: “head
judge”, locução para a praia,
locução em inglês, locução em
português, locução em japonês,
“beach marshal”, cinco cópias
para o escritório, três para a
web e etc...
ehlas: Foi você que tomou a
iniciativa de querer trabalhar?
Sim, porque eu acho uma coisa
superdivertida. E foi uma
experiência e tanto na minha vida.
Hawaii aos 11 anos, base para o futuro
Acompanhando as baterias
das melhores do mundo
em Sunset Beach
ehlas: Você conseguiu juntar
um bom dinheiro.
O que fez com ele?
ehlas: Você já fala inglês, não é?
Aprendi a falar inglês com o
meu pai, mas também faço essa
disciplina no colégio e tenho
praticado bastante nas viagens
para o Havaí.
Comprei presentes para mim e
para minha família, e também
ajudei a comprar coisas que
nós perdemos na grande
enchente.
ehlas: Que outros lugares você
ehlas: Como você fez para
tem vontade de conhecer?
Por quê?
conciliar a escola no Brasil e essa
sua viagem para o Havaí?
Eu estudo no colégio Unificado,
em Balneário Camburiu, há sete
anos. Como tenho nota superior
a 90% da turma, já sou passada
na escola desde setembro. Além
disso, no período de uns 20 dias
de aula que eu perco
normalmente, as minhas notas
são duplicadas. Meu colégio
incentiva a prática de esportes
por seus alunos e acha
superimportante para o meu
futuro aprender novas línguas
e novas culturas. Nos jogos
escolares, participei das
modalidades surfe, handball de
praia e vôlei de praia. Consegui
primeiro lugar no surfe, primeiro
no handball e terceiro no vôlei.
Austrália, Portugal, Espanha,
Johanesburgo, a Disney, Taiti,
México e muitos outros. Porque
meu pai já foi para todos estes
lugares e diz várias maravilhas
sobre as ondas, as culturas e as
diferentes línguas.
ehlas: O que você quer ser
quando crescer?
Surfista, porque eu amo surfar!
ehlas: Que mensagem pode
descrever a sua experiência na
temporada havaiana de 2008?
Nossa essa temporada foi
incrível: eu surfei, trabalhei,
brinquei, fiz novos amigos e
estou pronta para mais uma!
COLUNA ECO-LÓGICA
ANTIGOS PROBLEMAS,
novas esperanças
Por Laila Werneck
Obama herda
uma pesada
herança de Bush
O
novo presidente dos EUA,
Barack Hussein Obama,
elegeu o meio ambiente como
uma das áreas centrais da
política do seu governo.
No discurso da vitória, em
Chicago, identificou e nomeou
os seus primeiros desafios:
as duas guerras em que o país
está envolvido (no Iraque e
no Afeganistão), a pior crise
financeira do século e o planeta
em perigo.
Quanto aos dois primeiros ítens,
deixemos com quem entende:
economistas e belicistas. Falemos
então daquele que é o tema
dessa coluna: Nosso Planeta!
Durante oito anos da era Bush
filho, os EUA deram as costas
para as questões ambientais
e energéticas do mundo,
desperdiçando as oportunidades
que o planeta teve para reverter
os problemas. Bush deixa pesada
herança em questões ambientais:
a não colaboração com as metas
estabelecidas no Protocolo de
Quioto; campanha sistemática
de desinformação sobre
questões básicas do ambiente
e conservação; censura e
manipulação de relatórios de
técnicos e cientistas; concessão
de zonas protegidas à exploração
de minas, gás, petróleo e das
madeireiras; corte de subsídios
e orçamentos a programas
de conservação da natureza;
esvaziamento e desautorização
da EPA; retirada dos ursos
pardos e dos lobos da lista
de animais em risco; apoio à
caça da baleia e outras
“coisinhas” mais...
O que Obama
promete?
Obama definiu, em campanha,
novos investimentos (mais
precisamente, 15 bilhões de
dólares) em energias renováveis
(solar, eólica e biodiesel) como
uma meta política com o objetivo
de diminuir a dependência do
país, por exemplo, em relação ao
petróleo, garantir a segurança
dos norte-americanos e gerar
milhões de empregos. Seu
governo abordará, igualmente,
a luta contra o aquecimento
global, e anunciou a criação de
um comércio de emissões para
os Estados Unidos. Seu programa
de investimentos estará
fortemente conectado a
tecnologias ambientais e de
proteção do clima. Para isso,
conta com a ajuda do vencedor
do Prêmio Nobel da Paz (por sua
luta contra a mudança climática),
Al Gore, grande defensor de
uma política ativa contra a
degradação ambiental. Seu filme
“Uma Verdade Inconveniente”
conquistou no mesmo ano o
Oscar de Melhor Documentário
(se você ainda não viu... Veja!).
Al Gore será, com certeza, um
interlocutor privilegiado do
presidente no combate pela
preservação do meio ambiente,
independentemente do cargo
que ocupará ou não no atual
governo.
Será que ele consegue?
Com a crise global que assola o
mundo, existe um alerta para o
perigo de que a proteção do
clima fique em segundo plano
por causa do combate à crise
financeira. Mas os problemas
climáticos, quando não
remediados, podem custar
bilhões a longo prazo,
transformando a crise financeira
em problema pequeno. Além
do mais, os profissionais de
marketing atestam que, crises,
mais do que impedimentos,
criam oportunidades de bons
negócios e investimentos.
A proteção climática pode
oferecer uma chance para
superar a crise financeira e
preparar o terreno para novas
tecnologias, novos postos de
trabalho e um novo impulso
econômico.
Barack Hussein Obama é o
44º presidente dos Estados
Unidos da América e carrega a
esperança e a expectativa de um
mundo inteiro voltada para que
o novo governo da maior
economia – e uma das mais
poluentes – do planeta reveja
suas posições sobre proteção
climática e promova uma
mudança das políticas dos
últimos oito anos, sob a
(ir)responsabilidade de George
W. Bush. E que os Estados
Unidos voltem às negociações
por um meio ambiente
equilibrado em todo o planeta
com um líder que parece ter
compreendido a gravidade do
problema. Ave Obama!
,
O novo presidente dos
EUA, Barack Hussein
Obama elegeu o meio
ambiente como uma
das áreas centrais
da política do
seu governo.
Será que ele consegue?
EHLAS, a revista das mulheres de atitude.
Pegue fôlego que em maio tem mais!
Maya Gabeira
Waimea, Hawaii
2008-2009
Foto: Brigitte Mayer
Foto: Lika Maia
SAIDEIRAS
Um ano de
adrenalina!
Bárbara Rizzeto

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